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Lesões de Coluna

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DESCRIÇÃO
Estudo sobre métodos de avaliação e identificação das principais lesões associadas à coluna vertebral
com estratégias de prevenção e reeducação postural.
PROPÓSITO
Compreender os principais métodos de avaliação postural, as principais lesões da coluna vertebral e a
adequada prescrição de exercícios para prevenção e tratamento das suas disfunções será fundamental
para a sua atuação profissional.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Compreender as técnicas de avaliação postural e cinético-funcional da coluna vertebral
MÓDULO 2
Identificar as principais lesões da coluna vertebral
MÓDULO 3
Reconhecer as técnicas para intervenção nas disfunções da coluna vertebral e da postura
INTRODUÇÃO
Uma boa postura global é um indicador de boa saúde musculoesquelética. No entanto, a prevalência e a
incidência de lesões e distúrbios musculoesqueléticos estão atingindo proporções pandêmicas. Nosso
estilo de vida excessivamente sedentário e inativo com longos períodos em posições fixas e tensas leva
a uma má postura estática e dinâmica.
Atualmente, um dos grandes problemas na sociedade moderna está relacionado à manutenção de
posturas inadequadas por períodos prolongados, pelo uso diário de smartphones e de toda a tecnologia
disponível e cada vez mais inserida no nosso dia a dia. A consequência desses hábitos inadequados é a
sobrecarga do sistema musculoesquelético, especialmente da região da coluna vertebral, principalmente
pela postura estática e dinâmica.
 EXEMPLO
Se estamos deitados de qualquer jeito em nosso sofá digitando em um laptop, existe uma sobrecarga
postural estática. Da mesma maneira, se carregamos peso sem os devidos cuidados, ocorre uma sobrecarga
dinâmica e, se aumentamos o peso corporal, sem dúvida a coluna vertebral será muito mais sobrecarregada
nas atividades diárias, sejam elas estáticas sejam dinâmicas.
Agregamos a tudo isso o sedentarismo, o estresse, as doenças articulares, a nutrição inadequada, os
hábitos posturais que geram encurtamentos musculares e consequente redução da mobilidade de todos
os segmentos corporais, principalmente da coluna vertebral. Com isso, as lesões se desenvolvem, as
restrições de movimento aumentam e, como um evento em cascata, as condições físicas tendem a
piorar, sendo a atividade física orientada por um profissional preparado a mais eficiente forma de
intervenção, principalmente na prevenção da instalação das disfunções posturais. Por isso, estudaremos
as principais lesões relacionadas à coluna vertebral, os métodos e as técnicas de avaliação e as
abordagens necessárias para a melhora, preservação e cuidados da saúde postural global e da coluna.
MÓDULO 1
 Compreender as técnicas de avaliação postural e cinético-funcional da coluna vertebral
TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO POSTURAL E
CINÉTICO-FUNCIONAL DA COLUNA
VERTEBRAL
AVALIAÇÃO POSTURAL
Quando realizamos a prescrição de exercícios é necessário coletar o maior número de informações que
permitam a organização do plano de exercícios com a maior individualização possível. Logo após a
avaliação postural, é importante verificar quais os exercícios mais indicados para determinada pessoa e,
consequentemente, determinar quais seriam os contraindicados, de acordo com os dados coletados. A
avaliação pode ser física, morfológica, metabólica e postural, ou seja, a avaliação postural é um dos
tópicos que fazem parte da bateria de avaliação realizada pelo profissional de Educação Física,
fornecendo dados importantes que devem ser utilizados para a tomada de decisão no momento da
prescrição.
 EXEMPLO
Quando identificamos a presença de uma escoliose significativa na avaliação postural, devemos questionar
se o agachamento, um exercício com grande sobrecarga axial sobre a coluna vertebral, seria indicado, ou
deveríamos optar por um outro que trabalhe grupamentos musculares semelhantes, como o leg press, por
exemplo.
Foto: Shutterstock.com
 Na avaliação física, é identificado um desvio lateral da coluna vertebral (escoliose).
Foto: Shutterstock.com
 Agachamento: com carga axial imposta com a barra sobre os ombros.
No caso do exemplo mencionado, o agachamento não seria uma boa indicação. Nesse exercício, há
uma imposição de carga axial, e para a sua execução de forma correta é importante que haja um
equilíbrio da musculatura eretora da coluna e dos músculos profundos posturais, sendo necessário o
maior alinhamento possível da coluna vertebral para a sua realização.
PARA QUE SEJA FEITA UMA ADEQUAÇÃO DA
PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS CONSIDERANDO AS
INDIVIDUALIDADES, OBJETIVOS E AS REAIS
NECESSIDADES, É PRECISO PRIMEIRAMENTE
IDENTIFICAR OS DESVIOS POSTURAIS E, A PARTIR
DESSA IDENTIFICAÇÃO, PODEMOS TRAÇAR UM
PLANO DE ABORDAGEM EFICAZ.
 SAIBA MAIS
Denominamos postura-padrão o alinhamento esquelético que gera uma quantidade mínima de esforço e
sobrecarga, conduzindo a uma maior eficiência para a execução dos movimentos. E, para a sua verificação,
existem diversos instrumentos de avaliação, como veremos a seguir.
AVALIAÇÃO POSTURAL POR SIMETROGRAFIA
O instrumento utilizado é o simetrógrafo, um aparelho com estrutura retangular com linhas dispostas na
horizontal e na vertical que se cruzam, formando quadrados, que são utilizados como referência pelo
avaliador para interpretar o desvio ou alinhamento postural. É importante que ele esteja calibrado na
horizontal para garantir o nivelamento do simetrógrafo, e as linhas devem ser posicionadas de forma
linear.
Foto: Sacco et al., 2007, p. 414
 Representação da mensuração dos ângulos.
Foto: Shutterstock.com
 Exemplo de calibrador com bolha de ar que pode ser utilizado para garantir o nivelamento do
simetrógrafo.
 ATENÇÃO
Somente após a certificação do nivelamento, podemos passar para o procedimento de avaliação.
Planos de avaliação
Recomenda-se iniciar no plano frontal, com uma visão anterior e posterior e por fim avaliar no plano
sagital (laterais direita e esquerda).
Imagem: Shutterstock.com
 Tipos de planos de avaliação.
Procedimentos
NO PLANO FRONTAL, VISÃO ANTERIOR
Alinhar o nariz do avaliado com a linha vertical central do simetrógrafo.
O avaliador deve se posicionar de frente e a uma distância aproximada de dois metros do avaliado.
Se o avaliado tiver um bom alinhamento corporal, a linha que passa sobre o nariz deve coincidir
com: manúbrio; processo xifoide; linha alba; cicatriz umbilical; centro da sínfise púbica; e
membros inferiores divididos em duas partes relativamente iguais (nosso corpo não é
totalmente simétrico).
Imagem: Shutterstock.com
 Exemplo de um bom alinhamento corporal.
Na avaliação, quando os pontos como manúbrio, processo xifoide e linha alba se afastam da linha
central, pode ser um indicador de uma escoliose, que poderá ser confirmada em uma análise no plano
frontal em vista posterior. Podemos ainda observar a horizontalidade da cabeça e dos ombros, a
distância da cintura em relação aos membros superiores e o alinhamento da pelve. Os membros
inferiores também devem ser avaliados, como o joelho varo e o joelho valgo, pois essas alterações
podem interferir diretamente na coluna vertebral.
NO PLANO FRONTAL, VISÃO POSTERIOR
Alinhar a sétima vértebra cervical do avaliado com a linha vertical central do simetrógrafo.
Verificar o alinhamento dos processos espinhosos.
Verificar o alinhamento dos ombros.
Observar o ângulo inferior da escápula → é possível verificar escápula alada (afastada do tórax)
como consequência da rotação do tronco, muitas vezas associado a uma escoliose, ou da
fraqueza do músculo serrátil anterior.
Prega glútea inferior.
Prega poplítea (localizada na linha articular do joelho, podendo significar uma diferença de
comprimento dos membros inferiores).
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Foto: Shutterstock.com
 Visão posterior no plano frontal — escoliose torácica direita.
DISTÂNCIA DA CINTURA EM RELAÇÃO AOS
MEMBROS SUPERIORES
Espaço denominado Triângulo de Tales — localizado entre a margem lateral do tórax e da cintura
e a face medial do braço e antebraço— pode ser um indicador de desvios laterais da coluna
(escoliose).
Quando identificamos uma escoliose na região torácica, verificamos que no lado da convexidade existe
uma proeminência causada pela rotação vertebral, sendo mais bem observada com a flexão anterior do
tronco, denominada gibosidade. A gibosidade pode ser avaliada por meio do teste de Adams → O
avaliador solicita que a pessoa incline o tronco para frente com as mãos unidas, pés juntos e joelhos
estendidos.
NO PLANO SAGITAL, VISÃO LATERAL
Alinhar a linha vertical central do simetrógrafo com o orifício auricular do avaliado.
A linha vertical deve coincidir com:
centro articular do ombro;
centro articular do quadril;
ligeiramente anterior ao centro articular do joelho;
anteriormente ao maléolo lateral (maléolo da fíbula).
Avaliar as curvaturas — lordose cervical, cifose torácica e lordose lombar.
Imagem: Shutterstock.com
 Avaliação postural em diferentes planos: frontal e sagital.
É importante ressaltar que se trata de uma avaliação qualitativa visual de análise postural, portanto não
há quantificação dos desvios, sendo um método clássico de observação visual.
AVALIAÇÃO POSTURAL POR BIOFOTOGRAMETRIA

Foto: Shutterstock.com
 Demarcação de pontos anatômicos para o estudo por biofotogrametria.
Inicialmente são identificados e demarcados os pontos anatômicos que serão estudados:
Após a demarcação são feitas fotos que serão analisadas por um software específico, como o SAPO
(software para avaliação postural).


As fotos são realizadas em uma visão anterior, posterior e lateral direita e esquerda.
O posicionamento sem rotações corporais do avaliado é importante, pois mínimos movimentos durante
as fotos poderão interferir nos resultados.

