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HERMENEUTICA BIBLICA - AULA 5-Hermenêutica e a legitimidade do texto bíblico Palavra Divina e palavra humana

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Hermenêutica bíblica
Aula 5: Hermenêutica e a legitimidade do texto bíblico: Palavra
Divina e palavra humana
Apresentação
Continuaremos nosso itinerário para compreender a importância da hermenêutica bíblica. Nosso objetivo
agora é identi�car e interpretar a junção do ato humano e da Ação Divina. Essa legitimação é um dos
grandes papéis delegados à hermenêutica.
Nesta aula, determinaremos de que forma a Bíblia é uma coleção de livros que reúne tanto a Palavra Divina
quanto as palavras humanas divinamente inspiradas e relatadas.
Objetivos
Expressar que a Bíblia é uma coleção de livros reunindo a Palavra Divina e as palavras humanas
divinamente inspiradas e relatadas;
Decodi�car a importância da hermenêutica bíblica na legitimidade do texto bíblico;
Identi�car que a Bíblia é narração da revelação de Deus e constituição de sua aliança com o povo eleito.
As duas versões da Bíblia: católica e protestante
A Bíblia é uma biblioteca; trata-se, portanto, de uma reunião de livros. Ela é chamada de Sagrada Escritura por
compilar livros e textos escritos por inspiração divina. Há uma diferença numérica entre as Bíblias católica e
protestante, mas isso não macula os sentidos, os princípios e a essência da importância do Livro Sagrado para
os cristãos.
1
A Bíblia con�gura-se como a narração da revelação
de Deus e constituição de sua aliança com o povo
eleito. É, portanto, o sagrado que se une à
humanidade. O Novo Testamento (NT) contém 27
livros em suas duas versões (católica e protestante),
mas, no Antigo Testamento (AT), já aparecem
algumas diferenças: existem livros e textos que estão
na Bíblia católica, e não na protestante.
 Livraria Göttweig Abbey, na Áustria. (Fonte: Wikimedia)
No AT, o cânon católico compila 46 livros; o cânon
protestante, 39. A Bíblia protestante, além de omitir
alguns trechos de Ester e Daniel, não contém os
seguintes livros:
Tobias;
Judite;
Sabedoria;
Baruc;
Eclesiástico (Sirácida ou Sirac);
I Macabeus;  Byblos Castle, no Líbano. (Fonte: Wikimedia)
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0123/aula5.html
II Macabeus.
Não interessa de�nir quem está certo nessa querela entre católicos e protestantes. As diferenças das duas
Bíblias são uma oportunidade de:
Aprofundamento;
Argumentação;
Pesquisa;
Respeito ecumênico.
Saiba mais
Acesse importantes conhecimentos, a saber:
Por que a Bíblia católica é diferente da evangélica?;
As bíblias católica e protestante.
 Interior da biblioteca da Abadia de São Galo, na Suíça. (Fonte: Wikiwand)
A hermenêutica bíblica de Paulo e Timóteo
Depois de relembrar que a Bíblia é uma biblioteca, vamos re�etir agora sobre a segunda carta (epístola) de São
Paulo ao seu grande amigo Timóteo. Paulo a escreveu quando estava na prisão pela segunda vez. Foi a última
carta escrita por ele. Ela é uma motivação para que Timóteo se mantivesse �rme à palavra do Senhor e que dela
jamais se afastasse.
