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15 - Teoria e Clínica Psicanalítica de Sigmund Freud 1

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Página 1 de 26 
Sigmund Freud 
 
Sigmund Schlomo Freud 
 
Sigmund Freud (Příbor, 6 de maio de 1856 — Londres, 23 de setembro de 1939) foi um 
médico neurologista judeu-austríaco, fundador da psicanálise. Nasceu em Freiberg, Morávia 
(hoje Příbor), quando esta pertencia ao Império Austríaco. 
 
Interessou-se inicialmente pela histeria e, tendo como método a hipnose, estudou pessoas que 
apresentavam esse quadro. Mais tarde, com interesses pelo inconsciente e pulsões, entre 
outros, foi influenciado por Charcot e Leibniz, abandonando a hipnose em favor da associação 
livre e da interpretação dos sonhos. Estes elementos tornaram-se as bases da psicanálise. 
Freud, além de ter sido um grande cientista e escritor (Prémio Goethe, 1930), possui o título, 
assim como Darwin e Copérnico, de ter realizado uma revolução no âmbito humano: a idéia 
de que somos movidos pelo inconsciente. 
 
Freud, suas teorias e seu tratamento com seus pacientes foram controversos na Viena do 
século XIX, e continuam a ser muito debatidos hoje. Suas idéias são freqüentemente 
 
 
 
 
 
Teoria e Clínica Psicanalítica de Sigmund Freud 
 
 
Este módulo através dos pressupostos principais em que se apoia a proposta freudiana 
introduz os alunos nos conhecimentos básicos a respeito da teoria e da metodologia freudiana. 
Identificar, articular, refletir sobre os conceitos básicos da teoria e da metapsicologia 
freudiana e articulá-los às experiências emocionais as quais estes se referem. 
Compreender a amplitude do fenômeno psicológico em sua interdependência com os 
fenômenos biológico e social, nos distintos contextos. 
Compreender a proposição freudiana de que a psicologia individual é social. 
Discriminar e compreender os processos envolvidos na constituição do sujeito em seu 
desamparo fundamental. Identificar os fatores que facilitam e que dificultam o 
desenvolvimento psíquico. 
 
Refletir sobre a teoria e a metodologia freudiana em relação à promoção, prevenção, 
intervenção em saúde. 
 
Compreender a ética pressuposta pela Psicanálise. 
 
Refletir sobre a adesão teórica: Os riscos da aplicação de um campo de conhecimento dotado 
de sentido e de finalidade próprios, para um outro campo de conhecimento. Riscos: de 
dogmatismo e de ecletismo 
 
 
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discutidas e analisadas como obras de literatura e cultura geral em adição ao contínuo debate 
ao redor delas no uso como tratamento científico e médico. 
 
Biografia 
 
Nascido Sigismund Schlomo Freud (mas em 1877 abreviou seu nome para Sigmund Freud), 
aos quatro anos de idade sua família transferiu-se para Viena por problemas financeiros. 
Morou em Viena até 1938, quando, com a vinda do nazismo (Freud era judeu), foge para a 
Inglaterra. Era um excelente aluno, porém, por ser judeu, só poderia escolher entre os cursos 
de Direito ou Medicina, optando por este último. 
 
Sigmund Freud é filho de Jacob Freud e de sua terceira mulher Amalie Nathanson (1835- 
1930). Jacob, um judeu proveniente da Galiza e comerciante de lã, muda-se a Viena em 
1860.[1] 
 
Os primeiros anos de Freud são pouco conhecidos, já que ele destruíra seus escritos pessoais 
em duas ocasiões: a primeira em 1885 e novamente em 1907. Além disso, seus escritos 
posteriores foram protegidos cuidadosamente nos Arquivos de Sigmund Freud, aos quais só 
tinham acesso Ernest Jones (seu biógrafo oficial) e uns poucos membros do círculo da 
psicanálise. O trabalho de Jeffrey Moussaieff Masson pôs alguma luz sobre a natureza do 
material oculto. 
 
Em 14 de Setembro de 1886 em Hamburgo, Freud casou-se com Martha Bernays.[3] 
 
Freud e Martha tiveram seis filhos: Mathilde, nascida em 1887, Jean-Martin, nascido em 
1889, Olivier, nascido em 1891, Ernst, nascido em 1892, Sophie, nascida em 1893 e Anna, 
nascida em 1895. Um deles, Martin Freud, escreveu uma memória intitulada Freud: Homem e 
Pai, na qual descreve o pai como um homem reservado, porém, amável, que trabalhava 
extremamente, por longas horas, mas que adorava ficar com suas crianças durante as férias de 
verão. 
 
Anna Freud, filha de Freud, foi também uma psicanalista destacada, particularmente no 
campo do tratamento de crianças e do desenvolvimento psicológico. Sigmund Freud foi avô 
do pintor Lucian Freud e do ator e escritor Clement Freud, e bisavô da jornalista Emma 
Freud, da desenhista de moda Bella Freud e do relacionador público Matthew Freud. 
 
Por sua vida inteira Freud teve problemas financeiros. Josef Breuer foi um aliado de Freud em 
suas idéias e também um aliado financeiro. 
 
Nos tempos do nazismo, Freud perdeu quatro irmãs (Rosa, Dolfi, Paula, e Marie Freud). 
Embora Marie Bonaparte tenha tentado retirá-las do país, elas foram impedidas de sair de 
Viena pelas autoridades nazistas, ,e morreram nos campos de concentração de Auschwitz e de 
Theresienstadt. 
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Maturidade 
 
 
 
Freud inicia os estudos na universidade aos 17 anos, os quais tomam-lhe inesperadamente 
bastante tempo até a graduação, em 1881. Registros de amigos que o conheciam naquela 
época, assim como informações nas próprias cartas escritas por Freud, sugerem que ele foi 
menos diligente nos estudos de medicina do que devia ter sido. Em lugar dos estudos, ele 
atinha-se à pesquisa científica, inicialmente pelos estudos dos órgãos sexuais de enguias — 
um estranho, mas interessante presságio das teorias psicanalíticas que estariam por vir vinte 
anos mais tarde. De acordo com os registros, Freud completa tal estudo satisfatoriamente, mas 
sem distinção especial. Em 1877, desapontado com os resultados e talvez menos excitado em 
enfrentar mais dissecações de enguias, Freud vai ao laboratório de Ernst Brücke, que torna-se 
seu principal modelo de ciência. 
 
