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DIREITO TRIBUTÁRIO – TRIBUTOS EM ESPÉCIE Profa. Vanessa Cristina Moretti e-mail: vanessa.silva@docente.unip.br TRIBUTOS EM ESPÉCIE- AULA 1 INTRODUÇÃO O Estado em sua atividade financeira precisa captar recursos para manter sua estrutura e, assim, disponibilizar os serviços que lhe compete para sanar as necessidades coletivas. A principal fonte de recursos do ente público é o patrimônio do particular. A cobrança de tributo é a principal fonte arrecadatória do ente público, é a principal receita para que o Estado atinja sua finalidade. ( art. 3º, CF) Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. TRIBUTOS EM ESPÉCIE – AULA1 A CF/88, traz além das finalidades do Estado, a forma pela qual ele as atingirá, ou seja, autoriza a arrecadação para que se alcance tais objetivos. No entanto é o mesmo diploma legal que impõe limites ao poder tributar, limites à invasão do patrimônio do particular para o pagamento de tributo. Tais limites ocorrem de duas formas, quais sejam, pelas imunidades tributárias, além dos princípios tributários que estão nos artigos 150, 151 e 152, CF/88. Os princípios constitucionais servem como garantias constitucionais do contribuinte contra a força tributária do Estado, sendo portanto, nítidas limitações constitucionais ao poder de tributar. TRIBUTOS EM ESPÉCIE– AULA 1 São cláusulas pétreas e, portanto, fazem parte do núcleo imodificável da CF. Entretanto, é importante destacar que em todo texto constitucional, não apenas no que se refere aos princípios, há normas tendentes a inibir o poder do Estado de tributar, tais como as imunidades tributárias das quais mencionamos acima(por ex.: recíproca, religiosa), bem como as proibições de privilégios e de discriminações fiscais. É oportuno lembrar que as regulamentações infraconstitucionais das limitações ao poder de tributar estão sob reserva de lei complementar.(art. 146, CF) TRIBUTOS EM ESPÉCIE – AULA 1 ESPÉCIES DE TRIBUTO No Brasil, apesar de adotarmos a teoria pentapartida no que tange às espécies de tributo, o art. 145, CF, e o art. 5º do CTN, trazem apenas 3 espécies de tributo, Quais sejam: impostos, taxas e as contribuições de melhoria. A partir daí, surgem várias correntes doutrinárias sobre as espécies de tributos. Mas o STF e a maioria da doutrina se posicionou no sentido de que existem 5 espécies de tributo. 1. Imposto 2. Taxa 3. Contribuição de melhoria 4. Empréstimo compulsório 5. Contribuições gerais ou especiais TRIBUTOS EM ESPÉCIE – AULA 1 Assim, temos: Teoria tripartida (CF e CTN) : impostos, taxas e contribuições de melhoria. Teoria pentapartida ( doutrina e jurisprudência) : além dos três acima, os empréstimos compulsórios e as contribuições. Imposto:(art.145, I, CF) a espécie mais comum que o Ente Público utiliza de arrecadação. É tributo não vinculado! Ou seja, é tributo não vinculado à atividade estatal. O FG não está ligado à ação do Estado, mas à ação do particular. Quais são os impostos? 3 municipais: IPTU, ISS, ITBI 3 estaduais: IPVA, ICMS, ITCMD 9 federais: II, IE, IPI, IOF, IR, ITR, Imp. Grandes fortunas, Imp. Residuais, Imp. extraordinário TRIBUTOS EM ESPÉCIE – AULA 1 Taxa(art. 145, II, CF): A taxa ao contrário dos impostos é um tributo vinculado a uma prestação específica realizada pelo ente público, é bilateral; contraprestacional ou sinalagmático. Quem realiza o FG da taxa é o Estado e quem paga a taxa é o contribuinte. Bilateral: vêm de uma ação estatal, volta um recurso (taxa). A taxa terá seu fato gerador ligado à ação do Estado. Temos duas ações estatais: a) Serviço público: que é específico e divisível = taxa de serviço b) Poder de polícia = taxa de polícia TRIBUTOS EM ESPÉCIE – AULA 1 A taxa de polícia está ligada ao poder de polícia(art. 78, CTN) É o Estado fiscalizador. Temos como exemplo a taxa de licença para construção, taxa de vigilância sanitária, taxa de licença para publicidade, taxa de alvará (localização, funcionamento) Taxa de serviço: o serviço público que enseja a taxa de serviço deve conter dois atributos cumulativamente: a especificidade e a divisibilidade. Serviço público específico é considerado singular, prestado em unidades autônomas de utilização. Serviço público divisível é aquele quantificável, que pode ser indenizável. A soma dos dois atributos(especificidade e divisibilidade) enseja a taxa de serviço. TRIBUTOS EM ESPÉCIE – AULA 1 Assim, o serviço público geral e universal não enseja taxa no Brasil. Ex: segurança pública, limpeza pública. Atenção! Limpeza pública: varrição, capinação, limpeza de bueiro – NÃO PODE HAVER TAXA Coleta de lixo/ resíduos(taxa de lixo) – ESSA PODE! As taxas de coleta de lixo não violam o art. 145, CF Súmula vinculante 19, STF. Contribuição de melhoria(art.145, III, CF) Esse tributo pode ser exigido quando houver uma valorização imobiliária decorrente de uma obra pública. Aliás, o fato gerador é justamente a valorização imobiliária decorrente de uma obra pública. Entretanto, pode haver uma valorização imobiliária que não decorra de obra pública e uma obra pública que não apresente valorização imobiliária!!! TRIBUTOS EM ESPÉCIE – AULA 1 É preciso haver o nexo de causalidade entre a valorização imobiliária e a obra pública. Empréstimo compulsório:(148, CF) O empréstimo compulsório é tributo autônomo e não se confunde com as demais espécies de tributo, sendo certo que sua característica mais marcante e distintiva é que apenas ele é restituível. Deve ser restituído em dinheiro e com valor corrigido! a) para atender as despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; tais como tufão, tsunamis etc b) no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o princípio da anterioridade. TRIBUTOS EM ESPÉCIES – AULA 1 Contribuições especiais – art. 149, CF Elas são divididas em: 1-Contribuições sociais: são cobradas para custear a ordem social (saúde, assistência social, previdência social, educação, desporto). 2-Contribuições de intervenção no domínio econômico: são de competência da União. Exemplo desta contribuição é a CIDE remessa ao exterior.(destino de lucros para paraíso fiscal) 3-Contribuições corporativas: são de competência da União e são exigidas pelos conselhos regionais, por exemplo, tais como CRC, CRM, CRO. TRIBUTOS EM ESPÉCIE – AULA 1 4-COSIP – para custeio de serviço de iluminação pública. São de competência dos municípios e DF. São cobradas através da fatura do consumo de energia ( conta de luz) e não tem relação com seu consumo. VALEU PESSOAL!!! ATÉ A PRÓXIMA!
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