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CENTRO UNIVERSITÁRIO SANTO AGOSTINHO COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL RAIMUNDO NONATO CHAVES MOREIRA SANTHIAGO ALVES RODRIGUES RECICLAGEM DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO PARA FABRICAÇÃO DE BLOCOS TERESINA, PI 2018 1 RAIMUNDO NONATO CHAVES MOREIRA SANTHIAGO ALVES RODRIGUES RECICLAGEM DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO PARA FABRICAÇÃO DE BLOCOS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação do Curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Santo Agostinho como requisito parcial à obtenção do título em Bacharel em Engenharia Civil. Orientador: Profª Esp Acilayne Freitas de Aquino TERESINA, PI 2018 2 M835r Moreira, Raimundo Nonato Chaves. Reciclagem de resíduos sólidos de construção e demolição para fabricação de blocos / Raimundo Nonato Chaves Moreira e Santhiago Alves Rodrigues – 2018. 77 p. Monografia (Bacharel em Engenharia Civil) – Centro Universitário Santo Agostinho, Teresina, 2018. Orientação: Profª Esp. Acilayne Freitas de Aquino. 1. Resíduos Sólidos. I . Rodrigues, Santhiago Alves. II. Título. CDD 628.44 3 RAIMUNDO NONATO CHAVES MOREIRA SANTHIAGO ALVES RODRIGUES RECICLAGEM DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO PARA FABRICAÇÃO DE BLOCOS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação do Curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Santo Agostinho como requisito parcial à obtenção do título em Bacharel em Engenharia Civil. Orientador: Esp. Acilayne Freitas de Aquino Data de aprovação: ____ de junho de 2018. ____________________________________________ Prof. Esp. Danilo Teixeira Mascarenhas de Andrade Centro Universitário Santo Agostinho ___________________________________ Profª. Esp. Acilayne Freitas de Aquino Centro Universitário Santo Agostinho 4 Dedico este trabalho a minha esposa Rosângela Moura e meu filho, Vitor Henrique que sempre estarão presentes em minha vida. Dedico este trabalho a minha esposa Iara Galvão Ribeiro Rodrigues e ao meu filho Nicolas Santhiago Rodrigues Galvão que não mediram esforços para me ajudar nessa etapa tão importante da minha vida. Dedicatória 5 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, por me dar força e saúde para superar todas as barreiras e dificuldades para a conclusão deste curso. A minha esposa Rosângela Maria de Moura Chaves e o meu filho Vitor Henrique Jesus de Moura Chaves, por compreender minha ausência e por ter superado e conquistado juntamente comigo essa vitória, e que durante toda essa trajetória foram meus pilares e os maiores incentivadores. A todos os meus familiares e amigos. A todo seu corpo docente, direção, administração e funcionários da UNIFSA, que também contribuíram para essa conquista. A professora Esp Acilayne Freitas de Aquino minha orientadora pela dedicação, empenho, paciência e o mais verdadeiro censo de profissionalismo, aos professores Ronaldo Siqueira e Danilo Teixeira por nos passar uma Gama de informações e conhecimentos técnicos ao longo do curso, que foram fundamentais para conclusão deste trabalho. Aos meus amigos: Santhiago, Junior e Aluízio pela amizade, camaradagem, dedicação e que durante toda essa trajetória estivemos sempre juntos superando todas as dificuldades. E, a todos que contribuíram, seja de forma direta ou indireta, para o sucesso desta obra, fica registrado aqui, o meu muitíssimo obrigado! 6 AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus, que com sua infinita sabedoria, me permitiu chegar até aqui. As minhas eternas avós, Ana Alves Rodrigues (In memoriam) e Francisca Alves Rodrigues (In memoriam), fonte de força, dedicação e inspiração na minha vida. A minha mãe Saíra Maria Alves Rodrigues, pelo apoio e carinho sempre me dado. A minha querida esposa, Iara Galvão Ribeiro Rodrigues e ao meu filho Nicolas Santhiago Rodrigues Galvão que souberam tolerar, com paciência, muitas vezes a minha ausência para que eu pudesse me dedicar aos meus estudos. A Orientadora Profª Esp Acilayne Freitas de Aquino, pela sua disposição, paciência, dedicação e incentivo à conclusão deste trabalho. Ao meu amigo Raimundo Nonato Chaves Moreira, pela amizade, ajuda e cumplicidade durante este longo período de exclusiva dedicação ao curso. 7 A reciclagem é uma importante ferramenta para podermos amenizar o grande problema do acúmulo de lixo no mundo, mas também é importante nós reciclarmos nossas ideias, conceitos e valores para que sejamos seres humanos melhores e mais conscientes. Ulysses Santos 8 RESUMO MOREIRA, R. N. C; RODRIGUES, S. A. Reciclagem de resíduos sólidos de construção e demolição para fabricação de blocos. 2018. 76 p. Monografia (Graduação em Engenharia Civil) – Centro Universitário Santo Agostinho. Teresina: UNIFSA, 2018. Este trabalho contribuirá para o esclarecimento de uma série de atividades em relação à valorização dos Resíduos de Construção e Demolição – RCD, que mostrará ao setor da indústria da construção civil, que podemos minimizar os impactos ao meio ambiente com a reciclagem desses materiais e tanto em relação ao consumo de recursos naturais não renováveis quanto à geração de resíduos sólidos. Esclarecer aos geradores de resíduos à existência de legislação específica e voltada para essa atividade, que proíbe o despejo desses resíduos em qualquer local e sim direcioná-los para os aterros sanitários. Mostrar o comportamento desses materiais recicláveis por meio de resultados de ensaios laboratoriais executados, conforme a norma vigente sobre os resíduos sólido, em um laboratório de ensaios e controle tecnológicos apenas com os agregados graúdos de RCD provenientes de uma obra de reforma, na Rua Professor José Amável, especificamente na Vila Militar do 2º BEC na cidade de Teresina - PI, com o intuito de avaliar sua composição granulométrica e propriedades físicas. As coletas das amostras de resíduos sólidos foram realizadas in loco, e realizados os ensaios laboratoriais com o objetivo de conhecer suas propriedades físicas, tais como: granulometria, massa unitária, massa específica, análise da composição gravimétrica e absorção de água. Esses agregados depois de analisados foram utilizados para fabricação de corpo de prova para concreto não estrutural, com resistência característica de 15MPa e submetido a uma cura de 7, 14 e 28 dias conforme as normas NBR 7215/1996 em vigor, sendo aos 7, 14 e 28 dias foram encontrados resistência médias de 7,09Mpa, 8,87Mpa e 16,69Mpa respectivamente, e seu resultado foi alcançado como esperado. Palavras-chaves: reciclagem, concreto, resíduos sólidos de construção e resistência. 9 ABSTRACT MOREIRA, R. N. C; RODRIGUES, S. A. Recycling of solid construction and demolition wastes for the manufacture of blocks. 2018. 76 p. Monography (Graduation in Civil Engineering) - Center University Saint Augustine. Teresina: UNIFSA, 2018. This work will contribute to the clarification of a series of activities in relation to the valorization of Construction and Demolition Waste - RCD, which will show to the sector of the civil construction industry, that we can minimize the impacts to the environment with the recycling of these materials and both in consumption of non-renewable natural resources in the generation of solid waste.Clarify to the generators of waste the existence of specific legislation focused on this activity, which prohibits the dumping of this waste in any place, but directs them to landfills. Show the behavior of these recyclable materials by means of results of laboratory tests carried out according to the current standard on solid waste in a laboratory of technological tests and control only with the large aggregates of RCD coming from a renovation work, in Rua Professor José Amável, specifically in the Military Village of the 2nd BEC in the city of Teresina - PI, in order to evaluate its granulometric composition and physical properties. Samples of solid waste samples were collected in loco, and laboratory tests were carried out with the objective of knowing their physical properties, such as: granulometry, unit mass, specific mass, analysis of the gravimetric composition and water absorption. These aggregates, after being analyzed, were used for the fabrication of test specimens for non-structural concrete with a characteristic strength of 15MPa and submitted to a cure of 7, 14 and 28 days in accordance with the norms NBR 7215/1996 in force, being at 7, 14 and 28 days were found average resistance of 7.09Mpa, 8.87Mpa and 16.69Mpa respectively, and its result was reached as expected. Keywords: recycling, concrete, solid construction waste and resistance. 10 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 01 Descarte de resíduos............................................................................................ 39 Figura 02 Entulho................................................................................................................ 39 Figura 03 Coleta de Amostra............................................................................................... 40 Figura 04 Coleta de Amostra............................................................................................... 40 Figura 05 Trituração dos resíduos....................................................................................... 42 Figura 06 Peneiramento....................................................................................................... 42 Figura 07 Pesagem dos resíduos.......................................................................................... 42 Figura 08 Pesagem dos resíduos.......................................................................................... 