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Módulo 1 - Aspectos gerais sobre contratação pública

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Elaboração de Editais 
para Aquisições no 
Setor Público
Aspectos gerais sobre 
contratação pública1
M
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ul
o
2Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Enap, 2021
Enap Escola Nacional de Administração Pública
Diretoria de Educação Continuada
SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Equipe responsável
Daniel de Andrade Oliveira Barral (Conteudista, 2021)
Diretoria de Desenvolvimento Profissional
Curso produzido em Brasília 2021.
Desenvolvimento do curso realizado por meio de parceria entre Enap e Funape.
3Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Unidade 1 - Edital: o instrumento convocatório ................................ 5
O que é edital? .................................................................................... 5
Unidade 2 - Um pouco sobre o Sistema de Registro de Preços ........ 12
Compras pelo Sistema de Registro de Preços ................................... 14
Do órgão gerenciador e órgãos participantes ..................................... 15
Da adesão à ata de registro de preços ................................................ 16
Da ata de registro de preços ............................................................... 17
Da formação do cadastro de reserva .................................................. 17
Dos preços .......................................................................................... 18
Unidade 3 - Padronização de minutas de editais e contratos - Projeto 
AGU ............................................................................................... 21
Referências ..................................................................................... 24
Sumário
4Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Olá! 
Desejamos boas-vindas Ao Módulo 1 do Curso: Elaboração de Editais para Aquisições no 
Setor Público. 
Neste módulo 1: Aspectos gerais sobre contratação pública, abordaremos os seguintes:
• Unidade 1 - Edital: o instrumento convocatório;
• Unidade 2 - Um pouco sobre o Sistema de Registro de Preços;
• Unidade 3 - Padronização de minutas de editais e contratos.
Desejamos um excelente estudo!
5Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
M
ód
ul
o
Aspectos gerais sobre 
contratação pública1
Unidade 1 - Edital: o instrumento convocatório
Objetivo de aprendizagem: 
Ao fim desta unidade, você será capaz de reconhecer os contornos jurídicos do 
instrumento jurídico em estudo e as possibilidades de aplicação das melhores práticas 
encontradas no setor público.
Apresentação
Fonte: Barral (2020).
Duração: 3min11.
O que é edital? 
Nesta unidade, apresentaremos um vídeo que aborda os elementos essenciais para o 
entendimento da natureza jurídica do edital de licitação e suas principais características de 
acordo com a Lei Geral de Licitações, a Lei n° 8.666, de 21 de junho de 1993.
O que é edital?
Fonte: Barral (2020).
Duração: 4min06.
O edital deve reunir e apresentar, de maneira organizada e coerente, todas as decisões tomadas 
pelo órgão promotor do certame na fase de planejamento, em linguagem clara e despojada de 
termos técnicos desnecessários ou de regras dúbias e de difícil interpretação. É que conforme 
dispõe o Manual de Redação da Presidência da República (BRASIL, 2018), a redação oficial de 
todos os atos administrativos deve ser marcada pelos atributos da clareza e precisão, objetividade, 
concisão, coesão e coerência, impessoalidade, formalidade, padronização e uso da norma padrão 
da língua portuguesa.
Vídeo
Vídeo
Vídeo
https://cdn.evg.gov.br/cursos/431_EVG/videos/modulo01_video01.mp4
https://cdn.evg.gov.br/cursos/431_EVG/videos/modulo01_video02.mp4
http://www4.planalto.gov.br/centrodeestudos/assuntos/manual-de-redacao-da-presidencia-da-republica/manual-de-redacao.pdf
6Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Esses atributos buscam garantir que o ato administrativo atinja sua finalidade, que, no caso do 
edital, é comunicar com clareza as regras para a participação do certame que ele regula e, diante 
da coerência das suas disposições, inspirar a confiança necessária para garantir o direito de justa 
e equânime participação de todos quantos atendam às condições estipuladas para a participação.
Em síntese, o edital é o ato pelo qual a Administração faz uma oferta de contrato 
a todos os interessados que atendam às exigências nele estabelecidas.
É costume dizer que o edital é a lei da licitação, conforme já definiu Hely Lopes Meirelles (2013); 
mas, como acertadamente aponta Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2000) é preferível dizer que 
o edital é a lei da licitação e do contrato, pois as suas disposições devem ser rigorosamente 
cumpridas, sob pena de nulidade em razão da aplicação do princípio da vinculação ao instrumento 
convocatório, previsto nos artigos 3º e 41, caput, ambos da Lei nº 8.666, de 1993.
Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio 
constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa 
para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional 
sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os 
princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da 
igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação 
ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes 
são correlatos (grifos nossos). 
[...][...] Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e 
condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada.
Em nossa opinião, as previsões contidas nos artigos 40, §2o, III e 62, §1 ambos da 
Lei nº 8.666, de 1993, confirmam o acerto desta posição (de que o edital é a lei 
da licitação e do contrato), ao estabelecer que a minuta do contrato a ser firmado 
é parte integrante do edital como anexo obrigatório, disposição reforçada pelo 
segundo dispositivo ora citado. Ademais, o art. 40, que indica o conteúdo obrigatório 
7Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
do edital, estabelece regras voltadas à relação contratual, como critérios de reajuste. 
