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• Pergunta 1 0,4 em 0,4 pontos “O Engenheiro A luz, o sol, o ar livre envolvem o sonho do engenheiro. O engenheiro sonha coisas claras: superfícies, tênis, um copo de água. O lápis, o esquadro, o papel. o desenho, o projeto, o número. o engenheiro pensa o mundo justo, mundo que nenhum véu encobre.” Sendo a razão a marca principal de sua obra, sua poesia jamais é sentimental ou melosa. Criou um estilo seco e despojado de verbalismo. As estrofes são extraídas de um de seus poemas. Seu autor é: Resposta Selecionada: c. João Cabral de Melo Neto. Respostas: a. Cassiano Ricardo. b. Cecília Meirelles. c. João Cabral de Melo Neto. d. Jorge de Lima. e. Manuel Bandeira. Comentário da resposta: Resposta: C Comentário: João Cabral de Melo Neto não apreciava o mundo da poesia por considerá-lo sentimental e sem sentido. Somente quando conheceu a obra de Drummond, Cabral viu na literatura um caminho: um caminho racional, seco e despojado de termos supérfluos. • Pergunta 2 0,4 em 0,4 pontos Indique a alternativa que apresenta João Cabral de Melo Neto como "um poeta cuja poesia versa constantemente sobre o próprio fazer poético". Resposta Selecionada: a. "A luta branca sobre o papel que o poeta evita, luta branca onde corre o sangue de suas veias de água salgada." Respostas: a. "A luta branca sobre o papel que o poeta evita, luta branca onde corre o sangue de suas veias de água salgada." b. "Nas praias do Nordeste, tudo padece com a ponta de finíssimas agulhas: primeiro com as agulhas de luz." c. "O que o mar não aprende do Canavial: a veemência passional da preamar. a mão-de-pilão das ondas na areia, moída e miúda, pilada do que pilar." d. "(O sol em Pernambuco leva dois sóis, sol de dois canos, de tiro repetido. o primeiro dos dois, o fuzil de fogo, incendeia a terra: tiro de inimigo.)" e. "Os rios, de tudo o que existe vivo, vivem a vida mais definida e clara." Comentário da resposta: Resposta: A Comentário: na alternativa A estão trechos poéticos que tratam da luta de um escritor para escrever, ou seja, para enfrentar a folha em branco. Falar da própria arte, do ato de escrever, passou a ser comum após o século XX. • Pergunta 3 0,4 em 0,4 pontos (Enade-2005) Leia o poema a seguir: “Antefinal noturno Dorme, Alonso Quejana. Pelejaste mais do que a peleja (e perdeste). Amaste mais que amor se deixa amar. O ímpeto o relento a desmesura fábulas que davam rumo ao sem-rumo de tua vida levada a tapa e a coice d´armas, de que valeu o tudo desse nada? Vilões discutem e brigam de braço enquanto dormes. Neutras estátuas de alimárias velam a areia escura de teu sono despido de todo encantamento. Dorme, Alonso, andante petrificado cavaleiro-desengano.” Os versos do poema Antefinal noturno têm fortes pontos de contato com estes versos, de um outro poema de Carlos Drummond de Andrade, Consolo na praia: “A injustiça não se resolve. À sombra do mundo errado murmuraste um protesto tímido. Mas virão outros. Tudo somado, devias precipitar-te de vez nas águas. Estás nu na areia, no vento... Dorme, meu filho.” (A rosa do povo) Entre os poemas, há em comum a expressão dos sentimentos: Resposta Selecionada: a. Da impotência do indivíduo e do malogro do ideal. Respostas: a. Da impotência do indivíduo e do malogro do ideal. b. Da amargura amorosa e da vingança reparadora. c. Do ideal religioso e da perseverança inútil. d. Da hipocrisia social e da culpa pessoal. e. Da indignação inútil e do consolo na fé. Comentário da resposta: Resposta: A Comentário: Drummond faz intertexto com a obra Dom Quixote de La Mancha, cujo personagem principal é um eterno lembrete da luta por um ideal e como esse ideal pode dar errado. • Pergunta 4 0,4 em 0,4 pontos “Cidadezinha qualquer Casas entre bananeiras mulheres entre laranjeiras pomar amor cantar. Um homem vai devagar. Um cachorro vai devagar. Um burro vai devagar. Devagar...as janelas olham. Eta vida besta, meu Deus.” Poeta que usa o humor e a ironia da mediocridade da “vida besta” e cuja obra A rosa do povo fala da apreensão da vida: Resposta Selecionada: c. Carlos Drummond de Andrade. Respostas: a. Jorge de Lima. b. Cecília Meireles. c. Carlos Drummond de Andrade. d. Vinicius de Moraes. e. Mário Quintana. Comentário da resposta: Resposta: C Comentário: a principal característica de Drummond é a união