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CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA PROF.A DENISA MARIA BOÇATO Reitor: Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira Pró-Reitoria Acadêmica: Maria Albertina Ferreira do Nascimento Diretoria EAD: Prof.a Dra. Gisele Caroline Novakowski PRODUÇÃO DE MATERIAIS Diagramação: Alan Michel Bariani Thiago Bruno Peraro Revisão Textual: Fernando Sachetti Bomfim Marta Yumi Ando Simone Barbosa Produção Audiovisual: Adriano Vieira Marques Márcio Alexandre Júnior Lara Osmar da Conceição Calisto Gestão de Produção: Cristiane Alves © Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo (a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá. Primeiramente, deixo uma frase de Só- crates para reflexão: “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida.” Cada um de nós tem uma grande res- ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica e profissional, refletindo diretamente em nossa vida pessoal e em nossas relações com a socie- dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente e busca por tecnologia, informação e conheci- mento advindos de profissionais que possuam novas habilidades para liderança e sobrevivên- cia no mercado de trabalho. De fato, a tecnologia e a comunicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e nos proporcionando momentos inesquecíveis. Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a Distância, a proporcionar um ensino de quali- dade, capaz de formar cidadãos integrantes de uma sociedade justa, preparados para o mer- cado de trabalho, como planejadores e líderes atuantes. Que esta nova caminhada lhes traga muita experiência, conhecimento e sucesso. Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira REITOR 33WWW.UNINGA.BR UNIDADE 01 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 5 1. OPERAÇÕES COM MERCADORIAS ...................................................................................................................... 6 1.1 CONCEITO ............................................................................................................................................................. 6 1.2 INVENTÁRIO PERIÓDICO.....................................................................................................................................7 1.3 INVENTÁRIO PERMANENTE .............................................................................................................................. 8 1.4 CONTABILIZAÇÃO DO ESTOQUE ........................................................................................................................10 1.5 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DO ESTOQUE .........................................................................................................13 1.5.1 PEPS – PRIMEIRO QUE ENTRA, PRIMEIRO QUE SAI .................................................................................14 1.5.2 UEPS – ÚLTIMO QUE ENTRA, PRIMEIRO QUE SAI .....................................................................................15 1.5.3 MPM – MÉDIA PONDERADA MÓVEL .............................................................................................................16 OPERAÇÕES COM MERCADORIAS PROF.A DENISA MARIA BOÇATO ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 4WWW.UNINGA.BR 1.5.4 PREÇO DE REPOSIÇÃO (OU CUSTO DE REPOSIÇÃO) ..................................................................................17 1.6 CUSTO E OS IMPOSTOS NAS OPERAÇÕES COM MERCADORIAS ................................................................18 1.6.1 CUSTOS E AS EMBALAGENS, DESPESAS DE SEGURO E TRANSPORTE ....................................................19 1.6.2 DEVOLUÇÃO DE COMPRAS E DEVOLUÇÃO DE VENDAS ..............................................................................19 CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................................................................................21 5WWW.UNINGA.BR CO NT AB IL ID AD E IN TE RM ED IÁ RI A | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO Caro(a) aluno(a), este material tem como principal objetivo a ampliação dos conhecimentos apresentados em Introdução à Contabilidade Intermediária. Para tanto, elaboraremos as demonstrações contábeis, incorporando atividades mais complexas desenvolvidas pelas empresas, com foco nas possibilidades de tomadas de decisão advindas do conhecimento na área. A Unidade 1 aborda as operações com mercadorias em um ambiente empresarial que busca se desenvolver e atingir lucros. As operações com mercadorias requerem constante atenção, não somente quanto aos controles internos, mas também quanto à questão tributária. Ademais, o controle de estoques é obrigatório e sua movimentação deve ser informada periodicamente ao Fisco por meio dos Sped. Nesta unidade, entenderemos a impor tância do mecanismo de compra e venda de mercadorias para as empresas comerciais e como identi� car os tributos que incidem sobre as mercadorias. 6WWW.UNINGA.BR CO NT AB IL ID AD E IN TE RM ED IÁ RI A | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1. OPERAÇÕES COM MERCADORIAS 1.1 Conceito As operações com mercadorias representam o centro das atividades empresariais. Elas devem ser controladas não somente pelas empresas comerciais, mas a maior atenção deve ser aplicada às indústrias que compram matéria-prima e insumos, transformam-nos em outros bens e serviços e os comercializam. Enquanto isso, as empresas comerciais se concentram nas operações de compra e venda de mercadorias. Para registrar as operações que envolvem mercadorias, as empresas utilizam o método da conta mista ou o método da conta desdobrada. Independentemente do método utilizado, as empresas podem optar por um dos sistemas, ou seja, pelo sistema de inventário periódico ou pelo sistema de inventário permanente. Agora, vamos ver detalhadamente cada um desses métodos e, em seguida, os sistemas de inventário. I. Método da conta mista: incide na adoção de uma só conta para o registro de todas as operações envolvendo mercadorias. Por ser ele um método, esta conta tem como título “mercadorias”. Denomina-se método da conta mista, pois a conta mercadorias tem dupla função: patrimonial e de resultado. II. Método da conta desdobrada: incide na adoção de várias contas para o registro das operações envolvendo mercadorias. Nesse caso, a conta mercadorias é desdobrada em tantas contas quantas forem necessárias para a contabilização isolada de cada tipo de acontecimento que envolva as operações com mercadorias, que são três: estoque de mercadorias, compra de mercadorias e vendas de mercadorias. Neste método, utilizam- se basicamente três contas: Estoque de Mercadorias, Compras de Mercadorias e Vendas de Mercadorias. Nesse caso, a conta Estoque com Mercadorias tem apenas a função patrimonial. As demais contas de resultado, no � nal do período, são transferidas para a Conta Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) ou Resultado da Conta Mercadoria (RCM) para a apuração do resultado bruto do exercício. Podem existir outras, como Compras Canceladas, Vendas Canceladas, Abatimentos Concedidos ou Obtidos, Frete e Seguros Sobre Compras ou sobre Vendas etc. Seja qual for o método empregado, a empresa pode ainda escolher um dos seguintes sistemas: I. Sistema de inventário periódico: nesse caso, as empresas organizam o inventário físico das mercadorias existentes em estoque apenas no � nal de um período, que, normalmente, é de um ano. II. Sistema de inventário permanente: nesse caso, há um controle permanente do estoque de mercadorias, efetuando-se as anotações a cada compra, venda ou devolução. Como os estoques das mercadorias são mantidos atualizados, as empresas podem apurar o resultado da conta mercadorias no momento emque desejarem. 7WWW.UNINGA.BR CO NT AB IL ID AD E IN TE RM ED IÁ RI A | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.2 Inventário Periódico Não há uma avaliação constante e permanente dos estoques. No � nal de determinado período, a empresa faz um levantamento físico dos estoques de mercadorias. Com o resultado dessa avaliação (estoque � nal), juntamente com o valor do estoque inicial, a empresa calcula o Custo da Mercadoria Vendida (CMV). Normalmente, esse tipo de controle é realizado pelas pequenas empresas comerciais. Vejamos a fórmula: CMV = estoque inicial + compra – estoque � nal Os lançamentos contábeis no inventário periódico serão da forma como segue. Peguemos o seguinte exemplo: compra de R$ 5.000,00 em mercadorias a prazo. No Livro Diário: D – Compra de Mercadorias (Custos) C – Fornecedores (Passivo) R$ 5.000,00 Quando ocorrerem devoluções: Suponhamos que, na compra realizada de R$ 5.000,00, por algum motivo devolveu-se R$ 1.000,00. No Livro Diário: D – Fornecedores (Passivo) C – Devolução de Compras de Mercadorias (Custos) R$ 1.000,00 Dessa forma, será contabilizado o fechamento das compras, abatimentos e devoluções sobre compras na CMV e as devoluções de vendas e abatimentos sobre vendas na Apuração do Resultado do Exercício (ARE). O adequado controle de estoques é uma necessidade não somente da contabilidade em si, mas da boa gestão das empresas. Saiba mais assistindo ao vídeo Inventário – Levantamento de Estoques, disponível em <https://www.youtube.com/ watch?v=v7Tf010_4Ko&feature=youtu.be>. O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) aprova a Norma Brasileira de Contabilidade, NBC TSP 04, de 25 de novembro de 2016, que trata dos estoques. Para saber mais, acesse o link <http://www.fazenda.mg.gov.br/governo/contadoria_geral/ legislacao/tipolegisl/nbctsp04.pdf>. 