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RESUMOS HISTÓRIA DO CEARÁCARIRI luc4scarneiro

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Prévia do material em texto

RESUMOS 
URCA
HISTÓRIA 
 DO CEARÁ/CARIRI
Lucas
Carneiro
Lucas Carneiro
@luc4scarneiro
@ocardoso_art
 Provavelmente você não me conhece. Meu nome é Lucas Carneiro (@luc4scarneiro),
mas a galerinha da Salinha de Redação (@salinhaderedacao_) me chama de "o anjo
da redação", e dizem que eu "obro milagres" em seus textos. 
 O meu trajeto começou quando, após anos estudando com várias dificuldades no
ensino tradicional, no interior do Ceará, resolvi estudar sozinho para o vestibular. 
 O meu esforço valeu a pena, pois fui aprovado aos 17 anos de idade, e aos 18 anos
conquistei uma bolsa de estudos de 100% pelo ProUni para o curso de Arquitetura e
Urbanismo.
 Com o intuito de compartilhar conhecimento para outros estudantes e facilitar a
educação, deixei a vergonha de lado e comecei a criar conteúdo educacional na internet. 
 Hoje sou idealizador do perfil @salinhaderedacao_ e o @luc4scarneiro, onde ajudo
muitos estudantes a conseguirem os seus 900+ e darem continuidade a seus sonhos.
L u c a s C a r n e i r o
 Desejo a todos um ótimo estudo e que usem o Cronograma De Estudo URCA 2022/
2023/2024 na sua preparação para o vestibular. Inscrevam-se no meu canal do YouTube
e sigam o meu perfil @luc4scarneiro!
Apresentação
Conheça seu material
 
Veja a seguir como usar os resumos de história do Ceará/Cariri.
Depois, com calma olhe todos os recursos disponíveis nele.
METODOLOGIA
Os conteúdos
presente nesse
arquivo seguem a
ordem determinada 
no Cronograma de
Estudos URCA
2022/2023/2024
AULAS 
Você pode acessar
aulas gratuitas que 
correspondem aos 
assuntos abordados
QR COD
Você pode ver aulas disponíveis na internet
VER AULA
Os Cearenses - Ceará Colonial
Fundação Demócrito Rocha
Utilize a câmera do seu
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Todas as aulas presentes nesse arquivo são
creditadas devidamente aos autores. Dessa forma,
as aulas podem não estar mais presentes nos
devidos endereços. Para acessar cada uma delas
você pode clicar na opção "Ver aula" ou utilizar o
Scanner da câmera/aplicativo seguindo os seguintes
passos: 
1.
2.
3.
https://youtu.be/QthWXXdV9Mw
https://www.youtube.com/channel/UC3zlt0YbgWNlNTnWNVbKYcg
 
HISTÓRIA ESTADUAL (CEARÁ)
A história do Ceará está presente em
boa parte desse material, focando no
conteúdo relevante na prova da URCA.
HISTÓRIA REGIONAL (CARIRI)
A história do Cariri também está presente
em boa parte desse material, focando no
conteúdo relevante na prova da URCA e
mostrando os fatores culturais dessa região
de forma clara e direta.
SUMÁRIO
A descoberta do Ceará....................................................................................
Confrontos entre nativos e colonos................................................................
Os aldeamentos...............................................................................................
Organização da capitania do Ceará................................................................
Hegemonia urbana de Fortaleza......................................................................
Coronelismo no Ceará.....................................................................................
Oligarquias no Ceará......................................................................................
Movimento de 1817 no Ceará e participação do Cariri...................................
O movimento armado de 1832.........................................................................
O caldeirão do Beato Zé Lourenço.................................................................
A sedição de 1914...........................................................................................
Participação do Ceará e do Cariri na Confederação do Equador...................
Os "Currais humanos" no interior do Ceará...................................................
Escravidão e trabalho livre no Ceará..............................................................
Movimento abolicionista.................................................................................
As interventorias.............................................................................................
Estado novo no Ceará.....................................................................................
O período ditatorial militar no Ceará..............................................................
O Governo e suas mudanças..........................................................................
Romaria de Nossa Senhora das Candeias......................................................
Romaria de Nossa Senhora das Dores...........................................................
Romaria de Finados........................................................................................
O Padre Cicero Romão Batista........................................................................
Benigna Cardoso da Silva...............................................................................
Beata Maria de Araújo.....................................................................................
Festa de Santo Antônio de Barbalha..............................................................
Festa da Expocrato.........................................................................................
O Reisado no Cariri..........................................................................................
Banda cabaçal dos irmãos Aniceto.................................................................
Bárbara Pereira de Alencar.............................................................................
Violeta Arraes..................................................................................................
Centro de Cultura Popular Mestre Noza e Associação de Artesãos do Padre Cícero..
Mestre Espedito Seleiro..................................................................................
Referências bibliográficas...............................................................................
Organização técnica........................................................................................
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O mar:
O local:
Esse evento teria se dado em torno do dia
02 de fevereiro daquele ano e
protagonizado por uma frota sob o
comando do navegador Vicente Yanes
Pizón, companheiro de Cristovão
Colombo na viagem de descoberta da
América. Além dessa, outra frota sob o
comando de Diogo de Lepe, também
espanhol, teria tocado o litoral cearense
antes de Cabral chegar a Bahia.
Existem muitas controvérsias quanto ao
local onde teria se dado a descoberta.
Provavelmente, ele teria tocado o litoral do
Ceará por duas vezes. Para Capistrano de
Abreu, teria sido no cabo de Santo
Agostinho, em Pernambuco. Já o Rio
Branco esposa a tese de ter sido a ponta
do calcanhar, no Rio Grande do Norte.
Thomáz Pompeu, com quem Raimundo
Girão concorda, aponta ser o local
conhecido por Jabarana ou Ponta Grossa,
no município de Aracati, aquele teria sido
batizado de Santa Maria de La
Consolación, e a enseada do Mucuripe
como segundo ponto de parada de Pizón. 
FONTE:http://hem-claudia.academia.iteso.mx/wpcontent/upload
s/sites/59/2016/04/Colonia-Uge-300x152.jpg ACESSO: 19/06/20022
VER AULA
História do Ceará - Aula I
Professor Juciê Lacerda
Utilize a câmera do seu
celular ou o app de Scanner
para ver a aula @
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 AULA 
A descoberta do Ceará
O início:
A história do Ceará tem início em 1603
com tentativa de colonização
empreendida pelo açoriano Pero de
Coelho de Souza. No entanto, é fato
conhecido e reconhecido pela
historiografia nacional, a possível
aportagem de espanhóis no litoral
cearense, antes mesmo da descoberta do
Brasil por Pedro Álvares Cabral,em 22 de
abril de 1500.
O litoral e a conclusão:
Então o povoamento humano do atual
território do Ceará passou pela
colonização como também começou há
milhares de anos, conforme indicam as
pesquisas arqueológicas. Há fósseis
também no estado, alguns de
dinossauros, anteriores à presença dos
homens, evidenciando a evolução das
espécies e as diferença de clima e
vegetação do passado em relação ao
presente. Existem igualmente restos de
mamíferos gigantes que chegaram a
conviver com humanos.
VER AULA
Os Cearenses - Ceará Colonial
Fundação Demócrito Rocha
Utilize a câmera do seu
celular ou o app de Scanner
para ver a aula 
https://youtu.be/Qw99rhaFuqQ
https://youtu.be/QthWXXdV9Mw
https://www.youtube.com/channel/UC3zlt0YbgWNlNTnWNVbKYcg
FONTE:http://www.multirio.rj.gov.br/images/historia_do_brasil/M
1-cap2/nativos2_t.jpg ACESSO: 19/06/2022
VER AULA
Concursos e Vestibulares do Ceará -
História do Ceará: Parte 2: Período
Imperial
Utilize a câmera do seu
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 AULA 
Confrontos entre nativos e
colonos no Ceará
Contexto:
Com uma colonização complexa e
conturbada, marcada pela resistência dos
nativos e pelas dificuldades de adaptação
às condições particulares do território,
formou-se uma sociedade rural baseada
sobretudo na pecuária, assim como na
agricultura, em especial nos vales úmidos
e serras. 
A elite latifundiária, através de seu poder
econômico e de complexas relações de
parentesco e afilhadagem, possuía
controle de quase todos os aspectos da
vida social. 
Os "coronéis" mantinham em suas
propriedades muitos dependentes que
lhes prestavam serviços ou entregavam
parte de sua produção em troca da posse
de um lote de terra, em regime
praticamente semi-feudal, além de
trabalhadores assalariados. A escravidão
africana, embora de menor importância,
foi praticada ao longo de séculos,
principalmente nas áreas onde a
agricultura floresceu. O desenvolvimento
independente do Ceará começaria apenas
depois de sua separação de Pernambuco
em 1799, e sua história foi sempre
marcada por lutas políticas e movimentos
armados. Essa instabilidade prolongou-se
durante o Império e a Primeira República,
normalizando-se depois da
reconstitucionalização do País em 1945. 
 As secas, os conturbados fatores sociais
e econômicos do Estado acarretaram
eventos importantes na história desse
povo, como o cangaço, os movimentos
messiânicos, a emigração para a
Amazônia e para outros Estados, inclusive
os do Sudeste do Brasil. Historicamente
um dos locais mais miseráveis do País, o
Ceará tem passado por grandes
transformações desde a década de 1950,
progressivamente se tornando um Estado
predominantemente urbano, mais
industrializado e com crescente de
desigualdade regional e de renda.
VER AULA
História do Ceará: as Relações
Entre Nativos e Colonos no
Processo de Ocupação - Parte I
Mario Bernardo
Utilize a câmera do seu
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para ver a aula 
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https://youtu.be/BuTzclbbkKs
https://youtu.be/M-mlTfSvQCA
https://www.youtube.com/channel/UCPDnIg4S_zi4j_iDA35HQAA
https://www.youtube.com/channel/UCPDnIg4S_zi4j_iDA35HQAA
O território:
ferramentas para o trabalho na lavoura
como; machados, foices, e cavadores. 
Essa prática foi essencial para manter
uma reserva de mão de obra no sertão
cearense. 
O processo de aldeamento contribuiu para
redução brutal dos territórios dos nativos e
em meados do século XVIII, muitas
nações já estavam aldeadas, e as terras
da capitania bastante disputadas. 
Os números de datas de sesmarias
doadas na capitania cearense de norte a
sul expressam a intensificação de
apropriação de terras. Ter a carta de
sesmaria era utilizado como estratégia
para legitimar a propriedade, e à medida
que a ocupação ia aumentando, os
conflitos e as resistências dos nativos
também se intensificaram. 