42 Figura 09 Amostra 50Kg..................................................................................................... 43 Figura 10 Separação da amostra.......................................................................................... 43 Figura 11 Quarteamento da amostra.................................................................................... 44 Figura 12 Espalhamento amostra........................................................................................ 44 Figura 13 Quarteamento...................................................................................................... 44 Figura 14 Pesagem da amostra............................................................................................ 45 Figura 15 Lavagem da amostra........................................................................................... 45 Figura 16 Lavagem da amostra........................................................................................... 45 Figura 17 Peneiramento para Abrasão................................................................................ 47 Figura 18 Secagem em estufa.............................................................................................. 47 Figura 19 Abrasão Los Angeles........................................................................................... 48 Figura 20 Abrasão Los Angeles........................................................................................... 48 Figura 21 Peneira # 1,7mm.................................................................................................. 48 Figura 22 Lavagem para estufa............................................................................................ 48 Figura 23 Granulometria...................................................................................................... 51 Figura 24 Granulometria...................................................................................................... 51 Figura 25 Granulometria...................................................................................................... 51 Figura 26 Granulometria...................................................................................................... 51 Figura 27 Separação dos grãos............................................................................................ 52 Figura 28 Massa unitária...................................................................................................... 54 Figura 29 Volume de vazios................................................................................................ 54 Figura 30 Material pesado para o traço................................................................................ 62 Figura 31 Preparação do traço............................................................................................. 62 Figura 32 Slump Test........................................................................................................... 63 11 Figura 33 Fabricação do corpo de prova.............................................................................. 63 Figura 34 Corpo de prova.................................................................................................... 63 Figura 35 Corpo de prova.................................................................................................... 65 Figura 36 Cura do corpo de prova....................................................................................... 63 Figura 37 Corpo de prova.................................................................................................... 64 Figura 38 Corpo de prova.................................................................................................... 64 Figura 39 Rompimento do corpo de prova......................................................................... 65 Figura 40 Rompimento do corpo de prova......................................................................... 65 Figura 41 Rompimento do CP............................................................................................ 65 Figura 42 Rompimento do CP............................................................................................ 65 Figura 43 Rompimento do CP............................................................................................ 65 Figura 44 Rompimento do CP............................................................................................ 66 Figura 45 Rompimento do CP............................................................................................ 66 Figura 46 Rompimento do CP............................................................................................ 66 Figura 47 Rompimento do CP............................................................................................ 66 Figura 48 Rompimento do CP............................................................................................ 66 Figura 49 Rompimento do CP............................................................................................ 66 Quadro 01 Caracterização do material.................................................................................. 46 Quadro 02 Abrasão “Los Angeles”........................................................................................ 47 Quadro 03 Massa unitária amostra 01...................................................................................52 Quadro 04 Volume de vazios amostra 01.............................................................................. 52 Quadro 05 Massa unitária amostra 02................................................................................... 53 Quadro 06 Volume de vazios amostra 02.............................................................................. 53 Quadro 07 Massa unitária amostra 03................................................................................... 53 Quadro 08 Volume de vazios amostra 03.............................................................................. 53 Quadro 09 Resultado das amostras 01, 02 e 03..................................................................... 54 Quadro 10 Classe de agressividade ambiental(CAA)........................................................... 56 Quadro 11 Concreto com desvio padrão............................................................................... 57 Quadro 12 Curva Abrams dos cimentos................................................................................ 58 Quadro 13 Determinação do consumo de água..................................................................... 59 Quadro 14 Volume compactado seco(Vb) do agregado graúdo por m³ de concreto............ 60 Quadro 15 Proporção de agregados....................................................................................... 61 Quadro 16 Traço unitário em relação ao cimento................................................................. 62 12 Quadro 17 Cálculo para confecção do corpo de prova 15Mpa............................................. 64 Quadro 18 Resultado da resistência à compressão do concreto 15Mpa................................ 65 A = (ms - m) / m x 100 - Absorção de água, em %.................................................................. 56 Cc = [ Ca/(a/c)] – Determinação do consumo de cimento........................................................ 60 Cb = Vb. b - Determinação do consumo de agregado graúdo................................................ 61 Cm = γm x Vm - determinação da quantidade do agregado miúdo em massa.......................... 61 d = m / (m - ma) - Massa específica do agregado seco............................................................. 55 ds = ms / (ms - ma) - Massa específica agregado saturado seca............................................... 55 da = m / (ms - ma) - Massa específica aparente do agregado seco........................................... 55 Ev = (100 x [(d1 x ρw) - ρap]) / (d1 x ρw) - índice de volume de vazios nos agregados......... 53 Fc = 4F / (π x D²) - resistência à compressão............................................................................ 64 fcmj = fckj + 1,65 x sd - resistência média do concreto à compressão..................................... 58 ρap = (mar - mr) / V - massa unitária do agregado em Kg/m³.................................................. 52 P = (m - m1) / m * 100 - Perda por abrasão.............................................................................. 47 Vm =1 –[(Cc/ γc) + (Cb/ γb) + ( Ca/ γa)] – Determinação consumo agregado miúdo............. 61 13 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Composição granulométrica dos agregados graúdo natural e reciclado.................. 49 Tabela 2 Massa específica e unitária dos agregados graúdos................................................. 49 Tabela 3 Absorção dos agregados ......................................................................................... 