Assim, é acertado afirmar que a força vinculante do edital não se limita à fase de 
seleção, mas abrange também a fase de execução contratual. 
Cumpridas as formalidades legais quanto aos conteúdos obrigatórios, e estando os atos 
administrativos relativos à fase de planejamento devidamente instruídos e aprovados pela 
autoridade competente, o edital deve ser publicado em conformidade com as disposições do 
art. 21 da Lei 8666, de 1993.
Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, 
das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados 
no local da repartição interessada, deverão ser publicados com 
antecedência, no mínimo, por uma vez:
I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por 
órgão ou entidade da Administração Pública Federal e, ainda, quando 
se tratar de obras financiadas parcial ou totalmente com recursos 
federais ou garantidas por instituições federais; 
II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se 
tratar, respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da 
Administração Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal;
III - em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se 
houver, em jornal de circulação no Município ou na região onde será 
realizada a obra, prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o 
bem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto da licitação, 
utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a área de 
competição. 
§ 1º O aviso publicado conterá a indicação do local em que os 
interessados poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as 
informações sobre a licitação.
[...][...]
§ 3º Os prazos estabelecidos no parágrafo anteriorserão contados a 
partir da última publicação do edital resumido ou da expedição do 
convite, ou ainda da efetiva disponibilidade do edital ou do convite e 
respectivos anexos, prevalecendo a data que ocorrer mais tarde.
8Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
§ 4º Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma 
forma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente 
estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a alteração não 
afetar a formulação das propostas.
Além das exigências contidas no artigo 21 da Lei 8666, de 1993, e em razão da evolução 
tecnológica, a publicação do Edital deve estar disponível em local de fácil acesso na internet, 
conforme dispõe o artigo 8º, § 1º, IV da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011:
Art. 8º É dever dos órgãos e entidades públicas promover, 
independentemente de requerimentos, a divulgação em local de fácil 
acesso, no âmbito de suas competências, de informações de interesse 
coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas.
§ 1º Na divulgação das informações a que se refere o caput, deverão 
constar, no mínimo:
[...][...]
IV - informações concernentes a procedimentos licitatórios, inclusive 
os respectivos editais e resultados, bem como a todos os contratos 
celebrados;
[...][...]
§ 2º Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e entidades 
públicas deverão utilizar todos os meios e instrumentos legítimos de 
que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios oficiais da 
rede mundial de computadores (internet).
§ 3º Os sítios de que trata o § 2º deverão, na forma de regulamento, 
atender, entre outros, aos seguintes requisitos:
I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o acesso à 
informação de forma objetiva, transparente, clara e em linguagem de 
fácil compreensão;
II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos 
eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como planilhas 
e texto, de modo a facilitar a análise das informações;
III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos em 
formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina;
IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estruturação da 
informação;
9Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
V - garantir a autenticidade e a integridade das informações disponíveis 
para acesso;
VI - manter atualizadas as informações disponíveis para acesso;
VII - indicar local e instruções que permitam ao interessado comunicar-
se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou entidade detentora 
do sítio; e
VIII - adotar as medidas necessárias para garantir a acessibilidade de 
conteúdo para pessoas com deficiência, nos termos do art. 17 da Lei 
nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, e do art. 9º da Convenção 
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pelo Decreto 
Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008.
§ 4º Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil) habitantes 
ficam dispensados da divulgação obrigatória na internet a que se 
refere o § 2º, mantida a obrigatoriedade de divulgação, em tempo 
real, de informações relativas à execução orçamentária e financeira, 
nos critérios e prazos previstos no art. 73-B da Lei Complementar nº 
101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal).
De igual modo, a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para 
enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do 
coronavírus, estabelece no art. 4º §2º regra ainda mais detalhada a respeito da publicização das 
informações relativas às licitações ou dispensas destinadas ao combate à Covid.
Art. 4º [...][...]
§ 2º Todas as aquisições ou contratações realizadas com base nesta 
Lei serão disponibilizadas, no prazo máximo de 5 (cinco) dias úteis, 
contado da realização do ato, em site oficial específico na internet, 
observados, no que couber, os requisitos previstos no § 3º do art. 8º da 
Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, com o nome do contratado, 
o número de sua inscrição na Secretaria da Receita Federal do Brasil, 
o prazo contratual, o valor e o respectivo processo de aquisição ou 
contratação, além das seguintes informações: 
Publicado o edital, com observância das normas acima referidas, o interessado que tenha alguma 
objeção deve argui-la até o momento da abertura dos envelopes de habilitação, pois o artigo 41, 
§ 2º, estabelece que 
Art. 41. [...][...] § 2o Decairá do direito de impugnar os termos do edital 
de licitação perante a administração o licitante que não o fizer até o 
segundo dia útil que anteceder a abertura dos envelopes de habilitação 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L10098.htm#art17
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L10098.htm#art17
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Congresso/DLG186-2008.htm#art9
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Congresso/DLG186-2008.htm#art9
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Congresso/DLG186-2008.htm#art9
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp101.htm#art73b
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp101.htm#art73b
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/l13979.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12527.htm#art8%C2%A73
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12527.htm#art8%C2%A73
10Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
em concorrência, a abertura dos envelopes com as propostas em 
convite, tomada de preços ou concurso, ou a realização de leilão, as 
falhas ou irregularidades que viciariam esse edital, hipótese em que tal 
comunicação não terá efeito de recurso. 
