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CONTABILIDADE 
INTERMEDIÁRIA
PROF.A DENISA MARIA BOÇATO
Reitor:
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-Reitoria Acadêmica:
Maria Albertina Ferreira do 
Nascimento
Diretoria EAD:
Prof.a Dra. Gisele Caroline 
Novakowski
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Fernando Sachetti Bomfim
Marta Yumi Ando
Simone Barbosa
Produção Audiovisual:
Adriano Vieira Marques
Márcio Alexandre Júnior Lara
Osmar da Conceição Calisto
Gestão de Produção: 
Cristiane Alves
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de Só-
crates para reflexão: “a vida sem desafios não 
vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande res-
ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, 
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica 
e profissional, refletindo diretamente em nossa 
vida pessoal e em nossas relações com a socie-
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente 
e busca por tecnologia, informação e conheci-
mento advindos de profissionais que possuam 
novas habilidades para liderança e sobrevivên-
cia no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino 
a Distância, a proporcionar um ensino de quali-
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de 
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes 
atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
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UNIDADE
01
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 5
1. OPERAÇÕES COM MERCADORIAS ...................................................................................................................... 6
1.1 CONCEITO ............................................................................................................................................................. 6
1.2 INVENTÁRIO PERIÓDICO.....................................................................................................................................7
1.3 INVENTÁRIO PERMANENTE .............................................................................................................................. 8
1.4 CONTABILIZAÇÃO DO ESTOQUE ........................................................................................................................10
1.5 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DO ESTOQUE .........................................................................................................13
1.5.1 PEPS – PRIMEIRO QUE ENTRA, PRIMEIRO QUE SAI .................................................................................14
1.5.2 UEPS – ÚLTIMO QUE ENTRA, PRIMEIRO QUE SAI .....................................................................................15
1.5.3 MPM – MÉDIA PONDERADA MÓVEL .............................................................................................................16
OPERAÇÕES COM MERCADORIAS
PROF.A DENISA MARIA BOÇATO
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA
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1.5.4 PREÇO DE REPOSIÇÃO (OU CUSTO DE REPOSIÇÃO) ..................................................................................17
1.6 CUSTO E OS IMPOSTOS NAS OPERAÇÕES COM MERCADORIAS ................................................................18
1.6.1 CUSTOS E AS EMBALAGENS, DESPESAS DE SEGURO E TRANSPORTE ....................................................19
1.6.2 DEVOLUÇÃO DE COMPRAS E DEVOLUÇÃO DE VENDAS ..............................................................................19
CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................................................................................21
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), este material tem como principal objetivo a ampliação dos conhecimentos 
apresentados em Introdução à Contabilidade Intermediária. Para tanto, elaboraremos as 
demonstrações contábeis, incorporando atividades mais complexas desenvolvidas pelas empresas, 
com foco nas possibilidades de tomadas de decisão advindas do conhecimento na área.
A Unidade 1 aborda as operações com mercadorias em um ambiente empresarial que 
busca se desenvolver e atingir lucros. As operações com mercadorias requerem constante atenção, 
não somente quanto aos controles internos, mas também quanto à questão tributária. Ademais, 
o controle de estoques é obrigatório e sua movimentação deve ser informada periodicamente ao 
Fisco por meio dos Sped.
Nesta unidade, entenderemos a impor tância do mecanismo de compra e venda de 
mercadorias para as empresas comerciais e como identi� car os tributos que incidem sobre as 
mercadorias.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1. OPERAÇÕES COM MERCADORIAS
1.1 Conceito
As operações com mercadorias representam o centro das atividades empresariais. Elas 
devem ser controladas não somente pelas empresas comerciais, mas a maior atenção deve ser 
aplicada às indústrias que compram matéria-prima e insumos, transformam-nos em outros 
bens e serviços e os comercializam. Enquanto isso, as empresas comerciais se concentram nas 
operações de compra e venda de mercadorias.
Para registrar as operações que envolvem mercadorias, as empresas utilizam o método 
da conta mista ou o método da conta desdobrada. Independentemente do método utilizado, as 
empresas podem optar por um dos sistemas, ou seja, pelo sistema de inventário periódico ou pelo 
sistema de inventário permanente.
Agora, vamos ver detalhadamente cada um desses métodos e, em seguida, os sistemas de 
inventário.
I. Método da conta mista: incide na adoção de uma só conta para o registro de todas as 
operações envolvendo mercadorias. Por ser ele um método, esta conta tem como título 
“mercadorias”. Denomina-se método da conta mista, pois a conta mercadorias tem dupla 
função: patrimonial e de resultado.
II. Método da conta desdobrada: incide na adoção de várias contas para o registro 
das operações envolvendo mercadorias. Nesse caso, a conta mercadorias é desdobrada 
em tantas contas quantas forem necessárias para a contabilização isolada de cada tipo 
de acontecimento que envolva as operações com mercadorias, que são três: estoque de 
mercadorias, compra de mercadorias e vendas de mercadorias. Neste método, utilizam-
se basicamente três contas: Estoque de Mercadorias, Compras de Mercadorias e Vendas 
de Mercadorias. Nesse caso, a conta Estoque com Mercadorias tem apenas a função 
patrimonial. As demais contas de resultado, no � nal do período, são transferidas para 
a Conta Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) ou Resultado da Conta Mercadoria 
(RCM) para a apuração do resultado bruto do exercício.
Podem existir outras, como Compras Canceladas, Vendas Canceladas, Abatimentos 
Concedidos ou Obtidos, Frete e Seguros Sobre Compras ou sobre Vendas etc.
Seja qual for o método empregado, a empresa pode ainda escolher um dos seguintes 
sistemas:
I. Sistema de inventário periódico: nesse caso, as empresas organizam o inventário físico 
das mercadorias existentes em estoque apenas no � nal de um período, que, normalmente, 
é de um ano.
II. Sistema de inventário permanente: nesse caso, há um controle permanente do 
estoque de mercadorias, efetuando-se as anotações a cada compra, venda ou devolução. 
Como os estoques das mercadorias são mantidos atualizados, as empresas podem apurar 
o resultado da conta mercadorias no momento emque desejarem.
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1.2 Inventário Periódico
Não há uma avaliação constante e permanente dos estoques. No � nal de determinado 
período, a empresa faz um levantamento físico dos estoques de mercadorias. Com o resultado 
dessa avaliação (estoque � nal), juntamente com o valor do estoque inicial, a empresa calcula o 
Custo da Mercadoria Vendida (CMV). 
Normalmente, esse tipo de controle é realizado pelas pequenas empresas comerciais. 
Vejamos a fórmula:
 CMV = estoque inicial + compra – estoque � nal
 Os lançamentos contábeis no inventário periódico serão da forma como segue. 
Peguemos o seguinte exemplo: compra de R$ 5.000,00 em mercadorias a prazo.
No Livro Diário:
D – Compra de Mercadorias (Custos)
C – Fornecedores (Passivo) R$ 5.000,00
Quando ocorrerem devoluções:
Suponhamos que, na compra realizada de R$ 5.000,00, por algum motivo devolveu-se R$ 
1.000,00.
No Livro Diário:
D – Fornecedores (Passivo) 
C – Devolução de Compras de Mercadorias (Custos) R$ 1.000,00
Dessa forma, será contabilizado o fechamento das compras, abatimentos e devoluções 
sobre compras na CMV e as devoluções de vendas e abatimentos sobre vendas na Apuração do 
Resultado do Exercício (ARE).
O adequado controle de estoques é uma necessidade não somente 
da contabilidade em si, mas da boa gestão das empresas. 
Saiba mais assistindo ao vídeo Inventário – Levantamento 
de Estoques, disponível em <https://www.youtube.com/
watch?v=v7Tf010_4Ko&feature=youtu.be>.
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) aprova a Norma 
Brasileira de Contabilidade, NBC TSP 04, de 25 de novembro 
de 2016, que trata dos estoques. Para saber mais, acesse o 
link <http://www.fazenda.mg.gov.br/governo/contadoria_geral/
legislacao/tipolegisl/nbctsp04.pdf>.
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Nesse caso, deverá ser realizada a contagem física para se saber o valor do estoque � nal 
com vistas a calcular a CMV.
1.3 Inventário Permanente
Este tipo de sistemática é utilizado quando a empresa realiza um controle do estoque de 
forma contínua, registrando a entrada e a saída de mercadorias de seu estoque. E existe o controle 
rigoroso da conta estoque: quando se compra mercadoria, adiciona-se ao estoque; quando se 
realiza uma venda, dá-se baixa na mesma conta, no mesmo momento em que a nota � scal é 
emitida.
Diz-se que ocorre o inventário permanente quando a empresa controla a movimentação 
dos seus estoques de forma contínua, dando-lhe baixa a cada venda pelo custo dessas mercadorias 
vendidas (CMV) ou pelo custo dos produtos vendidos (CPV).
Dessa forma, adotando-se o sistema de inventário permanente, a empresa mantém um 
controle contínuo sobre todas as entradas e saídas de mercadorias (em quantidades e valores) 
bem como possíveis devoluções e perdas de forma que, a qualquer momento, pode dispor de 
relatórios da posição atualizada dos estoques e do custo das mercadorias vendidas, seja em 
quantidade seja em valores.
Basicamente, o sistema consiste em contabilizar o valor do estoque vendido quando 
a venda tenha sido realizada. Assim, o estoque inicial, mais as compras do período, menos o 
estoque vendido (CMV) resultará no estoque � nal em qualquer data (CMV = estoque inicial + 
compra – estoque � nal).
Como regra, o livro Registro de Inventário deve ser escriturado por todas as empresas 
que mantenham mercadorias e produtos em estoque na data do balanço. Além das necessidades 
gerenciais, ele deve também atender aos preceitos da legislação � scal (ICMS, IPI e IRPJ).
