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Iniciativas Governamentais de Atenção à Saúde da Mulher e do Neonato Vamos falar sobre a evolução da mulher? Antigamente, as mulheres deveriam ficar em casa, cuidando dos filhos e dos serviços domésticos, não precisavam ir para a faculdade, não precisavam aprender a ler já que vão só fazer serviços de lavar e passar, já que o homem é quem mandava na casa. O que mudou? Educação: Para conquistar o direito à educação, as mulheres tiveram que se unir e somente em 1827, algumas mulheres puderam ser matriculadas em instituições de ensino, sendo o direito de cursar uma faculdade instituído em torno de 1870. Ditadura Militar: Durante a Ditadura Militar as mulheres resistiram ao regime com a tentativa de derrubar o regime. O movimento estudantil também se juntou com os partidos e sindicatos, em que o papel feminino tradicional foi desafiado, ocupando espaços com o intuito de desmantelar o regime. O início Século XX: a atenção à saúde da mulher passou a fazer parte das políticas públicas de saúde no Brasil. No entanto, nas décadas de 30, 40 e 50 a mulher era vista como mãe e “dona de casa”. Na década de 60: o controle de natalidade era voltado para as mulheres em idade fértil, movimento feminista reivindicou a igualdade social, com um novo conceito rompendo o paradigma vigente, pontuando a saúde sexual e reprodutiva como um direito. Saúde da Mulher: gênero, trabalho, desigualdade, sexualidade, prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e anticoncepção. Mortalidade Materna Em 1990 e 2015 a redução na razão de mortalidade materna no Brasil foi de 143 para 62 óbitos maternos por 100 mil nascidos vivos, o que representou uma diminuição de 56%, sendo que a meta ODS é de 35 por 100 mil nascidos vivos. Quais as causas de óbito materno: Hipertensão (pré-eclâmpsia e eclampsia), Hemorragias graves (principalmente após o parto), Infecções (normalmente depois do parto), Complicações no parto e Abortos inseguros. O Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (Paism) Em 1984, o Ministério da Saúde elaborou o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), marcando, sobretudo, uma ruptura conceitual com os princípios norteadores da política de saúde das mulheres e os critérios para eleição de prioridades neste campo. O Paism incorporou como princípios e diretrizes: descentralização, hierarquização e regionalização dos serviços, integralidade e equidade da atenção. Ações educativas, preventivas e de diagnóstico; tratamento e recuperação; assistência à mulher em clínica ginecológica, no pré-natal, no climatério e em planejamento familiar; IST, câncer de colo de útero e de mama. Em 2003, a área técnica de saúde da mulher identifica ainda a necessidade de articulação com outras áreas técnicas e da proposição de novas ações, quais sejam: atenção às mulheres rurais, com deficiência, negras, indígenas, presidiárias e lésbicas, além da participação nas discussões e atividades sobre saúde da mulher e meio ambiente Nascendo nesse contexto, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM). Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento O Programa de Humanização no Pré- natal e Nascimento foi instituído pelo MS através da Portaria/GM nº 569, de 1/06/2000, subsidiado nas análises das necessidades de atenção específica à gestante, ao recém- nascido e à mãe no período pós-parto, considerando como prioridades: Toda gestante tem direito ao acesso a atendimento digno e de qualidade no decorrer da gestação, parto e puerpério. Toda gestante tem direito de saber e ter assegurado o acesso à maternidade em que será atendida no momento do parto. Toda gestante tem direito à assistência ao parto e ao puerpério e que esta seja realizada de forma humanizada e segura, de acordo com os princípios gerais e condições estabelecidas na prática médica. Todo recém-nascido tem direito à assistência neonatal de forma humanizada e segura. PRÉ-NATAL Realizar a primeira consulta de pré- natal até o 4º mês de gestação. Realização de, no mínimo, 6 consultas de acompanhamento pré-natal. Realização de uma consulta no puerpério, até quarenta e dois dias após o nascimento. Realização dos seguintes exames: ABO – Rh, glicemia de jejum, urina tipo 1, VDRL, HB e Ht, TR HIV (com um exame na primeira consulta, naqueles municípios com população acima de 50 mil habitantes). Atividades educativas e classificação de risco. Rede Cegonha A Portaria Nº 1459, de 24 de Junho de 2011, institui no âmbito do SUS, a Rede Cegonha como: Uma rede de cuidados que visa assegurar à mulher o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como à criança o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e ao desenvolvimento saudáveis. A operacionalização da Rede Cegonha se dá pela execução de 5 fases: 1. Adesão e diagnóstico. 2. Desenho Regional da Rede Cegonha. 3. Contratualização dos Pontos de Atenção. 4. Qualificação dos componentes. 5. Certificação. Planejamento Reprodutivo É um conjunto de ações de regulação da fecundidade para prever e controlar a geração/nascimento de filhos. Engloba adultos, jovens e adolescentes, com vida sexual com e sem parcerias estáveis, bem como aqueles e aquelas que se preparam para iniciar sua vida sexual. Saúde reprodutiva implica que a pessoa possa ter uma vida sexual segura e satisfatória. Autonomia. Oferta de informação, acesso e escolha a métodos eficientes, seguros, permissíveis e aceitáveis. Escolha do método Anticoncepcional A orientação é essencial antes de escolher um método anticoncepcional, a partir da preferência da mulher, do homem ou do casal. Vale lembrar que não existe nenhum método 100% eficaz, em que temos que verificar os efeitos secundários, a disponibilidade, a facilidade de uso, além de ajudar na proteção contra IST’s. Métodos comportamentais Os métodos comportamentais, também conhecidos como métodos de abstinência periódica ou de percepção da fertilidade ou métodos naturais, são técnicas para obter ou evitar a gravidez, mediante a identificação do período fértil da mulher. O sucesso dos métodos comportamentais depende do reconhecimento dos sinais da ovulação aproximadamente 14 dias antes do início da menstruação) e do período fértil. Possui baixa eficácia em uso rotineiro; Desaconselha-se o uso desses métodos em mulheres que apresentam longos períodos de anovulação, ciclos irregulares ou amenorreia, assim como nas adolescentes, nos períodos pós-parto, pós- aborto, durante a amamentação e na perimenopausa; Esses métodos também não estão indicados em casos onde a mulher tem dificuldades de seguir as orientações de uso do método e cuja gravidez constitui risco de vida; Esses métodos requerem disciplina, conhecimento do funcionamento do corpo, observação atenta e a cooperação de ambos os parceiros. A eficácia depende de seu uso correto e da cooperação de ambos os parceiros. Não tem efeitos colaterais orgânicos, não previnem contra IST e favorecem o conhecimento da fisiologia reprodutiva. Tabela ou Calendário – Ogino Knaus Esse método se baseia no fato de que a duração da segunda fase do ciclo menstrual (pós ovulatória ou fase lútea) é relativamente constante, com a ovulação ocorrendo entre 11 e 16 dias antes do início da próxima menstruação. O cálculo do período fértil da mulher é feito mediante a análise de seu padrão menstrual prévio, durante 6 a 12 meses. Técnica: Verificar a duração (número de dias) a cada ciclo, contando desde o primeiro dia da menstruação(primeiro dia do ciclo) até o dia que antecede a seguinte (último dia do ciclo) e verificar o ciclo mais curto e o mais longo. Curva Térmica Basal ou de Temperatura Esse método fundamenta-se nas alterações da temperatura basal que ocorrem na mulher ao longo do ciclo menstrual. A temperatura basal corporal é a temperatura do corpo em repouso. Antes da ovulação, a temperatura basal corporal permanece num determinado nível baixo. Após a ovulação, se eleva ligeiramente (alguns décimos de grau centígrado), permanecendo nesse novo nível até a próxima menstruação. Esse aumento de temperatura é resultado da elevação dos níveis de progesterona, que tem um efeito termogênico. O método permite, portanto, por meio da mensuração diária da temperatura basal, a determinação da fase infértil pós- ovulatória. O casal que não deseja engravidar deve evitar as relações sexuais com penetração vaginal no período de quatro a cinco dias antes da data prevista da ovulação até o quarto dia da temperatura basal alta. Muco Cervical - Billings Esse método baseia-se na identificação do período fértil por meio da auto- observação, com relação às mudanças do muco cervical e à sensação de umidade na vagina ao longo do ciclo menstrual. O muco cervical é uma secreção produzida no colo do útero pelo epitélio grandular das criptas cervicais, que, por ação hormonal, apresenta transformações características ao longo do ciclo menstrual, possibilitando dessa maneira a identificação do processo ovulatório. Sintotérmico Esse método baseia-se na combinação de múltiplos indicadores da ovulação, com a finalidade de determinar o período fértil com maior precisão e confiabilidade. Ele combina, fundamentalmente com os métodos de tabela, do muco cervical, da temperatura basal e a observação de sinais e sintomas que indicam o período fértil da mulher. Os parâmetros subjetivos relacionados com a ovulação podem ser, entre outros: dor abdominal, sensação de peso nas mamas, mamas inchadas ou doloridas, variações de humor e/ou da libido. Outros sinais e sintomas: enxaqueca, náuseas, acne, aumento de apetite, ganho de peso, sensação de distensão abdominal, sangramento intermenstrual, entre outros. Coito interrompido Não é recomendado como único método anticoncepcional, em que o homem retira o pênis da vagina um pouco antes da ejaculação e o sêmen é depositado longe dos genitais femininos, porém, é um risco. Método da lactação e amenorreia A amamentação tem efeito inibidor sobre a fertilidade. É um método importante de planejamento reprodutivo, pois é acessível à maioria das mulheres e, efetivamente, contribui para o espaçamento entre as gestações. Entre as mulheres que amamentam, a possibilidade de retomada das ovulações é remota nos primeiros dois meses pós-parto, lembrar de associar o LAM com outro método anticoncepcional que não interfira na amamentação. Métodos cirúrgicos Os métodos cirúrgicos são métodos contraceptivos definitivos – esterilização – que podem ser realizados na mulher, por meio da ligadura das trompas (laqueadura ou ligadura tubária), e no homem, por meio da ligadura dos canais deferentes (vasectomia). Dispositivo Intrauterino - Diu O dispositivo intrauterino – DIU é um objeto pequeno de plástico flexível, em forma de T, que mede aproximadamente 31 mm, ao qual pode ser adicionado cobre ou hormônios que, inserido na cavidade uterina, exerce função contraceptiva. O DIU de cobre afeta os espermatozoides e os óvulos de várias maneiras. O DIU estimula a reação inflamatória pronunciada ou reação à presença de corpos estranhos no útero. Poucos espermatozoides chegam às tubas uterinas, e os que chegam, com toda probabilidade, não são aptos para fertilizar um óvulo. Métodos de Barreira Métodos Hormonais Os anticoncepcionais hormonais orais, também chamados de pílulas anticoncepcionais são esteroides utilizados isoladamente ou em associação, com a finalidade básica de impedir a concepção. Apenas com progesterona minipílula Anticoncepcional hormonal injetável. Corrimentos Vaginais Mucorreia Fisiológico Ausência de inflamação Muco claro e límpido Orientar sobre a fisiologia da vagina Vaginose Citolítica Ocorre um crescimento excessivo do lactobacillus ou citólise de Doderlein. Há presença de prurido vaginal, queimação, dispareunia, disúria, corrimento branco abundante como sintomas presentes. O exame de microscopia mostra um número aumentado de lactobacilos, escassez de leucócitos, citólise e Ph entre 3,5 e 4,5. O tratamento baseia-se pela ducha vaginal com bicarbonato para elevar o Ph (4 xícaras de água morna com 1-2 colheres de bicarbonato – 2x por semana a cada 2 semanas. Não é considerada IST. Candidíase Vulvovaginal Secreção vaginal branca, grumosa aderida à parede vaginal e ao colo do útero, causada pela Candida spp e Candida Albicans (é a mais frequente) Também não é considerada uma IST. Sem odor Prurido vaginal intenso Edema de vulva Hiperemia de mucosa Dispareunia de intróito Ph vaginal < 4,5 Na microscopia a fresco: presença de hifas ou micélios birrefringentes e esporos de leveduras. Leucócitos frequentes. Orientar medidas higiênicas como o uso de roupas íntimas de algodão (para melhorar a ventilação e diminuir umidade na região vaginal), evitar calças apertadas e retirar roupa íntima para dormir. O tratamento de primeira escolha é a via vaginal com: Miconazol creme a 2% - um aplicador (5g) à noite, ao deitar-se, por 7 dias; Clotrimazol creme a 1% - um aplicador (5g) à noite, ao deitar-se, por 7 adias; ou óvulos 100 mg – uma aplicação à noite, ao deitar-se, dose única; Tioconazol creme a 6% - um aplicador à noite, por 7 dias; ou óvulos 300 mg – uma aplicação à noite, dose única. Nistatina 100.000 UI – aplicador à noite, ao deitar-se, por 14 dias. O tratamento via oral deve ser reservada para os casos de candidíase resiste ao tratamento tópico: Fluconazol, 150 mg, VO, dose única. Itraconazol, 200 mg, VO, a cada 12 horas, por 1 dia. Para gestantes e nutrizes, o tratamento é: Miconazol creme a 2% - um aplicador (5g) à noite, ao deitar-se, por 7 dias. Nistatina 100.000 UI – um aplicador à noite, ao deitar-se, por 14 dias. Clotrimazol creme a 1% - um aplicador (5g) à noite, ao deitar-se, por 7 dias; ou óvulos 100 mg – uma aplicação à noite, ao deitar-se, dose única. Obs: Tratar o parceiro SOMENTE se for sintomático Nos demais casos, este tratamento traz benefícios. Vaginose bacteriana Secreção vaginal acinzentada, cremosa, com odor fétido, mais acentuado após o coito e durante o período menstrual com causa pela Gardnerella vaginalis, Mobiluncus sp, bacteroides sp, Mycoplasma hominis, Peptococcus e outros anaeróbios. A Vaginose bacteriana não tem sintomas inflamatórios e não é considerada IST. O Ph vaginal é superior a 4,5 com liberação de odor fétido com KOH a 10%, leucócitos escassos e corrimento homogêneo e fino. O tratamento é por via oral com: Metronidazol, 500 mg, VO, a cada 12 horas, por 7 dias; O tratamento por via intravaginal com: Metronidazol gel vaginal, 100 mg/g, 1 aplicador (5g), 1x/dia, por 5 dias. Clindamicina creme 2%, 1 aplicador (5g), 1x/dia, por 7 dias. O tratamento das parceiras sexuais não está recomendado. Orientar o paciente a não fazer uso de bebida alcoólica antes, durante e após o tratamento. As puérperas e nutrizes seguem o mesmo esquema terapêutico das gestantes. O diagnóstico na gestação risco de parto pré-termo. Infecções Sexualmente Transmissíveis Tricomoníase O Trichomonasvaginalis é responsável por causar uma secreção vaginal amarelo esverdeada, bolhosa e fétida com prurido intenso, edema de