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Etica _ Unidade 2

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02/03/2023, 10:10 Ética e Profissionalismo em Nutrição
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Autoria: Ma. Maria Izabel de Souza Taboada
Revisão técnica: Dra. Juliana Paludo Vallandro
ÉTICA E PROFISSIONALISMO EM
NUTRIÇÃO
ÉTICA EM PESQUISA
02/03/2023, 10:10 Ética e Profissionalismo em Nutrição
https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=839107 2/33
Introdução
Ao longo desta unidade, aprenderemos sobre ética em pesquisa envolvendo
seres humanos e animais. Conheceremos, assim, aspectos da história, como
surgiram as legislações que norteiam as pesquisas, a importância de comitês de
ética em pesquisa e o que são e como ocorrem os con�itos de interesse.
Para tanto, serão propostas algumas re�exões: como os princípios da ética se
aplicam no cotidiano? Qual foi o caminho percorrido pela ética até ser
reconhecida por leis como um direito humano? Qual é a importância do
conhecimento sobre con�ito de interesses para o nutricionista?
Inicialmente, conheceremos como ocorriam as pesquisas e a importância da
utilização de animais, bem como a relevância da criação de leis para
regulamentar essas atividades. No avançar da leitura, aprenderemos sobre a
história da pesquisa clínica envolvendo seres humanos, o que levou ao
surgimento da bioética e das legislações para pesquisas. Conheceremos, ainda,
as atribuições e responsabilidades dos comitês de ética, analisando, por �m, o
que são con�itos de interesse, como se expressam no campo da ciência, as
diversas formas que a indústria de alimentos atua manipulando pesquisas
usando conhecimentos de pro�ssionais e qual é o papel das instituições de
ensino nesse cenário.
Bons estudos!
Tempo estimado de leitura: 40 minutos. 
Por meio da pesquisa clínica, foi e é possível testar terapias, tratamentos e
formas de diagnósticos em seres humanos. Antigamente, os sujeitos da
pesquisa eram  basicamente pessoas que sofriam de uma enfermidade, porém,
hoje em dia, existem estudos clínicos para testar medicamentos, suplementos e
2.1 Ética em pesquisa com seres humanos eanimais 
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outros tipos de tratamentos em pessoas saudáveis. Começaremos nossos
estudos, no entanto, abordando a respeito das pesquisas realizadas com
animais. Acompanhe!
A utilização de animais em pesquisas pelos seres humanos tem origens bem
antigas. Hipócrates entendia como uma �nalidade didática relacionar órgãos
humanos doentes com o de animais. Alguns anatomistas, mais tarde, praticaram
vivissecções em animais com o objetivo de formular hipóteses sobre o
funcionamento dos órgãos desses seres e, também, para observar estruturas,
extrapolando para os seres humanos.
As preocupações com os animais não foram consideradas durantes muitos
anos. Diversos �lósofos e inúmeros cientistas acreditavam que os animais não
tinham alma. São Tomás de Aquino, por exemplo, a�rmava que, por esse motivo,
os animais poderiam ter o mesmo tratamento que os objetos.
O �lósofo inglês Jeremy Bentham, no livro Uma Introdução aos Princípios da
Moral e da Legislação, retomou ideias que haviam surgido na Grécia Antiga para
lançar a base da proteção dos animais: “o problema não consiste em saber se os
animais podem raciocinar; tampouco interessa se eles falam ou não; o
verdadeiro problema é este: podem eles sofrer?” (BENTHAM, 1984, [s. p.]).
2.1.1 Pesquisa com animais
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Figura 1 - Pesquisas envolvendo animais
Fonte: unoL, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na figura, temos a fotografia de um rato
experimental pequeno nas mãos de um
pesquisador de laboratório, o qual veste luvas e
roupas azuis.
Ao avaliar o potencial de pesquisas com animais, é preciso considerar que não
há outros meios disponíveis para o experimento, ou seja, que a pesquisa é
indispensável (essencial para a vida), imperativa (destinada a um objetivo maior,
como a cura do câncer ou da AIDS) e requerida (ordem legal). É preciso,
também, levar em consideração as justi�cativas básicas da pesquisa, a geração
de conhecimento e sua relevância. 
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Por �m, é inegável a importância do uso de animais em pesquisas ao longo da
história, pois tiveram relevância no avanço da medicina humana e veterinária.
Entretanto, atualmente já é recomendável que os testes sejam substituídos por
outras alternativas, sempre que possível.
A Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA) foi criada para garantir o
respeito às legislações sobre pesquisas envolvendo animais. O primeiro país a
criar uma comissão dessa foi a Suécia, em 1979. No Brasil, ela só foi instituída
nos anos de 1990. Seu objetivo é decidir quanto à aprovação de protocolos de
pesquisas envolvendo animais e, além disso, estabelecer regras em instituições
para que os princípios éticos sejam garantidos.