O Registro de Inventário é destinado a englobar os custos contabilizados, com especi� cação 
de cada produto de modo a permitir a identi� cação e segregação das mercadorias, matérias-
primas, produtos manufaturados, produtos em fabricação e bens em almoxarifados, inclusive 
os que estejam em poder de terceiros e os pertencentes a terceiros em poder do estabelecimento 
à data do balanço patrimonial levantado ao � m de cada período de apuração (artigo 261, do 
RIR/1999). Inexistindo estoque, isso também deverá ser mencionado no livro.
A adoção da Escrituração Fiscal Digital (EFD-ICMS/IPI), nos termos do Ajuste SINIEF 
nº 2/2009, fundamenta a elaboração, registro e autenticação dos livros Registro de Inventário e 
Registro de Entradas, em relação ao mesmo período desde que sejam informadas na escrituração 
as especi� cações que facilitem a identi� cação das mercadorias, dos produtos manufaturados, das 
matérias-primas, dos produtos em fabricação e dos bens em almoxarifado existentes à data do 
balanço patrimonial levantado ao � m da cada período de apuração, bem como sejam observados 
os critérios para avaliação do estoque, nos termos dos artigos 261 e 292 a 298, do RIR/1999.
Ainda sobre a EFD-ICMS/IPI, as informações relativas ao inventário devem ser inseridas 
no Bloco H; Inventário Físico. Para que o Bloco H seja utilizado como Registro de Inventário 
para efeito do imposto de renda, a pessoa jurídica deve: a) acrescentar os bens cujo inventário 
não é exigido para � ns do IPI/ICMS, mas apenas pela legislação do imposto de renda (bens em 
almoxarifado); e b) acrescentar o valor unitário dos bens de acordo com os critérios exigidos 
pela legislação do imposto de renda, quando discrepante dos critérios previstos na legislação 
do IPI/ICMS, conduzindo-se ao valor contábil dos estoques. Esse acréscimo é autorizado pelo 
Convênio Sinief/1970, artigo 63, § 12, como “Outras indicações” e será informado no campo 11 
- VL_ITEM_IR do registro H010 - Inventário.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
As pessoas jurídicas do segmento de construção civil, dispensadas de apresentar a 
Escrituração Fiscal Digital (EFD) e obrigadas a escriturar o Livro Registro de Inventário, devem 
apresentá-lo na ECD como um livro auxiliar. O livro Registro de Inventário deverá conter os 
Termos de Abertura e Encerramento e indicar o nome empresarial, o � m a que se destinou o 
instrumento escriturado (no caso, livro Registro de Inventário), o número de ordem do livro 
e a quantidade de folhas escrituradas. Ao � nal, deverá ser datado e assinado pelo empresário, 
administrador de sociedade ou seu representante legal e por contabilista legalmente habilitado, 
com indicação do número de sua inscrição no Conselho Regional de Contabilidade (CRC).
O livro Registro de Inventário deverá ser conservado pelo prazo de cinco anos, no mínimo, 
contados de seu encerramento ou enquanto não estiverem prescritas eventuais ações judiciais e/
ou � scais que lhe sejam pertinentes. Na hipótese de extravio, deterioração ou destruição do livro 
Registro de Inventário, a empresa deverá publicar, em jornal de grande circulação do local de seu 
estabelecimento, aviso concernente ao fato e dar minuciosa informação, dentro de 48 horas, ao 
órgão competente do Registro do Comércio (Artigo 264, do RIR/99). No caso de os livros serem 
escriturados por meio de sistema eletrônico de dados, devem-se, também, observar as normas 
sobre manutenção e apresentação de arquivos magnéticos e documentação do sistema.
Ainda conforme o inciso III do Ajuste SINIEF 25/16, são obrigadas a entregar o Bloco K 
(Controle da Produção e do Estoque):
I. a) Empresas com faturamento acima de R$ 300.000.000,00, classi� cadas nos CNAEs 10 
a 32, com o envio dos Registros K200 e K280.
b) estabelecimentos industriais optantes pelo Regime Aduaneiro Especial de Entreposto 
Industrial sob Controle Informatizado (Recof), com entrega do Bloco K completo.
II. Empresas com faturamento acima de R$ 78.000.000,00, classi� cadas nos CNAEs 10 a 
32.
III. a) Compreende as empresas com faturamento menor que R$ 78.000.000,00. b) Os 
estabelecimentos industriais classi� cados nas divisões 10 a 32.
c) Os estabelecimentos atacadistas classi� cados nos grupos462 a 469 da CNAE.
Os contribuintes optantes pelo Simples Nacional estão dispensados de apresentar esse 
bloco em virtude da Resolução Comitê Gestor do Simples Nacional nº 94, de 29 de novembro de 
2011.
Esse bloco se destina a prestar informações mensais da produção e do respectivo consumo 
de insumos, bem como do estoque escriturado relativo aos estabelecimentos industriais ou a 
eles equiparados pela legislação federal e pelos atacadistas. As informações a serem declaradas 
compreendem o saldo de estoque, as perdas no processo produtivo, as informações sobre o 
produto acabado e os produtos fabricados pelo estabelecimento ou por terceiros.
A Escrituração Fiscal Digital (EFD) é um arquivo digital, que se 
constitui de um conjunto de escriturações de documentos fi scais 
e de outras informações de interesse dos Fiscos das unidades 
federadas e da Secretaria da Receita Federal do Brasil, bem como 
de registros de apuração de impostos referentes às operações e 
prestações praticadas pelo contribuinte. Esse arquivo deverá ser 
assinado digitalmente e transmitido, via Internet, ao ambiente Sped.
Para saber mais, acesse <http://sped.rfb.gov.br/pagina/show/523>.
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1.4 Contabilização do Estoque
No inventário permanente, preferencialmente devem-se registrar todas as compras 
diretamente na conta de Mercadorias em Estoque (ativo). Ou seja, não se utiliza, para o registro 
das compras, a conta Compras de Mercadorias (custos), como se adota no sistema de inventário 
periódico.
No momento da venda, devem-se realizar 2 lançamentos, quais sejam:
I. Pelo valor das vendas (de acordo com a nota � scal, a venda).
II. Pelo valor do custo das mercadorias vendidas (a baixa do estoque). 
Para melhor entendimento, exempli� quemos:
a) Estoque inicial de mercadorias em 1º de janeiro de 2020: $ 20.000
b) Compras de mercadorias a prazo durante o ano 2020: $ 10.000 
c) Venda de metade do estoque (sendo $ 5.000 o custo do estoque), a prazo, pelo valor de 
$ 15.000.
No Livro Diário, a contabilização será a seguinte:
1. Pelo valor das compras a prazo ocorridas durante o ano 2020:
D – Mercadorias em estoque
C - Fornecedores 10. 000
Empresa: XXXXX Período: Janeiro a Dezembro/20
RAZÃO ANALÍTICA RECEITA BRUTA
Conta: 1.X.X.X – Mercadorias em Estoque (Ativo)
Data Histórico Débito Crédito Saldo
Xx/xx/xx Compra cf NF xx 10.000,00 10.000,00
Empresa: XXXXX Período: Janeiro a Dezembro/20
RAZÃO ANALÍTICA RECEITA BRUTA
Conta: 2.X.X.X – Fornecedores - XX (Passivo)
Data Histórico Débito Crédito Saldo 
Xx/xx/xx Compra cf NF xx 10.000,00 10.000,00
2. Pelo valor das vendas a prazo ocorridas durante o ano 2020:
D – Duplicatas a Receber
C – Receita de Venda de Mercadorias 15.000
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Empresa: XXXXX Período: Janeiro a Dezembro/20
RAZÃO ANALÍTICA RECEITA BRUTA
Conta: 1.X.X.X – Duplicatas a Receber (Ativo)
Data Histórico Débito Crédito Saldo
Xx/xx/xx Venda cf NF xx 15.000,00 15.000,00
Empresa: XXXXX Período: Janeiro a Dezembro/20
RAZÃO ANALÍTICA RECEITA BRUTA
Conta: 4.X.X.X – Receita de Vendas de Mercadorias (Resultados)
Data Histórico Débito Crédi to Saldo
Xx/xx/xx Venda cf NF xx 15.000,00 15.000,00
3. Pelo valor do custo das mercadorias vendidas
D – Custo das Mercadorias Vendidas
C – Mercadorias em Estoque 5.000
Empresa: XXXXX Período: Janeiro a Dezembro/20
RAZÃO ANALÍTICA RECEITA BRUTA
Conta: 1.X.X.X – Mercadorias em Estoque (Ativo)
Data Histórico Débito Crédito Saldo
Xx/xx/xx Compra cf NF xx 10.000,00 10.000,00
Xx/xx/xx Bx estoque CMV cf NF xx 5.000,00 5.000,00
Empresa: XXXXX Período: Janeiro a Dezembro/20
RAZÃO ANALÍTICA RECEITA BRUTA
Conta: 4.X.X.X – Custo das Mercadorias Vendidas (CMV)
Data Histórico Débito Crédito Saldo
Xx/xx/xx Bx estoque CMV cf NF xx 5.000,00 5.000,00
No encerramento do exercício social do ano 2020:
Pela transferência do saldo credor da conta Receita de Vendas de Mercadorias para a 
conta Resultado da Conta Mercadorias - RCM
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
D – Receita de Vendas de Mercadorias
C - Resultado da Conta Mercadorias - RCM 15.000
Empresa: XXXXX Período: Janeiro a Dezembro/20
RAZÃO ANALÍTICA RECEITA BRUTA
Conta: 4.X.X.X – Receita de Vendas de Mercadorias (Resultados)
Data Histórico Débito Crédito Saldo
Xx/xx/xx Venda cf NF xx 15.000,00 15.000,00
31/12/20 Transf. Saldo Credor para conta Resultados 15.000,00 0,00
Empresa: XXXXX Período: Janeiro a Dezembro/20
RAZÃO ANALÍTICA RECEITA BRUTA
Conta: 4.X.X.X – Resultado da Conta Mercadorias - RCM
Data Histórico Débito Crédito Saldo
31/12/20 Transf. Saldo Credor para conta Resultados 15.000,00 15.000,00
5. Pela transferência do saldo devedor da conta Custo das Mercadorias Vendidas - CMV 
para a conta Resultado da Conta Mercadorias - RCM
 D – Resultado da Conta Mercadorias – RCM
 C – Custo das Mercadorias Vendidas – CMV 5.000
 
Empresa: XXXXX Período: Janeiro a Dezembro/20
RAZÃO ANALÍTICA RECEITA BRUTA
Conta: 4.X.X.X – Custo das Mercadorias Vendidas (CMV)
Data Histórico Débito Crédito Saldo
Xx/xx/xx Bx estoque CMV cf NF xx 5.000,00 5.000,00
Xx/xx/xx Trans. Saldo p/Contas Resultado 
do Exercício 5.000,00 0,00
Empresa: XXXXX Período: Janeiro a Dezembro/20
RAZÃO ANALÍTICA RECEITA BRUTA
Conta: 4.X.X.X – Resultado da Conta Mercadorias - RCM
Data Histórico Débito Crédito Saldo
31/12/20 Transf. Saldo Credor para conta Resultados 15.000,00 15.000,00
31/12/20 Trans. Saldo p/Contas 
Resultado do Exercício
5.000,00 10.000,00
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
6. Pela transferência do saldo credor da conta RCM para a conta Resultado do Exercício
D – Resultado da Conta Mercadorias - RCM
C – Resultado do Exercício 
 10.000
Empresa: XXXXX Período: Janeiro a Dezembro/20
RAZÃO ANALÍTICA RECEITA BRUTA
Conta: 4.X.X.X – Resultado da Conta Mercadorias – RCM
Data Histórico Débito Crédito Saldo
31/12/20 Transf. Saldo Credor para conta Resultados 15.000,00 15.000,00
31/12/20 Trans. Saldo p/Contas 
Resultado do Exercício
5.000,00 10.000,00
31/12/20 Trans. Saldo p/Contas 
Resultado do Exercício 10.000,00 0,00
Empresa: XXXXX Período: Janeiro a Dezembro/20
RAZÃO ANALÍTICA RECEITA BRUTA
Conta: 4.X.X.X – Resultado do Exercício
Data Histórico Débito Crédito Saldo
31/12/20 Trans. Saldo p/Contas 
Resultado do Exercício 10.000,00 0,00
Dessa forma, após cada operação de venda e sua contabilização, tem-se a conta de Receita 
de Vendas de Mercadorias (contas de resultados) atualizada, a de Custo das Mercadorias 
Vendidas (CMV), com o total do custo acumulado até a data de encerramento do período 
contábil, e a de Mercadorias em Estoque, re� etindo o valor exato do estoque � nal.
