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ÉTICA-E-ADMINISTRAÇÃO-PÚBLICA - OK

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1 
 
 
ÉTICA E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
1 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
Ética na Administração Pública (ADAPTADO) ................................................. 3 
1. Introdução ..................................................................................................... 3 
2. A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O ESTADO DEMOCRÁTICO DE 
DIREITO ...................................................................................................................... 4 
2.1. Evolução do Estado de Direito .................................................................... 4 
2.2. Administração Pública: ............................................................................... 5 
2.3. Agentes Públicos ........................................................................................ 6 
2.4. Atividade Administrativa ............................................................................ 7 
3. A ADMNISTRAÇÃO PÚBLICA E A ÉTICA ............................................... 7 
3.1. Definição de ética ....................................................................................... 7 
3.2. Princípios constitucionais que balizam a atividade administrativa ............... 8 
3.3. Controle da atuação da Administração Pública ............................................ 9 
4. A GESTÃO PÚBLICA NA BUSCA DE UMA ATIVIDADE 
ADMINISTRATIVA ÉTICA ...................................................................................... 12 
5. CONCLUSÃO............................................................................................. 15 
NOTAS ........................................................................................................... 17 
Referências ...................................................................................................... 19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FACUMINAS 
 
A história do Instituto Facuminas, inicia com a realização do sonho de 
um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para 
cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a Facuminas, 
como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A Facuminas tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas 
de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos 
culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e 
comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de 
comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de 
forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir 
uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma 
das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela 
inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
3 
 
 
 
 
 
 
Ética na Administração Pública (ADAPTADO) 
 
Maria Denise Abeijon Pereira Gonçalves 
Especialista em Direito Militar pela Universidade Castelo Branco, RJ. Bacharel 
em Direito pela Universidade Federal de Pelotas, RS. Analista Judiciária da Justiça 
Militar da União, desde 2000, atualmente lotada em Porto Alegre/RS 
 
1. Introdução 
Este texto pretende tecer algumas considerações acerca da ética na Administração 
Pública, abordando aspectos legais sobre o assunto e procurando analisar possibilidades 
de real incorporação de atitudes éticas e condizentes com o Estado Democrático de 
Direito. Trata-se de tema de grande importância face à necessidade de uma perfeita 
compreensão e efetiva aplicação de princípios éticos na Administração Pública. Pela 
análise do tema proposto, fica evidente que a discussão deve ser aprofundada para 
possibilitar melhorias e maior eficiência em toda a máquina administrativa do Estado. 
A proposta deste trabalho é a abordagem da ética na Administração Pública, 
procurando traçar um quadro sobre a função da Administração Pública em um Estado 
Democrático de Direito e os sistemas adotados pelo Estado para evitar o desvio de suas 
finalidades por intermédio de atos não muito éticos praticados por seus administradores 
e servidores. Para tanto, a partir da definição de ética, analisar-se-ão os princípios que 
norteiam a Administração Pública, passando-se a apontar dos sistemas de controle dos 
atos administrativos, com abordagem das novas atitudes da gestão pública. 
Ainda será objeto deste trabalho um pequeno enfoque sobre os meios que a 
Administração pode utilizar para aprimorar seus quadros funcionais e administrativos, e, 
em maior âmbito, desenvolver postura ética em todos os cidadãos tornando-os capazes de 
cobrar um serviço público voltado às finalidades da Administração, bem como, se for o 
caso, exercer as atividades estatais com lisura e retidão. 
Para finalizar, passar-se-á a demonstrar a conclusão retirada do estudo realizado 
sobre o assunto proposto, que se deu através da pesquisa doutrinária, procurando sempre 
simplificar o entendimento do assunto abordado, permitindo fácil compreensão dos temas 
apresentados. 
 
4 
 
 
 
 
 
 
2. A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O ESTADO 
DEMOCRÁTICO DE DIREITO 
Com o fito de analisar o papel da Administração Pública face ao Estado 
Democrático de Direito, se faz necessária pequena abordagem acerca da evolução do 
Estado de Direito, possibilitando a visualização de suas finalidades e seus princípios. 
2.1. Evolução do Estado de Direito 
Por Estado de Direito entende-se a organização estatal onde todos, até mesmo os 
governantes, se submetem ao império da lei. 
Na origem, o Estado de Direito apresentava um conceito tipicamente liberal, daí 
falar-se em Estado Liberal de Direito, cujas características básicas eram: submissão ao 
império da lei, divisão de poderes e enunciado e garantia dos direitos individuais. Tais 
características até hoje constituem postulados básicos do Estado de Direito. 
Entretanto, o Estado Liberal de Direito, por ser extremamente neutro e formal, 
atuando essencialmente no plano político-jurídico, sem disciplinar a ordem 
socioeconômica, provocava imensas injustiças sociais advindas de seu abstencionismo. 
Visando à realização da justiça social, evolui-se para o Estado Social de Direito, 
mais atuante, ou seja, um estado material de direito. O grande objetivo do Estado Social 
de Direito era promover a harmonia entre as classes patronais e obreiras e restabelecer o 
equilíbrio entre o capital e o trabalho. 
O problema é que a palavra social, por estar aberta a várias significações, faz com 
que cada ideologia venha a ter sua visão própria do que seja o social. Um exemplo disto 
é que o Marxismo, o Fascismo, o Getulismo e até mesmo o Nazismo eram considerados 
Estados Sociais de Direito, embora se possa questionar se eram Estados onde, 
efetivamente, estava presente a democracia. 
Diante disto, resta claro que nem sempre o Estado Liberal e o Estado Social de 
Direito caracterizam um Estado Democrático. 
O Estado Democrático se funda no princípio da soberania popular e exige a 
participação efetiva e operante do povo na coisa pública, indo além da simples formação 
de instituições representativas. 
O Estado Democrático de Direito baseia-se em uma sociedade livre, justa e 
solidária, como afirma nossa Constituição, onde o poder deve emanar do povo, sendo 
exercido em seu proveito, diretamente, ou por meio de representantes eleitos. 
5 
 