8WWW.UNINGA.BR CO NT AB IL ID AD E IN TE RM ED IÁ RI A | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Nesse caso, deverá ser realizada a contagem física para se saber o valor do estoque � nal com vistas a calcular a CMV. 1.3 Inventário Permanente Este tipo de sistemática é utilizado quando a empresa realiza um controle do estoque de forma contínua, registrando a entrada e a saída de mercadorias de seu estoque. E existe o controle rigoroso da conta estoque: quando se compra mercadoria, adiciona-se ao estoque; quando se realiza uma venda, dá-se baixa na mesma conta, no mesmo momento em que a nota � scal é emitida. Diz-se que ocorre o inventário permanente quando a empresa controla a movimentação dos seus estoques de forma contínua, dando-lhe baixa a cada venda pelo custo dessas mercadorias vendidas (CMV) ou pelo custo dos produtos vendidos (CPV). Dessa forma, adotando-se o sistema de inventário permanente, a empresa mantém um controle contínuo sobre todas as entradas e saídas de mercadorias (em quantidades e valores) bem como possíveis devoluções e perdas de forma que, a qualquer momento, pode dispor de relatórios da posição atualizada dos estoques e do custo das mercadorias vendidas, seja em quantidade seja em valores. Basicamente, o sistema consiste em contabilizar o valor do estoque vendido quando a venda tenha sido realizada. Assim, o estoque inicial, mais as compras do período, menos o estoque vendido (CMV) resultará no estoque � nal em qualquer data (CMV = estoque inicial + compra – estoque � nal). Como regra, o livro Registro de Inventário deve ser escriturado por todas as empresas que mantenham mercadorias e produtos em estoque na data do balanço. Além das necessidades gerenciais, ele deve também atender aos preceitos da legislação � scal (ICMS, IPI e IRPJ). O Registro de Inventário é destinado a englobar os custos contabilizados, com especi� cação de cada produto de modo a permitir a identi� cação e segregação das mercadorias, matérias- primas, produtos manufaturados, produtos em fabricação e bens em almoxarifados, inclusive os que estejam em poder de terceiros e os pertencentes a terceiros em poder do estabelecimento à data do balanço patrimonial levantado ao � m de cada período de apuração (artigo 261, do RIR/1999). Inexistindo estoque, isso também deverá ser mencionado no livro. A adoção da Escrituração Fiscal Digital (EFD-ICMS/IPI), nos termos do Ajuste SINIEF nº 2/2009, fundamenta a elaboração, registro e autenticação dos livros Registro de Inventário e Registro de Entradas, em relação ao mesmo período desde que sejam informadas na escrituração as especi� cações que facilitem a identi� cação das mercadorias, dos produtos manufaturados, das matérias-primas, dos produtos em fabricação e dos bens em almoxarifado existentes à data do balanço patrimonial levantado ao � m da cada período de apuração, bem como sejam observados os critérios para avaliação do estoque, nos termos dos artigos 261 e 292 a 298, do RIR/1999. Ainda sobre a EFD-ICMS/IPI, as informações relativas ao inventário devem ser inseridas no Bloco H; Inventário Físico. Para que o Bloco H seja utilizado como Registro de Inventário para efeito do imposto de renda, a pessoa jurídica deve: a) acrescentar os bens cujo inventário não é exigido para � ns do IPI/ICMS, mas apenas pela legislação do imposto de renda (bens em almoxarifado); e b) acrescentar o valor unitário dos bens de acordo com os critérios exigidos pela legislação do imposto de renda, quando discrepante dos critérios previstos na legislação do IPI/ICMS, conduzindo-se ao valor contábil dos estoques. Esse acréscimo é autorizado pelo Convênio Sinief/1970, artigo 63, § 12, como “Outras indicações” e será informado no campo 11 - VL_ITEM_IR do registro H010 - Inventário. 9WWW.UNINGA.BR CO NT AB IL ID AD E IN TE RM ED IÁ RI A | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA As pessoas jurídicas do segmento de construção civil, dispensadas de apresentar a Escrituração Fiscal Digital (EFD) e obrigadas a escriturar o Livro Registro de Inventário, devem apresentá-lo na ECD como um livro auxiliar. O livro Registro de Inventário deverá conter os Termos de Abertura e Encerramento e indicar o nome empresarial, o � m a que se destinou o instrumento escriturado (no caso, livro Registro de Inventário), o número de ordem do livro e a quantidade de folhas escrituradas. Ao � nal, deverá ser datado e assinado pelo empresário, administrador de sociedade ou seu representante legal e por contabilista legalmente habilitado, com indicação do número de sua inscrição no Conselho Regional de Contabilidade (CRC). O livro Registro de Inventário deverá ser conservado pelo prazo de cinco anos, no mínimo, contados de seu encerramento ou enquanto não estiverem prescritas eventuais ações judiciais e/ ou � scais que lhe sejam pertinentes. Na hipótese de extravio, deterioração ou destruição do livro Registro de Inventário, a empresa deverá publicar, em jornal de grande circulação do local de seu estabelecimento, aviso concernente ao fato e dar minuciosa informação, dentro de 48 horas, ao órgão competente do Registro do Comércio (Artigo 264, do RIR/99). No caso de os livros serem escriturados por meio de sistema eletrônico de dados, devem-se, também, observar as normas sobre manutenção e apresentação de arquivos magnéticos e documentação do sistema. Ainda conforme o inciso III do Ajuste SINIEF 25/16, são obrigadas a entregar o Bloco K (Controle da Produção e do Estoque): I. a) Empresas com faturamento acima de R$ 300.000.000,00, classi� cadas nos CNAEs 10 a 32, com o envio dos Registros K200 e K280. b) estabelecimentos industriais optantes pelo Regime Aduaneiro Especial de Entreposto Industrial sob Controle Informatizado (Recof), com entrega do Bloco K completo. II. Empresas com faturamento acima de R$ 78.000.000,00, classi� cadas nos CNAEs 10 a 32. III. a) Compreende as empresas com faturamento menor que R$ 78.000.000,00. b) Os estabelecimentos industriais classi� cados nas divisões 10 a 32. c) Os estabelecimentos atacadistas classi� cados nos grupos462 a 469 da CNAE. Os contribuintes optantes pelo Simples Nacional estão dispensados de apresentar esse bloco em virtude da Resolução Comitê Gestor do Simples Nacional nº 94, de 29 de novembro de 2011. Esse bloco se destina a prestar informações mensais da produção e do respectivo consumo de insumos, bem como do estoque escriturado relativo aos estabelecimentos industriais ou a eles equiparados pela legislação federal e pelos atacadistas. As informações a serem declaradas compreendem o saldo de estoque, as perdas no processo produtivo, as informações sobre o produto acabado e os produtos fabricados pelo estabelecimento ou por terceiros. A Escrituração Fiscal Digital (EFD) é um arquivo digital, que se constitui de um conjunto de escriturações de documentos fi scais e de outras informações de interesse dos Fiscos das unidades federadas e da Secretaria da Receita Federal do Brasil, bem como de registros de apuração de impostos referentes às operações e prestações praticadas pelo contribuinte. Esse arquivo deverá ser assinado digitalmente e transmitido, via Internet, ao ambiente Sped. Para saber mais, acesse <http://sped.rfb.gov.br/pagina/show/523>. 10WWW.UNINGA.BR CO NT AB IL ID AD E IN TE RM ED IÁ RI A | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.4 Contabilização do Estoque No inventário permanente, preferencialmente devem-se registrar todas as compras diretamente na conta de Mercadorias em Estoque (ativo). Ou seja, não se utiliza, para o registro das compras, a conta Compras de Mercadorias (custos), como se adota no sistema de inventário periódico. No momento da venda, devem-se realizar 2 lançamentos, quais sejam: I. Pelo valor das vendas (de acordo com a nota � scal, a venda). II. Pelo valor do custo das mercadorias vendidas (a baixa do estoque). Para melhor entendimento, exempli� quemos: a) Estoque inicial de mercadorias em 1º de janeiro de 2020: $ 20.000 b) Compras de mercadorias a prazo durante o ano 2020: $ 10.000 c) Venda de metade do estoque (sendo $ 5.000 o custo do estoque), a prazo, pelo valor de $ 15.000. No Livro Diário, a contabilização será a seguinte: 1. Pelo valor das compras a prazo ocorridas durante o ano 2020: D – Mercadorias em estoque C - Fornecedores 10. 000 Empresa: XXXXX Período: Janeiro a Dezembro/20 RAZÃO ANALÍTICA RECEITA BRUTA Conta: 1.X.X.X – Mercadorias em Estoque (Ativo) Data Histórico Débito Crédito Saldo Xx/xx/xx Compra cf NF xx 10.000,00 10.000,00 Empresa: XXXXX Período: Janeiro a Dezembro/20 RAZÃO ANALÍTICA RECEITA BRUTA Conta: 2.X.X.X – Fornecedores - XX (Passivo) Data Histórico Débito Crédito Saldo Xx/xx/xx Compra cf NF xx 10.000,00 10.000,00 2. Pelo valor das vendas a prazo ocorridas durante o ano 2020: D – Duplicatas a Receber C – Receita de Venda de Mercadorias 15.000 11WWW.UNINGA.BR CO NT AB IL ID AD E IN TE RM ED IÁ RI A | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Empresa: XXXXX Período: Janeiro a Dezembro/20 RAZÃO ANALÍTICA RECEITA BRUTA Conta: 1.X.X.X – Duplicatas a Receber (Ativo) Data Histórico Débito Crédito Saldo Xx/xx/xx Venda cf NF xx 15.000,00 15.000,00 Empresa: XXXXX Período: Janeiro a Dezembro/20 RAZÃO ANALÍTICA RECEITA BRUTA Conta: 4.X.X.X – Receita de Vendas de Mercadorias (Resultados) Data Histórico Débito Crédi to Saldo Xx/xx/xx Venda cf NF xx 15.000,00 15.000,00 3. Pelo valor do custo das mercadorias vendidas D – Custo das Mercadorias Vendidas C – Mercadorias em Estoque 5.000 Empresa: XXXXX Período: Janeiro a Dezembro/20 RAZÃO ANALÍTICA RECEITA BRUTA Conta: 1.X.X.X – Mercadorias em Estoque (Ativo) Data Histórico Débito Crédito Saldo Xx/xx/xx Compra cf NF xx 10.000,00 10.000,00 Xx/xx/xx Bx estoque CMV cf NF xx 5.000,00 5.000,00 Empresa: XXXXX Período: Janeiro a Dezembro/20 RAZÃO ANALÍTICA RECEITA BRUTA Conta: 4.X.X.X – Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) Data Histórico