Nos primeiros séculos da colonização, o
sistema de sesmarias foi utilizado como
principal forma de distribuição de terras,
grandes concessões foram doadas. 
Os aldeamentos
Contexto:
No século XVI, varias outras capitanias do
Brasil já haviam sido devassadas, porém
as terras cearenses só entraram
efetivamente nos interesses da Coroa
Portuguesa e dos colonizadores no
Século XVII.
 
Uma hipótese que envolveu as questões
de apropriação na capitania Cearense foi
à constante busca de terras e riquezas,
para eles o Ceará não poderia mais ficar
imune. De acordo com Capistrano de
Abreu, “em 1580 a colonização alcançava
pouco adiante de Itamaracá, em 1586 já
se afirmava na Paraíba, em 1597
começava no Rio Grande do Norte: o
Ceará não podia continuar imune por
muito tempo na marcha acelerada por o
rio-mar.” (CAPISTRANO, 1988: 135).
O governo metropolitano usou como
estratégia para tentar resolver a questão
indígena, a criação dos aldeamentos, com
o apoio da igreja Católica. Os
aldeamentos serviriam como instrumento
de controle e ao mesmo tempo, para a
redução dos territórios dos nativos.Nesse
processo de pacificação o discurso nos
aldeamento relacionava a doutrina cristã
ao trabalho, e possibilitou as concessões
de sesmarias aos colonizadores e ainda a
garantia de uma reserva de mão de obra
para o trabalho nas fazendas dos grandes
proprietários.
O aldeamento:
O aldeamento foi essencial para a
imposição de valores aos povos nativos.
Em 1695 o padre Ascenso Gago e Manuel
Pedroso foram enviados a Ibiapaba para
Aldear os tobajaras. Ascenso Gago
agregou a sua missão os tapuias Reriríu
que habitava uma serra distante oito léguas
de Ibiapaba. No relato do padre Ascenso
Gago pode-se perceber como funcionou a
prática dos aldeamentos no sertão
cearense. O mesmo encontrou-se em
dificuldade para viabilizar o aldeamento dos
Reriríu, para missionário seria impossível,
ensinar a doutrina cristã e aldeá-los sem
fera
FONTE:https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/
2/2d/Fortaleza_de_S%C3%A3o_Sebasti%C3%A3o_segundo_M
ontanus.jpg/250pxFortaleza_de_S%C3%A3o_Sebasti%C3%A3
o_segundo_Montanus.jpg ACESSO: 19/06/20022
O sul do Ceará:
O processo de apropriação na região Sul
cearense com base nas datas de
sesmarias e nos Documentos dos Avulsos
do Conselho Ultramarino analisados até o
momento, nos relatos de missionários e
capitão-mor, e demais autoridades e
proprietários que adentraram no Ceará,
faz referencia às ribeiras de Icó, Cariús e
Quixelô, na região centro-sul cearense, e
também referencias sobre o Riacho dos
Porcos afluente do Rio Salgado na região
do Cariri no extremo sul do Ceará.
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A região sul cearense foi devassada por
meio de guerras e conflitos com os
nativos. Em 1699, em Consulta do
Conselho Ultramarino sobre a nomeação
de pessoas para o Cargo de Capitão-mor,
foram apresentados os serviços prestados
por Fernão Carrilho a Coroa Portuguesa.
O interessado no cargo apresentou a
guerra aos nativos como um grande
serviço feito para a Coroa, dessa vez com
os nativos chamados Icós e Carius. Após
fazer guerra aos nativos na ribeira do Açu,
chamado de corso, que diziam infestar as
terras do Açu, resultou na morte de
muitos, e no aprisionamento de cento e
sessenta e dois nativos. Segundo a
narrativa, logo depois, o principal líder dos
nativos pediu paz a Fernão Carrilho,
porém o mesmo não aceitou sem antes
fazer guerra com os tapuias chamados
Icós. A exploração de terras seguia seu
percurso, e a região do Cariri localizada
no Sul Cearense foi alvo de interesses.
Nas margens do Rio Salgado, principal
afluente da margem direita do rio
Jaguaribe, no Riacho dos Porcos, foi um
dos rios bastante disputados por garantir
um suplemente hídrico que contribuía
para a criação de gados e para plantação.
O governo metropolitano considerava as
terras abertas, livres para os seus
interesses e ambições, ignorando os
grupos nativos como reais ocupantes da
terra, no entanto as terras não estavam
livres, ela foi aberta e despertou a
ambição dos que agiram no processo de
colonização, manipulando a realidade em
prol de seus interesses. 
Classificaram os povos nativos como
bárbaros, sem leis, inimigos da civilização,
tais qualificações tinhamum peso
ideológico que justificavam as guerras de
conquistas como santa, para a Coroa
Portuguesa os nativos eram um problema
para a consolidação do projeto
colonizador, utilizaram da evangelização
para trazer os nativos à fé cristã, os
missionários buscavam colonizar por
meio do uso da mão de obra indígena,
para aprenderem a se fixar e plantar nas
lavouras, essas práticas resultaram na
reserva de mão de obra para os grandes
proprietários no sertão cearense.
Durante a exploração colonial na capitania
cearense a Coroa Portuguesa com
interesse em incentivar a colonização e
povoar as terras, usou como vinculo entre
seus vassalos os serviços de mercês e
privilégios, os colonizadores usavam um
discurso de desbravador dos 14 sertões,
como forma de conseguir privilégios e
aumentar suas riquezas e poder no
Ceará, à medida que prestavam serviços
a Coroa Portuguesa recebia um cargo ou
sesmarias, para isso não mediam
esforços para conquistar riquezas e poder.
VER AULA
Confederação dos Cariri 
 Índios do Ceará - Eliel Melo
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para ver a aula 
 AULA 
VER AULA
Povos indígenas do Sertão Central
do Ceará -Vandeir Torres
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https://youtu.be/TDRQmImnlb8
https://youtu.be/gx7RLH_EDY8
https://www.youtube.com/channel/UClujILb6rpILi2AB9UWBhuw
Organização da
capitania do Ceará
FONTE:https://bonifacio.net.br/wp-content/uploads/200605
mapa-tratado-de-tordesilhas.jpg ACESSO: 19/06/20022
Contexto:
Antes da chegada de europeus ao atual
Ceará, viviam naquela região índios Tupis
(Tabajaras e Potiguares) e Cariris. Há
relatos de historiadores de que, antes de
Pedro Álvares Cabral chegar ao Brasil,
espanhóis já tinham estado no território
que hoje conhecemos como Ceará, seus
nomes eram Diogo Lepe e Vicente
Pinzón. Pinzón foi o primeiro a chegar,
desembarcou onde hoje seria o município
de Icapuí e Lepe teria desembarcado em
Fortaleza. Dado o tratado de Tordesilhas
(1494) estas descobertas não puderam
ser oficializadas. O primeiro colonizador
do Siará foi Pero Coelho, na condição de
capitão-mor, mais devido as resistências
indígenas foi obrigado a deixar a
capitania. Em seguida, os jesuítas
Francisco Pinto e Luis Filgueira tentaram
colonizar o território, no entanto Francisco
foi executado pelos nativos. 
A ocupação portuguesa tem início no ano
de 1603, sob o comando de Pero Coelho
de Souza que, ao chegar, construiu o
Forte de São Tiago. Anos depois, em
1612, Martins Soares Moreno anexa
oficialmente o Estado do Ceará,
construindo o Forte de São Sebastião e
apaziguando as relações com os nativos,
ç 
Em 1680:
A fazenda de gado:
erguido sobre as ruínas do primeiro Forte.
No ano de 1637, chegam àquela
localidade os holandeses. Estes foram
expulsos pelos índios em 1644. Mas, em
1649, os holandeses retornaram e
construíram um Forte (Shoonenborch) às
margens do rio Pagéu (onde seria erguida
a cidade de Fortaleza. O comandante
português Álvaro de Azevedo Barreto foi o
responsável pela expulsão efetiva dos
holandeses no ano de 1654.
A partir de 1680, o Ceará tornou-se
capitania subalterna de Pernambuco,
desligando-se do Maranhão. O Forte
holandês teve seu nome mudado para
Fortaleza de Nossa Senhora da
Assunção, local a partir do qual surgiria a
vila que daria início ao município de
Fortaleza, fundado em abril de 1726. 
Foi só no fim do século XVIII que (17 de
janeiro de 1799) que a capitania do Ceará
alcançou autonomia. Em 1823, D. Pedro I
elevou a vila à condição de província, e
com a proclamação da república (1889)
tornou-se o atual Estado do Ceará.
A fazenda de gado dispersa no sertão
sediou o povoamento, foi base da vida
política local, de toda autarquia sertaneja
e suas famílias, com poderes quase que
absolutos, e da rede de mandos e
desmandos que pautou a organização
territorial. Todo o programa das fazendas
estava diretamente associado às
necessidades produtivas da economia.
Além da sede, havia o curral e cercados
para a agricultura; em algumas, pequenos
açudes e, muito raramente, uma capela.
A ocupação do território e a Igreja:
O projeto jesuítico na capitania do Ceará
prendeu-se ao surgimento de algumas
pequenas "missões anteriormente
estabelecidas pelos inacianos em
Parangaba, Caucaia e Paupina, nas
proximidades da Serra da Ibiapaba, [...] da
Serra de Baturité [...] dos Cariris-Novos", e
na instalação do Real Hospício jesuítico
em Aquiraz. @
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https://www.infoescola.com/biografias/pedro-alvares-cabral/
https://www.infoescola.com/historia/tratado-de-tordesilhas/
VER AULA
História do Ceará - da Colonização
as Charqueadas
Utilize a câmera do seu
celular ou o app de Scanner
para ver a aula 
 AULA 
Primeiros aldeamentos no Ceará:
As missões de Parangaba, Caucaia,
Paupina, das serras da Ibiapaba, de
Baturité e dos Cariris Novos foram
transformadas em vilas no reinado de D.
José I.
Os novos topônimos impostos pelas
autoridades portuguesas foram,
respectivamente, os de Arronches (atual
Parangaba), Soure (atual Caucaia),
Messejana, Vila Viçosa Real, Monte-mor o
Novo da América (atual Baturité) e Vila
Real do Crato. 
As missões dos Tremenbés, no rio
Aracati-Mirim, e a dos Pacajús, no rio
Choró, tornaram-se respectivamente
Almofala e Monte-mor o Velho da América
(atual Pacajus), mas permaneceram como
simples povoado.