Vale a pena conferir um trecho da segunda epístola a Timóteo , que é o 10º livro do Novo Testamento.2
 Trecho de segunda epístola a Timóteo
 Clique no botão acima.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Trecho de segunda epístola a Timóteo
1. Paulo, apóstolo de Jesus Cristo pela vontade de Deus para anunciar a promessa da vida que está em
Jesus Cristo, 2.a Timóteo, �lho caríssimo: graça, misericórdia, paz, da parte de Deus Pai e de Jesus
Cristo, nosso Senhor! 3.Dou graças a Deus, a quem sirvo com pureza de consciência, tal como aprendi
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https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0123/aula5.html
de meus pais, e me lembro de ti sem cessar nas minhas orações, de noite e de dia. 4.Quando me vêm
ao pensamento as tuas lágrimas, sinto grande desejo de te ver para me encher de alegria. 5.Conservo a
lembrança daquela tua fé tão sincera, que foi primeiro a de tua avó Loide e de tua mãe Eunice e que, não
tenho a menor dúvida, habita em ti também. 6.Por esse motivo, eu te exorto a reavivar a chama do dom
de Deus que recebeste pela imposição das minhas mãos. 7.Pois Deus não nos deu um espírito de
timidez, mas de fortaleza, de amor e de sabedoria. 8.Não te envergo¬nhes, portanto, do testemunho de
nosso Senhor, nem de mim, seu prisioneiro, mas sofre comigo pelo Evangelho, forti�cado pelo poder de
Deus. 9.Deus nos salvou e chamou para a santidade, não em atenção às nossas obras, mas em virtude
do seu desígnio, da graça que desde a eternidade nos destinou em Cristo Jesus, 10.e agora nos
manifestou mediante a aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, que destruiu a morte e suscitou a vida
e a imortalidade, pelo Evangelho, 11.do qual fui constituído pregador, apóstolo e mestre entre os gentios.
12.É esse o motivo por que estou sofrendo assim. Mas não me queixo, não. Sei em quem pus minha
con�an¬ça, e estou certo de que é assaz poderoso para guardar meu depósito até aquele dia. 13.Toma
por modelo os ensinamentos salutares que recebeste de mim sobre a fé e o amor a Jesus Cristo.
14.Guarda o precioso depósito, pela virtude do Espírito Santo que habita em nós. 15.Sabes que todos os
da Ásia se apartaram de mim, entre eles Figelo e Hermógenes. 16.O Senhor conceda sua misericórdia à
casa de Onesíforo, que muitas vezes me reconfortou e não se envergonhou das minhas cadeias! 17.Pelo
contrário, quando veio a Roma, procurou-me com solicitude e me encontrou. 18.O Senhor lhe conceda a
graça de obter misericórdia junto do Senhor naquele dia. Sabes melhor que ninguém quantos bons
serviços ele prestou em Éfeso.
(II Timóteo, 1)
E desde a infância conheces as Sagradas Escrituras e sabes que elas têm o condão de te
proporcionar a sabedoria que conduz à salvação, pela fé em Jesus Cristo. Toda a Escritura
é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na
justiça.
Timóteo ensinava que Deus inspirou os homens para
que a Bíblia contivesse somente o que Ele quis. O
termo “inspiração” era originalmente usado para
designar o “sopro de Deus”. Os homens foram,
portanto, inspirados pelo Espírito Santo.
 Timóteo e sua avó (Loide). (Fonte: Wikimedia)
 Trecho da segunda epístola a Timóteo no Codex freerianus. (Fonte:
Wikimedia)
Na carta de São Paulo a Timóteo, ele nos relembrar
que a Sagrada Escritura é a Palavra Divina escrita por
aqueles inspirados por Deus, assim como aconteceu
com São Paulo, o grande escritor, que nos deixou
tantos ensinamentos. Além disso, nela temos a
oportunidade de reforçar a importância da
hermenêutica bíblica na legitimidade do texto bíblico
como Palavra de Deus. São Paulo é incisivo ao
orientar para que não nos afastemos dela: toda a sua
narração carrega consigo esse alerta.
