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Biologia molecular e biotecnologia - questões da atividade avaliativa 3 1. Qual a diferença entre Knockout e Knockdown de um gene em um organismo/célula? Cite um método utilizado para realizar cada um destes tipos de alteração gênica. A diferença entre os dois é que enquanto no Knockout um gene específico é inibido de se expressar, substituindo o mesmo por uma versão modificada sua, no Knockdown a expressão de um ou mais genes é reduzida devido à inserção de pequenos fragmentos de DNA ou RNA a partir de uma sequência complementar de um gene ativo ou transcrito pelo RNAm. Um método que pode ser utilizado para realizar essas categorias de alteração gênica é o CRISPR/Cas9, que fará a edição do genoma através da clivagem do DNA pela Cas9. 2. No sistema de RNA de interferência o que faz a enzima DICER e o complexo RISC? A enzima DICER é responsável pela clivagem de RNAi de dupla hélice, formando miRNA ou siRNA que serão posteriormente incorporados no complexo RISC. Este, no que lhe concerne, atua controlando a expressão gênica, inibindo a tradução ou degradando o mRNA. 3. No sistema CRISPR qual a função do RNA guia e o que faz a CAS9? O RNA guia é responsável por indicar à enzima Cas9 qual o trecho de DNA que deverá ser cortado, e a enzima, por sua vez, é a responsável pelo corte do DNA, sendo a principal utilizada para este caso. 4. Proposta de Pesquisa - “Como a utilização da técnica CRISPR/Cas9 para edição gênica pode ocasionar mutações não intencionais (off target) em humanos e a importância do aprimoramento da técnica para evitar o desenvolvimento de novas doenças” 4.1 Resumo A área da biotecnologia tem passado por grandes transformações e inovações desde a descoberta da dupla hélice do DNA, o que possibilita que tecnologias antes vistas como futuristas, como a edição gênica proposta pelo filme GATTACA em 1997, sejam hoje possíveis de serem realizadas precisa e eficientemente. Muitas técnicas de aprimoramento e edição genética já estão sendo colocadas em prática em diversas áreas, especialmente na agricultura, como em plantas com inseticidas naturais feitos a partir da toxina Bt, por exemplo. Na área da medicina, a prática num geral ainda está no início, justamente porque envolve a alteração do genoma humano, então as questões que serão postas em prática devem ser analisadas antes para que os princípios bioéticos não sejam feridos. Paralelamente, estudos continuam sendo feitos e alguns como a técnica CRISPR/Cas9, por exemplo, já estão começando os seus testes clínicos. O sistema CRISPR/Cas9 funciona como um editor genético que pode ser utilizado tanto em plantas quanto em animais, promovendo a alteração ou exclusão de genes que possam causar mutações e estejam associados à manifestação de doenças através da clivagem do DNA por uma enzima endonuclease (Cas9) guiada por uma sequência de RNA, possibilitando, desta forma, a exclusão completa ou o silenciamento de genes deletérios. Nos últimos anos, esse sistema teve um avanço no aprimoramento de suas técnicas de edição genômica e está começando a ser utilizado clinicamente no tratamento de doenças severas, e os resultados obtidos têm sido surpreendentes. Por ser uma técnica relativamente recente e muito versátil, ainda não se tem certeza de todos os efeitos que a utilização desse sistema pode causar em diferentes aplicações. Um exemplo de caso que pode conferir grandes problemas ao indivíduo é durante a edição genética de determinado gene visado (on target) que pode levar a alguma mutação simultânea inesperada em outra parte do genoma, chamada mutação indesejada (off target). A mutação off target ocorre devido à ação inespecífica da enzima Cas9, de forma não intencional, visto que os primers precisam de poucos pares de base, o que proporciona um risco maior de ele se emparelhar com outros genes e gerar mutações a partir disso, podendo chegar a ocorrer a uma frequência de ~ 50% dos casos, o que pode causar instabilidade genômica e atrapalhar a funcionalidade de genes normais, sendo por este motivo tão preocupante para as aplicações clínicas terapêuticas. Essa categoria de mutação é difícil de ser detectada quando comparada à mutação on target, porque não se sabe quantas ou onde ela se encontra no genoma. O gRNA ainda está sendo estudado para servir como um indicador da localização e identificador da atividade dos genes off target baseado em como estes podem se manifestar. Isso porque o gRNA consegue realizar uma seleção cuidadosa e com uma variante de nuclease apropriada pode reduzir significativamente o risco de mutações off target. Mesmo que o sistema CRISPR/Cas9 seja altamente específico, ainda é necessário avaliar experimentalmente os gRNAs candidatos para garantir que seu funcionamento seja adequado para atender ao objetivo sem apresentar riscos ao paciente. 5. Objetivo específico 5.1 Objetivo: Apresentar o principal efeito reverso causado pela utilização da técnica de edição gênica CRISPR/Cas9, a mutação off target em genes não-alvo em humanos e a importância de sua detecção utilizando gRNAs e do aprimoramento da técnica de forma adequada a sua aplicação em humanos com uma frequência de erros de mutação reduzidos. 6. Referencial teórico Urnov, F.D. CRISPR–Cas9 can cause chromothripsis. Nat Genet 53, 768–769 (2021). [Acessado 31 Outubro 2021]. Disponível em: <https://doi.org/10.1038/s41588-021-00881-4> Sganzerla, Anor e Pessini, Leo. Edição de humanos por meio da técnica do Crispr-cas9: entusiasmo científico e inquietações éticas. Saúde em Debate [online]. 2020, v. 44, n. 125 [Acesso em 31 Outubro 2021] , pp. 527-540. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0103-1104202012519>. Xiao-Hui Zhang, Louis Y Tee, Xiao-Gang Wang, Qun-Shan Huang, Shi-Hua Yang, Off-target Effects in CRISPR/Cas9-mediated Genome Engineering, Molecular Therapy - Nucleic Acids. Volume 4, 2015, e264, ISSN 2162-2531. [Acesso em 31 Outubro 2021]. Disponível em: <https://doi.org/10.1038/mtna.2015.37>. Julia Zischewski, Rainer Fischer, Luisa Bortesi, Detection of on-target and off-target mutations generated by CRISPR/Cas9 and other sequence-specific nucleases. Biotechnology Advances, Volume 35, Issue 1, 2017, Pages 95-104, ISSN 0734-9750. [Acesso em 1 de novembro de 2021]. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.biotechadv.2016.12.003>.
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