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ARTIGO - TDAH - Principais Conceitos, Diagnóstico e Intervenção Psicopedagogica na Aprendizagem de Crianças em Idade Pré- Escolar

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11
FAVENI
FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE
PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL, CLÍNICA E EDUCAÇÃO INFANTIL
LISANDRA CONCEIÇÃO RAMOS DA SILVA 
TDAH – PRINCIPAIS CONCEITOS, SINTOMAS, PREDISPOSIÇÕES, DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÕES PSICOPEDAGÓGICAS NA APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS EM IDADE PRÉ-ESCOLAR
CABO DE SANTO AGOSTINHO
2022
TDAH – PRINCIPAIS CONCEITOS, SINTOMAS, PREDISPOSIÇÕES, DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÕES PSICOPEDAGÓGICAS NA APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS EM IDADE PRÉ-ESCOLAR
Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de violação aos direitos autorais. 
RESUMO- O presente trabalho tem como objetivo compreender melhor alguns conceitos, sintomas, predisposições, diagnóstico e as intervenções psciopedagógicas na aprendizagem de crianças com TDAH em idade pré-escolar. O Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade Impulsividade é um distúrbio do neurodesenvolvimento mais comum na infância, onde crianças e adolescentes são frequentemente afetados pelos sintomas de hiperatividade motora, agressividade, baixa tolerância a frustração, falta de atenção, dificuldades em relacionamentos e impulsividade. O artigo é resultado de uma pesquisa bibliográfica feita em livros e sites especializados que tem por finalidade aprofundar conhecimentos sobre o tema. A pesquisa visa encontrar estratégias para que a criança possa desenvolver a aprendizagem, buscando encontrar soluções mais viáveis para os obstáculos e as dificuldades que transcorrem nesse processo. O psicopedagogo é o profissional que atuará com essas intervenções na aprendizagem das crianças com TDAH, podendo também ter suporte de uma equipe multidisciplinar. Todo esse processo nos leva a compreender que a intervenção é a melhor e a mais eficaz maneira de uma criança com TDAH experimentar aquisição de novos conhecimentos, através de recursos, técnicas e metodologias aplicadas e assistidas por profissionais capacitados, levando sempre em consideração que cada sujeito é único e cada intervenção é pautada em cada caso avaliado, visando sempre o bem estar da criança, tanto no âmbito escolar como em outros ambientes sociais.
PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem. Diagnóstico. Intervenção Psicopedagógica. Criança. TDAH.
INTRODUÇÃO
O Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade Impulsividade (TDAH) a décadas vem sendo pesquisado e amplamente discutido por vários pesquisadores, dentro e fora do ambiente escolar. 
Está pesquisa bibliográfica vem abordar os principais conceitos, sintomas, predisposições, diagnóstico e intervenções psicopedagógicas na aprendizagem de crianças com o transtorno.
O TDAH é um transtorno de neurodesenvolvimento definido por níveis prejudiciais de desatenção, desorganização e/ou hiperatividade-impulsividade, que aparece com mais frequência na infância e que frequentemente acompanha o indivíduo por toda vida, não sendo restrito a infância, porém é na idade pré-escolar que o TDAH se torna mais evidente.
Segundo o Manual Estatístico de Doenças Mentais (APA) existem alguns fatores de risco para que uma criança venha desenvolver o TDAH como fatores temperamentais, ambientais, genéticos e fisiológicos e modificadores de curso.
O diagnóstico frequentemente é feito na infância e deve ser pautado por uma equipe multidisciplinar que deve acompanhar a criança nesse processo. 
Dentro desse contexto, a pesquisa mostra o papel primordial do psicopedagogo nas intervenções psicopedagógicas avaliando os fatores que interferem na aprendizagem das crianças com TDAH e encontrando assim soluções para que a aprendizagem aconteça, utilizando recursos, técnicas e metodologias adotadas para essas intervenções, levando sempre em consideração que a escolha de cada uma delas dependerá de cada quadro analisado.
