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PLANO DE NEGÓCIOS: SOLUÇÕES DE LOGÍSTICA DE ABASTECIMENTOS E GESTÃO DE FROTAS PARA AVIAÇÃO Raphael Monte dos Santos Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia de Naval e Oceânica da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientador: Floriano Carlos Martins Pires Júnior Coorientadora: Maria Alice Ferruccio da Rocha Rio de Janeiro Março de 2019 ii PLANO DE NEGÓCIOS: SOLUÇÕES DE LOGÍSTICA DE ABASTECIMENTOS E GESTÃO DE FROTAS PARA AVIAÇÃO Raphael Monte dos Santos PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE ENGENHARIA NAVAL E OCEÂNICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO. Examinado por: ________________________________________________ Prof. Floriano Carlos Martins Pires Jr, D. Sc. ________________________________________________ Prof. Maria Alice Ferruccio da Rocha, D.Sc ________________________________________________ Prof. Luiz Felipe Assis, D.Sc. ________________________________________________ Eng. Marcos Bernardes Cozzolino do Nascimento RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL MARÇO de 2019 iii Santos, Raphael Monte dos Plano de Negócios: Soluções de Logística de Abastecimentos e Gestão de Frotas para Aviação/ Raphael Monte dos Santos – Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2019. X, 11, XX 70 p.: il.; 29,7 cm. Orientador: Floriano Carlos Martins Pires Júnior Coorientadora: Maria Alic e Ferruccio da Rocha Projeto de Graduação – UFRJ/ POLI/ Curso de Engenharia de Naval e Oceânica, 2019. Referências Bibliográficas: p. 75-76 1. Elaboração de um plano de negócios para o lançamento de um novo negócio em uma empresa no mercado de aviação. I. Júnior, Floriano Carlos Martins Pires e Rocha, Maria Alice Ferruccio da II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, Curso de Engenharia Naval e Oceânica. III. Titulo. iv AGRADECIMENTOS Agradeço a todo suporte que sempre tive dentro de casa, ao meu pai e minha vó que sempre estiveram presentes e me apoiando durante todo meu caminho, sem vocês eu não estaria aonde estou hoje. Ao meu irmão, que já me atura a 27 anos e estamos cada vez mais próximos. A minha namorada, por todo amor, carinho e companheirismo. Agradeço aos meus amigos, os de longa data e os que fiz durante esses anos de faculdade, por estarem presentes na minha vida. Agradeço aos meus professores pela formação que tive dentro dessa universidade e aos meus orientadores por toda paciência e compreensão. Agradeço aos meus colegas de trabalho, que tornam meus dias mais divertidos e meus chefes pela oportunidade e o apoio para desenvolver esse projeto. Renovar-se faz parte do processo de viver! v Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro de Produção. Plano de Negócios: Soluções de Logística de Abastecimentos e Gestão de Frotas para Aviação Raphael Monte dos Santos Março/2019 Orientador: Floriano Carlos Martins Pires Júnior Coorientadora: Maria Alice Ferruccio da Rocha Curso: Engenharia Naval e Oceânica Resumo Neste trabalho será apresentado o desenvolvimento de um Plano de Negócios para uma empresa que atuará no setor de aviação brasileiro, com foco em resolver problemas logísticos de abastecimento e gestão de frota, por meio do fornecimento de um cartão de combustível e uma plataforma online para gestão de frota. Este será composto pelos planos de Gestão, Marketing e Operação, que possuem como objetivo a traçar diretrizes para a gestão da empresa, baseado em análises estruturadas levando em consideração o ambiente em que está inserida e seus participantes. Palavras-chave: aviação, combustível, frota, gestão, plano de negócios. vi Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements for the degree of Naval and Marine Engineer. Business Plan: Solutions of Logistics of Supplies and Aviantion Fleet Management Raphael Monte dos Santos March/2019 Advisor: Floriano Carlos Martins Pires Júnior Co-advisor: Maria Alice Ferruccio da Rocha Course: Naval and Marine Engineering Abstract This paper will present the development of a Business Plan for a company that will work in the Brazilian aviation sector, focusing on solving logistics problems of supply and fleet management, through the provision of a fuel card and an online fleet management platform. This will be composed of the Management, Marketing and Operation plans, which aim to establish guidelines for the management of the company, based on structured analyzes taking into account the environment in which it is inserted and its participants. Keywords: aviation, fuel, fleet, management, business plan. 1 Sumário 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 6 2 PLANO DE GESTÃO PARA O LANÇAMENTO DE UM NOVO NEGÓCIO EM UMA EMPRASA DE GESTÃO DE FROTA E ABASTECIMENTOS PARA AVIAÇÃO ............................................................................................................ 8 2.1 ANÁLISE CAMGPEST ......................................................................... 8 2.1.1 Aviação no Brasil ............................................................................ 10 2.1.2 Combustíveis de aviação ................................................................ 12 2.1.3 Combustíveis alternativos ............................................................... 15 2.1.4 Operadores ...................................................................................... 16 2.1.5 Modelos Licitatórios ....................................................................... 16 2.1.6 Política Tributária para do Querosene de Aviação (QAV) ............. 18 2.1.7 Maturidade para Pagamentos Digitais ............................................ 19 2.2 FORÇAS DE POTER ........................................................................... 20 2.2.1 Poder de barganha com fornecedores ............................................. 20 2.2.2 Ameaça de produtos substitutos ..................................................... 21 2.2.3 Poder de barganha com clientes ...................................................... 21 2.2.4 Ameaça de novos entrantes ............................................................. 22 2.2.5 Rivalidade entre concorrentes ......................................................... 22 2.2.6 Força dos Órgãos Reguladores ....................................................... 23 2.3 ANÁLISE SWOT ................................................................................. 24 2.3.1 Matriz SWOT ................................................................................. 25 2.3.2 Considerações ................................................................................. 25 2.4 MODELOS DE NEGÓCIO – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............. 27 2 2.5 CANVAS .............................................................................................. 29 2.5.1 Segmento de Clientes ...................................................................... 30 2.5.2 Proposta de Valor ............................................................................ 33 2.5.3 Canais .............................................................................................. 35 2.5.4 Relacionamentocom o Cliente ....................................................... 37 2.5.5 Fontes de Receita ............................................................................ 38 2.5.6 Recursos Principais ......................................................................... 40 2.5.7 Atividades-chave ............................................................................ 41 2.5.8 Parceiros Principais ......................................................................... 43 2.5.9 Estrutura de Custo ........................................................................... 45 2.6 MISSÃO, VISÃO E VALORES .......................................................... 46 2.6.1 Missão ............................................................................................. 46 2.6.2 Visão ............................................................................................... 47 2.6.3 Valores ............................................................................................ 47 2.7 SEGMENTAÇÃO DO MERCADO .................................................... 47 2.7.1 Segmento Privado ........................................................................... 48 2.7.2 Segmento Público ........................................................................... 51 2.8 Diretrizes da Gestão .............................................................................. 54 2.8.1 Primeira diretriz: Fidelizar os clientes enquanto não existem concorrentes ........................................................................................................ 54 2.8.2 Segunda diretriz: Manter-se atualizado tecnologicamente ............. 54 3 2.8.3 Terceira diretriz: Desenvolver plataforma intuitiva de fácil manuseio ........................................................................................................ 54 3 PLANO DE MARKETING PARA O LANÇAMENTO DE UM NOVO NEGÓCIO EM UMA EMPRASA DE GESTÃO DE FROTA E ABASTECIMENTOS PARA AVIAÇÃO .......................................................................................................... 