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DPC-CRIMINOLOGIA

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Sumário 
 
1. A CRIMINOLOGIA ............................................................................................................ 3 
2. CORRENTES E TEORIAS CRIMINOLÓGICAS .............................................................. 13 
3. VITIMOLOGIA ................................................................................................................. 24 
4. SISTEMA DE JUSTIÇA CRIMINAL ................................................................................ 27 
5. PREVENÇÃO DA INFRAÇÃO E MODELOS DE REAÇÃO AO CRIME ......................... 31 
6. TEMAS ESPECIAIS DE CRIMINOLOGIA ....................................................................... 34 
 
 Professora: Bruna Cancio 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. A CRIMINOLOGIA 
 
A Criminologia é a Ciência que estuda o crime como um fenômeno social. 
Ocorre que a mera enunciação dessa afirmativa é precária para conceituar essa área 
do saber. 
Assim, por uma questão didática, trataremos primeiramente de falar sobre o seu 
objeto de estudo e o método utilizado em suas incursões científicas, que se tratam dos 
elementos definidores da própria ciência em si, para, ao final, apresentarmos o conceito de 
criminologia, deixando a explicação mais clara ao estudante. 
 
1.1. OBJETO 
 
O objeto do estudo precípuo da Criminologia é o crime (delito, infração), mas mais 
precisamente, estuda-se o crime visto como um fenômeno social. 
Isso porque, a ideia de crime como fenômeno social se relaciona com o que é 
compreendido em dado contexto como conduta desviante, que fere gravemente os anseios e 
expectativas daquela sociedade. 
Difere conceitualmente do conceito de crime para o Direito penal, por exemplo, que 
compreende como crime tudo aquilo que a lei penal assim o declara, estabelecendo uma 
pena/sanção para o caso do seu descumprimento. 
Muitas vezes haverá coincidência do que é crime para o Direito penal e para a 
sociedade, é o caso da conduta de matar alguém (cujo nome legal é “homicídio”). Outras 
vezes, o Direito penal ainda se ocupa com a previsão de uma conduta como criminosa, 
quando a sociedade já a trata como um desvio de comportamento de menor importância, um 
exemplo disso era o crime de adultério previsto na lei penal brasileira até o ano de 2005. 
O ideal é que a lei vigente em dada sociedade reflita a compreensão do que seus 
membros entendem como realmente grave e merecedor de punição, é por isso que o Poder 
Legislativo é composto de pessoas que devem refletir e representar a sociedade. Por isso é 
que o estudo da Criminologia visa, dentre outras coisas, a produção de conhecimentos que, 
interpretando a compreensão de crime naquele contexto, dê subsídios para a formulação de 
leis e políticas de segurança pública. 
Nesse sentido vale destacar que o ramo do Direito Penal também igualmente se 
ocupa do estudo do crime, por exemplo, não sendo este objeto exclusivo do campo da 
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Criminologia. Isso significa que não basta saber qual o objeto de estudo da Criminologia para 
compreender seu sentido e alcance, isto é, para conceituar a Criminologia precisaremos 
entender outros de seus elementos caracterizadores, como o método. 
Vale, porém, observar que o Direito penal, ao estudar o crime, parte de uma 
perspectiva eminentemente dogmática e normativa, ou seja, a partir de interpretações 
filosóficas e jurídicas sobre os aspectos do dever ser contido na lei que estabelece normas de 
conduta. 
Dito isso, tem-se que, por observar o fenômeno do crime dentro de um contexto 
amplo e que sofre diversas interferências, a Criminologia também é uma ciência que dialoga 
com várias outras ciências correlatas, tais quais o Direito, a Psicologia, a Medicina Legal, a 
Sociologia, sendo essencialmente um ramo do saber de natureza interdisciplinar, uma vez 
que seu objeto de estudo também é analisado e investigado por essas outras áreas, a partir 
de suas perspectivas peculiares. 
Importa ressaltar que a Criminologia não investiga o fenômeno criminal apenas por 
fazê-lo, mas visa a produção de um conhecimento que tem a finalidade de solucionar 
problemas reais, tais quais desenvolver melhores estratégias de prevenção e de eficácia do 
controle do fenômeno criminal. Aliás, a Ciência enquanto forma de produção de saber é 
sempre vinculada a alguma finalidade prática, notadamente soluções de problemas reais; sem 
esse elemento, nem mesmo se pode falar em conhecimento científico. 
Por fim, em virtude do crime não ser um fenômeno monolítico, mas multifacetário, a 
Criminologia acabou expandindo ao seu próprio objeto, alcançando a observação daquilo que 
determinou como os quatro elementos do fenômeno criminal nas sociedades: (1) o 
crime/delito, (2) o delinquente, (3) a vítima, (4) o controle social, que serão mais detalhados 
abaixo. 
 
1.1.1. DELITO 
 
O delito ou o crime, como dito, éo mais proeminente objeto da Criminologia é o crime, 
visto como um fenômeno social. 
Segundo Penteado Filho (2012, p. 25) a Criminologia vê o crime como: 
“um problema social, um verdadeiro fenômeno comunitário, 
abrangendo quatro elementos constitutivos, a saber: incidência 
massiva na população (não se pode tipificar como crime um fato 
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isolado); incidência aflitiva do fato praticado (o crime deve causar dor 
à vítima e à comunidade); persistência espaço-temporal do fato 
delituoso (é preciso que o delito ocorra reiteradamente por um período 
significativo de tempo no mesmo território) e consenso inequívoco 
acerca de sua etiologia1 e técnicas de intervenção eficazes (a 
criminalização de condutas depende de uma análise minuciosa 
desses elementos e sua repercussão na sociedade).” 
 
1.1.2. DELINQUENTE 
 
Quando o crime se tornou um objeto de estudo pelas ciências sociais, uma das 
questões que surgiu foi a respeito das circunstâncias e fatores que levam ao cometimento de 
crimes. Até mesmo porque, um dos interesses alinhados com o estudo do fenômeno da 
criminalidade é a identificação dos fatores criminógenos, ou seja, as causas que influenciam 
ou determinam a prática de crimes. 
Uma das hipóteses que surgiu para elucidar essa questão levava justamente ao 
estudo do sujeito que praticava os crimes, ou seja, do delinquente (aquele que comete 
crimes). Diversas vertentes da Criminologia tradicional se preocuparam em demasia com o 
estudo do delinquente, produzindo vários pontos de vistas diferentes sobre este objeto. 
O apogeu do valor do estudo do criminoso ocorreu durante o período do positivismo 
criminológico, o qual falaremos mais detalhadamente adiante, com destaque para a 
antropologia criminal, a sociologia criminal, a biologia criminal etc. A Escola Positiva, como 
ficou conhecida, centrou parte dos seus estudos na figura do delinquente, buscando encontrar 
as respostas para as razões da criminalidade nele. 
O estudo atual da criminologia não confere mais a extrema importância dada ao 
delinquente pela criminologia tradicional, deixando-o em plano secundário de interesse. 
 
