Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Elaboração de Editais para Aquisições no Setor Público Aspectos gerais sobre contratação pública1 M ód ul o 2Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Enap, 2021 Enap Escola Nacional de Administração Pública Diretoria de Educação Continuada SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF Fundação Escola Nacional de Administração Pública Equipe responsável Daniel de Andrade Oliveira Barral (Conteudista, 2021) Diretoria de Desenvolvimento Profissional Curso produzido em Brasília 2021. Desenvolvimento do curso realizado por meio de parceria entre Enap e Funape. 3Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 1 - Edital: o instrumento convocatório ................................ 5 O que é edital? .................................................................................... 5 Unidade 2 - Um pouco sobre o Sistema de Registro de Preços ........ 12 Compras pelo Sistema de Registro de Preços ................................... 14 Do órgão gerenciador e órgãos participantes ..................................... 15 Da adesão à ata de registro de preços ................................................ 16 Da ata de registro de preços ............................................................... 17 Da formação do cadastro de reserva .................................................. 17 Dos preços .......................................................................................... 18 Unidade 3 - Padronização de minutas de editais e contratos - Projeto AGU ............................................................................................... 21 Referências ..................................................................................... 24 Sumário 4Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Olá! Desejamos boas-vindas Ao Módulo 1 do Curso: Elaboração de Editais para Aquisições no Setor Público. Neste módulo 1: Aspectos gerais sobre contratação pública, abordaremos os seguintes: • Unidade 1 - Edital: o instrumento convocatório; • Unidade 2 - Um pouco sobre o Sistema de Registro de Preços; • Unidade 3 - Padronização de minutas de editais e contratos. Desejamos um excelente estudo! 5Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública M ód ul o Aspectos gerais sobre contratação pública1 Unidade 1 - Edital: o instrumento convocatório Objetivo de aprendizagem: Ao fim desta unidade, você será capaz de reconhecer os contornos jurídicos do instrumento jurídico em estudo e as possibilidades de aplicação das melhores práticas encontradas no setor público. Apresentação Fonte: Barral (2020). Duração: 3min11. O que é edital? Nesta unidade, apresentaremos um vídeo que aborda os elementos essenciais para o entendimento da natureza jurídica do edital de licitação e suas principais características de acordo com a Lei Geral de Licitações, a Lei n° 8.666, de 21 de junho de 1993. O que é edital? Fonte: Barral (2020). Duração: 4min06. O edital deve reunir e apresentar, de maneira organizada e coerente, todas as decisões tomadas pelo órgão promotor do certame na fase de planejamento, em linguagem clara e despojada de termos técnicos desnecessários ou de regras dúbias e de difícil interpretação. É que conforme dispõe o Manual de Redação da Presidência da República (BRASIL, 2018), a redação oficial de todos os atos administrativos deve ser marcada pelos atributos da clareza e precisão, objetividade, concisão, coesão e coerência, impessoalidade, formalidade, padronização e uso da norma padrão da língua portuguesa. Vídeo Vídeo Vídeo https://cdn.evg.gov.br/cursos/431_EVG/videos/modulo01_video01.mp4 https://cdn.evg.gov.br/cursos/431_EVG/videos/modulo01_video02.mp4 http://www4.planalto.gov.br/centrodeestudos/assuntos/manual-de-redacao-da-presidencia-da-republica/manual-de-redacao.pdf 6Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Esses atributos buscam garantir que o ato administrativo atinja sua finalidade, que, no caso do edital, é comunicar com clareza as regras para a participação do certame que ele regula e, diante da coerência das suas disposições, inspirar a confiança necessária para garantir o direito de justa e equânime participação de todos quantos atendam às condições estipuladas para a participação. Em síntese, o edital é o ato pelo qual a Administração faz uma oferta de contrato a todos os interessados que atendam às exigências nele estabelecidas. É costume dizer que o edital é a lei da licitação, conforme já definiu Hely Lopes Meirelles (2013); mas, como acertadamente aponta Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2000) é preferível dizer que o edital é a lei da licitação e do contrato, pois as suas disposições devem ser rigorosamente cumpridas, sob pena de nulidade em razão da aplicação do princípio da vinculação ao instrumento convocatório, previsto nos artigos 3º e 41, caput, ambos da Lei nº 8.666, de 1993. Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos (grifos nossos). [...][...] Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada. Em nossa opinião, as previsões contidas nos artigos 40, §2o, III e 62, §1 ambos da Lei nº 8.666, de 1993, confirmam o acerto desta posição (de que o edital é a lei da licitação e do contrato), ao estabelecer que a minuta do contrato a ser firmado é parte integrante do edital como anexo obrigatório, disposição reforçada pelo segundo dispositivo ora citado. Ademais, o art. 40, que indica o conteúdo obrigatório 7Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública do edital, estabelece regras voltadas à relação contratual, como critérios de reajuste. Assim, é acertado afirmar que a força vinculante do edital não se limita à fase de seleção, mas abrange também a fase de execução contratual. Cumpridas as formalidades legais quanto aos conteúdos obrigatórios, e estando os atos administrativos relativos à fase de planejamento devidamente instruídos e aprovados pela autoridade competente, o edital deve ser publicado em conformidade com as disposições do art. 21 da Lei 8666, de 1993. Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição interessada, deverão ser publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez: I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidas por instituições federais; II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar, respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal; III - em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de circulação no Município ou na região onde será realizada a obra, prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a área de competição. § 1º O aviso publicado conterá a indicação do local em que os interessados poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as informações sobre a licitação. [...][...] § 3º Os prazos estabelecidos no parágrafo anteriorserão contados a partir da última publicação do edital resumido ou da expedição do convite, ou ainda da efetiva disponibilidade do edital ou do convite e respectivos anexos, prevalecendo a data que ocorrer mais tarde. 8Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública § 4º Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas. Além das exigências contidas no artigo 21 da Lei 8666, de 1993, e em razão da evolução tecnológica, a publicação do Edital deve estar disponível em local de fácil acesso na internet, conforme dispõe o artigo 8º, § 1º, IV da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011: Art. 8º É dever dos órgãos e entidades públicas promover, independentemente de requerimentos, a divulgação em local de fácil acesso, no âmbito de suas competências, de informações de interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas. § 1º Na divulgação das informações a que se refere o caput, deverão constar, no mínimo: [...][...] IV - informações concernentes a procedimentos licitatórios, inclusive os respectivos editais e resultados, bem como a todos os contratos celebrados; [...][...] § 2º Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e entidades públicas deverão utilizar todos os meios e instrumentos legítimos de que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios oficiais da rede mundial de computadores (internet). § 3º Os sítios de que trata o § 2º deverão, na forma de regulamento, atender, entre outros, aos seguintes requisitos: I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o acesso à informação de forma objetiva, transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão; II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como planilhas e texto, de modo a facilitar a análise das informações; III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos em formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina; IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estruturação da informação; 9Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública V - garantir a autenticidade e a integridade das informações disponíveis para acesso; VI - manter atualizadas as informações disponíveis para acesso; VII - indicar local e instruções que permitam ao interessado comunicar- se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou entidade detentora do sítio; e VIII - adotar as medidas necessárias para garantir a acessibilidade de conteúdo para pessoas com deficiência, nos termos do art. 17 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, e do art. 9º da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pelo Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008. § 4º Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil) habitantes ficam dispensados da divulgação obrigatória na internet a que se refere o § 2º, mantida a obrigatoriedade de divulgação, em tempo real, de informações relativas à execução orçamentária e financeira, nos critérios e prazos previstos no art. 73-B da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal). De igual modo, a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus, estabelece no art. 4º §2º regra ainda mais detalhada a respeito da publicização das informações relativas às licitações ou dispensas destinadas ao combate à