AP1 PERICIA CONTABIL E ARBITRAGEM

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UNIVERSIDADE UNIGRANRIO
ALINE SAMPAIO RUBIO
CARLA ALINE LEAL HIPOLITO
FERNANDA ALVES COSTA
RICARDO PEREIRA GOLÇALVES
THAINÁ DE PAULA BUTTER
AP1 Perícia Contábil e Arbitragem
Itaperuna
2022
ALINE SAMPAIO RUBIO
CARLA ALINE LEAL HIPOLITO
FERNANDA ALVES COSTA
RICARDO PEREIRA GOLÇALVES
THAINÁ DE PAULA BUTER
AP1 Perícia Contábil e Arbitragem
Atividade apresentada a Faculdade UNIGRANRIO, como parte dos requisitos para a conclusão do curso de graduação em Ciências Contábeis, na disciplina de Perícia Contábil e Arbitragem, do professor orientador Joebeo Ramos de Oliveira.
Itaperuna
2022
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	5
2.	DESENVOLVIMENTO	6
2.1 O que é a Lei nº 13.105/15	6
2.2 O Que é o Código de Processo Civil	6
2.3 Para Que Serve o Código de Processo Civil	7
2.4 Como Está Organizado o Novo Código de Processo Civil	7
2.4.1 Parte Geral	7
2.4.2 Parte Especial	7
2.4.3 Livro Complementar	8
2.5 As Principais Mudanças Trazidas pelo Novo CPC	8
2.5.1 Contagem de Prazos Processuais	8
2.5.2 Meios Alternativos de Resolução de Conflitos	9
2.5.3 Ordem Preferencial de Julgamento dos Processos	9
2.5.4 Referência na Jurisprudência	9
2.5.5 Desconsideração da Personalidade Jurídica.	10
2.5.6 Seguro Garantia em Substituição à Penhora no Processo Civil	10
2.6 Perito	11
2.7 Perito no Antigo Código Processo Civil Lei nº 5.869 de 1973 x Perito no Novo Código Processo Civil Lei nº 13.105 de 2015	13
2.8 Importância do Perito	14
2.9 Etapas a Serem Cumpridas Pelo Perito	14
2.9.1 Como Obter o Cadastro no CNPC	15
2.10	Características do Perito	16
2.10.1	Habilitação Profissional	16
2.10.2	Impedimentos Profissionais	16
2.10.3	Suspeição e Impedimento legal	16
2.10.4 Responsabilidade	17
2.10.5 Zelo Profissional	17
2.10.6 Utilização de Trabalho de Especialista	18
2.10.7	Educação Continuada	18
2.10.8	Plano de Trabalho e Honorários	18
2.11 Perito na Área da Contabilidade	18
2.12 Tipos de Perícia	19
3.	CONCLUSÃO	20
4.	REFERÊNCIAS	22
1. INTRODUÇÃO
A Contabilidade está presente em nossa sociedade desde os princípios, na era dos primórdios que foram registrados os primeiros indícios de controle do Patrimônio, uma vez que os primitivos usavam esse método para calcular seus rebanhos e acabavam memorizando estes dados. No entanto, com o passar dos anos e com o crescente avanço da sociedade, o método de memorizar foi deixando de existir, já que cada vez mais as pessoas iam adquirindo bens e suas riquezas só aumentavam com o passar do tempo.
Logo, se fez necessário criar um método mais rápido e eficiente que fosse capaz de registrar o Patrimônio das pessoas e mostrar as possibilidades de rendimentos que estes iriam trazer no decorrer dos anos. Assim, com o pensamento de futuro, foram feitos os primeiros registros de compra e venda de bens e serviços através do comércio, já que nessa época o parlamento era feito somente à vista, e com tantas pessoas circulando nos mercados, ficava difícil fazer o controle do que estava sendo trocado e do quanto entrava e saída do caixa.