Débito Crédito Saldo Xx/xx/xx Bx estoque CMV cf NF xx 5.000,00 5.000,00 No encerramento do exercício social do ano 2020: Pela transferência do saldo credor da conta Receita de Vendas de Mercadorias para a conta Resultado da Conta Mercadorias - RCM 12WWW.UNINGA.BR CO NT AB IL ID AD E IN TE RM ED IÁ RI A | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA D – Receita de Vendas de Mercadorias C - Resultado da Conta Mercadorias - RCM 15.000 Empresa: XXXXX Período: Janeiro a Dezembro/20 RAZÃO ANALÍTICA RECEITA BRUTA Conta: 4.X.X.X – Receita de Vendas de Mercadorias (Resultados) Data Histórico Débito Crédito Saldo Xx/xx/xx Venda cf NF xx 15.000,00 15.000,00 31/12/20 Transf. Saldo Credor para conta Resultados 15.000,00 0,00 Empresa: XXXXX Período: Janeiro a Dezembro/20 RAZÃO ANALÍTICA RECEITA BRUTA Conta: 4.X.X.X – Resultado da Conta Mercadorias - RCM Data Histórico Débito Crédito Saldo 31/12/20 Transf. Saldo Credor para conta Resultados 15.000,00 15.000,00 5. Pela transferência do saldo devedor da conta Custo das Mercadorias Vendidas - CMV para a conta Resultado da Conta Mercadorias - RCM D – Resultado da Conta Mercadorias – RCM C – Custo das Mercadorias Vendidas – CMV 5.000 Empresa: XXXXX Período: Janeiro a Dezembro/20 RAZÃO ANALÍTICA RECEITA BRUTA Conta: 4.X.X.X – Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) Data Histórico Débito Crédito Saldo Xx/xx/xx Bx estoque CMV cf NF xx 5.000,00 5.000,00 Xx/xx/xx Trans. Saldo p/Contas Resultado do Exercício 5.000,00 0,00 Empresa: XXXXX Período: Janeiro a Dezembro/20 RAZÃO ANALÍTICA RECEITA BRUTA Conta: 4.X.X.X – Resultado da Conta Mercadorias - RCM Data Histórico Débito Crédito Saldo 31/12/20 Transf. Saldo Credor para conta Resultados 15.000,00 15.000,00 31/12/20 Trans. Saldo p/Contas Resultado do Exercício 5.000,00 10.000,00 13WWW.UNINGA.BR CO NT AB IL ID AD E IN TE RM ED IÁ RI A | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 6. Pela transferência do saldo credor da conta RCM para a conta Resultado do Exercício D – Resultado da Conta Mercadorias - RCM C – Resultado do Exercício 10.000 Empresa: XXXXX Período: Janeiro a Dezembro/20 RAZÃO ANALÍTICA RECEITA BRUTA Conta: 4.X.X.X – Resultado da Conta Mercadorias – RCM Data Histórico Débito Crédito Saldo 31/12/20 Transf. Saldo Credor para conta Resultados 15.000,00 15.000,00 31/12/20 Trans. Saldo p/Contas Resultado do Exercício 5.000,00 10.000,00 31/12/20 Trans. Saldo p/Contas Resultado do Exercício 10.000,00 0,00 Empresa: XXXXX Período: Janeiro a Dezembro/20 RAZÃO ANALÍTICA RECEITA BRUTA Conta: 4.X.X.X – Resultado do Exercício Data Histórico Débito Crédito Saldo 31/12/20 Trans. Saldo p/Contas Resultado do Exercício 10.000,00 0,00 Dessa forma, após cada operação de venda e sua contabilização, tem-se a conta de Receita de Vendas de Mercadorias (contas de resultados) atualizada, a de Custo das Mercadorias Vendidas (CMV), com o total do custo acumulado até a data de encerramento do período contábil, e a de Mercadorias em Estoque, re� etindo o valor exato do estoque � nal. 1.5 Critérios de Avaliação do Estoque Quando se fala de operações com mercadorias, é necessário também compreender que são 04 (quatro) os métodos de apuração do inventário permanente: a) PEPS – Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair. b) UEPS – Último a Entrar, Primeiro a Sair. c) MPM – Média Ponderada Móvel. d) Preço de Reposição. Nas empresas comerciais, o controle de estoque é realizado de forma quantitativa (por meio da contagem física) e pela valoração monetária. Nesse caso, é necessário periodicamente realizar a contagem física do estoque (chamamos de inventário) e avaliá-lo monetariamente para � ns de apuração dos custos (ARE - Apuração do Resultado do Exercício). 14WWW.UNINGA.BR CO NT AB IL ID AD E IN TE RM ED IÁ RI A | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA É necessário um controle sistemático, por meio do qual se checam o consumo real, as perdas, os roubos, os extravios, as quebras, dentre outros fatoresque podem alterar o saldo físico dos estoques (como erros nos controles de entradas e saídas). Esses controles internos devem auxiliar os gestores quanto à tomada de decisão, de� nindo qual produto ou mercadoria apresenta maior margem de contribuição em relação ao resultado da empresa, entre outras análises. Como já vimos, existem duas sistemáticas para o controle de estoque: inventário permanente e periódico. Inventário periódico: imagine que uma empresa comercial adquiriu, no início de suas atividades, 100 unidades de mercadorias ao valor de $ 50,00 cada e utiliza, para controle de estoque, o inventário periódico. Assim, seu estoque inicial foi de $ 5.000,00. No mês seguinte, adquiriu mais 100 unidades por $ 45,00 cada, ou seja, $ 4.500,00 de compras. Ao � nal do mês, realizou a venda de 25 unidades por $ 60,00 cada, tendo uma receita de venda de $ 1.500,00. Vamos ao cálculo do CMV: Na realização do inventário, foi constatado que o estoque � nal era de $ 8.312,50. CMV = Estoque Inicial + Compra – Estoque Final CMV = 5.000 + 4.500 – 1.187,50 = 8.312,50 Vejamos o Lucro Bruto no período: Vendas 1.500,00 (-) CMV (1.187,50) Lucro Bruto 312,50 Inventário permanente: existem quatro tipos de métodos no inventário permanente, quais sejam: PEPS, UEPS, Média Ponderada Móvel e Preço de Reposição. 1.5.1 PEPS – primeiro que entra, primeiro que sai Neste critério, a sistemática consiste em que o CMV será sempre com base no estoque mais antigo, nos primeiros estoques adquiridos. Por sua vez, o preço de custo do produto vendido será o preço de aquisição do produto mais antigo em estoque. A sigla em inglês é conhecida como FIFO = First In, First Out. Vamos exempli� car: • Imagine que uma empresa revendedora de máquinas adquiriu, no início de suas atividades, 02 unidades no valor de $10.000 cada e utiliza, para controle de estoque, o inventário permanente. • Assim, seu estoque inicial foi de $ 20.000. • No mês seguinte, adquiriu mais 03 por $ 10.500 cada, ou seja, $ 31.500 de compras. • Ao � nal do mês, realizou a venda de 02 unidades por $ 15.000 cada, obtendo uma receita de vendas $ 30.000. 15WWW.UNINGA.BR CO NT AB IL ID AD E IN TE RM ED IÁ RI A | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Como � cará o cálculo do CMV? Vantagens e desvantagens do método PEPS: o critério PEPS traz como vantagem o fato de que os estoques � nais são valorizados a preços mais recentes, fazendo com que o BP (a conta estoque está à data do balanço) esteja mais próximo da realidade. Apresenta como desvantagem que o CMV está a preços mais antigos, prejudicando a DRE. O PEPS termina por valorizar o estoque � nal a preços mais recentes e, consequentemente, o custo de saída a preço mais antigo. 1.5.2 UEPS – último que entra, primeiro que sai Neste critério, a sistemática consiste em que o CMV será sempre com base no estoque mais novo, nos últimos adquiridos. O preço de custo dos produtos vendidos será o preço pago na aquisição do produto mais novo em estoque, ou seja, a última compra. Essa sigla em inglês é conhecida como LIFO = Last In, First Out. No entanto, este método não é aceito pela Receita Federal do Brasil. Vamos exempli� car com os mesmos dados do exemplo da PEPS: • Imagine que uma empresa revendedora de máquinas adquiriu, no início de suas atividades, 02 duas unidades no valor de $10.000 cada e utiliza, para controle de estoque, o inventário permanente. • Assim, seu estoque inicial foi de $ 20.000. • No mês seguinte, adquiriu mais 03 por $ 10.500 cada, ou seja, $ 31.500 de compras. • Ao � nal do mês, realizou a venda de 02 unidades por $ 15.000 cada, obtendo uma receita de vendas de $ 30.000. Quer saber por que o método UEPS não é autorizado no Brasil para a mensuração dos estoques? Saiba a resposta acessando o link <https://www.contabeis.com.br/artigos/3527/por-que-o- metodo-ueps-nao-e-autorizado-no-brasil-para-a-mensuracao- dos-estoques/>. 16WWW.UNINGA.BR CO NT AB IL ID AD E IN TE RM ED IÁ RI A | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Como � cará o cálculo do CMV? Vantagens e desvantagens do método UEPS: O critério UEPS traz como vantagem o fato de o CMV ser reconhecido pelo preço (custo) mais recente, mais próximo de uma realidade dos custos de mercado na data do balanço. No entanto, a desvantagem é que, no balanço patrimonial, o estoque apresentará valores fora da realidade, desatualizados. Este método “valoriza” o estoque � nal ao valor mais antigo e, consequentemente, o custo de saída a valor mais recente. Esse critério é mais utilizado para a decisão da compra. 1.5.3 MPM – média ponderada móvel Neste critério, a sistemática consiste em que o CMV será sempre com base no preço médio de aquisição para todos os itens do estoque. Quando efetuada a venda do produto, o CMV é calculado a partir do custo médio dos produtos estocados. Vamos exempli� car com os mesmos dados do exemplo da PEPS e UEPS: • Imagine que uma empresa revendedora de máquinas adquiriu, no início de suas atividades, 02 duas unidades no valor de $10.000 cada e utiliza, para controle de estoque, o inventário permanente. • Assim, seu estoque inicial foi de $ 20.000. • No mês seguinte, adquiriu mais 03 por $ 10.500 cada, ou seja, $ 31.500 de compras. • Ao � nal do mês, realizou a venda de 02 unidades por $ 15.000 cada, obtendo uma receita de vendas $ 30.000. Como � cará o cálculo do CMV? 17WWW.UNINGA.BR CO NT AB IL ID AD E IN TE RM ED IÁ RI A | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Vantagens e desvantagens do método MPM: o preço médio, ou Média Ponderada Móvel, não apresenta vantagem teórica, apenas prática já que é mais fácil de operacionalizar. No entanto, o custo médio ponderado é o método consagrado tanto pela legislação � scal quanto pelas normas contábeis para valoração dos estoques. E, de acordo com o PN CST 6/1979, é o mais aceitável do ponto de vista � scal desde que as saídas sejam registradas unicamente no � m de cada mês e desde que avaliadas ao preço médio que, sem considerar o lançamento de baixa, se veri� car naquele mês. Em resumo, o PMP equaliza tanto o estoque � nal quanto o custo de saída a um preço médio único. 