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A passagem do cangaço em Sitio do Quinto: uma análise geral Franciele Santos da Silva1 Luiz Gustavo Mendel Souza2 Resumo: Este artigo tem como proposta trazer à tona a passagem do fenômeno social conhecido como Cangaço na cidade baiana de Sítio do Quinto. Revelando assim inéditas contribuições para a historiografia sitioquintense. Além de analisar e valorizar as marcas dessa breve, mas importante, passagem histórica de figuras polêmicas que foram os cangaceiros. Estes, acoitados por coronéis e, em constante embate com as forças volantes do Tenente Zé Rufino, figura histórica não tão lembrada de Jeremoabo, a cidade-mãe de Sítio do Quinto, em fins da década de 20 e meados dos anos 30. Para a realização destes relatos, partimos do seguinte evento: A partida da tropa cangaceira, nos idos de 1928, rumo ao Sertão da "Boa Terra", tendo como hipótese geral sua entrada na povoação de Sítio do Quinto, cidade à qual sou residente, dando ênfase à Fazenda Caritá na mesma localidade e, a Jeremoabo, que por registro de nascimento possuo naturalidade. Até o momento a principal leitura que embasa esta versão é Lampião na Bahia, de Oleone Coelho Fontes. As demais fontes selecionadas para realização da pesquisa são de origem acadêmica e audiovisuais. PALAVRAS-CHAVE: Cangaço. Coronelismo. Fazenda Caritá. Jeremoabo. Sítio do Quinto. 1 Acadêmica do curso de Licenciatura em História pela Unidade Acadêmica de Educação à Distância (UNEAD), da Universidade Estadual da Bahia – UNEB. E-mail: franciele.sdq@hotmail.com. 2 Doutor em Antropologia pelo PPGA-UFF, professor de Pesquisa Histórica III da Uneb-Unead. Introdução: Lampião e seus asseclas partem para a Bahia em decorrência do frustrado ataque a Mossoró (RN), em junho de 1927. Sua opção pela Bahia, nos idos de 1928, assegurou- lhe dez anos de vida. Foi com a patente de Capitão concedida pelo venerado Padre Cícero, que Virgulino Ferreira da Silva, introduziu na Bahia o cangaço organizado, arregimentando forças pela fazenda Caritá, atual território de Sítio do Quinto, formando conchavos com coronéis e inimizades com as forças volantes pelos terrenos circunvizinhos. De acordo com os estudos disponíveis, esta cidade localizada na região Norte da Bahia é reconhecida por fazer parte do Território de identidade Semiárido Nordeste II e, tem como característica a forte religiosidade, os festejos juninos e o clima seco e semiárido. Além disso, a pesquisa insere-se na História Regional e Local. Esse fenômeno social e cultural intrínseco na mentalidade do nordestino e na cultura brasileira, conhecido por Cangaço, vem sendo estudado na perspectiva analítica e biográfica por inúmeros escritores e/ou historiadores, tais como Frederico Pernambucano de Mello, João de Sousa Lima, Oleone Coelho Fontes, Adriana Negreiros, Antônio Amaury, Eric Hobsbawn, etc. Das leituras realizadas até o momento, por conter citações diretas e indiretas sobre a localidade de Sítio do Quinto, destaca-se Lampião na Bahia, a autoria é do escritor e historiador baiano Oleone Coelho Fontes. Uma das mais precisas referências, cuja publicação inicial é de 1988, mas, revista e ampliada em 2019. A pesquisa tem como balizas temporais o período que se estende de 1928 a 1938. Momento que se estende a “Segunda Fase do Cangaço Lampiônico”, marcada pela entrada das mulheres e maior calmaria nos coitos entre os territórios sergipanos e baianos, até o malfadado massacre de Angicos, em 1938. Não obstante, a fase antecessora, finalizada em 1928, foi também bastante significativa devido ao alto número de embates e consequentemente de baixas com as forças civis e militares. No dia 21 de agosto de 1928, o chefe do cangaço acompanhado respectivamente de seu irmão e cunhado também cangaceiros: “Ponto Fino II” (Ezequiel Ferreira), "Moderno" (Virgínio Fortunato da Silva), e dos demais parceiros de aventuras sertanejas Luiz Pedro, "Mariano" (Mariano Laurindo Granja) e “Mergulhão I” (Antônio Juvenal da Silva), atravessa o rio São Francisco em direção ao estado da Bahia, deixando o estado de Pernambuco para trás, devido às intensas e incessantes perseguições das Forças Policiais Volantes daquele estado. Na Bahia, os cangaceiros “Corisco” (Cristino Gomes da Silva Cleto), “Arvoredo” (Hortêncio Gomes da Costa ou Hortêncio Gomes Lima) e, posteriormente, na Fazenda Caritá, situada em Sítio do Quinto, o “Volta Seca” (Antônio dos Santos), juntam-se a tropa unindo forças para levar adiante os planos de seu mais temível líder cangaceiro, Virgulino Ferreira da Silva, vulgo "Lampião”. A partir disso, a intenção é tracejar tal passagem cangaceira ocorrida em solo sitioquintense, durante a “Segunda Fase do Cangaço Lampiônico”. Vislumbrando o resgate da historiografia local e cultura regional. 1. Coronéis e cangaceiros nos arredores de Sítio do Quinto Foi na terra dos jerimuns mais conhecida como Jeremoabo, que em meados do século XX, nasce um vilarejo cujo nome teria sido herança de um dos seus primeiros moradores, o popular Velho Quinto. Emancipada desde 1989 de sua matriz, Jeremoabo, no tempo presente, denomina-se Sítio do Quinto. Por estas localizações, os fatos aqui serão destacados e examinados ainda nas primeiras décadas de sua fundação como palco de encontro de personagens marcantes no imaginário popular do nordestino, dos temerosos cangaceiros aos volantes e coronéis. Lampião e sua tropa seguindo as trilhas do alto sertão do norte baiano, no final dos anos de 1920, numa fase relativamente mais calma desde o malfadado ataque a Mossoró (RN), tem sua passagem marcada por alianças táticas com influentes coronéis locais no interior do Nordeste do Brasil. Assim como o cangaço, o coronelismo também estava em voga nas terras áridas da Bahia: (...) O “coronelismo” é sobretudo um compromisso, uma troca de proveitos entre o poder público, progressivamente fortalecido, e a decadente influência social dos chefes locais, notadamente dos senhores de terras. Não é possível, pois, compreender o fenômeno sem referência à nossa estrutura agrária, que fornece a base de sustentação das manifestações de poder privado ainda tão visíveis no interior do Brasil. (LEAL, 2012, p .23). Não contestando os valores dos coronéis nem a estrutura rural nordestina, inicia- se um elo de troca de favores. “As relações de poder se desenvolviam a partir do município e que na ponta desse relacionamento consolidado estava o coronelismo”, exemplifica Lilia Schwarcz (2019, p. 54). Cada qual com sua moral, um patrocinava o outro com o que possuía: o cangaceiro geralmente com seus serviços escusos de defesa da propriedade e interesses alheios e o coronel com um bom pagamento em forma de dinheiro, víveres ou meios de transporte comuns da época, tornando-se assim, "coiteiro". Sobre estes conchavos, Queiroz (1977, p. 55) apud Silva (2012, p. 7) analisa que: [...] Quando um chefe político local ou regional busca se aliar com um bando independente de cangaceiros, imediatamente seus adversários solicitam o apoio da polícia e vice-versa. A população se divide então entre os que auxiliam os cangaceiros, – os famosos coiteiros; e os que auxiliam as volantes, destacamento móveis da polícia. São estas as duas grandes facções em luta no Nordeste seco, entre 1894 e 1940. Figura: 1 – Volantes saindo de Salvador em direção a Jeremoabo – BA, para o combate com Lampião. 1933. Fonte: SANTOS (2018, p. 55). Mais além, Fontes (2019, p. 330) assevera que o termo “coiteiro” poderia ter sentidos mais amplos Para as autoridades, qualquer cidadão interiorano, na área afetada pelo banditismo, era teoricamente um amigo ou protetor, de fato ou em potencial, dos criminosos. Os sertanejos, não obstante, eram submetidos a dois fogos, pois se achavam na singularíssima posição de terem que procurar satisfazer a um tempo policiaise bandidos. É neste cenário que Lampião ainda forasteiro em solo jeremoabense segue para a Fazenda Aroeira (ou Abrobeira) de seu antigo aliado, o coronel Saturnino Nilo, como narra Oleone Fontes (2019, p. 17) em seu capítulo A chegada na Bahia. Posto que Schwarcz (2019, p. 54) em sua obra Sobre o autoritarismo brasileiro, nos informa que a figura do coronel era quem “corporificava um dos elementos formadores da estrutura oligárquica tradicional baseada em poderes personalizados e nucleados, geralmente, nas grandes fazendas e latifúndios brasileiros”. Para maior esclarecimento sobre o uso desta patente ramificada no cenário nordestino, a autora deixa claro que o Coronel era o posto mais alto na hierarquia da Guarda Nacional, a instituição do império que ligou os proprietários rurais ao governo. Com a República, porém, se a Guarda perdeu sua natureza militar, os assim chamados coronéis deixaram de participar da corporação, mas conservaram o poder político nos municípios onde viviam, recriando em novas bases a mística dos grandes mandonismos locais. (SCHWARCZ, 2019, p. 54) Em vista destes conchavos, um outro coronel que também se destacou foi o Saturnino Nilo, cuja descendência até os dias de hoje notabiliza-se na política (avô de Marcelo Nilo, atualmente deputado federal pelo estado da Bahia e de Sidônio Nilo, prefeito da cidade baiana de Antas por quatro vezes, inclusive atualmente 2020-2024), teria aconselhado ao líder do cangaço ir ao encontro de outros chefes de suas respectivas categorias, como o político de Santo Antônio da Glória, Petronilo Reis, e os coronéis João Maria de Carvalho, de Serra Negra, e por último João Gonçalves de Sá, da mesma localidade em que se encontravam, ou seja, Jeremoabo. 2. Sítio do Quinto: Palco de encontro do Capitão Virgulino com o Coronel João Sá No final de 1928, Virgulino visita amistosamente a Vila de Pombal, denominada hoje de Ribeira do Pombal, sendo fotografado com seu bando por Alcides Fraga, em frente à Igreja de Santa Tereza. Seguindo logo depois em dia de feira livre rumo a Bom Conselho, chamada atualmente de Cícero Dantas. Nesse último vilarejo, aproveita para recompor o armamento e fardamento da sua malta, desarmando os soldados e furtando algumas vestimentas; porém, garantindo que nenhum mal à vida destes aconteceria. Como rememora Fontes (2019, p. 42), o capitão Lampião demonstrou uma certa preocupação em se manter "na linha”, fazendo com que redigisse um bilhete ao tenente Abdias de Andrade, comandante do destacamento de Jeremoabo, explicando ter sido ele quem se apoderou dos fuzis e das roupas dos quatro soldados. A título de curiosidade, cangaceiros e policiais vestiam-se de forma semelhante, inclusive muitas vezes parecidos na dosagem de violência e pilhagem. Quando bem queriam e achavam oportuno, se apresentavam ora como polícias, ora como cangaceiros. Na noite do mesmo dia que ocorrera as viagens anteriores, aconteceu o primeiro encontro em Sítio do Quinto, do capitão Virgulino Ferreira com o coronel João Gonçalves de Sá.3 Válido recordar que este, além de latifundiário e pecuarista, efetuava ao mesmo tempo seu mandato como deputado estadual no legislativo baiano pelo PSD, sendo ainda o presidente da intendência de Jeremoabo, uma espécie de prefeito da época. Esse episódio é abordado no livro Lampião na Bahia, do já mencionado autor e historiador baiano, que examina a importância desta relação: (...) Este encontro no futuro, iria ser bastante proveitoso para ambas as partes. Durante a conversa naquela noite, no Sítio do Quinto, Lampião assegurou ao coronel que se achava na Bahia para um descanso, acrescentando ter vindo apesar de haver recebido informações, por amigo, de que na Bahia iria encontrar sua desgraça. Declarou não tencionar prejudicar os sertanejos. Deu a entender carregar dinheiro suficiente para as despesas, embora acrescentando que quando acabasse seria obrigado a pedir ajuda dos que possuíssem recursos. Arengou sobre a sua vida de cangaceiro, de déu em déu, não podendo exercer profissão digna porque o governo o impedia de trabalhar e produzir, perseguindo-o sem fronteiras nem tréguas. (FONTES, 2019, p. 42). Não se sabe ao certo se a tal conversação ocorrida durante horas, teria sido em princípio cedida pelo coronel ao cangaceiro por pura simpatia ou relativo medo de retaliação contra suas eminentes propriedades, uma vez que na extensa entrevista concedida ao Diário de Notícias de 1928, Dórea, secretário do chefe político João Sá, defende-o. Alega que o encontro ocorrido em Sítio do Quinto, do qual também havia feito parte, não passou de uma casualidade e, que o coronel na realidade almejava ver o capitão Virgulino abatido juntamente com sua corja. Lampião, por sua vez, não deixa por menos, Fontes (2019, p.47), indica que em recado para Abdias de Andrade, chefe de destacamento de Jeremoabo, o capitão escreve: "Diga a ele que não queira nunca brigar comigo. Se eu quisesse já o tinha matado, pois o vi duas vezes no mato sozinho". Todavia, entre verdades e boatos, o fato é que o coronel João Sá viraria um dos máximos protetores do capitão cangaceiro por todo sertão baiano. No capítulo 37 de seu livro, Fontes (2019, 3 Esse encontro teria ocorrido no dia 17 de dezembro de 1928. Cujos relatos foram cedidos por José da Costa Dórea, secretário da prefeitura de Jeremoabo, que fazia parte da caravana que viajava o "prefeito", deputado e coronel João Gonçalves de Sá, em entrevista publicada no Diário de Notícias de 22 de dezembro de 1928. p. 369) relembra que Volta Seca, um dos mais jovens cangaceiros, quando preso em 1932, delatou que além dos Britos em Sergipe, o Cel. João Gonçalves de Sá também seria um fornecedor de Lampião. 3. Fazenda Caritá, espaço de políticos coiteiros e cangaceiros Por conseguinte, acontece uma nova passagem da tropa cangaceira em Sítio do Quinto, citada no jornal Diário de Notícias, datada em 7 de março de 1929, ou seja, quase três meses depois da primeira visita. Além da terra sitioquintense, Fontes (2019, p. 60), conta que A cabroeira é apontada em vários povoados: Tanque Novo, Amparo, Novo Amparo e Pombal. Em Tanque Novo Lampião determina extorquir dinheiro do coronel Saturnino Nilo, de Antas (município de Bom Conselho, (hoje Cícero Dantas), de quem somente recebe um conto de réis. Daí parte o bando em direção ao Sítio do Quinto (município de Jeremoabo). Por certo, idas e vindas por tantos territórios circunvizinhos teria sido consequência de intensa rede de comunicações e apoios locais oriundos dos denominados coiteiros, das mais variadas classes sociais. Da relação de cortesia e de favores, como exemplifica Fontes (2019, p. 43), é adquirida pelo coronel João Sá a compra de mais uma propriedade para completar seus intermináveis latifúndios, de certo cidadão por nome Nilo (supõe-se ter sido o coronel Saturnino Nilo), de Antas, graças à negociação favorável do capitão Lampião. Diante desta realidade amistosa, a turma cangaceira tem estadia em uma dessas extensões rurais do coronel, a Fazenda Caritá. Neste local, no século anterior daqueles acontecimentos nascia Cícero Dantas Martins (28 de julho de 1838), também conhecido como Barão de Jeremoabo. Este, com extensa vida pública bem semelhante a do coronel João Sá, coiteiro de Lampião, como nos informa Uchoa (2003, p. 1) Foi líder político e representante em sua região. Filiado ao Partido Conservador, no Império foi vereador na Vila de Bom Conselho, tomando posse em 28 de março de 1876, tendo sido escolhido Presidente da Câmara Municipal, Deputado Provincial (1861, 1870-1871) e Deputado Geral (1869- 1872, 1873-1878, 1886-1889). Na República, foi senador à Constituinte do Estado (1891), Senador Estadual (1891-1895), tendo assumido a presidência do Senado de 1893 a 1895, além de ter sido Intendente Municipal de Itapicuru de 1893 a1896. Entretanto, Medrado (2012, p.162), revela que Geremoabo desde os oitocentos era uma antiga e tradicional região da pecuária localizada no extremo Nordeste Baiano, tendo feito parte dos domínios dos Garcia d'Ávila, a poderosa Casa da Torre, no período colonial. A autora pondera ainda que em meados do século XVIII, a retração dos Ávila inicia-se perante o antilusitanismo patente no cenário de independência política no Brasil. Não obstante, por outro lado: (...) Foi nesse processo que a família Dantas tornou-se importante proprietária da região, comprando terras dos Ávila, anexando-as a outros territórios, consolidando a criação de gado e estabelecendo forte vínculo com a política local. De certo modo, pode-se afirmar que a família Dantas, da qual fazia parte Cícero Dantas Martins, o poderoso barão de Geremoabo, substituiu os Ávila no Nordeste Baiano oitocentista. Filhos, netos, bisnetos e tataranetos do casal Baltasar e Leandra, que foram procuradores da família Ávila, originaram a família Dantas, ampliaram os domínios e ocuparam os cargos políticos e militares fundamentais na região. (MEDRADO, 2012, p.162). Figura: 2 – Reunião das mais influentes famílias de Jeremoabo, entre elas estavam as famílias: Carvalho, Sá, Melo, Nolasco, Dantas, Martins, Gonçalves, Borges, Oliveira. Fonte: ALMEIDA (1998, p. 12). 4. Considerações finais Indubitavelmente, percebe-se que foram nesses solos que germinaram lendários personagens do sertão baiano. Nos limites geográficos da atualidade, a Fazenda Caritá é pertencente ao município de Sítio do Quinto, e não mais ao território de Jeremoabo, como embora revista e ampliada, ainda é citada por Fontes (2019, p.66). Este mesmo capítulo trata a fuga dos cangaceiros das forças volantes de Sergipe, levando-os a um quase encontro de enfrentamento com os soldados de Manuel Campos de Menezes na Fazenda Caritá, onde acoitavam-se frequentemente. Porém, tal enfrentamento só seria efetivado na fazenda Abobreira. Figura: 3 – Vista e planta baixa da casa da fazenda Caritá, de meados do século XVIII, Bahia.Fonte: P. O Azevedo (1999, p. 227) apud KLÜPPEL (2009, p. 169). No mais, há ainda outras bibliografias que mencionam a passagem cangaceira na terra do Velho Quinto, o livro Lampião, o último cangaceiro (1966), escrito por Joaquim de Góis, que durante seis anos perseguiu cangaceiros como contratado. Embora atualmente sem tiragens disponíveis no mercado editorial Trata-se da obra sobre as operações de Lampião em território sergipano, com capítulos sobre coiteiros, táticas e rastejadores. Góis, como José da Costa Dórea, também teve encontro com Lampião no povoado de Sítio do Quinto, município de Jeremoabo, em ocasiões distintas. FONTES (2019, p.72). Há ainda algumas menções que relacionam Sítio do Quinto ao Cangaço em obras do autor João de Sousa Lima, natural de Paulo Afonso (BA) e, mais recentemente, outra produção que faz menções de terras sitioquintenses é As quatro vidas de Volta Seca (2017), do escritor itabaianense Robério Santos, nessa biografia é narrada a história do cangaceiro Antônio dos Santos, mais conhecido pela alcunha de Volta Seca. Este, nas caatingas da Fazenda Caritá, foi escolhido ainda garoto para arregimentar a malta de cangaceiros do lendário Capitão Lampião. . Figura: 4 – Prefeito de Paripiranga, Militares e o jornalista Victor do Espirito Santo. Jeremoabo – BA (1932). Fonte: SANTOS (2018, p. 16) Figura: 5 – 1- Tenente Alípio, 2- Cabo Emílio, 3- Zé Sereno, 4- Raimundo. Jeremoabo – BA (1938). Fonte: SANTOS (2018, p. 12). Bibliografia: . ALMEIDA, Marco Antônio Dantas de. Jeremoabo. Breve Resumo da História de uma terra e do seu Povo. Jeremoabo, 1. ed, 1998 FONTES, Oleone Coelho. Lampião na Bahia. Salvador: Ponto & Vírgula Publicações, 11. ed., 2019. GÓIS, Joaquim. Lampião, o último cangaceiro. Aracaju: Livraria Regina, 1966. JÚNIOR, Geraldo Antõnio de Souza. Opinião: As fases do Cangaço. Por Geraldo Antônio. CARIRI CANGAÇO, 2019. Disponível em; <http://cariricangaco.blogspot.com/2019/09/opiniaoas-fases-do-cangaco- porgeraldo.html>. Acesso em: 03/11/2021. KLÜPPEL, Griselda Pinheiro. A casa e o clima:(trans) formações da arquitetura habitacional no Brasil (Século XVII-Século XIX). 2009. LEAL, Victor Nunes. Coronelismo, enxada e voto : o município e o regime representativo no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 7. ed., 2012. MEDEIROS, Rostand. Encontro do Coronel e do Cangaceiro Lampião. TOK DE HISTÓRIA, 2012. Disponível em: <https://tokdehistoria.com.br/2012/09/16/encontro- do-coronel-e-do-cangaceiro/>. Acesso em: 03/11/2021. MEDRADO, Joana. Vaqueiros e fazendeiros na comarca de Geremoabo-Bahia no final dos oitocentos: trabalho, dominação e resistência. Mundos do Trabalho, v. 4, n. 8, p. 161-181,2012. SANTOS, Robério. As quatro vidas de Volta Seca. Editora Infographics, 2017. SANTOS, Robério. Álbum do Cangaço. Editoração e Diagramação: Robério Santos, 2018. SANTOS, Robério. Álbum do Cangaço 3. Editoração e Diagramação: Robério Santos, 2018. SILVA, Raymundo José da. Bandido e herói: o vingador do sertanejo no folheto de cordel. Cadernos do IL. Porto Alegre, RS. N. 45 (dez. 2012), p. 175-189, 2012. SCHWARCZ, Lilia Moritz. Sobre o autoritarismo brasileiro. São Paulo: Companhia das Letras, 1. ed., 2019. UCHOA, Karina Pinto. Acervo Barão de Jeremoabo. a importância dos arquivos pessoais para a história. SEMOC-Semana de Mobilização Científica-Acervo Barão de Jeremoabo. a importância dos arquivos pessoais para a história, 2003.
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