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Química Inorgânica Teórica e Experimental Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Dr.ª Solange de Fátima Azevedo Dias Revisão Textual: Prof. Me. Claudio Brites Funções Inorgânicas • Introdução; • Função: Óxido; • Função Sal; • Balanceamento de Reações Químicas ou Estequiometria. • Identifi car as funções inorgânicas; • Conhecer as aplicabilidades de óxidos e sais; • Entender as reações e fazer o balanceamento de equações químicas. OBJETIVO DE APRENDIZADO Funções Inorgânicas Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Funções Inorgânicas Introdução A ferrugem, que aparece em grades e postes de ferro, é uma reação típica do ferro com o oxigênio na presença da umidade do ar. A cor acastanhada é a de um composto químico conhecido como hidróxido de ferro. Em outros metais, vemos a formação de uma camada de coloração diferente da do metal, típica dos óxidos formados pela reação do metal com o oxigênio. Os exemplos: alumínio (a), ferro (b) e cobre (c), como são ilustrados na Figura 1, constituem a resultante de reações químicas ocorridas entre um metal, ou uma liga (mistura de metais) com o ambiente. Nesse tipo de reação química, pode ocorrer, ou não, uma perda de matéria metálica considerável. Esse processo é chamado de corrosão, em que ocorre uma reação de oxidação do metal e uma reação de redução do oxigênio. Portanto, a ferrugem é a camada que se forma sobre o ferro, ou seja, a degrada- ção do ferro em forma de hidróxido. Figura 1 – Exemplos de óxidos: (a) de alumínio, (b) de ferro e (c) de cobre Fonte: iStock/Getty Images Nem sempre temos de encarar a oxidação do metal como algo prejudicial ao ma- terial, pois as camadas de óxidos formadas sobre a superfície do metal e das ligas, como o aço, podem ser consideradas uma proteção do material. O Al2O3 (óxido de alumínio, chamado de alumina) é um exemplo de óxido que protege o alumínio. Outro exemplo é a prata (Agº), pois, quando sofre oxidação em decorrência do ambiente estar em pH ácido (H+), ela fica com cor escura, enegrecida. Esse escu- recimento é pelo AgO (óxido de prata) que se formou sobre ela. Nesse caso, ao se retirar a parte escura do óxido, a perda de prata é quase insignificante e ela volta a ter sua cor característica. Função: Óxido Um metal oxidado é um óxido do mesmo metal e pode ter colorações variadas, como: avermelhada, preta, azulada, esverdeada, branca etc. Os metais, quando se oxidam, podem mudar drasticamente de cor. Por exemplo, o cobre (Cu) oxida-se na presença de nitrogênio e oxigênio do ar, formando o zinabre, um composto verde de nitrato de cobre. Os metais estrôncio e o ferro ficam avermelhados. 8 9 O termo “oxidar” significa “reagir com oxigênio”, ou seja, entrar em combustão ou sofrer uma reação de óxido-redução (assunto da próxima Unidade). O primeiro caso pode ocorrer quando se leva um metal à chama. O magnésio (Mgº), quando levado à chama, reage com o oxigênio e se transforma em um pó branco, liberando uma fortíssima luz branca. Veja o vídeo a seguir: Síntesis de óxido de magnesio, acesse em: https://youtu.be/Fihh0G8zomE. Ex pl or O pó branco, quando é colocado no béquer e misturado com água, não fica to- talmente solúvel, porém forma uma mistura esbranquiçada de óxido de magnésio. A essa mistura é adicionada um indicador de pH, que imediatamente muda a cor da