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Dentística - Uma Abordagem Multidisciplinar

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CYAN
VS Gráfica VS Gráfica
MAG
VS Gráfica
YEL
VS Gráfica
BLACK
Organizadores
José Carlos Pereira
Camillo Anauate-Netto
Silvia Alencar Gonçalves
DENTÍSTICA
Uma abordagem multidisciplinar
Pereira | A
n
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Orgs.
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T
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A
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DENTÍSTICA
www.grupoa.com.br
DENTÍSTICA
Uma abordagem multidisciplinar
Organizadores
José Carlos Pereira
Camillo Anauate-Netto
Silvia Alencar Gonçalves
Dentística: uma abordagem multidisciplinar reúne, em uma única fonte, a 
abordagem dos temas tradicionais e inovadores sobre a Dentística e tam-
bém a discussão iminente de que essa prática odontológica integra um 
conjunto de conhecimentos técnicos e científi cos essenciais para a realiza-
ção do tratamento restaurador.
Para essa análise substancial, os organizadores contaram com a partici-
pação de professores e pesquisadores renomados, além de clínicos ex-
perientes, que produziram uma obra didática, ilustrada e extremamente 
acessível. Destaca-se também a inclusão de dois tópicos pouco explorados 
em livros da área: a inter-relação da Dentística com a Periodontia e o tra-
tamento ortodôntico como coadjuvante do tratamento restaurador.
Esta rica compilação de estudos clínicos e debate dos métodos restaura-
dores pautados na multidisciplinaridade é referência indispensável para 
estudantes de Odontologia, professores e profi ssionais em seu dia a dia.
50822_Dentistica.indd 150822_Dentistica.indd 1 08/outubro/13 13:4008/outubro/13 13:40
D414 Dentística [recurso eletrônico] : uma abordagem multidiscipli -
nar / José Carlos Pereira, Camillo Anauate-Netto, Silvia 
Alencar Gonçalves. – Dados eletrônicos. – São Paulo: 
Artes Médicas, 2014.
Editado também como livro impresso em 2014.
ISBN 978-85-367-0224-7
1. Odontologia. 2. Dentística restauradora. I. Pereira, José 
Carlos. II. Anauate-Netto, Camillo. III. Gonçalves, Silvia 
Alencar.
CDU 616.314
Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB 10/2052
Iniciais_ed_eletrônica.indd 2 05/11/2013 17:37:05
2014
Versão impressa 
desta obra: 2014
© Editora Artes Médicas Ltda., 2014
Gerente editorial: Letícia Bispo de Lima
Colaboraram nesta edição
Coordenadora editorial: Viviane R. Nepomuceno
Capa: MSDE/Manu Santos Design
Foto de capa: iStockphoto
Projeto gráfico e editoração: Know-How Editorial
Ilustrações: Vagner Coelho (p. 32, 44, 47, 49, 87, 215-217, 221-222, 236-237, 242, 274-275, 286-288)
Preparação de originais e leitura final: Know-How Editorial
Nota: Assim como a medicina, a odontologia é uma ciência em constante evolução. 
À medida que novas pes quisas e a própria experiência clínica ampliam o nosso 
conhecimento, são necessárias mo dificações na terapêutica, onde também se in-
sere o uso de medicamentos. Os organizadores desta obra consul taram as fontes 
consideradas confiáveis, em um esforço para oferecer informações completas e, ge-
ralmente, de acordo com os padrões aceitos à época da publicação. Entretanto, ten-
do em vista a possibilidade de falha humana ou de alterações nas ciências médicas, 
os leitores devem confirmar estas informações com outras fon tes. Por exemplo, e 
em particular, os leitores são aconselhados a conferir a bula completa de qualquer 
medicamento que pretendam administrar, para se certificar de que a informação 
contida neste livro está correta e de que não houve alteração na dose recomendada 
nem nas precauções e contraindicações para o seu uso. Esta recomendação é par-
ticularmente importante em relação a medicamentos introduzidos recentemente no 
mercado farmacêutico ou raramente utilizados.
Reservados todos os direitos de publicação à
EDITORA ARTES MÉDICAS LTDA., uma empresa do GRUPO A EDUCAÇÃO S.A.
Editora Artes Médicas Ltda.
Rua Dr. Cesário Mota Jr., 63 – Vila Buarque
CEP 01221-020 – São Paulo – SP
Tel.: 11.3221.9033 – Fax: 11.3223.6635
É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, 
mecânico, gravação, fotocópia, distribuição na Web e outros), sem permissão expressa da Editora.
Unidade São Paulo
Av. Embaixador Macedo Soares, 10.735 – Pavilhão 5 – Cond. Espace Center
Vila Anastácio – 05095-035 – São Paulo – SP
Fone: (11) 3665-1100 Fax: (11) 3667-1333
SAC 0800 703-3444 – www.grupoa.com.br
IMPRESSO NO BRASIL
PRINTED IN BRAZIL
Iniciais_ed_eletrônica.indd 4 05/11/2013 17:37:05
autores
JOSÉ CARLOS PEREIRA 
Professor titular do Departamento de Dentística, Endodontia e Materiais Odontológicos 
da Faculdade de Odontologia de Bauru, da Universidade de São Paulo (FOB/USP). Mestre 
e Doutor em Reabilitação Oral pela FOB/USP. Pós-Doutor em Biologia do Complexo Den-
tinopulpar pela University of Florida, Estados Unidos. 
CAMILLO ANAUATE-NETTO 
Cirurgião-dentista. Professor da disciplina de Dentística da Universidade Bandeirante 
Anhanguera (Uniban). Coordenador do Mestrado Profissional em Biomateriais em Odon-
tologia e vice-coordenador do Programa de Biotecnologia e Inovação em Saúde da Uniban. 
Especialista em Dentística Restauradora pelo Conselho Regional de Odontologia de São 
Paulo (CROSP). Especialista em Ensino Odontológico pela Universidade de Mogi das Cru-
zes (UMC). Mestre e Doutor em Dentística pela Faculdade de Odontologia da Universida-
de de São Paulo (FOUSP). 
SILVIA ALENCAR GONÇALVES 
Odontóloga. Professora da disciplina de Dentística da Faculdade de Odontologia da Uni-
versidade Federal do Rio de Janeiro (FOUFRJ). Especialista em Dentística pela UFRJ. Mes-
tre em Clínica Odontológica: Dentística pela Universidade de Taubaté (Unitau). Doutora 
em Dentística pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). 
Alessandro D. Loguercio 
Professor adjunto da disciplina de Dentística Restauradora 
da UEPG. Pesquisador do CNPq (1B). Especialista e Mestre 
em Dentística Restauradora pela Universidade Federal de 
Pelotas (UFPel). Doutor em Materais Dentários pela FOUSP. 
Ana Cecilia Correa Aranha 
Professora Doutora do Departamento de Dentística da 
FOUSP. Corresponsável pelo Laboratório Especial de La-
ser em Odontologia (LELO-FOUSP). 
Ana Paula Dias Ribeiro 
Cirurgiã-dentista. Professora adjunta do Departamento 
de Odontologia da Faculdade de Ciências da Saúde da 
Universidade de Brasília (UnB). Mestre e Doutora em Re-
abilitação Oral pela Faculdade de Odontologia da Uni-
versidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” 
(Araraquara/ SP) (FOAr/Unesp).
Ana Regina Cervantes Dias 
Professora de Dentística da Unigranrio. Especialista em Den-
tística pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janei-
ro (PUC/RJ). Mestre e Doutora em Dentística pela UERJ. 
Alejandra Hortencia Miranda González 
Professora e pesquisadora do Curso de Graduação em 
Odontologia e do Programa de Pós-Graduação do Mes-
trado Profissional em Biomateriais em Odontologia da 
Uniban. Colaboradora do Programa de Pós-Graduação 
em Biotecnologia no Mestrado e Doutorado acadêmicos 
da Uniban. Mestre e Doutora em Química pelo Instituto 
de Química da Universidade Estadual Paulista “Júlio de 
Mesquita Filho” (Unesp) (Araraquara/SP). Pós-Doutora 
junto ao Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimen-
to de Materiais Cerâmicos da Universidade Federal de 
São Carlos (UFSCar). 
Alessandra Pereira de Andrade 
Cirurgiã-dentista. Mestre, Doutora e Pós-Doutora em 
Dentística pela FOUSP. 
Alessandra Reis 
Professora adjunta dos Cursos de Graduação e Pós-Gra-
duação da Universidade Estadual de Ponta Grossa 
(UEPG). Pesquisadora do CNPq (1C). Doutora em Mate-
riais Dentários pela FOUSP. 
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VI o Autores
André Guaraci De Vito Moraes
Professor da disciplina de Materiais Dentários na Universi-
dade Nove de Julho (Uninove). Professor do curso de Atua-
lização em Dentística da Escola de Aperfeiçoamento da 
Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas (EAP-APCD). 
Doutor e Mestre em Materiais Dentários pela FOUSP. 
André Luiz Fraga Briso
Cirurgião-dentista. Professor adjunto da disciplina deDentística da Faculdade de Odontologia de Araçatuba da 
Unesp. Doutor e Mestre em Clínica Odontológica: Den-
tística pela Faculdade de Odontologia de Piracicaba da 
Universidade Estadual de Campinas (FOP/Unicamp). 
Andréa Anido-Anido
Cirurgiã-dentista. Professora Doutora dos Cursos de 
Odontologia e do Mestrado Profissional em Biomateriais 
na área de Biomateriais em Odontologia da Uniban. Es-
pecialista em Dentística pela UMC. Mestre e Doutora em 
Odontologia Restauradora pela Unesp. 
Angela Mayumi Shimaoka
Cirurgiã-dentista. Mestre, Doutora e Pós-Doutora em 
Dentística pela FOUSP. 
Antonio S. Sakamoto Junior
Cirurgião-dentista. Especialista em Dentística Restaura-
dora pelo CETAO/SP. Mestre e Doutorando em Dentísti-
ca Restauradora da UEPG.
Bella Luna Colombini Ishikiriama
Cirurgiã-dentista. Professora auxiliar I da Universidade 
do Sagrado Coração (USC). Especialista em Periodontia 
pela Sociedade de Promoção Social do Fissurado Labio-
palatal do Hospital de Reabilitação de Anomalias Cra-
niofaciais da USP (Profis/HRAC-USP). Doutora em Bio-
logia Oral pela FOB/USP. 
Bianca M. Vimercati
Cirurgiã-dentista. Professora dos Cursos de Atualização 
em Odontologia Estética e Especialização em Dentística 
da Associação Brasileira de Odontologia do Espírito San-
to (ABO/ES). Professora de Dentística na ESFA. Especia-
lista em Dentística Restauradora pela Universidade Fede-
ral do Espírito Santo (UFES). Mestre e Doutora em 
Odontologia: Dentística pela UERJ. 
Carlos Alberto de Souza Costa
Professor titular do Departamento de Fisiologia e Patolo-
gia da FOAr/Unesp. Pesquisador do CNPq. Mestre e 
Doutor em Patologia Bucodental pela FOP/Unicamp. 