vulva, dispareunia, colo com petéquias, “em framboesa” e disúria. No exame a fresco, presença de protozoário móvel e leucócitos abundantes. Ph vaginal > 4,5 OBS: Não fazer uso de bebida alcóolica antes, durante e após o tratamento, em que todos os parceiros devem ser tratados com dose única Atenção: 50% dos casos são assintomáticos. Gonorreia Causada pela Neisseria Gonorrhoeae com tratamento baseado em Ciprofloxacina, 500 mg, VO, dose única (não recomendada para menores de 18 anos ou Ceftriaxona, 500 mg IM, dose única. Clamídia É causada pela Chlamydia Trachomatis, em que o tratamento é baseado em: Azitromicina, 1g, VO, dose única. Doxicilina, 100 mg, VO, 2x/dia, por 7 a 10 dias. Úlceras Genitais Representam uma síndrome clínica produzida por agentes infecciosos sexualmente transmissíveis. Lesões ulcerativas erosivas, precedidas ou não por pústulas e/ou vesículas, acompanhadas ou não de dor, ardor, prurido, drenagem de material muco purulento, sangramento e linfadenopatia regional. Sífilis Notificação compulsória Também conhecida como “cancro duro”, ocorre após o contato sexual com o indivíduo infectado. Infecção bacteriana de caráter sistêmico, curável e exclusiva do ser humano. É causada pelo T. pallidum, uma bactéria Gram-negativa do grupo das espiroquetas. Existem duas classificações para as formas clínicas da sífilis adquirida: pelo tempo de infecção e por suas manifestações clínicas. Herpes HSV – 1 e HSV – 2 provocam lesões em qualquer parte do corpo, há predomínio do tipo 2 nas lesões genitais e do tipo 1 nas lesões periorais. Primoinfecção herpética. Surtos recidivantes. Sintomáticos são estimados entre 13% e 37%. Cancroide Afecção de transmissão exclusivamente sexual, provocada pelo H. ducreyi, mais frequente nas regiões tropicais, em que se denomina também cancro mole, cancro venéreo ou cancro de Ducrey, com lesões múltiplas ou únicas. A borda da lesão é irregular, apresentando contornos eritemato- edematosos e fundo irregular, recoberto por exsudato necrótico, amarelado, com odor fétido e que, quando removido, revela tecido de granulação com sangramento fácil. O período de incubação é geralmente de três a cinco dias, podendo se estender por até duas semanas, com o risco de infecção em uma relação sexual é de 80%. Linfogranuloma Venéreo (LGV) O LGV é causado pelo C. Trachomatis com sorotipos L1, L2 e L3, com a manifestação clínica mais comum do LGV é a linfadenopatia. Donovanose A bactéria K. granulomatis acomete preferencialmente pele e mucosas das regiões genitais, perianais e inguinais. O quadro clínico inicia-se com ulceração de borda plana ou hipertrófica, bem delimitada com fundo granuloso, de aspecto vermelho vivo e de sangramento fácil. As lesões costumam ser múltiplas, sendo frequente a configuração em “espelho”, em bordas cutâneas e/ou mucosas. Há predileção pelas regiões de dobras e região perianal. A localização extragenital é rara e, quase sempre, ocorre a partir de lesões genitais ou perigenitais primárias. HPV – Verrugas Anogenitais O HPV é um DNA-vírus que pode induzir uma grande variedade de lesões proliferativas na região anogenital. Existem 200 tipos de HPV descritos, sendo que aproximadamente 40 tipos infectam o trato anogenital e pelo menos 20 subtipos estão associados ao carcinoma do colo uterino. A maioria das infecções são assintomáticas ou não aparentes. Outras podem apresentar-se sob forma de lesões exofíticas, os chamados condilomas acuminados, verrugas genitais ou cristas de galo. Apresentação latente: ocorre quando as pessoas infectadas por HPV não desenvolvem qualquer lesão. Apresentação subclínica: a lesão subclínica ocorre quando as microlesões pelo HPV são diagnosticadas por meio de exame de Papanicolau e/ou colposcopia (lesões acetobrancas), com ou sem biópsia. O tratamento irá ocorrer com: Podofilina a 10% - 25% (solução); Ácido tricloroacético (ATA) a 80% - 90% (solução); Eletrocauterização; Crioterapia e Exérese Cirúrgica. Prevenção de Câncer de Mama e de Colo do Útero O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do de pele não melanoma, respondendo por cerca de 28% dos casos novos a cada ano (INCA, 2015). O câncer de mama também acomete homens, porém é raro, representando apenas 1% do total de casos da doença. Câncer de Mama As estratégias de detecção precoce são: diagnóstico de casos de câncer em fase inicial, melhor prognóstico e menor morbidade associada ao tratamento. Os programas de saúde visam: prevenção primária (visa redução ou eliminação dos fatores de risco); prevenção secundária (visa identificação precoce do câncer ou de lesões precursoras); prevenção terciária (visa reabilitação e cuidados paliativos) e prevenção quaternária (evita ações com benefícios incertos para a paciente e a protege de ações potencialmente danosas). Obs: Não solicitar mamografia de rastreamento na população menor de 50 anos e maior de 70 anos ou com periodicidade menor de dois anos. No Brasil, a mamografia é o método preconizado para rastreamento na rotina da atenção integral à saúde da mulher. A mamografia é o único exame cuja aplicação em programas de rastreamento apresenta eficácia comprovada na redução da mortalidade do câncer de mama. Rastreamento com mamografia A mamografia de rotina é a cada 2 anos em mulheres de 50 anos a 69 anos, em que proximadamente 5% dos casos de câncer de mama ocorrem em mulheres com alto risco para desenvolvimento dessa neoplasia. Ainda não existem ensaios clínicos que tenham identificado estratégias de rastreamento diferenciadas e eficazes para redução de mortalidade neste subgrupo. Portanto, recomenda-se acompanhamento individualizado e de forma clínica para essas mulheres. Os fatores de risco (gerais) para o câncer de mama incluem: Envelhecimento (> 50 anos); Fatores relacionados à vida reprodutiva da mulher (menarca precoce, nuliparidade ou primeira gravidez após os 30 anos); uso de álcool e tabaco; excesso de peso e sedentarismo; exposição à radiação ionizante e terapia de reposição hormonal (estrogênio-progesterona). Risco elevado de câncer de mama inclui: História familiar de câncer de mama em parente de primeiro grau antes dos 50 anos ou de câncer bilateral ou de ovário em qualquer idade; História familiar de câncer de mama masculino e Diagnóstico histopatológico de lesão mamária. Rastreamento com autoexame O autoexame das mamas, que foi muito estimulado no passado, não provou ser benéfico para a detecção precoce de tumores. Portanto, não deve ser orientado para o reconhecimento de lesões, embora possa ser recomendado para que a mulher tenha conhecimento de seu próprio corpo. Fluxograma de atendimento na UBS Interpretação de Mamografia e Eco Tratamento As modalidades terapêuticas para o tratamento do câncer de mama são cirurgias oncológicas, quimioterapia, hormonioterapia e radioterapia. Câncer de Colo do Útero No Brasil, o câncer de colo do útero, também chamado de câncer cervical, é o quarto tipo de câncer mais comum entre as mulheres. Com exceção do câncer de pele, esse tumor é o que apresenta maior potencial de prevençãoe cura quando diagnosticado precocemente. Estima-se que 12% a 20% das brasileiras entre 25 e 64 anos nunca realizaram o exame citopatológico, que é a principal estratégia de rastreamento do câncer de colo do útero e de suas lesões precursoras. O rastreamento deve ser realizado a partir de 25 anos em todas as mulheres que iniciaram atividade sexual, a cada três anos, se os dois primeiros exames anuais forem normais. Os exames devem seguir até os 64 anos de idade. Consulta de Enfermagem Direcionada Acolhimento com escuta qualificada (equipe multiprofissional). Avaliação geral (enfermeiro/médico) – idade, verificar a realização prévia de exame citopatológico (data do último exame e a ocorrência de exames anormais, questionar sobre a realização de exames intravaginais, uso de lubrificantes, espermicidas ou medicamentos vaginais, histórico de relações sexuais com preservativo nas 48 horas anteriores ao exame citopatológico, antecedentes pessoais obestétricos, presença de queixas relacionadas a corrimentos vaginais (tricomoníase – atenção), dispaurenia e sangramentos vaginais pós-coito ou anormais. Exame físico específico: mamas (queixas), inspeção dos órgãos genitais, exame especular. Preparo para a coleta da amostra Exame do colo uterino Exame do canal vaginal Obs: a coleta de citopatológico pode ser realizada por técnicos devidamente treinados, visando ampliar o acesso da população alvo ao exame. Casos diferenciados As mulheres com história de lesões pré- neoplásicas retornam ao rastreio trienal ao apresentarem dois exames de controle citológicos semestrais normais após tratamento das lesões precursoras na unidade de referência. Para mulher com mais 64 anos de idade e que nunca realizaram o exame citopatológico, deve-se realizar dois exames com intervalo de um a três anos. Se ambos os exames foram negativos, elas podem ser dispensados de exames adicionais. Não há indicação para rastreamento do câncer de colo do útero e seus precursores no caso de mulheres sem vida sexual ativa. Gestantes sem exames anteriores devem ser submetidas ao exame (literaturas oferecem conflitos de opiniões) – avaliar benefício da coleta. Mulheres no climatério e em pós- menopausa devem ser rastreadas de acordo com as orientações para as demais mulheres. Em caso de histerectomia subtotal (com permanência do colo do útero), deve seguir a rotina de tratamento. Em caso de histerectomia total: não se faz rastreamento, pois a possibilidade de encontrar lesão é desprezível. se a histerectomia foi realizada como tratamento de câncer de colo do útero ou lesão precursora. Imunossuprimidas É parte deste grupo: mulheres infectadas pelo vírus HIV, imunossuprimidas por transplantes de órgãos sólidos, em tratamentos de câncer e em uso crônico de corticoesteróides. - O exame citopatológico deve ser realizado após o incício da atividade sexual, com intervalos semestrais no primeiro ano e, se normais, manter seguimento anual enquanto se mantiver o fator de imunossupressão. - Em mulheres HIV positivas com CD4 abaixo de 200 células/mm3, deve ser priorizada a correção dos níveis de CD4 e, enquanto isso, deve ter o rastreamento citológico a cada seis meses. Ressecamento vaginal ou colpite atrófica São comuns no período do climatério, só demandando tratamento se houverem queixas como secura vaginal ou dispareunia, dificuldades na coleta do exame ou prejuízo da amostra pela atrofia. O tratamento pode ser realizado pela administração de creme de estriol 0,1% por um a três meses (Enfermeiro/médico). Vaginismo Caracteriza-se pela contração involuntária dos músculos próximos à vagina antes da penetração e que pode impedir a realização do exame, pela limitação à introdução do espéculo. Caso isso aconteça, recomenda-se evitar o exame naquele momento para não provocar desconforto ou mesmo lesões à mulher. É necessário realizar orientações referentes ao retorno e orientações gerais em saúde (oferecer testes rápidos). Resultado do Papanicolau Climatério e Menopausa O climatério corresponde à transição da mulher do ciclo reprodutivo para o não reprodutivo, ocorrendo habitualmente entre os 40 e 65 anos. As mudanças durante esse período podem ser: psicossociais, de ordem afetiva, sexuais, familiares e ocupacionais. A menopausa, marco do período do climatério é a interrupção permanente da menstruação, em que o diagnóstico é feito de forma retroativa, após 12 meses consecutivos de amenorreia, ocorrendo geralmente entre os 48 e 50 anos de idade e pode ocorrer de forma precoce antes dos 40 anos. A confirmação do climatério e da menopausa é de forma clínica, sendo desnecessárias dosagens hormonais. As principais alterações transitórias são: Menstruais: O intervalo entre as menstruações pode diminuir ou pode estar aumentado, em que as menstruações podem ser abundantes e com maior duração. Neurogênicas: Ondas de calor (fogachos), sudorese, calafrios, palpitações, cefaleia, tonturas, parestesias, insônia, perda da memória e fadiga. Psicogênicas: Diminuição da autoestima, irritabilidade, labilidade afetiva, sintomas depressivos, dificuldade de concentração e memória, dificuldades sexuais e insônia. As principais alterações não transitórias são: Urogenitais: Mucosa mais delgada, propiciando prolapsos genitais, ressecamento e sangramento vaginal, dispareunia, disúria, aumento da frequência e urgência miccional. Metabolismo lipídico: A mudança dos níveis de estrogênio na pós-menopausa é considerada como fator relevante na Etiopatogenia da doença cardiovascular e das doenças cerebrovasculares isquêmicas. Metabolismo ósseo: Há mudanças no metabolismo ósseo, variáveis de acordo com características genéticas, composição corporal, estilo de vida, hábitos (tabagismo e sedentarismo) e comorbidades. Ganho de peso e modificação no padrão de distribuição de gordura corporal: Tendência ao acúmulo de gordura na região abdominal (padrão androide). Abordagem integral e não farmacológica Abordagem Farmacológica Educação em Saúde Ressignificação do climatério; Ressignificação dessa fase da vida, que pode ser saudável, produtiva e feliz; Queixas do climatério; Exercícios da musculatura perineal; Alimentação saudável; Manutenção do peso normal e Prática de atividade física (150 minutos de atividade aeróbica de intensidade moderada); Alterações e medidas de promoção à saúde bucal; Doenças sexualmente transmissíveis, HIV, Hepatites; Transtornos psicossociais; Prevenção primária da osteoporose e prevenção de quedas (orientar dieta rica em cálcio – 1.200 mg/dia e vitamina D – 800 a 1.000 mg/dia) e aconselhar exposição solar antes das 10h e após as 16h. A suplementação de cálcio e vitamina D só está recomendada se não houver aporte dietético adequado destes elementos e/ou exposição à luz solar; recomendar exercícios físicos regulares para fortalecimento muscular e ósseo, melhora do equilíbrio e da flexibilidade. Aconselhar a cessação do tabagismo e a redução do consumo de bebidas alcóolicas e de cafeína; avaliar fatores de risco para quedas (ambiência doméstica, uso de psicotrópicos, dosagem de medicamentos anti-hipertensivos, distúrbios visuais e auditivos). Fitoterápicos que podem ser usados Ciclo Menstrual e Gestacional Ovário Humano Liberação de folículos humanos; Produção de hormônios (estrogênio e progesterona). Ovogênese A Fase diferenciada ocorre entre 6 e 8 semanas gestacionais multiplicação de folículos. De 6 a 7 milhões de folículos estarão formados por volta de 18 a 20 semanas de gestação Por divisão mitótica há a formação do folículo primordial (ainda na vida uterina). Os folículos primordiais começam na primeira divisão da meiose e permanecem em prófase até a adolescência da mulher, sendo rodeados por uma camada única de células da granulosa. Na puberdade, cada ovário possui de 300 a 500 mil folículos. Durante os 35 a 40 anos da vida reprodutiva, 400 a 500 folículos serão selecionados para ovulação e formação do corpo lúteo. Menstruação Cada ciclo tem início no primeiro dia da menstruação e termina