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MARIANA MARQUES – T29 INTRODUÇÃO • Correspondem a doenças que afetam a válvula cardíaca mitral, impedindo a sua abertura e/ou o encerramento adequados. • A valva mitral é a valva que separa AE do VE. • Principais valvopatias mitral: ➔ Estenose mitral: consiste no estreitamento do orifício mitral que obstrui o fluxo sanguíneo do AE para o ventrículo esquerdo. ➔ Insuficiência mitral: provoca o fluxo do sangue do ventrículo esquerdo para o AE durante a sístole ventricular. ESTENOSE MITRAL CARACTERÍSTICAS GERAIS: • Doença lenta e gradual, que ocorre quando a valva não consegue abrir de forma adequada, gerando uma redução do diâmetro valvar. • Causa dificuldade de diástole do AE e formação de gradiente de pressão entre AE e VE. • Pode haver um aumento de espessura ou calcificação dos folhetos valvares. • Principal causa: febre reumática. • Afeta principalmente mulheres jovens. DIÂMETRO VALVAR: • Diâmetro valvar mitral normal: 4-6cm. • Diâmetro valvar mitral <1: estenose mitral grave • Diâmetro valvar mitral <1,5: paciente começa a apresentar sintomas. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: • Principal: aumento gradual do átrio esquerdo. • A doença causa congestão pulmonar crônica e hipertensão das artérias pulmonar, causando alterações e falência das câmaras direitas. ➔ A única câmara preservada e poupada de alterações é o ventrículo esquerdo. • Agravantes da doença (aumentam a congestão pulmonar): hipervolemia (gravidez), exercício físico, frequência cardíaca elevada. • Principal sintoma: dispneia aos esforços (principalmente na execução de exercícios físicos). • Outras manifestações clínicas: síndrome de baixo débito, tosse com hemoptise (rotura de capilares pulmonares), dor torácica, disfagia (compressão do esôfago) e rouquidão (compressão do nervo laríngeo recorrente), fibrilação atrial (pode causar fenômenos tromboembólicos e causar AVC). EXAME FÍSICO: • Palpação normal e ictus preservado; • Alterações na ausculta: ➔ Ruflar diastólico (sopro – bater em asa de pássaro ou bater em tambor); ➔ Reforço pré sistólico do ruflar diastólico (intensificação do sopro); ➔ Hiperfonese de B1 (aumento do som da primeira bulha). ➔ Hipofonese de B1 (valva calcificada – é um marcador de gravidade pois indica que a valva está pouco móvel – há dupla lesão mitral: estenose e insuficiência mitral juntas). ➔ Hiperfonese de P2 (hipertensão pulmonar). Observação: para auscultar pacientes com estenose mitral, deve-se realizar uma manobra para intensificar o som, trazendo a valva para mais perto do estetoscópio, chamada de Manobra de Pachon (semi- decúbito lateral esquerdo). EXAMES COMPLEMENTARES: • Ecocardiograma (padrão ouro); ➔ Alterações anatômicas: átrio esquerdo grande com possível calcificação valvar (fica branco). ➔ Mostra o fluxo de sangue turbilhonado; ➔ Possibilita medir a abertura da valva; ➔ Avalia a gravidade da estenose mitral; • Eletrocardiograma: ➔ Presença de sobrecarga de átrio esquerdo (onda P negativa em V1); ➔ Pode haver fibrilação atrial. ➔ Em casos graves pode haver sobrecarga de ventrículo direito. • Radiografia de tórax (presença de sinais de aumento do átrio esquerdo): duplo contorno (átrio esquerdo crescido fazendo sombra) e sinal da bailarina (átrio cresce e empurra brônquio esquerdo). Valvopatia Mitral MARIANA MARQUES – T29 TRATAMENTO: • Clínico: usados para alivio da sintomatologia do paciente, mas não resolve o problema. ➔ Betabloqueadores: diminuem a frequência cardíaca e melhoram a congestão pulmonar. ➔ Diuréticos: diminuem a volemia. • Valvoplastia percutânea por balão: ➔ Tratamento provisório; ➔ Não resolve o problema, mas ganha tempo e alivia os sintomas (usada principalmente para mulheres grávidas – até finalizar a gestação). ➔ A valva não pode estar muito calcificada e nem ser muito espessa. • Cirúrgico (substituição da valva estenosada por): ➔ Válvula biológica (dura 10 anos); ➔ Válvula mecânica (dura 20 anos): é necessário receitar anticoagulante – varfarina), indicado para pacientes sintomáticos com estenose mitral grave. MELHORES OPÇÕES DE TRATAMENTO: • Meninas jovens: prótese biológica (paciente pode engravidar e o merevan que é de ingestão obrigatória é teratogênico). • Pacientes idosos: prótese biológica • Restante da população: prótese mecânica. COMPLICAÇÕES: • Fibrilação atrial, tromboembolia, AVC e endocardite infecciosa. INSUFICIÊNCIA MITRAL CARACTERÍSTICAS GERAIS: • Pode ser aguda ou crônica, causada pelo não fechamento adequado da valva mitral. • Principais causas de insuficiência mitral aguda: ➔ Endocardite infecciosa: toxinas furam o folheto ➔ Prolapso de valva: rompimento da cordoalhas; ➔ Infarto: rompimento do músculo papilar (comum em doença arterial coronariana). • Principais causas de insuficiência mitral crônica: ➔ Febre reumática; ➔ Prolapso: quando um folheto é maior que o outro gerando um degrau que não permite o fechamento correto. Mais comum em pacientes com doença do colágeno que possuem cordoalhas tendíneas afinadas e alongadas (valva mitral fecha para dentro do átrio esquerdo), podendo ou não causar sopro (indicativo de gravidade). ➔ Dilatação do anel da valva mitral (ICC – crescimento do coração afasta as valvas, não conseguindo fechar completamente). MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: • Câmaras cardíacas afetadas: átrio e ventrículo esquerdo (todo o sangue do átrio esquerdo, no batimento seguinte irá para o VE). • Fisiopatologia aguda: mais grave, ocorre repentinamente e deixa paciente mal (edema agudo de pulmão e choque cardiogênico) – rotura abrupta da valva. • Fisiopatologia crônica: as agressões de forma crônica a valva causa dilatação cardíaca (hipertrofia de VE e aumento do AE), permitindo a acomodação do maior volume, assim, o paciente pode ser assintomático por muitos anos (10-15 anos). EXAME FÍSICO: • Agudo: palpação e ictus preservados; • Crônico: ictus desviado (para esquerda e para baixo). EXAME COMPLEMENTAR: • Ecocardiograma; • ECG: apresenta sobrecarga de câmeras esquerdas; • Radiografia de tórax: aumento de área cardíaca. TRATAMENTO: • Aguda: sempre cirúrgico (plastia da válvula ou troca da válvula); • Crônica: acompanhamento + cirurgia (quando começar a apresentar sintomas, pode receitar diuréticos e vasodilatadores (IECA) enquanto aguarda a cirurgia). COMPLICAÇÕES: • Fibrilação atrial e fenômenos tromboembólicos, endocardite infecciosa, progressão para ICC e instabilidade hemodinâmica na IM aguda.
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