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Tópico 14 - Concreto - desempenho no estado fresco e endurecido

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Concreto: desempenho no estado fresco 
e endurecido
Apresentação
Considerado um dos materiais mais utilizados em todo o mundo, o concreto surge no setor da 
construção civil logo após o desenvolvimento do cimento Portland, compondo as grandes 
construções egípcias. Outras obras emblemáticas para a humanidade também utilizaram esse 
composto cimentício, como o Panteão (Atenas) e o famoso Coliseu, de Roma. Quando se refere ao 
consumo mundial, dependendo da situação econômica, estima-se que são produzidos cerca de 11 
bilhões de toneladas ou 1,9 toneladas por habitantes por ano, sendo um valor abaixo apenas ao do 
consumo de água. O Brasil, por sua vez, também se posiciona como um grande consumidor, 
produzindo cerca de 30 milhões de metros cúbicos de concreto industrializado em todo o país, 
ratificando sua significância na construção de obras como edificações residenciais, comerciais, 
industrias, de infraestrutura, saneamento, entre outras.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você estudará as propriedades que influenciam diretamente o 
desempenho do concreto nos estados fresco e endurecido, considerado um material heterogêneo 
composto por características distintas. Além disso, conhecerá as normas técnicas que estabelecem 
critérios para os principais ensaios de cada parâmetro citado.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar as propriedades e boas práticas com o concreto no estado fresco — 
concretagem/lançamento.
•
Relacionar as propriedades desejadas do concreto endurecido: deformações (diagrama 
tensão/deformação), coeficiente de Poisson, resistência à tração e compressão.
•
Descrever as normas técnicas e os ensaios relacionados ao concreto.•
Desafio
A concretagem é uma etapa importante para o bom desempenho das estruturas, a qual deve 
atender às especificações do projeto estrutural, demandando conhecimento técnico do responsável 
pela execução da obra. Conhecer os detalhes do projeto, assim como planejar as características que 
o concreto a ser utilizado deve ter no seu estado fresco, é importante, principalmente para as 
estruturas em concreto armado.
Considere que você precisa efetuar a concretagem da viga principal de uma estrutura de cobertura 
com as dimensões e características apresentadas na figura a seguir:
O concreto a ser utilizado será do tipo usinado em central, sendo que são disponibilizadas as 
seguintes opções com suas respectivas características:
Opção
Abatimento 
(mm)
fck (MPa)
Ømáx. agregado graúdo 
(mm)
Dosagem 1 29 30 25
Dosagem 2 85 28 16
Dosagem 3 88 32 22
 
Considerando que o projeto estrutural especificou um fck = 25MPa, e o adensamento será 
efetuado por meio de vibradores de imersão, qual dosagem você adotaria?
Infográfico
O concreto usinado é aquele produzido em centrais, em que a dosagem dos materiais é feita de 
forma controlada e monitorada. Assim, sua qualidade tende a ser maior que a do concreto 
produzido no próprio canteiro. Logo, conhecer as etapas do concreto usinado, desde a central de 
dosagem até o laboratório, é de suma importância para compreender eventuais falhas que podem 
ocorrer no processo, as quais auxiliarão no planejamento e na execução de estruturas em concreto.
Neste Infográfico, você vai ver as etapas do concreto usinado, da central de dosagem ao 
laboratório.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/aacde8d0-39c3-4176-9769-f44fa2e9e9e8/03ce6486-887e-419c-b7fd-2a12df08db60.png
 
Conteúdo do livro
O estudo das propriedades do concreto no estado fresco e endurecido é importante para entender 
o comportamento desse material durante os trabalhos de mistura, lançamento, concretagem e 
desempenho de sua vida útil. 
No capítulo Concreto: desempenho no estado fresco e endurecido, da obra Materiais da construção, 
base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai ver parâmetros referenciais para a execução 
dessas atividades, assim como normas técnicas, as quais indicam os procedimentos para a 
caracterização e avaliação do concreto nos estados mencionados. 
Boa leitura. 
MATERIAIS DA 
CONSTRUÇÃO
Hudson Goto
Concreto: desempenho no 
estado fresco e endurecido
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar as propriedades e boas práticas com o concreto no estado 
fresco — concretagem/lançamento.
 � Relacionar as propriedades desejadas do concreto endurecido: de-
formações (diagrama tensão/deformação), coeficiente de Poisson, 
resistência à tração e compressão.
 � Descrever as normas técnicas e os ensaios relacionados ao concreto.
Introdução
Neste capítulo, você estudará as propriedades que influenciam direta-
mente o desempenho do concreto nos estados fresco e endurecido, 
bem como conhecer as normas técnicas que estabelecem critérios para 
os principais ensaios de cada parâmetro citado.
O concreto é um material heterogêneo, composto por materiais com 
características distintas, que proporciona um vasto campo de estudo em 
relação a todo o processo de produção. No estado fresco, que envolve 
todas as etapas antes do final da pega, o concreto deve apresentar pro-
priedades suficientes para as atividades em obra, ou seja, que permitam a 
sua manipulação (como mistura, lançamento e concretagem), garantindo 
sua boa conformação para a próxima etapa, o estado endurecido. Este, 
por sua vez, precisa apresentar as características predefinidas em projeto 
estrutural, como deformações compatíveis e resistência à compressão 
e tração, que influenciarão a estrutura ao longo de toda a sua vida útil.
Assim, assimilar esses conceitos de forma consistente proporcionará 
uma visão ampla e detalhada do comportamento do concreto, facilitando 
tomadas de decisão conforme a necessidade de cada estrutura e evitando 
retrabalhos e perdas financeiras. 
Propriedades do concreto no estado fresco
A resistência do concreto no estado endurecido para determinada mistura é 
influenciada significativamente pelo seu grau e processo de adensamento no 
estado fresco. Portanto, a consistência da mistura deve ser definida adequa-
damente, proporcionando transporte, lançamento, adensamento e acabamento 
com boa qualidade, sem alguns dos efeitos deletérios, como a segregação.
Para entender o comportamento do concreto no estado fresco, pode-se de-
terminar algumas propriedades nessa fase, as quais auxiliarão na boa execução 
das etapas posteriores, como o lançamento e a concretagem das estruturas.
A primeira delas é a massa específica, definida eventualmente como a 
soma das massas de todos os componentes necessários para a produção de uma 
betonada de concreto divididos pelo volume ocupado por esse concreto (NE-
VILLE, 2017). Esse parâmetro pode auxiliar na determinação do rendimento 
por betonada, pois a divisão da massa de todos os componentes da betonada 
pela massa específica do concreto fresco fornece esse valor.
Outra propriedade refere-se à trabalhabilidade — em linhas gerais, pode-
-se dizer que um concreto é trabalhável quando pode ser facilmente adensado, 
lançado ou ser resistente à segregação, sem ocorrer perda de homogeneidade 
(NEVILLE, 2017). O maior grau de adensamento resultará em uma maior 
massa específica do concreto, uma menor quantidade de vazios e, portanto, 
uma maior resistência final da mistura.
Segundo Neville (2017), a mudança da mistura do estado plástico para o 
sólido refere-se à pega do cimento do concreto. Embora durante a pega a pasta 
adquira certa resistência, para efeitos práticos é importante distinguir pega 
de endurecimento, o qual consiste no aumento da resistência de uma pasta de 
cimento depois da pega.