Até o ano de 1700, identificamos quatro
aldeamentos sob os cuidados dos
Clérigos do Hábito de São Pedro; além da
missão dos jesuítas na serra da Ibiapaba,
definitivamente instalada por volta de
1695. 
Não nos foi possível determinar suas
durações. Dos quatro, dois estavam
localizados na Ribeira do Jaguaribe e dois
nas proximidades da futura vila de
Fortaleza. Em 1696, os índios paiacus
foram reunidos na Aldeia de Nossa
Senhora da Madre de Deus (Aldeia
Velha), a meia légua do monte Arerê,
atual Itaiçaba, na Ribeira do Jaguaribe,
sob a ação do clérigo João da Costa.
VER AULA
História do Ceará - aula II
Professor Juciê Lacerda
Utilize a câmera do seu
celular ou o app de Scanner
para ver a aula 
FONTE:https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thu
mb/0/0d/Vista_da_Pra%C3%A7a_do_Ferreira_1925.jpg/250p
x-Vista_da_Pra%C3%A7a_do_Ferreira_1925.jpg
ACESSO: 19/06/20022
FONTE:https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/c2
/Mapa_de_Fortaleza_em_1726.jpg ACESSO: 19/06/20022
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https://youtu.be/h32MpyjSeX8
https://youtu.be/jnKbSyBe7nk
https://www.youtube.com/c/ProfessorJuci%C3%AALacerda
Hegemonia urbana de
Fortaleza
Contexto:
Ao longo do século XIX teve início o
processo de hegemonização de Fortaleza,
vindo a se tornar ainda na segunda
metade deste, o principal núcleo urbano,
político, econômico e social do Ceará. Os
motivos que levaram a esse processo
foram muitos e estão interligados.
Em primeiro lugar, não deve ser
desvinculado do sistema político do
império, que criou mecanismos favoráveis
à hegemonia de Fortaleza, ao beneficiar
as capitais provinciais. 
Durante o período monárquico, sobretudo
no II Reinado (1840-1889), houve por
parte da monarquia a postura intencional
de tornar as capitais das províncias
verdadeiros núcleos a serviço da ordem
social, e da unidade territorial desejadas
contra qualquer pretensão
autonomista/separatista, que as
oligarquias regionais possuíssem.
O império tomou medidas diversas para
estimular e reforçar o papel das capitais
provinciais como grandes centros locais
de poder político, econômico, militar e
administrativo. Por isso foram as capitais
os núcleos urbanos que mais receberam
investimentos e obras, pois recolhiam a
produção interiorana para exportação e
captavam recursos para o governo. E
quanto mais as capitais prosperavam,
mais investimentos e poderes elas
obtinham, verificando-se mais
prosperidade e hegemonização urbana,
enquanto as outras vilas e cidades das
províncias eram esvaziadas.
O avanço:
Daí se entende porque na segunda
metade do século XIX, uma série de obras
e atos administrativos beneficiaram
Fortaleza em detrimento das outras
localidades, comoas obras no Porto – no
exato momento em que sua a “rival” e
decadente Aracati reclamava da erosão
de seu porto e da inadequação deste para
navios de maior calado; abertura e
melhoria de estradas ligando a capital a
áreas produtoras próximas – enquanto
nenhum recurso era despendido com o
melhoramento da estrada Aracati-Icó, a
mais importante para o comércio da
região. 
Uma outra obra que mostrava a
hegemonização de Fortaleza, foi a
construção da Estrada de Ferro Baturité, a
partir de 1870. Esta incrementou a
posição da capital como grande centro
coletor e exportador da produção
interiorana – sobretudo do algodão. A
posterior expansão da ferrovia – em 1926
atingira o Crato – aumentou
consideravelmente a função comercial de
Fortaleza. O raio da ação da capital
ampliou-se para além das zonas
produtoras de Uruburetama e Baturité,
atingindo o Oeste e o Sul do Ceará, isto é,
acompanhou a própria expansão da
cotonicultura, a base da economia
cearense de então. 
Outra razão para o crescimento de
Fortaleza está relacionada ao comércio de
exportação da produção agrícola
cearense, que conheceu grande expansão
na segunda metade do século XIX, com
os produtos algodão, café, couro e açúcar.
Como se não bastasse essa estrutura de
transportes (estradas, porto, ferrovia), foi
ainda a capital beneficiada por sua
proximidade geográfica em relação as
áreas produtoras agrícolas, principalmente 
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Maranguape e Baturité com o café,
Itapipoca, Caucaia e Cascavel com o
algodão. A cidade cresceu em termos
populacionais igualmente em função do
êxodo rural, sobretudo dos camponeses
obrigados a migrar pela estrutura
latifundiária sertaneja ou pelas secas –
onde buscavam em Fortaleza por
melhores condições de vida.
A partir de 1850, Fortaleza passou por
profundas mudanças em sua
infraestrutura e equipamentos urbanos,
visando atender as novas demandas,
disciplinando espaços e controlando a
população. Viveu uma explosão de
modernidade e aformoseamento, quando
os discursos e as práticas buscavam
imitar a civilidade europeia. A cidade
então colocou-se entre as maiores do
País. Assim, teve calçamento nas ruas
centrais (1883), canalização de água
potável (em 1867, ao encargo da inglesa
Ceará Water Company Limited), bondes à
tração animal (1880) (inaugurados pela
Cia Ferro Carril e depois transferidos para
a Ceará Light and Power), iluminação a
gás carbônico (1867), linhas de navios a
vapor para a Europa e Rio de Janeiro (a
partir de 1866), melhorias no porto (o
chamado Porto das Dragas) (entre 1870 e
1886), Biblioteca (1867), jornais, praças
arborizadas, clubes para lazer, fábrica de
tecidos (1883), hospital (Santa Casa de
Misericórdia, em 1861), asilo para
alienados (1886), Mercado Público com
estrutura metálica (1897), estrada de ferro
ligando a capital a cidades do interior,
telégrafo (1879), telefone (1883), caixas-
postais (1889), boas escolas (O Liceu do
Ceará desde 1845, o Seminário da
Prainha e o Colégio da Imaculada
Conceição em 1864), entidades
intelectuais e cemitérios. 
Apesar da precariedade dos
recenseamentos, em 1837 Fortaleza
contabilizava 16.557 habitantes; em 1872,
contava 21.372 moradores atingindo na
virada para o século XX, 48.369 pessoas,
num crescimento considerável e sinal claro
da hegemonia urbana de Fortaleza. Por
volta de 1867, a capital limitava-se ao norte
pelas ruas da Praia e da Misericórdia; a
Leste, pela Rua de Baixo (atual Conde
D’Eu); ao sul, pela D. Pedro I e a Oeste pela
Rua d’Amélia, atual Senador Pompeu. Fora
desse perímetro, só havia o Palácio do
Bispo, o Colégio das Irmãs de Caridade, o
Seminário da Prainha, e uma ou outra casa.
O algodão cearense, cultivado
comercialmente desde o final do século
XVIII, conheceu o apogeu na segunda
metade do século XIX, na década de 1860
precisamente – isso porque os preços da
fibra atingiram um alto patamar, em virtude
da desorganização da produção dos
Estados Unidos (principais fornecedores das
fábricas inglesas), mergulhados na Guerra
da Secessão (1861-65). Essa vultosa
produção algodoeira tinha em Fortaleza seu
grande centro coletor e exportador.
 AULA 
VER AULA
História do Ceará - aula XII
Professor Juciê Lacerda
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https://youtu.be/muudSyx-OHo
https://www.youtube.com/c/ProfessorJuci%C3%AALacerda
Coronelismo no Ceará
FONTE:https://3.bp.blogspot.com/_iWKJmnG8aT4/TIFzs3xgr
VI/AAAAAAAAGZ0/WT8YLssJTA8/s400/Acioli.jpg
ACESSO: 19/06/20022
Contexto:
O Coronelismo é um fenômeno da política
brasileira ocorrido durante a Primeira
República. Caracteriza-se por uma
pessoa, o coronel, que detinha o poder
econômico e exercia o poder local por
meio da violência e trocas de favores.
A palavra Coronelismo é, na realidade, um
abrasileiramento da patente de coronel da
Guarda Nacional. O cargo era utilizado
para denominar os cargos aos quais as
elites locais poderiam ocupar dentro do
escalão militar e social brasileiro. Esse
fenômeno teve início durante o Período
Regencial (1831-1842).
Política:
Então se vivia uma conturbada e violenta
campanha eleitoral no Ceará, graças ao
Salvacionismo pretendido pelo presidente
Hermes da Fonseca, que procurava
enfraquecer as oligarquias regionais
contrárias ao seu poder. 
Dentro das política das Salvações, foi
lançada a candidatura de Franco Rabelo
para o governo, enquanto Accioli
apontava como seu candidato Domingos
Carneiro. Em Fortaleza, houve uma
passeata de crianças em favor de Franco
Rabelo, a qual foi repreendida duramente
pelas forças policiais, causando a morte
de algumas crianças e ferindo outras
tantas.
 Sedição de Juazeiro:
União I:
União II:
Em consequência, a população
fortalezense se revoltou contra o governo,
mergulhando a capital em verdadeiro
estado de guerra civil durante três dias. 
Accioli teve, então, que renunciar ao
governo cearense, tendo como garantia o
direito de permanecer vivo e poder fugir
do Estado. 
Franco Rabelo foi eleito para governar o
Ceará logo em seguida, mas acabou
sendo deposto por outra revolta, a
Sedição de Juazeiro, entre 1913 e 1914.
Juazeiro do Norte era uma cidade recém-
emancipada do Crato. Seu surgimento se
deveu ao carismático Padre Cícero, que,
após ter ficado famoso devido ao suposto
milagre da Beata Maria de Araújo (cuja
hóstia teria se transformado em sangue),
conquistou uma imensa massa de
sertanejos pobres e religiosos. 
Muitos passaram a morar em Juazeiro, de
modo que em pouco tempo o local
possuía milhares de moradores. 
Como não tinha o apoio da alta hierarquia
católica, Padre Cícero procurou evitar que
Juazeiro tivesse o mesmo fim trágico de
Canudos e aliou-se ao poder político dos
coronéis, posicionando-se ao lado da 
oligarquia de Nogueira Accioli.
Embora mantendo a proximidade com o
povo, o padre tornou-se, para alguns, um
"coronel de batinas".