55 3.1 OS 7P’S ................................................................................................. 55 3.1.1 Produto ............................................................................................ 56 3.1.2 Praça ................................................................................................ 56 3.1.3 Preço ............................................................................................... 57 3.1.4 Promoção ........................................................................................ 57 3.1.5 Pessoas ............................................................................................ 58 3.1.6 Processos ......................................................................................... 59 3.1.7 Público Alvo ................................................................................... 61 3.2 Diretrizes do Marketing ........................................................................ 62 3.2.1 Primeira diretriz: Desvincular a marca da distribuidora ou revenda .. ........................................................................................................ 62 3.2.2 Segunda diretriz: Buscar novas demandas de serviço atreladas ao mercado de aviação ................................................................................................ 63 3.2.3 Tornar-se uma marca forte no setor ................................................ 63 4 PLANO DE OPERAÇÕES PARA O LANÇAMENTO DE UM NOVO NEGÓCIO EM UMA EMPRASA DE GESTÃO DE FROTA E ABASTECIMENTOS PARA AVIAÇÃO .......................................................................................................... 64 4.1 CADEIA DE VALOR .......................................................................... 64 4.2 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL .................................................. 64 4.3 FLUXOS DA OPERAÇAO .................................................................. 65 4 4.3.1 Fluxo – Credenciamento Parceiro revendedor ................................ 66 4.3.2 Fluxo – Cadastro Cliente Final ....................................................... 67 4.3.3 Fluxo – Solicitação de Cartão Pré-pago ......................................... 68 4.3.4 Fluxo – Dinâmica do Abastecimento .............................................. 69 4.3.5 Fluxo – Alocação de Saldo ............................................................. 70 4.3.6 Fluxo – Cartão de “Crédito” ........................................................... 71 4.4 Diretrizes da Operação .......................................................................... 72 5 CONCLUSÃO ............................................................................................. 73 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 75 Índice de Figuras Figura 1. Infográfico da distribuição de aeronaves por estado e segmento ........ 11 Figura 2. Infográfico da evolução das vendas de QAV no Brasil ...................... 14 Figura 3. Infográfico da evolução das vendas de GAV no Brasil ...................... 14 Figura 4. Parcela do combustível no custo de empresas aéreas ......................... 19 Figura 5. As cinco forças de Porter .................................................................... 20 Figura 6. Matriz SWOT ...................................................................................... 25 Figura 7. CANVAS proposto para nova empresa .............................................. 30 Figura 8. Fases do Canal .................................................................................... 35 Figura 9. Tipos de Instituição de Pagamento ..................................................... 44 Figura 10. Segmentação do Mercado - Setor Privado ........................................ 49 Figura 11. Segmentação do Mercado - Setor Público ........................................ 51 Figura 12. Cadeia de Valor ................................................................................. 64 5 Figura 13. Estrutura Organizacional ................................................................... 65 Figura 14. Fluxo Operacional – Credenciamento ............................................... 66 Figura 15. Fluxo Operacional - Cadastro Cliente ............................................... 67 Figura 16. Fluxo Operacional - Solicitação Cartão Pré-pago ............................. 68 Figura 17. Fluxo Operacional - Dinâmica do abastecimento ............................. 69 Figura 18. Fluxo Operacional - Alocação de Saldos .......................................... 70 Figura 19. Fluxo Operacional – Crédito ............................................................. 71 6 1 INTRODUÇÃO A motivação de estar realizando um projeto fora do escopo de Engenharia Naval se deu ao fato de trabalhar em uma empresa do setor de aviação, que opera como revendedora de combustíveis na região sudeste. Esta, está presente em diversos aeroportos pelo Brasil, em parceria com uma das três grandes distribuidoras de combustíveis presentes no mercado de aviação. Em 2018, surgiu a oportunidade de iniciar um projeto para a estruturação de uma nova empresa, desvinculada a atual, que irá atuar em um novo segmento do setor de aviação. Quando se trata de novas empresas, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cita em estudo que a sobrevivência das empresas com três anos de idade está na faixa de 49,4% a 55,0%, analisando empresas abertas entre os anos de 2010 e 2016 (IBGE, 2018). Um dos motivos pela baixa sobrevivência das empresas é a falta de planejamento e estruturação prévia do negócio. Sendo assim, a elaboração de um Plano de Negócios, se torna uma importante ferramenta para a estruturação sólida,de uma nova empresa. A elaboração de um plano de negócios permite aos empreendedores aprimorar suas ideias, avaliar as oportunidades e dificuldades dos negócios, realizar previsões e estimativas, e traçar planos de ações para a fase de implementação do projeto. Mesmo com tudo previamente planejado, não é certeza de que novos problemas não irão surgir, porém a caminhada da empresa pode ser muito mais objetiva e com foco determinado. Deste modo, com o know-how do mercado de combustíveis de aviação e a vontade de empreender, será apresentado neste trabalho, em parte, no formato de um plano de negócio, a estruturação de uma empresa que irá prover soluções de abastecimento, através do uso de um cartão de combustível e uma plataforma de gestão de frotas. Estes serão 7 melhor detalhados ao longo do projeto, identificando as dificuldades para implementação e os benefícios que esta solução irá trazer. A metodologia a ser aplicada nesse projeto será composta de um estudo do atual panorama do mercado de combustíveis de aviação e dos fatores que cercam o meio em que o novo negócio estará inserido, seguida por uma revisão bibliográfica de temas relacionados a empreendedorismo, startup e Design Thinking, com aplicação na criação de um plano de negócios. Este trabalho se limitou a desenvolver os planos de gestão, de marketing e de operações. Não estão no escopo os planos financeiro e jurídico. Para cada plano estruturado, serão realizadas as análises e estudos pertinentes. Este trabalho está dividido em três capítulos principais. O capítulo 2 tem como objetivo apresentar o Plano de Gestão da empresa, aonde serão identificadas as forças, fraquezas, ameaças e oportunidades que o mercado impõe sobre a empresa, bem como será realizada a estruturação do conceito do negócio. O capitulo 3 irá apresentar o Plano de Marketing, que irá buscar conhecer as necessidades e desejos dos seus consumidores. O capitulo 4 apresentará o Plano de Operações, aonde serão traçados os fluxos operacionais para a empresa. 8 2 PLANO DE GESTÃO PARA O LANÇAMENTO DE UM NOVO NEGÓCIO EM UMA EMPRASA DE GESTÃO DE FROTA E ABASTECIMENTOS PARA AVIAÇÃO 2.1 ANÁLISE CAMGPEST Na análise das variáveis Política, Económica, Social e Tecnológica, chamada de Análise PEST, consiste num enquadramento de fatores macro ambientais usados como uma ferramenta na gestão estratégica de empresas. A ferramenta foi posteriormente complementada por Ferruccio (2015), com a agregação de fatores Culturais, Ambientais, Mercadológicos e Geográficos, expandindo assim o acrônimo para CAMGPEST. Ao longo da análise CAMGPEST em relação ao ambiente em que estará inserida a empresa, será abordado do ponto de vista cultural, o momento atual é de receptividade a novas tecnologias e soluções que tragam maior facilidade para o usuário, facilitando seu dia a dia, porém ainda existem deficiências estruturais em alguns estados para a plena implementação da mesma; do ponto de vista ambiental, a preocupação com a utilização de combustíveis fósseis é um assunto cada vez mais presente, a busca por novas tecnologias é constante, contudo a elaboração de novos combustíveis para aviação ainda se encontram em estágios iniciais e caso venham a surgir novos combustíveis ainda serão revendidos em loco nos aeroportos; do ponto de vista mercadológico, o mercado de combustíveis de aviação tem um tamanho considerável e não vem sendo explorado no segmento proposto para esta nova empresa, da mesma forma como o setor de licitações públicas, na modalidade de cartão de combustível, tenderá s ser um nicho de mercado muito