A norma visa evitar o comportamento oportunista de eventual licitante que deixe transcorrer o 
procedimento da licitação sem impugnar o edital, somente o fazendo, posteriormente, quando 
as decisões da Comissão lhes sejam desfavoráveis. Por outro lado, o cidadão não participante 
do procedimento licitatório também é parte legítima para impugnar o edital em razão de 
irregularidade na aplicação da Lei, conforme dispõe o art. 41, § 1º:
Art. 41. § 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de 
licitação por irregularidade na aplicação desta Lei, devendo protocolar 
o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a abertura dos 
envelopes de habilitação, devendo a Administração julgar e responder 
à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade 
prevista no § 1o do art. 113.
A respeito dos prazos estabelecidos tanto no § 1º como no § 2º, Maria Sylvia (2000) 
tem o entendido que, apesar de ostentarem caráter ordinatório da própria atividade 
administrativa, podem e devem ser relevados quando as impugnações, mesmo 
sendo feitas fora de prazo, sejam procedentes.
Procedendo dessa forma, a Administração, forte em razões de economia processual, evitaria que 
a ilegalidade venha a ser apontada depois pelos órgãos administrativos de controle ou mesmo 
pelo Poder Judiciário. Em adendo, a professora acrescenta os seguintes fundamentos para a 
superação desse prazo diante da correção das alegações do impugnante:
Também a vinculação ao princípio da legalidade obriga a Administração 
a rever seus próprios atos quando irregularidades sejam descobertas 
por ela mesma ou por terceiros. Acresce que o cidadão, além de ter o 
direito de petição já assegurado pelo artigo 5º, XXXIV, da Constituição 
Federal, ainda pode, sem prejuízo da impugnação referida no § 1º do 
artigo 41, representar ao Tribunal de Contas ou aos órgãos integrantes 
11Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
do sistema de controle interno contra irregularidades na aplicação da 
lei (art. 113, § 1º); e ainda pode provocar a iniciativa do Ministério 
Público para os fins previstos no artigo 101.
Caso seja necessária a modificação do edital, de acordo com o art. 21, § 4º da Lei 8.666, de 
1993, a administração deverá divulgar a modificação pela mesma formaque se deu com o texto 
original, além de reabrir o prazo que foi estabelecido no início, salvo se a alteração não tiver 
afetado a formulação das propostas dos licitantes.
12Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Unidade 2 - Um pouco sobre o Sistema de Registro 
de Preços
Objetivo de aprendizagem: 
Ao término desta unidade, você será capaz de identificar os contornos normativos do 
sistema de registro de preços.
A Lei Geral de Licitações – LGL (Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993) regula nas seções III e 
V do Capítulo I, os dois principais núcleos de atuação da Administração Pública quando da 
realização de licitações, obras e serviços na primeira e compras na última.
As Compras, que são definidas no art. 6º, III da LGL como toda aquisição remunerada de bens 
para fornecimento de uma só vez ou parceladamente, devem ser entendidas como qualquer 
espécie de contrato pelo qual a Administração, mediante pagamento, adquire uma propriedade 
de bens. Essa modalidade de aquisição encontra sua específica regulamentação nos artigos 14 
a 16. Com efeito, por força das disposições contidas no art. 15 da LGL, as compras devem, 
sempre que possível:
• atender ao princípio da padronização; 
• ser processadas através de Sistema de Registro de Preços; 
• submeter-se às condições de aquisição e pagamento semelhantes às 
do setor privado; 
• ser subdivididas em parcelas que visando à economicidade; 
• balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e entidades; 
• observar a especificação completa do bem sem a indicação de marca; 
• definir as unidades e as quantidades a serem adquiridas, assim como 
a definição de guarda e armazenamento de modo a não permitir a 
deterioração do material a ser adquirido. 
Há que se destacar que, conforme dispõe o art. 15, II da LGL a adoção do Sistema de Registro 
de Preços – SRP é obrigatória, sempre que possível, em razão das inúmeras vantagens que o 
instrumento aporta para as compras públicas. Nesse sentido, Marçal Justen Filho (2014, p.255) 
e TCU destacam que:
O Sistema de Registro de Preços (SRP) é uma das mais úteis e 
interessantes alternativas de gestão de contratações colocadas à 
disposição da Administração Pública. As vantagens propiciadas pelo 
SRP até autorizam a interpretação de que sua instituição é obrigatória 
por todos os entes administrativos, não se tratando de uma mera 
escolha discricionária.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm
13Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Sistema de Registro de Preços – deve ser a regra: sempre que presente 
uma das hipóteses permissivas, processar, preferencialmente, as 
aquisições de bens por intermédio do Sistema de Registro de preços. 