Pós-Doutor pela University of Michigan, Estados Unidos. 
Carlos de Paula Eduardo
Professor titular do Departamento de Dentística da 
FOUSP. Coordenador do LELO-FOUSP.
Carlos F. Santos
Professor titular da disciplina de Farmacologia da FOB/
USP. Mestre e Doutor em Farmacologia pela Faculdade de 
Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo 
(FMRP/USP). Livre-docente em Farmacologia da FOB/USP.
Cristian Higashi
Cirurgião-dentista. Professor colaborador das disciplinas 
de Escultura Dental e Clínica Integrada da UEPG. Mes-
tre e Doutor em Dentística Restauradora pela UEPG. 
Doutorado Sanduíche na Faculdade de Medicina Dentá-
ria da Universidade do Porto (FMDUP), Portugal. 
Cristina de Mattos Pimenta Vidal
Cirurgiã-dentista. Mestre em Odontologia: Dentística 
pela FOAr/Unesp. Doutora em Materiais Dentários pela 
FOP/Unicamp.
Denise Fonseca Côrtes
Cirurgiã-dentista. Professora adjunta na Universidade Fe-
deral de Juiz de Fora (UFJF). Especialista em Dentística 
pela Profis de Bauru. Especialista em Prótese Dental pela 
UFRJ. Mestre e Doutora em Dentística pela FOB/USP. 
Diana Gabriela Soares
Dentista. Pesquisadora do Laboratório de Patologia Ex-
perimental e Biomateriais da FOAr/Unesp. Especialista, 
Mestre e Doutoranda em Reabilitação Oral: Prótese Den-
tal da FOAr/Unesp. 
Eduardo Batista Franco
Professor titular do Departamento de Dentística: Mate-
riais Odontológicos da FOB/USP. Mestre e Doutor em 
Dentística pela FOB/USP.
Fábio Dupart Nascimento
Professor do Programa de Pós-Graduação em Biomate-
riais em Odontologia da Uniban. Doutor em Biologia Mo-
lecular pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). 
Felipe Augusto Villa Verde
Cirurgião-dentista. Especialista em Dentística Restaura-
dora pela EAP-ABO (Ponta Grossa/PR). Mestre em Den-
tística Restauradora pela UEPG.
Flávio Augusto Cardoso de Faria
Cirurgião-dentista. Professor associado de Farmacologia 
da FOB/USP. Mestre e Doutor em Ciências (Farmacologia) 
pela FMRP/USP. Livre-docente em Farmacologia da USP.
Galdino Iague Neto
Cirurgião-dentista. Professor de Ortodontia da UMC e 
da Universidade Braz Cubas (UBC). Pesquisador do Pro-
grama de Pós-Graduação em Ortodontia da Uniararas. 
Mestre em Ortodontia pela FOB/USP. Doutor em Orto-
dontia pela Faculdade de Odontologia de Araçatuba 
(FOA/Unesp). 
Iniciais_ed_eletrônica.indd 6 05/11/2013 17:37:05
 Autores o VII
Giovana Mongruel Gomes
Cirurgiã-dentista. Professora do Departamento de 
Odontologia da UEPG. Mestre e Doutoranda em Dentís-
tica Restauradora da UEPG.
Hugo Roberto Lewgoy
Cirurgião-dentista. Professor titular de Biomateriais e 
Clínica Integrada de Atenção Básica, do Mestrado Profis-
sional em Biomateriais em Odontologia e do Mestrado e 
Doutorado acadêmicos em Biotecnologia da Uniban. Es-
pecialista, Mestre e Doutor em Dentística pela FOUSP.
Issis V. Luque Martinez
Odontóloga pela Universidad Central de Venezuela. Mes-
tre e Doutoranda em Odontologia da UEPG. 
João Batista de Souza
Professor associado da Universidade Federal de Goiás 
(UFG). Mestre e Doutor em Odontologia pela FOB/USP.
João Carlos Gomes
Professor associado do Departamento de Odontologia da 
UEPG. Mestre e Doutor em Dentística Restauradora pela 
FOAr/Unesp. 
José Antônio Mesquita Damé
Cirurgião-dentista. Professor associado da UFPel. Mes-
tre e Doutor em Periodontia pela FOB/USP. 
Josimeri Hebling
Professor adjunto da disciplina de Odontopediatria do 
Departamento de Clínica Infantil da FOAr/Unesp. Pes-
quisador do CNPq. Mestre e Doutor em Ciências Odon-
tológicas pela FOAr/Unesp. Pós-Doutor pela University 
of Michigan, Estados Unidos.
Karen Muller Ramalho
Cirurgiã-dentista. Mestre em Ciências pelo Instituto de 
Ciências Biomédicas da USP. Doutora em Ciências Odon-
tológicas pela FOUSP.
Katia Regina H. Cervantes Dias
Cirurgiã-dentista. Professora associada da Faculdade de 
Odontologia da FOUFRJ. Professora titular da Faculdade 
de Odontologia da UERJ (FOUERJ). Especialista em 
Dentística pela FOUERJ. Mestre e Doutora em Clínica 
Odontológica pela FOUSP. Pós-Doutora pela Boston 
University, Estados Unidos. 
Lawrence Gonzaga Lopes
Professor adjunto da UFG. Mestre e Doutor em Dentísti-
ca pela FOB/USP.
Linda Wang
Professora associada do Departamento de Dentística, En-
dodontia e Materiais Odontológicos da FOB/USP. Mestre e 
Doutora em Odontologia: Dentística pela FOB/USP.
Luana Severo Alves
Cirurgiã-dentista. Técnica-administrativa da Faculdade 
de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande 
do Sul (UFRGS). Mestre e Doutora em Odontologia/Clí-
nica Odontológica: Cariologia/Dentística pela UFRGS. 
Luciana Fávaro Francisconi
Cirurgiã-dentista. Especialista em Dentística pela FOB/
USP. Mestre e Doutora em Odontologia/Ciências Odon-
tológicas Aplicadas: Dentística pela FOB/USP. 
Marcela Pagani Calabria
Cirurgiã-dentista. Professora de Saúde Coletiva da Pós-
-Graduação da USC. Professora da disciplina de Dentística 
da USC. Especialista em Dentística pela Fundação Bau-
ruense de Estudos Odontológicos (FUNBEO) da FOB/
USP. Mestre e Doutora em Dentística pela FOB/USP. 
Marcela Rocha de Oliveira Carrilho
Cirurgiã-dentista. Professora titular da Uniban. Profes-
sora visitante da University of Western Ontario, Estados 
Unidos. Doutora em Materiais Dentários pela USP. Pós-
-Doutora pela FOP/Unicamp e pela Medical College of 
Georgia, Estados Unidos. 
Marcelo Massaroni Peçanha
Cirurgião-dentista. Professor do Curso de Odontologia 
da Universidade de Vila Velha (UVV). Especialista em 
Prótese Dentária pela UFES. Mestre em Clínica Odonto-
lógica pela UFES. 
Marcio Vivan Cardoso
Cirurgião-dentista. Especialista em Dentística Restaura-
dora pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO). Mes-
tre e Doutor em Dentística Restauradora pela FOUSP. 
Pós-doutor pela Katholieke Universiteit Leuven, Bélgica. 
Marco Antônio Masioli
Professor associado da UFES. Mestre em Dentística pela 
UERJ. Doutor em Clínica Odontológica pela UERJ. 
Marcos Barceleiro
Professor adjunto III e coordenador do Curso de Pós-
-Graduação em Odontologia da Faculdade de Odontolo-
gia da Universidade Federal Fluminense (UFF), Nova 
Friburgo. Especialista em Dentística Restauradora pela 
UERJ. Mestre em Dentística pela Universidade de Tauba-
té (Unitau). Doutor em Dentística pela UERJ. 
Maria Teresa Atta
Cirurgiã-dentista. Professora associada III do Departamen-
to de Dentística,Endodontia e Materiais Odontológicos da 
FOB/USP. Mestre e Doutora em Dentística pela FOB/USP.
Marina Stella Bello-Silva
Colaboradora do LELO-FOUSP. Doutora pelo Departa-
mento de Dentística da FOUSP e pela RWTH Aachen 
University, Alemanha. 
Iniciais_ed_eletrônica.indd 7 05/11/2013 17:37:06
VIII o Autores
Marisa Maltz
Cirurgiã-dentista. Professora titular do Departamento de 
Odontologia Preventiva e Social da UFRGS. Mestre em 
Odontologia Preventiva e Social pela UFRGS. Doutora 
em Odontologia pela University of Gothenburg, Suécia. 
Milko Villarroel
Professor adjunto de Dentística da Universidad de Valpara-
íso, Chile. Licenciado em Odontologia pela Universidad de 
Valparaíso, Chile. Mestre em Clínica Integrada pela UEPG. 
Doutor em Dentística Restauradora pela FOAr/Unesp. 
Mitsue Fujimaki
Cirurgiã-dentista. Professora adjunta do Curso de Odon-
tologia da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Es-
pecialista em Odontologia em Saúde Coletiva pela FOB/
USP. Mestre em Biologia e Patologia Bucodental pela FOP/
Unicamp. Doutora em Cariologia pela FOP/Unicamp. 
Osnara Maria Mongruel Gomes
Professora associada do Departamento de Odontologia 
da UEPG. Coordenadora do Programa de Pós-Gradua-
ção stricto sensu – Mestrado e Doutorado em Odontolo-
gia da UEPG. Especialista, Mestre e Doutora em Dentís-
tica Restauradora pela FOAr/Unesp. 
Patricia Moreira de Freitas
Professora Doutora do Departamento de Dentística da 
FOUSP. Vice-coordenadora do LELO-FOUSP. Especia-
lista e Mestre em Dentística pela FOP/Unicamp. Doutora 
em Dentística pela FOUSP. 
Paulo Henrique Perlatti D’Alpino
Professor do Curso de Odontologia e do Mestrado Profis-
sional em Biomateriais em Odontologia da Uniban. Mes-
tre e Doutor em Dentística pela FOB/USP. Pós-Doutor 
em Física Aplicada: Ciências dos Materiais pela Unesp. 
Polliana Scaffa
Cirurgiã-dentista. Especialista em Dentística pela Faculda-
de de Odontologia da Universidade Federal de Mato Grosso 
do Sul (Faodo-UFMS). Mestre em Dentística pela FOB/USP. 
Doutora em Materiais Dentários pela FOP/Unicamp.
Raquel Sano Suga Terada
Professora associada do Curso de Odontologia da UEM. 
Especialista em Saúde Coletiva pela Pontifícia Universi-
dade Católica do Paraná (PUC/PR). Mestre e Doutora em 
Dentística pela FOB/USP.
Renata C. Pascotto
Cirurgiã-dentista. Professora associada da disciplina de 
Dentística do Curso de Odontologia da UEM. Mestre e 
Doutora em Dentística pela FOB/USP.