A Contabilidade foi e ainda é de suma importância para as empresas e para as pessoas, e mesmo estando presente desde o início, sempre evoluiu na mesma medida que a sociedade se desenvolvia. Atualmente, é a área mais importante no mercado, uma vez que é responsável por registrar, analisar e controlar o Patrimônio das entidades através das Demonstrações Contábeis e dos Resultados, mostrando para as empresas seu desenvolvimento durante um determinado período, auxiliando na elaboração do planejamento financeiro e na tomada de decisões, além de expor como está a situação econômica e fiscal da mesma.
Diante da evolução da Sociedade e o grande aumento de novas empresas no mercado, a Contabilidade foi dividida em diversas outras ramificações que têm o mesmo objetivo, controlar o Patrimônio das entidades. A diferença é que cada setor existente passou a ter um profissional contábil responsável por ele, para auxiliar de forma mais coesa e eficiente nos registros de dados informações da empresa. Podemos citar como exemplo, a Contabilidade Gerencial, Comercial, Tributária, entre outras. Iremos abordar a seguir, uma ramificação em especial, a Perícia Contábil. Vale destacar que todas as outras são de suma importância para as entidades, tendo suas próprias características para analisar cada cenário existente na economia brasileira de forma individual.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 O que é a Lei nº 13.105/15
Vai se tratar de uma lei que vigora o Novo Código de Processo Civil Brasileiro, uma lei antiga que estava defasada para os dias atuais devido tinha sido criada em 1973 e com a nossa realidade de hoje, alguns artigos não faziam mais sentidos, com isso, precisando de um Novo Código de Processo Civil que foi criado em 16 de março de 2015.
2.2 O Que é o Código de Processo Civil
O Código de Processo Civil (CPC) é o conjunto de normas, que tem a finalidade de conduzir um processo civil, ou seja, são as normas que com a finalidade de resguarda as situações jurídicas da sociedade brasileira, com o regulamento será possível ver uma ação do poder judiciário tomaria naquele processo judicial civil brasileiro, desta forma, o que estiver perante a lei o cidadão brasileiro estará resguardado. Segundo o Professor Fábio Queiroz Pereira (2018): “Um código não se trata apenas de uma soma de normas, mas sim de um corpo dotado de unidade e constituído sob a estrutura de verdadeiro sistema de direito”.
O Código é o mais importante do ordenamento jurídico do país e os seus textos vão determinar procedimentos diferentes em cada tipo de processo existente na justiça nacional. O CPC também muitas das vezes é aplicado em outras áreas do direito, fica sendo base das que tem leis próprias.
2.3 Para Que Serve o Código de Processo Civil
Como já dito, o Processo Civil é um conjunto de normas que tem como finalidade de combater o litigio, ou seja, evitar ou solucionar interesses de forma justa e não dar prejuízos para algumas das partes. Assim, pode e deve dar segurança as mesmas que estão em conflito, onde é necessário a presença de um juiz, totalmente imparcial, para intervir da melhor maneira e solucionar o conflito em questão de acordo com o Código de Processo Civil.
2.4 Como Está Organizado o Novo Código de Processo Civil
2.4.1 Parte Geral
A primeira parte do novo CPC vai do artigo 1º até o artigo 317, que vai tratar de como o nome sugere, normas gerais do Direito Processual Civil Brasileiro, descrevendo as regras aplicáveis aos mais diversos procedimentos. São compostos pelos seguintes livros:
· Livro I – Normas Processuais Civis;
· Livro II – Função Jurisdicional;
· Livro III – Sujeitos do Processo;
· Livro IV – Atos Processuais;
· Livro V – Tutela Provisória;
· Livro VI – Formação, Suspensão e Extinção do Processo.
2.4.2 Parte Especial
Trata-se das ações e procedimentos que precisa de questões especificas em determina questão. Ela vai do Artigo 318 até o artigo 1.044, dividida em três livros:
· Livro I – Processo de Conhecimento e Cumprimento de Sentença;
· Livro II – Processo de Execução;
· Livro III – Processos nos Tribunais e meios de Impugnação das Decisões Judiciais.