1.5.4 Preço de reposição (ou custo de reposição) Nesta sistemática, o CMV será calculado com base no preço de aquisição de uma nova mercadoria no mercado em que está estabelecida a organização. Esse método é mais utilizado na contabilidade gerencial e é aplicado nas aulas de teoria da contabilidade para determinar o preço de custo no momento de venda. A sigla em inglês é conhecida como NIFO – Next In, First Out. Para exempli� car, vamos utilizar os mesmos dados dos exemplos anteriores: • Imagine que uma empresa revendedora de máquinas adquiriu, no início de suas atividades, 02 duas unidades no valor de $10.000 cada e utiliza para controle de estoque o inventário permanente. • Assim, seu estoque inicial foi de $ 20.000. • No mês seguinte, adquiriu mais 03 por $ 10.500 cada, ou seja, $ 31.500 de compras. • Ao � nal do mês, realizou a venda de 02 unidades por $ 15.000 cada, obtendo uma receita de vendas $ 30.000. Vejamos, então, o cálculo do CMV: Vantagens e desvantagens do método preço de reposição (ou custo de reposição): esse critério está relacionado com as mercadorias que seriam adquiridas no futuro. A vantagem é que esse método busca re� etir o investimento efetivamente necessário para a prestação do serviço regulado. E a desvantagem é a difícil aplicação na avaliação de ativos e dos custos de substituição. 18WWW.UNINGA.BR CO NT AB IL ID AD E IN TE RM ED IÁ RI A | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.6 Custo e os Impostos nas Operações com Mercadorias Nas operações com mercadorias, os tributos mais evidentes são: • IPI. • ICMS. • ISS. A incidência ou não de cada tributo pode ser diferenciada de empresa para empresa de acordo com o regime tributário adotado, atividade, mercadorias comercializadas, produtos industrializados e, principalmente, se as empresassão indústrias, comerciais e de serviços. Outro fator importante, no caso do ICMS e ISS, é a alíquota aplicada em cada estado e município para as mesmas atividades. Mas isso é assunto para outra disciplina. Para que possamos entender a sistemática que abrange a operação com mercadorias, não podemos deixar de lado os impostos das compras e das vendas. No caso de uma indústria que adquire matéria-prima onde as compras são tributadas com IPI e ICMS, é necessário desconsiderá-los para o cálculo dos custos já que nenhum desses impostos representará custo, sendo considerados (dependendo do regime de tributação) recuperáveis quando se pagam os impostos incidentes nas saídas pelas vendas realizadas no mês. Em resumo, ao vender o produto � nal, a empresa já estipulará o percentual relativo aos impostos no preço de vendas e, assim, cobrará (recuperará) do cliente os impostos já no preço de vendas. No caso de uma empresa comercial, o IPI será contabilizado como custo já que não pode compensar (recuperar) na operação de vendas. No entanto, o ICMS das compras, da mesma forma como nas indústrias, não poderá ser contabilizado como custo, pois a empresa irá contabilizar com tributos a recuperar e compensar com o ICMS apurado no mês a recolher. Quanto às empresas prestadoras de serviço, sendo elas não tributadas por IPI e ICMS, estes são considerados tributos não recuperáveis; assim, deverão ser contabilizados como custos. Vamos exempli� car: Imagine a aquisição de uma máquina em que a empresa paga $ 10.000,00, sendo 10% de IPI, tendo o preço � nal descrito na nota � scal de $ 11.000,00. O ICMS destacado na nota equivale a $ 1.200,00. Em resumo, temos: • VALOR DAS MERCADORIAS: 10.000,00 • IPI: 1.000,00 • ICMS: 1.200,00 Quer saber mais sobre estoques? Leia o Guia prático sobre estoque: tudo que você precisa saber!, disponível em <https://www. eticosoftware.com.br/artigos/estoque-_>. 19WWW.UNINGA.BR CO NT AB IL ID AD E IN TE RM ED IÁ RI A | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Então, para cada segmento a regra será: Indústria: Como irá recuperar o IPI e ICMS, o custo da mercadoria será de $ 8.800,00. Comércio: Como só pode recuperar o ICMS, o custo da mercadoria será de $ 9.800,00. O valor do IPI entra como custo. Serviço: Como não poderá recuperar o ICMS e o IPI, eles entram como custo, totalizando $11.000,00. Vale lembrar que as empresas optantes pelo Simples Nacional, por regra, não podem recuperar nenhum imposto. No entanto, existem exceções. 1.6.1 Custos e as embalagens, despesas de seguro e transporte As embalagens cobradas à parte pelos fornecedores e não restituídas nem vendáveis também são incluídas no custo, justamente com as despesas de seguro e transportes que forem por conta do adquirente. Ressalte-se que o valor pago pelo frete é custo, no entanto, o ICMS é recuperável desde que demonstrado no Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e) 1.6.2 Devolução de compras e devolução de vendas Devolução de compras: essa operação consiste na devolução de compras quando a mercadoria adquirida não está de acordo com o contratado ou o pedido pela empresa compradora ou, ainda, quanto tenha ocorrido algum estrago durante o transporte. Na legislação, não existe um prazo de� nido por lei. Cada caso é um caso, devendo-se observar o que foi contratado entre as partes. Vamos ao exemplo: Imagine uma compra de mercadorias no valor de R$ 10.000 (a prazo) Contabilização da compra: D – Mercadorias em estoque C – Duplicatas ou fornecedores a pagar 10.000 Contabilização da devolução de compras: Durante o transporte, foram constatadas avarias em parte da carga, e a empresa irá devolver essas mercadorias no valor de R$ 1.000,00 D - Duplicatas ou Fornecedores a pagar C - Mercadorias em Estoque 1.000,00 Devolução de vendas: nessa operação, quando o cliente devolve produtos ou mercadorias, o recebimento da devolução deve ser registrado em conta própria chamada Devoluções de Vendas ou Vendas Canceladas, que é uma das Deduções de Vendas na Demonstração do Resultado do Exercício para � ns de apuração no período. Além das questões tributárias de controle de estoques, é necessário controlar as devoluções de vendas, pois, caso a empresa apresente um alto volume de devoluções, isso pode ser um indício de problemas de qualidade dos produtos ou problemas na comercialização dos mesmos. 20WWW.UNINGA.BR CO NT AB IL ID AD E IN TE RM ED IÁ RI A | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Vamos exempli� car: Imagine uma venda de mercadorias no valor de R$ 20.000 à vista, com custo de R$ 10.000 Contabilização da Venda: D - Caixa C - Receita de Vendas de Mercadorias 20.000 Contabilização da Baixa do Estoque pela Venda: D – CMV-Custo das Mercadorias Vendidas C - Mercadorias em Estoque 10.000 Contabilização pela devolução de vendas pelo cliente no valor de R$ 1.000,00: D – (-) Devoluções sobre Vendas (Contas de Resultados) C - Caixa 1.000,00 Contabilização do Retorno da Mercadoria vendida para a conta do Estoque de Mercadorias: D - Mercadorias em Estoque C - CMV-Custo das Mercadorias Vendidas 1.000,00 O ICMS é um dos principais tributos pagos pelas empresas brasileiras, certo? Por conta da sua incidência sobre todas as operações de venda de mercadorias e prestação de serviços de transporte e comunicação, grande parte das organizações precisa lidar com o seu recolhimento. Esse é um imposto de competência estadual, que desperta muitas dúvidas entre os profi ssionais da contabilidade. São muitos detalhes que demandam uma atenção especial e é preciso manter-se atualizado quanto às mudanças na legislação. 21WWW.UNINGA.BR CO NT AB IL ID AD E IN TE RM ED IÁ RI A | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta primeira unidade, ampliamos os conhecimentos apresentados em Introdução à Contabilidade de forma a compreendermos as atividades mais complexas desenvolvidas pelas empresas, com foco nas possibilidades de tomadas de decisão advindas do conhecimento na área. Abordamos as operações com mercadorias, quando pudemos compreender a importância do controle efetivo dos estoques e as sistemáticas que envolvem esse controle. Compreendemos os métodos sistêmicos, suas vantagens e desvantagens, bem como o amparo legal para utilizá- los. Outro ponto importante estudado foram os cálculos para cada sistemática e sua in� uência no resultado das empresas. Por � m, conhecemos os procedimentos básicos tributários, que envolvem a recuperação de tributos pelos três principais tipos de atividades: indústria, comércio e prestação de serviços. Ainda, contemplamos os procedimentos relacionados a devoluções, fretes e estorno dos estoques comprados e vendidos quando devolvidos. 2222WWW.UNINGA.BR UNIDADE 02 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 24 1. OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO CONTÁBIL DA COMPETÊNCIA ........................................................................ 25 1.1 CLASSIFICAÇÃO CONTÁBIL ........................................................................................................................................25 1.2 DIFERENÇA ENTRE SALÁRIO E REMUNERAÇÃO ........................................................................................... 25 1.2.1 COMISSÃO + DSR E DESCONTO PREVIDENCIÁRIO .................................................................................... 25 1.2.2 HORAS-EXTRAS + DSR .................................................................................................................................. 28 1.2.3 ADICIONAL NOTURNO .................................................................................................................................... 