1 Ciência que estuda a causa das coisas. 
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1.1.3. VÍTIMA 
 
Também pautada, inicialmente, no interesse de buscar respostas para as razões 
pelas quais são cometidos os crimes, a Criminologia centra seus estudos na figura da vítima, 
isto é, aquele ser que sofre as ações e consequências do comportamento criminoso, o sujeito 
contra o qual o crime foi cometido. 
Assim, a vítima enquanto objeto da criminologia é também uma forma de observá-la 
como parte da estrutura do delito. 
Dada a importância que o estudo da vítima revelou no âmbito da Criminologia, surgiu 
um ramo de produção de conhecimento que tem a vítima como objeto precípuo, a Vitimologia, 
que será conteúdo de capítulo próprio dessa apostila. 
Assim, a Vitimologia é um destaque específico dentro da grande área da 
Criminologia, tendo por centro das análises a vítima, seu papel enquanto fator criminógeno, 
os processos de vitimização e as consequências por ela sofridas, dentre outras perspectivas. 
Vale salientar que há crimes que não possuem vítimas, ou seja, não se dirigem e 
nem maculam uma pessoa especificamente, ainda que atinjam uma coletividade de pessoas 
indistintamente, é o caso dos “crimes de colarinho branco”, tais quais as condutas que 
lesionam o patrimônio público ou os atos de corrupção. 
 
1.1.4. CONTROLE SOCIAL 
 
Visões sobre o delinquente na Criminologia 
tradicional: 
• Escola Clássica: via o criminoso como alguém que pecou 
e, assim, escolheu o caminho do mal, quando poderia ter 
escolhido o caminho do bem. 
• Escola Positiva: enxergava o criminoso como alguém que 
“nasceu assim”, um ser atávico, preso a uma deformação 
patológica (entendia o crime como uma espécie de doença). 
• Escola Correcionalista (de grande influência na América 
espanhola): o criminoso era um ser inferior e incapaz de se 
governar por si próprio, merecendo do Estado uma atitude 
pedagógica e de piedade. 
• Marxismo criminológico: entendia o criminoso como 
vítima inocente das estruturas econômicas. 
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O controle social é também um dos objetos de estudo da Criminologia, constituindo-
se em um conjunto de mecanismos que buscam submeter os indivíduos às normas de 
convivência da sociedade. 
Há dois tipos de controle social, o formal, constituído pelo aparelho político e 
institucional do Estado feito para essa finalidade, tais quais a Polícia, o Ministério Público e o 
Poder Judiciário, e o informal, que é formado por institutos da sociedade civil em geral, como 
a família, a escola, os ambiente profissional, partidos políticos, a opinião pública, enfim, tudo 
aquilo que exerce pressão de ordem ética e age de maneira a conformar o comportamento 
do indivíduo aos anseios gerais. 
 
1.2. MÉTODO 
 
A Criminologia faz uso dos métodos próprios dasciências sociais, que consistem 
eminentemente em observar os fatos, como eles se passam, ou seja, baseiam-se em dados 
da experiência, para produzir relatos e observações. 
Isso significa dizer que o cientista (criminólogo) observa os acontecimentos sociais 
reputados como criminosos, coletando informações e dados, bem como os interpreta para 
extrair possíveis conclusões ou impressões a respeito deles. 
Essa forma de proceder às investigações é chamada de empirismo, ou método 
empírico, que remonta em suas origens conhecidas ao pensamento filosófico de Francis 
Bacon (1561-1626), que propôs o raciocínio empírico-indutivo como meio para compreender 
a realidade e produzir conhecimento científico. 
A partir da coleta de dados realizada, o criminólogo empreende análises de natureza 
tanto quantitativa, construindo diagramas estatísticos, bem como de natureza qualitativa, 
ou seja, tecendo interpretações valorativas e relacionais, a partir de raciocínios lógicos e 
coesos, plenamente descritos, sendo plenamente possível a confrontação e o questionamento 
futuro. 
Essa análise qualitativa de dados é feita a partir de um raciocínio indutivo sob a 
observação dos fatos e leva a conclusões e hipóteses, que apesar de fortemente subjetivas, 
não padecem de mero subjetivismo, pois são reforçadas pela correlação com os fatos 
observados. Em outras palavras, pretende-se dizer que apesar da análise qualitativa estar 
sujeita a um grau de subjetivismo, por conta do observador fazer parte da teia social que ele 
mesmo analisa, a pertinência lógica e coerente das interpretações é verificada a luz dos fatos 
que foram objeto de análise. 
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1.3. CONCEITO 
 
Criminologia significa, etimologicamente, a ciência ou o estudo do crime. Sendo 
assim, o “crime” é o objeto de estudo da Criminologia. 
A Criminologia, portanto, é o ramo das ciências sociais que estuda o fenômeno social 
do crime, da criminalidade e de todas as circunstâncias e variáveis a ele relacionado. 
Por tratar-se de uma ciência que observa o fenômeno social como ele é, extraindo 
suas impressões a partir de dados da realidade, diz-se que a Criminologia é uma “ciência do 
ser”, diferente das Ciências jurídicas que estudam os acontecimentos a partir da ótica de como 
eles deveriam ser e que, por isso, se enquadram na ideia de “ciência do dever ser”. 
Assim, de forma concisa, após tudo que foi dito, conceitua-se a Criminologia como 
sendo: 
A CIÊNCIA QUE, POR MEIO DA OBSERVAÇÃO E DA ANÁLISE EMPÍRICO-INDUTIVA DO 
FENÔMENO, TEM POR OBJETO O ESTUDO DO CRIME, DO COMPORTAMENTO DO 
SUJEITO CRIMINOSO E DA VÍTIMA, BEM COMO EXAMINA OS MEIOS DE CONTROLE 
SOCIAL DAS CONDUTAS REPUTADAS POR CRIMINOSAS 
 
