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Acidentes com animais venenosos, peçonhentos e não peçonhentos

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PRIMEIROS 
SOCORROS 
Beatriz Paulo Biedrzycki
Acidentes com animais 
venenosos, peçonhentos 
e não peçonhentos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Classificar os diferentes tipos de animais venenosos ou peçonhentos 
e seus riscos à saúde.
 � Descrever as consequências e as ações de socorro em casos de mor-
deduras de animais.
 � Estabelecer ações de socorro para emergências causadas por acidentes 
com animais venenosos ou peçonhentos.
Introdução
O Brasil é um país de dimensões continentais, com flora e fauna extrema-
mente diversificadas. Nessa enorme fauna, existem alguns animais dotados 
de mecanismos de defesa, como venenos, e alguns têm a capacidade 
de injetá-los, se for necessário; é o caso dos animais peçonhentos, como 
cobras, aranhas e escorpiões. O veneno desses animais pode causar 
intoxicações dolorosas, sendo necessário o atendimento imediato; caso 
contrário, pode ocorrer a morte.
Neste capítulo, você vai classificar e identificar as diferentes espécies de 
animais venenosos, peçonhentos e domésticos, bem como os sintomas 
dos seus ataques, além das doenças que podem ocasionar aos seres 
humanos. Por fim, você saberá estabelecer ações de primeiros socorros 
para cada tipo de acidente com animais. 
Riscos de mordidas de animais 
Mordidas de animais são muito comuns, acometendo, no caso dos domésticos 
(cães e gatos), 50 mil pessoas por ano no Brasil. No caso de animais peço-
nhentos, são responsáveis por 110 mil acidentes por ano no País (FUNED, 
2015). As mordidas desses animais, além da dor e do desconforto no local da 
mordida, podem causar reações adversas no organismo, atingindo diferentes 
órgãos e até mesmo transmitindo doenças. 
Você aprofundará seu conhecimento sobre o tema ao longo do capítulo.
Animais peçonhentos
Animais peçonhentos são aqueles que possuem glândulas de veneno que se 
comunicam com dentes, ferrões, ou aguilhões, que são estruturas por onde o 
veneno é injetado (FUNED, 2015). Esses mecanismos favorecem que o seu 
veneno seja utilizado no momento em que desejam, sendo uma estratégia 
para caça e para defesa.
Em muitos casos, o veneno desses animais pode ser fatal se não acontecer 
o atendimento e o tratamento adequado e rápido. Nas listas a seguir, você 
irá identificar os animais, a forma de inoculação do veneno, os sintomas e o 
tratamento.
Aracnídeos
As aranhas (Figura 1) e os escorpiões (Figura 2) são aracnídeos pertencentes 
ao grupo dos artrópodes, animais abundantes em todos os ecossistemas. As 
características principais desses animais são: corpo formado por um exoes-
queleto e quatro pares de pernas articuladas (FUNED, 2015).
Aranhas
 � Marrom: esse animal possui aproximadamente 3 centímetros, tem 
cor marrom, pernas longas e o corpo redondo e pode gerar acidentes 
graves. É possível encontrá-las em telhas, tijolos e entulhos, ou seja, em 
locais escuros. A picada tende a não ser dolorosa, e no local da picada 
pode aparecer dor, inchaço e necrose. Além desses sintomas, podem 
aparecer febre, tontura e dor de cabeça.
Acidentes com animais venenosos, peçonhentos e não peçonhentos2
 � Caranguejeira: apesar do seu tamanho e aparência assustadores, esse 
animal não costuma causar acidentes graves. É possível encontrá-la 
em cascas de árvores, buracos no solo e em barrancos. Esse animal 
não inocula seu veneno através de uma picada, mas, sim, lançando os 
pelos que recobrem todo o seu corpo quando se sente ameaçada. No 
local atingido, é comum sentir dor forte irradiada e inchaço. Também 
podem aparecer febre, hipertensão e arritmias.