1.5 Critérios de Avaliação do Estoque
Quando se fala de operações com mercadorias, é necessário também compreender que 
são 04 (quatro) os métodos de apuração do inventário permanente:
a) PEPS – Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair.
b) UEPS – Último a Entrar, Primeiro a Sair.
c) MPM – Média Ponderada Móvel.
d) Preço de Reposição.
Nas empresas comerciais, o controle de estoque é realizado de forma quantitativa (por 
meio da contagem física) e pela valoração monetária. Nesse caso, é necessário periodicamente 
realizar a contagem física do estoque (chamamos de inventário) e avaliá-lo monetariamente para 
� ns de apuração dos custos (ARE - Apuração do Resultado do Exercício). 
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É necessário um controle sistemático, por meio do qual se checam o consumo real, as 
perdas, os roubos, os extravios, as quebras, dentre outros fatoresque podem alterar o saldo físico 
dos estoques (como erros nos controles de entradas e saídas). Esses controles internos devem 
auxiliar os gestores quanto à tomada de decisão, de� nindo qual produto ou mercadoria apresenta 
maior margem de contribuição em relação ao resultado da empresa, entre outras análises.
Como já vimos, existem duas sistemáticas para o controle de estoque: inventário 
permanente e periódico.
Inventário periódico: imagine que uma empresa comercial adquiriu, no início de suas 
atividades, 100 unidades de mercadorias ao valor de $ 50,00 cada e utiliza, para controle de 
estoque, o inventário periódico. Assim, seu estoque inicial foi de $ 5.000,00. No mês seguinte, 
adquiriu mais 100 unidades por $ 45,00 cada, ou seja, $ 4.500,00 de compras. Ao � nal do mês, 
realizou a venda de 25 unidades por $ 60,00 cada, tendo uma receita de venda de $ 1.500,00. 
Vamos ao cálculo do CMV:
Na realização do inventário, foi constatado que o estoque � nal era de $ 8.312,50.
CMV = Estoque Inicial + Compra – Estoque Final
CMV = 5.000 + 4.500 – 1.187,50 = 8.312,50
Vejamos o Lucro Bruto no período:
Vendas 1.500,00
(-) CMV (1.187,50)
Lucro Bruto 312,50
Inventário permanente: existem quatro tipos de métodos no inventário permanente, 
quais sejam: PEPS, UEPS, Média Ponderada Móvel e Preço de Reposição.
1.5.1 PEPS – primeiro que entra, primeiro que sai 
Neste critério, a sistemática consiste em que o CMV será sempre com base no estoque 
mais antigo, nos primeiros estoques adquiridos. Por sua vez, o preço de custo do produto vendido 
será o preço de aquisição do produto mais antigo em estoque.
A sigla em inglês é conhecida como FIFO = First In, First Out.
Vamos exempli� car: 
• Imagine que uma empresa revendedora de máquinas adquiriu, no início de suas 
atividades, 02 unidades no valor de $10.000 cada e utiliza, para controle de estoque, o 
inventário permanente. 
• Assim, seu estoque inicial foi de $ 20.000.
• No mês seguinte, adquiriu mais 03 por $ 10.500 cada, ou seja, $ 31.500 de compras.
• Ao � nal do mês, realizou a venda de 02 unidades por $ 15.000 cada, obtendo uma receita 
de vendas $ 30.000.
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Como � cará o cálculo do CMV?
Vantagens e desvantagens do método PEPS: o critério PEPS traz como vantagem o fato 
de que os estoques � nais são valorizados a preços mais recentes, fazendo com que o BP (a conta 
estoque está à data do balanço) esteja mais próximo da realidade. Apresenta como desvantagem 
que o CMV está a preços mais antigos, prejudicando a DRE. O PEPS termina por valorizar o 
estoque � nal a preços mais recentes e, consequentemente, o custo de saída a preço mais antigo. 
1.5.2 UEPS – último que entra, primeiro que sai 
Neste critério, a sistemática consiste em que o CMV será sempre com base no estoque 
mais novo, nos últimos adquiridos. O preço de custo dos produtos vendidos será o preço pago na 
aquisição do produto mais novo em estoque, ou seja, a última compra.
Essa sigla em inglês é conhecida como LIFO = Last In, First Out.
No entanto, este método não é aceito pela Receita Federal do Brasil.
 
Vamos exempli� car com os mesmos dados do exemplo da PEPS:
• Imagine que uma empresa revendedora de máquinas adquiriu, no início de suas 
atividades, 02 duas unidades no valor de $10.000 cada e utiliza, para controle de estoque, 
o inventário permanente. 
• Assim, seu estoque inicial foi de $ 20.000.
• No mês seguinte, adquiriu mais 03 por $ 10.500 cada, ou seja, $ 31.500 de compras.
• Ao � nal do mês, realizou a venda de 02 unidades por $ 15.000 cada, obtendo uma receita 
de vendas de $ 30.000.
Quer saber por que o método UEPS não é autorizado no Brasil 
para a mensuração dos estoques? Saiba a resposta acessando 
o link <https://www.contabeis.com.br/artigos/3527/por-que-o-
metodo-ueps-nao-e-autorizado-no-brasil-para-a-mensuracao-
dos-estoques/>.
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Como � cará o cálculo do CMV?
Vantagens e desvantagens do método UEPS: O critério UEPS traz como vantagem o fato 
de o CMV ser reconhecido pelo preço (custo) mais recente, mais próximo de uma realidade dos 
custos de mercado na data do balanço. No entanto, a desvantagem é que, no balanço patrimonial, 
o estoque apresentará valores fora da realidade, desatualizados. Este método “valoriza” o estoque 
� nal ao valor mais antigo e, consequentemente, o custo de saída a valor mais recente. Esse critério 
é mais utilizado para a decisão da compra.
1.5.3 MPM – média ponderada móvel
Neste critério, a sistemática consiste em que o CMV será sempre com base no preço 
médio de aquisição para todos os itens do estoque. Quando efetuada a venda do produto, o CMV 
é calculado a partir do custo médio dos produtos estocados.
Vamos exempli� car com os mesmos dados do exemplo da PEPS e UEPS:
• Imagine que uma empresa revendedora de máquinas adquiriu, no início de suas 
atividades, 02 duas unidades no valor de $10.000 cada e utiliza, para controle de estoque, 
o inventário permanente. 
• Assim, seu estoque inicial foi de $ 20.000.
• No mês seguinte, adquiriu mais 03 por $ 10.500 cada, ou seja, $ 31.500 de compras.
• Ao � nal do mês, realizou a venda de 02 unidades por $ 15.000 cada, obtendo uma receita 
de vendas $ 30.000.
 Como � cará o cálculo do CMV?
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Vantagens e desvantagens do método MPM: o preço médio, ou Média Ponderada 
Móvel, não apresenta vantagem teórica, apenas prática já que é mais fácil de operacionalizar. 