1.4. HISTÓRIA 
 
1.4.1. ORIGENS 
 
A criminologia como Ciência autônoma e um fato recente na história, mas a 
observação do crime como um fato relevante e despertador de interesses dos estudiosos e 
filósofos tem longa data, integrando o passado pré-científico do saber criminológico. 
Delimita-se, portanto, o início da Criminologia exatamente no momento em que ela 
adquiriu autonomia, ou seja, estabeleceu seu método e seu objeto com precisão. 
Esse momento é identificado na história por alguns com o lançamento do livro “O 
homem delinquente”, de Cesare Lombroso (1876). Há uma outra corrente que situa o início 
da Criminologia ao do termo por Paul Topinard, em 1879. A controvérsia é tão grande que há 
quem advogue pelo ano de 1885 com o lançamento de obra de Rafael Garofalo, que usou o 
termo Criminologia inserido numa publicação eminentemente científica. 
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Antes disso, porém, houve os precursores da chamada “Escola Clássica” que, a 
despeito de não tratarem precisamente de Criminologia com uso de métodos e objeto 
definidos, empregarem importantes reflexões acerca do fenômeno criminal, notadamente 
acerca do papel do Estado na reprovação dos delitos e na mensuração e natureza da sanção 
imposta. 
Exemplo disso são as publicações do Marquês de Beccaria, Cesare Bonesana 
(conhecido também como Cesare Beccaria), com a edição da obra “Dos delitos e das penas”, 
em 1764 e o livro “Programa de direito criminal”, de Francesco Carrara, em 1859. Esses 
pensamentos, identificados como expoentes da Escola Clássica, por sua vez, só ganharam 
relevância tempos depois, influenciados pelo Iluminismo, na metade do século XIX. 
Assim, antes de passarmos à análise desse período, é importante deixar registrado 
que o consenso mais aceito sobre as origens da Criminologia enquanto ciência autônoma 
remota a produção da Escola positiva, que tem no nome de Cesare Lombroso sua 
referência inaugural. 
Também, segue abaixo uma pequena lista esquemática contendo as principais 
publicações e acontecimentos atrelados à fase pré-científica: 
- “Ilíada” e “Odisseia”, de Homero: destacava a relação entre crimes, 
guerras e crueldade humana 
- “A República”, de Plantão, que aborda a possibilidade de reeducação 
do sujeito criminoso e, caso fosse tentado, mas sem êxito, a solução 
seria a expulsão/exilio. 
- A obra de Aristóteles e suas reflexões sobre as causas econômicas 
do crime. 
- São Tomás de Aquino e a pobreza como fator propulsor do ímpeto 
de roubar. 
- O estudo do crânio pelos frenólogos, buscando aspectos fisiológicos 
e fisionômicos que explicassem a prática de crimes. 
- Felipe Pinel e a psiquiatria que relacionava o louco e o criminoso à 
quadros de doença mental. 
- Adolphe Quetelet, que idealizou o homem médio e desenvolveu 
estudos sobre estatísticas de criminalidade. 
 
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1.4.2. ILUMINISMO 
 
O Iluminismo foi um movimento filosófico, literário, artístico e cultural que desdobrou 
em mudanças sociais profundas, dentre as quais a eclosão do modelo absolutista de estado 
e a ascensão dos Estados de direito, tendo por apogeu fático a Revolução Francesa, em 1789. 
Priorizando o racionalismo e as ideias atreladas ao indivíduo e à liberdade, o 
Iluminismo é representado pelo pensamento de filósofos que, dentre outras coisas, teceram 
diversas críticas à legislação criminal e à forma como o Estado absolutista lidava com o crime. 
Montesquieu e Rousseau, por exemplo, passaram a advogar pela necessidade de 
individualização da pena, de redução das penas cruéis, de proporcionalidade etc. 
Nesse contexto, a teoria da pena proposta por Cesare Beccaria, em meados do 
século XVIII, foi resgatada, como dito. 
A ideia central do Marquês de Beccaria consistia, basicamente, na rejeição dos 
suplícios e espetáculos públicos de crueldade exercido sobre o corpo do delinquente, 
estabelecendo que o Estado somente poderia sancionar o indivíduo com a restrição de 
direitos, notadamente desenvolvendo a ideia de penas privativas de liberdade. 
 
1.4.3. AS ESCOLAS CRIMINOLÓGICAS 
 
Ainda no influxo do Iluminismo, surgem, também, diversas correntes de pensamento 
estruturadas de forma sistemática, partindo de princípios fundamentais, as quais se 
convencionou de chamar de Escolas criminológicas ou penais, que foram definidas, segundo 
leciona Cezar Roberto Bitencourt (2008, p. 49), como “o corpo orgânico de concepções 
contrapostas sobre a legitimidade do direito de punir, sobre a natureza do delito e sobre o fim 
das sanções”. 
Cada uma das escolas serão detidamente analisadas e apresentadas no capítulo 
seguinte. 
 
1.5. FUNÇÕES DA CRIMINOLOGIA 
 
Importa ressaltar que a Criminologia não investiga o fenômeno criminal apenas por 
fazê-lo, mas visa a produção de um conhecimento que tem a finalidade de solucionar 
problemas reais, tais quais desenvolver melhores estratégias de prevenção e de eficácia do 
controle do fenômeno criminal. 
Aliás, a Ciência enquanto forma de produção de saber é sempre vinculada a alguma 
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finalidade prática, notadamente soluções de problemas reais; sem esse elemento, nem 
mesmo se pode falar em conhecimento científico. 
As principais funções modernas da Criminologia são: a) explicar e prevenir o crime; 
b) intervir na pessoa do infrator; c) avaliar os diferentes modelos de reposta ao crime. 
No seu atual estágio de desenvolvimento, a criminologia busca explicar o crime e até 
questionar a própria existência de alguns tipos penais dissociados de estudos reais científicos, 
muitas vezes criados com dogmatismo acrítico, como no caso de inclusão de novas 
incidências penais por meras pressões midiáticas ou populares. 
Uma das funções principais da criminologia é encontrar meios para a prevenção de 
novos delitos, que perpassa não só pela implantação dos direitos sociais básicos (educação, 
saúde, trabalho, habitação, etc.), mas em atendimento a grupos vulneráveis que ostentam 
maior risco de sofrer com o problema criminal. 
No entanto, se não foi possível prevenir, encampa-se estudos no sentido de intervir 
positivamente na pessoa do infrator, buscando métodos eficazes de ressocialização, pois de 
antemão sabe-se que este delinquente retornará ao convívio social e é preciso reeducá-lo 
para que este não se enverede novamente ao mundo do crime. 
Avalia, ainda, os diferentes modelos de reposta ao crime. Atualmente, esta resposta não 
passa apenas pela punição e ressocialização do infrator, mas pela assistência das vítimas e 
de suas famílias na comunidade em que ocorreu o delito, visando restaurar todo círculo social 
afetado. 
 
1.6. CRIMINOLOGIA, POLÍTICA CRIMINAL E DIREITO PENAL 
 
Criminologia é uma ciência empírica e interdisciplinar que se ocupa do estudo, 
crime do criminoso, da vítima e do controle social do comportamento delitivo. 
Ocupa-se do crime enquanto fato social. A criminologia é uma ciência empírica, 
situada na realidade, que estuda o mundo do ser. 
 
– Criminologia em sentido estrito: Limita-se à investigação empírica 
do delito, da personalidade do delinquente, da vítima e do controle 
social. 
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– Criminologia em sentido amplo: É a ciência que estuda a infração 
penal como fenômeno social, abrangendo a sociologia jurídica, a 
penologia e a etiologia criminal. 
 
– Etiologia criminal: Etiologia é o estudo da origem, na causa de um 
determinado fenômeno. Etiologia criminal é o estudo das fontes do 
direito penal. 
 
Política Criminal é o conjunto de estudos e práticas voltados às formas de combate 
da violência, investigando os meios de combater e evitar a prática de crimes. 
É uma que tem por objeto a definição de estratégias de controle social. Tem por 
objeto a apresentação de críticas e propostas para a reforma do direito penal em vigor 
visando ajustá-lo aos ideais jurídico-penais de justiça. 
Ocupa-se do crime enquanto valor. Ex. estuda como diminuir a violência doméstica; 
analisa a legislação em vigor com críticas e propostas. 
Direito penal é uma ciência dogmática que ocupa-se do crime enquanto norma 
jurídica. Estuda a legislação criminal, desenvolvendo também teorias sobre as formas de 
interpretaçãoda lei. 
a) Aspecto formal ou estático: É o conjunto de normas mediante o 
qual o Estado qualifica determinados comportamentos humanos 
(ações ou omissões) como infrações penais, define seus agentes e 
estabelece as sanções aplicáveis (penas e medidas de segurança). 
b)Aspecto material: O direito penal refere-se a 
comportamentos considerados altamente reprováveis ou danosos ao 
organismo social, capazes de afetar bens jurídicos indispensáveis à 
própria conservação a o progresso da sociedade. 
-c) Aspecto sociológico ou dinâmico (caiu no concurso de Juiz do 
TJPR): O direito penal é um dos instrumentos de controle social 
utilizados pelo Estado visando assegurar a harmônica convivência dos 
membros em sociedade. 
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2. CORRENTES E TEORIAS CRIMINOLÓGICAS 
 
1.7. ESCOLA LIBERAL CLÁSSICA 
 
Não existiu propriamente uma Escola liberal clássica da Criminologia, pois, como já 
mencionado, as publicações identificadas como tal foram produzidas em momentos 
diferentes, sem qualquer ordenação concisa de cunho científico e metodológico. 
Ocorre que, com o advento do Iluminismo, as ideias relacionadas à Escola Clássica 
foram resgatadas e revalorizadas. Inclusive, o nome “Escola clássica” foi dada por Enrico 
Ferri, positivista sociológico, em tom depreciativo. 
Os principais expoentes dessa “Escola” foram o Marquês de Beccaria, Giovanni 
Carmignani e Francesco Carrara. 
O ponto em comum dessas produções eram as premissas: o jusnaturalismo, 
especialmente no que diz respeito à ideia de direito natural e inerente ao homem, e o 
contratualismo, que o Estado é produto de um pacto entre os cidadãos, em que esses abrem 
mão de parcela de sua liberdade em troca de segurança. 
Apesar de serem ideias divergentes entre si, a ideia de um direito natural e o contrato 
social influenciaram o pensamento dos clássicos, que passaram a questionar os limites do 
Estado na promoção das sanções aos comportamentos desviantes: uma vez que só detinha 
parte da liberdade dos cidadãos, somente poderia penalizar os criminosos no âmbito desse 
direito, ou seja, limitando a liberdade, sendo inconcebível a promoção de penas cruéis e 
desumanas. 
A responsabilidade criminal do sujeito tem que levar em conta a responsabilidade 
moral, uma vez que o livre-arbítrio é inerente ao ser humano. Sendo o homem um ser livre e 
racional, isso deve ser levado em conta para determinar a gradação de sua sanção, que deve 
ser proporcional às consequências do comportamento infrator. 
Ideias centrais da escola clássica: 
- O crime é uma infração, não uma ação em si mesma. 
- O livre-arbítrio do indivíduo deve também limitar o direito de punir do 
Estado. 
- O Estado não pode ser um ente que promove vingança ou crueldade. 
- A pena deve ter nítido caráter de retribuição pela culpa moral do 
delinquente (maldade), de modo que a punição eficiente e imediata 
tem o condão de restaurar a ordem social externa. 
 
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1.8. CRIMINOLOGIA POSITIVISTA 
 
A Escola positivista remonta os finais do século XIX e possui três fases muito claras: 
a antropológica (Lombroso), a sociológica (Ferri) e a jurídica (Garófalo). 
A adoção de metodologia rigorosa, transportada das ciências naturais ou biológicas, 
para o estudo do fenômeno criminal marcou essa Escola, da qual também brotou o uso do 
termo Criminologia com precisão, por Rafael Garófalo. 
Lombroso, considerado o pai da antropologia criminal, não criou uma teoria moderna, 
mas sistematizou uma série de conhecimentos esparsos e os reuniu de forma articulada e 
inteligível, com a finalidade de traçar um perfil dos criminosos e, a partir daí, fazer estudos e 
previsões sobre a criminalidade, visando solucionar esse problema social. 
Assim, acabou por examinar com intensa profundidade as características 
fisionômicas e as comparou com os dados estatísticos de criminalidade. Nesse sentido, dados 
como estrutura torácica, estatura, peso, tipo de cabelo, comprimento de mãos e pernas foram 
analisados com detalhes. 
Lombroso também buscou informes em dezenas de parâmetros frenológicos, 
decorrentes de exames de crânios, traçando um viés científico para a teoria do criminoso nato. 
Lombroso propôs a utilização de método empírico-indutivo ou indutivo-experimental, 
que se ajustava ao causalismo explicativo defendido pelo positivismo. Efetuou ainda estudos 
intensos sobre as tatuagens, constatando uma tendência à tatuagem nos dementes. 
Por isso, afirmou que o crime não é uma entidade jurídica, mas sim um fenômeno 
biológico, razão pela qual o método indutivo-experimental deveria ser o empregado. 
Registre-se, por oportuno, que suas pesquisas foram feitas na maioria em 
manicômios e prisões, concluindo que o criminoso é um ser atávico, um ser que regride ao 
primitivismo, um verdadeiro selvagem (ser bestial), que nasce criminoso, cuja degeneração é 
causada pela epilepsia, que ataca seus centros nervosos. 
Estavam fixadas as premissas básicas de sua teoria: atavismo, degeneração 
epilética e delinquente nato, cujas características seriam: fronte fugidia, crânio assimétrico, 
cara larga e chata, grandes maçãs no rosto, lábios finos, canhotismo (na maioria dos casos), 
barba rala, olhar errante ou duro etc. Há um determinismo biológico marcante na figura do 
delinquente: ele nasce propenso a cometer crimes. 
A crítica que foi posteriormente construída contra os estudos do positivismo 
crimininológico é relacionada à tese da seletividade penal: uma vez que Lombroso estudou 
as pessoas já encarceradas, ele ignorou que há uma parcela da população mais sujeita e 
vulnerável à ação policial e à repressão do Estado. Assim, desconsiderando a desigualdade 
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social e a raça, que vulnerabilizam o sujeito perante o Estado, não há como identificar traços 
de criminalidade com precisão. 
Enrico Ferri, precursor das ideias de Lombroso, desenvolveu-se no campo da 
sociologia criminal, pois via o crime como um produto de fenômenos antropológicos, físicos e 
culturais. Ele negava veementemente o livre-arbítrio, opondo-se à Escola Clássica, e em vez 
de responsabilidade moral, a razão de punir do Estado tinha que ser atrelada à 
responsabilidade social, uma vez que o fundamento da pena era a defesa social. 
Ferri classificou também os criminosos nas seguintes categorias: natos, loucos, 
habituais, de ocasião ou por paixão. 
Rafael Garófalo, por sua vez, afirmou que o crime estava no homem e desenvolveu 
conceitos como a periculosidade ou temibilidade, que seria o propulsor do delinquente. Além 
da pena comum, desenvolveu a ideia de medida de segurança como sanção adequada aos 
loucos, uma outra forma de intervenção penal. 
Ideias centrais da escola clássica: 
- O direito penal é obra humana. 
- A responsabilidade social decorre do determinismo social. 
- O delito é um fenômeno biológico, físico e social. 
- A pena é um instrumento de defesa social. 
- Método indutivo experimental, importado das ciências biológicas. 
 
1.9. IDEOLOGIA DA DEFESA SOCIAL 
Nascida no ambiente revolucionário francês do final do século XVIII, e enquanto a 
ciência e a codificação penal se impunham como elemento essencial do sistema jurídico 
burguês, a ideologia da defesa social assumiu o predomínio ideológico no espectro de 
pensamentos a respeito da pena e da sanção criminal. 
Há seis princípios fundamentais para se compreender a ideologia da defesa social: 
 
1 Princípio de legitimidade: O Estado, como expressão da sociedade, está legitimido 
para reprimir a criminalidade, da qual são responsáveis determinados indivíduos, por meio de 
instâncias oficiais de controle social (legislação, polícia, magistratura, instituições 
penitenciárias). Estas interpretam a legítima reação da sociedade, ou da grande maioria dela, 
dirigida à reprovação e condenação do comportamento desviante individual e à reafirmação 
dos valores e das normas sociais. 
 
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2 Princípio do bem e do mal. O delito é um dano para a sociedade. O deliquente é um 
elemento negativo e disfuncional do sistema social. O desvio criminal é, pois. O mal; a 
sociedade constituída, o bem. 
 
3 Principio de culpabilidade. O delito é expressão de uma atitude interior reprovável; 
porque contrária aos valores e às normas, presentes na sociedade mesmo antes de serem 
sancionadas pelo legislador. 
 
4 Principio da finalidade ou da prevenção. A pena não tem, ou não tem somente, a 
função de retribuir, mas a de prevenir o crime. Como sanção concreta, exercer a função de 
ressocializar o delinquente. 
 
5 Princípio de igualdade. A criminalidade é violação da lei penal, e como tal, é o 
comportamento de uma minoria desviante. A lei penal é igual para todos. A reação penal se 
aplica de modo igual aos autores de delitos. 
 
6 Princípio do interesse social e do delito natural. O núcleo central dos delitos 
definidos nos códigos penais da nações civilizadas representa ofensa de interesses 
fundamentais, de condições essenciais à existência de toda sociedade. Os interesses 
protegidos pelo direito penal são interesses comuns a todos os cidadãos. Apenas uma 
pequena parte dos delitos representa violação de determinados arranjos políticos e 
econômicos, e é punida em função da consolidação destes (delitos artificiais). 
 
1.10. ESCOLA DE CHICAGO 
 
Nas décadas de 20 e 30 do século XX, no seio da Universidade de Chicago, 
desenvolveu-se a Criminologia em solo estadunidense, notadamente com a teoria ecológica 
e outros trabalhos empíricos nela inspirados. Essa teoria é considerada uma teoria de 
consenso e tem como principais expoentes pioneira de Robert Park e Ernest Burguess. 
Importa salientar que a Escola de Chicago coincide historicamente com o período 
das grandes migrações e da formação das grandes metrópoles, de modo que teve que se 
afrontar com o problema característico da formação dos guetos. 
Diante disso, parecia natural que se optasse por um modelo ecológico - ou seja, de 
teorias macrossociológioas da criminalidade equilíbrio entre a comunidade humana e o 
ambiente natural - para o enquadramento dos fenômenos sociais. 
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A Escola de Chigago teve como características seu empirismo e sua finalidade 
pragmática. Isto é, o emprego da observação direta em todas as investigações e pela 
finalidade pragmática a que se orientavam: um diagnóstico confiável sobre os urgentes 
problemas sociais da realidade norte-americana de seu tempo. 
Essa Escola se tornou bastante importante para o estudo da criminalidade urbana. 
A primeira teoria da Escola de Chicago é a teoria ecológica. Para os defensores 
dessa teoria, a cidade e sua arquitetura urbana produz delinquencia. A teoria ecológica explica 
esse efeito criminógeno da grande cidade, com base nos conceitos de desorganização e 
contágio inerentes aos modernos núcleos urbanos e, sobretudo, a deficiência do controle 
social desses núcleos.A Escola de Chicago e a Ecologia Criminal observam a relação entre o meio e a 
criminalidade, trabalhando a teoria das zonas concêntricas, ou seja, análise do processo de 
expansão das cidades e a relação deste processo com o nascimento do comportamento 
criminoso (os focos de criminalidade se distribuem de maneira diferenciada na expansão 
social). 
Entende-se, então, que com a escola de Chicago, a Criminologia abandonou o 
paradigma até então dominante do positivismo criminológico, do delinquente nato de 
Lombroso, passando a focar nas influências que o ambiente, e no presente caso, que as 
cidades podem ter no fenômeno criminal. 
Ganhou-se qualidade metodológica, já que com os estudos da escola de Chicago 
criou-se também o ambiente cultural para as teorias que se sucederam e que são a feição da 
moderna Criminologia. 
 
1.11. TEORIAS PSICANALÍTICAS DA CRIMINALIDADE E DA SOCIEDADE 
PUNITIVA. 
 
A psicanálise foi desenvolvida na década de 1890, por Sigmund Freud, e sua 
proposta é analisar o homem, compreendido como sujeito do inconsciente. Desse modo, 
conquanto a psicanálise procure apreender o comportamento humano, evidentemente não 
poderia deixar de estudar o comportamento desviante. 
Dentre as diferentes linhas de pensamento que se seguiram, ainda que interligadas, 
a contribuição da psicanálise não se ateve simplesmente à explicação do comportamento 
criminoso como ato individual, mas trouxe ainda um novo objeto de análise, a própria 
sociedade, com o objetivo de esclarecer as razões pelas quais se busca a punição de 
determinadas condutas, tipificando-as como crime. 
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Das teorias psicanalíticas, as quais têm origem comum na doutrina freudiana da 
neurose, podemos extrair uma teoria geral do crime. Como hipótese explicativa do crime em 
geral, a criminologia psicanalítica assenta em três princípios fundamentais, quais sejam: 
– o homem é por natureza antissocial; 
– o crime é consequência de uma domesticação sem êxito de um 
animal selvagem (rejeição da ideia de criminoso nato). 
– a personalidade é moldada durante a infância, ou seja, essa fase é 
fundamental para um futuro comportamento conforme ou desviante 
 
Em geral, as teorias psicanalíticas concordam que, assim como nos sonhos, atos 
falhos e sintomas neuróticos, o crime representa a erupção vitoriosa das pulsões libidinosas 
no campo da consciência. Função do crime é, portanto, satisfazer simbolicamente os instintos 
libidinosos. 
Nesse caso, o interessante é que se verificou que a culpa precedia o crime, a conduta 
contrária à lei penal é praticada com o intuito de identificar sua angústia a algo concreto, pelo 
que a punição representaria seu alívio. Ele deseja, inconscientemente, a punição, de modo a 
expiar não apenas esse novo crime, como também a culpa proveniente dos seus desejos 
proibidos do passado. 
Ante a verificação de que a pena é anterior ao crime, as teorias psicanalíticas da 
sociedade punitiva buscaram revelar as razões e a estrutura social que induzem a 
sociedade a infligir pena àqueles que praticam um comportamento desviante, pelo que, 
mais do que enfocar no agente que comete o delito, é a própria sociedade que deveria se 
tornar objeto de estudo. 
Freud distinguiu, nesse influxo, neurose de tabu. A neurose é uma doença individual, 
o tabu, uma formação social. Ao violar o tabu, o primitivo teme atrair sobre si uma pena grave, 
uma séria doença ou, ainda, a morte. Já o neurótico obsessivo, diversamente, teme quanto à 
violação, à aplicação da pena a um parente ou a uma pessoa próxima, e não a si próprio. A 
punição ocorre de forma espontânea, nas situações em que se viola o tabu. 
A pena que se efetua com o intermédio do grupo social é apenas uma forma 
secundária de pena, a atuar, portanto, de forma subsidiária à punição espontânea, tendo em 
vista que todos os demais integrantes do grupo se sentem ameaçados com a violação do tabu 
e, por isso, antecipam-se na punição do violador. 
 
1.12. TEORIA ESTRUTURAL-FUNCIONALISTA DO DESVIO E DA ANOMIA. 
 
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A teoria funcionalista da anomia foi introduzida por Émile Durkheim e desenvolvida 
por Robert Merton. 
Entende-se que teoria estrutural-fucionalista do desvio e da anomia trata a 
criminalidade (desvio/anomia) como uma situação social que surge pela ausência da ordem, 
normas e valores sociais. 
Assim, defende que as causas dos desvios não devem ser buscadas nos fatores 
bioantropológicos e naturais, tampouco na situação patológica da estrutura social. 
Para essa teoria, o desvio de conduta humana é um fenômeno normal da estrutura 
social. Assim, o desvio somente será negativo para a existência e desenvolvimento da 
estrutura social se forem ultrapassados determinados limites, gerando um estado de 
desorganização, de modo que todo o sistema de regras de conduta perca o valor, enquanto 
ainda não se tenha afirmado um novo sistema. 
O comportamento humano desviante que esteja dentro dos limites funcionais 
daquela estrutura social representa, inclusive, um elemento necessário e útil para o 
desenvolvimento sociocultural. 
Postulados básicos: 
- O crime (desvio) não é uma patologia, é um fenômeno normal 
- Os desvios, dentro de limites aceitáveis (funcionais), também 
contribuem para o desenvolvimento da sociedade 
- Os desvios possuem, assim, funcionalidade, tanto para a 
estabilidade quanto para as mudanças sociais 
 
1.13. TEORIAS DAS SUBCULTURAS CRIMINAIS 
 
As teorias das subculturas começam a ser construídas em um contexto de mudança 
da abordagem epistemológica na área da criminologia, pode-se considerar que há uma 
mudança de sentido no estudo. 
Tem sua origem no final dos anos 40 e no início da década de 50. Também elaborou 
várias críticas às teorias gerais do comportamento criminoso, especialmente formuladas no 
âmbito da Escola positivista, que reputava como sendo baseadas em ideias e estudos 
generalistas, com fundamentos biopatológicosque explicavam o desvio do indivíduo ao crime 
como uma deformidade do intelecto humano ou diferença genética ao comportamento normal 
e sociável dos demais sujeitos. 
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A visão das teorias das subculturas criminais se volta para a observação dos corpos 
sociais, das relações culturais que envolvem uma comunidade e da possibilidade dessas 
influenciarem no cometimento de delitos. 
Também como uma negação do princípio de culpabilidade, inscrito pela Ideologia de 
Defesa Social, a teoria das subculturas criminais nega que o delito possa ser considerado 
como expressão de uma atitude contrária aos valores e às normas sociais gerais, visto que 
as teorias da subcultura criminal afirmam que existirem valores e normas específicos dos 
diversos grupos sociais. Assim, não existiria um referencial único e absoluto frente ao qual 
todos os individuos igualmente agem ou reagem. 
A culpabilidade do infrator é aferida apenas e tão somente nos casos em que se 
verifica que ele, ao conhecer os valores estabelecidos e podendo respeita-los, 
deliberadamente os viola. 
 
1.14. ESCOLA DE CHICAGO 
 
Nas décadas de 20 e 30 do século XX, no seio da Universidade de Chicago, 
desenvolveu-se a Criminologia em solo estadunidense, notadamente com a teoria ecológica 
e outros trabalhos empíricos nela inspirados. Essa teoria é considerada uma teoria de 
consenso e tem como principais expoentes pioneira de Robert Park e Ernest Burguess. 
Importa salientar que a Escola de Chicago coincide historicamente com o período 
das grandes migrações e da formação das grandes metrópoles, de modo que teve que se 
afrontar com o problema característico da formação dos guetos. 
Diante disso, parecia natural que se optasse por um modelo ecológico - ou seja, de 
teorias macrossociológioas da criminalidade equilíbrio entre a comunidade humana e o 
ambiente natural - para o enquadramento dos fenômenos sociais. 
A Escola de Chigago teve como características seu empirismo e sua finalidade 
pragmática. Isto é, o emprego da observação direta em todas as investigações e pela 
finalidade pragmática a que se orientavam: um diagnóstico confiável sobre os urgentes 
problemas sociais da realidade norte-americana de seu tempo. 
Essa Escola se tornou bastante importante para o estudo da criminalidade urbana. 
A primeira teoria da Escola de Chicago é a teoria ecológica. Para os defensores 
dessa teoria, a cidade e sua arquitetura urbana produz delinquencia. A teoria ecológica explica 
esse efeito criminógeno da grande cidade, com base nos conceitos de desorganização e 
contágio inerentes aos modernos núcleos urbanos e, sobretudo, a deficiência do controle 
social desses núcleos. 
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A Escola de Chicago e a Ecologia Criminal observam a relação entre o meio e a 
criminalidade, trabalhando a teoria das zonas concêntricas, ou seja, análise do processo de 
expansão das cidades e a relação deste processo com o nascimento do comportamento 
criminoso (os focos de criminalidade se distribuem de maneira diferenciada na expansão 
social). 
Entende-se, então, que com a escola de Chicago, a Criminologia abandonou o 
paradigma até então dominante do positivismo criminológico, do delinquente nato de 
Lombroso, passando a focar nas influências que o ambiente, e no presente caso, que as 
cidades podem ter no fenômeno criminal. 
Ganhou-se qualidade metodológica, já que com os estudos da escola de Chicago 
criou-se também o ambiente cultural para as teorias que se sucederam e que são a feição da 
moderna Criminologia. 
 
1.15. TEORIA DA ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL 
 
Na década de 1930, Edwin Sutherland (1883-1950) desenvolveu a Teoria da 
Associação Diferencial Criminal na tentativa de explicar os motivos pelos quais as pessoas 
envolviam-se com o crime, tendo construído nove preposições para explicar sua teoria, que 
são as seguintes: 
 
1 O comportamento criminoso é aprendido, ou seja, ninguém nasce sendo um criminoso 
ou possui propensão genética para ser um criminoso. 
 
2 O comportamento criminoso é aprendido na interação com outras pessoas, num 
processo de comunicação. De forma genérica, essa interação ocorre entre pessoas da 
mesma convivência e o aprendizado ocorre em um processo de comunicação verbal. 
 
3 O aprendizado dá-se, principalmente, com as pessoas mais íntimas, pessoas que 
gozam de um mesmo interesse e que fazem parte de um rol de convivência contínua. 
 
4 Tal aprendizado inclui: a) as técnicas de prática de crimes, simples ou sofisticadas 
(aspecto objetivo) e b) a assimilação dos motivos, razões, impulsos, racionalizações e atitudes 
(aspecto subjetivo). 
 
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5 Os impulsos e os motivos são aprendidos por meio do código legal, como definições 
favoráveis e desfavoráveis para o crime. 
 
6 A pessoa torna-se delinquente pelo excesso de definições favoráveis ao crime, ou seja, 
existem mais definições favoráveis à violação da lei do quedefinições desfavoráveis. Além 
disso, ao cometer o crime, o sujeito entende que atos ilícitos são mais fáceis de serem 
praticados do que de serem punidos. Em suma, o criminoso acredita na impunidade e na 
omissão do Estado, tornando-se, cada vez mais, inserido no crime. 
 
7 A associação diferencial pode variar em frequência, duração, prioridade e intensidade. 
 
8 O processo de aprendizagem criminosa por associação, que possui padrões criminosos 
e não criminosos, envolve os mesmos métodos da aprendizagem de comportamentos lícitos. 
Assim, entende-se que todo e qualquer comportamento é aprendido, tanto de forma ilícita 
como de forma lícita. 
 
9 As necessidades e os valores gerais podem ser as reais motivações existentes por trás 
do crime, mas também são as motivações por trás do comportamento convencional. 
 
Assim, entre outros aspectos, o que vai servir de fator determinante para um sujeito 
tornar-se ou não um criminoso é o meio em que vive, sendo este o seu grupo de amigos ou 
os que mantêm um nível de intimidade relevante. 
Sutherland não concordava que elementos como a classe social, a raça ou a idade 
seriam objetos decisivos para qualquer tipo de comportamento delituoso. Para o pensador 
norte-americano, o crime é cometido por influência das pessoas que cercam tal indivíduo. 
É evidente, portanto, que para a Associação Diferencial o crime é o reflexo da 
desorganização social, do abandono do Estado, e, por isso, é possível compreender e 
conceituar o que antes não passava de uma ideia genérica de comportamento criminoso. O 
desvio individual é a representação de uma desordem social já existente. 
 
1.16. TEORIA DO LABELLING APPROACH 
 
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A Teoria do labeling approach, surgida nos Estados Unidos por volta dos anos 70, 
possui outros nomes: teoria da rotulação, teoria interacionista, teoria da reação social ou teoria 
do etiquetamento. 
Os principais representantes dessa linha de pensamento são Erving Goffman e 
Howard Becker. 
O ponto principal é o exame da origem do delito, as causas e consequências do 
controle social, passa-se a focar no processo de criminalização e na forma como o indivíduo 
reage a esse processo de criminalização. 
A própria etimologia da palavra nos ajuda a compreender o conceito da teoria. Veja 
que “Label” significa etiqueta e “Approach” significa empreender, colocar. Logo, trata-se da 
teoria do colocar as etiquetas ou Teoria do Etiquetamento. É uma teoria que parte da 
observação da interação entre o indivíduo e o criminoso no momento em que o Estado diz 
que ele é criminoso e a forma como esse indivíduo interage com o Estado diante disso. 
Analisa-se como o indivíduo criminoso reage a esta etiqueta colocada pelo Estado 
referente a um determinado comportamento. Por exemplo, um indivíduo tendo praticado o 
comportamento criminoso, será tido como sujeito incapaz de seguir as normas de um corpo 
social, estando, portanto, de fora e fora do corpo social, é um “outsider”. 
Seguindo Becker, os grupos sociais criam os desvios ao fazerem as regras cuja 
infração constitui o desvio e ao aplicarem tais regras a certas pessoas em particular, 
qualificando-as como marginais. Os processos de desvios, assim, podem ser considerados 
primários e secundários 
O desvio primário corresponde à primeira ação delitiva do sujeito, que pode ter como 
finalidade resolver alguma necessidade, por exemplo, econômica, ou produz-se para 
acomodar sua conduta às expectativas de determinado grupo subcultural. 
O desvio secundário se refere à repetição dos atos delitivos, especialmente a partir 
da associação forçada do indivíduo com outros sujeitos delinquentes. 
Diante disso, observa-se que a teoria do labelling approach privilegia, na análise do 
comportamento desviado, o funcionamento das instâncias de controle social (criminalização 
secundária), ou seja, a reação social aos comportamentos assim etiquetados. Crime e reação 
social são, segundo esse enfoque, manifestações de uma só realidade: a interação social. 
 