 
 
 
 
 
Deve ser um Estado promotor de justiça social, tendo a legalidade como princípio 
basilar. Porém, a lei não deve ficar adstrita em uma esfera puramente normativa e abstrata, 
mas, sim, deve influir na realidade social do povo. 
A democracia deve ser participativa envolvendo a participação crescente da 
sociedade no processo decisório e na formação dos atos do governo e deve serpluralista, 
respeitando a pluralidade de ideias. Deve-se visar a um processo de liberação da pessoa 
humana de todas as formas de opressão. 
Os princípios que alicerçam o Estado Democrático de Direito são: princípio da 
constitucionalidade; princípio democrático; sistema de direitos fundamentais; princípio 
da justiça social; igualdade; divisão de poderes; legalidade; e segurança jurídica. 
2.2. Administração Pública: 
Segundo o mestre Hely Lopes Meirelles a Administração Pública pode ser 
entendida como: 
“...o conjunto de órgãos instituídos para consecução dos objetivos do Governo; 
em sentido material, é o conjunto das funções necessárias aos serviços públicos em geral; 
em acepção operacional, é o desempenho perene e sistemático, legal e técnico, dos 
serviços próprios do Estado ou por ele assumidos em benefício da coletividade. Numa 
visão global, a Administração é, pois, todo o aparelhamento do Estado preordenado à 
realização de serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas.”[1] 
E continua nosso ilustre doutrinador: 
“A Administração não pratica atos de governo; pratica, tão-somente, atos de 
execução, com maior ou menor autonomia funcional, segundo a competência do órgão e 
de seus agentes. (...) O Governo comanda com responsabilidade constitucional e política, 
mas sem responsabilidade profissional pela execução; a Administração executa sem 
responsabilidade constitucional ou política, mas com responsabilidade técnica, e legal 
pela execução. A Administração é o instrumental de que dispõe o Estado para pôr em 
prática as opções políticas do Governo”.[2] 
Diante dessas colocações resta evidente que é a Administração Pública que 
exterioriza a atividade do Estado, colocando em prática as decisões políticas de seus 
governantes. 
Assim sendo, para que o Estado atinja suas finalidades e promova justiça social é 
essencial que toda a máquina administrativa trabalhe com eficiência, ética e 
responsabilidade. 
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9538&revista_caderno=4#_edn1
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9538&revista_caderno=4#_edn2
6 
 
 
 
 
 
 
2.3. Agentes Públicos 
Para o Estado desempenhar suas atividades, utiliza-se dos agentes públicos que 
irão externar seus atos de governo e executá-los, concretizando o bem comum a que se 
destina. 
Segundo Henrique Savonitti Miranda: 
“A expressão “agente público” é utilizada para designar todo aquele que se 
encontre no cumprimento de uma função estatal, quer por representá-lo politicamente, 
por manter vínculo de natureza profissional com a Administração, por ter sido designado 
para desempenhar alguma atribuição ou, ainda, por se tratar de delegatório de serviço 
público”.[3] 
Os agentes públicos, segundo nosso doutrinador Hely Lopes Meirelles, 
classificam-se em: 
“- Agentes políticos: são os componentes do Governo nos seus primeiros 
escalões, investidos em cargos, funções, mandatos ou comissões, por nomeação, eleição, 
designação ou delegação para o exercício de atribuições constitucionais. Esses agentes 
atuam com plena liberdade funcional, desempenhando suas atribuições com 
prerrogativas e responsabilidades próprias, estabelecidas na Constituição e em leis 
especiais (...). 
- Agentes administrativos: são todos aqueles que se vinculam ao Estado ou às 
suas entidades autárquicas e fundacionais por relações profissionais, sujeitos à 
hierarquia funcional e ao regime jurídico determinado pela entidade estatal a que 
servem. São investidos a título de emprego e com retribuição pecuniária, em regra por 
nomeação, e excepcionalmente por contrato de trabalho ou credenciamento. (...) Os 
agentes administrativos não são membros de Poder de Estado, nem o representam, nem 
exercem atribuições políticas ou governamentais; são unicamente servidores públicos, 
com maior ou menor hierarquia, encargos e responsabilidades profissionais dentro do 
órgão ou da entidade a que servem (...) 
- Agentes honoríficos: são cidadãos convocados, designados ou nomeados para 
prestar, transitoriamente, determinados serviços ao Estado, em razão de sua condição 
cívica, de sua honorabilidade ou de sua notória capacidade profissional, mas sem 
qualquer vínculo empregatício ou estatutário e, normalmente, sem remuneração (...) 
- Agentes delegados: são particulares que recebem a incumbência da execução 
de determinada atividade, obra ou serviço público e o realizam em nome próprio, por 
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9538&revista_caderno=4#_edn3
7 
 