O início da pega é o começo da solidificação e marca o instante em que a 
pasta não é mais trabalhável, e o lançamento, a compactação e o acabamento 
do concreto, após esse período, tornam-se difíceis. O tempo necessário para 
a solidificaçãototal denomina-se tempo de fim de pega. A pasta de cimento 
Portland no estado fresco tem pouca ou nenhuma resistência, pois representa 
apenas o início da hidratação do C3S, o principal composto presente. No 
momento da hidratação do C3S, a reação continua rapidamente por muitas 
semanas. O processo de preenchimento progressivo dos espaços vazios na 
pasta com os produtos de reação resulta no decréscimo da porosidade e da 
permeabilidade e em um acréscimo na resistência, denominado endurecimento 
(MEHTA; MONTEIRO, 2014). Segundo Sobral (2000), os fatores que afetam 
a trabalhabilidade do concreto no estado fresco são:
Concreto: desempenho no estado fresco e endurecido2
 � características do próprio concreto (fator interno) — representado 
por sua consistência, que corresponde ao grau de plasticidade da massa 
e à capacidade de manter-se homogênea;
 � condições de manipulação (fator externo) — envolve os tipos de 
equipamentos e sistemas de trabalho adotados nas operações e na pro-
dução, transporte e lançamento do concreto;
 � condições de projeto (fator externo) — caracterizado pelas dimensões 
dos elementos de construção, representados pela etapa de formas e pelo 
afastamento ou a taxa das armaduras.
A consistência do concreto no estado fresco depende de fatores como teor 
água/mistura seca, tipo, finura e teor de cimento, granulometria e forma do 
agregado, dos aditivos, do tempo, da temperatura e umidade relativa do ar 
(SOBRAL, 2000).
O teor água/mistura seca influi diretamente na consistência, compreen-
dendo o principal fator a se considerar, pois a simples adição de água provoca 
o aumento da lubrificação entre as partículas (NEVILLE; BROOKS, 2013).
O tipo, a finura e o teor de cimento também são outros fatores. Por 
exemplo, os cimentos Portland pozolânicos, à base de pozolanas naturais, 
exigem muito mais água do que os Portland comuns. Os cimentos com grãos 
menores resultam em áreas específicas maiores, demandando, também, mais 
água de amassamento. O mesmo ocorre com o aumento no teor de cimento 
da mistura (SOBRAL, 2000).
A granulometria interfere na consistência no sentido de que agregados 
menores, com maior superfície específica, exigem um maior teor de água em 
relação à mistura seca, porém, em geral, preferem-se teores menores de água, 
obtidos com grãos maiores, favorecendo a resistência final do concreto. Em 
relação à forma dos agregados, aqueles que se afastam dos tipos esféricos e 
cúbicos, como os agregados angulosos com formas irregulares e textura rugosa, 
são desfavoráveis para o concreto, demandando mais água de amassamento 
(SOBRAL, 2000; NEVILLE; BROOKS, 2013).
Os aditivos podem alterar as ações físicas e físico-químicas, a tensão 
superficial, a adsorção e as forças de atração entre partículas de cimento, 
modificando, também, a velocidade das reações de hidratação durante a pega 
e o endurecimento. Para um mesmo teor de água, por exemplo, os aditivos 
redutores de água e a maioria dos redutores químicos melhoram a plasticidade 
do concreto. Do mesmo modo, os incorporadores de ar podem aumentar o 
abatimento do concreto, tornando-o mais plástico e compactável (SOBRAL, 
2000).
3Concreto: desempenho no estado fresco e endurecido
O concreto fresco enrijece com o tempo, porém isso não deve ser confun-
dido com a pega do cimento, pois trata-se da absorção de parte da água pelos 
agregados, sendo maior a perda em agregados secos, ocorrendo a mesma 
situação em razão da perda por evaporação e da remoção de parte da água 
pelas reações químicas iniciais. Em relação à temperatura ambiente e à 
umidade do ar, em dias quentes e secos, deve-se aumentar o teor de água 
da mistura para manter a trabalhabilidade inicial, exceto em alguns casos, 
como em misturas mais rígidas, pois são menos afetadas pelas variações na 
quantidade de água (NEVILLE, 2017).
As condições de manipulação dependem do tipo de mistura, do transporte, 
do lançamento e do adensamento do concreto. Cada um desses processos 
demanda determinadas trabalhabilidades do concreto, evitando a segregação 
e proporcionando uma conveniente compactação. Uma mistura manual ou 
mecanizada, um transporte em carro de mão ou bomba, um lançamento com 
pás ou em calhas, um adensamento manual, vibratório, a vácuo ou centrifugado, 
exigem trabalhabilidades diferentes (SOBRAL, 2000).
A qualidade da mistura do concreto está diretamente relacionada ao 
seu tempo de mistura, compreendido entre o momento em que se coloca o 
último componente e o fim da operação. Nesse processo, os materiais são 
intimamente misturados com os agregados graúdos e miúdos, sendo limpos, 
umidificados e progressivamente revestidos de cimento pelos intensos atritos 
verificados no interior da betoneira ou do misturador. Esses atritos ativam a 
ação química da água sobre o cimento, descolando as camadas da superfície 
dos grãos, pondo-os em contato novamente com a água e reiniciando o ciclo 
(SOBRAL, 2000).
No transporte e lançamento do concreto, a condição fundamental consiste 
em não provocar a segregação da mistura. Por exemplo, no caso de concreto 
produzido na obra, são utilizados para o transporte padiolas, carros de mão, 
caçambas e gruas ou guindastes de torre, esteiras, planos inclinados, cabos 
aéreos ou bombeamento. Em qualquer um dos casos, a escolha da consistência 
adequada é indispensável para o êxito da operação. O lançamento, além de não 
provocar a segregação, deve manter a argamassa em contato com o agregado 
graúdo, com as armaduras e quaisquer outras partes envolvidas. Esses pontos 
evidenciam a necessidade de uma consistência adequada, além de cuidados 
minuciosos na colocação das fôrmas (SOBRAL, 2000).
Concreto: desempenho no estado fresco e endurecido4
Com o objetivo de reduzir o ar aprisionado no interior da mistura, o aden-
samento produz uma distribuição de energia mecânica na massa do concreto, 
quebrando ligações de contato e suprimindo o atrito interno. Dessa forma, a 
consistência interfere no tipo de equipamento utilizado para o adensamento. 
Por exemplo, o concreto vibrado pode ter uma granulometria mais grossa do 
que um concreto adensado por um processo manual (SOBRAL, 2000).
As condições de projeto, como as dimensões dos elementos estruturais, 
influem na trabalhabilidade do concreto, devendo-se evitar o efeito parede, 
relacionado à dimensão máxima do agregado, que, em princípio, precisa ser a 
maior possível, desde que compatível com a menor dimensão da peça e o espa-
çamento das barras das armaduras. O afastamento das armaduras determina 
o diâmetro máximo do agregado, atendendo ao estabelecido na NBR 6118:2014, 
pela qual o espaçamento mínimo livre entre as faces das barras longitudinais, 
medido no plano da seção transversal, deve ser igual ou superior a 1,2 vez a 
dimensão máxima característica do agregado graúdo nas camadas horizontais 
(ah) e 0,5 vez a mesma dimensão nas camadas verticais (av) (SOBRAL, 2000; 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014).
Para estimar o grau de trabalhabilidade da mistura de concreto, pode-se 
realizar alguns ensaios, como o de abatimento de tronco de cone, bastante 
empregado no próprio canteiro de obras, imediatamente antes da etapa de 
concretagem, e muito útil como medida da consistência da mistura. Os tipos 
de trabalhabilidade de acordo com os valores de abatimento obtidos são apre-
sentados no Quadro 1 (NEVILLE, 2017).
Fonte: Adaptado de Neville (2017).
Tipo de trabalhabilidade Abatimento (mm)
Abatimento zero 0
Muito baixa 5 a 10
Baixa 15 a 30
Média 35 a 75
Alta 80 a 155
Muito alta 160 ao colapso
Quadro 1. Trabalhabilidade de concretos e variações no abatimento
5Concreto: desempenho no estado fresco e endurecido
Como a trabalhabilidade diminui ao longo do tempo, é importante medir o abatimento 
em certos períodos a partir da mistura. Vale efetuar a medida imediatamente após 
a descarga do concreto da betoneira ou do caminhão-betoneira para controlar a 
produção. Esse procedimento também pode ser realizado no momento de lançamento 
doconcreto nas fôrmas, para conhecer a trabalhabilidade durante o adensamento.
A segregação também é uma propriedade do concreto no estado fresco: 
um concreto trabalhável não deve segregar com facilidade, devendo ser coeso. 