TCU. Processo nº TC-575.423/96-0. Acórdão nº 56/1999 – Plenário. 
Relator: Ministro Marcos Vilaça. Brasília, DF, 2005. Diário Oficial da 
União, Brasília, DF, 27 de maio 1999.
2. De acordo com a interpretação teleológica do caput do art. 33 
da Resolução Sesc nº 1.102/2006, e tendo em conta o princípio da 
eficiência da Administração Pública, insculpido no caput do art. 37 
da CF/88, é poder-dever do Serviço Social do Comércio a utilização 
do Sistema de Registro de Preço quando estiverem presentes as 
condições para a sua implantação, estabelecidas nos incisos I, II e III do 
art. 33 da referida norma interna. AC-3493-20/10-1 Sessão: 15/06/10 
Grupo: II Classe: I Relator: Ministro WALTON ALENCAR RODRIGUES - 
Tomada e Prestação de Contas - Iniciativa Própria.
Essa adoção preferencial decorre das diversas vantagens do SRO, dentre as quais, podem ser 
referidas as listadas abaixo, extraídas de trabalho técnico referenciado no Acórdão 991/2009 
– Plenário do TCU:
• busca atender necessidade de consumo frequente;
• introdução dos conceitos modernos de logística, como o 
"Almoxarifado Virtual" e o "Just-in-Time“;
• diminuição dos custos de armazenagem e das perdas por 
perecimento;
• redução da quantidade de licitações;
• eliminação do fracionamento de despesa;
• não há obrigação para aquisição do quantitativo registrado;*
• possibilidade de maior economia de escala;*
• indicação do recurso apenas em caráter prévio ao contrato.*
14Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Por outro lado, segundo Marçal Justen Filho (2014, p. 258), as desvantagens 
do mecanismo são a perda da economia de escala, pois ao não ter assegurada 
a contratação integral dos quantitativos registrados, o fornecedor tende a ser 
mais conservador na oferta de preços mais vantajosos para Administração, a 
obsolescência dos dados – para evitar a obsolescência dos preços, o art. 9. XI 
do Decreto nº 7.892, de 2013 determina a realização periódica de pesquisa de 
mercado para comprovação da vantajosidade – e a ausência de adequação do 
objeto. Desse modo, a adoção deste instrumento deve ser avaliada em relação 
à sua compatibilidade com o objeto pretendido pela Administração, conforme 
destacado a seguir.
Compras pelo Sistema de Registro de Preços 
O Sistema de Registro de Preços previsto no art. 15 da Lei 8.666, de 1993 é regulamentado, em 
âmbito federal, pelo Decreto 7.892, de 2013, segundo o qual, a administração poderá valer-se 
do sistema de registro de preços sempre que o objeto a ser contratado se enquadrar em uma 
das seguintes hipóteses:
I - quando, pelas características do bem ou serviço, houver necessidade 
de contratações frequentes; 
II - quando for conveniente a aquisição de bens com previsão de 
entregas parceladas ou contratação de serviços remunerados por 
unidade de medida ou em regime de tarefa; 
III - quando for conveniente a aquisição de bens ou a contratação 
de serviços para atendimento a mais de um órgão ou entidade, ou a 
programas de governo; ou 
IV - quando, pela natureza do objeto, não for possível definir 
previamente o quantitativo a ser demandado pela Administração. 
A doutrina diverge a respeito da taxatividade ou não deste rol, ou seja, se o SRP somente 
poderia ser utilizado presente em uma destas situações ou não. Em razão desta discussão, 
recomenda-se atenção quanto à compatibilidade das características essenciais do SRP, ou seja, 
15Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
voltado ao atendimento das contratações frequentes da Administração e o objeto pretendido 
pela Administração no caso concreto.
Marçal Justen Filho (2014, p. 255) chegou mesmo a afirmar que “é evidente que 
somente se admite a adoção do SRP para contratações frequentes do mesmo 
objeto, relacionadas a necessidades permanentes renováveis”.
A utilização do Sistema de Registro de Preços é adequada em situações em que 
a demanda é incerta, seja em relação a sua ocorrência, seja no que concerne 
à quantidade de bens a ser demandada. Acórdão 2197/2015-Plenário, TC 
028.924/2014-2, relator Ministro Benjamin Zymler, 2.9.2015.
Do órgão gerenciador e órgãos participantes 
Quando se decide pela utilização do sistema de registro de preços, o órgão gerenciador deverá 
divulgar a Intenção de Registro de Preços (IRP), essa divulgação só poderá ser dispensada 
mediante justificativa. 
O escopo da IRP é exigir dos órgãos que registrem e divulguem os itens que serão licitados, 
a fim de verificar o interesse dos demais (que serão chamados de “órgãos participantes”) em 
integrarem a licitação com seus respectivos quantitativos, majorando, dessa forma, a capacidade 
de compra, o que, por consequência, traz economia em escala para a administração. 
