Buscar

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 13 VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE FORTALEZA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 13ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE FORTALEZA-CE
O Ministério Público do Estado do Ceará, pelo Promotor de Justiça “in fine” assinada, vem no uso de suas atribuições legais ante Vossa Excelência expor seu parecer na forma que se segue: 
Trata-se de Ação de Dissolução de União Estável c/c Ação de Alimentos e Guarda de Menor com pedido de tutela de urgência, proposta por Maria Luiza Alcântara em face de João Guilherme Novais, parte devidamente qualificada nos autos no curso da ação. Diante de todos os argumentos e provas apresentadas, como juntada de documentos, fica explicito que o requerido tinha uma união estável com a requerente por estarem juntos há 23 anos ininterruptos, que cumpria todas suas obrigações e deveres da União Estável, direitos gerais iguais, como lealdade, respeito, assistência, sustento e guarda paternal que o transmite. Além disso, inclui-se moradia, educação, vestuário e lazer. 
É de se notar também que a situação da requerente contém agravante, pois a mesma encontra-se desempregada, sendo ainda que passou a assumir despesas que não tinha anteriormente, contudo, sabemos que separação causa proporções para problemas psicológicos e a requerente está sendo acompanhada por profissionais desta área. Outros gastos com a criança especial, vem trazendo dificuldade para alimentação no âmbito daquela residência, por se tratar de medicamentos com custos altos, tais responsabilidade sendo dos pais da criança. 
A presente situação tem amparo na legislação. Com efeito, a própria Constituição Federal/88, em seu art. 226 e 227, caput 229 e o Estatuto da Criança e do Adolescente em seu art. 4º que dispõem, in verbis: 
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.
Princípio do Melhor Interesse da Criança - “Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.”.
Em pleito ainda encontra respaldo no Art. 1.584, §2º §3º §4º, para tratar da Guarda Familiar.
“Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser:
I – requerida, por consenso, pelo pai e pela mãe, ou por qualquer deles, em ação autônoma de separação, de divórcio, de dissolução de união estável ou em medida cautelar;
II – decretada pelo juiz, em atenção a necessidades específicas do filho, ou em razão da distribuição de tempo necessário ao convívio deste com o pai e com a mãe.
§1º Na audiência de conciliação, o juiz informará ao pai e à mãe o significado da guarda compartilhada, a sua importância, a similitude de deveres e direitos atribuídos aos genitores e as sanções pelo descumprimento de suas cláusulas.
§2º Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, será aplicada, sempre que possível, a guarda compartilhada.
§3º Para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e os períodos de convivência sob guarda compartilhada, o juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, poderá basear-se em orientação técnico-profissional ou de equipe interdisciplinar.
§4º A alteração não autorizada ou o descumprimento imotivado de cláusula de guarda, unilateral ou compartilhada, poderá implicar a redução de prerrogativas atribuídas ao seu detentor, inclusive quanto ao número de horas de convivência com o filho.
§5º Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a guarda do pai ou da mãe, deferirá a guarda à pessoa que revele compatibilidade com a natureza da medida, considerados, de preferência, o grau de parentesco e as relações de afinidade e afetividade.”
Como exposto, a guarda será exercida por ambos os pais, independente se o Ex-casal tenha convivência amigável ou não, já que se tratam de direitos de ambas as partes envolvidas nessa lide. O que deve ser levado em conta é o interesse e o bem estar do menor. 
Os alimentos em caráter provisórios pleiteados na presente ação têm como objetivo suprir necessidades e promover o sustento dos filhos requerido. Encontra-se previsto no art. 4º da Lei 5.478/68, que dispõe sobre a ação de alimentos, senão vejamos: 
“Art.4º- As despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita”.
“Parágrafo único: Se tratar-se de alimentos provisórios pedidos pelo cônjuge, casado pelo regime da comunhão universal de bens, o juiz determinará igualmente que seja entregue ao credor, mensalmente, parte da renda líquida dos bens comuns, administrados pelo devedor.”
Neste caso, resta nítida a necessidade de fixação de tal provisão legal, face as dificuldade econômica vivenciada pela requerente, o que inevitavelmente reflete no dia a dia familiar. 
Tendo em vista que o Requerido é servidor público estadual e goza de uma remuneração prevista em 24.000,00 mil reais (bruto), com os devidos descontos e tem compromissos assumidos que garantem a retenção em fonte, no seu contracheque fixará o valor líquido de 14.000,00 mil reais, já que o mesmo possui financiamentos. Com fulcro no art. 1.696 do CC.
“Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.” 
É notório que valor pedido de 13.000,00 mil reais do é totalmente incompatível com os moldes legais, previsto em lei, já que seria acima de 90% do salário do Requerido, ao Magistrado que fixe um valor entre 30%-50% sobre o valor líquido para que seja arbitrado o valor da pensão a ser paga a autora desta demanda. 
Todavia, ao se tratar da divisão de bens na dissolução da União Estável, é evidenciado segundo a súmula 380 do STF, no seguinte termo: “Comprovada a existência da sociedade de fato entre concubinos, é cabível a sua dissolução judicial, com a partilha do patrimônio adquirido pelo esforço comum”. 
De acordo com o Código Civil, a união estável é entidade familiar entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família. Ela não configurará se tiver algum dos impedimentos previstos no art. 1521 do Código Civil, entre tanto as causas do art. 1523 não impedirão a caracterização da união estável.
Os bens sejam divididos em partes iguais para ambos envolvidos no processo, para que nenhumas das partes sejam lesadas ou tenha prejuízos em razão de sentença desfavorável, seja levando em consideração o percentual de 50% para cada. 
Desta forma, dou meu PARECER FAVORÁVEL aos pedidos da petição inicial. Peço o DEFERIMENTO ao pedido de condenação do Requerido ao pagamento de pensão alimentícia para que a autora possa subsistir com o mínimo de dignidade, e ainda, os presentes alimentos provisórios, para a criança especial de forma vitalícia já que o mesmo é TOTALMENTE INCAPAZ para realizar atitudes em meia sociedade, então deverão ser os mesmos revertidos em seu proveito. 
Fortaleza, 18 de maio de 2019.
 WASHINGTON J DE A NUNES FILHO
Promotor de Justiça - 3ª Promotoria de Justiça de Fortaleza/CE

Continue navegando