1.17. TEORIA CRÍTICA 
 
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A teoria crítica apresenta-se como uma criminologia inspirada no marxismo, pois 
defende que o capitalismo é a base da criminalidade, porque o sistema capitalista promove o 
egoísmo e, consequentemente, leva as pessoas a delinquir. 
A criminologia crítica entende que não há neutralidade no mundo real, por ser 
possível observar todo o processo de estigmatização da população marginalizada, com a 
classe trabalhadora sendo o principal alvo do sistema punitivo, onde se cria um temor da 
criminalização e do sistema prisional a fim de manter a ordem social e a estabilidade da 
produção. 
O direcionamento das leis para as classes menos privilegias pelas classes 
dominantes constituem a criminalização primária, e a estrutura responsável por sua aplicação, 
que envolve também a execução das penas e das medidas de segurança, é considerada 
como criminalização secundária, ambas confrontadas pela criminologia crítica. 
 
3. VITIMOLOGIA 
 
1.18. CONCEITO 
 
Vitimologia é o estudo da vítima em seus diversos planos, ou seja, 
sob o aspecto global, integral, psicológico, social, econômico e jurídico. 
No curso do desenvolvimento dos estudos sobre o fenômeno da criminalidade, 
notadamente após o surgimento da Criminologia, só se produziu um 
estudo sistemático da vítima com a obra de Benjamin Mendelsohn, em 1945, que 
consensualmente marcou o surgimento formal da Vitimologia enquanto área do 
conhecimento. 
Outro importante expoente foi o lançamento, em 1948, do livro de Hans Von Hentig, 
denominado “o criminoso e sua vítima”. 
Com o avanço das análises sobre a figura da vítima, foi deixado de lado o lugar 
comum de pensa-la apenas como o ser que sofre as consequências da ação criminosa, e 
passou-se também a investigar sua participação e contribuição no fato delitivo, notadamente 
em crimes de estelionato, na qual a participação ativa da vítimaé, muitas vezes, elemento 
imprescindível ao sucesso da ação fraudulenta do delinquente. 
 
1.19. PROCESSOS DE VITIMIZAÇÃO 
 
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A vitimização passou, nesse influxo, também a ser vista como um fenômeno 
complexo, que não envolvia apenas o momento da ação criminosa, mas uma série de 
desdobramentos que mereciam detida análise do observador-cientista. 
Convencionou-se chamar de vitimização primária aquela que se relaciona ao 
indivíduo atingido diretamente pela conduta criminosa, a ideia usual e corrente do que se 
pensa sobre o termo “vitimização”. 
Por seu turno, chama-se vitimização secundária (ou revitimização ou 
sobrevitimização) aquela consequência das relações entre as vítimas primárias e o Estado, 
em face da burocratização de seu aparelho repressivo (Polícia, Ministério Público etc.). Por 
exemplo, é um processo de vitimização secundária quando a vítima se dirige às delegacias 
de polícia e é questionada sobre sua narrativa, posta em dúvida, obrigada a repetir histórias 
e reviver na memória momentos traumáticos; o mesmo acontece no curso do processo penal. 
Vitimização terciária é aquela decorrente de um excesso de sofrimento, que extrapola 
os limites da lei do país, quando a vítima é abandonada, em certos delitos, pelo Estado e 
estigmatizada pela comunidade, incentivando a cifra negra (crimes que não são levados ao 
conhecimento das autoridades). Há vitimização terciária quando alguém se recusa mesmo a 
reportar um fato criminoso em razão do medo de ser vista como uma pessoa mentirosa, por 
faltarem provas para angariar sua narrativa, por exemplo. 
A vitimização indireta, corresponde ao sofrimento das pessoas que estão 
relacionadas intimamente à vítima de um delito, e que sofrem juntamente com ela, como 
parentes e amigos. 
Por fim, a heterovitimização é o processo de “auto recriminação da vítima” diante de 
um crime cometido contra si, por meio da busca pelas razões que a tornaram, de modo 
provável, responsável pela prática delitiva do outro. Exemplo comum é quando a vítima de um 
roubo se culpa por ter saído à noite na rua portando celular no bolso ou quando a vítima de 
estupro se convence que foi vitimizada porque usava uma roupa sensual aos olhos do 
delinquente. 
 
1.20. SÍNDROME DE ESTOLCOMO 
 
Síndrome de Estolcomo é considerada uma doença psicológica aleatória, cujo termo 
foi cunhado por Nils Bejerot, psiquiatra e criminólogo sueco, após um famoso sequestrado 
que aconteceu na Suécia. 
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A síndrome se caracteriza por tentativas da vítima de se identificar com seu raptor 
ou por anseios pessoais de conquistar a simpatia e o afeto do seu sequestrador. Vulgarmente 
é dito que é quando a vítima se enamora do delinquente que cometeu algum crime contra ela, 
normalmente um sequestrador. 
Curiosamente, na série “La casa de papel”, transmitida pela Netflix, Monica 
Gaztambide é a personagem que ganha o apelido de ESTOLCOMO é aquela que se apaixona 
e tem relações sexuais com um dos sequestradores da série, apelidado de DENVER 
 
1.21. CIFRAS DO CRIME 
 
As cifras da criminalidade têm relações com os dados e estatísticas relativas à 
criminalidade, ou seja, expressam um quantitativo que não se pode medir com precisão por 
não entrarem nos dados oficiais ou por ter outras formas de solução não institucionais/formais. 
 
1.21.1. CIFRA NEGRA 
 
Foi o belga Adolphe Quetelet, que, projetando análises estatísticas relevantes sobre 
criminalidade, construiu os primeiros estudos sobre “cifras negras de criminalidade”, que 
corresponde ao percentual de delitos não comunicados formalmente à Polícia e que não 
integram dados estatísticos oficiais. 
 
1.21.2. CIFRA DOURADA 
 
Sendo uma espécie de cifra negra, a cifra dourada tem por diferencial apenas o fato 
de que espelha as infrações penais praticadas pela elite (político-econômica), razão pela qual 
ganha a alcunha de “dourada” em alusão ao ouro, e que não são reveladas ou apuradas, 
envolvendo “delitos do colarinho branco” (sonegação fiscal, lavagem de 
dinheiro, crimes eleitorais etc). 
 
1.21.3. CIFRA CINZA 
 
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São resultados daquelas ocorrências que até são registradas, porém não se chega 
aos desdobramentos esperados em níveis formais/institucionais, como o processo ou ação 
penal. 
A razão das cifras cinzas não alcançarem o processo, por exemplo, é relacionada ao 
fato de serem crimes que acabaram sendo solucionados no âmbito da própria Delegacia de 
Polícia, seja por existir a possibilidade de conciliação das partes, evitando assim uma futura 
denúncia, processo ou condenação elucidando ou solucionando o fato, como também por 
desistência da própria vítima em não querer mais fazer a representação do B.O., ou seja, 
aquilo que por alguma razão não chega aos tribunais judiciários. 
 
1.21.4. CIFRA AMARELA 
 
Cifras Amarelas são aquelas em que as vítimas são pessoas que sofreram alguma 
forma de violência cometida

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