Buscar

admin,BJD094

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Brazilian Journal of Development 
ISSN: 2525-8761 
43967 
 
 
Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.6, p. 43967-43982, jun.,2022 
 
Estudo da influência dos cigarros eletrônicos no desenvolvimento de 
doenças cardiovasculares no público jovem 
 
Study of the influence of electronic cigarettes on the development of 
cardiovascular diseases in the young audience 
 
DOI:10.34117/bjdv8n6-094 
 
Recebimento dos originais: 21/04/2022 
Aceitação para publicação: 31/05/2022 
 
Maria Deliane Silva Oliveira 
Acadêmico do curso de Farmácia da Faculdade de Imperatriz – FACIMP WYDEN 
Instituição: Faculdade de Imperatriz – FACIMP WYDEN 
Endereço: Av. Prudente de Morais, s/n, Parque Sanharol, Imperatriz – MA 
CEP: 65900-000 
E-mail: mdeliane@outlook.com 
 
Patrício Francisco da Silva 
Orientador, mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional Preceptor de Estágios 
Instituição: Faculdade de Imperatriz- FACIMP WYDEN 
Endereço: Av. Prudente de Morais, s/n, Parque Sanharol, Imperatriz – MA 
CEP: 65900-000 
E-mail: patricio.fsilva@hotmail.com 
 
RESUMO 
Os cigarros eletrônicos foram lançados no mercado como meio para a cessação do 
tabagismo convencional e hoje encontram-se na quarta geração, caracterizada por 
dispositivos pequenos, carregados por USB e que liberam grandes quantidades de 
nicotina. Apesar de serem vistos como menos prejudiciais do que o cigarro tradicional, A 
temperatura de vaporização dos solventes presentes nos líquidos dos Cigarros Eletrônicos 
(CEs) pode chegar a níveis tão elevados (cerca de 350º C) que modificações físicas 
podem ser originadas nesses solventes o que leva ao desenvolvimento de doenças 
cardiovasculares. O objetivo do artigo foi verificar a possível relação entre uso de CE por 
jovens e o desenvolvimento de complicações cardiovasculares. Para a metodologia, 
utilizou-se de uma revisão integrativa. A busca na literatura foi realizada nas seguintes 
bases de dados: Scientific Electronic Library Online (SciELO) Web of Science e National 
Library of Medicine (PubMed/Medline), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Google 
Acadêmico. Para a seleção dos artigos foram considerados os seguintes descritores em 
saúde: Cigarros eletrônicos, público jovem, doenças cardiovasculares. A seleção ocorreu 
por meio de leitura de títulos, resumos e quando necessária, a leitura íntegra dos textos 
como forma de selecioná-los de acordo com os critérios de inclusão e exclusão. Após a 
avaliação crítica, obteve-se uma amostra final de 12 estudos. Os resultados apontaram 
que diante das informações levantadas, verifica-se que o cigarro eletrônico está 
relacionado com diversos malefícios para o sistema cardiovascular, resultantes do 
aumento da ativação plaquetária, disfunção endotelial, estresse oxidativo, alterações 
agudas da PA, FC e estimulação simpática. Ademais, foram identificadas substâncias 
cardiotóxicas e carcinogênicas nos vapores dos CEs e seu uso tem sido uma porta de 
entrada para o tabagismo convencional. 
 
Brazilian Journal of Development 
ISSN: 2525-8761 
43968 
 
 
Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.6, p. 43967-43982, jun.,2022 
 
Palavras-chave: cigarro eletrônico, doenças cardiovasculares, farmacêutico. 
 
ABSTRACT 
Electronic cigarettes were launched on the market as a means of cessation of conventional 
smoking and today they are in the fourth generation, characterized by small, USB-charged 
devices that release large amounts of nicotine. Despite being seen as less harmful than 
traditional cigarettes, the vaporization temperature of the solvents present in the liquids 
of Electronic Cigarettes (ECs) can reach such high levels (about 350º C) that physical 
changes can be caused in these solvents, which leads to the development of cardiovascular 
disease. The objective of the article was to verify the possible relationship between the 
use of EC by young people and the development of cardiovascular complications. For the 
methodology, an integrative review was used. The literature search was performed in the 
following databases: Scientific Electronic Library Online (SciELO) Web of Science and 
National Library of Medicine (PubMed/Medline), Virtual Health Library (BVS) and 
Google Scholar. For the selection of articles, the following health descriptors were 
considered: Electronic cigarettes, young audience, cardiovascular diseases. The selection 
took place through reading titles, abstracts and, when necessary, the full reading of texts 
as a way of selecting them according to the inclusion and exclusion criteria. After the 
critical evaluation, a final sample of 12 studies was obtained. The results showed that in 
view of the information gathered, it appears that electronic cigarettes are related to several 
harms to the cardiovascular system, resulting from increased platelet activation, 
endothelial dysfunction, oxidative stress, acute changes in BP, HR and sympathetic 
stimulation. In addition, cardiotoxic and carcinogenic substances have been identified in 
EC vapors and their use has been a gateway to conventional smoking. 
 