 
 
 
 
 
sua conta e risco, mas segundo as normas do Estado e sob permanente fiscalização do 
delegante. (...) 
- Agentes credenciados: são os que recebem a incumbência da Administração 
para representá-la em determinado ato ou praticar certa atividade específica, mediante 
remuneração do Poder Público credenciante”.[4] 
2.4. Atividade Administrativa 
A atividade administrativa, em sentido amplo, consubstancia-se em gerir bens 
próprios ou alheios. 
Em se tratando de bens públicos, a atividade administrativa deve pautar-se nos 
estritos limites da moralidade administrativa, devendo, o agente público, agir de acordo 
com os princípios constitucionais insculpidos no artigo 37, quais sejam, legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 
3. A ADMNISTRAÇÃO PÚBLICA E A ÉTICA 
Uma vez que é através das atividades desenvolvidas pela Administração Pública 
que o Estado alcança seus fins, seus agentes públicos são os responsáveis pelas decisões 
governamentais e pela execução dessas decisões. 
Para que tais atividades não desvirtuem as finalidades estatais a Administração 
Pública se submete às normas constitucionais e às leis especiais. Todo esse aparato de 
normas objetiva a um comportamento ético e moral por parte de todos os agentes públicos 
que servem ao Estado. 
3.1. Definição de ética 
A palavra ética tem sua derivação do grego e encerra a ideia de conformidade com 
os costumes. Segundo definição encontrada no dicionário da língua portuguesa, a palavra 
ética designa: 
“Parte da Filosofia que estuda os valores morais e os princípios ideais da conduta 
humana; conjunto de princípios morais que devem ser respeitados no exercício de uma 
profissão.”[5] 
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9538&revista_caderno=4#_edn4
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9538&revista_caderno=4#_edn5
8 
 
 
 
 
 
 
3.2. Princípios constitucionais que balizam a atividade 
administrativa 
Devemos atentar para o fato de que a Administração deve pautar seus atos pelos 
princípios elencados na Constituição Federal, em seu art. 37 que prevê: “A administração 
pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade e eficiência (...)”. 
Quanto aos citados princípios constitucionais, o entendimento do doutrinador 
pátrio Hely Lopes Meirelles é o seguinte: 
“- Legalidade - A legalidade, como princípio da administração (CF, art. 37, 
caput), significa que o administrador público está, em toda a sua atividade funcional, 
sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do bem comum, e deles não se pode 
afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido e expor-se a responsabilidade 
disciplinar, civil e criminal, conforme o caso. (...) 
- Impessoalidade – O princípio da impessoalidade, (...), nada mais é que o 
clássico princípio da finalidade, o qual impõe ao administrador público que só pratique 
o ato para o seu fim legal. E o fim legal é unicamente aquele que a norma de Direito 
indica expressa ou virtualmente como objetivo do ato, de forma impessoal. Esse princípio 
também deve ser entendido para excluir a promoção pessoal deautoridades ou 
servidores públicos sobre suas realizações administrativas (...) 
- Moralidade – A moralidade administrativa constitui, hoje em dia, pressuposto 
de validade de todo ato da Administração Pública (...). Não se trata – diz Hauriou, o 
sistematizador de tal conceito – da moral comum, mas sim de uma moral jurídica, 
entendida como “o conjunto de regras de conduta tiradas da disciplina interior da 
Administração” (...) 
- Publicidade - Publicidade é a divulgação oficial do ato para conhecimento 
público e início de seus efeitos externos. (...) O princípio da publicidade dos atos e 
contratos administrativos, além de assegurar seus efeitos externos, visa a propiciar seu 
conhecimento e controle pelos interessados diretos e pelo povo em geral, através dos 
meios constitucionais (...) 
- Eficiência – O princípio da eficiência exige que a atividade administrativa seja 
exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno princípio da 
função administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada apenas com 
9 
 
 
 