Com Brücke, Freud entra em contato com a linha fisicalista da Fisiologia. O interesse de 
Brücke não era apenas descobrir as estruturas de órgãos ou células particulares, mas sim, suas 
funções. Dentre as atribuições de Freud, nesta época, estavam o estudo da anatomia e da 
histologia do cérebro humano. Durante os estudos, identifica várias semelhanças entre a 
estrutura cerebral humana e a de répteis, o que o remete ao então recente estudo de Charles 
Darwin sobre a evolução das espécies e à discussão da "superioridade" dos seres humanos 
sobre outras espécies. 
 
Freud, então, conhece Martha Bernays, e parece ter sido amor à primeira vista. O seu desejo 
de desposar Martha, o baixo salário e as poucas perspectivas de carreira na pesquisa científica 
- fazem-no abandonar o laboratório e a começar a trabalhar no Hospital Geral, o principal 
hospital de Viena, passando por vários departamentos do mesmo. O próprio Brücke 
aconselha-o a mudar, apesar de seu bom desempenho e com razão, já que Freud precisava 
ganhar dinheiro. 
 
No hospital, depois de algumas desilusões com o estudo dos efeitos terapêuticos da cocaína 
— com inclusive um episódio de morte por overdose de um amigo da época do laboratório de 
Brücke —, Freud recebe uma licença e viaja para a França, onde trabalha com Charcot, um 
respeitável psiquiatra do hospital psiquiátrico Saltpêtrière que estudava a histeria. 
 
De volta ao Hospital Geral e entusiasmado pelos estudos de Charcot, Freud passa a atender, 
na maior parte, jovens senhoras judias que sofriam de um conjunto de sintomas 
aparentemente neurológicos que compreendiam paralisia, cegueira parcial, alucinações, perda 
de controle motor e que não podiam ser diagnosticados com exames. O tratamento mais eficaz 
para tal doença incluía, na época, massagem, terapia de repouso e hipnose. 
 
Apenas em Setembro de 1886 Freud casa-se com Martha Bernays, com a ajuda financeira de 
alguns amigos mais abastados, dentre eles Josef Breuer, um colega mais velho da faculdade 
de medicina. Foi com as discussões de casos clínicos com Breuer que surgiram as idéias que 
culminaram com a publicação dos primeiros artigos sobre a psicanálise. 
 
O primeiro caso clínicorelatado deve-se a Breuer e descreve o tratamento dado a uma 
paciente (Bertha Pappenheim, chamada de "Anna O." no livro), que demonstrava vários 
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sintomas clássicos de histeria. O método de tratamento consistia na chamada "cura pela fala" 
ou "cura catártica", na qual o ou a paciente discute sobre as suas associações com cada 
sintoma e, com isso, os faz desaparecer. Esta técnica tornou-se o centro das técnicas de Freud, 
que também acreditava que as memórias ocultas ou "reprimidas" nas quais baseavam-se os 
sintomas de histeria eram sempre de natureza sexual. Breuer não concordava com Freud neste 
último ponto, o que levou à separação entre eles logo após a publicação dos casos clínicos. 
 
 
 
Na verdade, a classe médica em geral acaba por marginalizar as idéias de Freud inicialmente; 
seu único confidente durante esta época é o médico Wilhelm Fliess. Depois que o pai de 
Freud falece, em outubro de 1896, segundo as cartas recebidas por Fliess, Freud, naquele 
período, dedica-se a anotar e analisar seus próprios sonhos, remetendo-os à sua própria 
infância e, no processo, determinando as raízes de suas próprias neuroses. Tais anotações 
tornam-se a fonte para a obra A Interpretação dos Sonhos. Durante o curso desta auto-análise, 
Freud chega à conclusão de que seus próprios problemas eram devidos a uma atração por sua 
mãe e a uma hostilidade ao seu pai. É o famoso "complexo de Édipo", que se torna o coração 
da teoria de Freud sobre a origem da neurose em todos os seus pacientes. 
 
Nos primeiros anos do século XX, são publicadas suas obras A Interpretação dos Sonhos e A 
Psicopatologia da Vida Cotidiana. Nesta época, Freud já não mantinha mais contato nem com 
Josef Breuer, nem com Wilhelm Fliess. No início, as tiragens das obras não animavam Freud, 
mas logo médicos de vários lugares — Eugen Bleuler, Carl Jung, Karl Abrahams, Ernest 
Jones, Sandor Ferenczi — mostram respaldo às suas idéias e passam a compor o Movimento 
Psicanalítico. 
 
Freud morre de câncer na mandíbula aos 83 anos de idade (passou por trinta e três cirurgias). 
Supõe-se que tenha morrido de uma overdose de morfina. Freud sentia muita dor, e segundo a 
história contada, ele teria dito ao médico que lhe aplicasse uma dose excessiva de morfina 
para terminar com o sofrimento, o que seria eutanásia. 
 
Inovações de Freud 
 
Freud inovou em dois campos. Simultaneamente, desenvolveu uma teoria da mente e da 
conduta humana, e uma técnica terapêutica para ajudar pessoas afetadas psiquicamente. 
Alguns de seus seguidores afirmam estar influenciados por um, mas não pelo outro campo. 
 
Provavelmente a contribuição mais significativa que Freud fez ao pensamento moderno é a de 
tentar dar ao conceito de inconsciente um status científico (não compartilhado por várias áreas 
da ciência e da psicologia). Seus conceitos de inconsciente, desejos inconscientes e repressão 
foram revolucionários; propõem uma mente dividida em camadas ou níveis, dominada em 
certa medida por vontades primitivas que estão escondidas sob a consciência e que se 
manifestam nos lapsos e nos sonhos. 
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Em sua obra mais conhecida, A Interpretação dos Sonhos, Freud explica o argumento para 
postular o novo modelo do inconsciente e desenvolve um método para conseguir o acesso ao 
mesmo, tomando elementos de suas experiências prévias com as técnicas de hipnose. 
 
Como parte de sua teoria, Freud postula também a existência de um pré-consciente, que 
descreve como a camada entre o consciente e o inconsciente (o termo subconsciente é 
utilizado popularmente, mas não é parte da terminologia psicanalítica). A repressão em si tem 
grande importância no conhecimento do inconsciente. De acordo com Freud, as pessoas 
experimentam repetidamente pensamentos e sentimentos que são tão dolorosos que não 
podem suportá-los. Tais pensamentos e sentimentos (assim como as recordações associadas a 
eles) não podem ser expulsos da mente, mas, em troca, são expulsos do consciente para 
formar parte do inconsciente. 
 