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
São obtidos dados de alinhamentos com a vertical (ex.: a cabeça alinhada com a cervical) e
nivelamentos na horizontal (ex.: ombros alinhados ou um ombro mais elevado que o outro, o que
caracterizaria um desnivelamento).
O desalinhamento (vertical) e/ou desnivelamento (horizontal) podem ser correlacionados com
assimetrias, que significam encurtamento muscular de um lado, e do outro lado um músculo que cede
ao tracionamento do encurtado.

SAPO
Pode ser baixado gratuitamente em um site.
 SAIBA MAIS
A biofotogrametria tem a vantagem de ser um método quantitativo com base em dados mensurados em
ângulos, ou seja, os desvios posturais são transformados em números, diferentemente dos métodos
subjetivos qualitativos, que dependerão da experiência e percepção do avaliador.
AVALIAÇÃO POSTURAL COM FIO DE PRUMO
O fio de prumo é utilizado para determinar se os pontos de referência testados estão no mesmo
alinhamento que os pontos correspondentes à postura-padrão. É esperada a simetria entre as metades
direita e esquerda e, se os pontos de referência coincidirem com a linha de prumo, é indicativo de uma
postura ideal ou próxima do ideal (KENDALL et al., 2007). O fio de prumo pode ser associado ao
simetrógrafo. Os pontos avaliados são:
Levemente anterior ao maléolo lateral
Levemente anterior ao eixo da articulação do joelho
Levemente posterior ao eixo da articulação do quadril
Corpos das vértebras lombares
Articulação do ombro
Corpos da maioria das vértebras cervicais
Meato auditivo externo
Levemente posterior ao ápice da sutura coronal
Imagem: Shutterstock.com
 Alinhamento postural.
AVALIAÇÃO POSTURAL GLOBAL
Além das metodologias de avaliação, devemos ficar atentos aos dados obtidos por meio dos
questionamentos que são feitos rotineiramente nas academias e nas avaliações físicas subjetivas em
geral, como:
Nível de atividade física ( ) ativo ( ) sedentário
Você está sedentário há: _____________________
Tabagismo
Etilismo
Nível de estresse
Você tem algum problema ósseo ou articular que possa piorar com a prática de atividades físicas?
Você sabe de alguma razão que contraindique a prática de atividade física?
Teste de sentar e alcançar
Verificação do índice de massa corpórea
Observações realizadas em uma avaliação qualitativa subjetiva, ou seja, não mensurável.
Exemplo de desvios posturais que podem ter origem nas alterações das curvaturas fisiológicas da
coluna vertebral → cabeça anteriorizada, protusão dos ombros e ombro esquerdo mais elevado.
Foto: Shutterstock.com
 Teste de sentar e alcançar (banco de Wells).
 DICA
Podemos traçar planos de intervenções posturais a partir dos dados obtidos, tentando amenizar os desvios o
máximo possível, trazendo-os para um padrão que seja mais próximo da normalidade do ponto de vista
fisiológico e biomecânico. Porém, se as alterações posturais já estiverem estruturadas, como alterações
ósseas e ligamentares adaptativas, podemos interferir buscando a não evolução da alteração e orientar como
devem ser realizados os exercícios para evitar que o desvio se acentue.
COMO DEVE ATUAR O PROFISSIONAL DE
EDUCAÇÃO FÍSICA QUANDO IDENTIFICA
ALTERAÇÕES POSTURAIS? ELE ESTARIA
HABILITADO E AUTORIZADO PARA AGIR, COM O
OBJETIVO DE CORREÇÃO?
NÃO SIM
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A resposta é sim!
A resposta é sim!
Vejamos o que regulamenta o Conselho Federal de Educação Física (CONFEF):
CONSIDERANDO QUE A PRÁTICA REGULAR E ORIENTADA
DE EXERCÍCIOS FÍSICOS TEM IMPORTANTE IMPACTO NA
PREVENÇÃO, TRATAMENTO E RECUPERAÇÃO DOS
PRINCIPAIS AGRAVOS CRÔNICO-DEGENERATIVOS TANTO
EM ACADEMIAS, CLÍNICAS, CLUBES E PROGRAMAS DE
CONDICIONAMENTO FÍSICO INDIVIDUALIZADO QUANTO
NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE — SUS (ATENÇÃO
PRIMÁRIA, SECUNDÁRIA E TERCIÁRIA), ASSIM COMO EM
TODA REDE VINCULADA À SAÚDE SUPLEMENTAR.
(RESOLUÇÃO CONFEF nº 391/2020).
O que deve ficar claro é que existem desvios e alterações posturais da coluna vertebral por diversas
causas, que podem ser: doenças genéticas, reumatológicas, tumores, osteoporose severas,
doenças neurológicas, acidentes, entre outros, que de alguma maneira poderão interferir nas
curvaturas fisiológicas. Por conta disso, temos que trabalhar com uma equipe multidisciplinar e
interdisciplinar, quando possível. O médico com suas devidas especialidades, o fisioterapeuta, o
terapeuta ocupacional, o psicólogo e o profissional de Educação Física poderão atuar conjuntamente ou
em separado, cada um na sua amplitude de conhecimento, contribuindo dentro de suas competências.
A avaliação pode ser complementada por outros dados coletados, como sugere o modelo de avaliação
físico funcional da coluna vertebral (adaptado de ALEXANDRE; MORAES, 2001):
ASPECTOS POSTURAIS E ERGONÔMICOS
Travesseiro: ( ) Baixo ( ) Alto
( ) Médio ( ) Não usa
Posição no trabalho: ( ) Sentada ( ) Ortostática
( ) Sem posição fixa ( ) Outra:____________
Tipo de atividades no trabalho: _____________________________
Prática de atividade física: ( ) Sim ( ) Não
Tipo: __________________ Frequência: _________________
Fatores de piora
( ) Esforço físico prolongado ( ) Repouso ( ) Posição em pé
( ) Posição sentada ( ) Deambulação ( ) Tensão emocional ( ) Esporte ( ) Movimento
( ) Outro Especifique: _______
Fatores que aliviam
( ) Repouso ( ) Calor local ( ) Fisioterapia ( ) Medicação ( ) Movimento ( ) Exercício/alongamento
( ) Outro, especifique: _______
Recente história de trauma
( ) Queda, especifique: ________________________
( ) Acidente com veículo, especifique: ________________________
( ) Outro, especifique: _________________________
Imagem: Shutterstock.com
 Visão da coluna vertebral no plano sagital (vista lateral) e no plano frontal (vista dorsal e ventral).
Imagem: Shutterstock.com
 Curvaturas fisiológicas da coluna vertebral.
Avaliação postural e cadeias musculares (avaliação postural global)
O termo cadeias musculares está relacionado à continuidade das fáscias, músculos e tendões, todos
interligados, permitindo que o movimento de um segmento corporal seja transmitido e associado a outro
segmento, e assim por diante. Ou seja, uma visão em que o corpo humano trabalha em conjunto, como
uma engrenagem,sendo necessária a visão global do indivíduo para compreender um desvio postural,
uma dificuldade de movimentação ou até mesmo a dor. Podemos entender essa metodologia de
avaliação por meio do estudo de três expoentes que foram fundamentais para a disseminação do
conhecimento e olhar do corpo humano a partir das cadeias musculares:
FRANÇOISE MÉZIÈRES
a fisioterapeuta corporal percebeu que, quando tentava atenuar uma curvatura mais acentuada de uma
região da coluna, essa acentuação era deslocada para outro segmento de forma compensatória,
demonstrando a necessidade de um alongamento global, não sendo suficientes correções posturais
pontuais, logo é necessário considerar o corpo em sua totalidade e cuidar dele como um todo. Ela
ressaltava ainda que existia uma supremacia do tônus muscular da cadeia posterior em função da
necessidade de sustentação, justificando os encurtamentos das cadeias posteriores.
GODELIEVE DENYS-STRUYF
a fisioterapeuta e osteopata associou a análise morfológica e psicológica, entendendo que esses dois
fatores somados seriam responsáveis pelas deformações e dores do aparelho locomotor.
PHILIPPE SOUCHARD
na década de 80, o fisioterapeuta criou o método reeducação postural global (RPG) — que foca a
individualidade (avaliação e intervenção individualizada), causalidade (localizar a causa da dor,
conseguindo assim eliminar os sintomas), e globalidade (tratar o corpo como um todo, de forma global).
Foto: Shutterstock.com
 Fisioterapeuta e paciente em uma sessão de RPG.
Quando realizamos uma análise postural global, podemos perceber que muitas vezes uma queixa de
dor no ombro pode ter sua origem na região cervical ou uma queixa de dor na cervical pode estar
relacionada com alterações dos membros superiores, como uma forma de compensação.
Podemos avaliar ainda encurtamentos em cadeias musculares específicas, como a cadeia respiratória
(formada pelos músculos principais e acessórios da respiração), que pode gerar as seguintes
adaptações:
Peitoral menor — Ombro protraído (protração, antepulsão ou anteropulsão).
Escalenos — Anterior, médio e posterior — anteriorização e/ou rotação da cabeça.
Diafragma — Porção esternal (aumenta a cifose), costal (eleva as últimas costelas) e lombar
(acentua a lordose lombar).
Foto: Shutterstock.com
 Postura típica do encurtamento da cadeia muscular respiratória — ombros protraídos, anteriorização
da cabeça e aumento da cifose torácica.
Encurtamento de músculos da cadeia posterior de perna e coxa
GASTROCNÊMIOS
Flexão dorsal do tornozelo, semiflexão dos joelhos, ângulo do tornozelo fechado.
SEMITENDÍNEO E SEMIMEMBRANÁCEO
Retroversão pélvica, redução da lordose lombar.
GLÚTEO MÁXIMO
Rotação lateral do quadril e retroversão pélvica.
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Foto: Shutterstock.com
 Exemplo de avaliação global.
Após a avaliação global e a identificação das retrações musculares, é traçado um plano de intervenção
objetivando reposicionar o corpo com uma aplicação gradual de tensão na cadeia muscular encurtada.
Esse processo se dá em combinação com a consciência e controle da respiração, gerando a realização
de contrações musculares que neutralizam o movimento articular.