Temos, ainda, que, no Brasil, foi criado em 1983 o Colégio Brasileiro de
Experimentação Animal (COBEA), cujo principal objetivo é proteger a vida
animal, defendendo seu bem-estar. O COBEA busca capacitar pro�ssionais e
trabalhar para a criação de legislações especí�cas.
Ao avaliar protocolos de pesquisas envolvendo animais, é necessário que os
membros desses comitês sejam capazes de veri�car os benefícios e as
consequências que os estudos trarão, conciliando os aspectos éticos do estudo
com interesses cientí�cos, legais, econômicos, entre outros.
2.1.2 Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA)
Marie Françoise Bernard foi esposa de Claude Bernard, o famoso
�siologista conhecido por seus estudos de vivissecção em animais,
especialmente cães. Fanny, como era conhecida, amava animais e
discordava veementemente dos métodos de Bernard. Após se separarem,
fundou a primeira associação de defesa de animais de laboratório, que
mais tarde se tornou Ligue Antivivisectioniste ou Sociedade Francesa
Antiviviseccionista. Vale pesquisar sobre Fanny!
VOCÊ O CONHECE?
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A história da ética em pesquisa tem seu principal marco no �m da década de
1940, quando o mundo se recuperava dos horrores da Segunda Guerra Mundial.
O Tribunal de Nuremberg julgou e condenou os médicos nazistas por crimes de
guerra, além de expor as monstruosidades de alguns experimentos realizados
em prisioneiros de campos de concentração, completamente vulneráveis. Em
1948, no ano seguinte, foi publicada a chamada Declaração Universal dos
Direitos Humanos (DUDH) pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Após a publicação do DUDH e as condenações pelo tribunal, parecia que os
princípios da ética em pesquisa estavam bem estabelecidos, porém, ainda
haviam exceções ao que era preconizado. Um exemplo era a dispensa de
consentimento dos pacientes em experimentos que os bene�ciariam.
2.1.3 História da ética em pesquisa com seres humanos
Em 1959, foi proposta uma �loso�a denominada
“Princípio dos Três R’s”, que traz recomendações
indispensáveis para a pesquisa, em que cada R
signi�ca uma diretriz. Assim, primeiramente, leia
o artigo Experimentação Animal: Ética e
Legislação Brasileira
(https://www.scielo.br/j/rn/a/8c53nBhytJSW7Zn
8PsK5Ptv/?lang=pt&format=pdf), de Angélica
Heringer de Rezende, Maria do Carmo Gouveia
Peluzio e Céphora Maria Sabarense. Com base
na exploração do artigo, elabore uma resenha de
cerca de uma página, reforçando a importância
dos R’s!
VAMOS PRATICAR?
https://www.scielo.br/j/rn/a/8c53nBhytJSW7Zn8PsK5Ptv/?lang=pt&format=pdf
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Diante desses acontecimentos, a Associação Médica Americana se posicionou
e, durante sua assembleia, em 1964, validou a Declaração de Helsinque, que
pretendia fornecer orientações e informações aos médicose outros atores
envolvidos no processo da pesquisa em seres humanos, incluindo material
humano identi�cável ou dados identi�cáveis (ALBUQUERQUE, 2013).
Diniz (1999) nos traz o caso de Henry Beecher, um médico anestesista
que, em 1966, publicou na renomada revista New England Journal of
Medicine o artigo Ethics and Clinical Research. Este continha o relato
sobre 22 estudos conduzidos de forma não respeitosa, em que os
sujeitos envolvidos eram pessoas vulneráveis, como internos em
hospitais de caridade, adultos e crianças com de�ciências mentais,
idosos, pacientes psiquiátricos, recém-nascidos, presidiários etc.
O artigo de Beecher revelou que, apesar de haver leis que resguardassem
os direitos e a integridade humana, ainda havia estudos sendo
conduzidos de forma antiética. A publicação causou horror na
comunidade cientí�ca, pois foi possível perceber que as atrocidades
cometidas não eram exclusivas de tempos de guerra e, tampouco,
conduzidas por médicos nazistas.
Diante da situação, era necessário que os direitos humanos fossem
reconhecidos com seriedade e, logicamente, garantidos. Nesse contexto,
a bioética se consolidou e trouxe a ideia de que era necessário o respeito
mútuo entre médicos e pacientes, independentemente de suas
convicções e crenças.
ESTUDO DE CASO
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Figura 2 - Pesquisas envolvendo seres humanos
Fonte: Everett Collection, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na figura, temos uma fotografia em preto e
branco com pesquisadores realizando análises
em seres humanos. Há maquinários, luzes e um
ambiente preparado especialmente para isso.
