Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Imagenologia Théo Martins Guimarães F1889I5 Aula 1 e 2: 07/02/2023 O átomo é indivisível; a base de toda a matéria existente. A última teoria atômica aceita foi o modelo atômico de Schrodinger, que propõe que o átomo é composto por um núcleo, onde se encontram os prótons (partículas positivas) e os nêutrons (partículas sem carga), rodeados por uma nuvem de elétrons (partículas negativas) chamada eletrosfera, que se mantém conectada ao núcleo por força eletromagnética. Uma exceção a essa estrutura são os hidrogênios, que não têm nêutrons, e os cátions desse elemento não possuem elétrons. Existem ainda as partículas fundamentais chamadas quarks, que compõem os prótons e nêutrons. Essas partículas fundamentais organizam-se formando outras partículas maiores. O próton é formado por dois quarks up e um quark down, além dos glúons, que é outro de tipo de partícula subatômica e mediador das forças que unem os quarks. O nêutron, por sua vez, é formado por um quark up e dois quarks down mais os glúons. Relembrando: Para que o átomo seja eletricamente neutro, é necessário que ele tenha o mesmo número de elétrons e prótons, de forma com que suas cargas se anulem. Contudo, toda e qualquer transformação sofrida pelo átomo, o núcleo atômico permanece inalterado (exceto em reações nucleares), modifica apenas sua eletrosfera, levando o átomo a ganhar ou perder elétrons, logo a razão entre prótons e elétrons diferentes, podendo vir a ter sua carga elétrica positiva ou negativa, íons. Caso o átomo perca elétrons, seu número de prótons será significativamente maior, se tornando positivo, cátion. Caso o átomo ganhe elétrons, seu número de prótons será significativamente menor, se tornando negativo, ânion. Essa relação de doar, receber ou compartilhar elétrons é chamada de Valência. Podendo ser: • Monovalentes: ganham ou perdem apenas 1 elétron • Bivalentes: ganham ou perdem apenas 2 elétrons • Trivalentes: ... • Tetravalentes: ... Imagenologia Théo Martins Guimarães F1889I5 Na eletrosfera, os elétrons não são distribuídos aleatoriamente, mas sim em níveis de energia específicos, os subníveis e as camadas de energia (Modelo de Rutheford-Borh). A estrutura eletrônica determina as propriedades químicas do átomo, enquanto a estrutura nuclear define a estabilidade e transformação radioativa do átomo. Os elétrons que estão na última camada de valência, São os responsáveis pelas ligações químicas. No caso dos metais, a última camada é a que permite a condução elétrica através de elétrons livres. A força de atração entre o núcleo e os elétrons da última camada é muito fraca, deixando-os suscetíveis a saírem do átomo caso recebam energia externa. Em alguns casos, a própria energia térmica é suficiente para liberar elétrons. Diagrama de Pauling No Diagrama de Pauling, utilizado para estudar a configuração eletrônica dos elementos, a energia dos subníveis irá aumentar seguindo a ordem diagonal do diagrama, os elétrons de um átomo em estado fundamental irão sempre se distribuir nos subníveis de menor energia. Exercícios • (Mack-2003) Uma distribuição eletrônica possível para um elemento X, que pertence à mesma família do elemento bromo, cujo número atômico é igual a 35, é: a) 1s2, 2s2, 2p5 b) 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p1 c) 1s2, 2s2, 2p2 d) 1s2, 2s2, 2p6, 3s1 e) 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 4s2, 3d5 • O ferro é um elemento químico de número atômico 26. Na distribuição eletrônica do átomo de ferro no estado fundamental, qual o subnível mais energético e o subnível mais externo, respectivamente? a) 4s2 e 4s2 b) 3d6 e 4s2 c) 3p6 e 4s2 d) 3d6 e 3p6 2 6 10 14 s p d f K 1 1s2 L 2 2s2 2p6 M 3 3s2 3p6 3d10 N 4 4s2 4p6 4d10 4f14 O 5 5s2 5p6 5d10 5f14 P 6 6s2 6p6 6d10 6f14 Q 7 7s2 7p6 7d10 7f14 Imagenologia Théo Martins Guimarães F1889I5 Radiação A radiação são ondas eletromagnéticas ou partículas que se propagam com uma determinada velocidade. Contêm energia, carga eléctrica e magnética. Podem ser geradas por fontes naturais ou por dispositivos