Foto: Shutterstock.com
 Alongamentos ativos associados com controle da respiração são os que geram maior nível de
consciência corporal.
Os métodos mais indicados para um trabalho corporal global, que associa a consciência dos
movimentos corporais com a respiração, trabalhando o corpo em sua totalidade são, entre outros:
reeducação postural global (RPG), pilates, isostretching, método GDS (Godelieve Denys-Struyf) e
yoga.
SONO E DOR NA COLUNA VERTEBRAL
A relação entre sono e dor é bastante conhecida na literatura e na prática clínica, sendo observado que
a maioria das pessoas com dor crônica (dor persistente por mais de três meses) apresenta distúrbios do
sono associados. As pessoas que se enquadram nessa situação geralmente apresentam consequente
redução na qualidade de vida.
A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, em um estudo realizado em 2019, observou uma
relação entre as posturas do sono e o aparecimento de sintomatologia na coluna. Vale ressaltar que
durante 1/3 da vida vamos posicionar nosso corpo e suas articulações na cama para o repouso, dessa
forma, a utilização de travesseiros para a cabeça e para o corpo, assim como a qualidade do material,
influencia a qualidade do sono, considerando diferenças individuais como peso e altura.
Foto: Shutterstock.com
 Travesseiros ruins podem prejudicar a qualidade do sono.
Imagem: Shutterstock.com
 Postura de nosso corpo e articulações durante o sono é muito importante.
SÍNDROME DA CIRURGIA FALIDA DA COLUNA
VERTEBRAL
Algo que merece destaque é o dado apresentado pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e
Traumatologia de que em 2019 até 46% dos pacientes que foram submetidos a procedimentos
cirúrgicos na coluna (artodeses, lamnectomias e dissectomias) apresentaram a síndrome da cirurgia
falida da coluna vertebral, ou seja, mesmo após procedimentos e intervenções prévias esses pacientes
não obtiveram melhora do quadro álgico e funcional.
ARTODESES
Procedimento cirúrgico realizado para impedir a movimentação entre as vértebras, formando um
bloco ósseo no segmento operado.
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LAMNECTOMIAS
Cirurgia que promove a remoção de uma ou mais lâminas das vértebras para aliviar a pressão
sobre os nervos espinais na coluna.
DISSECTOMIAS
Procedimento cirúrgico que envolve a remoção de uma parte do disco intervertebral e é indicado
para tratamento de dores irradiadas para membros superiores e inferiores.
Esses dados são de extrema importância e reforçam a necessidade de uma interpretação adequada das
informações clínicas e radiológicas obtidas durante a entrevista inicial do doente e, principalmente,
valida a necessidade de optarmos como intervenção inicial por exercícios e tratamentos conservadores
(não invasivos) sempre que possível, evitando assim que o indivíduo seja submetido a um procedimento
cirúrgico e a todos os riscos inerentes a ele de forma desnecessária.
ERGONOMIA E A COLUNA VERTEBRAL
A avaliação do ambiente, dos materiais e dos equipamentos utilizados na vida diária e profissional do
indivíduo é de fundamental importância no contexto da avaliação e do tratamento das pessoas que
apresentam dores na coluna vertebral. Movimentos repetitivos, posturas inadequadas, estresse físico e
emocional, e pouca experiência corporal são fatores relevantes quando somados à manutenção de uma
postura estática (sentada ou em pé), podendo resultar em aumento de tônus muscular e sobrecarga
articular.
Um estudo realizado com trabalhadores de escritório iranianos relacionou a manutenção da postura da
cabeça, coluna cervical e torácica no trabalho ao aparecimento da dor cervical. A avaliação da postura
sentada nas diferentes situações cotidianas é fundamental para elaborar uma relação mais precisa entre
a dor e os hábitos diários.
Imagem: Shutterstock.com
 Ao agachar e levantar também podemos observar as estratégias utilizadas para realizar o gesto
motor. Esses podem ser fatores importantes desencadeadores de lesões e dor.
Imagem: Shutterstock.com
 Devem ser observados diferentes padrões de postura na posição sentada, uma vez que podem
favorecer cargas exageradas em locais inadequados.
AVALIAÇÃO POSTURAL E CINÉTICO-
FUNCIONAL DA COLUNA
A especialista Adriana de Souza Marinho Teixeira demonstrará as técnicas de avaliação postural e
cinético funcional da coluna e sua importância.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. (2020. VUNESP. PREFEITURA DE MORRO AGUDO — SP. VUNESP — 2020 —
PREFEITURA DE MORRO AGUDO — SP — FISIOTERAPEUTA)
UMA MENINA DE 12 ANOS, DURANTE A AVALIAÇÃO POSTURAL EM PÉ,
APRESENTOU OMBRO DIREITO MAIS ELEVADO QUE O ESQUERDO,
TRIÂNGULO DE TALES MAIOR À ESQUERDA E ELEVAÇÃO DA CRISTA ILÍACA
DO QUADRIL DIREITO COM ROTAÇÃO ANTERIOR DO QUADRIL. SUA MÃE
NOTOUA ALTERAÇÃO POSTURAL DURANTE OS DOIS ÚLTIMOS ANOS. PODE-
SE CONCLUIR QUE A MENINA APRESENTA:
A) Escoliose congênita com giba à direita
B) Escoliose congênita com giba à esquerda
C) Escoliose neuromuscular com giba à direita
D) Escoliose idiopática com giba à direita
E) Escoliose idiopática com giba à esquerda
2. (2019. VUNESP. PREFEITURA DE VALINHOS — SP. VUNESP — 2019 —
PREFEITURA DE VALINHOS — SP — FISIOTERAPEUTA — SS — ADAPTADA)
AO REALIZAR A AVALIAÇÃO POSTURAL DE SEU PACIENTE, O PROFISSIONAL
DE EDUCAÇÃO FÍSICA NOTOU PROTRAÇÃO DE OMBRO. MECANICAMENTE, A
PROTRAÇÃO ESTÁ ASSOCIADA À:
A) Adução da escápula, podendo estar associada à rotação lateral do ombro.
B) Abdução da escápula, podendo estar associada à rotação lateral do ombro.
C) Abdução da escápula, podendo estar associada à rotação medial do ombro.
D) Elevação da escápula, podendo estar associada à rotação medial do ombro.
E) Adução da escápula, podendo estar associada à rotação medial do ombro.
GABARITO
1. (2020. VUNESP. Prefeitura de Morro Agudo — SP. VUNESP — 2020 — Prefeitura de Morro
Agudo — SP — Fisioterapeuta)
Uma menina de 12 anos, durante a avaliação postural em pé, apresentou ombro direito mais
elevado que o esquerdo, triângulo de Tales maior à esquerda e elevação da crista ilíaca do
quadril direito com rotação anterior do quadril. Sua mãe notou a alteração postural durante os
dois últimos anos. Pode-se concluir que a menina apresenta:
A alternativa "D " está correta.
Na questão, é descrita uma escoliose com convexidade para o lado direito, sendo verificado nesse caso
que no lado da convexidade existe uma proeminência causada pela rotação vertebral, denominada
gibosidade.
2. (2019. VUNESP. Prefeitura de Valinhos — SP. VUNESP — 2019 — Prefeitura de Valinhos — SP
— Fisioterapeuta — SS — Adaptada)
Ao realizar a avaliação postural de seu paciente, o profissional de Educação Física notou
protração de ombro. Mecanicamente, a protração está associada à:
A alternativa "C " está correta.
A protração do ombro está geralmente associada às alterações posturais como hipercifose, abdução da
cintura escapular (afastamento das bordas mediais da escápula) e rotação medial da articulação do
ombro.
MÓDULO 2
 Identificar as principais lesões da coluna vertebral
PRINCIPAIS LESÕES DA COLUNA VERTEBRAL
Para a adequada investigação de uma possível lesão ou desconforto é necessária inicialmente a
realização de uma entrevista, denominada anamnese, que permitirá um raciocínio clínico e investigativo
da possível causa e um tratamento. Posteriormente, podemos proceder à avaliação física, verificando a
forma estática (no plano frontal, em uma visão anterior e posterior e no plano sagital, em uma visão de
perfil) somada a uma avaliação dinâmica. Ou seja, solicitando que o avaliado execute movimentos como
sentar e levantar em uma cadeira, subir degraus de uma escada e observar como é desenvolvida a
marcha, para posteriormente traçarmos a conduta de tratamento.
Portanto, percebemos que antes de traçarmos a conduta de tratamento devemos:
Entrevistar (anamnese).
Realizar avaliação estática em uma visão anterior, posterior e de perfil.
Realizar uma avaliação dinâmica da marcha e de atividades da vida diária (AVDs).
A seguir, exemplificaremos quais as principais perguntas que podem ser levantadas durante uma
anamnese:
QUAL É A IDADE DO PACIENTE?
A idade pode ser correlacionada com desgastes de estruturas como:
Disco intervertebral → pode gerar uma discopatia degenerativa ou uma hérnia discal.
Cartilagem articular → a sua degeneração, muitas vezes correlacionada com o envelhecimento, gera o
que chamamos de artrose.
QUAL É A OCUPAÇÃO?
O que importa é a duração, o tipo de atividade, a manutenção de posturas e as sobrecargas impostas no
posto de trabalho, que podem criar condições favoráveis para o desenvolvimento de lesões.
QUAL FOI O MECANISMO DA LESÃO?
Dado importante para orientar como e o que deverá ser avaliado, traçar o plano de intervenção e estimar
o prognóstico de recuperação. Por isso, é necessário saber como a lesão ocorreu. Se foi proveniente de
movimentos repetitivos, por causa de posturas prolongadas ou devido a traumas mecânicos, como uma
queda. A coleta desses dados permite, ainda, orientar quanto à possibilidade de se adotar medidas de
prevenção para evitar o retorno da lesão.
QUAIS OS LOCAIS E OS LIMITES DA DOR?
Assim podemos identificar se a dor está relacionada com compressões de nervos periféricos,
contraturas musculares e até mesmo encurtamento de determinado músculo localizado na região
afetada, ou próximo a ela.
