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APG 3 - SOI III

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APG 3 – SOI III 
 
Fisiologicamente, tanto indivíduos normais quanto 
hipertensos, a PA é mantida pela regulação 
contínua do débito cardíaco e da resistência 
vascular periférica (PA = DC X RVP) em três sítios 
anatômicos: as arteríolas, as vênulas pós-capilares 
e o coração. Um quarto sítio, o rim, também 
contribui para a manutenção da PA ou regulação 
do volume do líquido intravascular. Nesses quatro 
locais, os barorreceptores mediado por nervos 
autônomos atuam em combinação com 
mecanismos humorais, como SRAA, coordenando 
e mantendo a PA normal. O grande problema, nos 
hipertensos, é que os barorreceptores e os 
sistemas de controles renais de volume 
sanguíneo/PA estão ajustados em um nível mais 
elevado para a manutenção da PA. 
 
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO: 
DIURÉTICOS 
Os diuréticos têm sido as drogas mais usadas no 
tratamento da hipertensão há mais de 40 anos e 
têm um papel vital no controle dessa condição, seja 
isoladamente ou em combinações com outras 
drogas. 
Essas drogas ainda são as mais extensamente 
estudadas em ensaios clínicos em larga escala, e 
têm mostrado consistentemente redução das 
complicações cardiovasculares decorrentes da 
hipertensão. Nos últimos anos, o uso dos 
diuréticos tem sido reduzido nos EUA, devido aos 
seus efeitos metabólicos adversos potenciais. 
-Tiazídicos: Inibem a ação do íon transportador de 
Na+Cl– no túbulo contorcido distal com aumento 
de eliminação de Na+, Cl–, K+ e água. Os principais 
representantes são hidroclorotiazida, clortalidona 
e indapamida. Possui tempo de ação longo e atinge 
seu efeito máximo com baixas doses. 
- De alça: Inibem o íon transportador de NaK2Cl 
encontrado na membrana apical de células 
epiteliais renais no ramo ascendente da alça de 
Henle. 
Os principais representantes são furosemida e 
bumetanida. São reservados para HAS associada à 
insuficiência renal com taxa de filtração glomerular 
< 30 ml/min/1,73 m² ou creatinina > 2,0 mg/dL e 
na insuficiência cardíaca com retenção de volume. 
- Poupadores de potássio: Inibem os canais con-
dutores de sódio no túbulo coletor ou bloqueando 
a aldosterona. Eliminam sal e água, porém poupam 
potássio. Os principais representantes são: 
 espironolactona, triantereno e amilorida. 
São menos eficazes, porém são utilizados 
principalmente em associações com outros 
tiazídicos para atenuar a excreção de potássio. 
o Mecanismo de ação: o local de ação dessas 
drogas é o néfron (unidade morfofuncional 
do rim). O mecanismo exato pelo qual os 
diuréticos baixam a pressão sanguínea não 
é totalmente compreendido. Inicialmente, 
eles produzem uma leve depleção de sódio, 
levando a diminuição do fluido extracelular 
e do débito cardíaco. Com a continuação da 
terapia, ocorrem diminuição da resistência 
vascular periférica e restauração do débito 
cardíaco. Contudo, sua atuação a longo 
prazo consiste na depleção de sódio. 
Acredita-se que o sódio contribua para a 
resistência periférica, aumentando a 
rigidez vascular e a atividade neural, 
possivelmente em decorrência do cálcio 
intracelular. Essas drogas depletam o sódio 
através da inibição do transporte de 
eletrólitos nos túbulos renais. 
A grande potência e o início rápido dos diuréticos 
de alça não proporcionam vantagem adicional para 
o tratamento diário da hipertensão crônica em que 
não exista insuficiência renal ou cardíaca ou edema 
 