solução para rosa, indicando que a mistura é básica. Veja os perigos das reações químicas: no momento em que o magnésio está se oxidando durante sua combustão, se quiséssemos apagar a chama, poderí- amos colocá-lo na água, mas, surpreendentemente, ele continuaria queimando dentro da água e, pior, reagiria com a água com a liberação de hidrogênio e posterior explosão, o que poderia ter graves consequências. Tudo dependerá da quantidade usada: se for muito pouca, será divertido; mas um pouco mais, um acidente sério com riscos de morte poderá ocorrer. Nas reações de óxido-redução ocorrem transferências de elétrons. Observe a Figura 2. Uma pequena lâmina do metal zinco (Zn), de cor cinza, está mergulhada em uma solução do sal sulfato de cobre (CuSO4) de cor azul. Com o passar do tempo, o metal cobre (Cu) deposita-se na superfície do metal zinco (Zn). Reação de óxido-redução: Figura 2 – Reação de óxido-redução entre o Znº e o Cuº 9 UNIDADE Funções Inorgânicas Na reação da Figura 2, ocorreu uma transferência de elétrons: Znº(s) + CuSO4(aq) → Cuº(s) + ZnSO4(aq) ou seja, o zinco (Zn) perde 2 elétrons Znº(s) + Cu 2+ (aq) + SO4 2- (aq) → Cuº(s) + Zn 2+ (aq) + SO4 2- (aq) e o cobre (Cu) sofre uma redução, passando a cobre metálico (Cuº) Zn(s) + Cu 2+ (aq) → Cuº(s) + Zn 2+ (aq) claramento, o zinco (Zn) sofreu uma oxidação Zn(s) → Zn 2+ (aq) Cu2+(aq) → Cu(s) Assista à vídeoaula sobre a reação de óxido-redução no link a seguir e observe a mudança de cor do metal ferro (Feº) para acobreado após ser mergulhado em solução de sulfato de cobre (CuSO4). Disponível em: https://youtu.be/WPzErdAYifo. Ex pl or Os óxidos são compostos químicos inorgânicos com dois elementos, sendo um deles o oxigênio (O). Molecular (ametais) Iônico (metais) S, C, N,CL (Fe, Ni, AL, Zn, Si, ...) YO Elemento + Oxigênio (O) Os óxidos com dois elementos são chamados de binários. A maioria dos metais têm tendência a liberar elétrons para se tornar estável. Dessa forma, reagem facil- mente com o oxigênio, que é um agente oxidante. Isso pode causar perda de massa do metal ou formar uma camada que serve como proteção anticorrosiva. Em algu- mas situações, o óxido formado é utilizado em processos industriais. Veja algumas reações e exemplos de utilização do óxido metálico na Tabela 1. Você pode também assistir a um vídeo sobre a oxidação de metais por chama, ele é rápido, veja: https://goo.gl/qYvAAn.Ex pl or → → →→ 10 11 Tabela 1 – Reação de formação de óxidos e exemplos Reação Nome 2 Fe + O2 2 FeO Óxido de ferro II ou óxido de ferro. Processos catalíticos. Em reação com o carbono (C), é utilizado na fabricação do aço. 4 Fe + 3 O2 → 2 Fe2O3 Óxido de ferro III ou trióxido de ferro ou óxido férrico. Faz parte da composição, juntamente com o óxido de titânio, de compósitos dentários. Gravação magnéticade discos rígidos. 2 FeO + 2Fe2O3 → 2Fe3O4 Tetróxido de ferro (magnetita) Pedra imã 2 Mg + O2 → 2 MgO Óxido de magnésio Antiácido (leite de magnésia) Zn + 1/2 O2 → ZnO Óxido de zinco Creme dental Ca + ½ O2 → CaO Óxido de cálcio Cal virgem, cimento e cerâmicas, tratamento de água e esgoto, inseticidas. Purificação de açúcares, óleos vegetais e sucos de frutas. Produção de vidro. Classifi cação de óxidos • Óxidos ácidos: são os óxidos que podem reagir com água, formando um ácido; • Óxidos básicos: reagem com água e formam bases; • Óxidos neutros: não reagem nem com ácidos e