Ricardo Amore 
Cirurgião-dentista. Professor do Mestrado Profissional 
em Biomateriais em Odontologia da Uniban. Mestre e 
Doutor em Dentística pela Unesp.
Roberta Caroline Bruschi Alonso
Cirurgiã-dentista. Professora Doutora do Mestrado Pro-
fissional em Biomateriais em Odontologia da Uniban. 
Mestre, Doutora e Pós-Doutora em Materiais Dentários 
pela FOP/Unicamp.
Rodrigo Carlos Nahas de Castro Pinto
Professor dos Cursos de Atualização e Especialização em 
Periodontia da ESO, São Paulo. Professor dos Cursos de 
Atualização e Especialização em Periodontia da ABO, 
Santos. Especialista em Periodontia pela Profis, Bauru. 
Mestre em Periodontia pela FOUSP. Doutorando em Pe-
riodontia da FOUSP. 
Rubens Côrte Real de Carvalho
Professor titular do Departamento de Dentística da 
FOUSP. Mestre e Doutor em Dentística pela FOUSP.
Samuel Jorge Moysés
Cirurgião-dentista. Professor titular da PUC/PR. Profes-
sor adjunto da Universidade Federal do Paraná (UFPR). 
Doutor em Epidemiologia e Saúde Pública pela Universi-
ty of London, Reino Unido. 
Sérgio Kiyoshi Ishikiriama
Cirurgião-dentista. Professor Doutor do Departamento 
de Dentística, Endodontia e Materiais Odontológicos da 
FOB/USP. Mestre em Periodontia pela FOB/USP. Doutor 
em Dentística Restauradora pela FOB/USP. 
Vera Mendes Soviero
Cirurgiã-dentista. Professora adjunta da disciplina de 
Odontopediatria da UERJ. Especialista, Mestre e Douto-
ra em Odontopediatria pela UFRJ. 
Vinicius Di Hipólito
Cirurgião-dentista. Professor titular dos Cursos de Gra-
duação em Odontologia e do Mestrado Profissional em 
Biomateriais em Odontologia da Uniban. Mestre e Dou-
tor em Materiais Dentários pela FOP/Unicamp. 
Viviane Hass
Mestre e Doutoranda em Dentística Restauradora da UEPG.
Wagner Baseggio
Cirurgião-dentista. Professor titular na Universidade Pa-
ranaense (Unipar). Mestre e Doutor em Dentística pela 
FOB/USP. 
Yasmine Mendes Pupo
Professora adjunta do Curso de Graduação em Odontolo-
gia e da Especialização Integrada em Prótese e Dentística 
da Universidade Tuiuti (UTP). Mestre e Doutora em 
Odontologia: Dentística Restauradora e linha de pesquisa 
de Propriedades Físico-químicas e Biológicas de Mate-
riais pela UEPG. 
Iniciais_ed_eletrônica.indd 8 05/11/2013 17:37:06
apresentação
O Grupo Brasileiro de Professores de Dentística 
(GBPD) sempre se pautou por ser uma associação que 
congrega um conjunto diferenciado de pessoas mobiliza-
das pelo ideal comum de pesquisar e ensinar, a alunos e 
profissionais, as técnicas mais modernas e eficientes de 
prevenção da cárie dental e outras lesões que podem aco-
meter os dentes, além de técnicas restauradoras nos casos 
em que os elementos dentários já se encontram afetados.
Em seus 40 anos de existência, o GBPD marcou posi-
tivamente seus associados com ações que contribuíram 
para a manutenção do elevado nível de todos os seus 
membros, ao promover, principalmente, reuniões cientí-
ficas bienais, nas quais eram ministrados cursos de atua-
lização com renomados professores do país e do exterior, 
bem como simpósios, conferências e painéis que envolve-
ram também a expertise de seus sócios. Nos primórdios 
do grupo, quando seus membros docentes vivenciavam 
grande dificuldade para preparação de material didático, 
o GBPD organizou, com o auxílio de colegas de diversas 
regiões do país, uma coleção de diapositivos doada como 
recurso de apoio pedagógico para todas as instituições de 
Odontologia do Brasil e disponibilizada para seus asso-
ciados a preço de custo.
Uma característica marcante do GBPD é que todos os 
seus membros contribuem e usufruem. Não há um grupo 
dominante, que impede o crescimento dos demais cole-
gas. Ao contrário, a fraternidade é sua marca típica.
Com o passar do tempo, outras formas de manutenção 
da dinâmica do conhecimento vivo foram colocadas para 
os membros desse grupo, com a edição de livros e da revis-
ta do GBPD, somada aos encontros bienais.
Neste século XXI, o enorme volume de informação 
exigiu um trabalho de sistematização para que as inova-
ções fossem criteriosamente tratadas e traduzidas em co-
nhecimento útil. O compartilhamento desse conhecimen-
to, tradicionalmente fragmentado, já não atendia às 
necessidades dos estudantes e profissionais, que demanda-
vam explicações mais completas sobre o universo abrangi-
do pelas diferentes disciplinas e suas temáticas. Atenta a 
essa nova realidade, a direção do GBPD teve a iniciativa 
empreendedora de idealizar um novo livro que abordasse 
os conteúdos da Dentística de maneira holística, com uma 
visão multidisciplinar. 
Para compor o livro Dentística: uma abordagem multi-
disciplinar, foram convidados docentes/pesquisadores de 
renomada competência, atuantes em instituições priva-
das, públicas, federais, estaduais, e com publicações no 
país e no exterior.
Os autores dos diversos capítulos deste livro abordam 
temas tradicionais de Dentística de maneira inovadora, 
como a introdução da Biologia Molecular nessa especialida-
de, orientações seguras para a prática terapêutica em Den-
tística, princípios físicos da fotopolimerização e suas aplica-
ções clínicas e a utilização do laser e do LED. Outros temas, 
igualmente importantes para uma prática diferenciada e 
que ainda não têm recebido muita atenção em livros-texto, 
são a inter-relação da Dentística com a Periodontia e o trata-
mento ortodôntico como coadjuvante do tratamento restau-
rador, abordados de maneira clara e didática neste livro.
Os capítulos que tratam da fisiologia e resposta às injú-
rias do complexo dentino-pulpar e dos tratamentos con-servadores da vitalidade pulpar se completam de maneira 
primorosa. Do mesmo modo, aqueles que abordam o exa-
me clínico, o diagnóstico e o plano de tratamento restaura-
dor e as manifestações clínicas da cárie dental (diagnóstico 
e tratamento da dentina cariada) são perfeitamente articu-
lados e de fácil compreensão.
Outros assuntos com os quais os profissionais e os pro-
fessores estão mais habituados, como preparo cavitário 
para restaurações diretas, instrumentação cavitária para 
restaurações indiretas, interação dos sistemas restaurado-
res adesivos com o esmalte e a dentina, cimentação adesiva, 
restauração de lesões dentárias não cariosas e de dentes vi-
tais e tratados endodonticamente, são apresentados com 
novo enfoque, atraindo a atenção do leitor e contribuindo 
para uma prática odontológica de alto nível, traduzida em 
grande satisfação pessoal para quem a exerce e melhor 
qualidade de vida para os pacientes.
Como fundadora do GBPD, eu me senti extremamen-
te honrada pelo convite para apresentar este livro.
Cumprimento o professor José Carlos Pereira, atual 
presidente do GBPD e diretor da Faculdade de Odontolo-
gia de Bauru (FOB), da Universidade de São Paulo, pela 
feliz iniciativa de organizar este livro e marcar sua passa-
gem pela coordenação do grupo com esta contribuição 
que beneficiará especialistas, alunos, professores, clínicos 
gerais e a comunidade assistida com conhecimentos 
avançados e mais sólidos da profissão.
Maria Fidela de Lima Navarro
Ex-presidente do GBPD, ex-diretora da FOB, 
ex-secretária-geral da USP e ex-presidente da 
 International Association for Dental Research
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prefácio
É possível notar que alguns procedimentos odontoló-
gicos restauradores, sobretudo os que abordam os aspec-
tos estéticos da boca e da face, passaram a ter destaque 
especial, tornando-se, na visão de muitos, mais impor-
tantes ou interessantes do que a prática restauradora para 
a recuperação da saúde dental e bucal. É como se a beleza 
do sorriso, mais do que a função mastigatória em seus 
princípios fisiológicos, passasse a ser o determinante da 
saúde geral. Sem qualquer depreciação da importância da 
estética na expressão comportamental dos indivíduos, 
não se deve esperar que o conteúdo seja maior que o con-
tinente, isto é, que a Odontologia restauradora estética, 
um dos conteúdos do ensino e da prática dos procedi-
mentos clínicos restauradores, sobreponha-se à discipli-
na de Dentística – nesse caso, o continente. 
Assim, no ano em que comemora quatro décadas de 
existência, o Grupo Brasileiro de Professores de Dentística 
(GBPD) lança um novo livro. Não se trata aqui de apenas 
mais um livro. Mas de um texto que ratifica a posição da 
Dentística como a especialidade que lidera e conduz o en-
sino e o domínio do espectro das práticas preservadoras e 
restauradoras das estruturas dentais, integrada a outras 
especialidades e alicerçada nos conhecimentos científicos 
e técnicos. A publicação de Dentística: uma abordagem 
multidisciplinar tem esse foco e, com isso, atende a um dos 
compromissos do GBPD, lavrado em seu estatuto: promo-
ver o aprimoramento e a integração dos programas de ensi-
no de Dentística com as disciplinas afins.
Ainda assim, este não é um livro corporativo, embora 
traga consigo a identidade do GBPD. Como todo o livro-
-texto persegue, desde o início de sua idealização, o obje-
tivo aqui é identificar a Dentística como especialidade 
que vai além da prática. Isso explica o delineamento de 
seu conteúdo, que contempla um elenco de tópicos que 
permitirá ao leitor ter em mente o complexo de conheci-
mentos científicos e técnicos necessários para a realiza-
ção do tratamento restaurador, no cenário do sistema es-
tomatognático.
Pela natureza de seu conteúdo e por sua apresentação, 
configura-se como um texto que servirá tão bem ao pro-
fessor e ao clínico experiente como ao estudante de 
Odontologia que dá os primeiros passos para a compreen-
são dos segredos da prática restauradora dental. Será, 
com certeza, um instrumento didático importante para 
auxiliar no ensino da Dentística e das especialidades que 
a ela se integram.
Certamente, este livro não existiria sem a colaboração 
pronta e desinteressada de todos os autores que dele par-
ticipam. São professores e pesquisadores que têm dedica-
do seu tempo a detectar e compreender os fenômenos que 
ocorrem nas estruturas bucais, de modo geral, e dos den-
tes, em particular; cientistas que propõem soluções para 
os problemas da saúde bucal; clínicos experientes que 
praticam e aprimoram as técnicas restauradoras. A eles 
nossos agradecimentos sinceros pela dedicação à feitura 
deste livro e nossa profunda admiração pelo trabalho que 
realizam.