Em 1972 o escândalo do caso Tukegee mostrou a fragilidade da Declaração de
Helsinque. Tratou-se de um estudo realizado com 400 homens afro-americanos
com sí�lis, os quais foram deixados sem tratamento algum, com o objetivo de
observar o processo natural da doença.
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Dois anos mais tarde, em 1974, o congresso americano instituiu uma comissão
para identi�car os princípios éticos que poderiam ser aplicados nas pesquisas
com seres humanos. O resultado dos feitos dessa comissão foi o Relatório de
Belmont, publicado em 1978. Neste, pela primeira vez, foi estabelecido o uso
sistemático dos princípios: respeito às pessoas, bene�cência e justiça.
O �lme Cobaias, dirigido por Joseph Sargent, retrata de forma �el o caso
Tuskegee, como é mais conhecido. O estudo tinha como �nalidade
observar a doença de sí�lis em homens negros, sem tratamento. Ele
ocorreu no Condado de Macon, no Alabama, Estados Unidos, de 1932 à
1972. O caso foi importantíssimo para a estruturação da ética em ciência
experimental. Vale assistir ao �lme! 
VOCÊ QUER VER?
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Em 1979, os �lósofos Tom Beauchamp e James Childress apresentaram os
quatro princípios da ética: bene�cência, não male�cência, autonomia e justiça.
Todos são igualmente importantes na prática pro�ssional, não havendo
hierarquia entre eles (CASTRO; GUIMARÃES, 2018).
2.1.4 Princípios, autonomia, beneficência e não maleficência
Com base no �lme Cobaias, elabore o roteiro
para análise ética, extraído do Capacitação para
Comitês de Ética em Pesquisa
(https://www.iespes.com.br/docs/cep4.pdf), do
Ministério da Saúde. Você deve responder a
alguns questionamentos em seu roteiro: qual é o
contexto social de inserção da pesquisa? O que
leva os pro�ssionais médicos e/ou
pesquisadores a terem atitudes contrárias ao
preconizado pelos códigos de ética das suas
pro�ssões? As pessoas incluídas como
participantes poderiam ser de�nidas como
vulneráveis? Houve algum tipo de prática
coercitiva para a participação na pesquisa?
Quais são os principais dilemas morais
abordados no enredo do �lme? Como analisar a
relação risco-benefício no contexto da pesquisa?
Como conduzir a questão dos direitos humanos
e sua relação com a pesquisa na vigência de
qualquer tipo de desigualdade? Por �m,
compartilhe com seus colegas!
VAMOS PRATICAR?
https://www.iespes.com.br/docs/cep4.pdf
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O fundamento da autonomia é a liberdade. A pessoa que exerce seu direito de
autonomia tem a liberdade de escolher aceitar ou recusar a participação em um
experimento ou procedimento. Trata-se de uma conquista da bioética, fazendo
com que indivíduos expressem sua decisão (LA TAILLE, 2009).
A bene�cência, por sua vez, pode ser de�nida como fazer o bem, ou seja, ter
atos de gentileza, compaixão e caridade, os quais vão além de uma obrigação.
No campo da ética pode ser de�nida como o ato de melhorar a saúde física e
mental do paciente. Em outras palavras, lhe fazer o bem!
A autonomia, para o ser humano, é algo adquirido ao longo de
suas vivências e experiências pessoais, porém, esse direito
pode ser reduzido ou �car ausente em algum momento, como
em situações de transtornos mentais, limitações físicas e
emocionais, bem como faixa etária (no caso de crianças). 
No entanto, as pessoas, no momento em que têm sua
autonomia comprometida, não devem ser consideradas
totalmente inaptas para tomarem decisões, pois há ocasiões
em que estão aptas a fazer escolhas sobre sua vida.
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Figura 3 - Cuidado entre profissional e paciente (beneficência)
Fonte: Chinnapong, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na figura, temos a fotografia de duas pessoas de
mãos dadas, sendo uma mãos de um indivíduo
mais idoso.
Alguns autores acreditam que a não male�cência seria um princípio da
bene�cência, já que não causar o mal intencionalmente seria fazer o bem.
Entretanto, outros consideram que a bene�cência se manifesta por meio de
atitudes que ajudam as pessoas, e não somente se abstém de praticar atitudes
nocivas.
Primum non nocere é o termo em latim que signi�ca "primeiro, não prejudicar".
Trata-se do princípio norteador da não male�cência. Este implica em provocar o
mínimo possível de danos e minimizar riscos: não matar, não causar dor ou
sofrimento, incapacitação ou ofensa, não privar outros dos prazeres da vida. 
Antes de seguirmos falando a respeito da não male�cência, acompanhe a seguir
uma questão preparada para que possa �xar seus conhecimentos. Responda o
que se pede com atenção, tendo como base nossos estudos até o momento!