na véspera do primeiro dia de uma nova menstruação, durando em média 28 dias, mas pode ser mais curto ou mais longo sem qualquer prejuízo no seu correto funcionamento (25 a 35 dias). O sistema nervoso central possui uma participação ativa, em que o hipotálamo produz hormônios inibidores e estimuladores: GnRH: Liberador de FSH e LH. Dopamina: Inibidor de GnRH e Prolactina. A hipófise lateral produz o hormônio folículo estimulante e o hormônio luteinizante (FSH e LH), sendo responsável pela estimulação pulsátil do GnRH. Os folículos irão liberar pelas células granulosas: estradiol e progesterona. Entre os 9 e os 12 anos, a hipófise anterior aumenta progressivamente a liberação de FSH e LH Menarca. A menstruação possui três fases: Fase folicular, fase ovulatória e fase lútea. Fase Ovulatória Os folículos primordiais (lembrando que eles pararam a divisão na vida uterina durante a meiose 1 e recomeçam na puberdade) são preparados para a ovulação. Quando uma menina nasce, cada folículo está revestido por uma camada de células granulosas – folículo primordial. Na puberdade, com a liberação de FSH e LH, ovários e folículos começam a crescer. O primeiro estágio de crescimento envolve um aumento do folículo em cerca de 3x Começam a crescer outras camadas de células da granulosa – folículo primário. O aumento do FSH nos primeiros dias do ciclo menstrual é ligeiramente maior do que o de LH, em que o FSH (especialmente) causa o crescimento de 6 a 12 folículos primários por mês. Células fusiformes derivadas do interstício ovariano se agrupam em várias camadas fora das células granulosas para formar a teca. Duas camadas – teca interna (estrogênio e progesterona) e teca externa (cápsula do folículo altamente vascularizada). Depois da fase proliferativa inicial a massa de células granulosas secreta um líquido folicular que contém grande quantidade de estrogênio. O acúmulo de líquido folicular leva ao aparecimento de um antro dentro da massa de células granulosas, em que o crescimento inicial do folículo até a fase antral é estimulado principalmente pelo FSH. Folículo primordial Folículo primário Folículo antral O Estrogênio (líquido folicular e teca interna) aumenta os receptores de FSH (feedback positivo). O FSH e estrogênio se combinam para aumentar os receptores de LH nas células granulosas e com o aumento do LH há estimulação das células tecais O folículo chega então a 1 – 1,5 cm é chamado de folículo maduro. Folículo primordial Folículo primário Folículo antral Folículo maduro Ovulação O Pico de LH (lembrando que seus receptores aumentaram na combinação de estrogênio e FSH. O LH age nas células tecais e granulosas fazendo com as mesmas passem a secretar progesterona. Com o aumento da progesterona ocorre: Teca externa começa a liberar enzimas proteolíticas que causam dissolução da parede capsular; Há um crescimento de novos vasos sanguíneos na parede folicular e liberação de prostaglandinas que fazem a dilatação do folículo Dissolução da parede folicular + dilatação = rompe o folículo e libera o ovócito II De onde vem esse ovócito II? Fase Lútea Durante as primeiras horas depois da expulsão do ovócito II, as células tecais internas e granulosas do folículo mudam para células luteínicas (dependência do LH). As células luteínicas amareladas são chamadas de corpo lúteo. É realizada uma ecografia de 12 semanas (translucência nucal) – ver se tem osso nasal e prega da nuca – máximo de 3mm, em que o suprimento vascular desenvolvido cresce no corpo lúteo. O corpo lúteo começa a produzir inibina, estrogênio e progesterona (em maior quantidade). 12 dias após a ovulação (Sem fecundação), o corpo lúteo involui e se transforma em corpus Albicans (ação da inibina na hipófise anterior. Com a involução do corpo lúteo, a quantidade de progesterona, inibina e estrogênio começam a cair e o efeito na hipófise anterior e ela começa a secretar novamente FSH e LH – Novo ciclo. Fecundação e Desenvolvimento Embrionário https://www.youtube.com/watch?v=n68ZHH1HMdg Contato de um espermatozoide e um ovócito secundário. Fusão dos núcleos do espermatozoide e do ovócito II que continua a se multiplicar, se transformando em óvulo. https://meet.google.com/linkredirect?authuser=0&dest=https%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fwatch%3Fv%3Dn68ZHH1HMdg http://www.youtube.com/watch?v=ze5BInMYAtw Desenvolvimento do Embrião Ao final da quarta semana, o saco coriônico apresenta cerca de 2 a 3 cm de diâmetro e o embrião tem cerca de 4 a 5mm de comprimento. Ao final da sexta semana, o embrião tem de 22 a 24 mm de comprimento, a cabeça é relativamente volumosa quando comparada ao tronco e o coração está completamente formado. Ao final da décima segunda semana de gestação (idade menstrual), o comprimento cabeça-nádegas do feto é de 6 a 7 cm. Os centros de ossificação estão presentes, os dedos das mãos e dos pés tornam-se diferenciados e o feto apresenta movimentos espontâneos. O final do período embrionário e o início do período fetal ocorrem 8 semanas após a fertilização, ou seja, 10 semanas após a DUM. Observa-se que o feto apresenta comprimento ao redor de 4 cm. Ao final da décima sexta semana, o feto atinge o comprimento de 12 cm e peso de 110 g. O gênero fetal pode ser corretamente identificado pela genitália externa. A vigésima semana marca a metade da gravidez. O feto apresenta peso de aproximadamente 300 g e o ganho de peso adquire característica de crescimento linear, além da pele fetal se tornar menos transparente e uma leve lanugem recobre o corpo. Na vigésima quarta semana, o peso fetal é de aproximadamente 630 g, a pele é caracteristicamente enrugada e inicia-se a formação de depósitos de gordura e a cabeça ainda é relativamente grande. http://www.youtube.com/watch?v=NkBzMjd2Ec8 Na vigésima oitava semana, o comprimento cabeça-nádegas é de aproximadamente 25 cm e o peso fetal está em torno de 1.100 g, a pele é avermelhada, coberta com vérnix. Ao final da trigésima segunda semana, o feto tem cerca de 28 cm, com peso ao redor de 1.800 g, a pele continua avermelhada e enrugada. Com 36 semanas de gestação, o peso do feto está em torno de 2.500 g e ele apresenta depósito de gordura no subcutâneo, o que faz com que a pele fique menos enrugada. Com 40 semanas, o feto está completamente desenvolvido e com peso ao redor de 3.400 g. Já estou pronto para nascer? Sistema Respiratório A maturação pulmonar ocorre, em geral, ao redor da trigésima quinta semana de gestação, mas a partir de 24 semanas o feto apresenta estruturas pulmonares capazes de realizar trocas gasosas, possibilitando a sobrevivência do recém- nascido prematuro extremo. Os movimentos respiratórios fetais são observados no desenvolvimento normal do produto conceptual. Iniciam-se a partir da décima primeira semana e são observados até o termo, tratando-se de movimentos torácicos fetais, pois não exercem função respiratória. SistemaDigestório O intestino primitivo se forma durante a quarta semana, quando a parte dorsal da vesícula vitelínica é incorporada ao embrião. A deglutição fetal inicia-se entre a décima e a décima segunda semanas de gestação, período em que o intestino delgado adquire discreto peristaltismo e é capaz de transportar a glicose ativamente, onde a maior parte da água do "fluido deglutido é absorvida. Aparelho Urogenital Com 14 semanas, a alça de Henle já funciona e inicia-se a reabsorção tubular. Os novos néfrons continuam a se formar até 36 semanas de gestação. Apesar de haver produção de urina pelo feto, é limitada a capacidade do rim fetal em concentrar a urina. Sistema Nervoso Central A indução dorsal é a primeira etapa de desenvolvimento e se caracteriza por dois grandes eventos: a neurulação e a formação da porção caudal do tubo neural. A neurulação ocorre entre a terceira e a quarta semanas e consiste na formação do tubo neural. O tubo neural propriamente dito dará origem ao sistema nervoso central: o encéfalo e a medula espinhal. http://www.youtube.com/watch?v=x5rmZxsF8Hg Modificações Gravídicas e Pré-Natal Definições Obstetrícia é a especialidade médica direcionada à gestação desde a fecundação até o puerpério (pós-parto). Gravidez: da concepção ao trabalho de parto. Termo: entre 37 semanas a 41 semanas e 6 dias. Parto: período durante o qual o bebê e a placenta são expelidos do corpo da mãe. Pós-parto (puerpério): período no qual os órgãos de reprodução restauram suas condições originais, com adaptação do corpo materno para a amamentação. Sinais de presunção de gravidez Atraso menstrual Manifestações clínicas (náuseas, vômitos, tonturas, salivação excessiva, mudança de apetite, aumento da frequência urinária e sonolência). Modificações anatômicas (aumento do volume das mamas, hipersensibilidade nos mamilos, tubérculos de Montgomery, saída de colostro pelo mamilo, coloração violácea vulvar, cianose vaginal e cervical, aumento do volume abdominal). Sinais de probabilidade Teste de gravidez positivo (sangue) – oitavo ou nono dia após a fertilização. Teste de urina positivo. Contrações de Braxton Hicks Paredes vaginais aumentadas (com aumento da vascularização pode-se observar pulsação da artéria vaginal nos fundos de sacos laterais). Falsos positivos: aumento do LH hipofisário, uso de anticonvulsionantes, antidepressivos e proteinúria. Sinais de certeza Percepção e palpação das partes fetais. Presença de batimentos fetais (BCF), que são detectados pelo sonar a partir de 12 semanas e pelo Pinard a partir de 20 semanas. Percepção dos movimentos fetais (de 18 a 20 semanas). Ultrassonografia: o saco gestacional pode ser observado por via transvaginal com apenas 4 a 5 semanas gestacionais e a atividade cardíaca é a primeira manifestação do embrião com 6 semanas gestacionais. Modificações Gerais Pré – Natal Mínimo de 6 consultas (médicas e de enfermagem intercaladas). Mensais de até a 28º semana. Quinzenais da 28º semana a 36º semana. Semanais da 36º até 41º semana. Importante! Na SES fazemos os exames de rotina: vdrl, hep b, c e hiv. Histórico: Na primeira consulta, deve-se pesquisar os aspectos socioepidemiológicos, os antecedentes familiares, os antecedentes pessoais graves, ginecológicos e obstétricos, além da situação da gravidez atual DUM, regularidade dos ciclos, uso de anticoncepcionais, paridade, intercorrências clinicas/obstétricas e cirúrgicas. Ecografia até 13 semanas 29 semanas e 6 dias 9 semanas e 5 dias 5 semanas 19 semanas e 1 dia No MS Trabalho de parto e parto vaginal https://www.youtube.com/watch?v=d0_PmflsaL4 Bacia Obstétrica Durante o parto, o cóccix faz retro pulsão. Apresentação Fetal A apresentação é a parte fetal que está em contato com o estreito superior da bacia. São três: cefálica, pélvica e córmica. https://meet.google.com/linkredirect?authuser=0&dest=https%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fwatch%3Fv%3Dd0_PmflsaL4 A – Posição correta de flexão e os outros graus de deflexão Apresentações cefálicas defletidas 1º grau ou bregmática: atitude instável, pode fletir ou defletir. 2º grau ou de fronte: toca-se o osso nasal. Não nasce. 3º grau ou de face: toca-se o mento, o PN é possível, porém muito difícil. Situação Fetal Situação é a relação entre o maior eixo fetal (que é o eixo longitudinal do feto) com maior eixo uterino (que também é logintudinal). São três: oblíqua, longitudinal e transversa. Posição Fetal É a relação do dorso fetal com o lado materno: Dorso fetal à esquerda ou à direita. Frequência Cardíaca Fetal A FCF basal é a registrada entre os episódios de estimulação fetal ou contrações uterinas, em que a faixa normal de variação fica entre 120 e 160 bpm (110 – 160 MS/2016). Alterações durando mais de 15 minutos são consideradas alterações do valor basal. Sonar Descida da apresentação Trabalho de parto O trabalho de parto é a combinação de fatores como: Aumento dos receptores de ocitocina. Declínio da progesterona e elevação do estrogênio (aumento da contração). Liberação de ACTH (acetilcolina) pela hipófise fetal Glândulas adrenais fetais cortisol Estimulam a placenta a secretar prostaglandinas Contração da musculatura lisa. O nível de relaxina aumenta ao máximo antes do parto e depois cai rapidamente. Fase latente Descida do fundo uterino. Falso trabalho de parto. Tampão mucoso pode sair entre 24 e 48 horas antes do TP ou durante o TP. Contrações irregulares até 3 cm de dilatação. Tampão Fase Ativa Duas ou três contrações em dez minutos. Modificações do colo uterino. Toque a cada 4 horas e ouvir os BF a cada 30 minutos. Mecanismos do parto Insinuação ou encaixamento: É a passagem da maior circunferência da apresentação fetal, através do estreito superior, em que a cabeça penetra na pelve no seu maior diâmetro. Descida seguida de flexão: O feto vai descendo e rodando, começando com a insinuação e geralmente ocorre concomitantemente ao terceiro mecanismo. Rotação interna: O occipto posiciona- se na direção do pube ou do sacro. Extensão: Cabeça forçada contra o períneo, ocorre o desprendimento do polo cefálico em Occiptopubi ou occiptosacro. Rotação externa: Os ombros antes em posição transversa rodam para uma posição ântero-posterior. Expulsão: Depois do nascimento dos ombros, o restante do corpo é rapidamente expulso. https://www.youtube.com/watch?v=jAtqgV9Ovjc Fases Clínicas do parto Dilatação. Expulsão. Dequitação. Período de Geemberg. Dilatação Inicia-se com a instalação das contrações regulares que induzem modificações importantes no colo uterino (4 cm): 1. Apagamento: Incorporação do canal cervical ao segmento inferior do corpo uterino. 2. Dilatação: Aumento da circunferência do colo uterino que promovem a cervicodilatação ativa e termina com a dilatação completa do colo (10 cm). 3. Nas primíparas, o colo primeiro se esvaece para depois dilatar-se. 4. Nas multíparas, o esvaecimento e a dilatação são concomitantes. Expulsão Inicia-se com dilatação completa do colo e termina com saída do feto. Na fase de expulsão, as contrações uterinas são cada vez mais intensas e frequentes com intervalos cada vez menores, até atingirem 5 contrações a cada 10 minutos. Dequitação Caracteriza-sepelo descolamento, descida e expulsão ou desprendimento da placenta e seus anexos para fora das vias vaginais. 