forte; do ponto de vista geográfico, ainda existem limitações em aeroportos nas regiões Norte e Nordeste, ainda mais tratando-se de aeroportos em cidades do interior, onde a relação com o revendedor será mais complicada para inserção de novas tecnologias; do ponto de vista político, diversos estados vem aplicando reduções de 9 impostos para o combustível de aviação de forma a estimular o consumo e movimentar o setor e o modelo licitatório utilizado por Órgãos Públicos, para aquisição de combustíveis de aviação vem passando por uma reformulação, que irá fornecer novas oportunidades de mercado.; do ponto de vista econômico, a retomada da economia que vem ocorrendo após a crise de 2014 é um ponto fundamental para o crescimento do setor de aviação, devido a maior necessidade de circulação de pessoas e maior capital disponível para gastos com aviação; do ponto de vista social população passou a usar mais o aviação como meio de transporte tanto para negócios quanto para o lazer; do ponto de vista tecnológico, a maturidade dos pagamentos digitais no Brasil, buscando o melhor entendimento do quão preparado está o Brasil novos meios de pagamento (Quadro 1). VARIÁVEIS CAMGPEST ANÁLISE INTENSIDADE DA VARIÁVEL AMEAÇA OU OPORTUNIDADE Culturais O momento atual é de receptividade a novas tecnologias e soluções que tragam maior facilidade para o usuário, facilitando seu dia a dia, porém ainda existem deficiências estruturais em alguns estados para a plena implementação da mesma. Baixa (1) OPORTUNIDADE Ambientais A preocupação com a utilização de combustíveis fósseis é um assunto cada vez mais presente, a busca por novas tecnologias é constante, contudo a elaboração de novos combustíveis não irá ter impacto na modalidade de venda, ainda serão necessários meios de pagamentos para as transações e o fornecimento se dará dentro dos aeroportos e combustíveis apropriados para a aviação Baixa (1) AMEAÇA Mercadológicos O mercado de combustíveis de aviação tem um tamanho considerável e não vem sendo explorado no segmento proposto para esta nova empresa, da mesma forma como o setor de licitações públicas, na modalidade de cartão de combustível, tenderá s ser um nicho de mercado muito forte. Alta (3) OPORTUNIDADE Geográficos/ Demográfico Ainda existem limitações em aeroportos nas regiões Norte e Nordeste, ainda mais tratando-se de aeroportos em cidades do interior, onde a relação com o revendedor será mais complicada para inserção de novas tecnologias. Alta (3) AMEAÇA Política/Legal Diversos estados vêm aplicando reduções de impostos para o combustível de aviação de forma a estimular o consumo e movimentar o setor. O modelo licitatório utilizado por Órgãos Públicos, para aquisição de combustíveis Média (2) OPORTUNIDADE 10 de aviação vem passando por uma reformulação, que irá fornecer novas oportunidades de mercado. Económica A retomada da economia que vem ocorrendo após a crise de 2014 é um ponto fundamental para o crescimento do setor de aviação, devido a maior necessidade de circulação de pessoas e maior capital disponível para gastos com aviação. Média (2) OPORTUNIDADE Social A população passou a usar mais a aviação como meio de transporte tanto para negócios quanto para o lazer. Alta (3) OPORTUNIDADE Tecnológica A maturidade dos pagamentos digitais no Brasil, buscando o melhor entendimento do quão preparado está o Brasil novos meios de pagamento. Alta (3) Sul/Sudeste Média (2) Outras regiões do Brasil OPORTUNIDADE Quadro 1. Análise CAMGPEST Fonte: Autor 2.1.1 Aviação no Brasil A frota aérea Brasileira civil é o conjunto de aeronaves com fins não militares, ou seja, uso comercial ou privado. É possível categorizá-la em três classificações: aviação comercial, aviação geral e aviação experimental. A aviação comercial engloba todo serviço de passageiro e carga seja ele regular (linhas aéreas) ou não regular. A aviação geral inclui aviões de propriedade particular, serviços aéreos especializados, aeronaves de instrução, dentre outros. Por fim, a aviação experimental compreende aeronaves com fins experimentais e desportivas como planador, ultraleve, balão e helicóptero ultraleve. Santos(2018) afirma que a região sudeste concentra grande parte da frota Brasileira, contendo expressivos 86% na aviação comercial, setor que apresenta maior consumo de combustíveis, e 43% da aviação geral, setor no qual será o foco de atuação desta nova empresa. As regiões Sul e Centro-Oeste se encontram nas posições secundárias, porém ainda com uma frota relevante na aviação geral, como se pode ver nas tabela1 e na figura 1 respectivamente: 11 Tabela 1.Distribuição da frota de aeronaves por estado e segmento Fonte: Anuário Brasileiro de Aviação Civil 2018 (SANTOS, 2018) Figura 1. Infográfico da distribuição de aeronaves por estado e segmento Fonte: 3º Anuário Brasileiro de Aviação Civil (SANTOS, 2018) Estados Aviação Comercial % Aviação Experimental % Aviação Geral % Total 2017 % SP 414 61% 1.866 31% 3.968 26% 6.248 28,4% MG 5 1% 565 10% 1.319 9% 1.889 8,6% PR 30 4% 530 9% 1.096 7% 1.656 7,5% MT 2 0% 164 3% 1.354 9% 1.520 6,9% RS 1 0% 455 8% 999 7% 1.455 6,6% GO - 0% 247 4% 1.190 8% 1.437 6,5% RJ 164 24% 360 6% 774 5% 1.298 5,9% PA 23 3% 82 1% 884 6% 989 4,5% MS - 0% 98 2% 720 5% 818 3,7% SC - 0% 352 6% 377 2% 729 3,3% DF 4 1% 275 5% 331 2% 610 2,8% BA 5 1% 182 3% 396 3% 583 2,7% CE 6 1% 116 2% 203 1% 325 1,5% AM 18 3% 51 1% 237 2% 306 1,4% MA - 0% 75 1% 228 1% 303 1,4% RO - 0% 77 1% 184 1% 261 1,2% ES - 0% 84 1% 147 1% 231 1,1% TO 1 0,1% 50 1% 165 1% 216 1,0% RR 2 0,3% 33 1% 175 1% 210 1,0% PE 2 0,3% 70 1% 128 1% 200 0,9% PI - 0% 49 1% 133 1% 182 0,8% RN - 0% 73 1% 41 0% 114 0,5% PB - 0% 33 1% 68 0% 101 0,5% AL - 0% 18 0,3% 79 1% 97 0,4% AC 3 0,4% 6 0,1% 71 0,5% 80 0,4% AP - 0% 12 0,2% 59 0,4% 71 0,3% SE - 0% 12 0,2% 22 0,1% 34 0,2% Total 680 5.935 15.348 21.963 Distribuição da Frota por Estados 12 2.1.2 Combustíveis de aviação Os combustíveis para aviação podem ser de dois tipos: o querosene de aviação (QAV ou JET-A1), utilizado em aviões e helicópteros dotados de motores à turbina, como jato-puro, turboélices e a gasolina de aviação (GAV ou AVGAS), utilizado predominantemente em aviões de pequeno porte, que possuem motores com ignição por centelha. O país conta com dezesseis refinarias, das quais nove produzem QAV e apenas uma produz GAV. Além disso, há 38 agentes autorizados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) ao exercício da atividade de importação de QAV (ANP, 2019). Nas tabelas 2 e 3, a seguir, pode-se ver a produção do QAV e GAV, em metros cúbicos (m³), no Brasil: Tabela 2. Produção mensal de QAV no Brasil Fonte: (ANP, 2019) Anualmente, em torno de seis bilhões de litros de querosene de aviação são produzidos e revendidos em território nacional (ANP, 2019). BRASIL QUEROSENE DE AVIAÇÃO (m3) ESTADO Todos PRODUTO QUEROSENE DE AVIAÇÃO (m3) xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx Dados 2014 2015 2016 2017 2018 Janeiro 513.298 527.561 508.663 543.195 681.509 Fevereiro 443.238 448.037 457.101 490.564 527.169 Março 542.067 453.371 465.184 505.903 513.682 Abril 464.212 448.444 428.924 496.604 569.354 Maio 512.591 474.000 387.150 451.291 553.007 Junho 503.374 477.876 511.390 499.828 533.852 Julho 521.952 529.841 548.155 505.434 556.399 Agosto 569.824 499.139 516.929 493.532 450.297 Setembro 481.528 452.223 435.265 491.959 453.219 Outubro 484.554 473.065 546.078 558.166 488.884 Novembro 530.044 420.896 506.543 534.189 503.606 Dezembro 512.432 452.406 477.896 597.935 545.355 Total do Ano 6.079.114 5.656.859 5.789.278 6.168.600 6.376.333 13 Tabela 3. Produção mensal de GAV no Brasil Fonte: (ANP, 2019) Anualmente, em torno de quarenta e seis milhões litros de gasolina de aviação são produzidos e revendidos em território nacional. Um valor mais modesto em comparação ao querosene, devido ao fato da redução da frota de aeronaves que consomem este tipo de combustível. Anualmente, em torno de quarenta e seis milhões litros de gasolina de aviação são produzidos e revendidos em território nacional. Um valor mais modesto em comparação ao querosene, devido ao fato da redução da frota de aeronaves que consomem este tipo de combustível. A estrutura atual de abastecimento conta com sete distribuidores de combustíveis que atuam no setor aeronáutico, além de 274 revendedores de combustíveis de aviação distribuídos em 257 pontos de revenda de querosene de aviação e 239 pontos de revenda de gasolina de aviação, sendo a região sudeste a principal concentradora de revendedores: 31% dos de querosene de aviação estão situados na região e 26% dos revendedores de gasolina de aviação (SANTOS, 2018). BRASIL GASOLINA DE AVIAÇÃO (m3) ESTADO (Tudo) PRODUTO GASOLINA DE AVIAÇÃO (m3) xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx Dados 2014 2015 2016 2017 2018 Janeiro 12.585 9.385 - 4.760 7.881 Fevereiro 6.874 3.417 7.308 4.015 10.365 Março 7.074 10.290 6.836 6.910 2.349 Abril 10.619 6.298 3.794 3.449 3.382 Maio 4.019 7.017 - 3.469 2.508 Junho 5.898 6.923 6.776 6.871 7.042 Julho 6.068 9.042 6.732 2.974 6.959 Agosto 14.507 7.036 6.942 3.767 3.697 Setembro 10.162 6.038 7.054 7.125 - Outubro 6.943 35 3.904 3.474 - Novembro 3.601 3.406 2.890 6.979 1.392 Dezembro 5.412 3.5991.666 5.869 645 Total do Ano 93.762 72.486 53.902 59.662 46.220 14 A região sudeste concentra 70% das vendas internas de QAV, principalmente devido a São Paulo e Rio de Janeiro, que juntas representam 59% das vendas. São Paulo também lidera as vendas internas de GAV, com cerca de 9.300 metros cúbicos vendidos, seguido do Rio Grande do Sul, com 5.500 metros cúbicos vendidos, conforme figuras 2 e 3 (SANTOS, 2018). Figura 2. Infográfico da evolução das vendas de QAV no Brasil Fonte: 3º Anuário Brasileiro de Aviação Civil (SANTOS, 2018) Figura 3. Infográfico da evolução das vendas de GAV no Brasil Fonte: 3º Anuário Brasileiro de Aviação Civil (SANTOS, 2018) Os números mostram que a crise econômica que vem afetando o Brasil desde 2014 também gerou impactos evidentes na aviação, reduzindo o número de aeronaves, voos e consequentemente o consumo de combustíveis. 