29 1.2.4 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE.................................................................................................................. 30 1.2.5 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE ..................................................................................................................31 1.2.6 SALÁRIO-FAMÍLIA ........................................................................................................................................... 32 1.3 DESCONTOS ........................................................................................................................................................ 33 OPERAÇÕES COM FOLHA DE PAGAMENTO PROF.A DENISA MARIA BOÇATO ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 23WWW.UNINGA.BR 1.3.1 VALE-TRANSPORTE ......................................................................................................................................... 33 1.3.2 PENSÃO ALIMENTÍCIA ................................................................................................................................... 34 1.3.3 ADIANTAMENTO SALARIAL ........................................................................................................................... 35 1.3.4 IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE (IRRF) ......................................................................................... 35 1.3.5 CONTRIBUIÇÃO SINDICAL ............................................................................................................................. 37 1.4 FALTAS ................................................................................................................................................................ 38 1.4.1 DESCONTO SEMANAL REMUNERADO .......................................................................................................... 38 1.5 FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO (FGTS) ................................................................................ 40 1.6 13O SALÁRIO E FÉRIAS ........................................................................................................................................41 1.7 PRÓ-LABORE ...................................................................................................................................................... 42 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................ 44 24WWW.UNINGA.BR CO NT AB IL ID AD E IN TE RM ED IÁ RI A | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO A confecção da folha de pagamento de empregados nas empresas é obrigatória, tendo como fundamentos as legislações e as � scalizações trabalhista e a previdenciária. A folha de pagamento deve ser elaborada de maneira que seja possível identi� car cada um dos setores da empresa, ou centro de custos, bem como deve conter, no mínimo, as seguintes informações: ➢ Nome do funcionário. ➢ Vantagens discriminadas. ➢ Descontos discriminados. ➢ Valor líquido a pagar. Na folha de pagamento, além dos salários dos funcionários, devem constar também outros valores, tais como: férias, 13º salário, INSS e IRRF descontados dos salários, aviso-prévio, valor do desconto relativo ao vale-transporte, refeições, adiantamentos salariais e o valor do FGTS incidente sobre os salários. Ainda devem constar da folha de pagamento de salários as verbas pagas aos funcionários por ocasião da rescisão de contrato de trabalho. 25WWW.UNINGA.BR CO NT AB IL ID AD E IN TE RM ED IÁ RI A | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1. OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO CONTÁBIL DA COMPETÊNCIA O regime de competência é obrigatório para a apuração de todos os impostos e encargos no Brasil. A legislação permite que os salários sejam pagos até o 5º dia útil do mês seguinte ao mês trabalhado, exceto nos casos em que os acordos ou convenções coletivas estabelecem prazos menores (como o último dia útil do mês). No entanto, a contabilização da folha de pagamento de salários e a apuração dos encargos a recolher devem ser efetuadas observando-se o regime de competência, assim como os salários devem ser contabilizados no mês a que se referem mesmo que seus pagamentos e recolhimentos sejam efetuados no mês seguinte. No caso do valor relativo às férias e ao 13º salário, a empresa deve apropriar esses valores mensalmente em obediência ao regime de competência, efetuando a “provisão” para o pagamento dessas verbas. Se a empresa não faz a provisão, esses valores serão apropriados como custo ou despesa por ocasião do respectivo pagamento. 1.1 Classificação Contábil Para � ns de apuração dos resultados econômicos, a empresa deve reconhecer (nas Contas de Resultados e posteriormente na elaboração da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)) os custos e despesas relativos à folha de pagamento. Nesse caso, vale lembrar por que se deve segregar a folha de pagamento por departamentos e/ou centro de custos. Os salários e encargos incidentes no setor de produção devem ser classi� cados como custos com mão-de-obra (direta e indireta); já as despesas com mão-de-obra, aplicadas nos setores de administração, comercial ou marketing, devem ser classi� cados como despesas operacionais. 1.2 Diferença entre Salário e Remuneração Quando da contabilização da folha de pagamento, é fundamental compreender a diferença entre salário e remuneração, tendo em vista que as conta salários são a contraprestação devida ao empregado pela prestação de serviços, em decorrência do contrato de trabalho (registro). Remuneração é a soma do salário contratual (estipulado mensalmente, por hora, por tarefa etc.) com as outras vantagens percebidas na vigência do contrato de trabalho, como horas- extras, adicional noturno, adicional de periculosidade, insalubridade, comissões, percentagens, grati� cações, diárias para viagem, dentre outras. 1.2.1 Comissão + DSR e desconto previdenciário O salário corresponde ao valor contratualmente acordado entre as partes (valor contratual), a ser pago em função dos serviços prestados. O salário pode ser um valor � xo ou variável, e sua forma de cálculo pode ser por hora, diária ou mensal. Exemplo: empregado contratado para uma jornada de 220 horas mensais (44 semanais), recebendo salário de R$ 1.045,00 ao mês. Além disso, de acordo com a política salarial adotada pelo empregador, uma das formas de remuneração pode ser por meio de comissões. As comissões podem ser consideradas valores preestabelecidos por quantidade de produtos vendidos ou sob a forma de percentual aplicado sobre o valor das vendas de produtos ou de serviços prestados. 26WWW.UNINGA.BR CO NT AB IL ID AD E IN TE RM ED IÁ RI A | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Por exemplo: o empregado, além do salário � xo de R$ 1.045,00 ao mês, também recebe comissão sobre vendas num percentual de 5% do valor vendido no mês. Se, no mês, as vendas desse empregado foram de R$ 10.000,00, ele terá direito à comissão no valor de R$ 500,00, ou seja: R$ 10.000,00 x 5% = R$ 500,00 + DSR Dessa forma, a contabilização será da seguinte forma: Salários: D- Salários e Ordenados (despesas) C- Salários e Ordenados a Pagar (passivo) R$ 1.045,00 Comissões: D- Comissões (despesas) C- Salários e Ordenados a Pagar (passivo) R$ 500,00 Nesse caso, o total da remuneração a ser paga para o funcionário será de R$ 1.545,00, mais o descanso semanal remunerado (DSR). Sendo a jornada mensal de trabalho de 220 horas mensais (na maioria dos casos), entende- se que a jornada em dias seja de 30 dias corridos ao mês. No entanto, o funcionário recebe, por lei, os domingos e feriados não laborados. Dessa forma, a jurisprudência determinou que proporcionalmente esse trabalhador deverá receber DSR sobre os valores pagos como comissões. A Constituição Federal, em seu artigo 7º, inciso XV, juntamente com o artigo 67 da CLT e o artigo 1º da Lei nº 605/49, regulamentada pelo Decretonº 27.048/49, regulamentam e dão o respaldo legal ao pagamento do DSR sobre as comissões. A jurisprudência trabalhista também consolidou o direito ao repouso semanal remunerado para o comissionista por meio do Enunciado nº 27 do TST, segundo o qual: “É devida remuneração do repouso semanal e dos dias feriados ao empregado comissionista, ainda que pracista” (TST, 2003). Vejamos o cálculo e a contabilização. Cálculo: R$ 500,00 DE COMISSÃO / 25 dias trabalhados = R$ 20,00 de comissão por dia. DSR = R$ 20,00 de comissão por dia x 5 (domingos e feriados no mês) = R$ 100,00 de DSR o trabalhador receberá no mês. Contabilização do DSR: D – DSR sem comissões (despesas) C – Salários e Ordenados a pagar (passivo) R$ 100,00 Cálculo e contabilização do INSS: Quanto ao desconto previdenciário (INSS), entraram em vigor em 1º de março de 2020, conforme publicação da Secretaria de Previdência e Assistência Social, as alíquotas progressivas que incidirão sobre cada faixa de remuneração, de forma semelhante ao cálculo do imposto de renda. 