2 mecanismos de Descolamento de Placenta: - Baudelocque – Scultze e Baudelocque – Duncan. Scultze https://www.youtube.com/watch?v=jAtqgV9Ovjc Duncan Período de Greenberg Quarto período – primeira hora após a dequitação. Miotamponagem – contração dos vasos da musculatura uterina. Trombotamponagem – processo de coagulação sanguínea. Globo de segurança de Pinard. Loquiação – sangue depois que o bebê sai Lóquios sanguinolentos, serosanguinolentos e serosos. Emergências Obstétricas Distócias no processo parturitivo Maternas Distócia pélvica (óssea); Distócia funcional (contração uterina e musculatura auxiliar). Distócia de partes moles: Varizes, prolapso, atresia e edema de colo, condilomas, mioma vulvar, bartholinite, fístulas e etc; Posição corporal e respostas psíquicas (experiências, cultura e etc). Polissistolia Aumento da frequência das contrações uterinas acima de 5 em 10 minutos Daí decorre a hipertonia uterina. Drogas uterolíticas; Rotura das membranas. Feto-anexiais Fetais (tamanho, número, apresentação, situação, anomalias). Anexos (posição e implantação da placenta, infecção, prolapsos e procúbitos de cordão umbilical). Distocias de Cordão Normal: 50 a 60 cm; Curto: 20 cm ou menos; Longo: Maior do que 80 cm. Circulares, prolapso, fase expulsiva prolongada, rotura do cordão, desinserção do cordão no nível da placenta, DPP, inversão uterina incompleta e nós do cordão. Prolapso de Cordão O prolapso de cordão ocorre quando o cordão umbilical (PCU) se projeta ao lado (prolapso oculto) ou além lado (prolapso oculto) ou além da apresentação fetal pelo orifício cervical (prolapso manifesto), podendo estar presente na vagina ou além desta. É uma condição que ameaça a vida do feto, pois ele pode comprimir o cordão umbilical comprometendo seu próprio aporte sanguíneo. O primeiro sinal do PCU é bradicardia fetal prolongada de início abrupto. É importante realizar a auscultado BCF regularmente e sempre que ocorrer rotura da bolsa. A ocorrência de PCU exige abordagem de emergência e realização de uma cesariana o mais rápido possível. Condutas: 1. Descompressão do cordão Os dedos indicador e médio do examinador são mantidos dentro da vagina da paciente, elevando-se o polo cefálico, com o objetivo de aliviar a compressão sobre o cordão. 2. Enchimento vesical: a paciente é colocada na posição de Trendelenburg e sua bexiga rapidamente preenchida com 500 a 700mL de soro fisiológico, utilizando-se para isso um cateter de Foley. A distensão vesical eleva a apresentação e alivia a compressão, evitando assim a necessidade de descompressão digital prolongada. O enchimento vesical é uma técnica útil, especialmente quando não é possível a realização de uma cesariana em caráter emergencial. Distócia de ombro – lesão do plexo braquial O plexo braquial é a estrutura a partir do qual têm origem os nervos dos membros superiores. Ele é formado pela união dos ramos ventrais dos quatro nervos cervicais inferiores (C5, C6, C7 e C8) e pela maior parte ventral do primeiro nervo torácico (T1) e contribuições do quarto nervo cervical (C4) e segundo torácico (T2). A tração aplicada a cabeça durante desprendimento do ombro, ocasiona o estirando das raízes nervosas. Distócia de ombro – lesão do plexo braquial Manobra de MC ROBERTS: Consiste na hiperflexão e abdução das coxas, com consequente rotação cefálica da sínfise púbica e retificação da lordose lombar, liberando-se o ombro impactado. Manobra de Jaquemier: Após suspender o polo cefálico, introduz-se a mão pela concavidade do sacro, apreende-se o antebraço e, por deslizamento, este é retirado pela face anterior do tórax, em seguida abaixa-se o tronco, que liberará o ombro anterior. Manobra de Woods: Girar o tronco em 180º, em sentido horário. Após o ombro posterior ser liberado, roda-se o tronco em sentido horário, 180º, soltando-se o outro ombro. Manobra de Gaskin: A posição é útil para facilitar a rotação do bebê, podendo reverter o ombro impactado. Parto Pélvico: Manobras Manobra oscilatória de Deventer- Müller: Deve-se elevar o feto e tentar desprender primeiro o ombro posterior pela elevação do feto com movimentos alternados de abaixamento e elevação do tronco fetal. Manobra de Mauriceau Apresentação pélvica – Cabeça derradeira Partograma Identificação de Distocias Dinâmica uterina. BCF. Apagamento do colo. Dilatação em cm: Δ Plano de Lee: О Variedades de posições. Condições das membranas e aspectos do líquido amniótico (BI – bolsa íntegra; BRALCG – bolsa rota artificial líquido claro com grumos; BRELCG – bolsa rota espontânea, ou Mecônio +/4+, ++/4+). Em caso de dúvidas do início da fase ativa, aguarda-se 1 hora e realiza-se novo toque, se a velocidade de dilatação for 1cm/hora, verificada em 2 toques sucessivos, caracteriza-se fase ativa do trabalho de parto. Quando a evolução do parto se afasta à direita da linha de alerta sugere-se um parto disfuncional, fazendo-se necessário intervenções para correção de distocias, não sendo necessariamente conduta cirúrgica. Condutas no Partograma Dieta. Banho morno. Deambulação e posições verticais ou laterais Em repouso: decúbito lateral esquerdo. Massagem lombar e balanço pélvico. Amniotomia. Medicações. Analgesia. Oxitocina. CTG. Síndromes Hemorrágicas Entre 10 a 15% das gestações apresentam hemorragias e podem representar complicação gestacional ou agravos ginecológicos concomitantes com o período gravídico. Classificação Na primeira metade da gestação: Abortamento, gravidez ectópica, neoplasia trofoblástica gestacional benigna (mola hidatiforme) e descolamento corioamniótico. Na segunda metade da gestação: placenta prévia, descolamento prematuro da placenta, rotura uterina e vasa prévia. Abortamento Conceitua-se como abortamento a interrupção da gravidez ocorrida antes da 22ª semana de gestação. O produto da concepção eliminado no processo de abortamento é chamado aborto. O abortamento pode ser precoce, quando ocorre até a 13ª semana e tardio, quando entre 13ª e 22ª semanas. Pode ser classificado de várias formas: • Abortamento espontâneo: é a perda involuntária da gestação. • Ameaça de abortamento: é a ocorrência de sangramento uterino com a cérvix fechada sem eliminação de tecidos ovulares. • Abortamento completo: quando a totalidade do conteúdo uterino foi eliminada. • Abortamento incompleto: quando apenas parte do conteúdo uterino foi eliminado. • Abortamento inevitável: quando há sangramento e dilatação cervical, mas ainda não ocorreu eliminação de conteúdo uterino. • Abortamento retido: quando ocorre a morte do embrião ou feto e o mesmo permanece a cavidade uterina, sem ser eliminado. De uma maneira geral o colo se encontra fechado, podendo ocorrer leve sangramento. • Abortamento infectado: é o processo de abortamento acompanhado de infecção genital, tais como endometrite e peritonite. • Abortamento habitual: perdas espontâneas e sucessivas de três ou mais gestações. Diagnóstico e conduta Toda gestante com sangramento vaginal no 1º trimestre deve ser submetida a exame abdominal, exame especular e toque. Quando o colo estiver fechado ou houver dúvida no diagnóstico, está indicada uma ultrassonografia para avaliação das condições do saco gestacional (com ou sem descolamento) e do embrião (comou sem batimentos). Ameaça de Abortamento - Realizar ultrassonografia; Não existe indicação de internação hospitalar; A mulher deve ser orientada para ficar em repouso, utilizar analgésico se apresentar dor, evitar relações sexuais durante a perda sanguínea, e retornar ao atendimento de pré-natal; Abortamento Completo: Observação, com atenção ao sangramento e/ou à infecção uterina; Ultrassonografia. Abortamento inevitável/incompleto: Em gestações com menos de 12 semanas, pelo tamanho uterino, indica-se a aspiração manual intrauterina (AMIU) ou Curetagem uterina. O tratamento alternativo, na indisponibilidade de AMIU ou curetagem, estando o colo pérvio, é misoprostol; Ultrassonografia. Abortamento inevitável/incompleto: Em úteros compatíveis com gestação superior a 12 semanas, recomenda-se misoprostol; Após a expulsão, caso haja suspeita de restos ovulares ou placentários remanescentes, realiza-se a curetagem uterina; Avaliar a perda sanguínea - transfusão sanguínea. Abortamento retido: Ultrassonografia; Em gestações com menos de 12 semanas, utiliza-se o misoprostol. Após 4 horas, realizar o esvaziamento uterino por AMIU ou curetagem; Entre 13 e 22 semanas de gestação, sugere-se o emprego misoprostol via vaginal de 6 em 6 horas, 4 doses. Se há suspeita de restos ovulares ou placentários remanescentes, realiza-se a curetagem uterina. Abortamento infectado: Hemograma com contagem de plaquetas, urina, coagulograma, hemocultura, cultura da secreção vaginal e do material endometrial (aeróbios e anaeróbios), raios-x do abdome, ultrassonografia pélvica transvaginal ou de abdome total e tomografia, para definir coleções intracavitárias; Antibióticos; AMIU; Curetagem; Laparotomia. Gravidez Ectópica A gravidez ectópica corresponde à nidação do ovo fora da cavidade uterina O tipo mais frequente é a tubária. Os fatores de risco para esse tipo de gravidez são: Cirurgia tubária prévia, história de gravidez ectópica prévia, infecções tubárias anteriores e contracepção com progesterona ou DIU. Diagnóstico O exame físico/ginecológico pode evidenciar presença de sangue no canal vaginal, útero menor do que o esperado para a idade gestacional, amolecimento do colo uterino e dor pélvica, massa dolorosa palpável. Nos casos onde ocorreu rotura, podem estar presentes sinais e sintomas de hemoperitônio e choque, com dor de forte intensidade, associada a abdome distendido e abaulamento de fundo de saco vaginal. Ultrassonografia. Conduta Metotrexato. Cirurgia em casos de: Gestante com sinais vitais instáveis ou sinais de hemoperitônio; Diagnóstico inconclusivo; Gravidez ectópica avançada (BHCG > 5.000mUI/ml, massa anexial > 4cm, atividade cardíaca embrionária); Seguimento difícil e Contraindicação ao tratamento clínico. Mola hidatiforme – Neoplasia benigna O diagnóstico vem a partir do sangramento e sinais de gestação em que a ultrassonografia é o método mais preciso para diferenciar gestação normal da prenhez molar. As imagens são típicas de mola, anecoicas, no interior do útero, em “flocos de neve”. As condutas são AMIU, ocitocina e acompanhamento. Descolamento Corioaminiótico Caracteriza-se por sangramento genital de pequena intensidade e é diagnosticado por exame ecográfico. A evolução é boa, não representando quadro grave de risco materno e/ou ovular. A conduta é conservadora e, basicamente, consiste no esclarecimento à gestante, com as mesmas orientações da ameaça de abortamento. Placenta Prévia A Placenta prévia é definida como a placenta que se implanta total ou parcialmente no segmento inferior do útero: • Baixa: está localizada próxima ao colo do útero, sem atingi-lo • Marginal: atinge o orifício interno do colo do útero, sem recobri-lo • Completa ou centro-total: recobre totalmente o orifício interno do colo do útero. Conduta Ultrassonografia Exames Laboratoriais em vigência de sangramento: Hematócrito, hemoglobina e coagulograma. Abordagem expectante. Parto normal. Parto Cirúrgico. Descolamento Prematuro de Placenta O descolamento prematuro de placenta (DPP) é definido como a separação da placenta da parede uterina antes do parto. Essa separação pode ser parcial ou total. Grau 1 Sangramento genital discreto sem hipertonia uterina significativa. Vitalidade fetal preservada. Sem repercussões hemodinâmicas e coagulopatias. Geralmente diagnosticado no pós- parto com a identificação do coágulo retroplacentário. Grau 2 Sangramento genital moderado e contrações tetânicas. Presença de taquicardia materna e alterações posturais da pressão arterial. Batimentos cardíacos fetais presentes, porém, com sinais de comprometimento de vitalidade. Grau 3 Sangramento genital importante com hipertonia uterina. Hipotensão arterial materna e óbito fetal. Grau 3A: sem coagulopatia instalada. Grau 3B: com coagulopatia instalada. Quadro Clínico Dor abdominal, associada ou não a sangramento vaginal. A dor varia de leve desconforto até dor intensa, associada a aumento do tônus uterino, que pode se manifestar em graus variados, desde uma taquihiperssistolia até hipertonia. Em casos de placenta de inserção posterior, a dor é lombar. Na gestante em trabalho de parto, há persistência da dor entre as contrações. O sangramento no DPP pode se manifestar das seguintes maneiras: Hemorragia exteriorizada, hemoâmnio e sangramento retroplacentário. Quadro Clínico Aferição de sinais vitais com medidas iniciais das manobras de ressuscitação (se necessário). Verificar se vias aéreas estão pérvias, checar respiração e circulação (dois acessos venosos calibrosos com 1.000ml de solução cristaloide correndo em cada um deles à velocidade inicial de 500ml nos primeiros 10 minutos e manutenção de infusão de 250ml/hora). No exame obstétrico, deve-se realizar a palpação uterina observando a apresentação fetal e se o tônus uterino está aumentado. Fazer medida de altura uterina e ausculta dos batimentos cardíacos fetais (monitoração fetal contínua). Na monitoração fetal é frequente o achado de padrão não tranquilizador. Ultrassonografia não exerce papel determinante, diagnóstico clínico. Exames Laboratoriais Hemograma com contagem de plaquetas; Tipagem sanguínea ABO Rh; Coagulograma; Exames de rotina para doença hipertensiva se apropriado. Rotura Uterina Completa: há a total rotura da parede uterina. É uma urgência obstétrica, levando a risco de vida tanto da mãe quanto do feto. Incompleta: o peritônio parietal permanece intacto. Geralmente não é complicada, podendo permanecer assintomática após um parto vaginal. A rotura uterina pode ocorrer no pré- parto, intraparto e pós-parto. O trauma abdominal é uma importante causa de rotura uterina pré-parto. Quadro Clínico Deterioração do padrão dos batimentos cardíacos fetais. Gestante queixa de dor aguda e de forte intensidade. Sangramento vaginal. Parada das contrações. Subida da apresentação ao toque vaginal. Partes fetais palpáveis facilmente no abdome materno. Taquicardia importante e hipotensão grave. Conduta Estabilidade hemodinâmica da gestante: vias aéreas pérvias, respiração - fornecer O2 em máscara a 10l/min ou cateter a 5l/min; Puncionar dois acessos venosos calibrosos infundindo 1.000ml de solução cristaloide em cada acesso na velocidade inicial de 500ml nos primeiros 10 minutos e manter com a velocidade de infusão de 250ml/hora. Ultrassonografia, Laparotomia e histerectomia. O feto e a placenta podem ser encontrados na cavidade abdominal. Nesses casos o prognósticofetal é muito ruim, sendo causa importante de óbito perinatal. Vasa Prévia Diagnóstico Toque vaginal e pela amnioscopia (com a visualização dos vasos sanguíneos atravessando as membranas pelo orifício interno do colo). A USG com Doppler colorido pode detectar a vasa prévia no anteparto e deve ser considerada em gestantes de alto risco. É frequente a deterioração dos batimentos cardíacos fetais no momento da rotura. Nesse caso, a cesariana de urgência está indicada. Síndromes Hipertensivas na Gestação Mensuração da PA A pressão arterial deve ser mensurada com a gestante sentada, com o braço no mesmo nível do coração e com um manguito de tamanho apropriado. Se for consistemente mais elevada em um braço, o braço com os maiores valores deve ser usado para todas as medidas. Conceitos Iniciais Como hipertensão arterial na gestação, define-se a pressão arterial sistólica (PAS) ≥ 140 mmHg ou a pressão arterial diastólica (PAD) ≥ 90 mmHg (se possível, em 02 medidas com intervalo de pelo menos 04 horas); Como proteinúria, define-se a excreção urinária de, pelo menos, 300 mg em urina colhida durante 24 horas ou 01 ou mais cruzes (+) em exame de análise de sedimento de urina (EAS), desde que não haja evidência de infecção