Pode-se definir tal propriedade como a separação dos materiais de uma mistura 
heterogênea, tornando suas distribuições não mais uniformes (NEVILLE, 
2017). São possíveis causas da segregação a falta de argamassa, o excesso 
de adensamento, dosagem deficiente, o excesso de água de amassamento ou 
aditivos, o lançamento inadequado e alturas de quedas no interior de formas 
superiores a 2,50 m.
É preciso evitar o uso de vibrador para espalhar o concreto pelas formas, 
pois pode causar a segregação dos materiais. Na vibração (adensamento), em 
razão da grande quantidade de energia empregada, o risco de segregação tam-
bém aumenta em virtude de seu uso indevido. Quando há um tempo excessivo 
de vibração, ocorre a separação do agregado graúdo em direção ao fundo da 
forma e a pasta de cimento em direção ao topo (NEVILLE; BROOKS, 2013).
Neville (2017) afirma que o concreto deve sempre ser lançado diretamente 
em sua posição final, sem ser movimentado ou trabalhado ao longo das fôrmas, 
nem transportado por grandes distâncias sem o uso de dosagens ou aditivos 
apropriados, considerando ainda ser este o fator mais significativo para a 
segregação. O lançamento do concreto de alturas consideráveis, passando 
por calhas, em especial com mudanças de direção e descarga contra um 
obstáculo, favorece a ocorrência de segregação. Nessas circunstâncias, devem 
ser utilizadas misturas de maior coesão (Figura 1).
Concreto: desempenho no estado fresco e endurecido6
Figura 1. Exemplo de controle de segregação na descarga do concreto de uma 
jerica. a) e c) Correto, sem segregação e b) e d) Incorreto, com segregação do 
agregado em relação à argamassa.
Fonte: Adaptada de Neville e Brooks (2013, p. 132-133).
a) b)
d)c) Calha
ou
jerica
Calha
ou
jericaTubo
�exível
A exsudação pode ser considerada um tipo de segregação, situação em parte 
da água da mistura tende a migrar para a superfície do concreto recém-lançado, 
pela incapacidade de os materiais sólidos reterem a água de amassamento. 
A exsudação pode ser motivada por (NEVILLE, 2017):
 � excesso de água de amassamento;
 � uso de agregados lamelares, pois tendem a se orientar em um plano, 
formando vazios e acumulando água de exsudação sob eles;
 � imperfeição das formas — a água de exsudação pode ascender caso haja 
alguma imperfeição ou a formação de canais na superfície da forma, 
criando um caminho preferencial de drenagem;
7Concreto: desempenho no estado fresco e endurecido
 � ausência de partículas muito finas de agregado, em especial menores 
que 150 μm, presentes, por exemplo, em agregados miúdos britados;
 � dosagens com misturas pobres em cimento Portland;
 � temperaturas elevadas, as quais aumentam a sua velocidade;
 � uso de aditivos superplastificantes em conjunto com retardadores podem 
aumentar a exsudação.
A exsudação pode ser evitada com menores fatores a/c, uso de agregados com 
melhores proporções (arredondados ou cúbicos), emprego de maiores teores de 
cimentos ou cimentos mais finos, com altos teores de álcalis ou pozolanas, bem 
como a incorporação de finos nos agregados. Aditivos incorporadores de ar e 
superplastificantes tendem a contribuir para reduzir a exsudação. A revibração 
do concreto também pode reduzir a exsudação (NEVILLE; BROOKS, 2013).
Já a água de amassamento deve ser isenta de teores prejudiciais de subs-
tâncias estranhas, como óleos, ácidos, sais e matérias orgânicas, capazes 
de interferir nas reações de hidratação do cimento. De acordo com a NBR 
6.118/2014, as águas potáveis são satisfatórias. No caso de águas não potáveis, 
é necessário controlar o conteúdo de matéria orgânica, os resíduos sólidos exis-
tentes, bem como os teores de sulfatos (expressos em íons SO42–) e de cloretos 
(expressos em íons Cl–) (FUSCO, 2008). De acordo com a NBR 15.900-1/2009, 
os requisitos para a água de amassamento do concreto são apresentados no 
Quadro 2 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2009).
Fonte: Adaptado de Associação Brasileira de Normas Técnicas (2009).
Tipo de trabalhabilidade Limites
pH ≥ 5,0
Materiais sólidos ≤ 50.000 mg/L
Sulfatos ≤ 2.000 mg/L
Cloretos em concreto simples ≤ 4.500 mg/L
Cloretos em concreto armado ≤ 1.000 mg/L
Açúcar ≤ 100 mg/L
Quadro 2. Parâmetros da água de amassamento para concreto
Concreto: desempenho no estado fresco e endurecido8
Um dos métodos tradicionais de realizar a mistura do concreto é por meio 
de betoneiras, que devem garantir a uniformidade da mistura e a correta 
descarga, sem prejudicar a uniformidade obtida, como as betoneiras tipo 
basculantes. Nesse caso, faz-se o lançamento manualmente com o uso de 
carrinhos de mão (Figura 2a). Segundo Neville (2013), não há regras gerais 
para a ordem de colocação dos materiais em betoneiras. Em geral, adiciona-
-se primeiro uma pequena quantidade de água, seguida de todos os materiais 
sólidos, de preferência colocados uniforme e simultaneamente na betoneira. O 
restante da água deve ser adicionado após os materiais sólidos. Em misturas 
muito secas, coloca-se o agregado graúdo logo após a adição de uma pequena 
quantidade de água inicial, de modo a garantir que a superfície do agregado 
esteja suficientemente umedecida. A falta de agregado graúdo no início tam-
bém pode causar a aglutinação dos materiais mais finos na boca da betoneira.
O tempo de mistura também deve ser estabelecido previamente, pois esse 
parâmetro varia conforme o tipo de betoneira. Neville (2017) cita que, em geral, 
misturas com até 1 minuto a 1 minuto e 15 segundos produzem evolução na 
uniformidade dos concretos, e que tempos de mistura além desses valores não 
resultam em melhorias significativas na mesma propriedade.
Outra forma de mistura bastante utilizada é a efetuada em centrais de 
dosagem de concreto, um tipo de concreto bastante vantajoso quando há 
canteiros com pouco espaço para armazenamento de agregados e produção 
do concreto in loco. Além disso, outro benefício que pode ser citado sobre 
os concretos dosados em centrais consiste no fato de serem produzidos em 
melhores condições do os obtidos em canteiros de obras, com um controle 
quase industrial do processo, sendo o transporte até a obra feito em caminhões 
dotados de dispositivos de agitação (caminhões-betoneira) (NEVILLE, 2017). 
De acordo com a NBR 7212:2012, o caminhão carregado tem um tempo 
máximo estipulado para o transporte até a obra de 90 minutos. E o tempo de 
descarregamento de todo o material não deve ultrapassar 60 minutos. Antes 
da pega do concreto, ou seja, antes de o concreto começar a endurecer, deve 
passar pelo processo de lançamento e adensamento. Quando a executante 
dispor de equipamentos que executem as operações de mistura e transporte 
(caminhões-betoneiras), o concreto pode ser entregue após a dosagem, con-
forme local estipulado, efetuando-se a mistura no local da obra (ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2012).
9Concreto: desempenho no estado fresco e endurecido
O transporte do concreto executado em obra da betoneira para o elemento 
estrutural pode ser feito por vários métodos, cuja escolha depende de conside-
rações econômicas e da quantidade de concreto a ser transportada, variando 
de carrinhos de mão a jericas, caçambas e esteiras transportadoras (Figura 2a) 
(NEVILLE; BROOKS, 2013).
Quando o processo de lançamento do concreto é realizado a partir dos 
caminhões-betoneiras, pode-se adotar o sistema de bombeamento. A principal 
vantagem do concreto bombeado é a possibilidade de lançá-lo em pontos de 
difícil acesso em grandes áreas, tornando-se bastante vantajoso, por exemplo, 
em canteiros congestionados. Bombas de tubo deformável transportam con-
creto em distâncias de até 90 metros horizontalmente e 30 metros na vertical. 