Keywords: electronic cigarette, cardiovascular diseases, pharmaceutical. 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Segundo a OMS, o tabagismo causa diretamente mais de 7 milhões de mortes por 
ano no mundo e indiretamente 1,2 milhões, que são resultantes do tabagismo passivo 
(OMS, 2021). Fumar é considerado um fator de risco para diversas doenças crônicas não 
transmissíveis, como doença coronariana, câncer de pulmão e diabetes. Além disso, o 
sistema imune é prejudicado, mulheres fumantes têm mais dificuldade de engravidar, 
assim como seus bebês possuem maior chance de nascerem sem vida ou prematuros e 
homens podem ter a fertilidade reduzida (CENTER FOR DISEASE CONTROL AND 
PREVENTION, 2020). 
A prevalência do tabagismo mostra-se preocupante: em jovens de 15 a 24 anos é 
cerca de 20,1% entre homens e 4,95% em mulheres. Ademais, estima-se que por volta de 
82,6% dos fumantes começaram o vício em torno dessa faixa etária. O desenvolvimento 
de novos produtos pela indústria do tabaco, com destaque para os cigarros eletrônicos 
(CEs) ou dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), tem influenciado cada vez mais 
Brazilian Journal of Development 
ISSN: 2525-8761 
43969 
 
 
Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.6, p. 43967-43982, jun.,2022 
 
jovens a se tornarem tabagistas (PEREIRA; NETO; SOLÉ, 2021). 
Os cigarros eletrônicos foram lançados no mercado como meio para a cessação 
do tabagismo convencional e hoje encontram-se na quarta geração, caracterizada por 
dispositivos pequenos, carregados por USB e que liberam grandes quantidades de 
nicotina. Apesar de serem vistos como menos prejudiciais do que o cigarro tradicional, 
faltam dados que provem a segurança e benefícios do uso desses dispositivos para a 
cessação do tabagismo convencional, o que culminou na proibição do uso no Brasil desde 
2009. (PINTO ET AL., 2020). 
A temperatura de vaporização dos solventes presentes nos líquidos dos CEs pode 
chegar a níveis tão elevados (cerca de 350oC) que modificações físicas podem ser 
originadas nesses solventes, o que forma substâncias potencialmente tóxicas, como 
formaldeído, acetaldeído, acroleína e acetona. Por mais que a concentração dessas 
substâncias nos DEFs seja menor do que nos cigarros tradicionais, elas são citotóxicas, 
carcinogênicas, irritantes e causadoras de efeitos adversos (ANVISA, 2016). 
A necessidade de acelerar o entendimento sobre os riscos que o uso do cigarro 
eletrônico traz para a saúde, em particular para o desenvolvimento de doenças 
cardiovasculares é de extrema importância no contexto da sociedade brasileira, 
principalmente quando o problema em questão é pertinente no público jovem, que 
precocemente perde sua qualidade de vida pelo alto consumo deste produto tecnológico 
(OMS, 2020). 
Diante do exposto, torna-se imprescindível a investigação dos efeitos e 
consequênciasdo uso de CEs não só porque ainda não há um consenso a respeito dos 
danos causados por esses dispositivos, mas também porque é perceptível a sua 
popularização e o crescente número de usuários, adolescentes em sua grande maioria. 
Dessa maneira, o presente estudo pretende verificar a possível relação entre uso de CE 
por jovens e o desenvolvimento de complicações cardiovasculares. 
 
2 MATERIAL E MÉTODOS 
Essa pesquisa, trata-se de uma revisão integrativa da literatura. Este tipo de 
trabalho consiste em uma busca de pesquisas relevantes sobre um determinado assunto, 
que possibilita identificar lacunas que podem ser preenchidas com a realização de outros 
estudos. Este desenho de pesquisa possibilita uma avaliação crítica e a síntese de 
evidências disponíveis sobre o tema investigado em seu produto final, proporcionando 
Brazilian Journal of Development 
ISSN: 2525-8761 
43970 
 
 
Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.6, p. 43967-43982, jun.,2022 
 
uma organização do estado atual do conhecimento e reflexões para a implementação de 
novas intervenções (LAKATOS; GIL, 2007). 
A revisão integrativa obedeceu às seguintes fases: a) identificação do tema e 
formulação da questão da pesquisa; b) estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão 
dos estudos para amostragem; c) coleta dos dados que serão extraídos dos estudos; d) 
análise crítica dos estudos selecionados; e) interpretação dos resultados; f) apresentação 
da síntese estabelecida e revisão dos conteúdos. 
A busca na literatura foi realizada nas seguintes bases de dados: Scientific 
Electronic Library Online (SciELO) Web of Science e National Library of Medicine 
(PubMed/Medline), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Google Acadêmico. Para a 
seleção dos artigos foram considerados os seguintes descritores em saúde: Cigarros 
eletrônicos, público jovem, doenças cardiovasculares. 
Como critérios de inclusão para o estudo delimitaram-se artigos dos anos de 2016 
a 2021 com estudos que respondem à questão norteadora, com textos completos 
disponíveis online nos idiomas Inglês, Português e Espanhol. Para critérios de exclusão 
definiram-se: estudos epidemiológicos, resumos simples e expandidos e trabalhos que 
relacionavam outras intervenções além da prevenção e/ou educação em saúde na APS. 
Pontua-se ainda que os artigos encontrados em mais de uma base de dados foram 
contabilizados apenas uma vez. 
A seleção ocorreu por meio de leitura de títulos, resumos e quando necessária, a 
leitura íntegra dos textos como forma de selecioná-los de acordo com os critérios de 
inclusão e exclusão. Depois das buscas, foi contabilizado um número de 27 artigos e após 
a clivagem excluíram-se 17 trabalhos. Durante esta fase, os pesquisadores avaliaram os 
artigos completos de forma crítica e independente e fizeram as devidas seleções. 
Discordâncias entre os revisores foram resolvidas por consenso. 
No processo de análise foram coletados dados referentes ao periódico (título, ano 
de publicação), aos autores (nomes completos) e ao estudo (objetivo, vinculação 
acadêmica, referencial teórico, tipo de estudo, aspectos metodológicos, resultados e 
recomendações). A interpretação dos dados foi fundamentada nos resultados da avaliação 
criteriosa dos artigos selecionados. Foi realizada a comparação com o conhecimento 
teórico, identificação de conclusões e implicações resultantes da revisão integrativa. Após 
a avaliação crítica, obteve-se uma amostra final de 12 estudos. Para minimizar os riscos 
vieses, a busca, a avaliação e a seleção dos estudos deram-se por revisão da autora, e ao 
final foi realizada uma discussão para consenso dos artigos a serem incluídos na revisão 
Brazilian Journal of Development 
ISSN: 2525-8761 
43971 
 