urinária. Outro parâmetro utilizado é a relação proteína/creatinina urinária > 0,3. Classificação das Síndromes Hipertensivas Hipertensão Crônica: Observada antes da gravidez, ou antes de 20 semanas de gestação, ou diagnosticada pela primeira vez durante a gravidez e não se resolve até 12 semanas após o parto. Hipertensão Gestacional: Hipertensão arterial presente após a 20ª semana de gestação, SEM proteinúria associada em gestante previamente não hipertensa, com retorno aos níveis normais após a 12ª semana de puerpério. Pré-eclâmpsia: Hipertensão que ocorre após 20 semanas de gestação acompanhada de proteinúria, com desaparecimento até 12 semanas pós- parto. Hipertensão arterial crônica com pré- eclâmpsia ajuntada: Hipertensão arterial crônica sem proteinúria antes da 20ª semana de gestação, que manifesta proteinúria na sua segunda metade OU hipertensão arterial crônica com manifestação de proteinúria na primeira metade da gestação e na qual, após a 20ª semana, verifica-se aumento repentino no valor da proteinúria ou da pressão arterial previamente controlada. Eclâmpsia: A eclâmpsia caracteriza-se pela presença de convulsões generalizadas ou coma em mulher com qualquer quadro hipertensivo, não causadas por epilepsia ou qualquer outra doença convulsiva. Pode ocorrer na gravidez, no parto e no puerpério imediato. Síndrome Hellp: É o quadro clínico caracterizado por hemólise (H = “hemolysis”), elevação de enzimas hepáticas (EL = “elevated liver functions tests”) e plaquetopenia (LP = low platelets count “)”. Embora acompanhe outras doenças, em Obstetrícia é considerada como agravamento do quadro de pré- eclâmpsia. Sinais de Alerta de Gravidade Pressão arterial diastólica igual/maior que 110mmHg. ✓ Proteinúria igual/maior que 2,0g em 24 horas ou 2+ em fita urinária. ✓ Oligúria (menor que 500ml/dia, ou 25ml/hora). ✓ Níveis séricos de creatinina maiores que 1,2mg/dL. Sinais de encefalopatia hipertensiva (cefaleia e distúrbios visuais). Dor epigástrica ou no hipocôndrio direito. Evidência clínica e/ou laboratorial de coagulopatia. Plaquetopenia (<100.000/mm3) Aumento de enzimas hepáticas (TGO, TGP, DHL) e de bilirrubinas. Outros sinais que podem sugerir o diagnóstico: Acidente vascular cerebral; Sinais de insuficiência cardíaca, ou cianose e Presença de RCIU (restrição de crescimento intrauterino) e/ou oligohidrâmnio. Condutas Condutas de acompanhamento no Pré-natal Quando referenciar ao alto risco? Manter acompanhamento na UBS de referência mesmo para aquelas que estejam sendo acompanhadas no alto risco. Propedêutica Laboratorial: Prevenção de Convulsões Complicações Edema pulmonar. Insuficiência renal aguda. Coagulopatia (coagulação intravascular disseminada – CIVD). Encefalopatia. Rotura hepática. Acompanhamento Fetal USG com Doppler. USG com doppler + perfil biofísico fetal Cartiotocografia Quando interromper a gestação? Via vaginal ou cirúrgica? Diabetes Gestacional Fatores de Risco Fisiopatologia Gestação: Estado de resistência à insulina. Consumo de glicose pelo embrião e feto. Alguns hormônios produzidos pela placenta e outros aumentados pela gestação, tais como lactogênio placentário, cortisol e prolactina, podem promover redução da atuação da insulina em seus receptores e, consequentemente, um aumento da produção de insulina nas gestantes saudáveis. Em mulheres com produção de insulina limítrofe isso pode não acontecer! Puericultura e Pós-Parto Puérpera A oferta de cuidados qualificados à gestante, à puérpera e ao recém-nascido exige a definição de estratégias de atendimento que envolvam todas as pessoas que, direta ou indiretamente, desempenhem atividades nas unidades de saúde que compõem determinada rede regional de atenção à saúde, em particular nas unidades básicas de saúde. Do 1º ao 10º dia – puerpério imediato Do 10º ao 45º dia – puerpério tardio Além do 45º dia – puerpério remoto No atendimento após o parto a mulher deve receber algumas informações fundamentais acerca de: Promoção da alimentação saudável com foco na prevenção dos distúrbios nutricionais e das doenças associadas à alimentação e nutrição, como baixo peso, sobrepeso, obesidade, hipertensão e diabetes Sulfato ferroso 40mg (200Fe) ao dia por 90 dias. Modificações corporais e emocionais. Medos; Atividade sexual, incluindo prevenção das IST. Orientação e incentivo ao aleitamento materno e apoio específico para as mulheres que não poderão amamentar. Importância do planejamento familiar. Saúde mental e violência doméstica. Ajuste entre a imagem do filho ideal, construída durante a gestação, e o filho real, apresentado à mulher após o parto; Desafio da relação entre a mãe e seu filho, que será baseada num padrão de comunicação não-verbal; A mulher geralmente tem suas necessidades preteridas em privilégio do recém-nascido, o que pode gerar ansiedades relacionadas, inclusive a idealização do melhor cuidado; A amamentação pode exigir muito da puérpera, produzindo a sensação de incapacidade, preocupações estéticas ou a ideia de ser uma etapa de dependência infinita na relação com seu filho; O eventual ciúme por parte de outros filhos do casal, a partir da reorganização do núcleo familiar, pode representar um período de intensa exigência na busca de equilíbrio nas relações e no cotidiano do grupo familiar; A experiência da convivência com a criança é tida como uma situação nova, com a inclusão de um ser diferente dela e que mobiliza um esforço adicional, particularmente desafiador quando o puerpério tem um curso anormal, ou quando o recém-nascido for prematuro, apresentar malformações ou alguma patologia; As alterações na esfera sexual, incluindo o desejo, são frequentemente intensificadas pelas transformações físicas e podem potencializar sentimentos de exclusão do companheiro, impondo à mulher uma preocupação adicional, muitas vezes desgastante; Loquiação Lóquios vermelhos (rubra – até 3º dia). Lóquios serosanguinolentos (fusca – 3º a 10º dia). Lóquios amarelo (flava – 10º ao 20º dia). Lóquios alvos (alba – a partir do 21º dia). Consulta de Enfermagem Dê atenção a sintomas, evitando a tendência de justificar todas as queixas como problemas relacionados ao curso habitual do período; Promovao vínculo familiar; Valorize o diálogo e as informações dos acompanhantes, desenvolvendo uma postura de apoio e crítica habilidosa; Reconheça que a dúvida infundada pode representar uma busca legítima de apoio; Apoie a mulher quando ocorrerem complicações, como, por exemplo, o óbito fetal ou do recém-nascido; Reconheça as anormalidades potencialmente graves, como a depressão puerperal, que se expressa como alterações no ciclo sono-vigília, culpabilidade excessiva, falta de energia e ideias de morte, suicídio e/ou rejeição ao concepto, solicitando apoio especializado, quando necessário; Alterações Emocionais do Puerpério Tristeza materna, blues puerperal ou baby blues Manifestação mais frequente, acometendo de 50 a 70% das puérperas. É definido como estado depressivo mais brando, transitório, que aparece em geral no 3º dia do pós-parto e tem duração aproximada de 2 semanas. Caracteriza-se por fragilidade, hiperemotividade, alterações do humor, falta de confiança em si própria, sentimentos de incapacidade. Depressão pós-parto Menos frequente, manifesta-se em 10 a 15% das puérperas, e os sintomas associados incluem perturbação do apetite, do sono, decréscimo de energia, sentimento de desvalia ou culpa excessiva, pensamentos recorrentes de morte e ideação suicida, sentimento de inadequação e rejeição ao bebê; Psicose Puerperal Manifestação mais rara, ocorre entre 1,1 e 4 para cada 1.000 nascimentos. O início é abrupto, os sintomas surgem até 2 ou 3 semanas pós-parto, ou seja, quando a puérpera já se encontra fora da maternidade. Os sintomas incluem quadro alucinatório delirante, grave e agudo; delírios que envolvem seus filhos; estado confusional; desorganização presente no comportamento. Há risco para a própria mulher e para o bebê e é necessário que se proceda a encaminhamento para especialista em saúde mental. Anamnese Verificar o cartão da gestante e o resumo de alta hospitalar; Condições do atendimento ao parto e ao recém-nascido; Dados do parto (data, tipo de parto, se cesárea, qual a indicação); Se houve alguma intercorrência na gestação, no parto ou no pós-parto (febre, hemorragia, hipertensão, diabetes, convulsões, sensibilização Rh); Se recebeu aconselhamento e realizou testagem para sífilis ou HIV durante a gestação e/ou parto; Uso de medicamentos (ferro, ácido fólico, outros); Exame Físico Direcionado - ATENÇÃO! SSVV; Pele; Mucosas; Mamas; Abdome; Períneo; Loquiação (DEPENDE DA FASE DO PUERPÉRIO) e Membros. Infecção Puerperal No período de involução e recuperação do organismo materno podem surgir infecções e alterações decorrentes da regressão das modificações impostas pela gestação; Infecção Puerperal é qualquer infecção das vias genitais no período de pós-parto recente; Temperatura de 38ºC ou mais, que ocorre em quaisquer dois dos 10 primeiros dias após o parto, excluindo as primeiras 24 horas; A cérvice, feridas vulvares, vaginais e perineais, e ainda, a incisão cirúrgica no parto cesariana fornecem portas de entrada adicionais para a infecção; O parto por cesariana é, isoladamente, o principal fator de risco para a infecção puerperal; Fatores de Risco Qualidade dos cuidados assistenciais; Técnicas de assepsia dos profissionais; Qualidade da técnica cirúrgica e assistência durante o período de trabalho de parto; A invasão do local da inserção da placenta e das incisões, lacerações e escoriações consequentes ao parto, geralmente é polimicrobiana e por microrganismos que fazem parte da microflora do trato genital inferior ou podem ser introduzidas por fontes exógenas. Lesões do períneo, vulva, vagina e cérvice Lesões raras e quando presentes decorrem de manuseio excessivo – episiotomia duplas. Endometrite e miometrite É forma clínica mais frequente de infecção puerperal; Cesarianas e partos vaginais após trabalho de parto prolongado, longo tempo entre amniorrexe e a expulsão do feto e excessiva manipulação intravaginal e intrauterina; O quadro clínico varia de acordo com a extensão da doença. Na endometrite geralmente é leve, apresentando discreta elevação da temperatura; Na miometrite pode manifestar-se com calafrios, febre elevada, dor abdominal, útero amolecido e sub involuído, lóquios com odor fétido; Choque Séptico As formas mais graves de infecção puerperal podem evoluir com grave quadro de infecção sistêmica, com quadro clínico de febre alta contínua, associada a calafrios, taquicardia, hipotensão e confusão mental. Diagnóstico Laboratorial Hemograma; Culturas endometriais Ultrassonografia – avaliação de infecção puerperal por identificar restos placentários, abscessos e hematomas intracavitários ou de parede abdominal; Tomografia computadorizada e ressonância nuclear magnética – avaliam com mais precisão a extensão dos processos infecciosos. A antibioticoterapia endovenosa deve ser mantida até a paciente tornar-se afebril e assintomática por 48 horas; A persistência de febre após 48 horas de antibioticoterapia indica reavaliação da paciente; O tratamento cirúrgico é indicado para remoção de restos placentários através da curetagem uterina; desbridamento de material necrótico em feridas cirúrgicas (perineal e abdominal); drenagem de abscessos (perineal, de parede abdominal e intracavitária); histerectomia. Gestação Gemelar Gestação Múltipla É a gravidez que ocorre com presença de dois ou mais fetos. A mortalidade perinatal aumenta em proporção direta ao número de fetos. Risco maior de prematuridade, retardo de crescimento fetal e, secundariamente, à presença de malformações fetais, alterações placentárias e de cordão, aumento de incidência de doenças como pré- eclâmpsia, etc. Está também aumentado o risco materno pelo aparecimento mais frequente das síndromes hipertensivas, de anemia, de quadros hemorrágicos no parto, polidrâmnio, apresentações anômalas, etc. (Brasil, 2000). Com relação ao parto pré termo (˂37 sem), esse agrava-se em proporção ao número de fetos; Incide em 50% dos gemelares; A duração média da gravidez gemelar é de 260 dias; Da tripla é de 246 dias; Da quádrupla é de 236 dias O peso médio dos gêmeos é de 2.500 g, dos trigêmeos é em torno de 2.000g e dos quadrigêmeos 1.500g. Fatores Predisponentes Idade avançada; Raça negra; Aumento da paridade; História familiar – lado materno; Frequência maior de relações sexuais; Técnicas de indução da ovulação ou de fertilização assistida (clomifene e gonadotrofinas humanas. Diagnóstico Aumento da altura uterina. Palpação de dois polos cefálicos. Sobredistensão uterina. Presença de dois focos, separados a mais de 10 cm e com batimentos diferentes entre si. USG confirma a gravidez múltipla. A melhor época para o diagnóstico da gemelidade pelo USG está entre 6-9 semanas da gravidez, percebe-se um ou mais sacos gestacionais. Em caso de gêmeos é mais comum as malformações, pode-se rastrear cromossomopatias pelo USG no 1º tri. Concepção Gemelar Os gêmeos dizigóticos se formam quando dois espermatozoides fertilizam ovócitos diferentes. Nesse caso, em vez de liberar um ovócito durante a ovulação, a mãe libera dois. Em nascimentos de mais bebês, houve a liberação de mais ovócitos. Por exemplo, em trigêmeos trizigóticos, três óvulos foram fertilizados por três espermatozoides. Gêmeos Dizigóticos Os gêmeos dizigóticos, ou fraternos, podem se apresentar em uma das três combinações: Dois meninos (representa cerca de um quarto de todos os gêmeos dizigóticos); Duas meninas (representa cerca de um quarto de todos osgêmeos dizigóticos); Um menino e uma menina (representa metade de todos os gêmeos dizigóticos). Representam 2/3 dos gemelares, em que a placentação é obrigatoriamente dicoriônica e diaminiótica, embora a placenta possa estar fusionada. Concepção Monozigótica Como os gêmeos monozigóticos se originam do mesmo óvulo fertilizado, eles compartilham um material genético idêntico. Os gêmeos monozigóticos só podem ser do mesmo sexo, significando que há duas combinações possíveis: Dois meninos; e duas meninas. Também possuem o mesmo grupo sanguíneo, as características físicas e as tendências patológicas; Os gêmeos mozigóticos podem corresponder a qualquer tipo de placentação (monocoriônica ou dicoriônica). Gêmeos Idênticos Correspondendo a qualquer tipo de placentação. Podendo as placentas estarem separadas, fusionadas ou compartilhadas. Trigemelar (Trizigóticos ou monozigóticos) Restrição de Crescimento Fetal É preferível que os gêmeos monozigóticos tenham placentas separadas. Em alguns casos, os gêmeos monozigóticos que compartilham uma placenta não irão se desenvolver da mesma forma porque, na verdade, um deles receberá mais nutrientes através da placenta do que o outro. Isso é chamado de restrição do crescimento fetal. Os gêmeos monozigóticos que compartilham uma placenta correm o risco de desenvolver a Síndrome de Transfusão Feto-Fetal (STFF). Transfusão Feto Fetal (TFF) Além da placenta