49 14 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ABCP Associação Brasileira de Cimento Portlad AR Áreas de Riscos ARC Agregado de resíduo de concreto ARM Agregado de resíduo misto CAA Classe de Agressividade Ambiental CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente d Massa específica do agregado seco da Massa específica do agregado na condição saturado superfície seca d1 Massa específica aparente do agregado seco d2 Massa específica do agregado saturado superfície seca d3 Massa específica do agregado m Massa da amostra seca ma Massa em água da amostra mar Massa do recipiente mais o agregado mf Massa da amostra seca após a lavagem MF Módulo de Finura mi Massa original da amostra seca mt Massa total m1 Massa da amostra 1 m2 Massa da amostra 2 NBR NM Normalização no Mercosul PNRS Programa Nacional de Resíduos Sólidos P Perda por abrasão ρa Massa específica da água ρap Massa unitária do agregado ρw Massa específica de água RCC Restos da Construção Civil RCD Resíduos de Construção e Demolição RCD-R Restos de Construção e Demolição Reciclados V Volume Va Volume de água 15 LISTA DE SÍMBOLOS Kg/dm³ Kilograma por decímetro cúbico # Abertura de Malha de peneira do laboratório para peneiramento de agregados cm³ Centímetro cúbico mm Milímetro % Porcentagem KN/m³ Quilo Newton por metro cúbico g Grama kg Quilograma °C Grau Celsius 16 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO................................................................................................. 18 1.1 Tema................................................................................................................... 18 1.2 Problema de Pesquisa........................................................................................ 21 1.3 Hipóteses............................................................................................................. 22 1.4 Objetivos............................................................................................................. 23 1.4.1 Objetivo Geral..................................................................................................... 23 1.4.2 Objetivos Específicos.......................................................................................... 23 1.5 Justificativa........................................................................................................ 23 2 REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................ 26 2.1 Resíduos Sólidos de Construção e Demolição( RCD)..................................... 26 2.2 Coleta e Seleção de materiais sólidos(RCD).................................................... 29 2.3 Análise das características dos materiais........................................................ 32 2.4 Aplicação dos resíduos recicláveis.................................................................... 34 2.4.1 Aplicabilidade na Pavimentação......................................................................... 35 2.4.2 Aplicabilidade como concreto não Estrutural..................................................... 36 2.4.3 Aplicabilidade como Argamassa de assentamento.............................................. 37 3 METODOLOGIA.............................................................................................. 38 3.1 Procedimento metodológico.............................................................................. 38 3.1.1 Tipo de Pesquisa.................................................................................................. 38 3.2 População e Amosta........................................................................................... 39 3.3 Riscos e Benefícios............................................................................................. 40 3.4 Procedimento de coletas de dados.................................................................... 40 3.5 Procedimento de análise de dados.................................................................... 41 3.5.1 Análise Granulométrica do Agregado Graúdo Reciclado...................................41 4 RESULTADOS E DISCURSÃO...................................................................... 43 4.1 Agregado – Amostragem................................................................................... 43 4.1.1 Agregados – Quarteamento da amostra............................................................... 43 4.1.2 Agregados de reciclagem..................................................................................... 44 4.1.3 Agregados graúdos – Ensaio Abrasão “ Los Angeles”....................................... 46 4.1.4 Agregados – Granulometria................................................................................. 48 4.1.5 Agregados graúdos do RCD – Determinação da composição............................. 50 4.1.6 Determinação de massa unitária e volume de vazios.......................................... 52 17 4.1.7 Agregados graúdos – Determinação absorção água, massas Esp e Aparente.... 54 4.1.8 Concreto de cimento Portland............................................................................. 56 4.1.8.1 Cálculo de resistência de dosagem...................................................................... 57 4.1.8.2 Concreto com Desvio Padrão desconhecido....................................................... 57 4.1.8.3 Dosagem do concreto de cimento Portland......................................................... 58 5 CONCLUSÃO.................................................................................................... 67 REFERÊNCIAS................................................................................................. 69 APÊNDICE A - Ensaio de composição granulométrica das amostras 1 e 2 73 APÊNDICE B - Resultado da granulometria e Curva granulométrica das amostras 1 e 2..................................................................................................... 74 APÊNDICE C - Ensaio de granulometria agregado graúdo (6,3 a 25,0 mm)..................................................................................................................... 75 APÊNDICE D - Curva granulométrica do agregado graúdo........................ 76 18 1 INTRODUÇÃO 1.1 Tema Esta pesquisa tem como tema a reciclagem de resíduos sólidos de demolição para utilização na construção civil. A construção civil é uma das atividades mais antigas da humanidade, começando de forma artesanal até os dias de hoje. Os resíduos gerados por essas indústrias são despejados nos ambientes urbanos e vêm se multiplicando cada vez mais, chegando a causar grandes transtornos à sociedade, mas nem por isso deve-se permitir qualquer postura condescendente da sociedade (BRASIL, 1995). Com o desenvolvimento dos grandes centros urbanos e com o intenso crescimento populacional e industrial típico de países em desenvolvimento, a construção civil tem gerado grandes volumes de materiais sólidos que se transformam em problemas urbanos uma vez que nem todas as cidades possuem aterros sanitários para depósito desses resíduos, e gera diversos impactos ao meio ambiente que sofre os efeitos desde a extração da matéria-prima necessária para construção civil à energia necessária utilizada em todo processo construtivo (SOUZA; ASSIS; SOUTO, 2014). Desde a antiguidade já se tinha preocupação com a reciclagem de resíduo de construção e demolição (RCD). A Europa, após a segunda guerra mundial passou pela reconstrução, hoje praticamente todos os países do continente europeu pratica essa atividade especialmente na Holanda. A reciclagem de resíduos de construção hoje encontra-se em estágio avançado, temos no Brasil hoje, tanto os governos municipal, estadual e federal trabalhando para introduzir políticas públicas voltadas para a reciclagem, apresentando ideias tecnológicas para esse fim. Durante as construções, essas ideias são adotadas por especialistas e estudantes da área, afim de contribuir para um melhor gerenciamento dos resíduos, buscando uma sustentabilidade socioambiental, na reutilização de materiais rejeitados. (SOUZA, 2014). A construção civil é, sem dúvida, responsável pelo maior consumo de recursos naturais de qualquer economia. Podemos atribuir a indústria da construção civil como a maior geradora de resíduos em massa dentro da malha urbana. Em razão da falta de políticas adequada, boa parte destes resíduos é disposta irregularmente, impedindo ruas e obstruindo córregos, contribuindo assim para uma politica de poluição nos grandes médio e pequenos centros urbanos. A limpeza desses resíduos contribui com um custo muito alto para os cofres públicos, recursos esses que poderiam estar sendo direcionados para a criação de melhor infraestrutura para a população em geral (PINTO, 1999). 19 No Brasil hoje apenas algumas municípios possuem políticas voltadas para os RCD e praticam reciclagem dos resíduos, gerando empregos e utilizando os agregados gerados como base de pavimentação e outros tipos de serviços úteis voltado para construção civil. Dependendo do tipo de obra podem existir nos canteiros de obras argamassadeiras capazes de gerar uma argamassa reciclada deste tipo de resíduo (MIRANDA, 2000). Dentre os países que já dominam essa técnica de reciclagem destacam-se Japão, Inglaterra e Holanda. Esses países já vêm ao longo do tempo buscando e praticando vários tipos de manobras e artimanhas para chegar ao seu processo de reciclagem diversificando suas aplicações em componentes, tanto pela substituição parcial quanto pela substituição total dos agregados naturais pelos obtidos pela reciclagem de RCD(LIMA, 1999; HANSEN, 1992). A classificação dos Resíduos de Construção e Demolição – RCD é bastante útil e no que se refere à quantificação e qualificação de sua geração ou produção e suas propriedades podem ser oriundos de: material de obras viárias, material de escavação, demolição de edificações, construção, renovação de edifícios e limpeza de terrenos (SWANA, 1993). Esse resíduo de construção e demolição ou popularmente conhecido como entulho, são dotados de características bastante interessantes. Produzido num setor onde existe uma gama de diferentes técnicas e metodologias de produção e o controle da qualidade e características de produção desses resíduos é recente, a composição e quantidade produzida dependem do estágio de desenvolvimento do setor industrial local, a qualidade da mão de obra, técnicas construtivas empregadas, adoção de programas de qualidade, etc. (ZORDAN, 2000). O despejo desse resíduo quando realizado de forma irregular gera diversas agressões ao meio ambiente. O consumo desses resíduos naturais pela construção civil é muito grande gerando a cada dia toneladas de materiais que são despejados ou abandonados na maioria das vezes em locais impróprios. Assim, desenvolvendo meios para sua reciclagem, a aplicação dos produtos gerados poderá apresentar grandes vantagens competitivas sobre os produtos tradicionais. Dessa forma é provável que podemos encontrar mercado para produtos oriundo de agregado reciclado com preços competitivos e qualidade, para isso os produtos precisam ser submetido a testes (JOHN, 2000). No nosso País, os aterros sanitários ou centrais de reciclagem geralmente são públicos, pertencentes aos municípios. Estima-se que o maior volume do agregado produzido pela reciclagem de RCD é utilizado na pavimentação, apesar de outras utilizações incipientes como blocos de concreto para pavimentação e vedação. A reciclagem dos RCD como agregados para base de pavimentação tem se tornado um fator revolucionário e de grande 20 importância, uma vez que um grande número de municípios tem suas ruas desprovidas de pavimentos. Estudo realizado por Pinto (1999) mostram que o consumo de agregados reciclados podem chegar a quase 50% de todo material gerado (PINTO, 1999). A abertura de novos mercados étambém uma condição para o surgimento de centrais de reciclagem privadas, pois os órgãos públicos são virtualmente os únicos consumidores de agregado para base de pavimentação. Esta dependência de um consumidor único, sujeito a inconstâncias políticas, certamente eleva significativamente o risco de negócios privados nesta área (PINTO, 1999). De acordo com a Resolução nº 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, de 5 de julho de 2002, atribui como sendo os geradores desses resíduos as pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, responsáveis por tais atividades e/ou empreendimentos. Sendo que esse material é proveniente de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, além dos resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, todos os tipos de concreto, rochas em geral, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, ferragens, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras (BRASIL, 2002). A Resolução nº 307/2002 do CONAMA define agregado reciclado como o material granular proveniente do beneficiamento de resíduos de construção que apresentem características técnicas para a aplicação em obras de edificação, de infraestrutura, em aterros sanitários ou outras obras de engenharia, definidos como materiais Classe A, onde cerca de 95% dos resíduos sólidos são compostos dessa classe (NUNES,2004; FERNANDES, 2013). Para Languell (2001), o sucesso do reuso dos materiais de reciclagem devem levar em consideração os fatores regionais e estes tem que ser avaliados para medir se aquela cidade ou região apresenta condições favoráveis ou não ao sucesso da implantação do programa de reciclagem de materiais sólidos. Atualmente tem-se trabalhado bastante para desenvolvimento de novas técnicas nos processos construtivos afim de aliviar a produção desses resíduos, sendo um dos fatos primordial a qualificação profissional de funcionários. Mesmo com todas as políticas voltada para fiscalização e produção desses materiais, é fato que o grande acúmulo de RCD e RCC oriundo da indústria da construção civil, faz com que as autoridades locais tomem medidas políticas para tratar desse problema de uma forma mais responsável para que a reciclagem dos RCC e RCD traga consigo uma série de benefícios, tais como a redução no consumo de recursos não renováveis, redução de áreas 21 para aterros, redução no consumo de energia, redução na poluição, podendo ainda (SIMONI et al, 2015). 1.2 Problema de Pesquisa Devido ao grande volume de resíduo de construção e demolição gerado pela construção civil nos pequenos, médios e grandes centros urbanos de todo o país, abrangendo os diversos setores da engenharia, há hoje uma preocupação por parte do poder público em todas as esferas: federal, estadual e municipal, em destinar locais adequados para depósitos desses resíduos. No entanto devido às grandes cobranças do poder público, os geradores físicos ou jurídicos devem destinar nos locais adequados os resíduos por eles produzidos (MARINHO et al, 2014). Existia em tramitação na câmara, após 21 anos de debate, uma matéria sobre o Programa Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS a Lei 12.305 foi aprovado na Câmara dos Deputados em 11 de março de 2010, no Senado Federal em 7 de julho de 2010, onde a principal pauta era que todos os geradores de resíduos tinha o dever e comprometimento de que tais resíduos sólidos gerados devam ter seu destino ambientalmente adequado (PEREIRA NETO, 2011). A grande cobrança do poder público fez com que os geradores de resíduos providenciassem adequados locais à seus resíduos sólidos provenientes de construção ou demolição, obedecendo a um Projeto de Gerenciamento de RCC e RCD elaborado pela empresa geradora, que além de dar uma solução a um grande problema, ainda pode gerar vários empregos com o material reciclado, que poderiam apresentam características semelhantes ou maiores. Esses materiais se bem dosados após analisado em laboratório poderá apresentar valor de resistência à compressão superior ao concreto com agregado natural (VERAS; FERREIRA, 2012). Procurando uma solução para esses resíduos diversas empresas vem apostando em um desenvolvimento parcial e sustentável avaliando efetivamente com empenho e grande cautela, uma vez que os resíduos oriundo da reciclagem devem ser estudados e trabalhados de forma correta, pois assim haverá uma grande contribuição para construção civil e consequentemente para o meio ambiente. A reciclagem desses materiais de origem de RCD e RCD deve garantir que a produção de um produto de qualidade para que seja inserido num mercado auxiliando na construção civil (SIMONI et al, 2015). 22 Com o crescimento populacional e o desenvolvimento dos grandes centros a tendência é que os impactos negativos devido à extração de matéria-prima para uso da construção civil sejam imensos. Conforme alerta John(2000), com a expansão da atividade no da construção civil favorece um consumo muito grande de agregados, somente para a produção de concreto e argamassa, um valor estimado em 210 milhões de toneladas por ano de agregados naturais. Porém os impactos causados pelo setor com a utilização de agregados naturais incluem a exploração descontrolada de recursos naturais não-renováveis, a fabricação de cimento e suas emissões de gás carbônico na atmosfera, e a poluição do ar gerada pelo transporte até os grandes centros (SCHNEIDER, 2003). Esses materiais produtos dos recursos minerais naturais quando produzido de maneira inadequadamente polui o solo, deteriora a paisagem urbana, compromete o tráfego de pedestres e de veículos, danifica a drenagem urbana e constitui uma séria ameaça à saúde pública. Além disso, o acúmulo de RCD em local inadequado ou a sua disposição desprotegida atrai resíduos não inertes, oferecendo, simultaneamente, água, alimento e abrigo para muitas espécies de vetores de patogênicos, tais como: ratos, baratas, moscas, vermes, bactérias, fungos e vírus (SCHNEIDER, 2003). Com um grande impulso e crescimento na área da construção civil no Brasil, há consequentemente um aumento considerável de volume de material oriundo de RCC e RCD ideal para ser reciclado, que provavelmente seria despejado em aterros sanitários controlados ou não, ou em terrenos baldios. Esses resíduos poderiam passar por uma triagem e seleção e serem posteriormente analisados em laboratório, tanto suas propriedades bem como suas características e granulometria, afim de serem reaproveitados e utilizados em obras nos diversos setores da construção civil. Diante disso chegou-se ao seguinte problema de pesquisa: Podemos reciclar os resíduos sólidos de construção e demolição para fabricação blocos? 1.3 Hipóteses H0 Os Resíduos de Construção e Demolição não podem ser reutilizados como agregado para fabricação de blocos. H1 Os Resíduos de Construção e Demolição podem ser reutilizados como agregado para fabricação de blocos. 23 1.4 Objetivos 1.4.1 Geral Verificar se os resíduos graúdos de construção e demolição (classe A), podem ser aplicados como um material alternativo para a fabricação de blocos de concreto, em substituição ao agregado graúdo natural. 1.4.2. Específicos Analisar as propriedades granulométricas dos resíduos graúdos de construção e demolição. Realizar ensaio abrasão Los Angeles, em laboratório dos resíduos graúdos. Realizar ensaios de resistência à compressão em concretos moldados com traço com resíduos graúdos de RCD com Fck 15Mpa. 1.5 Justificativa A preocupação com o destino do grande volume de resíduos sólidos oriundo de construção e demolição faz com que se tenha um grande avanço na reciclagem dos agregados e um investimento em tecnologia para o setor, podendo serempregado na pavimentação e outras aplicações ( MOTA, 2005; BLANKENAGEM e GUTHRIE, 2006). A reciclagem de Resíduos de Construção e Demolição, como agregado para ser empregado na construção civil, teve seu berço na Europa com o fim da segunda guerra mundial. No Brasil hoje essa atividade ainda esta engatinhando, uma vez que há escassez de agregados e a área para depósito desses resíduos principalmente em grandes centros urbanos onde o crescimento é significante e locais para depósito é deficiente. Países da Europa, como a Holanda onde seu poder de reciclagem que é bastante diversificado pode atingir cerca de 90% e estes agregados reciclados são aplicados na construção de rodovias, pois tem um custo bastante reduzido em comparação ao natural para esta utilização (ZWAN, 1997; DORSTHORST; HENDRIKS, 2000). Os Resíduos de Construção e Demolição, chegam a atingir uma variação de cerca de 68% da massa de resíduos sólidos urbanos em nosso país. Essa grande massa de resíduos, quando destinada em locais não adequados para tal, contribui para degradação do meio ambiente, consequentemente compromete a qualidade da vida urbana e sobrecarrega os serviços municipais de limpeza pública. Nesse contexto, é de suma importância a reciclagem desses resíduos para se evitar uma crescente degradação (PINTO, 2003). O mercado da construção civil apresenta grande diversidade, e uma gama de opções de áreas para aplicação de resíduos reciclados, é uma atividade que requer poucos gastos com 24 agregados e seu transporte, contribuindo para que a atividade ambiental se torne equilibrada. Outro fator importante é que os materiais necessários para sua produção não precisam de grande sofisticação técnica. A distância do material transportado (DMT) é fundamental do ponto de vista de análise da possibilidade de sua reutilização. A utilização pode ser: na superestrutura (base), Infraestrutura (sub-base) de pavimentos, produção de concretos sem fins estruturais, produção de blocos de concreto, utilização em projetos de drenagem, entre outros (LEITE, 2001). A grande produção de material/resíduos oriundo de descarte da obra de construção civil e o seu despejo em locais não adequados, promove transtorno nas cidades quando descartados nas ruas sem nenhum tipo de preocupação, causando assim problemas de saneamento básico e poluição do meio ambiente. Contudo houve uma preocupação no sentido de reutilizar esses resíduos, reciclando para serem utilizados em obras de construção civil sem perca de qualidade do material e colaborando para com o meio ambiente. A indústria da construção civil tão pouco tinha essa preocupação em dar destino aos resíduos por ela gerados, com o passar do tempo havia a necessidade de que esse material gerado tivesse um destino apropriado, uma vez que as autoridades perceberam que esses resíduos eram despejados com frequência nas ruas e em terrenos baldios sem qualquer controle (ÂNGULO; ZORDAN; JOHN, 2001). Um país em desenvolvimento como o Brasil, onde a população está crescendo, a tendência é que o mercado da construção civil também cresça causando um grande aumento na produção de resíduos sólidos. Estudos revelam que cada construção ou demolição gera em torno de 10% a 20% dos resíduos. Esses resíduos de materiais após serem submetidos a ensaios laboratoriais e resultado adequado com as normas vigente serão utilizados na construção civil nas mais variadas atividades (PINTO, 1989; PICCHI, 1993; FERNANDES, 2013). Uma grande preocupação pela busca de materiais renováveis e a reciclagem dos resíduos gerados pela indústria da construção civil e pela nossa sociedade, visando à preservação do meio ambiente e contribuindo para um melhor padrão de vida da sociedade deu-se desse modo, o estímulo à reciclagem dos resíduos gerados pela construção civil. Dando-se maior atenção à reciclagem de resíduos( RCC e RCD), fará com que os impactos ambientais tenha uma grande redução, tal atitude contribuirá para diminuição das extrações de matéria prima e, com as políticas de voltadas para destinação mais correta e aplicáveis dos materiais recicláveis viabilizando economia para as empresas e principalmente um grande retorno para o meio ambiente (LEITE, 2014; CARNEIRO; BRUM; CASSA, 2001). 25 Com a grande diversidade de situações os profissionais da área da construção civil devem investir em mais conhecimentos e aspectos tecnológicos na área da reciclagem de resíduos sólidos proveniente de construção e demolição, para a reutilização desse material no mercado da construção civil, dando-o uma melhor competitividade no mercado com as características compatíveis com as do agregado virgem (FERNANDES, 2013). Com o incentivo dos órgãos governamentais por meio de políticas voltada para controle de geração desses resíduos e seu reaproveitamento, pode-se combater na redução e reutilização desse material não renovável e pode contribuir para uma redução dos custos nos empreendimentos e até mesmo do gerenciamento de agregados novos, ressaltando ainda que os resíduos de RCC e RCD podem ser materiais reciclados no final de sua vida útil e na possibilidade de serem novamente reciclados, criando uma cadeia circular, podendo entrar como substituição ou adição a outros agregados para fabricação de concreto entre outros (AMADEI, 2012). Os resíduos gerados pelas indústrias da construção civil têm como destino o lixo ou até mesmo nas ruas sem nenhum controle. Esses materiais depois de um grande incentivo podem ser transformados em matéria prima de qualidade para construção civil, tornando a atividade sustentável e oferecendo alternativas para a execução de obras de diversos tipos em benefício da própria indústria, da sociedade e principalmente para o meio ambiente que sofrem as consequências com o desenvolvimento urbano (DIAS, 2004). 26 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Resíduos sólidos de construção e demolição ( RCD) A indústria da construção civil é reconhecida como uma das mais importantes atividades que contribui para o desenvolvimento econômico e social do país, no entanto é considerada como uma grande geradora de impactos ambientais, quer seja pelo extração de recursos naturais, pela modificação da paisagem ou pela geração de resíduos. O setor tem um grande desafio: como conciliar uma atividade produtiva desta magnitude com as condições que conduzam a um desenvolvimento sustentável consciente? É uma pergunta, embora antiga, ainda sem respostas satisfatórias. Sem dúvida, por ser uma questão bastante complexa, requer mudanças culturais e ampla conscientização (SANTOS et al, 2012). A principal atividade do setor industrial de construção, demolição e reforma, sempre vem seguido de sobras e/ou produção de resíduos que seriam desperdiçados e isso representa uma grande fatia no total representativo da massa da obra (PINTO, 2003). Com uma grande contribuição para com o meio ambiente, a demolição seletiva tem sido bastante favorável, com uma desvantagem devido ao custo elevado, mas esses gastos podem dar um grande retorno em se tratando de materiais encontrados no próprio local de trabalho, tal procedimento pode-se reduzir uma imensa quantidade de resíduos gerados do setor da construção civil, que seriam jogados nos aterros sanitários urbanos ou até mesmo nas ruas das cidades e sem controle, contribuindo para uma mega redução ao impacto ambiental tendo em vista que a elevada quantidade de resíduos produzidos com as demolições no setor da construção civil (GOMES, 2012). Devido a grande geração de resíduos e para uma melhor classificação dos materiais produzidos foi necessário a implantação de programas de gestão desse resíduo. Um mecanismo importante criado para tal finalidade foi a Resolução 307 (CONAMA, 2002), a qual define, para a construção civil, quatro classes de resíduos, que deverão ter tratamentos distintos:Classe A– resíduos reutilizáveis ou recicláveis, como agregados, tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento, argamassas, concretos, tubos, meio-fio, solos de terraplanagem, etc; Classe B – resíduos recicláveis para outras destinações, tais como plásticos, papel/papelão, metais, madeiras, etc; Classe C – resíduos ainda sem tecnologias ou aplicações economicamente viáveis para a sua reciclagem/recuperação, tais como os oriundos do gesso(tratamento pelo gerador); Classe D – perigosos, como tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados (tratamento pelo fabricante). 27 Com o desenvolvimento de novas técnicas construtivas no setor da construção civil diversas empresas vêm apostando e aderindo às novas inovações tecnológicas, pois a construção civil ainda vem passando por diversos problemas relacionados à destinação final do seu resíduo de construção( RCD e RCC). Explorados por várias décadas, os recursos naturais, estes que mantém de pé a indústria da construção civil vem sofrendo escassez devido sua exploração desordenada, provocando assim graves problemas ambientais, e agravando ainda nos grandes centros urbanos, ocasionado pelo acúmulo e geração de muitos entulhos, sendo a reciclagem destes uma alternativa para redução desses resíduos (SILVA; MACIEL, 2014). Os resíduos de construção civil têm origens nas perdas e desperdícios em todas as etapas de execução de construção, compreendendo, portanto as fases de: concepção, execução e utilização. As perdas e desperdícios podem ser divididos em dois grupos: aquelas que saem das obras, os denominados entulhos, e aqueles que ficam incorporadas à mesma como, por exemplo, em sobre espessura de emboço (AGOPYAN et al., 2003). Estima-se que cerca de 50% do desperdício são incorporados à própria obra, denominados perdas incorporadas, e outros 50% saem na forma de entulho. A tabela 1 apresenta as taxas de desperdício de acordo com os materiais utilizados em médias e grandes construções (Espinelli, 2005). A política voltada para a reciclagem dos materiais oriundos de entulhos, contribui significativamente para uma redução da poluição causada por esses resíduos e garante um meio ambiente mais limpo sustentável, onde provavelmente o descarte indevido desses resíduos traria consequência incalculáveis ao meio ambiente e aos centros urbanos. A ausência de um aterro para o destino adequado desses resíduos, com certeza irá gerar grandes consequências ao meio ambiente e interferir na qualidade de vida da população (OLIVEIRA, 2015). Os geradores de resíduos houve por bem fazer a reutilização desses resíduos oriundos de construção e demolição em um processo sustentável completo, para diminuir a poluição que ora é preocupante nos grandes centros urbanos, com isso preserva-se as reservas naturais de matéria prima, ocorrendo ganhos financeiros e ainda promovendo oportunidades de trabalho. Para que haja a reciclagem dos RCD e RCC é preciso que se tenha uma especial atenção dos órgãos públicos responsáveis pela fiscalização e a conscientização de empresários do setor da construção civil, visando políticas voltadas para essa atividade (OLIVEIRA, 2015). Devido à ausência de politicas pública no país voltadas para os resíduos, esses por sua vez podem chegar a representar 60% do volume de lixo despejados nos aterros sanitários, 28 fazendo com que seja degradada uma imensa área só para destinação desse material, diante do exposto há uma necessidade dos órgãos públicos acompanharem o andamento junto as empresas da destinação correta dos seus resíduos de RCD e RCC gerados, cumprindo todas as determinações impostas por parte dos órgãos competentes (SILVA; FERNANDES, 2012). A coleta e análise dos resíduos poderiam ser divididas em etapas. Como primeira etapa, abrangia o diagnóstico dos resíduos gerados nas obras. Já na Segunda etapa envolveria o mapa de resíduos que classifica as informações coletadas na etapa anterior a partir da legislação e normalização vigente. A terceira etapa visaria na identificação dos riscos à saúde e segurança dos trabalhadores, transporte e manipulação dos resíduos. A quarta etapa consistiria na elaboração de um Plano de Gerenciamento contendo os procedimentos a serem adotados no manejo de resíduos e segregação: identificação dos locais de disposição; acondicionamento; coleta; tratamento e/ou disposição final de cada grupo de resíduos (GIRARDELLO; FRANÇA; VICENZI, 2015). Quinta e ultima etapa do plano contemplaria a implementação do Plano de Gerenciamento nas obras em execução, objetivando suporte adequado às empresas do ramo da construção civil no que diz respeito à correta segregação, acondicionamento e destinação dos resíduos sendo necessária a realização de um treinamento com os funcionários com o auxílio de material pedagógico desenvolvido como cartilhas, adesivos para identificação dos recipientes de cada classe e mapas para a rota dos resíduos (GIRARDELLO; FRANÇA; VICENZI, 2015). Diante da política voltada para os resíduos de construção e demolição(RCD) onde seria proibido o depósito destes em aterros sanitários, a redução na oferta de agregados naturais somando-se ao aumento de sua demanda e a crescente exigência para o desenvolvimento de aplicações sustentáveis para tais resíduos impulsionaram o desenvolvimento de aplicações para este material, por outro lado há necessidade de produzir estratégias e o estabelecimento na melhoria e na qualidade dos agregados reciclados, ou seja menos porosos, no entanto para chegar a resultados em que possa proporcionar materiais mais densos e aumentar nas frações mais finas onde a diferença reflete diretamente nas propriedades físicas dos agregados reciclados (ULSEN et al, 2014). Devido a grande extração de minerais para utilização na construção civil, os seus geradores vem buscando alternativas para minimizar os danos causados ao meio ambiente, e em se tratando disso os mais diversos setores da construção civil vem tendo uma devida preocupação em minimizar os efeitos negativos apostando na reciclagem dos RCD e RCC e proporcionando desenvolvimento para o setor da construção civil e de grande importância 29 para a economia principalmente das empresas diretamente envolvidas nesse processo e destacando-se pela diversidade de produtos, quantidade e qualidade para um cenário de crescimento dentro da construção civil (SOUZA, 2015). Para a coleta dos resíduos de construção e demolição (RCD e RCC), para o transporte dos materiais e seu devido acondicionamento não levam em conta as consequências que o mau uso e o tratamento inadequado, uma vez que os resíduos sólidos possui uma grande potencial econômico e após reciclados podem ser fonte de renda ou encomia para o empreendimento que deve ser observado em toda a cadeia geradora de RCD e RCC, a produção e o descarte final são os que exigem maior cuidado ocasionando economia no uso de matérias primas surgindo os materiais provenientes do desperdício e das sobras do processo que passam a exigir maior cuidado com sua gestão ambiental (FERREIRA; CRUVINEL; COSTA, 2014). 2.2 Coleta e seleção de materiais sólidos (RCD) Segundo Pinto (1999), visando dar um melhor destino aos materiais gerados no setor da construção civil RCD e RCC e evitando assim um problema dos municípios brasileiros na atualidade, houve por bem a importante necessidade de adotar uma política de conscientização coletiva e reciclagem de forma sustentável com a implantação de um plano de coleta e gerenciamento voltado para o setor da construção civil, no qual tem como os principais responsáveis aqueles que mais geram esses resíduos sólidos oriundos do mercado da construção civil. Para Oliveira (2015), com relação aos resíduos podemos dar um destaque para aqueles que no processo de seleção dos materiais apresentam melhores características, podemos citar a argamassa que pode ser reutilizadapor diversas vezes, na obra tão logo após seu peneiramento e misturado novamente a areia e ao cimento para um novo traço de qualidade para assentamento, revestimento e outros, substituindo os agregados naturais. A reciclagem no Brasil ainda é pouco explorada, uma vez que não possuímos cultura de reciclagem e tão pouco uma política voltada para reciclagem de resíduos oriundo de construção e demolição. As normas criadas recentemente vêm dando um incentivo a algumas empresas nos últimos anos, além de contribuir para conservação do meio ambiente, irá garantir regras mais claras no gerenciamento desse material e dando um destino correto aos RCD. A coleta dos resíduos oriundos do concreto, cerâmica, reboco e emboço, depois de separados serão passados por uma coluna de peneiras e distribuídos os grãos de acordo com a 30 norma em vigor que determina o seu limite máximo para as peneiras de 0,15 mm a 9,5 mm para agregado miúdo com Módulo de Finura – MF menor que 2,0 para areia muito fina, 2,0 < MF < 2,4 para areia fina, 2,4 < MF < 3,2 para areia média e MF > 3,2 para areia grossa e variando entre os limites máximos para as peneiras de 2,36 a 75 mm para agregado graúdo com desgaste por abrasão “Los Angeles” inferior a 50% em massa, todo o material sólido será proveniente de resíduo de construção e demolição(RCD) de modo que obedeça os requisitos da norma onde todo o material selecionado passará por um processo de seleção manual (fase de segregação) (ANGULO et al, 2013). Conforme a Resolução CONAMA Nº 307/2002, que define que todo o material proveniente de atividades de construção e demolição de obras no setor civis, assim como restos de obras, autoconstrução ou reformas pode ser considerado como resíduo de construção e demolição (RCD), e ainda os classificam como materiais de classe A, não deixando também de determinar a destinação final e correta dos RCC. Segundo Silva (2014), essa resolução estabelece diretrizes e critérios para a gestão e controle dos resíduos oriundos de obras, definindo a sua classificação quanto à sua origem, e a destinação adequada para esses resíduos de provenientes de construções (RCD) afim de que sejam reciclados ou reutilizados como agregados e aplicado na própria indústria da construção civil. (SILVA; MACIEL, 2014). O aprimoramento da destinação correta dos resíduos tem contribuído para uma seleção e separação desses resíduos cuja finalidade é reutiliza-los na própria obra, evitando assim gastos e trabalhos com o transporte de resíduos de construção para um local licenciado pela prefeitura, um grande volume e a deposição irregular nos grandes centros urbanos ocasionam transtornos à população local. A existência de legislação vigente visando contribuir para o aprimoramento dessa atividade com a definição e atribuição de responsabilidade do destino final para cada gerador de resíduos sólidos de construção civil (RIBEIRO; DIAS, 2013). Além da aplicação dos resíduos de construção e demolição (RCD) na própria construção civil eles também podem ser utilizados em outras atividades. Utilizaram-se os Resíduos gerados nas atividades de Construção Civil e Demolição Reciclados – RCD-R provenientes de concretos, argamassas e reboques (material cinza), que foram caracterizados inicialmente por fluorescência e difratometria de raios-X. O desempenho dos RCD-R cinza como corretivo de acidez foi avaliado pela produção de matéria seca da alfafa (Medicago sativa cv. Crioula) e pela medida dos atributos químicos do solo. Os resultados sugerem que os RCD-R cinza (origem de concretos) apresentam características interessantes para utilização como corretivos da acidez de solos (LASSO et al, 2013). 31 Segundo Veras (2012), para evitar a degradação ao meio ambiente devido a grande extração de recursos naturais que a indústria da construção civil necessita as autoridades de algumas cidades brasileiras adotaram politicas voltada para o controle de resíduos de construção (RCD e RCC), fazendo com que todos esses materiais sólidos que são descartados com as construções e demolições sejam reutilizados, evitando assim que sejam despejados sem controle no meio ambiente. À medida que consomem, em grandes quantidades esses recursos naturais, maior será a quantidade de energia utilizada para a sua extração, transporte, resultando em grande volume de resíduos nas diversas obras de reformas e demolição de edificações, necessitando, portanto de um importante o planejamento de estudo e criação de um projeto de viabilidade da reciclagem e reaproveitamento dos RCD e RCC, onde a demolição e reforma não dará origem a um novo problema para disposição do material, mas sim na utilização do material reciclado como material alternativo em novas obras de habitação (VERAS, 2012). Capaz de reutilizar quase todo resíduos sólido que produz, a indústria da construção civil utiliza-se de todo processo de coleta e seleção dos materiais para garantir que os resíduos tenha uma destinação correta e seja extraída o mínimo possível de recursos naturais do meio ambiente. Diferentemente de outros setores industriais que diminuem a utilização de suas matérias-primas, a indústria da construção civil não pode reduzir a quantidade dos materiais necessários para construção de uma obra, uma vez que a qualidade, a durabilidade e a segurança são primordiais na construção civil (JESUS et al, 2014). Por outro lado se faz necessário encontrar alternativas para a destinação dos resíduos gerados na própria obra, de modo que a reciclagem seja na própria obra ou em usinas implantadas para tal evitando gastos desnecessários com transporte destes. Entretanto a solução dos problemas ambientais deve partir das próprias empresas geradoras de resíduos sólidos por meio de seu Plano de Gerenciamento de obras e pelos engenheiros responsáveis (JESUS et al, 2014) É fato que o aumento dos resíduos sólido gerados no setor da construção civil aumentará fazendo com que as autoridades locais tomem providencias imediatas para coleta e destinação correta dos RCD e RCC, que representam uma boa parcela desses resíduos em torno de 61% desses resíduos, e que seriam despejados nas ruas ou aterros sanitários sem controle adequado, principalmente evitando aglomerações urbanas ou rurais de RCD e RCC, sem o devido critério ambiental, salientando de igual modo economia para as empresas envolvidas e reduzindo os custos na aquisição de agregados naturais (GUEDES; FERNANDES, 2013). 32 No entanto se o empreendimento seguir seu Plano de Gestão para reaproveitamento dos RCD e RCC poderá ao final da obra obter resultados significativos e satisfatórios com redução no desperdício em torno de 46%, mas para isso deverá obter uma segregação seletiva dos RCD e RCC de pelo menos 31% somado a algo próximo de 23% de reaproveitamento e reuso no momento da execução do empreendimento contribuindo para um desenvolvimento sustentável e com isso ganhando reconhecimento junto às autoridades fiscalizadoras e evitando novas explorações de agregados naturais (GUEDES; FERNANDES, 2013). 2.3 Análise das características dos materiais Após o processo de coleta e separação dos resíduos, estes necessitam passar por um critério de estudo para definir suas características e estabelecendo-se uma relação entre a porosidade (absorção de água) e o teor dos agregados de RCD mistos, serão utilizados os resultados para calcular a absorção de água dos agregados, realizando uma ponderação entre a massa e a respectiva absorção de água de cada fase constituinte do agregado (SILVA; MACIEL, 2014). De posse dos resultados e com o objetivo de analisar por meio de ensaios tecnológicos a viabilidade de utilizar a técnica de reciclagem para fazer economia com RCD na aplicação de agregados reciclados em concretos, em proporções dosadas. Deverá ser realizada uma análise metodológica entre o concreto produzido com agregadonatural e reciclado. Os resultados devem indicar que agregados reciclados podem melhorar algumas propriedades do concreto como a resistência à compressão e durabilidade medida através da estimativa de sua vida útil (SILVA; MACIEL, 2014). De acordo com Brasileiro (2013), os estudos comprovam que os materiais residuais de construção e demolição são de qualidade e podem ser reaproveitados em diversos processos construtivos: fabricação de concreto, fabricação de pré-moldados (blocos, meio-fio, dentre outros), confecção de tijolos, calçadas, fabricação de argamassas de assentamento e revestimento, camadas de base e sub-base para pavimentação de cobertura primária de vias, camadas drenantes e etc. Pesquisadores, políticos, governos e a própria sociedade estão se voltando cada vez mais para esta realidade, buscando a redução da sua geração e visando o reaproveitamento no meio de legislações e de diversas aplicações principalmente na indústria da construção civil, que na forma de agregados reciclados de grande qualidade, grande responsável em promover o seu retorno à cadeia da produtiva da construção civil. Todo o processo de seleção do RCD deverá ser de forma manual onde deverá ser excluído dos RCD os materiais como: madeira, 33 plástico, ferragens e isopor, aproveitando-se apenas o composto básico formado por concretos, argamassas, brita, seixo rolado, cerâmicas vermelhas (telhas, tijolos e lajotas), cerâmicas de revestimento (pisos e azulejos), e granitos. (OLIVEIRA, 2015). As empresas voltadas para construção civil precisam ter um elaborado sistema no próprio canteiro de obras ou caso seja mais em conta contratar uma empresa especializada, uma vez que o material é muito heterogêneo e dificulta uma segregação correta. Para isso todo material gerados pelas indústrias da construção civil devem ter uma destinação correta e com separação desses resíduos, seguindo um Plano de Gestão de Resíduos Sólidos, de acordo com sua classe que é determinada pela Resolução CONAMA N° 307/2002 (OLIVEIRA, 2015). Segundo Fukunishi, (2014), os resíduos sólidos de construção e demolição são os maiores prejudicadores do meio ambiente, produzido a vários e vários anos pela indústria da construção esses geram impactos alarmantes ao meio ambiente e em todo o ciclo natural da vida, sendo correto afirmar que seja qual for o tipo de resíduos este pode causar de algum modo pode ser prejudicial ao meio ambiente, entretanto se for aplicado à técnica básica de reciclagem e um descarte correto dos RCD e RCC baseado nas quantidades amenizará os efeitos ao meio ambiente. No entanto a grande preocupação por parte dos órgãos públicos é visível com a função de orientar o desenvolvimento de normas, programas, projetos e ações, entretanto ficam devendo quanto aos dados de geração de RCD e RCC. Visando minimizar os impactos ao meio ambiente com a extração sem controle de matéria prima e o despejo inadequado dos dejetos gerados na construção civil foi estabelecido a Resolução CONAMA nº 307/2002, onde deu ênfase para uma melhor destinação desses dejetos, estabelecendo padrões e procedimentos condizentes para a gestão de RCC por meio do Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil – PIGRCC (SANTOS et al, 2012). Após selecionados os agregados oriundo dos resíduos sólidos de construção e demolição, estes serão separados e serão submetidos a diversos testes e análise em laboratório, afim de determinar através de suas características a sua melhor reutilização na obra em substituição aos agregados naturais que compõem o concreto, tanto a brita quanto a areia, para e se é possível emprego em projetos estruturais, não ocorrendo aproveitando para concreto não estrutural e na confecção de argamassas de assentamento e de revestimento. Serão realizados ensaios em todos os agregados a fim de no final da análise podemos obter um concreto de boa qualidade e com o padrão de sua resistência mecânica de acordo com a norma. A realização de vários tipos de traços, até mesmo com a adição de agregados naturais 34 com o intuito de se obter um resultado satisfatório e de encontro com a norma em vigor, atingindo com isso índices equivalentes ao concreto convencional produzido nos canteiros de obras (NOGUEIRA, 2013). A obtenção de um concreto ou argamassa com matérias provenientes de agregados reciclados deve-se dar importância ao estudo preliminar de algumas características tais como: composição, teor de contaminantes, granulometria, teor de material pulverulento e capacidade de absorção de água, que podem influenciar diretamente na qualidade do concreto ou da argamassa. Em toda construção a granulometria e de muita importância, para os reciclados de resíduos sólidos não pode deixar de ser importante também, uma granulometria é de grande importante na determinação de argamassas ou concretos, pois influenciam diretamente na trabalhabilidade, resistência mecânica, consumo de aglomerantes, absorção de água, permeabilidade, etc. (VERAS, 2012). Quando fazemos a extração de matéria prima do meio ambiente podemos encontrar algumas dificuldades para obtenção de uma melhor qualidade do material, com os resíduos sólidos não poderia ser diferente com a excelência para que todos os integrantes dos setores da construção civil possam interpretar e entender toda o processo e aplicação dos materiais provenientes dessa segregação e analise de laboratório. Caso haja a necessidade de adotar medidas que posam combinar desenvolvimento sustentável de maneira efetiva e objetivo delineado pelos empreendimentos tornando um desafio a ser implementado e conquistado (GUEDES; FERNANDES, 2013). 