Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA Esclerose Múltipla e Parkinson PROBLEMA 3M1 - “QUE CALOR É ESSE?’’ “E AQUELA MARCHA ESTRANHA?” Joana tem 23 anos e foi consultar com uma neurologista na cidade de Goiânia-GO. Quando entrou no consultório médico, contou à doutora que apresentava sintomas como diminuição da acuidade visual associada à dor na movimentação do olho esquerdo com duração de 1 semana e recuperação completa após. Há 6 meses iniciou um quadro leve de desequilíbrio e falta de coordenação motora, principalmente para realizar tarefas delicadas, como escrever e, embora persistisse com uma leve turvação visual, não procurou auxílio médico. Há 14 dias apresentou grande piora, pois segundo ela, após passar um longo dia no clube e horas na sauna, sentiu fraqueza do lado direito do corpo, piora da turvação visual, diplopia, retenção urinária, dificuldade para conversar e engasgos com líquidos. Assustada resolveu procurar auxílio médico. A mesma negou doenças prévias, negou uso de medicações e desconhecia sua história familiar, pois era filha adotiva. Ao realizar o exame físico, um achado chamou a atenção da médica, pois ao avaliar o olhar conjugado horizontal para a esquerda, o olho direito não acompanhava o esquerdo e não ultrapassava a linha média, o que era seguido de nistagmo no olho esquerdo e queixa de diplopia. No entanto, quando testou a convergência dos olhos, ambos ultrapassaram normalmente a linha média. Então a médica decidiu realizar o exame neurológico completo e discutir a conduta do caso. A paciente relatou que seu pai de 60 anos estava com muitos tremores nas mãos e andando com passos curtos, por isso o traria para consultar também. Na outra semana, chega ao consultório Luziano, pai da paciente, dizendo que é bancário e percebeu pela primeira vez, enquanto contava dinheiro, que não conseguia usar normalmente sua mão direita. Repetidas vezes ele contou várias notas de uma só vez, em lugar de uma só, de modo que sua soma foi incorreta. Além disso, sua letra à mão se tornou gradualmente menor e menos legível, de modo que não conseguia realizar seu trabalho com eficiência. Com o tempo sua expressão facial estava se tornando escassa (hipomimia). Ao exame físico, evidenciou-se um tremor em repouso da mão direita, rigidez em roda denteada dos membros, pior no braço direito, uma postura ligeiramente encurvada e marcha simiesca. Não havia déficits autonômicos e seu estado mental estava normal. Um exame de RM de crânio afastou qualquer causa tumoral ou degenerativa. Foi, então, feito diagnóstico de Doença de Parkinson e instituído tratamento com levodopa. INSTRUÇÃO: Qual a mais provável patologia da jovem que cursa com as alterações neurológicas tão distintas citadas no problema? Como você chegou ao diagnóstico de Doença de Parkinson? QUESTÕES DE APRENDIZAGEM: 1. ESTABELECER O DIAGNÓSTICO SINDRÔMICO, TOPOGRÁFICO E ETIOLÓGICO DA ESCLEROSE MÚLTIPLA (EM). Diagnóstico sindrômico: síndrome de múltiplos pares cranianos (oculomotor, óptico, abducente); síndrome deficitária motora (hemiparesia direita); síndrome disautonômica (retenção urinária). Diagnóstico topográfico: substância branca (subcortical). Diagnóstico nosológico: esclerose múltipla. Diagnóstico etiológico: processo autoimune de etiologia desconhecida (fator, ambiental, infeccioso desencadeadores?) 2. ESTUDAR A FISIOPATOLOGIA, QUADRO CLÍNICO (FORMAS CLÍNICAS), CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA EM. Trata-se de uma doença neurológica desmielinizante autoimune crônica provocada por mecanismos inflamatórios e degenerativos que comprometem a bainha de mielina que revestem os neurônios das substâncias branca e cinzenta do sistema nervoso central. Alguns locais no sistema nervoso podem ser alvo preferencial da desmielinização característica da doença, o que explica os sintomas mais frequentes: o cérebro, o tronco cerebral, os nervos ópticos e a medula espinhal. A doença atinge geralmente entre pessoas jovens em média de 20 e 40 anos de idade, predominando entre as mulheres. As causas envolvem predisposição genética (com alguns genes já identificados que regulam o sistema imunológico) e combinação com fatores ambientais, que funcionam como gatilhos: • Infecções virais (Epstein-Barr) • Exposição ao sol e consequente níveis baixos de vitamina D prolongadamente e • Exposição ao tabagismo • Obesidade • Exposição a solventes orgânicos Estes fatores ambientais são considerados na fase da adolescência um período de maior vulnerabilidade. Nos portadores de esclerose múltipla as células imunológicas invertem seu papel: ao invés de protegerem o sistema de defesa do indivíduo, passam a agredi-lo, produzindo inflamações. As inflamações afetam particularmente a bainha de mielina – uma capa protetora que reveste os prolongamentos dos neurônios, denominados axônios, responsáveis por conduzir os impulsos 2 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA elétricos do sistema nervoso central para o corpo e vice-versa. Com a mielina e os axônios lesionados pelas inflamações, as funções coordenadas pelo cérebro, cerebelo, tronco encefálico e medula espinhal ficam comprometidas. Desta forma surgem os sintomas típicos da doença, como alterações na visão, na sensibilidade do corpo, no equilíbrio no controle esfincteriano e na força muscular dos membros com consequentemente redução da na mobilidade ou locomoção. Os surtos (desmielinização) ocorrem a partir do surgimento de um novo sintoma neurológico ou piora significativa de um sintoma “antigo”, com duração mínima de 24 horas. Para ser considerado um novo surto é necessário que ocorra um intervalo mínimo de 30 dias entre eles - caso contrário, considera-se o sintoma do mesmo surto em andamento. A recuperação dos ataques destas inflamações (desmielinização), chamados de surtos, pode ser total ou parcial (remielinização). O quadro clínico de cada surto é variável e pode apresentar mais de um sintoma. Alguns pacientes apresentam piora dos sintomas na ocorrência de febre ou infecções, frio extremo, calor, fadiga, exercício físico, desidratação, variações hormonais e estresse emocional – no geral são situações transitórias. Atenção especial às infecções, pois agravam o quadro clínico do paciente desencadeando sintomas que podem ser considerados surtos mas nestas situações é considerado “falso ou pseudo-surto”. Sinais e sintomas: Os mais comuns são: • Fadiga (fraqueza ou cansaço) • Sensitivas: parestesias (dormências ou formigamentos); nevralgia do trigêmeo (dor ou queimação na face) • Visuais: neurite óptica (visão borrada, mancha escura no centro da visão de um olho – escotoma – embaçamento ou perda visual), diplopia (visão dupla) • Motoras: perda da força muscular, dificuldade para andar, espasmos e rigidez muscular (espasticidade) • Ataxia: falta de coordenação dos movimentos ou para andar, tonturas e desequilíbrios • Esfincterianas: dificuldade de controle da bexiga (retenção ou perda de urina) ou intesinto • Cognitivas: problemas de memória, de atenção, do processamento de informações (lentificação) • Mentais: alterações de humor, depressão e ansiedade Formas clínicas: • Remitente-recorrente (EMRR) • Secundária progressiva (EMSP) • Primária progressiva (EMPP) A primeira forma de esclerose múltipla chamada surto-remissão ou remitente-recorrente (EMRR) engloba cerca de 85% dos casos. Ele é caracterizada pela ocorrência dos surtos e melhora após o tratamento (ou espontaneamente). Geralmente ocorre nos primeiros anos da doença com recuperação completa e sem sequelas. Os surtos duram dias ou semanas. Em média os surtos se repetem uma vez por ano caso não inicie o tratamento adequado. Em um prazo de 10 anos aproximadamente, metade desses pacientes evoluirá para a segunda forma da doença, conhecida como secundariamente progressiva (EMSP). Nesta etapa os pacientesnão se recuperam mais plenamente dos surtos e acumulam sequelas. Eles têm, por exemplo, uma perda visual definitiva ou maior dificuldade para andar, o que pode levar à necessidade de auxílio para mobilidade ou locomoção, como apoio de bengala ou cadeira de rodas. Nos 10% dos casos restantes ocorre a chamada forma progressiva primária (EMPP), quando ocorre gradativa piora surtos. E 5% dos pacientes apresentam a quarta forma doa doença, mais rápida e agressiva, chamada progressiva com surtos (EMPS). Nesta quarta forma estão combinados a progressão paralela do processo desmielinizante e comprometimento mais precoce dos axônios. Diagnóstico: Utilizam-se os critérios de McDonald de 2017, que consideram vários aspectos clínicos e de imagem, associado a analise do líquor com a pesquisa de marcadores específicos. A Ressonância Magnética de crânio e coluna é a principal ferramenta para o diagnóstico das doenças desmielinizantes do SNC. 3 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA Na ressonância magnética, as lesões desmielinizantes típicas da doença tem que preencher critérios de disseminação no tempo e no espaço: Presença de uma lesão em pelo menos 2 locais do SNC, de quatro localizações típicas: justacorticais/corticais; periventriculares; infratentoriais e medulares. Estas são necessárias para cumprir o critério de disseminação no espaço. Veja nas imagens abaixo as áreas arredondadas na cor branca são as típicas lesões desmielinizantes da EM, apontadas com a setas. O exame de coleta de líquor - LCR (líquido cefalorraquidiano), material extraído por uma punção na coluna lombar, auxilia na confirmação do diagnóstico de EM. A pesquisa da bandas oligoclonais (BOC) no líquor e sua interpretação é etapa importante na investigação diagnóstica da doenças desmielinizantes. Outros métodos complementares podem ser solicitados como: potenciais evocados visual, potencial evocado somatossensitivo dos membros superiores e inferiores, e auditivo do tronco cerebral (exames de neurofisiologia), úteis para a