27WWW.UNINGA.BR CO NT AB IL ID AD E IN TE RM ED IÁ RI A | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Tabela 1 – Tabela previdênciária progressiva. Fonte: Guia Trabalhista (2020). A incidência da contribuição passou a ser por faixas de renda, e é preciso fazer um cálculo para saber qual será a alíquota efetiva. Assim, no exemplo anterior, a remuneração bruta será de R$ 1.645,00 (R$ 1.045,00+R$500,00+R$ 100,00). Veja como � ca o cálculo para uma remuneração de R$ 1.645,00 como exemplo, que se encontra na 2ª faixa: 1ª faixa salarial: 1.045,00 x 7,5% = R$ 78,37 2ª faixa salarial: [1.645,00 - 1.045,00] = 600,00 x 9,0% = 54,00 Total a recolher: 78,37 + 54,00 = 132,37 Com esse resultado, é possível calcular a alíquota efetiva, que se encontra em cerca de 8,0468% (132,37 ÷ 1.645,00). Bem, agora que sabemos qual o valor efetivo do desconto previdenciário, a contabilização se dará da seguinte forma: D- Salários e Ordenados a Pagar (passivo) C- INSS a recolher (passivo) R$ 132,37 Sendo a empresa optante pelos regimes de tributação, lucro presumido ou lucro real, teremos ainda a parte da contribuição previdenciária do empregador, que será 20% do total bruto das remunerações pagas pela folha de pagamento, inclusive sobre o prolabore. Vejamos o exemplo: Cálculo e contabilização da Previdência Social - parte do empregador: Sendo a remuneração bruta da folha R$ 1.645,00, calcula-se 20% sobre esse total, o que resultará em R$ 329,00 (1645,00x20%) a recolher da parte do empregador. Vejamos como proceder quanto à contabilização: D- INSS (despesas) C- INSS a recolher (passivo) R$ 329,00 28WWW.UNINGA.BR CO NT AB IL ID AD E IN TE RM ED IÁ RI A | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.2.2 Horas-extras + DSR Sabendo que a jornada de trabalho contratada, na maioria dos casos, é de 220 horas mensais, as horas durante as quais o empregado trabalha além dessa jornada diária estabelecida em contrato são denominadas horas-extras. A CLT, em seu Art. 59, § 1º, determina que a duração das horas-extras fosse acrescida de, no mínimo, 50% nos dias normais e 100% nos domingos e feriados. É comum encontrar, nos acordos ou convenções coletivas, percentuais convencionados a maior, dependendo da categoria à qual pertence o trabalhador. No entanto, algumas empresas adotam acordos em que o empregado faz compensação das horas-extras, não sendo devido, nesse caso, o pagamento delas com adicional. A lei determina que o empregado poderá realizar, no máximo, 2 (duas) horas-extras por dia, as quais devem ser remuneradas com adicional de, pelo menos, 50% do valor da hora normal. Se a hora-extra for realizada aos domingos ou feriados, o adicional deve ser de 100% sobre o valor da hora normal. Vamos ao nosso primeiro exemplo: No caso de o empregado receber um salário contratual de R$ 1.500,00 por mês (220 horas mensais) e ter realizado 11 horas-extras no mês de junho, ele deverá receber um total de R$ 112,53 referente às horas-extras, ou seja: R$ 1.500,00 ÷ 220 horas = R$ 6,82 (valor da hora normal) R$ 6,82 x 50% = R$ 3,41 (valor da hora normal, mais adicional de 50%) R$ 6,82 + R$ 3,41 = 10,23 x 11 horas = R$ 112,53 (valor total das horas-extras do mês) Ou seja, primeiramente, calcula-se o valor de uma hora normal de trabalho, considerando que a jornada é de 220 horas mensais. Após, calcula-se o valor de uma hora-extra, multiplicando- se o valor da hora normal pelo percentual de 50% ou coe� ciente de 1,5. Finalmente, multiplica-se o valor de uma hora-extra pelo total de horas-extras realizadas no mês. O descanso semanal remunerado (DSR) também é devido ao trabalhador que recebe horas-extras. De acordo com a Lei nº 7.415/85 e o Enunciado nº 172 TST, as horas-extras realizadas devem ser integradas ao cálculo. Tomando por base o exemplo das horas-extras apuradas anteriormente, o DSR será calculado da seguinte forma: Desde março de 2020, passa a valer a nova tabela de alíquotas do INSS. Entenda como calcular progressividade, alíquotas, deduções e descontos de IRPF. Acesse o link <https://www. contabeis.com.br/noticias/42234/calculo-da-nova-tabela- progressiva-do-inss-aliquotas-e-parcela-a-deduzir/>. 29WWW.UNINGA.BR CO NT AB IL ID AD E IN TE RM ED IÁ RI A | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA • Somam-se as horas-extras do mês = R$ 112,53. • Divide-se o resultado pelo número de dias úteis do mês (R$ 112,53 /25 dias úteis = R$ 4,51 será o valor do DSR por dia, relativo às horas-extras). • Multiplica-se pelo número de domingos e feriados do mês (R$ 4,51 x 5 domingos e feriado no mês = R$ 22,51 será o valor do DSR, relativo às horas-extras devidas no mês). Sábados: o sábado é considerado dia útil, a menos que recaia em feriado. Se as horas- extras realizadas ao longo do mês tiverem percentuais diferentes, a média terá de ser feita separadamente. Vamos à contabilização das horas-extras e DSR: D – Horas-extras (despesas) C - Salários e Ordenados a Pagar (passivo) R$ 112,53 D - DSR / Horas-extras (despesas) C - Salários e Ordenados a Pagar (passivo) R$ 22,51 1.2.3 Adicional noturno A legislação estabelece uma remuneração adicional mínima de 20% (vinte por cento) para a hora de trabalho noturna, em relação à remuneração da hora de trabalho diurna. Estabelece ainda que será considerado noturno o trabalho executado entre as 22h00 de um dia até às 5h00 do dia seguinte e que a hora de trabalho noturno será computada como de 52 minutos e 30 segundos. Dessa forma, a legislação de� niu que as 7 (sete) horas noturnas trabalhadas equivalem a 8 (oito) horas diurnas. Assim: 1 hora diurna = 60 minutos 1 hora noturna = 52 minutos e 30 segundos (52,5) Equivalência: 60 ÷ 52,5 = 1,1429 (uma hora diurna equivale a 1,1429 hora noturna) 22h00 às 05h00 = 7h00 noturnas Equivalência: 7h00 noturnas x 1,1429 = 8 horas diurnas Portanto, quando o empregado realiza horas no período noturno, ele tem um diferencial em relação à quantidade de horas e também em relação ao valor da hora (já que é devido um adicional noturno de 20%). Vamos exempli� car: um empregado tem salário contratual de R$ 1.045,00 para trabalhar 220 horas mensais. No entanto, parte de seu horário de trabalho ocorre após as 22h00 e, portanto, ele tem direito a receber adicional noturno pelas horas trabalhadas nesse período. Sabe-se que, no mês de junho, ele trabalhou 30 horas (de 60 minutos) no período noturno. Dessa maneira, ele tem direito a receber R$ 28,12 de adicional noturno. Veja: R$ 1.045,00 ÷ 220h (de 60 min) = R$ 4,75 (valor de 1 hora diurna) R$ 4,75 x 20% = R$ 0,95 (valor do adicional noturno (20%) de uma hora) 30WWW.UNINGA.BR CO NT AB IL ID AD E IN TE RM ED IÁ RI A | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Lembre-se de que a hora normal tem a duração de 60 (sessenta) minutos, e a hora noturna, por disposição legal, nas atividades urbanas, é computada como sendo de 52 (cinquentae dois) minutos e 30 (trinta) segundos. Então, cada hora noturna sofre a redução de 7 minutos e 30 segundos ou ainda 12,5% sobre o valor da hora diurna. Primeiramente, calcula-se o valor do adicional noturno de 1 (uma) hora de trabalho. Para isso, deve-se dividir o salário contratual pelo total das horas contratuais (R$ 1.045,00 ÷ 220h) para encontrar o valor de 1 hora normal. Após, aplica-se o percentual de 20% para encontrar o valor do adicional noturno de 1 (uma) hora de trabalho. Assim, por cada hora de trabalho, o empregado vai receber o valor de R$ 0,95 de adicional noturno. Agora, é necessário encontrar a quantidade de horas noturnas. Considerando que cada hora noturna é de apenas 52 minutos e 30 segundos (52,5), é preciso transformar as 30 horas trabalhadas em horas noturnas. Isso é obtido multiplicando-se as 30 horas de 60 (sessenta) minutos por 1,1429, que é o fator de equivalência da hora noturna. Portanto, 30 horas trabalhadas equivalem a 34,29 horas noturnas. Finalmente, para obter o valor do adicional noturno, basta multiplicar 34,29 horas noturnas pelo valor do adicional de 1 (uma) hora, que é R$ 0,95, totalizando R$ 32,55. Como � ca a contabilização: D-Horas Noturnas (despesas) C-Salários e Ordenados a Pagar R$ 32,55 1.2.4 Adicional de insalubridade A responsabilidade por classi� car as atividades ou os ambientes que apresentam situação de insalubridade é do médico ou engenheiro do trabalho, registrado na categoria pro� ssional junto ao Ministério do Trabalho. O Art. 189º da CLT prevê que: Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância � xados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos (BRASIL, 1943). O Art. 192º, também da CLT, disciplina que: O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário-mínimo, segundo se classi� quem nos graus máximo, médio e mínimo (BRASIL, 1943). Vamos exempli� car o cálculo: imagine que um empregado trabalha em atividade insalubre de grau médio, segundo a classi� cação de� nida pelo médico do trabalho, em consonância com a legislação vigente. Esse empregado, portanto, deve receber R$ 209,00 de adicional de insalubridade, a saber: Salário-mínimo vigente = R$ 1.045,00 x 20% = R$ 209,00 31WWW.UNINGA.BR CO NT AB IL ID AD E IN TE RM ED IÁ RI A | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Observa-se que não importa o salário desse empregado já que o adicional de insalubridade é calculado com base no salário-mínimo vigente. Nesse caso, o valor de R$ 1.045,00 é multiplicado por 20%, que é o percentual relativo ao grau médio de insalubridade. Dentre essas opções, existem as porcentagens sobre o grau de insalubridade. • 10% grau mínimo de insalubridade. • 20% grau médio de insalubridade. • 40% grau máximo de insalubridade. Vale lembrar que a porcentagem aplicada à atividade deve ser paga separadamente do salário do colaborador. Então, em sua folha de pagamento, o adicional constará como um valor à parte, em uma verba especí� ca no holerite. Vale ressaltar que o adicional de insalubridade (quando houver) deve compor a base de cálculo das horas-extras. Como � cará a contabilização: D – Insalubridade e Periculosidade (despesas ou custos) C – Salários e Ordenados a Pagar R$ 209,00 1.2.5 Adicional de periculosidade A CLT também especi� ca que o adicional de periculosidade é de 30% sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de grati� cações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. O salário mencionado se refere ao salário contratual do empregado. Conforme o Art. 193 da CLT: São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com in� amáveis ou explosivos em condições de risco acentuado (BRASIL, 1943). Caso, por meio de perícia, se constate que a atividade exercida seja, concomitantemente, insalubre e perigosa, será facultado aos empregados que estão sujeitos a essas condições optar pelo adicional que lhes for mais favorável, não podendo receber, cumulativamente, ambos os adicionais (Art. 193, § 2º: “O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja devido” (BRASIL, 1943)). Para se aprofundar sobre o que é o adicional de insalubridade, sugerimos a leitura do material disponível em <https://www. pontotel.com.br/adicional-de-insalubridade/>. 