2.4.3 Livro Complementar
Como o próprio nome já diz tem uma parte complementar, com disposição finais, que vai do artigo 1.045 até o artigo 1.072. Onde vão se tratar das considerações finais do código e estabelecem como os processos deveriam ser continuados durantes a transição do antigo para o novo.
2.5 As Principais Mudanças Trazidas pelo Novo CPC
Como já citado antes, o CPC é de suma importância para o Ordenamento Jurídico uma vez que é constituído por leis e regras que organizam todo o Processo Civil Brasileiro. Com o passar dos anos e do crescente avanço da sociedade e da tecnologia, esse sistema com mais de 40 anos de vigência passou por algumas mudanças muito significativas, para conseguir acompanhar a nova realidade e se adaptar às necessidades da sociedade brasileira, cada vez mais difícil de ser controlada.
2.5.1 Contagem de Prazos Processuais
O Novo CPC decorre sobre a nova forma de contagem dos prazosprocessuais, que agora deve ser em duas uteis além de estabelecer a unificação dos prazos recursais gerais em 15 dias uteis.
Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão.
§ 5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze) dias. (CPC, 2015).
2.5.2 Meios Alternativos de Resolução de Conflitos
A lei pode criar outras soluções para incentivar que as partes resolvam as questões de uma forma amigáveis. O artigo 3º vai falar que apreciação jurisdicional de ameaça ou lesão a direito não será excluída e que o estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.
Art. 3º. § 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. (CPC, 2015).
2.5.3 Ordem Preferencial de Julgamento dos Processos
No antigo CPC, os juízes eram obrigados a seguir a ordem cronológica dos Julgamentos, ou seja, não podiam escolher os casos que iriam ser analisados primeiro, assim não favorecia nenhum lado. Com o Novo CPC, essa ordem abriu algumas exceções e passou a ser preferencial, ou seja, alguns casos que são classificados com extrema urgência poderão ser analisados antes que os outros, fugindo da regra cronológica de conclusão. Segundo o Artigo 12 do CPC: “os juízes e tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acordão”.
2.5.4 Referência na Jurisprudência
A maior relevância da Jurisprudência formada pelos tribunais superiores do país é a conferência de maior peso às suas decisões. A fundamentação da sentença estar presente no artigo 489.
Art. 489. São elementos essenciais da sentença:
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
VI – deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. (CPC, 2015).
2.5.5 Desconsideração da Personalidade Jurídica.
Vai permitir a cobrança e responsabilização dos sócios em dívidas e situações de fraude, que já eram cobradas e aplicadas nos tribunais, apenas não constava de forma clara e objetiva no CPC, o que dificultava o entendimento e as cobranças que deveriam ser feitas. Essa mudança se encontra entre os Artigos 133 a 137 do Novo CPC: “Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo”.  
2.5.6 Seguro Garantia em Substituição à Penhora no Processo Civil
Seguro Garantia é um acordo estabelecido entre as partes onde a seguradora é a única responsável pela indenização caso haja o descumprimento de uma obrigação.
Segundo o Artigo 835 Parágrafo 2º do Novo CPC, “para fins de substituição da penhora, equiparam-se a dinheiro a fiança bancária e o seguro garantia judicial, desde que em valor não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento”.
2.6 Perito
O Perito é chamado pela justiça para oferecer laudos técnicos em processos judiciais, ou seja, quando o juiz não sabe de uma determinada área ele procura um profissional da área para auxiliar a ele na decisão.
Exemplo disso pode ser quando o juiz precisa ver se o cálculo trabalhista está de forma correta, neste caso ele irá chamar um Contador para que possa analisar esses cálculos. Esses dados serão de suma importância para ajudar o Juiz a tomar a melhor decisão além de servir como prova para o Processo Judicial.