compreensão das funções comprometidas e como parâmetros de resposta ao tratamento. Diagnosticar a EM precocemente faz toda a diferença. Quanto mais cedo o tratamento é iniciado, maior a chance de modificar o curso natural da doença em longo prazo – reduzindo o número de surtos, de lesões e de sequelas neurológicas. Tratamento farmacológico: O tratamento dos pacientes com Esclerose Múltipla e doenças desmielinizantes em ambiente hospitalar ou no Centro de Terapia Medicamentosa segue os seguintes protocolos de tratamento clínico: A figura abaixo ilustra como as medicações de alta eficácia para o tratamento da esclerose múltipla atuam na imunidade: 1. Fingolimode: medicação oral que evita a saída dos linfócitos dos linfonodos 2. Ocrelizumabe: anticorpo monoclonal de aplicação endovenosa semestral, leva a depleção de linfócitos B 3. Alentuzumabe: anticorpo monoclonal de administração em dois ciclos com intervalo de 1 ano, leva a depleção de linfócitos T e B 4. Cladribina: medicação oral, cuja administração é realizada em dois ciclos anuais (depleção imune de linfócitos B e T) 5. Natalizumabe: anticorpo monoclonal de aplicação endovenosa mensal que impossibilita a entrada dos linfócitos dentro do sistema nervoso central. https://www.einstein.br/doencas-sintomas/esclerose- multipla https://www.einstein.br/doencas-sintomas/esclerose-multipla https://www.einstein.br/doencas-sintomas/esclerose-multipla 4 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA 3. EXPLICAR A BASE FISIOPATOLÓGICA PARA A PIORA CLÍNICA APÓS EXPOSIÇÃO A TEMPERATURAS ELEVADAS. Fenômeno de Uhthoff (FU): É um sintoma bem característico da EM, foi descrito pelo neurologista Wilhem Uhthoff em 1980 e consiste no reaparecimento de sintomas, semelhantes aos surtos que o paciente já apresentou, durante a elevação da temperatura corporal. Dura poucos minutos a horas e regride à medida que a temperatura corporal se reduz até o normal. A causa desse sintoma é a remielinização anômala dos axônios afetados durante um surto. Durante a remielinização podem ocorrer falhas, dessa forma apresentando pontos onde a condução do impulso nervoso pode ser bloqueado. A fisiopatologia consiste na perda da condução saltatória e exposição de uma área desnuda do axônio com um grande contigente de canais de sódio disfuncionantes. Com o aumento da temperatura corporal há uma piora da condução nessas falhas na mielina, podendo aí ocorrer a interrupção do impulso nervoso, logo desencadeando os sintomas característicos da área desmielinizada. Devemos deixar claro que o sintoma não pode ser inédito e nem pode ser prolongado, sendo tais características condizentes com um possível novo surto. Além disso a presença do fenômeno não implica em progressão da doença e nem configura falha terapêutica. Mesmo o sintoma sendo bem característico ele não é específico de EM. Onde ocorrer uma perda da integridade axonal pode aparecer o Fenômeno de Uhthoff como, por exemplo, acidentes vasculares cerebrais (derrames), polineuropatias, doenças metabólicas do sistema nervoso central, estreitamento de canal vertebral, entre outros. Com base no exposto, temos que evitar os rótulos e sempre investigar as possíveis causas para buscar a melhor abordagem. https://esclerosemultipla.com.br/2013/09/26/o- fenomeno-de-uhthoff/ https://amigosmultiplos.org.br/noticia/como-a- temperatura-afeta-pessoas-com-esclerose- multipla/#:~:text=Estudos%20relatam%20que%20ce rca%20de,quando%20expostos%20a%20temperatur as%20elevadas. 4.DESCREVER A ETIOLOGIA, MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS, DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO E PROGNÓSTICO DA DOENÇA DE PARKINSON. Parkinson é uma doença degenerativa do SNC, crônica e progressiva. É causada por uma diminuição intensa da produção de dopamina (neurotransmissor). A dopamina ajuda na realização dos movimentos voluntários do corpo de forma automática, ou seja, não precisamos pensar em cada movimento que nossos músculos realizam, graças à presença dessa substância em nossos cérebros. Na falta dela, particularmente numa pequena região encefálica – substancia negra – o controle motor do indivíduo é perdido, ocasionando sinais e sintomas característicos. Esse conjunto de sinais e sintomas neurológicos é chamado de síndrome parkinsoniana ou parkinsonismo. Doenças diferentes e causas muito diversas podem produzir essa síndrome parkinsoniana. Entretanto, a principal causa dessa síndrome é a própria Doença de Parkinson, em aproximadamente 70% dos casos. Os demais casos relacionam-se a enfermidades ou condições clínicas nas quais os sintomas são semelhantes, porém outras características estão presentes e a história clínica e a evolução vão ajudar no diagnóstico diferencial. Portanto, quando um médico faz menção ao parkinsonismo ou síndrome parkinsoniana, ele não estará necessariamente se referindo à Doença de Parkinson. Uma causa importante de parkinsonismo secundário é o uso de certos medicamentos (por exemplo, algumas das drogas usadas para vertigens, tonturas e doenças psiquiátricas e alguns remédios para hipertensão). A importância de se identificar esses casos é que os sintomas são potencialmente reversíveis com a interrupção dos medicamentos que os causaram. Causas: Com o envelhecimento, todos os indivíduos saudáveis apresentam morte progressiva das células nervosas que produzem dopamina. Algumas pessoas, entretanto, perdem essas células (e consequentemente diminuem muito mais seus níveis de dopamina) num ritmo muito acelerado e, assim, acabam por manifestar os sintomas da doença. Não se sabe exatamente quais os motivos que levam a essa perda progressiva e exagerada de células nervosas (degeneração). Admitimos que mais de um fator deve estar envolvido no desencadeamento da doença. Esses fatores podem ser genéticos ou ambientais. Principais sintomas: Sintomasmotores: • Lentidão motora – bradicinesia • Rigidez entre as articulações do punho, cotovelo, ombro, coxa e tornozelo • Tremores de repouso notadamente nos membros superiores e geralmente predominantes em um lado do corpo quando comparado com o outro • Desequilíbrio Sintomas não motores: • Diminuição do olfato • Alterações intestinais • Alterações do sono Quando desconfiar que os tremores têm ligação com o Parkinson? https://esclerosemultipla.com.br/2013/09/26/o-fenomeno-de-uhthoff/ https://esclerosemultipla.com.br/2013/09/26/o-fenomeno-de-uhthoff/ https://amigosmultiplos.org.br/noticia/como-a-temperatura-afeta-pessoas-com-esclerose-multipla/#:~:text=Estudos%20relatam%20que%20cerca%20de,quando%20expostos%20a%20temperaturas%20elevadas https://amigosmultiplos.org.br/noticia/como-a-temperatura-afeta-pessoas-com-esclerose-multipla/#:~:text=Estudos%20relatam%20que%20cerca%20de,quando%20expostos%20a%20temperaturas%20elevadas https://amigosmultiplos.org.br/noticia/como-a-temperatura-afeta-pessoas-com-esclerose-multipla/#:~:text=Estudos%20relatam%20que%20cerca%20de,quando%20expostos%20a%20temperaturas%20elevadas https://amigosmultiplos.org.br/noticia/como-a-temperatura-afeta-pessoas-com-esclerose-multipla/#:~:text=Estudos%20relatam%20que%20cerca%20de,quando%20expostos%20a%20temperaturas%20elevadas https://amigosmultiplos.org.br/noticia/como-a-temperatura-afeta-pessoas-com-esclerose-multipla/#:~:text=Estudos%20relatam%20que%20cerca%20de,quando%20expostos%20a%20temperaturas%20elevadas 5 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA O tremor da doença de Parkinson é característico. Ele é chamado de tremor de repouso, ou seja, é mais evidente ou exclusivo quando a mão do paciente está parada, seja em repouso quando o paciente está sentado, seja quando ele está em pé com os braços relaxados. Quando o paciente executa algum movimento a tendência do tremor é diminuir ou desaparecer. Além disso, caracteristicamente o tremor é assimétrico, ou seja, é mais evidente em apenas um lado do corpo (geralmente as mãos), e com o passar dos anos pode afetar o outro lado. Vale lembrar que nem todos os pacientes com doença de Parkinson apresentam tremor. Em 30% dos pacientes ele está ausente, sendo a lentidão dos movimentos e a rigidez os sintomas mais evidentes. O tremor da doença de Parkinson é um tremor de repouso. Outras formas de tremor, chamados tremores de ação são vistos em outras doenças, em especial o Tremor Essencial. O Tremor Essencial é um tremor na sua maior parte familiar e ocorre principalmente quando pegamos algum objeto, como uma colher, um copo d’água, quando escrevemos. Ao contrário do tremor da doença de Parkinson, ele tende a diminuir ou desaparecer com o braço em repouso. Diagnóstico: É essencialmente clínico, baseado na correta valorização dos sinais e sintomas descritos. Os exames complementares, como tomografia cerebral, ressonância magnética etc., servem apenas para avaliação de outros diagnósticos diferenciais. O exame de tomografia computadorizada por emissão de fóton-único para quantificar a dopamina cerebral (SPECT-Scan) pode ser utilizado como uma ferramenta especial para o diagnóstico de doença de Parkinson, mas é, na maioria das vezes, desnecessário, diante do quadro clínico e evolutivo característico. Tratamento: Os medicamentos existentes repõem parcialmente a dopamina que está faltando e assim melhoram os sintomas da doença. Devem ser usados por toda a vida da pessoa. Ainda não existem drogas disponíveis comercialmente que possam curar ou evitar de forma efetiva a progressão da degeneração de células nervosas que causam a doença. Há diversos tipos de medicamentos antiparkinsonianos disponíveis, que devem ser usados em combinações adequadas para cada paciente e fase de evolução da doença, garantindo, assim, melhor qualidade de vida e independência ao enfermo. Também existem técnicas cirúrgicas para atenuar alguns dos sintomas da doença de Parkinson, que devem ser indicadas caso a caso, quando os medicamentos falharem em controlar tais