Embora ao longo de sua carreira Freud tenha tentado encontrar padrões de repressão entre 
seus pacientes que derivassem em um modelo geral para a mente, ele observou que pacientes 
diferentes reprimiam fatos diferentes. Observou ainda que o processo da repressão é em si 
mesmo um ato não-consciente (isto é, não ocorreria através da intenção dos pensamentos ou 
sentimentos conscientes). Em outras palavras, o inconsciente era tanto causa como efeito da 
repressão. 
 
Divisão do Inconsciente 
 
Freud procurou uma explicação à forma de operar do inconsciente, propondo uma estrutura 
particular. No primeiro tópico de sua teoria ele estava preocupado em estudar o que levava à 
formação dos sintomas psicossomáticos (principalmente a histeria, por isso apenas os 
conceitos de inconsciente, pré-consciente e consciente eram suficientes). Quando sua 
preocupação se virou para a forma como se dava o processo da repressão, passou a adotar os 
conceitos de id, ego e superego. 
 
• O id representa os processos primitivos do pensamento e constitui, segundo Freud, o 
reservatório das pulsões, dessa forma toda energia envolvida na atividade humana seria 
advinda do id. Inicialmente, considerou que todas essas pulsões seriam ou de origem sexual, 
ou que atuariam no sentido de auto-preservação. Posteriormente, introduziu o conceito das 
pulsões de morte, que atuariam no sentido contrário ao das pulsões de agregação e 
preservação da vida. O id é responsável pelas demandas mais primitivas e perversas. 
• O ego, permanece entre ambos, alternando nossas necessidades primitivas e nossas 
crenças éticas e morais. É a instância na que se inclui a consciência. Um eu saudável 
proporciona a habilidade para adaptar-se à realidade e interagir com o mundo exterior de uma 
maneira que seja cômoda para o id e o superego. 
• O superego, a parte que contra-age ao id, representa os pensamentos morais e éticos 
internalizados. 
 
Freud estava especialmente interessado na dinâmica destas três partes da mente. Argumentou 
que essa relação é influenciada por factores ou energias inatas, que chamou de pulsões. 
Descreveu duas pulsões antagónicas: Eros, uma pulsão sexual com tendência à preservação da 
vida, e Tanatos, a pulsão da morte, que levaria à segregação de tudo o que é vivo, à 
destruição. Ambas as pulsões não agem de forma isolada, estão sempre trabalhando em 
conjunto. Como no exemplo de se alimentar, embora haja pulsão de vida presente, afinal a 
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finalidade de se alimentar é a manutenção da vida, existe também a pulsão de morte presente, 
pois é necessário que se destrua o alimento antes de ingerí-lo, e aí está presente um elemento 
agressivo, de segregação. 
 
Libido 
 
 
O primeiro investimento objetal da libido, segundo ele, ocorreria no progenitor do sexo 
oposto, esta fase caracterizada pelo investimento libidinal em um dos progenitores se chama 
(complexo de Édipo. 
 
Freud também acreditava que a libido amadurecia nos indivíduos por meio da troca de seu 
objeto (ou objetivo). Argumentava que os humanos nascem "polimorficamente perversos", no 
sentido de que uma grande variedade de objetos possam ser uma fonte de prazer, sem ter a 
pretensão de se chegar à finalidade última, ou seja, o ato sexual. O desenvolvimento 
psicosexual ocorreria em etapas, de acordo com a área na qual a libido está mais concentrada: 
a etapa oral (exemplificada pelo prazer dos bebês ao chupar a chupeta, que não tem nenhuma 
função vital, mas apenas de proporcionar prazer); a etapa anal (exemplificada pelo prazer das 
crianças ao controlar sua defecação); e logo a etapa fálica (que é demonstrada pela 
manipulação dos órgãos genitais). Até então percebe-se que a libido é voltada para o próprio 
ego, ou seja, a criança sente prazer consigo mesma. O primeiro investimento objetal da libido, 
segundo Freud, ocorreria no progenitor do sexo oposto, estafase caracterizada pelo 
investimento libidinal em um dos progenitores se chama (complexo de Édipo). A criança 
percebe então que entre ela e a mãe (no caso de um menino) existe o pai, impedindo a 
comunhão por ele desejada. A criança passa então a amar a mãe e a experienciar um 
sentimento antagônico de amor e ódio com relação ao pai. Ela percebe então que tanto o amor 
vivido com a mãe como o ódio vivido com o pai são proibidos e o complexo de Édipo é então 
finalizado com o surgimento do superego, com a desistência da criança com relação à mãe e 
com a identificação do menino com o pai. 
 
Crítica ao modelo psicossexual 
 
O modelo psicossexual que desenvolveu tem sido criticado por diferentes frentes. Alguns têm 
atacado a afirmação de Freud sobre a existência de uma sexualidade infantil (e, 
implicitamente, a expansão que se fez na noção de sexualidade). Outros autores, porém, 
consideram que Freud não ampliou os conhecimentos sobre sexualidade (que tinham 
antecedentes na psiquiatria e na filosofia, em autores como Schopenhauer); senão que Freud 
"neurotizou" a sexualidade ao relacioná-la com conceitos como incesto, perversão e 
transtornos mentais. Ciências como a antropologia e a sociologia argumentam que o padrão 
de desenvolvimento proposto por Freud não é universal nem necessário no desenvolvimento 
da saúde mental, qualificando-o de etnocêntrico por omitir determinantes sócio-culturais. 
 
Freud esperava provar que seu modelo, baseado em observações da classe média austríaca, 
fosse universalmente válido. Utilizou a mitologia grega e a etnografia contemporânea como 
modelos comparativos. Recorreu ao "Édipo Rei" de Sófocles para indicar que o ser humano 
deseja o incesto de forma natural e como é reprimido este desejo. O complexo de Édipo foi 
descrito como uma fase do desenvolvimento psicossexual e de amadurecimento. Também 
fixou-se nos estudos antropológicos de totemismo, argumentando que reflete um costume 
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ritualizado do complexo de Édipo (Totem e Tabu). Incorporou também em sua teoria 
conceitos da religião católica e da judaica; assim como principios da Sociedade Vitoriana 
sobre repressão, sexualidade e moral; e outros da biologia e da hidráulica. 
 