 
Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.6, p. 43967-43982, jun.,2022 
 
3 REFERENCIAL TEÓRICO 
Segundo Barreto (2018), o tabagismo também é considerado doença pediátrica, 
pois grande parte das pessoas começam a fumar antes dos 20 anos de idade, evidenciando 
as crianças e adolescentes enquanto populações de risco e mais sensíveis aos apelos do 
contexto sociocultural em que se encontram. 
O autor reforça ainda que, além das estratégias de publicidade das grandes 
indústrias fumageiras, outros motivos como a ausência de vigilância dos pais, uso de 
tabaco como contestação da ordem social, o efeito da droga no cérebro e a sensação de 
prazer associada ao alívio de estresse, a descontração e os mecanismos da predisposição 
genética indicam alguns dos caminhos que podem levam o sujeito a consumir tabaco. 
O estudo acerca do uso de cigarros eletrônicos, principalmente pela comunidade 
jovem, e a influência deste artefato tecnológico como agravante das doenças 
cardiovasculares, é de urgente e extrema importância. 
O público jovem é o mais afetado, sendo eles os mais adeptos a novidade do 
cigarro eletrônico. Atualmente, a propaganda está na TV, nos jornais, nas rádios, na 
Internet, e em todos os lugares. A pressão social, a influência de amigos e a 
superexposição a mensagens nas redes sociais, cinema e televisão faz com que eles 
tenham a curiosidade de experimentar variações do tabaco, como os vaporizadores. 
O tabagismo consiste em um dos principais fatores de risco para o 
desenvolvimento de doenças crônicas. O seu início ocorre cada vez mais cedo, estudo 
realizado no Brasil identificou que os jovens experimentaram o tabaco antes dos 12 anos 
de idade (FIGUEIREDO et al., 2016). 
Nesta perspectiva muitos métodos são testados para reduzir o efeito tóxico do 
cigarro. E alguns estudos destacam a nova estratégia para redução de danos do tabaco, 
que tem sido pensada através do uso do cigarro eletrônico. Esse produto tem “potencial 
para ser o produto de redução de danos de tabaco mais eficaz devido às suas propriedades 
únicas de se assemelhar a fumar de forma que nenhum outro produto fez até agora” 
(BARRETO, 2018). 
Os cigarros eletrônicos surgiram entre os anos de 2006 e 2007 na Europa e Estados 
Unidos, e desde então passaram a ser rapidamente disseminados ao redor do mundo, tendo 
seu consumo aumentado cerca de 13 vezes entre os anos de 2011 e 2018, ou seja, de 1,5% 
para 20.8%. Atualmente, são produtos populares, sobretudo, entre a população de jovens 
e adolescentes (SCHOLZ; ABE, 2019). 
Brazilian Journal of Development 
ISSN: 2525-8761 
43972 
 
 
Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.6, p. 43967-43982, jun.,2022 
 
Os cigarros eletrônicos (CE) - em inglês e-cigarrettes - são dispositivos que 
fornecem doses de nicotina e de outros componentes aditivos em aerossóis em uma menor 
proporção, se comparado aos outros tipos de cigarros (URRUTIA-PEREIRA; SOLÉ, 
2018). 
Os dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) funcionam a base de vaporização 
e, por esse e outros motivos, muitos indivíduos creem que os eletrônicos são melhores, 
passando a consumi-los, contudo, há controversas na ciência sobre os benefícios deste se 
comparado ao fumo do cigarro comum (ALMEIDA, L.M. et al, 2017; HUANG, S.J et al, 
2018). 
O uso do dispositivo é similar aos cigarros tradicionais. No ato da tragada, através 
de um botão ou pelo sensor de sucção, aciona um ciclo de aquecimento até atingir o ponto 
de ebulição do líquido, para que seja transformado em vapor. A temperatura pode atingir 
de 40-65°C. Parte do vapor é liberada com a nicotina para o vaporizador e a outra para o 
ambiente. Ao exalar ocorre o resfriamento, e o dispositivo só aquecerá novamente quando 
tragado. Um cartucho pode gerar de 10-250 jatos, o que pode corresponder, dependendo 
da marca, a 5-30 cigarros convencionais (RIGOTTINA, 2018). 
Estudos mostram que os fabricantes dos líquidos não informam a sua verdadeira 
composição, que geralmente contêm glicerina, propileno glicol, água, flavorizantes e 
nicotina, em que sua variação encontrada é de 16 até 22 mg/ml, fator preocupante devido 
à toxicidade. Ainda, algumas avaliaçõesquímicas indicam nos cartuchos de nicotina a 
presença de substâncias potencialmente danosas, como formaldeído, acroleína, 
acetaldeído, metais pesados, compostos orgânicos voláteis e nitrosaminas derivadas do 
tabaco (CAVALCANTE TM, et al., 2017). 
E no Brasil, o cigarro é a segunda droga mais popular, isto se deve ao seu baixo 
custo e facilidade de acesso. Nesse sentido, a exposição dos indivíduos ao cigarro e a 
prática do fumo se dá majoritária na adolescência – no período transicional do ensino 
médio para o ensino superior – sendo esses jovens os principais consumidores da droga 
(URRUTIA-PEREIRA, M. et al, 2017). 
Como afirma KNORST, M.M. et al (2014), muito desse crescimento de adeptos 
a essa prática se dá pela criação do dispositivo na forma eletrônica, que, para muitos 
indivíduos, são inofensivos a saúde, substituindo, assim, o cigarro comum pelo eletrônico. 
Tal adesão pode ser justificada tela tecnologia atrativa que o dispositivo apresenta, além 
de não deixar mal hálito, ter odor agradável e ser mais aceito nos ambientes sociais, como 
festas e eventos. 
Brazilian Journal of Development 
ISSN: 2525-8761 
43973 
 
