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FACULDADES INTEGRADAS PADRÃO – GUANAMBI-BA SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS IV ALEXIA ALEXANDRINA POSSIDONIO ALMEIDA 4º PERÍODO ATIVIDADE ACADÊMICA TIC´s – CÓLERA – SEMANA III GUANAMBI/BA 2022 PERGUNTA: Quando suspeitar clinicamente que o paciente possa apresentar cólera? Qual a diferença das outras enterocolites bacterianas? RESPOSTA: A cólera é uma doença bacteriana, cujo agente etiológico é a Vibrio cholerae. É caracterizada por diarreias secretoras agudas, causando grandes perdas hídricas e eletrolíticas pelas fezes, o que, em níveis mais drásticos, pode desencadear um choque hipovolêmico. Sabe-se que a forma de contaminação se dá pela água, alimentos e pelo contato direto com alguém infectado, sendo uma doença endêmica de países com poucos recursos investidos em saneamento básico. Conforme a Organização Mundial de Saúde, a cólera deve ser sempre suspeitada quando um paciente apresenta idade maior ou igual a cinco anos e chega com diarreia aquosa aguda grave, associada ou não a vômitos. Tratando- se de regiões endêmicas, a suspeita deve ser ampliada para a faixa etária de dois anos. Já em países desenvolvidos, onde a cólera é mais rara, visto que há maior acesso a água potável e saneamento básico, deve-se perguntar ao paciente se ele fez viagens recentes a países endêmicos ou em surto de cólera, e se ingeriu mariscos (alimentos que são fatores de risco para a infecção por essa bactéria). Dessa forma, a cólera possui diagnóstico clínico, uma vez que, mesmo que exames complementares possam confirmar a presença da bactéria no organismo (por exemplo, exames de fezes), o paciente chega com urgência de tratamento (já que trata-se de uma doença agressiva, com grande desidratação), além de ser comum em locais menos desenvolvidos que, por isso, podem não contar com disponibilidade de testes diagnósticos. Portanto, deve-se atentar aos sinais e sintomas relatados (desconforto abdominal, borborigmos, vômito aquoso, diarreia indolor, cãimbras musculares e fraqueza e perda abundante de fezes em “água de arroz”, ou seja, fezes aquosas, com manchas de muco e odor de peixe) e aos achados no exame físico (olhos encovados, apatia, letargia, xerostomia, pele fria e úmida, turgor cutâneo diminuído, “mãos de lavadeira”, pulso periférico fraco e respiração de Kussmaul). A principal diferença entre a cólera e outras enterocolites bacterianas é a perda profunda e rápida de fluidos e eletrólitos pelas fezes. Como diagnóstico diferencial, tem-se o rotavírus e criptosporidium (típicos em crianças pequenas), além de Escherichia coli enterotoxigênica (mais comum em crianças maiores e adultos). Caso seja feito o exame de fezes, quando o paciente sofre de cólera, observa-se uma concentração mais alta de sódio, potássio e bicarbonato nas fezes, em comparação com outras doenças diarreicas. REFERÊNCIAS: Cólera no Brasil. Saúde e Sociedade, v. 2, n. 1, p. 3–7, 1993. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104- 12901993000100002&lng=pt&tlng=pt>. UpToDate. Disponível em: <https://www.uptodate.com/contents/cholera- clinical-features-diagnosis-treatment-and-prevention?source=history_widget>. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12901993000100002&lng=pt&tlng=pt http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12901993000100002&lng=pt&tlng=pt https://www.uptodate.com/contents/cholera-clinical-features-diagnosis-treatment-and-prevention?source=history_widget https://www.uptodate.com/contents/cholera-clinical-features-diagnosis-treatment-and-prevention?source=history_widget