Resta dizer que a materialização deste livro foi possí-
vel graças à eficiência, à conduta profissional e, por que 
não dizer, à paciência da Editora Artes Médicas, parceira 
nesta publicação, bem como em outros livros do GBPD.
Ao oferecer este livro aos seus associados e à comuni-
dade odontológica em geral, o Grupo Brasileiro de Pro-
fessores de Dentística está ciente de que a diversidade e a 
natureza mutante do pensamento são ferramentas essen-
ciais para o ensino e a motivação permanente ao desen-
volvimento científico. Assim como a obediência aos dog-
mas não faz o crente, também um homem não se faz 
artista só por seguir servilmente os códigos de uma arte 
(Rabindranath Tagore). Nesse particular, ciência e arte se 
integram neste texto e acabam por demonstrar o caráter 
privilegiado da profissão odontológica.
José Carlos Pereira
Camillo Anauate-Netto
Silvia Alencar Gonçalves
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sumário
1 COMPLEXO DENTINO-PULPAR: fisiologia e 
resposta às injúrias 1
Diana Gabriela Soares o Ana Paula Dias Ribeiro o 
André Luiz Fraga Briso o Josimeri Hebling o 
Carlos Alberto de Souza Costa
Introdução 1
Complexo dentino-pulpar 1
Odontogênese 1
Dentina 3
Polpa dental 4
Resposta do complexo dentino-pulpar aos agentes 
irritantes 4
Repercussão dos procedimentos clínicos no complexo 
dentino-pulpar 7
Preparo cavitário 8
Turbina de alta velocidade 8
Método químico/mecânico 9
Laser de Er:YAG 9
Procedimentos restauradores 10
Capeamento pulpar indireto 11
Hidróxido de cálcio 11
Sistemas adesivos 12
Cimento de ionômero de vidro 14
Capeamento pulpar direto 15
Agentes cimentantes 18
Clareamento dental 19
Considerações finais 20
Referências 20
2 A BIOLOGIA MOLECULAR APLICADA 
À DENTÍSTICA 25
Marcela Rocha de Oliveira Carrilho o 
Cristina de Mattos Pimenta Vidal o 
Polliana Scaffa o André Guaraci De 
Vito Moraes o Fábio Dupart Nascimento
Introdução 25
O papel das proteases endógenas na progressão das 
lesões de cárie 25
Contribuição da Biologia Molecular na proposição 
de um novo modelo para explicar a progressão das 
lesões de cárie 25
O papel das proteases endógenas na integridade das 
restaurações dentais 34
Contribuição da Biologia Molecular na proposição 
de terapêuticas de controle da degradação das 
restaurações adesivas 34
Considerações finais 37
3 TRATAMENTOS CONSERVADORES DA POLPA 
DENTÁRIA 43
Linda Wang o Marcela Pagani Calabria o 
Luciana Fávaro Francisconi o 
Maria Teresa Atta o José Carlos Pereira
Introdução 43
Complexo dentino-pulpar 43
Diagnóstico da cárie 48
Diagnóstico clínico da condição pulpar 49
Testes subjetivos 49
Anamnese e exame clínico 49
Testes objetivos 49
Testes clínicos de confirmação de 
diagnóstico 52
Materiais para os tratamentos conservadores 
da polpa 52
Hidróxido de cálcio 54
Agregado de trióxido mineral (MTA) 56
Sistemas adesivos 57
Procedimentos conservadores da vitalidade 
pulpar 59
Tratamento expectante ou terapia pulpar 
indireta 60
Terapia pulpar indireta: 1ª sessão 60
Terapia pulpar indireta: 2ª sessão 62
Tratamentos da polpa exposta ao meio 
bucal 62
Proteção pulpar direta 64
Proteção pulpar direta: 1a sessão 64
1. Isolamento absoluto 64
2.Remoção completa do tecido cariado 
e conclusão do preparo cavitário 64
3. Hemostasia e limpeza com água de 
hidróxido de cálcio 64
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XIV o Sumário
4. Capeamento pulpar propriamente dito 64
5. Procedimento restaurador 65
Proteção pulpar direta: 2a sessão 65
1. Anamnese e exames clínico e 
radiográfico 65
2. Inspeção da área da exposição 65
Curetagem pulpar 66
Curetagem pulpar: sequência operatória 66
Considerações finais 68
Referências 69
4 CÁRIE: diagnóstico e planejamento preventivo 
e restaurador 73
Renata C. Pascotto o Raquel Sano Suga Terada o 
Mitsue Fujimaki o Samuel Jorge Moysés
Introdução 73
Considerações gerais 73
Etiologia da cárie 74
Abordagem biológica ou individual 74
Abordagem socioecológica 74
Métodos de diagnóstico da cárie 75
Método de diagnóstico clínico individual 77
Diagnóstico de lesões de cárie proximais 80
Diagnóstico de lesões de cárie oclusais 82
Método de diagnóstico comunitário 82
Planejamento preventivo e restaurador 83
Planejamento clínico individual 83
Planejamento das ações coletivas 86
Diferença entre o planejamento individual e 
coletivo 86
Gestão em saúde bucal como ferramenta básica 
para o planejamento coletivo 87
Papel da promoção da saúde 88
Construção das redes de atenção à saúde 88
Métodos coletivos de prevenção da cárie 88
Fluoretação das águas de 
abastecimento 88
Escovação dental supervisionada com 
dentifrícios fluoretados 88
Restaurações ART como estratégia de 
promoção de saúde bucal 89
Enxaguatórios (bochechos) bucais 90
Educação em saúde bucal 90
Monitoramento e avaliação da atenção 90
Formação dos profissionais para uma visão 
ampliada sobre saúde geral e bucal 91
Clínica ampliada como modelo de 
organização 91
Considerações finais 91
Referências 92
5 O MANEJO DA DOR NA DENTÍSTICA 
RESTAURADORA 95
Flávio Augusto Cardoso de Faria o 
Bella Luna Colombini Ishikiriama o 
Carlos F. Santos
Introdução 95
Por que o controle da dor é importante na Dentística 
restauradora? 95
Controle transoperatório da dor: anestésicos 
locais 97
Mecanismo de ação 98
Duração da anestesia 100
Influência do pH 100
Sensibilidade diferencial das fibras 
nervosas 101
Associação de vasoconstritores 101
Reações adversas dos anestésicos locais 105
Doses máximas recomendadas 106
Uso de anestésicos locais na gravidez e 
lactação 106
Controle pós-operatório da dor: AINEs e 
opioides 107
Considerações finais 112
Referências 113
6 REMOÇÃO PARCIAL DA DENTINA 
CARIADA: Odontologia atual baseada em 
evidências 115
Denise Fonseca Côrtes o Luana Severo Alves o 
Marisa Maltz o Vera Mendes Soviero
Introdução 115
Diagnóstico de cárie, detecção de lesões cariosas e 
decisão de tratamento 115
Métodos de identificação e remoção do tecido 
cariado 116
Adesão dentinária e remoção parcial de tecido 
cariado 119
Evidências científicas sobre a remoção de tecido 
cariado 119
Tratamento expectante 120
Capeamento pulpar indireto com dentina cariada 
subjacente 120
Remoção parcial de dentina cariada em 
lesões profundas de cárie em dentes 
permanentes 120
Selamento de lesões cariosas sem remoção 
prévia de tecido cariado 122
Tratamento restaurador atraumático 122
Evidências clínicas 122
Evidências microbiológicas 122
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 Sumário o XV
Evidências radiográficas 123
Evidências laboratoriais 124
Considerações finais 124
Referências 125
7 PREPARO CAVITÁRIO PARA RESTAURAÇÕES 
DIRETAS: novas perspectivas 129
Ricardo Amore o Camillo Anauate-Netto o 
Hugo Roberto Lewgoy o Andréa Anido-Anido o 
Roberta Caroline Bruschi Alonso o Marcela Rocha 
de Oliveira Carrilho oFábio Dupart Nascimento 
o Paulo Henrique Perlatti D’Alpino o Vinicius Di 
Hipólito o Alejandra Hortencia Miranda González
Introdução 129
Principais requisitos dos preparos cavitários 131
Adequação cavitária para restaurações minimamente 
invasivas 131
Caso clínico 134
Caso clínico de cavidade tipo túnel 136
Preparos cavitários com largura maior que um quarto 
da distância intercuspídica 136
Preparo cavitário para amálgama 136
Configuração da caixa proximal em preparos de classe 
II para amálgama 139
Preparo cavitário para resina composta 140
Considerações finais 146
Referências 147
8 PREPARO CAVITÁRIO PARA RESTAURAÇÕES 
ESTÉTICAS INDIRETAS 149
Marco Antônio Masioli o Marcelo Massaroni 
Peçanha o Bianca M. Vimercati o Milko Villarroel
Introdução 149
Princípios biológicos e mecânicos 150
Princípios biológicos 150
Conservação da estrutura dental 150
Preservação da saúde pulpar 150
Conservação e manutenção da saúde dos tecidos 
adjacentes 150
Princípios mecânicos 150
Retenção e estabilidade 150
Altura e forma do preparo 151
Características da cimentação 151
Considerações sobre preparo cavitário para 
restaurações estéticas indiretas 152
Cerâmicas pobres em sílica 152
Cerâmicas ricas em sílica 152
Características peculiares 152
Restaurações com espessura uniforme 152
Expulsividade das paredes do preparo 152
Paredes planas e ângulos arredondados 152
Términos cervicais 153
Tipos de preparos para as restaurações 
indiretas 153
Protocolo de preparo para restaurações estéticas 
indiretas 154
Inlay em cerâmica pura 154
Onlay em cerâmica pura 155
Coroa total em cerâmica pura 156
Caso clínico de faceta indireta em cerâmica 158
Considerações finais 159
Referências 159
9 ALTERNATIVAS CLÍNICAS PARA MINIMIZAR 
A DEGRADAÇÃO DA INTERFACE DE UNIÃO À 
DENTINA 161
Alessandra Reis o Issis V. Luque Martinez o 
Viviane Hass o Alessandro D. Loguercio
Introdução 161
Fatores envolvidos no envelhecimento das interfaces 
de união à dentina 162
Degradação da parte resinosa 163
Degradação das fibrilas colágenas 165
Como melhorar a estabilidade da união resina-
dentina 166
Melhorar a impregnação do adesivo em dentina 
desmineralizada e mineralizada 167
Melhorar a resistência do polímero formado pelos 
sistemas adesivos 170
Melhorar a resistência das fibrilas colágenas à 
degradação enzimática 173
Outras abordagens 176
Considerações finais 176
Referências 177
10 CIMENTAÇÃO ADESIVA 183
Rubens Côrte Real de Carvalho o Angela 
Mayumi Shimaoka o Alessandra Pereira 
de Andrade o Marcio Vivan Cardoso
Introdução 183
Tipos de agentes de cimentação 184
Agentes cimentantes não adesivos 184
Agentes cimentantes adesivos 184
Cimentos de ionômero de vidro 184
Cimentos resinosos 185
Técnica operatória 188
Considerações finais 193
Referências 193
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XVI o Sumário
11 TRATAMENTO DE LESÕES CERVICAIS 195
Ana Regina Cervantes Dias o Katia Regina H. 