 
Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.6, p. 43967-43982, jun.,2022 
 
Benedetto (2016), explica que os componentes principais do Cigarro Eletrônico 
são: uma bateria, um atomizado e um cartucho contendo a nicotina. A constituição do 
cartucho varia de acordo com a marca comercial e geralmente possui nicotina, na qual a 
concentração pode variar de acordo com a marca, e um componente para produzir o 
aerossol. 
E assim conforme Oliveira (2016), o dispositivo eletrônico de nicotina surgiu 
como uma alternativa para o abandono do cigarro, pois a nicotina é liberada em doses 
menores e proporciona sabor e sensação física semelhante à da fumaça do tabaco inalado. 
No entanto, a sua eficácia não é comprovada. 
Neste contexto vale citar que a fumaça ambiental dos cigarros também é 
responsável por causar danos à saúde, principalmente em asmáticos, crianças e adultos 
com tendência às doenças cardíacas (SEELIG; CAMPOS e CARVALHO, 2005). A 
poluição da fumaça, independente do tipo de cigarro, contribui para concentração e 
exposição de partículas, onde os componentes químicos comprometem 
significativamente a qualidade do ar. 
O uso do tabaco é um dos principais fatores de risco para uma série de doenças 
crônicas, incluindo câncer, doenças pulmonares e doenças cardiovasculares (WORLD 
HEALTH ORGANIZATION, 2005). 
É notório os prejuízos causados à saúde pelo hábito de fumar. O uso do tabaco 
está diretamente relacionado a alterações sejam elas sistêmicas ou locais. As alterações 
sistêmicas caracterizam-se como o aumento e/ou agravamento de doenças 
cardiovasculares, pulmonares, circulatórias, reduz a resposta imune e inflamatória, além 
de aumentar de forma significativa à prevalência e incidência de neoplasias (BARBOSA 
et al., 2014; CAMARGO et al., 2016). 
Os avanços da tecnologia eletrônica, acentuados nas últimas décadas, têm 
produzido itens com alto poder de sedução sobre o consumidor. O cigarro eletrônico ou 
“e-cig”, como também é conhecido, é um dentre tantos artefatos tecnológicos hoje 
disponíveis para a aquisição em estabelecimentos comerciais ou por meio da Internet. 
O consumo de produtos de tabaco, traz consequências nefastas a qualidade de vida 
de um indivíduo. Neste contexto estes sistemas eletrônicos de entrega de nicotina vêm 
com caráter ilusório de minimizar esses efeitos. Esta realidade ainda se soma ao escasso 
estudo dos impactos do “e-cig” sobre a saúde. Ainda assim algumas fontes de pesquisa já 
relatam que o consumo ocasional como o consumo diário de cigarro eletrônico está 
associado com aumento no risco de infarto agudo do miocárdio. 
Brazilian Journal of Development 
ISSN: 2525-8761 
43974 
 
 
Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.6, p. 43967-43982, jun.,2022 
 
Pesquisas epidemiológicas afirmam que os tabagistas têm maiores chances de 
desenvolver doenças cardiovasculares, onde os fumantes apresentam maior risco de 
morte por ataque cardíaco que os nãos fumantes (NUNES, 2006; DJURDJEVIC et al., 
2018). 
Isso por que à nicotina, substância presente na combustão do tabaco, faz com que 
haja uma estimulação na liberação de catecolamina, que são neurotransmissores atuantes 
no controle da função cardíaca (força de contração cardíaca, resistência dos vasos 
sanguíneos e nos bronquíolos, liberação de insulina e na degradação de gordura) 
resultando assim em lesões no endotélio vascular (SILVA, 2012; ALMEIDA, RICKEN 
e RAVELLI, 2015). 
Nunes (2006), retoma ainda que além da liberação de catecolaminas, o tabagismo 
leva ao aumento da adesividade das plaquetas, da trombose aguda e a arritmia ventricular, 
podendo causar morte súbita por ataque cardíaco. 
Portanto, mesmo que os cigarros eletrônicos liberem nicotina em menor dose, pelo 
seu uso cada vez mais recorrente, o acúmulo dessa substância no organismo contribui 
para o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Tornando se um 
instrumento danoso a saúde dos seus consumidores. 
Os dispositivos eletrônicos podem acarretar a aceleração dos batimentos cardíacos 
e outros efeitos subjetivos. Ademais, um ponto importante é o aumento da incidência de 
intoxicação entre as crianças pela ingestão acidental dos seus cartuchos. Somado a isso, 
há o risco de explosão desses e-cigarros enquanto estão carregando, fato que já causou 
ferimentos e incêndios. Portanto, esses fatores configuram como riscos adicionais à saúde 
e ao bem-estar das pessoas (POLOSA R, et al., 2014). 
No Brasil, de acordo com o Artigo 1º da Resolução nº 46/2009 da Diretoria 
Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a comercialização, importação e 
propaganda dos cigarros eletrônicos (e-cigarretes, eciggy, ecigar) são proibidos 
(BARRETO, 2018; OLIVEIRA et al., 2018). 
É importante citar que somente em teoria, o comércio do cigarro eletrônico é 
proibido no Brasil, na prática os brasileiros conseguem comprar tantos os artefatos como 
as essências em uma simples visita ao google. Em uma pesquisa rápida e possível 
encontrar uma infinidade de plataformas que comercializam o produto. 
As redes sociais também servem de ferramenta para o comercio dos cigarros 
eletrônicos, existem grupos fechados e exclusivos para esta pratica no facebook, 
Brazilian Journal of Development 
ISSN: 2525-8761 
43975 
 