Utilizando-se bombas de pistão, o concreto pode ser transportado por até450 
m horizontalmente e 40 m verticalmente. A relação da distância horizontal 
em relação à elevação depende da consistência da mistura e da velocidade do 
concreto na tubulação, e, quanto maior a velocidade, menor a relação. Curvas 
acentuadas e mudanças repentinas da seção do tubo devem ser evitadas. Para 
maiores distâncias, pode-se utilizar bombeamento em série. Normalmente, 
recomenda-se um abatimento entre 50 e 150 mm (Figura 2b) (NEVILLE, 2017).
Figura 2. Exemplo de a) concreto misturado em betoneira com lançamento manual e b) 
concreto misturado em central com lançamento bombeado.
Fonte: Associação Brasileira de Cimento Portland (2003).
a) b)
Concreto: desempenho no estado fresco e endurecido10
A vibração do concreto compreende uma etapa do processo de concretagem 
de uma estrutura. Seu objetivo é promover a compactação do concreto, também 
conhecida como adensamento, obtendo-se um concreto com a maior massa 
específica possível, evitando-se a formação de vazios indesejáveis, também 
denominados “bicheiras” (Figura 3).
Figura 3. Exemplo de vazio de concretagem ou 
“bicheira” após vibração deficiente durante a etapa 
de concretagem.
Fonte: Equipe de Obra (2018).
Imediatamente após o lançamento do concreto nas fôrmas, as bolhas de 
ar podem ocupar espaços entre 5 e 20% da mistura, para concretos de traba-
lhabilidade elevada e baixa, respectivamente. A vibração causa o efeito de 
fluidificação da argamassa da mistura, reduzindo o atrito interno, o que resulta 
na acomodação dos agregados graúdos. O tipo mais comum é o vibrador de 
agulha ou de imersão, aplicado a cada 0,5 a 1 metro durante 5 a 30 segundos. 
A vibração termina quando a superfície do concreto passar a não apresentar 
nem vazios nem excesso de argamassa. Sob os mesmos cuidados para evitar a 
segregação do material, deve-se evitar vibrar armaduras, espalhar o concreto 
com o mangote de vibração e prolongar o tempo de vibração (NEVILLE, 2017).
11Concreto: desempenho no estado fresco e endurecido
Em relação ao acabamento superficial do concreto, logo após o término 
da concretagem, efetua-se o nivelamento superficial, com a utilização de 
régua de alumínio até a regularização com o topo das formas (Figura 4a). As 
lajes, em algumas situações, podem ser do tipo “laje nivelada” ou também 
denominadas “laje zero”. Nesse processo, emprega-se um tipo de concreto 
com fluidez relativamente acentuada (trabalhabilidade alta), com slump da 
ordem de 120 a 150 mm, utilizando-se, assim, réguas vibratórias (Figura 4b) 
e acabadoras motorizadas (“helicópteros”) (Figura 4c) para a regularização 
e o alisamento de suas superfícies (THOMAZ, 2001).
Figura 4. Tipos de acabamentos superficiais: a) desempenadeira manual; b) régua vibratória; 
c) acabadora giratória (“helicóptero”).
Fonte: Thomaz (2001).
a) b) c)
Propriedades do concreto no estado endurecido
Entre as propriedades do concreto no estado endurecido, pode-se considerar 
a resistência à compressão uma das mais importantes, fornecendo um perfil 
geral da qualidade do material, e estando relacionada diretamente com a 
estrutura da pasta de cimento hidratada. A resistência à compressão também 
é utilizada, para fins de controle, nas especificações de projetos estruturais.
Concreto: desempenho no estado fresco e endurecido12
A estrutura interna do concreto pode ser descrita como uma constituição 
de grãos de agregados graúdos imersos em uma matriz rígida de argamassa. 
Para os concretos com resistência à compressão de até 40 MPa, o mecanismo 
de ruptura se dá por rompimento transversal de tração na microestrutura 
(Figura 5a), principalmente nas zonas de transição (Figura 5b) (FUSCO, 2008; 
MEHTA; MONTEIRO, 2014).
Figura 5. a) Ruptura de concretos até 40 MPa. b) Zona de transição agregado-pasta de 
cimento.
Fonte: Fusco (2008); Mehta e Monteiro (2014).
a) b)
σC
σC
σC
σC
σtσt
Agregado Zona de 
transição
Matriz da pasta
de cimento
C–S–H
CH
C–A–S–H
–
(Etringita)
A resistência à compressão do concreto é inversamente proporcional à 
porosidade da mistura, que dependerá, por sua vez, de características como 
fator a/c, adensamento, condições de cura (grau de hidratação do concreto), 
mineralogia e dimensão do agregado, tipos de aditivos, adições e condições de 
umidade. Em geral, os agregados naturais são densos e fortes; logo, a porosi-
dade da matriz da pasta de cimento e da zona de transição na interface entre a 
matriz e o agregado graúdo normalmente determina a resistência característica 
do concreto de densidade normal (Figura 6) (MEHTA; MONTEIRO, 2014).
Para estimar a resistência à compressão ( fc) de determinado lote de concreto, 
são moldados e preparados corpos-de-prova para ensaio em prensa hidráulica. 
Após o ensaio de um lote significativamente grande de corpos-de-prova, 
pode-se elaborar um gráfico com os valores obtidos ( fc versus densidade de 
frequência, ou quantidade de corpos-de-prova). Essa curva estabelecida é 
denominada de curva de Gauss ou curva de distribuição normal para a resis-
tência do concreto à compressão (Figura 6) (PINHEIRO, 2007).
13Concreto: desempenho no estado fresco e endurecido
Figura 6. Curva de Gauss para a resistência do concreto à compressão axial.
Fonte: Adaptado de Pinheiro (2007) e Faria (2009).
95% do total
5% do toal
36
38
404244
fck = 30
fcm 
32
28
fcfcmfck
S
D
en
sid
ad
e 
de
fre
qu
ên
ci
a
Na curva de Gauss, definem-se dois parâmetros importantes: a resistência 
média do concreto à compressão ( fcm) e a resistência característica do concreto 
à compressão ( fck).
O fcm pode ser definido como a média aritmética dos valores de fc para 
determinado conjunto de corpos-de-prova ensaiados, utilizado na determi-
nação da resistência característica ( fck), de acordo com a seguinte equação 
(PINHEIRO, 2007): 
fck = fcm – 1,65 ∙ s
Já a resistência à tração do concreto é muito menor em relação à sua 
resistência à compressão. Nos concretos de baixa e média resistência, a rup-
tura à tração ocorre na matriz da argamassa, com tensões de tração da ordem 
de 10% do valor das tensões de compressão axial. Por isso, a maioria dos 
elementos de concreto é projetada considerando que o concreto não resistirá 
a tensões de tração, mas apenas às de compressão (FUSCO, 2008; MEHTA; 
MONTEIRO, 2014).
Como qualquer outro material, o concreto também apresenta a propriedade 
de deformação ao longo de sua vida útil, o que pode decorrer dos carrega-
mentos internos ou externos atuantes, sendo a relação entre a tensão e a 
deformação resultante vital para o projeto estrutural.
O comportamento do concreto na compressão ou tração pode ser visualizado 
no diagrama tensão-deformação da Figura 7a. Classificado como não linear e 
não elástico, ele resulta em uma deformação permanente após a remoção do 
carregamento (NEVILLE; BROOKS, 2013).
Concreto: desempenho no estado fresco e endurecido14
A relação entre a tensão (eixo y) e a deformação (eixo x) fornece o módulo 
de elasticidade ou módulo de Young, porém essa definição somente pode 
ser aplicada para comportamentos lineares. Assim, o módulo de Young é 
determinado apenas para a parte inicial da curva de carregamento. Ape-
sar disso, no trecho não retilíneo da curva, é possível medir a tangente da 
curva na origem, obtendo-se o módulo tangente inicial, em qualquer ponto 
da curva tensão-deformação, mas que é aplicado somente a variações muito 
pequenas de cargas acima ou abaixo da tensão em que o módulo tangente foi 
considerado (Figura 7b) (NEVILLE; BROOKS, 2013). Para fins práticos, o 
módulo de elasticidade estático considerado para o concreto é definido pelo 
módulo secante indicado na Figura 5b, obtido a partir de uma relação tensão-
-deformação experimental em corpos de prova cilíndricos (NEVILLE, 2017). 