compartilhada, os gêmeos compartilham a mesma circulação, possibilitando, assim, a transfusão de sangue de um gêmeo para outro; O gêmeo doador pode ficar anêmico e será muito pequeno para sua idade gestacional. Por outro lado, o gêmeo receptor terá uma abundância de fornecimento sanguíneo e será bem grande para sua idade gestacional. Além disso, o doador possui uma quantidade perigosamente baixa de líquido amniótico, ao passo que o receptor tem bastante. Essa abundância de líquido pode causar à mãe um desconforto contínuo, dificuldade para dormir e dor. Síndrome da Transfusão Feto Fetal Redução Seletiva Utilizada para gemelaridade discordante e quando um dos conceptos é inviável. Ex: feto normal com o gêmeo anencéfalo; A redução seletiva é realizada pela injeção de kcl no coração ou no tórax fetal, guiada pelo ultrassom vaginal ou abdominal. É preferível executá-la entre 11- 14 semanas; Na monocoriônica o feticídio não pode ser feito com o kcl porque a substância pode entrar na circulação do feto normal. O feticídio terapêutico na gemelaridade monocoriônica pode ser realizado por três técnicas de oclusão do cordão: ligação do cordão fetoscópica, coagulação a laser fetoscópica e coagulação bipolar do cordão guiada pelo ultrassom. Morte Unifetal A morte unifetal até o fim do 1ºtri está associada à completa reabsorção do ovo, podendo não haver evidência da prenhez gemelar no termo ou no parto; Se o feto morre mais tarde, todavia muito antes do termo, a gestação pode continuar com o feto vivo. No parto, o feto morto, juntamente com a placenta e as membranas, será facilmente identificado. Gemelaridade imperfeita Cerca de 1% dos gêmeos monocoriônicos constitui os gêmeos acolados. Ocorre principalmente quando a divisão do ovo fertilizado ocorre após o 13ºdia a partir da fertilização; Em 70% dos casos, os gêmeos acolados são toracópagos; Os 30% restantes são pigópagos (fusão da pelve) ou cefalópagos; Cerca de 50% dos gêmeos acolados são natimortos e 1/3 dos nascidos vivos têm defeitos que não são susceptíveis de cirurgia e por isso morrem no período neonatal. Dos que são operados 60 % sobrevivem. Condutas na gestação Gemelar Consultas mais frequentes, no máximo a cada três semanas. USG mensal para avaliar o crescimento dos fetos. Uso de corticoides entre 26 e 34 semanas. Avaliação da vitalidade fetal. Via de Parto O intervalo entre os dois partos deve ser ao redor de 15 minutos. Se maior que 30 minutos, indica-se a via alta para o segundo gemelar, o que deve ser visto como procedimento de exceção. Seminário de Citomegalovírus O que é o Citomegalovírus? É um vírus da herpes e acomete humanos em todas as populações, em que a infecção pode ser adquirida por meio de contatos com pessoas que estejam excretando o vírus. Algumas pessoas correm o risco de desenvolver os sintomas de infecção por citomegalovírus. Sintomas Febre; Dor muscular e articular; Tremor; Dor abdominal; Tosse não produtiva; Erupção cutânea; Ocorrência de diarreia; Transmissão Existem vários tipos de transmissão: secreções respiratórias, sangue, urina, secreção do colo uterino, esperma e leite materno. Após o contato ocorre a infecção primária que pode perdurar por semana e até anos. Transmissão Vertical Pode ser transmitido de mãe para filho em diferentes momentos: Durante a vida fetal, no momento do parto e durante o aleitamento materno. Mulheres que tiveram o vírus antes de gestar e durante a gestação. A infecção congênita é quando a transmissão de mãe para filho ocorre durante a gestação. Infecção perinatal é aquela que ocorre durante o parto ou aleitamento. Infecção Congênita Embora a grande maioria dos RN seja assintomática ao nascimento, entre 5 e 15% podem ter anormalidades tardias, principalmente surdez neurossensorial. Os sinais clínicos mais frequentemente observados na infecção congênita por CMV: Restrição do crescimento intrauterino. Petéquias. Hepatoesplenomegalia. Icterícia associada à colestase. Hiperbilirrubinemia direta. Microcefalia. Trombocitopenia. Calcificações periventriculares. Aminotransferases séricas aumentadas. Perda auditiva neurossensorial. Diagnóstico Urina e saliva são as amostras clínicas ideais para o diagnóstico da infecção. A presença do citomegalovírus é detectada pelo isolamento viral ou por identificação de DNA viral pela PCR. A pesquisa do CMV deve ser realizada em amostras obtidas antes de 3 semanas de vida. A ausência do vírus na saliva e/ou na urina do nascimento até 2 a 3 semanas de vida exclui o diagnóstico de infecção congênita. A detecção do vírus a partir da 4ª até 12ª semana de vida indica infecção adquirida no período perinatal ou pós-natal precoce. Avaliação Clínica Peso, comprimento e perímetro cefálico; Hepatimetria e tamanho do baço; Fundoscopia ocular ao nascimento e com 12 e 60 meses. Avaliação Auditiva Otoemissões acústicas; Potencial evocado da audição (BERA) ao nascimento, com 3, 6, 12, 18, 24, 30 e 36 meses. A partir dessa idade, audiometria infantil condicionada a cada 6 meses até 6 anos de idade. Imagens de imagem do SNC Tomografia computadorizada de crânio ao nascimento e, se alterada, repetir de acordo com a necessidade clínica. Exames Complementares Hemograma completo com contagem de plaquetas; Bilirrubina total e frações; Transaminases séricas; Exame liquórico: celularidade, proteinorraquia, glicorraquia e pesquisa do DNA do CMV. Critérios de inclusão para tratamento RN sintomáticos com evidências de envolvimento do SNC incluindo calcificações intracranianas, microcefalia, atrofia cortical, surdez neurossensorial, líquor anormal e coriorretinite. RN com quadro de síndrome sepsis-like viral, pneumonite intersticial por CMV. Excluídas outras etiologias. Idade inferior a 1 mês na ocasião do diagnóstico. Administração da droga Ganciclovir, na dose de 8 a 12mg/Kg/ dia, de 12/12 horas, rediluído em soro fisiológico 0,9% ou soro glicosado a 5%, não ultrapassando 10mg/mL, em infusão endovenosa lenta por 1 hora, durante seissemanas. Contraindicações da droga Neutropenia (<500 células/mm3) e plaquetopenia (<50.000/mm3): redução da dose para 4 a 6mg/kg/dia. Creatinina sérica >2,0mg/dL. Se essas alterações persistirem por mais de uma semana ou piorarem, a droga deverá ser suspensa até a normalização dos parâmetros laboratoriais. Controle Laboratorial Hemograma completo com plaquetas, ureia e creatinina, TGO, bilirrubina total e frações, nos dias 3, 5, 7, 10, 14, 17, 21, 28, 35, 42 e 49 de tratamento. Monitorização da virúria: coleta de urina para isolamento viral e PCR nas semanas 1, 2, 4, 6, 8, 10 e 12. Líquor antes do início do tratamento e, se alterado, repetir no dia 42. Tratamento para crianças Quanto mais cedo o bebê tiver contato com o vírus, mais repercussões clínicas vão acontecer, podendo acontecer até mesmo o aborto. Surdez Bebês de tamanho pequeno Má-formação Hepatoesplenomegalia Anemia Petéquias e púrpura Icterícia Perda da visão Além de sequelas neurológicas: Microcefalia Convulsões Falta de coordenação Fraqueza Problemas motores Deficiência Intelectual O reconhecimento da importância clínica do vírus podem reduzir drasticamente a frequência de complicações e o risco de vida desses pacientes, melhorando sua qualidade de vida. A detecção do CMV por técnicas moleculares é mais sensível e preciso do que os métodos tradicionais de sorologia. A técnica de PCR em Tempo Real permite ainda a diferenciação da infecção latente em casos em que há replicação viral. Prevenção da infecção congênita Mesmo que a mulher já tenha tido a infecção primária, ela está sujeita a adquirir infecção pelo CMV; É dever do profissional de saúde esclarecer e orientar todas as gestantes sobre as medidas para prevenção; A gestante deve estar alerta para medidas que reduzem o risco de aquisição de infecção gestacional por CMV. Reforçar hábitos de higiene: lavagem das mãos após contato com pessoas, independentemente de apresentarem ou não a doença. Evitar aglomerações: O contato pessoa a pessoa facilita a contaminação por meio de secreções. Hábitos sexuais: reduzir o número de parceiros sexuais, usar preservativo durante todas as relações sexuais. Mesmo que seja com familiares ou filhos menores: não compartilhar objetos de uso pessoal. Curiosidades No Brasil, a soropositividade para o CMV observada entre gestantes oscila entre 76,6% e 97,5%. A CMV é a principal causa infecciosa de malformação do SNC. O período de incubação é de 28-60 dias. A citomegalovirose primária geralmente é assintomática, mas os indivíduos podem experimentar uma síndrome mononucleose-like. A infecção materna pode ser primária ou recorrente, sendo a chance de infecção congênita maior nos casos de infecção primária. É fundamental que, após o nascimento, a criança seja identificada como portadora de infecção congênita para que possa ter o acesso e ser tratada. Não há, até o momento, nenhuma modalidade de tratamento materno que previna ou reduza a chance de ocorrência de doença fetal. O objetivo do acompanhamento pré- natal é assegurar o desenvolvimento da gestação, permitindo o parto de um recém- nascido saudável. Rubéola O que é rubéola? Doença infectocontagiosa causada pelo Rubella vírus. Transmissão: contato direto através de minúsculas gotas de saliva liberadas no ar ao tossir, espirrar ou falar, ou através da mãe para o feto através da circulação comum. Período de incubação: 14 a 21 dias. Prevenção: vacina tríplice viral. Manifestações Clínicas Característica marcante: manchas rosadas. Febre; Cefaleia; Dor de garganta; Aumento dos gânglios linfáticos. Síndrome da Rubéola Congênita Transmissão vertical. Parto prematuro; Glaucoma; Catarata; Lesões cutâneas; Perda auditiva; Restrição do crescimento intrauterino; Malformação cardíaca; Morte fetal. Prevenção da Transmissão Vertical Esclarecer a população sobre a doença e a importância de vacinação das crianças e mulheres, principal medida de controle para diminuir a circulação do vírus da rubéola, com vistas à prevenção da SRC; Todas as mulheres devem submeter-se à triagem sorológica para rubéola e, se necessário, serem imunizadas, preferencialmente antes da primeira gestação. Filhos de mães imunes geralmente permanecem protegidos por anticorpos maternos em torno de seis a nove meses após o nascimento. A vacina tríplice viral é recomendada para todas as crianças (duas doses), adolescentes e adultos (homens e mulheres), especialmente mulheres que não tiveram o contato com a doença. Gestantes não podem ser vacinadas. As mulheres em idade fértil devem evitar a gestação por 30 dias após a vacinação. Condutas com o bebê Monitorizar o RN, pois quando o diagnóstico é positivo de rubéola para a gestante, não existe nenhuma terapia medicamentosa de evitar a infecção fetal, só resta esperar o nascimento para verificar as consequências da infecção no RN. Pedir exames para avaliar avanços da doença sobre órgãos e sistemas: SNC, olhos, ouvidos, coração, sistema hematopoiético. A criança portadora de rubéola congênita deve permanecer afastada de mulheres susceptíveis na idade fértil, até pelo menos 1 ano de idade, pois a criança é uma fonte de infecção e continuam eliminando o vírus pela nasofaringe e pela urina, a infecção também pode ser transmitida a outras pessoas, sendo assim importante a vacinação dos profissionais de saúde e dos contactantes. Sendo também necessário evitar o contato da gestante com a criança. Toxoplasmose O que é? Toxoplasma gondii é um protozoário intracelular obrigatório. Todo ciclo evolutivo com competência infecciosa. Taquizoítos - ocorrem na fase aguda ou na reagudização da doença (capazes de atravessar placenta e infectar o feto). Bradizoítos - encontram nos tecidos dos seres humanos e de todos os animais infectados pelo protozoário. Esporozoítas - encontram dentro dos oocistos formados exclusivamente no intestino dos gatos (hospedeiro definitivo). Transmissão Hospedeiro definitivo (felinos) ele é encontrado nas células do epitélio intestinal. ● Ingestão de carnes crua ou malpassada. ● Leite ou queijo não pasteurizados. ● Vegetais mal lavados. Que tiveram contato com gatos infectados ou solo contaminado. ● Maneira congênita ● Casos raros: Inalação de aerossóis contaminados, inoculação acidental, transfusão sanguínea e transplante de órgãos. Sintomas Maioria dos casos assintomáticos ou apresenta sintomas bastante inespecíficos que são confundidos, principalmente, com sintomas comuns a outras doenças como dengue. ● São sintomas: febre, dor de cabeça, falta de apetite, ínguas, problemas de visão em crianças, adultos e jovens; ● Lesões no sistema nervoso; ● Retardo mental e defeitos visuais em crianças cujas mães adquiriram toxoplasmose. Transmissão Vertical Ocorre quando a mulher apresenta infecção aguda durante a gestação. Pode gerar sequelas graves ao feto como: surdez, cegueira e atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. Parasitemia materna: infecção aguda na gestação Os taquizoítos infectam e se multiplicam na placenta, chegando a circulação fetal. Reativação da doença em gestantes com infecção crônica pelo toxoplasma e imunossuprimidas. Manifestações Clínicas ● Risco de parto prematuro; ● Danos cerebrais graves no bebê; ● Micro e Macrocefalia; ● Hidrocefalia; ● Retardo neuromotor; ● Estrabismo; ● Crises convulsivas; ● Cegueira; ● Surdez. Condutas com a gestante Condutas com o recém-nascido Prevenção Higienizar corretamente as mãos antes das refeições,após manusear lixo, após o contato com animais, após manipular alimentos e sempre que necessário; ao manipular carnes cruas, procure usar luvas. Evitar manusear terra ou solo e, se necessário, utilizar luvas e higienizar as mãos após a atividade. Consumir apenas água filtrada ou fervida; manter os reservatórios bem fechados. ● Congelar a carne antes do consumo. ● Higienizar tábuas de corte, facas, balcões e pia após a preparação dos alimentos. ● Evitar a contaminação cruzada de alimentos crus com alimentos cozidos. ● Não consumir carnes cruas, mal cozidas ou mal passadas e não provar a carne crua durante seu preparo; cozinhar a carne a pelo menos 67°C. ● Evitar ingerir carnes defumadas ou curadas em salmoura. Não consumir leite e seus derivados crus, não pasteurizados, sejam de vaca ou de cabra. Controlar vetores e pragas (ratos, moscas, baratas e formigas), descartando corretamente o lixo doméstico e os dejetos de animais. Evitar contato com cães que andem soltos. O principal fator de controle para a prevenção da infecção por T. gondii pelo consumo de carne é o cozimento adequado e a prevenção da contaminação cruzada. Incompatibilidade Sanguínea Caso a mãe tenha sangue tipo O, por exemplo, e o feto tenha sangue tipo A ou B, o corpo da mãe produzirá anticorpos anti-A ou anti-B. Esses anticorpos podem atravessar a placenta, fixar-se aos glóbulos vermelhos do feto e provocar sua destruição (hemólise), o que causa anemia leve ou hiperbilirrubinemia. Incompatibilidade pelo Rh Para prevenir problemas no feto, o médico administra imunoglobulinas de anticorpos anti-Rh em mulheres com sangue Rh negativo aproximadamente na 28ª semana, depois