Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA – UNESP CENTRO DE AQUICULTURA DA UNESP Efeito da luz sobre os camarões carídeos Macrobrachium amazonicum e Crangon crangon Doutoranda: Michelle Roberta dos Santos Orientador: Dr. Wagner Cotroni Valenti Jaboticabal, São Paulo 2018 Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp ii UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA – UNESP CENTRO DE AQUICULTURA DA UNESP Efeito da luz sobre os camarões carídeos Macrobrachium amazonicum e Crangon crangon Michelle Roberta dos Santos Orientador: Dr. Wagner Cotroni Valenti Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em Aquicultura do Centro de Aquicultura da UNESP – CAUNESP, como parte dos requisitos para obtenção do título de Doutor. Jaboticabal, São Paulo 2018 Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp iii Santos, Michelle Roberta S237e Efeito da luz sobre os camarões carídeos Macrobrachium amazonicum e Crangon crangon / Michelle Roberta dos Santos. – – Jaboticabal, 2018 ix, 139 p. ; 29 cm Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Centro de Aquicultura, 2018 Orientador: Wagner Cotroni Valenti Banca examinadora: Maria do Carmo Faria Paes, Fabiana Garcia, Helenice Pereira de Barros, Patricia Contente Moraes- Riodades Bibliografia 1. Luz. 2. Comprimento de onda. 3. Fotoperíodo. 4. Intensidade luminosa. 5. Desenvolvimento. 6. Crustáceos. 7. Expressão dos cromatóforos. I. Título. II. Jaboticabal-Centro de Aquicultura. CDU 639.512 Ficha catalográfica elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da Informação – Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação - UNESP, Câmpus de Jaboticabal. Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp iv Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp v Bem aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos. Salmos 128:1 Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp vi Agradecimentos Quero agradecer primeiramente a Deus por me permitir realizar o doutorado e ter me ajudado em todos os momentos desses quatro anos. Ao meu querido orientador, Prof. Dr. Wagner Cotroni Valenti, por ser meu professor e amigo. Agradeço por sua dedicação, paciência, amizade e ensinamento durante esse trabalho. Sou grata pela confiança durante esses anos, meu muito obrigado! Agradeço ao CAUNESP, sua diretora, coordenação da pós-graduação, funcionários e professores. Obrigada por sempre estarem disponíveis a nos ajudar e em especial ao querido David e Veralice, obrigada por tudo. A Profa. Dra. Chiara Benvenuto, muito obrigada por me receber na Universidade de Salford - UK e pelo apoio durante os experimentos. Ao Prof. Dr. Fernando Jose Zara e a Técnica Marcia Fiorese por disponibilizarem o laboratório e pelo auxilio na histologia dos olhos dos camarões, muito obrigada. À Prof. Dra. Cristiana Ramalho Maciel e a Profa. Dra. Maria do Carmo Faria Paes, membros da banca examinadora da qualificação. As Profas. Dras. Maria do Carmo Faria Paes, Fabiana Garcia, Helenice Pereira de Barros e Patricia Contente Moraes-Riodades, membros da banca examinadora da defesa de doutorado. Muito obrigada por terem aceitado o convite e pelas sugestões e contribuição na minha formação acadêmica. Agradeço aos meus amigos da Carcinicultura, Ailton, Aline, Ariel, Caio, Dallas, Fernanda, Gelcirene, Mateus, Maycon, Paulo, Rafael, Stéfany, Roberto, Tamara e Val obrigada pela ajuda e amizade. Em especial aos amigos Baltasar, Giordano, Leonardo, Letícia, Rafael e Tavani que auxiliaram no desenvolvimento desta tese. Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp vii Aos meus pais, Alceu e Angela e meus irmãos Felipe e Mirelle pelo carinho, confiança e estímulo para que este sonho fosse realizado, em especial à minha querida mamãe por todo apoio que tem me dado. Muito obrigada mamãe por toda paciência, carinho, sabedoria e pelas orações. Ao Leandro meu esposo, pela ajuda nos experimentos, pelo carinho, amor, companheirismo que tem demonstrado durante a realização deste trabalho. Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp viii Apoio Financeiro À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela bolsa de doutorado. À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela bolsa Programa de Doutorado-sanduíche no Exterior (PDSE) concedida nos seis meses de doutorado no exterior (88881.133882/2016-01). Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela bolsa concedida nos seis meses de doutorado (167097/2017-2/ 168285/2017-7). Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp ix SUMÁRIO Resumo..............................................................................................................10 Abstract..............................................................................................................12 Capítulo 1 Introdução geral.................................................................................................14 Capítulo 2 Descrição histológica dos olhos do camarão-da-amazônia, Macrobrachium amazonicum Histology of eyes of the Amazon river prawn, Macrobrachium amazonicum ...... ..28 Capítulo 3 Efeito das radiações luminosas no desenvolvimento inicial do camarão-da- amazônia M. amazonicum...................................................................................44 Capítulo 4 Sistema experimental de controle da luminosidade, fotoperíodo e comprimentos de onda .............................................................................................................73 Capítulo 5 Effect of different colours light, photoperiod and light intensity on the development of Macrobrachium amazonicum during the juvenile stage ...........................................................................................................................91 Capítulo 6 Effect of different light colours and substrates on the expression of chromatophores in Crangon crangon shrimp ………………………………………………………………………………………..122 Capítulo 7 Conclusões Gerais …………………………………………................................144 Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 10 Resumo Atualmente, existem poucos estudos sobre a influência do efeito de diferentes intensidades luminosas, fotoperíodo e comprimentos de onda (cores) sobre os crustáceos carídeos. Portanto, o objetivo principal desta tese foi estudar o efeito desses três fatores, isodados ou combinados sobre uma espécie de camarão carídeo de água doce, Macrobrachium amazonicum e uma espécie de carídeo marinho, Crangon crangon. No caso de M. amazonicum, levantou-se a hipótese de que os valores ótimos desses fatores podem melhorar a resistência a condiões adversas e acelerar o desenvolvimento, melhorando assim a produtividade em cultivos comerciais. No caso de C. crangon, testou-se o efeito dos diferentes comprimentos de onda e cores do substrato sobre a expressão dos cromatóforos. A tese foi dividida em capítulos que foram escritos em forma de artigos científicos. O artigo I descreve a histologia dos olhos dos camarões M. amazonicum sob as condições de claro e escuro. O artigo II analisou o feitodas cores no desenvolvimento inicial e resistência à inanição do camarão-da- amazônia M. amazonicum. O artigo III mostrou um sistema experimental de controle da luminosidade, fotoperíodo e comprimentos e onda, combinados em câmaras leves para auxiliar os cientistas a realizar experimentos sobre o efeito da luz. O Artigo IV mostrou um estudo sobre o efeito de diferentes intensidades de luz fotoperíodo e cores de luz sobre o desenvolvimento de M. amazonicum na fase juvenil. No artigo V observamos o efeito de diferentes cores de luz e substratos na expressão dos cromatóforos nos camarões carídeos marinhos utilizando espécies de C. Crangon como modelo. Os resultados indicaram que M. amazonicum tem capacidade de ver cores. O desenvolvimento pós-larval inicial dessa espécie é afetado por diferentes cores de luz, mas a intensidade luminosa Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 11 e o fotoperíodo tem efeito muito reduzido. O equipamento desenvolvido para auxiliar em experimentos referentes ao efeito da luz em organismos aquáticos permite controlar a intensidade luminosa e o fotoperíodo de forma adequada para diferentes comprimentos de onda (cor) gerados por lâmpadas de LED. Diferentes cores de luz e de substrato afetam o funcionamento dos cromatóforos de Crangon crangon. Palavras chave: Luz; comprimento de onda; fotoperíodo; intensidade luminosa; desenvolvimento; expressão dos cromatóforos. Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 12 Abstract Currently, there are few studies on the influence of the effect of different luminous intensities photoperiod and wavelengths (colour) on the carídea crustaceans. Therefore, the main objective of this thesis was to study the effect of these three factors on a species of freshwater carídeo prawn Macrobrachium amazonicum and on a marine caridian Crangon crangon. In the case of M. amazonicum, the hypotheses were raised that the optimal values of these factors can improve resistance and accelerate development, thus improving productivity commercial cultivation. In the case of C. crangon, the effect of the different wavelengths and substrate colours on the expression of the chromatophores was tested. The thesis was divided into chapters that were written in the form of scientific articles. Article I describes the histology of the eyes of M. amazonicum prawns under the condition of light and darkness. The article II, analysed the made of the colours and ambient light in the initial development and resistance to the time without food of the M. amazonicum. Article III showed an experimental system of control of the luminosity, photoperiod and wavelengths combined to light chambers to assist scientists to perform experiments on the effect of light. Article IV, we showed a study the effect of different light intensities, photoperiod and light colours on the development of M. amazonicum in the juvenile phase. In article V we observed the effect of different light colours and substrates on the expression of the chromatophores in the marine carídeos prawns, using C. crangon species as a model. The results indicated that M. amazonicum is able to see colours. The initial post-larval development of this species is affected by different light colours, but the light intensity and the photoperiod have very little effect. The equipment developed to aid experiments in the effect of light on aquatic organisms allows to Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 13 control the luminous intensity and photoperiod adequately for different wavelengths (colour) generated by LED lamps. Different light and substrate colors affect the operation of Crangon crangon chromatophores. Key words: light, wavelength; photoperiods; light intensity; development; crustacean; expression of chromatophores. Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 14 Capítulo 1 Introdução Geral Os camarões carídeos são crustáceos decápodes com ampla distribuição geográfica. Ocorrem nos ambientes dulcícolas, estuarinos e marinhos de todos os continentes, exceto a Antártica (De Grave et al., 2008; Holthuis & Peter, 2010). Diferem dos camarões peneídeos por várias características, entre as quais o fato da segunda pleura abdominal recobrir a primeira e a terceira e das fêmeas carregarem ovos aderidos aos pleópodos durante todo o desenvolvimento embrionário. Algumas espécies de carídeos apresentam grande importância econômica, sendo exploradas pela pesca e/ou usados na aquicultura em várias partes do mundo (Choy, 1986; Brown et al., 2010). Entre os carídeos de água doce, a espécie Macrobrachium amazonicum (Figura 1) apresenta ampla distribuição na América do Sul. Habita em rios, várzeas, lagos e reservatórios de regiões tropicais e subtropicais, isoladas ou não do oceano. Ocorre nas bacias hidrográficas do Amazonas, Orenoco, São Francisco, da Prata, e rios do Nordeste e Centro-Oeste (Holthuis, 1966; 2010; Davant, 1963; Rodríguez, 1982; Coelho & Ramos-Porto, 1985; Ramos-Porto & Coelho, 1990; López & Pereira, 1996; Pettovello, 1996; Bialetzki et al., 1997; Magalhães, 2000; 2001; 2002; Melo, 2003; Valência & Campos, 2007). Esta ampla distribuição geográfica origina populações locais, que são provavelmente geneticamente isoladas, muitas das quais mostram variações intraespecíficas em fisiologia (Anger & Hayd, 2009), ecologia, morfologia (Maciel & Valenti, 2009) e genética (Pileggi & Mantelatto, 2010). Tal variação intraespecífica e adaptação torna esta espécie um organismo modelo importante e interessante para vários estudos. Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 15 Figura 1. Macho GC2 de Macrobrachium amazonicum. Entre os carídeos marinhos, a espécie Crangon crangon (Figura 2) é abundante em estuários europeus, na fase adulta pode chegar até 50 mm de comprimento total (Maes et al., 1998, Henderson et al., 2006). O camarão-marrom apresenta ampla área de distribuição ao longo da costa europeia, do Mar Branco no norte da Rússia ao Marrocos no Atlântico Nordeste, Mediterrâneo e no Mar Negro (Tiews, 1970; Campos & Van der Veer, 2008). A ampla distribuição geográfica é consequência da grande capacidade migratória de C. crangon e de suportar uma ampla gama de condições ambientais. É uma espécie economicamente importante, sendo explorada economicamente pela pesca, e interessante para estudos biológicos. Devido à sua grande abundância, constitui uma importante fonte de alimento para uma variedade de predadores, como os Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 16 peixes (Henderson et al., 1992; Del Norte-Campos & Temming, 1994; Hufnagl & Temming, 2011; Perger & Temming, 2012). Figura 2. Crangon Crangon. A luz tem sido considerada um fator extrínseco de grande importância para o desenvolvimento dos crustáceos decápodes. Estudos realizados com algumas espécies, tais como Crangon crangon (Dalley, 1980), Pagurus bernhardus e Carcinus maenas (Dawirs, 1982), Homarus americanos (Eagles, 1986), Ranina ranina (Minagawa, 1994), Pseudocarcinus gigas (Gardner & Maguire, 1998), Jasus edwardsii (Moss et al., 1999), Palaemonetes argentinus (Díaz, 2003) e Macrobrachium amazonicum (Araujo & Valenti, 2011) demonstraram que a luz afeta o crescimento, a sobrevivência, a frequência de ecdises, o metabolismo e a metamorfose dos animais. No entanto, as pesquisas realizadas até o presentesão insuficientes para estabelecer padrões de respostas dos animais ou permitir aplicações práticas, como seu uso na aquicultura. De um modo geral, os trabalhos concentram-se em estudos de fotoperíodo (Barahona-Fernandes, 1979; Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 17 Tandler & Helps, 1985; Saunders et al., 1989; Minagawa, 1994; Downing & Litvak, 1999; Puvanendran & Brown 2002). Por outro lado, trabalhos focando os efeitos da intensidade luminosa e dos diferentes comprimentos de onda, como as cores do espectro visível, são escassos na literatura. Nos ambientes naturais, a luz pode variar durante o ciclo diário em termos de quantidade (intensidade), qualidade (espectro) e duração (fotoperíodo) (Bani et al., 2009). As variações ocorrem em função da rotação da terra (originando a madrugada, o dia, a noite e o crepúsculo), das condições meteorológicas ou das fases da lua (Fálcon, et al., 2010). O efeito da luz nos organismos aquáticos pode variar de acordo com a espécie e o estágio de desenvolvimento. A intensidade da luz está relacionada à energia. A alta intensidade luminosa pode ser estressante ou até mesmo letal para os animais (Boeuf & Le Bail, 1999). O fotoperíodo corresponde ao período de claro e escuro no ciclo diário. Está relacionado ao movimento de translação da terra em torno do sol, que produz variações nos comprimentos do dia e da noite ao longo do ano. A percepção do fotoperíodo pelos animais permite a identificação das estações do ano. Os comprimentos de onda estão relacionados à percepção de cores pelos animais. Comprimentos de onda longos (320-400 nm), em geral estão associados à visão em animais e à fotossíntese em plantas, enquanto que comprimentos de onda curtos (280-320 nm) podem ser prejudiciais para os seres vivos (Williamson et al., 2001). A maioria dos crustáceos tem dois picos de sensibilidade ao espectro de luz visível: o azul (360 a 400 nm) e o verde (480 a 500 nm) (Frank & Widder, 1994). De fato, somente a luz azul penetra na camada profunda de água (Gehring & Rosbash, 2003). A falta de informação quantitativa sobre os efeitos Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 18 benéficos e prejudiciais em diferentes comprimentos de onda torna difícil prever a resposta dos organismos no ambiente (Williamson et al., 2001). Os diodos emissores de luz brancos (LEDs - light emitting diodes) mais comuns comercialmente disponíveis é a combinação de LED nas cores primárias: vermelho, verde e azul (RGB), enquanto o preto é a ausência de luz. Uma luz branca pode ser decomposta em todas as cores (o espectro) por meio de um prisma (Figura 3). Na natureza, esta decomposição origina um arco-íris. As lâmpadas LED e as luminárias combinam vários componentes espectrais que podem ser produzidos diretamente ou através de conversão de fósforo para criar uma mistura que aparenta a cor branca ao olho humano. Os LEDs individuais muitas vezes referidos como chips emitem luz em uma estreita faixa de comprimentos de onda dando a aparência de uma fonte monocromática (Efficiency & Energy, 2017). Os LEDs constituem uma tecnologia nova de iluminação. São constituídos por cristais que emitem luz quando atravessados por uma corrente elétrica. Permitem mudanças na intensidade luminosa e nos comprimentos de onda sem necessidade de substituir as lâmpadas e produzem luz com um gasto mínimo de energia. As fontes de luz tradicionais, como lâmpadas incandescentes ou fluorescentes não oferecem essa possibilidade e tem um consumo de energia muito maior, sendo mais difíceis de serem adaptadas para a iluminação de culturas aquáticas (Dellabio, 2015). Por outro lado, o uso de LEDs, permite a completa personalização da iluminação de qualquer ambiente, inclusive o subaquático. Os LEDs têm potencial para serem usados em aquicultura, devido à sua versatilidade e baixo custo, o que os torna economicamente viáveis (Yurtseven et al., 2016). https://pt.wikipedia.org/wiki/Prisma https://pt.wikipedia.org/wiki/Natureza https://pt.wikipedia.org/wiki/Arco-%C3%ADris Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 19 Figura 3. Cores do espectro visível. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Cor). A luz ou sua falta pode influenciar vários processos dos crustáceos, tais como a locomoção, alimentação, reprodução, coloração corporal, migração, metabolismo e visão de cor (Levine 1980; Wheeler 1982; Meyer-Roshow 1994). Segundo Meyer-Roshow (1994) apesar da variedade estruturas detectoras de luz encontradas nos crustáceos decápodes, a mais proeminente e importante é o olho composto. O sistema visual desses animais consiste em olhos compostos contendo milhares de unidades ópticas denominadas omatídeos. O número de omatídeos varia enormemente entre as espécies. Cada omatídeo é geralmente coberto de córnea, células córneagênicas, cone cristalino e rabdômero (Castillo, 1986). A capacidade de responder à luz é comum a muitas formas de vida. Os olhos têm estruturas que são capazes de fracionar a luz ambiente de acordo com sua composição em termos de comprimento de onda (Land, 2002). Em algumas espécies a sensibilidade espectral e a estrutura dos olhos mudam de acordo com o desenvolvimento ontogênico (Anger, 2001). Além disso, muitos crustáceos Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 20 podem alterar as características ópticas como uma adaptação ao ambiente escuro (Meyer-Rochow, 2001). A estrutura histológica dos olhos dos camarões Macrobrachium não é bem conhecida. Henriques (2006) descreveu a anatomia dos olhos de M. rosenbergii. Não foram encontrados estudos sobre M. amazonicum na literatura. Assim, a hipótese levantada nessa pesquisa foi que M. amazonicum possui uma visão de adaptação de acordo com o ambiente em que se encontra. No momento, existem poucos estudos sobre a influência do efeito de diferentes intensidades luminosas, fotoperíodo e comprimentos de onda (cores) sobre os crustáceos carídeos. Portanto, o objetivo principal desse trabalho foi estudar o efeito desses três fatores, isodados e combinados sobre uma espécie de camarão carídeo de água doce, Macrobrachium amazonicum e uma espécie de carídeo marinho, Crangon crangon. No caso de M. amazonicum, levantou-se a hipótese de que os valores ótimos desses fatores podem melhorar a resistência e acelerar o desenvolvimento, melhorando assim a produtividade em cultivos comerciais. No caso de Crangon crangon, testou-se o efeito dos diferentes comprimentos de onda e cores do substrato sobre a expressão dos cromatóforos. Referências Anger, K. 2001. The biology of decapod crustacean larvae. Krip, Meppel. The Netherlands. pp 405. Anger, K, HAYD, L. 2009. From lecithotrophy to planktotrophy: ontogeny of larval feeding in the Amazon River prawn Macrobrachium amazonicum. Aquatic Biol, 7:19-30. Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 21 Araujo, M. C,. Valenti, W. C. 2011. The effects of light intensities on larval development of amazon river prawn, Macrobrachium amazonicum. Bol Inst Pesca (São Paulo), 37:155-164. Bani, A., Tabarsa, M., Falahatkar, B., Banan, A. 2009. Effects of different photoperiods on growth, stress and haematological parameters in juvenile great sturgeon Huso huso. Aquac Res, 40:1899-1907. Barahona-Fernandes, M. H. 1979. Some effects of light intensity and photoperiod on the sea bass larvae Dicentrarchus labmx (L.) reared at the Centre Oceanologique de Bretagne. Aquaculture, 17: 311-322. Bialetzki, A., Nakatani, K., Baumgartner, G., Bond-Buckup, G. 1997. Occurrence of Macrobrachium amazonicum (Heller,1862) (Decapoda, Palaemonidae) In: Leopoldo’s Inlet (Ressaco do Leopoldo), upper Paraná river, Porto Rico, Paraná, Brasil. Rev Bras Zool, 14:379–390. Boeuf, B. I., Bird, D. J., 1999. Does light have an influence on fish growth? Aquaculture, 177:129–152. Brown, J. H., New, M. B., Ismael, D. 2010. (Eds.). Freshwater prawns: biology and farming. Oxford, Wiley-Blackwell, pp18-39. Campos, J., Van der Veer, H. W. 2008. Autecology of Crangon crangon (L.) with an emphasis on latitudinal trends. Oceanogr Mar Biol Ann Ver, 46:65–104. Castillo, I. M. 1986. Zoologia de invertebrados. Los mandibulados acuáticos. Los crustáceos. p. 563-654. Ediciones pirâmides, S A Madrid, pp 906. Coelho, P. A., Ramos-Porto, M. R. 1985. Camarões de água doce do Brasil: distribuição geográfica. Rev Bras Zool, 2:405–410. Choy, S. C. 1986. Natural diet feeding habits of the crabs Leocarcinus puber Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 22 and L. hosatus (Decapoda, Brachiura, portunidae). Mar Ecol Prog Ser, 31:87-99. Dalley, R. 1980. The survival and development of the shrimp Crangon crangon (L.), reared in the laboratory under non-circadian light-dark cycles.- J Exp Mar Biol Ecol, 47:101-112. Davant, P. 1963. Clave para la identificación de los camarones marinos y de río: con impotancia económica en el Oriente de Venezuela. Instituto Oceanografico, Universidade de Oriente (Cuadernos Oceanográficos) pp 59-113. Dawirs, R. R. 1982. Methodical aspects of rearing decapod larvae, Pagurus bernhardus (Paguridae) and Carcinus maenas (Portunidae). Helgol Meeresunters, 35: 439-464. De Grave, S., Cai, Y., Anker, A. 2008. Global diversity of shrimps (Crustacea: Decapoda: Caridea) in freshwater. Hydrobiologia, 595:287–293. Delabbio, J. 2015. Advantages of LED Lighting Systems in Larval Fish Culture. World Aquac Soc. Del Norte-Campos, A. G. C., Temming, A. 1994. Daily activity, feeding and rations in gobies and brown shrimp in the northern Wadden Sea. Mar Ecol Prog Ser, 115:41–53. Díaz, A. C., Sousa, L. G., Cuartas, E. I., Petriella, A. M. 2003. Growth, molt and survival of palaemonetes argentines (decapoda, caridea) under different light-dark conditions. Iheringia, Sér Zool, Porto Alegre, 93:249-254. Downing., G., Litvak., M. K. 1999. The effect of photoperiod, tank colour and light intensity on growth of larval haddock. Aquac Int, 7:369–382. Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 23 Eagles, M. D.; Aiken, D. E.; Waddy, S. L. 1986. Influence of light and food on larval americanos lobster, Homarus americanus. Can J Fish Aquat Soc, Toronto, 43:2303-2310. Efficiency, E., Energy, R. 2017. LED Color CharacteristicsSolid-State Lighting Building Technology Fact Sheet, Energy. Falcón, J., Migaud, H., Muñoz-Cueto, J. A., Carrillo, M. 2010. Current knowledge on the melatonin system in teleost fish. Gen Comp Endocrinol, 165:469–482. Frank, T. M., Widder, E. A. 1994. Comparative study of behavioral-sensitivity thresholds to near-UV and blue-green light in deep-sea crustaceans. Mar Biol, 121:229-235. Gardner, C.; Maguire, B. M. 1998. Effect of photoperiod and light intensity on survival, development and cannibalism of larvae of the australian giant Pseudocarcinus gigas (Lamarck). Aquaculture, 165:51-63. Gehring, W., Rosbash, M. 2003. The co-evolution of blue-light photoreception and circadian rhythms. J Mol Evol, 57:286–289. Henriques V. M. C. 2006. Desenvolvimento ontogenético de estruturas sensoriais em Macrobrachium rosenbergii (DE MAN 1879) (Crustacea, Palaemonidae). Tese pp 105. Henderson, P. A., James, D. J., Holmes, R. H. A. 1992. Trophic structure within the Bristol Channel: seasonality and stability in Bridgwater Bay. J Mar Biol Assoc Unit King, 72:675-690. Henderson, P. A., Seaby, R. M. H., Somes, J. R. 2006. A 25-year study of climatic and density-dependent population regulation of common shrimp Crangon crangon (Crustacea: Caridea) in the Bristol Channel. J Mar Biol Assoc Unit King, 86:287–298. Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 24 Holthuis, L. B. 1966. A collection of freshwater prawns (Crustacea, Decapoda, Palaemonidae) from Amazonia, Brazil, collected by Dr. G. Marlier. Bull Inst R Sci Nat Belg, 42:1–11. Holthuis, L. B., Peter, K. L. Ng. 2010. (Eds.). Freshwater prawns: biology and farming. Oxford, Wiley-Blackwell, pp 12-17. Hufnagl, M., Temming, A. 2011. Growth in the brown shrimp Crangon crangon. I. Effects of food, temperature, size, gender, moulting, and cohort. Mar Ecol Prog Ser, 435:141–155. Land, M. F. 2002. The optical structures of animal eyes. Magazine. Current Biology Vol 15 No 9 School of Life Sciences. University of Sussex, Brighton BN1 9QG, UK. Levine, J. S. 1980. Vision underwater. Oceanus, 23:19–26. Lopez, B., Pereira, G. 1996. Inventario de los crustáceos decapodos de las zonas alta y media del delta del Rio Orinoco, Venezuela. Acta Biol Venez, 16: 45-64. Maciel, C. R., Valenti, W. C. 2009. Biology, fisheries and aquaculture of the Amazon River prawn Macrobrachium amazonicum: a review. Nauplius, 17:61–79. Maes, J., Taillieu, A., Van Damme, P. A., Cottenie, K., Ollevier, F. 1998. Seasonal patterns in the fish and crustacean community of a turbid temperate estuary (Zeeschelde Estuary, Belgium). Estuar Coast Shelf Sci, 47:143–151. Magalhães, C. 2000. Diversity and abundance of decapod crustaceans in the Rio Negro basin, Pantanal, Mato Grosso do Sul, Brazil. pp 56-62. In: P. W. Magalhães, C. 2001. Diversity, distribution, and habitats of the macro-invertebrate fauna of the Río Paraguay and Río Apa, Paraguay, with emphasis on Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 25 decapod crustaceans. In: Chernoff B, Willink PW, Montambault JR (eds) A biological assessment of the aquatic ecosystems of the Río Paraguay Basin, Alto Paraguay, Paraguay. RAP Bull Biol Assess 19. Conservation International, Washington, DC, pp 68–72. Magalhães, C. 2002. A rapid assessment of the decapod fauna in the Rio Tahuamanu and Rio Manuripi Basins, with new records of shrimps and crabs for Bolivia (Crustacea, Decapoda, Palaemonidae, Sergestidae, Trichodactylidae). Rev Bras Zool, 19:1091-1103. Melo, A. G. 2003. Manual de identificacao dos Crustacea Decapoda de água doce do Brasil. São Paulo, Edições Loyola/Museu de Zoologia, USP, pp 430. Meyer-Rochow V. B. 1994. Light-induced damage to photoreceptors of spiny lobsters and other crustaceans. Crustaceana. Meyer-Rochow V. B. 2001. The crustacean eye: dark/light adaptation, polarization sensitivity, flicker fusion frequency, and photoreceptor damage. Zool Sci, 18:1175–1197. Minagawa, M. 1994. Effect of photoperiod on survival, feeding and development of larvae of the red frog crab, Ranina ranina. Aquaculture, Amsterdam. 