Buscar

sintese-principais-caracteristicas-genero-pinus1

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA 
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS 
CAMPUS DE JABOTICABAL 
 
 
 
 
 
DISCIPLINA SILVICULTURA 
 
 
 
 
 
 
 
SÍNTESE DAS PRINCIPAIS 
CARACTERÍSTICAS DO GÊNERO PINUS 
 
 
 
 
 
 
Prof. Dr. Sérgio Valiengo Valeri 
Prof. Dr. Rinaldo César de Paula 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Jaboticabal – SP 
Agosto de 2009 
 2 
 
 
1. ORIGEM DO GÊNERO PINUS 
 
 
 Apareceu a 230 milhões de anos atrás, no período Triássico. 
 
 
2. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (OCORRÊNCIA NATURAL) 
 
 Existem cerca de 126 espécies do gênero Pinus. Uma única espécie, o Pinus 
merkusii, ocorre naturalmente no hemisfério sul (Ilha da Java), as demais espécies são 
originárias do hemisfério norte (2
o
 06’ latitude norte - 69
o
 45’ latitude norte), com zonas de 
ocorrência natural na Europa, Ásia, África (Norte), Ilhas das Canárias, Filipinas, Cuba, 
Bahamas e América do Norte e América Central. 
 
3. CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS 
 
 3.1. Árvore 
 
 Tronco retilíneo com ramificação monopodial. O lenho é secundário, apresentando 
traqueídeos e canais resiníferos. A desrama natural ocorre com mais dificuldade nos 
povoamentos de pinus do que no de eucalipto. A copa das árvores novas ou de meia idade 
tem o formato de uma pirâmide com ramos horizontais, agrupados em verticilios. A copa 
das árvores adultas pode ser achatada, redonda ou espalhada. O sistema radicular é 
superficial, podendo desenvolver-se em solos rasos. 
 
 3.2. Folhas 
 
 As folhas são de dois tipos: aciculares e escamiformes. As acículas encontram-se 
agrupadas em fascículos. Cada fascículo pode agrupar, através da bainha, de 2 a 5 acículas, 
dependendo da espécie. As acículas são envoltas por queratina, o que evita uma 
transpiração excessiva, e apresentam bordas serrilhadas. As folhas aciculares partem das 
axilas de pequenas escamas com limbo pouco desenvolvido (chamadas folhas 
escamiformes). 
 
 3.3. Flores 
 
 São monóicas (flores femininas e masculinas na mesma árvore). As flores 
masculinas são estróbilos, formados por escamas estaminais em cujas faces ventrais estão 
situados os sacos polínicos; as folhas femininas são formadas por escamas opostas e 
espiraladas. Uma escama sai diretamente do eixo comum do estróbilo e se chama escama 
tectriz ou estéril e da axila nasce outra, chamada de escama fértil ou ovulífera (também 
chamada de escama carpelar) e que leva em sua face ventral dois óvulos. 
 Os estrolóbios masculinos desenvolvem-se na parte terminal dos ramos localizados 
geralmente na parte inferior da copa. Como os estróbilos femininos necessitam de bastante 
 3 
luz para a formação, normalmente eles aparecem em maior número nos ramos da parte 
superior da copa. A polinização é feita pelo vento e essa distribuição dos estróbilos 
masculinos e femininos na copa das árvores propicia a polinização cruzada. 
 
 3.4. “Frutos” 
 
 São estróbilos ou cones femininos desenvolvidos logo após a fecundação. As 
escamas carpelares tornam-se maiores e se lignificam. As sementes formadas são aladas. 
Alas formadas a partir de uma porção da escama carpelar. Os frutos levam 2 anos para se 
formarem. A maturidade dos mesmos pode ser testada, colocando-os num recipiente 
contendo óleo lubrificante SAE 20 (densidade específica de 0,88). Se 80% dos cones recém 
colhidos e ainda fechados flutuarem horizontalmente, a colheita poderá ser efetuada para 
posterior extração das sementes. 
 
 3.5. Madeira 
 
 Apresenta anéis de crescimento bem definidos, muito inflamável, baixa densidade e 
em contacto com o chão necessita de preservativo. É muito utilizada para fabricação de 
celulose e papel, aglomerados e serraria em geral. 
 
 3.6. Casca 
 
 Geralmente apresenta um ritidoma (tecido cortical morto) espesso, áspero e sulcado, 
de coloração marrom. Algumas espécies apresentam casca fina e escamosa como o P. 
patula. 
 
4. PRODUÇÃO DE RESINA 
 
 A resina é encontrada nos canais resiníferos e são produtos de oxidação e 
polimerização de terpenos (C10 H16). É uma mistura de ácidos e éteres aromáticos, 
insolúveis em água e solúveis em álcool, éter e óleos essenciais. Os principais produtos 
obtidos da resina são: a terebintina, o breu e a água raz. Quando a resina é unida a um 
carbureto de hidrogênio obtém-se a terebintina. Esta é utilizada para diluir gorduras e tintas. 
O breu é o resíduo não volátil da resina, sua fórmula empírica é C20 H30. Produto utilizado 
em cola de papel, desinfetantes, graxas para calçados, oleados, pomadas, preparos para 
couros, produtos farmacêuticos, sabões, tintas e vernizes. A água raz é diluente de tintas. 
No Brasil a principal espécie produtora de resina é o P. elliottii. Outra espécie que 
apresenta grande quantidade de resina é o P. palustris. 
 
5. LONGEVIDADE 
 
 As espécies de Pinus são de vida longa (200 a 5000 anos). 
 
 
 
 
 4 
6. SIMBIOSE COM MICRORRIZAS 
 
 A formação de micorrizas é freqüente nas espécies, aumentando a superfície de 
absorção das raízes. 
 As espécies do gênero Pinus são altamente dependentes da associação de fungos 
micorrízicos às suas raízes. 
 
7. SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA FOGO 
 
 A maioria das espécies de Pinus apresentam ritidoma espesso, o que confere 
resistência ao fogo. 
 
8. CARACTERÍSTICA DE XEROMORFISMO 
 
 Várias espécies de Pinus sobrevivem em áreas de solo seco. 
 
9. CAPACIDADE DE BROTAÇÃO DA CEPA 
 
 É ausente na maioria das espécies, com exceção do P. oocarpa (América Central) e 
P. serotina (América do Norte). 
 
10. FACILIDADE DE PROPAGAÇÃO VEGETATIVA POR 
ENXERTIA 
 
11. ASPECTOS GENÉTICOS 
 
 São relativamente simples. O número de cromossomos é semelhante entre as 
espécies (2n = 24). Com isso, espécies de origem distantes podem se cruzar, produzindo 
híbridos. 
 
12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
1. BIANCHETTI, A. Produção e tecnologia de sementes de essências florestais. Curitiba, 
EMBRAPA/URPFCS, 1981. 22p. (EMBRAPA-URPFCS. Documentos, 02). 
 
2. CULTURA DE Pinus sp. Piracicaba, Departamento de Silvicultura, 1970. 8p. 
(mimeografado). 
 
3. FERRI, M.G. Botânica: morfologia externa das plantas (organografia). 10 ed. São 
Paulo, Melhoramentos. Ed. da Universidade de São Paulo, 1974. 149p. 
 
4. SOUZA, P.F. Terminologia florestal: glossário de termos e expressões florestais. 
Guanabara, 1973. 304p.

Continue navegando

Outros materiais