15 Mesmo assim, o presidente do Instituto Brasileiro de Aviação disse: A Aviação Geral conectou, em 2017, um total de 2.429 aeródromos Brasileiros, alcançando 1.225 municípios. São números impressionantes, considerando a crise econômica e política que se abateu sobre nosso país. Significa que os empreendedores, homens de negócios e tomadores de decisão compreenderam suas obrigações e sacrifícios de continuar contribuindo para o futuro do país. (SANTOS, 2018, p.8) Este é um indicativo da resiliência da aviação no Brasil e que o setor trará grandes oportunidades quando a economia retomar seu crescimento. 2.1.3 Combustíveis alternativos Diante da necessidade de se buscar alternativas sustentáveis e de baixo custo aos combustíveis fósseis, emerge o mercado de biocombustíveis para aviação com uma demanda assegurada. Se apenas 10% do consumo de QAV for substituído por biocombustível, haveria uma demanda de 600 milhões de litros por ano, como foi visto na tabela 2. O setor aéreo brasileiro também tem se movimentado através da criação da Aliança Brasileira para Biocombustíveis de Aviação (ABRABA), formada por dez entidades, sinal do envolvimento da indústria aeronáutica na promoção de um mercado de combustíveis alternativos para aviação. Recentemente, foi criada a especificação ASTM D7566 para o uso de combustíveis derivados de misturas que contenham até 50% dos chamados hidrocarbonetos sintetizados (biomassa, gás natural etc.). É um importante passo em direção aos combustíveis 100% sintéticos. Porém, mesmo atingindo os níveis de 100% de utilização de biocombustível, a comercialização do produto ainda se dará de forma similar, in loco, nos aeroportos através de revendedores, mantendo o cenário atual que favorece a criação desta empresa. 16 2.1.4 Operadores Considera-se operador ou explorador de aeronave: ▪ A pessoa jurídica que tem a concessão dos serviços de transporte público regular ou autorização para serviços de transporte público não regular, de serviços especializados ou de táxi-aéreo; ▪ O proprietário da aeronave ou quem a use diretamente ou através de seus prepostos, quando se tratar de serviços aéreos privados; ▪ O fretador que reservou a condução técnica da aeronave, a direção e a autoridade sobre a tripulação; ▪ O arrendatário que adquiriu a condução técnica da aeronave e a autoridade sobre a tripulação. Atualmente, estão certificadas na Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), 12 empresas de linha aérea regulares nacional, 58 empresas de linha aérea regular internacionais, 120 empresas de táxi-aéreo e 335 empresas de serviços aéreos especializados que envolvem: aerolevantamento, aerofotografia, aeropublicidade, aeroreportagem, demonstrações aéreas, combate a incêndio, aeroinspeção e aerocinematografia. Além disso, existem 9.746 pessoas físicas ou jurídicas também autorizadas a operar aeronaves no Brasil. (ANAC, 2019) 2.1.5 Modelos Licitatórios Nos moldes atuais, a licitação de fornecimento de combustível de aviação para os órgãos públicos, se dá através da licitação de um volume estimado do produto desejado, por um período de tempo estipulado, em locais definidos. A administração pública realiza estimativas de consumo, normalmente para períodos de um ano, de toda sua frota. Define os aeroportos que tem necessidade de voar 17 e o quantitativo para cada localidade. Com essas informações, abre um edital público para contratar um fornecedor. Essa modalidade pode gerar dois complicadores para o poder público. A primeira é que muitas vezes, em aeroportos pequenos, a revenda presente não possuiu interesse ou capacidade de participar de uma licitação, por ser o único presente no local e não precisar estar atrelada a um contrato para realizar sua venda, ou por não possuir toda a documentação necessária para ser homologada em um processo licitatório. Como solução, os órgãos públicos têm que contar com a boa vontade dos fornecedores com os quais possuem contrato, para conseguir financiar os abastecimentos nessas localidades. Portanto, de forma a evitar esses problemas e obter uma melhora na logística, vem sendo estudado a ideia de um novo modelo de licitatório, aonde o objeto da licitação é o serviço de gestão da frota por meio de uso de cartão de combustível, sendo o combustível contratado de forma direta. Para que não haja prejuízo ao estado, os preços são parametrizados por valores divulgados pela ANP e é permitida a negociação direta de descontos entre o órgão público e os fornecedores, visando sempre a obtenção do melhor preço. Esse novo modelo já vem sendo muito difundido e praticado nas licitações para frotas automotivas dos órgãos públicos. Para o setor de aviação já foram iniciados alguns esforços, como uma audiência pública realizada pelo Grupamento de Radiopatrulha Aérea (GRPAe), da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP), no dia 7 de março de 2018, aonde foi apresentada a nova necessidade de modelo licitatórios 18 O GRPAe cita que a motivação deles para o novo modelo vem da dificuldade de tempo hábil para o planejamento em operações fora do estado, aonde não possuem tanques próprios, e a perda de eficiência por causa disso. Argumentam também, que havia esquecimento ou demora na transmissão de dados internamente sobre o combustível consumido e estoque remanescente, podendo ocasionar o desabastecimento (PMESP, 18). Sendo assim, de acordo com a PMESP, em sua apresentação na audiência pública, 100% dos pesquisados acredita que a implementação de um sistema automatizado traria benefícios como: maior controle sobre os gastos e consumos, melhora na transmissão da informação para os setores responsáveis e ganho de tempo para os mecânicos que não iriam mais lidar com a burocracia dos abastecimentos (PMESP, 18). Portanto, essa nova tendência mercadológica foi um dos grandes incentivos para a abertura de uma nova empresa. 2.1.6 Política Tributária para do Querosene de Aviação (QAV) Ao se analisar os preços dos combustíveis de aviação, percebe-se que o imposto sobre circulação de mercadorias (ICMS), um imposto estadual, é parcela significativa na formação do preço final. Atualmente o teto desta alíquota é de 25% sobre o valor do produto. Para alguns órgãos, como a Associação Brasileira da Empresas Aéreas (ABEAR), “O combustível de aviação (querosene de aviação, ou QAV) é o item de maior peso para transportadoras em todo o planeta. No Brasil, o valor particularmente alto faz do QAV um dos maiores problemas estruturais da aviação comercial.”, como pode-se ver a na figura 4, o combustível representa cerca de 30% do custo total das companhias (ABEAR, 2016). 19 Figura 4. Parcela do combustível no custo de empresas aéreas Fonte: (ABEAR, 2016) Atualmente, estão surgindo políticas estaduais visando a redução do ICMS sobre o querosene de aviação. Em 2018 o estado do Espirito Santo reduziu sua alíquota de 25% para12% (NEGRIS, 2018). Em São Paulo, a mesma redução foi anunciada em janeiro de 2019, com início efetivo programado para abril (PAIVA, 2019) e no mês de fevereiro foi divulgada notícia que rio de janeiro estuda redução de 12% para 7% no ICMS (CAVALCANTI, 2019). É notório que os estados estão buscando aquecer o mercado de aviação, contribuindo assim com o maior número de voos e maior consumo de combustível, fato que será benéfico para o setor em que a empresa estará inserida. 2.1.7 Maturidade para Pagamentos Digitais Nas últimas décadas, ocorreu uma migração da utilização do dinheiro em espécie para o dinheiro eletrônico e digital. Várias são as fases a construir e superar até que o dinheiro digital, atinja níveis de utilização semelhante ao dinheiro em espécie (BRAGA, 2018). Em estudo realizado pela Visa Consulting & Analytics, mais de 63% das cidades do Brasil já se encontram em patamares de emergentes a prontas para adoção de meio de pagamentos eletrônicos, sendo consideradas iniciantes as cidades em sua maioria nos 20 estados Norte e Nordeste do país (VISA, 2018). É visível a heterogeneidade do Brasil, porém as grandes cidades bem como nos aeroportos pelo Brasil, a situação já é de grande aceitação a meios de pagamentos digitais. 