Cervantes Dias o Silvia Alencar Gonçalves o 
Marcos Barceleiro
Introdução 195
Tipos de lesões não cariosas 196
Erosão 196
Abrasão 199
Atrição 199
Abfração 200
Lesões multifatoriais 201
Tratamento 202
Restauração 203
Hipersensibilidade 206
Laser 207
Flúor 208
Cloreto de estrôncio e sais de potássio 208
Dessensibilizantes dentinários resinosos 208
Derivados de caseína 209
Novamin® 209
Nano-hidroxiapatita 209
Arginina 210
Procedimentos cirúrgicos 210
Considerações finais 211
Referências 211
12 PRINCÍPIOS E PROCEDIMENTOS PERIODONTAIS 
APLICADOS À DENTÍSTICA 213
Sérgio Kiyoshi Ishikiriama o Bella Luna 
Colombini Ishikiriama o Rodrigo Carlos Nahas 
de Castro Pinto o José Antônio Mesquita Damé
Introdução 213
O que é biológico? 214
Distâncias biológicas 215
Biotipos periodontais 216
O que é estético? 217
Parâmetros estéticos do periodonto 218
Zênite gengival 218
Posição da margem gengival 218
Papila interdentária ou gengival 219
Solucionando problemas biológicos 221
Invasão do espaço biológico 221
Cirurgia de aumento de coroa (osteotomia e 
osteoplastia) 222
Extrusão dentária 224
Falta de mucosa ceratinizada 226
Solucionando problemas estéticos 226
Planejamento multidisciplinar para o tratamento 
de discrepâncias de margem gengival 226Recessão gengival 227
Sorriso gengival 229
Considerações finais 230
Referências 232
13 PRINCÍPIOS FÍSICO-QUÍMICOS DA 
FOTOATIVAÇÃO: implicações clínicas 
em restaurações diretas com resinas 
compostas 235
Lawrence Gonzaga Lopes o João Batista de Souza 
o Wagner Baseggio o Eduardo Batista Franco
Introdução 235
Processo de polimerização das resinas compostas 
ativadas com luz visível 236
Fontes de luz 239
Lâmpada halógena (LH) 239
LED (light emitting diode – diodos emissores 
de luz) 239
Resinas compostas à base de metacrilato 240
Cinética da reação de polimerização 241
Efeito da técnica de fotoativação nas propriedades 
finais do polímero 243
Técnicas de fotoativação 243
Modo contínuo de irradiação 244
Uniforme contínuo 244
Gradual ou soft-start 244
Exponencial ou ramp 244
Alto pulso de energia 244
Modo descontínuo de irradiação 244
Pulso interrompido, pulso tardio ou pulse 
delay 244
Resina composta à base de silorano 246
Considerações finais 248
Referências 250
14 RESTAURAÇÕES EM DENTES VITAIS E 
TRATADOS ENDODONTICAMENTE: 
prognóstico e riscos 253
João Carlos Gomes o Osnara Maria Mongruel 
Gomes o Alessandra Reis o Antonio S. Sakamoto 
Junior o Cristian Higashi o Felipe Augusto Villa 
Verde o Giovana Mongruel Gomes o 
Yasmine Mendes Pupo
Introdução 253
Restaurações em dentes vitais 254
Restaurações diretas em dentes anteriores 254
Restaurações indiretas em dentes 
anteriores 254
Restaurações diretas em dentes 
posteriores 257
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 Sumário o XVII
Restaurações indiretas em dentes 
posteriores 257
Procedimentos clínicos para melhor desempenho 
das restaurações em dentes vitais 260
Restauração de dentes tratados 
endodonticamente 261
Dentes tratados endodonticamente 261
Restauração de dentes tratados 
endodonticamente 262
Restaurações com pinos de fibra 263
Restaurações com núcleos metálicos 
fundidos 263
Considerações finais 268
Referências 268
15 A INTERVENÇÃO ORTODÔNTICA 
ALIADA AOS PROCEDIMENTOS 
RESTAURADORES 273
Galdino Iague Neto
Introdução 273
Diagnóstico 273
Proporção anterior 274
Planejamento e sequência do tratamento 275
Passo 1: ajuste da relação molar 275
Passo 2: correção da relação de pré-molares e 
caninos 275
Passo 3: distribuição dos espaços na região 
anterior 275
Oportunidades para o tratamento restaurador 276
Tratamento restaurador prévio ao tratamento 
ortodôntico 276
Tratamento restaurador concomitante ao 
tratamento ortodôntico 276
Tratamento restaurador posterior ao tratamento 
ortodôntico 277
Tratamentos complementares 281
Considerações finais 283
Referências 284
16 EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS E INDICAÇÕES 
CLÍNICAS DOS LASERS DE ALTA E 
BAIXA POTÊNCIA EM DENTÍSTICA 
RESTAURADORA 285
Carlos de Paula Eduardo o Ana Cecilia Correa 
Aranha o Patricia Moreira de Freitas o 
Karen Muller Ramalho o Marina Stella Bello-Silva
Introdução 285
O laser em Odontologia 285
Interação da luz com os tecidos 286
Lasers de alta potência 289
Lasers de baixa potência 289
Indicações dos lasers de baixa e alta potência em 
Dentística restauradora 289
Preparos cavitários conservadores, condicionamento 
dental e adesão ao substrato irradiado 289
Caso clínico 291
Redução de sensibilidade pós-operatória 293
Laser de baixa potência na manutenção da saúde 
gengival 294
Caso clínico 296
Redução microbiana 298
Lesões cervicais não cariosas e hipersensibilidade 
dentinária cervical 299
Caso clínico 303
Novas propostas do uso do laser em procedimentos 
relacionados à Dentística restauradora 304
Terapia fotodinâmica no tratamento restaurador 
direto 304
Histórico da terapia fotodinâmica 304
Mecanismos de ação 304
Mecanismo tipo I ou via formação de 
radical 304
Mecanismo tipo II ou via formação de oxigênio 
singleto 304
Fotossensibilizadores (FS) 305
Terapia fotodinâmica em Dentística no tratamento 
restaurador direto 305
Condicionamento interno de cerâmicas 
odontológicas 308
Clareamento dental 310
Fontes de luz utilizadas no clareamento 
dental 311
Luz halógena 311
LED 311
Lasers (alta potência) 312
Lasers como métodos promissores para o 
diagnóstico e prevenção da cárie dental 312
Considerações finais 313
Referências 316
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COMPLEXO DENTINO-PULPAR: 
fisiologia e resposta às injúrias
Diana Gabriela Soares
Ana Paula Dias Ribeiro
André Luiz Fraga Briso
Josimeri Hebling
Carlos Alberto de Souza Costa
1
 o INTRODUÇÃO
Neste capítulo, abordaremos, de maneira geral, o 
complexo dentino-pulpar, desde sua formação, durante 
a odontogênese, passando pelas características dos teci-
dos que o compõem (dentina e polpa), até como esta es-
trutura responde às agressões que recebe durante a vida 
do elemento dental. Nesse contexto, serão discutidos, 
com base em evidências científicas, os possíveis danos 
que determinados procedimentos clínicos podem cau-
sar no complexo dentino-pulpar e como podemos evi-
tar, ou pelo menos minimizar, a ocorrência de lesões 
nesta estrutura responsável pela vitalidade do elemento 
dental. Para isso, serão abordados os materiais dentá-
rios e as técnicas amplamente empregados na Dentística 
restauradora contemporânea. 
COMPLEXO DENTINO-PULPAR
A dentina e a polpa são tecidos que apresentam inter-
-relação estrutural e funcional durante toda a vida do ór-
gão dental. Responsáveis pela síntese e deposição da matriz 
de dentina, as células da polpa, denominadas odontoblas-
tos, permanecem com seus prolongamentos citoplasmáti-
cos no interior dos túbulos dentinários. Consequentemen-
te, as repercussões e os mecanismos de resposta tecidual 
ocorrem de forma integrada, o que determina que a denti-
na e a polpa sejam entendidas e reconhecidas como inte-
grantes de um mesmo complexo, o complexo dentino-pul-
par (Figuras 1.1 a 1.3).
Odontogênese
A inter-relação dentina/polpa tem início na odonto-
gênese. Em sítios específicos do epitélio bucal (banda epi-
telial primária), células proliferam para formar as lâmi-
nas dentárias. Imediatamente ao redor delas, ocorre o 
fenômeno denominado condensação do ectomesênqui-
ma, em que um aglomerado de células ectomesenquimá-
ticas determina a formação da papila dentária, responsá-
vel pela origem tanto da dentina quanto da polpa dental. 
Pelo fato de as células da lâmina dentária assumirem, em 
conjunto, uma estrutura cuja conformação assemelha-se 
a um broto, esse estágio é chamado de estágio de botão. 
Com a condensação das células do ectomesênquima, as 
células localizadas no interior do epitélio continuam a se 
desenvolver, caracterizando a formação de uma estrutura 
que assume a forma de um capuz. Essa nova estrutura, que 
Capitulo_01.indd 1 16/09/2013 10:24:11
2 o Dentística: Uma Abordagem Multidisciplinar
repousa sobre a papila dentária, recebe o nome de órgão 
dentário, cuja morfologia determina uma nova fase da 
odontogênese, o estágio de capuz. Ao redor do órgão den-
tário e da papila dentária, um grupamento significante de 
células ectomesenquimáticas se organiza para originar o 
folículo dentário. Nesse momento, o germe dentário passa 
a ser composto de: (1) órgão dentário, que dará origem ao 
esmalte; (2) papila dentária, responsável pela formação da 
dentina e da polpa; e (3) folículo dentário, que dá origem 
aos tecidos de suporte do elemento dentário, como o osso 
alveolar, o ligamento periodontal e o cemento.1 
Ocorrem diversos fenômenos durante a fase seguinte 
da odontogênese, chamada de estágio de campânula. Nes-
sa etapa, diferentes estratos (epitélio dentário externo, retí-
culo estrelado, estrato intermediário e epitélio dentário 
interno) podem se diferenciar no órgão do esmalte. Já na 
periferia do órgão dentário, as células mais próximas à pa-
pila dentária (epitélio dentário interno) adquirem forma 
cilíndrica baixa e interagem reciprocamente com as células 
do ectomesênquima, o que resulta na formação do comple-
xo dentino-pulpar. No epitélio dentário interno,as células 
relacionadas às futuras cúspides tornam-se colunares al-
tas, dando início ao estágio tardio de campânula, além de 
promover uma sinalização, por meio da membrana basal, 
que passa a diferenciá-las das células mais periféricas da 
papila dentária, transformando-as em pré-odontoblastos. 