 
 
 
legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório 
atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros. (...).”[6] 
3.3. Controle da atuação da Administração Pública 
Visando a assegurar que a Administração Pública atue sempre em consonância 
com os princípios normativos que lhe são impostos, faz-se necessário que se sujeite ao 
controle por parte dos Poderes Legislativo e Judiciário, além de, ela própria, exercer 
controle sobre seus atos. 
Ressalte-se que todos os Poderes estão sujeitos ao mesmo controle, desde que os 
atos emanados deem-se no exercício de função tipicamente administrativa. 
Através de instrumentos de ação outorgados pela Constituição, também os 
administrados podem provocar o procedimento de controle, visando não só à defesa de 
interesses individuais como de interesses coletivos, embora tal controle seja atribuição 
estatal. 
A Emenda Constitucional número 19/98, inseriu o § 3º no artigo 37,[7] prevendo 
formas de participação dos administrados na Administração Pública, necessitando, 
porém, da edição de lei que regulamente o dispositivo constitucional, o que ainda não foi 
observado pelo legislador pátrio. 
Por outro lado, o Ministério Público desempenha importante papel no controle dos 
atos administrativos, sendo, hoje, o órgão mais bem estruturado para tal finalidade, devido 
às funções que lhe foram atribuídas pelo artigo 129 da Carta Magna, onde, além da função 
de denunciar autoridades públicas por crimes praticados no exercício de suas funções, 
tem ainda competência para realizar o inquérito civil, requisitar diligências investigatórias 
e atuar como autor da ação civil pública, objetivando a reprimir atos de improbidade 
administrativa e resguardar interesses coletivos e difusos. 
O poder-dever que a lei atribui aos órgãos públicos de controlar os atos emanados 
pela Administração não pode ser renunciado sob pena de responsabilização de quem se 
omitiu, sendo que tal controle abrange a fiscalização e a correção dos atos ilegais, bem 
como, dos inoportunos ou inconvenientes para o interesse público. 
“[...] pode-se definir o controle da Administração Pública como o poder de 
fiscalização e correção que sobre ela exercem os órgãos dos Poderes Judiciário, 
Legislativo e Executivo, com o objetivo de garantir a conformidade de sua atuação com 
os princípios que lhe são impostos pelo ordenamento jurídico.”[8] 
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9538&revista_caderno=4#_edn6
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9538&revista_caderno=4#_edn7
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9538&revista_caderno=4#_edn8
10 
 
 
 
 
 
 
O controle da atuação administrativa e financeira e do cumprimento dos deveres 
funcionais do Poder Judiciário e do Ministério Público, após a edição da Emenda 
Constitucional 45/2004, passou a ser exercida pelo Conselho Nacional de Justiça e pelo 
Conselho Nacional do Ministério Público, respectivamente, competindo-lhes zelar pela 
aplicação das leis relativas ao Judiciário e ao Ministério Público. 
Deve-se ressaltar que não se trata de controle externo, uma vez que os referidos 
Conselhos integram a instituição controlada, não prejudicando o controle externo 
exercido pelos Tribunais de Contas, limitando-se, o controle dos citados órgãos, aos atos 
e a atividade administrativa do Judiciário e do Ministério Público, não abrangendo os atos 
jurisdicionais ou judiciais propriamente ditos. 
A referida Emenda Constitucional 45/2004, criou ainda, as ouvidorias, 
objetivando provocar a atuação dos Conselhos Nacionais de Justiça e do Ministério 
Público, através de reclamações e denúncias de quaisquer interessados. 
Temos ainda o controle legislativo ou parlamentar, trata-se de controle 
eminentemente político e financeiro, objetivando a proteção dos interesses do Estado e 
da Comunidade, exercido pelos órgãos legislativos, (Congresso Nacional, Assembleias 
Legislativas e Câmaras de Vereadores) ou por Comissões Parlamentares, analisando a 
legalidade e a conveniência pública de determinados atos do Executivo. 
Este controle é exercido dentro da expressa previsão constitucional de forma a 
evitar a interferência de um Poder sobre outro, preponderando o equilíbrio entre os 
Poderes, no chamado sistema de pesos e contrapesos, que impõe o controle dos atos de 
um Poder por outro, como por exemplo, na aprovação do orçamento e na fiscalização de 
sua execução. 
O controle legislativo manifesta-se ainda, através do disposto no artigo 50,[9] que 
trata da possibilidade de convocação de autoridades e pedidos de informações por escrito 
e no § 3º do artigo 58,[10] da Constituição Federal, que regula as atividades 
desempenhadas pelas Comissões Parlamentares de Inquérito. 
Em relação à fiscalização financeira, orçamentária e contábil, o Poder Legislativo 
conta com o auxílio do Tribunal de Contas. 
“(...) ao Poder Legislativo compete a fiscalização financeira, orçamentária, 
contábil, operacional e patrimonial dos demais Poderes, instituições e órgãos 
encarregados da administração de receitas e despesas públicas. Essa função conta com o 
auxílio do Tribunal de Contas.”[11] 
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9538&revista_caderno=4#_edn9
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9538&revista_caderno=4#_edn10
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9538&revista_caderno=4#_edn11
11 
 
 
 
 
 