sintomas. Tratamento adjuvante com equipe multiprofissional é muito recomendado, além de atividade física regular. O objetivo do tratamento, incluindo medicamentos, fisioterapia, fonoaudiologia, suporte psicológico e nutricional, atividade física entre outros é melhorar a qualidade de vida do paciente, reduzindo o prejuízo funcional decorrente da doença, permitindo que o paciente tenha uma vida independente, com qualidade, por muitos anos. https://www.einstein.br/doencas-sintomas/parkinson 5. DISCUTIR MECANISMO DE AÇÃO E EFEITOS COLATERAIS DA LEVODOPA NA DOENÇA DE PARKINSON. A levodopa é convertida em dopamina no organismo. Melhora todas as principais características clínicas do parkinsonismo, costuma ser particularmente útil contra a hipocinesia. Ainda existe um desacordo quan-to ao melhor momento para iniciar o tratamento com levodopa. A preocupação com a perda da eficácia da levodopa no decorrer do tempo (em oposição ao avanço da doença) é equivocada, mas algumas vezes ocorrem respostas flutuantes depois de o fármaco ter sido utili- zado durante vários anos, e isso pode ser especialmente incapacidade e difícil de tratar. Assim, pode ser melhor retardar a introdução da levodopa o máximo possível e, então, usar agonistas da dopamina (discutidos adiante) associados a ela, mantendo a dose de levodopa tão baixa quanto possível. O medicamento deve ser tomado 30 a 45 minutos antes das refeições para maximizar a absor- ção e a captação para dentro do cérebro. Efeitos colaterais: • Náuseas • Vômitos • Hipotensão • Movimentos anormais (discinesias) • Inquietude e confusão Arritmias cardía-cas ocorrem ocasionalmente. As discinesias tardias e os efeitos colaterais comportamentais ocorrem como fenômenos relacionados ao fármaco, mas a redução na dose pode diminuir qualquer benefício terapêutico. O tratamento com olanzapina, quetiapina ou risperidona pode aliviar a confusão e os distúrbios mentais psicóti-cos, sem bloquear os efeitos da levodopa ou exacerbar o parkinsonismo. A clozapina, um derivado da diben-zodiazepina que não bloqueia os efeitos terapêuticos da medicação dopaminérgica, também pode melhorar a confusão e os distúrbios mentais psicóticos e, em alguns casos, as discinesias, mas esse fármaco requer uma monitoração regular da contagem de leucócitos. Outra complicação tardia da levodopa é a flutua-ção da resposta, como o efeito de deterioração no final da dose ou efeito wearing-off,* no qual a deterioração ocorre um pouco antes da administração da próxima dose, ou o fenômeno on-off, (“liga-desliga”) no qual ocorrem flutuações abruptas, mas transitórias, na gra- vidade do parkinsonismo em intervalos frequentes https://www.einstein.br/doencas-sintomas/parkinson 6 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA durante o dia, aparentemente sem qualquer relação com a última dose de levodopa. Este problema, às vezes, incapacitante pode ser controlado apenas par- cialmente pela variação dos intervalos entre as doses, pela restrição de ingestão proteica na dieta ou pelo fornecimento de tratamento com agonistas da dopa- mina. O problema pode estar relacionado a níveis não contínuos (pulsáteis) da dopamina cerebral. Greenberg, David, A. et al. Neurologia clínica. Disponível em: Minha Biblioteca, (8th edição). Grupo A, 2014. DISPARADORES: https://www.youtube.com/watch?v=KIK1YH1Lvu4 https://www.youtube.com/watch?v=7UO9YSSvoRc https://www.youtube.com/watch?v=tPdfGGBqeSU& pp=qAMBugMGCgJwdBAB https://www.youtube.com/watch?v=BpGC4vl4BTc REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: · MACHADO, Angelo. Neuroanatomia funcional. Rio de Janeiro, Atheneu, 2002. · DUUS, Diagnóstico topográfico em neurologia, Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 4ª edição, 2008 ·TAKAYANAGUI, Osvaldo, Tratado de neurologia da academia brasileira de neurologia, editora Elsevier, 1a edição, 2013.· BARBOSA, Egberto, Transtornos do movimento, diagnóstico e tratamento, Academia brasileira de neurologia, Editora Omnifarma, 1a edição, 2013. · MERRIT, Tratado de neurologia, Rio de Janeiro, Editora Guanabara Koogan, 11a edição, 2007. · Radanovic, Márcia; Neurologia Básica para profissionais da área de saúde- São Paulo : Editora Atheneu, 2015. · Brasil Neto, J. P ; Tratado de Neurologia da Academia Brasileira de Neurologia 1° ed- Riode Janeiro : Elsevier 2013. IRAT: 01) Sobre a Esclerose Múltipla, assinale a afirmativa correta. a) O sinal de Lhermitte é um achado positivo na Esclerose Múltipla referenciado como uma sensação de choque elétrico descendo pela coluna ao se fletir o pescoço, decorrente da lesão do corno posterior da medula espinhal. V – corno posterior = corno sensitivo b) Paresia, espasticidade, hiperreflexia e clônus são sinais e sintomas demonstrados por pacientes com Esclerose Múltipla que apresentam Síndrome do Neurônio Motor Inferior. F – a esclerose com síndrome do neurônio motor inferior cursa com hiporreflexia/arreflexia. Essa descrição da alternativa combina mais com a síndrome do neurônio motor superior. c) A Esclerose Múltipla é uma doença autoimune na qual o processo inflamatório resulta na destruição das células de Schwann causando desmielinização e áreas de gliose. F – as células de Schwann são células responsáveis pela criação da bainha de mielina no SNP. A EM não afeta os nervos periféricos porque as células de Schwann são poupadas na doença. https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/bainha -de-mielina-e-mielinizacao https://doutorcerebro.com.br/neurologia-clinica- doencas-que-tratamos/esclerose-multipla/ d) Indivíduos com Esclerose Múltipla demonstram uma reação adversa, conhecida como sintoma de Uthoff, ao estresse, causando piora dos sintomas e exacerbações da doença. F – Fenômeno de Uhthoff (FU) consiste no reaparecimento de sintomas durante a elevação da temperatura corporal. Inicialmente foi descrito na neurite óptica. A causa desse sintoma é a remielinização anômala dos axônios afetados. https://www.youtube.com/watch?v=KIK1YH1Lvu4 https://www.youtube.com/watch?v=7UO9YSSvoRc https://www.youtube.com/watch?v=tPdfGGBqeSU&pp=qAMBugMGCgJwdBAB https://www.youtube.com/watch?v=tPdfGGBqeSU&pp=qAMBugMGCgJwdBAB https://www.youtube.com/watch?v=BpGC4vl4BTc https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/bainha-de-mielina-e-mielinizacao https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/bainha-de-mielina-e-mielinizacao https://doutorcerebro.com.br/neurologia-clinica-doencas-que-tratamos/esclerose-multipla/ https://doutorcerebro.com.br/neurologia-clinica-doencas-que-tratamos/esclerose-multipla/ 7 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA https://esclerosemultipla.com.br/2013/09/26/o- fenomeno-de-uhthoff/ A síndrome de Uhthoff é um sintoma de esclerose múltipla caracterizada pelo agravamento ou obscurecimento da visão causado por um aumento da temperatura, geralmente associado ao exercício ou superaquecimento. https://amigosmultiplos.org.br/noticia/fenomeno- uhthoff-resumo-para-recordar-ou-descobrir-os- pontos-mais- importantes/#:~:text=A%20s%C3%ADndrome%20d e%20Uhthoff%20%C3%A9,associado%20ao%20exer c%C3%ADcio%20ou%20superaquecimento. Área de gliose: liose ou microangiopatia são os termos usados para descrever as pequenas manchas brancas na substância branca do nosso cérebro, que podem ocorrer em alguns indivíduos, sobretudo naqueles com histórico de doenças crônicas, como doença renal, hipertensão, diabetes, doenças cardíacas, ou aqueles que tenham sido submetidos a cirurgias cardíacas, etc. Podem também ser encontradas no processo natural do envelhecimento. http://www.ineuro.com.br/para-os- pacientes/gliose/#:~:text=Gliose%20ou%20microan giopatia%20s%C3%A3o%20os,ou%20aqueles%20qu e%20tenham%20sido Sinal de Lhermitte: síndrome da cadeira de barbeiro: É uma sensação repentina semelhante a um choque elétrico que passa pela parte de trás do pescoço e pela coluna, e pode irradiar para os braços e as pernas. Geralmente é desencadeado ao dobrar a cabeça para frente em direção ao peito. É classificado comum um tipo de dor nervosa (neuropática). Este sinal recebe o nome do neurologista francês que publicou um artigo sobre essa condição em 1924. Refere-se a uma sensação de choque elétrico, que irradia para as costas e para as pernas quando o pescoço é flexionado. Este é um sinal de lesão do nervo que pode ser vista quando o pescoço está numa posição de flexão e os nervos correspondentes são esticados. A condição está associada com a EM, mas não é considerada como diagnóstico, pois pode ter diversas outras causas, como compressões medulares, trauma medular, deficiência de vitamina B12 dentre outras. https://victorbarboza.com.br/sinal-de- lhermitte/#:~:text=O%20sinal%20de%20Lhermitte% 20%C3%A9,frente%20em%20dire%C3%A7%C3%A3 o%20ao%20peito. https://esclerosemultipla.com.br/sobre- em/entendendo-a-esclerose-multipla/sinais-e- sintomas/ Neurônio motor inferior é o 2° neurônio. Neurônio motor superior é o 1° neurônio. Síndrome do 1° neurônio motor: Associada à paralisia espástica, a síndrome piramidal pode ser oriunda tanto de lesões acima do nível da decussação das pirâmides bulbares ou abaixo. No primeiro caso, poderemos observar sintomas contralaterais ao lado da lesão, enquanto que no segundo, iremos perceber achados homolaterais. Nos estágios iniciais poderemos observar sinais e sintomas relacionados ao que chama-se de choque medular, de modo que possamos observar a princípio paralisia, hipotonia e arreflexia. Com o passar do tempo, dias ou semanas ou meses, esses achados costumam regredir, dando lugar à novos, como hipertonia (embora não muito elucidado, acredita-se que as vias de reflexo e involuntárias seriam desinibidas) e hiperreflexia, além disso, a paralisia costuma regredir um pouco. Resumidamente, seus sinais e sintomas decorrem de interrupção anatômica- funcional do trato corticoespinal e teremos sintomas deficitários como fraqueza