 
refratário. Exceção parece haver com a piretanida. 
A prevenção dos efeitos adversos como 
dislipidemias, intolerância à glicose, hipocalemia, 
impotência sexual e hiperuricemia é alcançada 
com doses cada vez menores e monitorização 
dessas variáveis no tratamento individualizado. Os 
diuréticos tiazídicos e de alça diminuem a excreção 
renal de cálcio. Esse efeito foi associado 
recentemente à baixa incidência de fraturas em 
pacientes idosos. Os diuréticos poupadores de 
potássio devem ser dados a pacientes muito 
vulneráveis à hipocalemia, especialmente àqueles 
com história de arritmias cardíacas que recebem 
digitálicos ou aqueles com alterações no 
eletrocardiograma. Esse grupo de drogas está 
indicado no hiperaldosteronismo primário 
(síndrome de Conn). A xipamida é um diurético que 
age no túbulo distai do néfron; é um dos derivados 
do ácido 4-clorossalicnico e tem sua eficácia e 
efeitos adversos semelhantes aos dos 
benzotiazídicos. 
MEDICAMENTOS DIURÉTICOS MAIS USADOS: 
1. Furosemida: bloqueia o sistema co- 
transportador de Na+K+2Cl- localizado na 
membrana celular luminal do ramo 
ascendente da alça de Henle; portanto, a 
eficácia da ação salurética da furosemida 
depende do fármaco alcançar o lúmen 
tubular via um mecanismo de transporte 
aniônico. 
2. Hidroclorotiazida: A hidroclorotiazida age 
diretamente sobre os rins, atuando sobre o 
mecanismo de reabsorção de eletrólitos no 
túbulo contornado distal. Aumenta a 
excreção de sódio e cloreto (em 
quantidades aproximadamente equiva-
lentes) e, consequentemente, de água. A 
natriurese pode ser acompanhada de 
alguma perda de potássio. 
3. Espironolactona: A espironolactona causa 
aumento das quantidades de sódio e água 
a serem excretados, enquanto o potássio é 
retido. A espironolactona atua como 
diurético e como anti-hipertensivo por este 
mecanismo. Ela pode ser administrada 
sozinha ou com outros agentes diuréticos 
que atuam mais proximamente no túbulo 
renal. 
4. Amilorida: interfere com o mecanismo 
envolvido na troca de sódio por potássio no 
túbulo contornado distal e no túbulo 
coletor do néfron, o que diminui o 
potencial líquido negativo do lúmen tubular 
e reduz a secreção de potássio e hidrogênio 
e sua subsequente excreção. 
5. Hidroclorotiazida e Espironolactona: tanto 
a espironolactona como a hidroclorotiazida 
reduzem o sódio permutável, o volume do 
plasma, o peso corpóreo e a pressão 
arterial. Os efeitos diuréticos e anti-
hipertensivos dos componentes individuais 
são potencializados quando a 
espironolactona e a hidroclorotiazida são 
ministradas concomitantemente. 
 
INIBIDORES DO SISTEMA SIMPÁTICO CENTRAL 
Drogas de ação central: O cérebro exerce o 
controle maior sobre a circulação. O bulbo e o 
hipotálamo parecem ser os locais responsáveis 
pela atividade do coração e dos vasos. Parece 
lógico atuar farmacologicamente nessa área para a 
diminuição da pressão arterial dos hipertensos. 
Clonidina e metildopa são drogas desse tipo, 
usadas para tratar cronicamente a hipertensão em 
nosso meio. 
o Mecanismo de ação: Essas duas 
substâncias (clonidina e alfametildopa) 
deprimem o tônus simpático por ação 
agonista nos receptores pré-sinápticos alfa-
2-adrenérgicos e imidazólicos do sistema 
nervoso central (SNC). Essa estimulação 
diminuiria e eficácia da liberação de 
noradrenalina nos nervos terminais em 
resposta à despolarização. A única 
diferença entre a clonidina e a 
alfametildopa é que a primeira age 
diretamente nos receptores alfa-2- 
adrenérgicos e imidazólicos, enquanto a 
segunda tem que ser convertida em 
alfametilnoradrenalina para atuar (pro-
droga). Elas reduzem o nível de renina 
 