 � Viúva negra: essa aranha possui apenas 2 centímetros de tamanho, 
mas pode causar acidentes graves, uma vez que seu veneno é 15 vezes 
mais forte do que o de uma cascavel. Ela possui esse nome pois, após 
a cópula, o macho fica preso em suas teias, morrendo logo depois. É 
possível encontrá-la na natureza em arbustos ou em ambientes domés-
ticos, como em portas e atrás de móveis. A aparência desse animal é 
chamativa, pois tem pernas longas e um corpo redondo e vermelho. Por 
mais que o nome assuste, essas aranhas não são agressivas, somente 
picam para se defender. A picada não é muito dolorosa e os sintomas, 
como câimbras e fortes dores musculares, costumam a aparecer após 
15 minutos. Por o veneno atingir o sistema nervoso central, é possível 
que ocorram delírios, paralisia de membros, dor no peito, dificuldade 
para respirar e pulso acelerado. 
 � Armadeira: essa aranha está entre as maiores registradas, podendo 
medir 15 centímetros, além de ser um animal agressivo. Sempre que a 
aranha armadeira se sente ameaçada, ela fica sobre as patas traseiras, 
erguendo as dianteiras. Durante o ataque, ela pode saltar mais de 30 
centímetros, o que é o dobro do seu tamanho. É muito comum no meio 
de bananeiras, em entulhos, telhas e tijolos. A sua picada é bastante 
dolorida e é comum ficar marcada no corpo da vítima com duas pe-
quenas bolinhas. O seu veneno é tão perigoso que pode ser fatal para 
crianças e idosos, podendo apresentar sintomas como dificuldades de 
respiração, vômitos, pulso acelerado, febre, suor e vertigens, além de 
dor intensa no local da picada.
3Acidentes com animais venenosos, peçonhentos e não peçonhentos
Figura 1. (a) Aranha armadeira; (b) aranha marrom; (c) aranha caranguejeira; (d) viúva negra.
Fonte: a) Prandi (2015); b) Dipil (2018); c) Chernilevsky (2009); d) Duque (2018).
(a)
(c) (d)
(b)
Escorpiões
 � Amarelo: você já deve ter ouvido falar nesse animal, que, no ano de 
2018, causou 140 mil acidentes, segundo dados do Ministério da Saúde. 
Apesar do seu pequeno tamanho (apenas 7 centímetros), esse animal 
pode causar acidentes graves. Ele possui um ferrão na ponta da cauda, 
por onde injeta o veneno em suas vítimas. No local da picada é co-
mum sentir dor irradiada e formigamento, além de sudorese, pressão 
alta, excesso de salivação, bradicardia, dislalia, disfagia e diplopia, 
convulsões, insuficiência cardíaca, edema agudo do pulmão, choque, 
coma, insuficiência renal e, em casos mais graves, como em crianças 
e idosos, o óbito.
 � Marrom: esse animal possui 7 centímetros, as pernas amareladas, o 
corpo marrom escuro e a cauda marrom, onde está localizado o ferrão. 
Assim como o escorpião amarelo, esse também é um animal urbano, 
gostando de locais escuros e frescos. No local da picada podem surgir 
dor imediata, intensa e irradiada, além de náuseas, vômitos, dormência, 
lacrimejamento, palidez, sudorese, hipo ou hipertermia, agitação e 
hipertensão arterial.
Acidentes com animais venenosos, peçonhentos e não peçonhentos4
Figura 2. (a) Escorpião marrom; (b) escorpião amarelo.
Fonte: a) Termitek ([2019]); b) Estância de Atibaia (2018). 
(a) (b)
Serpentes
As serpentes (Figura 3) são animais vertebrados e carnívoros, pertencentes 
ao grupo dos répteis. Não possuem patas, pálpebras ou ouvido externo. A 
língua é bifurcada, e a pele é recoberta por escamas. Algumas espécies são 
peçonhentas, podendo provocar acidentes graves, entretanto outras não ofe-
recem risco aos seres humanos (FUNED, 2015). Falaremos aqui apenas das 
serpentes venenosas e peçonhentas.
 � Jararaca: esse animal é facilmente encontrado em campos e matas. Ela 
pode atingir 2 metros de comprimento e possui manchas triangulares 
escuras ao longo do copo e uma faixa preta atrás dos olhos. O seu 
veneno é transmitido pela picada, e no local da picada podem aparecer 
sangramento, dor, inchaço e hematoma. Podem surgir bolhas na gengiva 
e nariz e escurecimento de urina.