muscular (paresia/plegia) de predomínio distal e da musculatura antigravitária, assimetria ou abolição total do reflexo cutaneoabdominal e atrofia muscular tardia (por desuso). Ademais, teremos sintomas de liberação (positivos) como hipertonia elástica (sinal do canivete) – Espasticidade, sincinesias (movimentos anormais de contração em membros paréticos ao estímulo de seu homólogo contralateral) hiperreflexia de reflexos tendinosos profundos (policinesia e sinreflexia podem estar presentes) e presença reflexos patológicos superficiais como o sinal de Babinski (hiperextensão do hálux) e seus sucedâneos, Hoffman e Tromner, além da presença de clônus. Por fim, podemos observar ainda uma marcha típica de lesão do 1° neurônio motor, que seria a parético-espástica (hemiplégica, ceifante; ou em tesoura no caso de acometimento bilateral). Causas e Doenças relacionadas ao 1° Neurônio Motor Acidentes Vasculares Encefálicos, tumores, doenças desmielinizantes como a esclerose múltipla, processos degenerativos como a ELA, traumatismos e infecções. O 2° neurônio motor é uma espécie de via final para os tratos motores, um acometimento do mesmo irá levar a abolição de todos os atos motores, sejam eles voluntários, automáticos ou mesmo reflexos. A fraqueza muscular (paresia/plegia) nesse caso pode ser tanto focal quanto generalizada (geralmente é segmentar assimétrica), há hipotonia, atrofia muscular mais acentuada e precoce, hiporreflexia (ou mesmo arreflexia) que poder ser tanto superficial quanto profunda, porém costuma ter reflexos superficiais preservados e ausência de reflexos patológicos. Há ainda presença de fasciculações devido aos processos de degeneração e regeneração dos músculos comprometidos. Observamos ainda, uma marcha parética ou escarvante (paciente arrasta a parte anterior do pé e levanta a coxa para compensar e andar logo após ver o pé “caindo”).Causas e Doenças relacionadas ao 2° Neurônio Motor https://esclerosemultipla.com.br/2013/09/26/o-fenomeno-de-uhthoff/ https://esclerosemultipla.com.br/2013/09/26/o-fenomeno-de-uhthoff/ https://amigosmultiplos.org.br/noticia/fenomeno-uhthoff-resumo-para-recordar-ou-descobrir-os-pontos-mais-importantes/#:~:text=A%20s%C3%ADndrome%20de%20Uhthoff%20%C3%A9,associado%20ao%20exerc%C3%ADcio%20ou%20superaquecimento https://amigosmultiplos.org.br/noticia/fenomeno-uhthoff-resumo-para-recordar-ou-descobrir-os-pontos-mais-importantes/#:~:text=A%20s%C3%ADndrome%20de%20Uhthoff%20%C3%A9,associado%20ao%20exerc%C3%ADcio%20ou%20superaquecimento https://amigosmultiplos.org.br/noticia/fenomeno-uhthoff-resumo-para-recordar-ou-descobrir-os-pontos-mais-importantes/#:~:text=A%20s%C3%ADndrome%20de%20Uhthoff%20%C3%A9,associado%20ao%20exerc%C3%ADcio%20ou%20superaquecimento https://amigosmultiplos.org.br/noticia/fenomeno-uhthoff-resumo-para-recordar-ou-descobrir-os-pontos-mais-importantes/#:~:text=A%20s%C3%ADndrome%20de%20Uhthoff%20%C3%A9,associado%20ao%20exerc%C3%ADcio%20ou%20superaquecimento https://amigosmultiplos.org.br/noticia/fenomeno-uhthoff-resumo-para-recordar-ou-descobrir-os-pontos-mais-importantes/#:~:text=A%20s%C3%ADndrome%20de%20Uhthoff%20%C3%A9,associado%20ao%20exerc%C3%ADcio%20ou%20superaquecimento https://amigosmultiplos.org.br/noticia/fenomeno-uhthoff-resumo-para-recordar-ou-descobrir-os-pontos-mais-importantes/#:~:text=A%20s%C3%ADndrome%20de%20Uhthoff%20%C3%A9,associado%20ao%20exerc%C3%ADcio%20ou%20superaquecimento http://www.ineuro.com.br/para-os-pacientes/gliose/#:~:text=Gliose%20ou%20microangiopatia%20s%C3%A3o%20os,ou%20aqueles%20que%20tenham%20sido http://www.ineuro.com.br/para-os-pacientes/gliose/#:~:text=Gliose%20ou%20microangiopatia%20s%C3%A3o%20os,ou%20aqueles%20que%20tenham%20sido http://www.ineuro.com.br/para-os-pacientes/gliose/#:~:text=Gliose%20ou%20microangiopatia%20s%C3%A3o%20os,ou%20aqueles%20que%20tenham%20sido http://www.ineuro.com.br/para-os-pacientes/gliose/#:~:text=Gliose%20ou%20microangiopatia%20s%C3%A3o%20os,ou%20aqueles%20que%20tenham%20sido https://victorbarboza.com.br/sinal-de-lhermitte/#:~:text=O%20sinal%20de%20Lhermitte%20%C3%A9,frente%20em%20dire%C3%A7%C3%A3o%20ao%20peito https://victorbarboza.com.br/sinal-de-lhermitte/#:~:text=O%20sinal%20de%20Lhermitte%20%C3%A9,frente%20em%20dire%C3%A7%C3%A3o%20ao%20peito https://victorbarboza.com.br/sinal-de-lhermitte/#:~:text=O%20sinal%20de%20Lhermitte%20%C3%A9,frente%20em%20dire%C3%A7%C3%A3o%20ao%20peito https://victorbarboza.com.br/sinal-de-lhermitte/#:~:text=O%20sinal%20de%20Lhermitte%20%C3%A9,frente%20em%20dire%C3%A7%C3%A3o%20ao%20peito https://esclerosemultipla.com.br/sobre-em/entendendo-a-esclerose-multipla/sinais-e-sintomas/ https://esclerosemultipla.com.br/sobre-em/entendendo-a-esclerose-multipla/sinais-e-sintomas/ https://esclerosemultipla.com.br/sobre-em/entendendo-a-esclerose-multipla/sinais-e-sintomas/ 8 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA Poliomielite anterior aguda, esclerose lateral amiotrófica, amiotrofia mielopática infantil, siringomielia, polineuropatia periférica, radiculopatias, mononeuropatias e neuropatias múltiplas. https://www.sanarmed.com/sindrome-do-1-e-2- neuronio-motor-colunistas 02) Mulher jovem apresenta sinal de Lhermitte e alteração da marcha há dois anos. Atualmente, evolui com fraqueza de membros inferiores associada à perda visual monocular dolorosa e quadro depressivo. A ressonância magnética evidencia múltiplas lesões no sistema nervoso central e na coluna cervical, além de liquor com presença de bandas oligoclonais. O provável diagnóstico, nesse caso, é: a) hérnia de disco F – o quadro clínico depende do nível acometido e do tamanho e grau de compressão da herniação discal. O quadro álgico apresenta-se com cervicalgia que piora com a execução de movimentos. Irradiando-se para trajeto radicular associado com parestesias, redução dos reflexos osteotendinosos profundos e da força em miótomo correspondente. Os sinais de Lhermitte (sensação de choque elétrico irradiando para coluna durante hiperflexação da cabeça) e Spurling (dores irradiadas para o braço e parestesias com a cabeça em hiperextensão e ligeiramente inclinada para o lado sintomático) podem estar presentes. Não cursa com perda visual. https://joselopesneuro.com.br/2017/07/30/hernia- de-disco- cervical/#:~:text=Os%20sinais%20de%20Lhermitte% 20e,inclinada%20para%20o%20lado%20sintom%C3 %A1tico. b) esclerose múltipla c) esclerose lateral amiotrófica F – por ser fraqueza de MMII. d) acidente vascular isquêmico F – não associado a perda visual monocular dolorosa Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA): É provocada pela degeneração progressiva no primeiro neurônio motor superior no cérebro e no segundo neurônio motor inferior na medula espinhal. Não se conhece a causa específica para a ELA. Parece que a utilização excessiva da musculatura favorece o mecanismo de degeneração da via motora, por isso os atletas representam a população de maior risco. Outra causa provável é que dieta rica em glutamato seja responsável pelo aparecimento da doença em pessoas predispostas. O principal sintoma é a fraqueza muscular, acompanhada de endurecimento dos músculos (esclerose), inicialmente num dos lados do corpo (lateral) e atrofia muscular (amiotrófica), mas existem outros: cãimbras, tremor muscular, reflexos vivos, espasmos e perda da sensibilidade. https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e- sintomas/esclerose-lateral-amiotrofica-ela/ 03) Em relação à Esclerose Múltipla (EM), analise as seguintes assertivas: I. A definição de surto é considerada um evento inflamatório, afetando o sistema nervoso central e caracterizado por infiltrado perivascular com componente polimórfico. F - Na EM as lesões surgem, especialmente, na substância periventricular, no corpo caloso, no trato óptico, cerebelo, tronco e medula espinhal. As chamadas “placas” são áreas de desmielinização e infiltrado mononuclear nos espaços perivasculares, seguidos por gliose, lesão axonal e destruição fibrilar dos oligodendrócitos. https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS- 8VVNRK/2/disserta__o_vers_o_final.pdf II. No quadro clínico, pode-se observar paresia de membros inferiores e/ou superiores e redução da acuidade visual. V - São sintomas comuns da esclerose múltipla a hipoestesia nos membros ou de um lado da face, perda visual unilateral, e a fraqueza motora ou subaguda. E ainda, a diplopia, distúrbios da marcha e parestesias. Para mais, também são comuns o acometimentos da bexiga (ex: urgência urinária, incontinência, polaciúria), vertigem e ataxia motora. https://www.eumedicoresidente.com.br/post/esclero se-multipla#quais-os-sintomas III. A definição de surto é considerada o achado de marcadores biológicos de inflamação no líquor, incluindo bandas oligoclonais em um período de 24 horas do início dos sintomas. F – a definição correta é a da alternativa IV. IV. A definição de surto é considerada um evento clínico sugestivo de lesão desmielinizante, inflamatório agudo, com duração superior a 24 horas e ocorrendo em paciente afebril. V. O aparecimento de uma síndrome clínica isolada (p.ex., neurite óptica) pode estar associada ao aparecimento de EM. V – neurite óptica é um processo inflamatório de um ou de ambos os nervos ópticos de origem desmielinizante, auto-imune ou infeccioso. A neurite óptica desmielinizante é a causa mais comum de perda visual transitória em adultos jovens e uma das manifestações mais frequentes da esclerose múltipla, ocorrendo como sintoma inicial em 15% a 20% dos casos e, no seu curso, em mais da metade dos casos. file:///C:/Users/Cliente/Downloads/marcos_aur_lio_ moreira.pdf Quais estão corretas? a) Apenas II e III. b) Apenas II e IV. c) Apenas I, II e V. d) Apenas I, IV e V. e) Apenas II, IV e V. EM: É uma doença desmielinizante do SNC de natureza inflamatória, crônica e progressiva. A destruição da bainha demielina e a degeneração axonal