O objetivo principal da pesquisa é aprimorar conhecimentos a respeito do tema, visando trazer mais informações e orientações tanto para os profissionais que atuam com essas crianças quanto para os pais, pois conhecer o TDAH é de suma importância para todos aqueles que atuam junto à criança, conhecendo os sintomas, as possíveis causas, os prognósticos e as formas mais adequadas de intervenção para o desenvolvimento social e pedagógico da criança.
DESENVOLVIMENTO 
Atualmente inúmeros estudos sobre o Transtorno do Déficit de Atenção/ Hiperatividade Impulsividade (TDAH) vem sendo abordado por diversos profissionais tanto da área escolar quanto da área de saúde. Muitos profissionais da área educacional evidenciam experiências de estarem junto com crianças inquietas, que não param, que não conseguem se concentrar nem por um instante.
Segundo Mattos em seu livro No mundo da Lua:
É comum que se digam que eles “vivem no mundo da lua”, isto é, acabam pensando em outra coisa (ou em um monte de outras coisas...) quando conversam com alguém, quando estão estudando ou lendo, trabalhando, enfim, em uma grande variedade de situações. (MATTOS, 16ª Edição revisada pelo DSM–V, p.4)
Por muitos anos essas crianças eram punidas, muitas vezes até discriminadas e consideradas um problema para escola e seus pais. Com o decorrer dos anos e consequentemente de muitas incansáveis pesquisas sobre o TDAH, começamos a compreender melhor o porquê das crianças com esse transtorno agirem dessa forma, pois tais sintomas são as consequências do distúrbio. Desse modo compreendemos como as crianças são afetadas pelo TDAH e assim conseguimos ferramentas para orientá-las.
Definições sobre o TDAH
O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade Impulsividade (TDAH) por muitos anos recebeu vários outros nomes, baseados em estudo da época. Em 1902, George Still descreveu com detalhes vários casos de crianças com TDAH. Em 1934, Eugene Kahn e Louis Cohen, estudando a encefalite letárgica que ocorrera em 1917/1918 e que deixara nas pessoas atingidas sequelas como hiperatividade, impulsividade e labilidade emocional, suspeitavam de uma lesão neurológica que, a partir de 1960, foi denominada de Lesão Cerebral Mínima, a famosa DCM. (Santos, 2012).
Nos anos de 1970, os termos mais utilizados foram a Síndrome Hipercinética e Hiperatividade. Nos anos de 1987 o distúrbio recebeu o nome de Distúrbio de Déficit de Atenção/Hiperatividade (DDA/H) pelo Manual Diagnóstico e Estatístico das Doenças Mentais (DSM-III).
Nos dias atuais a Classificação Internacional das Doenças (CID-10) denomina o distúrbio de Transtorno Hipercinético. O Manual Diagnóstico e Estatístico das Doenças Mentais (DSM-IV) denomina hoje o distúrbio de Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade Impulsividade (TDAH/I).
Segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), a definição para o TDAH:
É um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância, e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD. (ABBA, 2022)
Conforme o Manual da Associação Americana de Psiquiatria (APA):
TDAH é um transtorno do neurodesenvimento definido por níveis prejudiciais de desatenção, desorganização e/ou hiperatividade-impulsividade. Desatenção e desorganização envolvem incapacidade de permanecer na tarefa, aparência de não ouvir, e perda de materiais, em níveis inconscientes com a idade ou nível de desenvolvimento. Hiperatividade-impulsividade implicam em atividade excessiva, inquietação, incapacidade de permanecer sentado, intromissão em atividades de outros, e a incapacidadede aguardar – sintomas que são excessivos para a idade ou nível de desenvolvimento. Na infância, o TDAH frequentemente se sobrepõe a transtornos em geral considerados “de externalização” como o transtorno opositivo desafiador e o transtorno de conduta. O TDAH frequentemente persiste na vida adulta, resultando em prejuízos na vida social, acadêmica e ocupacional. (APA, 2014, p.32)
Segundo Jafferian e Barone:
TDAH é o resultado de vários “mecanismos causais” e assim a hereditariedade e os fatores neurobiológicos tem sido destacado em muitas pesquisas, e as evidências mais promissoras apontam para a influência hereditária que pode alterar o funcionamento cerebral, isto é, o funcionamento neuroquímico. (JAFFERIAN E BARONE, 2017, p.2)
Sintomas do TDAH em crianças na idade pré-escolar