Os profissionais que atua como Perito, devem estar inscritos no cadastro que está ligado diretamente ao juiz para quando ser necessário, o mesmo possa entrar em contato imediatamente e é por isso que o cadastro deve estar sempre atualizado com as formações, características e experiências desse profissional.
Na cidade onde não houver inscritos nos cadastros que são disponibilizados pelo Tribunal, o juiz poderá ficar livre para escolher qualquer profissional e o mesmo deverá ter pelo conhecimento na área, capaz de realizar a perícia da melhor maneira, de forma correta, rápida e eficiente.
Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico.
§ 1º Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e os órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado.
§ 2º Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta pública, por meio de divulgação na rede mundial de computadores ou em jornais de grande circulação, além de consulta direta a universidades, a conselhos de classe, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e à Ordem dos Advogados do Brasil, para a indicação de profissionais ou de órgãos técnicos interessados.
§ 3º Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para manutenção do cadastro, considerando a formação profissional, a atualização do conhecimento e a experiência dos peritos interessados.
§ 4º Para verificação de eventual impedimento ou motivo de suspeição, nos termos dos arts. 148 e 467, o órgão técnico ou científico nomeado para realização da perícia informará ao juiz os nomes e os dados de qualificação dos profissionais que participarão da atividade.
§ 5º Na localidade onde não houver inscrito no cadastro disponibilizado pelo tribunal, a nomeação do perito é de livre escolha pelo juiz e deverá recair sobre profissional ou órgão técnico ou científico comprovadamente detentor do conhecimento necessário à realização da perícia. (CPC, 2015).
A partir do momento que o juiz convocar o profissional, este deverá comparecer e cumprir o que foi pedido a ele e só poderá rejeitar esse pedido caso apresente motivos realmente legítimos. O Perito tem um prazo de 15 dias desde o momento do recebimento da intimidação, para poder recusar o pedido do juiz.
Art.157 O perito tem o dever de cumprir o ofício no prazo que lhe designar o juiz, empregando toda sua diligência, podendo escusar-se do encargo alegando motivo legítimo. 
§ 1º A escusa será apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação, da suspeição ou do impedimento supervenientes, sob pena de renúncia ao direito a alegá-la. (CPC, 2015).
O trabalho que esses profissionais fazem são remunerados, com honorários que na maioria das vezes o recebimento só é feito no final do processo. O Perito deve ser imparcial, por questão de ética profissional e também, não pode colocar dados falsos ou incorretos nos relatórios além de não poder atender pessoas conhecidas como famílias e amigos. Caso isso venha ocorrer, esses profissionais poderão ser julgados e ficarão restritos de realizar outras pericias por um tempo determinado.
Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá pelos prejuízos que causar à parte e ficará inabilitado para atuar em outras perícias no prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, independentemente das demais sanções previstas em lei, devendo o juiz comunicar o fato ao respectivo órgão de classe para adoção das medidas que entender cabíveis. (CPC, 2015). 
2.7 Perito no Antigo Código Processo Civil Lei nº 5.869 de 1973 x Perito no Novo Código Processo Civil Lei nº 13.105 de 2015
Como pode-se notar, o Código teve algumas mudanças devido ao tempo, pois muitas coisas não eram as mesmas e que precisavam de reajustes. Isso também inclui as novas mudanças que os Peritos tiveram que se adaptar com a evolução e o avanço da sociedade. Dentre as mudanças, podemos destacar as seguintes:
No Art. 156 foi acrescido os parágrafos que fala como o profissional deverá estar com o cadastro em dia, sempre atualizado e devendo seguir as característicasdos art. 148 e 467.
No Art. 157 foi aumentado o prazo para a resposta do profissional, no antigo código era 5 dias passou para 15 dias a partir do recebimento.