nem com bases; • Óxidos anfóteros: reagem com ácidos formando um óxido ácido. Quando estão na presença de uma base, formam os óxidos básicos. Exemplo: óxido de zinco (ZnO); • Peróxidos: compostos que possuem em sua fórmula o grupo (O2) 2- , como a água oxigenada (H2O2). (BROWN, 2005) Assista ao vídeo a seguir que poderá melhorar sua compreensão do conceito de óxido. Disponível: https://youtu.be/PNwONerka5I.Ex pl or Veja os exemplos na Tabela 2, que demostram: na 1ª coluna, as reações entre óxidos e água; na 2ª coluna, o nome da substância formada; e na 3ª, a aplicação das mesmas. Tabela 2 – Reações químicas, classifi cação de óxidos Óxido + água – a.1. Ácido Aplicações SO3 (g) + H2O(l) → H2SO4 (aq) trióxido de enxofre Ácido sulfúrico Solução de bateria. CO2 (g) + H2O(l) → H2CO3(aq) dióxido de carbono Ácido carbônico Gaseificação de águas e refrigerantes. Respiração. Fotossíntese. 11 UNIDADE Funções Inorgânicas Óxido + H2O – a.2. Base Usos 1 Na2O(g) + 1 H2O(l) → 2 NaOH(aq) óxido de sódio Hidróxido de sódio Fabricação de sabões. CaO (s) + 2 H2O (l) → Ca(OH)2 óxido de cálcio Hidróxido de cálcio Tratamento dentários. 2 MgO (s) + 2 H2O (l) → 2 Mg(OH)2 óxido de magnésio Hidróxido de magnésio Fabricação de antiácido. Óxidos – a.3. Neutros Usos N2O (g) → NÃO REAGE COM ÁGUA Óxido nitroso - Anestésico; emissão em solos por bactérias. Aumento de potência de motor. CO (g) → NÃO REAGE COM ÁGUA Monóxido de carbono - Gás resultante da combustão incompleta de combustível, altamente venenoso. Óxidos – a.4. Anfóteros - Zn +2HCl (l) → ZnCl2 + H2 Cloreto de zinco Cloreto básico de zinco Aditivo alimentício. Processo galvânicos. ZnO +2NaOH = Na2ZnO2 + H2O Zincato de sódio Banho em metais. (H2O2) Água oxigenada Uso medicinal para limpeza de ferimentos; clareamento dental. (Na2O2) Peróxido de sódio Usado como alvejante. N2O5 Pentóxido de dinitrogênio Preparação de explosivos Nomenclatura dos óxidos Observe os elementos da TP das Famílias IA, IIA, IIIA e os elementos Zn e Ag, sinalizados com a seta azul ( ): 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 1 2 3 4 5 6 7 21 HeH 4 5 6 7 8 9 103 Be B C N O F NeLi 12 13 14 15 16 17 1811 Mg Al Si P S Cl ArNa 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 3619 Ca Sc Ti V Cr Mn Fe Co Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br KrK 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 5437 AgSr Y Zr Nb Mo Tc Ru Rh Pd Cd In Sn Sb Te I XeRb 56 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 8655 Ba Hf Ta W Re Os Ir Pt Au Hg Tl Pb Bi Po At RnCs 88 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 11887 Sg Rg Fl UupRa Rf Db Bh Hs Mt Ds Cn Uut Lv Uus UuoFr 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 DyLa Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Ho Er Tm Yb Lu 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 Ac Th Pa U Np Pu Am Cm Bk Cf Es Fm Md No Lr Grupo Periodo Lantanideos Actinideos Figura 3 – Tabela periódica dos elementos Fonte: Wikimedia Commons 12 13 Nomenclatura: óxido + de + nome do elemento: Óxido de lítio- Li2O Óxido de sódio- Na2O Óxido de potássio- K2O Óxido de magnésio-MgO Óxido de cálcio- CaO Óxido de alumínio- AL2O3 Óxido de bário- BaO Óxido de zinco- ZnO Óxido de prata- Ag2O Nomenclatura dos demais óxidos: Óxido + de + nome do elemento + nox do elemento em algarismo romano, ou as terminações ICO ou OSO • FeO = óxido de Ferro