 
plasmática por mecanismos ainda não 
esclarecidos. Não alteram o fluxo 
sanguíneo renal ou a taxa de filtração 
glomerular, porém reduzem a resistência 
vascular renal. 
BLOQUEADORES GANGLIONARES 
Agem na sinapse ganglionar. O representante da 
classe é o trimetafan. A base da ação anti-
hipertensiva dessas drogas repousa na sua 
capacidade de bloquear a transmissão através do 
gânglio autonômico. 
Essa ação resulta da diminuição do númer9 de 
impulsos simpáticos que passam através da 
sinapse para a porção ganglionar, diminuindo 
como consequência o tônus vascular, o débito 
cardíaco e a pressão sanguínea. Essas drogas 
também evitam a interação da acetilcolina com os 
receptores nicotínicos nas membranas· neuronais 
pós-sinápticas do sistema nervoso parassimpático 
(SNPS). São bastante potentes e reduzem 
drasticamente a pressão arterial. Por esses 
bloqueios, a frequência e a intensidade dos efeitos 
adversos restringem seu uso. Podem ocorrer 
hipotensãopostura acentuada, visão turva, secura 
da boca, constipação, íleo paralítico, retenção 
urinária e impotência. Só está indicado o uso 
endovenoso como droga de ação rápida tipo 
cansilato de trimetafan em emergências 
hipertensivas e/ou pré-operatória (neurocirurgia) 
na qual a hipotensão é desejada, pelo risco de 
hemorragia. 
 
BLOQUEADORES PÓS-GANGLIONARES NEURONAIS 
São drogas que diminuem a PA, por dificultarem a 
liberação fisiológica normal de noradrenalina (NA) 
nos neurônios simpáticos pós-ganglionares. A 
guanetidina e a reserpina são os representantes 
em nosso meio. 
o MEDICAMENTOS 
GUANETIDINA: Em doses altas, essa droga 
produz efeitos deletérios, pela 
simpatoplegia profunda. Foi muito usada 
no passado para a crise hipertensiva. 
 
Mecanismo de ação: a guanetidina inibe a 
liberação de NA que ocorre quando o 
potencial de ação atinge as terminações 
nervosas simpáticas. Essa droga é 
transportada através da membrana 
nervosa simpática pelo mesmo mecanismo 
que transporta a NA, e a captação é 
essencial para a sua ação. Após penetrar no 
nervo, ela é concentrada nas vesículas 
transmissoras no lugar da NA. Contudo, na 
primeira administração pode ocorrer crise 
hipertensiva pela liberação de vesículas de 
NA já estocada. 
 
RESERPINA: É um alcaloide extraído da 
planta indiana Rauwolfia serpentina. Foi 
uma das primeiras drogas usadas em 
grande escala para o tratamento da 
hipertensão. Hoje ainda é considerada um 
fárrnaco eficaz e seguro no seu tratamento. 
 
Mecanismo de ação: a droga bloqueia a 
capacidade das vesículas neuro-
transmissoras de captar e armazenar 
aminas biógenas. Isso resulta em depleção 
de NA, adrenalina e serotonina dos 
neurônios periféricos e centrais. Esses 
efeitos parecem duradouros, podendo-se 
observar traços da droga nas vesículas 
adrenérgicas por vários dias. A deleção 
dessas aminas em nível periférico é 
responsável pelo efeito anti-hipertensivo 
benéfico dessa droga. Em doses baixas, 
essa droga assemelha-se a drogas de ação 
central tipo alfametildopa, preservando os 
reflexos simpáticos. 
Ela diminui a pressão pela queda do débito 
cardíaco e da resistência vascular 
periférica. 
 