Esse fenômeno se inicia pela secreção de fatores de cresci-
mento, particularmente aqueles pertencentes à superfamí-
lia TGFβ, os quais se acumulam na membrana basal. Essas 
proteínas bioativas se relacionam com os receptores de 
membrana dos pré-odontoblastos, que passam a secretar 
fibronectina e a expressar a proteína 165kDa, específica 
para interagir com a fibronectina. A interação entre essas 
moléculas resulta na diferenciação final dos pré-odonto-
blastos em odontoblastos, momento em que ocorre o alon-
gamento das células e a polarização do núcleo (assumindo 
a posição basal), bem como o desenvolvimento do retículo 
endoplasmático rugoso que se dispõe paralelo ao longo do 
eixo da célula.2 
A partir desse momento, inicia-se a deposição de matriz 
de dentina, composta principalmente de colágeno tipo I, 
proteoglicanos e proteínas não colagenosas, como sialopro-
teína óssea, sialoproteína da dentina, osteocalcina, fosfofori-
na, osteopontina, osteonectina, entre outras. Nesse processo, 
denominado dentinogênese, os odontoblastos se deslocam 
centripetamente em relação à papila dentária, movimento 
em que deixam para trás de seu corpo um prolongamento 
citoplasmático. Durante a mineralização da matriz dentiná-
ria, os prolongamentos citoplasmáticos dos odontoblastos 
são envolvidos pela matriz mineralizada, formando, assim, 
os túbulos dentinários, os quais conferem a característica de 
permeabilidade à dentina. Os odontoblastos se organizam 
em monocamada em toda a periferia da polpa dental, for-
mando a camada odontoblástica1 (Figura 1.4). 
Essa camada de odontoblastos é forte e intimamente 
unida por junções intercelulares vigorosas que funcio-
 o Figura 1.1 
Vista geral da polpa coronária de um pré-
-molar humano jovem extraído. É possível 
observar que a polpa (P) está envolvida pela 
dentina (D), a qual é internamente revestida 
por uma camada contínua de odontoblastos 
(setas). Tricrômico de Masson, 32 ×. 
 o Figura 1.2
Polpa radicular do mesmo dente apresenta-
do na Figura 1.1. Verifica-se, nesta figura, o 
tecido conjuntivo fibroso denso (FD) no 
centro da polpa radicular. Tricrômico de Mas-
son, 32 ×. 
 o Figura 1.3
Detalhe da polpa radicular. Nota-se o con-
traste entre o tecido pulpar central fibroso 
(FD) e o tecido pulpar periférico frouxo (F). 
Observa-se aqui a camada contínua de 
odontoblastos que resveste internamente a 
dentina radicular (setas). Tricrômico de Mas-
son, 180 ×.
D
P
D
FD
FD
F
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 Complexo Dentino-Pulpar o 3
nam como um filtro que permite a passagem de água e de 
algumas proteínas de baixo peso molecular e íons, for-
mando, assim, o fluido dentinário, o qual preenche toda 
a extensão dos túbulos dentinários. Ao mesmo tempo em 
que a atividade de síntese dos odontoblastos primários 
ocorre, células mesenquimais do centro da papila dentá-
ria se diferenciam em outros tipos celulares, dando ori-
gem à região central da polpa.
Dentina
A dentina é considerada um tecido parcialmente mi-
neralizado, formado quase em sua totalidade por cristais 
de hidroxiapatita, em meio à matriz de colágeno.3,4 De 
maneira geral, tem sido demonstrado que sua composi-
ção, em volume, é de aproximadamente 55% de minerais, 
30% de material orgânico e 15% de fluido.5
O tecido dentinário é depositado pelos odontoblastos 
por toda a vida do órgão dental. Durante a odontogênese 
até a erupção e completa formação do ápice radicular, 
ocorre deposição rápida de dentina (dentina primária) 
pelos odontoblastos primários. Após esse período, ocorre 
uma abrupta redução na deposição de dentina pelos 
odontoblastos, porém essa atividade permanece de forma 
lenta por toda a vida do órgão dental. Aqui, trata-se da 
dentina secundária, a qual promove uma diminuição fi-
siológica do volume da câmara pulpar e do canal radicu-
lar com o passar dos anos. Como os prolongamentos dos 
odontoblastos estão presentes, a dentina primária e a se-
cundária apresentam característica tubular e são tam-
bém consideradas fisiológicas6 (Figura 1.5). 
No tecido dentinário, é possível diferenciar, ainda, dois 
tipos distintos de estruturas com composições diferentes. 
Entre os túbulos dentinários, há um tecido mineralizado 
com interposição de colágeno, denominado dentina inter-
tubular. Já ao redor dos túbulos dentinários, existe um te-
cido dentinário altamente mineralizado (95%), que leva o 
nome de dentina peritubular. A deposição de dentina peri-
tubular promove redução do diâmetro dos túbulos denti-
nários da periferia (0,9 µm) até a polpa (3,0 µm), o que per-
mite que os túbulos dentinários apresentem a característica 
de cone invertido. Além disso, o número de túbulos denti-
nários é menor na superfície da dentina (15.000/mm2) do 
que próximo à polpa (65.000/mm2). Esses fatores permi-
tem que a morfologia da dentina adquira diferentes carac-
terísticas de acordo com a profundidade, fato este que 
apresenta repercussão direta sobre a eficácia dos procedi-
mentos restauradores, bem como a respeito dos diversos 
procedimentos clínicos sobre o tecido pulpar.4,6 
 o Figura 1.4
Detalhe do complexo dentino-pulpar de pré-molar humano íntegro. 
Aqui, vê-se que os odontoblastos, organizados em camada para re-
vestir internamente a dentina, apresentam prolongamentos citoplas-
máticos (setas) que se localizam no interior dos túbulos dentinários. 
Tricrômico de Masson, 125 ×. 
 o Figura 1.5
A Corte transversal na região de deposição de matriz dentinária não 
mineralizada (pré-dentina) demonstrada em B. É possível observar a 
presença dos túbulos dentinários que contêm, individualmente, prolon-
gamentos citoplasmáticos (setas) dos odontoblastos. Entre os túbulos, 
pode-se observar a matriz dentinária (MD) rica em colágeno. TEM.
B
A
MD
MD
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4 o Dentística: Uma Abordagem Multidisciplinar
Polpa dental
A polpa dental é constituída por um tecido conjuntivo 
frouxo especializado, estruturalmente dividido em ca-
madas: a odontoblástica; a acelular; a rica em células; e a 
central. Na periferia da polpa, encontram-se células orga-
nizadas em paliçada logo abaixo da pré-dentina, conheci-
da como camada odontoblástica (Figura 1.6). 
Os odontoblastos, quando completamente diferencia-
dos, apresentam-se altamente polarizados (núcleo locali-
zado próximo à região subodontoblástica) e carateriza-
dos como células secretoras, com presença abundante do 
retículo endoplasmático rugoso e complexo de Golgi. 
Além disso, seus corpos celulares estabelecem entre si 
numerosos contatos por meio das junções intercelulares, 
as quais permitem comunicação intercelular e trocas me-
tabólicas.7 Responsáveis pela produção contínua de den-
tina fisiológica (dentina secundária), quando expostas a 
injúrias, essas células podem participar do processo de 
esclerose dentinária e produção de dentina reacional, 
bem como estão envolvidas na resposta imunoinflamató-
ria da polpa. 
Logo abaixo dos odontoblastos, encontra-se uma del-
gada área com nenhuma ou com poucas células, denomi-
nada zona acelular (zona de Weill). Essa camada, atraves-
sada por prolongamentos de células adjacentes, vasos e 
fibras nervosas, é parcialmente ocupada pelo plexo de 
Rashkow, constituído por fibras mielínicas (A-δ e A-β) e 
fibras amielínicas (fibras C). Essa estrutura nervosa se 
caracteriza por numerosos filetes nervosos, originados 
de um ou mais feixes nervosos centrais que penetram a 
polpa pelo forâmen apical e acompanham os vasos san-
guíneos em sua rota. Deste plexo alguns filetes nervosos, 
ricos em receptores para dor, passam através dos odonto-
blastos e terminam na pré-dentina ou dentina (cerca de 
100 µm dentro dos túbulos dentinários). Em virtude da 
localizaçãoperiférica dessas fibras nervosas de rápida 
condução e baixo limiar de excitabilidade, estímulos ex-
ternos que conseguem provocar rápida movimentação do 
fluido dentinário promovem a ativação das terminações 
nervosas na embocadura dos túbulos e na câmara pulpar, 
gerando o quadro clínico de hipersensibilidade.8 Propos-
ta por Brännström no ano de 1986, essa teoria hidrodinâ-
mica é a mais aceita pela comunidade científica para ex-
plicar o fenômeno de hipersensibilidade dentinária.9
Junto à camada acelular, existe uma delgada área es-
pecífica de tecido conjuntivo que apresenta notável 
quantidade de células, a zona rica em células. Nessa re-
gião, está presente uma quantidade considerável de célu-
las mesenquimais indiferenciadas que funcionam como 
um sistema de reserva e que estão diretamente relaciona-
das com a manutenção da camada odontoblástica e, con-
sequentemente, com a reparação pulpar. Já foi observado 
que, quando ocorre morte de odontoblastos, seja por um 
mecanismo natural de morte celular programada (apop-
tose) ou por um processo patológico, as células mesen-
quimais de reserva são estimuladas por meio da intera-
ção de mediadores químicos e fatores de crescimento 
com receptores de membrana, o que resulta em sua dife-
renciação em novos odontoblastos, que agora levam o 
nome de odontoblastoides.10,11 Esse processo de recruta-
mento e diferenciação celular ainda não está bem escla-
recido, porém sabe-se que ele é distinto daquele da odon-
togênese, no qual a presença de células epiteliais se faz 
necessária.12 
A última camada, conhecida como zona central, é 
constituída por um tecido conjuntivo frouxo singular, no 
qual estão presentes fibroblastos, células mesenquimais 
indiferenciadas, células do sistema imune (macrófagos e 
linfócitos), além de capilares e fibras nervosas distribuí-
das de forma equilibrada na matriz extracelular. Essa ma-
triz é composta de elementos fibrosos e da substância 
fundamental (formada por proteoglicanas, glicosamino-
glicanas, glicoproteínas e água), sendo o colágeno o cons-
tituinte fibroso mais abundante (Figura 1.7), e permite a 
difusão de nutrientes, oxigênio e proteínas entre os com-
ponentes celulares e a microcirculação, o que lhe consa-
gra papel importante na manutenção da capacidade de 
reparação pulpar.1,2,7 
RESPOSTA DO COMPLEXO DENTINO-PULPAR 
AOS AGENTES IRRITANTES
Uma vez rompida a integridade do esmalte, o comple-
xo dentino-pulpar fica exposto às diversas injúrias do 
meio bucal, que compreendem desde estímulos de ori-
 o Figura 1.6
Neste corte histológico de um dente humano íntegro, pode-se obser-
var as distintas estruturas e camadas que caracterizam o complexo 
dentino-pulpar: dentina (D); pré-dentina (PD); camada de odonto-
blastos (CO); camada acelular (CA); camada rica em células (CRC); e 
região central da polpa (P). Tricrômico de Masson, 250 ×.