No entanto, o custo médio ponderado é o método consagrado tanto pela legislação � scal quanto 
pelas normas contábeis para valoração dos estoques. E, de acordo com o PN CST 6/1979, é o 
mais aceitável do ponto de vista � scal desde que as saídas sejam registradas unicamente no � m 
de cada mês e desde que avaliadas ao preço médio que, sem considerar o lançamento de baixa, se 
veri� car naquele mês. Em resumo, o PMP equaliza tanto o estoque � nal quanto o custo de saída 
a um preço médio único.
1.5.4 Preço de reposição (ou custo de reposição)
Nesta sistemática, o CMV será calculado com base no preço de aquisição de uma nova 
mercadoria no mercado em que está estabelecida a organização. Esse método é mais utilizado na 
contabilidade gerencial e é aplicado nas aulas de teoria da contabilidade para determinar o preço 
de custo no momento de venda.
A sigla em inglês é conhecida como NIFO – Next In, First Out.
Para exempli� car, vamos utilizar os mesmos dados dos exemplos anteriores:
• Imagine que uma empresa revendedora de máquinas adquiriu, no início de suas 
atividades, 02 duas unidades no valor de $10.000 cada e utiliza para controle de estoque 
o inventário permanente. 
• Assim, seu estoque inicial foi de $ 20.000.
• No mês seguinte, adquiriu mais 03 por $ 10.500 cada, ou seja, $ 31.500 de compras.
• Ao � nal do mês, realizou a venda de 02 unidades por $ 15.000 cada, obtendo uma receita 
de vendas $ 30.000.
Vejamos, então, o cálculo do CMV:
Vantagens e desvantagens do método preço de reposição (ou custo de reposição): esse 
critério está relacionado com as mercadorias que seriam adquiridas no futuro. A vantagem é que 
esse método busca re� etir o investimento efetivamente necessário para a prestação do serviço 
regulado. E a desvantagem é a difícil aplicação na avaliação de ativos e dos custos de substituição.
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1.6 Custo e os Impostos nas Operações com Mercadorias
Nas operações com mercadorias, os tributos mais evidentes são:
• IPI.
• ICMS.
• ISS.
A incidência ou não de cada tributo pode ser diferenciada de empresa para empresa 
de acordo com o regime tributário adotado, atividade, mercadorias comercializadas, produtos 
industrializados e, principalmente, se as empresassão indústrias, comerciais e de serviços. Outro 
fator importante, no caso do ICMS e ISS, é a alíquota aplicada em cada estado e município para 
as mesmas atividades. Mas isso é assunto para outra disciplina. Para que possamos entender a 
sistemática que abrange a operação com mercadorias, não podemos deixar de lado os impostos 
das compras e das vendas.
No caso de uma indústria que adquire matéria-prima onde as compras são tributadas 
com IPI e ICMS, é necessário desconsiderá-los para o cálculo dos custos já que nenhum desses 
impostos representará custo, sendo considerados (dependendo do regime de tributação) 
recuperáveis quando se pagam os impostos incidentes nas saídas pelas vendas realizadas no mês. 
Em resumo, ao vender o produto � nal, a empresa já estipulará o percentual relativo aos impostos 
no preço de vendas e, assim, cobrará (recuperará) do cliente os impostos já no preço de vendas.
No caso de uma empresa comercial, o IPI será contabilizado como custo já que não pode 
compensar (recuperar) na operação de vendas. No entanto, o ICMS das compras, da mesma forma 
como nas indústrias, não poderá ser contabilizado como custo, pois a empresa irá contabilizar 
com tributos a recuperar e compensar com o ICMS apurado no mês a recolher.
Quanto às empresas prestadoras de serviço, sendo elas não tributadas por IPI e ICMS, 
estes são considerados tributos não recuperáveis; assim, deverão ser contabilizados como custos.
Vamos exempli� car:
Imagine a aquisição de uma máquina em que a empresa paga $ 10.000,00, sendo 10% de 
IPI, tendo o preço � nal descrito na nota � scal de $ 11.000,00. O ICMS destacado na nota equivale 
a $ 1.200,00. Em resumo, temos:
• VALOR DAS MERCADORIAS: 10.000,00 
• IPI: 1.000,00 
• ICMS: 1.200,00
Quer saber mais sobre estoques? Leia o Guia prático sobre 
estoque: tudo que você precisa saber!, disponível em <https://www.
eticosoftware.com.br/artigos/estoque-_>.
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Então, para cada segmento a regra será:
Indústria:
Como irá recuperar o 
IPI e ICMS, o custo da 
mercadoria será de $ 
8.800,00.
Comércio:
Como só pode recuperar o 
ICMS, o custo da mercadoria 
será de $ 9.800,00. O valor do 
IPI entra como custo. 
Serviço:
Como não poderá 
recuperar o ICMS e o IPI, 
eles entram como custo, 
totalizando 
$11.000,00.
Vale lembrar que as empresas optantes pelo Simples Nacional, por regra, não podem 
recuperar nenhum imposto. No entanto, existem exceções. 
1.6.1 Custos e as embalagens, despesas de seguro e transporte
As embalagens cobradas à parte pelos fornecedores e não restituídas nem vendáveis 
também são incluídas no custo, justamente com as despesas de seguro e transportes que forem 
por conta do adquirente.
Ressalte-se que o valor pago pelo frete é custo, no entanto, o ICMS é recuperável desde 
que demonstrado no Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e)
1.6.2 Devolução de compras e devolução de vendas
Devolução de compras: essa operação consiste na devolução de compras quando a 
mercadoria adquirida não está de acordo com o contratado ou o pedido pela empresa compradora 
ou, ainda, quanto tenha ocorrido algum estrago durante o transporte. Na legislação, não existe 
um prazo de� nido por lei. Cada caso é um caso, devendo-se observar o que foi contratado entre 
as partes.
Vamos ao exemplo: 
Imagine uma compra de mercadorias no valor de R$ 10.000 (a prazo) 
Contabilização da compra:
D – Mercadorias em estoque
C – Duplicatas ou fornecedores a pagar 10.000
Contabilização da devolução de compras:
Durante o transporte, foram constatadas avarias em parte da carga, e a empresa irá 
devolver essas mercadorias no valor de R$ 1.000,00
D - Duplicatas ou Fornecedores a pagar
C - Mercadorias em Estoque 1.000,00
Devolução de vendas: nessa operação, quando o cliente devolve produtos ou mercadorias, 
o recebimento da devolução deve ser registrado em conta própria chamada Devoluções de Vendas 
ou Vendas Canceladas, que é uma das Deduções de Vendas na Demonstração do Resultado do 
Exercício para � ns de apuração no período. Além das questões tributárias de controle de estoques, 
é necessário controlar as devoluções de vendas, pois, caso a empresa apresente um alto volume de 
devoluções, isso pode ser um indício de problemas de qualidade dos produtos ou problemas na 
comercialização dos mesmos.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Vamos exempli� car: 
Imagine uma venda de mercadorias no valor de R$ 20.000 à vista, com custo de R$ 10.000
Contabilização da Venda:
D - Caixa
C - Receita de Vendas de Mercadorias 20.000
Contabilização da Baixa do Estoque pela Venda:
D – CMV-Custo das Mercadorias Vendidas
C - Mercadorias em Estoque 10.000
Contabilização pela devolução de vendas pelo cliente no valor de R$ 1.000,00:
D – (-) Devoluções sobre Vendas (Contas de Resultados)
C - Caixa 1.000,00
Contabilização do Retorno da Mercadoria vendida para a conta do Estoque de 
Mercadorias:
D - Mercadorias em Estoque 
C - CMV-Custo das Mercadorias Vendidas 1.000,00
O ICMS é um dos principais tributos pagos pelas empresas brasileiras, certo? Por 
conta da sua incidência sobre todas as operações de venda de mercadorias e 
prestação de serviços de transporte e comunicação, grande parte das organizações 
precisa lidar com o seu recolhimento.
Esse é um imposto de competência estadual, que desperta muitas dúvidas entre os 
profi ssionais da contabilidade. São muitos detalhes que demandam uma atenção 
especial e é preciso manter-se atualizado quanto às mudanças na legislação.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta primeira unidade, ampliamos os conhecimentos apresentados em Introdução à 
Contabilidade de forma a compreendermos as atividades mais complexas desenvolvidas pelas 
empresas, com foco nas possibilidades de tomadas de decisão advindas do conhecimento na área.
Abordamos as operações com mercadorias, quando pudemos compreender a importância 
do controle efetivo dos estoques e as sistemáticas que envolvem esse controle. Compreendemos 
os métodos sistêmicos, suas vantagens e desvantagens, bem como o amparo legal para utilizá-
los. Outro ponto importante estudado foram os cálculos para cada sistemática e sua in� uência 
no resultado das empresas. Por � m, conhecemos os procedimentos básicos tributários, que 
envolvem a recuperação de tributos pelos três principais tipos de atividades: indústria, comércio 
e prestação de serviços. Ainda, contemplamos os procedimentos relacionados a devoluções, 
fretes e estorno dos estoques comprados e vendidos quando devolvidos.