Franco Rabelo havia, em pouco tempo,
perdido o apoio de muitos políticos que o
haviam ajudado a chegar ao poder - a
Assembleia Legislativa tentou até mesmo,
sem sucesso, votar o impeachment do
"salvacionista".
Os oposicionistas tentaram, então,
convocar extraordinariamente a
Assembleia Legislativa em Juazeiro e
cassaram o mandato de Rabelo. Este, que
tinha ainda bastante apoio em Fortaleza,
mandou tropas para Juazeiro do Norte,
pretendendo derrotar os golpistas. @
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Salvacionismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hermes_da_Fonseca
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fortaleza
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sedi%C3%A7%C3%A3o_de_Juazeiro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B4nio_Pinto_Nogueira_Accioli
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sedi%C3%A7%C3%A3o_de_Juazeiro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Juazeiro_do_Norte
https://pt.wikipedia.org/wiki/Crato_(Cear%C3%A1)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Padre_C%C3%ADcero
https://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_de_Ara%C3%BAjo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Canudos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Coron%C3%A9is_de_Batina
FONTE:https://www.historiadeboaviagem.com.br/administrac
ao-de-1912-a-1916/seca-de-1915/
ACESSO: 19/06/20022Conclusão:
Os sertanejos, incitados pelo Padre
Cícero e pelos coronéis, acreditaram ser
aquela uma agressão contra o "Padim
Ciço". 
Iniciou-se um verdadeiro clima de guerra
santa em Juazeiro. Após meses de
combate, os seguidores de Padre Cícero
venceram as tropas de Rabelo e iniciaram
uma longa marcha até Fortaleza,
obrigando Rabelo a renunciar ao governo
cearense.
Após a Sedição de Juazeiro, estabeleceu-
se um certo equilíbrio entre as oligarquias
cearenses, não havendo mais conflitos
militares entre elas. O povo, no entanto,
continuou reprimido e sem voz.
Salvacionismo:
Política das Salvações ou Salvações
Iniciais foi implantada por Hermes da
Fonseca, originalmente contra a
"campanha civilista". Consistia em
promover intervenções militares.
Começaria em São Paulo, o que não se
conseguiu realizar, para enfraquecer os
cafeicultores. Com o fracasso em São
Paulo, o general Dantas Barreto assumiu
o governo de Pernambuco. Esses golpes
repetiram-se no Ceará e Alagoas. O
governo acreditava que, dessa forma,
moralizaria o país.
 A "política das salvações" apenas
substituía o poder de velhas oligarquias
por outras, e o projeto original de
"moralizar os costumes políticos e reduzir
as desigualdades sociais" 
não se realizou.
VER AULA
Coronéis do Cariri
Odisseia Cangaço
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 AULA 
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Os Cearenses - Ceará República no 
Fundação Demócrito Rocha
 
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FONTE:https://s1.static.brasilescola.uol.com.br/be/e/Revolta
%20de%20Juazeiro%20-%20BRASIL%20ESCOLA(1).jpg
ACESSO: 19/06/20022
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Hermes_da_Fonseca
https://pt.wikipedia.org/wiki/Campanha_civilista
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Paulo_(estado)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Caf%C3%A9
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dantas_Barreto
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pernambuco
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cear%C3%A1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Alagoas
https://youtu.be/rHXSUrAdtao
https://youtu.be/r9iJpRgWTyc
https://www.youtube.com/channel/UC3zlt0YbgWNlNTnWNVbKYcg
Oligarquias no Ceará proteção das coortes castrenses locais edos benfeitores da República.
O tratamento reservado pelos
historiadores para o presidente Accioly, na
maior parte dos registros e da crônica
histórica, traduz um pensamento
incompreensível em pessoas que cuidam
do ofício delicado das narrativas políticas.
No Ceará, grande parte das análises
políticas e de governo filia-se às adesões
político-partidárias remanescentes de uma
disputa sem tréguas entre “aciolistas” e
“rabelistas".
Abelardo F. Montenegro cuidou com
segurança de alguns aspectos que
associam, em textos de análise e
interpretação cuidadosos, as íntimas
relações entre as oligarquias e os
interesses dos negócios do Estado.
De lá para cá, transcorridos tantos anos,
surgiram produções esparsas que
revelam, contudo, que o interesse por
essa saga de oligarcas continua vivo.
Joaryvar Macedo, com o “Império do
Bacamarte”, Nertan Macedo com vasta
obra em romance e registros da crônica
histórica, e mais recentemente João
Macedo Coelho Filho, com “Bala de
Algodão”, trazem contribuição relevante
para melhor compreensão do cangaço e
das oligarquias das grandes famílias.
Para a reconstrução das oligarquias, das
relações weberianas de lealdade e
proteção, do voto e da eleição, como 
Contexto:
O presidente provincial Antonio Pinto
Nogueira Accioly, tão amargamente
tratado pelos historiadores cearenses, é
um político em busca de uma biografia.
Oligarcas, foram quase todos os
governantes do Ceará ou o são, nestes
tempos modernos. Poucos chegaram ao
governo provincial, no período imperial ou
no Ceará republicano, sem o peso da
família, do nome e dos arranjos de greis
bem dotadas de bens e de relações
propícias — e do voto disciplinado dos
currais eleitorais.
As novas oligarquias oferecem uma
composicão mais sofisticada das suas
relações íntimas com o público e o
privado. Abandonaram o fraque, já não
contam com os favores das eleições a
“bico-de-pena”. Enfrentam, entretanto,
com indisfarçável indiferença as urnas
invioláveis da engenharia “cyber” do
ministro Moraes.
As novas oligarquias demonstram, no
Brasil, um edificante apelo familiar, o
poder local reproduz-se, graças a estes
liames de solidariedade, à mesa do
almoço — e impõe-se aos incautos
(pessoas sem moral) como instrumento de
gestão dos árduos e patrióticos negócios
de governo.
As oligarquias são construídas a partir de
bens de raiz intranferíveis: nascimento,
propriedades, direitos de posse, influência
e recursos políticos — tudo associado a
relações entre proprietários e posseiros,
sobre as quais se afirmam conexões de
lealdades recíprocas e de proteção.
Nogueira Accioli era um homem bem
nascido, exigência corrente por aqueles
tempos para acesso e alcance dos
assuntos da política, incontornável para os
negócios do poder. Culto, governou
segundo os padrões da época, até ser
defenestrado por um certo Coronel Franco
Rabelo, vindo de outras estâncias, sob a
pr
FONTE:http://www.fortalezaemfotos.com.br/2010/12/oligarqu
ia-nogueira-accioly-e-politica.html
ACESSO: 19/06/20022
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90 - Ceará, Nossa História, Nossa 
Gente: a Oligarquia Comandada 
por Nogueira Accioly
Jonasluis da Silva de Icapui
 
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 AULA 
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História e Cultura: As Oligarquias
Cearenses - 9ª ano
Eu, professora
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construção do poder político que dominou e governou o Ceará, carecemos de
pesquisadores e do mergulho nas fontes primárias, de documentação farta e perquirida
com disciplina.
Esta é uma provocação, o repto lançado a historiadores, sociólogos, cientistas políticos e
antropólogos para um mergulho nas entranhas do Ceará para delas arrancar um retrato
consistente em preto-e-branco das oligarquias e dos oligarcas.
É tempo de levar-se a sério este capitulo trágico da vida política cearense.
Movimento de 1817 no Ceará e a participação do Cariri
Contexto:
O rápido progresso da revolução no Brasil
contagiou os patriotas pernambucanos,
pensavam que as províncias do norte
(NE) mais distantes da corte, seriam mais
solícitas com o movimento, a base do
plano era apressar a revolução na Bahia e
no Ceará, dois pontos da maior
importância.
Dois sacerdotes foram enviados como
agentes secretos a essas duas províncias;
para o Ceará ofereceu-se o jovem
subdiácono José Martiniano de Alencar.
FONTE:https://cdn.brasildefato.com.br/media/432405e931a6
440c024b42e17064f5c9.jpg ACESSO: 19/06/20022
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https://youtu.be/Q4umIO8OJ_Q
https://youtu.be/cpf4de9iObU
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Os fatores:
A sua oferta foi aceita por ser ele natural
da Vila do Crato e pessoa muito querida
pelo pároco dessa Vila, os párocos do
Sertão tinham grande influência.
O Capitão-Mor da mesma vila era um
certo Filgueiras, pessoa cruel a quem os
sertanejos temiam e chamavam de bruxo,
devido a impunidade com que vivia, sua
casa era um covil de criminosos que
cometiam todo tipo de atrocidade ao mais
simples aceno de Filgueiras. 
Os ingênuos patriotas de Pernambuco
acreditaram que se conquistando tal
indivíduo, ganhava-se a província inteira
do Ceará, e que para ganhá-lo bastaria a
vontade do pároco, o qual não podia
deixar de ceder ao pedido do seu
predileto.
Para ajudar Martiniano nessa missão,
acompanhou-lhe um certo Miguel Joaquim
Cézar, pessoa que parecia prudente e dia
ter relações nos sertões daquela
província.
Durante a viagem, iam os mensageiros
com cautela, mas se encontrassem
alguém disposto a aderir a causa,
poderiam incitar seu patriotismo,
mostrando as vantagens de não serem
mais governados por estrangeiros que
sugavam as riquezas do Brasil e tratavam
a todos com tirania. 
Deveriam ir até Pombal ter com o vigário,
onde teriam notícia da comarca do Ceará
e do padre Luiz José, caso o vigário de
kkkk
Pombalestivesse solidário à causa,
deveria José Martiniano ficar com ele e
dali escrever cartas aos amigos de Icó,
essas cartas deveriam ser persuasivas,
mas sem comprometer o destinatário. 
Caso o padre Luiz José não estivesse
favorável à revolução, seguiriam até o
Crato, mas se pudessem contar com o
padre, fariam a revolução no Crato e Icó.
Depois, pedindo apoio a Pernambuco,
poderiam seguir para Aracati e Sobral, e
com o apoio dessas quatro vilas, mesmo
sem a ajuda de Pernambuco, poderiam
atacar a vila de Fortaleza.
Chegando ao Crato, Martiniano se
separou de seu companheiro, que ficou na
fazenda do Padre Luiz José, e seguiu ao
encontro do padre, onde contou-lhe os
acontecimentos das províncias revoltadas,
valendo-se da amizade entre os dois para
convencê-lo a conquistar o temível
Capitão-Mor. 
Porém, foi em vão essa tentativa e o
padre tentou dissuadi-lo do contrário,
temendo pela vida do amigo, suplicou-lhe
que desistisse da revolução, mas, em vão.
