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TRABALHO GB (1)

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Prática Civil 1- TRABALHO GRAU B- 
 Nome: ÉRICA BORTOLINI VICARI
EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA DE DIREITO DA VARA JUDICIAL DA COMARCA DE CACIMBINHAS-RS
RAFAEL SILVA, brasileiro, maior, solteiro, autônomo, , portador do RG n. º 1155399666, inscrito no CPF sob o n. º 050.000.020-30, residente na Rua das Flores, 120, Bairro Navegantes, Cacimbinhas-RS, Cep 93950-000, através de suas procuradoras ut instrumento anexo, vem à presença de Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 1.583 do Código Civil, 33, § 1º da Lei 8.069/90 e 300 do Código de Processo Civil propor
AÇÃO DE REGULAMENTAÇÃO DE GUARDA (UNILATERAL) COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA, de seu filho ANDRÉ SILVA (nascido em 25.01.2014), brasileiro, menor impúbere, atualmente sob a guarda de fato do pai, 
Em desfavor de DANIELE SCHNEIDER SILVA brasileira, maior, solteira, residente e domiciliada na Rua do Céu, 80, Bairro Centro, Cacimbinhas RS, pelos fundamentos e motivos que passa a expor:
I – DOS FATOS
As partes acima mantiveram um relacionamento de mais ou menos 3 anos, entre idas e vindas. Chegaram a morar juntos, mantendo união estável, no intuito de constituir família, da qual resultou o nascimento do filho, ANDRÉ SILVA, nascido em 25.01.2014, CERTIDÃO DE NASCIMETO matrícula 100555 0520 2014, CPF 005.960.010-50.
Entretanto, passado um ano do nascimento do filho menor, a relação passou a enfrentar momentos de crise, inclusive com traição da parte ré, momento este em que decidiram por encerrar a união.Durante todo o período de relação, e inclusive com o nascimento do filho, residiam nacasa com os pais do autor, motivo pelo qual o menino foi criado e cuidado durante todo tempo com sua mãe. Os dois possuem uma relação maravilhosa, inclusive o menor sente muita falta da avó quando não está com ela.
Com a separação dos pais, inicialmente o menor ficou período curto com a mãe, mas que foi um desastre e muito traumático para o mesmo. A ré não consegue cuidar de André, e inclusive o deixava andar sozinho pela rua. O último momento marcante e traumático para André foi o dia que a ré simplesmente o deixou dentro do ônibus para a escola, com apenas 4 ANOS. Chegando na escola, estava em pânico, e desde então SE NEGA A IR NA ESCOLINHA PORQUE FICOU TRAUMATIZADO. André está hoje morando com o pai, na casa dos avós, onde se sente seguro. 
Percebendo esta situação, E QUERENDO REGULARIZAR A GUARDA DE FATO QUE VEM EXERCENDO, PRETENDE O AUTOR COM ESTA AÇÃO POSTULAR A GUARDA EXCLUSIVA DO MENOR, FIXANDO SUA RESIDÊNCIA COMO DOMICÍLIO DO MENOR, E ENTÃO AJUSTANDO TAMBÉM AS VISITAS DO MENOR SOMENTE EM FINAIS DE SEMANA ALTERNADOS, já que Andrénão se sente seguro na residência da mãe, e sempre pede para voltar para casa do pai e avós.
Tendo em vista que o Autor não possui condições para arcar com despesas processuais, sendo autônomo, fazendo bicos de conserto elétrico, pintor, pedreiro, não tendo nenhum comprovante de renda nem contas bancárias, ainda sustenta o filho menor e reside com os pais, requer a Concessão da AJG, sob pena de ser impedido o acesso ao judiciário
II -DO DIREITO
É salutar para toda criança conviver em ambiente familiar, devendo ser protegida de qualquer situação que a exponha a qualquer tipo de risco e exploração, sendo mandamento constitucional a seguridade, pela família, pelo Estado e pela sociedade, da dignidade, do respeito, além da proteção a qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Dentro do ambiente familiar, a figura da criança e do adolescente ganha destaque por ainda não terem a capacidade necessária para gerir suas vidas por conta própria. Por tal motivo, necessitam de alguém, de preferência o genitor, que possa gerir suas vidas de maneira sadia, a fim de trilhar os caminhos para que eles exerçam sua autonomia.
Sendo assim, estatui o artigo 227, da Constituição Federal, direitos da criança e adolescente que devem ser observados:
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Ainda, o Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu artigo 33, prevê que a guarda implica obrigações, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais. Veja-se:
Art. 33. A guarda obriga à prestação de assistência material, moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais.
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros.[...]
Quando estamos diante de uma situação de disputa pela guarda de menores, imprescindível a aplicação do princípio do melhor interesse da criança e do adolescente, que tem todos os seus direitos resguardados constitucionalmente.
Portanto, estando o menor ANDRÉ melhor cuidado com o genitor, ampliado ainda o zelo através de sua mãe (avó) com quem o menor possui vínculo muito forte, e afastando qualquer insegurança ou perigo ao filho, MEDIDA QUE SE IMPÕE É A CONCESSÃO DA GUARDA EXCLUSIVA AO AUTOR, estabelecendo visitas quinzenais à Ré.