32WWW.UNINGA.BR CO NT AB IL ID AD E IN TE RM ED IÁ RI A | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Vamos exempli� car: um empregado recebe salário contratual de R$ 1.045,00 e trabalha em atividade periculosa (que proporciona riscos à vida e à saúde). Esse empregado deverá receber adicional de periculosidade no valor de R$ 313,50. Assim: R$ 1.045,00 x 30% = R$ 313,50. Nesse caso, basta multiplicar o valor do salário contratual pelo percentual de 30%, que é de� nido em lei. Além disso, cabe ressaltar que o adicional de periculosidade (quando houver) também deverá compor a base de cálculo das horas-extras. Outra observação é que, quando apontado em laudo técnico o direito tanto à insalubridade quanto à periculosidade, o empregado somente terá direito ao adicional de maior valor, nunca aos dois. 1.2.6 Salário-família O salário-família corresponde ao valor a ser pago ao empregado que possui � lhos menores de 14 anos de idade ou inválidos. A empresa paga o salário-família mensalmente ao empregado quando do pagamento de seus salários. Posteriormente, esse valor será reembolsado à empresa por meio do desconto do mesmo valor na própria Guia de Recolhimento da Previdência Social (GPS). Portanto, o salário-família é um benefício pago pela Previdência Social, em que a empresa apenas intermedeia o processo. A legislação de� ne os limites referentes ao salário-família, que são: Vamos a um exemplo: Laudos de insalubridade e de periculosidade constituem documentos que toda empresa deve providenciar para estar em harmonia com as exigências legais trabalhistas. Ao mesmo tempo, são instrumentos importantes para a verifi cação da existência de riscos no ambiente de trabalho. Para saber mais sobre esses laudos, acesse o link <https://grupomednet.com.br/saiba-o-que-sao-laudos-de- insalubridade-e-de-periculosidade/#:~:text=No%20caso%20 dos%20laudos%20de,de%20risco%20existentes%20no%20 trabalho>. 33WWW.UNINGA.BR CO NT AB IL ID AD E IN TE RM ED IÁ RI A | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA um funcionário ganha R$ 1.045,00 por mês e tem 2 (dois) � lhos menores de 14 anos. De acordo com os limites de� nidos pela legislação vigente, esse funcionário tem direito a receber o valor de R$ 97,24 a título de salário-família. Assim, o valor da cota de salário-família correspondente à remuneração do empregado deve ser multiplicado por 2 já que os dois � lhos são menores de 14 anos. Como � cará a contabilização: D-INSS a recolher (passivo) C- Salários e Ordenados a Pagar R$ 97,24 1.3 Descontos Quanto aos descontos, o empregador tem direito de descontar do seu funcionário valores referentes a: vale-transporte, pensão alimentícia, adiantamento de salário, contribuição à Previdência Social (INSS), imposto de renda retido na fonte (IRRF), contribuição sindical, dentre outros. 1.3.1 Vale-transporte O vale-transporte que a empresa repassa ao empregado se trata de um benefício para deslocamento de sua residência até o local de trabalho e retorno à sua residência, via sistema de transporte coletivo público. É custeado em parte pela empresa e em parte pelo empregado. O Decreto n° 95.247, de 17/11/1987,regulamentando a Lei n° 7.418, de 16/12/1985, que instituiu o vale-transporte, estabelece, no Art. 92, que o vale-transporte será custeado da seguinte forma: I — Pelo bene� ciário, na parcela equivalente a 6% (seis por cento) de seu salário básico ou vencimento, excluídos quaisquer adicionais ou vantagens. II — Pelo empregador, no que exceder à parcela referida no item anterior. Parágrafo único. A concessão do vale-transporte autorizará o empregador a descontar mensalmente do bene� ciário que exercer o respectivo direito, o valor da parcela de que trata o item 1. Conforme a legislação, do valor gasto com o vale-transporte caberá ao empregado arcar com uma parcela de até 6% de seu salário, que será descontado em folha de pagamento. O gasto com vale-transporte que ultrapassar 6% � ca sob a responsabilidade da empresa empregadora. Vale ressaltar que, caso a empresa identi� que fraude por parte do trabalhador que recebe o benefício e vende os vales recebidos ou os repassa a terceiros e vem de veículo próprio, este perde o direito ao benefício. Vamos aos cálculos: O funcionário recebe mensalmente salário de R$ 1.045,00 e utiliza transporte coletivo público para ir e voltar do trabalho. No mês de setembro, ele utilizará 50 vales-transportes, que custam R$ 3,50 cada, os quais representam o total de R$ 175,00. Nesse caso, a empresa poderá descontar desse funcionário o valor de R$ 62,70 pela utilização do vale-transporte, ou seja: R$ 1.045,00 x 6% = R$ 62,70 será o valor descontado do empregado. R$ 175,00 – R$ 62,70 = R$ 112,30 será o valor pago pela empresa. 34WWW.UNINGA.BR CO NT AB IL ID AD E IN TE RM ED IÁ RI A | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Dessa forma, o funcionário vai arcar com o valor de R$ 62,70, que será descontado de seu salário. A empresa vai arcar com o total de R$ 112,30, que será considerado despesa operacional (administrativa ou de vendas). Vale lembrar que, se o empregado receber comissão, ela também deverá ser somada ao salário para o cálculo do desconto do vale-transporte. Vamos à contabilização: Na compra do vale-transporte: D- Vale-transporte (despesas ou custos) C- Caixa ou Bancos (ativo circulante) R$ 175,00 Na folha de pagamento: D- Salários e Ordenados a Pagar C- Vale Transporte (despesas ou custos) R$ 62,70 1.3.2 Pensão alimentícia Trata-se de um valor que será deduzido da remuneração do empregado por determinação judicial. É o juiz quem determina o valor da pensão alimentícia e a quem esse montante deverá ser repassado. Ressalte-se que a legislação do imposto de renda permite deduzir o valor da pensão alimentícia para o cálculo do IRRF. Imagine que um trabalhador tenha de pagar pensão relativa a 30% da sua remuneração relativa à pensão alimentícia a seu � lho, por decisão judicial. A empresa receberá o comunicado pela própria Vara de Família em que esteja tramitando o processo. Esse trabalhador recebe mensalmente R$ 2.000,00 de remuneração; assim, a empresa deverá descontar-lhe e depositar R$ 600,00 mensalmente na conta informada no comunicado judicial. A contabilização dessa verba será a seguinte: D - Salários e Ordenados a Pagar C - Pensão Alimentícia a Pagar R$ 600,00 A pensão é devida sobre todas as verbas recebidas, bem como sobre as férias, 13º salário e rescisão trabalhista. Neste último caso, a empresa deverá comunicar ao juiz sobre a rescisão do empresado para cessar a obrigatoriedade dos depósitos. Leia o texto Pensão alimentícia: guia completo, com linguagem simples, disponível em <https://marcojean.com/pensao- alimenticia/>. 35WWW.UNINGA.BR CO NT AB IL ID AD E IN TE RM ED IÁ RI A | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.3.3 Adiantamento salarial Em função de acordos ou normas coletivas, algumas empresas repassam ao empregado uma parcela do seu salário a título de adiantamento. Assim, considerando que o empregado recebe seu salário todo dia 5 de cada mês, no dia 20 vai receber parte do salário do próximo mês como adiantamento. Sendo assim, no momento do pagamento (dia 5), será descontado o valor que tiver sido adiantado no dia 20 do mês anterior. Exemplo: O funcionário recebe salário mensal de R$ 1.045,00, que lhe é pago no 5° dia útil de cada mês, referente aos serviços prestados no mês anterior. No mês de setembro, seguindo o estabelecido em acordo coletivo, a empresa realiza adiantamento de salário no dia 20, em valor relativo a 40% do salário contratual, que será de R$ 418,00. Assim: Valor recebido dia 20/09 = R$ 418,00 Valor recebido dia 05/10 = R$ 1.045,00 – R$ 418,00 = R$ 627,00 Portanto, a empresa adianta uma parte do salário do empregado e tem direito de descontar esse valor por ocasião do pagamento do salário mensal. Vejamos como � cará a contabilização: No pagamento do adiantamento em 20/09: D- Adiantamento Salarial (ativo) C – Caixa ou Banco R$ 418,00 Na folha de pagamento para em 05/10: D- Salários e Ordenados a Pagar C – Adiantamento Salarial (ativo) R$ 418,00 1.3.4 Imposto de renda retido na fonte (IRRF) O IRRF refere-se ao tributo incidente sobre os rendimentos do empregado, cujo valor é apurado de acordo com tabela especí� ca aprovada por legislação. Seu valor depende de uma série de questões e ainda pode variar de acordo com a quantidade de dependentes legais de cada funcionário. Por isso, deve ser calculado com muito cuidado para que a empresa não sofra com erros, como pagamento de valores indevidos ou até mesmo reclamações na justiça por pagamentos incorretos. São muitos dados que in� uenciam este cálculo, mas não precisa se preocupar. A tabela funciona de forma progressiva, ou seja, é atualizada conforme a in� ação e economia do País. Contudo, ela não sofreu nenhuma mudança desde 2015. Na prática, quanto maior for o rendimento do trabalhador, maior será a alíquota e, consequentemente, o desconto. Para as deduções a partir de 2020, é necessário maior atenção no cálculo e dedução do INSS devido à tabela progressiva, vigente a partir de 01/03/2020 e já estudada nesta unidade. A seguir, trazemos a tabela por rendimento mensal, que deve ser usada como