II ou óxido ferroso • Fe2O3 = óxido de Ferro III ou férrico • CO = monóxido de carbono • CO2 = dióxido de carbono ou gás carbônico • N2O = monóxido de nitrogênio ou óxido nitroso • N2O3 = trióxido de dinitrogênio ou anidro nitroso • NO = óxido nítrico Formulação Fe2O3 { Óxido de Ferro (III)Óxido de FérricoTrióxido de diferro • CaO – óxido de cálcio Ca 2+ + O 2- Ca2O2 simplifica-se CaO • Al2O3 – Óxido de alumínio Al 3+ + O 2- Al2O3 a valência do O passa para o AL e, do AL passa para o O. • CO2 – dióxido de carbono ou gás carbônico C 4++ O2- C2O4 simplifica-se CO2 → → → → → 13 UNIDADE Funções Inorgânicas Reações de formação de óxidos, não metálicos • N2(g) + 2O2(g) → 2 NO2(g) → Dióxido de nitrogênio. • N2(g) + O2(g) → 2 NO(g) → Monóxido de nitrogênio. • S8(s) + 12 O2(g) → 8 SO3(g) → Trióxido de enxofre. • S8(s) + 8 O2(g) → 8 SO2(g) → Dióxido de enxofre. Função Sal Uma substância é definida como sal quando, em solução aquosa (água), produz um cátion diferente do H+ e um ânion diferente do OH-. Ou seja, não pode apre- sentar na molécula o H e nem o OH. Na Tabela 3, estão representados sais de diferentes substâncias e a aplicabilidade dos mesmos na vida cotidiana. Tabela 3 – Exemplos de sais e aplicação Sulfato de cálcio (gesso) Figura 4 Fonte: iStock/Getty Images (a) Bicarbonato de sódio Figura 5 Fonte: iStock/Getty Images (b) Cloreto de sódio Figura 6 Fonte: iStock/Getty Images CaSO4 (c)(a) Carbonato de cálcio (antiácido). (b) Composição da casca de ovo. (c) Medicamentos. CaCO3 Figura 8 Fonte: iStock/Getty Images Fluoreto de sódio (NaF) Composição de creme dental Figura 7 Fonte: iStock/Getty Images 14 15 Hipoclorito de sódio (NaClO) Processo de tratamento de água Figura 9 Fonte: iStock/Getty Images Nitrato de sódio – fertilizantes NaNO3 Figura 10 Fonte: iStock/Getty Images Exemplos de sais: • NaCl(s) → Na + (aq) + Cl - (aq) (CLORETO DE SÓDIO); • CaSO4(s) → Ca 2+ (aq) + SO4 2- (aq) (SULFATO DE CÁLCIO); • Ca3(PO4)2(s) → 3 Ca 2+ (aq) + 2 PO4 3- (aq) (FOSFATO DE CÁLCIO); • (NH4)3PO4(s) → 3 NH4 + (aq) + 1 PO4 3- (aq) (FOSFATO DE AMÔNIO); • Mg3(BO3)2(s) → 3 Mg 2+ (aq) + 2 BO3 3- (aq) (BORATO DE MAGNÉSIO). Os sais podem ser obtidos pela reação entre um ácido e uma base, chamada de reação de neutralização total. Observe que as reações resultam sempre em SAL e ÁGUA. Os sais podem ser encontrados dissolvidos na água do mar, observe a Figura 11. Figura 11 – Biota marinha Fonte: iStock/Getty Images 15 UNIDADE Funções Inorgânicas Exemplos de reações de neutralização total: Tabela 4 Ácido + Base → Sal + Água a. HNO3(aq) + KOH(aq) → KNO3(aq) + H2O(l) (Nitrato de potássio) b. 2 HCl(aq) + Ca(OH)2(aq) → CaCl2(aq) + 2 H2O(l) (Cloreto de cálcio) c. H2SO4(aq) + 2 NaOH(aq) → Na2SO4(aq) + 2 H2O(l) (Sulfato de sódio) d. H2SO4(aq) + Mg(OH)2(aq) → MgSO4(aq) + 2 H2O(l) (Sulfato de magnésio) e. 2 H3PO4(aq) + 3 Ba(OH)2(aq) → Ba3(PO4)2(aq) + 6 H2O(l) (Fosfato de bário) Para facilitar a formulação da reação, observe uma forma genérica de formação de compostos inorgânicos salinos: cátion ânion sal (A)X+ + (B)Y- → AYBX Al3+ + Cl 1- → AlCl3 Nomenclatura de sais Como os sais são derivados da reação de neutralização total entre um ácido e uma base, a nomenclatura de sais vai depender do nome do ácido: Tabela 5 Ácido (terminação) Sal Exemplo- ácido Exemplo de sal Ídrico eto ácido clorídrico cloreto de _______ Ico ato ácido carbônico carbonato de _____ Oso ito ácido nítroso nitrito de _______ Exemplos: Reação de neutralização total com o respectivo nome do sal • 2 HNO3 + Mg(OH)2 → Mg(NO3)2 + 2 H2O ácido nítrICO nitrATO de magnésio • H3PO4 + NaOH → H2O + Na3PO4 Ácido fosfórICO fosfATO de sódio • 1 HBr + 1 KOH → 1 KBr + 1 H2O de potássio Ácido bromÍDRICO bromETO de potássio • 3 H2SO3 + 2 Al(OH)3 → 1 Al2(SO3)3 + 6 H2O ácido sufurOSO sulfITO de alumínio 16 17 Assista ao vídeo do link a seguir que poderá elucidar algumas dúvidas sobre reações de neutralização total: https://youtu.be/WvLaX5xP_EM.Ex pl or Importante! As estalactites e as estalagmites que são observadasna Figura 12 são sais de cálcio (carbonato de cálcio – CaCO3). As formações rochosas sedimentares do teto da gruta são chamadas de estalactites. As que crescem no solo em direção ao teto são chama- das de estalagmites. Esse é um fenômeno ocasionado por águas de chuvas ou de rios, que atravessam os espaços das estruturas da gruta, carregando o calcário, que é insolúvel em água em pH ácido. Essa mistura água + calcário goteja do teto da gruta, formando as estalactites, que são fragmentos do mineral, pois a água é proveniente de pingos da mistura que caem no solo durante um período de milhares de anos. Figura 12 – Gruta azul – Bonito – Mato Grosso do Sul Fonte: iStock/Getty Images Você Sabia? Balanceamento de Reações Químicas ou Estequiometria A Lei de Lavoisier, também chamada de Lei da Conservação das Massas, diz: “Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”; ou, tecni- camente falando, a soma das massas dos reagentes é igual a soma das massas dos produtos. Dessa forma, em uma reação química, os produtos são formados a partir de reagentes e os átomos de elementos presentes nos reagentes aparece- rão na mesma quantidade nos produtos formados. 17 UNIDADE Funções Inorgânicas Veja: 1A + 1B → 2C • Os números antes das letras são chamados de coeficientes estequiométricos; e • As letras antes da seta são dos reagentes (A e B) e o(s) produto(s) (C) aparece(m) após a seta. Observe a queima do etanol (álcool etílico): 1. C2H6O + O2 → CO2 + H2O O etanol tem: C2H6O Reagente: C = 2 átomos H = 6 átomos e O= 1 átomo Os produtos têm: CO2 e H2O C = 2 H = 2 O = 2 do CO2 + 3 do H2O A maior fórmula é o C2H6O (possui nove átomos). Por isso, ela recebe o coeficiente 1. 1 C2H6O + O2 → CO2 + H2O Como há dois átomos de carbono nos reagentes, iguala-se a quantidade de átomos de carbono nos produtos. Assim, coloca-se o coeficiente 2 na fórmula do CO2, produto. 1 C2H6O + O2 → 2 CO2 + H2O O n.º 1 não precisa ser colocado. Agora, é fácil igualar a quantidade de hidrogênios, pois existem 6 átomos nos reagentes e devem estar os mesmos átomos nos produtos. Como o único produto que possui hidrogênio é a água, precisamos do coeficiente 3. 1 C2H6O + O2 → 2 CO2 + 3H2O Para finalizar, há 7 átomos de oxigênio nos produtos, faltando um coeficiente 3 em frente da molécula de oxigênio nos reagentes. Consequentemente: 1 C2H6O + 3O2 → 2 CO2 + 3H2O → →→ → →→→ 18 19 2. Veja o caso de formação de uma molécula de H2O: H2 + O2 → H2O 2 Forma de leitura: uma molécula de hidrogênio reage com uma molécula de oxigênio e produz água. A reação de formação da água não está balanceada, ou seja, tem-se: 2 átomos de H: 2 átomos de O REAGENTES 2 átomos de H 1 átomo de O+2H PRODUTOS Como reagentes e produtos devem, teoricamente, ter a mesma quantidade de