2.2 FORÇAS DE POTER Porter (2004) elaborou a ferramenta 5 forças de Porter que busca identificar a intensidade das forças que regem o setor estudado, descrevendo a indústria de interesse. Quanto menores as forças competitivas, maior o poder da empresa frente a esses fatores e maiores as potenciais margens do negócio. Figura 5. As cinco forças de Porter Fonte: (PORTER, 2004) 2.2.1 Poder de barganha com fornecedores Os principais custos são a emissão do cartão e a taxa paga as empresas adquirentes. Para a redução dos custos da emissão e distribuição dos cartões, o fator de barganha é o ganho de escala, porém nesse segmento em que a empresa atuará, o número de cartões será baixo se comparado a setores como os cartões emitidos por bancos, porém terão um ticket médio mais alto, sendo assim o poder de barganha como os fornecedores é reduzido (intensidade fraca). 21 Com as adquirentes, empresas responsáveis pelo captação e transmissão dos dados da transação, a força de negociação se dá pelo número de transações, já que a forma de cobrança dessas empresas é uma taxa fixa por transação. Novamente, por não possuir um número alto de transações e sim poucas com altos valores, o poder de negociação com o fornecedor é fraco. 2.2.2 Ameaça de produtos substitutos Novos tecnologias de meios de pagamentos podem vir a surgir com a maior aplicação de novas tecnologias. Atualmente, já pode-se ver pagamentos via celular ou smart watch, ao invés da utilização do cartão físico. Entretanto, todas as novas tecnologias que surgirem para meio de pagamentos poderão ser adaptadas ao sistema desenvolvido, tornando o a ameaça de produtos substitutos uma força de baixa intensidade. 2.2.3 Poder de barganha com clientes Para os clientes finais, que irão estar realizando a compra de combustível de aviação, estará sendo fornecido um meio de pagamento e a possibilidade de um prazo de pagamento melhor, sem ter um aumento no preço do combustível no qual ele já iria consumir. Logo esses dois atrativos fornecidos dão um forte poder de negociação com o cliente final. Com os revendedores de combustíveis, a solução proposta chegará ao mercado com taxas competitivas com as praticadas no mercado, nas transações por cartão, não gerando um custo adicional ao qual já não esteja acostumado. Também irá proporcionar a esse revendedor acesso a todos os clientes da empresa, aumentando assim suas chances de vendas, dessa maneira o poder de negociação com esse segmento de cliente também é considerado uma alta de intensidade forte. 22 2.2.4 Ameaça de novos entrantes Atualmente, no mercado de cartões de combustível, já existem grandes empresas atuando, porém estas estão limitadas ao setor automotivo. Devido a sua maior escala e diversificação, o mercado automotivo apresenta menos barreiras, se tornando mais atrativo. Contudo, no mercado de aviação, não há nenhuma empresa prestando este tipo de serviço. Em comparação ao mercado automotivo, o setor de aviação é mais restrito, no sentido de poucos distribuidores controlando o mercado e complexo na logística dos abastecimentos, criando barreiras para a implementação desse sistema. Logo, inicialmente não haverá concorrentes, porém como o passar do tempo que o mercado for desbravado e consolidado, novos players começarão a enxergar uma oportunidade, podendo vir a ser uma concorrência forte. Sendo assim, essa é uma força de alta intensidade. 2.2.5 Rivalidade entre concorrentes Por não existir outra empresa atuando nesse ramo no setor de aviação, as empresas que fazem o papel de concorrentes são as distribuidoras, que por possuírem grande parte do mercado, principalmente a BR Distribuidora, poderá vir a apresentar resistência. Porém, essa resistência é limitada aos pontos onde ela está presente como distribuidora. Nas localidades em que as revendas estão presentes, estas têm autonomia de escolher qual forma de pagamento irão aceitar, podendo assim fazer parte integrante da rede credenciada. Sendo assim, essa é uma força de média intensidade. 23 2.2.6 Força dos Órgãos Reguladores Os órgãos reguladores que atuam no setor em que a empresa está inserida são a ANAC, ANP e Banco Central do Brasil (BCB), este último rege a parte de transações financeiras que a empresa está se propondo a realizar. A ANAC é uma agência reguladora federal cuja responsabilidade é supervisionar a atividade de aviação civil no Brasil, tanto no que toca seus aspectos econômicos quanto no que diz respeito à segurança técnica do setor. Esta irá atuar diretamente nos clientes da empresa, provendo autorizações, certificados e promovendo a fiscalização dos mesmos, sendo uma força de baixa intensidade no que diz respeito a essa empresa. A ANP é o órgão regulador das atividades que integram a indústria do petróleo e gás natural e a dos biocombustíveis no Brasil, sendo vinculada ao ministério de Minas e Energia e responsável pela execução da política nacional para o setor. Está irá atuar diretamente nos parceiros revendedores, provendo-os de autorização para comercialização do combustível de aviação bem como fiscalizando suas operações, sendo também uma força de baixa intensidade atuante nesta empresa. O Banco Central do Brasil é autarquia federal integrante do Sistema Financeiro Nacional, vinculada ao Ministério da Economia, sendo responsável pela regulamentação e supervisão de instituições financeiras. A empresa fintech parceira, que atuará como instituição de pagamento irá se reportar diretamente ao banco central, devendo seguir diversos procedimentos estabelecidos para a categoria e prestações de informações sobre as transações. Esta força terá alta intensidade sobre a empresa. 24 FORÇA ANÁLISE INTENSIDADE Poder de barganha com fornecedores Baixo número de cartões e transações, porém com ticket médio alto, são argumentos de baixa intensidade para negociação com emissoras de cartões. Baixa (1) Poder de barganha com clientes Para os clientes, uma rede de postos à disposição, com melhores prazos de pagamentos e uma plataforma de gestão por trás, são atrativos de grande força. Para os revendedores, a atração de novos clientes e redução no risco de inadimplência também fornecem grande poder de barganha. Alta (3) Ameaça de novos entrantes A presença de fortes empresas atuando com serviço similar no mercado automotivo oferece uma ameaça de alta intensidade, visto que após o novo mercado for consolidado, a migração destas para o novo setor pode ocorrer. Alta (3) Rivalidade entre concorrentes A concorrência será praticadainicialmente pelas distribuidoras, que irão tentar atrair os clientes através de seus programas de fidelidade, porém esse poder só se estende em postos próprios, nas revendas essa influência é reduzida. Média (2) Órgãos reguladores A ANAC e ANP irão atuar regulando o setor e as atividades em que os clientes estão inseridos, com a força apresentando baixa intensidade. O BCB irá atuar de forma ativa na regulamentação e fiscalização das transações financeiras, tornando-se assim uma força de alta intensidade. Baixa (1) Alta (3) Quadro 2. Forças de Porter Fonte: Adaptado de Porter (2004) 2.3 ANÁLISE SWOT A análise SWOT possui esse nome por ser a abreviação das palavras em inglês Strengths, Weaknesses, Opportunities e Threats, que traduzidas para o português significam forças, fraquezas, oportunidades e ameaças. Desenvolvida a partir de um trabalho conjunto de diversos autores no Instituto de Pesquisa de Stanford, na década de 25 1960, sendo Albert S. Humphrey considerado o principal criador da análise (KOTLER, KELLER, 2012). A ferramenta possuiu a função de realizar uma análise dos ambientes internos e externos do empreendimento, buscando determinar fatores que irão contribuir positivamente e negativamente para evolução da empresa em busca de seu objetivo. No ambiente interno, são avaliadas as forças e fraquezas da instituição. Neste quesito a empresa tem poder sobre esses pontos e pode propor mudanças. No ambiente externo, são avaliados os pontos que fogem ao controle da mesma. Serão avaliadas as oportunidades, sendo utilizadas como benefício próprio e as ameaças, que devem estar mapeadas e serem consideradas no planejamento. 2.3.1 Matriz SWOT Figura 6. Matriz SWOT Fonte: Adaptado de Kotler e Keller (2012) 2.3.2 Considerações Tendo detalhado os pontos da matriz, fica mais fácil e evidente alguns pontos a serem considerados durante o planejamento estratégico da empresa. Primeiramente, as Força Fraqueza Experiência no mercado de combustíceis de aviação Dependencia de parceiros externos para viabilizar operação Experiência dos sócios em empreeender Quadro de funcionários reduzido Capital Financeiro Sistema de gestão de frota em estágio beta de desenvolvimento Experiência em licitações públicas Análise de Crédito Oportunidade Ameaça Mudança no mercado de licitações Distribuidoras Falta de concorrentes atuantes no setor de aviação Migração de concorrentes do setor automotivo para o de aviação Bom relacionamento com uma das distribuidoras Inadimplência Melhora da economia A m b ie n te E x te r n o A m b ie n te I n te r n o 26 ameaças externas são bem fortes por duas frentes. As distribuidoras irão sempre fazer pressão contra novos players entrantes no mercado, porém a vantagem de já haver a parceria estabelecida com uma delas, possibilitará a entrada no mercado até um ponto onde será possível se estruturar e vencer o impedimento das outras. A segunda ameaça vem dos concorrentes que atuam com produto similar no setor automotivo e atualmente não tem interesse ou capacidade de atuar no mercado de aviação. Estes poderão migrar de setor após verem outra empresa abrindo mercado. Devido a infraestrutura que já possuem, serão fortes concorrentes. Ainda tratando do lado prejudicial para o novo negócio, a taxa de inadimplência será um ponto chave no mercado, este é um fator externo que pode ser parcialmente controlado ao se ter uma boa análise de crédito e um capital financeiro alto para suportar a inadimplência sem quebrar. A análise de crédito é um ponto que ainda falta ser muito refinado dentro da empresa. Além disso, no lado negativo, a empresa inicialmente contará com o desenvolvimento da plataforma de gestão e do sistema de transações financeiras oriundos de parceiros externos. Em estágios iniciais, este ponto é válido para se ter uma empresa enxuta, mas com alta qualidade, porém no longo prazo deverá ser avaliado a criação desses setores dentro da empresa. Ao analisar o lado positivo da matriz, conclui-se que a abertura de um novo mercado será um desafio, porém contamos com vasta experiência no setor de aviação e falta de concorrentes, em um panorama inicial. Esta experiência não se resume apenas a parte de fornecimento de venda de combustíveis, como também do mercado como um todo e principalmente o foco em licitações, aonde além da remuneração por transação 27 usual ao uso do cartão, terá o pagamento de uma taxa de administração, sendo um segmento muito importante para geração de caixa. 