 
 A sociedade dispõe ainda do controle judicial que é o controle exercido 
privativamente pelo Poder Judiciário sobre os atos da Administração, com vistas 
a preservar a legalidade dos referidos atos. Tal controle abrange os atos do Poder 
Executivo, do Legislativo e do próprio Judiciário quando configuram atos de natureza 
administrativa. 
Sendo a legalidade do ato administrativo a condição primeira para a sua validade, 
importante se faz o controle de tais atos para garantir sua adequação com as normas 
pertinentes (princípio da legalidade), com a moral da instituição (princípio da 
moralidade), com a destinação pública (principio da finalidade), com a divulgação 
necessária (princípio da publicidade) e com o rendimento funcional e presteza (princípio 
da eficiência). Ao desviar-se ou contrariar qualquer desses princípios, a Administração 
edita ato viciado de ilegalidade, o que o torna passível de anulação, pelo Poder Judiciário, 
se provocado, ou pela própria Administração. 
Para requerer a reparação de danos advindos de atos públicos ilegais, os 
particulares dispõem de ações específicas, como, o Mandado de Segurança,[12] a Ação 
Popular,[13] a Ação Civil Pública,[14] o habeas corpus,[15] o habeas data[16] e as açõesde controle concentrado de constitucionalidade,[17] exceto a ação declaratória de 
constitucionalidade, além das vias judiciais comuns. 
É pacífica, em nossa doutrina, a possibilidade de anulação dos atos ilegais tanto 
pela própria Administração quanto pelo Poder Judiciário. 
“Anulação é a declaração de invalidação de um ato administrativo ilegítimo ou 
ilegal, feita pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário... 
 ...O conceito de ilegalidade ou ilegitimidade, para fins de anulação do ato 
administrativo, não se restringe somente à violação frontal da lei. Abrange não só a clara 
infringência do texto legal como, também, o abuso, por excesso ou desvio de poder, ou 
por relegação dos princípios gerais do Direito, especialmente os princípios do regime 
jurídico administrativo”.[18] 
O Poder Judiciário, ao exercer o controle judicial, pode anular os atos ilegais 
editados pela Administração, sempre que levados à sua apreciação pelos meios 
processuais cabíveis, sendo que a revisão é ampla, ou seja, a única restrição é quanto ao 
objeto do julgamento que se restringe ao exame da legalidade ou da lesividade ao 
patrimônio público, não podendo adentrar no mérito de conveniência e oportunidade para 
a edição do ato pela Administração. 
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9538&revista_caderno=4#_edn12
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9538&revista_caderno=4#_edn13
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9538&revista_caderno=4#_edn14
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9538&revista_caderno=4#_edn15
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9538&revista_caderno=4#_edn16
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9538&revista_caderno=4#_edn17
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9538&revista_caderno=4#_edn18
12 
 
 
 
 
 
 
Importante se faz, ainda, atentar para as restrições colocadas ao Judiciário, quando 
do conhecimento de atos políticos, assim entendidos aqueles praticados por agentes do 
Governo, no uso de competência constitucional, os quais destinam-se à condução dos 
negócios públicos e fundam-se em ampla liberdade de apreciação de conveniência e 
oportunidade, devendo, o controle judicial, dar-se apenas sobre a apreciação quanto a 
lesividade a direito individual ou ao patrimônio público, não adentrando nos fundamentos 
políticos do ato. 
4. A GESTÃO PÚBLICA NA BUSCA DE UMA ATIVIDADE 
ADMINISTRATIVA ÉTICA 
Com a vigência da Carta Constitucional de 1988, a Administração Pública em 
nosso país passou a buscar uma gestão mais eficaz e moralmente comprometida com o 
bem comum, ou seja, uma gestão ajustada aos princípios constitucionais insculpidos no 
artigo 37 da Carta Magna. 
Para isso a Administração Pública vem implementando políticas públicas com 
enfoque em uma gestão mais austera, com revisão de métodos e estruturas burocráticas 
de governabilidade. 
Aliado a isto, temos presenciado uma nova gestão preocupada com a preparação 
dos agentes públicos para uma prestação de serviços eficientes que atendam ao interesse 
público, o que engloba uma postura governamental com tomada de decisões políticas 
responsáveis e práticas profissionais responsáveis por parte de todo o funcionalismo 
público. 
Neste sentido, Cristina SeijoSuárez e Noel AñezTellería, em artigo publicado pela 
URBE, descrevem os princípios da ética pública, que, conforme afirmam, devem ser 
positivos e capazes de atrair ao serviço público, pessoas capazes de desempenhar uma 
gestão voltada ao coletivo. São os seguintes os princípios apresentados pelas autoras: 
“- Os processos seletivos para o ingresso na função pública devem estar 
ancorados no princípio do mérito e da capacidade, e não só o ingresso como carreira no 
âmbito da função pública; 
- A formação continuada que se deve proporcionar aos funcionários públicos 
deve ser dirigida, entre outras coisas, para transmitir a ideia de que o trabalho a serviço 
do setor público deve realizar-se com perfeição, sobretudo porque se trata de trabalho 
realizado em benefícios de “outros”; 
13 
 