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UNIDADE
02
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 24
1. OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO CONTÁBIL DA COMPETÊNCIA ........................................................................ 25
1.1 CLASSIFICAÇÃO CONTÁBIL ........................................................................................................................................25
1.2 DIFERENÇA ENTRE SALÁRIO E REMUNERAÇÃO ........................................................................................... 25
1.2.1 COMISSÃO + DSR E DESCONTO PREVIDENCIÁRIO .................................................................................... 25
1.2.2 HORAS-EXTRAS + DSR .................................................................................................................................. 28
1.2.3 ADICIONAL NOTURNO .................................................................................................................................... 29
1.2.4 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE.................................................................................................................. 30
1.2.5 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE ..................................................................................................................31
1.2.6 SALÁRIO-FAMÍLIA ........................................................................................................................................... 32
1.3 DESCONTOS ........................................................................................................................................................ 33
OPERAÇÕES COM FOLHA DE PAGAMENTO
PROF.A DENISA MARIA BOÇATO
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA
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1.3.1 VALE-TRANSPORTE ......................................................................................................................................... 33
1.3.2 PENSÃO ALIMENTÍCIA ................................................................................................................................... 34
1.3.3 ADIANTAMENTO SALARIAL ........................................................................................................................... 35
1.3.4 IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE (IRRF) ......................................................................................... 35
1.3.5 CONTRIBUIÇÃO SINDICAL ............................................................................................................................. 37
1.4 FALTAS ................................................................................................................................................................ 38
1.4.1 DESCONTO SEMANAL REMUNERADO .......................................................................................................... 38
1.5 FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO (FGTS) ................................................................................ 40
1.6 13O SALÁRIO E FÉRIAS ........................................................................................................................................41
1.7 PRÓ-LABORE ...................................................................................................................................................... 42
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................ 44
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INTRODUÇÃO
A confecção da folha de pagamento de empregados nas empresas é obrigatória, tendo 
como fundamentos as legislações e as � scalizações trabalhista e a previdenciária.
A folha de pagamento deve ser elaborada de maneira que seja possível identi� car cada 
um dos setores da empresa, ou centro de custos, bem como deve conter, no mínimo, as seguintes 
informações:
➢ Nome do funcionário.
➢ Vantagens discriminadas.
➢ Descontos discriminados.
➢ Valor líquido a pagar.
Na folha de pagamento, além dos salários dos funcionários, devem constar também 
outros valores, tais como: férias, 13º salário, INSS e IRRF descontados dos salários, aviso-prévio, 
valor do desconto relativo ao vale-transporte, refeições, adiantamentos salariais e o valor do 
FGTS incidente sobre os salários.
Ainda devem constar da folha de pagamento de salários as verbas pagas aos funcionários 
por ocasião da rescisão de contrato de trabalho.
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1. OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO CONTÁBIL DA COMPETÊNCIA
O regime de competência é obrigatório para a apuração de todos os impostos e encargos 
no Brasil. A legislação permite que os salários sejam pagos até o 5º dia útil do mês seguinte ao 
mês trabalhado, exceto nos casos em que os acordos ou convenções coletivas estabelecem prazos 
menores (como o último dia útil do mês). No entanto, a contabilização da folha de pagamento 
de salários e a apuração dos encargos a recolher devem ser efetuadas observando-se o regime de 
competência, assim como os salários devem ser contabilizados no mês a que se referem mesmo 
que seus pagamentos e recolhimentos sejam efetuados no mês seguinte.
No caso do valor relativo às férias e ao 13º salário, a empresa deve apropriar esses valores 
mensalmente em obediência ao regime de competência, efetuando a “provisão” para o pagamento 
dessas verbas. Se a empresa não faz a provisão, esses valores serão apropriados como custo ou 
despesa por ocasião do respectivo pagamento.
1.1 Classificação Contábil
Para � ns de apuração dos resultados econômicos, a empresa deve reconhecer (nas Contas 
de Resultados e posteriormente na elaboração da Demonstração do Resultado do Exercício 
(DRE)) os custos e despesas relativos à folha de pagamento. 
Nesse caso, vale lembrar por que se deve segregar a folha de pagamento por departamentos 
e/ou centro de custos. Os salários e encargos incidentes no setor de produção devem ser 
classi� cados como custos com mão-de-obra (direta e indireta); já as despesas com mão-de-obra, 
aplicadas nos setores de administração, comercial ou marketing, devem ser classi� cados como 
despesas operacionais.
1.2 Diferença entre Salário e Remuneração
Quando da contabilização da folha de pagamento, é fundamental compreender a diferença 
entre salário e remuneração, tendo em vista que as conta salários são a contraprestação devida 
ao empregado pela prestação de serviços, em decorrência do contrato de trabalho (registro). 
Remuneração é a soma do salário contratual (estipulado mensalmente, por hora, por tarefa 
etc.) com as outras vantagens percebidas na vigência do contrato de trabalho, como horas-
extras, adicional noturno, adicional de periculosidade, insalubridade, comissões, percentagens, 
grati� cações, diárias para viagem, dentre outras.
1.2.1 Comissão + DSR e desconto previdenciário
O salário corresponde ao valor contratualmente acordado entre as partes (valor 
contratual), a ser pago em função dos serviços prestados. O salário pode ser um valor � xo ou 
variável, e sua forma de cálculo pode ser por hora, diária ou mensal. 
Exemplo: empregado contratado para uma jornada de 220 horas mensais (44 semanais), 
recebendo salário de R$ 1.045,00 ao mês. 
Além disso, de acordo com a política salarial adotada pelo empregador, uma das formas 
de remuneração pode ser por meio de comissões. As comissões podem ser consideradas valores 
preestabelecidos por quantidade de produtos vendidos ou sob a forma de percentual aplicado 
sobre o valor das vendas de produtos ou de serviços prestados.
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Por exemplo: o empregado, além do salário � xo de R$ 1.045,00 ao mês, também recebe 
comissão sobre vendas num percentual de 5% do valor vendido no mês. Se, no mês, as vendas 
desse empregado foram de R$ 10.000,00, ele terá direito à comissão no valor de R$ 500,00, ou 
seja:
R$ 10.000,00 x 5% = R$ 500,00 + DSR
Dessa forma, a contabilização será da seguinte forma:
Salários:
D- Salários e Ordenados (despesas)
C- Salários e Ordenados a Pagar (passivo) R$ 1.045,00
Comissões:
D- Comissões (despesas)
C- Salários e Ordenados a Pagar (passivo) R$ 500,00
Nesse caso, o total da remuneração a ser paga para o funcionário será de R$ 1.545,00, 
mais o descanso semanal remunerado (DSR).
Sendo a jornada mensal de trabalho de 220 horas mensais (na maioria dos casos), entende-
se que a jornada em dias seja de 30 dias corridos ao mês. No entanto, o funcionário recebe, 
por lei, os domingos e feriados não laborados. Dessa forma, a jurisprudência determinou que 
proporcionalmente esse trabalhador deverá receber DSR sobre os valores pagos como comissões. 
A Constituição Federal, em seu artigo 7º, inciso XV, juntamente com o artigo 67 da CLT e o artigo 
1º da Lei nº 605/49, regulamentada pelo Decretonº 27.048/49, regulamentam e dão o respaldo 
legal ao pagamento do DSR sobre as comissões. A jurisprudência trabalhista também consolidou 
o direito ao repouso semanal remunerado para o comissionista por meio do Enunciado nº 27 
do TST, segundo o qual: “É devida remuneração do repouso semanal e dos dias feriados ao 
empregado comissionista, ainda que pracista” (TST, 2003).
Vejamos o cálculo e a contabilização.
Cálculo:
R$ 500,00 DE COMISSÃO / 25 dias trabalhados = R$ 20,00 de comissão por dia. 
DSR = R$ 20,00 de comissão por dia x 5 (domingos e feriados no mês) = R$ 100,00 de 
DSR o trabalhador receberá no mês.
Contabilização do DSR:
D – DSR sem comissões (despesas)
C – Salários e Ordenados a pagar (passivo) R$ 100,00
Cálculo e contabilização do INSS:
Quanto ao desconto previdenciário (INSS), entraram em vigor em 1º de março de 2020, 
conforme publicação da Secretaria de Previdência e Assistência Social, as alíquotas progressivas 
que incidirão sobre cada faixa de remuneração, de forma semelhante ao cálculo do imposto de 
renda. 
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Tabela 1 – Tabela previdênciária progressiva. Fonte: Guia Trabalhista (2020).
A incidência da contribuição passou a ser por faixas de renda, e é preciso fazer um cálculo 
para saber qual será a alíquota efetiva. Assim, no exemplo anterior, a remuneração bruta será de 
R$ 1.645,00 (R$ 1.045,00+R$500,00+R$ 100,00).
Veja como � ca o cálculo para uma remuneração de R$ 1.645,00 como exemplo, que se 
encontra na 2ª faixa:
1ª faixa salarial: 1.045,00 x 7,5% = R$ 78,37
2ª faixa salarial: [1.645,00 - 1.045,00] = 600,00 x 9,0% = 54,00
Total a recolher: 78,37 + 54,00 = 132,37
Com esse resultado, é possível calcular a alíquota efetiva, que se encontra em cerca de 
8,0468% (132,37 ÷ 1.645,00).
Bem, agora que sabemos qual o valor efetivo do desconto previdenciário, a contabilização 
se dará da seguinte forma:
D- Salários e Ordenados a Pagar (passivo)
C- INSS a recolher (passivo) R$ 132,37
Sendo a empresa optante pelos regimes de tributação, lucro presumido ou lucro real, 
teremos ainda a parte da contribuição previdenciária do empregador, que será 20% do total 
bruto das remunerações pagas pela folha de pagamento, inclusive sobre o prolabore. Vejamos o 
exemplo:
Cálculo e contabilização da Previdência Social - parte do empregador:
Sendo a remuneração bruta da folha R$ 1.645,00, calcula-se 20% sobre esse total, o 
que resultará em R$ 329,00 (1645,00x20%) a recolher da parte do empregador. Vejamos como 
proceder quanto à contabilização:
D- INSS (despesas)
C- INSS a recolher (passivo) R$ 329,00
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1.2.2 Horas-extras + DSR 
Sabendo que a jornada de trabalho contratada, na maioria dos casos, é de 220 horas 
mensais, as horas durante as quais o empregado trabalha além dessa jornada diária estabelecida 
em contrato são denominadas horas-extras. 
A CLT, em seu Art. 59, § 1º, determina que a duração das horas-extras fosse acrescida 
de, no mínimo, 50% nos dias normais e 100% nos domingos e feriados. É comum encontrar, 
nos acordos ou convenções coletivas, percentuais convencionados a maior, dependendo da 
categoria à qual pertence o trabalhador. No entanto, algumas empresas adotam acordos em que o 
empregado faz compensação das horas-extras, não sendo devido, nesse caso, o pagamento delas 
com adicional.