2.4 Aplicação dos Resíduos Recicláveis Dentre as várias possibilidades, a reciclagem de RCD pode ser aplicada para diversos fins, tais como: camadas de base e sub-base para pavimentação, coberturas primárias de vias, fabricação de argamassas de assentamento e revestimento, fabricação de concretos, fabricação de pré-moldados (blocos, meio-fio, dentre outros), camadas drenantes etc, Outras formas de utilização dos materiais oriundos da construção civil e também pelo grande volume produzido pela mesma uma política voltada para reciclagem seria uma alternativa para darmos destinos a milhares de metros cúbicos de entulhos que seriam despejados nas ruas dos grandes centros, onde essa produção de entrulhos são bem maiores devido ao desenvolvimento desses grandes centros (BRASILEIRO, 2013). Hoje a pavimentação de áreas residenciais, áreas urbanas, praças e até mesmo comerciais com material recicláveis que antes seriam despejados em aterros sanitários está tomando uma alternativa coerente. Sem dúvida se no país hoje não houvesse de certa forma 35 atrasado na implantação de novas e determinadas regras para a ampliação da reciclagem dos resíduos que são produzidos hoje pela indústria da construção civil e poder adotar uma política voltada para essa natureza de forma a diminuir à crescente exploração de jazidas para extração de agregados naturais juntamente com a redução de áreas destinadas a aterros (BRASILEIRO, 2013). 2.4.1 Aplicabilidade na pavimentação Na pavimentação do tipo concreto asfáltico mais de 90% em peso do total da mistura corresponde à agregados de várias granulometrias. Como freio à crescente exploração de jazidas para extração de agregados naturais juntamente com a redução de áreas destinadas a aterros e à ampliação de técnicas de reciclagem de resíduos sólidos, diversos pesquisadores têm aplicado agregados reciclados na pavimentação asfáltica, com a finalidade de impulsionar o seu retorno à cadeia da construção civil (BRASILEIRO, 2013). Os Resíduos de Construção e Demolição(RCD) podem ser utilizados na reciclagem de agrados para utilização em pavimentação dos mais variados tipos. Na mistura com solo em bases, sub-bases e revestimentos primários de pavimentação emárea que não recebam carregamento exagerado. Para uma aplicabilidade dessa natureza são várias suas vantagens: um gasto não muito alto na utilização não precisando dispor alta tecnologia, economia de energia durante o processo de preparação do resíduos; maior utilização de resíduos oriundos de obras de pequeno porte e demolições que não reciclam seus resíduos no próprio canteiro de obras (LEITE, 2014). Segundo Zordan (2009) discorre sobre outras vantagens: A menor utilização de tecnologia e baixo custo operacional, a possibilidade de uso de todos minerais constituintes do RCD e a economia de energia de britagem do RCD. Um aspecto importante com a utilização de agregados de RCD de maneira correta no serviço de pavimentação de avenidas, ruas, rodovias e estradas contribuindo assim para uma boa qualidade de vida para população tanto com a redução de poeira quanto na limpeza do município onde foi realizada a aplicação (FARIAS, 2010). Outra importância do uso de materiais reciclados de RCD na pavimentação se reflete na redução de custo com transporte e manutenção veicular e em outros benefícios de difícil mensuração, como a integração social e o acesso garantido independente da estação do ano. Esses agregados de RCD podem ser utilizados também na recuperação de áreas degradadas, independentemente dos motivos que levaram à degradação, devido sua boa capacidade de compactação a grande diversidade presente nos componentes dos RCD (FARIAS, 2010). 36 2.4.2 Aplicabilidade como concreto não estrutural Alguns pesquisadores japoneses, citados por HANSEN (1992), e PIETERSEN e RAAY (1998) concordam que se até 30 % dos agregados naturais fossem substituídos por agregados reciclados e mesmo assim suas características e propriedades não haveria mudanças significativas nas propriedades dos concretos quando comparados a concretos convencionais. Porém, vale a pena mencionar que VRIES, citado por BAZUCO (1999), afirma que um baixo teor de substituição de agregados naturais por agregados reciclados não é suficiente do ponto de vista ambiental. Segundo Leite, (2014), os RCD reciclados podem garantir a substituição dos agregados naturais na confecção de concreto não estrutural, sem perder suas características, tornando-o mais econômica e de maneira geral contribui para sustentabilidade. Possui um desempenho de concorrência com o agregado natural tanto em preço como em qualidade. Porém, muita das vezes, os RCD reciclados são impedidos de serem utilizados sem função estrutural por conterem teores de argamassas, de contaminantes e de materiais pulverulentos. De acordo com estudos realizados os reciclados podem contribuir com um rendimento em torno de 20% na substituição dos agregados naturais utilizados no concreto estrutural e ou alvenaria por reciclados. Na utilização dos agregados reciclados de resíduos de construção e demolição (RCD) em blocos de concreto é uma solução economicamente interessante e com uma característica super-resistente. Dependendo da triagem realizada no RCD ou técnica de reciclagem utilizada, esses agregados reciclados passam a apresentar características bem distintas de composição e porosidade (de 3% a 20% de absorção de água), que podem ser compatibilizadas com os diferentes níveis de exigência mecânica em uso dos blocos (ÂNGULO, 2011). Blocos de concreto podem ser classificados em três classes de resistência característica (fbk) distintas (ABNT, 2014). Blocos classe C (fbk ≥ 3,0 MPa) são componentes sem função estrutural utilizados na execução na alvenaria de vedação, enquanto blocos classe A (fbk ≥ 8,0 MPa) e classe B (4,0 ≤ fbk 8,0 MPa) são componentes estruturais apropriados para a execução da alvenaria estrutural (ANGULO; FIGUEIREDO, 2011) A qualidade dos RCD reciclados é condição necessária para garantir a sua aplicabilidade, e durante todo o processo de segregação e em todas as etapas de analise em laboratório deve haver um acompanhamento minucioso dos estudos relativos às propriedades dos agregados reciclados e essencial importância para a confecção do concreto, pois deverá haver uma variabilidade das características dos agregados naturais (porosidade, mineralogia); 37 a procedência do resíduo sendo ele RCD e a etapa da obra que foi coletada pode afetar significativamente na qualidade dos agregados reciclados e gerados na própria obra. Para tanto a qualidade do concreto pode ser afetada pela falta de um estudo mais adequado da origem do resíduo e suas características (VERAS, 2012). 2.4.3 Aplicabilidade como argamassa de assentamento Podemos ter inúmeras vantagens se utilizarmos os Resíduos de Construção e Demolição(RCD) como argamassas de assentamento de tijolos, blocos, chapisco ou revestimentos. Esses agregados provenientes da reciclagem dos RCD podem ser observados no próprio canteiro de obras, tais como: redução dos custos no transporte de agregados naturais, do consumo de cimento e ganho na resistência à compressão do material reciclado em relação às argamassas convencionais (LEITE, 2014). Segundo Veras (2012), os vazios existentes na argamassa podem ser preenchidos com a presença de partículas finas, até o limite recomendado pela norma, facilitando e com uma boa trabalhabilidade da areia pelo cimento, já o excesso dessas partículas na mistura do concreto poderá causar prejuízos às propriedades da argamassa, pois as mesmas envolvem as partículas do cimento. O volume de utilização de conglomerados minerais em obras, o desperdício inerente à forma de transporte e à técnica de aplicação de blocos de alvenaria e de argamassas, fez com que as empresas tomassem uma medida para combater o desperdício, chegando a conclusão que a reutilização de entulho para a produção de argamassas teria um retorno satisfatório. Isto por se tratar de material não estrutural e também por este procedimento gerar economia tanto no consumo de materiais (agregado), como nos gastos com "bota-fora". Indicando ainda que a diferença de custo por m3 desta argamassa em relação a uma mista tradicional é da ordem de 42% mais barata (LEVY, 1997). Com a reutilização dos RCC no próprio canteiro de obras diminui-se a poluição do canteiro e dar um destino correto com um excelente gerenciamento dos resíduos. Dando ênfase a reutilização dos agregados para produção de argamassas produzidas com RCC tem um acréscimo na sua resistência, possivelmente aconteceram em função da maior absorção de água dos agregados reciclados, fazendo com que as argamassas produzidas com os RCC retenham mais água, propiciando com isso uma melhor hidratação dos grãos de cimento e a formação de uma quantidade superior de cristais hidratados (OLIVEIRA, 2015). 38 3 METODOLOGIA 3.1 Procedimentos Metodológicos Para o desenvolvimento do trabalho, buscou-se o conhecimento necessário na leitura e compreensão de Normas para ensaios tecnológicos da ABNT, resoluções e estudos que abrangem a manipulação do RCD, sendo observado que na Europa já existe um mercado desenvolvido nesse segmento devido à escassez de recursos naturais em países da região. Segundo a resolução nº 307/2002 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), os resíduos da classe A podem ser reutilizados, trazendo vários benefícios tanto para sociedade como para o meio ambiente, tais como na substituição de materiais naturais para confecção do concreto convencional, na limpeza das cidades, dos rios, represas, terrenos baldios e no esgotamento sanitário. Verificou-se que na cidade de Teresina-PI, não há nenhuma empresa pública ou privada que disponha de alguma usina ou máquina de reciclagem de RCD. A resolução citada no parágrafo anterior criou diretrizes, critérios e procedimentos para uma boa gestão dos resíduos, dando uma maior atenção na destinação correta e disciplinando ações necessárias de forma a minimizar danos ao meio ambiente. Neste sentido, foi realizado os ensaios