 
 
 
 
 
- A chamada gestão de pessoal e as relações humanas na Administração Pública 
devem estar presididas pelo bom propósito e uma educação esmerada. O clima e o 
ambiente laboral devem ser positivos e os funcionários devem se esforçar para viver no 
cotidiano esse espírito de serviço para a coletividade que justifica a própria existência 
da Administração Pública; 
- A atitude de serviço e interesse visando ao coletivo deve ser o elemento mais 
importante da cultura administrativa. A mentalidade e o talento se encontram na raiz de 
todas as considerações sobre a ética pública e explicam, por si mesmos, a importância 
do trabalho administrativo; 
- Constitui um importante valor deontológico potencializar o orgulho são que 
provoca a identificação do funcionário com os fins do organismo público no qual 
trabalha. Trata-se da lealdade institucional, a qual constitui um elemento capital e uma 
obrigação central para uma gestão pública que aspira à manutenção de comportamentos 
éticos; 
- A formação em ética deve ser um ingrediente imprescindível nos planos de 
formação dos funcionários públicos. Ademais se devem buscar fórmulas educativas que 
tornem possível que esta disciplina se incorpore nos programas docentes prévios ao 
acesso à função pública. Embora, deva estar presente na formação contínua do 
funcionário. No ensino da ética pública deve-se ter presente que os conhecimentos 
teóricos de nada servem se não se interiorizam na práxis do servidor público; 
- O comportamento ético deve levar o funcionário público à busca das fórmulas 
mais eficientes e econômicas para levar a cabo sua tarefa; 
- A atuação pública deve estar guiada pelos princípios da igualdade e não 
discriminação. Ademais a atuação de acordo com o interesse público deve ser o 
“normal” sem que seja moral receber retribuições diferentes da oficial que se recebe no 
organismo em que se trabalha; 
- O funcionário deve atuar sempre como servidor público e não deve transmitir 
informação privilegiada ou confidencial. O funcionário, como qualquer outro 
profissional, deve guardar o sigilo de ofício; 
- O interesse coletivo no Estado social e democrático de Direito existe para 
ofertar aos cidadãos um conjunto de condições que torne possível seu aperfeiçoamento 
integral e lhes permita um exercício efetivo de todos os seus direitos fundamentais. Para 
tanto, os funcionários devem ser conscientes de sua função promocional dos poderes 
públicos e atuar em consequência disto.(tradução livre).”[19] 
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9538&revista_caderno=4#_edn19
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Por outro lado, a nova gestão pública procura colocar à disposição do cidadão 
instrumentos eficientes para possibilitar uma fiscalização dos serviços prestados e das 
decisões tomadas pelos governantes. As ouvidorias instituídas nos Órgãos da 
Administração Pública direta e indireta, bem como junto aos Tribunais de Contas e os 
sistemas de transparência pública que visam a prestar informações aos cidadãos sobre a 
gestão pública são exemplos desses instrumentos fiscalizatórios. 
Tais instrumentos têm possibilitado aos Órgãos Públicos responsáveis pela 
fiscalização e tutela da ética na Administração apresentar resultados positivos no 
desempenho de suas funções, cobrando atitudes coadunadas com a moralidade pública 
por parte dos agentes públicos. Ressaltando-se que, no sistema de controle atual, a 
sociedade tem acesso às informações acerca da má gestão por parte de alguns agentes 
públicos ímprobos. 
Entretanto, para que o sistema funcione de forma eficaz é necessário despertar no 
cidadãouma consciência política alavancada pelo conhecimento de seus direitos e a busca 
da ampla democracia. 
Tal objetivo somente será possível através de uma profunda mudança na 
educação, onde os princípios de democracia e as noções de ética e de cidadania sejam 
despertados desde a infância, antes mesmo de o cidadão estar apto a assumir qualquer 
função pública ou atingir a plenitude de seus direitos políticos. 
Pode-se dizer que a atual Administração Pública está despertando para essa 
realidade, uma vez que tem investido fortemente na preparação e aperfeiçoamento de seus 
agentes públicos para que os mesmos atuem dentro de princípios éticos e condizentes 
com o interesse social. 
Além, dos investimentos em aprimoramento dos agentes públicos, a 
Administração Pública passou a instituir códigos de ética para balizar a atuação de seus 
agentes. Dessa forma, a cobrança de um comportamento condizente com a moralidade 
administrativa é mais eficaz e facilitada. 
Outra forma eficiente de moralizar a atividade administrativa tem sido a aplicação 
da Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/92) e da Lei de Responsabilidade 
Fiscal (Lei Complementar nº 101/00) pelo Poder Judiciário, onde o agente público que 
desvia sua atividade dos princípios constitucionais a que está obrigado responde pelos 
seus atos, possibilitando à sociedade resgatar uma gestão sem vícios e voltada ao seu 
objetivo maior que é o interesse social. 
15 
 