BETABLOQUEADORES 
São drogas que antagonizam competitivamente as 
respostas a catecolaminas, mediadas pelos 
receptores beta. Embora existam perfis 
farmacológicos diferentes entre elas, parece claro 
 
 
que esse bloqueio é responsável pela sua 
capacidade de baixar a pressão sanguínea. São 
drogas muito populares, bem toleradas, e com 
efeitos adversos sérios raramente observados. 
Mecanismo de ação: Ainda não é bem 
entendido como os betabloqueadores 
produzem uma redução persistente da 
pressão sanguínea. Diminuição tanto da 
frequência quanto do débito cardíaco são 
os resultados indubitavelmente encon-
trados após administração dessas drogas. 
Em um primeiro momento, a resistência 
vascular periférica é elevada por via reflexa 
como resultado da diminuição do débito. 
Contudo, com o tratamento crônico, a 
diminuição da pressão arterial se 
correlaciona melhor com alterações na 
resistência vascular periférica do que com 
variações na frequência ou no débito 
cardíaco induzidas por essas drogas. O 
retomo venoso, o volume e a atividade de 
renina plasmática são também diminuídos 
com essas drogas. Essa última atividade 
estaria implicada em um outro mecanismo 
de ação, antagonizando o efeito da 
noradrenalina no aparelho justaglomerular 
(rins) e talvez nas terminações pré-
sinápticas dos nervos noradrenérgicos 
periféricos ou reajustando os 
barorreceptores de ação central a níveis de 
pressão mais baixos. 
Existem variações farmacológicas dos 
betabloqueadores: seletividade (S), 
atividade simpatomimética intrínseca 
(ASI),lipossolubilidade(L), hidrossolubilida-
de (H) etc. O conhecimento desses pa-
râmetros é útil na escolha individual dessa 
classe. 
 
ALFABLOQUEADORES 
São drogas que bloqueiam os receptores 
alfassimpáticos, levando a uma potente 
vasodilatação arterial com queda na RVP, que 
geralmente se encontra aumentada na HA. 
Contudo, o bloqueio não seletivo de receptores 
alfa-I e alfa-2 produz taquicardia reflexa, retenção 
de sódio e água, o que tem limitado seu uso crônico 
na HA. A fentolamina é o único usado na pre-
paração pré-operatória do feocromocitoma. 
Os alfa-l-seletivos, cujo representante é a 
prazosina, têm sido aplicados com algum sucesso 
no tratamento da HA. 
Mecanismos de ação: Não há dúvida de que 
a ação vasodilatadora e anti-hipertensiva 
desse antagonista alfa-1 é baseada no 
bloqueio do adrenorreceptor alfa-1 no local 
pós-sináptico das arteríolas pré-capilares 
(vasos de resistência) da circulação 
periférica através de uma interação 
competitiva. Os adrenorreceptores são 
componentes cruciais da transmissão 
sináptica do sistema nervoso simpático. 
Eles podem ser divididos em função da 
afinidade seletiva dos antagonistas e 
agonistas. 
 
VASODILATADORES DIRETOS 
São drogas que têm um efeito relaxador direto no 
músculo liso vascular sem intermediação de 
receptores específicos. O resultado da va-
sodilatação da arteríola pré-capilar é a queda na 
RVP. Isso pode ser compensado pelo aumento na 
atividade simpática, o qual aumenta o débito 
cardíaco e pode, via sistema renina-angiotensina, 
levar à retenção de fluido. Estudaremos a 
hidralazina e o minoxidil, drogas usadas para o 
tratamento crônico da HA. 
o Hidralazina: É droga bastante usada nos 
Estados Unidos para o tratamento da 
hipertensão grave da toxemia gravídica, 
por via parenteral. Ela diminui a pressão 
arterial e aumenta a pressão venosa central 
pelo seu caráter seletivo (somente arterial). 
Como resultado do seu mecanismo de 
ação, a PAD é geralmente reduzida em uma 
extensão maior do que a PAS. Atualmente 
essa droga é pouco usada por via oral 
devido aos frequentes efeitos adversos. 
 
 
o Minoxidil: É um vasodilatador oralmente 
eficaz. Seu efeito parece resultar da 
abertura dos canais de potássio nas 
membranas das células do músculo liso. 
Como a hidralazina, ele dilata as arteríolas, 
mas não as veias. 
 