(2 Tm 3,15-16, grifos nossos)
É também nesta carta que São Paulo se despede,
pois sabia que logo seria martirizado por defender o
Cristianismo: “Combati o bom combate, acabei a
carreira, guardei a fé”. (II Timóteo 4:6-7)
 Estátua de São Paulo na Basílica de Nossa Senhora da Assunção do
Mosteiro de São Bento, em São Paulo/SP. (Fonte: Wikimedia)
Atividade
1. Há uma diferença numérica entre as Bíblias católica e protestante. O Novo Testamento contém 27 livros nas
duas Bíblias, mas, no Antigo Testamento, há diferenças, pois existem livros e textos que estão na Bíblia católica, e
não na protestante. Estão ausentes do Antigo Testamento protestante os livros de:
a) Tobias, Judite, Sabedoria, Baruc, Eclesiástico (Sirácida ou Sirac), I Macabeus e II Macabeus. Além da ausência de alguns
trechos dos livros de Ester e de Daniel.
b) Tobias, Judite, Isaias, Baruc, Amós (Sirácida ou Sirac), I Macabeus e II Macabeus. Além da ausência de alguns trechos dos
livros de Ester e de Daniel.
c) Ezequiel, Judite, Sabedoria, Baruc, Cântico dos cânticos, I Macabeus e II Macabeus. Além da ausência de alguns trechos
dos livros de Rute e de Daniel.
d) Abdias, Naum, Sabedoria, Baruc, I Reis, II Reis, Macabeus e II Macabeus. Além da ausência de alguns trechos dos livros
de Rute e de Malaquias.
e) Jonas, Malaquias,Sabedoria, Baruc, Joel, I Crônicas e II Crônicas. Além da ausência de alguns trechos dos livros de Ester
e de Habacuc.
Bíblia, a Palavra de Deus e a palavra do homem
A Bíblia é a palavra da Palavra (Verbo) que se fez carne e veio habitar conosco. Trata-se da Palavra de Deus e da
palavra humana inspirada por Deus. Recordemos o Evangelho de São João:
"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o
Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as
coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se
fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz
resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam."
(João 1, 1-5)
A exortação apostólica pós-sinodal Verbum domini, do Papa Bento XVI, explica com uma riqueza de detalhes
essa relação entre as palavras de Deus e a humana inspirada por Deus:
"A palavra do senhor permanece eternamente. E esta é a palavra do
Evangelho que vos foi anunciada”. (1 Pd 1, 25; cf. Is 40, 8) Com esta citação
da Primeira carta de São Pedro, que retoma as palavras do profeta Isaías,
vemo-nos colocados diante do mistério de Deus que Se comunica a Si
mesmo por meio do dom da sua Palavra. Esta Palavra, que permanece
eternamente, entrou no tempo. Deus pronunciou a sua Palavra eterna de
modo humano; o seu Verbo “fez-Se carne”. (Jo 1, 14) Esta é a boa nova. Este
é o anúncio que atravessa os séculos, tendo chegado até aos nossos dias.
[...] Um conceito-chave para receber o Texto Sagrado como Palavra de Deus
em palavras humanas é, sem dúvida, o de inspiração. Também aqui se pode
sugerir uma analogia: assim como o Verbo de Deus Se fez carne por obra do
Espírito Santo no seio da Virgem Maria, assim também a Sagrada Escritura
nasce do seio da Igreja por obra do mesmo espírito. A Sagrada Escritura é
“Palavra de Deus enquanto foi escrita por inspiração do Espírito de Deus”.
Desse modo se reconhece toda a importância do autor humano que
escreveu os textos inspirados e, ao mesmo tempo, do próprio Deus como
verdadeiro autor."
(BENTO XVI, 2010, 1,19)
O Espírito Santo, assim como os apóstolos em Pentecostes, soprou sobre aqueles escolhidos para narrarem as
histórias de fé do Povo de Deus tanto no AT quanto no NT. Pela força do Espírito Santo, o que está escrito na
Sagrada Escritura não é fruto de uma escolha unicamente humana, mas de uma inspiração divina.
Reconhecer a inspiração divina não é uma negação do escritor do texto, mas
um redimensionamento de sua obra, que não se esgota somente em si, pois
tem a marca do sopro de Deus.
A inspiração divina garante ao texto a correta hermenêutica para que ele não seja maculado em sua essência de
Palavra de Deus. A�rma Bento XVI na mesma exortação de 2010:
"Daqui se vê com toda a clareza – lembraram os padres sinodais – como o
tema da inspiração é decisivo para uma adequada abordagem das Escrituras
e para a sua correta hermenêutica, que deve, por sua vez, ser feita no
mesmo espírito em que foi escrita. Quando esmorece em nós a consciência
da inspiração, corre-se o risco de ler a Escritura como objeto de curiosidade
histórica e não como obra do Espírito Santo, na qual podemos ouvir a própria
voz do Senhor e conhecer a sua presença na história."
(BENTO XVI, 2010, 66-68, grifos nossos)
Como já pudemos constatar anteriormente, a Bíblia é uma coleção de livros que reúne tanto a Palavra Divina
quanto as palavras humanas divinamente inspiradas e relatadas. Texto, história, citação ou qualquer
interpretação não pode contradizer, apagar, embaraçar, confundir ou deturpar a mensagem divina, cujo centro é a
salvação.
Esta é uma verdade que não pode ser esquecida: a Bíblia é
obra do Espírito Santo, e o seu autor é Deus.
A hermenêutica bíblica elucida a participação humana na Sagrada Escritura e constata que Deus aceita que o ser
humano participe de seu conhecimento, pois ele é sua criatura e com ele sempre quis estar, mesmo quando o
homem insistiu no rompimento dessa aliança. É nesse ponto que a hermenêutica é essencial para manter a
transparência e a essência da relação de Deus com a humanidade. Juan Luis Segundo a�rma que:
"Nada pode, então, poupar-nos de passar por uma prévia opção
hermenêutica diante da palavra de Deus. Mas, uma vez que ela esteja feita,
já não será este ou aquele sistema �losó�co que vai guiar nossa
compreensão, mas será a própria revelação que terá que julgar quais as
categorias de pensamento e de linguagem que podem expressar aquilo que
pode surgir dessa colaboração Deus-homem num processo de revelação."
(SEGUNDO, J. L., 1995, p. 40)
Persiste a tese de se conceber a Bíblia unicamente como palavra de Deus sem a participação humana. Podemos
utilizar o conceito de fundamentalismo bíblico para de�nir essa linha de pensamento. Seu pressuposto se
fundamenta na ideia de que a Bíblia, por ser a Palavra de Deus e inspirada por ele, não contém qualquer erro e,
por isso, pode ser lida e interpretada sem nenhuma interferência. Havendo a participação humana, ela seria
passível de erros.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
A Bíblia é uma biblioteca; por isso, ela não pode ser interpretada de forma
fragmentada. Existem, sim, muitos gêneros literários em seus escritos, e
eles nos ajudam a compreender o contexto histórico e cultural de quando
determinado episódio ocorreu. Muitos lugares foram berços dos livros
bíblicos e de alguns textos. Cada lugar, em seu tempo, contava com
características próprias, como, por exemplo, a Palestina, o mundo helênico e
o Império Romano. Muitos escritos vêm do mundo semita e outros, do
mundo judeu. Assim, sempre será importante contextualizar.
3
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Estudar os gêneros literários (históricos, sapienciais e
proféticos) e o contexto histórico, cultural e geográ�co é muito
importante para uma compreensão aprofundada da Bíblia,
mas, seja qual for a abordagem metodológica, a mensagem
sempre circulará em torno da mesma verdade: uma história de
amor de Deus ao seu povo. Um povo que Ele quis salvar. Para
isso, prometeu entregar o próprio Filho, Jesus. Essa é uma
verdade que pode ser estudada pelas vias da ciência, mas não
é uma verdade somente cognitiva. É, acima de tudo, uma
mensagem de fé.
 Mapa da Palestina bíblica. (Fonte: Wikipedia)
 O mais antigo painel iconográfico do Cristo Pantocrator.
Século VI. Mosteiro de Santa Catarina, no Egito. (Fonte:
Wikipedia)
Disse o Senhor a Moisés: "Escreva essas palavras; porque é de
acordo com elas que faço aliança com você e com Israel".
(Êxodo, 34:27) Deus quis que a verdade da salvação fosse
transmitida sem equívocos, com verdade, transparência e
�delidade no ensinamento das Sagradas Escrituras. O Espírito
Santo garante essa �dedignidade.
Saiba mais
Conheça a origem dos semitas.
 Ensinamento das Sagradas Escrituras
 Clique no botão acima.
Ensinamento das Sagradas Escrituras
A seguir, algumas percepções a cerca do ensinamento das sagradas escrituras
Nós, porém, não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito procedente de Deus, para que
entendamos as coisas que Deus nos tem dado gratuitamente. Delas também falamos, não com
palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas com palavras ensinadas pelo Espírito, interpretando
verdades espirituais para os que são espirituais.
(1 Coríntios 2:12-13)
Arcebispo de Viena de 1956 a 1985, o cardeal Franz König é um dos principais representantes do
Concílio Vaticano II. No discurso intitulado “Erros concretos da Sagrada Escritura”, ele expressou que um
desvio em termos da verdade e em termos históricos e cientí�cos não ameaçava de maneira alguma a
autoridade da Escritura. Pelo contrário, Deus aceitava o autor humano com todas as suas fraquezas e
de�ciências, e apesar disso chegaria ao seu objetivo de comunicar aos homens a “verdade” da salvação.
(KÜNG, 1999, p. 74)
Já o Papa Bento XVI dedicou-se, mais uma vez, a re�etir sobre essa questão. Para isso, ele relembrou os
primeiros padres da Igreja:
Além disso, os padres sinodais puseramem evidência como ligado com o tema da inspiração esteja
também o tema da verdade das Escrituras. Por isso, um aprofundamento da dinâmica da inspiração
levará, sem dúvida, também a uma maior compreensão da verdade contida nos livros sagrados. Como
indica a doutrina conciliar sobre o tema, os livros inspirados ensinam a verdade: E assim, como tudo
quanto a�rmam os autores inspirados ou hagiógrafos deve ser tido como a�rmado pelo Espírito
Santo, por isso mesmo se deve acreditar que os livros da Escritura ensinam com certeza, �elmente e
sem erro a verdade que Deus, para nossa salvação, quis que fosse consignada nas sagradas Letras.
Por isso, “toda a Escritura é divinamente inspirada e útil para ensinar, para corrigir, para instruir na
justiça: para que o homem de Deus seja perfeito, experimentado em todas as boas obras”. (2 Tm 3, 16-
17 gr.)
(BENTO XVI, 2010, 68-69, grifos nossos)
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Sobre os escritores da Bíblia, São Pedro nos ensina que eles “falaram da parte de Deus conforme eram
movidos por espírito santo”. (2 Pedro 1,20-21) Dessa forma, aquele que negar a inspiração estará
negando a Sagrada Escritura como Palavra de Deus.
Deve-se sempre considerar a inspiração. São Pedro, assim, chama a atenção para os perigos de uma
interpretação errônea das Sagradas Escrituras. Ao voltar-se mais uma vez para a inspiração, ele cita São
Paulo:
Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a
profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram
inspirados pelo Espírito Santo. (…) E tende por salvação a longanimidade de Nosso Senhor, como
também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada. É o que ele
faz em todas as suas cartas, nas quais fala desses assuntos. Nelas, há pontos difíceis de entender, que
os indoutos e inconstantes torcem, como igualmente torcem as outras Escrituras, para sua própria
perdição.
(2Pedro 1,20; 3.15-16)
Não há dúvidas de que a re�exão teológica sempre considerou hermenêutica autêntica da Sagrada
Escritura aquela que acontecer à luz da fé. Sem a fé, não há chave de acesso ao Texto Sagrado. São Boa
Ventura ensina que:
Esta é o conhecimento de Jesus Cristo, do qual têm origem, como de uma fonte, a segurança e a
inteligência de toda a Sagrada Escritura. Por isso é impossível que alguém possa entrar para a conhecer
se antes não tiver a fé infusa de Cristo que é lanterna, porta e também fundamento de toda a Escritura.
(BOAVENTURA, s/d, 201-202)
A canção Toda Bíblia é comunicação, de autoria do padre Zezinho, nos ajuda muito a re�etir sobre a
Bíblia como uma comunicação de Deus aos homens. Ela é um exercício hermenêutico, pois, ao longo de
seus versos, traz expressões ligadas estritamente ao contexto bíblico.
Somente pela Bíblia tais contextos foram conhecidos. Eles estão destacados nessa música para que
possamos, mais uma vez, reforçar a compreensão sobre a importância da hermenêutica bíblica na
legitimidade do texto bíblico como Palavra de Deus e palavra humana divinamente inspirada.
Vejamos abaixo a letra da canção de padre Zezinho:
Toda Bíblia é comunicação
Toda bíblia é comunicação
De um Deus amor, de um Deus irmão
É feliz quem crê na revelação
Quem tem Deus no coração
Jesus Cristo é a palavra
Pura imagem de Deus Pai
Ele é vida e verdade, a suprema caridade
Os profetas sempre mostram
A vontade do senhor
Precisamos ser profetas
Para o mundo ser melhor
Vinde a nós, ó Santo Espírito
Vinde nos iluminar
A palavra que nos salva
Nós queremos conservar
(ZEZINHO, 2019, grifos nossos)
 A Bíblia traduzida em vernáculo por Martinho Lutero. (Fonte:
Wikimedia)
Atividade
2. Este livro é a segunda carta (epístola) de São Paulo ao seu grande amigo. São Paulo escreveu quando estava
na prisão pela segunda vez. Foi a última carta escrita por ele. Essa carta é uma motivação para que seu amigo se
mantivesse �rme à Palavra do Senhor e que dela jamais se afastasse. Essa de�nição é atribuída à epístola de:
a) São Pedro
b) II Coríntios
c) Gálatas
d) I Tessalonicenses
e) II Timóteo
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As quatro leis da interpretação hermenêutica
Vamos recordar alguns pontos importantes para a interpretação hermenêutica que podem auxiliar na
interpretação das Escrituras:
1. Lei do contexto
A parte que vem antes ou depois do texto. Não se deve interpretar um texto sem o auxílio do contexto para
não se fazer um pretexto. Exemplos:
Lc 19:28-44;
At 8:30-31;
Is 53:7.
2. Lei do texto paralelo
A interpretação de um texto deve ser auxiliada pela utilização do mesmo assunto que ocorrer em outras
partes das Escrituras Sagradas. Exemplos:
Jo 19:18;
Mc 15:27;
Mt 27:38;
Lc 23:39-43.
3. Lei da autoria do texto
Os diferentes autores da Bíblia viveram em tempos, culturas, situações sociais e regiões diferentes.
Portanto, a forma de apresentação de um determinado texto para um povo que vivia situações diferentes
deve ser comparada com a apresentada a outros povos em tempo ou forma remota. Exemplos:
Ef 5:22-27;
I Pd 2:5-10;
Ct 8:5-10.
4. Lei da interpretação do texto
A interpretação do texto é aquilo que a passagem quer dizer no tempo, no espaço e nas circunstâncias em
que foi escrita. O literalismo busca o que o texto quer dizer (Jo 21:6); o simbolismo, o que a �gura quer dizer
(Ap 3:20). (SILVA, 2019)
Atividade
3. Este é um trecho de um documento escrito pelo Papa Bento XVI sobre a Palavra de Deus:
Que documento é este?