Por acaso, encontrou Martiniano um
carmelita, frei Francisco de Santa Mariana
Pessoa, a quem vinha recomendado. 
Tentou convencer então, reforçado pelo
frei, ao poderoso Capitão-Mor Filgueiras,
que de nada adiantou, nada convencia
aquele velho mandão.
Depois de longo silencio originado pelo
desprezo e não pela meditação, dignou-se
a responder que a tentativa de revolução
era pouco segura e que não a apoiaria.
Pediu então Martiniano, que ao menos
não se opusesse a vontade do povo, a
velha raposa concordou, mas era tudo
artifício para engana-los, que crédulos, de
nada desconfiaram.
Logo Martiniano comunicou aos
companheiros e começaram a planejar a
revolução na vila.
FONTE:https://static.historiadomundo.com.br/2019/09/dom-
pedro.jpg ACESSO: 19/06/20022
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Movimento:
Conclusão:
O próximo dia santo, em que ele devia celebrar, foi o dia marcado para o inicio da
revolução. Congregaram-se na igreja os fiéis, ao final de celebração, Martiniano vestido
com sua batina, sobe ao púlpito e conta ao povo as ideias de independência , todos
gritaram vivas e aplaudiram, retiraram-se para o terreno em frente a igreja e hastearam
um bandeira branca, em sinal de alegria, dispararam a espingarda que traziam. 
Continuavam a festejar quando viram Filgueiras ao longe, isso fez com que cabisbaixos
todos fossem para suas casas. E vão tentou Martiniano convencê-los de que a presença
do homem era para testemunhar a alegria, pois seria tolerante com a manifestação.
Poucos creram nisso e com simplicidade entoaram vivas à Pátria. 
Aproximou-se então o Capitão-Mor e com um simples gesto, impôs silencio, fez
arrancarem a bandeira branca e com que gritassem “Viva El-Rei”, todos humildemente
obedeceram. Ainda não satisfeito, mandou agarrarem Alencar e três dos seus principais
companheiros e leva-los para a cadeia, onde com pesadas correntes no pescoço, foram
arrastados de prisão em prisão até a capital, sofrendo todo tipo de tormentos e torturas,
por toda a viagem. 
Não escaparam da fúria do monstro nem mesmo o padre Luiz José e D. Bárbara de
Alencar, bem como outros revolucionários, alguns dias depois. Assim finalizou a
revolução do Crato, as demais vilas não deram sinal de vida.
Era governador do Ceará, Manoel Inácio de Sampaio, e sua vigilância redobrou depois
isso. Não tendo forças suficientes para atacar as províncias insurgidas, contentou-se em
assegurar a que governava, dando ordens severas a todos os Capitães-Mores e agindo
com toda a violência contra qualquer cidadão do qual desconfiasse, como fez com o
ouvidor da comarca João Antônio Rodrigues de Carvalho, que por ter tido relações de
amizade com Domingos José Martins, a ambos mandou prender e transferir para as
prisões de Lisboa.
 AULA 
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Historia do Ceará a Republica Velha
no Ceará e o Coronelismo. Aula 04
 
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História do Ceará | Política Oligárquica,
Coronelismo e Clientelismo
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https://youtu.be/spFnK0H5_F8
https://youtu.be/7cjb-88xQ7U
O movimento armado 
de 1832
Contexto:
A Insurreição do Crato foi um movimento
ocorrido durante o período regencial do
império brasileiro. Ele aconteceu como
resposta à abdicação de D. Pedro I. O
retorno do imperador à Europa, quando a
nação ficou à espera da maioridade de D.
Pedro II, provocou inúmeras rebeliões por
todo o país. Foi um período de incertezas
que gerou reações diversas. Uma delas
ocorreu no Crato, interior do Ceará, entre
os anos de 1831 e 1832.
O líder do movimento foi Joaquim Pinto
Madeira, e as tropas que o seguiam
lutavam, dentre outras pautas, pela
restauração de Pedro I. Em seu
movimento anularam a abdicação do
imperador e deram início a um governo
provisório para todo o Cariri. No entanto, o
movimento acabou derrotado pelas tropas
de Pedro Labatut, tendo seu líder preso,
julgado e fuzilado. Para compreender o
que levou à revolta e mesmo a formação
da liderança de Pinto Madeira é preciso
voltar um pouco no tempo.
Em 1817 Pinto Madeira foi nomeado para
comandar o grupo que levou os presos da
região do Crato para Fortaleza durante a
revolução que lutava pela república,
inspirada nos ideais que se espalhavam
pela América à época. 
Algum temo depois, em 1824, o mesmo
Joaquim Pinto Madeira foi promovido a
Comandante Geral das Armas do Crato.
Mas, depois, sua vida foi marcada por
perseguições de ordem política: teve o
decreto que o promoveu a comandante
cassado, foi preso em duas ocasiões e foi
declarado inimigo da constituição. 
Foi o cônego Antônio Manuel de Souza
que insistiu que resistisse às perseguições
e agisse. 
Assim, buscou a Câmara para denunciar
as perseguições que ocorriam na região.
Em dezembro de 1831 a câmara se reuniu
e decidiu por armar a população em
defesa do povo da Vila do Jardim e nesse
contexto Francisco Xavier de Souza fora
nomeado comandante da força a fim de
defender a vila do ataque dos cratenses
republicanos que se organizavam para o
combate. 
Mas, o comandante passou para o lado
dos cratenses e quem assumiu o
comando em seu lugar fora Joaquim Pinto
Madeira, tornando-se liderança. Dias
depois a câmara se reúne novamente com
vistas a seduzir mais cidadãos à luta:
ofereciam 240 réis por dia para quem se
apresentasse armado, e a metade do
valor para aqueles que se apresentassem
sem armas.
Joaquim Pinto Madeira sabia que os
cratenses revoltosos estavam se
organizando para invadir a Vila do Jardim,
e no final do mês de dezembro, em
contra-ataque, partiu em direção ao Crato,
com tropas chefiadas por Francisco Xavier
de Matos. 
O combate entre as tropas ocorreu em 27
de dezembro de 1831. As tropas se
encontraram no meio do caminho e o
Crato, chefiado por Luiz Rodrigues
Chaves, foi derrotado neste conflito. Pinto
Madeira chegou à Vila do Crato no dia
seguinte, com uma tropa grande e forte,
gerando medo e insegurança entre os
cratenses, que fugiram depois da derrota.
O grupo sob a liderança de Pinto Madeira
seguiram rumo a Fortaleza, com o objetivo
de depor o presidente da província José
Mariano de Albuquerque Cavalcante, que
se tornou o principal opositor a Joaquim
Pinto Madeira. José Mariano ordenou que
o major Francisco Xavier Torres partisse
em direção ao Cariri para combater os
rebeldes que lá se encontravam e em 6 de
fevereiro de 1832 se deu o conflito entre
as duas tropas, que resultou na derrota
dos rebeldes. No entanto Pinto Madeira
não desistiu de sua missão e procurou
juntar mais voluntários. O major, notando
a capacidade de organização de Pinto
Madeira se retirou e preparou o ataque.
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https://www.infoescola.com/historia-do-brasil/periodo-regencial/
https://www.infoescola.com/historia/abdicacao-de-dom-pedro-i/
https://www.infoescola.com/biografias/dom-pedro-ii/
Contando com o despreparo e o cansaço das tropas de Pinto Madeira, Torres
surpreendeu as tropas do inimigo e uma série de derrotas acabaram na rendição dos
líderes – Joaquim Pinto Madeira e Pe. Antônio Manuel de Souza – em12 de outubro de
1832, e também de mais de mil e quinhentos revoltosos. Joaquim Pinto Madeira foi
julgado e condenado à morte, tendo sido fuzilado em 28 de novembro de 1834.
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A revolução de 1817 e a 
independência do Crato Ceará
Almeida Junior Locutor
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Crato na Revolução
 Pernambucana de 1817
Prefeitura do Crato
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FONTE:https://3.bp.blogspot.com/tVw0BOFdA8w/WMfsxtLPuPI/AAAAAAAAUAM/W1wmt4G5vXEcHA97nTVK3oDYchDjGkG3gCEw/s
1600/Local-da-Revolucao.jpg ACESSO: 19/06/20022
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https://youtu.be/Vnw2hJ9cjwc
https://www.youtube.com/c/AlmeidaJuniorLocutor
https://youtu.be/Om9GRvyp5OM
O caldeirão do Beato Zé
Lourenço
FONTE:https://vermelho.org.br/wpcontent/uploads/2019/10/c
aldeirao2.jpg109400.jpg ACESSO: 19/06/20022
Contexto:
A revolta:
No ano de 1890, Zé Lourenço chega a
Juazeiro do Norte. Ele saiu da Paraíba,
com outros romeiros, agricultores sem-
terra, atraídos pela fama do Padre Cícero.
Logo que chega em Juazeiro, Zé
Lourenço participa do grupo dos
Penitentes. Depois aconselhado pelo
"Padim Ciço", ele arrenda uma terra no
Sítio Baixa Dantas, perto do Crato. A terra
era do Cel. João de Brito. O Padre Cícero
sempre visitava o Sítio Baixa Dantas e
ficava feliz de ver tanta fartura. Todos lhe
queriam muito bem.
Em 1914, houve uma revolta entre
Juazeiro e Fortaleza. Zé Lourenço não
entrou nos combates. Mas o exército do
governo passou pelo sítio e fez muitas
destruições. Quando terminou a guerra, o
Beato voltou para o sítio e recomeçou
tudo de novo.
A paz não durou muito tempo. O Cel. João
de Brito vendeu o terreno para outro
proprietário e o novo dono exigiu a
entrega das terras ocupadas pelo Beato.
Naquele tempo não tinha nenhuma defesa
para o trabalhador rural, nem sindicato
existia. O Beato e todos os seus
companheiros foram expulsos da terra,
sem nenhuma indenização pelas
benfeitorias de tantos anos. Isso
aconteceu em 1922.
Padre Cícero:
1932:
1934:
Em 1926, "Padim Ciço" mandou o Beato
Zé Lourenço juntar umas famílias para
tomar conta do Sítio Caldeirão. 
Esse sítio, de propriedade do "Padim
Ciço", fica na Serra do Araripe no
município do Crato. Era chamado
Caldeirão, devido o grande caldeirão de
pedra que conservava água até o verão.
Em pouco tempo o trabalho de tantos
agricultores conseguiu transformar o
Caldeirão em uma terra muito produtiva.