Esperava que sua investigação proporcionasse uma sólida base científica para seu método 
terapêutico. O objetivo da terapia freudiana ou psicanálise é, relacionando conceitos da mente 
cartesiana e da hidráulica, mover (mediante a associação livre e da interpretação dos sonhos) 
os pensamentos e sentimentos reprimidos (explicados como uma forma de energia) através do 
consciente para permitir ao sujeito a catarse que provocaria a cura automática. 
 
Outro elemento importante da psicanálise é a pouca intervenção do psicanalista para que o 
paciente possa projetar seus pensamentos e sentimentos no psicanalista. Através deste 
processo, chamado de transferência, o paciente pode reconstruir e resolver conflitos 
reprimidos (causadores de sua doença), especialmente conflitos da infância com seus pais. 
 
É menos conhecido o interesse de Freud pela neurologia. No início de sua carreira investigou 
a paralisia cerebral. Publicou numerosos artigos médicos neste campo. Também mostrou que 
a doença existia muito antes de que outros pesquisadores de seu tempo tiveram notícia dela e 
de a estudarem. Também sugeriu que era errado que esta doença, segundo descrito por 
William Little (cirugião ortopédico britânico), tivesse como causa uma falta de oxigênio 
durante o nascimento. Ao invés disso, Freud afirmou que as complicações no parto eram 
somente um sintoma do problema. Somente na década de 1980 suas especulações foram 
confirmadas por pesquisadores modernos. 
 
Do ponto de vista da medicina, a teoria e prática freudiana têm sido substituídas pelas 
descobertas empíricas ao longo dos anos. A psiquiatria e a psicologia como ciências hoje 
apresentam questionamentos relevantes à maior parte do trabalho de Freud.[carece de fontes?] Sem 
dúvida, muitas pessoas continuam aprendendo e praticando a psicanálise freudiana 
tradicional. No âmbito da psicanálise moderna, a palavra de Freud continua ocupando um 
lugar determinante, embora suas teorias freqüentemente apareçam reinterpretadas por autores 
como Jacques Lacan e Melanie Klein. 
 
Críticas a Freud 
 
Atualmente muitas críticas tem sido feitas ao método psicanalítico, porém, por mais que a 
ciência moderna avance, muitos dos conceitos estruturadores da psique humana e os 
resultados obtidos pela aplicação do método continuam melhorando a qualidade de vida de 
muitas pessoas. Nota-se que a revolução promovida por Freud abriu caminhos para estudos 
que antigamente se encontravam em um plano imaginário. A criação de um método clínico a 
serviço do diagnóstico e tratamento de doenças da psique é um fato sem igual em toda a 
história da ciência. Porém é de se constatar certamente que em muitos escritos de Montaigne e 
de Pascal a idéia da auto-análise já era usada para explicar problemas subjetivos usando a 
lógica vigente, transformando os problemas do ser e de seu inconsciente em desafios 
universais, com os quais todos os homens se deparam. 
 
Uma das mais severas críticas sofridas pelo método psicanalítico foi feita pelo filósofo da 
ciência Karl Popper. Segundo ele, a psicanálise é pseudociência, pois uma teoria seria 
científica apenas se pudesse ser falseável pelos fatos. 
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Um exemplo é a teoria freudiana do "Complexo de Édipo". Freud afirmava que esse 
complexo era universal, mas com que base de dados chegou a essa conclusão? Na época da 
formulação da psicanálise, a sua "amostra" era bastante limitada; parte dela vinha de sua 
experiência subjetiva (a sua "auto-análise" precedendo a publicação de A Interpretação dos 
Sonhos) e da sua prática clínica, feita na maioria das vezes com pacientes burgueses de uma 
Áustria vitoriana. Ou seja: uma amostra retirada de contextos bem específicos e que não 
podem fundamentar a universalidade pretendida pelo autor. 
 
Pacientes de Freud 
 
Esta é uma lista parcial de pacientes cujos estudos de caso foram publicados por Freud. 
 
• Anna O. = Bertha Pappenheim (1859-1936), paciente de Breuer, tratada pelo método 
catártico (associação livre). 
• Cäcilie M. = Anna von Lieben 
• Dora = Ida Bauer (1882-1945) 
• Frau Emmy von N. = Fanny Moser 
• Fräulein Elizabeth von R. 
• Fräulein Katharina = Aurelia Kronich 
• Fräulein Lucy R. 
• O pequeno Hans = Herbert Graf (1903-1973) 
• O homem dos ratos = Ernst Lanzer (1878-1914) 
• O homem dos lobos = Sergei Pankejeff (1887-1979) 
 
 
 
 
 
 
Discípulos de Freud 
 
• Alexander Mitscherlich 
• Alfred Adler 
• André Green 
• Anna Freud 
• Bruno Bettelheim 
• Carl G. Jung 
• Didier Anzieu 
• Donald Meltzer 
• D. W. Winnicott 
• Edward Glover 
• Emilio Rodrigué 
• Enrique Pichon Rivière 
• Erik H. Erikson 
• Ernest Jones 
• Frances Tustin 
• Franz Alexander 
• Hanna Segal 
• Harold Searles 
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O INCONSCIENTE 
 
 
1. Introdução 
 
• A repressão não visa a destruição da idéia que representa um instinto, mas evitar que se 
torne consciente 
 
• Enquanto inconsciente, pode produzir efeitos, até mesmo atingir a consciência 
 
• O reprimido não abrange tudo o que é inconsciente 
 
• Só tomamos conhecimento de algo inconsciente através da tradução para algo consciente 
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Heinrich Racker 
Heinz Kohut 
Hélène Deutsch 
Hellen Fátima 
Hermann Rorschach 
Horacio Etchegoyen 
Jacques Lacan 
Jean Bergeret 
John Bowlby 
Jose Bleger 
Karen Horney 
Karl Abraham 
Larissa Shermie 
Leopold Szondi 
Lou Andreas-Salomé 
Marcelle Spira 
Margaret Mahler 
Marguerite Sechehaye 
Marie Bonaparte 
Masud R Khan 
Melanie Klein 
Michael Balint 
Otto F. Kernberg 
Otto Rank 
Raymond de Saussure 
René SpitzSabina Spielrein 
Sandor Ferenczi 
Sigmund Heinrich Foulkes 
Theodor Reik 
Victor Tausk 
Wilfred Bion 
Wilhelm Reich 
William R D Fairbairn 
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• O trabalho psicanalítico, que lida com as resistências 
 