HÁ IRRADIAÇÃO DA DOR?
Esse sintoma pode revelar uma possível compressão nervosa, como verificamos nas hérnias de disco.
A DOR É PIOR PELA MANHÃ OU À NOITE?
Dores que surgem pala manhã, após uma noite de sono, podem ser associadas ao posicionamento do
corpo ao dormir, sendo um indicativo de artrose (pois um dos sintomas é a rigidez matinal), ou podem
ser associadas a comprometimentos circulatórios, principalmente se a queixa se refere inicialmente aos
membros inferiores.
QUAIS MOVIMENTOS GERAM DESCONFORTO?
De acordo com o movimento relatado, podemos associar a dor com possíveis lesões, ou até mesmo
encurtamentos musculares ou fraqueza de músculos posturais.
EXISTE PARESTESIA (FORMIGAMENTO)?
Em caso positivo, pode ser um indicativo de compressões nervosas.
QUAL A ATIVIDADE OU LAZER HABITUAL DO PACIENTE? QUE ATIVIDADES
AGRAVAM OU ALIVIAM A DOR?
Auxilia na identificação de movimentos que podem estar associados ao desenvolvimento de possíveis
sobrecargas e consequentes lesões.
QUE TIPO DE SAPATOS O PACIENTE USA?
Lembrando que a base do corpo tem origem nos pés e que a forma como pisamos, os sapatos e os
movimentos dos pés durante a marcha podem gerar uma inadequada distribuição de cargas e um
consequente impacto sobre articulações do tornozelo, joelho, quadril e coluna vertebral.
Sabemos que a coluna vertebral funciona como um eixo de sustentação para o corpo, combinando
rigidez e flexibilidade, é formada por um conjunto de vértebras interligadas por ligamentos, discos
intervertebrais e cartilagens, e é movimentada e sustentada por diversos músculos.
 ATENÇÃO
É interessante perceber que a sustentação das partes corporais — como cabeça, membros superiores,
esqueleto e órgãos torácicos, órgãos abdominais e por vezes os membros inferiores quando movimentados
— é sempre correlacionada, de alguma maneira, à coluna vertebral, seja direta seja indiretamente.
Por isso, além de ter a função de sustentação, a coluna vertebral apresenta-se como um elo para o
movimento de diversas partes corporais, sendo a sua saúde estrutural necessária para que o corpo se
alinhe e execute seus movimentos de forma fluída e harmônica. Consequentemente, lesões,
encurtamentos, fraquezas musculares e possíveis deformidades afetarão a capacidade de absorção e
distribuição de cargas e ainda podem comprometer os movimentos das diversas partes corporais
anexadas à coluna vertebral.
Os inúmeros componentes que formam a coluna vertebral podem ser afetados por doenças, em
decorrência de adaptações do envelhecimento, por sobrecargas mecânicas, atividades físicas e da vida
diária, sedentarismo, entre outras causas. A seguir, estudaremos algumas patologias e alterações,
permitindo a identificação das disfunções mais comuns.
CERVICALGIA
A dor cervical é um sintoma frequente na prática clínica, podendo apresentar diversas etiologias
(causas), o que torna o seu tratamento desafiador. Segundo Camargo e Filho (2010), a dor cervical
ocorrerá em algum momento da vida em cerca de 70% dos indivíduos, sendo que a maioria das
cervicalgias apresenta resolução espontânea.
 ATENÇÃO
Os músculos do pescoço podem ficar tensos devido à postura inadequada, como quando ficamos inclinados
sobre o computador, ou sobre uma bancada de trabalho ou ainda falando ao celular.
A osteoartrite (degeneração da cartilagem articular) é uma causa comum de dor no pescoço,
juntamente com torcicolo (contraturado músculo esternocleidomastoideo), podendo ainda a dor no
pescoço ser acompanhada de dormência ou perda de força nos braços ou nas mãos, por compressão
do plexo braquial ou de uma hérnia de disco cervical.
Imagem: Shutterstock.com
Plexo braquial → responsável pela inervação do membro superior. Quando comprimido por
encurtamento de músculos localizados no pescoço, gera dor irradiada por onde o nervo se distribui.
Foto: Shutterstock.com
Local onde geralmente a cervicalgia é relatada → na região onde se localizam as fibras descendentes
do músculo trapézio, que também pode se apresentar tensionado pelas sobrecargas causadas pela
manutenção da flexão da cervical por tempo prolongado.
Imagem: Shutterstock.com
É possível perceber nessa imagem que a manutenção de um bom alinhamento da coluna vertebral é um
fator importante para a redução da sobrecarga na região cervical.
Os sintomas mais comuns são:
Dor que costuma piorar ao manter a cabeça parada por longos períodos, como ao dirigir ou trabalhar no
computador.
Tensão muscular e espasmos.
Diminuição da capacidade de mover a cabeça.
Dor de cabeça.
Existem diversas abordagens terapêuticas para o tratamento da dor cervical que podem variar desde a
administração de medicações, como analgésicos e anti-inflamatórios, associados à terapia física de
reabilitação, até o tratamento cirúrgico. A orientação quanto à manutenção de posturas alinhadas nas
atividades diárias, durante a prática de exercícios físicos e ao dormir, deve sempre ser considerada.
Imagem: Shutterstock.com
 Posição correta, com alinhamento da coluna cervical.
Imagem: Shutterstock.com
 Posição incorreta gerando desalinhamento da região cervical.
RADICULOPATIA
A radiculopatia é o acometimento da raiz nervosa que origina os 31 pares de nervos espinais, podendo
ocorrer ao longo da coluna vertebral, da região cervical ao sacro, manifestando-se como uma dor
irradiada (que se distribui pela área inervada), podendo se dirigir para os braços quando a compressão
das raízes tem origem na região cervical, ou para coxa e perna, quando a origem da compressão é na
região lombar.
Os nervos conduzem informações sensitivas e motoras, e dependendo da área afetada os sintomas
poderão gerar alterações sensitivas, motoras ou mistas (alterações motoras e sensitivas). As raízes
nervosas se juntam formando um nervo espinal, que será responsável pela inervação dos músculos
esqueléticos, gerando o movimento corporal, e pela condução das informações sensitivas (tato, calor,
pressão, dor, propriocepção) em direção ao sistema nervoso central.
Quando a raiz nervosa é danificada, pode causar:
Dor irradiada.
Parestesia (formigamento).
Aumento da sensibilidade, dormência e fraqueza muscular.
Dor aguda nas costas, braços, pernas ou ombros que pode piorar com determinadas atividades, e
mesmo algo tão simples como tossir ou espirrar pode gerar o sintoma.
A radiculopatia é normalmente causada por alterações nos tecidos ao redor das raízes nervosas. Esses
tecidos incluem ossos da coluna vertebral, cartilagens e discos intervertebrais. Quando ocorrem
alterações que modificam o tamanho desses componentes, eles podem estreitar os espaços onde as
raízes nervosas se localizam. A compressão da raiz nervosa pode ter diversas origens:
Artrite (osteoartrose) → degeneração da cartilagem articular e do osso subjacente.
Doença reumatológica → ex.: artrite reumatoide.
Condições degenerativas da coluna vertebral, como a discopatia degenerativa.
Anormalidades, como tumores e cistos.
Imagem: Shutterstock.com
 Os sintomas na radiculopatia dependerão da área afetada e da respectiva distribuição das raízes
nervosas.
UMA CAUSA COMUM DA RADICULOPATIA É A
HÉRNIA DE DISCO, REPRESENTADA NA FIGURA A
SEGUIR:
Imagem: Shutterstock.com
 Representação da hérnia de disco, uma causa comum da radiculopatia.
HÉRNIA DE DISCO
A protusão discal está envolvida com a maioria dos sintomas e queixas apresentados, sendo comum na
região cervical e lombar, principalmente por serem as áreas de maior mobilidade da coluna e sujeitas a
maiores sobrecargas posturais. Quando nos sentamos em frente ao computador, dirigimos ou
permanecemos sentados, por exemplo, temos a tendência de ficar com a postura relaxada, mantendo a
flexão da cervical e retificando a lordose lombar, muitas vezes por tempo prolongado. Esse é um hábito
nocivo e um dos responsáveis pela sobrecarga no disco intervertebral com consequente degeneração.
Imagem: Shutterstock.com
 Exemplo de postura correta para evitar sobrecarga no disco intervertebral.
Foto: Shutterstock.com
 Exemplo de postura incorreta que gera sobrecarga no disco intervertebral.
 Articulação anterior entre os corpos das vértebras por meio dos discos intervertebrais (articulação
cartilaginosa do tipo sínfise) e posterior, que ocorre entre as faces articulares revestidas por cartilagem
(articulação sinovial plana).
A articulação que se dá entre os corpos das vértebras é classificada como cartilaginosa do tipo sínfise,
sendo estabilizada por meio do disco intervertebral, formado pelo anel fibroso (disposto em fibras
concêntricas na periferia do disco) e pelo núcleo pulposo (gelatinoso, com grande quantidade de água,
localizado centralmente).
 Estágios da hérnia de disco.
O sobrepeso e a manutenção de posturas inadequadas, muitas vezes associadas a um trauma
mecânico agudo, como uma queda ou levantando um peso, são fatores que, quando somados, podem
degenerar o anel fibroso, permitindo o deslocamento do núcleo pulposo, com consequente herniação e
compressão de uma ou mais raízes nervosas.
 SAIBA MAIS
O sequestro seria a modalidade mais grave de hérnia de disco, podendo ocorrer a invasão do canal medular,
tendo muitas vezes a indicação cirúrgica, assim como ocorre com a extrusão.
Quando a hérnia de disco ocorre na região cervical, o sintoma tem início nela, podendo se irradiar para o
braço, antebraço e mão. Quando ocorre na região lombar, a dor tem início nessa região, irradiando para
a coxa, perna e algumas vezes até o pé. Na região lombar, é comumente conhecida como dor do nervo
ciático. Já a protusão tem geralmente a indicação do tratamento conservador, ou seja, a fisioterapia
juntamente com mudanças de hábitos (educação física).