A NBR 6118:2014 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 
2014) também cita que, na avaliação do comportamento de um elemento 
estrutural ou seção transversal, pode ser adotado um módulo de elasticidade 
único, à tração e à compressão, igual ao módulo dedeformação secante.
Figura 7. a) Diagrama tensão-deformação para o concreto simples. b) Diagrama tensão-
-deformação para determinação dos módulos de elasticidade.
Fonte: Adaptada de Neville (2013).
Deformação
permanente
Não linear e
não elástica
a)
Te
ns
ão
Deformação b)
Te
ns
ão
Módulo tangente
Módulo
tangente 
inicial
Módulo de
descarregamento
Módulo
secante
Deformação
Esse comportamento não linear no concreto pode ser explicado pela zona de 
transição agregado-pasta, bem como pelo desenvolvimento de microfissuras de 
aderência nessas regiões, diferentemente do comportamento isolado da pasta 
de cimento hidratada e do agregado quando submetidos individualmente aos 
carregamentos axiais (Figura 8) (NEVILLE, 2017).
15Concreto: desempenho no estado fresco e endurecido
Figura 8. Diagramas tensão-deformação da pasta de cimento 
e agregados (lineares) e do concreto (não linear).
Fonte: Neville (2013, p. 113).
50
40
30
20
10
0 1000 2000 3000
Deformação (10–6)
Te
ns
ão
 (M
Pa
)
Agregado
Concreto
Pasta de cimento
Em praticamente todas as situações, o módulo de elasticidade é diretamente 
proporcional ao aumento da resistência à compressão do concreto, podendo ser 
feitas algumas formulações. A norma ACI 318-02, citada por Neville (2017), 
define a seguinte expressão para o módulo de elasticidade secante (Ec) de 
concretos normais, para fins de cálculos estruturais:
Ec = 4,73 ∙ ( fc´)
0,5
A NBR 6118:2014 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNI-
CAS, 2014) apresenta valores estimados arredondados de módulos de elasti-
cidade secante passíveis de adotar em projetos estruturais quando não forem 
realizados ensaios laboratoriais, conforme o Quadro 3.
Concreto: desempenho no estado fresco e endurecido16
Fo
nt
e:
 A
da
pt
ad
o 
de
 A
ss
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o 
Br
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20
14
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ci
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C2
0
C2
5
C3
0
C3
5
C4
0
C4
5
C5
0
C6
0
C7
0
C8
0
C9
0
E c
s (
G
Pa
)
21
24
27
29
32
34
37
40
42
45
47
Q
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3.
 V
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ag
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ga
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po
 g
ra
ni
te
)
17Concreto: desempenho no estado fresco e endurecido
Pode-se definir o coeficiente de Poisson como a relação entre a deformação 
longitudinal e a deformação transversal resultante da aplicação de uma carga 
axial (F). O interesse nessa propriedade se dá quando a carga é de compressão, 
havendo, então, a contração longitudinal e a expansão transversal, podendo 
ser utilizada em projetos e análises de alguns tipos de estruturas. Em geral, 
o coeficiente de Poisson (μ) para concretos normais e leves varia entre 0,15 
e 0,20, quando obtido a partir dos resultados dos ensaios de módulo de elas-
ticidade estático (Figura 9) (NEVILLE; BROOKS, 2013). A NBR 6118:2014 
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014) afirma 
que, para tensões de compressão menores que 0,5fc, o coeficiente de Poisson 
pode ser considerado igual a 0,2.
Figura 9. Coeficiente de Poisson: defor-
mação longitudinal e transversal.
Fonte: Pinheiro (2007).
F
Normas técnicas e ensaios para o concreto
Pode-se citar as seguintes normas com diretrizes a observar para a produção 
de estruturas em concreto:
Concreto: desempenho no estado fresco e endurecido18
 � NBR 5738:2015 — concreto — procedimento para moldagem e cura 
de corpos de prova;
 � NM 67:1998 — concreto — determinação da consistência pelo abati-
mento do tronco de cone;
 � NBR 5739:2018 — concreto — ensaio de compressão de corpos de 
prova cilíndricos;
 � NBR 6118:2014 — projeto de estruturas de concreto — procedimento;
 � NBR 7222:2011 — concreto e argamassa — determinação da resistência 
à tração por compressão diametral de corpos de prova cilíndricos;
 � NBR 8522:2017 — concreto — determinação do módulo estático de 
elasticidade à compressão.
De modo geral, a norma regulamentadora brasileira que define critérios 
gerais para o projeto das estruturas de concreto, de edifícios, pontes, obras 
hidráulicas, portos ou aeroportos, etc., executados em concreto simples, armado 
ou protendido, exceto aqueles que utilizam concreto leve, pesado ou outros 
especiais é a NBR 6118:2014, um documento que traz referências de outras 
normas complementares que estabelecem ensaios para as estruturas, como 
as descritas a seguir.
Para o concreto no estado fresco, pode-se citar a NBR 5738:2015, que 
prescreve procedimentos para a moldagem e cura de corpos-de-prova (CP) 
cilíndricos de concreto que serão utilizados posteriormente nos demais en-
saios no estado endurecido, como de compressão e tração por compressão 
diametral. Essa NBR não se aplica a concretos com abatimento igual a zero ou 
misturas relativamente secas (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS 
TÉCNICAS, 2015).
Os CP cilíndricos devem ter altura igual ao dobro do diâmetro, que, por 
sua vez, precisam ser de 10, 15, 20, 25, 30 ou 45 cm. O diâmetro do CP 
deve ser no mínimo quatro vezes maior que a dimensão nominal máxima do 
agregado graúdo do concreto. O Quadro 4 apresenta o número de camadas 
para moldagem de corpos-de-prova cilíndricos, ilustrados com exemplos na 
Figura 10. A cura do concreto deve ser suficiente para evitar perda de água da 
mistura (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015).
19Concreto: desempenho no estado fresco e endurecido
Fonte: Adaptado de Associação Brasileira de Normas Técnicas (2015).
Diâmetro do CP (mm)
100 150 200 250 300 450
Número de camadas 
em função do tipo 
de adensamento
Mecânico 1 2 2 3 3 5
Manual 2 3 4 5 6 9
Número de golpes para 
adensamento manual
21 24 27 29 32 34
Quadro 4. Número de camadas para moldagem de corpos-de-prova cilíndricos de con-
creto
Figura 10. Exemplos de sequência de moldagem para CP de 10 e 15 cm de diâmetro.
Fonte: Abrantes (2011, p. 14).
20
 c
m
12
 g
ol
pe
s
12
 g
ol
pe
s
10 cm
Haste de
adensamento
Haste de
adensamento
1/2 h
1/2 h 30
 c
m
15 cm
25
 g
ol
pe
s
25
 g
ol
pe
s
25
 g
ol
pe
s
1/3 h
1/3 h
1/3 h
Ainda no estado fresco, o ensaio de abatimento do tronco de cone, estabele-
cido pela NM 67/1998, é amplamente utilizado. Ele utiliza um molde metálico 
para o CP, com 300 mm de altura, com o interior liso e livre de protuberâncias 
criadas por rebites, parafusos, soldas ou dobraduras, devendo apresentar 
forma de tronco de cone oco. As bases superior e inferior devem ser abertas e 
paralelas entre si, com alças na parte superior. A haste de compactação precisa 
ter seção circular, reta, com diâmetro de 16 mm e comprimento de 600 mm 
e extremidades arredondadas. E a placa de apoio do molde ser lisa, metálica, 
plana, quadrada ou retangular, com lados de dimensão não inferior a 500 mm 
e espessura igual ou superior a 3 mm. O molde é preenchido em três camadas 
Concreto: desempenho no estado fresco e endurecido20
compactadas com 25 golpes cada uma e levantado posteriormente na direção 
vertical em um tempo entre 5 e 10 segundos em movimento constante. Após 
o preenchimento, o molde é erguido lentamente e o concreto liberado sofre 
o abatimento, devendo-se medir a diminuição na altura do concreto após a 
realização do ensaio (Figura 11) (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS 
TÉCNICAS, 1998).