 
 
 
 
 
Assim sendo, pode-se dizer que a atual Administração Pública está caminhando 
no rumo de quebrar velhos paradigmas consubstanciados em uma burocracia viciosa 
eivada de corrupção e desvio de finalidade. Atualmente se está avançando para uma 
gestão pública comprometida com a ética e a eficiência. 
Para isso, deve-se levar em conta os ensinamentos de Andrés Sanz Mulas que em 
artigo publicado pela Escuela de Relaciones Laborales da Espanha, descreve algumas 
tarefas importantes que devem ser desenvolvidas para se possa atingir ética nas 
Administrações. 
“Para desenhar uma ética das Administrações seria necessário realizar as 
seguintes tarefas, entre outras: 
- Definir claramente qual é o fim específico pelo qual se cobra a legitimidade 
social; 
- Determinar os meios adequados para alcançar esse fim e quais valores é preciso 
incorporar para alcançá-lo; 
- Descobrir que hábitos a organização deve adquirir em seu conjunto e os 
membros que a compõem para incorporar esses valores e gerar, assim, um caráter que 
permita tomar decisões acertadamente em relação à meta eleita; 
- Ter em conta os valores da moral cívica da sociedade em que se está imerso; 
- Conhecer quais são os direitos que a sociedade reconhece às 
pessoas.” (tradução livre).[20] 
5. CONCLUSÃO 
Após ter-se discorrido acerca do tema proposto, observou-se que na atual 
Administração Pública já não há mais lugar para uma gestão destoante dos fins sociais do 
Estado Democrático de Direito. 
Resta claro que a gestão pública deve estar fundada nos princípios constitucionais 
que regem a Administração Pública, ficando, os agentes públicos, sujeitos ao controle 
administrativo, judicial e social em todas as suas decisões e atividades administrativas 
desenvolvidas no âmbito público. 
Enfatizou-se ainda, que para a real implementação da ética na gestão pública é 
necessário a conscientização da sociedade como um todo, de modo que todos os cidadãos 
passem a atuar concretamente na fiscalização e cobrança de uma governabilidade eficaz 
e moralmente correta. 
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9538&revista_caderno=4#_edn20
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Para que se possa mudar o comportamento de toda a sociedade com vistas a atingir 
o objetivo maior de obtermos uma Administração Pública totalmente ética, atuando com 
economia, eficiência e acima de tudo dentro dos princípios democráticos, é necessário 
mudar a forma de pensar e de sentir do cidadão em geral. E, neste sentido, pode-se 
observar que nosso país está começando a dar os primeiros passos, embora muito ainda 
esteja por fazer. 
Assim sendo, é evidente que a nova Administração Pública deve, cada vez mais, 
investir em preparação e atualização de seus agentes públicos para proporcionar-lhes 
condições de conhecer as melhores técnicas e os melhores meios de atingir um serviço 
público voltado ao interesse geral da sociedade. Deve ainda, implementar e aperfeiçoar 
instrumentos capazes de permitir ao cidadão um acompanhamento de toda a atividade 
administrativa com possibilidade de denunciar maus gestores da coisa pública e opinar 
sobre possibilidades de melhoria da coisa pública. 
Por outro lado, deve-se ressaltar ainda, a importância da mudança de 
comportamento de todo agente público no sentido de identificar-se com o fim social da 
Administração Pública e lutar para a obtenção de todas as finalidades almejadas pelo 
Estado Democrático de Direito. 
Para finalizar, apontamos a necessidade de a Administração realizar, 
constantemente, o controle sobre os atos editados, visando a preservar os direitos dos 
cidadãos e resguardar a moralidade pública. 
Nesse diapasão está o ensinamento do mestre Juan de DiosPinedaGuadarrama: 
“(...) Se a ética tem a ver com a melhora das pessoas, também tem a ver com a 
melhora das instituições. Daí que devem ser institucionalmente muito valorados os 
mecanismos que ajudem aos administradores a comportar-se eticamente, tais como os 
códigos de comportamento, a aplicação das normas de controle e os conselhos cidadãos 
de vigilância. A liderança, para tanto, está indissoluvelmente unida ao comportamento 
ético. Daí a importância que os tomadores de decisões na gestão governamental possuam 
um sentido de serviço. As pessoas são capazes dos maiores esforços e sacrifícios se 
encontram sentido no que fazem. Transmitir esse sentido é a missão da liderança, pois 
uma das condições de ser líder é sua capacidade de influência. A principal missão do líder 
é desenvolver líderes ao seu redor. Líderes dispostos a defender e difundir os valores 
morais que sustentam a ação empreendida na gestão pública e na ética.” (tradução 
livre).[21] 
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9538&revista_caderno=4#_edn21
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NOTAS 
1- Hely Lopes MEIRELLES. Direito Administrativo Brasileiro. 30.ed. São Paulo: 
Malheiros, 2005. p. 64. 
2- Hely Lopes MEIRELLES. Ob. cit. p. 65. 
3- Henrique Savonitti MIRANDA. Curso de Direito Administrativo. 3. ed. Brasília: 
Senado Federal, 2005. p. 137. 
4- Hely Lopes MEIRELLES. Ob. cit. pp. 76-81. 
5- Dicionário da Língua Portuguesa. Melhoramentos, 2002. p. 122. 
6- Hely Lopes MEIRELLES. Ob. cit. pp. 87-96. 
7- CF/1988. “Art. 37. § 3º. A lei disciplinará as formas de participação do usuário na 
administração pública direta e indireta, regulando especialmente: I – as reclamações 
relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de 
serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade 
dos serviços; II – o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre 
atos do governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; III – a disciplina da 
representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na 
administração pública.” 
8- Maria Sylvia Zanella DI PIETRO. Direito Administrativo. 19 ed. São Paulo: Atlas, 
2006. p.694. 
9- CF/1988: “Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas 
Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de Órgãos 
diretamente subordinados à Presidência da República para prestarem, pessoalmente, 
informações sobre assunto previamente determinado, importando crime de 
responsabilidade a ausência sem justificação adequada.” 
10- CF/1988: “Art. 58, § 3º. As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes 
deinvestigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos 
regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo 
Senado federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de 
seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas 
18 
 