de sensibilidade, inteligência e humor. • Pergunta 5 0,4 em 0,4 pontos Um dos aspectos do Modernismo é a consciência do ofício do poeta, da poesia, da palavra, enfim. Destaca o fragmento poético que não é metalinguagem, ou seja, o poema que não fala da própria poesia. Resposta Selecionada: c. “Liberdade, essa palavra/ que o sonho humano alimenta/ que não há ninguém que explique/ e ninguém que não entenda.” Respostas: a. “Mundo mundo vasto mundo,/ se eu me chamasse Raimundo/ seria uma rima, não seria uma solução.” b. “Não faças versos sobre acontecimentos./ Não há criação nem morte perante a poesia.” c. “Liberdade, essa palavra/ que o sonho humano alimenta/ que não há ninguém que explique/ e ninguém que não entenda.” d. “Mas que dizer do poeta/ numa prova escolar?/ Que ele é meio pateta/ e não sabe rimar?” e. “Penetra surdamente no reino das palavras. / Lá estão os poemas que esperam ser escritos.” Comentário da resposta: Resposta: C Comentário: os fragmentos destacados das alternativas A, B, D e E são do poeta Carlos Drummond de Andrade, um dos poetas do Modernismo que tinha como um dos temas a própria poesia. O trecho da alternativa C é de Cecília Meireles e, neste caso, o poema discute uma palavra. • Pergunta 6 0,4 em 0,4 pontos O poema concreto a seguir é de Augusto de Campos. Com base no poema e nos conhecimentos sobre globalização dos mercados, é correto afirmar que: Resposta Selecionada: b. A conexão entre problemas sociais e globalização do mercado está presente no poema. Respostas: a. O poema enaltece a centralidade dos meios de comunicação de massa. b. A conexão entre problemas sociais e globalização do mercado está presente no poema. c. O problema predominante no poema é a mortalidade infantil. d. O poeta concretista não se preocupa em formalizar seu poema e joga no visual um monte de palavras que, em conjunto, não criam sentido. e. A disposição das palavras, no sentido das latitudes, corresponde à importância dos respectivos fenômenos em cada uma das zonas da Terra. Comentário da resposta: Resposta: B Comentário: um dos aspectos importantes a saber sobre o Concretismo e sua época é a relação crítica dos autores contra a cultura de massa, presente na poesia Mercado. • Pergunta 7 0,4 em 0,4 pontos O poema a seguir faz parte da obra No fim das terras, de Milton Torres. Leia-o e indique a afirmação falsa sobre o poema. “Pombal fez Deus um terremoto faço eu mais outro. do que derriba, se as pedras não junta, ajunto-as eu a meu modo: por igual toda a Baixa, a Igreja com o mais parelha. e do Reino a tudo, régua compasso e metro, mas metro sem da rima o martelo e assim me canta o Uraguay martelo bucal e bridão, pelo contrário, são das Luzes o petrecho, mais grão pau as molezas a mexer que do oiro fácil ficaram, molícia já não bastasse dos que raiz dizem ter dos feitos meus tantos, elejo (as sedas sem contar com que vos visto) do Grão-Pará melhor uso que o dita a boa razão a res publica civil e pública padres poucos, servis Coimbra com experiência e o silogismoa menor” TORRES, Milton. No fim das terras. Cotia: Ateliê, 2004, p. 85. Resposta Selecionada: c. O poema não traz sutilezas linguísticas, dando ênfase à questão sociopolítica da história do país. Respostas: a. O poema é um exemplo da aptidão lírica em que se coadunam conhecimento histórico e de mudança epistemológica. b. Marquês de Pombal é caracterizado como déspota (“fez Deus um terremoto faço eu mais outro”). c. O poema não traz sutilezas linguísticas, dando ênfase à questão sociopolítica da história do país. d. O termo “Luzes” relaciona-se com o Iluminismo, pensamento vigente à época em que viveu Pombal. e. Marquês de Pombal formava o lado do governo português em confronto contra os padres jesuítas. Comentário da resposta: Resposta: C Comentário: a afirmativa é falsa porque o trecho como “a tudo, régua compasso e metro, mas metro sem da rima o martelo, e assim me canta o Uraguay” tem construções sutis da língua, em que medida e compasso fundem-se no poema e na música. • Pergunta 8 0,4 em 0,4 pontos O poema a seguir é de Mário Quintana, outro poeta pós-modernista. Neste poema, ele segue, prioritariamente, uma das características de sua época, que é: “O poema Um poema como um gole d’água bebido no escuro. Como um pobre animal palpitando ferido. Como uma pequenina moeda de prata perdida para sempre