resultam em lesões dispersas no SNC, com predileção para os https://www.sanarmed.com/sindrome-do-1-e-2-neuronio-motor-colunistas https://www.sanarmed.com/sindrome-do-1-e-2-neuronio-motor-colunistas https://joselopesneuro.com.br/2017/07/30/hernia-de-disco-cervical/#:~:text=Os%20sinais%20de%20Lhermitte%20e,inclinada%20para%20o%20lado%20sintom%C3%A1tico https://joselopesneuro.com.br/2017/07/30/hernia-de-disco-cervical/#:~:text=Os%20sinais%20de%20Lhermitte%20e,inclinada%20para%20o%20lado%20sintom%C3%A1tico https://joselopesneuro.com.br/2017/07/30/hernia-de-disco-cervical/#:~:text=Os%20sinais%20de%20Lhermitte%20e,inclinada%20para%20o%20lado%20sintom%C3%A1tico https://joselopesneuro.com.br/2017/07/30/hernia-de-disco-cervical/#:~:text=Os%20sinais%20de%20Lhermitte%20e,inclinada%20para%20o%20lado%20sintom%C3%A1tico https://joselopesneuro.com.br/2017/07/30/hernia-de-disco-cervical/#:~:text=Os%20sinais%20de%20Lhermitte%20e,inclinada%20para%20o%20lado%20sintom%C3%A1tico https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/esclerose-lateral-amiotrofica-ela/ https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/esclerose-lateral-amiotrofica-ela/ https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8VVNRK/2/disserta__o_vers_o_final.pdf https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8VVNRK/2/disserta__o_vers_o_final.pdf https://www.eumedicoresidente.com.br/post/esclerose-multipla#quais-os-sintomas https://www.eumedicoresidente.com.br/post/esclerose-multipla#quais-os-sintomas file:///C:/Users/Cliente/Downloads/marcos_aur_lio_moreira.pdf file:///C:/Users/Cliente/Downloads/marcos_aur_lio_moreira.pdf 9 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA nervos ópticos, tronco cerebral, medula espinhal e substância branca periventricular. Tais lesões disseminam-se no tempo e no espaço, resultando em déficits neurológicos de curso variável. https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS- 8VVNRK/2/disserta__o_vers_o_final.pdf A EM é uma doença dual, inflamatória e degenerativa do SNC, que evolui com exacerbação do quadro inflamatório de forma recorrente e essa recorrência é denominada “surto” ou “recorrência”. Embora possa evoluir de forma progressiva desde o início, essa evolução é rara, só ocorrendo em 10% dos pacientes, e todos os demais apresentam surtos e remissão (80%) ou surtos com progressão. A definição de surto é necessária, pois a piora transitória de pacientes que apresentam lesões desmielinizantes pode ocorrer quando esses se expõem a temperaturas elevadas, como descreveu Uthoff, ou a infecções sistêmicas. Nesses casos, essa piora dura alguns minutos ou até mesmo algumas horas, mas não mais de 24 horas, sendo atribuída a diminuição da passagem do impulso nervoso pela bainha de mielina, durante maior exposição a altas temperaturas. Poser et al. definiram surto como um sinal/sintoma neurológico que dure mais de 24 horas e essa definição se mantém nos atuais critérios revisados de McDonald. A presença de mais de um surto na história do paciente, associado a sinais de déficits neurológicos que não podem ser explicados por topografia única, caracteriza a distribuição da doença no tempo (DIT) e no espaço (DIS). Essa definição é aplicada até hoje e nos critérios revisados de McDonald. https://amb.org.br/files/_BibliotecaAntiga/esclerose_ mutipla_surto_agudo.pdf https://www.eumedicoresidente.com.br/post/esclero se-multipla#quais-os-sintomas CIS: Síndrome clinicamente isolada (CIS) é o termo usado para descrever seu primeiro episódio de sintomas neurológicos que duram pelo menos 24 horas e não são causados por qualquer outra coisa (como febre ou infecção). Isso pode ser um indicador do que pode vir a ser esclerose múltipla. https://amigosmultiplos.org.br/noticia/cis-e-em-qual- e-a- diferenca/#:~:text=S%C3%ADndrome%20clinicamen te%20isolada%20(CIS)%20%C3%A9%20o%20termo %20usado%20para%20descrever,vir%20a%20ser%2 0esclerose%20m%C3%BAltipla. 04) Em relação ao tratamento da esclerose múltipla. O parâmetro que melhor norteia a decisão de tratamento é? a) Carga lesional à ressonância nuclear magnética. F – critérios de McDonald – usados para diagnóstico b) Taxa anualizada de surtos. F - É usada para avaliar o efeito do tratamento. ? c) EDSS. F – a Escala Expandida do Estado de Incapacidade é utilizada para avaliar/estagiar (nível de acometimento) a doença. d) Grau de atividade inflamatória medida por uma composição entre taxa de surtos, carga lesional e topografia de lesões. Os tratamentos medicamentosos disponíveis para EM buscam reduzir a atividade inflamatória e os surtos ao longo dos anos contribuindo para a redução do acúmulo de incapacidade durante a vida do paciente (3). Além do foco na doença, tratar os sintomas como os urinários e a fadiga é muito importante para qualidade de vida do paciente. Os medicamentos utilizados na EM devem ser indicados pelo médico neurologista que vai analisar caso a caso. https://aps-repo.bvs.br/aps/o-que-e-esclerose- multipla-e-quais-suas-causas-e-sintomas/ A Esclerose múltipla (EM) é uma doença autoimune que acomete o sistema nervoso central (SNC), mais especificamente a substância branca, causando desmielinização e inflamação. Afeta usualmente adultos na faixa de 18-55 anos de idade, mas casos fora destes limites têm ocorrido. Há quatro formas de evolução clínica: remitente- recorrente (EM-RR), primariamente progressiva (EM- PP), primariamente progressiva com surto (EM-PP com surto) e secundariamente progressiva (EM-SP). A forma mais comum é a EM-RR, representando 85% de todos os casos no início de sua apresentação. A forma EM-SP é uma evolução natural da forma EM-RR em 50% dos casos após 10 anos do diagnóstico (em casos sem tratamento - história natural). As formas EM-PP e EM-PP com surto perfazem 10%-15% de todos os casos. O quadro clínico se manifesta, na maior parte das vezes, por surtos ou ataques agudos, podendo entrar em remissão de forma espontânea ou com o uso de corticosteroides (pulsoterapia). Os sintomas mais comuns são neurite óptica, paresia ou parestesia de membros, disfunções da coordenação e equilíbrio, mielites, disfunções esfincterianas e disfunções cognitivo-comportamentais, de forma isolada ou em combinação. Recomenda-se atentar para os sintomas cognitivos como manifestação de surto da doença, https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8VVNRK/2/disserta__o_vers_o_final.pdf https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8VVNRK/2/disserta__o_vers_o_final.pdf https://amb.org.br/files/_BibliotecaAntiga/esclerose_mutipla_surto_agudo.pdf https://amb.org.br/files/_BibliotecaAntiga/esclerose_mutipla_surto_agudo.pdf https://www.eumedicoresidente.com.br/post/esclerose-multipla#quais-os-sintomas https://www.eumedicoresidente.com.br/post/esclerose-multipla#quais-os-sintomas https://amigosmultiplos.org.br/noticia/cis-e-em-qual-e-a-diferenca/#:~:text=S%C3%ADndrome%20clinicamente%20isolada%20(CIS)%20%C3%A9%20o%20termo%20usado%20para%20descrever,vir%20a%20ser%20esclerose%20m%C3%BAltipla https://amigosmultiplos.org.br/noticia/cis-e-em-qual-e-a-diferenca/#:~:text=S%C3%ADndrome%20clinicamente%20isolada%20(CIS)%20%C3%A9%20o%20termo%20usado%20para%20descrever,vir%20a%20ser%20esclerose%20m%C3%BAltipla https://amigosmultiplos.org.br/noticia/cis-e-em-qual-e-a-diferenca/#:~:text=S%C3%ADndrome%20clinicamente%20isolada%20(CIS)%20%C3%A9%20o%20termo%20usado%20para%20descrever,vir%20a%20ser%20esclerose%20m%C3%BAltipla https://amigosmultiplos.org.br/noticia/cis-e-em-qual-e-a-diferenca/#:~:text=S%C3%ADndrome%20clinicamente%20isolada%20(CIS)%20%C3%A9%20o%20termo%20usado%20para%20descrever,vir%20a%20ser%20esclerose%20m%C3%BAltipla https://amigosmultiplos.org.br/noticia/cis-e-em-qual-e-a-diferenca/#:~:text=S%C3%ADndrome%20clinicamente%20isolada%20(CIS)%20%C3%A9%20o%20termo%20usado%20para%20descrever,vir%20a%20ser%20esclerose%20m%C3%BAltipla https://amigosmultiplos.org.br/noticia/cis-e-em-qual-e-a-diferenca/#:~:text=S%C3%ADndrome%20clinicamente%20isolada%20(CIS)%20%C3%A9%20o%20termo%20usado%20para%20descrever,vir%20a%20ser%20esclerose%20m%C3%BAltiplahttps://aps-repo.bvs.br/aps/o-que-e-esclerose-multipla-e-quais-suas-causas-e-sintomas/ https://aps-repo.bvs.br/aps/o-que-e-esclerose-multipla-e-quais-suas-causas-e-sintomas/ 10 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA que atualmente vem ganhando relevância neste sentido. O diagnóstico é baseado nos Critérios de McDonald revisados, sendo o diagnóstico diferencial bastante amplo e complexo. Estes critérios são os adotados pela comunidade científica mundial para o diagnóstico de esclerose múltipla. O tratamento é preconizado apenas para as formas EM-RR e EM-SP, pois não há evidência de benefício para as demais6. O tratamento inicial deve ser feito com uma das opções dentre o glatirâmer e as betainterferonas (1a ou 1b), que são igualmente eficazes no controle das recidivas. O diagnóstico é feito com base nos Critérios de McDonald revisados (Tabela 1). Ressonância magnética (RM) do encéfalo demonstrará lesões características de desmielinização; devem ser realizados alguns exames laboratoriais (exames de anti-HIV e VDRL e dosagem sérica de vitamina B12) no sentido de excluir outras doenças de apresentação semelhante à EM. Deficiência de vitamina B12, neurolues ou infecção pelo HIV (o vírus HIV pode causar uma encefalopatia com imagens à RM semelhantes às que ocorrem na EM) apresentam quadros radiológicos semelhantes aos de EM, em alguns casos. O exame do líquor será exigido apenas no sentido de afastar outras doenças quando houver dúvida diagnóstica (por exemplo, suspeita de neurolues, ou seja, VDRL positivo no sangue e manifestação neurológica). O Potencial Evocado Visual também será exigido apenas quando houver dúvidas quanto ao envolvimento do nervo óptico pela doença. Uma lesão desmielinizante medular à RM de coluna pode ser considerada equivalente a uma lesão infratentorial para fins diagnósticos de EM; uma lesão impregnada pelo gadolínio deve ser considerada equivalente a uma lesão impregnada pelo contraste no encéfalo; lesões medulares podem ser associadas às lesões encefálicas para totalizar o número mínimo de lesões em T2 definido pelos Critérios de Barkhoff. A necessidade de o paciente apresentar 2 surtos para o diagnóstico atualmente pode ser substituída por 1 surto associado à progressão de lesões à RM (novas lesões ou surgimento de impregnação pelo gadolínio em lesões anteriormente não impregnadas, ou aumento do tamanho de lesões prévias), após o primeiro surto. Após o estabelecimento do diagnóstico, deve-se estadiar a doença, ou seja, estabelecer seu estágio ou nível de acometimento por meio da Escala Expandida do Estado de Incapacidade (Expanded Disability Status Scale - EDSS), que se anexa. O EDSS é a escala mais difundida para avaliação de EM. Possui vinte itens com escores que variam de 0 a 10, com pontuação que aumenta meio ponto conforme o grau de incapacidade do paciente. É utilizada para o estadiamento da doença e para monitorizar o seguimento do paciente. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO Serão incluídos neste protocolo de tratamentos os pacientes que apresentarem: -diagnóstico de EM pelos Critérios de McDonald revisados; -EM-RR (forma surto-remissão) ou EM-SP (forma secundariamente progressiva); -lesões desmielinizantes à RM; e -diagnóstico diferencial com exclusão de outras causas. Para receber o natalizumabe, os pacientes, além dos critérios citados, - devem ter apresentado falha terapêutica com glatirâmer e betainterferona anteriormente; - devem estar sem receber imunomodulador por pelo menos 45 dias ou azatioprina por 3 meses; - não podem ter sido diagnosticados com micose sistêmica nos últimos 6 meses, herpes grave nos últimos 3 meses, infecção por HIV, qualquer outra infecção oportunista nos últimos 3 meses ou infecção atual ativa; - devem ser encaminhados a infectologista ou pneumologista para afastar tuberculose se apresentarem lesões suspeitas à radiografia de tórax; e - devem apresentar ao hemograma neutrófilos(42) acima de 1.500/mm3 e linfócitos acima de 1.000/mm3. CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO Serão excluídos deste protocolo de tratamento os pacientes que apresentarem: -EM-PP ou EM-PP com surto; -incapacidade de adesão ao tratamento e de monitorização dos efeitos adversos; ou -intolerância ou hipersensibilidade aos medicamentos. 9. TRATAMENTO O tratamento de EM é baseado em ensaios clínicos da década de 1990, em que quatro fármacos foram testados contra placebo, todos com resultados favoráveis. Atualmente, há novos estudos head-to- head e também meta-análises de diferentes tratamentos. O uso de imunossupressores não é a primeira opção, mas a azatioprina mostrou-se eficaz, como demonstrado em alguns ensaios clínicos e em meta- 11 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA análise recente(10), sendo seu uso orientado neste protocolo. O uso de mitoxantrona, que parecia promissor, atualmente vem sendo evitado, pois diversas séries de casos demonstraram baixo perfil de segurança(11). O uso de corticosteroides a longo prazo não é recomendado no tratamento de EM(12), tampouco a associação de medicamentos devido à falta de evidências de benefício terapêutico(13). Em casos de EM-RR refratários a betainterferona, preconizase trocá-la por glatirâmer, pois há elevada taxa de anticorpos neutralizantes que reduzem a eficácia das interferonas14. Se após a troca persistirem os surtos e a progressão da doença, recomenda-se natalizumabe, anticorpo monoclonal que reduz a taxa de surtos e a progressão da incapacidade(15-19). O natalizumabe é o medicamento indicado para casos de refratariedade ou falha terapêutica aos imunomoduladores (interferonas ou glatirâmer). Portanto, a recomendação do natalizumabe deve ocorrer so-mente após ter sido tentado o uso de betainterferona e de glatirâmer. Se o paciente iniciou o tratamento para EM com glatirâmer e houve falha terapêutica, este deve ser substituído por betainterferona. Se esta também falhar, deve-se trocá- la por natalizumabe. Em outro cenário, se o paciente iniciou o tratamento com betainterferona e houve falha terapêutica, esta deve ser substituída por glatirâmer. Se houver nova falha terapêutica, recomenda-se a troca para natalizumabe. Reação adversa grave, a leucoencefalopatia multifocal progressiva (LEMP) já foi relatada quando em associação com betainterferona. Em função dos casos de LEMP, preconiza-se o uso do natalizumabe sem qualquer associação com outro imunomodulador ou imunossupressor, sendo esta uma condição indispensável para sua administração. Em suma, glatirâmer e betainterferonas, igualmente eficazes, são os fármacos de primeira escolha. A escolha muitas vezes é definida pela via de administração, por intervalo ou por perfil de efeitos adversos. A azatioprina deve ser utilizada em casos de pouca adesão às formas parenterais (intramuscular, subcutânea ou endovenosa), sendo uma opção menos eficaz(10). Recomenda-se que o natalizumabe seja iniciado em casos refratários tanto a betainterferonas quanto a glatirâmer. A metilprednisolona é recomendada para o tratamento de surto de EM, podendo ser utilizada por 3-5 dias, devendo-se suspender nesse período o uso de outros medicamentos. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2010 /prt0493_23_09_2010.html 05) Com relação à esclerose múltipla, é correto afirmar: a) Os surtos são mais frequentes durante a gestação. F - Antes de 1950, a maioria das mulheres com EM era aconselhada a evitar a gravidez por causa da crença de que isso poderia piorar a esclerose múltipla. Nos últimos 40 anos, muitos estudos foram feitos em centenas de mulheres com esclerose múltipla, e quase todos chegaram à conclusão oposta: a gravidez reduz o número de recaídas de esclerose múltipla, especialmente no segundo e terceiro trimestres. As mulheres que usam corticosteróides (por exemplo, metilprednisolona ou prednisona ) para surtos agudos da EM podem continuar a usá-las durante a gravidez. O uso de prednisonaem uma mulher que está amamentando deve ser cuidadosamente monitorado. https://amigosmultiplos.org.br/esclerose-multipla- e/gravidez/#:~:text=Efeitos%20da%20gravidez%20n a%20EM&text=Nos%20%C3%BAltimos%2040%20an os%2C%20muitos,no%20segundo%20e%20terceiro %20trimestres. b) Pode haver leve linfocitose e/ou leve aumento de proteína no líquor. V - A análise do líquido cefalorraquidiano tem sido empregada para avaliação diagnóstica da esclerose múltipla e a exclusão dos diagnósticos diferenciais. Os achados clássicos refletem a natureza inflamatória da doença, incluindo discreta pleocitose, leve hiperproteinorraquia, aumento da síntese intratecal de imunoglobulina G e, mais tipicamente, a presença de bandas oligoclonais. https://www.scielo.br/j/eins/a/tWPz8KGzVVvBfT4Nk NZZytN/?format=pdf&lang=pt c) No surto, a droga de escolha a ser empregada é o betaferon. F - Para o tratamento dos surtos, utiliza-se a pulsoterapia (administração de altas doses de medicamentos por curtos períodos de tempo) com corticosteróides sintéticos. O corticosteróide mais comum é a Metilprednisolona, administrado via endovenosa por três ou cinco dias. https://neurolife.com.br/o-que-ha-de-novo-no- tratamento-contra-a-esclerose- multipla/#:~:text=Para%20o%20tratamento%20dos %20surtos,por%20tr%C3%AAs%20ou%20cinco%20d ias. O Betaferon pode ser prescrito para adultos com EMRR ativa e pessoas com EMSP (secundária progressiva) que continuam a ter surtos incapacitantes. Ele também pode ser usado após um primeiro episódio de sintomas neurológicos (síndrome clinicamente isolada) para atrasar a conversão para esclerose múltipla. https://amigosmultiplos.org.br/noticia/conheca- melhor-o-seu-remedio- betaferon/#:~:text=O%20Betaferon%20pode%20ser %20prescrito,a%20convers%C3%A3o%20para%20es clerose%20m%C3%BAltipla. d) O uso de corticoide cronicamente diminui a frequência dos surtos. F - O uso de corticosteroides a longo prazo não é recomendado no tratamento de EM. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2010 /prt0493_23_09_2010.html e) Sinal de Lhermitte é a piora dos sintomas com aumento da temperatura corporal. F – esse é o fenômeno de uhtoff. O sinal de Lhermitte é uma sensação repentina semelhante a um choque https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2010/prt0493_23_09_2010.html https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2010/prt0493_23_09_2010.html https://amigosmultiplos.org.br/esclerose-multipla-e/gravidez/#:~:text=Efeitos%20da%20gravidez%20na%20EM&text=Nos%20%C3%BAltimos%2040%20anos%2C%20muitos,no%20segundo%20e%20terceiro%20trimestres https://amigosmultiplos.org.br/esclerose-multipla-e/gravidez/#:~:text=Efeitos%20da%20gravidez%20na%20EM&text=Nos%20%C3%BAltimos%2040%20anos%2C%20muitos,no%20segundo%20e%20terceiro%20trimestres https://amigosmultiplos.org.br/esclerose-multipla-e/gravidez/#:~:text=Efeitos%20da%20gravidez%20na%20EM&text=Nos%20%C3%BAltimos%2040%20anos%2C%20muitos,no%20segundo%20e%20terceiro%20trimestres https://amigosmultiplos.org.br/esclerose-multipla-e/gravidez/#:~:text=Efeitos%20da%20gravidez%20na%20EM&text=Nos%20%C3%BAltimos%2040%20anos%2C%20muitos,no%20segundo%20e%20terceiro%20trimestres https://amigosmultiplos.org.br/esclerose-multipla-e/gravidez/#:~:text=Efeitos%20da%20gravidez%20na%20EM&text=Nos%20%C3%BAltimos%2040%20anos%2C%20muitos,no%20segundo%20e%20terceiro%20trimestres https://www.scielo.br/j/eins/a/tWPz8KGzVVvBfT4NkNZZytN/?format=pdf&lang=pt https://www.scielo.br/j/eins/a/tWPz8KGzVVvBfT4NkNZZytN/?format=pdf&lang=pt https://neurolife.com.br/o-que-ha-de-novo-no-tratamento-contra-a-esclerose-multipla/#:~:text=Para%20o%20tratamento%20dos%20surtos,por%20tr%C3%AAs%20ou%20cinco%20dias