Figura 11. Etapas do ensaio de determinação da consistência pelo abatimento do tronco 
de cone.
Fonte: Adaptada de Mehta e Monteiro (2014).
1 2 3
654
No estado endurecido, o ensaio de resistência à compressão axial para o 
concreto pode ser determinado pela NBR 5739:2018. Após os procedimen-
tos descritos na NBR 5738:2015, os CP são rompidos em prensa hidráulica 
equipados com dois pratos de aço que permanecerão em contato com os 
corpos-de-prova, com desvios máximos permitidos pela NBR 5738:2015. O 
carregamento aplicado durante o ensaio deve ser contínuo e sem choques, com 
velocidade constante de 0,45 ± 0,15 MPa/s, terminando quando uma queda 
de força indicar a sua ruptura (Figura 12) (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRADE 
NORMAS TÉCNICAS, 2018).
21Concreto: desempenho no estado fresco e endurecido
Figura 12. Ruptura de corpos-de-prova de concreto em prensa hidráulica.
Fonte: Adaptada de Goto (2017).
Prato de aço
Para determinar a resistência à tração, os procedimentos são definidos pela 
NBR 7222:2011, por meio do ensaio de compressão diametral. Da mesma forma, 
os CP seguem as etapas da NBR 5.738/2015. Na sequência, é traçada, em cada 
extremidade do CP cilíndrico, uma linha reta diametral, de modo que as duas 
linhas resultantes localizem-se no mesmo plano axial. Coloca-se o CP de modo 
que o plano axial definido coincida com o eixo de aplicação da carga. Colocam-se, 
ainda, entre os pratos do equipamento e os CP, duas tiras de chapa dura de fibra de 
madeira ou aglomerado, que devem ser utilizadas em apenas um ensaio. A carga 
precisa ser aplicada continuamente e sem choques com crescimento constante 
da tensão de tração a uma velocidade de (0,05 ± 0,02) MPa/s até a ruptura do CP 
(Figura 13) (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2011).
Figura 13. Disposição do corpo-de-prova no ensaio de tração por compressão diametral.
Fonte: Goto (2017).
Carga
Talisca
de madeira
(3 mm x 25 mm)
Base de apoio
da máquina 
de ensaio
Barra de aço
suplementar
Corpo-de-prova
cilíndrico
(15 cm x 30 cm)
Plano de
ruptura à tração
Concreto: desempenho no estado fresco e endurecido22
O módulo estático de elasticidade à compressão do concreto é determi-
nado pela NBR 8522:2017, a partir da qual os CP devem ser cilíndricos, com 
dimensões de (15 × 30) cm ou quando a relação altura/diâmetro for igual ou 
maior que 2,0. Para os CP moldados, o diâmetro deve ser maior que quatro 
vezes a dimensão máxima característica do agregado graúdo do concreto. 
Nesse ensaio, para a medição das deformações, são acoplados na lateral dos 
CP medidores elétricos ou mecânicos. Inicialmente, é determinada a resistência 
à compressão em dois CP similares, preferencialmente do mesmo tamanho, 
forma e provenientes da mesma betonada, preparados e curados sob as mesmas 
condições. Para a determinação do módulo de elasticidade, são ensaiados três 
CP, com aplicação de carga em quatro etapas até o limite de 30% da tensão 
de ruptura obtida no ensaio de resistência a compressão. Na última etapa, 
efetua-se a ruptura do CP (Figura 14) (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE 
NORMAS TÉCNICAS, 2017).
Figura 14. Disposição do corpo-de-prova e etapas de carregamento no ensaio de módulo 
de elasticidade.
Fonte: Adaptada de Associação Brasileira de Normas Técnicas (2015) e Goto (2017).
F1
F1 F1
F1
σ(MPa)
1,2 fc
0,8 fc
σb = 0,3 fc
σa = 0,5 (MPa)
fc
60 s
60 s
60 s
60 s
60 s 60 s a 90 s
60 s a 90 s
Leitura de εb 
Leitura de εa 
Tempo
Para obter mais informações sobre as normas técnicas disponíveis, você pode acessar 
o site da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) no link a seguir.
www.abnt.org.br
23Concreto: desempenho no estado fresco e endurecido
1. Durante a concretagem de um pilar 
por sistema de bombeamento, você 
verificou que na saída da bomba a 
mistura passou a apresentar maior 
fluidez, com uma intensa pasta de 
cimento isolada. O bombeamento 
também estava sendo realizado 
em um ponto de concretagem a 
uma grande distância do caminhão, 
com mudanças de direção e 
descarga contra as paredes da 
forma do pilar. Analisando a 
situação, assinale a alternativa que 
apresenta a possível propriedade do 
concreto no estado fresco durante 
o lançamento e a concretagem.
a) Adensamento.
b) Segregação.
c) Exsudação.
d) Fluência.
e) Compressão.
2. O ensaio de abatimento do tronco 
de cone é bastante utilizado, 
principalmente em canteiros de 
obras previamente à atividade 
de concretagem das estruturas. 
Sobre esse ensaio para o concreto, 
assinale a alternativa correta.
a) Pode ser utilizado para verificar 
o valor da massa específica da 
mistura, a partir da avaliação 
da sua consistência.
b) Pode ser utilizado para 
verificar variações no fator 
a/c da mistura, a partir da 
avaliação da sua segregação.
c) Pode ser utilizado para verificar 
o valor da massa específica 
da mistura, a partir da 
avaliação da sua exsudação.
d) Pode ser utilizado para verificar 
o grau de exsudação da 
mistura, a partir da avaliação 
da sua consistência.
e) Pode ser utilizado para 
verificar variações no fator 
a/c da mistura, a partir da 
avaliação da sua consistência.
3. A resistência à compressão do 
concreto representa um dos 
principais parâmetros de avaliação 
da qualidade do concreto no estado 
endurecido. Sobre o ensaio realizado 
para a obtenção dessa propriedade, 
assinale a alternativa correta.
a) A presença de vazios na zona 
de transição agregado- 
-pasta de cimento aumenta a 
resistência à tração nessa região, 
aumentando a resistência à 
compressão do concreto.
b) A ausência de vazios na zona 
de transição agregado- 
-pasta de cimento aumenta 
a resistência à tração nessa 
região, diminuindo a resistência 
à compressão do concreto.
c) A presença de vazios na 
zona de transição agregado-
-pasta de cimento aumenta 
a resistência à tração nessa 
região, diminuindo a resistência 
à compressão do concreto.
d) A presença de vazios na zona 
de transição agregado- 
-pasta de cimento reduz a 
resistência à tração nessa 
região, diminuindo a resistência 
à compressão do concreto.
e) A ausência de vazios 
na zona de transição 
Concreto: desempenho no estado fresco e endurecido24
agregado-pasta de cimento reduz à resistência a tração nessa 
região, aumentando a resistência à compressão do concreto.
4. Deve-se efetuar a dosagem do concreto para que os materiais que a compõem 
atinjam a máxima utilização possível, pois pode haver manifestações patológicas, 
como a exsudação, caracterizada como a migração da água de amassamento 
em direção à superfície do elemento estrutural. Sobre esse fenômeno e de 
acordo com a figura apresentada a seguir, assinale a alternativa correta.
Grãos de cimento
a) b)
a) Tende a ocorrer na figura a), que apresenta agregados graúdos 
de menor diâmetro e maior quantidade de finos entre os 
grãos de cimento (empacotamento dos grãos).
b) Tende a ocorrer na figura b), que apresenta distribuição granulométrica 
irregular dos agregados graúdos e menor quantidade de finos 
entre os grãos de cimento (empacotamento dos grãos).
c) Tende a ocorrer na figura a), que apresenta agregados graúdos 
de menor diâmetro e menor quantidade de finos entre 
os grãos de cimento (empacotamento dos grãos).
d) Tende a ocorrer na figura b), que apresenta melhor distribuição 
granulométrica dos agregados graúdos e menor quantidade de 
finos entre os grãos de cimento (empacotamento dos grãos).
e) Tende a ocorrer na figura a), que apresenta melhor distribuição 
granulométrica dos agregados graúdos e menor quantidade de 
finos entre os grãos de cimento (empacotamento dos grãos).