Além disso, conforme dispõe o § 1º-A do art. 4º, inserido pelo Decreto nº 9.488, de 30 de 
agosto de 2018, o prazo para que os outros órgãos e entidades manifestem interesse em 
participar de IRP será de oito dias úteis, no mínimo, contado da data de divulgação da IRP no 
Portal de Compras do Governo Federal. 
O gerenciador é o responsável pela prática de todos os atos de controle, administração 
do sistema de registrode preços e todos os atos referentes à realização do procedimento 
licitatório, inclusive a formalização da Ata de Registro de Preços (ARP). 
https://contas.tcu.gov.br/juris/SvlProxyHighlight?base=ACORDAO&ano=2015&numero=2197&colegiado=P
16Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Da adesão à ata de registro de preços 
Desde que devidamente justificada a vantagem, a Ata de Registro de Preços, durante sua 
vigência, poderá ser utilizada por qualquer órgão ou entidade da administração pública federal 
que não tenha participado do certame licitatório, mediante anuência do órgão gerenciador e 
aceitação do fornecedor beneficiário da ata, essa é previsão do art. 22 do decreto. 
O edital deve prever se admitirá ou vedará a adesão à Ata de Registro de Preços por órgãos 
não participantes da licitação. 
O entendimento do Tribunal de Contas da União (TCU) é de que “a adesão prevista no art. 
22 do Decreto 7.892, de 2013 para órgão não participante (ou seja, que não participou 
dos procedimentos da licitação) é uma modalidade anômala e excepcional, e não uma 
obrigatoriedade a constar necessariamente em todos os editais e contratos de pregões para 
Sistema de Registro de Preços” (Acórdão 1.297, de 2015-P). 
A partir da vigência do Decreto nº 9.488, de 2018, a adesão a atas de registros de preços 
depende da realização de estudo, pelos órgãos e pelas entidades interessados na adesão à ata, 
que demonstre o ganho de eficiência, a viabilidade e a economicidade para a administração 
pública federal da utilização da ata de registro de preços, que deve ser divulgado no Portal de 
Compras do Governo Federal. 
Os detalhes deste estudo serão objeto de regulamentação pelo Secretário de Gestão do 
Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. 
As aquisições ou contratações estão limitadas a cem por cento (100 %) dos quantitativos dos 
itens registrados na ata para o órgão gerenciador e os órgãos participantes. 
Já as adesões estão limitadas ao quíntuplo de cada item registrado, independentemente do 
número de órgãos não participantes que aderirem. 
Após a autorização do órgão gerenciador, o órgão não participante deverá efetivar a aquisição 
ou contratação solicitada em até 90 dias, observado o prazo de vigência da ata. 
É vedada aos órgãos e entidades da administração pública federal a adesão à ata de registro de 
preços quando a licitação tiver sido realizada pela administração pública estadual, municipal 
ou do Distrito Federal e facultada a esses órgãos a adesão à ata de registro de preços da 
administração pública federal.
17Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Da ata de registro de preços 
Serão formalizadas tantas atas de registro de preços quanto forem necessárias para o registro 
de todos os itens constantes do Termo de Referência, conforme a quantidade de empresas 
vencedoras. 
O instrumento convocatório deverá definir o prazo para assinatura da Ata de Registro de 
Preços, inclusive se poderá ser prorrogado, sob pena de decair o direito à contratação, sem 
prejuízo das sanções que poderão ser aplicadas. 
A ata terá vigência máxima de 12 meses, incluídas eventuais prorrogações, conforme artigo 12 
do decreto. 
É vedado efetuar acréscimos nos quantitativos fixados pela ata de registro de preços, inclusive 
o acréscimo de que trata o §1º do art. 65 da Lei 8.666, de 1993 (acréscimo de 25% do inicial 
contratado). No entanto, o contrato decorrente da ARP poderá ser aditivado. 
A ata de registro de preços será cancelada quando o fornecedor incorrer em alguma das 
situações a seguir: 
» descumprir as condições da ata de registro de preços; 
» não retirar a nota de empenho ou instrumento equivalente no prazo estabelecido pela 
administração, sem justificativa aceitável; 
» não aceitar reduzir o seu preço registrado, na hipótese deste se tornar superior àqueles 
praticados no mercado; ou 
» sofrer sanção administrativa cujo efeito torne-o proibido de celebrar contrato 
administrativo, alcançando o órgão gerenciador e órgão participante. 
O cancelamento do registro de preços também poderá se dar por fato superveniente, 
decorrente de caso fortuito ou força maior, por razão de interesse público ou a pedido do 
fornecedor, devidamente comprovado e motivado.
Da formação do cadastro de reserva 
O cadastro de reserva a que se refere o §1º do art. 11 do Decreto 7.892, de 2013 tem por 
objetivo registrar os licitantes que aceitarem cotar preços iguais ao do licitante vencedor, 
sendo útil no caso de exclusão da primeira colocada da ata. 