https://neurolife.com.br/o-que-ha-de-novo-no-tratamento-contra-a-esclerose-multipla/#:~:text=Para%20o%20tratamento%20dos%20surtos,por%20tr%C3%AAs%20ou%20cinco%20dias https://neurolife.com.br/o-que-ha-de-novo-no-tratamento-contra-a-esclerose-multipla/#:~:text=Para%20o%20tratamento%20dos%20surtos,por%20tr%C3%AAs%20ou%20cinco%20dias https://neurolife.com.br/o-que-ha-de-novo-no-tratamento-contra-a-esclerose-multipla/#:~:text=Para%20o%20tratamento%20dos%20surtos,por%20tr%C3%AAs%20ou%20cinco%20dias https://neurolife.com.br/o-que-ha-de-novo-no-tratamento-contra-a-esclerose-multipla/#:~:text=Para%20o%20tratamento%20dos%20surtos,por%20tr%C3%AAs%20ou%20cinco%20dias https://amigosmultiplos.org.br/noticia/conheca-melhor-o-seu-remedio-betaferon/#:~:text=O%20Betaferon%20pode%20ser%20prescrito,a%20convers%C3%A3o%20para%20esclerose%20m%C3%BAltipla https://amigosmultiplos.org.br/noticia/conheca-melhor-o-seu-remedio-betaferon/#:~:text=O%20Betaferon%20pode%20ser%20prescrito,a%20convers%C3%A3o%20para%20esclerose%20m%C3%BAltipla https://amigosmultiplos.org.br/noticia/conheca-melhor-o-seu-remedio-betaferon/#:~:text=O%20Betaferon%20pode%20ser%20prescrito,a%20convers%C3%A3o%20para%20esclerose%20m%C3%BAltipla https://amigosmultiplos.org.br/noticia/conheca-melhor-o-seu-remedio-betaferon/#:~:text=O%20Betaferon%20pode%20ser%20prescrito,a%20convers%C3%A3o%20para%20esclerose%20m%C3%BAltipla https://amigosmultiplos.org.br/noticia/conheca-melhor-o-seu-remedio-betaferon/#:~:text=O%20Betaferon%20pode%20ser%20prescrito,a%20convers%C3%A3o%20para%20esclerose%20m%C3%BAltipla https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2010/prt0493_23_09_2010.html https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2010/prt0493_23_09_2010.html 12 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA elétrico que passa pela parte de trás do pescoço e pela coluna, e pode irradiar para os braços e as pernas. Geralmente, é desencadeado ao dobrar a cabeça para a frente em direção ao peito. https://victorbarboza.com.br/sinal-de- lhermitte/#:~:text=O%20sinal%20de%20Lhermitte% 20%C3%A9,frente%20em%20dire%C3%A7%C3%A3 o%20ao%20peito. 06) A doença de Parkinson é uma condição crônica e progressiva, com consequente acometimento da qualidade de vida dos pacientes acometidos. Quais sinais, dentre as alternativas a seguir, fazem parte da síndrome parkinsoniana? a) Aumento dos reflexos posturais e bradicinesia b) Diminuição dos reflexos posturais e taquicinesia c) Tremor e taquicinesia d) Tremor e bradicinesia e) Aumento dos reflexos posturais e tremor https://www.erichfonoff.com.br/doenca-de- parkinson/ 07) Das seguintes drogas, assinale a que não é causa de parkinsonismo: a) Biperideno F - O biperideno é uma droga anticolinérgica utilizada para tratar manifestações extrapiramidais, quer da doença de Parkinson, quer secundárias ao uso de antipsicóticos. https://www.scielo.br/j/rpc/a/VG4RrFDBcvCRnhj4HH kk4Jp/?lang=pt#:~:text=O%20biperideno%20%C3% A9%20uma%20droga,antipsic%C3%B3ticos%20(Bro cks%2C%201999). b) Metoclopramida V – é um antiemético; atua como antagonistas da dopamina c) Haloperidol V – é um antipsicótico típico; bloqueia os receptores da dopamina no cérebro d) Flunarizina V – é um antivertiginoso; é derivado piperazínico, com ação anti-histaminica, anti-serotoninérgica e anti- dopaminérgica. https://www.scielo.br/j/anp/a/W88pZgQjpygJ8MWV httxRgz/?format=pdf&lang=pt e) Risperidona V – é um antipsicótico atípico; atua como antagonista da dopamina Parkinsonismo ou síndrome parkinsoniana são termos utilizados para designar um conjunto de sinais e sintomas característicos, como tremor, rigidez, instabilidade postural, dificuldade e lentidão dos movimentos, que podem ter diferentes causas. A doença de Parkinson é a causa mais comum e conhecida de parkinsonismo, e trata-se de uma disfunção crônico-degenerativa do sistema nervoso central, associada à diminuição intensa da produção de dopamina. As outras causas de parkinsonismo são conhecidas como formas secundárias, síndromes parkinsonianas atípicas e doenças degenerativas hereditárias. O parkinsonismo induzido por medicamentos é uma forma secundária de parkinsonismo, e ocorre quando o indivíduo é exposto a um determinado medicamento que interfere na transmissão dopaminérgica. Acomete principalmente osidosos, devido às mudanças fisiológicas que ocorrem durante o envelhecimento e ao uso crônico de medicamentos que estão associados à indução da síndrome. https://cemedmg.wordpress.com/2018/06/18/parkin sonismo-induzido-por-medicamentos/ 08) João, 31 anos, portador de Esquizofrenia, faz tratamento ambulatorial recebendo Risperidona - 5mg/dia. Seu exame do estado mental é relevante para retardo psicomotor, com tremor grosseiro bilateral das mãos. Apresenta marcha com base ampla, com pouca expressão mímica. O quadro acima mais provavelmente remete-se a: https://victorbarboza.com.br/sinal-de-lhermitte/#:~:text=O%20sinal%20de%20Lhermitte%20%C3%A9,frente%20em%20dire%C3%A7%C3%A3o%20ao%20peito https://victorbarboza.com.br/sinal-de-lhermitte/#:~:text=O%20sinal%20de%20Lhermitte%20%C3%A9,frente%20em%20dire%C3%A7%C3%A3o%20ao%20peito https://victorbarboza.com.br/sinal-de-lhermitte/#:~:text=O%20sinal%20de%20Lhermitte%20%C3%A9,frente%20em%20dire%C3%A7%C3%A3o%20ao%20peito https://victorbarboza.com.br/sinal-de-lhermitte/#:~:text=O%20sinal%20de%20Lhermitte%20%C3%A9,frente%20em%20dire%C3%A7%C3%A3o%20ao%20peito https://www.erichfonoff.com.br/doenca-de-parkinson/ https://www.erichfonoff.com.br/doenca-de-parkinson/ https://www.scielo.br/j/rpc/a/VG4RrFDBcvCRnhj4HHkk4Jp/?lang=pt#:~:text=O%20biperideno%20%C3%A9%20uma%20droga,antipsic%C3%B3ticos%20(Brocks%2C%201999) https://www.scielo.br/j/rpc/a/VG4RrFDBcvCRnhj4HHkk4Jp/?lang=pt#:~:text=O%20biperideno%20%C3%A9%20uma%20droga,antipsic%C3%B3ticos%20(Brocks%2C%201999) https://www.scielo.br/j/rpc/a/VG4RrFDBcvCRnhj4HHkk4Jp/?lang=pt#:~:text=O%20biperideno%20%C3%A9%20uma%20droga,antipsic%C3%B3ticos%20(Brocks%2C%201999) https://www.scielo.br/j/rpc/a/VG4RrFDBcvCRnhj4HHkk4Jp/?lang=pt#:~:text=O%20biperideno%20%C3%A9%20uma%20droga,antipsic%C3%B3ticos%20(Brocks%2C%201999) https://www.scielo.br/j/anp/a/W88pZgQjpygJ8MWVhttxRgz/?format=pdf&lang=pt https://www.scielo.br/j/anp/a/W88pZgQjpygJ8MWVhttxRgz/?format=pdf&lang=pt https://cemedmg.wordpress.com/2018/06/18/parkinsonismo-induzido-por-medicamentos/ https://cemedmg.wordpress.com/2018/06/18/parkinsonismo-induzido-por-medicamentos/ 13 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA A) Parkinsonismo V – pct possui tremor grosseiro bilateral das mãos B) Distonia aguda F – é uma contração muscular aguda, normalmente dolorosa, de qualquer parte do corpo (requer tratamento imediato) C) Discinesia Tardia F – são movimentos involuntários, no caso de ser causa do uso do antipsicótico está relacionado com os movimentos de boca. D) Acatia F – é um efeito não exclusivo do antipsicótico. É uma sensação de inquietação, paciente não consegue ficar parado. Sem relação com o exposto na questão. 09) Em relação ao Parkinson, podemos afirmar que: I - Acomete preferencialmente homens com mais de 50 anos V – a doença é duas vezes mais comum em homens, sendo bastante incomum antes dos 50 anos. II - O marco patológico da doença é a presença de Corpos de Lewy e degeneração das vias nigroestriatais. V – os corpos de Lewy são formações redondas de proteínas anormais, que caracteristicamente na doença de Parkinson são encontrados acumulados na substância negra do mesencéfalo, associado a degeneração dos neurônios dopaminérgicos dessa região, o que resulta em degeneração das vias nigroestriatais. III - A presença de bradicinesia é fundamental para o diagnóstico de parkinsonismo V – a bradicinesia é característica da doença de Parkinson, como explicado previamente, em virtude da desregulação do sistema extra-piramidal que acontece em decorrência da degeneração das vias nigroestriatais. IV - A Tríade Clássica de Parkinson é Tremor de repouso, rigidez e bradicinesia a) Apenas II e III estão corretas b) Apenas I e III estão corretas c) Apenas I e IV estão corretas d) Todas estão corretas 10) Paciente, 75 anos, sexo masculino, comparece para avaliação clínica com queixa de tremor em membros superiores. Relata que o sintoma teria iniciado há cerca de 1 ano. Percebe o tremor principalmente em repouso e em membro superior direito. Ao exame neurológico: presença de tremor de repouso, assimétrico, com predomínio em membro superior direito associado a discreta rigidez e bradicinesia também em membro superior direito. Durante a avaliação da marcha, não se observa instabilidade postural. Qual a conduta medicamentosa mais adequada, nesse momento? a) Primidona para controle do tremor b) Propranolol para controle do tremor c) Levodopa para o controle da bradicinesia d) Anticolinérgico para controle de bradicinesia CONSIDERAÇÕES PROFESSOR: EM: • Síndrome piramidal, neurônio motor superior • Células de Schwann sistema nervoso periférico, EM atua mias nos oligodendrócitos Fenômeno de Uhthoff (FU): • Este fenômeno foi descrito pelo neurologista Wilhem Uhthoff em 1980 e consiste no reaparecimento de sintomas, semelhantes aos surtos que o paciente já apresentou, durante a elevação da temperatura corporal. • Dura poucos minutos a horas e regride à medida que a temperatura corporal se reduz até o normal. • Inicialmente foi descrito na neurite óptica mas pode aparecer como uma piora da força em algum membro, da sensibilidade ou de um desequilíbrio/incoordenação prévios, sempre condizente com algum sintoma que o paciente já apresentou. • A EM é uma doença heterogénea com uma grande variação nas características clínicas e patológicas, sugerindo diferentes vias de lesão tecidual. • Inflamação, desmielinização e degeneração axonal são os principais mecanismos patológicos que levam as manifestações clínicas dessa doença. • Entretanto, a causa da EM ainda é desconhecida. • A teoria mais aceita é a de que a EM começa com uma