2. Justificação do Conceito de Inconsciente 
 
• Os dados da consciência apresentam um grande número de lacunas 
 
• Parapraxias, sonhos, sintomas e comportamentos obsessivos 
 
• Idéias estranhas e conclusões inesperadas 
 
• Não se sustenta a idéia de que tudo que acontece na mente deve ser conhecido pela 
consciência 
 
• O conteúdo da consciência é muito pequeno 
 
• A existência de idéias latentes 
 
• Não se sustenta a idéias de que o que é psíquico é consciente 
 
• Essa idéia rompe as continuidades psíquicas 
 
• Todos os atos e manifestações notados em si mesmo, e de difícil compreensão, devem ser 
julgados como se pertencessem a outrem 
 
• Essa inferência leva à suposição de uma segunda consciência(ou mesmo outras 
consciências) 
 
• Na verdade, tratam-se de atos psíquicos que carecem de consciência 
 
• Alguns processos latentes são estranhas a nós e contrários aos atributos da consciência 
 
• Como o físico, o psíquico não é o que nos parece ser 
 
 
3. O Inconsciente: o ponto de vista topográfico 
 
• O atributo de ser inconsciente é apenas um dos aspectos do elemento psíquico 
 
• Um ato psíquico passa por duas fases, entre as quais se interpõe uma censura: 
 
• Na primeira fase é inconsciente e pertence ao sistema Ics. 
 
• Se for rejeitado pela censura, é reprimido e permanece inconsciente 
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• Se for aceito pela censura, entrará na segunda fase e pertencerá ao segundo 
sistema(Cs.) 
 
• Porém, ainda não é consciente, embora seja capaz de se tornar consciente 
 
• Essa capacidade de se tornar consciente dá a ele a qualidade de “pré-consciente” 
 
• O sistema Pcs. participa das características do sistema Cs. 
 
• A censura rigorosa exerce sua função no ponto de transição do Ics. para o Pcs.(ou 
Cs.) 
 
 
4. Emoções Inconscientes 
 
• Além das idéias, haverá também instintos, emoções e sentimentos inconscientes 
 
• Um instinto nunca pode tornar-se objeto da consciência, só a idéia que o representa 
pode 
 
• Mesmo no inconsciente, um instinto só pode ser representado por um idéia 
 
• Se um instinto não for representado por um idéia ou manifestado através de um 
estado afetivo, nada saberemos sobre ele 
 
• Faz parte da natureza de uma emoção que ela se torne conhecida pela consciência 
 
• Porém, um impulso afetivo pode ser sentido mas mal interpretado 
 
• Devido à repressão, a emoção liga-se a outra idéia 
 
• Portanto, o afeto não é inconsciente, mas sua idéia sofre repressão 
 
• Um afeto pode sofrer três diferentes tratamentos: 
 
• Ou ele permanece, no todo ou em parte, como é; 
 
• Ou é transformado(sobretudo em ansiedade); 
 
• Ou é suprimido, impedido de se desenvolver. 
 
• Suprimir o desenvolvimento do afeto constitui a verdadeira finalidade da repressão 
 
• Os afetos reprimidos é que são chamados de inconscientes 
 
5. Topografia e Dinâmica da Repressão 
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• A repressão é um processo que afeta as idéias na fronteira entre os sistemas Ics. e Pcs. 
 
• A idéias reprimida permanece capaz de agir no Ics., portanto mantém sua catex 
 
6. As Características Especiais do Sistema Ics. 
 
• O sistema inconsciente tem características próprias 
 
• O núcleo do Ics. consiste em representações instintuais que procuram descarregar sua 
catexia 
 
• Impulsos carregados de desejo 
 
• Existem lado a lado sem se influenciarem mutuamente 
 
• Podem se combinar para formar uma finalidade intermediária, um meio-termo 
 
• Isenção da contradição mútua 
 
• Não há nesse sistema lugar para negação, duvida ou certeza 
 
• No Ics. só existem conteúdos catexizados com maior ou menor força 
 
• Presença dos processos de deslocamento e condensação 
 
• Predomínio do processo psíquico primário 
 
• No sistema Pcs. predomina o processo secundário 
 
• Os processos do sistema Ics. são intemporais 
 
• Não se alteram com o tempo 
 
• Não são ordenados temporalmente 
 
• A referência ao tempo vincula-se ao sistema Cs. 
 
• Os processos Ics. estão sujeitos ao princípio do prazer 
 
• Os processos Ics. só se tornam conhecidos sob as condições de sonho ou neurose 
 
• Os processos do sistema Pcs. exibem uma inibição da tendência das idéias catexizadas à 
descarga 
 
• Cabe a ele efetuar a comunicação entre os diferentes conteúdos, a fim de dar-lhes 
uma ordem no tempo e estabelecer uma censura 
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• O princípio da realidade 
 
• A lembrança consciente 
 
7. Comunicação Entre os Dois Sistemas 
 
• O Ics. não permanece em repouso ou é algo liquidado, um resíduo do processo de 
desenvolvimento 
 
• O Ics. permanece vivo e capaz de desenvolvimento, mantendo grande número de outras 
relações com o Pcs., inclusive a cooperação 
 
• O Ics. influencia e é influenciado pelo Pcs. 
 
• Não existe uma distinção muito nítida entre os dois sistemas psíquicos 
 
• Existem no Ics. derivados de características do sistema Cs., altamente organizados: as 
fantasias inconscientes 
 
• A cada transição de um sistema para o que se encontra imediatamente acima dele, 
corresponde uma nova censura 
 
• Derivados do Ics. se tornam conscientes na qualidade de formações e sintomas 
substitutivos 
 
• Numerosas formações pré-conscientes permanecem inconscientes 
 
• A distinção mais importante encontra-se entre o pré-consciente e o inconsciente 
 
• O Ics. é afetado pelas experiências oriundas da percepção externa 
 
• Todos os caminhos desde a percepção até o Ics. permanecem abertos e só os que 
partem do Ics. estão sujeitos à repressão 
 
• Constitui fato marcante que o Ics. de um ser humano possa reagir ao de outro, sem passar 
através do Cs. 
 