 VOCÊ SABIA
O método Mckenzie é empregado em todo o mundo como forma de tratamento e correção postural, sendo
uma boa indicação. É realizado por meio de uma progressão da extensão da coluna vertebral, associado ao
fortalecimento da musculatura postural. O método envolve quatro passos: avaliação, classificação
individualizada da lesão, tratamento e, por fim, mas não menos importante, orientações e exercícios de
prevenção.
Foto: Shutterstock.com
 Exercícios de extensão da coluna vertebral são empregados no método McKenzie como forma de
tratamento e prevenção.
Foto: Shutterstock.com
 Exemplo de exercício de fortalecimento da musculatura extensora da coluna vertebral.
 SAIBA MAIS
É possível citar diversos métodos que podem ser indicados no tratamento da hérnia, como o pilates,
reeducação postural global (RPG) e cinesioterapia, mas sempre com o enfoque em exercícios que se
oponham à postura de flexão desencadeadora da hérnia de disco, atuando na preservação das curvaturas
fisiológicas, no fortalecimento da musculatura extensora do tronco, como os paravertebrais e, principalmente,
nas mudanças de hábitos posturais.
LOMBALGIA
A lombalgia pode ser definida como a dor e o desconforto localizados entre a margem inferior da 12ª
costela e a prega glútea inferior, que não estão relacionados a fraturas, trauma direto, doenças
sistêmicas ou de órgãos internos. A dor na região lombar muitas vezes não consegue ter a sua causa
identificada por testes específicos ou por meio de exames de imagens, como radiografias e ressonância
magnética, se apresentando muitas vezes como um desconforto sem uma causa ou lesão específica.
Foto: Shutterstock.com
 Local em que ocorre a dor e o desconforto da lombalgia. ATENÇÃO
Devemos ter cuidado ao identificar a lombalgia, pois é sempre necessário fazer uma avaliação que exclua
outras patologias que também geram dor na região, como:
Tumores da medula espinal
Disco intervertebral degenerado (discopatia degenerativa)
Artrose desenvolvida nas vértebras
Doenças renais
Tumores na região lombar, entre outras
A lombalgia tem grande impacto socioeconômico sendo relacionada a uma das maiores causas da dor
crônica, gerando muitas vezes incapacidade para o trabalho e absenteísmo e incapacidade para realizar
tarefas simples da vida diária. A dor também pode se manifestar de forma aguda, permanecendo por um
dia ou até semanas.
Classificação Duração
Lombalgia aguda < 6 semanas
Lombalgia subaguda Entre 6 e 12 semanas
Lombalgia crônica 12 semanas
 Quadro: Classificação da lombalgia de acordo com sua duração.
Elaborado por Adriana de Souza
A dor lombar pode ser associada com indivíduos acima de 30 anos. Isso se deve em parte às mudanças
que ocorrem no corpo com o envelhecimento, por redução de fibras colágenas e elásticas,
encurtamentos musculares e redução de força, principalmente quando associado ao sedentarismo. Por
isso, o fortalecimento dos músculos das costas e usar uma boa mecânica corporal são úteis na
prevenção da dor lombar.
 DICA
Praticar atividade física regular, manter um peso ideal e evitar manutenção de posturas por tempo prolongado
são formas eficazes de evitar o desenvolvimento da lombalgia crônica.
O TRATAMENTO NÃO INCLUI SOMENTE AÇÕES NA
REGIÃO AFETADA, DEVE SER OBSERVADO O
POSICIONAMENTO DOS PÉS, JOELHOS E QUADRIL,
UMA VEZ QUE O CORPO É FORMADO POR
ARTICULAÇÕES E MÚSCULOS INTERLIGADOS.
 EXEMPLO
Quando desenvolvemos um programa de reabilitação para redução do quadro álgico da lombalgia, os
músculos isquiotibiais merecem especial atenção, uma vez que encurtados podem gerar um movimento
posterior da pelve (báscula posterior) e consequente hipomobilidade, prejudicando o jogo articular normal
entre pelve e lombar.
Fonte: Adaptado de Oliver, 1998.
 Exemplo do impacto que diferentes posturas geram sobre os discos intervertebrais.
O conhecido estudo desenvolvido por Oliver em 1998 traz uma informação importante para
considerarmos o impacto que diferentes posturas geram sobre os discos intervertebrais (SOUZA, 2008).
Muitas vezes, há confusão quanto à nomenclatura empregada. Quando ocorre dor na região lombar,
devemos ficar atentos às principais diferenças:
Lombalgia Lombociatalgia
Dor/ desconforto localizado
Dor irradiada para os membros superiores
ou inferiores
Geralmente, associada às disfunções
musculares ou sem uma causa específica
Associada às lesões do disco intervertebral
com compressões nervosas
Tratamento principalmente em flexão Tratamento principalmente em extensão
 Quadro: Diferenças entre lombalgia e lombociatalgia.
Elaborado por Adriana de Souza
ESSA ABORDAGEM QUANTO À DISTINÇÃO ENTRE A
LOMBALGIA E LOMBOCIATALGIA É FUNDAMENTAL
PARA NORTEAR A PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS,
SEJA NO TRATAMENTO SEJA DE FORMA
PREVENTIVA, PARA EVITAR RECIDIVAS OU A SUA
INSTALAÇÃO.
 EXEMPLO
Os exercícios para a lombalgia incluem principalmente: alongamento da musculatura extensora do tronco,
dos músculos isquiotibiais, do músculo quadrado lombar e do músculo iliopsoas com fortalecimento da
musculatura localizada na parede anterolateral do abdome (reto do abdome, oblíquo externo, oblíquo interno)
e conscientização de ativação do músculo transverso do abdome.
Imagem: Shutterstock.com
 Exemplo de alongamento da região posterior do tronco empregado no tratamento da lombalgia.
SÍNDROME DO PIRIFORME
O músculo piriforme está localizado na região posterolateral do quadril, profundo à musculatura da
região glútea, e realiza os movimentos de abdução e rotação lateral do quadril sinergicamente com
outros músculos. Profundo a ele encontramos o nervo isquiático que tem origem na região lombar e
sacral (formado pelas raízes nervosas de L4 — S3), dirigindo-se distalmente, ramificando-se em ramos
menores até alcançar o pé.
Imagem: Shutterstock.com
 Local onde se encontram o músculo piriforme e o nervo isquiático.
SINTOMAS ASSOCIADOS À SÍNDROME DO
PIRIFORME:
Geralmente, os primeiros sintomas são: dor, parestesia (formigamento) ou dormência na região glútea,
posterolateralmente.
Imagem: Shutterstock.com
 Local de relato de dor na síndrome do piriforme.
A dor pode evoluir para o membro inferior, estendendo-se ao longo do nervo isquiático, o que é causado
pela compressão do músculo piriforme sobre o nervo. Os sintomas podem surgir ao subir escadas, por
meio de pressões firmes diretamente sobre o músculo piriforme ou porque o indivíduo ficou sentado por
longos períodos.
Outros sintomas que podem ocorrer na síndrome do piriforme:
Dor intensa em forma de fisgada na região posterolateral da coxa e na região glútea.
A dor piora ao permanecer sentado ou quando cruza as pernas.
A dor aumenta ao realizar exercícios que solicitam rotação lateral do quadril e abdução (movimento
de afastar a perna do corpo).
Durante o período mais agudo, pode ter dificuldade para a marcha.
É IMPORTANTE REALIZAR TESTES ESPECÍFICOS
PARA DIFERENCIAR A SÍNDROME DO PIRIFORME DA
HÉRNIA DE DISCO, UMA VEZ QUE AS DUAS
DISFUNÇÕES APRESENTAM SINTOMAS MUITO
SEMELHANTES.
 ATENÇÃO
O tratamento conservador apresenta bons resultados, com alívio da dor e da parestesia, por meio de técnicas
específicas da fisioterapia, visando ao relaxamento muscular a partir de mobilizações e do emprego da
liberação miofascial, associado a exercícios de fortalecimentos específicos focando a correção biomecânica
do movimento, podendo a cirurgia ser recomendada como último recurso.
ESPONDILÓLISE E ESPONDILOLISTESE
A espondilólise é uma anormalidade na região articular do arco vertebral posterior, podendo apresentar
etiologias diversas, que vão desde fraturas por estresse até fraturas traumáticas. Os indivíduos com
deficits nas superfícies articulares podem progredir para espondilolistese.
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 Diferença entre um arco posterior íntegro e as condições de espondilólise e espondilolistese.
A espondilolistese, uma progressão da espondilólise, significa o escorregamento (listese) da vértebra,
que, após fraturada, seria deslocada anteriormente. Pode estar relacionada com:
Alteração na formação das superfícies articulares que acabam por permitir o deslizamento.
Defeito na ossificação do arco posterior da vértebra.
Processo degenerativo das superfícies articulares e disco intervertebral.
Escorregamento por trauma agudo.
Tumores.
A espondilólise pode ocorrer em função de movimentos repetitivos de hiperextensão do tronco, como na
ginástica artística, no futebol e no ballet.
Foto: Shutterstock.com
 Os movimentos repetitivos de hiperextensão do tronco no ballet podem gerar a espondilólise.
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 A hiperextensão do tronco e os movimentos de mecanismo de chute no futebol podem ser fatores
desencadeadores da espondilólise.
 ATENÇÃO
O tratamento busca corrigir desequilíbrios musculares (encurtamento adaptativo dos flexores do quadril),
fortalecer os músculos posteriores, do tronco e abdominais, e orientar para que sejam evitadas atividades
que envolvam impacto excessivo e hiperextensão lombar. A imobilização pode ser uma alternativa, e a
intervenção cirúrgica é indicada somente em pacientes que não responderem de maneira adequada aos
tratamentos conservadores.
TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR
A lesão raquimedular ocorre por meio de um mecanismo traumático agudo da coluna vertebral e da
medula espinal, podendo ocasionar uma grande variedade de lesões neurológicas motoras e/ou
sensitivas e, apesar dos grandes avanços científicos e numerosos investimentos em pesquisa nessa
área, as lesões da medula espinal permanecem sendo devastadoras, irreversíveis e incuráveis.