de qualquer episódio de sangramento significativo, após o parto e após determinados procedimentos. Complicações na Gravidez São problemas que ocorrem apenas durante a gestação. Elas podem afetar a mulher, o feto ou ambos e surgir várias vezes durante a gestação. No entanto, a maioria das complicações da gravidez pode ser tratada. Incompatibilidade Rh O feto de uma mulher com sangue Rh negativo pode ter sangue Rh positivo, se o pai tiver sangue Rh positivo. O fator Rh é uma molécula presente na superfície dos glóbulos vermelhos em algumas pessoas. Eritrobastose Caracteriza-se como afecção generalizada, acompanhada de destruição das hemácias, anemia e presença de suas formas jovens ou imaturas na circulação periférica fetal (eritoblastos). Pode causar de anemia e icterícia à deficiência mental, surdez, paralisia cerebral, fígado e baço aumentados, e morte do bebê durante a gestação ou após o parto. Ocorre quando a mãe forma anticorpos contra antígenos presentes nas hemácias fetais (herdados do pai), que não estão presentes nas hemácias maternas. A principal causa é o anti-D, mas pode ser causada por outros anticorpos. O exame de tipagem sanguínea é realizado ainda na 1 consulta do pré natal. Condutas Se o fator Rh for negativo e o pai desconhecido ou pai com fator Rh positivo, realizar exame de Combs indireto. Antecedente de hidropisia fetal ou neonatal, independentemente do Rh, realizar exame de Combs indireto. O Combos indireto possibilita identificar se a mãe ainda não produziu os anticorpos. Nesse caso, a mulher deve tomar a imunoglobulina anti-Rh, mais conhecida como vacina anti-Rh ou anti-D. O medicamento bloqueia a produção. A imunoglobulina anti-Rh ou anti-D: é utilizada como precaução. Imunoglobulina Rh 0 (D) Esse tratamento funciona tornando o sistema imunológico da mulher menos capaz de reconhecer o fator Rh em glóbulos vermelhos do bebê, que talvez tenham entrado na corrente sanguínea da mulher. Assim, o sistema imunológico da mulher não produz anticorpos para o fator Rh. Esse tratamento reduz o risco de os glóbulos vermelhos do feto serem destruídos em gestações seguintes de aproximadamente 12% a 13% (sem tratamento) para aproximadamente 0,1%. Se o sangue do feto for Rh negativo ou se os resultados dos exames continuarem a indicar que o feto não tem anemia, a gravidez pode continuar até o fim sem nenhum tratamento. Sífilis Congênita O que é? Infecção de múltiplos sistemas causada pelo Treponema pallidum. Transmitida pela placenta; Caracterizada por sinais precoces e tardios. Sinais Precoces Lesão de pele característica. Linfadenopatia. Hepatoesplenomegalia. Incapacidade de ganhar peso. Secreção nasal sanguinolenta. Fissura perioral. Meningite. Coroidite. Hidrocefalia. Convulsões. Retardo mental. Osteocondrite. Pseudoparalisia. Sinais Tardios Úlcera gomosa. Lesões periostais. Paresias. Tabes. Atrofia óptica. Queratite intersticial. Surdez sensorineural. Deformidades dentárias. Transmissão Sífilis Congênita Precoce A sífilis congênita precoce surge até 0 segundo ano de vida e assintomático ao nascimento com expressão clínica e sinais discretos na criança. O diagnóstico vem por meio de uma avaliação clínica, laboratorial e de estudos de imagem na criança. Características da Precoce Clínicas: petéquias, púrpura, fissura peribucal, síndrome nefrótica, hidropisia, edema, convulsão e meningite. Laboratorial: anemia, leucopenia, trombocitopenia e leucocitose. Sífilis Congênita Tardia Surgem após os 2 anos de vida e pode ser diagnosticada por critérios epidemiológicos, clínicos e laboratoriais. Atento para a possibilidade da criança ter sido exposta ao T. pallidum por meio de exposição sexual. Outras situações: Óbito fetal por sífilis: Todo feto morto, após 22 semanas de gestação ou peso igual ou maior de 500 gramas, cuja mãe portadora de sífilis não foi tratada ou foi inadequadamente tratada. Aborto por sífilis: Define-se aborto por sífilis toda perda gestacional, ocorrida antes de 22 semanas de gestação, ou com peso menor a 500 gramas, cuja mãe é portadora de sífilis e não foi tratada ou foi inadequadamente tratada. Noções Gerais de Neonatologia Neonatologia É o ramo da pediatria que se dedica à atenção do recém-nascido sadio ou enfermo. A palavra neonatologia deriva de natos, que em latim significa nascer e logos, que é tratado ou estudo, então neonatologia é o conhecimento do recém-nascido humano, Finalidade da Neonatologia A neonatologia tem por finalidade a assistência ao recém-nascido, bem como a pesquisa clínica, sendo sua principal meta: a redução da mortalidade e morbidade perinatais e a procura de sobrevivência do recém-nascido nas melhores condições funcionais possíveis. Mortalidade neonatal Atualmente, a mortalidade neonatal é responsável por quase 70% das mortes no primeiro ano de vida e o cuidado adequado ao recém-nascido tem sido um dos desafios para reduzir os índices de mortalidade infantil em nosso país. Taxa de mortalidade neonatal (TMN): é a relação entre o número de mortes de crianças com menos de 28 dias durante o ano pelo número de nascidos vivos no mesmo ano; é expressa por 1.000 nascidos vivos. Taxa de mortalidade neonatal precoce: é a razão entre o número de mortes de crianças com menos de uma semana durante o ano e o número de nascidos vivos no mesmo ano. O valor é expresso por 1.000 nascidos vivos. Taxa de mortalidade perinatal: é a razão entre o número de mortes de uma criança com menos de uma semana durante o ano e o número de nascimentos naquele ano (incluindo natimortos); é expressa por 1.000 nascidos vivos. Óbito fetal, morte fetal ou perda fetal: segundo a OMS, é a morte de um produto da concepção antes da expulsão ou da extração completa do corpo da mãe, independentementeda duração da gravidez; indica o óbito do feto, depois da separação, não respirar nem apresentar nenhum sinal de vida, como batimentos do coração, pulsações do cordão umbilical ou movimentos efetivos dos músculos de contração voluntaria. Unidade neonatal É o setor do hospital destinado a assistir o bebê desde o nascimento até a sua alta. Fluxograma: Sala de parto ou centro cirúrgico, berçário ou UTI neonatal e ALCON; Contato pele a pele por pelo menos 1h para RNs com boa vitalidade ao nascer (a termo); Rotina na sala de reanimação; ALCON. Conceitos Nativivo: produto de um nascimento do feto vivo (quando RN respira ou mostra qualquer evidência de vida). Natimorto: produto de um nascimento do feto morto. Óbito fetal: morte de um produto de concepção antes de sua expulsão. Óbito neonatal: ocorrido em crianças menores de 28 dias de nascimento. Morte neonatal precoce (7 dias) e tardia (28 dias). RN de baixo peso < 2.500g. RN de muito baixo peso < 1500g. RN de extremo baixo peso < 1000g. Nomenclatura por idade gestacional Pré-termo: < 37 semanas de gestação (limítrofe 35-36, moderado 31 – 34, extremo 24-30.) Termo: entre 37 a 41 semanas e 6 dias. Pós-termo: 42 semanas de gestação ou mais. De acordo com o crescimento intrauterino: PIG, AIG e GIG (curva: peso x idade gestacional). Curva de crescimento intrauterino Cálculo de idade gestacional Obstetra – História obstétrica cuidadosamente obtida (DUM) e exames feitos no início da gestação; Pediatra - Pelo exame físico geral - Pelo exame neurológico; RN Pré-Termo É a criança nascida em um período inferior a 37 semanas de gestação, com: 1. Estatura geralmente inferior a 47 cm. 2. Peso geralmente inferior a 2.500 g. 3. Membros compridos em relação ao corpo. 4. Excesso de lanugem. 5. Ausência de vérnix caseoso. 6. Testículos geralmente ausentes da bolsa escrotal. 7. Intenso edema dos grandes lábios. 8. Predisposição às infecções. 9. Reflexos deficientes. 10. Insuficiência respiratória grave. 11. Predisposição à hemorragia. RN a Termo Vérnix caseoso presente. Milium sebáceo presentes na face. Manchas mongólicas que aparecem geralmente na região glútea. Lanugem presentes. O tórax pode apresentar tumefação dos mamilos; O abdome apresenta-se abaulado pelo aumento fisiológico do fígado e baço; Os membros são curtos em relação ao corpo; Perímetro Cefálico - em média, 34 a 35 cm. Microcefalia O Ministério da Saúde mudou os critérios que classificam uma criança como tendo microcefalia. Até então, a pasta considerava que bebês com circunferência da cabeça igual ou menor a 33 cm tinham a malformação. O novo parâmetro passa a apontar microcefalia em crianças com cabeça medindo 32 cm ou menos de circunferência. RN Pós-termo É a criança nascida após 41 semanas de gestação e 6 dias, que apresenta as seguintes características: • Deslocamento quase total do vernix caseoso; • Pele enrugada; • Pouca lanugem; Variação da frequência cardíaca/sofrimento fetal. Estágio 1: O recém-nascido apresenta vernix caseoso e lanugem ausentes ou escassos; Borda livre das unhas ultrapassando a polpa digital; Cabelos muito longos, expressão fisionômica de “envelhecimento” e de “preocupação” e os olhos bem abertos (olhar vígil); Estágio 2: A descamação da pele se faz em grandes placas e estende-se por todo o corpo, alcançando as faces plantar e palmar (“mão de lavadeira”); Estágio 3: Eliminação de mecônio que impregna a pele, unhas, traduzindo sofrimento fetal crônico. Estágio 4: É o grau mais avançado. Os recém-nascidos exibem tegumento de cor amarelo brilhante, decorrente da transformação do mecônio. Eliminações fisiológicas 23% urinam na sala de parto; 99% urinam em 48 horas; Diurese das primeiras 24 horas =15ml. Eliminação de mecônio: 90% nas primeiras 24 horas; considera-se retardo a alimentação após 36-48 horas e pode surgir obstrução intestinal. Método de estimativa da IG no período pós-natal Após o parto, a avaliação da idade gestacional é feita através da observação das características físicas externas, avaliação neurológica ou sistemas de escores que combinam estas avaliações. A observação destas características é feita rotineiramente na Sala de Parto, logo após o nascimento. Método de Capurro Método de avaliação pós-natal da idade gestacional desenvolvido por Capurro, Konichezky e Fonseca, (1978), baseado em 6 itens do exame físico. É de fácil execução, permitindo rápida avaliação da idade gestacional na sala de parto. É mais preciso para estimativa em recém-nascidos com idade gestacional superior a 34 semanas. Capurro somático: textura da pele, pregas plantares, forma da orelha, glândulas mamárias e forma do mamilo. Capurro somático neurológico: textura da pele, forma da orelha, glândulas mamárias, pregas plantares, sinal do cachecol e posição da cabeça ao levantar do RN. Condutas Iniciais Diminuir o máximo possível o período de separação mãe – filho, liberando o RN para o Alojamento Conjunto, tão logo as condições clínicas permitam. O bebê deve ir direto da sala de reanimação para o Alojamento Conjunto. Na sala de reanimação, observar rigorosamente o RN (o ritmo respiratório, palidez, cianose, tremores, gemidos, hipo ou hipertonia, malformações, tipo de choro, etc.). Avaliar a idade gestacional, pesar e classificar o RN, estimando o risco de patologias (monitorização da glicemia com fitas reagentes para RN PIG, GIG, sorologia para infecção congênita, etc..). Aplicar 0,1 ml (1mg) IM de vitamina K1 (Kanakion) para prevenção da doença hemorrágica do RN. Instilar uma gota de nitrato de prata a 1% em cada um dos olhos tanto no RN de parto normal como cesariana e 2 gotas na vagina para a prevenção da gonocócica neonatal. Aplicar o Engerix B® (0,5 ml IM) para todos os RN na prevenção da Hepatite pelo vírus B. Fazer o exame físico completo após o nascimento. Este exame deverá ser minucioso e tem, como objetivos: Detectar anormalidades anatômicas e determinar estado de saúde do RN. Histórico materno: Paridade, antecedentes maternos (uso de drogas, tabagismo, álcool), informações sobre gestações, trabalho de parto e partos anteriores e intercorrências no pré-natal. Histórico familiar: Enfermidades atuais e significantes em membros da família e consanguinidade. Histórico neonatal: Ocorrências no pré-parto e sala de parto, boletim apgar, necessidade de reanimação e amamentação. Placenta: Peso, coloração, odor, relação do peso da placenta com peso do RN (classificação da placenta e do RN) e cordão umbilical. Avaliação da idade gestacional. Medidas ao nascer: peso, comprimento (Rn deitado sobre a régua e a medida feita do calcanhar à protuberância occipital) e perímetro cefálico. Recepção do RN Preparo para a assistência O preparo para atender o RN na sala de parto inclui necessariamente: realização de anamnese materna, disponibilidade do material para atendimento e presença de equipe treinada em reanimação neonatal. Anamnese materna: condições perinatais associadas à necessidade de reanimação neonatal. Material para atendimento: Recepção em Sala de Parto Avaliação da vitalidade ao nascer: Imediatamente após ao nascimento, a necessidade de reanimação depende da avaliação rápida de três situações referentes à vitalidade do concepto, sendo feitas as seguintes perguntas: Gestação a termo?; Respirando ou chorando?; Tônus muscular em flexão? Se a resposta é sim a todas as perguntas, considera-se que o RN está com boa vitalidade e não necessita de manobras comreanimação. A determinação da necessidade de reanimação e a avaliação de sua eficácia dependem da avaliação simultânea de dois sinais: respiração e frequência cardíaca (FC). A frequência cardíaca é o principal determinante da decisão de indicar as diversas manobras de reanimação. Logo após o nascimento, o RN deve respirar de maneira regular e suficiente para manter a FC acima de 100 bpm. A FC é avaliada por meio da ausculta do precórdio com estetoscópio podendo eventualmente ser verificada pela palpação do pulso na base do cordão umbilical. Boletim de Apgar O boletim de Apgar não deve ser utilizado para determinar o início da reanimação, nem as manobras a serem instituídas no decorrer do procedimento. Sua aferição permite avaliar a resposta do RN às manobras realizadas e a eficácia dessas manobras. Se o escore é inferior a sete no 5º minuto, recomenda-se sua aplicação a cada cinco minutos, até 20 minutos de vida. Se, ao nascimento, verifica-se que o RN é a termo, está respirando ou chorando e com tônus muscular em flexão, a criança apresenta boa vitalidade e não necessita de qualquer manobra de reanimação. Após o clampeamento do cordão, o RN poderá ser mantido sobre o abdome e/ou tórax materno, usando o corpo da mãe como fonte de calor, garantindo-se que o posicionamento da criança permita movimentos respiratórios efetivos. O contato pele a pele imediatamente após o nascimento, em temperatura ambiente de 26 graus, reduz o risco de hipotermia em RN a termo que nascem com respiração espontânea e que não necessitam de ventilação, desde que cobertos com campos pré-aquecidos. Nesse momento, pode-se iniciar a amamentação. A organização mundial de saúde, recomenda que o aleitamento materno seja iniciado na primeira hora de vida, pois está associado a menor mortalidade neonatal, maior período de amamentação, melhor interação mãe-bebê e menor risco de