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Avaliação da Cefaleia em adultos Cefaleias primárias - Enxaqueca (ou migrânea) - Enxaqueca crônica - Enxaqueca vestibular - Enxaqueca hemiplégica - Enxaqueca com aura - Cefaleia de tosse primária - Cefaleia de esforço - Cefaleia por estímulo frio - Cefaleia em pontada Cefaleia do tipo tensional - Cefaleia tensional episódica Cefalalgias autonômicas do trigêmeo - Cefaleia em salvas - Hemicrania paroxística - Ataques de cefaleia neuralgiforme unilateral de curta duração Enxaqueca - Nem sempre é unilateral, qualidade latejante ou pulsátil - Pode incluir náuseas, vômitos, fotofobia, fonofobia ou osmofobia - Alguns fatores desencadeantes incluem o estresse, menstruação, estímulos visuais, jejum, vinho, distúrbios do sono e outros. - Pode vir relacionada a sensibilização de nociceptores primários e neurônios trigeminovasculares central -> hiperalgesia e alodinia Cefaleia do tipo tensional - É uma cefaleia de intensidade leve a moderada, bilateral, não latejante e sem outras características associadas Cefaleia em salvas - Faz parte das cefaleia idiopáticas assim como as cefalalgias trigeminais autonômicas - Isso porque os ataques são unilaterais e muitas vezes acompanhados de sintomas autonômicos - Caracterizada por crises de dor orbital, supraorbital ou temporal unilateral severa + fenômenos autonômicos - Possui sinais clínicos específicos como miose, lacrimejamento, sudorese facial e congestão nasal - Os ataques duram de 15 a 180 minutos - Pode atingir a intensidade total em poucos minutos - É transitória, durando menos de 01 a 02 horas Observação: os sintomas autonômicos são ipsilaterais à dor (do mesmo lado), inclui ptose, miose, lacrimejamento, rinorreia, edema periorbital, sudorese facial e congestão nasal. Cefaleia secundária - Causada por uma condição subjacente Avaliação da cefaleia - Descarte patologia subjacente grave - Investigue causas secundárias para a dor de cabeça - Determine o tipo de cefaleia, se primária ou secundária, usando o histórico do paciente - Pode haver sobreposição de sintomas (enxaqueca + cefaleia tensional) ou (enxaqueca + sinusite) - Investigue a frequência da dor, possíveis gatilhos e a incapacidade provocada pela dor Observação: Exames de imagem não são necessários na grande maioria dos pacientes, só é necessário nos pacientes com sinais de perigo que sugerem cefaleia secundária. Anamnese - Idade de início - Presença ou ausência de aura - Frequência, intensidade e duração da crise - Número de dias com dor de cabeça por mês - Tempo e modo de início - Qualidade, localização e irradiação da dor - Sintomas e anormalidades associados - História familiar de enxaqueca - Fatores de alívio e desencadeantes - Se melhora ou piora com a mudança de posição - Relação com comida/álcool - Resposta a tratamentos anteriores - Alterações do sono, exercícios, peso ou dieta - Efeitos do ciclo menstrual Exame físico - Pressão arterial e pulso - Auscultar sopro no pescoço, olhos e cabeça (malformação) - Palpar cabeça, pescoço e ombros - Verificar artérias temporais e cervicais - Examinar músculos da coluna e pescoço Isabela Santos - Med Resumos - Teste do estado mental - Exame de nervos cranianos - Fundoscopia - Otoscopia - Simetria nos testes motores, reflexos e sensoriais - Exame de marcha - Teste de romberg Exame de imagem - Ressonância magnética - Tomografia computadorizada Pacientes de baixo risco - Idade menor ou igual a 50 anos - Característica de dor de cabeça primária - Achados neurológicos normais - Sem comorbidades - Nenhum achado preocupante na anamnese ou exame físico NÃO NECESSITAM DE EXAMES DE IMAGEM Sinais de perigo - bandeiras vermelhas - Sinais sistêmicos (incluindo febre) - História de neoplasia - Déficit neurológico (incluindo diminuição da consciência) - Início súbito - Idade maior do que 50 anos - Mudança de padrão ou início recente - Cefaleia posicional (piora com a mudança de posição) - Desencadeada por espirros, tosse ou exercício - Cefaleia progressiva - Olho dolorido com características autonômicas - Início pós-traumático - Patologia do sistema imunológico (como HIV) - Uso excessivo de analgésicos (cefaleia por uso excessivo de medicamentos) Cefaleia de início recente - É quando há ausência de dores de cabeça semelhante no passado - Pode vir acompanhada de características de alto risco e sugere distúrbio grave - Deve ser realizado RM da cabeça com e sem contraste - Caso a RM não esteja disponível, deve ser realizado TC de crânio com e sem contraste Isabela Santos - Med Resumos Características de risco cefaleia de início recente - Idade maior do que 50 anos - Câncer ou novo tipo de dor de cabeça em pacientes oncológicos, sugere metástase - Febre e alteração do estado mental com ou sem rigidez nucal pode indicar meningite - Imunossupressão sugere uma infecção oportunista ou tumor Observação: pacientes que apresentam cefaleia de início recente e não possui sinais de perigo ou alteração no exame neurológico, são classificados como cefaleia primária Quando devo suspeitar de dor de cabeça secundária? - Dor estritamente unilateral que não muda de lado - Visão prejudicada ou ver halos ao redor da luz (sugere glaucoma, principalmente se a dor de cabeça for unilateral de curta duração) - Defeitos do campo visual (lesão da via óptica) - Perda de visão súbita, grave, unilateral (neurite óptica) - Náuseas, vômitos e piora da cefaleia com