D
PD
CO
CA
CRC
P
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 Complexo Dentino-Pulpar o 5
gem microbiana, traumática e iatrogênica (preparos cavi-
tários e outros procedimentos clínicos) até traumas de 
origem química advindos de materiais dentários. De ma-
neira geral, esse complexo responde a esses irritantes com 
a produção de dentina, tendo como principal objetivo li-
mitar a difusão de componentes tóxicos para o tecido 
pulpar, pela diminuição da permeabilidade do tecido 
dentinário, bem como afastar-se da fonte agressora. Des-
sa forma, a resposta do complexo dentino-pulpar com-
preende três mecanismos básicos de defesa, que estão in-
timamente relacionados e que dependem do tempo e da 
intensidade da agressão: a deposição de dentina intratu-
bular; a deposição de dentina terciária; e a inflamação/
resposta imune.13,14 
O primeiro mecanismo, a deposição de dentina intra-
tubular, resulta na formação da esclerose dentinária. Esse 
fenômeno é considerado um importante mecanismo de 
defesa da polpa, o qual reduz e pode até mesmo obstruir 
a luz interna dos túbulos dentinários, reduzindo drasti-
camente a permeabilidade da dentina. Essa redução no 
diâmetro tubular pode ocorrer em virtude do acúmulo 
de cristais de apatita provenientes da própria dissolução 
da dentina no interior dos túbulos, que leva à liberação de 
proteínas não colagenosas aprisionadas na dentina mine-
ralizada, as quais podem atuar diretamente nos odonto-
blastos, estimulando a produção de matriz extracelular.15 
Segundo Pashley e colaboradores,16 quando o dente é ex-
posto à atrição, ocorre uma alteração no movimento de 
fluido dentinário do interior da polpa para fora, com o 
objetivo de conduzir e formar depósitos de minerais no 
interior dos túbulos. Já nos casos de lesões de cárie, este 
mecanismo também está associado à resposta dos recep-
tores de membrana localizados nos odontoblastos e/ou 
em seus prolongamentos citoplasmáticos, que seriam ati-
vados por proteínas metabolicamente ativas provenientes 
da dissolução da dentina. Essas proteínas são liberadas 
no interior dos túbulos e ativam os odontoblastos, esti-
mulando a secreção de proteínas relacionadas à deposi-
ção de matriz dentinária. Dessa forma, os túbulos de den-
tina próximos ao processo de lesão por cárie podem ser 
obstruídos por proteínas secretadas pelos odontoblastos 
em associação com cristais do fluido dentinário e da den-
tina descalcificada, além dos próprios componentes in-
ternos dos túbulos. 
Quando ocorre a deposição de dentina terciária na pe-
riferia pulpar em resposta a um estímulo externo, o meca-
nismo de defesa é conhecido como deposição de dentina 
terciária, considerada patológica, cujo objetivo, de maneira 
geral e simplória, seria o distanciamento dos odontoblastos 
do agente agressor. A dentinogênese terciária engloba um 
amplo espectro de respostas que vão desde a secreção de 
uma dentina tubular, que pouco difere da dentina primá-
ria e da secundária, até a deposição de uma dentina amorfa 
e atubular. Dessa forma, a dentina terciária tem sido sub-
classificada em reacional e reparadora em virtude dos dis-
tintos eventos biológicos que envolvem sua deposição, bem 
como de suas características morfológicas.17 Em situações 
em que o complexo dentino-pulpar é submetido à agressão 
de baixa intensidade, os odontoblastos primários (os mes-
mos responsáveis pela deposição da dentina primária e da 
secundária) são estimulados a depositar e mineralizar ma-
triz dentinária, provavelmente por mecanismos associados 
à inflamação de baixa intensidade. Essa dentina, denomi-
nada reacional, pouco se diferencia da dentina primária e 
da secundária, apresentando, na maioria das vezes, carac-
terística tubular (Figura 1.8).
Quando a agressão é de alta intensidade, pode ocorrer 
morte dos odontoblastos ou mesmo aspiração dessas cé-
lulas para o interior dos túbulos dentinários (desenca-
deando um processo de autólise). Durante esse processo, 
 o Figura 1.7
A Detalhe da região central da polpa selecionada a partir de B. Nota-se 
que, neste tecido conjuntivo frouxo, há a presença de células do siste-
ma imune, fibroblastos (seta amarela) e vasos sanguíneos (VS) TEM. 
B
A
VS
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6 o Dentística: Uma Abordagem Multidisciplinar
células mesenquimais indiferenciadas da polpa são “esti-
muladas” a se diferenciar em células odontoblastoides e 
secretar matriz de dentina, inicialmente amorfa e, muitas 
vezes, atubular, a qual caracteriza a dentina reparadora. 
A deposição de uma matriz tubular por células polariza-
das é observada posteriormente na superfície dessa ma-
triz amorfa. Esse processo de reparação pulpar é mais 
complexo e envolve diversos eventos bioquímicos/mole-
culares, que dependem diretamente das condições e ca-
racterísticas da polpa previamente à ação do agente irri-
tante18,19 (Figura 1.9).
A diferenciação entre esses dois tipos de dentina terciá-
ria é de grande importância no estudo da biocompatibili-
dade dos materiais dentários. Isso porque, se determina-
do material resultar na deposição de dentina reparadora, 
sabe-se que ocorreu a morte dos odontoblastosagredidos 
e nova formação de camada de células odontoblastoides 
pela diferenciação das células mensequimais indiferen-
ciadas subjacentes. Consequentemente, um número me-
nor de células mesenquimais permanecerá na polpa re-
manescente, o que pode reduzir a capacidade do 
complexo dentino-pulpar de responder a agressões futu-
ras. Como ocorre a morte dos odontoblastos, o prolonga-
mento deles será degradado. 
O último mecanismo de defesa, a inflamação/respos-
ta imune, está relacionado à capacidade das células pul-
pares de induzir uma resposta inflamatória e imune fren-
te aos agentes agressores do complexo dentino-pulpar. 
Esse mecanismo envolve tanto uma resposta imune inata 
quanto a adaptativa, incluindo desde o fluido dentinário 
até diversos tipos celulares e suas citocinas inflamató-
 o Figura 1.8
Dentina reacional (DRL) depositada abaixo de uma área de agressão 
de baixa intensidade aplicada sobre o complexo dentino-pulpar. Nota-
-se a linha cálcio-traumática (setas), sendo que, abaixo dela, a matriz 
de dentina reacional recém-depositada exibe túbulos dentinários evi-
dentes. Uma camada contínua de odontoblastos também pode ser 
observada. H/E, 250 ×. 
 o Figura 1.9
Dentina reparadora (DRA) depositada abaixo de uma área de agres-
são de forte intensidade aplicada sobre o complexo dentino-pulpar. 
Nota-se que resíduos de odontoblastos primários mortos permanece-
ram incluídos em uma matriz de dentina amorfa (setas oblíquas), a 
qual, em uma região mais interna, apresenta alguns túbulos dentiná-
rios irregulares (setas horizontais). Essa dentina terciária reparadora 
está revestida por uma delicada camada de células odontoblastoides 
de variada morfologia, que foram recém-diferenciadas. Tricrômico de 
Masson, 250 ×.
DRL DRA
rias.20,21 O resultado final dessa resposta imune é um qua-
dro inflamatório exacerbado, cujo objetivo principal é 
eliminar os agentes agressores. Entretanto, se o agente 
agressor não for eliminado, como pode ocorrer durante a 
evolução do processo carioso, essa inflamação imune 
eventualmente leva à destruição irreversível da polpa.21 
A resposta inicial compreende o aumento da pressão 
intrapulpar, resultando na exsudação do fluido dentiná-
rio. Quando a dentina é exposta, a pressão positiva da 
polpa dental limita a invasão dos túbulos dentinários por 
bactérias e seus produtos, bem como de outras substân-
cias nocivas, prevenindo, pelo menos durante um perío-
do curto inicial de tempo, que cheguem até o tecido pul-
par.22 Em polpas injuriadas, observou-se um alto 
conteúdo de anticorpos no interior dos túbulos dentiná-
rios próximos à região afetada, possivelmente como for-
ma de reagir aos antígenos de forma específica ou não.14 
Outro fenômeno frequentemente encontrado nessa situa-
ção específica é a precipitação de proteínas plasmáticas 
de alto peso molecular no interior dos túbulos dentiná-
rios, entre eles o fibrinogênio, que podem reduzir a per-
meabilidade da dentina.23
Por estarem localizados na periferia da polpa e, conse-
quentemente, em contato direto com a pré-dentina e com a 
dentina, por meio de seus prolongamentos, os odontoblas-
tos representam o primeiro grupo celular a entrar em con-
tato com os agentes agressores que podem se difundir pe-
los tecidos mineralizados do dente. Apesar de sabermos 
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 Complexo Dentino-Pulpar o 7
que a principal função dos odontoblastos é a síntese e pos-
terior mineralização da matriz dentinária, estudos recen-
tes demonstraram a participação desse tipo celular no pro-
cesso de reconhecimento de padrões moleculares associados 
aos patógenos, na produção de citocinas e quimiocinas e 
na regulação do fluxo sanguíneo pulpar.20,21,24 
Os odontoblastos expressam receptores do tipo Toll 
(“Toll-like receptors”), que induzem a fase efetora da res-
posta imune inata pela ativação da via NF-κB, resultando 
em secreção de citocinas pró-inflamatórias e quimioci-
nas, na produção de peptídeos antimicrobianos e na ma-
turação das células dendríticas.25,26 Além disso, essas cé-
lulas são responsáveis pela produção de certas 
quimiocinas, como as CCL2 (que participam da quimio-
taxia de células dendríticas imaturas), os monócitos, os 
macrófagos ativos etc., para o sítio injuriado.24 Com rela-
ção à participação dos odontoblastos na microcirculação, 
foi demonstrado o aumento na expressão da quimiciona 
pró-angiogênica CXCL2 quando essas células foram esti-
muladas com LTA (ácido lipoteicoico), o que pode contri-
buir para o aumento na vascularização durante o proces-
so inflamatório, particularmente em virtude de sua 
posterior ligação a receptores nas células endoteliais.27 
Esse mesmo estímulo (LTA) sobre células odontoblastoi-
des e outras células pulpares resultou em aumento na 
produção do fator de crescimento endotelial vascular 
(VEGF), um importante indutor de angiogênese e per-
meabilidade vascular.28 Essas células também podem 
produzir a enzima NADPH-diaforase, envolvida na pro-
dução de óxido nítrico, um potente vasodilatador.29,30
Outros componentes dessa resposta imune pulpar são 
os neuropeptídeos, responsáveis por alterar múltiplos pro-
cessos, como a permeabilidade vascular e a vasodilatação 
no local da injúria.31 Entre os neuropeptídeos mais comu-
mente encontrados no tecido pulpar, estão o peptídeo rela-
cionado ao gene da calcitonina (CGRP), a substância P 
(SP), a neuroquinina (NKA) e o polipeptídeo vasoativo 
intestinal (VIP). O resultado final da inflamação neurogê-
nica é um aumento transiente na pressão tecidual intersti-
cial e na movimentação do fluido dentinário em sentido 
contrário à polpa, sendo considerado, como descrito ante-
riormente, um fator protetor do complexo dentino-pul-
par. No entanto, caso o tecido pulpar não consiga absorver 
esse excesso de fluido intersticial por meio dos sistemas 
linfático e circulatório, um aumento nos níveis dos neuro-
peptídeos somado ao edema persistente podem levar à dor 
e possível necrose local na polpa.32,33
Os demais participantes da resposta imunoinflamató-
ria pulpar incluem células típicas do sistema imune, como 
células dendríticas, macrófagos, linfócitos T e B, além de 
suas citocinas e quimiocinas. As células dendríticas são 
consideradas a população mais importante no reconheci-
mento e na apresentação de antígenos do tecido pulpar. 