DEVEMOS, PORÉM, CONSIDERAR QUE EXISTEM
LESÕES VERTEBRAIS QUE NÃO ACOMETEM A
MEDULA ESPINAL E POR ESSE MOTIVO NÃO
DEIXAM SEQUELAS EM RELAÇÃO AOSISTEMA
NERVOSO. EXISTEM AINDA TRAUMAS QUE AFETAM
A MEDULA, POR EDEMAS CAUSADOS PÓS-TRAUMA,
MAS SEM SECÇÃO DESSA, E COM O TEMPO
REGRIDEM, VOLTANDO MUITAS VEZES APÓS UM
DETERMINADO LAPSO TEMPORAL À
NORMALIDADE.
A medula espinal faz parte do sistema nervoso central (SNC), sendo a principal via condutora e de
integração entre o SNC e o sistema nervoso periférico. É a via que conduz os sinais sensoriais
provenientes do corpo ao encéfalo e permite que os impulsos motores voluntários (originados no
cérebro) e involuntários (como os que ocorrem no arco reflexo) cheguem aos músculos por meio dos
nervos espinais, gerando a contração muscular.
No adulto, a medula espinal inicia após o forame magno estendendo-se até o espaço do disco
intervertebral entre a 1ª e 2ª vértebra lombar. Essa informação é relevante para compreender que, após
esse nível, as lesões não atingirão a medula espinal, e sim a cauda equina, que é formada por um
conjunto de nervos espinais.
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 A medula segue até a 2ª vértebra lombar, sendo continuada após esse nível pela cauda equina.
Essa lesão ocorre, preferencialmente, em indivíduos do sexo masculino na proporção de 4:1 em relação
às mulheres, e na faixa etária entre 15 e 40 anos. Acidentes automobilísticos, por mergulho em água
rasa, quedas de locais altos e ferimentos por arma de fogo são as principais causas de trauma
raquimedular (DEFINO et al, 2020).
Imagem: Shutterstock.com
 Traumatismo raquimedular.
Imagem: Shutterstock.com
 Ressonância magnética de um traumatismo raquimedular na região cervical.
TRATAMENTO DAS LESÕES MEDULARES
O tratamento do trauma raquimedular deve ter início no momento do primeiro atendimento, ainda fora do
ambiente hospitalar, durante o resgate e o transporte do paciente, com o objetivo de evitar lesões
adicionais ou aumento das lesões já existentes. Ainda não existe um tratamento efetivo e capaz de
restaurar a lesão da medula espinal. Os tratamentos disponíveis têm como principais objetivos:
Minimizar o grau da lesão neurológica na fase aguda.
Reduzir a lesão secundária da medula espinal, causada principalmente por fragmentos ósseos e edema.
Proteger os tecidos nervosos que não foram atingidos pela lesão primária.
PODEMOS CLASSIFICAR A LESÃO QUANTO AO
NÍVEL DE SUA OCORRÊNCIA
Quando a lesão ocorre a nível cervical gerando grande comprometimento dos membros superiores é
denominada tetraplegia, já em níveis de lesões torácicas ou lombares com grande comprometimento
dos membros inferiores é denominada paraplegia.
Após a fase aguda, a fisioterapia terá papel fundamental na manutenção da massa óssea, para evitar a
instalação de deformidades e contraturas, buscando sempre garantir a maior autonomia possível.

Posteriormente, o profissional de Educação Física deverá atuar na melhor da aptidão física geral do
lesionado.
LESÕES DA COLUNA VERTEBRAL
A especialista Adriana de Souza Marinho Teixeira apresentará as principais lesões da coluna vertebral.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. (2019. FCC. PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO — SP. FCC — 2019 —
PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO — SP — ENFERMEIRO —
ADAPTADA.)
UM PROFISSIONAL DE SAÚDE AJUIZOU RECLAMAÇÃO TRABALHISTA CONTRA
UM HOSPITAL ALEGANDO QUE AS ATIVIDADES PROFISSIONAIS
CONTRIBUÍRAM PARA O AGRAVAMENTO DA HÉRNIA DE DISCO. ESSA
PATOLOGIA É CAUSADA PELO ENVELHECIMENTO, DESGASTE OU
DESLOCAMENTO DO DISCO?
A) Vertebral constituído por tecido fibrosado, ósseo e fibras musculares.
B) Articular, devido à relação anormal com a fossa e eminências articulares.
C) De estrutura óssea rígida, que protege o nervo ciático.
D) Intervertebral, localizado entre as vértebras.
E) Vertebral lombar, que é ricamente vascularizado nos adultos.
2. (2016. CONSULPLAN. PREFEITURA DE CASCAVEL — PR)
EM RELAÇÃO ÀS LOMBALGIAS, MARQUE V PARA AS AFIRMATIVAS
VERDADEIRAS E F PARA AS FALSAS.
( ) CONDIÇÕES EMOCIONAIS PODEM LEVAR À DOR LOMBAR OU AGRAVAR AS
QUEIXAS RESULTANTES DE OUTRAS CAUSAS ORGÂNICAS PREEXISTENTES.
( ) DO PONTO DE VISTA EVOLUTIVO, AS LOMBALGIAS, LOMBOCIATALGIAS E
CIÁTICAS PODEM SER CARACTERIZADAS COMO AGUDAS OU LUMBAGOS,
SUBAGUDAS E CRÔNICAS.
( ) A LOMBALGIA IDIOPÁTICA, ANTIGAMENTE ASSIM CHAMADA, POIS NÃO SE
ACHAVA UM SUBSTRATO PARA SUA CAUSA, HOJE É DENOMINADA
LOMBALGIA MECÂNICA COMUM, OU LOMBALGIA INESPECÍFICA, E É A FORMA
ANATOMOCLÍNICA INICIAL DE APRESENTAÇÃO E A MAIS PREVALENTE DAS
CAUSAS DE NATUREZA MECÂNICO-DEGENERATIVA.
A SEQUÊNCIA ESTÁ CORRETA EM:
A) F, F, F
B) F, F, V
C) F, V, V
D) V, F, V
E) V, V, V
GABARITO
1. (2019. FCC. Prefeitura de São José do Rio Preto — SP. FCC — 2019 — Prefeitura de São José
do Rio Preto — SP — Enfermeiro — Adaptada.)
Um profissional de saúde ajuizou reclamação trabalhista contra um hospital alegando que as
atividades profissionais contribuíram para o agravamento da hérnia de disco. Essa patologia é
causada pelo envelhecimento, desgaste ou deslocamento do disco?
A alternativa "D " está correta.
A hérnia de disco caracteriza-se como uma laceração do anel fibroso e um deslocamento do núcleo
pulposo. O disco intervertebral está localizado entre os corpos vertebrais, denominado espaço
intervertebral.
2. (2016. CONSULPLAN. Prefeitura de Cascavel — PR)
Em relação às lombalgias, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) Condições emocionais podem levar à dor lombar ou agravar as queixas resultantes de outras
causas orgânicas preexistentes.
( ) Do ponto de vista evolutivo, as lombalgias, lombociatalgias e ciáticas podem ser
caracterizadas como agudas ou lumbagos, subagudas e crônicas.
( ) A lombalgia idiopática, antigamente assim chamada, pois não se achava um substrato para
sua causa, hoje é denominada lombalgia mecânica comum, ou lombalgia inespecífica, e é a
forma anatomoclínica inicial de apresentação e a mais prevalente das causas de natureza
mecânico-degenerativa.
A sequência está correta em:
A alternativa "E " está correta.
A lombalgia pode ter relação com contraturas musculares, alterações articulares e degeneração do disco
intervertebral, porém quando idiopática (causa não identificada) pode ser correlacionada com estados
emocionais ou entendida como uma dor crônica sem causa específica.
MÓDULO 3
 Reconhecer as técnicas para intervenção nas disfunções da coluna vertebral e da postura
EXERCÍCIOS CORRETIVOS POSTURAIS
Quando pensamos em propostas e técnicas para intervenção nas disfunções da coluna vertebral e da
postura, devemos primeiramente entender que os exercícios não devem ser localizados e focados
somente na coluna vertebral, uma vez que a coluna funciona como uma ponte de comunicação entre
as diversas partes corporais, afetando e sendo afetada pelos segmentos corporais que com ela se
relacionam.
Sabemos que uma postura em flexão, com hipercifose e ombros protraídos (Anteriorizados) , é a
principal razão para o encurtamento de músculos flexores do ombro, o que em geral é acompanhado por
tensão nos músculos extensores do pescoço de forma compensatória. Progressivamente, todo esse
encurtamento contribuirá para restrições respiratórias, como consequência da redução de mobilidade e
pelo posicionamento inadequado do tórax. Assim percebemos o quanto a postura pode influenciar a
saúde dos movimentos dos membros superiores.
Agora, podemos correlacionar esses fatores no sentido inverso, ou seja, o membro inferior influenciando
e restringindo os movimentos da coluna vertebral. Os músculos isquiotibiais exemplificam bem essa
situação, uma vez que apresentam sua inserção proximal na tuberosidade isquiática. Quando
encurtados, podem gerar uma adaptação de retroversão da pelve, acarretando a retificação da lordose
lombar, o que não é nada bom para a coluna vertebral, pois reduz sua capacidade de distribuição de
cargas, impactando essa alteração nas cartilagens articulares na região posterior das vértebras e no
disco intervertebral na região anterior.
 ATENÇÃO
Pelos exemplos anteriores, podemos concluir que a postura da coluna pode influenciar osmembros e os
membros podem influenciar a coluna. Por isso, os trabalhos posturais requerem uma visão sistêmica do
avaliado, pois de nada adianta tentarmos corrigir alguma alteração na coluna que tenha origem nos membros
inferiores se fizermos exercícios focados somente no tronco e não pensarmos em dar ênfase, nesse caso,
nos membros inferiores.
Após essa abordagem podemos iniciar a análise de alguns exercícios corretivos posturais:
1) ALONGAMENTO COM ÊNFASE NOS MÚSCULOS
FLEXORES DO OMBRO
(PEITORAL MAIOR, PEITORAL MENOR E DELTOIDE PARTE
CLAVICULAR)
Auxilia na redução da tensão compensatória dos músculos extensores do pescoço, na correção de
ombros protraídos e da hipercifose.