 
Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.6, p. 43967-43982, jun.,2022 
 
facilitando que os jovens e adolescentes que são os maiores adeptos das redes tenham 
acesso e consumam cada vez mais estes vaporizadores. 
Mesmo com a proibição de sua venda, o consumo de cigarros eletrônicos vem 
aumentando entre os jovens. Além da dependência a nicotina, o Cigarro Eletrônico pode 
causar danos cardiovasculares e a quantidade de partículas inaladas presente supera as 
recomendações para a exposição ambiental a material particulado (SANTOS, 2018). 
Assim conforme Delgado; Junior (2018), fator que delimita a ideia de que esses 
dispositivos fazem mal a saúde, é sua rápida e contínua evolução, trazendo muitas 
incertezas acerca dos seus riscos e benefícios. Para isso, seria necessário no mínimo 30 
anos no mercado. 
O impacto dos cigarros eletrônicos é considerável, desta forma vem atraindo o 
interesse dos profissionais da medicina, pesquisadores e cientistas. Esta nova modalidade 
tem atraído milhares de jovens e adolescentes, viciar este público em nicotina tem sido o 
negócio dessa indústria eletrônica, sendo assim o fumo vem sendo considerado uma 
doença pediátrica. 
Com o objetivo de atrair atenção para esta problemática, o trabalho apontará as 
falhas deste novo item que apresenta várias formas, para atrair o consumidor, destacando 
seus efeitos tóxicos a saúde, com ênfase no uso deste dispositivo pelos jovens. 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 O uso de cigarro eletrônicopor jovens tem aumentado exponencialmente, com 
uma prevalência de 5% para 25%, principalmente, devido à existência de inúmeras 
opções de sabores e dispositivos atrativos, somado a venda facilitada pela internet. Um 
fato preocupante é que grande parte desses jovens que começaram a usar CEs, não eram 
fumantes anteriormente e há evidências de que o risco deles começarem a fumar CCs é 
maior, o que pode corroborar para que a taxa de tabagismo convencional volte a crescer 
em um futuro próximo (KAVOUSI ET AL., 2020). Outra preocupação é que há uma 
visão vigente de que os CEs não trazem malefícios, fazendo com que seu uso não seja 
percebido como o hábito de fumar e, muitos jovens, por possuírem conhecimento limitado 
dos danos desses dispositivos à saúde, acabam fazendo seu uso, aumentando cada vez 
mais o número de usuários (Vicent, 2018). 
Foi recomendado, pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, dos 
EUA), a proibição total do uso de CEs por crianças e adolescentes. Soma-se a isso, a 
posição de oposição ao uso desses dispositivos pela Sociedade Americana de Cardiologia 
Brazilian Journal of Development 
ISSN: 2525-8761 
43976 
 
 
Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.6, p. 43967-43982, jun.,2022 
 
(AHA) e pela OMS. A AHA protesta contra a falta de evidência conclusiva a respeito dos 
efeitos da vaporização do CE na dependência da nicotina em adolescentes e no incentivo 
do início do tabagismo daqueles não fumantes (KUNTIC, ET AL., 2020). 
Um estudo de Menezes et al. (2021, p.29) apontou que a nicotina, presente na 
maioria dos CEs com concentração variável entre 14,8 e 87,2 mg/mL, pode prejudicar a 
aprendizagem, concentração e humor dos adolescentes. Ademais, a maior predisposição 
ao início do uso de CC pode levar o jovem a fazer o uso combinado, de cigarro tradicional 
e eletrônico. Essa associação potencialmente perigosa está relacionada com um risco de 
maior dependência e ocorrência de cardiopatias. 
Foi sugerido que a relação entre a vaporização e início do tabagismo seja ainda 
mais forte nas crianças e adolescentes, já que o cérebro em desenvolvimento possui maior 
suscetibilidade à dependência da nicotina. As substâncias químicas presentes nos CEs, 
como propilenoglicerol e glicerol, ao serem aquecidas, podem sofrer transformações e 
gerar produtos cancerígenos. A exposição a esses produtos na adolescência é ainda mais 
alarmante do que na vida adulta, pois podem surgir maiores danos, já que a exposição é 
cumulativa e iniciada precocemente (PEREIRA; SOLÉ, 2018). 
Por fim, além da dependência física, a psicológica e comportamental, 
caracterizada pela criação do hábito de fumar, sugere que o potencial vício não é somente 
químico, mas também afetivo, social e psíquico (BARRADAS ET. AL, 2021). Na faixa 
etária da adolescência, na qual indivíduos estão mais suscetíveis a experimentação de 
cigarros eletrônicos, principalmente em eventos como festas, onde é possível observar 
que esses dispositivos “estão na moda”, a chance da criação do hábito de fumar e do início 
do contato com o tabagismo é inquietante, o que colabora para maiores malefícios aos 
diversos sistemas corporais, com destaque para o cardiovascular. 
Foi apontado que o uso de cigarro eletrônico (CE) com nicotina (substância 
simpaticomimética) está associado a um aumento da atividade do sistema simpático – 
maior tônus simpático e menor tônus vagal, semelhante ao observado em usuários de 
cigarro convencional (CC). Alterações na frequência cardíaca (FC) e na pressão arterial 
(PA), resultantes da atividade simpática, estão relacionadas com infarto do miocárdio e 
morte súbita cardíaca. (KHADKA ET AL., 2021). Uma preocupação que se tem a respeito 
da nicotina é que seu conteúdo é variável entre marcas diferentes e também entre os 
diversos líquidos disponíveis para determinado tipo de CE, o que dificulta a elaboração 
de estudos que relacionem concentrações dessa substância que podem ser prejudiciais 
(Skotsimara et al., 2019). 
Brazilian Journal of Development 
ISSN: 2525-8761 
43977 
 