Muitos pais observam pela primeira vez uma atividade motora excessiva quando a criança começa a andar, mas é difícil distinguir os sintomas de comportamento normal que é altamente variável antes dos 04 anos de idade (APA, 2014, p.62).
Ainda segundo a APA (2014) na pré-escola a principal manifestação é a hiperatividade. (APA, 2014, p.62).
Habitualmente em uma sala de aula, vamos nos deparar com indivíduos de características diferentes, pois cada ser é único, todos possuem peculiaridades, entretanto alguns podem se destacar por terem comportamentos inadequados que afetam o seu desenvolvimento pedagógico e social.
No TDAH existe um conjunto de sintomas que se caracterizam por desatenção, hiperatividade e impulsividade que segundo Benczik & Casella (2015) esses sintomas se manifestam por meio de um padrão persistente e frequente ao longo do tempo, e que se refere-se ao:
Excesso de agitação, inquietação, falta de controle, falar em demasia, interromper os outros, responder antes de ouvir a pergunta inteira, incapacidade para protelar respostas como também distrair-se com facilidade, não prestar atenção a detalhes, dificuldade para memorizar compromissos, organizar e realizar tarefas, perdes objetos, entre outros. (BENCZIK & CASELLA, 2015, p.94)
De acordo com o APA, (2014), o déficit de atenção tem sido definido por seis ou mais dos seguintes sintomas:
Falta de atenção a detalhes, cometendo erros por descuido de tarefas escolares, no trabalho ou em outras atividades; dificuldades em manter atenção nas tarefas ou brincadeiras; parece não escutar, quando não lhe falam diretamente; não conseguem seguir instruções, deixando de terminar as atividades escolares, domésticas ou trabalho; dificuldade na organização de tarefas e atividades; evita, não gosta ou fica relutante em se envolver em tarefas que exijam esforço mental contínuo como lições de classe e em casa; perde objetos necessários às tarefas ou atividades; se distrai facilmente por estímulos externos e se esquece de suas atividades cotidianas. (APA, 2014, p.59).
Na hiperatividade-impulsividade a APA (2014) defini de seis ou mais sintomas que persistem por pelo menos seis meses em um grau que é inconsciente com o nível do desenvolvimento e têm impacto negativo diretamente nas atividades sociais e acadêmicas/profissionais:
Remexe ou batuca as mãos e os pés ou se contorce na cadeira; levanta da cadeira em situações que se espera que permaneça sentado; corre ou sobe nas coisas em situações que isso é inapropriado; é incapaz de brincar ou se envolver em atividades de lazer calmamente; “não para”, agindo como se estivesse “com um motor ligado”; fala demais; deixa escapar uma resposta antes que a pergunta tenha sido concluída; tem dificuldade para esperar a sua vez; interrompe ou se intromete em conversas ou jogos. (APA, 2014, p.60)
Segundo Souza (2017) na psicologia, impulsividade é um impulso ou tendência a agir no qual o comportamento apresenta pouco ou nenhum pensamento ou reflexão prévia. Nesse sentido, a impulsividade leva a comportamentos de riscos ou a comportamentos que o sujeito se arrepende depois. 
Segundo a APA (2014), as manifestações dos sintomas devem estar presentes em mais de um ambiente ao mesmo tempo (p. ex., em casa e na escola, trabalho).
Desse modo podemos compreender que todos esses sintomas resultam no comprometimento significativo das funções sociais, acadêmicas e profissionais dos indivíduos afetados pelo transtorno. Nas crianças afeta diretamente a aprendizagem e o convívio social.
O TDAH não é restrito a infância, entretanto é na idade escolar que o transtorno se torna mais evidente. Confirmando isto temos Regalla et al. (2007) que nas suas pesquisas afirma que o transtorno atinge cerca de 3% a 6% das crianças em idade escolar.
Segundo Guidolim et al. (2013) crianças com TDAH apresentam dificuldades em emitir comportamentos adequados, como por exemplo seguir normas, problemas nas diversas relações, como resolução de problemas, agressividade, pedir desculpas, aguardar a vez para falar, prestar atenção, ouvir e demonstrar interesse pelo outro, reconhecer e perceber os sentimentos do outro, compreender a situação, respeitar as diferenças, oferecer ajuda e compartilhar entre outros (Guidolim et al. 2013).
Conforme estudos a APA (2014) nos afirma:
O TDAH é mais frequente no sexo masculino do que no feminino na população em geral, com uma proporção de 2:1 nas crianças e de 1.6:1 nos adultos. Há maior probabilidade de pessoas do sexo feminino se apresentarem primariamente com características de desatenção na comparação com as do sexo masculino. (APA, 2014, p. 63)
Nesse sentido, encontraremos mais crianças do gênero masculino com TDAH do que feminino e que na maioria das vezes as meninas são mais desatentas comparadas aos meninos.
Predisposições para o TDAH
Segundo o Manual Estatístico de Doenças Mentais (APA, 2014, p.62), existem alguns fatores de riscos para que uma criança desenvolva o TDAH: temperamentais, ambientais, genéticos e fisiológicos e modificadores do curso.
Nos fatores temperamentais:
O TDAH está associado a níveis menores de inibição comportamental, de controle à base de esforço ou de contenção, a afetividade negativa e/ou maior busca por novidades. Esses traços predispõem algumas crianças ao TDAH, embora não sejam específicos do transtorno. (APA, 2014, p. 62)
Nos fatores ambientais:
Muito baixo peso ao nascer (menos de 1.500 gramas) confere um risco 2 a 3 vezes maior para o TDAH, embora a maioria das crianças com baixo peso ao nascer não desenvolva o transtorno. Embora o TDAH esteja correlacionado com o tabagismo na gestação, parte dessa associação reflete um risco genético comum. Uma minoria de casos pode estar relacionada a reações a aspectos da dieta. Pode haver história de abuso infantil, negligencia, múltiplos lares adotivos, exposição a neurotoxina (p. ex., chumbo), infecções (p.ex., encefalite) ou exposição ao álcool no útero. Exposição a toxinas ambientais foi correlacionada com TDAH subsequente, embora não se saiba se tais modificações são causais. (APA, 2014, p. 62)
Fatores genéticos e fisiológicos:
O TDAH é frequente em parentes biológicos de primeiro grau com o transtorno. A herdabilidade do TDAH é substancial. Enquanto genes específicos foram correlacionados com o transtorno, eles não constituem fatores causais necessários ou suficientes. Deficiências visuais e auditivas, anormalidades metabólicas, transtorno do sono, deficiências nutricionais e epilepsia devem ser considerados influencias possíveis sobre sintomas de TDAH. O TDAH não está associado a características físicas especificas, ainda que taxas de anomalias físicas menores (p.ex., hipertelorismo, palato bastante arqueado, baixa implantação de orelhas) possam ser relativamente aumentadas. Atrasos motores sutis e outros sinais neurológicos leves podem ocorrer. (Notar que falta de jeito e atrasos motores comórbidos devem ser codificados em separado [p.ex., transtorno do desenvolvimento da coordenação. ]) (APA, 2014, p. 62)
Já nos fatores modificadores do curso (APA, 2014, p.62) padrões de interação familiar no começo da infância provavelmente não causam TDAH, embora possam influenciar seu curso ou contribuir para o desenvolvimento secundário do problema de conduta.Diagnóstico
Para Souza (2008) o diagnóstico é feito na infância, e frequentemente, acompanha o indivíduo por toda a vida, por isso a importância do diagnóstico que não deve ser feito por um único médico, mas por uma equipe multidisciplinar. (SOUZA, 2008, p.163).
Ainda segundo Souza (2008) é importante deixar claro que nem toda criança agitada deve ser rotulada de hiperativa. A agitação pode ser sintomas de doenças graves, como autismo, hipertireoidismo, depressão infantil, assim como pode ser resultado de problemas de comportamento. O portador de TDAH costuma ter uma dificuldade em manter a atenção, não costuma notar detalhes, erra por descuido em atividades escolares e tem como principal característica a combinação dos sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade, ou seja, é preciso diferenciar o comportamento da criança que é cheia de vontades pela falta de limites. (SOUZA, 2008, p.164).
Nesse sentido, conhecer o TDAH como um transtorno é de suma importância para todos aqueles que atuam junto à criança, nesse caso em especial o psicopedagogo. Segundo Costa (2006. P.65), “os professores assim com os profissionais da saúde devem conhecer os sintomas, as possíveis causas, os prognósticos, e as formas mais adequadas de intervenção para o desenvolvimento da criança”. 
Ainda segundo Costa (2006):
É importante que se saiba que o TDAH não tem cura, e que a melhor qualidade de vida da criança, adolescente ou ainda adulto com TDAH vai depender da colaboração daqueles com quem convive, e para isso é necessário que estes aprendam o máximo que puderem sobre o transtorno. (Costa, 2006, p.66).