 � Cascavel: em se tratando de comprimento, esse animal pode ter até 
1,8 metros, alcançando um máximo de 2 metros. Essa cobra é bastante 
conhecida por seu chocalho, que produz um ruído característico que a 
mesma utiliza para chamar a atenção de suas presas. Seu veneno é muito 
perigoso, causando a destruição das células do sangue das vítimas e 
lesões musculares, afetando os sistemas nervoso e renal. O tratamento 
compreende o uso de soro antiofídico.
5Acidentescom animais venenosos, peçonhentos e não peçonhentos
 � Coral: esse animal possui uma aparência bastante característica, com 
anéis pretos, vermelhos e amarelos (ou brancos) por todo o corpo. 
Possui corpo e cabeça cilíndricos. Vive em vegetações rasteiras e ma-
tas fechadas. Apesar de não ser agressiva, sua picada pode provocar 
inchaço, dor, formigamento, visão turva e dificuldade de deglutição.
 � Surucucu: esse animal é original da mata atlântica e amazônica. Possui 
corpo alaranjado com escamas grandes e manchas negras, podendo 
chegar a 2,5 metros de comprimento. Possui hábitos noturnos, sendo 
difícil encontrá-la durante o dia, uma vez que fica escondida em troncos 
de árvores e arbustos. Sua picada pode causar dor, inchaço e hematoma, 
sangramentos, sudoreses, vômitos, náuseas, diarreia e pressão baixa.
Figura 3. (a) Surucucu; (b) coral; (c) cascavel; (d) jararaca.
Fonte: a) Vivimetaliun (2016); b) Bucheroni (2018); c) Martins (2016); d) Mundo Insólito (2018)..
(c)
(b)
(d)
(a)
Acidentes com animais venenosos, peçonhentos e não peçonhentos6
Insetos
Os insetos (Figura 4) formam um grupo de animais invertebrados que se 
destaca pela presença de asas e seis pernas. Possuem o corpo dividido em 
cabeça, tórax e abdômen. Nesse grupo estão incluídas as abelhas, que se 
diferenciam das vespas e dos marimbondos por se alimentarem de pólen e 
néctar (FUNED, 2015).
 � Abelha africana: esse animal possui 2 centímetros e pode ser facil-
mente encontrado na cidade. Possui um corpo listrado amarelo e preto, 
com a cabeça e pernas pretas, além de um comportamento agressivo, 
injetando o seu veneno através de um ferrão na parte posterior do corpo, 
que deixa cravado na sua vítima, podendo atacar apenas uma vez em 
toda sua vida. Sua ferroada pode trazer sintomas como dor, inchaço 
e vermelhidão no local da picada. O tratamento inclui a remoção do 
ferrão, anti-histamínicos, analgésicos e corticoides.
 � Vespa: esse animal está presente em quase todas as regiões do mundo, 
principalmente em locais quentes. Possuem pequenas asas e um ferrão 
para se defender, que deixam cravado na sua vítima. Sua picada é ex-
tremamente dolorida e pode ser fatal caso a pessoa seja alérgica, o que 
é bastante raro. No geral, sua picada não é fatal, causando dor, inchaço 
e vermelhidão no local da picada. O tratamento inclui a remoção do 
ferrão, anti-histamínicos, analgésicos e corticoides.
 � Lacraias: também conhecidas como centopeias, tem hábitos noturnos 
e medem 23 centímetros. Possuem 21 par de patas e ferrões venenosos, 
por onde injetam o veneno. O veneno desses animais não gera muitos 
riscos para os seres humanos, gerando apenas dor forte e inchaço (edema) 
no local da picada. Em acidentes com lacraias grandes também podem 
ocorrer febre, calafrios, tremores e suores, além de uma pequena ferida.
 � Marimbondos: esses animais possuem uma péssima reputação, mas 
não são agressivos, apenas atacam para se defender. Costumam fazer 
seu ninho em locais altos, como árvores e telhados. Assim como as 
abelhas e vespas, esse animal possui ferrão, com o que ataca suas 
vítimas, transmitindo seu veneno, que, de maneira geral, não é perigoso 
para os humanos, causando apenas desconfortos no local da picada.
