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Aula 4 - Procedimento comum e processo de conhecimento 2022

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Direito Processual Civil I: Prof. Octávio Louro 
O material não dispensa a leitura da bibliografia sugerida 
1/3 
Aula 4 – Ementa: Procedimento comum e processo de conhecimento 
 
1. Introdução. Do processo de conhecimento e suas fases: 
 
No processo de conhecimento o que existe é um conflito de certeza a ser enfrentado pelo 
juiz da causa, responsável pela condução do processo e que guarda o dever de eliminar todas as 
dúvidas sobre o direito material e argumentos apresentados pelas partes, fazendo-o através dos atos 
cognitivos. 
Costuma-se dizer que o processo de conhecimento busca o reconhecimento, a declaração 
de um direito, assim, para que isso ocorra, o julgador deve obedecer às regras dos procedimentos 
estabelecidos pela legislação processual civil brasileira, sob risco de incorrer em erro de 
procedimento (error in procedendo), o que enseja a invalidação dos atos praticados. 
Seguindo recomendação doutrinária1, a forma mais didática para o estudo do processo de 
conhecimento se dá pela identificação e distinção de suas fases/etapas/elementos estruturais. 
Scarpinella Bueno2 classifica 4 (quatro) fases, são elas: 1) Postulatória, 2) Ordinatória, 3) 
Instrutória e 4) Decisória 
Edward Carlyle3, por outro lado, nomeia 5 (cinco) fases: 1) Demanda, 2) Citação, 3) 
Resposta, 4) Instrução e 5) decisão. 
Já Humberto Dalla4 classifica 5 (cinco) as fases/etapas do procedimento: 1) Postulatória, 2) 
Saneadora (ou Ordinatória), 3) Instrutória, 4) Decisória e 5) Cumprimento de sentença. 
Importante anotar que as etapas acima descritas ocorrem tanto no procedimento comum, 
quanto nas ações que observam o procedimento especial5. Não somente isso, é importante entender 
que essas fases podem se apresentar de forma diferente a depender do tipo de procedimento. 
Nesse sentido, ao se observar o procedimento comum, via de regra, a demanda deve 
percorrer seu caminho avançando pelas fases sequencialmente, observando-se cada fase de maneira 
isolada, individual, ao passo que nas demandas que tramitam pelos procedimentos especiais, seja do 
CPC ou legislação extravagante, é possível que não se observem as fases sequencialmente, de forma 
isolada. Muito pelo contrário, as fases podem se mitigar, apresentando-se conjuntamente, como por 
exemplo nas ações de despejo, em que ao julgar a procedência do pedido já há designação de data 
para o despejo, sem a observação da fase de cumprimento de sentença de maneira isolada. 
Em nossa legislação processual civil, o CPC/15 dispõe apenas duas categorias de 
procedimento: i) procedimento comum (Parte Especial, livro I, título I, art. 318,) e ii) procedimentos 
 
