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TCC - ESTUDO SOBRE A APLICAÇÃO DE RESÍDUOS DE CONCRETO COMO AGREGADO RECICLADO NA CONSTRUÇÃO DE PAVIMENTO

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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO 
CAMPUS VILA PRUDENTE 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA 
 
 
ALEXANDRE CORTI JUNIOR 
BIANCA MINOZZI GALLI 
FELIPE MATHEUS LIMA 
IGOR HENRIQUE TORRES DO NASCIMENTO 
LETICIA BASTOS DA SILVA 
LUIS PINHEIRO DE SOUSA 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO SOBRE A APLICAÇÃO DE RESÍDUOS DE CONCRETO COMO 
AGREGADO RECICLADO NA CONSTRUÇÃO DE PAVIMENTO 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2021 
 
 
ALEXANDRE CORTI JUNIOR – RA: 3016108356 
BIANCA MINOZZI GALLI – RA: 3016203458 
FELIPE MATHEUS LIMA – RA: 3016203165 
IGOR HENRIQUE TORRES DO NASCIMENTO – RA: 416202070 
LETICIA BASTOS DA SILVA – RA: 3018104467 
LUIS PINHEIRO DE SOUSA – RA: 410104134 
 
 
 
 
ESTUDO SOBRE A APLICAÇÃO DE RESÍDUOS DE CONCRETO COMO 
AGREGADO RECICLADO NA CONSTRUÇÃO DE PAVIMENTO 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado a Universidade Nove de Julho – 
UNINOVE, como requisito parcial para a 
obtenção do grau de Bacharel em Engenharia 
Civil. 
 
 
Profª Dra. Ana Cristina Zoratto 
Profª Ma. Adriana Clara Hamazaki 
 
 
São Paulo 
2021 
 
 
ALEXANDRE CORTI JUNIOR 
BIANCA MINOZZI GALLI 
FELIPE MATHEUS LIMA 
IGOR HENRIQUE TORRES DO NASCIMENTO 
LETICIA BASTOS DA SILVA 
LUIS PINHEIRO DE SOUSA 
 
 
 
 
ESTUDO SOBRE A APLICAÇÃO DE RESÍDUOS DE CONCRETO COMO 
AGREGADO RECICLADO NA CONSTRUÇÃO DE PAVIMENTO 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado a Universidade Nove de Julho – 
UNINOVE, como requisito parcial para a 
obtenção do grau de Bacharel em Engenharia 
Civil. 
 
São Paulo, 17 se junho de 2021. 
 
 
________________________________________ 
Profª Dra. Ana Cristina Zoratto 
________________________________________ 
Profª Ma. Adriana Clara Hamazaki 
São Paulo 
2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedicamos este trabalho, primeiramente a Deus, 
sem a fé e a força nos dada por Ele jamais 
chegaríamos aqui, a nossa família, que foi o 
alicerce de toda essa trajetória, e nossos 
amigos, que nos apoiaram e incentivaram 
diariamente. 
“Para realizar grandes conquistas, devemos não 
apenas agir, mas também sonhar; não apenas 
planejar, mas também acreditar.” 
(Anatole France) 
 
 
AGRADECIMENTOS 
Agradecemos primeiramente a Deus, pelo sopro de vida, por sempre nos dar 
força e sabedoria para superar e lidar com os obstáculos e dificuldades encontradas 
durante nosso caminho. 
A nossa família, que sempre nos incentivou e apoiou nos momentos mais 
difíceis, compreenderam nossa ausência durante nossa dedicação à nossa 
formação, e jamais nos deixaram ser vencidos pelo medo, cansaço e incertezas. 
 Agradecemos aos nossos amigos, aqueles presentes fisicamente, e os que 
partiram para os braços do Eterno, deixando saudades, nossos parceiros de 
profissão, futuros engenheiros e seres de luz, que sempre nos fortaleceram e 
ajudaram quando o incompreensível se tornava claro como o dia. 
Agradecemos as nossas coordenadoras, que mesmo com o distanciamento 
por conta de uma infeliz pandemia, sempre nos foram presentes e atenciosas, nos 
ajudando, incentivando e acreditando em nós. 
Por fim, agradecemos aos nossos Mestres, todos os professores e 
professoras que se dedicaram a compartilhar de seus conhecimentos, métodos, 
ideias e sua história conosco, sem eles jamais seríamos quem somos. 
 
 
 
 
RESUMO 
A construção civil é a maior responsável pelo elevado uso e a exploração de 
recursos naturais em escassez e proporcionalmente é também a maior geradora de 
resíduos sólidos descartados inadequadamente. 
Acredita-se que nos tempos atuais o nível de consumo de concreto anual no 
mundo chegue a 7,5 bilhões de toneladas, sendo assim a alta demanda do mesmo 
pode ser justificada pelo seu baixo custo de fabricação e, proporcionalmente, seu 
elevado desempenho, principalmente quando combinado com elementos estruturais 
como o aço. 
É visto que a ausência de informações sobre as tecnologias utilizadas para a 
reciclagem adequada de tais resíduos faz com que os mesmos sejam descartados 
de forma incorreta na natureza, gerando impactos ambientais, sociais, econômicos e 
culturais, sendo assim, a utilização do concreto reciclado como um agregado graúdo 
para a geração de um novo concreto pode trazer benefícios como a diminuição dos 
resíduos sólidos descartados no meio ambiente, fácil manuseio e locomoção, além 
de reduzir a exploração de recursos naturais e minérios. 
Visando uma melhoria no âmbito econômico e ambiental, o presente estudo 
teve por objetivo comprovar e mostrar a viabilidade técnica, sustentável e econômica 
do uso do Concreto Reciclado como Agregado Graúdo aplicado em um pavimento. 
PALAVRAS-CHAVE: 
Sustentabilidade, concreto reciclável, agregado graúdo, reciclagem na construção. 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
Civil construction is the largest responsible for the high use and exploitation of 
natural resources in scarcity and proportionally is also the largest generator of 
improperly disposed solid waste. 
It is believed that in the present times the level of annual concrete 
consumption in the world reaches 7.5 billion tons, so the high demand of it can be 
justified by its low manufacturing cost and, proportionally, its high performance, 
especially when combined with structural elements such as steel. 
It is seen that the lack of information on the technologies used for the proper 
recycling of such waste causes them to be disposed of incorrectly in nature, 
generating environmental, social, economic and cultural impacts, so the use of 
recycled concrete as a large aggregate for the generation of new concrete can bring 
benefits such as the reduction of solid waste discarded in the environment, easy 
handling and locomotion, in addition to reducing the exploitation of natural resources 
and ores. 
Aiming at an improvement in the economic and environmental sphere, the present 
study aimed to prove and show the technical, sustainable, and economic feasibility of 
the use of Recycled Concrete as a Large Aggregate applied on a pavement. 
KEYWORDS: 
Sustainability, recyclable concrete, aggregate, recycling in construction. 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1 – Calcário.......................................................................................................8 
Figura 2 – Colorações de argila...................................................................................8 
Figura 3 – Cascalho e areia.........................................................................................9 
Figura 4 – Tipos de brita.............................................................................................10 
Figura 5 – Britador de mandíbula...............................................................................17 
Figura 6 – Britador giratório........................................................................................18 
Figura 7 – Britador de impacto...................................................................................19 
Figura 8 – Britador cônico..........................................................................................20 
Figura 9 – Britador de rolo..........................................................................................20 
Figura 10 – Separador de resíduos do concreto........................................................21 
Figura 11 – Usina SBR Canoas.................................................................................27 
Figura 12 – Seção do projeto.....................................................................................32 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1 – Características e o uso adequado de produtos reciclados......................24 
Tabela 2 – Laboratórios creditados pelo INMETRO...................................................26 
Tabela 3 – EcoPontos em São Paulo.........................................................................27 
Tabela 4 – Volume de agregados para pavimentação de 2km..................................33Tabela 5 – Custos de AGN.........................................................................................33 
Tabela 6 – Custos de AGR.........................................................................................33 
Tabela 7 – Estimativa de custos com AGN e AGR em 2km......................................34 
Tabela 8 – Aplicação de RCD pelo mundo................................................................36 
 
 
 
 
LISTA DE SÍMBOLOS 
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas 
AGN – Agregado Graúdo Natural 
AGR – Agregado Graúdo Reciclado 
CBR – Índice de Suporte Califórnia 
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente. 
NBR – Norma Brasileira 
RCD – Resíduos de Construção Civil Demolição 
RMSP – Região Metropolitana de São Paulo 
URE – Usina de Reciclagem de Entulho 
SINAPI – Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e índices da Construção Civil 
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
 
 
 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO.............................................................................................................1 
CAPÍTULO 1 – REFERENCIAL TEÓRICO 
1.1 IMPACTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO MEIO AMBIENTE..............................5 
1.2 A EXPLORAÇÃO DE RECURSOS NATURAIS...................................................6 
1.3.1 Calcário.........................................................................................................7 
1.3.2 Argila.............................................................................................................8 
1.3.3 Cascalho/areia..............................................................................................9 
1.3.4 Brita/rocha.....................................................................................................9 
1.3 O IMPACTO AMBIENTAL DO DESCARTE INCORRETO DO CONCRETO....10 
CAPÍTULO 2 – ESTUDO TEÓRICO 
2.1 O CIMENTO PORTLAND..................................................................................12 
2.2 RECICLAGEM DE RESÍDUOS EM ESTADO SÓLIDO.....................................12 
2.2.1 Agregado Reciclado....................................................................................13 
2.2.2 Agregados Reciclados do Concreto............................................................14 
2.3 RECICLAGEM DO CONCRETO........................................................................15 
2.3.1 Britagem Primária.......................................................................................16 
2.3.2 Britagem Secundária...................................................................................19 
2.3.3 Britagem Terciária – Moagem.....................................................................21 
2.3.4 Reciclagem de Concreto em Estado Fresco...............................................21 
2.3.5 Propriedades do Agregado Reciclado........................................................22 
2.4 O MERCADO.....................................................................................................23 
2.5 MAIOR USINA DE RECICLAGEM NO PAÍS.....................................................26 
CAPÍTULO 3 – APLICABILIDADE 
3.1 METODOLOGIA.................................................................................................29 
 