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O Relatório de Belmont, publicado em 1978, foi importante para
orientar a questão ética em pesquisas envolvendo seres
humanos. Nele, pela primeira vez, foi estabelecido o uso
sistemático dos princípios: respeito às pessoas, bene�cência e
justiça. Na prática, esses princípios são relevantes para facilitar
o enfrentamento de questões éticas.
Nesse sentido, de acordo com o tema exposto, assinale a
alternativa correta.
a. O princípio da bene�cência se refere à obrigação ética de
minimizar o benefício e prejuízo ao paciente.
b. O princípio da não male�cência estabelece que a ação do
pro�ssional de saúde sempre deve minimizar qualquer prejuízo
ou agravos à saúde do paciente.
c. O princípio da autonomia requer que os indivíduos sejam
capacitados para fazerem escolhas pessoais, porém, os
procedimentos das pesquisas devem ser realizados,
independentemente da autorização do paciente.
d. O pesquisador deve atuar sem imparcialidade, considerando
aspectos sociais, culturais, religiosos, �nanceiros ou outros que
inter�ram na condução do estudo.
(ATIVIDADE NÃO PONTUADA)
TESTE SEUS CONHECIMENTOS
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Retomando o conteúdo, a preocupação em minimizarpossíveis danos e
proporcionar melhores resultados em benefício do paciente já era relatada no 
juramento de Hipócrates, do qual se podem retirar alguns trechos interessantes,
como: “Aplicarei os regimes (terapêuticos) para o bem do doente segundo o meu
poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém. […]. A ninguém
darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda”
(JONSEN; SIEGLER; WINSLADE, 2012, [s. p.]).
e. O princípio da justiça se refere exclusivamente à distribuição
das verbas do Estado para saúde, pesquisa etc.
VERIFICAR
Neste tópico, aprendemos sobre os princípios
éticos que regem a prática pro�ssional. São
princípios fundamentais na garantia de proteção
da vida. Assim, com base no seu entendimento e
no conhecimento adquirido no decorrer de
nossos estudos sobre cada um dos princípios
éticos, apresente situações/casos curtos em
que os princípios precisam ser exercidos.
VAMOS PRATICAR?
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A história da legislação de ética e pesquisa é marcada por acontecimentos que,
por meio do sofrimento de milhões de pessoas inocentes e vulneráveis, levou a
comunidade cientí�ca a enxergar outras nuances da pesquisa envolvendo seres
humanos. Mais tarde, essas nuances se tornaram diretrizes regidas por leis para
tornar a dignidade e integridade humanas um direito, garantindo seu
cumprimento.
Entre os anos 1946 e 1947, ocorreu na cidade de Nuremberg, na Alemanha, o
julgamento de 23 médicos nazistas acusados de crimes relacionados às
pesquisas cientí�cas e médicas envolvendo seres humanos. Eles foram
condenados por crimes de guerra e contra a humanidade. Alguns dos crimes
cometidos foram: 
2.2 Legislação de ética em pesquisa
2.2.1 Código de Nuremberg
Crime 1
1
Manter pessoas nuas em temperaturas
baixíssimas por mais de 10 horas.
Crime 2
2
Infectar de pessoas saudáveis pelo mosquito
da malária para testar vacinas.
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Durante esses experimentos, os sujeitos não tinham o direito de recusar a
participação. Outro detalhe perturbador é que muitos dos investigadores que
conduziam os experimentos não tinham quali�cação para realizar o
procedimento, trazendo ainda mais sofrimento para as vítimas.
Diante dessas atrocidades, os juízes responsáveis perceberam que não bastava
apenas condenar os médicos envolvidos; era preciso julgar a conduta desses
experimentos sob o ponto de vista ético. Isso deixou claro que o princípio da
bene�cência dos médicos nem sempre era con�ável.
Crime 3
3
Realizar testes aplicando corantes químicos
nos olhos dos presos na tentativa de mudar sua
cor.
Crime 4
4
Não oferecer tratamento de feridas para
observar a evolução do processo de gangrena.
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Figura 4 - Memorial de Nuremberg, na Alemanha
Fonte: chrisdorney, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na figura, temos a fotografia do Memorial de
Nuremberg com um telão à esquerda passando
cenas do julgamento de Nuremberg, juntamente
com o banco em que os réus se assentaram (à
direita).
O Código de Nuremberg, então, propôs diretrizes éticas para pesquisas
envolvendo seres humanos. A característica mais marcante desse documento é
a preocupação com os direitos e a dignidade humana.
Relevante mencionar que o código em questão e a Declaração Universal dos
Direitos Humanos (DUDH) foram publicados na mesma época, tendo em comum
o contexto histórico em que ocorreram. Eles surgiram como uma resposta da
comunidade internacional aos horrores da Segunda Guerra Mundial.