7Acidentes com animais venenosos, peçonhentos e não peçonhentos
Figura 4. (a) Marimbondo Cavalo; (b) lacraia; (c) vespa; (d) abelha africana.
Fonte: (a) Insteologia (2018); (b) Rio de Janeiro ([2019]; (c) Meus animais (2019); (d) Dutra (2018).
(a)
(c) (d)
(b)
Conhecer e reconhecer esses animais no ambiente é de enorme relevância 
para auxiliar na prevenção, evitando ficar próximo desses animais, assim como 
é essencial para o tratamento adequado, uma vez que cada veneno possui 
diferentes reações e diferentes tratamentos. A seguir, você irá visualizar os 
animais venenosos não-peçonhentos.
Animais venenosos
Similares aos animais peçonhentos, os animais venenosos (Figura 5) são 
aqueles que possuem toxinas tóxicas a outros animais e a outros seres hu-
manos. O que os diferencia é que estes animais não apresentam mecanismos 
para inocular o mesmo, ou seja não possuem um mecanismo de ataque como 
ferrões ou presas. O envenenamento nestes casos é causado ao acaso. Um 
exemple é quando uma taturana verde passa pela mão de uma pessoa, ou 
quando esmagamos um sapo, ou ainda por ingestão, como no caso do peixe 
baiacu, que possui toxinas em vários tecidos do corpo, como o fígado, as 
brânquias e os intestinos, e pode causar envenenamento caso seja ingerido.
Acidentes com animais venenosos, peçonhentos e não peçonhentos8
Figura 5. (a) Sapo cururu (Rhaebo guttatus), possui glândulas de veneno atrás dos olhos; 
ele solta um jato desse tóxico para sua proteção. (b) Taturana verde.
Fonte: (a) Santos ([2019]); (b) Camelia Varsescu/Shutterstock.com.
(a) (b)
Esses animais não têm o intuito de depositar o veneno, mas, como o pos-
suem, é necessário tomar alguns cuidados, como não encostar neles sem 
luvas ou proteção e evitar apertá-los, bem como tomar ciência se o animal 
pode ser ingerido.
Alguns animais, como cobras, estão presentes na classe de animais peçonhentos, mas 
algumas espécies não possuem veneno, sendo inofensivas, como as cobras jararaquinha 
de jardim, jiboia e falsa coral.
Não apenas esses animais possuem venenos produzidos pelo seu próprio 
organismo como podem gerar danos à saúde dos humanos. Alguns animais 
com aparências inofensivas como gatos e cachorros também podem possuir 
doenças causadas por vírus, fungos ou bactérias que podem ser transmitidas aos 
seres humanos com consequências importantes, conforme você verá a seguir. 
Animais domésticos
Os animais domésticos englobam os gatos, cachorros e ratos. Mesmo que esses 
animais tenham um convívio pacífico com os seres humanos, alguns acidentes, 
como mordidas e arranhões, podem acontecer, sendo os cães responsáveis por 
80% dos casos, segundo a Brasil (2003).
9Acidentes com animais venenosos, peçonhentos e não peçonhentos
Cachorros e gatos, quando não devidamente vacinados, podem contrair 
doenças como a raiva, que é passada para os seres humanos através da mordida. 
Ratos são conhecidos pelas inúmeras doenças que transmitem, principalmente 
a leptospirose, pela urina do rato e do gato, que traz riscos graves à saúde.
Normalmente esses animais são responsáveis por incubarem uma determi-
nada bactéria que, em alguns casos, não apresenta riscos à saúde do animal, 
mas quando entram em contato com os seres humanos, através de mordidas e 
arranhaduras, podem gerar doenças graves, conforme você verá no Quadro 1.
Fonte: Adaptado de Brasil (2003).
Doença Animal Sintomas
Forma de 
transmissão
Raiva Cachorro, 
gato, 
morcego
Confusão mental, febre, 
náuseas, calafrios, 
dor de garganta.
Mordida de animal 
infectado.
Tularemia Gato Perda de peso, inchaço, 
cansaço, dor no 
corpo, tosse seca, dor 
de cabeça, gânglios 
linfáticos inchados.