2.4 MODELOS DE NEGÓCIO – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA O Modelo de Negócio tem como finalidade fornecer a maior compreensão de um novo empreendimento, suas premissas básicas, sua proposta de valor, dentre outras análises e reflexões sobre o conceito da empresa. Ele descreve a lógica da criação, entrega e captura de valor por parte de uma organização, bem como é um esquema para a estratégia ser implementada através das estruturas organizacionais dos processos e sistemas (OSTERWALDER, 2013). Será apresentado neste trabalho de uma forma bastante objetiva e visual, conhecida como Canvas, ou quadro de Modelo de Negócios, criada por Alex Osterwalder e Yves Pigneu, que será apresentada e detalhada durante o trabalho. Os modelos de negócios seguem certos padrões, sendo possível classifica-los em cinco tipos diferentes, sendo eles: 2.4.1.1 Modelo de Negócios Desagregados Esta modelo parte do princípio que existem três tipos fundamentais de negócios, sendo eles: infraestrutura, relacionamento com o cliente e inovação do produto. Considera-se que cada um possuiu suas prioridades culturais e econômicas, devendo ser tratados como entidades separadas, por mais que possam coexistir dentro de uma mesma empresa, para evitar conflitos indesejados. São exemplos de modelos de negócios desagregados as empresas de telefonia e private banking. 28 2.4.1.2 A Cauda Longa Este modelo Cauda Longa se concentra em vender um número maior de produtos, cada um deles vendendo e menores quantidades, tirando o foco de apenas vender poucos produtos de sucesso, esse modelo busca faturamentos menores porem em maiores quantidades, conseguindo muitas vezes resultados melhores do que se vendesse apensar poucos itens. São exemplos de Cauda Longa o Ebay e a Netflix. 2.4.1.3 Plataformas Multilaterais As plataformas multilaterais ou mercados multilaterais, unem dois ou mais grupos distintos, porém interdependentes, de clientes. Os valores para um grupo de clientes só existem se os outros grupos também estiverem presentes, a plataforma cria valor facilitando a interação entre esses grupos distintos, atuando como intermediária. São exemplos de Plataformas Multilaterais o Google, a Sony Playstation e cartões de crédito Visa. 2.4.1.4 Grátis como Modelo de Negócios O modelo Grátis é baseado em que pelo menos um segmento de clientes substancial irá receber o serviço gratuitamente. Estes clientes são financiados pela outra parte do modelo de negócios ou segmentos de clientes. A diversificação de padrões é o que permite que esse modelo seja viável. São exemplos desse modelo o jornal Metro, que é um jornal grátis que ganha com os anúncios nele publicados e telefones celulares gratuitos que operadoras forneciam em troca de assinatura de planos de fidelidade. 29 2.4.1.5 Modelo de Negócios Aberto Pode ser utilizado por companhias para criar e capturar valor sistematicamente colaborando com parceiros externos. Isto pode acontecer de "fora para dentro", explorando ideias externas dentro da empresa, ou de "dentro para fora", fornecendo a grupos externos ideias ou recursos internos. Busca dessa forma não ter a necessidade de possuir a melhor equipe de pesquisa, desenvolver as melhores ideias nem controlar todos os processos de inovação e sim conseguir fazer uso doque há de disponível no mercado, dentro e fora comprando sempre que necessário propriedades intelectuais de terceiros para agregar valor ao seu produto. São exemplos desse modelo a P&G, empresa do setor de produtos alimentícios, de higiene e limpeza, e a Glaxo Smith Kline, empresa farmacêutica. 2.5 CANVAS O CANVAS é a metodologia criado de modo colaborativo, por diversos estudiosos espalhados pelo mundo, e apresentada Alexander Osterwalder e Yves Pingneur no livro Business Model Generation. Essa análise consiste na representação do modelo de negócio, graficamente em um quadro, composto por nove blocos, que compões os principais pontos a serem considerados em um novo negócio. O quadro permite visualizar todos os pontos de uma só vez, de forma mais dinâmica e simplificada, possibilitando a compreensão das relações entre os pontos vitais do negócio. Como pode-se ver no modelo proposto figura 7: 30 Figura 7. CANVAS proposto para nova empresa Fonte: Adaptado de OSTERWALDER, 2013 2.5.1 Segmento de Clientes Grupos de clientes distintos representam diferentes segmentos de clientes, com necessidades e comportamentos distintos. A empresa irá colocar seu esforço para atrai- los e atendê-los, trazendo soluções para seus problemas. Esta empresa está inserida em um mercado multilateral, onde por um lado atuará com os revendedores de combustível, os quais irão escolher firmar parcerias para ter acesso a nossa rede de clientes, tão como os benefícios atrelados ao uso desta solução. 2.5.1.1 Revendas As revendas independentes são pessoas jurídicas que possuem autorização da ANP para comercialização de combustível de aviação, podendo estar ou não atreladas as três grandes distribuidoras de combustível, que são as: Petrobras Distribuidora (BR Aviation), British Petroleum (Air BP) e a Raízen (oriunda da Shell). As revendas por mais que possuam combustível vinculado a uma dessas marcas, possuem liberdade para aderir 31 a novos meios de pagamentos, os quais muitas vezes não são aceitos pelas grandes distribuidoras, abrindo uma porta de entrada para essa solução proposta. Na outra extremidade, têm-se os segmentos de clientes consumidores de combustível, que são os seguintes: 2.5.1.2 Aviação Geral e Experimental Nacional A aviação geral e Experimental compreende todos os serviços aéreos que não incluem as companhias aéreas, que possuem voos regulares, as empresas de voo charter, que são voos fretados para um propósito específico, porém sem possuir a regularidade dos voos de uma companhia aérea e por último a aviação militar. Este segmento de clientes, constituído tanto de pessoas físicas como jurídicas, será considerado o foco principal de atuação desta empresa, pois são estes que encontram as maiores barreiras para sua logística de abastecimento, como falta de crédito e poder de negociação de preço em novos locais. 2.5.1.3 Aviação Comercial A aviação comercial é a única que não se enquadra como um segmento de cliente. Devido ao seu grande volume e concentração de abastecimentos em locais onde possuem voos regulares, as companhias aéreas já possuem um bom relacionamento e contratos com as grandes distribuidoras. Este alto poder de negociação proporciona preços bem mais atrativos do que os disponibilizados para aviação geral e experimental. 2.5.1.4 Aviação Geral Internacional Este segmento será explorado em um momento futuro. Após estruturação das operações no mercado nacional, tere-se como objetivo começar a atuar no mercado internacional. 32 2.5.1.5 Órgãos Públicos Em cada um dos estados da nossa federação, existem órgãos públicos que possuem aeronaves sobre seus cuidados, dentre as principais estão a Polícia militar e Polícia Civil com sua frota para patrulhamento urbano, o Corpo de Bombeiros Militar e a órgãos da saúde, com suas aeronaves para realização de resgates pelas cidades e os gabinetes dos governadores, dentre outros diversos setores. Todos os serviços prestados por fornecedores a órgãos públicos devem ser contratados por meio de um processo licitatório. Atualmente, o modelo que se vem sendo adotado é o leilão para um volume de combustível em uma ou mais localidades, pelo menor preço ofertado. Porém, esta solução acaba engessando a operação desses setores quando surge a necessidade de ser realizada uma operação fora de suas localidades. Dessa maneira, nossa empresa entrará com a solução para este problema, com o fornecimento de um serviço de cartão para utilização em nossa rede credenciada, espalhada por todo território nacional. Reduzindo o trabalho de licitações para diversas localidades, que possuem demandas tão pequenas por serem esporádicas e muitas vezes imprevisíveis, não estando no planejamento previamente realizado. Ao terceirizar essa demanda da logística do abastecimento de suas aeronaves, estes órgãos passam a ter a atenção e esforço focados em seu objetivo principal, reduzindo custos e obtendo um serviço mais efetivo e prático. 