na floresta [noturna. Um poema sem outra angústia que a sua misteriosa condição de poema. Triste. Solitário. Único. Ferido de mortal beleza.” Resposta Selecionada: d. Reflexão sobre a própria poesia. Respostas: a. Ruptura da estrutura rígida formal de um poema. b. Recorrência aos materiais gráficos e visuais. c. Sintonia com seu tempo político. d. Reflexão sobre a própria poesia. e. União da linguagem poética com a musical. Comentário da resposta: Resposta: D Comentário: a metalinguagem foi um dos tópicos desenvolvidos nas produções literárias pós-modernistas. No poema, Quintana não apenas reflete sobre poesia, mas chega a atribuir ao poema problemas existencialistas, como se o poema fosse um ser humano. • Pergunta 9 0 em 0,4 pontos As letras das músicas de Caetano Veloso podem ser consideradas poemas pós-modernos. Leia os versos finais de Tropicália e assinale a alternativa incorreta: “o monumento é bem moderno não disse nada do modelo do meu terno que tudo mais vá pro inferno meu bem que tudo mais vá pro inferno meu bem viva a banda-da-da Carmem Miranda-da-da-da-da.” Resposta Selecionada: c. Há intertextualidade, ou seja, referência a outros textos, como no caso do verso “que tudo o mais vá pro inferno”. Respostas: a. Tropicália é um exemplo do casamento do texto poético escrito com a música popular. b. Em outro fragmento, há os versos “eu inauguro o monumento/ no planalto central/ do país” mostrando a alienação do Tropicalismo ao valorizar a política. c. Há intertextualidade, ou seja, referência a outros textos, como no caso do verso “que tudo o mais vá pro inferno”. d. Uma das características pós-modernistas é a crítica à cultura pop, representada no verso “Carmem Miranda-da-da-da-da.” e. O texto configura um painel histórico dos anos 1960 no Brasil. • Pergunta 10 0,4 em 0,4 pontos Leia o poema Hino Nacional, de Carlos Drummond de Andrade: “Hino Nacional Precisamos descobrir o Brasil! Escondido atrás das florestas, com a água dos rios no meio, o Brasil está dormindo, coitado. Precisamos colonizar o Brasil. O que faremos importando francesas muito louras, de pele macia, alemãs gordas, russas nostálgicas para garçonnettes dos restaurantes noturnos. E virão sírias fidelíssimas. Não convém desprezar as japonesas. Precisamos educar o Brasil. Compraremos professores e livros, assimilaremos finas culturas, abriremos dancings e subvencionaremos as elites. Cada brasileiro terá sua casa com fogão e aquecedor elétricos, piscina, salão para conferências científicas. E cuidaremos do Estado Técnico. Precisamos louvar o Brasil. Não é só um país sem igual. Nossas revoluções são bem maiores do que quaisquer outras. nossos erros também. E nossas virtudes? A terra das sublimes paixões... os Amazonas inenarráveis... os incríveis João-Pessoas... Precisamos adorar o Brasil! Se bem que seja difícil caber tanto oceano e tanta solidão no pobre coração já cheio de compromissos... se bem que seja difícil compreender o que querem esses homens, por que motivo eles se ajuntaram e qual a razão de seus sofrimentos. Precisamos, precisamos esquecer o Brasil! Tão majestoso, tão sem limites, tão despropositado, ele quer repousar de nossos terríveis carinhos. O Brasil não nos quer! Está farto de nós! Nosso Brasil é no outro mundo. Este não é o Brasil. Nenhum Brasil existe. E acaso existirão os brasileiros?” ANDRADE, Carlos Drummond de. Brejo das almas. Rio de Janeiro: Record, 2001. Indique a afirmação falsa sobre o poema. Resposta Selecionada: b. O texto ressalta a grandeza de nossa pátria. Respostas: a. O título do poema contém grande valor simbólico, algo solene, heroico, histórico. b. O texto ressalta a grandeza de nossa pátria. c. O texto é construído por dois tempos verbais: presente do indicativo e futuro. d. Os versos: “O que faremos importando francesas/ muito louras, de pele macia, /alemãs gordas, russas nostálgicas para/ garçonnettes dos restaurantes noturnos. /E virão sírias fidelíssimas. /Não convém desprezar as japonesas” marcam um novo processo de colonização. e. Percebe-se a influência do estrangeirismo na construção do saber nacional. Comentário da resposta: Resposta: B Comentário: um leitor mais afoito pode considerar que o poema ressalta a grandeza de nossa pátria, não verificando, porém, o tom irônico no texto. 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