Contato com sangue 
ou fluido animal 
contaminado.
Leptos-
pirose
Rato e 
gato
Vômito, diarreia, tosse, 
febre, dor no corpo 
(principalmente nas 
panturrilhas).
Contato com urina 
de gatos e ratos 
contaminados.
Blasto-
micose
Gato e 
cachorro
Dor no peito, sudorese, 
febre, calafrios, 
dificuldade respiratória, 
manchas na pele.
São fungos que 
podem estar no 
pelo de animais 
e causam riscos 
quando são inalados.
Doença da 
arranhadura 
do gato
Gato Vermelhidão, inflamação, 
criação de crosta.
Arranhadura de 
animal que possui a 
bactéria nas unhas.
Quadro 1. Doenças causadas por animais domésticos, sintomas e formas de transmissão
Acidentes com animais venenosos, peçonhentos e não peçonhentos10
Doenças como a tularemia e a raiva podem ser transmitidas de maneira 
indireta. Isso ocorre quando uma pulga ou um carrapato entra em contato com 
o animal infectado, estando, assim, ele, contaminado e passível de transmitir 
a doença caso entre em contato com outro animal ou ser humano. Esse tipo de 
infecção é menos comum, graças aos avanços no saneamento, coleta seletiva 
e higiene,que controlam pragas como pulgas e carrapatos em seres humanos.
Acidentes com esses tipos de animais podem ser perigosos, causando 
desconfortos no local da picada até complicações mais sérias de saúde. É muito 
importante identificar o animal para que o a equipe de saúde possa prestar 
o atendimento adequado para cada caso, favorecendo, assim, a recuperação 
da pessoa acidentada. É muito importante prestar atendimento de primeiros 
socorros imediatamente; esse detalhe pode fazer a diferença entre a vida e a 
morte na maioria dos casos. O atendimento de primeiros socorros de animais 
domésticos você verá a seguir.
Atendimento à pessoa com mordida de animais
Os animais domésticos são muito comuns nos domicílios brasileiros, parecendo, 
por vezes, inofensivos. Mas essa impressão pode ser muito equivocada, uma 
vez que esses animais podem causar acidentes como mordidas e arranhões, que 
podem gerar complicações quando o animal não tem as devidas vacinações 
e cuidados de higiene.
São muitos os motivos que levam ao ataque de algum animal, podendo ser 
por seu instinto de proteção ou quando se sentem acuados. Dependendo do 
tamanho do animal, esses ferimentos podem causar penetrações e lacerações 
entre outros acometimentos ao membro.
Vale lembrar que os animais possuem diversas bactérias na boca e nas 
unhas que podem causar infecções no organismo humano. Além desses micror-
ganismos que os animais possuem naturalmente, algumas doenças causadas 
por vírus e bactérias que são transmitidas pela saliva — como no caso de 
mordidas — que geram agravos de saúde importantes nos humanos.
Em caso de mordidas e arranhaduras de animais, é importante seguir alguns 
passos (FUNED, 2015), que devem se feitos imediatamente, uma vez que, 
quanto mais rápido for o atendimento, menores são as chances de complicações.
11Acidentes com animais venenosos, peçonhentos e não peçonhentos
Mordeduras
Em casos de mordeduras por animais domésticos, aconselha-se realizar ime-
diatamente os seguintes passos.
1. Avaliar a cena do acidente.
2. Realizar a avaliação inicial da vítima.
3. Lavar bem o local da mordida com água corrente e sabão neutro. O 
ferimento deve ser lavado por, pelo menos, cinco minutos na água cor-
rente. Essa medida é importante para impedir que as bactérias contidas 
na boca dos animais gerem infecções até a chegada do atendimento 
especializado.
4. Aplicar antisséptico no ferimento.
5. Em casos de penetração, é recomendado deixar que o ferimento san-
gre por um tempo, com o intuito de auxiliar a expulsar as bactérias 
do organismo para depois fazer um curativo compressivo, até que o 
sangramento cesse. 