25Concreto: desempenho no estado fresco e endurecido
5. O módulo de elasticidade do concreto representa a relação entre 
a tensão e a deformação resultante da aplicação de determinado 
carregamento sobre a estrutura ao longo de sua vida útil. A respeito 
desse parâmetro de avaliação e de acordo com a figura do concreto 
convencional apresentada a seguir, assinale a alternativa correta.
2 50% DA TENSÃO ÚLTIMA
1 30% DA TENSÃO ÚLTIMA
MICROFISSURAS
NA ZONA DE
TRANSIÇÃO
1
2
3
3
4
100
75
50
30
TE
N
SÃ
O
, %
 D
A 
TE
N
SÃ
O
 Ú
LT
IM
A
DEFORMAÇÃO
75% DA TENSÃO ÚLTIMA
4 TENSÃO DE RUPTURA 50
40
30
20
10
Te
ns
ão
 (m
Pa
)
0 1.000 2.000 3.000
Deformação (10–6)
Agregado
Concreto
Pasta de
cimento
a) Os agregados graúdos são os elementos menos resistentes, pois há uma 
maior concentração deles com o aumento do carregamento, sendo 
o módulo de elasticidade do concreto mais influenciado pelo teor de 
agregados graúdos, resultando em deformações residuais permanentes.
b) Os agregados graúdos são os elementos mais resistentes, 
sendo o módulo de elasticidade do concreto menos influenciado 
pela pasta de cimento e pela zonade transição agregado-pasta, 
resultando em deformações residuais elásticas.
c) Os agregados graúdos são os elementos mais resistentes, pois há uma 
maior concentração deles com o aumento do carregamento, sendo 
o módulo de elasticidade do concreto mais influenciado pelo menor 
teor de argamassa resultante, gerando deformações elásticas.
d) Os agregados graúdos são os elementos menos resistentes, pois há 
uma maior concentração deles com o aumento do carregamento, 
sendo o módulo de elasticidade do concreto mais influenciado pelo 
teor de agregados graúdos, resultando em deformações elásticas.
e) Os agregados graúdos são os elementos mais resistentes, 
sendo o módulo de elasticidade do concreto mais influenciado 
pela pasta de cimento e zona de transição agregado-pasta, 
resultando em deformações residuais permanentes.
Concreto: desempenho no estado fresco e endurecido26
ABRANTES, L. C. L. Catálogo de Materiais. Recife: Latache Engenharia e Instalações, dez. 
2011. 26 p. Disponível em: <https://repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/2403/3/CM%20- 
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND. Concretagem. In: ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND. Estruturas de concreto armado: manual. São Paulo, 
2003. Cap. 9. Disponível em: <http://www.prodetec.com.br/downloads/concretagem.
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para moldagem e cura de corpos-de-prova: versão corrigida. Rio de Janeiro, 2016. 9 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5739: concreto: ensaio de com-
pressão de corpos de prova cilíndricos. Rio de Janeiro, 2018. 9 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: projeto de estruturas de 
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7212: execução de concreto 
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determinação da resistência à tração por compressão diametral de corpos de prova 
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8522: concreto: determinação 
do módulo estático de elasticidade à compressão. Rio de Janeiro, 2017. 20 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15900-1: água para amassamento 
do concreto: parte 1: requisitos. Rio de Janeiro, 2009. 11 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NM 67: concreto: determinação da 
consistência pelo abatimento do tronco de cone. Rio de Janeiro, 1998. 8 p.
FARIA, R. Concreto não conforme: concretos fornecidos podem não estar atingindo 
a resistência à compressão pedida nos projetos estruturais: polêmica envolve cons-
trutores, concreteiras, projetistas e laboratórios. Tèchne, São Paulo, n. 152, nov. 2009. 
Disponível em: <http://techne17.pini.com.br/engenharia-civil/152/artigo287700-2.
aspx>. Acesso em: 7 out. 2018.
FUSCO, P. B. Tecnologia do concreto estrutural: tópicos aplicados. São Paulo: Pini, 2008. 
328 p.
GOTO, H. Estruturas de edificações. Brasília: NT, 2017. 236 p.
LOTURCO, B. Melhores práticas: tratamento de bicheiras superficiais. Equipe de Obra, 
São Paulo, 20 nov. 2015. Disponível em: <https://equipedeobra.pini.com.br/2015/11/
melhores-praticas-tratamento-de-bicheiras-superficiais/>. Acesso em: 7 out. 2018.
27Concreto: desempenho no estado fresco e endurecido
MEHTA, P. K.; MONTEIRO, P. J. M. Concreto: estrutura, propriedades e materiais. 2. ed. 
São Paulo: Ibracon, 2014. 751 p.
NEVILLE, A. M. Propriedades do concreto. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2017. 912 p.
NEVILLE, A. M.; BROOKS, J. J. Tecnologia do concreto. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 
2013. 472 p. 
PINHEIRO, L. M. Fundamentos do concreto e projeto de edifícios. São Carlos: Departamento 
de Engenharia de Estruturas da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade 
de São Paulo, maio 2007. 380 p. Disponível em: <http://coral.ufsm.br/decc/ECC1006/
Downloads/Apost_EESC_USP_Libanio.pdf>. Acesso em: 7 out. 2018.
SOBRAL, H. S. Propriedades do concreto fresco: estudo técnico: ET-15. 5. ed. São Paulo: 
Associação Brasileira de Cimento Portland, out. 2000. 34 p. Disponível em: <https://
edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3089801/mod_resource/content/0/ET15.pdf>. Acesso 
em: 7 out. 2018.
THOMAZ, E. Tecnologia, gerenciamento e qualidade na construção. São Paulo: Pini, 2015. 
472 p.
Leituras recomendadas
EVANGELISTA, A. C. J. Avaliação da resistência do concreto usando diferentes ensaios não 
destrutivos. 2002. 239 f. Tese (Doutorado em Ciências em Engenharia Civil)– Coorde-
nação dos Programas de Pós Graduação em Engenharia da Universidade Federal do 
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2002. Disponível em: <http://wwwp.coc.ufrj.br/teses/
doutorado/estruturas/2002/teses/EVANGELISTA_ACJ_02_t_D_est%20.pdf>. Acesso 
em: 7 out. 2018.
FERREIRA, R. Materiais constituintes do concreto: cimento Portland. 40 p. (Notas de 
aula). Disponível em <http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arqui-
vosUpload/15030/material/puc_maco2_02_cimento.pdf>. Acesso em: 7 out. 2018.
GUIMARÃES, L. E.; SANTOS, D. R. Avaliação do módulo de deformação do concreto em 
diferentes idades e com diferentes relações água/cimento. 1999. 55 f. Monografia (Especia-
lização em Construção Civil)– Escola de Engenharia Civil da Universidade Federal de 
Goiás, Goiânia, 1999. Disponível em: <http://padrao.eng.br/padrao/downloads/2000- 
monografia_especializacao_avaliacao_do_modulo_de_deformacao_do_concreto.
pdf>. Acesso em: 7 out. 2018.
Concreto: desempenho no estado fresco e endurecido28
Conteúdo:
Dica do professor
Os vazios de concretagem, popularmente conhecidos como “bicheiras”, são defeitos que podem 
ocorrer em estruturas como vigas, lajes, pilares ou paredes em concreto. Esse tipo de manifestação 
patológica pode ter consequências variadas, desde estéticas — necessitando o uso de materiais de 
revestimento não previstos inicialmente —, ou em casos mais severos, como o comprometimento 
da capacidade de resistência e durabilidade do elemento estrutural. Assim, o seu reparo é essencial, 
de acordo com cada situação apresentada.