As condições de habilitação do licitante e o cumprimento, pela proposta, das exigências do 
Termo de Referência serão analisadas quando da convocação do licitante cadastrado. 
18Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Dos preços 
A administração deverá negociar os preços registrados na ata quando houver redução dos 
preços praticados no mercado ou elevação dos custos dos serviços ou bens registrados. 
O órgão gerenciador deve buscar pela contratação mais vantajosa para a administração, 
portanto, se o valor registrado se tornar superior ao praticado no mercado, o fornecedor deve 
ser convocado para negociação dos preços registrados. Nesse caso, o fornecedor será liberado 
do compromisso assumido, sem qualquer processo de apuração de responsabilidade. 
Quando o fornecedor não puder manter o compromisso em decorrência do valor registrado 
estar abaixo do preço de mercado, deverá comunicar tal fato a administração tão logo seja 
constatado, apresentando os devidos comprovantes. Caso isso ocorra antes de qualquer 
pedido referente a item registrado, a administração poderá liberá-lo do compromisso assumido 
e convocar os demais fornecedores do cadastro de reserva. 
O TCU já decidiu: 
9.9. determinar à Secretaria de Tecnologia da Informação do Ministério do 
Planejamento, Desenvolvimento e Gestão que, no prazo de trinta dias, oriente os 
órgãos e entidades sob sua supervisão que: [...] 9.9.2. em licitações pelo Sistema 
de Registro de Preços deve ser computado o valor previsto das adesões de órgãos 
e entidades não participantes (adesões tardias) para aferição do limite que torna 
obrigatória a realização de audiência pública, disposta na Lei 8.666, de 1993, art. 
39, caput; Acórdão nº 248/2017 - TCU - Plenário. 
A utilização do Sistema de Registro de Preços (SRP) é possível, nos termos do art. 3º, 
inciso II, do Decreto 7.892, de 2013, quando for conveniente para a Administração 
contratante realizar várias aquisições do objeto licitado (entrega parcelada dos 
produtos), o que não se confunde com aquisições em que são demandadas partes 
do objeto licitado (entrega de parcelas do produto), situação não albergada na 
legislação de regência. Acórdão 125/2016 Plenário. 
19Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
9.8. dar ciência ao Hospital Federal dos Servidores do Estado de que: [...] 9.8.4. a 
aquisição de itens por meio de adesão a ata de registro de preços de outras unidades 
gestoras devem ser precedida da demonstração da vantajosidade econômica, nos 
termos do art. 22, caput, do Decreto 7.892, de 2013; Acórdão nº 375/2017 - TCU 
- Plenário. 
1.7. Dar ciência ao Laboratório Nacional Agropecuário no Rio Grande do Sul - 
Lanagro/RS sobre as seguintes impropriedades: [...] 1.7.2. não realização da devida 
pesquisa de mercado visando a comprovar a vantagem das contratações quando 
da adesão a ata de registros de preços de outros órgãos/unidades da administração 
pública, não se atendendo, assim, ao exigido pelo caput do art. 22 do Decreto 
7.892, de 23 de janeiro de 2013; Acórdão nº 1566/2017 - TCU - 1ª Câmara. 
Ementa: o TCU deu ciência ao TRT-10 acerca das seguintes impropriedades 
constatadas no Pregão Eletrônico 111/2014, quais sejam: [...]; b) adoção do Sistema 
de Registro de Preços para certame cuja contratação dele decorrente dar-se-ia em 
contrato único e abarcando a totalidade do seu objeto, em contrariedade ao art. 2°, 
inciso I, do Decreto nº 7.892, de 2013, e aos Acórdãos nºs113/2014-P e 757/2015-
P; (itens 9.2.1 a 9.2.3, TC011.993/2015-4, Acórdão nº 119/2016-Plenário). 
Ementa: o TCU deu ciência ao Distrito Sanitário Especial Indígena de Mato Grosso 
do Sul sobre falha identificada no pregão eletrônico SRP 16/2016 caracterizada 
pela falta de fundamentação devidamente motivada para a adoção do sistema 
de registro de preços, inclusive ausência de justificativas para: não realização do 
procedimento de intenção de registro de preços (art. 4º do Decreto nº 7.892/2013 
e item 9.3.3 do Acórdão nº 1.793, de 2011-P); opção de adjudicação em lote único, 
em vez da adoção da regra geral de adjudicação por item (arts. 3º, § 1º, inciso I, 15, 
inciso IV, e 23, §§ 1º e 2º, da Lei nº 8.666, de 1993, e Acórdãos nºs 529-P, 1.592-
P, 1.913-P, 2.695-P e 2.796, de 2013-P); enquadramento em uma das hipóteses 
autorizadoras regulamentares (art. 3º do Decreto nº 7.892, de 2013 e Acórdãos nºs 
113-P e 1.737, de 2012-P); e previsão no edital da possibilidade de adesão à ata 
por órgãos ou entidades não participantes (art. 9º, inciso III, “in fine”, do Decreto 
nº 7.892, de 2013, e Acórdão nº 757/2015-P) (item 9.2.1, TC-023.837/2016-0, 
Acórdão nº 2.842/2016-Plenário). 