Covid. Art. 4º [...][...] § 2º Todas as aquisições ou contratações realizadas com base nesta Lei serão disponibilizadas, no prazo máximo de 5 (cinco) dias úteis, contado da realização do ato, em site oficial específico na internet, observados, no que couber, os requisitos previstos no § 3º do art. 8º da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, com o nome do contratado, o número de sua inscrição na Secretaria da Receita Federal do Brasil, o prazo contratual, o valor e o respectivo processo de aquisição ou contratação, além das seguintes informações: Publicado o edital, com observância das normas acima referidas, o interessado que tenha alguma objeção deve argui-la até o momento da abertura dos envelopes de habilitação, pois o artigo 41, § 2º, estabelece que Art. 41. [...][...] § 2o Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação perante a administração o licitante que não o fizer até o segundo dia útil que anteceder a abertura dos envelopes de habilitação http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L10098.htm#art17 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L10098.htm#art17 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Congresso/DLG186-2008.htm#art9 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Congresso/DLG186-2008.htm#art9 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Congresso/DLG186-2008.htm#art9 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp101.htm#art73b http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp101.htm#art73b http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/l13979.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12527.htm#art8%C2%A73 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12527.htm#art8%C2%A73 10Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública em concorrência, a abertura dos envelopes com as propostas em convite, tomada de preços ou concurso, ou a realização de leilão, as falhas ou irregularidades que viciariam esse edital, hipótese em que tal comunicação não terá efeito de recurso. A norma visa evitar o comportamento oportunista de eventual licitante que deixe transcorrer o procedimento da licitação sem impugnar o edital, somente o fazendo, posteriormente, quando as decisões da Comissão lhes sejam desfavoráveis. Por outro lado, o cidadão não participante do procedimento licitatório também é parte legítima para impugnar o edital em razão de irregularidade na aplicação da Lei, conforme dispõe o art. 41, § 1º: Art. 41. § 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade na aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação, devendo a Administração julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no § 1o do art. 113. A respeito dos prazos estabelecidos tanto no § 1º como no § 2º, Maria Sylvia (2000) tem o entendido que, apesar de ostentarem caráter ordinatório da própria atividade administrativa, podem e devem ser relevados quando as impugnações, mesmo sendo feitas fora de prazo, sejam procedentes. Procedendo dessa forma, a Administração, forte em razões de economia processual, evitaria que a ilegalidade venha a ser apontada depois pelos órgãos administrativos de controle ou mesmo pelo Poder Judiciário. Em adendo, a professora acrescenta os seguintes fundamentos para a superação desse prazo diante da correção das alegações do impugnante: Também a vinculação ao princípio da legalidade obriga a Administração a rever seus próprios atos quando irregularidades sejam descobertas por ela mesma ou por terceiros. Acresce que o cidadão, além de ter o direito de petição já assegurado pelo artigo 5º, XXXIV, da Constituição Federal, ainda pode, sem prejuízo da impugnação referida no § 1º do artigo 41, representar ao Tribunal de Contas ou aos órgãos integrantes 11Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública do sistema de controle interno contra irregularidades na aplicação da lei (art. 113, § 1º); e ainda pode provocar a iniciativa do Ministério Público para os fins previstos no artigo 101. Caso seja necessária a modificação do edital, de acordo com o art. 21, § 4º da Lei 8.666, de 1993, a administração deverá divulgar a modificação pela mesma formaque se deu com o texto original, além de reabrir o prazo que foi estabelecido no início, salvo se a alteração não tiver afetado a formulação das propostas dos licitantes. 12Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 2 - Um pouco sobre o Sistema de Registro de Preços Objetivo de aprendizagem: Ao término desta unidade, você será capaz de identificar os contornos normativos do sistema de registro de preços. A Lei Geral de Licitações – LGL (Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993) regula nas seções III e V do Capítulo I, os dois principais núcleos de atuação da Administração Pública quando da realização de licitações, obras e serviços na primeira e compras na última. As Compras, que são definidas no art. 6º, III da LGL como toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou parceladamente, devem ser entendidas como qualquer espécie de contrato pelo qual a Administração, mediante pagamento, adquire uma propriedade de bens. Essa modalidade de aquisição encontra sua específica regulamentação nos artigos 14 a 16. Com efeito, por força das disposições contidas no art. 15 da LGL, as compras devem, sempre que possível: • atender ao princípio da padronização; • ser processadas através de Sistema de Registro de Preços; • submeter-se às condições de aquisição e pagamento semelhantes às do setor privado; • ser subdivididas em parcelas que visando à economicidade; • balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e entidades; • observar a especificação completa do bem sem a indicação de marca; • definir as unidades e as quantidades a serem adquiridas, assim como a definição de guarda e armazenamento de modo a não permitir a deterioração do material a ser adquirido. Há que se destacar que, conforme dispõe o art. 15, II da LGL a adoção do Sistema de Registro de Preços – SRP é obrigatória, sempre que possível, em razão das inúmeras vantagens que o instrumento aporta para as compras públicas. Nesse sentido, Marçal Justen Filho (2014, p.255) e TCU destacam que: O Sistema de Registro de Preços (SRP) é uma das mais úteis e interessantes alternativas de gestão de contratações colocadas à disposição da Administração Pública. As vantagens propiciadas pelo SRP até autorizam a interpretação de que sua instituição é obrigatória por todos os entes administrativos, não se tratando de uma mera escolha discricionária. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm 13Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Sistema de Registro de Preços – deve ser a regra: sempre que presente uma das hipóteses permissivas, processar, preferencialmente, as aquisições de bens por intermédio do Sistema de Registro de preços. TCU. Processo nº TC-575.423/96-0. Acórdão nº 56/1999 – Plenário. Relator: Ministro Marcos Vilaça. Brasília, DF, 2005. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 27 de maio 1999. 2. De acordo com a interpretação teleológica do caput do art. 33 da Resolução Sesc nº 1.102/2006, e tendo em conta o princípio da eficiência da Administração Pública, insculpido no caput do art. 37 da CF/88, é poder-dever do Serviço Social do Comércio a utilização do Sistema de Registro de Preço quando estiverem presentes as condições para a sua implantação, estabelecidas nos incisos I, II e III do art. 33 da referida norma interna. AC-3493-20/10-1 Sessão: 15/06/10 Grupo: II Classe: I Relator: Ministro WALTON ALENCAR RODRIGUES - Tomada e Prestação de Contas - Iniciativa Própria. Essa adoção preferencial decorre das diversas vantagens do SRO, dentre as quais, podem ser referidas as listadas abaixo, extraídas de trabalho técnico referenciado no Acórdão 991/2009 – Plenário do TCU: • busca atender necessidade de consumo frequente; • introdução dos conceitos modernos de logística, como o "Almoxarifado Virtual" e o "Just-in-Time“; • diminuição dos custos de armazenagem e das perdas por perecimento; • redução da quantidade de licitações; • eliminação do fracionamento de despesa; • não há obrigação para aquisição do quantitativo registrado;* • possibilidade de maior economia de escala;* • indicação do recurso apenas em caráter prévio ao contrato.* 14Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Por outro lado, segundo Marçal Justen Filho (2014, p. 258), as desvantagens do mecanismo são a perda da economia de escala, pois ao não ter assegurada a contratação integral dos quantitativos registrados, o fornecedor tende a ser mais conservador na oferta de preços mais vantajosos para Administração, a obsolescência dos dados – para evitar a obsolescência dos preços, o art. 9. XI do Decreto nº 7.892, de 2013 determina a realização periódica de pesquisa de mercado para comprovação da vantajosidade – e a ausência de adequação do objeto. Desse modo, a adoção deste instrumento deve ser avaliada em relação à sua compatibilidade com o objeto pretendido pela Administração, conforme destacado a seguir. Compras pelo Sistema de Registro de Preços O Sistema de Registro de Preços previsto no art. 15 da Lei 8.666, de 1993 é regulamentado, em âmbito federal, pelo Decreto 7.892, de 2013, segundo o qual, a administração poderá valer-se do sistema de registro de preços sempre que o objeto a ser contratado se enquadrar em uma das seguintes hipóteses: I - quando, pelas características do bem ou serviço, houver necessidade de contratações frequentes; II - quando for conveniente a aquisição de bens com previsão de entregas parceladas ou contratação de serviços remunerados por unidade de medida ou em regime de tarefa; III - quando for conveniente a aquisição de bens ou a contratação de serviços para atendimento a mais de um órgão ou entidade, ou a programas de governo; ou IV - quando, pela natureza do objeto, não for possível definir previamente o quantitativo a ser demandado pela Administração. A doutrina diverge a respeito da taxatividade ou não deste rol, ou seja, se o SRP somente poderia ser utilizado presente em uma destas situações ou