 
3.2 ANÁLISE DO RCD PARA USO NA PAVIMENTAÇÃO......................................30 
3.3 ANÁLISE E RESULTADOS OBTIDOS..............................................................31 
3.4 OUTRAS APLICAÇÕES DO AGR.....................................................................34 
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................38 
REFERÊNCIAS..........................................................................................................39 
 
ANEXOS 
SEÇÃO DA VIA PROJETADA.......................................................................................I 
PERFIL.........................................................................................................................II 
CAMADAS...................................................................................................................III
1 
 
INTRODUÇÃO 
Sabe-se que atualmente o principal tema especulado é a sustentabilidade, 
seu principal conceito propõe o enlace de gerar matéria suficiente para garantir e 
assim suprir as necessidades do desenvolvimento humano e global sem que agrida 
ou comprometa o planeta. A sustentabilidade correlaciona aspectos ambientais, 
sociais, econômicos e culturais, buscando suprir as necessidades atuais de matéria 
prima natural sem prejudicar as gerações futuras. 
O setor de construção civil é um dos maiores consumidores de recursos 
naturais, respectivamente também é um dos maiores responsáveis pela produção do 
grande volume de resíduos sólidos. A construção civil engloba inúmeras ações NÃO 
sustentáveis, o que tem sido muito especulado e discutido, tendo em vista que 
desde a extração de matéria prima como areia, água e pedra, até a substâncias 
como calcário e argila já geram grandes problemas ambientais, mas, além de tudo 
isso, o descarte inapropriado das substâncias fabricadas geradas pelos produtos 
iniciais junto a processos químicos tem causado impactos negativos contra a 
natureza. 
É visto que materiais que são comumente descartados na construção civil são 
em sua maioria da classe A, sendo eles blocos, telhas, placas de revestimento e 
principalmente o concreto. 
A construção civil é uma das áreas em maior crescimento mundial conhecido 
atualmente, por tal motivo o aumento da demanda por recursos naturais que não 
são renováveis tem sido cada vez maior, o agregado graúdo natural tem seu recurso 
finito, a cada exploração realizada é gerado um impacto considerável ao meio 
ambiente. 
Com o constante crescimento da exploração de agregado graúdo natural 
houve, proporcionalmente, um aumento na produção de resíduos que são sólidos 
sendo comumente provenientes da demolição de obras e canteiros onde a maioria 
desses resíduos é, geralmente, descartado em aterros, terrenos baldios ou margens 
de rodovias. 
2 
 
Estima-se que atualmente uma pequena porcentagem da produção de uma 
concreteira é descartado como resíduo no meio ambiente, segundo a CLA – 
Construção Latino Americana (2017), são produzidos cerca de 2,4 bilhões de metros 
cúbicos de concreto por ano no mundo, desse valor mais da metade é produzido 
pela China, e aproximadamente 123 milhões/m³, 5,8% do valor total mundial, 
produzido pelos países da América Latina, Portugal, Caribe e Espanha. 
Sendo assim, a reciclagem do concreto como agregado graúdo traria 
vantagens, não somente ambientais, mas também econômicas. 
O objetivo geral deste estudo foi apresentar, de forma sucinta, uma síntese 
direta sobre a exploração dos recursos naturais em escassez no mundo, dando foco 
no Brasil, o descarte indevido de materiais provenientes de obras, apresentando 
assim uma solução com vantagens sociais, econômicas, ambientais e culturais no 
uso racional do concreto reciclável como agregado graúdo aplicado em uma 
pavimentação comparado ao uso do agregado graúdo do concreto natural, 
apresentando suas vantagens, principalmente econômicas e ambientais e citando 
exemplos de usos diversos possíveis para os resíduos recicláveis encontrados em 
canteiros de obra. 
Como objetivos específicos vamos: 
• Analisar a exploração de recursos naturais e agregados naturais analisando o 
impacto do concreto descartado de forma incorreta no meio ambiente e a 
solução sustentável para tal; 
• Mencionar os tipos de usinagem para a reciclagem do concreto proveniente 
de canteiros de obras especificando suas vantagens e desvantagens na 
aplicação em pavimento; 
• Comparar o uso do concreto reciclável como um agregado graúdo com o uso 
do concreto natural avaliando seu uso na pavimentação e exemplificando 
alguns outros possíveis métodos de utilização para resíduosrecicláveis de 
materiais encontrados em canteiros de obra. 
De acordo com Oliveira e Valença (2015), a Metodologia cientifica é o nome 
dado ao instrumento necessário para a construção de uma pesquisa cientifica, é a 
3 
 
parte do trabalho onde são apresentados e indicados métodos de pesquisa que 
auxiliam na elaboração do trabalho científico. 
A metodologia científica empregada na realização do trabalho de conclusão 
de curso aqui apresentado foi baseada em estudos científicos, artigos acadêmicos, 
revisão de literatura, além de dissertação de mestrado e tese de doutorado com a 
principal finalidade de coletar informações e experiências no estudo e aplicação da 
reciclagem do concreto e outros RCD para aplicação em elementos estruturais da 
Engenharia Civil. 
Os estudos aqui apresentados foram separados em Capítulos, organizados 
assim: 
No Capítulo 1 apresentamos a referência teórica abrangendo estudos 
diretamente ligados à reciclagem do concreto, sua usinagem e utilização do mesmo 
como agregado graúdo além de aspectos relacionados ao impacto da construção 
civil no meio ambiente, tratando principalmente sobre a sustentabilidade e o cuidado 
com o uso excessivo dos recursos naturais mundiais. 
No Capítulo 2 mostramos a reciclagem dos resíduos de construção civil 
(RCD) em estado sólido, as normas que especificam seu uso, os tipos de britagem 
mais comuns, sendo a britagem primária, secundária e terciária (moagem), a 
reciclagem do concreto em estado fresco, citamos as propriedades do agregado 
proveniente da reciclagem, sua vantagem no mercado financeiro da construção civil 
e as vantagens e desvantagens do concreto proveniente de agregado reciclado em 
comparação com o concreto não reciclável. 
No Capítulo 3 escrevemos sobre a utilização do concreto como agregado 
graúdo aplicado em diversos campos e dando enfoco na pavimentação de uma 
rodovia. 
 
 
 
4 
 
CAPÍTULO 1 – REFERENCIAL TEÓRICO 
De acordo com Leite (2008, p. 178), um dos maiores problemas encontrados 
no setor da construção civil é claramente a geração de resíduos em larga escala, 
acredita-se que o volume de entulho produzido pela construção civil no mundo seja 
maior que o lixo tóxico urbano. 
É correto afirmar que nas últimas décadas diversas tecnologias vêm sendo 
planejadas com o intuito de melhorar a qualidade de vida através da 
sustentabilidade. 
Marques Neto (2013, p. 45) escreveu que “Atualmente a questão dos RCD – 
Resíduos de Construção e Demolição, têm sido amplamente tratados por 
representarem cerca de 70% dos resíduos sólidos urbanos coletados”. 
Sabe-se que os estudos para a caracterização e quantificação dos RCD’s no 
Brasil foi iniciado em 1980, em 1990 foi dado início aos ensaios que tratam de 
reciclagem. 
Segundo o livro Gestão de Resíduos na Construção Civil: 
Na indústria da construção civil alguns fatores contribuem negativamente 
para o aumento no volume de resíduos gerados. É uma indústria antiga, na 
qual, diferentemente de outros ramos industriais, as máquinas foram 
inseridas em pequena escala, o trabalho manual é a base da atividade 
produtiva e o trabalho se organiza em torno de especializações. Além 
desses agravantes, Meseguer (1991) ainda destaca algumas outras 
peculiaridades: 
• cada produto é único e normalmente não seriado; 
• o produto é fixo e os operários são móveis, ao contrário da produção 
seriada, dificultando a organização e controle; e 
• trata-se de uma indústria muito tradicional, que apresenta muita 
inércia às alterações. 
Gestão de Resíduos na Construção Civil, Projeto 
COMPETIR, 2005, p. 21. 
Dessa forma é imprescindível a implantação de ações que auxiliem na 
redução dos impactos ambientais e, principalmente, a redução dos resíduos gerados 
pelo setor da construção civil, pensando no aumento da disposição de resíduos em 
locais inadequados o CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente, publicou 
em 05 de julho de 2002 a Resolução n°307, atualizada em 18 de janeiro de 2012 
para Resolução n°448, que estabelece as diretrizes e disciplinas para minimizar os 
impactos ambientais. 
5 
 