A lei determina que o empregado poderá realizar, no máximo, 2 (duas) horas-extras por 
dia, as quais devem ser remuneradas com adicional de, pelo menos, 50% do valor da hora normal. 
Se a hora-extra for realizada aos domingos ou feriados, o adicional deve ser de 100% sobre o valor 
da hora normal.
Vamos ao nosso primeiro exemplo:
No caso de o empregado receber um salário contratual de R$ 1.500,00 por mês (220 
horas mensais) e ter realizado 11 horas-extras no mês de junho, ele deverá receber um total de R$ 
112,53 referente às horas-extras, ou seja:
R$ 1.500,00 ÷ 220 horas = R$ 6,82 (valor da hora normal)
R$ 6,82 x 50% = R$ 3,41 (valor da hora normal, mais adicional de 50%)
R$ 6,82 + R$ 3,41 = 10,23 x 11 horas = R$ 112,53 (valor total das horas-extras do mês)
Ou seja, primeiramente, calcula-se o valor de uma hora normal de trabalho, considerando 
que a jornada é de 220 horas mensais. Após, calcula-se o valor de uma hora-extra, multiplicando-
se o valor da hora normal pelo percentual de 50% ou coe� ciente de 1,5. Finalmente, multiplica-se 
o valor de uma hora-extra pelo total de horas-extras realizadas no mês.
O  descanso semanal remunerado  (DSR)  também é devido ao trabalhador que recebe 
horas-extras. De acordo com a  Lei nº 7.415/85 e o Enunciado nº 172 TST, as horas-extras 
realizadas devem ser integradas ao cálculo. 
Tomando por base o exemplo das horas-extras apuradas anteriormente, o DSR será 
calculado da seguinte forma:
Desde março de 2020, passa a valer a nova tabela de alíquotas 
do INSS. Entenda como calcular progressividade, alíquotas, 
deduções e descontos de IRPF. Acesse o link <https://www.
contabeis.com.br/noticias/42234/calculo-da-nova-tabela-
progressiva-do-inss-aliquotas-e-parcela-a-deduzir/>.
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• Somam-se as horas-extras do mês = R$ 112,53.
• Divide-se o resultado pelo número de dias úteis do mês (R$ 112,53 /25 dias úteis = R$ 
4,51 será o valor do DSR por dia, relativo às horas-extras).
• Multiplica-se pelo número de domingos e feriados do mês (R$ 4,51 x 5 domingos e 
feriado no mês = R$ 22,51 será o valor do DSR, relativo às horas-extras devidas no mês).
Sábados: o sábado é considerado dia útil, a menos que recaia em feriado. Se as horas-
extras realizadas ao longo do mês tiverem percentuais diferentes, a média terá de ser feita 
separadamente.
Vamos à contabilização das horas-extras e DSR:
D – Horas-extras (despesas) 
C - Salários e Ordenados a Pagar (passivo) R$ 112,53
D - DSR / Horas-extras (despesas)
C - Salários e Ordenados a Pagar (passivo) R$ 22,51
1.2.3 Adicional noturno
A legislação estabelece uma remuneração adicional mínima de 20% (vinte por cento) para 
a hora de trabalho noturna, em relação à remuneração da hora de trabalho diurna. Estabelece 
ainda que será considerado noturno o trabalho executado entre as 22h00 de um dia até às 5h00 
do dia seguinte e que a hora de trabalho noturno será computada como de 52 minutos e 30 
segundos. Dessa forma, a legislação de� niu que as 7 (sete) horas noturnas trabalhadas equivalem 
a 8 (oito) horas diurnas. Assim:
1 hora diurna = 60 minutos
1 hora noturna = 52 minutos e 30 segundos (52,5)
Equivalência: 60 ÷ 52,5 = 1,1429 (uma hora diurna equivale a 1,1429 hora noturna)
22h00 às 05h00 = 7h00 noturnas
Equivalência: 7h00 noturnas x 1,1429 = 8 horas diurnas
Portanto, quando o empregado realiza horas no período noturno, ele tem um diferencial 
em relação à quantidade de horas e também em relação ao valor da hora (já que é devido um 
adicional noturno de 20%).
Vamos exempli� car:
um empregado tem salário contratual de R$ 1.045,00 para trabalhar 220 horas mensais. 
No entanto, parte de seu horário de trabalho ocorre após as 22h00 e, portanto, ele tem direito a 
receber adicional noturno pelas horas trabalhadas nesse período. Sabe-se que, no mês de junho, 
ele trabalhou 30 horas (de 60 minutos) no período noturno. Dessa maneira, ele tem direito a 
receber R$ 28,12 de adicional noturno. Veja:
R$ 1.045,00 ÷ 220h (de 60 min) = R$ 4,75 (valor de 1 hora diurna)
R$ 4,75 x 20% = R$ 0,95 (valor do adicional noturno (20%) de uma hora)
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Lembre-se de que a  hora  normal tem a duração de 60 (sessenta) minutos, e a  hora 
noturna, por disposição legal, nas atividades urbanas, é computada como sendo de 52 (cinquentae dois) minutos e 30 (trinta) segundos. Então, cada hora noturna sofre a redução de 7 minutos e 
30 segundos ou ainda 12,5% sobre o valor da hora diurna.
Primeiramente, calcula-se o valor do adicional noturno de 1 (uma) hora de trabalho. Para 
isso, deve-se dividir o salário contratual pelo total das horas contratuais (R$ 1.045,00 ÷ 220h) 
para encontrar o valor de 1 hora normal. Após, aplica-se o percentual de 20% para encontrar 
o valor do adicional noturno de 1 (uma) hora de trabalho. Assim, por cada hora de trabalho, o 
empregado vai receber o valor de R$ 0,95 de adicional noturno.
Agora, é necessário encontrar a quantidade de horas noturnas. Considerando que cada 
hora noturna é de apenas 52 minutos e 30 segundos (52,5), é preciso transformar as 30 horas 
trabalhadas em horas noturnas. Isso é obtido multiplicando-se as 30 horas de 60 (sessenta) 
minutos por 1,1429, que é o fator de equivalência da hora noturna. Portanto, 30 horas trabalhadas 
equivalem a 34,29 horas noturnas.
Finalmente, para obter o valor do adicional noturno, basta multiplicar 34,29 horas 
noturnas pelo valor do adicional de 1 (uma) hora, que é R$ 0,95, totalizando R$ 32,55.
Como � ca a contabilização:
D-Horas Noturnas (despesas)
C-Salários e Ordenados a Pagar R$ 32,55
1.2.4 Adicional de insalubridade 
A responsabilidade por classi� car as atividades ou os ambientes que apresentam situação 
de insalubridade é do médico ou engenheiro do trabalho, registrado na categoria pro� ssional 
junto ao Ministério do Trabalho.
O Art. 189º da CLT prevê que:
Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua 
natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a 
agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância � xados em razão da 
natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos 
(BRASIL, 1943).
O Art. 192º, também da CLT, disciplina que:
O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância 
estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional 
respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez 
por cento) do salário-mínimo, segundo se classi� quem nos graus máximo, 
médio e mínimo (BRASIL, 1943).
Vamos exempli� car o cálculo:
imagine que um empregado trabalha em atividade insalubre de grau médio, segundo a 
classi� cação de� nida pelo médico do trabalho, em consonância com a legislação vigente. Esse 
empregado, portanto, deve receber R$ 209,00 de adicional de insalubridade, a saber:
Salário-mínimo vigente = R$ 1.045,00 x 20% = R$ 209,00
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Observa-se que não importa o salário desse empregado já que o adicional de insalubridade 
é calculado com base no salário-mínimo vigente. Nesse caso, o valor de R$ 1.045,00 é multiplicado 
por 20%, que é o percentual relativo ao grau médio de insalubridade. Dentre essas opções, existem 
as porcentagens sobre o grau de insalubridade. 
• 10% grau mínimo de insalubridade.
• 20% grau médio de insalubridade.
• 40% grau máximo de insalubridade. 
Vale lembrar que a porcentagem aplicada à atividade deve ser paga separadamente do 
salário do colaborador. Então, em sua folha de pagamento, o adicional constará como um valor à 
parte, em uma verba especí� ca no holerite.
Vale ressaltar que o adicional de insalubridade (quando houver) deve compor a base de 
cálculo das horas-extras.
Como � cará a contabilização:
D – Insalubridade e Periculosidade (despesas ou custos) 
C – Salários e Ordenados a Pagar R$ 209,00
1.2.5 Adicional de periculosidade
A CLT também especi� ca que o adicional de periculosidade é de 30% sobre o salário, 
sem os acréscimos resultantes de grati� cações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. 
O salário mencionado se refere ao salário contratual do empregado. Conforme o Art. 193 da 
CLT: 
São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação 
aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou métodos 
de trabalho, impliquem o contato permanente com in� amáveis ou explosivos 
em condições de risco acentuado (BRASIL, 1943).
Caso, por meio de perícia, se constate que a atividade exercida seja, concomitantemente, 
insalubre e perigosa, será facultado aos empregados que estão sujeitos a essas condições optar 
pelo adicional que lhes for mais favorável, não podendo receber, cumulativamente, ambos os 
adicionais (Art. 193, § 2º: “O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que 
porventura lhe seja devido” (BRASIL, 1943)). 
Para se aprofundar sobre o que é o adicional de insalubridade, 
sugerimos a leitura do material disponível em <https://www.
pontotel.com.br/adicional-de-insalubridade/>.
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Vamos exempli� car:
um empregado recebe salário contratual de R$ 1.045,00 e trabalha em atividade 
periculosa (que proporciona riscos à vida e à saúde). Esse empregado deverá receber adicional de 
periculosidade no valor de R$ 313,50. 
Assim: R$ 1.045,00 x 30% = R$ 313,50.