construídos pelo homem. Possuem energia variável desde valores pequenos até muito elevados. Podendo ser dividida entre radiação ionizante e não ionizante. Radiação ionizante Radiação ionizante é toda forma de radiação que carrega energia suficiente para arrancar os elétrons dos átomos. Ela pode ser produzida de forma natural ou artificial, bem como pode ter natureza eletromagnética ou corpuscular, ou seja, ser formada por partículas como elétrons, núcleos atômicos etc. A radiação ionizante possuí alto poder de penetração no tecido podendo causar danos celulares, devido a quebra de cadeias do DNA. Possui um curto comprimento de ondas e maiores frequências. Radiação não ionizante Radiação não ionizante é a forma de radiação que não carrega com si, energia suficiente para arrancar elétrons. Logo, não penetra o tecido. Possui maior comprimento de onda e menores frequências. Relembrando: • Plano coronal: anterior/posterior • Plano sagital: direito/esquerdo • Plano axial: repartições • Cintura: cranial/cefálico • Cintura: caudal/podálico • Ventral • Dorsal • Decúbito dorsal • Decúbito lateral • Decúbito ventral Imagenologia Théo Martins Guimarães F1889I5 Tipos de Radiação Ionizante As radiações ionizantes podem ser classificadas como diretamente ou indiretamente ionizantes, dependendo do mecanismo de ionização a elas associados. Entre as radiações diretamente ionizantes, que têm carga elétrica, se destacam as: • Partículas Alfa: Cada Partícula Alfa é formada por dois prótons e dois nêutrons. Quando a fonte está fora do corpo, as partículas alfa não representam risco, porque elas não atravessam a espessura da pele. • Partículas Beta: As Partículas Beta, por sua vez, são emitidas pelo núcleo quando este tem excesso de nêutrons. O nêutron, grosso modo, se desintegra em um próton e um elétron, e este é expulso do núcleo. Como as Partículas Beta têm menos carga e mais velocidade, são mais penetrantes (e, portanto, mais perigosas) do que as partículas alfas. Nesse caso, a pele não é blindagem suficiente. A radiação gama é indiretamente ionizante, ela não possui massa e nem cargas. É composta por um campo elétrico e outro magnético de origem nuclear de elementos classificados como radioativos (TC 99M; I 131). Possui muita energia e alcance; baixo LET (transferência linear de energia) RAIO X O Raio X, é uma radiação indiretamente ionizante, é uma radiação resultado da desaceleração de elétrons em alta velocidade quando entram em choque com um “alvo”. No processo de produção do Raio X, ocorre uma transformação de energia cinética em radiação eletromagnética. Os elétrons que estão no filamento, estão sendo acelerados através de uma tensão elétrica, que gera consequentemente uma diferença de potencial – Kv – essa diferença de potencial (entre o catodo e anodo) gera a energia cinética. Após a aceleração desses elétrons, eles são disparados em direção ao alvo metálico de tungstênio. Quando entram em contato com o tungstênio, a energia cinética é convertida em raio x de freamento gerando também muito calor devido a colisão, sendo 99% calor 1% de raio X. A partir da liberação dos raios pelo colimador, eles se incidem ao alvo (paciente), onde irão colidir diretamente com tecidos ósseos e partes moles, seguindo a seguinte classificação: • Hiperdenso: Radiopaco • Hipodenso: Radiotransparente • Isodensidade Imagenologia Théo Martins Guimarães F1889I5 Radioproteção A Radioproteção é o conjunto de medidas que visa propor diretrizes que protegem e asseguram os pacientes, acompanhantes e profissionais da radiação ionizante. NoBrasil, o CENEN, Comissão Nacional de Energia Nuclear, controla e propõe essas diretrizes juntamente com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares. Onde fundamenta-se que qualquer dose, por menor que seja, está associada com a probabilidade de efeitos estocásticos. A Radioproteção segue a seguinte tríade: Conceitos importantes dentro de OTIMIZAÇÃO: • O tempo é diretamente proporcional á dose: quanto < tempo < dose de exposição • A dose é inversamente proporcional ao quadrado de distância entre o indivíduo