Na Resolução do CONAMA nº448, 2012 (anteriormente n°307/02), os 
resíduos foram classificados em quatro classes, sendo a classe A, resíduos 
reutilizáveis que são provenientes da construção, reforma e demolição, como 
concreto e argamassa, deverão ser reciclados e reutilizados como agregados; na 
classe B, resíduos recicláveis como plástico, papelão, madeira e vidro, deverão ser 
reciclados; na classe C, resíduos que são recicláveis, porém, sua reciclagem não é 
economicamente viável, como o gesso, o melhor destino para esse seria a 
armazenagem; por último a classe D, resíduos classificados como perigosos, como 
tintas, óleos e solventes, para esses resíduos o melhor destino é a armazenagem e 
transporte protegido seguindo normas técnicas específicas para tal. 
“Os RCD’s têm diferentes origens onde aproximadamente 75% são gerados 
em atividades informais, contribuindo para disposição irregular, causando problemas 
de ordem ambiental, econômica e social” (Guerra, 2009, p.18). 
1.1. Impacto na Construção Civil no Meio Ambiente 
De acordo com estudos realizados é correto afirmar que pelo menos 70% dos 
resíduos da construção civil são de Classe A, em sua grande parte o concreto, 20% 
são de resíduos de Classe B e C, entre eles madeira, papel, plástico e gesso, e para 
concluir 10% são resíduos de Classe D, os mais complicados, constituído de tintas, 
óleos e solventes. 
Segundo o CBIC – Câmara Brasileira da Indústria da Construção, o setor da 
construção civil é um dos mais importantes setores da economia, ele é responsável 
por mais de treze milhões de empregos formais e informais, diretos e indiretos no 
Brasil, de outro lado a construção civil está entre as atividades que mais consomem 
recursos naturais, desde a produção de insumos utilizados até a execução da obra, 
sua conclusão e manutenção, a probabilidade é que o setor da construção civil 
utiliza cerca de 40% a 75% do que é extraído do meio ambiente. 
No Brasil, cerca de ¼ do total de resíduos industriais é produzido pelo setor 
da construção civil, esses resíduos são conhecidos com RCD, Resíduos de 
Construção e Demolição, o seu descarte incorreto acarreta um grande impacto para 
a sociedade e o meio ambiente. 
6 
 
A construção civil tem como grande desvantagem a produção de resíduos em 
grande parte de seus processos de uso, porém tem como vantagem a capacidade 
de gerir e absorver mais da metade desses resíduos que produz. No Brasil o RCD 
tem em quase sua totalidade características químicas e minerais que se 
assemelham aos agregados naturais e solos, porém existem os RCD que contém 
pinturas, óleos e outros componentes que tornam o mesmo prejudicial à saúde. 
1.2. A Exploração de Recursos Naturais 
Segundo a AMDA, Associação Mineira de Defesa do Ambiente, é correto 
afirmar que, dos recursos naturais explorados, os que têm maior procura são os 
minerais, combustíveis de origens fósseis e alimentos, afirma-se que anualmente a 
extração de minerais metálicos cresce cerca de 3% ao ano, o que não é muito 
diferentes de materiais como as ligas metálicas, cascalho, argila e principalmente a 
areia, extremamente usada na construção civil, que está sendo extraída atualmente 
em níveis considerados insustentáveis e absurdos. 
Não é surpresa para a sociedade saber que os seres humanos estão 
esgotando diariamente os recursos naturais presentes no planeta, segundo a WWF, 
Fundo Mundial para a Natureza, se até o ano de 2030 medidas cabíveis e 
sustentáveis não forem tomadas o déficit dos recursos naturais presentes será tão 
grande que serão necessários no mínimo 2 planetas Terra para reabastecer as 
perdas da humanidade. 
Sabe-se que existem dois tipos de recursos naturais no planeta, aqueles que 
são renováveis, conhecidos também como inesgotáveis, podemos citar como 
exemplo a água, luz solar e as florestas, mesmosendo inesgotáveis, se forem 
utilizados sem pausa, como são utilizados atualmente, principalmente pelo setor da 
construção civil, a capacidade de renovação sofrerá uma carga, o que acarretará em 
sua completa escassez, o segundo tipo de recurso natural são conhecidos como 
não-renováveis, são aqueles recursos que existem em menor e limitada quantidade, 
como exemplo os combustíveis fósseis como o gás natural, o carvão e o petróleo, e 
também os minérios, a sua exploração é tão intensa e constante que não dá tempo 
da natureza produzi-los novamente. 
7 
 
Segundo Victoria (2017) a exploração de recursos naturais pode ser dividida 
de duas formas: 
• Recursos rochosos: aqueles utilizados em forma de blocos e/ou placas 
que vêm de rochas ornamentais; 
• Recursos granulares conhecidos também como agregados: 
o Agregado químico: são aqueles que após sua exploração passam 
processos químicos até que atinjam sua capacidade necessária ou 
moldados até que obtenham a forma esperada, podemos citar 
nessa área os aglomerantes que vêm de uma mistura de rocha 
pulverizada com substâncias como cal, gesso e/ou cimento; 
o Agregado natural: aqueles que são utilizados em sua forma original 
passando somente por corte e peneiramento, como a areia, britas, 
rochas e calcário. 
É estimado que a cada 1km de pavimento de estrada construído sejam 
consumidas 10.000 toneladas de agregados como areia e brita, atualmente os 
recursos minerais naturais mais usados pelo setor da construção civil são: 
• Calcário; 
• Argila; 
• Cascalho/areia; 
• Brita/rocha. 
1.2.1. Calcário 
O calcário é uma rocha sedimentar, geralmente formado por calcita, 
magnesita e dolomita, facilmente dissolvido quando em contato com ácidos 
moderados. Apresenta textura granular e compacta, como na Figura 1. 
De acordo com a AgroPos (2020), o calcária traz vantagens como o aumento 
gradual de pH do solo, a eliminação ou redução de toxinas de plantas, por conta de 
seu aumento gradual de pH ele tambem diminui a acidez do ambiente e aumenta a 
emissão de nutrientes para a natureza. 
 
8 
 
Figura 1 – Calcário. 
 
Fonte: https://ferticel.com.br/wp-content/uploads/2019/10/calcario-1.jpg 
1.2.2. Argila 
A argila é um agregado naturalmente fino muito utilizado no setor da 
construção civil em cerâmicas, a argila branca é a principal base para a formação e 
modelação da cerâmica branca. 
Segundo a CPRM (2014), a argila é encontrada em diferentes cores, como na 
Figura 2, e sabe-se que cada tipo de argila tem uma propriedade argilomineral 
específica, o que altera sua plasticidade, aplicação e uso. Na construção civil a 
argila não é usada somente para cerâmicas, com a argila vermelha é produzido o 
tijolo. 
Figura 2 – Colorações de argila. 
 
9 
 
Fonte: https://www.minasjr.com.br/wp-content/uploads/2019/04/kit-argilas-coloridas-
verde-preta-branca-vermelha-amarela-D_NQ_NP_747549-
MLB25584819375_052017-F-768x768.jpg 
1.2.3. Cascalho/areia 
Segundo Victoria (2017), o cascalho e a areia são os materiais essenciais 
usados no setor da construção civil moderna, muito usados na produção de 
argamassa, pavimentação, revestimento e principalmente para o concreto. 
A maior aplicação do cascalho na construção civil é como componente da 
fabricação do concreto, ele traz resistência, maleabilidade e durabilidade ao 
concreto, além disso, por ser constituído em sua grande parte de agregados 
graúdos, como apresentado na Figura 3, o cascalho é muito utilizado na execução 
da base de pavimentos e lastros de ferrovias. 
Figura 3 – Cascalho e areia. 
 
Fonte: https://decorexpro.com/images/article/orig/2018/03/peschano-gravijnaya-
smes-osobennosti-i-sfera-primeneniya-8.jpg 
1.2.4. Brita/rocha 
De acordo com Victoria (2017), qualquer tipo de rocha, com alta resistência 
mecânica, pode ser usada na construção civil, por esse motivo existem tantos tipos 
de britas com composições diferentes, mas também é correto afirmar que a 
composição a brita dependerá da geologia da região em que ela se encontra. A brita 
10 
 
é basicamente a síntese de rochas como o granito, basalto, o calcário, o gabro e a 
gnaisse. Conhecemos como brita os agregados graúdos entre 4,75mm e 76mm, que 
podem ser classificadas como: 
• Brita 0: 4,8mm a 9,5mm; 
• Brita 1: 9,5mm a 19mm; 
• Brita 2: 19mm a 25mm; 
• Brita 3: 25mm a 50mm; 
• Brita 4: 50mm a 76mm. 
Figura 4 – Tipos de brita. 
 
Fonte: http://repositorio.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10014060.pdf 
1.3. O Impacto Ambiental do Descarte Incorreto do Concreto 
A sustentabilidade é um fator que deve ser considerado tanto nas construções 
quanto nas demolições, engana-se quem pensa que apenas em demolições há o 
desperdício e descarte inadequado do concreto. 
De acordo com a Revista Construa (2018), o “lastro” é a parte que fica 
impregnada no interior da betoneira após o descarregamento total do concreto. 
Muitas concreteiras apenas descartam estes resíduos, não vendo a possibilidade de 
reutilização, porém pode-se aproveitar tanto o concreto endurecido quanto o fresco 
(mole), tendo além de vantagens ambientais, as vantagens econômicas, reduzindo 
os custos na produção da matéria prima retirada. 
11 
 
Algumas empresas utilizam o método “Bate Lastro”, que se caracteriza por 
uma estrutura para lavagem de caminhões betoneira, pátios e até outros 
equipamentos utilizados no processo da usinagem do concreto, através de 
decantação e filtração da água e seu reaproveitamento na usinagem, não a 
descartando de forma inadequada podendo afetar os lençóis freáticos 
consequentemente se tornando nocivo a saúde pública. 
Santana (2016, p. 13) afirma que a demolição é o ramo da construção civil, 
onde se há maior geração de resíduos sólidos, seu descarte inapropriado em locais 
inadequados, como margem de rios, terrenos baldios e até mesmo vias urbanas, em 
sua maioria periférica, assim, acarretando comprometimento na drenagem urbana, 
dificultando o escoamento de águas pluviais, poluição visual, comprometimento do 
tráfego e fatores que favorecem a proliferação de ratos, baratas, bactérias, entre 
outras pragas, além de todos esses malefícios, gerando custos com sua limpeza. 
A Resolução nº 448/12 (anteriormente n°307/02) do Conselho Nacional do 
Meio Ambiente – CONAMA estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para 
gestão dos Resíduos da Construção Civil e Demolição – RCD e define-os como 
sendo: 
Resíduos provenientes de construções, reformas, reparos e 
demolições de obras de construção civil, e os resultante da preparação e da 
escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em 
geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeira e compensado, 
forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, 
tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de 
obras, caliça ou metralha. 
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente n°448, 2012. 
 
12 
 
CAPÍTULO 2 – ESTUDOS TEÓRICOS 
Em 2003 o Brasil consumiu cerca de 33 milhões de toneladas de cimento, 
desses 33 milhões cerca de 4 milhões foram utilizados por concreteiras. Utilizando o 
traço médio com a resistência de 25Mpa, o consumo médio e de aproximadamente 
300 kg/m3 cimento, estima-se que a produção de concreto no Brasil seja de 15,5 
milhões m3/ano. (TARTUCE, 2006) 
2.1. O Cimento Portland 
O cimento Portland é um material de origem mineral, em sua composição 
encontramos uma pequena quantidade de sulfato de cálcio natural que é 
proveniente da triagem de moer e misturar seus agregados aos grãos triturados de 
rochas calcárias, além de encontrarmos silicatos hidráulicos de cálcio, esses 
componentes quando misturados com água adquirem propriedades aglomerantes. 
Obviamente, ao misturar outros componentes ao cimento Portland é possível 
alterar suas propriedades e sua composição química fazendo assim com que o 
cimento adquira derivados que podem melhorar e agregar característicasjá obtidas 
anteriormente. 
2.2. Reciclagem de Resíduos em Estado Sólido 
Os RCD’s têm como grande vantagem a reciclagem em forma de um 
agregado vindo por processos que constituem a triagem, seguido da britagem e o 
seu peneiramento (dependendo do uso escolhido) e então o armazenamento. 
Segundo pesquisadores da Management of Construction and Demolition 
Waste, acreditasse que após a Segunda Guerra Mundial, países como a Alemanha, 
França, Holanda, Portugal, Dinamarca, entre outros, tiveram uma grande geração de 
RCD por passarem por uma reconstrução necessária por conta dos destroços feitos 
por bombas, a necessidade de materiais para a construção foi tão grande que os 
construtores da época precisaram recorrer aos materiais alternativos, iniciou-se 
então a reciclagem de RCD utilizando os itens demolidos durante a guerra para 
reconstruir. 
13 
 
De acordo com Carneiro (2001), em 1991 foi implantada a primeira usina de 
reciclagem no Brasil, com o crescimento e o interesse na reciclagem no exterior 
foram implantadas mais 14 usinas de reciclagem em um total de 12 cidades até o 
ano de 2004, em 2006 já existiam 16 unidades de usinas de reciclagem de resíduos 
sólidos pelo país, em munícios como São Paulo, Ribeirão Preto, Londrina, 
Piracicaba, Guarulhos, São José dos Campos, Macaé, Brasília, Uberlândia, São 
Gonçalo, Vinhedo e Ribeirão Pires. No município de São Paulo a usina de 
reciclagem foi inaugurada no ano de 2006. 
Apesar da primeira usina ter sido implantada no ano de 1991, o Conselho 
Nacional do Meio Ambiente só publicou sua primeira resolução em 2002, o 
CONAMA nº 307, atualizada no ano de 2012 para n°448, citado no Capítulo 1. 
No ano de 2004 a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) 
apresentou cinco Normas que especificam sobre os RCD’s, desde o recebimento 
dos materiais até a utilização do proveniente reciclado em obras de construção civil: 
• ABNT NBR 15112:(2004) - Resíduos de Construção Civil e Resíduos 
Volumosos – Area de transbordo e triagem; 
• ABNT NBR 15113:(2004) - Resíduos Sólidos da Construção Civil e Resíduos 
Inertes – Aterros; 
• ABNT NBR 15114:(2004) - Resíduos Sólidos da Construção Civil e Resíduos 
Inertes – Area de Reciclagem; 
• ABNT NBR 15115:(2004) - Agregados Reciclados de Resíduos Sólidos da 
Construção Civil – Execução de Camadas de Pavimento; 
• ABNT NBR 15116:(2004) - Agregados Reciclados de Resíduos Sólidos da 
Construção Civil – Utilização em Pavimentos e Preparo de Concreto sem 
Função Estrutural. 
 
2.2.1. Agregados reciclados 
Um agregado que tem sua origem advinda de uma reciclagem, sendo assim 
um AGR, pode ser utilizado em diversos serviços dentro da construção civil, como a 
produção de concreto, argamassa, a fabricação de pré-moldados, construção de 
pavimentos, entre tantos outros. Segundo Motta. et al (2008, p. 21), no caso da 
14 
 
pavimentação a maior vantagem é o fator da economia, como apresentado no 
Capítulo 3, o valor do AGR, se comparado ao AGN, para a pavimentação é 61% 
mais rentável que o AGN. 
No ano de 2003 a Prefeitura Municipal de São Paulo publicou a ETS – 
001/2003 que definiu especificações para a correta execução de camadas do 
pavimento, como subleito e sub-base com o uso dos AGR. 
2.2.2. Agregados Reciclados do Concreto 
Depois de muita pesquisa foi nítido que, atualmente, no Brasil, ainda não 
existem muitos artigos que se refiram a aplicação de um AGR em uma 
pavimentação. 
De acordo com Motter (1998, p. 68), no ano de 1998, estimou-se que nos 
Estados Unidos da América, cerca de 85% dos resíduos de concreto reciclado foram 
utilizados em pavimentações rodoviárias, sendo assim, atualmente dos 50 estados 
americanos, pelo menos 30 fazem o uso do concreto reciclado em camadas de 
pavimento. 
Tanto como o AGN como o AGR têm cuidados que são necessários para sua 
conservação, sua qualidade depende de fatores como as características mecânicas 
e físicas, as cargas solicitantes, clima, precipitação de chuvas e tantos outros, para o 
pavimento, indiferente de sua origem, todos os fatores devem ser em consideração. 
Os maiores defeitos encontrados em pavimentos, tanto AGN como AGR, são as 
trincas por fadiga e a deformação permanente: 
• Trinca por fadiga: sempre ocasionada por uma tensão aplicada na superfície 
do pavimento; 
• Deformação permanente: ocasionada pela união das deformações causadas 
do subleito até a capa do pavimento. 
 
15 
 
2.3. Reciclagem do Concreto 
O processo de reciclagem nas usinas depende de equipamentos que afetam 
a característica dos agregados reciclados como forma, resistência, granulometria, 
teor de impureza e a própria composição, podendo assim gerar diversos tipos de 
materiais. 
De acordo com a SKS Mining Machine, as usinas possuem um processo 
semelhante com relação a britagem, contendo equipamentos como pá, carregadeira 
ou retroescavadeira, alimentador vibratório, transportadores de correia, britador de 
mandíbula ou impacto, separador magnético permanente ou eletroímã e peneira 
vibratória. 
 Antes de se iniciar o processo de britagem, é realizado uma triagem, 
podendo ela ser manual ou mecânica, onde todo aquele resíduo ou entulho 
proveniente da construção passam por uma seleção, para que seja possível a 
remoção de todos os tipos de materiais indesejáveis e/ou contaminados. Por isso 
após o processo de britagem, é necessário um processo de lavagem para melhoria 
de qualidade. 
Os resíduos de concreto são classificados e encontrados em duas formas: 
rejeitos de concreto no estado endurecido e rejeitos no estado fresco. 
De acordo com Grubba (2009, p. 9) o processo de reciclagem dos resíduos 
da construção civil de classe A é basicamente feito através das operações de 
triagem, britagem e peneiramento. Após este processo os resíduos da construção 
civil são divididos e classificados em dois grupos: agregados reciclados de concreto 
e agregados reciclados mistos. Por serem mais densos os agregados do concreto 
são mais recomendados a serem usados para fabricação de argamassas no geral, 
como calçadas, pré-moldados, agregados para massa asfáltica e base ou sub-base 
para pavimentação. 
A NBR 15116:(2004), define os parâmetros para a classificação dos tipos de 
agregados da construção civil como classe A: 
• Agregados de resíduos de concreto: É obtido através do benefício de 
resíduos classe A, compostos na fração graúda, de no mínimo 90% em 
massa de fragmentos a base de cimento Portland e brita. 
16 
 
• Agregado de resíduos misto: É obtido através do benefício de risco de classe 
A, composto na sua fração graúda, de no mínimo 90% em massa de 
fragmentos a base de cimento Portland e brita. 
Os resíduos de concreto endurecido são no geral reutilizados como agregado 
em novas misturas de concreto ou utilizados em sub-bases de pavimentações 
asfálticas. 
 De acordo com o CETEM (2018, p. 161) o processo de britagem é 
classificado em dois estágios distintos, em cada processo é feita a aplicação de 
resíduos sólidos de diversos tamanhos, de rochas de 1000mm até 10mm e é 
passado por cada etapa até que o minério RCD seja reduzido a grãos finos ou o 
escolhido pelo solicitante. 
Para a britagem primária (1000mm a 100mm) e secundária (100mm a 10mm) 
a fragmentação é feita por britadores, se o solicitante necessitar de uma britagem 
terciária (10mm a 0,8mm) entrará na fase conhecida como moagem 
2.3.1. Britagem primária 
Para a britagem primária os britadores utilizados são de grande porte, operam 
em áreas aberta e não utilizam setores de descarte e/ou escape para a continuação 
da britagem e sempre é feita em estado seco. Para essa fragmentação primária são 
utilizados britadores como de mandíbula, giratório e de impacto. 
2.3.1.1. Britador de mandíbula 
Segundo o CETEM (2018, p. 163) o processo de reciclagem de resíduos no 
estado sólido vindo de demolições de construções, começa pela passagem em um 
britador de mandíbula e depois por um britadorcônico que averigua a uniformidade 
dos grãos de agregados. Diferente da reciclagem do concreto no estado fresco, esse 
método depare-se com o fato de não se reconhecer as propriedades do material a 
ser reciclado. 
Para a produção de concreto, o britador de mandíbula proporciona, Figura 5, 
uma melhor distribuição granulométrica, enquanto o britador cônico é utilizado como 
britador secundário proporcionando assim uma melhor forma ao agregado reciclado. 
17 
 
Figura 5 – Britador de mandíbula. 
 
Fonte: Tratamento de Minérios (CETEM, 2018, p. 137). 
O processo de britagem com o britador de mandíbula gera uma quantidade 
muito maior de grãos graúdos, porém mais fracos, sendo necessário fazer uma 
rebritagem ou britagem secundária. O processo deste britador de mandíbula ocorre 
por compressão, que é o esmagamento do material. Ela é indicada para produzir o 
material reciclado que apresenta ter um desgaste relativamente alto. 
A desvantagem do britador de mandíbula é que o material gerado, na maioria 
dos casos, necessita ser rebritado e com isso gera-se graúdos com baixa qualidade, 
onde não são usados em todos os tipos de reciclagem, como por exemplo, uma 
pavimentação. 
Os pontos positivos são que a manutenção e emissão de poeira deste 
equipamento são menores. 
2.3.1.2. Britador giratório 
Segundo o CETEM (2018, p. 164) o britador giratório é utilizado quando existe 
uma grande quantidade de resíduos a serem britados, tem como grande vantagem 
uma maior funcionalidade se comparado ao britador de mandíbula pois os resíduos 
podem ser depositados em seu interior através de passagens que ficam em suas 
laterais, e por ter uma área de armazenamento que fica na parte superior do 
equipamento, Figura 6. 
18 
 
Figura 6 – Britador giratório. 
 
Fonte: Tratamento de Minérios (CETEM, 2018, p. 138). 
O seu funcionamento é baseado em um cone central que faz com que os 
RCD depositados em seu interior sejam forçados a serem despedaçados. 
2.3.1.3. Britador de impacto 
De acordo com o CETEM (2018, p. 166) o britador de impacto, apresentado 
na Figura 7, é o equipamento mais utilizado no processo de reciclagem nas usinas 
brasileiras, pois além de baixa emissão de ruídos, ela também permite o 
processamento de peças de concreto armado. 
No processo deste britador, a quebra das partículas ocorre por impacto, e 
com isso os grãos são partidos em suas linhas de rupturas naturais, formando 
partículas mais íntegras. Além da britagem ocorrer por colisão em placas fixas de 
impacto gerando grãos cúbicos, a granulometria é bem apropriada para 
pavimentação. 
Outra vantagem deste tipo de equipamento é a alta redução das dimensões 
das peças britadas, fazendo com que seja dispensado, na maioria das vezes, a 
“rebritagem”, a desvantagem do britador de impacto é o alto custo de manutenção. 
19 
 
Figura 7 – Britador de impacto. 
 
Fonte: Tratamento de Minérios (CETEM, 2018, p. 139). 
2.3.2. Britagem Secundária 
De acordo com o CETEM (2018, p. 166) a britagem secundária é chamada 
assim por ser uma sequência da britagem primária, seu principal objetivo é a 
redução dos grãos advindos da britagem primária que podem ser reduzidos para 
100mm a 10mm. 
No caso da britagem secundária pode existir nos maquinários de britagem um 
descarte de escape com o intuito de potencializar e auxiliar na capacidade de 
trituração dos agregados inseridos. 
Para a fragmentação secundária são usados britadores cônicos, de rolo e 
britadores que são semelhantes como os da fragmentação primária, britador de 
mandíbula, giratório e de impacto. 
2.3.2.1. Britador cônico 
Segundo o CETEM (2018, p. 167) o britador cônico tem, praticamente, o 
mesmo princípio de um britador giratório, porém no britador cônico existem 
superfícies alongadas que promovem um tempo maior na retenção dos grãos. 
No britador cônico os agregados são alocados na parte superior por um bocal 
de alimentação, Figura 8, o descarte de escape é feito por uma saída inferior lateral. 
20 
 
 
Figura 8 – Britador cônico. 
 
Fonte: Tratamento de minérios (CETEM, 2018, p. 141). 
2.3.2.2. Britador de rolo 
Segundo o CETEM (2018, p. 168) o britador de rolo é um equipamento de 
britagem secundária formado por rolos que giram na mesma velocidade em sentidos 
opostos, o agregado é alocado entre esses rolos, presentado na Figura 9, que fazem 
a britagem com uma movimentação que força o agregado a ser fragmentado. 
Figura 9 – Britador de rolo. 
 
Fonte: Tratamento de minérios (CETEM, 2018, p. 142). 
21 
 
2.3.3. Britagem Terciária - Moagem 
A britagem terciária, mais conhecida como moagem é a etapa na qual o 
agregado pode ser moído de 10mm a 0,8mm, o equipamento mais utilizado nessa 
etapa é o britador cônico, sua britagem pode ir até 3mm. 
2.3.4. Reciclagem de Concreto em Estado Fresco 
De acordo com Buttler (2003, p. 4) um dos métodos para reciclar o concreto 
quando fresco é fazendo a separação dos agregados da água de lavagem, esse 
processo é feito através de uma máquina separadora onde os resíduos de concreto 
fresco são colocados em um funil alimentador que leva até a primeira etapa onde é 
colocada a água num reservatório que auxilia na decantação dos agregados 
presentes nos resíduos, quando o reservatório transborda, a água é retirada pelo 
mesmo ponto onde é colocado as sobras do concreto, enquanto os agregados saem 
por uma calha de descarga e são recolhidos para reuso. 
Como apresentado na Figura 10: 
1 – Entrada do concreto fresco a ser reciclado; 
2 – Saída de água de lavagem com finos; 
3 – Processo de lavagem e separação dos finos dos agregados; 
4 – Saída dos agregados. 
Figura 10 – Separador de resíduos do concreto. 
 
Fonte: (Schwing stetter, Apud Buttler 2003) 
22 
 
2.3.5. Propriedades do Agregado Reciclado 
Em estudos realizados por Silva, Felix e Santos (2014) verificou-se a 
influência da substituição de um agregado natural pelo agregado reciclado, levando 
em consideração as propriedades mecânicas do concreto, é absolutamente possível 
e vantajoso substituir o agregado natural (AGN) pelo agregado reciclado (AGR) sem 
alterar suas propriedades químicas e físicas e aumentando sua resistência a 
compressão e tração, dessa forma é recomendado o uso de agregados reciclados 
com uma massa específica superior a 2,5 kg/m³ sendo assim, com baixa quantidade 
de resíduos cerâmicos, é confirmado também que a substituição do agregado 
natural pelo agregado reciclado reduziu de 6% a 12 % a elasticidade, o que é 
considerado mínimo, além disso o tratamento de britagem recupera até 50% da 
massa do agregado o que acarreta na diminuição do uso de compostos aditivos 
químicos durante o processo. 
 De acordo com os estudos realizados por Tenório (2017) foram selecionados 
diversos agregados de diferentes locais e cidades pelo Brasil e transportados até o 
laboratório com a finalidade de transformar esses agregados em compostos para 
traços. 
Foram feitos testes misturando agregados graúdos e miúdos, naturais e 
reciclados, chegando à conclusão que, a característica do agregado reciclado (AGR) 
é diretamente influenciada pelo sistema produtivo e construtivo da 
região/concreteira, foi confirmado também que o uso de moinho de martelo, um tipo 
de moagem de agregados que é indicado para materiais de baixa abrasividade e 
tem como principal vantagem o baixo consumo de energia e emissão de poeira 
(FBC, Tecnologia e Inovação), além de não necessitar da repetição do processo de 
moagem dos agregados utilizados no AGR, sendo assim, em comparação com o 
AGN, o AGR traz como grande vantagem uma maior quantidade de materiais finos 
de certa de 0,075mm, mas como desvantagem o AGR deve ser evitado quando 
utilizado como concreto aparente por apresentar níveis mais altos de porosidade se 
comparado ao AGN, oferecendo assim uma proteção de armadura reduzida. 
Sendo assim concluiu que é possível e vantajoso o uso do concreto reciclado 
mesmo sendoobservado particularidades como maior permeabilidade, porosidade, 
23 
 
deformidade e menor resistência se comparado ao concreto natural, comparação 
essa que pode influenciar, ou não, o seu uso. 
De forma geral, o concreto reciclado, AGR, pode substituir, em obras, a areia, 
segundo a ABNT (NBR 15116:2004), o concreto reciclado como agregado é 20 a 
30% mais barato e é 40% mais resistente que o AGN. 
2.4. O Mercado 
Para o mercado financeiro da construção civil a reciclagem do RCD tem como 
principal característica a abordagem da questão da preservação ambiental, a 
sustentabilidade e a conscientização universal. 
Para Oliveira (2018, p. 35) para a sustentabilidade e reciclagem na 
construção civil o processo é baseado no uso restrito de todo e qualquer recurso que 
não seja proveniente de recursos naturais como a terra, areia, brita e cascalho, 
contribuindo assim com a limpeza de cidades, rios, terrenos baldios e represas, o 
controle sanitário e de enchentes. 
Se bem organizado e planejado, a usinagem do RCD de forma reciclável gera 
benefícios para a cidade e de forma comprovada trás retorno financeiro ao 
proprietário/empresário pensando na matéria prima e/ou a venda dos produtos como 
AGR. 
A matéria advinda do AGN é transformada então em AGR pode ser utilizado 
como bloco de vedação, contrapiso, bancos de praça, guia e/ou tampas de bueiro, 
tubo para esgotamento e principalmente para cascalho da pavimentação de pistas e 
rodovias, sendo assim os produtos derivados da usinagem do RCD são chamados 
então de subprodutos reciclados, por serem provenientes de um produto inicial. 
Pensando em uma comparação geral, se substituirmos, por exemplo, o uso 
de brita nova pelo agregado reciclado em uma pavimentação teremos uma 
substituição vantajosa em que o produto é 39,5% mais resistente e quase 30% mais 
barato. 
Pensando em suas características e o uso adequado, foi gerada a Tabela 1 
explicativa: 
 
24 
 
Tabela 1 – Características e o uso adequado de produtos reciclados. 
Produto Características Uso 
Areia 
reciclada 
Material isento de 
impurezas; 
Proveniente da reciclagem 
de concreto e de blocos de 
concreto. 
É recomentado para o uso em 
argamassas para vedação, contrapisos, 
blocos e tijolo para vedação, além de 
solo cimentado. 
Pedrisco 
reciclado 
Material isento de 
impurezas; 
Proveniente da reciclagem 
de concreto e blocos de 
concreto. 
É recomendado para o uso em bloco de 
vedação, pisos intertravado etc. 
Brita 
reciclada 
Material isento de 
impurezas; 
Proveniente da reciclagem 
de resíduos da construção 
civil. 
É recomendado para fabricação de 
concretos para obra de drenagem. 
Brita corrida 
Material isento de 
impurezas; 
Proveniente da reciclagem 
de resíduos da construção 
civil. 
É recomendado para o uso em sub-base 
e base de pavimentos, reforço e subleito 
de pavimentos, regularização de vias 
não pavimentadas, aterros e 
assentamento topográfico de terrenos. 
Rachão 
Material isento de 
impurezas; 
Proveniente da reciclagem 
de resíduos da construção 
civil. 
É recomendado para o uso em 
terraplanagem, drenagens e 
principalmente a pavimentação. 
Fonte: Urbem Tecnologia Ambiental. 
De forma geral os resíduos usados na construção civil que são levados para a 
reciclagem são encontrados em sua forma sólida e podem ser encontrados com 
dimensões geométricas e características físicas variadas, como a areia, brita, 
madeira, a argamassa, o concreto, pedaços de metais e assim por diante. 
25 
 
O processo da construção civil é conhecido como o setor com maior índice de 
perdas construtivas e principal gerador de entulho, em obras de reforma falta noções 
básicas de reciclagem e reutilização, gerando altos níveis de entulho provenientes 
da demolição vinda durando o processo como um todo. 
A reciclagem do entulho, além de conscientizar uma população, representa 
vantagens econômicas, ambientais e sociais incrivelmente significativas como a 
economia no uso de matéria prima AGR que substitui o AGN, diminui a geração de 
poluição gerada pelo entulho que causam as enchentes e proliferação de vermes e 
bactérias, além de preservar as reservas naturais e podemos usá-los em: 
• Pavimentos: 
Não exige a utilização contínua e extrema de tecnologias aplicadas, 
implicando assim no menor custo do processo, além de permitir o uso de um 
AGR que não necessita da separação dos minerais do entulho, podendo usar 
em sua mistura concreto, tijolo, argamassa, areia etc.; 
• Agregado para concreto: 
Assim como para o pavimento, no agregado para o concreto também é 
permitido o uso de AGR que não necessita da separação dos minerais do 
entulho, além de trazer grande economia durante a sua usinagem, pois pode 
ser usado em granulometrias graúdas; 
• Agregado para a confecção de argamassa: 
Economiza custos de transporte pois faz uso do resíduo encontrado no local 
em que é gerado; 
• Outros usos: 
Pode ser utilizado em sua forma mais comum, como agregado do concreto, 
cascalhamento de estradas, reforço de aterros, preenchimento de valas e 
vazios. 
A norma da ABNT NBR 15115:2004 – Agregados reciclados de resíduos da 
construção civil – Execução de camadas de pavimentos – Procedimento, são 
encontradas exigências de controle para os agregados do concreto, como o ensaio 
da granulometria, encontrado na ABNT NBR 7181:2016, o CBR, encontrado na 
ABNT NBR 7185:2016, o teor de umidade de massa específica, encontrado na 
ABNT NBR 7182:2016 e na ABNT NBR 7185:2016. 
26 
 
Para realizar o ensaio correto do agregado reciclado, é necessário solicitar ao 
laboratório especializado a coleta, que será feita respeitando os critérios impostos 
pelas normas regulamentadoras. 
Tabela 2 – Laboratórios creditados pelo INMETRO. 
Laboratório Endereço Bairro Cidade Estado 
Falcão 
Bauer 
Rua Aquinos, 111 Água Branca São Paulo SP 
IPT 
Av. Prof. Almeida Prado, 
532 
Cidade 
Universitária 
São Paulo SP 
EPT Av. São José, 450 Jd. São José Osasco SP 
El Condor Av das Seringueiras, 33 Jd. Das Palmeiras Cuiabá MT 
Brascon Tec R. Eduardo Xible, 15 Fátima Serra ES 
Concremat 
R. Madre Emilie Villeneuve, 
434 
Jd. Prudência São Paulo SP 
Tecno Test R. onze, 191 Jd. Terramérica II Americana SP 
ABCp Av. Torres de Oliveira, 76 Jaguaré São Paulo SP 
EPT R. Ribeiro do Rosário, 91 Centro Vitória ES 
Fonte: Pesquisa realizada no site do INMETRO (2020). 
2.5. Maior Usina de Reciclagem no País 
De acordo com a ABRECON (2021), atualmente, existem mais de 300 usinas 
de reciclagem de RCD no Brasil. 
Segundo o Canal Recicla Sampa (2020), em junho de 2020, em Canoas – 
Porto Alegre, foi inaugurada a maior usina de RCD do Brasil, conhecida com Usina 
SBR Canoas, Figura 11. 
27 
 
Figura 11 – Usina SBR Canoas. 
 
Fonte: https://www.reciclasampa.com.br/assets/images/conteudos/electromagnet-
569148_1280_capa_texto-796x448px.jpg 
A usina de Canoas, além de receber entulhos para a sua usinagem, também 
fará o armazenamento de podas de árvores, vegetais e grande parte de materiais 
gerados durante o aterro realizado para a sua construção e instalação. 
A sua capacidade de coleta é de 180 caçambas por dia e pode empregar 
mais de 100 pessoas para a área de recepção, triagem, controle de produto, 
fiscalização, armazenamento e transporte. 
 A usina de Canoas conta com mais de 21 hectares e todos os equipamentos 
necessários para a triagem, britagem, moagem e peneiração móvel necessárias, 
além disso a usina tem instalado EcoPontos de coleta por todos o município para o 
recebimento e descarte correto de materiais. 
No caso da cidade de São Paulo, de acordo com a ABRECON (2021), 
existem ecopontos espalhados por toda a cidade, para diminuir o raio de pesquisa, 
foi buscado por EcoPontos em até 6km de distância da Universidade Nove de Julho 
– Polo Vila Prudente, como apresentado na Tabela 3. 
Tabela 3 – EcoPontos em São Paulo. 
Nome Distância 
do Polo 
Endereço Tiposde materiais coletados 
Anhaia Mello 0.9km R. da Prece, n°296 
 Recanto dos 2.6km R. Sales Gomes, n°415. 
28 
 
Humildes 
 
 
 
 
 
 
 
Árvore, cerâmica, chapas de 
vidro, entulho, espelho, fios, 
folhas, madeira, móveis, tijolos 
e vidro de janela. 
Água Rasa 3.7km Av. Salim Farah Maluf, nº 
1500. 
São Lucas 4.1km R. Florêncio Sanches, 
nº307. 
Tereza 
Cristina 
4.4km R. Tereza Cristina, nº10. 
Belém 4.5km R. Artur Mota x Rua 
Herval. 
Viaduto Engº 
Alberto Braga 
4.6km Av. Aricanduva, nº200. 
Saioa 4.7km R. Mary Baida Salem, 
nº01. 
Cambuci 4.8km Av. do Estado x Av. D. 
Pedro I x R. Ibiruba. 
Vila Luisa 5km R. Recife x R. Alfredo de 
Franco. 
Tauapé 5.3km Av. Salim Farah Maluf, 
nº179. 
Brás 5.4km R. Palmorino Mõnaco x R. 
da Mooca. 
Mooca 5.5km Av. Pires do Rio x R. 
Bresser. 
Nova York 6km R. Amélia Vanso Magnoli. 
Fonte: Elaboração própria. 
 
29 
 
CAPÍTULO 3 – APLICABILIDADE 
Pensando em uma maneira eficaz de reduzir o impacto ambiental e 
conscientizar para o futuro foi realizado o estudo apresentado, levando em 
consideração a baixa quantidade de pesquisas que tratam sobre as vantagens e 
desvantagens do uso de RCD em obras da construção civil, se comparado aos 
materiais convencionais. 
Para obter um norte para a questão, redigiu-se o estudo de aplicação do 
agregado reciclado apresentando custos de execução para um trecho de uma 
rodovia, comparando o uso do AGR com o AGN e seus custos. 
Para a correta execução da metodologia que aqui foi apresentada foram 
utilizados veículos de pesquisa como a Usina de Reciclagem de Entulho (URE) da 
Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), para a obtenção dos preços dos 
agregados naturais foram utilizadas as tabelas do Sistema Nacional de Pesquisa de 
Custos e índices da Construção Civil (SINAPI) que fica disponível na Caixa 
Econômica Federal e o IBGE. 
3.1. Metodologia 
De acordo com Yin (2001), o Estudo de Caso abrange uma metodologia que 
acarreta o planejamento, técnicas de dados de coleta e uma completa análise dele, 
o Estudo de Caso pode ser feito utilizando documentos, registros, entrevistas, 
artefatos históricos e observação direta dos participantes/integrantes. 
O estudo foi realizado com o auxílio da construtora responsável por executar 
rodovias desde 1991, especializada no desenvolvimento de projetos e apoio 
gerencial de execução de obras de infraestrutura, tem sua sede situada em Portugal 
– Lisboa e filiais por todo o Brasil, a qual aprovou o estudo e auxílio feito e, por 
motivos de confidencialidade exigidas em contrato assinado por um dos integrantes, 
não teve seu nome e contrato social revelado, além de pesquisas técnicas, planilhas 
quantitativas utilizadas para a execução no trecho de uma rodovia com pranchas de 
projeto que contenham seções típicas e também detalhes construtivos, também 
foram realizadas pesquisas de cotações de preços para a aquisição de AGN e AGR 
advindo de URE com o correto intuito de estimar e então comparar o custo 
30 
 
necessário para a utilização do material para a composição de um pavimento 
esporádico escolhido pelos integrantes como trecho de exemplo para estudos 
futuros. 
Como citado anteriormente, para a correta determinação dos custos de 
aquisição do agregado, foi utilizada a tabela do SINAPI. O sistema SINAPI é 
indicado pelo Decreto 7983/2013 que estabelece regras que devem ser seguidas por 
entidades e órgãos da administração pública federal para a correta elaboração do 
orçamento referente a obras e serviços de engenharia, além de contratos 
executados; o decreto tem como principal intuito padronizar e estabelecer normas 
referentes a elaboração de orçamentos. 
“Parágrafo único. O SINAPI deverá ser mantido pela Caixa Econômica 
Federal - CEF, segundo definições técnicas de engenharia da CEF e de pesquisa de 
preço realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE” (Decreto 
7983/2013, Capítulo II). 
3.2. Análise do RCD para uso na Pavimentação 
O estudo que foi realizado em cima dos relatórios de ensaio das amostras 
coletadas apresentou que todas as coletas foram feitas de acordo com a Norma 
Rodoviária DNER PRO 120/97 – Coleta de Amostra de Agregados e a DNER PRO 
257/99 – Estudo e Amostragem de Rochas em Pedreiras para Fins Rodoviários. 
Os agregados reciclados utilizados foram provenientes de uma usina 
recicladora da cidade de Santo André (São Paulo) onde foram encontrados os 
RCD’s que foram utilizados para o estudo que aqui foi apresentado. 
Para a análise realizada no local foi feita a determinação de bacias de 
deflexão através do FWD que é um deflectômetro de impacto que analisa a condição 
estrutural do pavimento sem que ocorra a destruição e degradação do mesmo, o 
aparelho utilizado foi contratado por uma empresa especializada em deflectometria 
localizada no bairro Jardim Paulista, o uso do deflectômetro é especificado na norma 
DNER PRO 237/96 - Determinação de deflexões utilizando deflectômetro de impacto 
tipo “Falling Weight Deflectometer (FWD). 
Para os ensaios laboratoriais, todo o material inicialmente coletado foi 
passado por uma separação manual de grãos maiores e o peneiramento a seco, de 
31 
 
acordo com os critérios da norma NBR 7181:(2018) Solo – Análise Granulométrica, 
que especifica o uso da curva granulométrica que garante a correta distribuição e a 
melhor separação dos grãos maiores e menores. O agregado coletado apresentou 
diversas formas diferentes como cúbica, alongada, esférica e lamelar (forma do 
agregado que se parte facilmente e que a NBR 15115:(2004) Agregados reciclados 
de resíduos sólidos da construção civil – Execução de camadas de pavimentação – 
Procedimentos, determina que deve ser utilizado sempre em pequenas quantidades 
ou não ser utilizado). 
Após o peneiramento foi realizado uma verificação do comportamento 
mecânico que averiguou a quebra do material durante a compactação usando a 
mesma curva granulométrica do processo anterior de peneiramento. 
Para a determinação da resistência do material, quando sujeito ao tráfego de 
veículos, foi utilizado o Índice de Suporte Califórnia (ISC) que seguiu as 
especificações da Norma DNER ME 049/94 – Método de Ensaio, e também a NBR 
9895:(2017) – Solo – Índice de Suporte Califórnia (ISC) – Método de Ensaio, 
separando a análise de resistência do material em três etapas distintas, sendo a 
moldagem do corpo de prova, a imersão do corpo de prova em solução destilada por 
aproximados quatro dias e a inserção do pistão no corpo de prova. 
De acordo com os ensaios, foi então comprovado pela construtora que os 
resultados eram satisfatórios e apresentavam viabilidade técnica no uso de 
agregados graúdos reciclado de concreto, em diferentes denominações e/ou 
tamanhos, na aplicação da pavimentação exemplificada no estudo que aqui foi 
apresentado. 
3.3. Análise e Resultados Obtidos 
Com o auxílio da construtora, dos relatórios de ensaio cedidos e de pesquisas 
realizadas durante todo o processo descrito aqui neste estudo, foi escolhido, junto a 
construtora, o trecho de rodovia, apresentado na Figura 12 e em detalhes nos 
anexos, para utilizar como parâmetros de cálculos para a comparação dos custos do 
AGR com o AGN aplicados em um pavimento flexível, com as seguintes dimensões: 
• Pavimento asfáltico flexível; 
o Subleito; 
32 
 
o Reforço do subleito (rachão com espessura de 0,60); 
o Sub-base (brita corrida com espessura de 0,20); 
o Base (brita graduada com espessura de 0,20); 
o Camada de concreto betuminoso usinado quente. 
• 2km de extensão; 
• 7m para a largura da pista de rolamento; 
• 5m para o acostamento, sendo 2,5m para o sentido crescente e 2,5 para o 
sentido decrescente; 
• Largura total de 12m. 
Toda a largura do acostamento e da pista de rolamento teve um comparativo 
para um pavimento feito com AGN e com AGR. 
Figura 12 – Seção do projeto 
 
Fonte: Elaboração própria. 
Utilizando como base asmedidas do projeto, foi calculado o volume (m³) de 
agregados tanto para AGN como AGR para compor a camada de grânulos do 
pavimento, sabe-se que para um pavimento serão necessários materiais como a 
brita graduada, que é uma pedra que obedece a uma distribuição granulométrica 
diferente, a brita corrida que é um conjunto de pedra britada, pedriscos e pó de 
pedra, não tem graduação definida e nem passa por processo de peneiração, é 
usada em sub-base e base de pavimentos, reforço e subleito de pavimentos, 
regularização de vias não pavimentadas, aterros e assentamento topográfico de 
33 
 
terrenos, e o rachão, que é uma pedra grande, com mais de 10cm de dimensão, 
usado em terraplanagem, drenagens e principalmente a pavimentação. 
Tabela 4 – Volume de agregados para pavimentação de 2km. 
Materiais Extensão Largura Área (m²) Espessura (m) Volume (m³) 
Brita graduada 2km 12m 24.000 0,20m 4.800m³ 
Brita corrida 2km 12m 24.000 0,20m 4.800m³ 
Rachão 2km 12m 24.000 0,60m 14.400m³ 
Fonte: Elaboração própria. 
 Seguindo a Tabela 4 foi visto que os volumes variaram entre 4.800m³ e 
14.400m³ para os agregados que serão necessários para a pavimentação da 
extensão de 2km. 
Para a organização de custo de AGN foi utilizado como base os insumos 
encontrados nas tabelas de custo da Prefeitura de São Paulo: 
Tabela 5 – Custos de AGN. 
Descrição Insumo Un. Preço 
Brita graduada (natural) 10547 m³ R$83,83 
Brita corrida (natural) 10554 m³ R$83,39 
Rachão (natural) 10546 m³ R$85,19 
Fonte: Elaboração própria. 
Para a organização de custo de AGR foi utilizado como base os insumos 
encontrados no SEINFRA: 
Tabela 6 – Custos de AGR. 
Descrição Insumo Un. Preço 
Brita graduada (reciclada) R0003 12m R$46,05 
Brita corrida (reciclada) R0004 12m R$20,52 
Rachão (reciclado) R0002 12m R$31,74 
Fonte: Elaboração própria. 
Utilizando as Tabelas 5 e 6 foi gerada uma tabela de comparação de custos 
entre AGN e AGR: 
34 
 
Tabela 7 – Estimativa de custos com AGN e AGR em 2km. 
Material 
Volume 
(m³) 
Por m³ Total 
Diferença 
AGN AGR AGN AGR 
Brita 
graduada 
4.800m³ R$83,83 R$46,05 R$402.384,00 R$221.040,00 45% 
Brita 
corrida 
4.800m³ R$83,39 R$20,52 R$400.272,00 R$98.400,00 75,4% 
Rachão 14.400m³ R$85,19 R$31,74 R$1.226.736,00 R$457.056,00 62,7% 
TOTAL R$2.029.392,00 R$776.496,00 61,7% 
Fonte: Elaboração própria. 
 Com a Tabela 7 foi possível visualizar que o custo médio de um pavimento, 
em uma rodovia de 2km, utilizando AGN chegou a R$2.029.392,00, com o custo 
médio do agregado sendo R$84,13, enquanto para o AGR chegou a R$776.496,00, 
com o custo médio do agregado a R$32,77, sendo 61% mais rentável que o AGN. 
3.4. Outras Aplicações do AGR 
O enfoco aqui foi a rentabilidade e a aplicabilidade do uso do concreto 
reciclado como agregado graúdo em pavimento, mas o mesmo pode ser utilizado 
em diversas aplicações diferentes. 
O reaproveitamento sustentável do concreto reciclado como agregado graúdo 
na construção civil busca uma forma direta de preservação ambiental e social tendo 
como foco a reutilização de materiais que são descartados em canteiros e o menor 
nível possível de recursos minerais naturais. 
Os AGR derivados do RCD podem ser usados como: 
• Tijolos para intertravado de pedra: 
Fazem uso de RCD como cimento, pó de pedra, areia, pedrisco e concreto; 
Os AGR’s são colocados no britador e triturados juntos, após a britagem a 
mistura pode ser feita de forma manual ou mecânica, determinando a 
umidade da mistura de maneira táctil-visual no ponto em que a massa obtida 
possa ser pressionada, com a massa pronta a prensa pode ser feita de forma 
manual com forma de madeira ou com prensa hidráulica que moldam tijolos 
para serem, futuramente, utilizados em obras de construção civil. 
35 
 