120:105-114. Moss, G. A.; Tong, L. J.; Hlingworth, J. 1999. Effects of light intensity and food density on the growth and survival of early-stage phyllosoma larvae of the rock lobster Jasus edwardsii. Mar Freshw Res, 50:129-34. Perger, R., Temming, A. 2012. A new method to determine in situ growth rates of decapod shrimp: a case study with brown shrimp Crangon crangon. Mar Biol, 159:1209–1222. Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 26 Pettovello, A. D. 1996. First record of Macrobrachium amazonicum (Decapoda, Palaemonidae) in Argentina. Crustaceana, 69:113–114. Pileggi, L. G., Mantelatto, F. L 2010. Molecular phylogeny of the freshwater prawn genus Macrobrachium (Decapoda, Palaemonidae), with emphasis on the relationships among selected American species. Invertebr Syst, 24: 194-208.Puvanendran, V., Brown, J. A. 2002. Foraging, growth and survival of Atlantic cod larvae reared in different light intensities and photoperiods. Aquaculture, 214:131–151. Ramos-Porto, M., Coelho, P. A. 1990. Sinopse dos crustaceos decapodos brasileiros (Familia Palaemonidae). An Soc Nordestina Zool, 3:93-111. Rodríguez, G. 1982. Fresh-water shrimps (Crustacea, Decapoda, Natantia) of the Orinoco basin and the Venezuelan Guayana. J Crustac Biol, 2:378-391. Saunders, R., Specker , J. L., Komourdjian, M. P. 1989. Effects of Photoperiod on growth and smolting in juvenile atlantic salmon (Salmo salar). Aquaculture, 82:103-117. Tandler, A., Helps, S. 1985. The effects of photoperiod and water exchange on growth and survival of gilthead sea bream (Sparus aurata, Linnaeus; Sparidae) from hatching to metamorphosis in mass rearing systems. Aquaculture, 48:71–82. Tiews, K. 1970. Synopsis of biological data on the common shrimp Crangon crangon (Linnaeus, 1758). FAO Fish Rep, 57:1167–1224. Valência, D. M., Campos, M. R. 2007. Freshwater prawns of the genus Macrobrachium Bate, 1868 (Crustacea: Decapoda: Palaemonidae) of Colombia. Zootaxa, 1456:1-44. Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 27 Wheeler, T. G. 1982. Color vision and retinal chromatic information processing in teleost: a review. Brain Res, 4:177–235. Williamson, C., Neale, P. J., Grad, G., Lange, H. J., Hargreaves, B. R. 2001. Beneficial and detrimental effects of uv on aquatic organisms: implications of spectral variation. Ecol Appl, 11:1843–1857. Yurtseven, M. B., Mete, S., Onaygil, S. 2016. The effects of temperature and driving current on the key parameters of commerciallyavailable, high-power, white LEDs. Lighting Res Technol, 48:943–965. Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 28 Capitulo 2 Descrição histológica dos olhos do camarão-da-amazônia, Macrobrachium amazonicum no ambiente claro/escuro Histology of eyes of the Amazon river prawn, Macrobrachium amazonicum in the invironment light/dark Abstract In this paper, we have described the histological structure of the Macrobrachium amazonicum eyes subjected to light and total darkness environment. Results will contribute to improve the knowledge of the biology of the species and subsidize future studies on the effect of the light on the development and performance of the M. amazonicum in aquaculture systems. Three beakers were subjected to white light, using LED lamps. The light intensity was 1000 lux, and photoperiod was 12L:12D (light:dark). Three other beakers were subject to total darkness (photoperiod 0L:24D). One prawn juvenile (45 days) were stocked in each becker. After 30 days, the eyes with optic stalks were withdrawn and soon after fixed in 4% paraformaldehyde and 0.2 M sodium phosphate buffer (pH 7.2) for 24 h. After fixation, the samples were dehydrated in a graded ethanol series: 70% to 90% for 30 minutes and 95% to 100% for one hour. The samples were embedded in paraffin. Serial sections 5-7 µm in thickness were obtained with a rotary microtome. Light microscopy confirmed the typical structures of eyes of crustaceans found in M. amazonicum. Prawns maintained in total darkness showed eyes luminescent from day 2° onward. However, we did not observe histological differences in the structure of the ommatidium between animals subjected to light or darkness. The histological structure of eyes of M. amazonicum showed very similar to that one observed for Macrobrachium rosenbergii. Results showed that light or darkness do not influence the typical structures of the eyes of the M. amazonicum. Possibly the eyes of the M. Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 29 amazonicum prawns were luminescent in dark situation by physiological changes in the crystalline cones that are cells with iris pigments that contain granules of dark pigments with adaptation in the change of light into the dark. Key words: Light; dark; clean; luminescent; Macrobrachium Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 30 Introduction Exposure to light can influence crustaceans in various ways, such as locomotion, feeding, reproduction, body colouring, migration, metabolism, and colour vision (Levine, 1980; Wheeler, 1982). All factors cited above and much more may be influenced by light or lack thereof (Meyer-Roshow, 1994). The ability to respond to light is common to many life forms, but the eyes have structures that are capable of breaking ambient light according to their direction of origin (Land, 2002). According Meyer-Roshow (1994), despite the variety of studies of light detectors, the most prominent and important for crustacean still are the compound eyes. The visual system of decapod crustaceans consists of compound eyes containing thousands of optical units, called omatídea (Anger, 2001). The number of omatídium varies enormously among species. Each omatídium is generally covered with a cornea, corneagenous cells, crystalline cone and the rhabdomeres (Castillo, 1986). The eye has a single opening photoreceptor through which light enters such that the scene the animal observes is simply an array of "pixels" one for each characteristic (Gaten et al., 2013). The corneal surface is often convex, resulting in a wide field of view, which can cover more than 180°. The diversity of compound eyes, their function, and pigment reflect on the different ecological demands of different lifestyles and habitats (Marshall, 1996). Composite eyes are generally highly developed (Anger, 2001), but it depends on the habitat of the animal (Matsuda & Wilder, 2014). Crustaceans with composed eyes well-developed, such as some prawns and crabs, exhibit certain ability to discriminate shape and size. The ambient light and visual tasks are selective forces that modulate visual systems of aquatic species during their lifetime (McFarland & Munz, 1975). In Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 31 some species, the spectral sensitivity and the structure of the eyes change according to ontogenic development ( Anger, 2001). Also, many crustaceans can change the optical characteristics as an adaptation to light and dark environment (Meyer-Rochow, 2001). Aquatic animals adapted to deep water can see with very low light intensity. In some animal species, moonlight or starlight is sufficient for vision, and the activities of many species are controlled by changes in light before sunrise or after sunset. Some aquatic animals respond to light as luminescent organisms; in some cases, they may be attracted others repelled or guided by the recognition of the light pattern. For certain species, luminescence can provide sufficient illumination for vision (Clarke & Backus, 1957). The intensity of light that affects photokinesis or phototaxis may be less than the threshold for vision and animals can certainly respond to differences in light and shade that is day and night in lower illumination (Clarke & Backus, 1957). The Amazon River prawn (Macrobrachium amazonicum) is largely distributed in South America. Inhabits lacustrine, floodplain, and lotic environments in tropical and subtropical flatlands (for more details see Maciel & Valenti, 2009). It is very abundant in sediment-rich waters of the Amazon River basin (Magalhães, 1985; Odinetz-Collart, 1991b). This prawn is benthic and associated with flooded substrates (e.g., tree trunks and leaves that are permanently submerged or covered by water in the rainy season) or patches of floating aquatic vegetation (Magalhães,2000; 2001; Montoya, 2003; Magalhães et al., 2005). M. amazonicum is the freshwater prawn native from South America most suitable for aquaculture (Moraes-Valenti et al., 2010; Marques & Moraes- Valenti, 2012). Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 32 The histological structure of the eyes of the Macrobrachium prawns is not well known. Henriques (2006) has described the eyes anatomy of M. rosenbergii. Few studies on M. amazonicum were found in the literature. Thus, in this paper, we have described the histological structure of the M. amazonicum eyes subjected to light and total darkness environment. Results will contribute to improve the knowledge of the biology of the species and subsidize future studies on the effect of the light on the development and performance of the M. amazonicum in aquaculture systems. Material and Methods The experiment was carried out at the Aquaculture Center of São Paulo State University (CAUNESP/UNESP), Brazil. Post-larvae of M. amazonicum were obtained from the hatchery facility at the Crustacean Sector of UNESP (21°15’22’’S, 48°18’48’’W) and were reared for forty-five days in an indoor nursery system at the same facility. Then, juveniles were placed in 2-L beakers filled with freshwater, at 1/L. Experimental Design Three beakers were subjected to white light, using LED lamps. The light intensity was 1000 lux and photoperiod was 12L:12D (L: Light and D: Dark). Three other beakers were subject to total darkness; thus photoperiod was 0L:24D. During the experiment, the animals were fed manually with 1.6 mm pelleted commercial feed, containing 35% Crude Protein (Potimar Guabi), for juveniles. The beakers were siphoned daily to remove leftover feed. Eighty percent of the water was exchanged daily. Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 33 After 30 days, the eyes with optic stalks of M. amazonicum were withdrawn and soon after fixed in 4% paraformaldehyde and 0.2 M sodium phosphate buffer (pH 7.2) for 24 h. After fixation, the samples were dehydrated in a graded ethanol series: 70% to 90% for 30 minutes and 95% to 100% for one hour. The samples were embedded in paraffin. Serial sections 5-7 µm in thickness were obtained with a rotary microtome. The sections were stained with hematoxylin and eosin (H&E) according to Sant’Anna et al. (2010). The slides were photographed and digitized under the Leica DM 2000 light microscope using the Leica IM50 program. Results Light microscopy confirmed the typical structures of eyes of crustaceans found in M. amazonicum (Figure 1). We have observed that prawns maintained in total darkness showed eyes luminescent from day 2 onward. However, we did not observe histological differences in the structure of the ommatidium between animals subjected to light or darkness (Figure 1). The results were very similar, and the histological structure of the eyes is described below. Each ommatidium is long and composed of the cornea, corneagenous cells, cone cells that form the crystalline tract, retinular cells, clear zone, optic nerve fibers and lamina (Fig. 1A). The cornea is observed in the external layer and is composed of pavement cells (Fig. 1B). Below of the cornea is the special cell of the epidermis of the ommatidium that is the corneagenous cells (asterisk) (Fig. 1B). The nucleus of each ommatidium has a group of cone cells that form the crystalline tract. The cone cells are longs and were intensely stained with H&E (Fig. 1B). Subjacent to the crystalline tract, there is the retinula that is formed by Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 34 retinular cells (black arrow) (Fig. 1C). The nucleus of the retinular cells appeared basophilic when stained with H&E (Fig. 1C, D). The retinular cells surround the pigment cells and the rhabdom (white arrow) (Fig. 1C). The rhabdom extends towards the center of the ommatidium (Fig. 1C). Underneath the rhabdom, there are the optic nerve fibers and the lamina (Fig. 1C). The structure of the retinular cells, rhabdom and optic nerve fibers not changed in treatment dark (Fig. 1D). Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 35 Figure 1. Photomicrographs of the eyes of the Macrobrachium amazonicum in the treatments light (A, B, C) and dark (D). A. General view of the ommatidium. Note the cornea, corneageneus cells, cone cells that form the crystalline tract, retinular cells, clear zone, optic nerve fibers, and lamina. The black arrow and the white arrow are showing the cuticle and the optic nerve fibers, respectively. B. Detail of the posterior region of the ommatidium showing the cornea, corneagenous cells (asterisk) and the cone cells. The cone cells and the crystalline tract are long, but the cone cells show strong staining and the crystalline tract appear less reactive to H&E. C. Detail of the cells below of the crystalline tract showing the retinular cells (black arrow) with the nucleus basophilic. The white arrow shows the rhabdom, strong coloured. Detail of the ommatidium of the treatments dark. Note the structure of the rhabdom (white arrow). C, cornea; Cc, cone cell; Co, corneagenous cells; Ct, crystalline tract; Cz, clear zone; Re, retinular cell; Rc, retinular cell; Of, optic nerve fibers; La, lamina. (staining = H&E). 10µṃ 10um 10µm 10µm 10µm 10µm Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 36 Discussion The histological structure of eyes of M. amazonicum showed very similar to that one observed for M. rosenbergii by Henriques (2006). The presence of cones was confirmed, and thus it was demonstrated that the juveniles of M. amazonicum can distinguish different colours. Therefore, variations in wavelength may produce different responses regarding metabolism, reproduction, and growth performance. Thus, the effect of light colours on the culture of M. amazonicum should be investigated. Results showed that light or darkness do not influence the typical structures of the eyes of the M. amazonicum. In both situations, the structure of the ommatidium is similar. We observed that prawn eyes began to be luminescent in prawns subjected to total darkness. Thus, we have hypothesized that total darkness may produce some morphological change in the structure of the prawn eyes. The hypothesis was not confirmed, and probably luminescence was produced by a physiological change and not morphological ones. Possibly the eyes of the M. amazonicum prawns were luminescent in dark situation by physiological changes in the crystalline cones that are cells with iris pigments that contain granules of dark pigments with adaptation in the change of light into the dark (Vogt, 1980). Meyer-Rochow, (2001) reported that many crustaceans can alter the optical properties of their eyes under light and dark adaptation. However, Doughtie & Rao (1984) examined a group of twenty-five eyes of shrimp subjected to partial or total darkness and observed that the cells were the same with no histological difference similarly to the results obtained for M. amazonicum in the present research. Henriques, (2006) observed the eye of the M. rosenbergii, in which it follows the typical pattern of crustaceans with characteristics of perception Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 37 of forms and movement with sharpness. The species has composite eyes at all stages of development, indicating that it is adapted to detect movements (Fincham, 1984; Martin, 1992; Wolff & Read,1993) The sensitivity of colours arises in the change of opsins, different types of cone in the retina or changes in the source of the chromophore (Cheng & Flamarique, 2004; White et al., 2004). This change in some aquatic organisms allows seeing at night during the winter and changing the spectrum of the vision to the blue during the summer (Tsin & Beatty, 1977). Morphologically, the eyes of Crustacean are characterized by distinct photoreceptor units called omatídea (Anger, 2001). At the moment that each omatídea responds to the light of its own crystalline cone, the image is formed by apposition characterizing itself as an eye adapted to the light. Images by apposition are adapted to provide a clearer mosaic image (Meglitsch, 1986; Fincham, 1984). When the omatídea responds to the light of several crystalline cones, it forms an image by optical superposition containing reflection (Anger, 2001). Crustaceans can change the optical properties of their eyes for light and dark adaptation (Meyer-Rochow, 2001). Matsuda & Wilder (2014) have observed that M. rosenbergii has characteristics of superposition compound eyes with a clean zone that is a region devoid of pigment between the dioptric and recipient layers, as reported by Meyer-Rochow (2001) in crustaceans. According Land (1981 & 1999), an anatomical design adaptated to improve the vision in dark environments through superposition by refraction or reflection occurs in some eyes of decapod. In this way, M. amazonicum may be able to adapt the vision to low or no light environments. Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 38 The M. amazonicum show social behavior (Moraes-Riodades & Valenti, 2004). The recognition of dominant males by females should also be associated with visual, chemical or tactile stimuli. The males of M. amazonicum have coloured chelipeds, which indicates that these animals can distinguish colours. In fact, species of Stomatopods, that have different colours, can distinguish colours (Marshall et al., 1996). As noted by Maciel & Valenti (2014), the colours of the tank affected the consumption of Artemia nauplii in different stages of larval development of the M. amazonicum, suggesting that vision is important for the capture of the prey in this species. The colour of the tank may influence the spectrum and intensity of light entering the water column, which may interfere with the behaviour of Artemia nauplii crustacean larvae and fish (Tamazouzt et al., 2000; Cobcroft & Battagle 2009; Villamizar et al., 2009; Villamizar et al., 2011, Maciel & Valenti, 2014). The eyes of M. amazonicum are compounds, in which we find structures that allow the perception of luminous stimuli and colours. Juveniles contain superposition eyes following the crustacean pattern. Probably, the vision of this species is adapted to the environment and may be related to its behaviour, natural habitat, and predator-prey relationship. References Anger, K. 2001. The biology of decapod crustacean larvae. Krip, Meppel. The Netherlands. pp 405. Castillo, I. M. 1986. Zoologia de invertebrados. Los mandibulados acuáticos. Los crustáceos. p. 563-654. Ediciones pirâmides, S. A. Madrid. pp 906. Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 39 Cobcroft, J. M., Battaglene, S. C. 2009. Jaw malformation in striped trumpeter Latris lineata larvae linked to walling behaviour and tank colour. Aquaculture, 289:274–282. Cheng, C. L., Flamarique, I. N. 2004. New mechanisms for modulating colour vision. Nature, 428-279. Clarke, G. L. Backus, R. H. 1957. Measurements of light penetration in relation to vertical migration and records of luminescence of deep-sea animals. Deep- Sea Res, pp 1-4. Doughtie, D. G., Rao, K. R. 1984. Ultrastructure of the eyes of the grass shrimp, Palaemonetes pugio General morphology, and light and dark adaptation at noon. Cell Tissue Res, 238:271-288. Fincham, A. A. 1984. Ontogeny and optics of the eyes of the common prawn Palaemon serratus (Palaemon) (Pennant, 1777). Zool J Linn Soc, 81:89-113. Gaten, E., Moss, S., Johnson, M. 2013. The reniform superposition compound eyes of Nephrops norvegicus: Optics, susceptibility to light induced damage, electrophysiology and a ray tracing model. Adv Mar Biol, Vol:07-148. Henriques V. M. C. 2006. Desenvolvimento ontogenético de estruturas sensoriais em Macrobrachium rosenbergii (DE MAN 1879) (Crustacea, Palaemonidae). Tese pp 105. Land, M. F. 1981. Optics of the eyes of Phronima and other deepsea amphipods. J Comp Physiol, 145:209–226. Land, M. F. 1999. Compound eye structure: matching eye to environment. In: Archer SN et al (eds) Adaptive mechanisms in the ecology of vision. Kluwer, Dordrecht, pp 51–71. http://www.sciencedirect.com/science/journal/01466313 http://www.sciencedirect.com/science/journal/01466313 https://www.sciencedirect.com/science/journal/00652881 https://www.sciencedirect.com/science/journal/00652881/64/supp/C Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 40 Land, M. F. 2002. The optical structures of animal eyes. Magazine. Current Biology Vol 15 No 9 School of Life Sciences. University of Sussex, Brighton BN1 9QG, UK. Levine, J. S. 1980. Vision underwater. Oceanus, 23:19–26. Maciel, C. R. & W. C. Valenti. 2009. Biology, fisheries and aquaculture of the Amazon river prawn Macrobrachium amazonicum: a review. Nauplius, 17:61–79. Maciel, C. R., Valenti., W. C. 2014. Effect of tank colour on larval performance of the Amazon River prawn Macrobrachium amazonicum. Aquac Res, 45:1041– 1050. McFarland, W. N., Munz, F. W. 1975. Part III: the evolution of photopic vision pigments in fishes. Vis Res, 15:1071–1080. Magalhães, C. 1985. Desenvolvimento larval obtido em laboratorio de palaemonideos da Região Amazônica. I – Macrobrachium amazonicum (Heller, 1862) (Crustacea, Decapoda). Amazoniana, 9(2):247‑274. Magalhães, C. 2000. Diversity and abundance of decapod crustaceans in the Rio Negro basin, Pantanal, Mato Grosso do Sul, Brazil. p. 56‑62. In: Willink, P. W., Chernoff, B., Alonso, L. E., Montambault, J. R., Lourival, R. (eds) A Biological Assessment of the Aquatic Ecosystems of the Pantanal, Mato Grosso do Sul, Brazil. RAP Bulletin of Biological Assessment 18. Washington, Conservation International. Magalhães, C. 2001. Diversity, distribution, and habitats of the macro-invertebrate fauna of the Rio Paraguay and Rio Apa, Paraguay, with emphasis on decapod crustaceans. p. 68‑72. In: Chernoff, B., Willink, P. W., Montambault, J. R. (eds) A Biological Assessment of the Aquatic Ecosystems of the Rio Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 41 Paraguay Basin, Alto Paraguay, Paraguay. RAP Bulletin of Biological Assessment 19. Washington, Conservation International. Magalhães, C., Bueno, S. L. S., Bond-Buckup, G., Valenti, W. C., Silva, H. L. M., Kiyohara, F., Mossolin, E. C., Rocha, S. S. 2005. Exotic species of freshwater decapod crustaceans in the state of Sao Paulo, Brazil: records and possible causes of their introduction. Biodivers Conser, 14:1929‑1945. Marshall, J., Kent, J., Cronin, T. 1996. Visual adaptations in crustaceans: spectral sensitivity in diverse habitats. In: Archer SN et al (eds) Adaptive mechanisms in the ecology of vision. Kluwer, Dordrecht, pp 285–327. Marques, H. L. A., Barros, H. P., Mallasen, M., Boock, M. V., Moraes-Valenti, P. M. C. 2012. Influence of stocking densities in the nursery phase on the growth of Macrobrachium amazonicum reared in net pens. Aquaculture, 358–359:240–245. Moraes-Valenti, P., Morais, P.A., Preto, B.L and Valenti, W.C. 2010 Effect of density on population developmentin the Amazon River prawn Macrobrachium amazonicum. Aquatic Biology, 9: 291-301. Martin, G. 1992. Brachiopoda. In: Harrison F. W., Humes, A. G. Crustacea Humesp, pp 200-215. Matsuda, K., Wilder, M. N. 2014. Eye structure and function in the giant freshwater prawn Macrobrachium rosenbergii. Fish Sci, 80:531–541. Meglitsch, P. A. 1986. Zoologia de Invertebrados. Ed. Pirámide. Madrid. 2ed. pp 906. Meyer-Rochow V. B. 1994. Light-induced damage to photoreceptors of spiny lobsters and other crustaceans. Crustaceana, 67:1 Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 42 Meyer-Rochow V. B. 2001. The crustacean eye: dark/light adaptation, polarization sensitivity, flicker fusion frequency, and photoreceptor damage. Zool Sci, 18:1175–1197. Montoya, J. V. 2003. Freshwater shrimps of the genus Macrobrachium associated with roots of Eichhornia crassipes (Water Hyacinth) in the Orinoco Delta (Venezuela). Caribb J of Sci, 39:155‑159. Odinetz-Collart, O. 1991b. Tucuruí dam and the populations of the prawn Macrobrachium amazonicum in the lower Tocantins (PA, Brasil): a four year study. Arch Hidro, 122:213‑227. Sant’Anna, B. S., Turra, A., Zara, F. J. 2010. Simultaneous activity of male and female gonads in intersex hermit crabs. Aquat Biol, 10:201–209. Tamazouzt, L., B. Chatain, P. Fontaine. 2000. Tank wall colour and light level affect growth and survival of Eurasian perch larvae (Perca fluviatilis L.). Aquaculture, 182:85–90. Tsin, A. T. C., Beatty, D. D. 1977. Visual pigment changes in rainbow trout in response to temperature. Science, 195:1358–1360. Villamizar N., García-Alcazar, A., Sanchez-Vazquez, F. J. 2009. Effect of light spectrum and photoperiod on the growth, development and survival of European sea bass (Dicentrarchus labrax) larvae. Aquaculture, 292:80–86. Villamizar, N. Blanco-Vives, B., Migaud, H., Davie, A., Carboni, S., Sánchez- Vázquez, F. J. 2011. Effects of light during early larval development of some aquacultured teleosts: A review. Aquaculture, 315:86–94. Vogt, k. 1980. Die Spiegeloptik des Flugkrebsauges. J Comp Physiol, 135:119. Wheeler, T. G. 1982. Color vision and retinal chromatic information processing in teleost: a review. Brain Res, 4:177–235. Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 43 White, E. M., Gonçalves, D. M., Partridge, J. C., Oliveira, R. F. 2004. Vision and visual variation in the peacock blenny. J Fish Biol, 65:227–250. Wolff, T., Read, D. R. 1993. Pattern formation in the Drosophila retina. In: Bate, M., Arias, A. M. The Development of Drosophila melanogaster.Cold Spring Harbor. Lab Press, pp 1277-1325. Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 44 Capítulo 3 Efeito das radiações luminosas no desenvolvimento inicial do camarão-da- amazônia M. amazonicum Resumo O objetivo desse trabalho foi avaliar se diferentes comprimentos de onda luminosa (cores) afetam o desenvolvimento pós-larval inicial de M. amazonicum. O fator testado foi a cor da luz incidente na superfície da água dos tanques, com quatro níveis: azul, verde, vermelho e branco. Como controles, foram usados a luz ambiente (1000 lux) e o escuro total. As luzes coloridas foram produzidas por fitas com lâmpadas de LED, RGB em intensidade 500 lux. O fotoperíodo foi de 12L:12E (L= luz, E= escuro). Foram realizados três experimentos com delineamento totalmente casualisado, com seis tratamentos e três repetições por tratamento. O experimento 1 foi um teste de inanição. Pós-larvas foram submetidas aos diferentes tratamentos e não foram alimentados; as horas de vida de cada animal até a morte por inanição são contadas e esse valor é usado como variável de avaliação. No experimento 2, PL recém-metamorfoseadas foram cultivadas por 9 dias sob iluminação com luz azul, verde, vermelha e branca. No experimento 3, foi testado o efeito da exposição prévia de PL de M. amazonicum a diferentes cores de luz sobre o desenvolvimento posterior dos animais. Pós- larvas recém-metamorfoseadas foram cultivadas por nove dias em tanques submetidos à iluminação nas cores azul, verde, vermelho e branco. A seguir, foram estocadas em tanques de 12 L e cultivadas por 15 dias em luz e temperatura ambiente. Os resultados obtidos sugerem que os diferentes comprimentos de onda afetam o desenvolvimento inicial de M. amazonicum. A radiação azul parece ser especialmente importante, aumentando o ganho de peso em relação ao verde e vermelho. No entanto, esse efeito positivo inicial da cor Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 45 azul se perde rapidamente quando os animais são posteriormente criados em luz branca ou ambiente, que contém no seu espectro a radiação azul. Palavras-Chave: LED; comprimento de onda; crustáceos; pós-larva. Abstract The objective of this work was to evaluate if different light wavelengths (colours) affect the initial post-larval development of M. amazonicum. The factor tested was the colour of light incident on the water surface of the tanks, with four levels: blue, green, red and white. As controls, ambient light (1000 lux) and total darkness were used. The coloured lights were produced by tapes with LED lamps, RGB in intensity 500 lux. The photoperiod was 12L:12D (L= light D= dark). Three experiments were carried out with a completely randomized design, with six treatments and three replications per treatment. Experiment 1 was a starvation test. Post-larvae were submitted to different treatments and were not fed, the hours of life of each animal until death by starvation are counted and this value is used as the evaluation variable. In experiment 2, freshly metamorphoseds PL were cultured for 9 days under illumination with blue, green, red and white light. In experiment 3, the effect of previous exposure of PL of M. amazonicum to different light colours on the later development of the animals was tested. Newly, metamorphosed post-larvae were cultivated for nine days in tanks submitted to light blue, green, red and white. They were, then stored in 12 L tanks and cultured for 15 days in light and room temperature. The results obtained suggest that the different wavelengths affect the initial development of M. amazonicum. The blue radiation seems to be especially important, increasing the weight gain in relation to Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 46 green and red. However, this initial positive effect of blue colour is rapidly lost when the animals are subsequently reared in white or ambient light which contains blue radiation in their spectrum. Keywords: LED; wavelength; crustaceans; post-larvae. Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 47 Introdução A luz tem sido considerada um dos principais fatores abióticos que afetam o desenvolvimento inicial dos crustáceos decápodes (Gardner & Maguire, 1998; Anger, 2001). Esse fator apresenta três características básicas: a qualidade, a quantidade e a periodicidade. A primeira refere-se aos diferentes comprimentos de onda, que são absorvidos pela água em diferentes extensões. A quantidade corresponde às diferentes intensidades luminosas. A periodicidade se refere aos ciclos diários, que variam sazonalmente e com a latitude, sendo geralmente chamada fotoperíodo (Sumpter, 1992). Tem sido demonstrado que a luz influencia vários comportamentos e processos dos animais aquáticos, tais como: ingestão de alimentos, crescimento, ecdise, maturação ovariana,reprodução, locomoção, acasalamento, cor do corpo e comportamento fisiológico (Hillier, 1984; Blaxter, 1968; Primavera & Caballero, 1992; Meyer-Rochow, 1994; Wang, 2003 e 2004; Gehrke, 1994; Giri et al., 2002; Hoang, 2003; Crear et al., 2003). Novas tecnologias têm surgido que tornam a manipulação da luz viável na aquicultura. Antigamente, a principal fonte de iluminação artificial usada para animais aquáticos era lâmpada fluorescente compacta (LDC). No entanto, esta mostra grandes diferenças na intensidade da luz. Além disso, seu uso consome muita energia. Atualmente, existem os diodos emissores de luz (LED) que consistem em fonte de iluminação com longa duração e econômica (Wu et al., 2009, Singh et al., 2015). O sistema de iluminação LED permite ajustes da intensidade da luz, do fotoperíodo e do espectro luminoso em uma única fonte de luz. Portanto, representam uma ferramenta importante para uso em aquicultura visando aumentar o crescimento e a sobrevivência de organismos cultivados (Delabbio, 2015). Os efeitos de luz, principalmente dos comprimentos de onda, Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 48 sobre os organismos aquáticos tem sido pouco estudados. Além disso, o amplo escopo das espécies aquáticas abre muitas possibilidades de comparação (Dekens et al., 2017). Portanto, há necessidade de estudos abordando funções específicas controladas pela luz nos organismos usados na aquicultura. Até o momento, trabalhos sobre o efeito da luz na fase pós-larval dos crustáceos são escassos. No entanto, pode ser importante saber qual é o ambiente ideal para cada espécie, visando aumentar o bem-estar dos animais no ambiente de cultivo para aumentar a produção. O camarão-da-amazônia (Macrobrachium amazonicum) apresenta importância pesqueira e também grande potencial para aquicultura (Kutty et al., 2000; Moraes-Valenti et al., 2010). É um camarão que pode alcançar até 16 cm e 30 g (Valenti et al., 2003). Apresenta rápido crescimento (Kutty et al., 2000), grande rusticidade e resistência, fácil reprodução e desenvolvimento em cativeiro (Valenti, 1985). É uma espécie eurihalina, ocupando estuários até regiões interiores (Magalhães, 1985). Além do mais, possui ampla distribuição geográfica, ocorrendo em rios, várzeas, lagos e reservatórios nas regiões tropicais e subtropicais da América do Sul. A distribuição desta espécie inclui as bacias do Amazonas, Orinoco, São Francisco, e os rios Prata, e os rios do nordeste e centro-oeste do Brasil (ver Maciel & Valenti, 2009) para mais detalhes). Portanto, gerar conhecimento científico sobre essa espécie tem importância teórica, possibilitando um melhor entendimento da sua biologia, e prática, podendo fornecer subsídios para a conservação dos estoques pesqueiros e otimizar seu cultivo. A manipulação da luz pode melhorar o desenvolvimento do camarão-da- amazônia tais como, podendo reduzir a ingestão de alimentos assim, reduzindo Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 49 custos e melhorando o desempenho da cultura, comportamento, a energia gasta, sobrevivência (Maciel & Valenti, 2014), aumento na atividade de natação em larvas de M. amazonicum (Araújo & Valenti, 2011). A Intensidade de luz e qualidade (comprimento de onda) podem afetar o comportamento geral dos organismos aquáticos, embora a resposta seja variada de específica para espécies (Marchesan et al., 2005; Villamizar et al., 2009). Assim, o objetivo desse trabalho foi avaliar se diferentes comprimentos de onda luminosa (cores) afetam o desenvolvimento pós-larval inicial de M. amazonicum. Materiais e Métodos Os experimentos foram desenvolvidos na Universidade Estadual Paulista (UNESP) - Jaboticabal, no setor de Carcinicultura do Centro de Aquicultura da UNESP (CAUNESP). As pós-larvas (PL) recém-metamorfoseadas de M. amazonicum utilizadas foram obtidas a partir do estoque de reprodutores do Setor de Carcinicultura da UNESP, Este é mantido em viveiros de fundo natural, localizados em latitude 21°15'22''S e longitude 48°18'48''W. Esse estoque foi formado a partir de reprodutores coletados no Furo das Marinhas, Município de Santa Barbara, Estado do Pará (1o13´25”S, 48o17´40”W). Delineamento experimental Foram realizados três experimentos com delineamento inteiramente casualisado, com seis tratamentos e três repetições por tratamento. O fator testado foi à cor da luz incidente na superfície da água dos tanques, com quatro níveis: azul, verde, vermelho e branco. Como controles, foram usados a luz Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 50 ambiente e o escuro total. As luzes coloridas foram produzidas por fitas com lâmpadas de LED, RGB em intensidade 500 lux. Os comprimentos de onda foram medidos usando o espectrorradiômetro GL Spectis 1.0 Touch GL Optic. A potência das fitas de LED foi ajustada para obter a intensidade da luz desejada (500 lux), considerando todo o espectro medido pelo espectrorradiômetro (Figura 1). Para a calibração padrão, usamos a fita de LED de cor branca formada pela combinação das cores azul, verde e vermelho (Figura 1). A calibragem ocorreu da seguinte forma: a fita de LED branco foi colocado a uma distância de 3,5 cm da probe do espectrorradiômetro e a potência do LED foi ajustada de modo que a intensidade da luz emitida fosse à mesma para todas as cores. No programa MS- Excel, foi feito a integral da região espectral, ou seja, o cálculo da área abaixo da curva de irradiância espectral, usando a técnica de soma dos trapézios. O resultado dessa conta fornece a irradiação total (poder radiante) do espectro analisado, ou seja, a potência por unidade de área. Esta é uma medida radiométrica que não leva em consideração o viés do olho humano para a percepção das cores. O valor obtido nesse cálculo foi então utilizado para calibrar as outras cores dos LEDs utilizados no experimento, a fim de garantir que a potência luminosa emitida por todas as fitas de LEDs que atinge a superfície da água dos tanques fosse a mesma, independente de nossa percepção. Para tanto, as fitas de LEDs de cada cor (azul, verde, vermelho) foram posicionados na mesma distância da probe do espectroradiômetro e a área sob a curva de irradiância expectral foi calculada. Deste modo, o valor do poder radiante foi o mesmo para todas as cores, sendo fixado em 500 lux. Vale notar, que fazendo a calibragem dessa forma o valor em lux lido para cada cor é diferente, exatamente porque o olho humano é mais sensível para algumas cores do que para outras. Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 51 Figura 1. Gráficos dos comprimentos de onda que foram medidos com Espectrorradiômetro GL Spectis 1.0. 350 400 450 500 550 600 650 700 750 Comprimentos de onda (nm) I rr a d ia ç ã o e s p e c tr a l (m W /m 2 /n m ) Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 52 A luz ambiente consistiu na luz solar natural que penetrava pela janela acrescida da luz fluorescente instalada para iluminar o laboratório, atingindo 1000 lux. O fotoperíodo foi de 12L:12E (L= luz, E= escuro). O controle das horas de luz foi feito por “timers” automáticos que apagaram e acenderam as luzes fluorescentes e as fitas de LEDs nos períodos estipulados. O escuro total foi obtido cobrindo os tanques com pano preto, impedindo a penetração de luz. Experimento 1 O experimento 1 foi conduzido conforme o teste de inanição, desenvolvido por Cooper & Heinen (1991). Nesse teste, os animais são submetidos a diferentes tratamentos e não são alimentados; as horas de vida decada animal até a morte por inanição são contadas e somadas e esse valor é usado como variável de avaliação. Pós-larvas recém-metamorfoseadas de M. amazonicum foram estocadas em béqueres de 200 mL, na densidade de 5 PL/L em cada béquer, mantidos em temperatura ambiente. Para cada tratamento foi utilizado três béqueres. Os béqueres foram colocados dentro de caixas de cor preta e cobertos com pano preto para não ter influencia de luz externa, mas apenas da cor de luz testada. A cada 8 horas (às 7h00, 15h00 e 23h00), contou-se o número de PL vivas em cada unidade experimental. Aquelas que ainda possuíam algum indício de vida, como batimentos cardíacos ou movimentos dos maxilípodos, foram contadas como larvas vivas. As PL mortas foram retiradas e descartadas. Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 53 O tempo médio de vida foi calculado para cada parcela, usando-se a expressão: ∑ sendo: Ts = tempo médio de vida, Tsi = número de horas de vida da pós-larva i e n = número de pós-larvas no béquer. Os tempos médios de vida foram submetidos aos testes de Crámer-von Mises e Bartlett para avaliar a normalidade dos resíduos e homogeneidade das variâncias, respectivamente. Como essas premissas não foram satisfeitas, os dados foram submetidos à Análise de Variância não paramétrica, pelo teste H (Kruskal-Wallis). O número médio de PL vivas a cada intervalo de 24 horas foi usado para construir curvas de sobrevivência ao longo do tempo. A comparação das frequências de larvas vivas em cada período entre os tratamentos (e os dois controles) foi realizada pelo teste G. Experimento 2 No experimento 2, PL recém-metamorfoseadas foram cultivadas por nove dias sob iluminação com luz azul, verde, vermelha e branca, luz ambiente e escuro total. Foram usados 18 tanques retangulares, com capacidade para 12L. A densidade de estocagem foi 2 PL/L. Os tanques funcionavam em sistema de recirculação de água (Valenti et al., 2010), eram providos com aeração e mantidos na temperatura ambiente. No final do experimento, os animais foram contados e uma amostra com 3 PL de cada tanque foi coletada e pesada em uma na balança analítica (Mettler Toledo AT21, precisão de 1 μg). A taxa de Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 54 sobrevivência foi calculada pela razão entre o número de animais no final do experimento e o número de PL estocadas. Os dados foram submetidos aos testes de Crámer-von Mises e Bartlett para avaliar a normalidade dos resíduos e homogeneidade das variâncias, respectivamente. Como as premissas foram satisfeitas, os dados foram submetidos à ANOVA paramétrica pelo teste F; quando foi constatada diferença significativa, as médias foram comparadas por meio do teste de Tukey. Experimento 3 No experimento 3, foi testado o efeito da exposição prévia de PL de M. amazonicum a diferentes cores de luz sobre o desenvolvimento posterior dos animais. Pós-larvas recém-metamorfoseadas foram cultivadas por nove dias em tanques submetidos à iluminação nas cores azul, verde, vermelho e branco, luz ambiente e escuro total. A seguir, foram estocadas em tanques de 12 L, operados em sistema de recirculação e cultivadas por 15 dias em luz e temperatura ambiente. A densidade foi 1 PL/L. Ao final do experimento, todos os sobreviventes foram contados, medidos com paquímetro digital Mitutoyo com precisão de 0,01 mm e pesados em balança analítica Mettler Toledo AT21, com precisão de 1 μg. Os dados foram submetidos aos testes de Crámer-von Mises e Bartlett para avaliar a normalidade dos resíduos e homogeneidade das variâncias, respectivamente. Como as premissas foram satisfeitas, os dados foram submetidos à ANOVA paramétrica pelo teste F. Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 55 Manejo dos tanques nos experimentos 2 e 3 Nos experimentos 2 e 3, os animais foram alimentados uma vez ao dia com dieta comercial peletizada (16 mm) contendo 35% de proteína bruta (Potimar Guabi), formulada para juvenis de camarões marinhos. Os tanques foram sifonados quando era necessário para remover restos de alimento. Foram monitorados o pH, a concentração de oxigênio dissolvido, temperatura e amônia na água dos tanques (Tabela 1). Os parâmetros da qualidade da água permaneceram dentro do intervalo adequado para a criação do M. amazonicum (Araujo & Valenti, 2011; Soeiro et al., 2016; Dutra et al., 2016). Tabela 1. Parâmetros de qualidade da água (Médias± DP) observados nos experimentos 2 e 3. Parâmetros Experimento 2: cores de luz Experimento 3: cores de luz x luz ambiente Métodos pH 8,43±0,05 8,71±0,08 Sonda YSI pH100 OD (mg/L) 7,26±0,23 7,40±0,24 Sonda YSI 55 OD T(°C) Manhã 27,24±0,49 25,77±0,37 Sonda YSI pH100 Amônia (µg/L) 0.39±0.24 0.40±0.17 Kit colorimétrico comercial (LabconTest) Resultados Experimento 1 O tempo médio de vida das pós-larvas de M. amazonicum submetidas ao jejum variou de 56 a 376 horas. Não houve diferença significativa (P > 0,05) entre as diferentes cores de luz ou destas com a luz ambiente ou o escuro total (Figura 2). As curvas de sobrevivência, que mostram a frequência relativa de indivíduos Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 56 vivos a cada período de 24 horas apresentaram o mesmo padrão de variação em todos os tratamentos (Figura 3). O número de indivíduos vivos (frequência absoluta) no final de cada período de 24 horas, não diferiu entre os tratamentos em nenhum dos períodos analisados (Tabela 2). Figura 2. Box-plot mostrando a variação do número de horas de vida das pós- larvas em cada tratamento. A barra horizontal representa a mediana, a caixa representa os percentis 25% e 75% e os eixos verticais os percentis 0 e 100%. Não foi observada diferença significativa entre os tratamentos pelo teste de Kruskal-Wallis (P > 5%). Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 57 Figura 3. Curvas de sobrevivência, mostrando a frequência relativa (média ± DP) das pós-larvas vivas a cada 24 horas em diferentes cores de luz em regime de jejum. Não houve diferença significativa entre os tratamentos em cada intervalo medido (P > 0,05). Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 58 Tabela 2. Número de pós-larvas vivas em cada intervalo de 24 horas nas diferentes cores de luz. Não houve diferença estatisticamente significativa pelo teste G em nenhum dos períodos estudados (P > 0,05; g.l. = 5). N = número total de pós-larvas vivas. Número de pós-larvas vivas ao final de cada experimento Cores de Luz Horas Azul Verde Vermelho Branco Luz Ambiente Escuro Total N G 24 15 15 15 15 15 15 90 0 48 15 15 15 15 15 15 90 0 72 14 14 15 13 12 12 80 0,55 96 10 13 12 12 12 8 67 1,59 120 7 11 8 8 10 6 50 2,07 144 4 6 6 6 9 5 36 2,23 168 3 6 5 5 7 5 31 1,80 192 2 5 3 5 4 5 24 2,20 216 2 4 3 3 4 5 21 1,61 240 2 3 3 1 3 2 14 1,60 264 0 2 2 0 1 2 7 2,44 288 0 1 1 0 0 0 2 0,94 312 0 1 1 0 0 0 2 0,94 336 0 1 0 0 0 0 1 0,61 360 0 1 0 0 0 0 1 0,61 376 0 0 0 0 0 0 0 0 Experimento 2 O crescimento (ganho de peso) dos animais submetidos por nove dias à cor azul foi maior que os animais submetidos às cores verde e vermelho (Figura 4A). A taxa de sobrevivência média variou de 90 a 97% (Figura 4B), porém não diferiu significativamente entre os tratamentos. Doutoranda Michelle R. Santos Orientador Dr. Wagner C. Valenti Caunesp 59 Figura
Compartilhar