base para o cálculo do IRRF. 36WWW.UNINGA.BR CO NT AB IL ID AD E IN TE RM ED IÁ RI A | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Base de cálculo mensal em R$ Alíquota % Parcela a deduzir do imposto em R$ Até 1.903,98 - - De 1.903,99 até 2.826,65 7,5 142,80 De 2.826,66 até 3.751,05 15 354,80 De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 636,13 Acima de 4.664,68 27,5 869,36 Tabela 2 – Tabela do IRRF 2020. Fonte: Receita Federal (2020). Para a determinação da base de cálculo sujeita à incidência mensal do imposto de renda na fonte, poderão ser deduzidos: a) a quantia equivalente a R$ 189,59 por dependente (esposa, � lhos, pais), no caso de � lhos menores de 21, ou 24 anos quando estudante. O cálculo da parcela de contribuição do IRRF segue a seguinte regra: • Primeiramente, determina-se a base de cálculo do imposto. Para isso, da remuneração devem ser deduzidos os seguintes valores: b) A quantia equivalente a R$ 189,59 por dependente (esposa, � lhos, pais), no caso de � lhos menores de 21, ou 24 anos quando estudante. c) As importâncias efetivamente pagas a título de pensões alimentícias. d) O valor da contribuição paga no mês para a Previdência Social (INSS). • Com a base de cálculo de� nida, observa-se o percentual correspondente na tabela de incidência e multiplica-se esse percentual pela base de cálculo. • Por último, do valor obtido pela multiplicação do percentual, deduz-se o valor da “parcela a deduzir” respectivo ao percentual, de� nido na tabela de incidência. Exemplo: um funcionário recebe R$ 3.000,00 de remuneração mensal e possui dois dependentes para � ns de imposto de renda, sendo um � lho de 16 anos e outro de 19 anos. O IRRF desse funcionário é de R$ 29,01. Assim: • Remuneração = R$ 3.000,00 • INSS = R$ 330,00 (conforme Tabela Progressiva) • Dedução referente aos dependentes - R$379,18 (189,59 x 2) Cálculo: ➢ R$ 3.000,00 - R$ 330,00 - 379,18 = R$ 2.290,82 (base de cálculo) ➢ R$ 2.290,82 x 7,5% = R$ 171,81 ➢ R$ 171,81 – R$ 142,80 = R$ 29,01 37WWW.UNINGA.BR CO NT AB IL ID AD E IN TE RM ED IÁ RI A | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Vejamos como � cará a contabilização do IRRF: D – Salários e Ordenados a Pagar C – IRRF a Recolher R$ 29,01 1.3.5 Contribuição sindical A contribuição sindical é descontada da remuneração do empregado (� xo mais comissão), sem adicionais e horas-extras, e corresponde a um dia de trabalho. Refere-se ao desconto compulsório em folha de pagamento do mês de março de cada ano, em favor do sindicato que representa a categoria pro� ssional do empregado conforme previsto nos Arts. 580 e 582 da CLT. Incidência de imposto de renda sobre adiantamento de salário: o cálculo do desconto do IRRF será efetuado por ocasião de cada pagamento. Pagamento salarial no começo do mês terá um desconto do IRRF; por ocasião do pagamento do adiantamento salarial dentro do mesmo mês (exemplo, dia 20), deverá ser recalculado o imposto e efetuado o desconto complementar (RIR/1999, aprovado pelo Decreto 3.000 de 1999, § 2º do art. 620 e arts. 621 e 624) Para entender o cálculo, acesse <https://www.contabeis.com.br/artigos/4145/ incidencia-de-imposto-de-renda-sobre-adiantamento-de-salario/>. Estamos em meio a muita polêmica sobre contribuição sindical e outros valores destinados aos sindicatos após a reforma trabalhista ocorrida em 2019. A contribuição sindical é um tributo previsto na nossa Constituição Federal, que prevê o recolhimento anual de um valor correspondente a um dia de trabalho para custeio de atividades sindicais. Os sindicatos são associações de pessoas que se organizam em defesa dos interesses dos trabalhadores. Com a Lei 13.467/2017 (reforma trabalhista), mudaram-se as regras do jogo, e agora a contribuição sindical deve ser uma escolha do trabalhador, que deverá, por meio de uma carta escrita a próprio punho, permitir a emissão de um boleto (MP 873/19) para que o sindicato possa recolher o valor destinado à contribuição. 38WWW.UNINGA.BR CO NT AB IL ID AD E IN TE RM ED IÁ RI A | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Em caso de o empregado ser admitido após o mês de março e ainda não ter contribuído com o sindicato, a empresa deve proceder ao desconto de um dia de serviço no mês subsequente ao de sua admissão conforme art. 602 da CLT. Então, vamos ao cálculo e contabilização. Vamos imaginar um funcionário que recebe salário de R$ 1.045,00 em fevereiro de 2020 e terá ajuste somente em 2021. No mês de março de 2020, a empresa descontou desse funcionário contribuição sindical no valor de R$ 34,83, a saber: R$ 1.045,00 ÷ 30 dias = R$ 34,83 A empresa desconta esse valor do funcionário e o repassa ao sindicato ao qual o funcionário é � liado. Quanto à contabilização, ela se dará da seguinte forma: D - Salários e Ordenados a Pagar (passivo) C - Contribuição Sindical a Pagar (passivo) R$ 34,83 1.4 Faltas As faltas não justi� cadas, por lei, darão o direito ao empregador de descontá-las do empregado faltoso, além das demais consequências legais, que podem resultar em falta leve ou grave conforme as circunstâncias ou repetição. Mas pode haver justi� cativa com atestados, o que vedará a punição. 1.4.1 Desconto semanal remunerado O empregado perde a remuneração do dia de repouso quando não tiver cumprido integralmente a jornada de trabalho da semana, salvo se as faltas forem consideradas justi� cadas. Base: art. 6 da Lei 605/1949. Entendemos que o desconto do DSR se estende ao empregado mensalista ou quinzenalista, porque a Lei 605/1949 não os privilegia, e a redação do § 2º do art. 7 da referida lei considera que o mensalista e o quinzenalista são remunerados pelo DSR na própria remuneração mensal ou quinzenal. Então, deduz-se que o desconto do dia de falta abrangerá também o DSR da respectiva semana. Caso o empregado falte ao trabalho, seja a falta integral (jornada completa) ou parcial (parte da jornada), isso ensejará o desconto do DSR. Entenda o que mudou em 2020, com a reforma trabalhista, publicada em 2019. Apesar de a reforma trabalhista ter sido aprovada em 2017, isso não signifi ca que não haverá mudanças na legislação trabalhista em 2020. Pelo contrário: o impacto da reforma leva a novas alterações. Recomendamos que você acesse o portal <https://www. jornalcontabil.com.br/mudancas-na-legislacao-trabalhista-para-ficar-atento- em-2020/>. 39WWW.UNINGA.BR CO NT AB IL ID AD E IN TE RM ED IÁ RI A | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA O DSR a ser considerado para efeito de desconto é o imediatamente seguinte ao da semana trabalhada. O empregador poderá, facultativamente, não descontar o DSR do empregado. Porém, se isso ocorrer reiteradamente para todos os empregados por considerável período de tempo, o empregador poderá correr o risco de ter de arcar com esse ônus sempre já que esse “perdão” gera acordo tácito entre as partes. Todos os benefícios concedidos aos empregados por mais de três vezes consecutivas geram direito adquirido para eles. Vamos exempli� car: um trabalhador mensalista tem jornada diária de 6 (seis) horas de segunda a sábado, o que totaliza 180 horas mensais, e recebe salário mensal de R$ 2.000,00. Durante a semana, esse trabalhador falta um dia ao trabalho (06:00 horas) sem nenhuma justi� cativa para resolver assuntos pessoais. Como as faltas não foram justi� cadas com atestados ou outro documento legal, o trabalhador irá perder o DSR de 06:00hs. Cálculo das Faltas: Faltas = R$ 2.000,00 / 180 = R$ 11,00 faltas por hora Faltas = R$11,00 x 06:00 faltas = R$ 66,67 Cálculo do desconto do DSR DSR = R$ 2.000,00 / 180 = R$ 11,00 faltas por hora DSR = R$11,00 x 06:00 faltas = R$ 66,67 Total a ser descontado (Falta + DSR) = R$ 66,67 + R$ 66,67 = R$ 133,34 Como � cará a contabilização: D - Salários e Ordenados a Pagar C - Salários e Ordenados (custos ou despesas) R$ 133,34 Alguns pontos também devem ser considerados em relação às faltas: • FERIADO NA SEMANA: Se, na semana em que houve a falta injusti� cada ocorrer feriado, este perderá o direito à remuneração do dia respectivo. Base: § 1º do art. 7 da Lei 605/1949. Ainda que a falta ocorra após o feriado dentro da mesma semana, não sendo justi� cada, haverá prejuízo salarial para o empregado. Ele irá perder o feriado (06:00hs) mais o DSR (06:00hs) no caso da jornada de 180 horas/mês. • FALTAS DO COMISSIONISTA: A Lei 605/1949 não especi� ca o cálculo do desconto do DSR para o comissionista que faltar injusti� cadamente ao trabalho. No entanto, determina que não será devida a remuneração do DSR quando, sem motivo justi� cado, o empregado não tiver cumprido integralmente o seu horário de trabalho na semana. Em relação ao DSR, se o empregado recebe o salário apenas à base de comissões, caberia ao empregador apenas o não pagamento do re� exo do DSR sobre as comissões do domingo/ feriado, ao da falta ocorrida na semana. 40WWW.UNINGA.BR CO NT AB IL ID AD E IN TE RM ED IÁ RI A | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.5 Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) O FGTS foi criado tendo em vista bene� ciar o trabalhador. A cada mês, os empregadores depositam, em contas abertas na Caixa Econômica Federal (CEF) em nome dos seus empregados e vinculadas ao contrato de trabalho, o valor correspondente a 8% da remuneração de cada funcionário. A legislação de� ne as condições em que esse benefício pode ser sacado e utilizado pelo trabalhador. Vamos ao cálculo e contabilização deste encargo: um funcionário tem salário mensal de R$ 2.000,00. Nesse caso, a empresa deve depositar o valor de R$ 160,00 a título de FGTS mediante recolhimento até o dia 7 do mês subsequente ao mês laborado. Caso essa data caia em � nais de semana ou feriados, o recolhimento deve ser antecipado ao dia anterior. O recolhimento se dará pela GFIP mensal, sendo: