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RESUMOS URCA HISTÓRIA DO CEARÁ/CARIRI Lucas Carneiro Lucas Carneiro @luc4scarneiro @ocardoso_art Provavelmente você não me conhece. Meu nome é Lucas Carneiro (@luc4scarneiro), mas a galerinha da Salinha de Redação (@salinhaderedacao_) me chama de "o anjo da redação", e dizem que eu "obro milagres" em seus textos. O meu trajeto começou quando, após anos estudando com várias dificuldades no ensino tradicional, no interior do Ceará, resolvi estudar sozinho para o vestibular. O meu esforço valeu a pena, pois fui aprovado aos 17 anos de idade, e aos 18 anos conquistei uma bolsa de estudos de 100% pelo ProUni para o curso de Arquitetura e Urbanismo. Com o intuito de compartilhar conhecimento para outros estudantes e facilitar a educação, deixei a vergonha de lado e comecei a criar conteúdo educacional na internet. Hoje sou idealizador do perfil @salinhaderedacao_ e o @luc4scarneiro, onde ajudo muitos estudantes a conseguirem os seus 900+ e darem continuidade a seus sonhos. L u c a s C a r n e i r o Desejo a todos um ótimo estudo e que usem o Cronograma De Estudo URCA 2022/ 2023/2024 na sua preparação para o vestibular. Inscrevam-se no meu canal do YouTube e sigam o meu perfil @luc4scarneiro! Apresentação Conheça seu material Veja a seguir como usar os resumos de história do Ceará/Cariri. Depois, com calma olhe todos os recursos disponíveis nele. METODOLOGIA Os conteúdos presente nesse arquivo seguem a ordem determinada no Cronograma de Estudos URCA 2022/2023/2024 AULAS Você pode acessar aulas gratuitas que correspondem aos assuntos abordados QR COD Você pode ver aulas disponíveis na internet VER AULA Os Cearenses - Ceará Colonial Fundação Demócrito Rocha Utilize a câmera do seu celular ou o app de Scanner para ver a aula Selecione o tipo de plataforma e baixe o aplicativo leitor de Qr Code no seu Smartphone. Abra o leitor de QR Code, posicione a imagem à frente da câmera e fotografe o código. Agora você está pronto para aproveitar o que preparamos para você. Todas as aulas presentes nesse arquivo são creditadas devidamente aos autores. Dessa forma, as aulas podem não estar mais presentes nos devidos endereços. Para acessar cada uma delas você pode clicar na opção "Ver aula" ou utilizar o Scanner da câmera/aplicativo seguindo os seguintes passos: 1. 2. 3. https://youtu.be/QthWXXdV9Mw https://www.youtube.com/channel/UC3zlt0YbgWNlNTnWNVbKYcg HISTÓRIA ESTADUAL (CEARÁ) A história do Ceará está presente em boa parte desse material, focando no conteúdo relevante na prova da URCA. HISTÓRIA REGIONAL (CARIRI) A história do Cariri também está presente em boa parte desse material, focando no conteúdo relevante na prova da URCA e mostrando os fatores culturais dessa região de forma clara e direta. SUMÁRIO A descoberta do Ceará.................................................................................... Confrontos entre nativos e colonos................................................................ Os aldeamentos............................................................................................... Organização da capitania do Ceará................................................................ Hegemonia urbana de Fortaleza...................................................................... Coronelismo no Ceará..................................................................................... Oligarquias no Ceará...................................................................................... Movimento de 1817 no Ceará e participação do Cariri................................... O movimento armado de 1832......................................................................... O caldeirão do Beato Zé Lourenço................................................................. A sedição de 1914........................................................................................... Participação do Ceará e do Cariri na Confederação do Equador................... Os "Currais humanos" no interior do Ceará................................................... Escravidão e trabalho livre no Ceará.............................................................. Movimento abolicionista................................................................................. As interventorias............................................................................................. Estado novo no Ceará..................................................................................... O período ditatorial militar no Ceará.............................................................. O Governo e suas mudanças.......................................................................... Romaria de Nossa Senhora das Candeias...................................................... Romaria de Nossa Senhora das Dores........................................................... Romaria de Finados........................................................................................ O Padre Cicero Romão Batista........................................................................ Benigna Cardoso da Silva............................................................................... Beata Maria de Araújo..................................................................................... Festa de Santo Antônio de Barbalha.............................................................. Festa da Expocrato......................................................................................... O Reisado no Cariri.......................................................................................... Banda cabaçal dos irmãos Aniceto................................................................. Bárbara Pereira de Alencar............................................................................. Violeta Arraes.................................................................................................. Centro de Cultura Popular Mestre Noza e Associação de Artesãos do Padre Cícero.. Mestre Espedito Seleiro.................................................................................. Referências bibliográficas............................................................................... Organização técnica........................................................................................ 06 07 08 10 12 14 16 17 20 22 24 25 27 28 30 32 34 35 38 40 41 42 43 47 49 51 52 53 54 56 57 59 61 63 69 O mar: O local: Esse evento teria se dado em torno do dia 02 de fevereiro daquele ano e protagonizado por uma frota sob o comando do navegador Vicente Yanes Pizón, companheiro de Cristovão Colombo na viagem de descoberta da América. Além dessa, outra frota sob o comando de Diogo de Lepe, também espanhol, teria tocado o litoral cearense antes de Cabral chegar a Bahia. Existem muitas controvérsias quanto ao local onde teria se dado a descoberta. Provavelmente, ele teria tocado o litoral do Ceará por duas vezes. Para Capistrano de Abreu, teria sido no cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco. Já o Rio Branco esposa a tese de ter sido a ponta do calcanhar, no Rio Grande do Norte. Thomáz Pompeu, com quem Raimundo Girão concorda, aponta ser o local conhecido por Jabarana ou Ponta Grossa, no município de Aracati, aquele teria sido batizado de Santa Maria de La Consolación, e a enseada do Mucuripe como segundo ponto de parada de Pizón. FONTE:http://hem-claudia.academia.iteso.mx/wpcontent/upload s/sites/59/2016/04/Colonia-Uge-300x152.jpg ACESSO: 19/06/20022 VER AULA História do Ceará - Aula I Professor Juciê Lacerda Utilize a câmera do seu celular ou o app de Scanner para ver a aula @ LU C4 SC A RN EI RO 6 AULA A descoberta do Ceará O início: A história do Ceará tem início em 1603 com tentativa de colonização empreendida pelo açoriano Pero de Coelho de Souza. No entanto, é fato conhecido e reconhecido pela historiografia nacional, a possível aportagem de espanhóis no litoral cearense, antes mesmo da descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral,em 22 de abril de 1500. O litoral e a conclusão: Então o povoamento humano do atual território do Ceará passou pela colonização como também começou há milhares de anos, conforme indicam as pesquisas arqueológicas. Há fósseis também no estado, alguns de dinossauros, anteriores à presença dos homens, evidenciando a evolução das espécies e as diferença de clima e vegetação do passado em relação ao presente. Existem igualmente restos de mamíferos gigantes que chegaram a conviver com humanos. VER AULA Os Cearenses - Ceará Colonial Fundação Demócrito Rocha Utilize a câmera do seu celular ou o app de Scanner para ver a aula https://youtu.be/Qw99rhaFuqQ https://youtu.be/QthWXXdV9Mw https://www.youtube.com/channel/UC3zlt0YbgWNlNTnWNVbKYcg FONTE:http://www.multirio.rj.gov.br/images/historia_do_brasil/M 1-cap2/nativos2_t.jpg ACESSO: 19/06/2022 VER AULA Concursos e Vestibulares do Ceará - História do Ceará: Parte 2: Período Imperial Utilize a câmera do seu celular ou o app de Scanner para ver a aula AULA Confrontos entre nativos e colonos no Ceará Contexto: Com uma colonização complexa e conturbada, marcada pela resistência dos nativos e pelas dificuldades de adaptação às condições particulares do território, formou-se uma sociedade rural baseada sobretudo na pecuária, assim como na agricultura, em especial nos vales úmidos e serras. A elite latifundiária, através de seu poder econômico e de complexas relações de parentesco e afilhadagem, possuía controle de quase todos os aspectos da vida social. Os "coronéis" mantinham em suas propriedades muitos dependentes que lhes prestavam serviços ou entregavam parte de sua produção em troca da posse de um lote de terra, em regime praticamente semi-feudal, além de trabalhadores assalariados. A escravidão africana, embora de menor importância, foi praticada ao longo de séculos, principalmente nas áreas onde a agricultura floresceu. O desenvolvimento independente do Ceará começaria apenas depois de sua separação de Pernambuco em 1799, e sua história foi sempre marcada por lutas políticas e movimentos armados. Essa instabilidade prolongou-se durante o Império e a Primeira República, normalizando-se depois da reconstitucionalização do País em 1945. As secas, os conturbados fatores sociais e econômicos do Estado acarretaram eventos importantes na história desse povo, como o cangaço, os movimentos messiânicos, a emigração para a Amazônia e para outros Estados, inclusive os do Sudeste do Brasil. Historicamente um dos locais mais miseráveis do País, o Ceará tem passado por grandes transformações desde a década de 1950, progressivamente se tornando um Estado predominantemente urbano, mais industrializado e com crescente de desigualdade regional e de renda. VER AULA História do Ceará: as Relações Entre Nativos e Colonos no Processo de Ocupação - Parte I Mario Bernardo Utilize a câmera do seu celular ou o app de Scanner para ver a aula @ LU C4 SC A RN EI RO 7 https://youtu.be/BuTzclbbkKs https://youtu.be/M-mlTfSvQCA https://www.youtube.com/channel/UCPDnIg4S_zi4j_iDA35HQAA https://www.youtube.com/channel/UCPDnIg4S_zi4j_iDA35HQAA O território: ferramentas para o trabalho na lavoura como; machados, foices, e cavadores. Essa prática foi essencial para manter uma reserva de mão de obra no sertão cearense. O processo de aldeamento contribuiu para redução brutal dos territórios dos nativos e em meados do século XVIII, muitas nações já estavam aldeadas, e as terras da capitania bastante disputadas. Os números de datas de sesmarias doadas na capitania cearense de norte a sul expressam a intensificação de apropriação de terras. Ter a carta de sesmaria era utilizado como estratégia para legitimar a propriedade, e à medida que a ocupação ia aumentando, os conflitos e as resistências dos nativos também se intensificaram. Nos primeiros séculos da colonização, o sistema de sesmarias foi utilizado como principal forma de distribuição de terras, grandes concessões foram doadas. Os aldeamentos Contexto: No século XVI, varias outras capitanias do Brasil já haviam sido devassadas, porém as terras cearenses só entraram efetivamente nos interesses da Coroa Portuguesa e dos colonizadores no Século XVII. Uma hipótese que envolveu as questões de apropriação na capitania Cearense foi à constante busca de terras e riquezas, para eles o Ceará não poderia mais ficar imune. De acordo com Capistrano de Abreu, “em 1580 a colonização alcançava pouco adiante de Itamaracá, em 1586 já se afirmava na Paraíba, em 1597 começava no Rio Grande do Norte: o Ceará não podia continuar imune por muito tempo na marcha acelerada por o rio-mar.” (CAPISTRANO, 1988: 135). O governo metropolitano usou como estratégia para tentar resolver a questão indígena, a criação dos aldeamentos, com o apoio da igreja Católica. Os aldeamentos serviriam como instrumento de controle e ao mesmo tempo, para a redução dos territórios dos nativos.Nesse processo de pacificação o discurso nos aldeamento relacionava a doutrina cristã ao trabalho, e possibilitou as concessões de sesmarias aos colonizadores e ainda a garantia de uma reserva de mão de obra para o trabalho nas fazendas dos grandes proprietários. O aldeamento: O aldeamento foi essencial para a imposição de valores aos povos nativos. Em 1695 o padre Ascenso Gago e Manuel Pedroso foram enviados a Ibiapaba para Aldear os tobajaras. Ascenso Gago agregou a sua missão os tapuias Reriríu que habitava uma serra distante oito léguas de Ibiapaba. No relato do padre Ascenso Gago pode-se perceber como funcionou a prática dos aldeamentos no sertão cearense. O mesmo encontrou-se em dificuldade para viabilizar o aldeamento dos Reriríu, para missionário seria impossível, ensinar a doutrina cristã e aldeá-los sem fera FONTE:https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/ 2/2d/Fortaleza_de_S%C3%A3o_Sebasti%C3%A3o_segundo_M ontanus.jpg/250pxFortaleza_de_S%C3%A3o_Sebasti%C3%A3 o_segundo_Montanus.jpg ACESSO: 19/06/20022 O sul do Ceará: O processo de apropriação na região Sul cearense com base nas datas de sesmarias e nos Documentos dos Avulsos do Conselho Ultramarino analisados até o momento, nos relatos de missionários e capitão-mor, e demais autoridades e proprietários que adentraram no Ceará, faz referencia às ribeiras de Icó, Cariús e Quixelô, na região centro-sul cearense, e também referencias sobre o Riacho dos Porcos afluente do Rio Salgado na região do Cariri no extremo sul do Ceará. @ LU C4 SC A RN EI RO 8 A região sul cearense foi devassada por meio de guerras e conflitos com os nativos. Em 1699, em Consulta do Conselho Ultramarino sobre a nomeação de pessoas para o Cargo de Capitão-mor, foram apresentados os serviços prestados por Fernão Carrilho a Coroa Portuguesa. O interessado no cargo apresentou a guerra aos nativos como um grande serviço feito para a Coroa, dessa vez com os nativos chamados Icós e Carius. Após fazer guerra aos nativos na ribeira do Açu, chamado de corso, que diziam infestar as terras do Açu, resultou na morte de muitos, e no aprisionamento de cento e sessenta e dois nativos. Segundo a narrativa, logo depois, o principal líder dos nativos pediu paz a Fernão Carrilho, porém o mesmo não aceitou sem antes fazer guerra com os tapuias chamados Icós. A exploração de terras seguia seu percurso, e a região do Cariri localizada no Sul Cearense foi alvo de interesses. Nas margens do Rio Salgado, principal afluente da margem direita do rio Jaguaribe, no Riacho dos Porcos, foi um dos rios bastante disputados por garantir um suplemente hídrico que contribuía para a criação de gados e para plantação. O governo metropolitano considerava as terras abertas, livres para os seus interesses e ambições, ignorando os grupos nativos como reais ocupantes da terra, no entanto as terras não estavam livres, ela foi aberta e despertou a ambição dos que agiram no processo de colonização, manipulando a realidade em prol de seus interesses. Classificaram os povos nativos como bárbaros, sem leis, inimigos da civilização, tais qualificações tinhamum peso ideológico que justificavam as guerras de conquistas como santa, para a Coroa Portuguesa os nativos eram um problema para a consolidação do projeto colonizador, utilizaram da evangelização para trazer os nativos à fé cristã, os missionários buscavam colonizar por meio do uso da mão de obra indígena, para aprenderem a se fixar e plantar nas lavouras, essas práticas resultaram na reserva de mão de obra para os grandes proprietários no sertão cearense. Durante a exploração colonial na capitania cearense a Coroa Portuguesa com interesse em incentivar a colonização e povoar as terras, usou como vinculo entre seus vassalos os serviços de mercês e privilégios, os colonizadores usavam um discurso de desbravador dos 14 sertões, como forma de conseguir privilégios e aumentar suas riquezas e poder no Ceará, à medida que prestavam serviços a Coroa Portuguesa recebia um cargo ou sesmarias, para isso não mediam esforços para conquistar riquezas e poder. VER AULA Confederação dos Cariri Índios do Ceará - Eliel Melo Utilize a câmera do seu celular ou o app de Scanner para ver a aula AULA VER AULA Povos indígenas do Sertão Central do Ceará -Vandeir Torres Utilize a câmera do seu celular ou o app de Scanner para ver a aula @ LU C4 SC A RN EI RO 9 https://youtu.be/TDRQmImnlb8 https://youtu.be/gx7RLH_EDY8 https://www.youtube.com/channel/UClujILb6rpILi2AB9UWBhuw Organização da capitania do Ceará FONTE:https://bonifacio.net.br/wp-content/uploads/200605 mapa-tratado-de-tordesilhas.jpg ACESSO: 19/06/20022 Contexto: Antes da chegada de europeus ao atual Ceará, viviam naquela região índios Tupis (Tabajaras e Potiguares) e Cariris. Há relatos de historiadores de que, antes de Pedro Álvares Cabral chegar ao Brasil, espanhóis já tinham estado no território que hoje conhecemos como Ceará, seus nomes eram Diogo Lepe e Vicente Pinzón. Pinzón foi o primeiro a chegar, desembarcou onde hoje seria o município de Icapuí e Lepe teria desembarcado em Fortaleza. Dado o tratado de Tordesilhas (1494) estas descobertas não puderam ser oficializadas. O primeiro colonizador do Siará foi Pero Coelho, na condição de capitão-mor, mais devido as resistências indígenas foi obrigado a deixar a capitania. Em seguida, os jesuítas Francisco Pinto e Luis Filgueira tentaram colonizar o território, no entanto Francisco foi executado pelos nativos. A ocupação portuguesa tem início no ano de 1603, sob o comando de Pero Coelho de Souza que, ao chegar, construiu o Forte de São Tiago. Anos depois, em 1612, Martins Soares Moreno anexa oficialmente o Estado do Ceará, construindo o Forte de São Sebastião e apaziguando as relações com os nativos, ç Em 1680: A fazenda de gado: erguido sobre as ruínas do primeiro Forte. No ano de 1637, chegam àquela localidade os holandeses. Estes foram expulsos pelos índios em 1644. Mas, em 1649, os holandeses retornaram e construíram um Forte (Shoonenborch) às margens do rio Pagéu (onde seria erguida a cidade de Fortaleza. O comandante português Álvaro de Azevedo Barreto foi o responsável pela expulsão efetiva dos holandeses no ano de 1654. A partir de 1680, o Ceará tornou-se capitania subalterna de Pernambuco, desligando-se do Maranhão. O Forte holandês teve seu nome mudado para Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, local a partir do qual surgiria a vila que daria início ao município de Fortaleza, fundado em abril de 1726. Foi só no fim do século XVIII que (17 de janeiro de 1799) que a capitania do Ceará alcançou autonomia. Em 1823, D. Pedro I elevou a vila à condição de província, e com a proclamação da república (1889) tornou-se o atual Estado do Ceará. A fazenda de gado dispersa no sertão sediou o povoamento, foi base da vida política local, de toda autarquia sertaneja e suas famílias, com poderes quase que absolutos, e da rede de mandos e desmandos que pautou a organização territorial. Todo o programa das fazendas estava diretamente associado às necessidades produtivas da economia. Além da sede, havia o curral e cercados para a agricultura; em algumas, pequenos açudes e, muito raramente, uma capela. A ocupação do território e a Igreja: O projeto jesuítico na capitania do Ceará prendeu-se ao surgimento de algumas pequenas "missões anteriormente estabelecidas pelos inacianos em Parangaba, Caucaia e Paupina, nas proximidades da Serra da Ibiapaba, [...] da Serra de Baturité [...] dos Cariris-Novos", e na instalação do Real Hospício jesuítico em Aquiraz. @ LU C4 SC A RN EI RO 10 https://www.infoescola.com/biografias/pedro-alvares-cabral/ https://www.infoescola.com/historia/tratado-de-tordesilhas/ VER AULA História do Ceará - da Colonização as Charqueadas Utilize a câmera do seu celular ou o app de Scanner para ver a aula AULA Primeiros aldeamentos no Ceará: As missões de Parangaba, Caucaia, Paupina, das serras da Ibiapaba, de Baturité e dos Cariris Novos foram transformadas em vilas no reinado de D. José I. Os novos topônimos impostos pelas autoridades portuguesas foram, respectivamente, os de Arronches (atual Parangaba), Soure (atual Caucaia), Messejana, Vila Viçosa Real, Monte-mor o Novo da América (atual Baturité) e Vila Real do Crato. As missões dos Tremenbés, no rio Aracati-Mirim, e a dos Pacajús, no rio Choró, tornaram-se respectivamente Almofala e Monte-mor o Velho da América (atual Pacajus), mas permaneceram como simples povoado. Até o ano de 1700, identificamos quatro aldeamentos sob os cuidados dos Clérigos do Hábito de São Pedro; além da missão dos jesuítas na serra da Ibiapaba, definitivamente instalada por volta de 1695. Não nos foi possível determinar suas durações. Dos quatro, dois estavam localizados na Ribeira do Jaguaribe e dois nas proximidades da futura vila de Fortaleza. Em 1696, os índios paiacus foram reunidos na Aldeia de Nossa Senhora da Madre de Deus (Aldeia Velha), a meia légua do monte Arerê, atual Itaiçaba, na Ribeira do Jaguaribe, sob a ação do clérigo João da Costa. VER AULA História do Ceará - aula II Professor Juciê Lacerda Utilize a câmera do seu celular ou o app de Scanner para ver a aula FONTE:https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thu mb/0/0d/Vista_da_Pra%C3%A7a_do_Ferreira_1925.jpg/250p x-Vista_da_Pra%C3%A7a_do_Ferreira_1925.jpg ACESSO: 19/06/20022 FONTE:https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/c2 /Mapa_de_Fortaleza_em_1726.jpg ACESSO: 19/06/20022 @ LU C4 SC A RN EI RO 11 https://youtu.be/h32MpyjSeX8 https://youtu.be/jnKbSyBe7nk https://www.youtube.com/c/ProfessorJuci%C3%AALacerda Hegemonia urbana de Fortaleza Contexto: Ao longo do século XIX teve início o processo de hegemonização de Fortaleza, vindo a se tornar ainda na segunda metade deste, o principal núcleo urbano, político, econômico e social do Ceará. Os motivos que levaram a esse processo foram muitos e estão interligados. Em primeiro lugar, não deve ser desvinculado do sistema político do império, que criou mecanismos favoráveis à hegemonia de Fortaleza, ao beneficiar as capitais provinciais. Durante o período monárquico, sobretudo no II Reinado (1840-1889), houve por parte da monarquia a postura intencional de tornar as capitais das províncias verdadeiros núcleos a serviço da ordem social, e da unidade territorial desejadas contra qualquer pretensão autonomista/separatista, que as oligarquias regionais possuíssem. O império tomou medidas diversas para estimular e reforçar o papel das capitais provinciais como grandes centros locais de poder político, econômico, militar e administrativo. Por isso foram as capitais os núcleos urbanos que mais receberam investimentos e obras, pois recolhiam a produção interiorana para exportação e captavam recursos para o governo. E quanto mais as capitais prosperavam, mais investimentos e poderes elas obtinham, verificando-se mais prosperidade e hegemonização urbana, enquanto as outras vilas e cidades das províncias eram esvaziadas. O avanço: Daí se entende porque na segunda metade do século XIX, uma série de obras e atos administrativos beneficiaram Fortaleza em detrimento das outras localidades, comoas obras no Porto – no exato momento em que sua a “rival” e decadente Aracati reclamava da erosão de seu porto e da inadequação deste para navios de maior calado; abertura e melhoria de estradas ligando a capital a áreas produtoras próximas – enquanto nenhum recurso era despendido com o melhoramento da estrada Aracati-Icó, a mais importante para o comércio da região. Uma outra obra que mostrava a hegemonização de Fortaleza, foi a construção da Estrada de Ferro Baturité, a partir de 1870. Esta incrementou a posição da capital como grande centro coletor e exportador da produção interiorana – sobretudo do algodão. A posterior expansão da ferrovia – em 1926 atingira o Crato – aumentou consideravelmente a função comercial de Fortaleza. O raio da ação da capital ampliou-se para além das zonas produtoras de Uruburetama e Baturité, atingindo o Oeste e o Sul do Ceará, isto é, acompanhou a própria expansão da cotonicultura, a base da economia cearense de então. Outra razão para o crescimento de Fortaleza está relacionada ao comércio de exportação da produção agrícola cearense, que conheceu grande expansão na segunda metade do século XIX, com os produtos algodão, café, couro e açúcar. Como se não bastasse essa estrutura de transportes (estradas, porto, ferrovia), foi ainda a capital beneficiada por sua proximidade geográfica em relação as áreas produtoras agrícolas, principalmente @ LU C4 SC A RN EI RO 12 Maranguape e Baturité com o café, Itapipoca, Caucaia e Cascavel com o algodão. A cidade cresceu em termos populacionais igualmente em função do êxodo rural, sobretudo dos camponeses obrigados a migrar pela estrutura latifundiária sertaneja ou pelas secas – onde buscavam em Fortaleza por melhores condições de vida. A partir de 1850, Fortaleza passou por profundas mudanças em sua infraestrutura e equipamentos urbanos, visando atender as novas demandas, disciplinando espaços e controlando a população. Viveu uma explosão de modernidade e aformoseamento, quando os discursos e as práticas buscavam imitar a civilidade europeia. A cidade então colocou-se entre as maiores do País. Assim, teve calçamento nas ruas centrais (1883), canalização de água potável (em 1867, ao encargo da inglesa Ceará Water Company Limited), bondes à tração animal (1880) (inaugurados pela Cia Ferro Carril e depois transferidos para a Ceará Light and Power), iluminação a gás carbônico (1867), linhas de navios a vapor para a Europa e Rio de Janeiro (a partir de 1866), melhorias no porto (o chamado Porto das Dragas) (entre 1870 e 1886), Biblioteca (1867), jornais, praças arborizadas, clubes para lazer, fábrica de tecidos (1883), hospital (Santa Casa de Misericórdia, em 1861), asilo para alienados (1886), Mercado Público com estrutura metálica (1897), estrada de ferro ligando a capital a cidades do interior, telégrafo (1879), telefone (1883), caixas- postais (1889), boas escolas (O Liceu do Ceará desde 1845, o Seminário da Prainha e o Colégio da Imaculada Conceição em 1864), entidades intelectuais e cemitérios. Apesar da precariedade dos recenseamentos, em 1837 Fortaleza contabilizava 16.557 habitantes; em 1872, contava 21.372 moradores atingindo na virada para o século XX, 48.369 pessoas, num crescimento considerável e sinal claro da hegemonia urbana de Fortaleza. Por volta de 1867, a capital limitava-se ao norte pelas ruas da Praia e da Misericórdia; a Leste, pela Rua de Baixo (atual Conde D’Eu); ao sul, pela D. Pedro I e a Oeste pela Rua d’Amélia, atual Senador Pompeu. Fora desse perímetro, só havia o Palácio do Bispo, o Colégio das Irmãs de Caridade, o Seminário da Prainha, e uma ou outra casa. O algodão cearense, cultivado comercialmente desde o final do século XVIII, conheceu o apogeu na segunda metade do século XIX, na década de 1860 precisamente – isso porque os preços da fibra atingiram um alto patamar, em virtude da desorganização da produção dos Estados Unidos (principais fornecedores das fábricas inglesas), mergulhados na Guerra da Secessão (1861-65). Essa vultosa produção algodoeira tinha em Fortaleza seu grande centro coletor e exportador. AULA VER AULA História do Ceará - aula XII Professor Juciê Lacerda Utilize a câmera do seu celular ou o app de Scanner para ver a aula @ LU C4 SC A RN EI RO 13 https://youtu.be/muudSyx-OHo https://www.youtube.com/c/ProfessorJuci%C3%AALacerda Coronelismo no Ceará FONTE:https://3.bp.blogspot.com/_iWKJmnG8aT4/TIFzs3xgr VI/AAAAAAAAGZ0/WT8YLssJTA8/s400/Acioli.jpg ACESSO: 19/06/20022 Contexto: O Coronelismo é um fenômeno da política brasileira ocorrido durante a Primeira República. Caracteriza-se por uma pessoa, o coronel, que detinha o poder econômico e exercia o poder local por meio da violência e trocas de favores. A palavra Coronelismo é, na realidade, um abrasileiramento da patente de coronel da Guarda Nacional. O cargo era utilizado para denominar os cargos aos quais as elites locais poderiam ocupar dentro do escalão militar e social brasileiro. Esse fenômeno teve início durante o Período Regencial (1831-1842). Política: Então se vivia uma conturbada e violenta campanha eleitoral no Ceará, graças ao Salvacionismo pretendido pelo presidente Hermes da Fonseca, que procurava enfraquecer as oligarquias regionais contrárias ao seu poder. Dentro das política das Salvações, foi lançada a candidatura de Franco Rabelo para o governo, enquanto Accioli apontava como seu candidato Domingos Carneiro. Em Fortaleza, houve uma passeata de crianças em favor de Franco Rabelo, a qual foi repreendida duramente pelas forças policiais, causando a morte de algumas crianças e ferindo outras tantas. Sedição de Juazeiro: União I: União II: Em consequência, a população fortalezense se revoltou contra o governo, mergulhando a capital em verdadeiro estado de guerra civil durante três dias. Accioli teve, então, que renunciar ao governo cearense, tendo como garantia o direito de permanecer vivo e poder fugir do Estado. Franco Rabelo foi eleito para governar o Ceará logo em seguida, mas acabou sendo deposto por outra revolta, a Sedição de Juazeiro, entre 1913 e 1914. Juazeiro do Norte era uma cidade recém- emancipada do Crato. Seu surgimento se deveu ao carismático Padre Cícero, que, após ter ficado famoso devido ao suposto milagre da Beata Maria de Araújo (cuja hóstia teria se transformado em sangue), conquistou uma imensa massa de sertanejos pobres e religiosos. Muitos passaram a morar em Juazeiro, de modo que em pouco tempo o local possuía milhares de moradores. Como não tinha o apoio da alta hierarquia católica, Padre Cícero procurou evitar que Juazeiro tivesse o mesmo fim trágico de Canudos e aliou-se ao poder político dos coronéis, posicionando-se ao lado da oligarquia de Nogueira Accioli. Embora mantendo a proximidade com o povo, o padre tornou-se, para alguns, um "coronel de batinas". Franco Rabelo havia, em pouco tempo, perdido o apoio de muitos políticos que o haviam ajudado a chegar ao poder - a Assembleia Legislativa tentou até mesmo, sem sucesso, votar o impeachment do "salvacionista". Os oposicionistas tentaram, então, convocar extraordinariamente a Assembleia Legislativa em Juazeiro e cassaram o mandato de Rabelo. Este, que tinha ainda bastante apoio em Fortaleza, mandou tropas para Juazeiro do Norte, pretendendo derrotar os golpistas. @ LU C4 SC A RN EI RO 14 https://pt.wikipedia.org/wiki/Salvacionismo https://pt.wikipedia.org/wiki/Hermes_da_Fonseca https://pt.wikipedia.org/wiki/Fortaleza https://pt.wikipedia.org/wiki/Sedi%C3%A7%C3%A3o_de_Juazeiro https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B4nio_Pinto_Nogueira_Accioli https://pt.wikipedia.org/wiki/Sedi%C3%A7%C3%A3o_de_Juazeiro https://pt.wikipedia.org/wiki/Juazeiro_do_Norte https://pt.wikipedia.org/wiki/Crato_(Cear%C3%A1) https://pt.wikipedia.org/wiki/Padre_C%C3%ADcero https://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_de_Ara%C3%BAjo https://pt.wikipedia.org/wiki/Canudos https://pt.wikipedia.org/wiki/Coron%C3%A9is_de_Batina FONTE:https://www.historiadeboaviagem.com.br/administrac ao-de-1912-a-1916/seca-de-1915/ ACESSO: 19/06/20022Conclusão: Os sertanejos, incitados pelo Padre Cícero e pelos coronéis, acreditaram ser aquela uma agressão contra o "Padim Ciço". Iniciou-se um verdadeiro clima de guerra santa em Juazeiro. Após meses de combate, os seguidores de Padre Cícero venceram as tropas de Rabelo e iniciaram uma longa marcha até Fortaleza, obrigando Rabelo a renunciar ao governo cearense. Após a Sedição de Juazeiro, estabeleceu- se um certo equilíbrio entre as oligarquias cearenses, não havendo mais conflitos militares entre elas. O povo, no entanto, continuou reprimido e sem voz. Salvacionismo: Política das Salvações ou Salvações Iniciais foi implantada por Hermes da Fonseca, originalmente contra a "campanha civilista". Consistia em promover intervenções militares. Começaria em São Paulo, o que não se conseguiu realizar, para enfraquecer os cafeicultores. Com o fracasso em São Paulo, o general Dantas Barreto assumiu o governo de Pernambuco. Esses golpes repetiram-se no Ceará e Alagoas. O governo acreditava que, dessa forma, moralizaria o país. A "política das salvações" apenas substituía o poder de velhas oligarquias por outras, e o projeto original de "moralizar os costumes políticos e reduzir as desigualdades sociais" não se realizou. VER AULA Coronéis do Cariri Odisseia Cangaço Utilize a câmera do seu celular ou o app de Scanner para ver a aula AULA VER AULA Os Cearenses - Ceará República no Fundação Demócrito Rocha Utilize a câmera do seu celular ou o app de Scanner para ver a aula FONTE:https://s1.static.brasilescola.uol.com.br/be/e/Revolta %20de%20Juazeiro%20-%20BRASIL%20ESCOLA(1).jpg ACESSO: 19/06/20022 @ LU C4 SC A RN EI RO 15 https://pt.wikipedia.org/wiki/Hermes_da_Fonseca https://pt.wikipedia.org/wiki/Campanha_civilista https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Paulo_(estado) https://pt.wikipedia.org/wiki/Caf%C3%A9 https://pt.wikipedia.org/wiki/Dantas_Barreto https://pt.wikipedia.org/wiki/Pernambuco https://pt.wikipedia.org/wiki/Cear%C3%A1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Alagoas https://youtu.be/rHXSUrAdtao https://youtu.be/r9iJpRgWTyc https://www.youtube.com/channel/UC3zlt0YbgWNlNTnWNVbKYcg Oligarquias no Ceará proteção das coortes castrenses locais edos benfeitores da República. O tratamento reservado pelos historiadores para o presidente Accioly, na maior parte dos registros e da crônica histórica, traduz um pensamento incompreensível em pessoas que cuidam do ofício delicado das narrativas políticas. No Ceará, grande parte das análises políticas e de governo filia-se às adesões político-partidárias remanescentes de uma disputa sem tréguas entre “aciolistas” e “rabelistas". Abelardo F. Montenegro cuidou com segurança de alguns aspectos que associam, em textos de análise e interpretação cuidadosos, as íntimas relações entre as oligarquias e os interesses dos negócios do Estado. De lá para cá, transcorridos tantos anos, surgiram produções esparsas que revelam, contudo, que o interesse por essa saga de oligarcas continua vivo. Joaryvar Macedo, com o “Império do Bacamarte”, Nertan Macedo com vasta obra em romance e registros da crônica histórica, e mais recentemente João Macedo Coelho Filho, com “Bala de Algodão”, trazem contribuição relevante para melhor compreensão do cangaço e das oligarquias das grandes famílias. Para a reconstrução das oligarquias, das relações weberianas de lealdade e proteção, do voto e da eleição, como Contexto: O presidente provincial Antonio Pinto Nogueira Accioly, tão amargamente tratado pelos historiadores cearenses, é um político em busca de uma biografia. Oligarcas, foram quase todos os governantes do Ceará ou o são, nestes tempos modernos. Poucos chegaram ao governo provincial, no período imperial ou no Ceará republicano, sem o peso da família, do nome e dos arranjos de greis bem dotadas de bens e de relações propícias — e do voto disciplinado dos currais eleitorais. As novas oligarquias oferecem uma composicão mais sofisticada das suas relações íntimas com o público e o privado. Abandonaram o fraque, já não contam com os favores das eleições a “bico-de-pena”. Enfrentam, entretanto, com indisfarçável indiferença as urnas invioláveis da engenharia “cyber” do ministro Moraes. As novas oligarquias demonstram, no Brasil, um edificante apelo familiar, o poder local reproduz-se, graças a estes liames de solidariedade, à mesa do almoço — e impõe-se aos incautos (pessoas sem moral) como instrumento de gestão dos árduos e patrióticos negócios de governo. As oligarquias são construídas a partir de bens de raiz intranferíveis: nascimento, propriedades, direitos de posse, influência e recursos políticos — tudo associado a relações entre proprietários e posseiros, sobre as quais se afirmam conexões de lealdades recíprocas e de proteção. Nogueira Accioli era um homem bem nascido, exigência corrente por aqueles tempos para acesso e alcance dos assuntos da política, incontornável para os negócios do poder. Culto, governou segundo os padrões da época, até ser defenestrado por um certo Coronel Franco Rabelo, vindo de outras estâncias, sob a pr FONTE:http://www.fortalezaemfotos.com.br/2010/12/oligarqu ia-nogueira-accioly-e-politica.html ACESSO: 19/06/20022 @ LU C4 SC A RN EI RO 16 VER AULA 90 - Ceará, Nossa História, Nossa Gente: a Oligarquia Comandada por Nogueira Accioly Jonasluis da Silva de Icapui Utilize a câmera do seu celular ou o app de Scanner para ver a aula AULA VER AULA História e Cultura: As Oligarquias Cearenses - 9ª ano Eu, professora Utilize a câmera do seu celular ou o app de Scanner para ver a aula construção do poder político que dominou e governou o Ceará, carecemos de pesquisadores e do mergulho nas fontes primárias, de documentação farta e perquirida com disciplina. Esta é uma provocação, o repto lançado a historiadores, sociólogos, cientistas políticos e antropólogos para um mergulho nas entranhas do Ceará para delas arrancar um retrato consistente em preto-e-branco das oligarquias e dos oligarcas. É tempo de levar-se a sério este capitulo trágico da vida política cearense. Movimento de 1817 no Ceará e a participação do Cariri Contexto: O rápido progresso da revolução no Brasil contagiou os patriotas pernambucanos, pensavam que as províncias do norte (NE) mais distantes da corte, seriam mais solícitas com o movimento, a base do plano era apressar a revolução na Bahia e no Ceará, dois pontos da maior importância. Dois sacerdotes foram enviados como agentes secretos a essas duas províncias; para o Ceará ofereceu-se o jovem subdiácono José Martiniano de Alencar. FONTE:https://cdn.brasildefato.com.br/media/432405e931a6 440c024b42e17064f5c9.jpg ACESSO: 19/06/20022 @ LU C4 SC A RN EI RO 17 https://youtu.be/Q4umIO8OJ_Q https://youtu.be/cpf4de9iObU https://www.youtube.com/channel/UCvjkHwlX8Ou6UK0eidajk_Q Os fatores: A sua oferta foi aceita por ser ele natural da Vila do Crato e pessoa muito querida pelo pároco dessa Vila, os párocos do Sertão tinham grande influência. O Capitão-Mor da mesma vila era um certo Filgueiras, pessoa cruel a quem os sertanejos temiam e chamavam de bruxo, devido a impunidade com que vivia, sua casa era um covil de criminosos que cometiam todo tipo de atrocidade ao mais simples aceno de Filgueiras. Os ingênuos patriotas de Pernambuco acreditaram que se conquistando tal indivíduo, ganhava-se a província inteira do Ceará, e que para ganhá-lo bastaria a vontade do pároco, o qual não podia deixar de ceder ao pedido do seu predileto. Para ajudar Martiniano nessa missão, acompanhou-lhe um certo Miguel Joaquim Cézar, pessoa que parecia prudente e dia ter relações nos sertões daquela província. Durante a viagem, iam os mensageiros com cautela, mas se encontrassem alguém disposto a aderir a causa, poderiam incitar seu patriotismo, mostrando as vantagens de não serem mais governados por estrangeiros que sugavam as riquezas do Brasil e tratavam a todos com tirania. Deveriam ir até Pombal ter com o vigário, onde teriam notícia da comarca do Ceará e do padre Luiz José, caso o vigário de kkkk Pombalestivesse solidário à causa, deveria José Martiniano ficar com ele e dali escrever cartas aos amigos de Icó, essas cartas deveriam ser persuasivas, mas sem comprometer o destinatário. Caso o padre Luiz José não estivesse favorável à revolução, seguiriam até o Crato, mas se pudessem contar com o padre, fariam a revolução no Crato e Icó. Depois, pedindo apoio a Pernambuco, poderiam seguir para Aracati e Sobral, e com o apoio dessas quatro vilas, mesmo sem a ajuda de Pernambuco, poderiam atacar a vila de Fortaleza. Chegando ao Crato, Martiniano se separou de seu companheiro, que ficou na fazenda do Padre Luiz José, e seguiu ao encontro do padre, onde contou-lhe os acontecimentos das províncias revoltadas, valendo-se da amizade entre os dois para convencê-lo a conquistar o temível Capitão-Mor. Porém, foi em vão essa tentativa e o padre tentou dissuadi-lo do contrário, temendo pela vida do amigo, suplicou-lhe que desistisse da revolução, mas, em vão. Por acaso, encontrou Martiniano um carmelita, frei Francisco de Santa Mariana Pessoa, a quem vinha recomendado. Tentou convencer então, reforçado pelo frei, ao poderoso Capitão-Mor Filgueiras, que de nada adiantou, nada convencia aquele velho mandão. Depois de longo silencio originado pelo desprezo e não pela meditação, dignou-se a responder que a tentativa de revolução era pouco segura e que não a apoiaria. Pediu então Martiniano, que ao menos não se opusesse a vontade do povo, a velha raposa concordou, mas era tudo artifício para engana-los, que crédulos, de nada desconfiaram. Logo Martiniano comunicou aos companheiros e começaram a planejar a revolução na vila. FONTE:https://static.historiadomundo.com.br/2019/09/dom- pedro.jpg ACESSO: 19/06/20022 @ LU C4 SC A RN EI RO 18 Movimento: Conclusão: O próximo dia santo, em que ele devia celebrar, foi o dia marcado para o inicio da revolução. Congregaram-se na igreja os fiéis, ao final de celebração, Martiniano vestido com sua batina, sobe ao púlpito e conta ao povo as ideias de independência , todos gritaram vivas e aplaudiram, retiraram-se para o terreno em frente a igreja e hastearam um bandeira branca, em sinal de alegria, dispararam a espingarda que traziam. Continuavam a festejar quando viram Filgueiras ao longe, isso fez com que cabisbaixos todos fossem para suas casas. E vão tentou Martiniano convencê-los de que a presença do homem era para testemunhar a alegria, pois seria tolerante com a manifestação. Poucos creram nisso e com simplicidade entoaram vivas à Pátria. Aproximou-se então o Capitão-Mor e com um simples gesto, impôs silencio, fez arrancarem a bandeira branca e com que gritassem “Viva El-Rei”, todos humildemente obedeceram. Ainda não satisfeito, mandou agarrarem Alencar e três dos seus principais companheiros e leva-los para a cadeia, onde com pesadas correntes no pescoço, foram arrastados de prisão em prisão até a capital, sofrendo todo tipo de tormentos e torturas, por toda a viagem. Não escaparam da fúria do monstro nem mesmo o padre Luiz José e D. Bárbara de Alencar, bem como outros revolucionários, alguns dias depois. Assim finalizou a revolução do Crato, as demais vilas não deram sinal de vida. Era governador do Ceará, Manoel Inácio de Sampaio, e sua vigilância redobrou depois isso. Não tendo forças suficientes para atacar as províncias insurgidas, contentou-se em assegurar a que governava, dando ordens severas a todos os Capitães-Mores e agindo com toda a violência contra qualquer cidadão do qual desconfiasse, como fez com o ouvidor da comarca João Antônio Rodrigues de Carvalho, que por ter tido relações de amizade com Domingos José Martins, a ambos mandou prender e transferir para as prisões de Lisboa. AULA VER AULA Historia do Ceará a Republica Velha no Ceará e o Coronelismo. Aula 04 Utilize a câmera do seu celular ou o app de Scanner para ver a aula VER AULA História do Ceará | Política Oligárquica, Coronelismo e Clientelismo Utilize a câmera do seu celular ou o app de Scanner para ver a aula @ LU C4 SC A RN EI RO 19 https://youtu.be/spFnK0H5_F8 https://youtu.be/7cjb-88xQ7U O movimento armado de 1832 Contexto: A Insurreição do Crato foi um movimento ocorrido durante o período regencial do império brasileiro. Ele aconteceu como resposta à abdicação de D. Pedro I. O retorno do imperador à Europa, quando a nação ficou à espera da maioridade de D. Pedro II, provocou inúmeras rebeliões por todo o país. Foi um período de incertezas que gerou reações diversas. Uma delas ocorreu no Crato, interior do Ceará, entre os anos de 1831 e 1832. O líder do movimento foi Joaquim Pinto Madeira, e as tropas que o seguiam lutavam, dentre outras pautas, pela restauração de Pedro I. Em seu movimento anularam a abdicação do imperador e deram início a um governo provisório para todo o Cariri. No entanto, o movimento acabou derrotado pelas tropas de Pedro Labatut, tendo seu líder preso, julgado e fuzilado. Para compreender o que levou à revolta e mesmo a formação da liderança de Pinto Madeira é preciso voltar um pouco no tempo. Em 1817 Pinto Madeira foi nomeado para comandar o grupo que levou os presos da região do Crato para Fortaleza durante a revolução que lutava pela república, inspirada nos ideais que se espalhavam pela América à época. Algum temo depois, em 1824, o mesmo Joaquim Pinto Madeira foi promovido a Comandante Geral das Armas do Crato. Mas, depois, sua vida foi marcada por perseguições de ordem política: teve o decreto que o promoveu a comandante cassado, foi preso em duas ocasiões e foi declarado inimigo da constituição. Foi o cônego Antônio Manuel de Souza que insistiu que resistisse às perseguições e agisse. Assim, buscou a Câmara para denunciar as perseguições que ocorriam na região. Em dezembro de 1831 a câmara se reuniu e decidiu por armar a população em defesa do povo da Vila do Jardim e nesse contexto Francisco Xavier de Souza fora nomeado comandante da força a fim de defender a vila do ataque dos cratenses republicanos que se organizavam para o combate. Mas, o comandante passou para o lado dos cratenses e quem assumiu o comando em seu lugar fora Joaquim Pinto Madeira, tornando-se liderança. Dias depois a câmara se reúne novamente com vistas a seduzir mais cidadãos à luta: ofereciam 240 réis por dia para quem se apresentasse armado, e a metade do valor para aqueles que se apresentassem sem armas. Joaquim Pinto Madeira sabia que os cratenses revoltosos estavam se organizando para invadir a Vila do Jardim, e no final do mês de dezembro, em contra-ataque, partiu em direção ao Crato, com tropas chefiadas por Francisco Xavier de Matos. O combate entre as tropas ocorreu em 27 de dezembro de 1831. As tropas se encontraram no meio do caminho e o Crato, chefiado por Luiz Rodrigues Chaves, foi derrotado neste conflito. Pinto Madeira chegou à Vila do Crato no dia seguinte, com uma tropa grande e forte, gerando medo e insegurança entre os cratenses, que fugiram depois da derrota. O grupo sob a liderança de Pinto Madeira seguiram rumo a Fortaleza, com o objetivo de depor o presidente da província José Mariano de Albuquerque Cavalcante, que se tornou o principal opositor a Joaquim Pinto Madeira. José Mariano ordenou que o major Francisco Xavier Torres partisse em direção ao Cariri para combater os rebeldes que lá se encontravam e em 6 de fevereiro de 1832 se deu o conflito entre as duas tropas, que resultou na derrota dos rebeldes. No entanto Pinto Madeira não desistiu de sua missão e procurou juntar mais voluntários. O major, notando a capacidade de organização de Pinto Madeira se retirou e preparou o ataque. @ LU C4 SC A RN EI RO 20 https://www.infoescola.com/historia-do-brasil/periodo-regencial/ https://www.infoescola.com/historia/abdicacao-de-dom-pedro-i/ https://www.infoescola.com/biografias/dom-pedro-ii/ Contando com o despreparo e o cansaço das tropas de Pinto Madeira, Torres surpreendeu as tropas do inimigo e uma série de derrotas acabaram na rendição dos líderes – Joaquim Pinto Madeira e Pe. Antônio Manuel de Souza – em12 de outubro de 1832, e também de mais de mil e quinhentos revoltosos. Joaquim Pinto Madeira foi julgado e condenado à morte, tendo sido fuzilado em 28 de novembro de 1834. VER AULA A revolução de 1817 e a independência do Crato Ceará Almeida Junior Locutor Utilize a câmera do seu celular ou o app de Scanner para ver a aula AULA VER AULA Crato na Revolução Pernambucana de 1817 Prefeitura do Crato Utilize a câmera do seu celular ou o app de Scanner para ver a aula FONTE:https://3.bp.blogspot.com/tVw0BOFdA8w/WMfsxtLPuPI/AAAAAAAAUAM/W1wmt4G5vXEcHA97nTVK3oDYchDjGkG3gCEw/s 1600/Local-da-Revolucao.jpg ACESSO: 19/06/20022 @ LU C4 SC A RN EI RO 21 https://youtu.be/Vnw2hJ9cjwc https://www.youtube.com/c/AlmeidaJuniorLocutor https://youtu.be/Om9GRvyp5OM O caldeirão do Beato Zé Lourenço FONTE:https://vermelho.org.br/wpcontent/uploads/2019/10/c aldeirao2.jpg109400.jpg ACESSO: 19/06/20022 Contexto: A revolta: No ano de 1890, Zé Lourenço chega a Juazeiro do Norte. Ele saiu da Paraíba, com outros romeiros, agricultores sem- terra, atraídos pela fama do Padre Cícero. Logo que chega em Juazeiro, Zé Lourenço participa do grupo dos Penitentes. Depois aconselhado pelo "Padim Ciço", ele arrenda uma terra no Sítio Baixa Dantas, perto do Crato. A terra era do Cel. João de Brito. O Padre Cícero sempre visitava o Sítio Baixa Dantas e ficava feliz de ver tanta fartura. Todos lhe queriam muito bem. Em 1914, houve uma revolta entre Juazeiro e Fortaleza. Zé Lourenço não entrou nos combates. Mas o exército do governo passou pelo sítio e fez muitas destruições. Quando terminou a guerra, o Beato voltou para o sítio e recomeçou tudo de novo. A paz não durou muito tempo. O Cel. João de Brito vendeu o terreno para outro proprietário e o novo dono exigiu a entrega das terras ocupadas pelo Beato. Naquele tempo não tinha nenhuma defesa para o trabalhador rural, nem sindicato existia. O Beato e todos os seus companheiros foram expulsos da terra, sem nenhuma indenização pelas benfeitorias de tantos anos. Isso aconteceu em 1922. Padre Cícero: 1932: 1934: Em 1926, "Padim Ciço" mandou o Beato Zé Lourenço juntar umas famílias para tomar conta do Sítio Caldeirão. Esse sítio, de propriedade do "Padim Ciço", fica na Serra do Araripe no município do Crato. Era chamado Caldeirão, devido o grande caldeirão de pedra que conservava água até o verão. Em pouco tempo o trabalho de tantos agricultores conseguiu transformar o Caldeirão em uma terra muito produtiva. Lá eles produziam, também, as ferramentas de trabalho, roupas e calçados. Mil novecentos e trinta e dois foi o ano de grande seca em todo o Nordeste. Em todo canto morria gente de doença e de fome. Mas no Caldeirão não morreu nenhuma pessoa de fome. Nos armazéns tinha o suficiente para todo aquele povo comer. Não faltou comida pra ninguém, nem para os flagelados que chegaram. Os políticos e donos de terras não viam com bons olhos a concentração de trabalhadores em Caldeirão, que além de não pagarem renda, dificultavam a mão de obra barata nas fazendas. Lembravam da experiência de Canudos e tinham medo que o povo na posse da terra livre, criasse uma organização forte como a de Canudos. Padre Cícero morreu em 1934, Caldeirão perdeu seu defensor. Suas terras foram procuradas pelos Salesiano, que se consideravam herdeiros do Padre. Mas a autoridade do Beato Zé Lourenço aumentava e Caldeirão estava se transformando num grande centro de romaria. O Bispo e os padres estavam bastantes preocupados. Políticos da região, grandes proprietários de terra, a justiça e a Igreja juntam-se aos poderosos da capital e montam um plano de destruição contra o Caldeirão. @ LU C4 SC A RN EI RO 22 Primeira Expedição: Segunda Expedição: Conclusão: A primeira expedição foi realizada em 11/09/1936 e foi comandada pelo capitão Cordeiro Neto, que mais tarde foi prefeito de Fortaleza. Inicialmente queriam oferecer passagens de trem para as famílias transportarem as bagagens e se retirar do local. O povo não aceitou. Os soldados cumpriram as ordens chegadas de Fortaleza. Queimaram 400 casas, as moagens e as roças. Nenhuma arma foi apreendida, ninguém tinha arma entre os dois mil habitantes do Caldeirão. Os soldados roubaram tudo que podiam levar. A segunda expedição para destruir Caldeirão ocorreu em 11/05/1937, e encontrou resistência de um grupo liderado por Severino Tavares. Este líder passou a contrariar as ordens do Beato Zé Lourenço que pregava a resistência, mas sem tocar em armas. Nesse confronto morreram um capitão, seu filho, um sargento e um soldado. Outros soldados ficaram feridos. Três camponeses morreram. O governo do Estado telegrafou pedindo reforço Federal que enviou uma esquadrilha de aviões. Bombardearam as casas e as roças dos trabalhadores. Foi uma coisa horrível. Cerca de mil trabalhadores foram mortos. Zé Lourenço e seu povo voltaram para Caldeirão, começaram tudo de novo. Quando já estavam situados, chegou uma carta dos salesianos, ordenando que ele se retirasse com toda a população. Zé Lourenço saiu direto para Pernambuco, foi para a fazenda União, em Exu. Lá morreu de peste bubônica, no dia 12 de dezembro. Seu corpo foi sepultado em Juazeiro do Norte. Caldeirão foi destruído, mas até hoje milhões de posseiros e trabalhadores sem-terra continuam na mesma busca de uma nova terra. Na busca de terra livre, onde possam trabalhar como irmãos. VER AULA Os Cearenses 18 - Beato José Lourenço Fundação Demócrito Rocha Utilize a câmera do seu celular ou o app de Scanner para ver a aula AULA VER AULA Caldeirão do beato Zé Lourenço - Documentário da TV Assembleia do Ceará - 04/02/2012 Frei Gilvander Luta pela Terra e por Direitos Utilize a câmera do seu celular ou o app de Scanner para ver a aula FONTE:http://3.bp.blogspot.com/dQePl_gYw7M/Un0l28 9jfxI/AAAAAAAAFY4/Ypl6lOo4zII/s1600/4217288.jpg ACESSO: 19/06/20022 @ LU C4 SC A RN EI RO 23 https://youtu.be/kDPyNkRDJM4 https://youtu.be/Z2DVrL_dEcI A sedição de 1914 1914: Em 1911, com o apoio dos fazendeiros, foi eleito Prefeito de Juazeiro, e tornou-se símbolo da revolta sendo considerado um santo, profeta e protetor dos nordestinos. Em 15 de dezembro de 1913, uma assembleia dissidente, no Ceará, declarou o governo de Franco Rabelo como ilegal, nomeando, prontamente, um governo provisório com Floro Bartolomeu como presidente. Mas, três dias mais tarde (em 18 de dezembro), Rabelo enviou tropas estaduais para uma invasão à cidade do Crato e, em seguida, a Juazeiro, sob comando de Alípio Lopes para dar fim à sedição. Em 24 de janeiro de 1914, Crato foi ocupada pelas tropas dos sediciosos de Juazeiro, como eram chamados. Os revoltosos seguiram para Fortaleza com o objetivo de derrubar o governador, com a ajuda do senador Pinheiro Machado, e a ocuparam em 19 de março de 1914. Junto com a tropa federal, os combatentes de Floro Bartolomeu ainda ocuparam Miguel Calmon, Senador Pompeu, Quixeramobim e outras cidades. Cercado, Franco Rabelo não teve como reagir e foi deposto em 15 de março de 1914. Estava concluída a revolução de Juazeiro. Como troféu, a Nova Jerusalém foi elevada à categoria de cidade a 23 de julho do mesmo ano, e Padre Cícero Romão Batista foi consagrado como um dos mais proeminentes coronéis da política republicana do país. Contexto: Coronelismo: Padre Cícero: A Revolta ou a Sedição de Juazeiro, foi um conflito popular ocorrido em 1914 durante a República Velha (1889-1930) na cidade de Juazeiro do Norte, no sertão do Cariri, Ceará. Ocupava o cargo de presidente do país, o Marechal Hermes da Fonseca (1855- 1923), que adotou medidas de intervenção política, conhecida como “Política das Salvações”, a fim de combater as lideranças políticas (na época os coronéis) que dificultavam a atuação do poder. O pacto dos coronéis, assinado dia 04 de outubro de 1911, tinha o intuito de combater a “política das salvações”, proposta pelo governo federal, bem como assegurar o retorno da família Acyoli ao poder. Esse pacto reunia 17 chefes políticos de diversos locais do sertãodo cariri, a saber: Crato, Juazeiro, Santana do Cariri, São Pedro do Cariri (Caririaçu), Missão Velha, Araripe, Jardim, Milagres, Porteiras, Assaré, Várzea Alegre, Brejo Santo, Campos Sales, Aurora, Lavras da Mangabeira, Barbalha e Quixará (Farias Brito). Padre Cícero Romão Batista (1844-1934), popularmente chamado de “Padim Ciço”, nasceu no Ceará e foi um dos mais importantes líderes da Revolta do Juazeiro. Figura mística, muito respeitado e querido, ao lado da família tradicional Acyoli, liderada pelo coronel Antônio Pinto Nogueira Accioly, então presidente do Ceará, que possuía grande poder na época, Cícero convocou a população para lutar contra o Estado e reivindicar o poder, que estava anteriormente, dominado pelas oligarquias do Ceará. FONTE:http://www.fortalezaemfotos.com.br/2011/02/o- governo-franco-rabelo-e-sedicao-de.htmlACESSO: 19/06/20022 @ LU C4 SC A RN EI RO 24 https://pt.wikipedia.org/wiki/Fortaleza Fim de um sonho: como posteriormente proclamou a Confederação do Equador a 2 de julho, convidando as outras Províncias do Nordeste para aderirem ao movimento. A atitude de Pais de Andrade ocasionou a intervenção das tropas de 1ª linha localizadas em Recife, sob o comando dos Majores Bento José Lamenha Lins e Antônio Corrêa Seara, os quais prenderam o chefe dos rebelados, recolhendo-o ao Forte do Brum. As tropas de Olinda revoltaram-se e a própria guarnição do Forte aderiu à revolução, libertando Pais de Andrade, que se dirigiu para Olinda, sendo recebido triunfalmente pela população. Em face da situação as tropas leais ao Imperador saíram de Recife juntamente com Pais Barreto, e acamparam na região de Barra Grande, em Alagoas. O Imperador reagiu prontamente. Fez uma proclamação ao Exército, decretou a suspensão das garantias constitucionais em Pernambuco e estabeleceu uma comissão militar sob a chefia do Brigadeiro Francisco de Lima e Silva para processar e julgar sumariamente os chefes da rebelião. Sentindo-se apoiado pelos movimentos no Ceará, na Paraíba e no Rio Grande do Norte, Pais de Andrade lançou a 2 de julho de 1824 um manifesto expondo as razões do separatismo e concitando o povo a aderir à causa republicana. Após algumas tentativas infrutíferas de armistício, Lima e Silva ordenou o ataque contra Recife, ao alvorecer de 17 de setembro. A resistência encontrada foi fraca. James Norton e seus marujos tomaram o Forte do Brum, enquanto as forças de Lima e Silva ocuparam o Forte do Buraco e entraram em Olinda. Vários chefes do movimento escaparam para o interior, sendo perseguidos. Dominada a revolução em Pernambuco, foco principal, logo o seria também no Ceará, na Paraíba e no Rio Grande do Norte. VER AULA Revolta de Juazeiro do Norte Evolucional Utilize a câmera do seu celular ou o app de Scanner para ver a aula AULA VER AULA Revolta de Juazeiro h de História Utilize a câmera do seu celular ou o app de Scanner para ver a aula Participação do Ceará e do Cariri na Confederação do Equador Contexto: Os ideais republicanos que durante vários anos vinham inspirando influentes líderes em Pernambuco encontraram terreno propício no agitado período dos primeiros anos da independência. @ LU C4 SC A RN EI RO 25 https://youtu.be/WaQ484vxwvw https://www.youtube.com/c/EvolucionalBr https://youtu.be/ZMwHMWnfuVU O julgamento: Conclusão: Numerosos revolucionários remanescentes foram surpreendidos no Engenho do Juiz, Ceará, em 28 de novembro, pelas forças legais do Major Lamenha Lins. Terminava pois a Confederação do Equador, sonho republicano que, por breve período, ameaçou a unidade nacional. Dos que foram julgados pelo tribunal instalado em Recife, 17 foram condenados à morte. Entre eles figuravam João Guilherme Ratcliff, um português que chegara havia apenas um ano, João Metrovich, maltês, o pernambucano Joaquim da Silva Loureiro, enforcados no Largo da Prainha (Praça Mauá), no Rio de Janeiro, em 17 de março de 1825, e Frei Joaquim do Amor Divino e Caneca, fuzilado em Recife, a 13 de janeiro de 1825. O Padre José Antonio Caldas conseguiu evadir-se, obtendo refúgio no Uruguai, vindo mais tarde a influenciar Bento Gonçalves e a revolta que este dirigiu na Província do Rio Grande do Sul. Tanto Lima e Silva como Conrado Niemeyer endereçaram representações ao Imperador, em favor dos implicados. O perdão imperial atingiu a muitos desses condenados, destacando-se Manuel de Carvalho Pais de Andrade, que voltou a Pernambuco e, em 1831, se elegeu Senador do Império por essa Província. VER AULA Utilize a câmera do seu celular ou o app de Scanner para ver a aula As ações: Ao Ceará acorreram muitos dos fugitivos pernambucanos. A cidade de Crato, no Cariri, transformou-se no principal reduto revolucionário, concentrando figuras tradicionais ligadas ao movimento, como José Martiniano de Alencar e Bárbara de Alencar. Em 26 de agosto de 1824 foi declarada a anexação do Ceará à Confederação do Equador. Os combates entre as forças imperiais e as dos chefes revoltosos Tristão Gonçalves Pereira de Alencar Araripe e José Pereira Filgueiras terminaram com a derrota destes, sendo morto o primeiro e aprisionado o segundo. Com as derrotas de Missão Velha e Rio do Peixe, eclipsaram-se os revolucionários cearenses. Instalou-se na Província, por ordem do governo imperial, a comissão militar chefiada pelo Tenente- Coronel Conrado Jacob Niemeyer para julgar os chefes subversivos. O movimento chegou a atingir várias povoações na Paraíba, particularmente nas proximidades da fronteira pernambucana. A ação dos governistas, ocupando a Vila do Pilar e Itabaiana e derrotando completamente os rebeldes em Cerro d'Anta, aniquilou a insurreição. No Rio Grande do Norte ocorreram fatos análogos; o bloqueio do litoral e a ação das forças terrestres legalistas desarticularam o movimento. AULA VER AULA HISTÓRIA DO CEARÁ - AULA V Professor Juciê Lacerda 10_12 Heróis da Solidão_o Ceará na Confederação do Equador.flv Utilize a câmera do seu celular ou o app de Scanner para ver a aula @ LU C4 SC A RN EI RO 26 https://youtu.be/5-uC8fNLs44 https://youtu.be/0EAC0FfUbg4 https://www.youtube.com/c/ProfessorJuci%C3%AALacerda No final do século XIX e nas primeiras décadas do século XX, o Nordeste brasileiro foi assolado por uma série de secas que provocaram a saída de sertanejos para o litoral e, especificamente, para as capitais dos estados nordestinos. Essa fuga massiva, entretanto, não foi fácil, pois, além do percurso longo e precário, os interioranos enfrentaram o despreparo governamental para lidar com a situação de desterro vivido pelos deslocados internos, o que provocou uma das maiores catástrofes da História do Brasil: a criação de campos de concentração para os flagelados da seca, os chamados “currais do governo”. Cenário do livro “O Quinze”, de Rachel de Queiroz, no ano de 1915, foi criado o Campo de Alagadiço, na região oeste de Fortaleza. Este campo, o primeiro de muitos outros, chegou a abrigar mais de oito mil pessoas e foi visto como uma forma de conter a invasão dos esfomeados à capital cearense e manter a ordem no estado. Baseando-se nos acontecimentos da Seca dos Dois Setes (1877), na qual cerca de cem mil pessoas saíram dos sertões e ocuparam Fortaleza, trazendo fome, miséria e doenças, o Governo oligarquista criou uma forma prática e racional de afastar a visão da necessidade da elite citadina e prolongando o sofrimento de milhares de pessoas em total descaso para com as condições básicas de vida e para com a dignidade da pessoa humana. Em 1932, dezessete anos após a criação de Alagadiço, a política dos campos de concentração voltaria com mais força: além daquele, criou-se o Campo do Urubu, no atual bairro do Pirambu, em Fortaleza. Porém, tais lugares teriam sua existência perpetuada no interior cearense, mais especificamente no município de Senador Pompeu, local onde ainda existem as ruínas do Campo do Patu, que chegou a abrigar mais de vinte mil deslocados internos aproximadamente Os "Currais humanos" no interior do Ceará VER AULA Campos de concentração no CearáLeitura ObrigaHISTÓRIA Utilize a câmera do seu celular ou o app de Scanner para ver a aula AULA VER AULA Memórias do Campo de Concentração da Seca de 1932 - CÍCERO CLARA [Campos de Concentração do Ceará] Utilize a câmera do seu celular ou o app de Scanner para ver a aula 17% da população fortalezense à época e que permanece sendo o único ainda de pé: todos os demais foram destruídos pela ação do tempo e do governo. O motivo? Talvez a pífia tentativa de esconder um passado não tão distante, onde a humanidade deixou de existir e as pessoas eram aquilo que Graciliano Ramos cita em Vidas Secas: bichos. @ LU C4 SC A RN EI RO 27 https://youtu.be/NLAdRwgBggg https://www.youtube.com/c/obrigahistoria https://youtu.be/oTSDnb6T7cc Escravidão e trabalho livre no Ceará Contexto: A escravidão no Brasil: A escravidão, também chamada de escravismo, escravagismo e escravatura é a prática social em que um ser humano adquire direitos de propriedade sobre outro denominado por escravo, ao qual é imposta tal condição por meio da força. Em algumas sociedades, desde os tempos mais distantes, os escravos eram legitimamente definidos como um produto. Os preços modificavam-se conforme as condições físicas, habilidades profissionais, sexo, a idade, a procedência e o destino. Quando falamos em escravidão, é difícil não pensarmos nos europeus que superlotavam os porões de seus navios de homens trazidos da África independente de suas vontades e que foram colocados à venda de forma desumana e cruel por toda a América. Entretanto, a escravidão é bem mais antiga do que o tráfico do povo africano. Ela é tão antiga quanto à própria história, quando os povos derrotados em batalhas eram escravizados por seus conquistadores. Neste caso, citamos como exemplo os hebreus, que foram vendidos como escravos desde o começo da História. Muitas das antigas civilizações empregavam e necessitavam do trabalho escravo para a execução de tarefas mais pesadas e rudimentares. Roma e Grécia são exemplos, estas possuíam um grande número de escravos; no entanto, a maioria de seus escravos eram bem tratados e tiveram a oportunidade de comprar sua liberdade. No Brasil, a escravidão teve seu início a partir da produção de açúcar na primeira metade do século XVI. Os portugueses traziam os escravos de suas colônias na África para utilizar como mão-de-obra escrava nos engenhos de açúcar da região nordeste do Brasil. Os escravos aqui no Brasil eram vendidos como se fossem mercadorias pelos comerciantes de escravos portugueses. Os mais saudáveis chegavam a valer o dobro daqueles mais fracos ou velhos. O transporte destes escravos era feito da África para o Brasil nos porões de navios negreiros. Os escravos vinham amontoados, em condições desumanas, muitos morriam antes de chegar ao Brasil, e seus corpos eram deixados no mar. Quando chegavam às fazendas de açúcar ou nas minas de ouro (a partir do século XVIII), os escravos eram tratados da pior maneira possível. Trabalhavam excessivamente (de sol a sol), recebiam uma alimentação precária e suas roupas eram trapos. A noite recolhiam-se nas senzalas (galpões escuros, úmidos e com pouca higiene) e eram acorrentados para evitar fugas. Constantemente eram castigados fisicamente, sendo que o açoite era a punição mais comum no período do Brasil colonial. Os escravos eram proibidos de praticarem a sua religião de origem africana ou de realizar suas festas e rituais africanos. Eram obrigados a seguir a religião católica, imposta pelos senhores de engenho, e também era exigido adotar a língua portuguesa na sua comunicação. Porém mesmo com todas as imposições e restrições, não deixaram a cultura africana se extinguir. Escondidos, realizavam seus rituais, praticavam suas festas, conservaram suas representações artísticas e desenvolveram uma uma arte marcial disfarçada de dança, a Capoeira. As mulheres negras também sofreram muito com a escravidão no Brasil, ainda que os senhores de engenho utilizassem esta mão-de-obra, principalmente, para trabalhos domésticos. Cozinheiras, arrumadeiras e até mesmo amas de leite foram comuns naqueles tempos da colônia. No período conhecido como o Século do Ouro (XVIII) alguns escravos conseguiam comprar sua liberdade após adquirirem a carta de alforria. Juntando alguns "trocados" @ LU C4 SC A RN EI RO 28 trocados" durante toda a vida, conseguiam a liberdade. Entretanto, as poucas oportunidades e o preconceito da sociedade acabavam fechando as portas para estas pessoas. O negro, porém reagiu à escravidão, buscando uma vida digna. Neste período eram comuns as revoltas nas fazendas em que grupos de escravos fugiam, formando nas florestas os quilombos. Estes quilombos eram comunidades organizadas, onde os integrantes viviam em liberdade, através de uma organização comunitária aos moldes do que existia na África. Nos quilombos, os negros africanos podiam praticar sua cultura, falar sua língua e exercer seus rituais religiosos. O mais famoso foi o Quilombo de Palmares, comandado por Zumbi. VER AULA Utilize a câmera do seu celular ou o app de Scanner para ver a aula AULA VER AULA Como aconteceu a escravidão no Brasil? História até a abolição Toda Matéria, História da Escravidão no Brasil e Proclamação da República (aula Completa) - Débora Aladim Utilize a câmera do seu celular ou o app de Scanner para ver a aula FONTE:https://www.sohistoria.com.br/ef2/culturaafro/p1_clip_image002_0000.jpg ACESSO: 19/06/20022 @ LU C4 SC A RN EI RO 29 https://youtu.be/qqSRyVsbjXE https://youtu.be/5gtxfsHuf5c FONTE:http://3.bp.blogspot.com/_iWKJmnG8aT4/TIllRRRuV sI/AAAAAAAAGf4/nslBZSPxcWo/s1600/escravos.jpg ACESSO: 19/06/20022 Movimento abolicionista Contexto: Características: Em 25 de março de 1884 aconteceu no Ceará a cerimônia de libertação de todos os escravos daquela província, resultado de um movimento abolicionista que mobilizou o império. A Sociedade Cearense Libertadora, a mais atuante sociedade abolicionista do Ceará e que tomou a liderança do movimento, foi fundada em 08 de dezembro de 1880 como um desdobramento da sociedade comercial Perseverança e Porvir, fundada em 1789. Já em 01 de janeiro de 1881 foi criado o jornal Libertador, Órgão da Sociedade Cearense Libertadora, por meio do qual os abolicionistas da sociedade começaram a divulgar suas ideias e iniciaram efetivamente a campanha abolicionista. Suas características mais radicais ficariam mais definidas após a greve dos jangadeiros, como ficou conhecida a paralisação ocorrida no porto de Fortaleza nos dias 27, 30 e 31 de janeiro de 1881, e mais tarde em 30 de agosto do mesmo ano. A paralisação se tornou um marco na história do Ceará e foi organizada pela Sociedade Cearense Libertadora juntamente com os jangadeiros, que eram responsáveis por levarem os escravos dos navios até a praia, e vice-versa. Nestes dias, os jangadeiros se recusaram a embarcar os escravos que seriam transportados para outras províncias e, junto com a multidão que se encontrava na praia, gritaram: “No porto do Ceará não se embarca mais escravos!”; frase que se tornou emblemática do movimento. Naquele momento, o Ceará ainda vendia escravos para outras províncias, prática fomentada pela seca de 1877, quando os fazendeiros, perdendo suas colheitas e seu gado, viram no escravo uma verdadeira moeda de troca. Dragão do Mar: Motivos: Era justamente essa prática que os abolicionistas buscariam evitar, atingindo assim a escravidão em seu ponto mais importante. Dragão do Mar — cujo curioso apelido foi dado pelo famoso abolicionista fluminense José do Patrocínio — era um homem mestiço, filho de pescadores do município de Aracati. Ele tinha por volta de 40 anos quando liderou a greve no porto de Fortaleza. Ele ajudou na fuga de escravizados, juntou dinheiro para comprar a liberdade de muitos, escondeu pessoas dentro de casa, além de outras manifestações. O movimento resultou na extinção gradual da escravidão em todos os municípios cearenses, até que foi declarada a inexistência de escravos em seu território, em 25de março de 1884. Quatro anos antes da Lei Áurea, em 1884, a província “acabou” com o sistema escravista, virando, para os bairristas, “terra da luz”, “berço da liberdade”. Há explicações para essa “precocidade” cearense. Em primeiro lugar, citaríamos o pequeno número de cativos e sua menor influência na economia local – como vimos, a economia cearense, baseada no binômio. @ LU C4 SC A RN EI RO 30 Conclusão: gado-algodão, não absolvia muita mão- de-obra escrava negra (assim, a abolição não traria muitos abalos para a economia local). Em segundo, poderíamos falar da pressão da campanha abolicionista. Como no resto do Brasil, ocorreu uma influência marcante da cultura européia sobre os cearenses na segunda metade do século XIX. As ideias de “civilização”, “progresso” e “modernização” do Iluminismo, do positivismo e outros sistemas filosóficos chocavam-se com uma instituição tão brutal como o sistema escravista. Por isso, segmentos das elites e das classes médias fundaram entidades abolicionistas (como a “Sociedade Cearense Libertadora” e o “Centro Abolicionista”), visando o fim do regime servil. Essa campanha abolicionista, contudo, não visava uma ruptura radical, mas ao fim da escravidão de forma “ordeira”, priorizando a compra de cartas de alforria. Em terceiro, citaríamos o tráfico interprovincial (a venda de escravos do Nordeste para os cafezais do Sudeste), que diminuía ainda mais o número – e o peso econômico – dos escravos locais. Também deve-se mencionar a questão das secas , como a de 1877-79, (era inviável um grande número de negros numa área sujeita a secas e, por conseguinte, à fome, à sede, à doenças.) e a atuação dos setores populares que aderiram à ideia abolicionista – o maior exemplo foi Francisco José do Nascimento, o “Dragão do Mar”, que liderou o jangadeiros em vitoriosas greves em 1881, objetivando impedir o embarque de escravos no porto de Fortaleza. Assim, em janeiro de 1883, Acarape (atual Redenção) passou para a história nacional como o primeiro núcleo urbano a libertar seus negros. Fortaleza deu liberdade a seus cativos em 24 de maio de 1883. Finalmente, a 25 de março de 1884, promulgouse lei inviabilizando a escravidão na província – embora existam registros de cativos no Ceará em datas posteriores. FONTE:http://www.palmares.gov.br/wpcontent/uploads/2019/ 03/drag%C3%A3o-do-mar.jpg ACESSO: 19/06/20022 VER AULA Abolição da Escravatura no Ceará Edvardo Zaranza Utilize a câmera do seu celular ou o app de Scanner para ver a aula AULA VER AULA Os Cearenses 23 - Abolicionistas Fundação Demócrito Rocha Utilize a câmera do seu celular ou o app de Scanner para ver a aula @ LU C4 SC A RN EI RO 31 https://youtu.be/baD5hb3NW0E https://www.youtube.com/channel/UCILAx4ncv37XiLbRqdaJksg https://youtu.be/T0ZhcTnuo_U https://www.youtube.com/channel/UC3zlt0YbgWNlNTnWNVbKYcg As interventorias Contexto: Em 1930, Getúlio Vargas chegava à Presidência da República através duma “revolução”. Iniciava-se uma nova era para o País: leis trabalhistas, industrialização de base, centralismo político, etc. Vitoriosa a “Revolução” de 30, passaram os Estados a serem governados por interventores – indicados por Getúlio e escolhidos entre os tenentes e civis que haviam apoiado o golpe varguista. Queria-se, assim, afastar dos governos estaduais as oligarquias da República Velha e se colocar em prática as medidas centralizadoras da Era Vargas Fernandes Távora foi o primeiro Interventor do Ceará. Ficou apenas oito meses no Governo, curto período, quando não foi possível fazer grandes realizações. Entre suas ações, destacaram-se: a) desarmou e prendeu vários coronéis defensores das oligarquias, que logo foram soltos; b) abriu processos para investigar as irregularidades das antigas oligarquias, o que não deu em nada; c) decretou o número mínimo de 15 mil habitantes para formação de um município, reduzindo o total de 85 municípios para 51; d) deu continuidade às práticas políticas tradicionais e acabou por fortalecer o clientelismo que privilegiava os antigos oligarcas e nomeou prefeitos, a maioria correligionários, isto é, do mesmo partido. Também indicou alguns integrantes dos extintos Partidos Democrata e Conservador para cargos de confiança. Insatisfeitos com o comportamento do Interventor imposto por Getúlio no Ceará, as antigas oligarquias que perderam poder com a Revolução de 30, e os tenentes que exigiram um governo sem privilégios ou favorecimentos, pressionaram o Presidente da República Getúlio Vargas para destituir do poder Fernandes Távora. Em 21 de agosto de 1931, por decreto presidencial, Távora foi retirado do cargo de Interventor. Foi nomeado para substituí-lo o Capitão Roberto Carneiro de Mendonça. Roberto Carneiro de Mendonça foi o segundo interventor do Ceará. Por ser de outro Estado e por não estar ligado aos grupos políticos do Ceará, evitou, por algum tempo, os privilégios que marcaram a primeira interventoria; contudo, harmonizou as oligarquias locais e nomeou pessoas ligadas às oligarquias tradicionais para ocupar cargos dirigentes. Em seu governo, cometeu um grave erro: não deu assistência à grande crise climática, a seca de 1932, quando milhares de pessoas passaram fome, sede e foram acometidas por doenças. Por meio da Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas (IFOCS), apenas alistava sertanejos para trabalhar na construção de açudes e estradas. Estes trabalhadores trabalhavam de sol a sol, não recebiam salários em moeda, mas alimentos, os quais, na maioria das vezes, eram desviados pelos encarregados da distribuição. As vagas eram poucas e nem todos os camponeses conseguiam se engajar nessa obra de emergência, fazendo com que muitos homens, mulheres, crianças e idosos ficassem na mendicância, pedindo esmolas. Foram construídos acampamentos cercados de arame farpado e sob intensa vigilância, para evitar a fuga dos flagelados para a Capital, temendo a transmissão de doenças para a elite, isto é, para as classes economicamente mais favorecidas. Com a revolta constitucionalista ocorrida em 1932, o Governo Federal convocou cearenses para a luta. Foram alistados muitos flagelados da seca e voluntários que preferiam morrer à bala do que de fome. Foram enviadas, também, efetivos do 23o BC Batalhão de Caçadores, somando mais de dois mil cearenses ao combate constitucionalista. Carneiro de Mendonça, em sua interventoria, manteve-se apolítico, ou seja, adotou uma política de neutralidade, não interferindo na arregimentação de pessoal que acontecia no Estado em akkk. @ LU C4 SC A RN EI RO 32 apoio à revolução constitucionalista que acabava de despontar no horizonte. Assim, no dia 09 de julho de 1932, estourou em alguns estados brasileiros a Revolta Constitucionalista, decorrente do fechamento do Congresso Nacional e das Assembléias Legislativas Estaduais, por Getúlio Vargas. Objetivava exigir eleições imediatas para a escolha de nova Assembléia Constituinte, encarregada de escrever uma nova Constituição para o Brasil. A princípio, não houve reação popular ao fechamento dessas instituições, mas esperava-se que tal situação fosse provisória e que Getúlio Vargas logo convocasse eleições para a escolha da Assembléia Constituinte. Nas mesmas eleições, o povo, também, esperava eleger seus verdadeiros representantes políticos, mas o tempo passava e Getúlio Vargas não convocava eleições, continuando a governar o Brasil sozinho, com amplos poderes. Por isso, foi inevitável a eclosão da Revolta Constitucionalista. Recebeu, principalmente, o apoio da maioria dos paulistas, de alguns jornais e rádios nacionais, no entanto, não conseguiu o apoio de todos os estados brasileiros. Apesar de derrotada por falta de apoio, a Revolta Constitucionalista conseguiu seu objetivo somente anos mais tarde. Em 1933, Getúlio Vargas, finalmente, convocou eleições para a Assembléia Constituinte. VER AULA Brasil de 1945 a 1964 - De Getúlio aos Militares : Videoaula Utilize a câmera do seu celular ou o app de Scanner para ver a aula AULA VER AULA Concursos e Vestibulares
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