• Uma total separação dos dois sistemas é o que caracteriza uma condição de doença 
 
• Uma divisão acentuada e final entre o conteúdo dos dois sistemas não ocorre até a 
puberdade 
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ESBOÇO DE PSICANÁLISE 
 
Qualidades Psíquicas 
 
• O psíquico é inconsciente em si mesmo 
 
• Alguns processos psíquicos se tornam facilmente conscientes, deixar de sê-lo, e voltam a 
ser conscientes, sem dificuldades 
 
• A consciência é um estado fugaz 
 
• Tudo o que for inconsciente e que facilmente troca seu estado ( de inconsciente para 
consciente), é descrito como pré-consciente 
 
• Há outros processos psíquicos que não têm um acesso tão fácil à consciência, e que têm de 
ser traduzidos, os quais são denominados inconscientes 
 
• Atribuem-se três qualidades aos processos psíquicos: conscientes, pré-conscientes ou 
inconscientes 
 
• A resistência tenta impedir a conscientização do material inconsciente, e é uma condição 
da normalidade 
 
• Um relaxamento da resistência ocorre no estado de sono, quando o material é 
impulsionado para a frente, oferecendo elementos para os sonhos 
 
• Inversamente, o material pré-consciente pode ser bloqueado por 
resistências(esquecimentos temporários) 
 
• A volta de material pré-consciente ao estado inconsciente desempenha grande papel na 
causa dos distúrbios neuróticos 
 
• Ego e superego têm qualidades conscientes, pré-cosncientes e inconscientes 
 
• A únicas qualidade predominante no id é a de ser inconsciente 
 
• Originalmente, tudo era id; o ego desenvolve-se a partir dele, através da influência 
contínua do mundo externo 
 
• Id e inconsciente acham-se tão intimamente ligados quanto ego e pré-consciente 
 
• Os processos no inconsciente ou no id obedecem ao processo primário 
 
• As ocorrência no pré-consciente, no ego, obedecem ao processo secundário 
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A Interpretação de Sonho com Ilustração 
 
 
• Conteúdos manifestos de um sonho e pensamentos oníricos latentes 
 
• O processo que produz o conteúdo manifesto a partir dos pensamentos oníricoslatentes é 
descrito como elaboração onírica 
 
• O material inconsciente oriundo do id força seu caminho até o ego 
 
• Torna-se pré-consciente 
 
• Em consequência da oposição do ego, experimenta as modificações que 
conhecemos como deformação onírica 
 
• A formação de um sonho pode ser provocada de duas maneiras diferentes 
 
1. Um impulso instintivo que é suprimido(um desejo inconsciente) no sono faz-se 
sentir pelo ego 
 
2. Um impulso que sobrou da vida desperta(uma sequência pré-consciente de 
pensamento) recebe reforços durante o sono 
 
• Os sonhos podem originar-se do id ou do ego 
 
• Durante o sono, a retirada das anticatexias dá ao id uma liberdade inofensiva 
 
• Papel desempenha pelo id inconsciente nos sonhos: 
 
1. A memória é muito mais ampla nos sonhos 
2. Os sonhos fazem uso de símbolos desconhecidos da pessoa que sonha 
3. A memória reproduz impressões da tenra infância 
4. Os sonhos trazem material da herança arcaica(fonte da pré-história humana) 
 
• O resultado da elaboração onírica é uma conciliação 
 
• Há uma tendência impressionante à condensação, uma inclinação para formar novas 
unidades a partir de elementos separados 
 
• Intensidades psíquicas(catexias) são facilmente deslocadas 
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• No id inconsciente, a energia se acha num estado livremente móvel sempre em busca de 
descarga 
 
• As regras que regem a lógica não tem peso no inconsciente 
 
• Todo sonho em processo de formação faz uma exigência ao ego adormecido 
 
• O ego satisfaz a exigência por considerá-la inofensiva 
 
• Os sonhos de ansiedade são, muitas vezes, aqueles cujo conteúdo experimentou a menor 
deformação 
 
• Se a exigência feita pelo inconsciente é grande demais e o ego não consegue 
desviá-la, ele abandona o desejo de dormir e volta à vida desperta 
 
• Os mecanismos inconscientes presentes na elaboração onírica são da mesma natureza dos 
presentes na formação de sintomas nas neuroses e psicoses. 
 
 
A TEORIA DOS INSTINTOS 
 
1. Introdução 
 
• O poder do id expressa o propósito da vida no indivíduo 
 
• Consiste na satisfação das necessidades inatas 
 
• É tarefa do ego manter-se vivo ou proteger-se dos perigos através da ansiedade, além de 
buscar o meio mais adequado de obter satisfação, levando em conta o mundo externo 
 
• O superego pode colocar novas necessidades em evidência, mas sua função principal é 
limitar as satisfações 
 
 
2. Os Instintos 
 
• As forças que existem por trás das tensões causadas pelas necessidades do id são 
chamadas de instintos 
 
• Representam as exigências somáticas que são feitas a mente 
 
• Presume-se a existência de apenas dois instintos básicos: 
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Eros 
 
• Tem como objetivo estabelecer unidades cada vez maiores e assim preservá-las – em 
resumo, unir 
 
Instinto de morte 
 
• Seu objetivo é desfazer conexões, destruir coisas 
 
• Seu objetivo final é levar o que é vivo a um estado inorgânico 
 
• Os dois instintos básicos operam um contra o outro ou combinam-se mutuamente. Ex. 
comer, o ato sexual 
 
• Esta relação dá origem a toda a variedade de fenômenos da vida 
 
• Os instintos se encontram em toda parte da mente 
 
• Inicialmente, a energia de Eros(libido) está presente no id e serve para neutralizar as 
tendências destrutivas do instinto de morte simultaneamente presentes 
 
• Enquanto opera internamente, enquanto instinto de morte, ele permanece silencioso 
 
• Só chama atenção quando é desviado para fora, como instinto de destruição 
 
• É essencial à preservação do indivíduo que esse desvio ocorra e o aparelho muscular serve 
a esse intuito 
 
• Uma porção de autodestrutividade permanece interna, fixada no ego 
 
• A força vital de Eros(libido) pode ficar toda dirigida para o ego(narcisismo primário) ou 
dirigida para objetos (narcisismo secundário) 
 
• A libido pode passar facilmente de um objeto para o outro 
 
RECORDAR, REPETIR, ELABORAR 
 
• Grandes alterações na técnica psicanalítica 
 
• Em sua primeira fase(a da catarse de Breuer): recordar e ab-reagir, com auxílio, era o 
que se visava 
 
• Abandono da hipnose: descobrir, a partir das associações livres do paciente, o que ele 
deixava de recordar; 
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• a resistência deveria ser contornada pela interpretação; 
 
• foco de interesse ainda nas ocasiões que formaram o sintoma e nas que 
antecederam o mesmo 
 
• o elemento da ab-reação retrocedeu para segundo plano, sendo substituído 
pelo esforço do paciente 
 