De acordo com Maluf (2009), para estabelecer um bom diagnóstico é necessário ter conhecimento do desenvolvimento individual da criança bem como centrar-se em serviços especializados que vão além dos farmacológicos.
Dumas (2011) vem afirmar que atualmente é comum avaliar a criança em situações diferentes e por diversos métodos, por exemplo, entrevistas clinicas, questionários ou escalas de comportamentos, entrevistas diagnósticas estruturadas e observadas diretas.
Intervenção Psicopedagogica 
A intervenção psicopedagogica é um procedimento realizado pelo psicopedagogo com intuído de melhorar o processo de aprendizagem e promover a autonomia a autoestima dos educandos.
Segundo o Código de Ética do Psicopedagogo, em seu Capitulo 1 – Dos Princípios – Artigo 1 – Parágrafo 1º - afirma que a intervenção psicopedagogica é da ordem do conhecimento relacionada a aprendizagem, considerando o caráter indissociável entre os processos de aprendizagem, as dificuldades e as possibilidades dos sujeitos e sistemas.
Portanto o papel do psicopedagogo é avaliar os fatores que interferem na aprendizagem dessa criança e ajudar a escola a propor soluções para que a aprendizagem aconteça. O psicopedagogo pode estar na escola ou fora dela e ajudar a criança e o(a) professor(a) a encontrarem uma maneira de tornar os momentos educativos mais prazerosos. (BOSSA, 2000)
Para Pain (1989), o tratamento psicopedagógico, busca-se devolver ao sujeito a dimensão do seu poder (poder escrever, poder saber fazer) para que seu eu acredite nas suas possibilidades.
Visca (2008), afirma que o psicopedagogo, no papel de agente corretor, deve priorizar o “conhecimento” do paciente, mesmo que para tal tenha de realizar encaminhamento a outros profissionais. Seu papel é de focalizar a problemática dentro do contexto causa/sintoma e atuar sobre eles. Deve planejar sua atuação desde o contato telefônico. Visca (op. Cit. CHAMAT, 2008, p.26)
De acordo com Goldstein (1994), o tratamento de crianças com TDAH, exige esforço coordenado entre os profissionais de medicina, saúde mental e pedagógica, em conjunto com os pais.
Segundo Bossa (2000):
Cabe ao psicopedagogo perceber eventuais perturbações no processo de aprendizagem, participar da dinâmica da comunidade educativa, favorecendo a integração, promovendo orientações metodológicas de acordo com as características e particularidades, dos indivíduos do grupo, realizando processos de orientação (BOSSA, 2000, apud UHLLMANN 2018. p.230).
Nesse sentido percebe-se que o psicopedagogo tem o papel importante dentro da instituição de ensino como também fora dela, pois tanto a escola quanto a família são instituições educativas, delegadas a elas a função de atender a criança em todas as suas necessidades físicas, emocionais, intelectuais, compreendendo assim que as pessoas aprendem dentro de suas especificidades: afetivas, sociais e cognitivas.
Nesse processo, diante do desafio e em prol da aprendizagem, “o psicopedagogo atua como mediador entre o aluno e a cultura na circulação do conhecimento, não ficando no lugar de autoridade. A criança tem que saber que o professor sabe, mas ela tem que ser autora de seu saber” (JAFFERIAN & BARONE, 2015, p.122), para que assim possa ir adquirindo novos conhecimentos, novas habilidades, conseguindo assim enfrentar os processos e dificuldades de aprendizagem para assim desenvolver a autonomia.
O psicopedagogo poderá atuar de forma preventiva, fazendo levantamentos, pesquisas, tentando descobrir as dificuldades das crianças em salas de aula, promovendo assim conhecimentos, ou de forma corretiva, quando já se sabe o diagnóstico e precisa intervir com recursos próprios para que aquelas crianças consigam alcançar o seu desenvolvimento.
Existem diferentes recursos, técnicas e metodologias que podem ser adotadas em uma intervenção. A escolha de cada uma delas dependerá do quadro analisado.
 Um dos principais recursos utilizados é o jogo. A ludicidade pode ser adaptada a diferentes situações e transformada em jogo. Através dos jogos o psicopedagogo pode intervir no desenvolvimento do aluno, estimular a sua criatividade, verificar como lida com as situações, proporcionar momentos de lazer e estabelecer contatos visuais.