Lá eles produziam, também, as
ferramentas de trabalho, roupas e
calçados.
Mil novecentos e trinta e dois foi o ano de
grande seca em todo o Nordeste. Em todo
canto morria gente de doença e de fome.
Mas no Caldeirão não morreu nenhuma
pessoa de fome. Nos armazéns tinha o
suficiente para todo aquele povo comer.
Não faltou comida pra ninguém, nem para
os flagelados que chegaram.
Os políticos e donos de terras não viam
com bons olhos a concentração de
trabalhadores em Caldeirão, que além de
não pagarem renda, dificultavam a mão
de obra barata nas fazendas. Lembravam
da experiência de Canudos e tinham
medo que o povo na posse da terra livre,
criasse uma organização forte como a de
Canudos.
Padre Cícero morreu em 1934, Caldeirão
perdeu seu defensor. Suas terras foram
procuradas pelos Salesiano, que se
consideravam herdeiros do Padre.
Mas a autoridade do Beato Zé Lourenço
aumentava e Caldeirão estava se
transformando num grande centro de
romaria. O Bispo e os padres estavam
bastantes preocupados. Políticos da
região, grandes proprietários de terra, a
justiça e a Igreja juntam-se aos poderosos
da capital e montam um plano de
destruição contra o Caldeirão. 
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Primeira Expedição:
Segunda Expedição:
Conclusão:
A primeira expedição foi realizada em
11/09/1936 e foi comandada pelo capitão
Cordeiro Neto, que mais tarde foi prefeito 
de Fortaleza. Inicialmente queriam
oferecer passagens de trem para as
famílias transportarem as bagagens e se
retirar do local. O povo não aceitou. 
Os soldados cumpriram as ordens
chegadas de Fortaleza. Queimaram 400
casas, as moagens e as roças. Nenhuma
arma foi apreendida, ninguém tinha arma
entre os dois mil habitantes do Caldeirão.
Os soldados roubaram tudo que podiam
levar.
A segunda expedição para destruir
Caldeirão ocorreu em 11/05/1937, e
encontrou resistência de um grupo
liderado por Severino Tavares. Este líder
passou a contrariar as ordens do Beato Zé
Lourenço que pregava a resistência, mas
sem tocar em armas. Nesse confronto
morreram um capitão, seu filho, um
sargento e um soldado. 
Outros soldados ficaram feridos. Três
camponeses morreram. O governo do
Estado telegrafou pedindo reforço Federal
que enviou uma esquadrilha de aviões.
Bombardearam as casas e as roças dos
trabalhadores. Foi uma coisa horrível.
Cerca de mil trabalhadores foram mortos.
Zé Lourenço e seu povo voltaram para
Caldeirão, começaram tudo de novo.
Quando já estavam situados, chegou uma
carta dos salesianos, ordenando que ele
se retirasse com toda a população. 
Zé Lourenço saiu direto para
Pernambuco, foi para a fazenda União,
em Exu. 
Lá morreu de peste bubônica, no dia 12
de dezembro. Seu corpo foi sepultado em
Juazeiro do Norte.
Caldeirão foi destruído, mas até hoje
milhões de posseiros e trabalhadores
sem-terra continuam na mesma busca de
uma nova terra. Na busca de terra livre,
onde possam trabalhar como irmãos.
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Os Cearenses 18 - Beato José
 Lourenço Fundação Demócrito Rocha
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Caldeirão do beato Zé Lourenço -
Documentário da TV Assembleia do
Ceará - 04/02/2012
Frei Gilvander Luta pela 
Terra e por Direitos
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FONTE:http://3.bp.blogspot.com/dQePl_gYw7M/Un0l28
9jfxI/AAAAAAAAFY4/Ypl6lOo4zII/s1600/4217288.jpg
ACESSO: 19/06/20022
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https://youtu.be/kDPyNkRDJM4
https://youtu.be/Z2DVrL_dEcI
A sedição de 1914
1914:
Em 1911, com o apoio dos fazendeiros, foi
eleito Prefeito de Juazeiro, e tornou-se
símbolo da revolta sendo considerado um
santo, profeta e protetor dos nordestinos.
Em 15 de dezembro de 1913, uma
assembleia dissidente, no Ceará, declarou
o governo de Franco Rabelo como ilegal,
nomeando, prontamente, um governo
provisório com Floro Bartolomeu como
presidente. 
Mas, três dias mais tarde (em 18 de
dezembro), Rabelo enviou tropas
estaduais para uma invasão à cidade do
Crato e, em seguida, a Juazeiro, sob
comando de Alípio Lopes para dar fim à
sedição.
Em 24 de janeiro de 1914, Crato foi
ocupada pelas tropas dos sediciosos de
Juazeiro, como eram chamados. Os
revoltosos seguiram para Fortaleza com o
objetivo de derrubar o governador, com a
ajuda do senador Pinheiro Machado, e a
ocuparam em 19 de março de 1914.
Junto com a tropa federal, os combatentes
de Floro Bartolomeu ainda ocuparam
Miguel Calmon, Senador Pompeu,
Quixeramobim e outras cidades. Cercado,
Franco Rabelo não teve como reagir e foi
deposto em 15 de março de 1914. Estava
concluída a revolução de Juazeiro.
Como troféu, a Nova Jerusalém foi
elevada à categoria de cidade a 23 de
julho do mesmo ano, e Padre Cícero
Romão Batista foi consagrado como um
dos mais proeminentes coronéis da
política republicana do país.
Contexto:
Coronelismo:
Padre Cícero:
A Revolta ou a Sedição de Juazeiro, foi
um conflito popular ocorrido em 1914
durante a República Velha (1889-1930) na
cidade de Juazeiro do Norte, no sertão do
Cariri, Ceará.
Ocupava o cargo de presidente do país, o
Marechal Hermes da Fonseca (1855-
1923), que adotou medidas de
intervenção política, conhecida como
“Política das Salvações”, a fim de
combater as lideranças políticas (na
época os coronéis) que dificultavam a
atuação do poder.
O pacto dos coronéis, assinado dia 04 de
outubro de 1911, tinha o intuito de
combater a “política das salvações”,
proposta pelo governo federal, bem como
assegurar o retorno da família Acyoli ao
poder.
Esse pacto reunia 17 chefes políticos de
diversos locais do sertãodo cariri, a
saber: Crato, Juazeiro, Santana do Cariri,
São Pedro do Cariri (Caririaçu), Missão
Velha, Araripe, Jardim, Milagres,
Porteiras, Assaré, Várzea Alegre, Brejo
Santo, Campos Sales, Aurora, Lavras da
Mangabeira, Barbalha e Quixará (Farias
Brito).
Padre Cícero Romão Batista (1844-1934),
popularmente chamado de “Padim Ciço”,
nasceu no Ceará e foi um dos mais
importantes líderes da Revolta do
Juazeiro.
Figura mística, muito respeitado e querido,
ao lado da família tradicional Acyoli,
liderada pelo coronel Antônio Pinto
Nogueira Accioly, então presidente do
Ceará, que possuía grande poder na
época, Cícero convocou a população para
lutar contra o Estado e reivindicar o poder,
que estava anteriormente, dominado pelas
oligarquias do Ceará.
FONTE:http://www.fortalezaemfotos.com.br/2011/02/o-
governo-franco-rabelo-e-sedicao-de.htmlACESSO:
19/06/20022
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Fortaleza
Fim de um sonho:
como posteriormente proclamou a
Confederação do Equador a 2 de julho,
convidando as outras Províncias do
Nordeste para aderirem ao movimento.
A atitude de Pais de Andrade ocasionou a
intervenção das tropas de 1ª linha
localizadas em Recife, sob o comando
dos Majores Bento José Lamenha Lins e
Antônio Corrêa Seara, os quais
prenderam o chefe dos rebelados,
recolhendo-o ao Forte do Brum.
As tropas de Olinda revoltaram-se e a
própria guarnição do Forte aderiu à
revolução, libertando Pais de Andrade,
que se dirigiu para Olinda, sendo recebido
triunfalmente pela população. 
Em face da situação as tropas leais ao
Imperador saíram de Recife juntamente
com Pais Barreto, e acamparam na região
de Barra Grande, em Alagoas.
O Imperador reagiu prontamente. Fez
uma proclamação ao Exército, decretou a
suspensão das garantias constitucionais
em Pernambuco e estabeleceu uma
comissão militar sob a chefia do
Brigadeiro Francisco de Lima e Silva para
processar e julgar sumariamente os
chefes da rebelião. Sentindo-se apoiado
pelos movimentos no Ceará, na Paraíba e
no Rio Grande do Norte, Pais de Andrade
lançou a 2 de julho de 1824 um manifesto
expondo as razões do separatismo e
concitando o povo a aderir à causa
republicana. Após algumas tentativas
infrutíferas de armistício, Lima e Silva
ordenou o ataque contra Recife, ao
alvorecer de 17 de setembro. A
resistência encontrada foi fraca. James
Norton e seus marujos tomaram o Forte
do Brum, enquanto as forças de Lima e
Silva ocuparam o Forte do Buraco e
entraram em Olinda. Vários chefes do
movimento escaparam para o interior,
sendo perseguidos.
Dominada a revolução em Pernambuco,
foco principal, logo o seria também no
Ceará, na Paraíba e no Rio Grande do
Norte. 
VER AULA
Revolta de Juazeiro do Norte
Evolucional
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 AULA 
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Revolta de Juazeiro
h de História
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Participação do Ceará e do
Cariri na Confederação do
Equador
Contexto:
Os ideais republicanos que durante vários
anos vinham inspirando influentes líderes
em Pernambuco encontraram terreno
propício no agitado período dos primeiros
anos da independência. 
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https://youtu.be/WaQ484vxwvw
https://www.youtube.com/c/EvolucionalBr
https://youtu.be/ZMwHMWnfuVU
O julgamento:
Conclusão:
Numerosos revolucionários
remanescentes foram surpreendidos no
Engenho do Juiz, Ceará, em 28 de
novembro, pelas forças legais do Major
Lamenha Lins. Terminava pois a
Confederação do Equador, sonho
republicano que, por breve período,
ameaçou a unidade nacional. Dos que
foram julgados pelo tribunal instalado em
Recife, 17 foram condenados à morte.
Entre eles figuravam João Guilherme
Ratcliff, um português que chegara havia
apenas um ano, João Metrovich, maltês, o
pernambucano Joaquim da Silva Loureiro,
enforcados no Largo da Prainha (Praça
Mauá), no Rio de Janeiro, em 17 de
março de 1825, e Frei Joaquim do Amor
Divino e Caneca, fuzilado em Recife, a 13
de janeiro de 1825. 