• finalmente, o analista abandona a tentativa de colocar em foco um momento ou problemas 
específicos 
 
• estuda tudo o que se acha presente 
 
• emprega a interpretação para identificar as resistências, tornando-as 
conscientes ao paciente 
 
• ao vencer suas próprias resistências, o paciente relaciona sem dificuldade 
as situações esquecidas 
 
• todas as técnicas guardam o mesmo objetivo: superar resistências devidas à repressão 
 
• o paciente, muitas vezes, não recorda coisa alguma do que esqueceu ou reprimiu, mas 
expressa-o pela atuação(acting out) 
 
• ele o reproduz não como lembrança, mas como ação 
 
• repete-o sem saber que o está repetindo 
 
• a transferência é , ela própria, apenas um fragmento da repetição e que a repetição é uma 
transferência do passado esquecido 
 
• quanto maior a resistência, maior a atuação(acting out) 
 
• aprendemos que o paciente repete ao invés de recordar 
 
• o que repete? 
 
• Suas inibições, atitudes inúteis, traços patológicos de caráter, sintomas(compulsão 
à repetição) 
 
• Esta compulsão aumenta com o início da análise, e devemos tratar sua doença não como 
um acontecimento do passado, mas como uma força atual 
 
• O recordar(induzido pela hipnose) dava a impressão de um experimento de laboratório 
 
• O repetir(no tratamento analítico) implica evocar um fragmento da vida real 
• A “deterioração durante o tratamento” é inevitável 
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• O instrumento principal para reprimir a compulsão do paciente à repetição e transformá-la 
num motivo para recordar reside no manejo da transferência 
• Substituir sua neurose comum por uma “neurose de transferência”, da qual pode 
ser curado pelo trabalho terapêutico 
• A transferência cria uma região intermediária entre a doença e a vida real 
• A nova condição representa uma doença artificial acessível à nossa intervenção 
 
• O primeiro passo para superar as resistências ocorre com a revelação feita pelo analista ao 
paciente sobre elas 
 
• Deve-se dar ao paciente tempo para conhecer a resistência, para elaborá-la 
 
O MAL-ESTAR NA CIVILIZAÇÃO 
 
1. A Religiosidade 
 
• Uma criança recém-nascida não distingue o seu ego do mundo externo. 
 
• Aprende a fazê-lo reagindo a diversos estímulos. 
 
• O ego é contrastado por um “objeto”, sob a forma de algo que existe externamente. 
 
• Através do princípio do prazer, há o desengajamento do ego com relação à massa geral 
das sensações. 
 
• Gradativamente, há a diferenciação entre o que é interno, ou seja, que pertence ao ego, 
e o que externo, ou seja, que emana do mundo externo. 
 
• Introdução do princípio da realidade, que deve dominar o desenvolvimento futuro. 
 
• A origem da atitude religiosa pode ser remontada, em linhas muito claras, até o 
sentimento de desamparo infantil. 
 
• A “unidade com o universo”, conteúdo ideacional da religiosidade, soa como primeira 
tentativa de consolação religiosa, para rejeitar o perigo que o ego reconhece a ameaçá-lo a 
partir do mundo externo. 
 
• O homem comum imagina uma Providência sob a figura de um pai ilimitadamente 
engrandecido. 
 
• Tudo é tão patentemente infantil. 
 
• A vida, tão como a encontramos, é árdua demais para nós. 
 
• “Não podemos passar sem construções auxiliares”, diz Theodor Fontane 
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• existem talvez três medidas desse tipo: 
 
o derivativos poderosos: nos fazem extrair luz de nossa desgraça 
o satisfações substitutivas: quea diminuem 
o substâncias tóxicas: que nos tornam insensíveis a ela. 
 
• Só a religião é capaz de resolver a questão do propósito da vida. 
 
• O que decide o propósito da vida é o programa do princípio do prazer. 
 
• Não há possibilidade alguma de ele ser executado; todas as normas do universo são- 
lhe contrárias. 
 
• Assim, nossas possibilidades de felicidade sempre são restringidas por nossa própria 
constituição. 
 
• Já a infelicidade é muito menos difícil de experimentar. 
 
• O sofrimento nos ameaça a partir de três direções: 
 
o De nosso corpo; 
o Do mundo externo; 
o De nossos relacionamentos com os outros. 
 
• O próprio princípio do prazer, sob a influência do mundo externo, se transforma no 
mais modesto princípio da realidade. 
 
• A satisfação do instinto equivale a felicidade; mas existem várias defesas contra o 
sofrimento. 
 
• As religiões da humanidade devem ser classificadas entre os delírios de massa, que 
não são reconhecidos como tal. 
 
 
2. Felicidade X Sofrimento 
 
• O nosso sofrimento provém de três fontes: 
 
• O poder superior da natureza; 
 
• A fragilidade de nossos próprios corpos; 
 
• A inadequação das regras sociais. 
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NARCISISMO 
 
• Presente em todo criatura viva, compreendendo um processo natural 
 
• Há uma catexia libidinal original do ego(narcisismo primário), parte da qual é 
posteriormente transmitida a objetos(secundário) 
 
• O cuidado dispensado pelos pais aos seus filhos 
 
• Quanto mais a libido do ego é empregada, mais a libido objetal se esvazia 
 
• A libido objetal atinge sua fase mais elevada de desenvolvimento quando uma 
pessoa se apaixona 
 
• A libido do ego tem seu ponto máximo no hipocondríaco e no megalomaníaco 
 
• Na doença e no desejo de dormir, a pessoa deixa de se interessar pelas coisas do mundo 
externo, retirando a libido dos objetos 
 
• O desenvolvimento do ego consiste num afastamento do narcisismo primário e dá 
margem a uma tentativa de recuperação desse estado 
 
• Esse afastamento é ocasionado pelo deslocamento da libido em direção a um ideal do ego 
imposto de fora 
 
• A satisfação é provocada pela realização desse ideal 
 
• Ao mesmo tempo, o ego emite as catexias objetais libidinais 
 
• Torna-se empobrecido em virtude dessas catexias 
 
• E se enriquece a partir de suas satisfações no tocante ao objeto 
 
• A auto-estima tem sua parte: 
 
• Primária: resíduo do narcisismo infantil 
 
• Outra parte provem da onipotência corroborada pela experiência(a realização do 
ideal do ego) 
 
• Um terceira parte provém da satisfação da libido-objetal 
 
• A finalidade e satisfação em uma escolha objetal narcisista consiste em ser amado 
 