III- DA NECESSÁRIA CONCESSÃO DA TUTELA DE URGÊNCIA	
Diante de todo o exposto, não pairam dúvidas para que, num gesto de estrita justiça, seja concedida liminarmente a guarda provisória EXCLUSIVA do menor ANDRÉ em favor do Autor genitor, com visitas quinzenaisà mãe, a fim de evitar uma mudança repentina na vida da menor que já está totalmente adaptada à rotina com o pai.
	Desta forma, postula a concessão da TUTELA DE URGÊNCIA para REGULARIZAÇÃO DA GUARDA DO MENOR DAVI LUIZ, fixando-a UNILATERALMENTE AO GENITOR, com quem a criança se encontra, e deferindo visitas quinzenais aos finais de semana à Ré, no intuito de preservar o melhor interesse do menor.
IV-DOS PEDIDOS
1. Pelo exposto, requer a Vossa Excelência:
a) o deferimento da guarda provisória da menor André à parte requerente a título de tutela de urgência, tendo em vista a verossimilhança das alegações e o perigo de dano grave à criança);
b) seja realizado estudo social do caso, pela equipe interprofissional deste Juízo e do Juízo da Comarca onde reside a requerida;
Dá à causa o valor: ALÇADA.
Termos em que pede e aguarda deferimento.
Cacimbinhas, 25 de março de 2020.
ADV / OAB
Após a análise da Petição inicial, responda:
1. A partir da análise da Petição inicial, elabore os pedidos faltantes (0,3 pontos)
C) A intimação do Ilustre Ministério Público;
D) A citação do réu, para, querendo, contestar a presente ação no prazo legal;
E) A produção de todos os meios de prova em direito admitidas;
F) A condenação do réu ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios;
G) Seja julgada procedente a presente ação para deferir a guarda permanente à requerente;
H) A designação prévia da audiência de conciliação.
2. Acaso você fosse chamado a contestar a peça acima, e em consonância com as seguintes hipóteses, responda: (0,15 cada resposta). 
A) Caso o autor na petição inicial apenas mencionasse o requerimento de guarda, mas não indicando como deveria ficar e nem explanando sobre os fatos e sobre o direito e tampouco mencionando nenhuma linha acerca das visitas, o que você argumentaria em preliminar? Indique também a fundamentação legal do CPC.
 	Indicaria a inépcia da inicial, por ser pedido genérico. Artigo 337, IV CPC.
B) Caso a autor, na petição inicial, indicasse como réu a avó materna de André (por falha de entendimento de seu procurador), o que você argumentaria em preliminar? Indique também a fundamentação legal do CPC.
	Indicaria, preliminarmente, a ausência de documentos para a instrução da inicial. Art. 283 CPC.
C) Caso o autor, por trabalhar em Novo Hamburgo, optasse por ingressar em juízo em algumadas varas de família de Novo Hamburgo, o que você argumentaria em preliminar? Indique também a fundamentação legal do CPC.
	Alegaria a incompetência relativa, pois ações de menor devem ser propostas no foro de domicilio do menor. Art. 53 CPC
D) Caso o autor não juntasse a procuração quando do ingresso em juízo, o que você argumentaria em preliminar? Indique também a fundamentação legal do CPC.
	Alegaria a incapacidade da parte de propor em juízo, bem como o defeito de representação. Art. 337, IX CPC.
4. Na questão abaixo, responda a alternativa correta e indique a fundamentação legal do CPC: (0,1) (0,05 a resposta e 0,05 a fundamentação)
	Lucas foi citado para apresentar defesa em ação de indenização por danos materiais, em razão de acidente de veículo. Contudo, o proprietário e condutor do veículo que causou o acidente era Cláudio, seu primo, com quem Lucas havia pegado uma carona. Lucas, em contestação, deverá:
a) Requerer que Claudio seja admitido na condição de assistente litisconsorcial
b) Denunciar Claudio à lide
c) Em preliminar, alegar ilegitimidade passiva e requerer a alteração do sujeito passivo, indicando Cláudio como réu.
d) Requerer o chamamento de Claudio ao processo
OBS: resposta em negrito.
Fundamentação legal: Nesse caso, em preliminar de contestação, o Lucas deverá pedir a alteração do sujeito passivo da demanda. De acordo com o Art. 337, XI, a parte deverá arguir, em preliminar de contestação, a ilegitimidade para a causa, na forma disciplinada pelo Art. 339, do NCPC.
5. De acordo com a Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015, é CORRETO afirmar que o ônus da impugnação específica dos fatos não se aplica: (0,1) (0,05 a resposta e 0,05 a fundamentação)
a) Ao advogado dativo, ao curador especial e ao órgão do Ministério Público.
b) Ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial.
c) Ao advogado dativo, ao defensor público e ao órgão do Ministério Público.
d) Ao advogado público, ao curador especial e ao órgão do Ministério Público.
Obs.: resposta em negrito
Fundamentação legal: Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se:
I - não for admissível, a seu respeito, a confissão
II - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da substância do ato
III - estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.
Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial.

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