hemorragia materna. Laqueadura do cordão umbilical: Fixar o clamp à distância de 2 a 3 cm do anel umbilical, envolvendo o coto com gaze embebida em álcool etílico 70% ou clorexidina alcóolica 0,5%. Em RN de extremo baixo peso, utiliza-se soro fisiológico. Verificar a presença de duas artérias e de uma veia umbilical, pois a existência de artéria umbilical única pode associar-se a anomalias congênitas. Cuidados Iniciais Prevenção da oftalmia gonocócica pelo método de Credé Retirar o vérnix da região ocular com gaze seca ou umedecida com água, sendo contraindicado o uso de soro fisiológico ou qualquer outra solução salina. Afastar as pálpebras e instilar uma gota de nitrato de prata a 1% no fundo do saco lacrimal inferior a cada olho. A seguir, massagear suavemente as pálpebras deslizando-as sobre o globo ocular para fazer com o que nitrato de prata banhe toda a conjuntiva, em que se o RN for do sexo feminino, devemos pingar duas gotas na vagina também. Opções: Eritromicina a 0,5% (colírio) ou Tetraciclina a 1%. Outros Cuidados Antropometria: peso, comprimento e os perímetros cefálicos, torácico e abdominal. Prevenção do sangramento por deficiência de vitamina K: Administrar 1mg (0,1ml) de vitamina K1 por via intramuscular ou subcutânea ao nascimento. Detecção de incompatibilidade sanguínea materno fetal: coletar sangue da mãe e do cordão umbilical para determinar os antígenos dos sistemas ABO e Rh. Não é necessário realizar o teste de Coombs direto de rotina. No caso da mãe Rh negativo, deve-se realizar pesquisa de anticorpos anti-D por meio do Coombs indireto na mãe e Coombs direto no sangue do cordão umbilical. Identificação do RN – pulseiras. Humanização da Assistência Os RN instáveis devem permanecer com suas mães e ser transportados juntos ao alojamento conjunto. Caso haja a necessidade de transporte do RN para outra unidade neonatal, antes do transporte ele sempre deve ser mostrado à mãe novamente. História A obtenção dos primeiros dados é feita pouco tempo antes de seu nascimento. Existe o risco de que nem todas as informações necessárias sejam oferecidas adequadamente por parte da mãe, que pode estar completamente envolvida com o trabalho de parto. Sempre que possível, a obtenção das informações deve ocorrer logo após a entrada da gestante, no início do trabalho de parto, quando a parturiente ainda tem a possibilidade de refletir sobre os questionamentos. Muitos dos dados necessários podem também ser obtidos a partir do cartão do acompanhante pré-natal da gestante, que traz, quando adequadamente preenchido, informações relevantes, e do prontuário médico da paciente. A história clínica do RN deverá conter dados sobre antecedentes dos pais, de outras gestações, partos e evolução das crianças. Ainda deverão contar a evolução da gestação atual, e a evolução do parto e da criança, do nascimento até o momento atual. Exame Físico do RN Observar simetria geral do corpo, postura e tônus. Avaliar textura, umidade, cor e anomalias da pele. Palpar todas as cadeias ganglionares: cervicais, occipitais, submandibulares, axilares, inguinais e descrever anormalidades. Avaliar a cor, umidade e presença de lesões nas mucosas. Na boca, avaliar presença de dentes, tumorações, tamanho e proporcionalidade da mandíbula e fissuras do palato. Avaliar força e mobilidade de todos os membros. Palpar o crânio, identificando fontanelas, suturas e anomalias. Avaliar a presença de deformidades ósseas, inadequações de mobilidade e dor à palpação de todos os ossos e articulações. Avaliar presença de dedos extranuméricos e/ou apêndices digitiformes. Atentar para lesões do plexo braquial podendo estar associado ao estiramento exagerado ou à fratura de clavícula. Realizar manobra de Ortolani. Palpar a linha média da coluna vertebral na busca de espinha bífida, meningocele e outros defeitos, especialmente na região sacrolombar. Avaliar o padrão respiratório quanto à frequência e amplitude dos movimentos, tiragem, retração xifoidiana, batimentos de asas do nariz, estridor expiratório e gemidos. Avaliar na ausculta a presença de creptos, roncos e diminuição do murmúrio vesicular. Avaliar ritmo, frequência cardíaca, bulhas e presença de sopro. Avaliar intensidade e simetria de pulsos nas extremidades (femorais). Observar a forma do abdome e verificar presença de ruídos hidroaéreos. Observar a forma do abdome e verificar a presença de ruídos hidroaéreos. Observar a presença de anomalias abdominais, tais como: escavação acentuada, hérnia diafragmática e visceromegalias. Inspecionar as condições do coto umbilical, inclusive quanto a sinais flogísticos periumbilicais. Observar a presença de anormalidades genitais. Nos meninos, verificar a presença ou ausência de testículos, que podem ser encontrados nos canais inguinais (hidrocele, hipospádia, epispádia). Nas meninas, devemos avaliar a conformação vaginal. Observar a presença de diurese. Avaliar posição e conformação do ânus. Observar a eliminação do mecônio. Realizar estimativa da Idade Gestacional pelo Método Capurro. Patologias Neonatais Doença Hemolítica do RN A Doença hemolítica Perinatal ou Eritroblastose fetal é caracterizada pela destruição dos eritrócitos do feto Rh positivo por anticorpos específicos da mãe Rh negativos o rastreamento começa no pré-natal. O antígeno mais usualmente abrangido no desenvolvimento da doença hemolítica perinatal é o antígeno D, o qual é responsável por definir o tipo sanguíneo Rh Se uma pessoa é D positivo, ela será Rh positivo. Se uma pessoa não possui o antígenoD, ela será Rh negativo. A imunoglobulina utilizada para prevenção de Doença hemolítica é a Anti D e deve ser aplicada até 72 h após o parto ou abortamento. A produção materna A produção materna de anticorpos anti D se dá logo após a primeira apresentação ao antígeno D, nas decorrentes gestações com feto Rh positivos. Os anticorpos anti D, por serem da classe IgG penetram a barreira placentária se ligando aos eritrócitos fetais, começando o processo hemolítico; Teste de antiglobulina (Coombs). O desenvolvimento da Eritroblastose fetal acontece se a mãe desenvolver anticorpos contrários aos eritrócitos do feto, o que acontece unicamente se a mesma já foi sensibilizada previamente por meio de uma transfusão sanguínea incompatível, ou após a primeira gestação de um feto Rh positivo. Eritrobastose Fetal Aumento do fígado e do baço. Pressão no sistema porta fetal. Ascite e aumento de proteínas circulantes. Insuficiência cardíaca congestiva. Retardo do crescimento intrauterino. E no recém-nascido? No útero, a bilirrubina do feto, formada como resultado da hemólise é eliminada parcialmente pela placenta materna; Ao nascer, o RN depende dos seus próprios mecanismos hepáticos para metabolizar a bilirrubina; Sem esses sistemas, a degradação da hemoglobina leva a um acúmulo de bilirrubina, que pode levar kernicterus (lesão no SNC, cérebro apresenta se edemaciado e aumentado, além de apresentar uma coloração amarelo brilhante) Quando excedida a capacidade compensatória do sistema hematopoiético, ocorre profunda anemia, resultando em palidez, sinais de descompensação cardíaca e anasarca. Tratamento em UTI NEO Estabilizar o recém-nascido na sala de parto (reanimação nascido na sala de parto (reanimação cardiovascular, ventilação assistida, drenagem do líquido pleural ou ascético); Avaliação: hidropisia, anemia, hepatoesplenomegalia, púrpura prematuridade e adaptação cardiovascular; Coleta de sangue do cordão para: tipagem ABO e Rh, Coombs direto, hemograma, bilirrubina e proteínas totais/albumina; Providenciar sangue para a necessidade de uma exsanguíneo transfusão precoce. Doença da membrana hialina - prematuros Deficiência de surfactante pulmonar; Resulta em atelectasia, redução da capacidade residual funcional, hipóxia e dificuldade respiratória; Dificuldade de expansão pulmonar; A caixa torácica do RN prematuro é muito complacente, ele tenta superar a complacência reduzida do pulmão com pressões inspiratórias crescentes, gerando retrações na parede do tórax; Troca de ar precária, aumento do espaço morto fisiológico e hipoventilação alveolar; Redução da síntese de surfactante pode levar a hipertensão pulmonar. https://www.youtube.com/watch?v= NBA9iigiDgk&list=PLtFMz2lx- iiJxVdymdFAW5JciRGdzllWk Tratamento em UTI NEO Ambiente termoneutro. Acesso venoso PICC. Nutrição parenteral. Assistência ventilatória. Controle de gasometria e saturação de O2. Uso de surfactante. Taquipneia Transitória do RN Taquipneia sem explicação clínica aparente; Ocorre em recém-nascido a termo e prematuros; https://www.youtube.com/watch?v=NBA9iigiDgk&list=PLtFMz2lx-iiJxVdymdFAW5JciRGdzllWk https://www.youtube.com/watch?v=NBA9iigiDgk&list=PLtFMz2lx-iiJxVdymdFAW5JciRGdzllWk https://www.youtube.com/watch?v=NBA9iigiDgk&list=PLtFMz2lx-iiJxVdymdFAW5JciRGdzllWk Absorção retardada do líquido pulmonar; Aspiração de líquido amniótico e muco; Não há tratamento específico e o desconforto respiratório é autolimitado, quase sempre resolvendo se em 24 a 72 horas; Monitorar FC e FR e avaliar suspensão da sucção no seio materno e oferta de dieta via sonda; Eritema Tóxico Erupção cutânea benigna, autolimitada e idiopática; Geralmente ocorre em RN a termo; As lesões caracterizam se por máculas, pápulas e pústulas eritematosas transitórias, que se iniciam em geral ao redor de 3 a 4 dias de vida e localizam se em fronte, face, tronco e membros, tendendo a poupar palmas das mãos e plantas dos pés. Habitualmente têm evolução rápida, desaparecendo de uma área e surgindo em outra em horas; O diagnóstico é na maioria das vezes clínico; Pode se realizar biópsia nos casos duvidosos; No diagnóstico diferencial devem ser considerados melanose pustular transitória, milium, miliária e impetigo. O tratamento é desnecessário, pois se trata de condição autolimitada. Acne Neonatal Erupção acneiforme benigna e autolimitada, que geralmente acomete o RN com 2 a 4 semanas de vida e mais raramente ao nascer. Os comedões, pápulas inflamatórias e pústulas localizam se na face, tórax, dorso e virilhas. Ocorre igualmente entre os sexos e em torno de 50 dos lactentes. Pode persistir até os 8 meses de vida e em poucos casos até a vida adulta. O tratamento dos casos leves é desnecessário, sendo recomendada apenas limpeza local. Para os casos graves, pode ser utilizado peróxido de benzoíla a 2,5%. Impetigo Inicia se geralmente ao redor de 2 a 3 dias de vida, sob a forma de lesões superficiais vesiculares, pustulosas ou bolhosas, sobre base eritematosa, as quais se rompem facilmente, formando crostas. Localizam se habitualmente em áreas úmidas da pele, como área das fraldas, virilha, axilas e dobras do pescoço. A incidência de impetigo nas unidades de cuidados neonatais é um excelente indicador da qualidade da prevenção de infecções de uma maneira geral. O tratamento do impetigo será tópico ou sistêmico dependendo do estado clínico do RN. Considerando-se que os agentes etiológicos mais frequentes são o Staphylococcus aureus e eventualmente, o Streptococcus beta hemolítico Recomenda se o uso de unguento ou creme de mupirocina a 2 nas lesões. Quando ocorrerem manifestações sistêmicas de infecção, utiliza se a via parenteral, com uso de antibióticos específicos de acordo com a sensibilidade dos micro-organismos. Recomenda se sempre, que a hemocultura seja coletada antes de se iniciar a antibioticoterapia. Método Canguru O Método Canguru é uma política pública e está sendo ampliado e fortalecido no Brasil, uma vez que foi incorporado às ações do Pacto de Redução da Mortalidade Materna e Neonatal. Norma de Atenção Humanizada ao Recém-nascido de Baixo Peso Método Canguru, instituída na Portaria GM/MS nº 1 683 de 12 de julho de 2007. Reduz o tempo de separação entre mãe e recém-nascido e favorece o vínculo; permite um controle térmico adequado; Contribui para a redução do risco de infecção hospitalar; Reduz o estresse e a dor do recém- nascido; Aumenta as taxas de aleitamento materno. Melhora a qualidade do desenvolvimento neurocomportamental e psicoafetivo do recém-nascido; Propicia um melhor relacionamento da família com a equipe de saúde; Possibilita maior competência e confiança dos pais no cuidado do seu filho inclusive após a alta hospitalar; Reduz o número de reinternações; Contribui para a otimização dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva e de Cuidados Intermediários Neonatais. Histórico O Método Canguru foi inicialmente idealizado na Colômbia no ano de 1979 no Instituto Materno Infantil de Bogotá, pelos Dr Reys Sanabria e Dr Hector Martinez, como proposta de melhorar os cuidados prestados ao recém-nascido pré termo naquele país, visando reduzir os custos da assistência perinatal e promover, através do contato pele a pele precoce entre a mãe e o seu bebê, maior vínculo afetivo, maior estabilidade térmica e melhor desenvolvimento. Primeira Etapa Acolher os pais e a família na Unidade Neonatal; Esclarecer sobre as condições de saúde do RN e sobreos cuidados dispensados, sobre a equipe, as rotinas e o funcionamento da Unidade Neonatal; Estimular o livre e precoce acesso dos pais à Unidade Neonatal, sem restrições de horário; Propiciar sempre que possível o contato com o bebê; Garantir que a primeira visita dos pais seja acompanhada pela equipe de profissionais; Oferecer suporte para a amamentação. Estimular a participação do pai em todas as atividades desenvolvidas na Unidade; Assegurar a atuação dos pais e da família como importantes moduladores para o bem estar do bebê; Comunicar aos pais as peculiaridades do seu bebê e demonstrar continuamente as suas competências; Garantir à puérpera a permanência na unidade hospitalar pelo menos nos primeiros cinco dias, oferecendo o suporte assistencial necessário; Diminuir os níveis de estímulos ambientais adversos da unidade neonatal, tais como odores, luzes e ruídos; Adequar o cuidar de acordo com as necessidades individuais comunicadas pelo bebê; Garantir ao bebê medidas de proteção do estresse e da dor. Segunda Etapa Bebê – RN em contato direto com a mãe Estabilidade clínica. Nutrição enteral plena (peito, sonda gástrica ou copo). Peso mínimo de 1.250g. Mãe Desejo de participar, disponibilidade de tempo e de rede social de apoio Consenso entre mãe, familiares e profissionais da saúde; Capacidade de reconhecer os sinais de estresse e as situações de risco do Recém-nascido. Conhecimento e habilidade para manejar o bebê em posição canguru. Terceira Etapa Seguimento ambulatorial agenda aberta. Médicos e enfermeiros. Até 2.500g, após, seguimento de rotina na UBS. Primeira consulta com 48h após a alta. Saúde Mental Em muitos casos de distúrbios psiquiátricos, existe uma incidência significativamente elevada de ausência de formação de uma ligação afetiva ou de prolongadas com os pais e talvez repetidas rupturas dessa ligação, especialmente em momentos primordiais para o desenvolvimento ou estabelecimento dos laços afetivos! Conteúdo de apoio https://www.youtube.com/watch?v= IhKyaqGX_ MQ. https://www.youtube.com/watch?v= 17KtGo6anWw.