• Tijolo de RCC com pó de pedra: 
Fazem uso de RCD como cimento, argamassa, concreto, tijolo e pó de pedra; 
O tijolo de RCC com pó de pedra pode ser usado como um tijolo para 
vedação para superestrutura e passam pelo mesmo sistema de britagem, 
mistura e presa que o tijolo intertravado de pedra. 
• Argamassa e concreto com resíduos de louça: 
Fazem uso de descartes de louça como pias, vasos sanitários, bidê e 
azulejos; 
Segundo Miranda (2009) esse processo ainda está em estudo e análise, mas 
é uma possível solução para reduzir o descarte, quando moído apresenta 
características físicas que agregam as propriedades do concreto e da 
argamassa. 
• Argamassa de RCC: 
Segundo Miranda (2009) a argamassa advinda do RCC apresenta resistência 
à compressão maior se comparada com argamassas convencionais, na 
argamassa produzida através do RCC os materiais, como a cerâmica 
vermelha, diminuem os espaços vazios do agregado moído o que aumenta 
sua resistência mecânica, além de apresentar um valor 40% mais baixo que a 
argamassa natural. 
• Concreto celular: 
Segundo o LAREX (2020), o concreto celular é um dos AGR mais utilizados 
em países da Europa como componente da alvenaria por apresentar grande 
capacidade de isolamento térmico e acústico, pode ser encontrado em forma 
de bloco de concreto celular e de argamassa de assentamento celular. 
O concreto celular é composto de areia, cal e alumínio, esses minérios 
quando misturados juntos geram liberação de gás hidrogênio por conta da 
expansão produzida na argamassa, quando processada ela produzira um 
componente altamente resistente e isolante, conhecido com tobermorita. 
• Pavimento (sub-base): 
Como já citado no Capítulo 3, subtítulo 3.1, a reciclagem de um pavimento 
traz vantagens ecológicas, sociais, culturais e econômicas, o 
reaproveitamento do RCD utilizados nesse tipo de aplicação traz benefícios 
técnicos e não altera suas propriedades mecânicas. 
36 
 
• Mistura asfáltica a quente (em estudo): 
De acordo com Leite (2008), um agregado reciclado apresenta boas 
características e deve atender as especificações normativas (apresentadas no 
Capítulo 2, subtítulo 2.2), o maior foco do estudo da mistura asfáltica a quente 
para a pavimentação são as jazidas minerais, a exploração insustentável para 
extração de agregados naturais, porém as misturas apresentam teor elevado 
de ligante na mistura, acarretando o custo elevado do produto AGR quando 
comparado com o AGN. 
• Reforço de solo de basalto: 
O RCD é muito utilizado para a aplicação de seus AGR como base de 
fundações superficiais, de acordo com Ferreira (2011) o uso de materiais 
RCD cerâmicos e de argamassa tem como principal característica o aumento 
da capacidade de suporte e redução de recalques. 
Um AGR pode ser utilizado em diversos segmentos da engenharia, como 
lastro de assentamento de guias e tubos e a estabilização de solos com baixa 
capacidade de suporte; segundo Brito (1999) a utilização do RCD como agregado 
miúdo em obras apresenta condições positivas para o uso em estacas de 
compactação de areia e brita. 
Utilizando todo o estudo e pesquisa foi realizada a Tabela 7 que apresenta 
algumas das aplicações mais comuns de RCD pelo mundo: 
Tabela 8 – Aplicação de RCD pelo mundo. 
País Aplicação 
Brasil 
Camadas de drenagem, pavimentos e 
melhorias de solo. 
Fabricação de peças pré-moldadas sem 
função estrutural (exemplo bancos de praça). 
Fabricação de concreto sem função 
estrutural. 
Reforço de solo. 
Construção de via rodoviária. 
Pavimentação. 
37 
 
Europa 
Segundo Levy (2001): Obras em concreto 
reciclado como laje submersa em hidrovia e 
estrutura de centro de tratamento de água. 
Holanda Sub-base de pavimento. 
Itália Pavimentos 
Fonte: Elaboração própria. 
 
 
38 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Diante do exposto, concluiu-se que o conceito da sustentabilidade propõe um 
desafio, não somente ao Brasil, mas para o mundo, de se comprometer a suprir as 
necessidades do desenvolvimento mundial sem que esse desenvolvimento danifique 
as reservar e recursos naturais finitos e infinitos existentes no planeta. 
A reciclagem dos resíduos advindos da construçãocivil é o aspecto 
sustentável mais bem empregado para o setor, além de auxiliar na diminuição do 
descarte incorreto dos resíduos em locais como margens de rios, terrenos baldios e 
vias urbanas, o que causa a proliferação de ratos, bactérias e pragas no geral, 
também auxilia consideravelmente em aspectos econômicos, ambientais e sociais 
que agregam valor comercial ao resíduo e reduz o impacto mundial sobre a 
exploração de minérios. A transformação de um resíduo em um novo material 
utilizado no setor da construção civil possibilita o reuso racional e permite a 
eficiência na redução de insumos descartados. 
Sendo assim, o resíduo retirado de uma construção civil tem a grande 
vantagem de ser transformado em um agregado reciclado através de processos de 
triagem, britagem primária e secundária, e se caso necessário, a moagem, e podem 
ser utilizados em diversas formas de aplicação, como tijolo intertravado de pedra, 
tijolo de RCC com pó de pedra, argamassa, fabricação de pré-moldado, lastro, 
reforço de solo e, o mais utilizado, e mais rentável, o pavimento. 
De acordo com o apresentado, a aplicação do concreto como agregado 
reciclado graúdo em uma pavimentação é extremamente vantajosa economicamente 
falando, já que esses materiais são vendidos com valores até 30% mais baixos que 
o valor dos agregados naturais utilizados, e apresentam maior resistência, se 
comparado ao agregado natural proveniente diretamente dos minérios. 
Perante este cenário, vale salientar que o uso de qualquer tipo de agregado 
reciclado deve ser feito de acordo com as Normas Técnicas Brasileiras e sua 
aplicação e uso deve ser antes estudado e pesquisado. 
 
 
39 
 
REFERÊNCIAS 
ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (1983). NBR-7211 – 
Agregado do concreto. 
_____. NBR-15116 – Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção 
civil – Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função 
estrutural. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. 
_____. NBR-9895 – Solo – Índice de Suporte Califórnia (ISC) – Método de 
Ensaio. Rio de Janeiro: ABNT, 2016 (versão corrigida em 2017). 
_____. NBR-7181 – Solo – Análise Granulométrica. Rio de Janeiro: ABNT, 2016 
(versão corrigida em 2018). 
AGROPOS. Calcário no Solo. Minas Gerais, 2020. Disponível em: 
<https://agropos.com.br/o-que-e-calcario/>. Acesso em 19 de maio de 2021. 
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CONSTRUÇÃO CIVIL E DEMOLIÇÃO. Ecopontos de Coleta: ABRECON. 
Disponível em: <https://mapa.abrecon.org.br/ecoponto/lista?latitude=-
23.5755&longitude=-46.5658&forma=proximo>. Acesso em 17 de maio de 2021. 
BUTTLER, A. M. Concreto como Agregados Graúdos Reciclados de Concreto – 
Influência da Idade de Reciclagem nas Propriedades dos Agregados e 
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BRITO, J. A. Cidades X entulhos. In: SEMINÁRIO DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL E A RECICLAGEM NA CONSTRUÇÃO CIVIL, 2. São Paulo, 1999. 
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CARNEIRO, A.P.; BURGOS, P.C.; ALBERT, EP.V. Uso de Agregado Reciclado 
em Camadas de Base e Sub-base de Pavimento. Projeto Entulho Bom – Salvador, 
2001, p. 190-227. 
CETEM, Centro de Tecnologia Mineral. Tratamento de Minérios. Rio de Janeiro, 
2018. p. 135-158. 
https://agropos.com.br/o-que-e-calcario/
https://mapa.abrecon.org.br/ecoponto/lista?latitude=-23.5755&longitude=-46.5658&forma=proximo
https://mapa.abrecon.org.br/ecoponto/lista?latitude=-23.5755&longitude=-46.5658&forma=proximo
40 
 
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Diretrizes, critérios e 
procedimentos para a gestão de resíduos da construção civil: CONAMA. 
Resolução n° 307, 17 de julho de 2002, Seção 1, páginas 95-96. 
_____. Diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão de resíduos da 
construção civil: CONAMA. Resolução n° 448, 18 de janeiro de 2012, Diário Oficial 
da União, p.76. 
CPMR - SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL. Minerais Argilosos. Geocientífico – 
2014. Disponível em: <http://www.cprm.gov.br/publique/CPRM-Divulga/Minerais-
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DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM. Determinação de 
deflexões utilizando deflectômetro de impacto tipo FDW – Procedimento: 
DNER. PRO 237/96, p. 01-04. 
_____. Solos – Determinação do Índice de Suporte Califórnia utilizando 
amostras – Método de Ensaio: DNER. ME 049/94, p. 01-14. 
_____. Estudos e amostragem de rochas em pedreiras para fins rodoviários: 
DNER. PRO 257/99, p. 01-11. 
_____. Coleta de amostras de agregados: DNER. PRO 120/97, p.01-05. 
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FERREIRA, D. G. Análise Experimental da Utilização de Concreto Reciclado: 
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http://www.cprm.gov.br/publique/CPRM-Divulga/Minerais-Argilosos-1255.html
http://www.cprm.gov.br/publique/CPRM-Divulga/Minerais-Argilosos-1255.html
41 
 
INMETRO. Sistema de Consulta aos Escopos de Acreditação dos Laboratórios 
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<http://www.inmetro.gov.br/laboratorios/rble/>. Acesso em 06 de maio de 2021. 
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