Apesar da grande repercussão do Código de Nuremberg após sua publicação, o
documento não foi muito bem recebido por alguns investigadores, justamente
por estabelecer a prioridade do consentimento informado. A resistência se deu,
também, pela ideia de que o código seria destinado apenas aos médicos
nazistas, não podendo ser aplicado aos “bons investigadores”. 
2.2.2 Declaração de Helsinque
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Diante dessa repercussão negativa e por ter ciência de que ainda havia
pesquisas violando esse código de ética, a Associação Médica Americana, em
1964, publicou a Declaração de Helsinque, um conjunto de diretrizes éticas para
nortear a pesquisa com seres humanos.
Essa declaração complementou o Código de Nuremberg no sentido de fazer
distinção entre estudos envolvendo pacientes e estudos com pessoas
saudáveis, assim como também impôs a avaliação prévia de pesquisas por
comitês de ética, independentemente do protocolo do experimento.
A Resolução n. 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde (CNS), foi uma
atualização da resolução publicada em 1996, dispondo sobre a criação de
comitês de ética. Sua função é programar diretrizes e normas nas pesquisas
com seres humanos por meio da criação de comitês.
A Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) atua junto ao Comitê de
Ética em Pesquisa (CEP) das instituições brasileiras que realizam pesquisas.
Este último tem a função de analisar todos os protocolos de pesquisas
envolvendo seres humanos e orientar sobre deveres éticos necessários das
pesquisas, a �m de garantir a integridade e os direitos dos participantes.
Já a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) avalia os aspectos
éticos de pesquisas em áreas temáticas especiais, como genética e reprodução
humana; pesquisas com populações indígenas; pesquisas do exterior; e aquelas
2.2.3 Organização do sistema CEP-CONEP e Resolução CNS n.
466/ 2012 
Em 2010, o governo dos Estados Unidos se desculpou com a população
americana e com os participantes afetados durante uma pesquisa. O
governo fez referência ao estudo de Tuskegee e a um experimento na
Guatemala, ambos realizados para estudar a cura da sí�lis. Neste último,
os pesquisadores infectaram prisioneiros, mulheres e doentes mentais
guatemaltecos com a sí�lis. Para saber mais, leia a reportagem completa
no link: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/10/eua-pedem-
desculpas-por-experiencia-com-si�lis-na-guatemala.html
(http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/10/eua-pedem-desculpas-por-
experiencia-com-si�lis-na-guatemala.html).
VOCÊ SABIA?
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/10/eua-pedem-desculpas-por-experiencia-com-sifilis-na-guatemala.html
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que envolvem biossegurança. Além disso, coordena as redes de CEP pelo país.
A Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos (DUBDH) foi
publicada em 2005 pela Organização das Nações Unidas para a Educação,
Ciência e Cultura (UNESCO). Seu principal objetivo é orientar os Estados na
formulação de suas diretrizes éticas por meio de promoção do respeito pela
dignidade humana, reconhecimento da importância da liberdade cientí�ca, além
da orientação de indivíduos, grupos, comunidades e instituições públicas e
privadas.
O Brasil, com o apoio das delegações de países latino-americanos, ampliou o
texto do documento. Volnei Garrafa, professor titular e coordenador da Cátedra
UNESCO de Bioética da UnB, no próprio documento, menciona que “O teor da
Declaração muda profundamente agenda da bioética do Século XXI,
democratizando-a e tornando-a mais aplicada e comprometida com as
populações vulneráveis, as mais necessitadas” (UNESCO, 2005, on-line).
2.2.4 Declaração Universal de Bioética e Direitos Humanos –
UNESCO
2.3 Comitê de Ética em Pesquisa (CEP)
O Brasil teve papel decisivo na redação da DUBDH, uma vez que os países
desenvolvidos defendiam que o documento deveria restringir os tópicos
da bioética aos campos biomédicos e tecnológicos. No texto Lançada em
Português a Declaração Universal de Bioética, podemos entender melhor
como os representantes do Brasile dos países da América Latina e do Sul
participaram da redação da DUBDH. Clique no botão abaixo e con�ra na
íntegra!
Acesse (http://bioetica.org.br/?siteAcao=Destaques&id=64)
VOCÊ QUER LER?
http://bioetica.org.br/?siteAcao=Destaques&id=64
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Toda e qualquer instituição que realize pesquisas em seres humanos deve ter
um Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), cuja responsabilidade maior é avaliar a
ética dos projetos de pesquisa a ele submetido e garantir a integridade e os
direitos dos participantes (BRASIL, 2007). O CEP apresenta composição
interdisciplinar e participação voluntária dos membros, sendo responsável por
avaliar criticamente todas as etapas do estudo em análise.
A principal atividade de um Comitê de Ética em Pesquisa é avaliar os protocolos
de pesquisa, por meio da análise do projeto enviado pelo pesquisador principal.