e a fonte. Efeitos Biológicos Qualquer tipo de radiação interage com a matéria, inclusive o corpo humano, depositando assim energia. A forma de interação vai depender do tipo de energia da radiação e do meio absorvido. Dividimos os efeitos biológicos em: • Irradiação: ocorre quando um material ou pessoa é exposta à radiação de maneira desejável e seguindo a tríade de proteção radiológica. A mesma pode vir de fontes naturais, como o sol por exemplo. • Contaminação: ocorre de maneira indesejável, onde o material radioativo se faz presente em locais onde não deveria estar, podendo ser absorvido, inalados ou impregnados. IRRADIAÇÃO NÃO CONTAMINA, MAS A CONTAMINAÇÃO IRRADIA. JUSTIFICATIVA Relação baseada entre Risco x Benefício Justificado. As exposições médicas de pacientes devem ser justificadas, ponderando-se os benefícios diagnósticos ou terapêuticos que elas venham a produzir em relação ao detrimento correspondente. OTIMIZAÇÃO • Planejamento do exame (tempo + dose + distância + posição + blindagem) • Seguir ALARA LIMITAÇÃO DE DOSE ALARA: Dozes tão baixas quanto razoavelmente ezequíveis. As Low As Resonably Achievable PROTEÇÃO RADIOLOGICA Imagenologia Théo Martins Guimarães F1889I5 Ao entrar em contato com o corpo, as células expostas à radiação sofrem ação de fenômenos físicos, químicos e biológicos. A radiação causa ionização dos átomos, que afeta as moléculas, que poderão afetar células, logo tecidos, órgãos, e o todo o corpo. Podendo levar o indivíduo exposto à: alterações morfológicas, perda da capacidade reprodutiva, alterações funcionais e diminuição nos processos metabólicos. No âmbito químico, a radiação irá realizar a produção de radicais livres, causando toxicidade, levando assim a ruptura de ligações químicas na molécula do DNA (comprometendo a integridade física do material genético). Quebra esta, que pode resultar em mutação genética - transformações introduzidas na molécula de DNA que resultam na perda ou transformação de informações codificadas pelo na forma de genes. Nem todas as células respondem de maneira igual à exposição por radiação, isto é, quanto maior for o grau de especialização da célula, mais lentamente ela se reproduzirá pós a exposição. Isso se dá devido ao fato de as células possuírem diferentes radiossensibilidades (Lei Bergonie e Tribondeau). Os danos biológicos podem ser classificados em conceitos de: • Reversibilidade: Dependerá do tipo de célula afetada e da possibilidade de restauração desta célula. • Transmissibilidade: Danos que podem ser transmitidos para outras células ou tecidos. • Efeitos determinísticos: Aquele em que a exposição adicional á radiação causará dano e efeito imediato, como queimaduras; queda de pelos; bolhas na pele; náuseas; hemorragia; diarreia; queda de cabelos; • Efeitos Estocásticos: Independem da dose cumulativa, uma única dose poderá levar a mutação genética e se não eliminada pelo corpo, poderá a vir um câncer. • Efeitos Somáticos: Se manifestam no individuo irradiado. • Efeitos Hereditários: São decorrentes da irradiação das gônadas, que levam a alterações no material hereditário contido nos óvulos ou espermatozóides. São transmitidos aos descendentes do indivíduo irradiado • Dose liminar: Dose necessária para um dano biológico. • Tempo de Latência: Tempo que decorre entre o momento da irradiação e o aparecimento do dano biológico. Imagenologia Théo Martins Guimarães F1889I5 Questionário 1. Como é formado o Raio X? __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ 2. Quais as estruturas em um exame de radiografia podem apresentar uma hipersensibilidade? __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ 3. Como um átomo pode se tornar instável? __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ 4. Qual a função do tungstênio na ampola de Raio X? __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ 5. Como ocorre o resfriamento da ampola de Raio X? __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ 6. Quais são os componentes da sala de Raio X? __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________
Compartilhar