não. Em razão desta discussão, recomenda-se atenção quanto à compatibilidade das características essenciais do SRP, ou seja, 15Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública voltado ao atendimento das contratações frequentes da Administração e o objeto pretendido pela Administração no caso concreto. Marçal Justen Filho (2014, p. 255) chegou mesmo a afirmar que “é evidente que somente se admite a adoção do SRP para contratações frequentes do mesmo objeto, relacionadas a necessidades permanentes renováveis”. A utilização do Sistema de Registro de Preços é adequada em situações em que a demanda é incerta, seja em relação a sua ocorrência, seja no que concerne à quantidade de bens a ser demandada. Acórdão 2197/2015-Plenário, TC 028.924/2014-2, relator Ministro Benjamin Zymler, 2.9.2015. Do órgão gerenciador e órgãos participantes Quando se decide pela utilização do sistema de registro de preços, o órgão gerenciador deverá divulgar a Intenção de Registro de Preços (IRP), essa divulgação só poderá ser dispensada mediante justificativa. O escopo da IRP é exigir dos órgãos que registrem e divulguem os itens que serão licitados, a fim de verificar o interesse dos demais (que serão chamados de “órgãos participantes”) em integrarem a licitação com seus respectivos quantitativos, majorando, dessa forma, a capacidade de compra, o que, por consequência, traz economia em escala para a administração. Além disso, conforme dispõe o § 1º-A do art. 4º, inserido pelo Decreto nº 9.488, de 30 de agosto de 2018, o prazo para que os outros órgãos e entidades manifestem interesse em participar de IRP será de oito dias úteis, no mínimo, contado da data de divulgação da IRP no Portal de Compras do Governo Federal. O gerenciador é o responsável pela prática de todos os atos de controle, administração do sistema de registrode preços e todos os atos referentes à realização do procedimento licitatório, inclusive a formalização da Ata de Registro de Preços (ARP). https://contas.tcu.gov.br/juris/SvlProxyHighlight?base=ACORDAO&ano=2015&numero=2197&colegiado=P 16Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Da adesão à ata de registro de preços Desde que devidamente justificada a vantagem, a Ata de Registro de Preços, durante sua vigência, poderá ser utilizada por qualquer órgão ou entidade da administração pública federal que não tenha participado do certame licitatório, mediante anuência do órgão gerenciador e aceitação do fornecedor beneficiário da ata, essa é previsão do art. 22 do decreto. O edital deve prever se admitirá ou vedará a adesão à Ata de Registro de Preços por órgãos não participantes da licitação. O entendimento do Tribunal de Contas da União (TCU) é de que “a adesão prevista no art. 22 do Decreto 7.892, de 2013 para órgão não participante (ou seja, que não participou dos procedimentos da licitação) é uma modalidade anômala e excepcional, e não uma obrigatoriedade a constar necessariamente em todos os editais e contratos de pregões para Sistema de Registro de Preços” (Acórdão 1.297, de 2015-P). A partir da vigência do Decreto nº 9.488, de 2018, a adesão a atas de registros de preços depende da realização de estudo, pelos órgãos e pelas entidades interessados na adesão à ata, que demonstre o ganho de eficiência, a viabilidade e a economicidade para a administração pública federal da utilização da ata de registro de preços, que deve ser divulgado no Portal de Compras do Governo Federal. Os detalhes deste estudo serão objeto de regulamentação pelo Secretário de Gestão do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. As aquisições ou contratações estão limitadas a cem por cento (100 %) dos quantitativos dos itens registrados na ata para o órgão gerenciador e os órgãos participantes. Já as adesões estão limitadas ao quíntuplo de cada item registrado, independentemente do número de órgãos não participantes que aderirem. Após a autorização do órgão gerenciador, o órgão não participante deverá efetivar a aquisição ou contratação solicitada em até 90 dias, observado o prazo de vigência da ata. É vedada aos órgãos e entidades da administração pública federal a adesão à ata de registro de preços quando a licitação tiver sido realizada pela administração pública estadual, municipal ou do Distrito Federal e facultada a esses órgãos a adesão à ata de registro de preços da administração pública federal. 17Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Da ata de registro de preços Serão formalizadas tantas atas de registro de preços quanto forem necessárias para o registro de todos os itens constantes do Termo de Referência, conforme a quantidade de empresas vencedoras. O instrumento convocatório deverá definir o prazo para assinatura da Ata de Registro de Preços, inclusive se poderá ser prorrogado, sob pena de decair o direito à contratação, sem prejuízo das sanções que poderão ser aplicadas. A ata terá vigência máxima de 12 meses, incluídas eventuais prorrogações, conforme artigo 12 do decreto. É vedado efetuar acréscimos nos quantitativos fixados pela ata de registro de preços, inclusive o acréscimo de que trata o §1º do art. 65 da Lei 8.666, de 1993 (acréscimo de 25% do inicial contratado). No entanto, o contrato decorrente da ARP poderá ser aditivado. A ata de registro de preços será cancelada quando o fornecedor incorrer em alguma das situações a seguir: » descumprir as condições da ata de registro de preços; » não retirar a nota de empenho ou instrumento equivalente no prazo estabelecido pela administração, sem justificativa aceitável; » não aceitar reduzir o seu preço registrado, na hipótese deste se tornar superior àqueles praticados no mercado; ou » sofrer sanção administrativa cujo efeito torne-o proibido de celebrar contrato administrativo, alcançando o órgão gerenciador e órgão participante. O cancelamento do registro de preços também poderá se dar por fato superveniente, decorrente de caso fortuito ou força maior, por razão de interesse público ou a pedido do fornecedor, devidamente comprovado e motivado. Da formação do cadastro de reserva O cadastro de reserva a que se refere o §1º do art. 11 do Decreto 7.892, de 2013 tem por objetivo registrar os licitantes que aceitarem cotar preços iguais ao do licitante vencedor, sendo útil no caso de exclusão da primeira colocada da ata. As condições de habilitação do licitante e o cumprimento, pela proposta, das exigências do Termo de Referência serão analisadas quando da convocação do licitante cadastrado. 18Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Dos preços A administração deverá negociar os preços registrados na ata quando houver redução dos preços praticados no mercado ou elevação dos custos dos serviços ou bens registrados. O órgão gerenciador deve buscar pela contratação mais vantajosa para a administração, portanto, se o valor registrado se tornar superior ao praticado no mercado, o fornecedor deve ser convocado para negociação dos preços registrados. Nesse caso, o fornecedor será liberado do compromisso assumido, sem qualquer processo de apuração de responsabilidade. Quando o fornecedor não puder manter o compromisso em decorrência do valor registrado estar abaixo do preço de mercado, deverá comunicar tal fato a administração tão logo seja constatado, apresentando os devidos comprovantes. Caso isso ocorra antes de qualquer pedido referente a item registrado, a administração poderá liberá-lo do compromisso assumido e convocar os demais fornecedores do cadastro de reserva. O TCU já decidiu: 9.9. determinar à Secretaria de Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão que, no prazo de trinta dias, oriente os órgãos e entidades sob sua supervisão que: [...] 9.9.2. em licitações pelo Sistema de Registro de Preços deve ser computado o valor previsto das adesões de órgãos e entidades não participantes (adesões tardias) para aferição do limite que torna obrigatória a realização de audiência pública, disposta na Lei 8.666, de 1993, art. 39, caput; Acórdão nº 248/2017 - TCU - Plenário. A utilização do Sistema de Registro de Preços (SRP) é possível, nos termos do art. 3º, inciso II, do Decreto 7.892, de 2013, quando for conveniente para a Administração contratante realizar várias aquisições do objeto licitado (entrega parcelada dos produtos), o que não se confunde com aquisições em que são demandadas partes do objeto licitado (entrega de parcelas do produto), situação não albergada na legislação de regência. Acórdão 125/2016 Plenário. 19Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 9.8. dar ciência ao Hospital Federal dos Servidores do Estado de que: [...] 9.8.4. a aquisição de itens por meio de adesão a ata de registro de preços de outras unidades gestoras devem ser precedida da demonstração da vantajosidade econômica, nos termos do art. 22, caput, do Decreto 7.892, de 2013; Acórdão nº 375/2017 - TCU - Plenário. 1.7. Dar ciência ao Laboratório Nacional Agropecuário no Rio Grande do Sul - Lanagro/RS sobre as seguintes impropriedades: [...] 1.7.2. não realização da devida pesquisa de mercado visando a comprovar a vantagem das contratações quando da adesão a ata de registros de preços de outros órgãos/unidades da administração pública, não se atendendo, assim, ao exigido pelo caput do art. 22 do Decreto 7.892, de 23 de janeiro de 2013; Acórdão nº 1566/2017 - TCU - 1ª Câmara. Ementa: o TCU deu ciência ao TRT-10 acerca das seguintes impropriedades constatadas no Pregão Eletrônico 111/2014, quais sejam: [...]; b) adoção do Sistema de Registro de Preços para certame cuja contratação dele decorrente dar-se-ia em contrato único e abarcando a totalidade do seu objeto, em contrariedade ao art. 2°, inciso I, do Decreto nº 7.892, de 2013, e aos Acórdãos nºs113/2014-P e 757/2015- P; (itens 9.2.1 a 9.2.3, TC011.993/2015-4, Acórdão nº 119/2016-Plenário). Ementa: o TCU deu ciência ao Distrito Sanitário Especial Indígena de Mato Grosso do Sul sobre falha identificada no pregão eletrônico SRP 16/2016 caracterizada pela falta de fundamentação devidamente motivada para a adoção do sistema de registro de preços, inclusive ausência de justificativas para: não realização do procedimento de intenção de registro de preços (art. 4º do Decreto nº 7.892/2013 e item 9.3.3 do Acórdão nº 1.793, de 2011-P); opção de adjudicação em lote único, em vez da adoção da regra geral de adjudicação por item (arts. 3º, § 1º, inciso I, 15, inciso IV, e 23, §§ 1º e 2º, da Lei nº 8.666, de 1993, e Acórdãos nºs 529-P, 1.592- P, 1.913-P, 2.695-P e 2.796, de 2013-P); enquadramento em uma das hipóteses autorizadoras regulamentares (art. 3º do Decreto nº 7.892, de 2013 e Acórdãos nºs 113-P e 1.737, de 2012-P); e previsão no edital da possibilidade de adesão à ata por órgãos ou entidades não participantes (art. 9º, inciso III, “in fine”, do Decreto nº 7.892, de 2013, e Acórdão nº 757/2015-P) (item 9.2.1, TC-023.837/2016-0, Acórdão nº 2.842/2016-Plenário). Ementa: determinação à FIOCRUZ para que se abstenha de autorizar a adesão à ata de registro de preços para aquisição separada de itens de objeto adjudicado por preço global para os quais a licitante vencedora não tenha apresentado o menor preço, assim como a autorização de caronas a órgãos não participantes, sem que estes obedeçam aos critérios estabelecidos (item 9.3, TC-024.555/2016-9, Acórdão nº 3.081/2016-Plenário). 20Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Ementa: determinação à Superintendência de Administração do Ministério da Fazenda em São Paulo (SAMF/SP) para que, em obediência ao critério de aceitabilidade por preço global, estatuído no item 1.3 do edital do Pregão Eletrônico SRP 22/2015, restrinja, quanto aos itens 5 e 6 do certame, a utilização da ata de registro de preços dele decorrente aos órgãos gerenciador e participantes e às quantidades originalmente previstas no instrumento convocatório, uma vez que a empresa vencedora não foi a que ofertou a melhor proposta para o item 5 e que o item 6 não pode ser contratado sem que o item 5 assim o seja (letra “c”, TC- 033.776/2015-6, Acórdão nº 11/2016-Plenário). Ementa: o TCU solicitou que fossem apresentadas as razões de justificativa por irregularidade observada no Pregão Eletrônico/FUNASA nº 1/2015, quando da elaboração do respectivo termo de referência, o qual continha cláusula restritiva da competitividade, sem a devida justificativa (o que afronta o art. 3º, “caput”, e § 1º, II, da Lei nº 8.666, de 1993), caracterizada pela indevida inclusão em um único grupo, para adjudicação em conjunto, dos serviços de “outsourcing” de impressão e dos serviços de plotagem, sem a demonstração da vantagem dessa opção diante da perda de competição que ela acarreta, infringindo o art. 23, § 1º, da Lei nº 8.666, de 1993, e a Súmula/TCU nº 247 (item 9.4.1.3, TC-003.377/2015-6, Acórdão nº 1.297/2015-Plenário). 21Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 3 - Padronização de minutas de editais e contratos - Projeto AGU Objetivo de aprendizagem: Ao término desta unidade, você será capaz de diferenciar as minutas padronizadas da AGU, reconhecendo a utilidade da ferramenta. No vídeo a seguir, daremos destaque ao projeto desenvolvido pela Advocacia-Geral da União que uniformiza as minutas de edital e demais anexos das modalidades mais comuns utilizadas pela administração, o que confere maior agilidade e segurança para as contratações públicas. Projeto AGU - padronização de minutas de editais e contratos Fonte: Barral (2020). Duração: 3min49.. A respeito da utilização de minutas padronizadas, o Tribunal de Contas da União, em seu Manual de Licitações e Contratos – Orientações e Jurisprudência do TCU - 4ª edição – página 270, entendeu que: É permitida a utilização de modelos padronizados de editais e de contratos previamente submetidos à análise da área jurídica do órgão ou entidade contratante. Nesses modelos, o gestor limita-se a preencher dados específicos da contratação, sem alterar quaisquer condições ou cláusulas anteriormente examinadas. Além disso, no Acórdão 1504/2005 – TCU – Plenário, o Ministro Relator assim se manifestou sobre o assunto: A padronização de procedimentos que se repetem rotineiramente é um meio salutar de a Administração desincumbir-se de tarefas que, numericamente significativas, na essência referem-se sempre aos mesmos atos administrativos. Sua adoção é desejável na medida em que libera recursos humanos e materiais para serem utilizados naquelas ações que impõem atuação individualizada. A repetição de procedimentos licitatórios que tenham o mesmo objeto e que guardem proporção em relação às quantidades enquadra-se nessa hipótese. Vídeo https://cdn.evg.gov.br/cursos/431_EVG/videos/modulo01_video03.mp4 22Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Assim, admitindo-se a existência de procedimentos licitatórios idênticos tanto em relação ao objeto quanto em relação às quantidades ou, então, quanto à modalidade licitatória, a utilização de minutas-padrão não fere o dispositivo legal, que impõe a prévia manifestação da assessoria jurídica sobre a regularidade das minutas dos editais e dos contratos. Aliás, sobre esse aspecto – responsabilidade da assessoria jurídica – Marçal Justen Filho – In: Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014. p. 370 afirma, in verbis: Ao examinar e aprovar os atos da licitação, a assessoria jurídica assume responsabilidade pessoal solidária pelo que foi praticado. Ou seja, a manifestação acerca da validade do edital e dos instrumentos de contratação associa o emitente do parecer ao autor dos atos. Há dever de ofício de manifestar-se pela invalidade, quando os atos contenham defeitos. Não é possível os integrantes da assessoria jurídica pretenderem escapar aos efeitos da responsabilização pessoal, quando tiverem atuado defeituosamente no cumprimento de seus deveres: se havia defeito jurídico, tinham o dever de apontá-lo. A afirmativa se mantém inclusive em face de questões duvidosas ou controvertidas. Havendo discordância doutrinária ou jurisprudencial acerca de certos temas, a assessoria jurídica tem o dever de consignar essas variações, para possibilitar às autoridades executivas pleno conhecimento dos riscos de determinadas ações. Dessa forma, ao aprovar minutas-padrão de editais e/ou contratos, a assessoria jurídica mantém sua responsabilidade normativa sobre procedimentos licitatórios em que tenham sido utilizadas. Ao gestor caberá a responsabilidade da verificação da conformidade entre a licitação que pretende realizar e a minuta-padrão previamente examinada e aprovada pela assessoria jurídica. Por prudência, havendo dúvida da perfeita identidade, deve-se requerer a manifestação da assessoria jurídica, em vista das peculiaridades de cada caso concreto. A despeito de haver decisões do TCU que determinam a atuação da assessoria jurídica em cada procedimento licitatório, o texto legal – parágrafo único do art. 38 da Lei nº 8.666/1993 – não é expresso quanto a essa obrigatoriedade. Assim, a utilização de minutas-padrão, guardadas as necessárias cautelas, em que, como assevera o recorrente, limita-se ao preenchimento das quantidades de bens e serviços, unidades favorecidas, local de entrega dos bens ou prestação dos serviços, sem alterar qualquer das Cláusulas desses instrumentos previamente examinados pela assessoria jurídica, atende aos princípios da legalidade e da eficiência e da proporcionalidade. (Acórdão 1504/2005 - Plenário - Voto do Ministro Relator, grifou-se). 23Enap Fundação Escola Nacional de AdministraçãoPública O TCU já decidiu: 1.6. Medida: dar ciência ao IFMG acerca da seguinte falha constatada no âmbito do Pregão Eletrônico 2/2017: elaboração de edital a partir de edital-modelo, o qual continha dispositivos que não se aplicavam ao certame em tela e que, portanto, deveriam ter sido retirados ao elaborar o instrumento convocatório, de modo a não dar ensejo a interpretações equivocadas, como a que ensejou impugnação administrativa e esse processo de representação. Acórdão nº 677/2017 - TCU - Plenário. Este curso foi estruturado com base nas minutas-padrão da AGU para compras por SRP e serviços continuados com dedicação exclusiva de mão de obra, para a modalidade pregão eletrônico, em consonância com a exigência contida na IN 05/2017. Porém, como alerta a AGU, esses modelos são meros pontos de partida para a confecção de minutas de editais e anexos do seu órgão, que servem ao mesmo tempo como uma referência para auxiliar na regularidade dos textos finais, bem como conferir segurança e celeridade da análise jurídica. Isso não deve, entretanto, impedir o órgão de adotar boas práticas, cláusulas específicas ou regras atinentes ao objeto específico que se pretende licitar. São essas questões que serão discutidas neste curso. 24Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Referências BRASIL. Decreto nº 7.892, de 23 de janeiro de 2013. Regulamenta o Sistema de Registro de Preços previsto no art. 15 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Disponível em: http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/decreto/d7892.htm. BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm. BRASIL. Manual de redação da Presidência da República. Coord. Gilmar Ferreira Mendes e Nestor José Foster Júnior et al. 3. ed. Brasília, DF: Presidência da República, 2018. JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014. MEIRELLES, Hely Lopes; ALEIXO, Décio Balestero; BURLE FILHO, José Emmanuel. Direito administrativo brasileiro. Até a emenda constitucional 76, de 28/11/2013. 40. ed. São Paulo: Malheiros, 2013. PIETRO, Maria Sylvia Zanella di. Direito Administrativo. 12. ed. Brasília: Atlas, 2000. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/decreto/d7892.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/decreto/d7892.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm Unidade 1 - Edital: o instrumento convocatório Referências Unidade 3 - Padronização de minutas de editais e contratos - Projeto AGU Dos preços Da formação do cadastro de reserva Da ata de registro de preços Da adesão à ata de registro de preços Do órgão gerenciador e órgãos participantes Compras pelo Sistema de Registro de Preços Unidade 2 - Um pouco sobre o Sistema de Registro de Preços O que é edital?
Compartilhar