[...] o brinquedo exerce enorme influência na promoção do desenvolvimento infantil, apesar de não ser aspecto predominante na infância. [...] o termo brinquedo, refere-se essencialmente ao ato de brincar, à atividade. (VYGOTSKY, 2007, apud UHLMANN, 2018, p.228).
O lúdico serve como instrumento de aprendizagem na atuação do psicopedagogo. Tem relevante importância de se compreender as dificuldades de aprendizagem. A partir do momento que a criança está em contato com o lúdico, torna-se algo precioso, pois expõe suas aptidões, mantém a concentração e produtividade.
“[...] o lúdico privilegia a criatividade e a imaginação, por sua própria ligação com os fundamentos do prazer. Não comporta regras preestabelecidas, nem velhos caminhos já trilhados, abre novos caminhos, vislumbrando outros possíveis”. (ALVES, 1987, apud UHLMANN, 2018, p. 228).
De modo geral observasse que são através de recursos e estratégias que o psicopedagogo vai conseguindo alcançar os objetivos da intervenção, mediando a relação do aluno (criança) com a construção do saber.
CONCLUSÃO
Ao concluir esta pesquisa foi possível compreender de forma mais aprofundada como o TDAH afeta a vida pedagógica e social das crianças que possuem o transtorno trazendo assim prejuízos significativos para a aprendizagem.
Durante décadas o TDAH vem recebendo várias nomenclaturas, baseados em estudos de cada época, porém hoje o Manual Diagnóstico e Estatístico das Doenças Mentais denomina o distúrbio de Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade Impulsividade (TDAH/I).
É na infância, mais especificamente, na pré-escola que ocorre as primeiras manifestações dos sintomas, muitas vezes os pais percebem muito antes das crianças ingressarem na escola por perceberem uma atividade motora excessiva na criança.
Na fase escolar muitas dessas crianças, antigamente, eram punidas por “não parar quietas”, por não se concentrarem, não conseguirem terminar as atividades e consequentemente não assimilarem os conhecimentos.
A partir do momento que houve a compreensão, o entendimento, através de pesquisas sobre o TDAH, conseguimos compreender que os principais sintomas do transtorno é a desatenção, desorganização e/ou hiperatividade-impulsividade,percebemos que as crianças não eram assim inquietas porque queriam, todavia era uma consequência do transtorno, um sintoma do TDAH.
Muitos pesquisadores e estudiosos como Bossa, Maluf, Dumas, Souza, entre outros, citados na pesquisa bibliográfica, contribuíram para que hoje pudéssemos ter uma maior compreensão sobre o TDAH, quais as principais definições, os principais sintomas, as predisposições, o diagnóstico e as intervenções psicopedagógicas contribuindo assim para que nós pudéssemos ter acesso a essas informações aumentando nossos conhecimentos.
Conhecer o TDAH é muito importante para quem trabalha com crianças, para que possamos identificar o quanto antes os sintomas e encontrar meios para ajuda-las. E é nesse sentido que entra o papel do psicopedagogo.
O psicopedagogo é o profissional responsável para encontrar recursos, estratégias e metodologias que sejam eficazes para o desenvolvimento dos indivíduos com TDAH. Este profissional não deve trabalhar sozinho, deve encontrar apoio com uma equipe multidisciplinar que juntos possam encontrar soluções que levem a criança a se desenvolver, através de intervenções psicopedagógicas.
Uma intervenção psicopedagogica é a chave essencial para o desenvolvimento de crianças com TDAH. É pela intervenção que o psicopedagogo, avalia os fatores que interferem na aprendizagem e encontrar metodologias para que essa aprendizagem aconteça, construindo assim uma ponte entre conhecimento e a criança.
REFERÊNCIAS
ALVES, R. Conversas com quem gosta de ensinar. 19.ed.São Paulo: Cortez, 1987.
ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PSIQUIATRIA – Manual de Diagnóstico dos Transtornos Mentais, DSM-5. Tradução de Maria Inês Corrêa Nascimento et al. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOPEDAGOGIA. Código de Ética do Psicopedagogo. Brasil. <https://www.abpp.com.br/wp-content/uploads/2020/11/codigo_de_etica.pdf> Acesso em 25 de maio de 2022.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO DÉFICIT DE ATENÇÃO. Brasil. Disponível em: <https://tdah.org.br/sobre-tdah/o-que-e-tdah/>, Acesso em: 20 maio. 2022.