Nesse caso, basta multiplicar o valor do salário contratual pelo percentual de 30%, que é 
de� nido em lei. Além disso, cabe ressaltar que o adicional de periculosidade (quando houver) 
também deverá compor a base de cálculo das horas-extras.
Outra observação é que, quando apontado em laudo técnico o direito tanto à insalubridade 
quanto à periculosidade, o empregado somente terá direito ao adicional de maior valor, nunca 
aos dois.
1.2.6 Salário-família
O salário-família corresponde ao valor a ser pago ao empregado que possui � lhos menores 
de 14 anos de idade ou inválidos. A empresa paga o salário-família mensalmente ao empregado 
quando do pagamento de seus salários. Posteriormente, esse valor será reembolsado à empresa 
por meio do desconto do mesmo valor na própria Guia de Recolhimento da Previdência Social 
(GPS). 
Portanto, o salário-família é um benefício pago pela Previdência Social, em que a empresa 
apenas intermedeia o processo.
A legislação de� ne os limites referentes ao salário-família, que são: 
Vamos a um exemplo:
Laudos de insalubridade e de periculosidade constituem 
documentos que toda empresa deve providenciar para 
estar em harmonia com as exigências legais trabalhistas. 
Ao mesmo tempo, são instrumentos importantes para a 
verifi cação da existência de riscos no ambiente de trabalho. 
Para saber mais sobre esses laudos, acesse o link 
<https://grupomednet.com.br/saiba-o-que-sao-laudos-de-
insalubridade-e-de-periculosidade/#:~:text=No%20caso%20
dos%20laudos%20de,de%20risco%20existentes%20no%20
trabalho>.
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um funcionário ganha R$ 1.045,00 por mês e tem 2 (dois) � lhos menores de 14 anos. De 
acordo com os limites de� nidos pela legislação vigente, esse funcionário tem direito a receber o 
valor de R$ 97,24 a título de salário-família. 
Assim, o valor da cota de salário-família correspondente à remuneração do empregado 
deve ser multiplicado por 2 já que os dois � lhos são menores de 14 anos.
Como � cará a contabilização:
D-INSS a recolher (passivo)
C- Salários e Ordenados a Pagar R$ 97,24
1.3 Descontos
Quanto aos descontos, o empregador tem direito de descontar do seu funcionário 
valores referentes a: vale-transporte, pensão alimentícia, adiantamento de salário, contribuição à 
Previdência Social (INSS), imposto de renda retido na fonte (IRRF), contribuição sindical, dentre 
outros.
1.3.1 Vale-transporte
O vale-transporte que a empresa repassa ao empregado se trata de um benefício para 
deslocamento de sua residência até o local de trabalho e retorno à sua residência, via sistema de 
transporte coletivo público. É custeado em parte pela empresa e em parte pelo empregado.
O Decreto n° 95.247, de 17/11/1987,regulamentando a Lei n° 7.418, de 16/12/1985, que 
instituiu o vale-transporte, estabelece, no Art. 92, que o vale-transporte será custeado da seguinte 
forma: 
I — Pelo bene� ciário, na parcela equivalente a 6% (seis por cento) de seu salário 
básico ou vencimento, excluídos quaisquer adicionais ou vantagens.
II — Pelo empregador, no que exceder à parcela referida no item anterior. 
Parágrafo único. A concessão do vale-transporte autorizará o empregador a 
descontar mensalmente do bene� ciário que exercer o respectivo direito, o valor 
da parcela de que trata o item 1.
Conforme a legislação, do valor gasto com o vale-transporte caberá ao empregado arcar 
com uma parcela de até 6% de seu salário, que será descontado em folha de pagamento. O gasto 
com vale-transporte que ultrapassar 6% � ca sob a responsabilidade da empresa empregadora. 
Vale ressaltar que, caso a empresa identi� que fraude por parte do trabalhador que recebe o 
benefício e vende os vales recebidos ou os repassa a terceiros e vem de veículo próprio, este perde 
o direito ao benefício. 
Vamos aos cálculos:
O funcionário recebe mensalmente salário de R$ 1.045,00 e utiliza transporte coletivo 
público para ir e voltar do trabalho. No mês de setembro, ele utilizará 50 vales-transportes, que 
custam R$ 3,50 cada, os quais representam o total de R$ 175,00. Nesse caso, a empresa poderá 
descontar desse funcionário o valor de R$ 62,70 pela utilização do vale-transporte, ou seja:
R$ 1.045,00 x 6% = R$ 62,70 será o valor descontado do empregado.
R$ 175,00 – R$ 62,70 = R$ 112,30 será o valor pago pela empresa.
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Dessa forma, o funcionário vai arcar com o valor de R$ 62,70, que será descontado de seu 
salário. A empresa vai arcar com o total de R$ 112,30, que será considerado despesa operacional 
(administrativa ou de vendas). 
Vale lembrar que, se o empregado receber comissão, ela também deverá ser somada ao 
salário para o cálculo do desconto do vale-transporte.
Vamos à contabilização:
Na compra do vale-transporte:
D- Vale-transporte (despesas ou custos)
C- Caixa ou Bancos (ativo circulante) R$ 175,00
Na folha de pagamento:
D- Salários e Ordenados a Pagar 
C- Vale Transporte (despesas ou custos) R$ 62,70
1.3.2 Pensão alimentícia
Trata-se de um valor que será deduzido da remuneração do empregado por determinação 
judicial. É o juiz quem determina o valor da pensão alimentícia e a quem esse montante deverá 
ser repassado.
Ressalte-se que a legislação do imposto de renda permite deduzir o valor da pensão 
alimentícia para o cálculo do IRRF.
Imagine que um trabalhador tenha de pagar pensão relativa a 30% da sua remuneração 
relativa à pensão alimentícia a seu � lho, por decisão judicial. A empresa receberá o comunicado 
pela própria Vara de Família em que esteja tramitando o processo. Esse trabalhador recebe 
mensalmente R$ 2.000,00 de remuneração; assim, a empresa deverá descontar-lhe e depositar R$ 
600,00 mensalmente na conta informada no comunicado judicial.
A contabilização dessa verba será a seguinte:
D - Salários e Ordenados a Pagar
C - Pensão Alimentícia a Pagar R$ 600,00
A pensão é devida sobre todas as verbas recebidas, bem como sobre as férias, 13º salário 
e rescisão trabalhista. Neste último caso, a empresa deverá comunicar ao juiz sobre a rescisão do 
empresado para cessar a obrigatoriedade dos depósitos.
Leia o texto Pensão alimentícia: guia completo, com linguagem 
simples, disponível em <https://marcojean.com/pensao-
alimenticia/>.
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1.3.3 Adiantamento salarial
Em função de acordos ou normas coletivas, algumas empresas repassam ao empregado 
uma parcela do seu salário a título de adiantamento. Assim, considerando que o empregado 
recebe seu salário todo dia 5 de cada mês, no dia 20 vai receber parte do salário do próximo mês 
como adiantamento.
Sendo assim, no momento do pagamento (dia 5), será descontado o valor que tiver sido 
adiantado no dia 20 do mês anterior. 
Exemplo:
O funcionário recebe salário mensal de R$ 1.045,00, que lhe é pago no 5° dia útil de 
cada mês, referente aos serviços prestados no mês anterior. No mês de setembro, seguindo o 
estabelecido em acordo coletivo, a empresa realiza adiantamento de salário no dia 20, em valor 
relativo a 40% do salário contratual, que será de R$ 418,00. Assim:
Valor recebido dia 20/09 = R$ 418,00
Valor recebido dia 05/10 = R$ 1.045,00 – R$ 418,00 = R$ 627,00 
Portanto, a empresa adianta uma parte do salário do empregado e tem direito de descontar 
esse valor por ocasião do pagamento do salário mensal.
Vejamos como � cará a contabilização:
No pagamento do adiantamento em 20/09:
D- Adiantamento Salarial (ativo)
C – Caixa ou Banco R$ 418,00
Na folha de pagamento para em 05/10:
D- Salários e Ordenados a Pagar
C – Adiantamento Salarial (ativo) R$ 418,00
1.3.4 Imposto de renda retido na fonte (IRRF)
O IRRF refere-se ao tributo incidente sobre os rendimentos do empregado, cujo valor 
é apurado de acordo com tabela especí� ca aprovada por legislação. Seu valor depende de uma 
série de questões e ainda pode variar de acordo com a quantidade de dependentes legais de cada 
funcionário. Por isso, deve ser calculado com muito cuidado para que a empresa não sofra com 
erros, como pagamento de valores indevidos ou até mesmo reclamações na justiça por pagamentos 
incorretos. São muitos dados que in� uenciam este cálculo, mas não precisa se preocupar.
A tabela funciona de forma progressiva, ou seja, é atualizada conforme a in� ação e 
economia do País. Contudo, ela não sofreu nenhuma mudança desde 2015. Na prática, quanto 
maior for o rendimento do trabalhador, maior será a alíquota e, consequentemente, o desconto. 
Para as deduções a partir de 2020, é necessário maior atenção no cálculo e dedução do 
INSS devido à tabela progressiva, vigente a partir de 01/03/2020 e já estudada nesta unidade. 
A seguir, trazemos a tabela por rendimento mensal, que deve ser usada como base para 
o cálculo do IRRF.
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Base de cálculo mensal em R$
Alíquota %
Parcela a deduzir do 
imposto em R$
Até 1.903,98 - -
De 1.903,99 até 2.826,65 7,5 142,80
De 2.826,66 até 3.751,05 15 354,80
De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 636,13
Acima de 4.664,68 27,5 869,36
Tabela 2 – Tabela do IRRF 2020. Fonte: Receita Federal (2020).
Para a determinação da base de cálculo sujeita à incidência mensal do imposto de renda 
na fonte, poderão ser deduzidos:
a) a quantia equivalente a R$ 189,59 por dependente (esposa, � lhos, pais), no caso de 
� lhos menores de 21, ou 24 anos quando estudante.