ANTAGONISTAS/ BLOQUEADORES DOS CANAIS DE 
CÁLCIO 
O verapamil endovenoso foi usado há mais de 50 
anos para baixar a pressão arterial em pacientes 
renais crônicos. De lá para cá, quatro classes de 
antagonistas dos canais de cálcio foram 
sintetizadas, e o uso como monoterapia e em dose 
única diária tem sido otimizado para o tratamento 
crônico da HA. Na HA em fases iniciais ou nos 
jovens, prevalece a resposta mediada pelos 
receptores beta (aumento de FC e de renina 
plasmática), tendo como consequência uma 
resistência periférica global normal. Nas fases 
avançadas com HA estabelecida (doença) ou nos 
idosos, a mediação é feita pelos receptores alfa-1 e 
alfa-2 pós-sinápticos e dependentes do influxo de 
cálcio, tendo como consequência o aumento 
importante da resistência vascular periférica 
global. Essa vasoconstrição via receptores alfa é 
dependente da concentração de cálcio livre 
intracelular. 
Mecanismos de ação: Na HA essencial é 
estabelecida, o aumento da RVP depende 
do fluxo de cálcio aumentado. Os 
antagonistas dos canais de cálcio (ACC) 
diminuem as concentrações de cálcio livre 
intracelular principalmente através desse 
influxo transmembrana via canais L, 
levando a uma potente vasodilatação 
arteriolar. Essa vasodilatação é 
acompanhada de mecanismos compen-
satórios reflexos, levando ao aumento da 
FQ, do índice cardíaco, da concentração de 
NA plasmática e da atividade de renina. 
Essas alterações simpáticas reflexas são 
maiores em pessoas com barorreflexos 
normais; nos idosos hipertensos, ocorrem 
uma diminuição funcional desses 
barorreflexos e, consequentemente, uma 
menor resposta simpática reflexa; contudo, 
isso pode ser importante em certas 
circunstâncias. Existe uma correlação 
inversa entre atividade de barorreceptores 
e queda da PA após o uso de ACC. Essas 
drogas parecem também interferir na 
vasoconstrição mediada pela angiotensina 
II e na síntese e secreção de aldosterona,especialmente nos estados hipertensivos, 
em que a aldosterona é inapropriadamente 
alta. Essas drogas, por um lado, diminuem 
a vasoconstrição, via influxo de cálcio na 
musculatura lisa do vaso, e, por outro, 
aumentam, via barorreceptores, a 
atividade do SNS e da aldosterona, levando 
à vasoconstrição. Diferentemente de 
outros vasodilatadores, essas drogas não 
produzem retenção de sódio e água. 
 
o VERAPAMIL: Tem afinidade maior pelo 
miocárdio, incluindo o tecido de condução. 
É um depressor do miocárdio e um anti-
hipertensivo potente quando associado a 
IECA ou a betabloqueador. O uso EV deve 
ser cauteloso devido a hipotensão 
acentuada com piora da isquemia 
miocárdica em isquêmicos. Estudos têm 
mostrado inibição da agregação pla-
quetária induzida pela NA e pela serotonina 
com o uso dessas drogas. 
o DI-HIDROPIRIDÍNICOS: Esse grupo tem uma 
afinidade vascular preponderante. São 
muito eficazes como monoterapia no 
tratamento da HA nas formas leve e 
moderada e como terapia combinada na 
forma grave. Em tomo de 50% a 75% desses 
pacientes têm redução significativa ou 
mesmo normalização das pressões. As 
formulações comuns necessitam de 2 ou 3 
tomadas ao dia. As preparações de ação 
lenta ou prolongada permitiram uma única 
dose diária. Geralmente, os ACC 
apresentam eficácia e efeitos colaterais 
comparáveis aos dos diuréticos e 
betabloqueadores, sem os seus efeitos 
metabólicos indesejáveis, e estão indicados 
 
 
em pacientes com doença vascular 
periférica. A resposta anti-hipertensiva 
ocorre em torno de 3 semanas. O 
nifedipino sublingual tem sido muito usado 
na crise hipertensiva, com bons resultados. 
Em idosos, as doses devem ser fracionadas. 
Estudos com a via oral têm mostrado 
utilidade do exercício na HA. 
 
INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA (IECA) 
Essas drogas desencadearam um grande avanço no 
tratamento da HA. A partir do surgimento dos 
primeiros compostos, houve uma enorme 
expansão no conhecimento do sistema renina-
angiotensina. Esses compostos inibem a formação 
de angiotensina 11 (Ali), bloqueando esse sistema. 
Usados isoladamente ou em combinação com 
outras drogas, eles são muito eficazes em diminuir 
a PA na maioria dos pacientes. Têm perfis 
metabólico e hemodinâmico favoráveis e podem 
ser usados na vigência de outras doenças 
associadas. Têm poucos efeitos adversos e uma 
excelente tolerabilidade subjetiva. 
 
O SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERO-
NA (SRAA) 
A ativação da cadeia enzimática que culmina com a 
formação de Angiotensina II começa com a 
secreção de renina pelos rins. Essa enzima 
proteolítica transforma o angiotensinogênio 
(produzido pelo fígado e encontrado no plasma) 
em Angiotensina I. A enzima conversora de 
angiotensina transforma a Angiotensina I em 
Angiotensina II. Essa conversão ocorre durante a 
passagem da circulação nos pulmões. A 
Angiotensina II aumenta a PA por diferentes 
mecanismos: 
1. Ação vasoconstritora direta; 
2. Interação com o sistema simpático por 
vários mecanismos e locais; 
3. Exacerbação da resposta ao estímulo alfa-
adrenérgico; 
4. Estímulo à produção de aldosterona, 
levando a retenção de sódio e água; 
5. Crescimento das células musculares lisas 
devido à hipertrofia vascular. 
 
Mecanismos de ação: O desaparecimento 
da AII da circulação é provavelmente o 
mecanismo principal responsável pelo 
efeito anti-hipertensivo dos IECA. Pacientes 
com renina alta são os melhores 
respondedores, embora possam ser 
eficazes nos demais. Além disso, no 
bloqueio da enzima conversora existe uma 
exacerbação do sistema cinina-calicreína 
que promove vasodilatação através do 
fator relaxante derivado do endotélio 
(EDRF) e de prostaciclinas, proporcionando 
um efeito aditivo. 
O fato de o sistema simpático não se tomar 
ativado durante o bloqueio da síntese de 
Angiotensina II certamente representa uma 
grande vantagem para a ação dessas 
drogas. Ao contrário, tem-se observado 
leve estímulo parassimpático. 
*TUDO QUE FOR “PRIL” É RELACIONADO A IECA. 
- Farmacocinética: Alguns dos IECA são prodrogas 
(enalapril e ramipril) e têm que ser convertidos 
(desesterificação) pelo fígado em um componente 
ativo. As formas ativas das drogas alcançam um 
nível sérico alto mais tarde. A meia-vida de 
eliminação dos diferentes componentes é curta; 
contudo, essa meia-vida média curta pode ser 
associada a uma ação prolongada quando a 
afinidade pela enzima conversora é alta (ramipril). 
A via primária de eliminação é a renal, levando, 
consequentemente, à redução da dose em 
pacientes com função renal diminuída. 
 
BLOQUEADORES DO RECEPTOR DA ANGIOTENSINA 
II 
O sistema renina-angiotensina (SRA) tem sido há 
muito tempo implicado na fisiopatologia da HA. 
Locais de receptores para Angiotensina II são 
 