 
Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.6, p. 43967-43982, jun.,2022 
 
Qasim et al (2019) aponta que a ativação (agregação e adesão) plaquetária anormal 
está relacionada com a fisiopatologia de doenças cardiovasculares (DCV), já que 
favorecem a formação de trombos patológicos. Identificou-se que extratos de vapor de 
CEs foram capazes de aumentar a ativação plaquetária de humanos, devido à presença de 
partículas ultrafinas, mas não de nicotina (Qasim et al., 2019). 
É possível observar, após a vaporização de CEs, uma redução transitória de 
antioxidantes e um aumento de radicais livres de oxigênio por meio de marcadores na 
corrente sanguínea. Lipoproteínas de baixa densidade (LDL) são mais suscetíveis a 
oxidação nos usuários de CE, o que está relacionado com a aterosclerose, na medida em 
que LDL oxidadas se transformam em células espumosas, as quais formam as placas 
ateroscleróticas. (ELTORAI; CHOI; ELTORAI, 2019). 
Somado a isso, em usuários crônicos de CE, comparado a não usuários, identifica-
se um aumento significante de marcadores inflamatórios e também da oxidabilidade de 
LDL, o que indica maior predisposição à aterosclerose (MACDONALD; 
MIDDLEKAUFF, 2019). 
No que diz respeito a disfunção endotelial, foi evidenciado que o CE, é capaz de 
diminuir a biodisponibilidade de óxido nítrico (NO), bem como aumentar as células 
progenitoras endoteliais (CPE) circulantes, as quais desempenham papel na regeneração 
do revestimento endotelial dos vasos sanguíneos, o que pode estar relacionado a lesões 
endoteliais subclínicas e disfunção endotelial aguda (SKOTSIMARA ET AL., 2019), 
(Qasim et al., 2017). Há divergências na literatura a respeito da origem do aumento de 
CPEs circulantes, no que diz respeito a sua relação com a nicotina ou não (Schweitzer; 
Wills; Behner, 2017). 
Em estudos com camundongos, após exposição de várias semanas ao aerossol de 
CE, foram encontrados níveis elevados de estresse oxidativo, inflamação (maior 
concentração de interleucina-6), ativação plaquetária, risco de trombogênese e menor 
fração de ejeção cardíaca (ACIEN ET AL., 2020). Ainda em estudo com animais, 
observou-se que há efeitos sobre o peso, distribuição de gordura corporal, parâmetros de 
glicose e lipídios, o que aumenta o risco para complicações cardiovascular. Embora 
muitos desses malefícios sejam atribuídos à nicotina, estudo com ratos expostos à extrato 
puro de nicotina por 2 anos não identificou aumento de mortalidade ou aterosclerose. 
Outrossim, o uso prolongado de terapia de reposição de nicotina não mostrou efeitos 
cardiovasculares adversos. Isso sugere que, somado à nicotina, outros fatores estão 
relacionados com as consequências metabólicas e cardiovasculares (VERHAEGEN; 
Brazilian Journal of Development 
ISSN: 2525-8761 
43978 
 
 
Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.6, p. 43967-43982, jun.,2022 
 