O cálculo da parcela de contribuição do IRRF segue a seguinte regra:
• Primeiramente, determina-se a base de cálculo do imposto. Para isso, da remuneração 
devem ser deduzidos os seguintes valores: 
b) A quantia equivalente a R$ 189,59 por dependente (esposa, � lhos, pais), no caso de 
� lhos menores de 21, ou 24 anos quando estudante.
c) As importâncias efetivamente pagas a título de pensões alimentícias.
d) O valor da contribuição paga no mês para a Previdência Social (INSS).
• Com a base de cálculo de� nida, observa-se o percentual correspondente na tabela de 
incidência e multiplica-se esse percentual pela base de cálculo.
• Por último, do valor obtido pela multiplicação do percentual, deduz-se o valor da 
“parcela a deduzir” respectivo ao percentual, de� nido na tabela de incidência.
Exemplo: 
um funcionário recebe R$ 3.000,00 de remuneração mensal e possui dois dependentes 
para � ns de imposto de renda, sendo um � lho de 16 anos e outro de 19 anos. O IRRF desse 
funcionário é de R$ 29,01. Assim:
• Remuneração = R$ 3.000,00
• INSS = R$ 330,00 (conforme Tabela Progressiva)
• Dedução referente aos dependentes - R$379,18 (189,59 x 2)
Cálculo:
➢ R$ 3.000,00 - R$ 330,00 - 379,18 = R$ 2.290,82 (base de cálculo)
➢ R$ 2.290,82 x 7,5% = R$ 171,81
➢ R$ 171,81 – R$ 142,80 = R$ 29,01
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Vejamos como � cará a contabilização do IRRF:
D – Salários e Ordenados a Pagar
C – IRRF a Recolher R$ 29,01
1.3.5 Contribuição sindical
A contribuição sindical é descontada da remuneração do empregado (� xo mais comissão), 
sem adicionais e horas-extras, e corresponde a um dia de trabalho. 
Refere-se ao desconto compulsório em folha de pagamento do mês de março de cada ano, 
em favor do sindicato que representa a categoria pro� ssional do empregado conforme previsto 
nos Arts. 580 e 582 da CLT.
Incidência de imposto de renda sobre adiantamento de salário: o 
cálculo do desconto do IRRF será efetuado por ocasião de cada 
pagamento. Pagamento salarial no começo do mês terá um 
desconto do IRRF; por ocasião do pagamento do adiantamento 
salarial dentro do mesmo mês (exemplo, dia 20), deverá ser 
recalculado o imposto e efetuado o desconto complementar 
(RIR/1999, aprovado pelo Decreto 3.000 de 1999, § 2º do art. 620 
e arts. 621 e 624)
Para entender o cálculo, acesse <https://www.contabeis.com.br/artigos/4145/
incidencia-de-imposto-de-renda-sobre-adiantamento-de-salario/>.
Estamos em meio a muita polêmica sobre contribuição sindical e outros valores 
destinados aos sindicatos após a reforma trabalhista ocorrida em 2019. 
A contribuição sindical é um tributo previsto na nossa Constituição Federal, que 
prevê o recolhimento anual de um valor correspondente a um dia de trabalho para 
custeio de atividades sindicais. Os sindicatos são associações de pessoas que se 
organizam em defesa dos interesses dos trabalhadores. 
Com a Lei 13.467/2017 (reforma trabalhista), mudaram-se as regras do jogo, e 
agora a contribuição sindical deve ser uma escolha do trabalhador, que deverá, 
por meio de uma carta escrita a próprio punho, permitir a emissão de um boleto 
(MP 873/19) para que o sindicato possa recolher o valor destinado à contribuição.
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Em caso de o empregado ser admitido após o mês de março e ainda não ter contribuído 
com o sindicato, a empresa deve proceder ao desconto de um dia de serviço no mês subsequente 
ao de sua admissão conforme art. 602 da CLT.
Então, vamos ao cálculo e contabilização.
Vamos imaginar um funcionário que recebe salário de R$ 1.045,00 em fevereiro de 2020 
e terá ajuste somente em 2021. No mês de março de 2020, a empresa descontou desse funcionário 
contribuição sindical no valor de R$ 34,83, a saber:
R$ 1.045,00 ÷ 30 dias = R$ 34,83
A empresa desconta esse valor do funcionário e o repassa ao sindicato ao qual o funcionário 
é � liado. Quanto à contabilização, ela se dará da seguinte forma:
D - Salários e Ordenados a Pagar (passivo)
C - Contribuição Sindical a Pagar (passivo) R$ 34,83
1.4 Faltas
As faltas não justi� cadas, por lei, darão o direito ao empregador de descontá-las do 
empregado faltoso, além das demais consequências legais, que podem resultar em falta leve ou 
grave conforme as circunstâncias ou repetição. Mas pode haver justi� cativa com atestados, o que 
vedará a punição.
1.4.1 Desconto semanal remunerado
O empregado perde a remuneração do dia de repouso quando não tiver cumprido 
integralmente a jornada de trabalho da semana, salvo se as faltas forem consideradas justi� cadas. 
Base: art. 6 da Lei 605/1949. Entendemos que o desconto do DSR se estende ao empregado 
mensalista ou quinzenalista, porque a Lei 605/1949 não os privilegia, e a redação do § 2º do art. 7 
da referida lei considera que o mensalista e o quinzenalista são remunerados pelo DSR na própria 
remuneração mensal ou quinzenal. Então, deduz-se que o desconto do dia de falta abrangerá 
também o DSR da respectiva semana.
Caso o empregado falte ao trabalho, seja a falta integral (jornada completa) ou parcial 
(parte da jornada), isso ensejará o desconto do DSR. 
Entenda o que mudou em 2020, com a reforma trabalhista, 
publicada em 2019. Apesar de a reforma trabalhista ter sido 
aprovada em 2017, isso não signifi ca que não haverá mudanças 
na legislação trabalhista em 2020. Pelo contrário: o impacto da 
reforma leva a novas alterações.
Recomendamos que você acesse o portal <https://www.
jornalcontabil.com.br/mudancas-na-legislacao-trabalhista-para-ficar-atento-
em-2020/>.
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O DSR a ser considerado para efeito de desconto é o imediatamente seguinte ao da semana 
trabalhada. O empregador poderá, facultativamente, não descontar o DSR do empregado. Porém, 
se isso ocorrer reiteradamente para todos os empregados por considerável período de tempo, o 
empregador poderá correr o risco de ter de arcar com esse ônus sempre já que esse “perdão” gera 
acordo tácito entre as partes. Todos os benefícios concedidos aos empregados por mais de três 
vezes consecutivas geram direito adquirido para eles.
Vamos exempli� car:
um trabalhador mensalista tem jornada diária de 6 (seis) horas de segunda a sábado, 
o que totaliza 180 horas mensais, e recebe salário mensal de R$ 2.000,00. Durante a semana, 
esse trabalhador falta um dia ao trabalho (06:00 horas) sem nenhuma justi� cativa para resolver 
assuntos pessoais. Como as faltas não foram justi� cadas com atestados ou outro documento 
legal, o trabalhador irá perder o DSR de 06:00hs.
Cálculo das Faltas: 
Faltas = R$ 2.000,00 / 180 = R$ 11,00 faltas por hora
Faltas = R$11,00 x 06:00 faltas = R$ 66,67 
Cálculo do desconto do DSR
DSR = R$ 2.000,00 / 180 = R$ 11,00 faltas por hora
DSR = R$11,00 x 06:00 faltas = R$ 66,67 
Total a ser descontado (Falta + DSR) = R$ 66,67 + R$ 66,67 = R$ 133,34
Como � cará a contabilização:
D - Salários e Ordenados a Pagar 
C - Salários e Ordenados (custos ou despesas) R$ 133,34
Alguns pontos também devem ser considerados em relação às faltas:
• FERIADO NA SEMANA: Se, na semana em que houve a falta injusti� cada ocorrer 
feriado, este perderá o direito à remuneração do dia respectivo. Base: § 1º do art. 7 da Lei 
605/1949. Ainda que a falta ocorra após o feriado dentro da mesma semana, não sendo 
justi� cada, haverá prejuízo salarial para o empregado. Ele irá perder o feriado (06:00hs) 
mais o DSR (06:00hs) no caso da jornada de 180 horas/mês.
• FALTAS DO COMISSIONISTA: A Lei 605/1949 não especi� ca o cálculo do desconto 
do DSR para o comissionista que faltar injusti� cadamente ao trabalho. No entanto, 
determina que não será devida a remuneração do DSR quando, sem motivo justi� cado, o 
empregado não tiver cumprido integralmente o seu horário de trabalho na semana. Em 
relação ao DSR, se o empregado recebe o salário apenas à base de comissões, caberia ao 
empregador apenas o não pagamento do re� exo do DSR sobre as comissões do domingo/
feriado, ao da falta ocorrida na semana.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1.5 Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)
O FGTS foi criado tendo em vista bene� ciar o trabalhador. A cada mês, os empregadores 
depositam, em contas abertas na Caixa Econômica Federal (CEF) em nome dos seus empregados 
e vinculadas ao contrato de trabalho, o valor correspondente a 8% da remuneração de cada 
funcionário. A legislação de� ne as condições em que esse benefício pode ser sacado e utilizado 
pelo trabalhador.
Vamos ao cálculo e contabilização deste encargo:
um funcionário tem salário mensal de R$ 2.000,00. Nesse caso, a empresa deve depositar 
o valor de R$ 160,00 a título de FGTS mediante recolhimento até o dia 7 do mês subsequente 
ao mês laborado. Caso essa data caia em � nais de semana ou feriados, o recolhimento deve ser 
antecipado ao dia anterior. O recolhimento se dará pela GFIP mensal, sendo:

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