6. Imobilizar o membro que foi afetado, elevando o mesmo.
7. Levar a pessoa mordida para receber atendimento médico.
Caso você tenha um animal, é importante ter em um local de fácil acesso a carteira 
de vacina dele, assim, caso ele morda algum outro animal ou até mesmo uma pessoa, 
será possível verificar suas vacinas. É muito importante informar à equipe de saúde 
se o animal que lhe atacou possui as vacinas em dia ou não. Essas informações serão 
importantes para o tratamento e para a decisão sobre a utilização de vacinas ou 
antibióticos. 
Com a orientação médica, é importante fazer curativos com o intuito de 
diminuir o risco de infecção, criando uma barreira protetora contra os mi-
crorganismos. Além disto, é adequado manter a pessoa vítima desse acidente 
sobre observação, encaminhando-a imediatamente para o serviço de saúde 
caso apareçam sintomas como febre, vermelhidão do local da mordida, ou 
outros sintomas como os descritos no Quadro 1.
Acidentes com animais venenosos, peçonhentos e não peçonhentos12
Normalmente, os procedimentos mais comuns são a aplicação de vacinas 
antirrábicas e antitetânicas, além de antibióticos. A vacina antirrábica é aplicada 
em cinco doses ao longo de 28 dias, sendo um tratamento longo e necessário 
para evitar maiores preocupações. 
Além do atendimento à vítima do acidente, é importante observar os ani-
mais. Em casos de mordidas, o animal também deve ficar em observação 
por pelo menos oito dias. Caso ele apresente sintomas ou evolua ao óbito, é 
importante levá-lo ao veterinário.
Quando verificar algum animal com sintomas ou que evolua a óbito após ter mordido 
uma pessoa, você deve informar a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVEP) — 
Núcleo de Zoonoses e Vetores pelo telefone (82) 3315-1669.
A maneira mais simples de evitar tais complicações é manter o cuidado 
com os animais, como:
 � vacinar os animais (gatos, cachorros, coelhos) anualmente;
 � educar as crianças quanto à conduta com estes animais, evitando 
provocá-los e não brincando com animais desconhecidos;
 � se em qualquer momento, mesmo que ele não tenha atacado nenhuma 
pessoa, surgirem dúvidas sobre o estado de saúde do animal (como se 
ele possui raiva ou não) é importante mantê-lo isolado por, no mínimo, 
10 dias, e, caso os sintomas continuem, levá-lo ao veterinário.
Arranhaduras
Em casos de arranhaduras por animais domésticos, aconselha-se realizar 
imediatamente os seguintes passos:
1. Lavar com abundância o local do acidente com água corrente e sabão 
líquido.
2. Cobrir com gaze e enfaixar.
3. Encaminhar para o serviço médico. 
13Acidentes com animais venenosos, peçonhentos e não peçonhentos
Um atendimento de primeiros socorros adequado e eficiente pode fazer 
a diferença no estado de saúde de uma pessoa que sofre uma mordida de um 
animal. Conhecer e cuidar com vacinas e higienização adequadas auxiliam a 
evitar maiores agravos de saúde nos animais, bem como nos seres humanos. 
Muito mais perigosos do que os animais domésticos são os animais peçonhentos 
e venenos, que possuem atendimentos de primeiros socorros especializados, 
conforme será abordado no próximo tópico.
Atendimento à pessoa vítima de acidente com 
animal peçonhento
Os acidentes com animais peçonhentos são perigosos, causando diversos 
agravos de saúde agudos e crônicos, podendo, em alguns casos, evoluir a 
óbito. Portanto é importante prestar o atendimento adequado no menor tempo 
possível. É importante verificar se a pessoa que sofreu o acidente não apresenta 
alergias àquele animal, o que pode ser um complicador nesses casos.
A seguir, veremos alguns passos que servem para o atendimento de pri-
meiros socorros.
1. Manter a calma.
2. Observar a cena do acidente.
3. Observar os sinais vitais da vítima.
4. Não pegar o animal agressor na mão, evitando ser picado por ele também.
5. Levar o animal para que a equipe de saúde possa identifica-lo e dar o 
melhor atendimento possível.
Insetos
Nesses casos, não existe um tratamento específico para acidentes com esse 
tipo de animais, mas existem alguns passos que, se forem seguidos, podem 
auxiliar no atendimento.