Ementa: determinação à FIOCRUZ para que se abstenha de autorizar a adesão à ata 
de registro de preços para aquisição separada de itens de objeto adjudicado por 
preço global para os quais a licitante vencedora não tenha apresentado o menor 
preço, assim como a autorização de caronas a órgãos não participantes, sem que 
estes obedeçam aos critérios estabelecidos (item 9.3, TC-024.555/2016-9, Acórdão 
nº 3.081/2016-Plenário). 
20Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Ementa: determinação à Superintendência de Administração do Ministério 
da Fazenda em São Paulo (SAMF/SP) para que, em obediência ao critério de 
aceitabilidade por preço global, estatuído no item 1.3 do edital do Pregão Eletrônico 
SRP 22/2015, restrinja, quanto aos itens 5 e 6 do certame, a utilização da ata de 
registro de preços dele decorrente aos órgãos gerenciador e participantes e às 
quantidades originalmente previstas no instrumento convocatório, uma vez que 
a empresa vencedora não foi a que ofertou a melhor proposta para o item 5 e 
que o item 6 não pode ser contratado sem que o item 5 assim o seja (letra “c”, TC-
033.776/2015-6, Acórdão nº 11/2016-Plenário). 
Ementa: o TCU solicitou que fossem apresentadas as razões de justificativa por 
irregularidade observada no Pregão Eletrônico/FUNASA nº 1/2015, quando da 
elaboração do respectivo termo de referência, o qual continha cláusula restritiva 
da competitividade, sem a devida justificativa (o que afronta o art. 3º, “caput”, e § 
1º, II, da Lei nº 8.666, de 1993), caracterizada pela indevida inclusão em um único 
grupo, para adjudicação em conjunto, dos serviços de “outsourcing” de impressão 
e dos serviços de plotagem, sem a demonstração da vantagem dessa opção diante 
da perda de competição que ela acarreta, infringindo o art. 23, § 1º, da Lei nº 8.666, 
de 1993, e a Súmula/TCU nº 247 (item 9.4.1.3, TC-003.377/2015-6, Acórdão nº 
1.297/2015-Plenário).
21Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Unidade 3 - Padronização de minutas de editais e 
contratos - Projeto AGU
Objetivo de aprendizagem: 
Ao término desta unidade, você será capaz de diferenciar as minutas padronizadas da 
AGU, reconhecendo a utilidade da ferramenta.
No vídeo a seguir, daremos destaque ao projeto desenvolvido pela Advocacia-Geral da União 
que uniformiza as minutas de edital e demais anexos das modalidades mais comuns utilizadas 
pela administração, o que confere maior agilidade e segurança para as contratações públicas.
Projeto AGU - padronização de minutas de editais e contratos
Fonte: Barral (2020).
Duração: 3min49..
A respeito da utilização de minutas padronizadas, o Tribunal de Contas da União, em seu 
Manual de Licitações e Contratos – Orientações e Jurisprudência do TCU - 4ª edição – página 
270, entendeu que: 
É permitida a utilização de modelos padronizados de editais e de contratos 
previamente submetidos à análise da área jurídica do órgão ou entidade 
contratante. Nesses modelos, o gestor limita-se a preencher dados específicos 
da contratação, sem alterar quaisquer condições ou cláusulas anteriormente 
examinadas. 
Além disso, no Acórdão 1504/2005 – TCU – Plenário, o Ministro Relator assim se manifestou 
sobre o assunto: 
A padronização de procedimentos que se repetem rotineiramente é 
um meio salutar de a Administração desincumbir-se de tarefas que, 
numericamente significativas, na essência referem-se sempre aos 
mesmos atos administrativos. Sua adoção é desejável na medida 
em que libera recursos humanos e materiais para serem utilizados 
naquelas ações que impõem atuação individualizada. A repetição de 
procedimentos licitatórios que tenham o mesmo objeto e que guardem 
proporção em relação às quantidades enquadra-se nessa hipótese. 
Vídeo
https://cdn.evg.gov.br/cursos/431_EVG/videos/modulo01_video03.mp4
22Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Assim, admitindo-se a existência de procedimentos licitatórios idênticos tanto em relação 
ao objeto quanto em relação às quantidades ou, então, quanto à modalidade licitatória, a 
utilização de minutas-padrão não fere o dispositivo legal, que impõe a prévia manifestação da 
assessoria jurídica sobre a regularidade das minutas dos editais e dos contratos. Aliás, sobre 
esse aspecto – responsabilidade da assessoria jurídica – Marçal Justen Filho – In: Comentários 
à lei de licitações e contratos administrativos. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014. p. 370 
afirma, in verbis: 
Ao examinar e aprovar os atos da licitação, a assessoria jurídica 
assume responsabilidade pessoal solidária pelo que foi praticado. Ou 
seja, a manifestação acerca da validade do edital e dos instrumentos 
de contratação associa o emitente do parecer ao autor dos atos. Há 
dever de ofício de manifestar-se pela invalidade, quando os atos 
contenham defeitos. Não é possível os integrantes da assessoria 
jurídica pretenderem escapar aos efeitos da responsabilização pessoal, 
quando tiverem atuado defeituosamente no cumprimento de seus 
deveres: se havia defeito jurídico, tinham o dever de apontá-lo. 