alteração autoimune inflamatória, mediada por linfócitos autorreativos. • Com o passar do tempo, a doença apresenta ativação das microglias e neurodegeneração crônica. • Inflamação acompanhada de destruição da barreira hematoencefálica (BHE), caracterizada como realce ao gadolínio na ressonância nuclear magnética (RNM), vista nos estágios precoces da doença • Células T inflamatorias , celulas B e macrofagos tipicamente vistos nos exames histopatológicos de biópsias de lesões de EM • Aumento de IgG e IgM no liquor e na circulação periférica desses pacientes • Redução da atividade da doença com o uso de imunomoduladores que reduzem a resposta Th1 – exemplo : betainterferon - , aumento da resposta Th2 e Th3 – exemplo: acetato de glatirâmer- ou bloqueio do movimento das células T através do sangue para dentro do SNC. - exemplo : natalizumabe 14 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA • A perda da mielina e de oligodendrócitos e lesão axonal são aspectos importantes da fisiopatologia da EM. • A progressão da doença envolve a fase degenerativa com atrofia cerebral e perda axonal. • Essa fase não está claramente relacionada com mecanismos imunes ou inflamatórios. • Não se pode subestimar também o fator susceptibilidade genética e um possível “gatilho”ambiental. • 2,5 milhões de pessoas no mundo • No brasil, segundo dados do ministério da saúde, estimam-se que haja 35 mil portadores da doença, e, destes, 13 mil já estão em fase em tratamento • Acometendo frequentemente adultos jovens, entre 20 e 40 anos, e é mais comum em mulheres (proporção de dois para um) e em indivíduos de cor branca. • Os surtos (desmielinização) ocorrem a partir do surgimento de um novo sintoma neurológico ou piora significativa de um sintoma “antigo”, com duração mínima de 24 horas • Os sintomas iniciais mais comuns compreendem alterações piramidais, visuais, cerebelares, sensitivas, de tronco cerebral e esfincterianas. • Os sinais piramidais são fraqueza muscular em um ou mais membros, espasticidade e sinais de liberação piramidal (hiperreflexia, sinal de Babinski e clônus). • As alterações cerebelares são caracterizadas porataxia de marcha, disartria e comprometimento da coordenação motora (dismetria). • Parestesias, usualmente descritas como formigamento ou adormecimento, podem estar acompanhadas de hipoestesia superficial e profunda em um ou mais membros, determinando, às vezes, nível sensitivo medular. • Os principais distúrbios visuais são diminuição aguda da acuidade visual, precedida ou não de dor, caracterizando neurite óptica, e escotomas, quase sempre reconhecidos como embaçamento visual. • O comprometimento esfinctérico apresenta-se sob a forma de incontinência ou retenção urinária e fecal. Fase inicial: • manifestações clínicas são inespecíficas, observando-se fadiga, fraqueza muscular, disfunção motora e sensitiva, déficits cognitivos, problemas de visão, alterações esfincterianas, tremores e desequilíbrio Estágios mais avançado: • ocorre múltiplas lesões dispersas na grande região do encéfalo e da medula espinhal • sintomas são mais graves, ocasionando disfagia, comprometimento visual grave, paralisia total dos membros inferiores, além de comprometimento dos membros superiores, déficit cognitivo, demência e distúrbios emocionais • Depressão associada • Marcada por surtos e remissão EDSS: • O EDSS é a escala mais difundida para avaliação de EM. • Possui vinte itens com escores que variam de 0 a 10, com pontuação que aumenta meio ponto conforme o grau de incapacidade do paciente. • É utilizada para o estadiamento da doença e para monitorizar o seguimento do paciente. Diagnóstico: • É definido através dos critérios de mcdonald, acompanhado da anamnese do paciente e exames laboratoriais • Para confirmação do diagnóstico definitivo de em os surtos precisam envolver diferentes áreas do snc, prolongarem-se por mais de 24 horas e estarem separados por um período de pelo menos um mês Tratamento: • O objetivo do tratamento farmacológico é a melhora clínica, o aumento da capacidade 15 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA funcional, a redução de comorbidades e a atenuação de sintomas. • Os glicocorticoides são utilizados para tratar os surtos, e fornecem benefício clínico a curto prazo, ao reduzir a intensidade e duração dos episódios agudos • As terapias modificadoras do curso da doença visam a reduzir as células imunes circulantes, suprimir a adesão destas ao epitélio, e consequentemente reduzir a migração para o parênquima e a resposta inflamatória decorrente. • Fisioterapia, fonoterapia, terapia ocupacional e apoio psicológico. Critérios de Mcdonald: O exame de LCR lombar na EM pode revelar celularidade normal ou aumento discreto do número de células (pleocitose abaixo de 50 células/mm3), perfil linfomonocitário, proteinorraquia (até 40 mg/dL) e glicorraquia normais. Já a eletroforese de proteínas do LCR por método de isoeletrofocalização pode revelar a presença de bandas oligoclonais (que não são patognomônicas de EM e podem ser encontradas em outras doenças do SNC, como panencefalite esclerosante subaguda, neuroesquistossomose, paraparesia espástica tropical, meningites crônicas por fungos, dentre outras) e aumento no índice de IgG. Classificação: • Remitente recorrente (em-rr): No diagnóstico, 85% dos indivíduos apresentam o tipo em-rr caracterizada pela ocorrência de surtos súbitos, com duração de dias ou semanas, e posterior recuperação. • Primariamente progressiva (em-pp): Segunda forma mais comum com aproximadamente 10% dos casos é a em-pp, a qual o paciente apresenta o surto, mas não se recupera totalmente, acumulando sequelas. • Progressiva recorrente (em-pr): Em-pr é considerada a forma mais rara da doença, representando menos de 5% dos indivíduos diagnosticados, com sintomas de surtos sobrepostos com progressão evidente das incapacitações. • Secundariamente progressiva (em-sp): A forma em-sp é o resultado de uma evolução lenta e progressiva da em-rr. Outra possibilidade: Em 1996: remitente-recorrente, secundária progressiva, primária progressiva e progressiva recidivante, esta última também denominada progressiva com surtos. Em 2014, e a partir de um consenso, foi sugerido o abandono da forma clínica progressiva recidivante por ser considerada vaga e se sobrepor aos outros cursos clínicos. A forma remitente-recorrente (EMRR) ou surto- remissão é caracterizado por ataques agudos de sinais e sintomas neurológicos, novos ou recorrentes, com duração de alguns dias a vários meses. Os surtos são seguidos de recuperação completa ou parcial e separados por períodos variáveis de condição neurológica estável sem atividade clínica da doença. A esclerose múltipla secundariamente progressiva (EMSP) é descrita como uma evolução da forma EMRR, e na maioria dos casos é diagnosticada retrospectivamente por histórico de piora gradual 16 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA após um curso da doença reincidente inicial, com ou sem exacerbações agudas durante o curso progressivo. A EMSP produz maior grau de deficiência neurológica fixa do que a EMRR. Para um paciente com EMRR o risco de apresentar a forma secundária progressiva é de 2% ao ano. A esclerose múltipla primária progressiva (EMPP) responde por 15% dos casos, e ao contrário da EMRR atinge igualmente ambos os sexos e uma faixa etária tardia com idade média de 40 anos. Tais pacientes não manifestam surtos, mas sim um declínio funcional constante desde o início da doença. PARKINSON: • A doença de Parkinson tem início insidioso, muitas vezes assimétrico. • Os sintomas cardinais da Sd. de Parkinson são: tremor, rigidez, bradicinesia e instabilidade postural. As principais causas de tremor em pacientes atendidos na Atenção Primaria são: • Exacerbação de tremor fisiológico • Tremor essencial (acomete 5% da população acima de 40 anos) • Síndromes parkinsonianas. É importante definir corretamente sua origem, pois o tratamento e o prognóstico são variados. É muito importante saber as drogas que causam Parkinsonismo. As principais são aquelas que tem ação dopaminérgica: • antipsicóticos (haloperidol, risperidona, clorpromazina, quetiapina, olanzapina) • antivertiginosos (metoclopramida, flunarizina, cinarizina). Medicações e substâncias associadas a exacerbação de tremor: • ácido valpróico, agonistas beta-adrenérgicos, amiodarona, antidepressivos tricíclicos, anfetaminas, atorvastatina, cafeína, carbamazepina, ciclosporina, corticoesteroides, fluoxetina, antipsicóticos, hipoglicemiantes, hormônios tireoidianos, lítio, metilfenidato, metoclopramida, pseudoefedrina, terbutalina e verapamil. O biperideno é uma das opções para o tratamento de parkinsonismo, apesar de pouco utilizada. Síndromes parkinsonianas caracterizam-se por, pelo menos, dois dos seguintes sinais clínicos: • bradicinesia, tremor de repouso, rigidez muscular e instabilidade postural. A Doença de Parkinson (DP), doença neurodegenerativa da substância nigra mesencefálica, é a principal causa de síndrome parkinsoniana. O desenvolvimento de Doença de Parkinson em pacientes psicóticos é raramente relatado na literatura. A complexidade diagnóstica, especialmente a possibilidade de os sintomas motores serem decorrentes do uso de antipsicóticos, dificulta a identificação da comorbidade. • A doença de Parkinson é uma das doenças neurodegenerativas mais prevalentes. • É causada pela degeneração de neurônios dopaminérgicos, situados na substância negra mesencefálica • Resulta em uma síndrome caracterizada principalmente por hipocinesia e espasticidade, sendo denominada Parkinsonismo. Paciente, 75 anos, com tremor de repouso, assimetrico, rigidez e bradicinesia, porém com 17 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA marcha normal (praticamente fecha Diagnóstico de Doença de Parkinson) O paciente apresenta sintomas clássicos de parkinsonismo.
Compartilhar