2.5.1.6 Aviação Charter de pequeno porte - Internacional Os voos charters são operações de transporte aéreo comercial público e não regular, cujo horário, local de partida e de destino são ajustados em função da demanda (ANAC, 2009). Essas companhias aéreas atuam sazonalmente, como por exemplo, 33 durante o verão no Brasil, em que companhias aéreas argentinas, iniciam voos charter para nosso litoral. Para estas a mesma dificuldade de crédito ocorre, e muitas vezes as mesmas não tem capital de giro para inicializar suas operações, se capitalizando conforme a temporada voos vai ocorrendo. Assim, uma disponibilidade inicial de crédito se torna um grande atrativo para esse segmento de cliente. 2.5.2 Proposta de Valor A proposta de valor é o motivo pelo qual o cliente escolhe utilizar uma empresa. É o conjunto de produtos e serviços ofertados para suprir certas necessidades ou resolver problemas específicos que um segmento de cliente possui. Por ser uma plataforma multilateral, a empresa trás dois grupos propostas de valores, porém ambos unidos pela proposta principal, que é: 2.5.2.1 Eficiência e praticidade. Trazendo toda a operação, desde o validador da transação até a gestão de sua frota, em um único lugar, com possibilidade de ser acessado diretamente do celular ou de qualquer dispositivo com acesso a internet, torna a utilização dessa ferramenta prática e eficiente, trazendo a solução que o consumidor precisa. Para o segmento de clientes que consomem os combustíveis e farão uso do cartão, têm-se as seguintes propostas: 2.5.2.2 Solução na Logística de Abastecimento Na plataforma o cliente irá ter acesso a todos os possíveis locais de abastecimento, com os preços pré-definidos, em tempo real, podendo realizar o agendamento e o pagamento em um único lugar. 34 O histórico da operação é mantido, gerando indicadores que servirão de apoio para uma boa gestão da frota. 2.5.2.3 Linha de “Crédito” Será fornecida melhores condições de pagamento a prazo, subsidiadas pela empresa, assemelhando-se ao crédito, sendo recarga do cartão pré-pago, com pagamento a prazo. Esta linha de “crédito” progressiva para os clientes, aumentando conforme utilização e histórico de bom pagador, sendo fundamentado por uma análise de crédito estruturada. Esse será o grande facilitador para maioria dos clientes, que encontra dificuldade em obter crédito em locais em que nunca voou, tendo que realizar pagamentos a vista. Para o segmento de clientes composto pelas revendas de combustível de aviação, têm-se as seguintes propostas: 2.5.2.4 Novos Clientes Se tornar parte da rede credenciada, irá atrair novos clientes para a revenda sem que ela tenha nenhum custo adicional e nenhum trabalho. Este será o principal atrativo para as revendas, visto que como têm-se por objetivo a concretização de uma ampla rede credenciada, cobrindo territórionacional, essa isenção de taxas será fundamental para que as parcerias sejam firmadas. 2.5.2.5 Redução do risco de Inadimplência Ao aceitar o pagamento através da plataforma, a revenda troca o alto risco a inadimplência de vendar para um cliente desconhecido por um risco atrelado a nossa empresa, com a qual a revenda terá uma parceria firmada. 35 2.5.3 Canais Os canais são os pontos de contatos da empresa com seus segmentos de clientes, através deles a proposta de valor é apresentada, vendida e entregue a seus clientes. Simultaneamente são fonte de aprendizado, possibilitando obter o feedback de todas as fazes do processo de venda, para que melhorias possam ser propostas e aplicadas. Também será fornecido todo o suporte ao cliente para o perfeito funcionamento da empresa desde o pré-venda até o pós-venda através destas interfaces. Por isso, os canais desempenham forte papel na experiência do cliente. Os canais possuem cinco fases distintas e cada canal escolhido pode cobrir uma ou mais fases, sendo elas: Conhecimento, avaliação, compra, entrega e pós-venda, conforme figura 8. Figura 8. Fases do Canal Fonte: (OSTERWALDER, 2013). 2.5.3.1 O Portal Este será o principal canal da empresa, atuando diretamente com todos os segmentos de clientes propostos e possuindo as cinco fases listadas acima, este não será o único, porém, o principal canal do negócio. Centralizar todos os processos em uma plataforma online é a forma de trazer eficiência e praticidade para o processo, que estará acessível através de qualquer dispositivo com acesso à internet. 36 Nele ocorrerá a comunicação com os clientes finais que irão consumir combustível, onde poderão consultar preços, agendar seus abastecimentos e obter indicadores sobre o histórico de abastecimentos de sua frota. Também será feito a interface com o revendedor de combustível, onde ele irá inserir sua tabela de preço, ver os abastecimentos realizados em suas localidades e indicadores financeiros. As fases do canal serão supridas da seguinte maneira: 1. Dentro do portal, no perfil do administrador serão coletadas informações sobre a utilização da plataforma, aumentando nosso conhecimento sobre nosso produto. 2. Será disponibilizado para o usuário um local onde ele possa dar o feedback em relação ao nosso produto, para que a evolução do desenvolvimento seja constante e direcionada para demanda dos clientes. 3. Todas as transações serão realizadas através do cartão, nos Point of Sale (POS), nome dado para as máquinas de cartão do revendedor, que irá se comunicar em tempo real com o portal atualizando as informações de saldo do cartão e consumo. 4. A proposta de valor é entregue ao fornecer um ambiente onde o cliente ganhará agilidade e praticidade nos seus abastecimentos. 5. O pós-venda será tratado online, com emissão das faturas pros clientes e com uma avaliação de cada abastecimento, permitindo ao cliente nos dar um feedback sobre a operação. 2.5.3.2 Central de Atendimento ao Consumidor - CAC Este canal será utilizado para sanar qualquer dúvida e fornecer o suporte necessário para os clientes em todas as etapas do processo. Este processo será realizado tanto de forma online como através de central uma central telefônica. 37 Para tentar reduzir o efetivo necessário para operação desse canal, o portal contará com um chat automatizado, em que as perguntas mais frequentes serão respondidas automaticamente e tutorias estarão disponíveis, caso a dúvida não seja sanada, o cliente será direcionado para a central de atendimento. 2.5.3.3 Equipe de vendas A equipe de vendas terá três frentes de ação. A fase inicial será a formação de uma rede credenciada. Buscando parcerias com revendas para formar uma rede de atendimento por todo território nacional. Com a rede estruturada, a segunda tarefa será a prospecção de novos clientes donos de frotas e aeronaves, ofertando o produto lançado. Por último, a equipe de vendas será responsável por estruturar operações sob encomenda, chamadas de operações especiais, que atenderão demandas dos clientes fora da rede credenciada. 2.5.4 Relacionamento com o Cliente 2.5.4.1 Self-service Para grande maioria dos clientes o relacionamento será Self-service. É um modelo em que todas as ferramentas para o bom funcionamento da plataforma estarão à disposição do cliente, não sendo necessário nenhum relacionamento direto. 2.5.4.2 Canal de Suporte Porém esse relacionamento por si só não é suficiente. A empresa também contará com uma central de atendimento, online e via Call Center. A central será responsável por todo o suporte aos clientes em todas as fazes da operação, desde o cadastro de novas revendas e donos de aeronaves, até o pós-venda. 38 2.5.5 Fontes de Receita 2.5.5.1 Taxa por transação A cada transação realizada será cobrada, automaticamente, uma taxa dos revendedores de combustível pela utilização do cartão. Por estar atuando como um cartão Private Lable, dentro de uma rede controlada, e não fazendo uso de bandeiras de cartão de crédito, será possível a cobrança de taxas compatíveis com as já praticadas no mercado pelas bandeiras de cartão de crédito, mantendo-se competitivo no mercado e não havendo barreiras contra a aceitação do produto. 2.5.5.2 Taxa de administração Para o setor público, além da taxa por transação já presente em qualquer transação no cartão que é cobrada ao fornecedor de combustível, o órgão público que licitou o serviço de gestão de frota e uso de cartão de combustível irá pagar uma taxa de administração pelo serviço prestado, que será uma porcentagem do valor total de combustível consumido mensalmente. 2.5.5.3 Anuidades e taxas de emissão de Cartão A taxa de emissão do cartão será para suprir os custos da produção do cartão, que conta com a impressão da arte, a gravação do nome e numeração (“Embossing”), e custo do chip. A taxa de anuidade será utilizada para cobrir despesas de manutenção sistema funcionando, serão valores baixos, porém com o ganho de escala se tornam uma fonte de receita atrativa. 