• A auto-estima parece ficar relacionada com o elemento narcisista do amor 
 
• O ideal do ego impõe severas condições à satisfação da libido por meio de objetos 
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• Tornar a ser seu próprio ideal, como na infância, é o que as pessoas se esforçam para 
atingir como sendo sua felicidade 
 
• O estar apaixonado consiste num fluir da libido do ego em direção ao objeto 
 
• Ocorre em virtude da realização das condições infantis para amar 
 
• Qualquer coisa que satisfaça essa condição é idealizada 
 
• Uma pessoa amará o que foi outrora e não é mais, ou então o que possui as excelências 
que ela jamais teve 
 
• O neurótico procura a cura pelo amor, que ele geralmente prefere à cura pela análise 
 
 
 
DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL 
 
 
 
1. SEXUALIDADE E LIBIDO 
 
• Libido : é uma fonte original de energia afetiva que mobiliza o organismo na 
perseguição de seus objetivos 
 
• A libido sofre progressivas organizações durante o desenvolvimento, em torno de 
zonas erógenas corporais 
 
• Uma fase de desenvolvimento é uma organização da libido em torno de uma zona 
erógena, dando uma fantasia básica e um tipo de relação de objeto 
 
• A libido é uma energia voltada para a obtenção de prazer 
 
• É uma energia sexual no sentido de que toda busca por afeto ou prazer é erótica ou 
sexual 
 
• Há uma tendência natural para o desenvolvimento sucessivo das fases 
 
• Caso surja uma angustia muito forte num dado momento da evolução, como resultado 
do temor de se ligar a um objeto, cria-se um ponto de fixação 
 
• A fixação é um momento no processo evolutivo onde paramos, por não poder 
satisfazer um desejo 
 
• O ego se torna mais frágil 
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• Se a angústia for muito forte, ocorre a regressão 
 
• A neurose é definida por Freud como um infantilismo psíquico 
 
2. FASES DE DESENVOLVIMENTO 
 
2.1. Fase oral 
 
• Ao nascer, o bebê perde a relação simbiótica que possuía com a mãe 
 
• A criança inicia sua adaptação ao meio 
 
• Respirar marca o ponto inicial da independência humana 
 
• A luta inicial é pela manutenção do equilíbrio homeostático 
 
• Ao nascer, a estrutura inicial mais desenvolvida é a boca 
 
• É pela boca que o bebê começara a provar e conhecer o mundo 
 
• A primeira e mais importante descoberta afetiva: o seio 
 
• O seio é o depositário de seus primeiros amores e ódios 
 
• Neste momento o bebê ama pela boca e a mãe ama pelo seio 
 
• A libido está organizada em torno da zona oral e o tipo de relação será a incorporação 
 
• A criança incorpora o leite e o seio e sente ter a mãe dentro de si 
 
• Resquícios nos comportamentos adultos: o canibalismo e a comunhão 
 
 
 
 
3. Fase anal 
 
• No segundo ano de vida, a libido passa da organização oral para a anal 
 
• No segundo e terceiro anos de vida, dá-se a maturação do controle muscular na criança 
 
• É o período em que se inicia o andar, o falar e em que se estabelece o controle dos 
esfincteres 
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• Desenvolve-se o sentimento de que a criança tem coisas suas, coisas que ela produz e 
pode ofertar ou negar ao mundo 
 
• A libido passa a organizar-se sobre a zona erógena anal 
 
• A fantasia básica será ligada ao valor simbólico das fezes 
 
• As relações serão estabelecidas em termos de projeção ou controle 
 
3.1. O valor simbólico dos produtos anais 
 
• Quando a criança ama e sente que é amada pelos mais, cada elemento que a criança 
produz é sentido como bom e valorizado 
 
• A criança sente-se livre e estimulada a produzir 
 
• Caso as relações de angústia predominem sobre as relações de amor, os primeiros 
produtos infantis passam a ser armas destrutivas que agridem o mundo 
 
 
 
 
4. Fase fálica 
 
• Por volta dos três anos de idade, a libido passa a se organizar sobre os genitais 
 
• Desenvolve-se o interesse infantil pelos genitais 
 
• A masturbação torna-se frequente e normal 
 
• A preocupação com as diferenças sexuais contaminam até a percepção dos objetos 
 
• A discriminação entre os sexos se dá pela presença ou ausência do pênis 
 
• A vagina é ainda desconhecida 
 
• A erotização dos genitais traz a fantasia de meninos e meninas serem possuidores de 
um pênis 
 
• A tarefa básica deste momento consiste em organizar os modelos de relação entre o 
homem e a mulher 
 
• Forma-se na criança uma espécie de busca de prazer junto ao sexo oposto 
 
• É aprendendo a amar em casa que a criança se tornará o adulto capaz de amar fora 
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• Se aprender a amar é uma relação positiva, o amor incestuoso é uma relação proibida 
 
• O esquema repressor é desencadeado com a entrada do pai em cena 
 
• O pai coloca-se como um interceptor entre o filho e a mãe 
 
• O menino mescla sentimentos de amor e ódio pelo pai 
 
• A criança configura o desejo de eliminar aquele que lhe impede o acesso a mãe – 
Complexo de Édipo 
 
• O menino teme ser castrado pelo pai, como punição, e é obrigado a reprimir a atração 
sentida pela mãe 
 
• Com esta repressão fica encerrada a etapa fálica infantil, mas o modelo de busca de 
um amor heterossexual foi estabelecido 
 
 
5. Período de latência 
 
• Com a repressão do Édipo, a libido fica deslocada de seus objetivos sexuais 
 
• A energiasexual reprimida não pode ser eliminada 
 
• É canalizada para o desenvolvimento intelectual e social da criança através da 
sublimação 
 
• É um período intermediário entre a genitalidade infantil e a adulta 
 
• Não há nova organização de zona erógena 
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6. Fase genital 
 
 
• Alcançar a fase genital constitui atingir o pleno desenvolvimento do adulto normal 
 
• Aprendeu a amar, trabalhar e competir 
 
• Discriminou seu papel sexual 
 
• Desenvolveu-se intelectual e socialmente 
 
• É capaz de amar num sentido genital amplo e de definir um vínculo heterossexual 
significativo e duradouro 
 
• Sua capacidade orgástica é plena e ligada a capacidade de amar 
 
• A procriação é finalidade da vida e os filhos fonte de prazer 
 
•

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