1. Encaminhar a vítima ao serviço de saúde.
2. Não dê nenhum tipo de bebidas alcoólica à vítima de acidentes.
Acidentes com animais venenosos, peçonhentos e não peçonhentos14
Escorpiões
Os ataques desses animais são muito comuns no Brasil, especialmente em 
crianças. Cerca de 80% dos acidentes acontecem na região sudeste. Apenas 
1% desses acidentes evoluem a óbito. Esses animais aparecem nos domicílios 
principalmente nos meses mais quentes do ano (BRASIL, 2003). Para realizar 
o atendimento de primeiros socorros, é necessário seguir alguns passos.
1. Lavar o ferimento com água corrente.
2. Colocar gelo no local para auxiliar no alívio da dor.
Aranhas
Esses animais aparecem normalmente em madeiras empilhadas e aglomerados 
de flores e plantas. Sempre que algum acidente com aranhas acontecer, é 
importante seguir alguns passos.
1. Diferentes tipos de aranhas apresentam diferentes sintomas quando 
inoculam o seu veneno no organismo – por isso é importante identificar 
o animal.
2. Aplicar bolsa de gelo no local do ferimento com o intuito de diminuir 
a dor.
3. Encaminhar a vítima para um serviço médico especializado.
Cobras
Dentre os animais peçonhentos, as cobras ocupam lugar de destaque, prin-
cipalmente pelo seugrande tamanho e letalidade do seu ataque. Entretanto, 
existem também as cobras que não possuem veneno e não oferecem risco aos 
seres humano. O atendimento de primeiros socorros deve ocorrer nos primei-
ros trinta minutos, buscando evitar que o veneno seja totalmente absorvido 
pelo organismo. Portanto, o atendimento de primeiros socorros mostra-se 
fundamental no caso de acidentes com esses animais.
1. Deitar a vítima em decúbito dorsal, em repouso, evitando atividades que 
aumentem a frequência cardíaca. Esse aumento intensifica a circulação, 
o que pode facilitar e acelerar a absorção do veneno pelo organismo.
2. Lavar o local da picada em água corrente, utilizando sabão líquido.
3. Não perfurar ou cortar o local da picada para remover o veneno.
15Acidentes com animais venenosos, peçonhentos e não peçonhentos
4. Não chupar o ferimento com o intuito de remover o veneno.
5. Não colocar folhas, pó de café ou outras substâncias sobre o ferimento. 
Isso pode facilitar a contaminação e a infecção.
6. Não fazer o garroteamento do membro afetado.
7. Manter o local do ferimento elevado.
8. Dar bastante líquido para a vítima, mantendo-a hidratada.
9. Não dar a vítima álcool ou outras drogas depressoras do sistema nervoso 
central.
10. Levar a vítima para o atendimento de saúde o mais breve possível.
No Brasil existem três importantes centros que fabricam o soro antiofídico, que é o 
único tratamento eficaz contra mordida de cobra. São eles: o Instituto Butantã (São 
Paulo), o Instituto Vital Brazil (Niterói) e a Fundação Ezequiel Dias (Belo Horizonte). 
Como todos os diversos tipos de acidentes que podem acometer uma pes-
soa, em relação aos acidentes com animais, sejam eles peçonhentos os não, 
é importante que todos os profissionais de saúde, ou aqueles que lidam com 
pessoas, como professores de Educação Física, conheçam os procedimentos 
de primeiros socorros adequados, o que faz a diferença no quadro de saúde de 
todas as pessoas envolvidas nesses processos. Em um caso de acidente como 
os citados ao longo deste capítulo, é importante ter ciência de que o tempo é 
um fator crucial, sendo determinante para salvar ou não a vida de uma pessoa.
Também é importante lembrar que prevenir esses acidentes é a melhor 
medida a ser tomada, utilizando-se de repelentes, não mexer em madeiras 
e folhas secas sem a devida proteção ou, ainda, utilizar sapatos como botas 
para andar dentro de matas, o que irá impedir que cobras atinjam a pele no 
caso de um ataque.
Acidentes com animais venenosos, peçonhentos e não peçonhentos16
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Acidentes com animais venenosos, peçonhentos e não peçonhentos18

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