A afirmativa se mantém inclusive em face de questões duvidosas ou controvertidas. Havendo 
discordância doutrinária ou jurisprudencial acerca de certos temas, a assessoria jurídica 
tem o dever de consignar essas variações, para possibilitar às autoridades executivas pleno 
conhecimento dos riscos de determinadas ações.
Dessa forma, ao aprovar minutas-padrão de editais e/ou contratos, a assessoria jurídica 
mantém sua responsabilidade normativa sobre procedimentos licitatórios em que tenham 
sido utilizadas. Ao gestor caberá a responsabilidade da verificação da conformidade entre a 
licitação que pretende realizar e a minuta-padrão previamente examinada e aprovada pela 
assessoria jurídica. 
Por prudência, havendo dúvida da perfeita identidade, deve-se requerer a manifestação da 
assessoria jurídica, em vista das peculiaridades de cada caso concreto. 
A despeito de haver decisões do TCU que determinam a atuação da assessoria jurídica em cada 
procedimento licitatório, o texto legal – parágrafo único do art. 38 da Lei nº 8.666/1993 – não 
é expresso quanto a essa obrigatoriedade. Assim, a utilização de minutas-padrão, guardadas 
as necessárias cautelas, em que, como assevera o recorrente, limita-se ao preenchimento 
das quantidades de bens e serviços, unidades favorecidas, local de entrega dos bens ou 
prestação dos serviços, sem alterar qualquer das Cláusulas desses instrumentos previamente 
examinados pela assessoria jurídica, atende aos princípios da legalidade e da eficiência e da 
proporcionalidade. (Acórdão 1504/2005 - Plenário - Voto do Ministro Relator, grifou-se). 
23Enap Fundação Escola Nacional de AdministraçãoPública
O TCU já decidiu: 
1.6. Medida: dar ciência ao IFMG acerca da seguinte falha constatada no âmbito 
do Pregão Eletrônico 2/2017: elaboração de edital a partir de edital-modelo, o qual 
continha dispositivos que não se aplicavam ao certame em tela e que, portanto, 
deveriam ter sido retirados ao elaborar o instrumento convocatório, de modo a 
não dar ensejo a interpretações equivocadas, como a que ensejou impugnação 
administrativa e esse processo de representação. Acórdão nº 677/2017 - TCU - 
Plenário.
Este curso foi estruturado com base nas minutas-padrão da AGU para compras por SRP e 
serviços continuados com dedicação exclusiva de mão de obra, para a modalidade pregão 
eletrônico, em consonância com a exigência contida na IN 05/2017. 
Porém, como alerta a AGU, esses modelos são meros pontos de partida para a confecção de 
minutas de editais e anexos do seu órgão, que servem ao mesmo tempo como uma referência 
para auxiliar na regularidade dos textos finais, bem como conferir segurança e celeridade da 
análise jurídica. Isso não deve, entretanto, impedir o órgão de adotar boas práticas, cláusulas 
específicas ou regras atinentes ao objeto específico que se pretende licitar. São essas questões 
que serão discutidas neste curso.
24Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Referências 
BRASIL. Decreto nº 7.892, de 23 de janeiro de 2013. Regulamenta o Sistema de Registro de 
Preços previsto no art. 15 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/decreto/d7892.htm.
BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição 
Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras 
providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm. 
BRASIL. Manual de redação da Presidência da República. Coord. Gilmar Ferreira Mendes e 
Nestor José Foster Júnior et al. 3. ed. Brasília, DF: Presidência da República, 2018. 
JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. São Paulo: 
Revista dos Tribunais, 2014.
MEIRELLES, Hely Lopes; ALEIXO, Décio Balestero; BURLE FILHO, José Emmanuel. Direito 
administrativo brasileiro. Até a emenda constitucional 76, de 28/11/2013. 40. ed. São Paulo: 
Malheiros, 2013.
PIETRO, Maria Sylvia Zanella di. Direito Administrativo. 12. ed. Brasília: Atlas, 2000.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/decreto/d7892.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/decreto/d7892.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm
	Unidade 1 - Edital: o instrumento convocatório
	Referências 
	Unidade 3 - Padronização de minutas de editais e contratos - Projeto AGU
	Dos preços 
	Da formação do cadastro de reserva 
	Da ata de registro de preços 
	Da adesão à ata de registro de preços 
	Do órgão gerenciador e órgãos participantes 
	Compras pelo Sistema de Registro de Preços 
	Unidade 2 - Um pouco sobre o Sistema de Registro de Preços
	O que é edital?

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