BENCZIK, E. B. P.; CASELLA, E. B. Compreendendo o impacto do TDAH na dinâmica familiar e as possibilidades de intervenção. Revista Psicopedagogia, São Paulo, v.32, n.97, p. 93-103, 2015. <http://pepsic.bvsalud.org/pdf/psicoped/v32n97/10.pdf> Acesso em: 20 maio. 2022.
BOSSA, Nadia Aparecida. A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. Porto Alegre: Artmed, 2000.
CHAMAT, Leila Sara José. Técnicas de intervenção psicopedagógico: Para dificuldades e problemas de aprendizagem. 1.ed. São Paulo: Vetor, 2008.
COSTA, S. R. D. O papel da interação social na aprendizagem do aluno com transtorno de déficit de atenção/hiperatividade – TDAH: o caso do CENEP – HC/UFPR. Dissertação (mestrado). 189f. Programa de Pós- Graduação em Educação, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2006. Disponível em <https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/3957/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20Sandra.pdf?sequence=1&isAllowed=y> Acesso em 22 de maio. 2022.
DUMAS, J.E. Psicopatologia da infância e da adolescência / Jean E. Dumas; tradução: Fátima Murad; revisão técnica: Francisco B. Assumpção Jr. – 3.ed. – Porto Alegre: Artmed, p.226-271, Revista Direcional Educador, 2011.
FARIAS, E. R. S.; GRACIANO, E. R. Dificuldades e distúrbios de aprendizagem. Série Panomaramas da Psicopedagogia. Curitiba: InterSaberes, 2019.
GOLDSTEIN, S.; GOLDSTEIN, M. Hiperatividade: com desenvolver a capacidade de atenção da criança. Campinas: Papirus, 1994.
GUIDOLIM, K. et al. Habilidades sociais em crianças com queixas de hiperatividade e desatenção. Revista psicopedagogia, São Paulo, v.30, n. 93, p.159-168, 2013. Disponível em <http://www.revistapsicopedagogia.com.br/detalhes/92/habilidades-sociais-em-criancas-com-queixas-de-hiperatividade-e-desatencao> Acesso em 22 de maio. 2022.
JAFFERIAN, V. H. P.; BARONE, L. M. C. O aluno com diagnóstico de TDAH e o manejo em sala de aula: um desafio para o professor. Revista Primus Vitam, Anais do II Congresso Internacional e VII Congresso Nacional de Dificuldades de Ensino e Aprendizagem, Osasco, n.9. p.1-9, jan./jun. 2017.
____________ A construção e a desconstrução do rótulo do TDAH na intervenção psicopedagogica. Revista Psicopedagogia. Vol.10, n. 98. São Paulo: ABPp, 2015. 118-27. Disponível em <http://www.revistapsicopedagogia.com.br/detalhes/38/a-construcao-e-a-desconstrucao-do-rotulo-do-tdah-na-intervencao-psicopedagogica> Acesso em 20 de maio de 2022.
MALUF, Maria Irene. A intervenção psicopedagógico como recurso no tratamento dos distúrbios neurológicos e psiquiátricos. Revista Direcional Educador, Julho/2009.
MATTOS, Paulo. No Mundo da Lua: perguntas e respostas sobre o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade em Crianças, Adolescentes e Adultos. 16 ed. – Revisada e Atualizada pelo DSM-5.
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SANTOS, Roseli de Melo Germano marques dos. O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) na Perspectiva de Psicólogos que Atuam na Clínica e na Escola, Maringá, 2012.
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VYGOTSKY, L.S. A formação Social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
 
FAVENI
 
FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE
 
 
 
 
 
PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL, CLÍNICA E EDUCAÇÃO INFANTIL
 
 
 
 
 
 
LISANDRA CONCEIÇÃO RAMOS DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
TDAH 
–
 
PRINCIPAIS CON
CEITOS,
 
SINTOMAS, PREDISPOSIÇÕES,
 
DIAGNÓSTICO 
E INTERVE
N
ÇÕES
 
PSICOPEDAGÓ
GICA
S
 
NA APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS EM 
IDADE PRÉ
-
ESCOLAR
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CABO DE SANTO AGOSTINHO
 
2022
 
 
FAVENI 
FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE 
 
 
 
 
PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL, CLÍNICA E EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
 
 
 
LISANDRA CONCEIÇÃO RAMOS DA SILVA 
 
 
 
 
 
TDAH – PRINCIPAIS CONCEITOS, SINTOMAS, PREDISPOSIÇÕES, DIAGNÓSTICO 
E INTERVENÇÕES PSICOPEDAGÓGICAS NA APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS EM 
IDADE PRÉ-ESCOLAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
CABO DE SANTO AGOSTINHO 
2022

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