 
encontrados em vários órgãos, que estão 
envolvidos com a homeostase da circulação. Esses 
locais incluem: córtex adrenal, vasos sanguíneos, 
rins e terminações nervosas noradrenérgicas. A 
ligação da Angiotensina II a seus receptores na 
superfície celular nesses tecidos modula eventos 
como formação e secreção de aldosterona, 
vasoconstrição, reabsorção renal de sódio e água e 
liberação de NA. Por isso, o bloqueio da 
Angiotensina II e dos seus receptores tem sido 
objeto de intensas pesquisas. O primeiro 
antagonista do receptor da Angiotensina II foi a 
saralazina, em 1970, mas a meia-vida e ação muito 
curtas e seu uso parenteral não são úteis para 
tratamento crônico da HA. Em 1982, Furakawa e 
cols. descobriram o primeiro antagonista oral da 
Angiotensina II, e após várias modificações mole-
culares sintetizaram o losartan, o único oralmente 
disponível no mercado até o momento. 
Os antagonistas do receptor da angiotensina II 
podem ser classificados farmacologicamente em 
três grupos: 
1. Aqueles que bloqueiam especificamente os 
receptores AT; 
2. Aqueles que bloqueiam os receptores AT; 
3. Aqueles que bloqueiam os dois subtipos de 
receptores. 
Ainda não há informações precisas sobre a função 
dos receptores AT2. No momento, só dispomos de 
bloqueadores de AT1 para uso clínico. São eles: 
losartan, irbesartan e candesartan. O bloqueio dos 
receptores AT1 in vitro inibe o efeito contrátil da 
angiotensina II (AII) e previne e reverte todos os 
seus efeitos conhecidos, tais como respostas 
hipertensoras e, a longo prazo, estimulação do 
sistema nervoso simpático periférico e central, 
liberação de catecolaminas da adrenal, secreção de 
aldosterona e crescimento celular. 
o LOSARTAN: estudos recentes têm 
mostrado eliminação aumentada de ácido 
úrico em pacientes em uso de losartan, o 
que seria útil nos pacientes com ácido úrico 
aumentado. 
Mecanismo de ação: Substância não 
peptídica, antagonista total, competitivo e 
específico do receptor da angiotensina II. 
Antagoniza as respostas endógenas da AII, 
levando principalmente a vasodilatação, 
excreção de sódio e diminuição da 
atividade noradrenérgica. 
Diferentemente dos IECA, essa droga não 
interfere nos sistemas de cininas e das 
prostaglandinas. O significado disso na 
hipertensão e nos órgãos-alvo será mais 
bem entendido agora com o advento dessa 
nova classe de drogas. 
*TUDO QUE FOR “TAN” É RELACIONADO AOS 
BLOQUEADORES DOS RECEPTORES DE ANGIO-
TENSINA II. 
 
INIBIDORES DE ENDOTELINA 
O endotélio vascular não age apenas como barreira 
passiva entre o plasma e o fluido extracelular, mas 
também como fonte de numerosos mediadores 
químicos potentes. Além de determinar a 
contração da musculatura lisa, também interfere 
nas funções dos elementos figurados do sangue, 
como plaquetas e células mononucleares. 
A descoberta do fator de relaxamento derivado do 
endotélio (EDRF) e sua subsequente identificação 
como óxido nítrico (NO) pelo grupo de Moncada e 
cols. em 1988 expandiram enormemente o papel 
do endotélio. O endotélio secreta vários peptídios 
vasoativos, como "peptídio C-natriurético", adre-
nomedulina e endotelina, um potente 
vasoconstritor de longa ação. 
Essa substância é estimulada pela ativação 
plaquetária,endotoxinas, trombina, várias 
citocinas, fatores de crescimento, angiotensina 11, 
vasopressores, adrenalina, insulina, hipoxemia e 
baixo atrito vascular. É inibida por óxido nítrico, 
peptídio natriurético, prostaglandinas E2 e I2, 
heparina e alto atrito vascular. 
Existem no mínimo dois tipos de receptores de 
endotelina, designados ETa e ETb. ETa medeia 
resposta de vasoconstrição, broncoconstrição e 
secreção de aldosterona; ET b medeia resposta de 
vasodilatação por estímulo de óxido nítrico. 
 
 
Está sendo lançado no mercado um antagonista do 
receptor de ETa, efetivo por via oral BMS 182874, 
com o nome genérico de OMAPATRILATO, que 
poderá ser uma grande forma de atuar na resposta 
bastante específica ao desequilíbrio homeostático 
que acontece com a hipertensão arterial sistêmica. 
 
TRATAMENTO NÃO-FARMACOLÓGICO: 
A adoção de alimentação saudável, hipossódica, 
redução do estresse, restrição ao consumo de 
álcool, cessação do tabagismo e prática de 
exercício físico podem levar, inclusive, à diminuição 
da dosagem dos anti-hipertensivos ou até mesmo 
sua suspensão.

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