2.5.5.4 Trade de combustível A política de ajuste de preços de combustível praticada pela Petrobras, para o setor de aviação, é baseada em dois fatores. O primeiro é a cotação internacional do preço do 39 produto, neste caso o querosene de aviação (QAV), fornecido pela S&P Global Platts, que é uma empresa mundialmente respeitada no fornecimento de informações sobre commodities e energia. E como segundo fator a cotação do dólar em relação ao real. Esta oscilação no preço do produto na refinaria (Preço ExRefin) leva em consideração os dois meses anteriores. Logo estas oscilações são previsíveis com alguns dias de antecedência. 𝑃𝑅𝑛 = 𝑃𝑅𝑛−1 ∗ 𝐶𝑀1 𝐶𝑀2 ∗ 𝐶1 𝐶2 Fórmula 1. Cálculo do Preço de venda da Refinaria Fonte: (MALAN, 1999) Onde: 𝑃𝑅𝑛 = Preço a ser praticado pela refinaria 𝑃𝑅𝑛−1 = Preço praticado pela refinaria no mês anterior 𝐶𝑀1 = Cotação média do produto, no mercado US GULF, do dia 24 do mês n-1 até dia 25 do mês n-2, informada pela publicação Platt’s 𝐶𝑀2 = Cotação média do produto, no mercado US GULF, do dia 24 do mês n-1 até dia 25 do mês n-3, informada pela publicação Platt’s 𝐶1 = Cotação do dólar no penúltimo dia útil do mês n-1 𝐶2 = Cotação do dólar no penúltimo dia útil do mês n-2 Dessa forma, é possível realizar o trade de combustível, que é a compra antecipada de volumes grandes em localidades onde o consumo médio for conhecido, para assim lucrar quando houverem altas previstas. 40 Além de ser uma modalidade de receita, também é uma forma de obter preços mais baixos para nossos clientes. 2.5.5.5 Consultorias Para clientes com operações mais complexas, será fornecida a possibilidade de uma consultoria especializada para solução dos problemas. A empresa contará com equipe especializadaque atuará montando o plano de ação para a operação solicitada. 2.5.6 Recursos Principais Os recursos permitem que a empresa ofereça sua proposta de valor, alcance mercados, mantenha relacionamentos com seus segmentos de clientes e obtenha receita. Neste projeto os recursos principais serão: 2.5.6.1 Recurso Financeiro Para o fornecimento de linhas de créditos para um segmento de clientes e garantia de pagamento para o outro, o recurso financeiro será um dos principais recursos necessários para este modelo de negócio. O risco de inadimplência é um ponto fundamental a ser considerado durante o planejamento, este irá afetar diretamente o bom funcionamento do modelo. A inadimplência até certo ponto será uma fonte de receita, pois estará gerando lucro sobre o saldo devedor, porém para suportar de forma sustentável esse modelo e não quebrar é necessário um forte aporte financeiro por trás da empresa. 2.5.6.2 Recurso Humano Por trás do conceito do projeto, será necessária uma gama de representantes comerciais, atuando em todo território nacional para conseguir realizar a captação de novos clientes e montar a rede de fornecedores. Por esta razão, o capital humano é muito 41 importante para que esse projeto ganhe corpo e tom forma, até conseguir se autopromover e atrair clientes pelo seu nome e propaganda. 2.5.6.3 Recurso Tecnológico A tecnologia será um dos recursos mais utilizados para viabilizar o projeto, tanto para a parte transacional, envolvendo toda a tecnologia de conta digital, cartões e transações financeiras, bem como na área do portal, entregando ao cliente uma ferramenta de fácil utilização e aderente as suas necessidades. Toda a parte de transações financeiras será desenvolvida por uma empresa parceira com experiência no mercado e com autorização para desenvolver esse tipo de atividade. Já o desenvolvimento e manutenção da plataforma de gestão de frota será contratada empresa para realizar o projeto de desenvolvimento, coordenado por nossa empresa. 2.5.7 Atividades-chave 2.5.7.1 Meio de Pagamento A principal atividade é fornecer um meio de pagamento, seguro e eficaz, que viabiliza toda a estrutura do negócio. A necessidades de realizar transações financeiras para comercialização do combustível é a origem do problema e o meio de pagamento através da qual elas serão realizadas é a solução, trazendo assim uma proposta de valor para os clientes. A atividade de emissão de cartões e gerenciar transações é inerente a instituições de pagamento, que possuem toda uma legislação e regras atreladas ao Banco Central do 42 Brasil para sua operação, também deve ter um capital social mínimo para cada uma das frentes que deseja atuar: “Art. 38. As instituições de pagamento autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil devem integralizar capital inicial de R$2.000.000,00 (dois milhões de reais) para cada uma das modalidades de instituições de pagamento previstas no art. 2º.” (BCB, 2013) Dessa maneira a solução foi a criação uma parceria com uma instituição de pagamento já existente, que irá fornecer toda a solução das transações, desde autorização para exercer essa atividade perante o Banco Central do Brasil, como em contato com as empresas adquirentes, donas dos POS que estão presentes nos pontos de revendas. Serão desenvolvidas Application Programming Interface (API’s), que são conjuntos de rotinas e padrões programados para plataformas web, para que que haja a comunicação entre o portal e o sistema da Fintech parceira para que as informações sejam compartilhadas em tempo real, tornando-se para os clientes finais uma única ferramenta. 2.5.7.2 Plataforma de Gestão de Frota A plataforma será a representação principal do negócio, logo ela precisa de manutenção e desenvolvimento constante, para o aprimoramento das funcionalidades disponíveis para gestão da frota. Posto isso, as atividades relacionadas a plataforma serão de grande importância, para manutenção e atração de novos clientes. Serão desenvolvidos na plataforma, formas de receber o feedback dos clientes sobre o serviço prestado. Estes irão guiar o desenvolvimento, buscando sempre proporcionar uma melhor experiencia para o usuário. 43 2.5.8 Parceiros Principais 2.5.8.1 Distribuidora Parceira Por já possuir um bom relacionamento com uma das distribuidoras, o acesso a rede de postos dela será facilitado. As outras distribuidoras presentes, inicialmente, tenderão a embarreirar a aceitação de novos players no mercado, porém com a consolidação da empresa, estas irão passar a aceitar o novo meio de pagamento para não perder mercado. 2.5.8.2 Revendedores de combustível A aviação geral usualmente faz uso dos aeroportos menores, aonde em sua maioria estão presentes os revendedores. Diferente das distribuidoras, que estão presentes nos maiores aeroportos do país com foca no fornecimento as grandes empresas de aviação comercial. A revenda, diferente da distribuidora, não tem um sistema próprio de venda de combustível, apesar de se beneficiar do programa de sua distribuidora, estes estão livres para revender da forma que acharem mais vantajoso, realizando sua própria análise de crédito dos clientes. Dessa forma, a revenda vira um parceiro fácil de se obter e acrescentar a rede credenciada, viabilizando assim a estruturação do projeto e montando uma rede de postos de abastecimento por todo o Brasil. 2.5.8.3 Empresa Fintech – Instituição de Pagamento Para operacionalizar as transações financeiras através do cartão, é necessário ser ou ter uma parceria com uma instituição de pagamento. 44 A Instituição de pagamento (IP) é a pessoa jurídica que viabiliza serviços de compra e venda e de movimentação de recursos, no âmbito de um arranjo de pagamento, sem a possibilidade de conceder empréstimos e financiamentos a seus clientes. Figura 9. Tipos de Instituição de Pagamento Fonte: (BCB, 2019) Essa parceria será firmada com uma empresa já apta a praticar duas das três funções de uma instituição de pagamento, de forma inicial, sendo elas a emissão de moeda eletrônica e Credenciamento. A moeda eletrônica será emitida no momento em que forem gerados os cartões pré-pagos. A disponibilização de “crédito” também se dará da forma pré-paga, aonde será liberado um saldo no cartão do usuário, porém depositado por nossa empresa, sendo faturado futuramente para o cliente. O credenciamento será feito com as adquirentes, empresas que já possuem seu Point of Sale (POS) ou máquina de cartão instalados nos estabelecimentos dos fornecedores, habilitando essas maquinas para aceitar o cartão criado por nossa empresa. A utilização de cartões pós-pagos implicaria em uma maior complexidade de prestação de contas ao Banco Central e maior burocracia que iria gerar mais custos para 45 o projeto, porém esta é uma modalidade que poderá vir a ser implementada a medida que a empresa cresça em número de clientes e faturamento, estando melhor estruturada para realizar estas operações. 2.5.9 Estrutura de Custo 2.5.9.1 Taxa das adquirentes As adquirentes, empresas como a Cielo, Rede e Stone, são empresas responsáveis pela liquidação das transações financeiras através de cartões de crédito ou débito. Elas são donas das “maquininhas”, os POS, presentes nos estabelecimentos. Para realizar essa operação, essas empresas irão cobrar uma taxa por transação processada, e o valor pode variar de acordo com qual empresa for utilizada e qual negociação for feita. 2.5.9.2 Emissão de cartões A emissão do cartão gera um custo que proveniente da obtenção do material e dos processos para torna-lo um cartão funcional. Entre elas estão, a impressão de tarja magnética e inserção de microchip, o embolssing que é a impressão dos dados do usuário no cartão e os envelopes especiais para o envio do cartão ao consumidor final. O
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