 
 
 
 
 
conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a 
responsabilidade civil ou criminal dos infratores.” 
11- Márcio Fernando Elias ROSA. Direito Administrativo. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 
1999. p. 177. 
12- CF/1988. Art. 5º, LXIX e Lei nº 1.533, de 31 de dezembro de 1951. 
13- Cf/1988. Art. 5º, LXXIII e Lei nº 4.717 de 29 de junho de 1965. 
14- CF/1988. Art. 129, III e Lei nº 7.347 de 24 de julho de 1985. 
15- CF/1988. Art. 5º, LXVIII. 
16- CF/1988. Art. 5º, LXXII. 
17- CF/1988, Arts. 5º, LXXI, 102, I, “a” e § 1º e 103, § 2º. 
18- Hely Lopes MEIRELLES. Ob. cit. pp. 202-203. 
19- Cristina Seijo SUÁREZ & Noel Añez TELLERÍA. La Gestión Ética 
enlaAdministración Pública: base fundamental para la gerencia ética deldesarrollo. pp. 
16-17. 
20- Andrés Sanz MULAS. Breves Reflexiones sobre Ética y Administración Pública. p. 
6. 
21- Juan de DiosPineda GUADARRAMA. Ética para elDesarrollo: 
tresvertientescontemporáneas de la ética pública. pp. 10-11. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências 
BRAGA, Pedro. Ética, Direito e Administração Pública. 2. ed. Brasília: Senado 
Federal, 2007. 
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 12. ed. São Paulo: 
Atlas, 2000. 
Dicionário da Língua Portuguesa. Jaraguá do Sul: Melhoramentos, 2002. 
FIGUEIREDO, Carlos Maurício C. Ética na Gestão Pública e Exercício da 
Cidadania: o papel dos tribunais de contas brasileiros como agências de accountability. 
Disponível em 
< http://unpan1.un.org/intradoc/groups/public/documents/CLAD /clad0044116.pdf >. 
Acesso em: 04/abr/2011, às 15h13min. 
GUADARRAMA, Juan de DiosPineda. Ética para elDesarrollo: 
tresvertientescontemporáneas de la ética pública. Disponível em 
< www.iapem.org.mx/eventos /clad/Juan%20de%20Dios.pdf >. Acesso em: 07/abr/2011, 
às 10h15min. 
MALUF, Sahid. Teoria Geral do Estado. 8. ed. São Paulo: Sugestões Literárias, 
1974. 
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 30. ed. São Paulo: 
Malheiros, 2005. 
MIRANDA, Henrique Savonitti. Curso de Direito Administrativo. 3. ed. Brasília: 
Senado Federal, 2005. 
MODESTO, Paulo. Controle Jurídico do Comportamento Ético da Administração 
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Instituto Brasileiro de Direito Público, nº 10, junho/julho/agosto, 2007. Disponível na 
Internet em < http://www.direitodoestado.com.br/rere.asp >. Acesso em: 04/abr/2011, às 
16h25min. 
MULAS, Andrés Sanz. Breves Reflexiones sobre Ética y Administración Pública. 
Disponível em < www.ucm.es/info/odsp/articulos/aa0001.pdf >. Acesso em: 
04/abr/2011, às 15h33min. 
20 
 
 
 
 
 
 
ROSA, Márcio Fernando Elias. Direito Administrativo. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 
1999. 
SUÁREZ, Cristina Seijo& TELLERÍA, Noel Añez. La Gestión Ética 
enlaAdministración Pública: base fundamental para la gerencia ética deldesarrollo. 
Disponível em < www.publicaciones.urbe.edu/index.php/.../1402-venezuela >. Acesso 
em: 07/abr/2011, às 14h13min.

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