"A falta de uma hermenêutica da fé na abordagem da Escritura não se
apresenta apenas em termos de uma ausência; o seu lugar acaba
inevitavelmente ocupado por outra hermenêutica, uma hermenêutica
secularizada, positivista, cuja chave fundamental é a convicção de que o
Divino não aparece na história humana. Segundo esta hermenêutica,
quando parecer que há um elemento divino, isso deve-se explicar de outro
modo, reduzindo tudo ao elemento humano. Consequentemente propõem-
se interpretações que negam a historicidade dos elementos divinos."
(BENTO XVI, 2010)
a) Exortação apostólica Evangelii gaudium
b) Exortação apostólica Verbum domini
c) Encíclica Lumen fidei
d) Exortação apostólica Gaudete et exsultate
e) Exortação apostólica Amoris laetitia
Notas
Bíblia 1
Biblos (βύβλος) é o nome grego da cidade portuária fenícia de Gubla (ou Gebal). Era conhecida pelos antigos
egípcios como Kbn e, mais tarde, Kpn. Embora continue a ser denominada de Biblos pelos investigadores
(sobretudo em referência a épocas passadas), a cidade é agora conhecida pelo nome árabe Jubayl (جبیل), o qual
também tem origem na forma cananita Gubla. Aparentemente, era através de Biblos/Gubla que o "papiro egípcio"
(βύβλος) era importado para a Grécia, pelo que tanto a planta como os "rolos" ou "livros" a partir dela fabricados
receberam o seu nome. É também daqui que surge o nome da Bíblia (do grego βιβλία, "livros").
(CONHECIMENTO GERAL, 2019)
2
Timóteo 2
Timóteo (em grego, Τιμόθεος, que signi�ca "honrando a Deus”) era um conhecedor das Sagradas Escrituras, pois
sua avó e sua mãe lhe instruíram nos ensinamentos, assim como relata São Paulo. Esse fato fez com que Paulo
o escolhesse como um companheiro em muitas de suas viagens. Foi consagrado por São Paulo como bispo de
Éfeso no ano 65 d.C., servindo por 15 anos ao Cristianismo. O testemunho de fé rendeu a Timóteo o martírio pelo
apedrejamento quando ele tentou impedir uma procissão pagã.
Semita 3
O termo “semita” tem como principal designação o conjunto linguístico composto por uma família de vários
povos, entre os quais se destacam os árabes e hebreus, que compartilham as mesmas origens culturais. A
origem da palavra semita vem de uma expressão no Gênesis e referia-se à linhagem de descendentes de Sem,
�lho de Noé. Modernamente, as línguas semíticas estão incluídas na família camito-semítica. Historicamente,
esses povos tiveram grande in�uência cultural, pois as três grandes religiões monoteístasdo mundo - Judaísmo,
Cristianismo e Islamismo - possuem raízes semitas. Devido a diversas migrações, não podemos falar de um
grupo étnico homogêneo. Portanto, muitas línguas compõem a família semítica, incluindo as seguintes:
acadiano, ugarítico, fenício, hebraico, aramaico, árabe, etíope, egípcio, copta gala, afar-saho, assírio e caldeu.
Fonte: (EDUCALINGO, 2019)
Referências
____. Bíblia católica. Disponível em: https://www.bibliacatolica.com.br/. Acesso em: 25 abr. 2019.
____. Bíblia online. Disponível em: https://www.bibliaonline.com.br/. Acesso em: 25 abr. 2019.
____. Biblos. In: Conhecimento geral. Disponível em: https://www.conhecimentogeral.inf.br/biblos/. Acesso em:
25 abr. 2019.
___. Semita. In: Educalingo. Disponível em: https://educalingo.com/pt/dic-pt/semitico. Acesso em: 25 abr. 2019.
____. Oriente Médio - os semitas. In: Conhecimentos da humanidade. 12 mai. 2016. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=NSKvVs-lT0A. Acesso em: 25 abr. 2019.
____. Por que a Bíblia católica é diferente da evangélica?. In: Escola do discípulo. 8 jun. 2018. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=yheILyyznRY. Acesso em: 25 abr. 2019.
____. Toda Bíblia é comunicação. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ZkJaRaYINe0. Acesso em:
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