Depois da análise do projeto, o relator responsável elabora o  parecer dizendo se
a ideia é viável, veri�ca a adequação do TCLE, con�rma se o pesquisador oferece
garantias ao participante do estudo e se há con�itos de interesses. Após a
emissão do parecer pelo CEP, este se co-responsabiliza pelas pesquisas que
aprova.
2.3.1 Atividades desenvolvidas
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Figura 5 - Aplicação de consentimento esclarecido
Fonte: megaflopp, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na figura, temos a fotografia de uma profissional
aplicando um consentimento esclarecido em um
paciente. Ela segura uma prancheta e aponta
para alguma informação em uma folha. Em cima
da mesa à sua frente, há um estetoscópio
desfocado e outros itens.
Além da análise de protocolos de pesquisa, o CEP tem papel educativo, por meio
da formação e educação continuada de seus membros. É atividade do CEP,
também, promover palestras, cursos e o�cinas para orientar pesquisadores,
estudantes e funcionários de instituições sobre ética e outros temas
relacionados.
A formação do CEP deve ser composta por grupo heterogêneo que represente a
sociedade. O mandato dos membros é de três anos, podendo ser renovável por
meio de nova eleição. A forma de escolha dessas pessoas se dá por critério da
instituição, porém o processo de seleção deve ser divulgado e transparente para
garantir sua legitimidade.
A participação do CEP é voluntária e não remunerada, mas a instituição deve
oferecer condições que estimulem os membros a fazerem parte, como
pontuação para avaliação de produtividade acadêmica, carga horária especí�ca,
2.3.2 Critérios para formação  
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ressarcimento de despesas com refeições, transporte e outras necessidades.
Sobre a organização e o funcionamento do Comitê de Ética em Pesquisa, a
Resolução n. 466/2012 preconiza que é de responsabilidade de cada instituição
o fornecimento de recursos para sua continuidade. Esses recursos fazem parte
de orçamento especí�co de cada instituição (BRASIL, 2012).
É importante ressaltar a relevância da atuação do CEP para a ciência. Por este e
outros motivos, seus membros não devem agir a favor do interesse dos
pesquisadores, nem negociar interesses corporativos. A responsabilidade do
CEP é avaliar o impacto das pesquisas no bem-estar dos participantes. Daí a
relevância da orientação e capacitação dos membros.
2.3.3 Aspectos do funcionamento e manutenção
Um con�ito de interesses pode ser de�nido como um choque entre interesses
pessoais e deveres/responsabilidades de uma pessoa que exerce uma função
de con�ança. Também pode ser considerado como uma situação em que uma
decisão pro�ssional é tomada com base em interesses que não são os
principais, ou seja, na pesquisa, é quando o interesse primário (o bem-estar do
participante) é afetado por um interesse secundário (ganho �nanceiro, por
exemplo).
A pesquisa clínica é uma área que tem potencial para que ocorram con�itos de 
interesse, os quais podem ser dar por diversas áreas além da �nanceira, como
envolver o aumento no número de publicações — que, no meio cientí�co, é uma
maneira de obter prestígio —, além de interesses em relações pessoais e
políticas. Os interesses �nanceiros incluem, entre outros, as consultorias, a
participação em sociedades, os cargos de direção ou gerenciamento de
instituições (com remuneração ou não), o recebimento de honorários, as
concessões ou patentes recebidas ou pendentes, os fundos de pesquisa, o
pagamento de viagens e palestras, o auxílio para congressos, os presentes e os
empréstimos (ALVES; TUBINO, 2007).
2.4 Conflitos de interesses
2.4.1 Caracterização
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Figura 6 - Representação de um conflito
Fonte: Song_about_summer, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na figura, temos a fotografia de um homem
diante de uma parede pintada com uma seta
para a direita e outras setas apontadas para a
esquerda, indicando uma situação de conflito e
decisão.
Na pesquisa clínica, o con�ito de interesses pode ocorrer quando pesquisadores
ou, até mesmo, editores de potenciais publicações apresentam relações com
instituições que podem afetar a integridade do estudo, in�uenciar ou confundir o
seu desfecho, assim como restringir a competência e imparcialidade para sua
avaliação (ALVES; TUBINO, 2013).
Vamos, agora, realizar mais uma atividade? Con�ra a proposta a seguir!
(ATIVIDADE NÃO PONTUADA)
TESTE SEUS CONHECIMENTOS
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De acordo com Alves e Tubino (2007), os interesses �nanceiros
podem criar con�ito entre o compromisso do pesquisador
responsável pelo experimento e o desejo por lucro. Estudos
sobre con�ito de interesse referem correlação entre resultados
de pesquisas bene�ciando patrocinadores, retenção de
resultados negativos, falhas no delineamento do estudo, entre
outros.