Diante da captura, do processamento e do reconhecimento 
dos produtos de patógenos, essas células em estado imatu-
ro iniciam um processo de maturação funcional e migram 
até os nódulos linfáticos regionais para apresentar os antí-
genos aos linfócitos T imaturos.34 O processo de maturação 
das células dendríticas resulta em maior produção de cito-
cinas pró-inflamatórias, as quais sustentam o recrutamen-
to desse tipo celular circulante imaturo, de seus precurso-
res e também de células T para o local da injúria.35 Os 
macrófagos participam da resposta pulpar na apresentação 
de antígenos, na fagocitose e na modulação da resposta 
imune por meio da produção de diversas citocinas e fatores 
de crescimento.21 Essas células, quando ativadas, produ-
zem TNF-α, IL-1, IL-10, IL-12, quimiocinas e vários me-
diadores lipídicos, como o fator de ativação de plaquetas, 
prostaglandinas e leucotrienos. Com relação aos linfócitos, 
são mais encontradas células T do que B no tecido pulpar. 
Quando ativados, os linfócitos T participam no reconheci-
mento do antígeno por meio dos receptores de membrana 
(células T “helper”) e atuam na eliminação de células do 
hospedeiro infectadas e transformadas por vírus, induzin-
do a apoptose delas, além de produzir IFN-γ com objetivo 
de aumentar a fagocitose (células T citotóxicas). Os linfóci-
tos B são geralmente encontrados em lesões de cárie pro-
funda21 e caracterizam uma resposta pulpar adaptativa, ou 
seja, um antígeno específico. Além de sua função principal 
em produzir anticorpos, as células B podem também atuar 
como apresentadoras de antígenos, modular as funções 
das células dendríticas e produzir citocinas, como IL-10,IL-4 e IFN-γ, em resposta aos patógenos.36,37
REPERCUSSÃO DOS PROCEDIMENTOS 
CLÍNICOS NO COMPLEXO DENTINO-PULPAR
A partir do rompimento da integridade do esmalte, 
seja por um processo carioso ou mesmo durante a reali-
zação de um preparo cavitário, túbulos dentinários são 
expostos, criando, assim, uma via de comunicação direta 
entre o tecido pulpar e o ambiente externo. Com o objeti-
vo de selar a dentina e atuar como agente de reparação 
tecidual, diversos materiais dentários estão sendo empre-
gados na Odontologia. Entretanto, esses materiais apre-
sentam características distintas no que se refere à compo-
sição química, hidrofilicidade, resistência mecânica, 
adesividade com os tecidos dentários e presença de pro-
dutos de degradação, fatores intimamente relacionados à 
resposta do tecido pulpar. Dessa forma, uma característi-
ca extremamente importante na seleção do material den-
tário ideal é a sua compatibilidade e capacidade de intera-
gir com o complexo dentino-pulpar, com o objetivo de 
prevenir danos pulpares ou, pelo menos, contribuir para 
a reparação da polpa em um curto período de tempo.
Outro fator a ser levado em consideração no que diz 
respeito à repercussão de um dado procedimento clínico 
no tecido pulpar é a profundidade do preparo cavitário. 
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8 o Dentística: Uma Abordagem Multidisciplinar
Sabe-se que, dependendo da profundidade da cavidade, o 
tecido dentinário assume características completamente 
distintas quanto ao número e diâmetro dos túbulos den-
tinários, como relatado anteriormente neste capítulo. As-
sim, atenção especial deve ser dada quando se está traba-
lhando em dentina profunda, um substrato que apresenta 
elevada permeabilidade, em virtude do maior número e 
diâmetro dos túbulos dentinários, o que também deter-
mina uma elevada umidade nesse tecido. Esses fatores 
devem ser levados em consideração quando da escolha do 
material odontológico a ser aplicado nesse tipo de subs-
trato. Quanto maior a permeabilidade do tecido dentiná-
rio, maior a possibilidade de difusão transdentinária de 
componentes dos materiais dentários não polimerizados 
para o tecido pulpar. Os componentes liberados pelos 
materiais que conseguem atravessar a dentina para al-
cançar a polpa podem desencadear reações no tecido pul-
par que vão desde uma leve reação inflamatória até ne-
crose. Dessa forma, a espessura do remanescente 
dentinário (RDT – Remaining Dentin Thickness) deve ser 
considerada como um importante fator a ser avaliado 
quando da seleção do material dentário ideal para solu-
cionar uma situação clínica específica. 
Preparo cavitário
O procedimento clínico mais comumente praticado 
pelos cirurgiões-dentistas e que pode provocar desequilí-
brio entre os diversos componentes do complexo dentino-
-pulpar é aquele onde o esmalte e a dentina são cortados 
durante a realização de um preparo cavitário. Uma vez que 
esse procedimento pode gerar danos ao tecido pulpar de 
intensidade variada, cuidados simples devem ser levados 
em consideração e respeitados durante sua confecção. 
Com o advento do condicionamento ácido dos teci-
dos duros dentários proposto por Buonocore,38 associa-
do à aplicação de sistemas adesivos, os antigos conceitos 
atribuídos aos preparos cavitários passaram por uma 
profunda transformação. Ao deixar de ser prioridade a 
forma de retenção, atualmente recomenda-se que o pre-
paro cavitário limite-se à remoção do tecido cariado 
(preparo cavitário minimamente invasivo). Sabe-se que, 
quanto maior a profundidade do corte da dentina, maior 
a probabilidade de dano direto aos odontoblastos pelo 
corte dos seus prolongamentos citoplasmáticos presentes 
nos túbulos dentinários.12 Dessa forma, com essa nova 
filosofia restauradora, passou-se a valorizar a capacida-
de reparadora da polpa, já que o prolongamento dos 
odontoblastos é preservado, aumentando o potencial de 
formação de esclerose dentinária. Além disso, o corte de 
dentina sadia promove exposição de túbulos sem escle-
rose dentinária promovida pelo processo carioso, ou 
seja, ocorre exposição de túbulos com amplo diâmetro e 
altamente permeáveis.13
Turbina de alta velocidade
Convencionalmente, os procedimentos de corte dos 
tecidos dentais são realizados a partir da utilização de 
instrumentos rotatórios associados à turbina de alta velo-
cidade. O contato direto da broca com as superfícies do 
dente gera uma alta intensidade de calor, a qual é neutra-
lizada pelo jato água/ar que atinge a porção ativa da broca 
e dos tecidos dentários remanescentes. Sob essa condição, 
a broca e o dente são refrigerados, o que impede que o 
calor excessivo seja transmitido para o tecido pulpar, ou 
seja, evita-se que o aquecimento venha a causar danos de 
variada intensidade a esse tecido conjuntivo especializa-
do39 (Figura 1.10).
O aquecimento do elemento dental é a principal causa 
de alterações irreversíveis aos odontoblastos. O estudo 
clássico desenvolvido por Zach e Cohen, em 1965, de-
monstrou, pela primeira vez, os efeitos produzidos pelo 
calor em dentes de primatas. Os autores relataram que, 
quando se aplicou uma temperatura de 5,6°C na câmara 
pulpar dos dentes desses animais, 15% das polpas avalia-
das sofreram necrose. Contudo, quando se elevou a tem-
peratura para 16,5°C, 100% das polpas sofreram danos 
irreversíveis.40 Durante a preparação cavitária, o aumen-
to inadvertido da temperatura na câmara pulpar pode 
ocorrer por diversos fatores. A utilização de brocas sem a 
correta atividade de corte e a excessiva pressão de corte 
aplicada sobre as estruturas dentárias, bem como a falta 
de refrigeração, podem, isoladamente, ou em associação, 
causar aquecimento e gerar sérios danos para o tecido 
 o Figura 1.10
Dente humano submetido a preparo cavitário sem os devidos cuida-
dos com a irrigação, pressão de corte da dentina e capacidade de 
corte da ponta diamantada. Observa-se a ruptura da camada odonto-
blástica, sendo que muitos odontoblastos foram aspirados para o in-
terior dos túbulos dentinários (setas). Nota-se a desorganização do 
tecido pulpar subjacente associada à hemorragia local. Tricrômico de 
Masson, 250 ×.
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 Complexo Dentino-Pulpar o 9
pulpar. Por esse motivo, é recomendada a substituição 
frequente das brocas empregadas em procedimentos clí-
nicos.41-43 Da mesma maneira, movimentos de pressão 
intermitentes devem ser aplicados sobre a estrutura den-
tária durante a preparação cavitária, o que reduzirá a 
possibilidade de aquecimento excessivo do elemento den-
tal. Pode-se recomendar a pressão de corte de quatro se-
gundos com outros quatro segundos de descanso. Tam-
bém devem ser obtidas adequada refrigeração das brocas 
e das estruturas dentárias pela utilização de turbinas que 
contenham pelo menos dois orifícios de diâmetros apro-
priados, os quais devem estar totalmente desobstruídos 
durante o procedimento clínico de corte das estruturas 
dentárias.41,44 O descuido na observação de qualquer um 
desses itens poderá acarretar sérios prejuízos ao tecido 
pulpar, fato que certamente justifica os cuidados a serem 
tomados.
Método químico/mecânico
A remoção químico/mecânica do tecido cariado é um 
método que foi proposto com o objetivo de desenvolver 
procedimentos menos invasivos e mais confortáveis ao 
paciente. Ele propõe a aplicação de um agente químico 
que consegue atuar apenas na dentina comprometida 
pelo processo carioso, amolecendo-a e facilitando, assim, 
sua remoção mecânica por meio de instrumentos manuais 
especialmente desenhados.45
Já foram propostos diversos métodos químico/mecâ-
nicos para remoção do tecido cariado.45,46 Atualmente, 
um método patenteado e com comprovada efetividade 
para essa atividade é o que emprega o Carisolv™ (Medi 
Team Dentalutveckling AB, Sävedalen, Suécia), um pro-
duto que apresenta, na sua composição, três aminoácidos 
com diferentes funções que interagem efetivamente na 
dentina cariada: a lisina (aminoácido básico); a leucina

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