Foto: Shutterstock.com
 Exemplo de alongamento para os músculos flexores do ombro.
2) MOVIMENTO BILATERAL DE HIPEREXTENSÃO
DA ARTICULAÇÃO DO OMBRO NÍVEL AVANÇADO
Esse alongamento é excelente para corrigir um pescoço projetado anteriormente ou uma postura de
ombros arredondados e encurvados, que na maioria das vezes têm causa na má postura.
Foto: Shutterstock.com
 Exemplo de movimento bilateral de hiperextensão da articulação do ombro
3) ALONGAMENTO DE MÚSCULOS EXTENSORES E
ADUTORES DA ARTICULAÇÃO
DO OMBRO E DE MÚSCULOS ADUTORES DA CINTURA
ESCAPULAR
Uma postura desalinhada sobrecarrega o músculo deltoide parte espinal, latíssimo do dorso, redondo
maior e menor, trapézio e romboides, causando tensão. Esse alongamento pode aliviar desconforto e
dores entre as escápulas.
Foto: Shutterstock.com
 Tipo de alongamento que pode aliviar desconforto e dores entre as escápulas.
4) ALONGAMENTO DE FLEXORES DO TRONCO
(MÚSCULO RETO DO ABDOME, OBLÍQUO EXTERNO E
OBLÍQUO INTERNO)
EM DECÚBITO VENTRAL
Pessoas que passam muito tempo dirigindo ou sentadas tendem a se curvar para frente; com isso,
ocorre arredondamento da parte superior do dorso, redução de mobilidade e relaxamento dos músculos
abdominais. Como consequência, essa compressão das cavidades abdominal e pélvica pode causar
tensionamento compensatório dos músculos dorsais, restringir a respiração e interferir no funcionamento
das vísceras, podendo atingir até o bom funcionamento do músculo diafragma, que passa a ter
dificuldade para descer, ficando a caixa torácica impedida de se expandir. Sabemos que uma respiração
deficiente pode resultar em fadiga crônica.
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 Exemplo de alongamento de flexores do tronco.
5) ALONGAMENTO DOS EXTENSORES DO TRONCO NA
POSIÇÃO SENTADO
Hábitos diários como carregar objetos pesados sem o devido cuidado, sentar-se com postura relaxada
na cadeira, com o dorso encurvado, e ficar em pé em posição não aprumada são ações que levam à
tensão muscular, especialmente do dorso. Podemos somar a todos esses fatores o estresse. Esse
exercício de fácil realização pode beneficiar o praticante, fazendo pausas durante o dia, o que causará
benefícios perceptíveis.
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 Exemplo de alongamento dos extensores do tronco na posição sentado.
6) ALONGAMENTO DOS EXTENSORES DA PARTE INFERIOR
DO TRONCO DEITADO
Nesse exercício, alongamos os músculos eretores da coluna e o glúteo máximo. Ele é indicado para
indivíduos que apresentam lombalgia e ficam em pé por muito tempo. Porém, é fundamental que toda a
coluna fique alinhada e em contato com o solo, evitando que a região cervical fique retesada, com
aumento da lordose, como forma de compensar o encurtamento da parte mais distal do tronco.
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 Exemplo de alongamento dos extensores da parte inferior do tronco deitado.
7) ALONGAMENTO DA REGIÃO POSTERIOR DA COXA
(MÚSCULOS ISQUIOTIBIAIS)
Podemos justificar a importância da inclusão desse exercício em programas posturais, principalmente
pela grande tendência de encurtamento dessa musculatura, causando redução de mobilidade da pelve e
possível retificação da lordose lombar. A manutenção da amplitude dos membros inferiores é essencial
para a execução das atividades diárias. Esses músculos com pouca mobilidade acabam gerando
restrições de movimentos e, nesse caso, a sobrecarga recairá sobre a coluna com a execução de um
deslocamento desarmônico. Durante o alongamento é importante manter o tronco alinhado e em contato
com o solo, a fim de evitar compensações, principalmente na região cervical, devendo o tornozelo
permanecer em posição neutra, evitando-se a dorsiflexão, sendo esse um importante fator para isolar o
alongamento da região posterior da coxa.
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 Exemplo de alongamento da região posterior da coxa.
DORSIFLEXÃO
Com a dorsiflexão (flexão dorsal) do tornozelo, alongamos os gastrocnêmios, porém nesse caso
não seria o objetivo.
ATIVAÇÃO DO MÚSCULO TRANSVERSO DO
ABDOME
Esse músculo funciona como um cinturão que estabiliza as vísceras abdominais e quando contraído
aumenta a pressão intra-abdominal, gerando maior estabilidade e sustentação da coluna vertebral.
Podemos exercitá-lo quando tentamos reduzir o diâmetro abdominal ao encolher a barriga, e em
diversos exercícios que necessitam do controle do tronco, como os realizados para fortalecimento do
CORE.
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 Músculo transverso do abdome.
CORE
São músculos que atuam na estabilização da coluna, fornecendo suporte para todas as atividades
que realizamos, transferindo forças e evitando que articulações que suportam grande sobrecarga
como quadril, pelve e lombar sejam sobrecarregadas. O termo CORE significa centro, núcleo
essencial.
Os músculos incluídos no CORE são: musculatura do assoalho pélvico, músculos da parede
anterolateral do abdome (transverso do abdome, reto do abdome, oblíquo externo e oblíquo
interno), eretor da espinha, glúteo máximo e diafragma.
MAS POR QUE O CORE PODE SER TÃO
IMPORTANTE PARA A FUNCIONALIDADE E SAÚDE
DOS MEMBROS INFERIORES?
Os movimentos das atividades da vida diária (AVDs) são extremamente dependentes do CORE, por
estabilizar o tronco e a pelve, permitindo que os membros superiores e inferiores se movam
adequadamente, enquanto o seu enfraquecimento pode resultar em uma predisposição à lesão.
Exercícios indicados para fortalecimento do CORE:
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 Prancha.
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 Variações feitas em prancha solicitando ativação de todo o CORE.
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 Exercício conhecido como perdigueiro.
IMPORTÂNCIA DO MÚSCULO PSOAS: UM
MOMENTO PARA O RELAXAMENTO
Quando pensamos em dores na coluna, principalmente a lombalgia, não podemos negligenciar a
importância do músculo psoas maior. Ele apresenta inserção proximal no corpo vertebral, processo
transverso e discos intervertebrais de L1 a L5, sendo o motor primário em diversos movimentos do
quadril, principalmente a flexão, devido à sua inserção distal no trocânter menor do fêmur juntamente
com o músculo ilíaco.
 ATENÇÃO
Observando a sua inserção proximal e distal, percebemos que os movimentos realizados com os membros
inferiores interferem na sua fixação na coluna vertebral.
A seguir apresentaremos o trabalho desenvolvido por Staugaard-Jones (2018) que nos traz uma
abordagem e técnicas de intervenções no músculo psoas maior, considerando a sua importância para a
manutenção de uma coluna e corpo saudáveis.
CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS
O músculo psoas maior encontra-se situado profundamente entre a face anterior da articulação do
quadril e a parte inferior e lateral da coluna vertebral, fazendo a conexão entre a coluna e os membros
inferiores. Isso o torna um músculo postural muito importante, além de motor agonista e estabilizador de
dois complexos articulares diferentes: a articulação do quadril e as articulações da região lombar da
coluna vertebral, atuando ainda na regulação do equilíbrio, uma vez que se localiza próximo ao centro
de gravidade.
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 Localidade do músculo psoas maior.
POSIÇÃO DE DESCANSO CONSTRUTIVO
Consciência corporal e relaxamento explicam por que o trabalho postural não deve ser realizado
somente por exercício de contração e alongamento.A seguir traremos um exercício simples, mas não
menos importante que os demais.
Extraído de Staugaard-Jones, J.A. O músculo psoas: bem-estar físico e emocional. Tradução: Paulo
Laino Cândido. - 1. ed. - Barueri [SP] : Manole, 2018. 136 p.15 : il.
 Exercício simples para realizar o trabalho postural.
1. Inicie em decúbito dorsal sobre uma superfície plana e firme.
2. Flexione os joelhos e mantenha os pés (plantas) em contato com o solo (pode colocar um apoio
sob a cabeça a fim de que fique alinhada com a coluna vertebral). Obs.: se houver dificuldade
para manter os quadris, os joelhos e os pés alinhados, pode apoiar um joelho no outro com os pés
ligeiramente afastados e os dedos dos pés voltados medialmente.
3. Feche os olhos e imagine a coluna vertebral em toda a sua extensão.
4. Inspire e expire de forma consciente, concentrando-se somente na respiração.
5. Deixe o peso da cabeça, não do dorso, se dispersar no solo, estando essa alinhada com a
coluna vertebral neutra.
6. Relaxe e deixe que as vértebras e a pelve alinhada suportem o corpo sem contrair a
musculatura.
7. Sinta-se como se estivesse pendurado pelos joelhos sobre um cabide ancorado superiormente,
com as coxas de um lado e as pernas do outro.
8. Perceba os músculos relaxando dos joelhos em direção ao quadril.
9. Agora, perceba o relaxamento das articulações do joelho em direção aos tornozelos e pés.
10. Sinta os pés, assim como mantenha os olhos totalmente relaxados.
11. Inspire e expire profundamente por três vezes, abra os olhos, e ao terminar não sente
diretamente, role para um lado e sente-se lentamente.
A tensão muscular está relacionada ao estresse e pode se tornar prejudicial, gerando desconforto e até
mesmo lesão nos ombros e no pescoço, tendo como causa inúmeros fatores, que podem ser desde
sentimentos desconfortáveis até conflitos e hábitos posturais inadequados, podendo perdurar por muitos
anos. À medida que o músculo psoas se torna tenso, a postura, a marcha e a própria disposição são
afetadas. A sua abordagem direta é difícil, em virtude de sua localização profunda, sendo, portanto,
importante que o indivíduo faça terapia corporal para liberar e relaxar o músculo psoas.