mudança de posição do corpo, déficit neurológico focal (tumor cerebral) - Cefaleia intermitente com sudorese generalizada, taquicardia e/ou hipertensão sustentada (sugere feocromocitoma) - Cefaleia matinal é inespecífica, pode ser cefaleia primária, secundária, abstinência de cafeína ou uso excessivo de medicamentos e outros. Cefaleias que devem ser avaliadas com urgência: - Cefaleia em trovão, atinge sua intensidade máxima em poucos segundos ou menos de um minuto após o início da dor (hemorragia subaracnóidea ou vasoconstrição cerebral) - Cefaleia com síndrome de Horner (dissecção da artéria cervical) - Cefaleia com suspeita de meningite (febre, alteração do estado mental, com ou sem rigidez de nuca) - Cefaleia com déficit neurológico global ou focal (PIC aumentada, com papiledema bilateral, episódios de náuseas e vômitos) - Cefaleia e possível exposição ao monóxido de carbono (a intensidade varia com o grau de intoxicação) Observação: exames laboratoriais, de imagem e LCR podem ser incluídos na avaliação Imagem - TC ou RM são as modalidades comuns usadas para diagnosticar cefaleia secundária - Indicado para pacientes com sinais de perigo/bandeira vermelha Isabela Santos - Med Resumos - Indicado também para pacientes que apresentam cefaleia de início recente sem características (sem náusea, não latejante, bilateral…) Tomografia computadorizada - Amplamente disponível - Feita em poucos minutos - Identifica hemorragia intracraniana e tumor - Altamente sensível para hemorragia - Mais segura para pacientes instáveis que requerem monitoramento e/ou suporte de vida - Observação: na RM é difícil identificar hemorragia sutil Ressonância magnética - É reservada para cefaleia com edema do disco óptico, dor trigeminal, cefaleia crônica com novas características ou cefaleia com sinais de alerta - RM é mais sensível do que a TC para as causas secundárias de cefaleia - Não deve ser solicitado TC quando a RM estiver disponível, exceto em situações de emergência Observação: imagens dos vasos pode ser realizada através de angiografia cerebral e cervical usando tomografia computadorizada ou angiografia por ressonância magnética Observação: a punção lombar é indicada para pacientes com cefaleia quando há suspeita de hemorragia subaracnóidea quando a TC de crânio vêm negativa ou normal e é indicada para casos de etiologia infecciosa, inflamatória ou neoplásica. Arterite de células gigantes temporal - É uma vasculite - Raramente ocorre antes dos 50 anos - Dor normalmente localizada sobre as áreas temporais, mas, pode ser frontal ou occipital - Leve ou grave - Febre, fadiga, perda de peso,sintomas visuais, perda visual monocular transitória e diplopia - Exames revelam VHS elevado e/ou proteina-C reativa sérica ou trombocitose - Diagnóstico alternativo com ultrassom doppler colorido Isabela Santos - Med Resumos Neuralgia trigeminal - Episódios súbitos, geralmente unilaterais, graves, breves, lancinantes, recorrentes - A dor segue a distribuição de 01 ou mais ramos do nervo trigêmeo - Pacientes com suspeita de neuralgia do trigêmeo OU com crises de dor limitados a 01 ou mais divisões do trigêmio sem causa óbvia -> devem ser submetidos a exames de imagem - RM e ARM da cabeça sem e com contraste para avaliar o nervo trigêmeo Herpes zoster agudo e neuralgia pós-herpética - Envolve os nervos cervicais e trigêmeos - Dor podrômica no dermátomo onde houve erupção - Fatores de risco como idade avançada, maior dor aguda e gravidade do exantema - Diagnóstico baseado nas lesões vesiculares características em um padrão dermatomal - Hipótese confirmada quando a dor dura mais de 04 meses na mesma distribuição do episódio de herpes zoster agudo Cefaleia hípnica - Cefaleia do despertador - Exclusivamente após os 50 anos - Dor de cabeça maçante, bilateral e que desperta o paciente do sono - Diagnóstico através da RM Cefaleia primária da tosse - Indivíduos acima de 40 anos - É desencadeada por tosse ou esforço na ausência de distúrbio intracraniano - Diagnóstico através da RM com e sem contraste Observação: características autonômicas ocorrem em cefalalgias autonômicas trigeminais, como cefaleia em salvas e enxaqueca Cefaleia crônica diária - Síndrome que engloba cefaleia primária e secundária - Observar a frequência das dores de cabeça ou duração - Exames de imagem para excluir uma causa secundária é indicado na avaliação inicial do paciente (principalmente dos que apresentam cefaleia hemicrania contínua, em salvas, paroxística e diária persistente) Isabela Santos - Med Resumos Subtipos de cefaleia de longa duração, ou seja, duram 04 horas ou mais e são crônicas quando indicam uma frequência de 15 ou mais episódios por mês, por mais de 03 meses na ausência de patologia orgânica. - Enxaqueca crônica - Cefaleia episódica - Uso excessivo de medicamentos (precedida por cefaleia episódica que foi tratada com quantidades excessivas de medicamentos) - Hemicrania contínua (estritamente unilateral, acompanhada por sinais autonômicos e enxaqueca) - Cefaleia persistente diária (começa abruptamente e é diária) - Em salvas crônica - Hemicrania paroxística crônica (crises unilaterais, breves e intensas que se repetem várias vezes ao dia, dura de 02 a 30 minutos) - Cefaleia neuralgiforme (unilateral e de curta duração) - Cefaleia hípnica (cefaleia do despertador) - Cefaleia em pontada Isabela Santos - Med Resumos
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