ALVES, E. M. de O.; TUBINO, P. Con�ito de interesses em
pesquisa clínica. Acta Cirúrgica Brasileira, São Paulo, v. 22, n. 5,
p. 412-415, out. 2007. Disponível
em:  https://www.scielo.br/j/acb/a/bMmPhLfyMKngJKkr8cnPXb
C/?format=pdf&lang=pt
(https://www.scielo.br/j/acb/a/bMmPhLfyMKngJKkr8cnPXbC/?
format=pdf&lang=pt). Acesso em: 9 jun. 2021.
Com base nessas informações e no conhecimento adquirido até
o momento sobre os con�itos de interesse, quais seriam os
interesses primários de uma pesquisa?
I. Educação de estudantes.
II. Participação nos lucros da venda do produto estudado.
III. Relevância cientí�ca do estudo.
IV. Reconhecimento e prestígio na área de atuação.
Está correto o que se a�rma em:
a. I e III.
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É fato que indústrias alimentícias, farmacêuticas, entre outras, têm ganhado
mais espaço na área de pesquisa conforme os recursos públicos diminuem.
Vamos compreender um pouco melhor sobre isso na sequência!
É inegável o fato de que as indústrias alimentícias são gigantes e também que
os alimentos ultraprocessados possuem alto consumo no mundo inteiro. Apesar
de apresentarem em sua composição pelo menos um ingrediente
potencialmente prejudicial, a procura por esse tipo de alimento permanece alta.
Desse modo, tais indústrias exercem importante in�uência nas escolhas
alimentares das pessoas por meio de estratégias para conquistar mais
consumidores, professores, estudantes e nutricionistas, na intenção de endossar
os “benefícios” desses produtos e recomendá-los.
Uma das maneiras que o con�ito de interesse se expressa é sob forma de
parcerias entre indústrias de alimentos e organizações de saúde, órgãos do
governo e conselhos, associações ou sindicatos de nutricionistas.Essas
organizações atribuem credibilidade às indústrias, relacionando sua reputação
aos produtos por elas desenvolvidos. Consequentemente, os aspectos negativos
são ofuscados, aumentando a �delização aos produtos.
b. I, II e IV.
c. II, III e IV.
d. I e IV.
e. II e III.
VERIFICAR
2.4.2 Conflito de interesse das indústrias de alimentos
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No âmbito acadêmico, pesquisadores são pagos para conduzirem estudos cujos
resultados favorecerão algum produto que será relacionado a um benefício à
saúde, levando a crer que seu consumo deve ser encorajado. Um exemplo seria:
O livro Uma Verdade Indigesta: como a Indústria Alimentícia Manipula a
Ciência do que Comemos, escrito por Marion Nestlé mostra como a
indústria alimentícia manipula pesquisas cientí�cas, que acaba por
confundir os hábitos alimentares da população. A obra faz uma análise
profunda das várias formas como os con�itos de interesse se
manifestam na área da ciência, especi�camente na nutrição. Você nunca
mais lerá um artigo cientí�co da área da saúde com os mesmos olhos
depois de analisar esse livro em detalhes. Vale a pena!
VOCÊ QUER LER?
No final de 2017, o 
publicou resultados de um teste clínico que concluiu que a
incorporação de chocolate e amêndoas à nossa dieta pode
reduzir o risco de doenças coronarianas. Você consegue
adivinhar quem pagou o estudo? A ,
fabricante de chocolate, e a , uma organização
empresarial de produtores de amêndoas da Califórnia. Eles
também pagaram a sete dos nove autores por terem
participado do teste — os outros dois eram funcionários da
Hersheys. 
Journal of the American Heart Association
Hershey Company
Almond Board
(NESTLÉ, 2018, [ .], grifos do autor)s. p
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A atuação das indústrias ocorre por meio de in�uência de políticas públicas de
saúde, como �nanciamento, manipulação de resultados, inserção de vieses no
estudo, entre outros. Há, ainda, a intimidação de cientistas, in�uência da mídia,
bem como outras ações que denigrem a ciência.
As universidades são os principais locais de formação de pro�ssionais de saúde,
além da produção, disseminação e multiplicação de conhecimento. Os estudos
realizados por essas instituições contribuem para a base de políticas públicas,
descobertas de terapias, entre outras possibilidades.
As indústrias veem alguns benefícios nas universidades, conforme segue:
2.4.3 O papel dos professores e profissionais de nutrição
Ambiente favorável para a promoção de produtos
por �nanciamento de pesquisas.
Benefí
cio 1
Você conhece o �lme O Informante, dirigido por
Michael Mann? A obra conta a história de um
produtor cinematográ�co e cientista ex-
funcionário de uma indústria de tabaco. Assim,
aborda questões éticas importantes. Pensando
nisso, assista ao �lme com atenção e, depois,
responda às seguintes perguntas: quais
princípios éticos são abordados? O �lme envolve
con�ito de interesses? Se sim, de que tipo?
VAMOS PRATICAR?
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Essas instituições, por sua vez, devem garantir ao estudante um ambiente de
formação independente, em que receberá ensinos éticos e humanísticos que o
preparará para os desa�os da vida pro�ssional. Dessa forma, as universidades
devem usar de sua autonomia no sentido de avaliar o conhecimento por elas
produzido, evitando a interferência de interesses com �ns lucrativos ou políticos
(PEREIRA; NASCIMENTO; BANDONI, 2016).
No caso do pro�ssional de nutrição, assim como existem ações da indústria
pensadas especialmente para professores e estudantes, os nutricionistas
também são alvo. As estratégias são elaboradas com o objetivo de levar os
pro�ssionais da área a indicarem certos produtos, uma vez que, por serem
referências de alimentação e saúde, a população con�ará nas informações
transmitidas e dará credibilidade ao produto. No entanto, é responsabilidade e
dever do nutricionista compartilhar seus conhecimentos com equipes de saúde
e população para valorizar a ciência da nutrição e a importância de hábitos
alimentares saudáveis, priorizando os aspectos técnicos do produto como
critério soberano. 
Aquisição de equipamentos.
Patrocínio de atividades.
Distribuição de brindes.
Benefí
cio 2
Benefí
cio 3
Benefí
cio 4
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Chegamos ao �m de mais uma unidade de estudos. O tema ética em pesquisa
envolvendo seres humanos e animais, sua história e seu surgimento, passando
pelas legislações e diretrizes que se aplicam à pesquisa, é parte fundamental da
formação dos pro�ssionais de saúde. É preciso, portanto, que se tenha
consciência de suas responsabilidades para com pacientes e equipes, aplicando
os princípios éticos em seu cotidiano.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
CONCLUSÃO
Para �nalizarmos, leia, inicialmente, o artigo
In�uência de um Suplemento Nutricional com
Peptídeos de Colágeno nas Propriedades da
Derme
(https://www.redalyc.org/pdf/2655/2655410720
03.pdf), de Flávia Alvim Sant’Anna Addor. Após a
leitura e análise do texto, encontre informações
que apontem ou não se há con�ito de interesses
na condução do estudo. Algumas dicas para
identi�car é se foi feito teste com produto
especí�co, bons resultados do estudo, observar
se, nos campos de agradecimento e
�nanciamento, pode-se obserar con�ito de
interesses. Depois, compartilhe suas
conclusões!
VAMOS PRATICAR?
https://www.redalyc.org/pdf/2655/265541072003.pdf
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conhecer aspectos de pesquisas que envolvem animais;
entender a aplicação dos princípios da ética no cotidiano;
aprender sobre o contexto em que a bioética e as
legislações de pesquisas surgiram;
compreender a importância e as funções do Comitê de
Ética em Pesquisa;
analisar o conceito e as formas com que se manifestam
os con�itos de interesse na área de pesquisa.
Clique para baixar conteúdo deste tema.
ADDOR, F. A. S. In�uência de um suplemento nutricional com peptídeos
de colágeno nas propriedades da derme. Surgical & Cosmetic
Dermatology, Rio de Janeiro, v. 7, n. 2, p.116-121, 2015. Disponível em:
https://www.redalyc.org/pdf/2655/265541072003.pdf
(https://www.redalyc.org/pdf/2655/265541072003.pdf). Acesso em: 9
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ALBUQUERQUE, A. Para uma ética em pesquisa fundada nos direitos
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Disponível em:
https://www.scielo.br/j/bioet/a/5XsqBP9CTQ4pfJzn5MmxcDy/?
Referências
https://www.redalyc.org/pdf/2655/265541072003.pdf
https://www.scielo.br/j/bioet/a/5XsqBP9CTQ4pfJzn5MmxcDy/?lang=pt&format=pdf
02/03/2023, 10:10 Ética e Profissionalismo em Nutrição
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(https://www.scielo.br/j/bioet/a/5XsqBP9CTQ4pfJzn5MmxcDy/?
lang=pt&format=pdf). Acesso em: 9 jun. 2021.
ALVES, E. M. de O.; TUBINO, P. Con�ito de interesses em pesquisa
clínica. Acta Cirúrgica Brasileira, São Paulo, v. 22, n. 5, p. 412-415, out.
2007. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/acb/a/bMmPhLfyMKngJKkr8cnPXbC/?
format=pdf&lang=pt
(https://www.scielo.br/j/acb/a/bMmPhLfyMKngJKkr8cnPXbC/?
format=pdf&lang=pt). Acesso em: 9 jun. 2021.
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https://conselho.saude.gov.br/biblioteca/livros/Manual_Operacional_miol
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