O Padre José Antonio Caldas conseguiu
evadir-se, obtendo refúgio no Uruguai,
vindo mais tarde a influenciar Bento
Gonçalves e a revolta que este dirigiu na
Província do Rio Grande do Sul. Tanto
Lima e Silva como Conrado Niemeyer
endereçaram representações ao
Imperador, em favor dos implicados. O
perdão imperial atingiu a muitos desses
condenados, destacando-se Manuel de
Carvalho Pais de Andrade, que voltou a
Pernambuco e, em 1831, se elegeu
Senador do Império por essa Província.
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As ações:
Ao Ceará acorreram muitos dos fugitivos
pernambucanos. A cidade de Crato, no
Cariri, transformou-se no principal reduto
revolucionário, concentrando figuras
tradicionais ligadas ao movimento, como
José Martiniano de Alencar e Bárbara de
Alencar. Em 26 de agosto de 1824 foi
declarada a anexação do Ceará à
Confederação do Equador. Os combates
entre as forças imperiais e as dos chefes
revoltosos Tristão Gonçalves Pereira de
Alencar Araripe e José Pereira Filgueiras
terminaram com a derrota destes, sendo
morto o primeiro e aprisionado o segundo. 
Com as derrotas de Missão Velha e Rio
do Peixe, eclipsaram-se os
revolucionários cearenses. Instalou-se na
Província, por ordem do governo imperial,
a comissão militar chefiada pelo Tenente-
Coronel Conrado Jacob Niemeyer para
julgar os chefes subversivos. O
movimento chegou a atingir várias
povoações na Paraíba, particularmente
nas proximidades da fronteira
pernambucana. A ação dos governistas,
ocupando a Vila do Pilar e Itabaiana e
derrotando completamente os rebeldes
em Cerro d'Anta, aniquilou a insurreição.
No Rio Grande do Norte ocorreram fatos
análogos; o bloqueio do litoral e a ação
das forças terrestres legalistas
desarticularam o movimento.
 AULA 
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HISTÓRIA DO CEARÁ - AULA V
Professor Juciê Lacerda
10_12 Heróis da Solidão_o Ceará na
Confederação do Equador.flv
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https://youtu.be/5-uC8fNLs44
https://youtu.be/0EAC0FfUbg4
https://www.youtube.com/c/ProfessorJuci%C3%AALacerda
No final do século XIX e nas primeiras
décadas do século XX, o Nordeste
brasileiro foi assolado por uma série de
secas que provocaram a saída de
sertanejos para o litoral e,
especificamente, para as capitais dos
estados nordestinos. Essa fuga massiva,
entretanto, não foi fácil, pois, além do
percurso longo e precário, os interioranos
enfrentaram o despreparo governamental
para lidar com a situação de desterro
vivido pelos deslocados internos, o que
provocou uma das maiores catástrofes da
História do Brasil: a criação de campos de
concentração para os flagelados da seca,
os chamados “currais do governo”.
Cenário do livro “O Quinze”, de Rachel de
Queiroz, no ano de 1915, foi criado o
Campo de Alagadiço, na região oeste de
Fortaleza. Este campo, o primeiro de
muitos outros, chegou a abrigar mais de
oito mil pessoas e foi visto como uma
forma de conter a invasão dos
esfomeados à capital cearense e manter a
ordem no estado. Baseando-se nos
acontecimentos da Seca dos Dois Setes
(1877), na qual cerca de cem mil pessoas
saíram dos sertões e ocuparam Fortaleza,
trazendo fome, miséria e doenças, o
Governo oligarquista criou uma forma
prática e racional de afastar a visão da
necessidade da elite citadina e
prolongando o sofrimento de milhares de
pessoas em total descaso para com as
condições básicas de vida e para com a
dignidade da pessoa humana.
Em 1932, dezessete anos após a criação
de Alagadiço, a política dos campos de
concentração voltaria com mais força:
além daquele, criou-se o Campo do
Urubu, no atual bairro do Pirambu, em
Fortaleza. Porém, tais lugares teriam sua
existência perpetuada no interior
cearense, mais especificamente no
município de Senador Pompeu, local onde
ainda existem as ruínas do Campo do
Patu, que chegou a abrigar mais de vinte
mil deslocados internos aproximadamente 
Os "Currais humanos" no
interior do Ceará
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Campos de concentração no CearáLeitura ObrigaHISTÓRIA
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Memórias do Campo de
Concentração da Seca de 1932 -
CÍCERO CLARA [Campos de
Concentração do Ceará]
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17% da população fortalezense à época e
que permanece sendo o único ainda de
pé: todos os demais foram destruídos pela
ação do tempo e do governo. O motivo?
Talvez a pífia tentativa de esconder um
passado não tão distante, onde a
humanidade deixou de existir e as
pessoas eram aquilo que Graciliano
Ramos cita em Vidas Secas: bichos.
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https://youtu.be/NLAdRwgBggg
https://www.youtube.com/c/obrigahistoria
https://youtu.be/oTSDnb6T7cc
Escravidão e trabalho livre
no Ceará 
Contexto:
A escravidão no Brasil:
A escravidão, também chamada de
escravismo, escravagismo e escravatura é
a prática social em que um ser humano
adquire direitos de propriedade sobre
outro denominado por escravo, ao qual é
imposta tal condição por meio da força.
Em algumas sociedades, desde os
tempos mais distantes, os escravos eram
legitimamente definidos como um produto.
Os preços modificavam-se conforme as
condições físicas, habilidades
profissionais, sexo, a idade, a procedência
e o destino. Quando falamos em
escravidão, é difícil não pensarmos nos
europeus que superlotavam os porões de
seus navios de homens trazidos da África
independente de suas vontades e que
foram colocados à venda de forma
desumana e cruel por toda a América.
Entretanto, a escravidão é bem mais
antiga do que o tráfico do povo africano.
Ela é tão antiga quanto à própria história,
quando os povos derrotados em batalhas
eram escravizados por seus
conquistadores. Neste caso, citamos
como exemplo os hebreus, que foram
vendidos como escravos desde o começo
da História. 
Muitas das antigas civilizações
empregavam e necessitavam do trabalho
escravo para a execução de tarefas mais
pesadas e rudimentares. Roma e Grécia
são exemplos, estas possuíam um grande
número de escravos; no entanto, a
maioria de seus escravos eram bem
tratados e tiveram a oportunidade de
comprar sua liberdade. 
No Brasil, a escravidão teve seu início a
partir da produção de açúcar na primeira
metade do século XVI. Os portugueses
traziam os escravos de suas colônias na
África para utilizar como mão-de-obra
escrava nos engenhos de açúcar da
região nordeste do Brasil.
Os escravos aqui no Brasil eram vendidos
como se fossem mercadorias pelos
comerciantes de escravos portugueses.
Os mais saudáveis chegavam a valer o
dobro daqueles mais fracos ou velhos.
O transporte destes escravos era feito da
África para o Brasil nos porões de navios
negreiros. 
Os escravos vinham amontoados, em
condições desumanas, muitos morriam
antes de chegar ao Brasil, e seus corpos
eram deixados no mar.
Quando chegavam às fazendas de açúcar
ou nas minas de ouro (a partir do século
XVIII), os escravos eram tratados da pior
maneira possível. Trabalhavam
excessivamente (de sol a sol), recebiam
uma alimentação precária e suas roupas
eram trapos. A noite recolhiam-se nas
senzalas (galpões escuros, úmidos e com
pouca higiene) e eram acorrentados para
evitar fugas. Constantemente eram
castigados fisicamente, sendo que o
açoite era a punição mais comum no
período do Brasil colonial.
Os escravos eram proibidos de praticarem
a sua religião de origem africana ou de
realizar suas festas e rituais africanos.
Eram obrigados a seguir a religião
católica, imposta pelos senhores de
engenho, e também era exigido adotar a
língua portuguesa na sua comunicação.
Porém mesmo com todas as imposições e
restrições, não deixaram a cultura africana
se extinguir. Escondidos, realizavam seus
rituais, praticavam suas festas,
conservaram suas representações
artísticas e desenvolveram uma uma arte
marcial disfarçada de dança, a Capoeira.
As mulheres negras também sofreram
muito com a escravidão no Brasil, ainda
que os senhores de engenho utilizassem
esta mão-de-obra, principalmente, para
trabalhos domésticos. Cozinheiras,
arrumadeiras e até mesmo amas de leite
foram comuns naqueles tempos da
colônia.
No período conhecido como o Século do
Ouro (XVIII) alguns escravos conseguiam
comprar sua liberdade após adquirirem a
carta de alforria. Juntando alguns
"trocados" 
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trocados" durante toda a vida, conseguiam a liberdade. Entretanto, as poucas
oportunidades e o preconceito da sociedade acabavam fechando as portas para estas
pessoas. O negro, porém reagiu à escravidão, buscando uma vida digna. Neste período
eram comuns as revoltas nas fazendas em que grupos de escravos fugiam, formando
nas florestas os quilombos. Estes quilombos eram comunidades organizadas, onde os
integrantes viviam em liberdade, através de uma organização comunitária aos moldes do
que existia na África. Nos quilombos, os negros africanos podiam praticar sua cultura,
falar sua língua e exercer seus rituais religiosos. O mais famoso foi o Quilombo de
Palmares, comandado por Zumbi.
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 AULA 
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Como aconteceu a escravidão no
Brasil? História até a abolição 
Toda Matéria,
História da Escravidão no Brasil e
Proclamação da República 
(aula Completa) - Débora Aladim
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FONTE:https://www.sohistoria.com.br/ef2/culturaafro/p1_clip_image002_0000.jpg ACESSO: 19/06/20022
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https://youtu.be/5gtxfsHuf5c
FONTE:http://3.bp.blogspot.com/_iWKJmnG8aT4/TIllRRRuV
sI/AAAAAAAAGf4/nslBZSPxcWo/s1600/escravos.jpg
ACESSO: 19/06/20022
Movimento abolicionista
Contexto:
Características:
Em 25 de março de 1884 aconteceu no
Ceará a cerimônia de libertação de todos
os escravos daquela província, resultado
de um movimento abolicionista que
mobilizou o império. 
A Sociedade Cearense Libertadora, a
mais atuante sociedade abolicionista do
Ceará e que tomou a liderança do
movimento, foi fundada em 08 de
dezembro de 1880 como um
desdobramento da sociedade comercial
Perseverança e Porvir, fundada em 1789. 