1 SCARPINELLA BUENO, Casio. Manual de direito processual civil, vol. Único. Saraiva. 2016, pg. 
310. 
2 SCARPINELLA BUENO, Casio. Manual de direito processual civil, vol. Único. Saraiva. 2016, pg. 
310-310 
3 SILVA, Edward Carlyle. Direito processual civil. 4ªed. Impetus, 2014. 
4 BERNARDINA DE PINHO, Humberto Dalla. Direito Processual Civil Contemporâneo. 5ªed., 
Vol.2. Saraiva, 2018, pg 44. 
5 Procedimentos especiais serão estudados em Processo Civil II 
Direito Processual Civil I: Prof. Octávio Louro 
O material não dispensa a leitura da bibliografia sugerida 
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especiais (Parte Especial, livro I, título III, art. 539/770), este último subdividido em procedimentos 
especiais de jurisdição voluntária e contenciosa. 
No procedimento comum, nosso enfoque, a estrutura básica do procedimento no processo 
de conhecimento é formada por atos processuais ordenados de maneira lógica, buscando possibilitar 
a formação do livre convencimento do juiz. Resumidamente, o procedimento é iniciado quando da 
distribuição de uma petição inicial que, ao ser recebida pelo estado-juiz, determina a citação do 
sujeito demandado para que tome conhecimento e integre a relação processual. Frustrada a 
conciliação (as vezes ele não ocorre), após a resposta, com o oferecimento de contestação, podem as 
partes produzir provas complementares no sentido de corroborar com suas alegações para, ao final, 
o juiz emitir seu provimento jurisdicional cujas partes deverão se sujeitar. 
A doutrina considera que o procedimento deve ser compreendido por seus diversos 
fatores, como razões históricas, políticas ou a distinção procedimental que se justifica diante das 
peculiaridades do direito material envolvido, que acaba por influenciar o procedimento aplicado. 
Com o desenvolvimento da doutrina italiana, mais tarde, com o jurista Elio Fazzalari, 
adotou-se por parte da academia que o procedimento seria visto como o conjunto de atos 
preparatórios voltando para a realização de um ato final (sentença)6. 
Do ponto de vista jurídico, repisando o que já foi dito, ensina Marcus Vinicius Rios 
Gonçalves que o procedimento: “é o modo pelo qual os atos processuais encadeiam-se no tempo 
para atingir sua finalidade”7. Já o jurista Edward Carlyle pondera que a ideia de procedimento 
sempre foi objeto de divergência, podendo ser visto pela doutrina como: “a forma material através 
da qual o processo se realiza em cada caso concreto”, ou seja, um encadeamento de atos com a 
finalidade de viabilizar um provimento jurisdicional. 
Segundo o art. 318, caput e parágrafo único do CPC/15, o procedimento comum é a regra a 
ser aplicada a todas as causas, salvo disposição em contrário em lei. Ainda, é aplicado 
subsidiariamente aos procedimentos especiais8, processos de execução e hipóteses que envolvem leis 
extravagantes de procedimentos especiais. 
Muito embora não esteja consignado expressamente de tal modo, o procedimento comum 
pode ser resumido pela seguinte ordem: 
 
Petição inicial ---- citação ---- A.C ---- defesas do réu ---- providências 
preliminares ou julgamento antecipado ---- saneamento ---- A.I.J ---- sentença ---- 
arquivamento ou cumprimento de sentença 
 
 
6 SILVA, Edward Carlyle. Direito processual civil. 4ªed.. Impetus, 2014. 
7 GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Novo curso de direito processual civil, Vol. 1, 13ªEd., 
Saraiva, SP, 2016, pg 397. 
8 Informe-se que há decisões em nossos Tribunais que pugnam pela não aplicação do CPC de 
maneira subsidiária ao rito dos juizados especiais em razão da diferença de princípios que regem tais 
procedimentos. 
Direito Processual Civil I: Prof. Octávio Louro 
O material não dispensa a leitura da bibliografia sugerida 
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Muito sucintamente abordaremos as mencionadas fases, fazendo-o de maneira mais 
completa ao longo do período, nas aulas subsequentes, senão vejamos: 
 
2. Fase postulatória: 
 
Momento em que se quebra a inércia da jurisdição pela externalização da pretensão (petição 
inicial), terminando com as defesas do réu (contestação ou reconvenção). Fase que se caracteriza 
pela oportunidade de exposição das alegações e pedidos do autor e réu, identificada desde a 
propositura da ação até a resposta do demandado. 
 
3. Fase ordinatória: 
 
Na fase ordinatória, o processo é saneado, verificando o juízo se há algo no processo a ser 
regularizado pelas partes, reconhecendo ou não sua condição em seguir. Identificam-se as 
providências preliminares e o julgamento conforme o estado do processo. 
 
4. Fase instrutória: 
 
Momento de colheita das provas, inclusive com a designação de perícias, audiências de 
instrução para oitiva de testemunhas ou depoimento pessoas das partes. 
 
5. Fase decisória: 
 
Enfrentamento do mérito da demanda pelo juízo, que deverá ter solucionado o conflito de 
certeza, passando-se ao proferimento da decisão de mérito (sentença), nos termos do art. 485 ou 
487, CPC/15. 
 
6. Cumprimento de sentença: 
 
Caso a decisão de mérito proferida não seja cumprida voluntariamente, faz-se necessário o 
início dos atos executivos, analisando-se o conflito de inadimplemento.

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