No Art. 158 foi aumentado a pena que o profissional pode pegar caso passe informações inverídica, no antigo só poderia ficar 2 anos sem e a função no novo podendo ser de 2 a 5 anos, da forma que o juiz achar que deve ser aplicado.
Art. 464 foi acrescentado o parágrafo 2º o juiz pode pedir a substituição da prova, quando o ponto controvertido for de menos complexidade.
§ 3º A prova técnica simplificada consistirá apenas na inquirição de especialista, pelo juiz, sobre ponto controvertido da causa que demande especial conhecimento científico ou técnico.
§ 4º Durante a arguição, o especialista, que deverá ter formação acadêmica específica na área objeto de seu depoimento, poderá valer-se de qualquer recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens com o fim de esclarecer os pontos controvertidos da causa. (CPC, 2015).
Art. 465 foi no parágrafo 2º onde o especialista deverá num período de 5 dias apresentar primeiramente a proposta de honorários, depois o currículo que mostrará a comprovação de especialização e por fim, os contatos profissionais, principalmente o e-mail, onde serão enviadas as informações e as convocações.
§ 3º As partes serão intimadas da proposta de honorários para, querendo, manifestar-se no prazo comum de 5 (cinco) dias, após o que o juiz arbitrará o valor, intimando-se as partes para os fins do art. 95.
§ 4º O juiz poderá autorizar o pagamento de até cinquenta por cento dos honorários arbitrados a favor do perito no início dos trabalhos, devendo o remanescente ser pago apenas ao final, depois de entregue o laudo e prestados todos os esclarecimentos necessários.
§ 5º Quando a perícia for inconclusiva ou deficiente, o juiz poderá reduzir a remuneração inicialmente arbitrada para o trabalho. (CPC, 2015).
2.8 Importância do Perito
Como pode ser observado, o perito tem um papel de suma importância na sociedade, sendo capaz de auxiliar o juiz quando o mesmo achar necessário, além de ser primordial para evitar qualquer tipo de injustiça. Assim, ele é um especialista com amplos conhecimentos e habilidades que podem e devem ser utilizados da melhor maneira, de forma coerente, coesa e imparcial para avaliar diversas situações do cotidiano das pessoas.
2.9 Etapas a Serem Cumpridas Pelo Perito
O Cadastro Nacional de Peritos Contábeis (CNPC) do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), criado pela Resolução CFC n.º 1.502 , de 19 de fevereiro de 2016, e alterada pela Resolução CFC n.º 1.513, de 26 de outubro de 2016, ) tem o objetivo de oferecer ao judiciário e à sociedade uma lista de profissionais qualificados que atuam como Peritos Contábeis.
2.9.1 Como Obter o Cadastro no CNPC
A partir de 2018, o contador só poderá ingressar no CNPC mediante aprovação prévia em Exame de Qualificação Técnica (EQT) para Perito Contábil, regulamentado pela NBC PP 02 de 2016, que tem por objetivo aferir o nível de conhecimento e a competência técnico-profissional necessários ao contador que pretende atuar na atividade de perícia contábil.
O EQT para Perito Contábil é implementado pela aplicação de prova escrita e sua aprovação na prova de Qualificação Técnica para Perito Contábil assegura ao contador o registro no Cadastro Nacional de Peritos Contábeis (CNPC) do Conselho Federal de Contabilidade (CFC).
O candidato para ser aprovado precisa obter, no mínimo, 60% (sessenta por cento) dos pontos das questões objetivas e 60% (sessenta por cento) dos pontos das questões dissertativas previstos na prova.
Os contadores inscritos no CNPC, é obrigatório o cumprimento do PEPC (Programa de Educação Profissional Continuada) a partir de 1º de janeiro de 2018, nos termos da NBC PG 12 (R2).
Para exercer a atividade de perito e fazer parte do Cadastro Nacional de Peritos Contábeis (CNPC), o contador aprovado no exame precisará preencher as informações cadastrais e curriculares para consulta pública.
2.10 Características do Perito
2.10.1 Habilitação Profissional
O Perito deve comprovar sua habilitação por intermédio de Certidão de Regularidade Profissional emitida pelos Conselhos Regionais de Contabilidade ou do Cadastro Nacional de Peritos Contábeis do CFC. O perito pode anexá-las no primeiro ato de sua manifestação e na apresentação do laudo ou parecer.
2.10.2 Impedimentos Profissionais
Impedimentos profissionais são situações fáticas ou circunstanciais que impossibilitam o Perito de exercer, regularmente, suas funções ou realizar atividade pericial em processo judicial ou extrajudicial, inclusive arbitral. Os itens previstos nesta Norma explicitam os conflitos de interesse motivadores dos impedimentos a que está sujeito o perito nos termos da legislação vigente. Caso o Perito não possa exercer suas atividades com isenção, é fator determinante que ele se declare impedido, após nomeado ou indicado, quando ocorrerem as situações previstas nesta Norma.
2.10.3 Suspeição e Impedimento legal
O Perito deve declarar-se suspeito quando, após nomeado ou contratado, verificar a ocorrência de situações que venham suscitar suspeição em função da sua imparcialidade ou independência e, dessa maneira, comprometer o resultado do seu trabalho em relação à decisão.
	
2.10.4 Responsabilidade
O Perito deve conhecer as responsabilidades sociais, éticas, profissionais e legais às quais está sujeito no momento em que aceita o encargo para a execução de perícias contábeis judiciais e extrajudiciais, inclusive arbitral.
O Perito deve respeitar os princípios da ética e do direito, atuando com lealdade, idoneidade e honestidade no desempenho de suas atividades, sob pena de responder civil, criminal, ética e profissionalmente por seus atos.
Ciente do livre exercício profissional, deve o perito nomeado, sempre que possível e não houver prejuízo aos seus compromissos profissionais e às suas finanças pessoais, em colaboração com o Poder Judiciário, aceitar o encargo confiado ou escusar-se do encargo, no prazo legal, apresentando suas razões.
O Perito nomeado, no desempenho de suas funções, deve propugnar pela imparcialidade, dispensando igualdade de tratamento às partes e, especialmente, aos assistentes técnicos.
2.10.5 Zelo Profissional
O termo "zelo", para o perito, refere-se ao cuidado que ele deve dispensar na execução de suas tarefas, em relação à sua conduta, documentos, prazos, tratamento dispensado às autoridades, aos integrantes da lide e aos demais profissionais, de forma que sua pessoa seja respeitada, seu trabalho levado a bom termo e, consequentemente, o laudo pericial contábil e o parecer pericial-contábil sejam dignos de fé pública.
 2.10.6 Utilização de Trabalho de Especialista
O Perito pode valer-se de especialistas de outras áreas para a realização do trabalho, desde que parte da matéria objeto da perícia assim o requeira. Neste caso o parecer do especialista será anexado ao laudo pericial contábil, ou ao parecer técnico contábil, justificando as conclusões técnicas que o Perito Contador ou Perito-Contador-Assistente chegaram sobre a matéria abordada pelo especialista.
2.10.7 Educação Continuada
O Perito, no exercício de suas atividades, deve comprovar a sua participação em programa de educação continuada (PEPC), na forma a ser regulamentada pelo Conselho Federal de Contabilidade.
2.10.8 Plano de Trabalho e Honorários
Na elaboração do plano de trabalho e respectiva proposta de honorários, o perito deve considerar, entre outros fatores: a relevância, o vulto, o risco, a responsabilidade, a complexidade operacional, o pessoal técnico, o prazo estabelecido e a forma de recebimento.
2.11 Perito na Área da Contabilidade
O Perito é o Contador regularmente registrado em Conselho Regional de Contabilidade, que exerce a atividade pericial de forma pessoal, devendo ser profundo conhecedor, por suas qualidades e experiências, da matéria periciada.
Perito é o contador detentor de conhecimento técnico e científico, regularmente registrado emConselho Regional de Contabilidade e no Cadastro Nacional dos Peritos Contábeis, que exerce a atividade pericial de forma pessoal ou por meio de órgão técnico ou científico, com as seguintes denominações: (a) perito do juízo é o contador nomeado pelo poder judiciário para exercício da perícia contábil; (b) perito arbitral é o contador nomeado em arbitragem para exercício da perícia contábil; (c) perito oficial é o contador investido na função por lei e pertencente a órgão especial do Estado; (d) assistente técnico é o contador ou órgão técnico ou científico indicado e contratado pela parte em perícias contábeis. (NBC PP 01 (R1), 2020).
O CPC e CFC, exercem um papel prescritivo importante na definição da competência, da qualificação e das habilidades necessárias ao Perito Contábil.
Podemos dizer que as cinco características consideradas mais importantes de forma geral são: postura ética, visão analítica, perfil de investigador, senso criterioso e capacidade para trabalhar sob pressão.
Para exercer a profissão de Perito-Contador, é preciso estar em linha com as exigências do CFC e estar em dia com o programa de educação profissional continuada, além de estar sempre atualizado acerca das normas contábeis, regulamentações e normas pertinentes a sua área de atuação. Dessa forma, deverá entregar laudos de acordo com as legislações e de forma objetiva e concisa, sempre levando em consideração os aspectos éticos e morais da função, de modo a garantir a confiança dos juízes e da parte interessada no serviço.
A Perícia Contábil, por ser uma ferramenta auxiliadora do sistema judiciário, deve ser desenvolvida com empenho e dedicação pelo Perito-Contador, uma vez que o seu trabalho proporcionará ao magistrado melhores condições de interpretar os fatos e decidir o litígio.
2.12 Tipos de Perícia
Segundo a NBC TP 01 (2020), a Perícia é dividida em dois grupos: Perícia Judicial e Perícia Extrajudicial, sendo que esta é subdividida em subgrupos: Arbitral, Estatal e Voluntária.
A Perícia Contábil Judicial visa servir como base para esclarecimentos do juiz sobre o assunto em litígio que merece seu julgamento. Através desse processo, é realizada a conferência de dados, sempre de forma isenta, análise de evidências e análise das provas apresentadas.
A Perícia Judicial é designada pelo juiz a um Contador, todas as vezes que as partes no processo requererem e/ou quando o pedido é julgado viável. Já a Perícia Extrajudicial ocorre fora do judiciário, através da necessidade das partes envolvidas. Tem como objetivo apresentar fatos relacionados ou não ao litígio ou oferecer assistência técnica às diversas situações.
A Perícia Extrajudicial é classificada em:
· Estatal: ocorre no âmbito estatal, por meio de autoridades policiais, parlamentares ou administrativas com poder jurisdicional. São impostas as normas legais e regimentais, de conforme a perícia judicial.
· Arbitral: o objeto desse tipo de perícia é definido pela lei da arbitragem (Lei nº 9.307/96). Ela possui caráter de perícia judicial, mas essência extrajudicial. Desta forma, as partes concordam em definir uma questão que será arbitrada e o árbitro responsável determina a necessidade da perícia.
· Voluntária: é contratada pelo interessado ou por ambas as partes em comum acordo.
3. CONCLUSÃO
Com base em todas as informações dispostas anteriormente, é notório dizer como CPC é de suma importância para todo o Ordenamento Jurídico, uma vez que é a base para aplicação correta de todos os outros processos existentes, ou seja, é através dele que a justiça é aplicada de forma sólida e justa para toda a população.