GAAL, 2017). 
Por mais que o cigarro eletrônico apresente menos substâncias tóxicas quando 
comparado com o CC, seus malefícios a longo prazo, decorrentes de seu uso crônico, 
ainda são incertos, principalmente porque está presente no mercado há pouco tempo. 
Ademais, é fato que o CE é prejudicial, porque é capaz de causar estresse oxidativo e 
produzir mediadores inflamatórios, aumentando o risco de doenças cardiovasculares 
(BATISTA FILHO ET AL., 2021). 
Foi evidenciada a associação entre o uso diário de cigarro eletrônico e aumento 
do risco de infarto do miocárdio, que é cerca de 1,7 vezes maior em comparação com 
indivíduos que nunca usaram tal dispositivo. Outro estudo relatou a associação de CE e 
CC como ainda mais perigosa para a ocorrência de DCV, com chances em torno de 36% 
maiores (OSEI ET AL., 2019). 
Há evidências de que os cigarros eletrônicos são fonte de metais, como chumbo, 
níquel, cromo, manganês e até mesmo arsênio (presente em alguns líquidospara CE). É 
apontado que metais possuem concentração mais elevada em aerossóis de CE do que em 
fumaça de tabaco e, como eles são cada vez mais reconhecidos como fatores de risco para 
doença coronária e arterial periférica, ao serem inalados pela vaporização de CEs, trazem 
questionamentos a respeito da segurança do uso desses dispositivos (ACIEN ET AL., 
2020). 
Além dos metais, nos CEs há compostos carbonílicos, hidrocarboneto policíclico 
aromatizados, aromatizante potencialmente prejudica e partículas ultrafinas, as quais 
possuem efeitos pró-inflamatórios. Por mais que falta uma regulamentação dos padrões 
constituintes dos cigarros eletrônicos, o que torna mais difícil determinar precisamente 
produtos químicos e suas concentrações, é reconhecido que substâncias presentes nos 
líquidos de vaporização (glicerol e propileno glicerol) podem sofrer transformações 
quando aquecidas em níveis elevados, gerando compostos como acroleína e formaldeído. 
Aquela está associada com maior risco cardiovascular e esse é um carcinogênico 
conhecido (DARVILLE; HAHN, 2019). 
Soma-se a isso que estudos com animais demonstraram que o formaldeído possui 
potenciais efeitos cardiotóxicos, com identificação de diminuição da FC e do débito 
cardíaco em ratos expostos a essa substância. Da mesma forma, inúmeros efeitos 
relacionados a exposição à acroleína, como mudança da função endotelial, função 
plaquetária e oxidação celular foram observados em modelos animais. As partículas finas 
e ultrafinas estão associadas, por meio de vias diretas e indiretas, a início de evento 
Brazilian Journal of Development 
ISSN: 2525-8761 
43979 
 
 
Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.6, p. 43967-43982, jun.,2022 
 
aterosclerótico, doença arterial coroniana, trombose e hipertensão (KHADKA ET AL., 
2021). 
 
5 CONCLUSÃO 
O cigarro eletrônico foi lançado no mercado como um possível redutor de danos 
à saúde e alardeado como uma possível terapêutica para a cessação do tabagismo 
convencional. Estudos iniciais patrocinados pela indústria do cigarro corroboraram essas 
finalidades. 
Porém, com o desenvolvimento de novos estudos, não patrocinados, percebeu-se 
que o potencial de danos gerados pelo consumo de cigarro eletrônico é bem maior do que 
o inicialmente pensado e, em termos de cessação do tabagismo, tem ocorrido a troca 
(parcial ou total) do cigarro convencional pelo cigarro eletrônico, porém, o fumante 
continua a sofrer os efeitos maléficos do consumo de nicotina e outros compostos tóxicos 
do cigarros eletrônico, bem como gerar aerossol ao utilizar o cigarro eletrônico, criando 
a categoria de “tabagismo passivo de cigarro eletrônico”, composto, sobretudo, de 
material particulado ultrafino. 
Pôde-se verificar que a utilização de cigarros eletrônicos tem relação com o uso 
de cigarros convencionais e outras drogas. Ademais, a influência de amigos e familiares 
contribui para utilização de cigarros eletrônicos. Diversos indivíduos acreditam que os 
cigarros eletrônicos não fazem mal à saúde ou são menos nocivos que os cigarros 
convencionais. Destarte, a sensibilização da população acerca dos riscos do uso de 
cigarros eletrônicos se mostra imprescindível no processo educativo. Logo, o uso desse 
dispositivo eletrônico, enquanto veículo para uso de drogas deve ser mais trabalhado nas 
escolas, visando alertar os seus malefícios e, por conseguinte, preservar a saúde e o bem-
estar da população. 
Diante das informações levantadas, verifica-se que o cigarro eletrônico está 
relacionado com diversos malefícios para o sistema cardiovascular, resultantes do 
aumento da ativação plaquetária, disfunção endotelial, estresse oxidativo, alterações 
agudas da PA, FC e estimulação simpática. Ademais, foram identificadas substâncias 
cardiotóxicas e carcinogênicas nos vapores dos CEs e seu uso tem sido uma porta de 
entrada para o tabagismo convencional. Quando usado por adolescentes as preocupações 
são ainda maiores, já que os efeitos são acumulativos. 
Assim, é imprescindível que políticas e intervenções sejam elaboradas para 
regular esses produtos e recomenda-se cautela, principalmente por parte dos jovens, ao 
Brazilian Journal of Development 
ISSN: 2525-8761 
43980 
 
 
Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.6, p. 43967-43982, jun.,2022 
 
fazerem o uso tais dispositivos. Além disso, é necessário que novos estudos avaliem os 
efeitos produzidos pelo uso de CEs durante tempo prolongado, para que seus danos a 
longo prazo sejam elucidados. Portanto, diante da escassez de publicações científicas 
acerca do uso de cigarros eletrônicos no Brasil, sugere-se a realização de mais estudos. 
Espera-se ter contribuído para reflexão e alerta acerca desse desafio para saúde pública 
no Brasil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Brazilian Journal of Development 
ISSN: 2525-8761 
43981 
 
 
Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.6, p. 43967-43982, jun.,2022 
 
REFERÊNCIAS 
 
ALMEIDA, Karol Antunes de; RICKEN, Maria Helena; RAVELLI, Ana Paula Xavier. 
Trombose Venosa Profunda em gestantes da 3ª regional de saúde/PR. UEPG: Ciências 
Biológicas e da Saúde, Ponta Grossa, v. 21, n. 2, p.145-149, 2015. 
 
ALMEIDA, L.M. et al. Nieblas, vapores y otras volatilidades ilusorias de los cigarrillos 
electrónicos. Caderno de Saúde Pública, v.33, Suppl 3, 2017. 
 