Nesta Dica do Professor, você vai ver os riscos, as causas e a recuperação dos vazios de 
concretagem.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/21b4c6afd30bf029a339c55b65531fca
Exercícios
1) Durante a concretagem de um pilar por sistema de bombeamento, você verificou que na 
saída da bomba a mistura passou a apresentar maior fluidez, com presença intensa de pasta 
de cimento isolada. O bombeamento também estava sendo realizado em um ponto de 
concretagem a uma grande distância do caminhão, com mudanças de direção e descarga 
realizada contra as paredes da fôrma do pilar. 
Analisando a situação, assinale a alternativa que apresenta a propriedade que pode ter 
ocorrido com o concreto no estado fresco durante o lançamento e a concretagem.
A) Adensamento.
B) Segregação.
C) Exsudação.
D) Fluência.
E) Compressão.
2) O ensaio de abatimento do tronco de cone é muito utilizado, principalmente em canteiros de 
obras previamente à atividade de concretagem das estruturas. 
Sobre esse ensaio para o concreto, assinale a alternativa correta.
A) Pode ser utilizado para verificar o valor da massa específica da mistura, a partir da avaliação 
da sua consistência.
B) Pode ser utilizado para verificar variações no fator a/c da mistura, a partir da avaliação da sua 
segregação.
C) Pode ser utilizado para verificar o valor da massa específica da mistura, a partir da avaliação 
da sua exsudação.
D) Pode ser utilizado para verificar o grau de exsudação da mistura, a partir da avaliação da sua 
consistência.
E) Pode ser utilizado para verificar variações no fator a/c da mistura, a partir da avaliação da sua 
consistência.
3) A resistência à compressãodo concreto é um dos principais parâmetros de avaliação da 
qualidade do concreto no estado endurecido. 
Sobre o ensaio realizado para a obtenção dessa propriedade, assinale a alternativa correta.
A) A presença de vazios na zona de transição agregado-pasta de cimento aumenta a resistência 
à tração nessa região, aumentando a resistência à compressão do concreto.
B) A ausência de vazios na zona de transição agregado-pasta de cimento aumenta a resistência 
à tração nessa região, diminuindo a resistência à compressão do concreto.
C) A presença de vazios na zona de transição agregado-pasta de cimento aumenta a resistência 
à tração nessa região, diminuindo a resistência à compressão do concreto.
D) A presença de vazios na zona de transição agregado-pasta de cimento reduz a resistência 
à tração nessa região, diminuindo a resistência à compressão do concreto.
E) A ausência de vazios na zona de transição agregado-pasta de cimento reduz a resistência 
à tração nessa região, aumentando a resistência à compressão do concreto.
A dosagem do concreto deve ser efetuada para que os materiais que a compõem atinjam a máxima 
utilização possível, pois manifestações patológicas podem ocorrer, como, por exemplo, a 
exsudação, caracterizada como a migração da água de amassamento em direção à superfície do 
elemento estrutural.
Sobre esse fenômeno e de acordo com a figura a seguir, assinale a alternativa correta.
4) 
A) Tem maior tendência de ocorrer na figura a), a qual apresenta agregados graúdos de menor 
diâmetro e maior quantidade de finos entre os grãos de cimento (empacotamento dos grãos).
B) Tem maior tendência de ocorrer na figura b), a qual apresenta distribuição granulométrica 
irregular dos agregados graúdos e menor quantidade de finos entre os grãos de cimento 
(empacotamento dos grãos).
C) Tem maior tendência de ocorrer na figura a), a qual apresenta agregados graúdos de menor 
diâmetro e menor quantidade de finos entre os grãos de cimento (empacotamento dos grãos).
D) Tem maior tendência de ocorrer na figura b), a qual apresenta melhor distribuição 
granulométrica dos agregados graúdos e menor quantidade de finos entre os grãos de 
cimento (empacotamento dos grãos).
E) Tem maior tendência de ocorrer na figura a), a qual apresenta melhor distribuição 
granulométrica dos agregados graúdos e menor quantidade de finos entre os grãos de 
cimento (empacotamento dos grãos).
O módulo de elasticidade do concreto representa a relação entre a tensão e a deformação 
resultante da aplicação de um determinado carregamento sobre a estrutura ao longo de sua vida 
útil.
Sobre esse parâmetro de avaliação e de acordo com a figura do concreto convencional a seguir, 
assinale a alternativa correta.
5) 
A) Os agregados graúdos são os elementos menos resistentes, pois há uma maior concentração 
destes com o aumento do carregamento, sendo que o módulo de elasticidade do concreto é 
mais influenciado pelo teor de agregados graúdos, resultando em deformações residuais 
permanentes.
B) Os agregados graúdos são os elementos mais resistentes, sendo que o módulo de elasticidade 
do concreto é menos influenciado pela pasta de cimento e zona de transição agregado-pasta, 
resultando em deformações residuais elásticas.
C) Os agregados graúdos são os elementos mais resistentes, pois há uma maior concentração 
destes com o aumento do carregamento, sendo que o módulo de elasticidade do concreto é 
mais influenciado pelo menor teor de argamassa resultante, gerando deformações elásticas.
D) Os agregados graúdos são os elementos menos resistentes, pois há uma maior concentração 
destes com o aumento do carregamento, sendo que o módulo de elasticidade do concreto é 
mais influenciado pelo teor de agregados graúdos, resultando em deformações elásticas.
E) Os agregados graúdos são os elementos mais resistentes, sendo que o módulo de elasticidade 
do concreto é mais influenciado pela pasta de cimento e zona de transição agregado-pasta, 
resultando em deformações residuais permanentes.
Na prática
A concretagem de blocos de fundação de grandes dimensões, como aqueles dimensionados para 
suportar o carregamento de edifícios altos, requer um planejamento criterioso e detalhado de suas 
atividades, assim como um bom controle tecnológico da mistura lançada. O planejamento das 
etapas passa por um intenso processo de pesquisa dos materiais apropriados, simulações de 
comportamento da mistura e concretagem, bem como dos ensaios necessários para 
acompanhamento das atividades, garantindo, assim, resultados compatíveis com a necessidade do 
empreendimento.
Neste Na prática, você vai ver a concretagem de bloco de fundação de grandes dimensões.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
 
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Módulo de elasticidade: dosagem e avaliação de modelos de 
previsão do módulo de elasticidade de concretos
Leia o seguinte artigo, o qual tem como objetivo estudar o comportamento do diagrama de 
dosagem do concreto em relação à propriedade do módulo de elasticidade.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Estudo comparativo entre a resistência à compressão do 
concreto com agregado convencional calcário e com agregados 
recicláveis
Em algumas situações, os agregados descartados podem gerar problemas por meio de seus rejeitos, 
sendo a reciclagem destes uma solução possível. Neste artigo, você vai ver uma comparação entre 
a resistência à compressão e o concreto elaborado com agregados recicláveis e agregados naturais 
calcários. Os resultados mostraram valores médios de 14,24Mpa para o concreto reciclado e 
25,02Mpa para o concreto convencional. O trabalho conclui que, por não atingir a resistência 
desejada, provavelmente devido a impurezas em sua composição, uma alternativa para a utilização 
do concreto com agregados recicláveis seria em funções não estruturais, como calçadas, 
contrapisos, alvenaria de vedação, entre outros.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
O que são ARM e ARC - Agregado reciclado misto e de 
concreto
http://publica.sagah.com.br/publicador/objects/attachment/263707034/Artigo-Neto-ModulodeelasticidadeDosagemeavaliacaodemodelosdeprevisaomodelasticidadeconcreto.pdf?v=1223839802
http://publica.sagah.com.br/publicador/objects/attachment/2125424494/Artigo-Zangeski-Estudocomparativoresistenciacompressaoconcretoagregadoconvencionalereciclado.pdf?v=906405346
O ARM e ARC são agregados reciclados oriundos de matéria cerâmica e cimentícia ou concreto.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://www.youtube.com/watch?v=xlSADvudmmQ

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