Com o crescente avanço da sociedade, o CPC precisou passar por algumas mudanças que foram de grande serventia para os profissionais que se baseiam em seus fundamentos. Isso não quer dizer que o CPC/73 era ruim, pelo contrário, serviu de grande valia por décadas, porém, não se adequava mais em determinadas situações atuais, o que acabava tornando os processos lentos e demorados. Por causa disso, a mudança em 2015 foi necessária, para adaptar o CPC à realidade do mundo e que fosse capaz de suprir as necessidades das pessoas de forma igual, ampla, rápida e segura.
Diante desse cenário, surgiu o Perito, profissional extremamente qualificado e com conhecimentos específicos e coerentes em sua área atuando de forma precisa no mercado. Esses devem estar inscritos num sistema que os ligam diretamente com os juízes, uma vez que podem ser convocados para prestar ajuda em determinadas situações jurídicas, que fogem do domínio e conhecimento do juiz.
A atividade profissional de Perícia, quando exercida por um profissional qualificado, é capaz de apresentar registros e fatos de grande importância sobre as reais condutas empresariais. Tais registros são de suma importância nas decisões tomadas pelo juiz ao findar as análises, ou seja, quanto mais concretos os fatos se apresentarem, mais justas serão as avaliações. Sendo assim, a principal função deste profissional é prestar auxílio nos casos em que se faz necessário um conhecimento mais aprofundado e detalhado sobre uma determinada situação.
Logo, os avanços tecnológicos tiveram grande contribuição para que os profissionais dedicados a essa função pudessem ter uma base firme para se apoiar. A legislação é uma grande aliada nos processos, contribuindo assim para que os peritos atuem de forma coesa e cumpram as necessárias obrigações a eles exigidas, sendo através das normas que surge a possibilidade de ser justo em relação a análise das pessoas, suas relações e seus bens. E é muito importante que estas sejam seguidas de forma eficiente e correta, para que haja uma equalização dos laudos adquiridos e a sua devida aplicação.
No entanto, para se tornar um Perito em qualquer área, principalmente na Contabilidade, é necessário que as pessoas passem por várias etapas até se formar como esse profissional, tais como: cursar uma faculdade de Ciências Contábeis por 4 anos, passar na prova do CFC para obter seu registro de contador, depois preencher algumas informações cadastrais e assim ser aprovado no Exame de Qualificação Técnica (EOT), para que enfim possa ingressar no Cadastro Nacional de Peritos Contábeis (CNPC).
Por fim, é possível concluir que um bom Perito deve estar em constante aprendizado, a fim de realizar um excelente trabalho e que esteja de acordo com as Normas Legais, ética e princípios contábeis. Devendo buscar desempenhar sua profissão de forma sigilosa e imparcial, a fim de prestar uma excelente contribuição nos processos decisórios.
4. REFERÊNCIAS
A Carreira e os Desafios Para se Tornar um Perito-Contador. Nucleo do Conhecimento. Disponível em: <https://www.nucleodoconhecimento.com.br/contabilidade/perito-contador>. Acesso em: 06/09/2022.
CNPC. Conselho Federal de Contabilidade. Disponível em: <https://cfc.org.br/registro/cnpc>. Acesso em: 06/09/2022.
Conheça a origem e a história da contabilidade - Jornal Contábil - Contabilidade, MEI, crédito, INSS, Receita Federal e Auxílios. Disponível em: <jornalcontabil.com.br>. Acesso em: 02/09/2022.
EQT: Veja como obter o registro de auditor e perito contábil. Rede Jornal Contábil. Disponível em: Disponível em: <https://www.jornalcontabil.com.br/eqt-veja-como-obter-o-registro-de-auditor-e-perito-contabil/>. Acesso em: 06/09/2022.
História da contabilidade – Wikipédia, a enciclopédia livre. Disponível em: <wikipedia.org>. Acesso em: 02/09/2022.
Lei 13.105: o que é e quais as mudanças estabelecidas pelo Novo Código de Processo Civil?. Mutuus. Disponível em: <https://www.mutuus.net/blog/lei-13105-novo-cpc/>. Acesso em: 05/09/2022.
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