OUTROS EXERCÍCIOS DE CONSCIÊNCIA POSTURAL
 Postura chamada savasana, uma posição de repouso total.
Savasana: também conhecida como postura Asana, é comumente executada no fim de uma aula de
yoga. É uma posição de repouso total, em geral executada em decúbito dorsal, liberando
completamente não apenas a tensão corporal, mas também pensamentos e emoções. Utilizando a
respiração para conduzir a pessoa a um profundo estado de relaxamento de todo o corpo, inclusive do
músculo psoas.
 A meditação é um momento de consciência da respiração em que vivenciamos somente o momento
presente.
Meditação: momento em que o indivíduo se volta para a consciência da respiração, afastando da mente
qualquer tipo de pensamento e vivenciando somente o momento presente. A melhor maneira de
executá-la é em posição sentada, com os músculos flexores do quadril relaxados e a coluna vertebral
alongada a fim de proporcionar condições ideais para o fluxo de energia. Também se pode usar a
postura de Asana se houver necessidade de liberar os flexores do quadril.
MÉTODO PILATES

Nascido em 1880 na Alemanha, Joseph Pilates foi uma criança que apresentou diversas debilidades,
como raquitismo, asma e febre reumática. Pilates passou a se engajar em programas que pudessem
melhorar seu físico, participando de diversas modalidades de atividades que fossem benéficas para a
sua saúde. Passou a treinar boxe e se tornou instrutor de autodefesa, o que lhe conferiu uma boa
definição muscular.
Em 1914, com a primeira guerra mundial, é levado com outros alemães para um campo de
concentração na Inglaterra. Durante esse período, ele ensinou exercícios físicos a outros presos no
campo e começou a desenvolver um programa de reabilitação para os que foram feridos durante a
guerra.


Após a guerra, em 1919, Pilates retornou à Alemanha, passando a treinar a polícia militar em autodefesa
e condicionamento físico. Nesse período, ele trabalhou com um analista do movimento de dançarinos.
Tempos depois, Pilates foi para os Estados Unidos.
Em 1926, aos 45 anos de idade, Pilates conheceu a sua futura esposa, Clara, e juntos eles
estabeleceram um estúdio em Nova York, no mesmo prédio onde havia vários estúdios de dança,
passando o seu método a ser vinculado ao condicionamento, à reabilitação e ao treinamento de muitos
dançarinos. Pilates desenvolveu um método chamado de contrologia, e passou a ensiná-lo para futuros
treinadores.

Muitas escolas atualmente ensinam Pilates e adaptam os exercícios de diferentes formas, fazendo com
que atualmente o método Pilates esteja em contínua evolução. O método é um programa de exercícios
que visa ao condicionamento físico combinando fortalecimento muscular, flexibilidade e técnicas de
respiração, buscando estabelecer a coordenação entre tronco, escápulas e pelve durante o movimento.
Trata-se de um programa que busca o condicionamento corpo e mente, possibilitando movimentos com
pouco esforço, fluido e equilibrado, exigindo uma constante atenção sobre o seu corpo durante os
exercícios.
A indicação do método para a educação ou reeducação postural consta nas características que são
desenvolvidas: equilíbrio muscular, aprendizado motor consciente, habilidades de estabilização e
coordenação, flexibilidade e fortalecimento, além da consciência corporal sempre aliada à respiração.
Veja a seguir alguns exemplos de exercícios clássicos de Pilates:
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 The Hundred
Objetivos: fortalecer o grupamento dos músculos abdominais, melhorar o controle respiratório e o uso
do padrão respiratório torácico, sendo um exercício que pode ser usado para aquecimento.
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 Posição inicial do Rolamento para cima (Roll-up).
Objetivos: fortalecer os músculos abdominais, restaurar o ritmo lombo-pélvico, alongar os isquiotibiais,
desenvolver a estabilidade e a mobilidade da coluna e alongar os músculos da região dorsal.
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 Rolamento para trás (rollover).
Objetivos: desafiar a flexibilidade da coluna, controlar a contração de músculos abdominais e profundos
da coluna vertebral, favorecer a mobilidade do tronco, alongando a região lombar e os isquiotibiais.
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 Alongamento de uma perna (single leg stretch).
Objetivos: alcançar estabilidade e coordenação do movimento por meio do controle dos músculos
transverso do abdome e iliopsoas.
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 Alongamento com uma perna estendida (single straight leg stretch).
Objetivos: alongar os isquiotibiais e gastrocnêmios, desenvolvendo o controle e a força dos membros
inferiores, fortalecendo os músculos abdominais e aprimorando a habilidade de dissociar o movimento
entre pernas e tronco.
TÉCNICAS PARA INTERVENÇÃO NAS
DISFUNÇÕES DA COLUNA VERTEBRAL E DA
POSTURA
A especialista Adriana de Souza Marinho Teixeira apresentará técnicas para intervenção nas disfunções
da coluna vertebral e da postura.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA EM RELAÇÃO AOS EXERCÍCIOS DE
CORREÇÃO POSTURAL DA COLUNA VERTEBRAL:
A) Deve ser focado somente na coluna vertebral para que se obtenha um melhor resultado.
B) Deve conjugar com exercícios que envolvam membros superiores e inferiores por terem correlação
anatômica e funcional com a coluna vertebral.
C) Os exercícios de alongamento são os mais eficientes nas correções posturais não sendo necessária
a associação com exercícios de fortalecimento ou relaxamento.
D) O método Pilates tem como princípio fundamental o fortalecimento muscular, sendo secundário o
controle da respiração.
E) Métodos de relaxamento não apresentam indicação nos tratamentos posturais.
2. (2020. IBADE. PREFEITURA DE VILA VELHA — ES. IBADE — 2020 —
PREFEITURA DE VILA VELHA — ES — FISIOTERAPEUTA)
A PRINCIPAL AÇÃODOS MÚSCULOS ILIOPSOAS É:
A) Flexão de quadril
B) Extensão de joelho
C) Abdução de coxa
D) Extensão de perna
E) Rotação medial de tornozelo
GABARITO
1. Marque a alternativa correta em relação aos exercícios de correção postural da coluna
vertebral:
A alternativa "B " está correta.
Os exercícios posturais devem mesclar alongamento, relaxamento e fortalecimento, desenvolvendo
consciência corporal e controle respiratório.
2. (2020. IBADE. Prefeitura de Vila Velha — ES. IBADE — 2020 — Prefeitura de Vila Velha — ES —
Fisioterapeuta)
A principal ação dos músculos iliopsoas é:
A alternativa "A " está correta.
O músculo iliopsoas é motor primário nos movimentos de flexão e rotação lateral da articulação do
quadril.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Iniciamos nossos estudos passando por técnicas de avaliação postural da coluna vertebral, conhecendo
abordagens quantitativas e qualitativas de observação, o que nos permitiu perceber que para uma eficaz
intervenção postural é necessário passar por uma cuidadosa avaliação, e que existem diversas
modalidades, cabendo ao profissional escolher a que mais se adequa aos seus objetivos.
Identificamos as lesões mais comuns relacionadas à coluna vertebral, e percebemos a importância
desse arcabouço ósseo formado por vértebras na proteção de um componente anatômico essencial
para a sensibilidade e execução dos movimentos corporais — a medula espinal e seus nervos.
Por fim, abordamos técnicas para intervenção das disfunções posturais, que podem e devem ser
realizadas por meio de alongamentos, fortalecimento e relaxamento, sempre com enfoque na
consciência corporal e no controle da respiração.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ALEXANDRE, N. M. C.; MORAES, M. A. A. de. Modelo de avaliação físico-funcional da coluna
vertebral. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 9, n. 2, p. 67-75, 2001.
CAMARGO, O. P.; FILHO, T. E. P. B. Ortopedia e traumatologia para graduação. Rio de Janeiro:
Revinter, 2010.
DEFINO, H.L.A.; PUDLES, E.; ROCHA, L. E. M. Coluna vertebral: lesões traumáticas. Porto Alegre:
Artmed, 2020.
KENDALL, F. P.; MCCREARY, E. K.; PROVANCE, P. G. et al. Músculos, provas e funções: com
postura e dor. 5º ed. Ed. Manole: São Paulo, 2007.
NELSON, A.G.; KOKKONEN, J. Anatomia do alongamento: guia ilustrado para aumentar a
flexibilidade e a força muscular. Tradução: Fernando Gomes do Nascimento. 2ª ed. Barueri [SP]:
Manole, 2018. 230 p.: il.
OLIVER, J; MIDDLEDITCH, A. Anatomia funcional da coluna vertebral. Rio Janeiro: Revinter, 1998.
PILZ, B. et al. Versão brasileira do STarT Back Screening Tool - tradução, adaptação transcultural e
confiabilidade. Braz. J. Phys. Ther., São Carlos, v. 18, n. 5, 2014.
RESOLUÇÃO CONFEF Nº 391/2020. Consultado na internet em: 20 fev. 2021.
SACCO, I. C N. et al. Confiabilidade da fotogrametria em relação a goniometria para avaliação
postural de membros inferiores. Brazilian Journal of Physical Therapy, v. 11, n. 5, p. 411-417, 2007.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA. Tratado de dor
musculoesquelética. coordenadores Ricardo Kobayashi, Marcus Vinicius Malheiros Luzo, Moisés
Cohen. São Paulo [SP]: Alef, 2019.
SOUZA, V. P. Efeitos do método iso stretching® na dor lombar crônica. Universidade do Sul de
Santa Catarina. Vanessa philippi Palhoça, 2008.
STAUGAARD-JONES, J. A. O músculo psoas: bem-estar físico e emocional. Tradução: Paulo Laino
Cândido. 1ª ed. Barueri [SP]: Manole, 2018.
EXPLORE+
Visite o site do BMClab — Laboratório de Biomecânica e Controle Motor.
Acesse o site do BMClab para baixar o software SAPO gratuitamente.
Veja como funciona o método Mckenzie a partir do site do McKenzie Institute USA. (conteúdo em inglês)
CONTEUDISTA
Adriana de Souza Marinho Teixeira
 CURRÍCULO LATTES
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