ALMEIDA, Liz Maria de et al. Névoas, vapores e outras volatilidades ilusórias dos 
cigarros eletrônicos. Cadernos de Saúde Pública, v. 33, p. e00139615, 2017. 
 
BARBOSA, Arianne de Sá et al. Múltiplas definições de ser fumante e diagnóstico de 
tabagismo: uma revisão sistemática. Aletheia, Canoas, v. 45, p.190-201, 2014. 
 
BARRETO, Ivan Farias. Tabagismo, cigarros eletrônicos e redução de danos: uma 
revisão narrativa. Revista Ciências em saúde, Natal. CC BY-NC-SA 4.0 2018. 
 
______. Tabagismo, cigarros eletrônicos e redução de danos: uma revisão narrativa / 
Smoking, electronic cigarettes and harm reduction. Revista Ciências em Saúde, Natal, v. 
8, n. 1, p.18-23, 14 mar. 2018. 
 
BENEDETTO, Igor Gorski. Efeito do uso de cigarro eletrônico na cessação tabágica: 
revisão sistemática com metanálise de ensaios clínicos randomizados. 2016. 
 
BOGDAN, R. S.; BIKEN, S. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à 
teoria e aos métodos. 12.ed. Porto: Porto, 2003. 
 
CAMARGO, Gabriela Alessandra da C. Galhardo et al. Aspectos clínicos, 
microbiológicos e tratamento periodontal em pacientes fumantes portadores de doença 
periodontal crônica: Revisão da Literatura. Revista Brasileira de Odontologia, Rio de 
Janeiro, v. 73, n. 4, p.325-330, 2016. 
 
CAVALCANTE TM, et al. Conhecimento e uso de cigarros eletrônicos e percepção de 
risco no Brasil: Resultados de um país com requisitos regulatórios rígidos. Cadernos de 
Saude Publica, 2017; 33(3): 1–11. 
 
DE SOUZA DELGADO, Joedson; JÚNIOR, Ivo Teixeira Gico. A legalização dos 
cigarros eletrônicos no contexto de liberdade e autonomia do indivíduo. Revista Direitos 
Fundamentais & Democracia, v. 23, n. 3, p. 73-104, 2018. 
 
FIGUEIREDO et al. ERICA: Prevalência de tabagismo em adolescentes brasileiros. Rev 
Saúde Pública 2016;50(supl 1):12s. Disponível em: 
https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/114211/130084. Acesso em: 02 ago. 2019. 
 
GIL, Antonio C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1991. 
 
HUANG, S.J. et al. Electronic cigarette: A recent update of its toxic effects on humans. 
Journal of Cellular Physiology, v.233, p. 4466– 4478, 2018. 
 
Brazilian Journal of Development 
ISSN: 2525-8761 
43982 
 
 
Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.6, p. 43967-43982, jun.,2022 
 
NUNES, Emília. Consumo de tabaco: Efeitos na saúde. Revista Portuguesa de Clínica 
Geral, Lisboa, vol. 22, n. 2, p.225-244, 2006. 
 
OLIVEIRA, Lídia Acyole de Souza et al. Experimentação e uso de cigarroeletrônico e 
narguilé entre universitários. 2016. 
 
OLIVEIRA, Wemerson José Corrêa de et al. Conhecimento e uso do cigarro eletrônico 
entre estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso. Jornal Brasileiro de 
Pneumologia, Cuiabá, v. 5, n. 44, p.367-369, 2018. 
 
POLOSA R, et al. Effectiveness and tolerability of electronic cigarette in real-life: A 24-
month prospective observational study. Internal and Emergency Medicine, 2014; 9(5): 
537–46. 
 
RIGOTTI NA. Balancing the benefits and harms of e-cigarettes: a National Academies 
of Science, Engineering, and Medicine report. Annals of internal medicine, 2018; 168(9): 
666–7. 
 
SANTOS, Ubiratan Paula. Cigarro eletrônico-repaginação e renovação da indústria do 
tabagismo. Jornal Brasileiro de Pneumologia. São Paulo, v. 44, n. 5, p. 345-346, 2018. 
 
SCHOLZ, Jaqueline Ribeiro; ABE, Tania Ogawa. Cigarro Eletrônico e doenças 
cardiovasculares. Revista Brasileira de Cancerologia, v.65, n.3, 2019. 
 
SEELIG, M. F.; CAMPOS, C. R. J.; CARVALHO, J. C. A ventilação e a fumaça 
ambiental de cigarros. Ciênc saúde coletiva, Rio de Janeiro, vol. 10, Supl., p. 83-90, set.-
dez. 2005. 
 
SILVA, Saulo Aparecido da. Malefícios causados pelo tabaco na cavidade bucal. 
Trabalho de conclusão de curso (Especialização em Atenção Básica a Saúde da família) 
Universidade Federal de Minas Gerais, Campos Gerais – MG. 2012. 
 
URRUTIA-PEREIRA, M. et al. Prevalence and factors associated with smoking among 
adolescents. The Journal of Pediatrics, v.93, n.3, p. 230-237, 2017. 
 
URRUTIA-PEREIRA, Marilyn; SOLÉ, Dirceu. Cigarros eletrônicos: esses ilustres 
desconhecidos. Arquivos de Asma, Alergia e Imunologia, v. 2, n. 3, p. 309-314, 2018. 
 
WORLD HEALTH ORGANIZATION. The role of health professionals in tobacco 
control. Geneva: WHO, 2005. https://apps.who.int/iris/handle/10665/43219

Continue navegando

Outros materiais