Já em 01 de janeiro de 1881 foi criado o
jornal Libertador, Órgão da Sociedade
Cearense Libertadora, por meio do qual
os abolicionistas da sociedade
começaram a divulgar suas ideias e
iniciaram efetivamente a campanha
abolicionista.
Suas características mais radicais ficariam
mais definidas após a greve dos
jangadeiros, como ficou conhecida a
paralisação ocorrida no porto de Fortaleza
nos dias 27, 30 e 31 de janeiro de 1881, e
mais tarde em 30 de agosto do mesmo
ano.
 A paralisação se tornou um marco na
história do Ceará e foi organizada pela
Sociedade Cearense Libertadora
juntamente com os jangadeiros, que eram
responsáveis por levarem os escravos dos
navios até a praia, e vice-versa. 
Nestes dias, os jangadeiros se recusaram
a embarcar os escravos que seriam
transportados para outras províncias e,
junto com a multidão que se encontrava
na praia, gritaram: “No porto do Ceará não
se embarca mais escravos!”; frase que se
tornou emblemática do movimento.
Naquele momento, o Ceará ainda vendia
escravos para outras províncias, prática
fomentada pela seca de 1877, quando os
fazendeiros, perdendo suas colheitas e
seu gado, viram no escravo uma
verdadeira moeda de troca. 
Dragão do Mar:
Motivos:
Era justamente essa prática que os
abolicionistas buscariam evitar, atingindo
assim a escravidão em seu ponto mais
importante. 
Dragão do Mar — cujo curioso apelido foi
dado pelo famoso abolicionista fluminense
José do Patrocínio — era um homem
mestiço, filho de pescadores do município
de Aracati. Ele tinha por volta de 40 anos
quando liderou a greve no porto de
Fortaleza.
Ele ajudou na fuga de escravizados,
juntou dinheiro para comprar a liberdade
de muitos, escondeu pessoas dentro de
casa, além de outras manifestações.
O movimento resultou na extinção gradual
da escravidão em todos os municípios
cearenses, até que foi declarada a
inexistência de escravos em seu território,
em 25de março de 1884.
Quatro anos antes da Lei Áurea, em 1884,
a província “acabou” com o sistema
escravista, virando, para os bairristas,
“terra da luz”, “berço da liberdade”. 
Há explicações para essa “precocidade”
cearense. Em primeiro lugar, citaríamos o
pequeno número de cativos e sua menor
influência na economia local – como
vimos, a economia cearense, baseada no
binômio.
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Conclusão:
gado-algodão, não absolvia muita mão-
de-obra escrava negra (assim, a abolição
não traria muitos abalos para a economia
local). Em segundo, poderíamos falar da
pressão da campanha abolicionista. Como
no resto do Brasil, ocorreu uma influência
marcante da cultura européia sobre os
cearenses na segunda metade do século
XIX.
 As ideias de “civilização”, “progresso” e
“modernização” do Iluminismo, do
positivismo e outros sistemas filosóficos
chocavam-se com uma instituição tão
brutal como o sistema escravista. 
Por isso, segmentos das elites e das
classes médias fundaram entidades
abolicionistas (como a “Sociedade
Cearense Libertadora” e o “Centro
Abolicionista”), visando o fim do regime
servil. Essa campanha abolicionista,
contudo, não visava uma ruptura radical,
mas ao fim da escravidão de forma
“ordeira”, priorizando a compra de cartas
de alforria. Em terceiro, citaríamos o
tráfico interprovincial (a venda de
escravos do Nordeste para os cafezais do
Sudeste), que diminuía ainda mais o
número – e o peso econômico – dos
escravos locais. 
Também deve-se mencionar a questão
das secas , como a de 1877-79, (era
inviável um grande número de negros
numa área sujeita a secas e, por
conseguinte, à fome, à sede, à doenças.)
e a atuação dos setores populares que
aderiram à ideia abolicionista – o maior
exemplo foi Francisco José do
Nascimento, o “Dragão do Mar”, que
liderou o jangadeiros em vitoriosas greves
em 1881, objetivando impedir o embarque
de escravos no porto de Fortaleza.
Assim, em janeiro de 1883, Acarape (atual
Redenção) passou para a história
nacional como o primeiro núcleo urbano a
libertar seus negros. Fortaleza deu
liberdade a seus cativos em 24 de maio
de 1883. Finalmente, a 25 de março de
1884, promulgouse lei inviabilizando a
escravidão na província – embora existam
registros de cativos no Ceará em datas
posteriores. 
FONTE:http://www.palmares.gov.br/wpcontent/uploads/2019/
03/drag%C3%A3o-do-mar.jpg ACESSO: 19/06/20022
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Abolição da Escravatura no Ceará
Edvardo Zaranza
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Os Cearenses 23 - Abolicionistas
Fundação Demócrito Rocha
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https://youtu.be/baD5hb3NW0E
https://www.youtube.com/channel/UCILAx4ncv37XiLbRqdaJksg
https://youtu.be/T0ZhcTnuo_U
https://www.youtube.com/channel/UC3zlt0YbgWNlNTnWNVbKYcg
As interventorias
Contexto:
Em 1930, Getúlio Vargas chegava à
Presidência da República através duma
“revolução”. Iniciava-se uma nova era
para o País: leis trabalhistas,
industrialização de base, centralismo
político, etc. Vitoriosa a “Revolução” de
30, passaram os Estados a serem
governados por interventores – indicados
por Getúlio e escolhidos entre os tenentes
e civis que haviam apoiado o golpe
varguista. Queria-se, assim, afastar dos
governos estaduais as oligarquias da
República Velha e se colocar em prática
as medidas centralizadoras da Era Vargas
Fernandes Távora foi o primeiro
Interventor do Ceará. Ficou apenas oito
meses no Governo, curto período, quando
não foi possível fazer grandes realizações.
Entre suas ações, destacaram-se: 
a) desarmou e prendeu vários coronéis
defensores das oligarquias, que logo
foram soltos; 
b) abriu processos para investigar as
irregularidades das antigas oligarquias, o
que não deu em nada; 
c) decretou o número mínimo de 15 mil
habitantes para formação de um
município, reduzindo o total de 85
municípios para 51; 
d) deu continuidade às práticas políticas
tradicionais e acabou por fortalecer o
clientelismo que privilegiava os antigos
oligarcas e nomeou prefeitos, a maioria
correligionários, isto é, do mesmo partido.
Também indicou alguns integrantes dos
extintos Partidos Democrata e
Conservador para cargos de confiança. 
Insatisfeitos com o comportamento do
Interventor imposto por Getúlio no Ceará,
as antigas oligarquias que perderam
poder com a Revolução de 30, e os
tenentes que exigiram um governo sem
privilégios ou favorecimentos,
pressionaram o Presidente da República
Getúlio Vargas para destituir do poder
Fernandes Távora. Em 21 de agosto de
1931, por decreto presidencial, Távora foi
retirado do cargo de Interventor.
 Foi nomeado para substituí-lo o Capitão
Roberto Carneiro de Mendonça. Roberto
Carneiro de Mendonça foi o segundo
interventor do Ceará. Por ser de outro
Estado e por não estar ligado aos grupos
políticos do Ceará, evitou, por algum
tempo, os privilégios que marcaram a
primeira interventoria; contudo,
harmonizou as oligarquias locais e
nomeou pessoas ligadas às oligarquias
tradicionais para ocupar cargos dirigentes.
Em seu governo, cometeu um grave erro:
não deu assistência à grande crise
climática, a seca de 1932, quando
milhares de pessoas passaram fome,
sede e foram acometidas por doenças.
Por meio da Inspetoria Federal de Obras
Contra as Secas (IFOCS), apenas alistava
sertanejos para trabalhar na construção
de açudes e estradas. Estes
trabalhadores trabalhavam de sol a sol,
não recebiam salários em moeda, mas
alimentos, os quais, na maioria das vezes,
eram desviados pelos encarregados da
distribuição. As vagas eram poucas e nem
todos os camponeses conseguiam se
engajar nessa obra de emergência,
fazendo com que muitos homens,
mulheres, crianças e idosos ficassem na
mendicância, pedindo esmolas.
Foram construídos acampamentos
cercados de arame farpado e sob intensa
vigilância, para evitar a fuga dos
flagelados para a Capital, temendo a
transmissão de doenças para a elite, isto
é, para as classes economicamente mais
favorecidas. Com a revolta
constitucionalista ocorrida em 1932, o
Governo Federal convocou cearenses
para a luta. Foram alistados muitos
flagelados da seca e voluntários que
preferiam morrer à bala do que de fome.
Foram enviadas, também, efetivos do 23o
BC Batalhão de Caçadores, somando
mais de dois mil cearenses ao combate
constitucionalista.
Carneiro de Mendonça, em sua
interventoria, manteve-se apolítico, ou
seja, adotou uma política de neutralidade,
não interferindo na arregimentação de
pessoal que acontecia no Estado em 
 akkk.
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apoio à revolução constitucionalista que
acabava de despontar no horizonte.
Assim, no dia 09 de julho de 1932,
estourou em alguns estados brasileiros a
Revolta Constitucionalista, decorrente do
fechamento do Congresso Nacional e das
Assembléias Legislativas Estaduais, por
Getúlio Vargas. Objetivava exigir eleições
imediatas para a escolha de nova
Assembléia Constituinte, encarregada de
escrever uma nova Constituição para o
Brasil. 
A princípio, não houve reação popular ao
fechamento dessas instituições, mas
esperava-se que tal situação fosse
provisória e que Getúlio Vargas logo
convocasse eleições para a escolha da
Assembléia Constituinte. 
Nas mesmas eleições, o povo, também,
esperava eleger seus verdadeiros
representantes políticos, mas o tempo
passava e Getúlio Vargas não convocava
eleições, continuando a governar o Brasil
sozinho, com amplos poderes. Por isso,
foi inevitável a eclosão da Revolta
Constitucionalista.
Recebeu, principalmente, o apoio da
maioria dos paulistas, de alguns jornais e
rádios nacionais, no entanto, não
conseguiu o apoio de todos os estados
brasileiros. 
Apesar de derrotada por falta de apoio, a
Revolta Constitucionalista conseguiu seu
objetivo somente anos mais tarde. Em
1933, Getúlio Vargas, finalmente,
convocou eleições para a Assembléia
Constituinte.
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Brasil de 1945 a 1964 - De Getúlio
aos Militares : Videoaula
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