átomos, nota-se que: Reagentes Produtos H = 2 H = 2 O = 2 O = 1 Precisamos acertar os coeficientes estequiométricos, começando pelo oxigênio, pois usaremos a regra: • 1º. Faça o balanceamento dos elementos que aparecem em menor número nas fórmulas químicas de cada lado da equação. No caso, na água, existe apenas um átomo de oxigênio, porém, no lado dos reagentes, existem 2 átomos desse elemento. Experimentemos colocar um coeficiente 2 na frente da fórmula da água: H2 + O2 → 2 H2O Agora, os átomos de oxigênio estão balanceados, porém, há 4 átomos de hidrogênio no lado dos produtos e apenas 2 átomos desse elemento do lado dos reagentes. Logo, falta um coeficiente 2 à frente da molécula de hidrogênio: Tabela 6 Reagentes (R) Produtos 2H 2 + O2 → 2H2O SO2 (g) + H2O (l) → H2SO3 (aq) (balanceada) SO2 (g) + ½ O2 (g) → SO3 (g) (balanceada) SO3 (g) + H2O (l) → H2SO4 (aq) (balanceada) CO2(g) + H2O (l) → H2CO3 (l) (balanceada) 19 UNIDADE Funções Inorgânicas A Figura 13 ilustra a cidade de São Paulo com a atmosfera poluída por gases que reagem com a água da chuva, formando, como produtos, ácidos. Quando ocorre uma alta concentração de gases como o CO2, naturalmente, produzidos da respiração dos seres vivos, queima de óxidos de enxofre (SOX) e óxidos de nitrogê- nio (NOX) contidos na atmosfera reagem com o hidrogênio contido na molécula de água, formando ácidos, que retornam ao solo como chuva ácida. Essas águas ácidas podem prejudicar a saúde de seres vivos, como o sistema respiratório ou causar problemas oculares (conjuntivites). É um dos fatores de de- sestabilidade de ecossistemas, afetando o solo, plantações e pastagens. A chuva ácida também danifica monumentos, pinturas de prédios e veículos, aumentando a oxidação de metais. Obs.: o “x” ligado ao oxigênio (Ox) das moléculas dos gases citados no texto são as variações de n.º de oxidação dos óxidos. Exemplo, NO2, NO, SO, SO2, que ficam na atmosfera poluída. Figura 13 – A atmosfera poluída da cidade de São Paulo Fonte: iStock/Getty Images 20 21 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Química geral: conceitos essenciais CHANG, R. Química geral: conceitos essenciais. 4. ed. Porto Alegre: Grupo A Editorial, 2010. (e-book) Química geral CHRISTOFF, P. Química geral. Curitiba: Editora Intersaberes, 2015. (e-book) Química inorgânica HOUSECROFT, C. E.; SHARPE, A. G. Química inorgânica. 4. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2013, v.1. (e-book) Reações de oxi-redução e suas diferentes abordagens KLEIN, Sabrina G.; BRAIBANTE, Mara E. F. Reações de oxi-redução e suas dife- rentes abordagens. Quím. nova esc., São Paulo, v. 39, n.° 1, p. 35-45, fev. 2017. Química Geral ROSENBERG, J. L.; EPSTEIN, L. M.; KRIEGER, P. J. Química Geral. Porto Alegre: Grupo A, 2013. (Coleção Schaum; e-book) 21 UNIDADE Funções Inorgânicas Referências BROWN, T. L.; LEMAY JUNIOR, H. E.; BURSTEN, B. E. Química: a ciência Central. 9. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. (e-book) GARRITZ RUIZ, A.; CHAMIZO GUERRERO, J. A. Química. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2003. (e-book) KOTZ, J. C.; WEAVER, G. C.; TREICHEL JUNIOR, P. M. Química Geral e Reações Químicas. 5. ed. São Paulo: Thomson Learning, 2006. (e-book) LEE, J. D. Química inorgânica não tão concisa. 5. ed. São Paulo: Blucher, 2011. (e-book) 22
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