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GERÊNCIA-DE-RISCOS

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SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 3 
2 GERENCIAMENTO DE RISCOS ................................................................... 4 
2.1 Evolução histórica........................................................................................... 7 
2.2 Natureza dos riscos corporativos.................................................................. 11 
2.3 Riscos puros e riscos especulativos ............................................................. 12 
2.4 Riscos ocupacionais ..................................................................................... 13 
2.5 Etapas de avaliação de risco ocupacional .................................................... 17 
3 NBR ISO 31000:2018 ................................................................................... 24 
3.1 Princípios da NBR ISO 31000:2018 ............................................................. 25 
3.2 Estrutura do processo de gestão de riscos conforme a NBR ISO 31000:2018
 27 
3.3 Comunicação e consulta .............................................................................. 28 
3.4 Estabelecimento do contexto ........................................................................ 28 
4 ENGENHARIA DE SEGURANÇA E A IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS ....... 28 
5 CATEGORIZAÇÃO DE RISCOS PELA SINALIZAÇÃO ............................. 37 
5.1 Os fundamentos jurídicos ............................................................................. 37 
5.2 Identificação e análise de riscos ................................................................... 38 
5.3 A sinalização dos riscos ............................................................................... 41 
6 CONTROLE DE RISCOS ............................................................................. 45 
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 56 
 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno, 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora 
que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
4 
 
 
2 GERENCIAMENTO DE RISCOS 
Alguns autores consideram o risco como uma possibilidade de sofrer uma 
perda (ALDENUCCI, SPINOSA, FAVARETO, 2009). Em todas as áreas de 
empreendimento temos potenciais eventos e consequências, que podem ser 
benéficos ou prejudiciais. O gerenciamento de riscos traz sua atenção tanto para os 
aspectos positivos quanto negativos dos riscos. 
Este é um tema vivenciado em todas as áreas de atuação, pois todo o trabalho 
a ser executado possui um risco, independente do grau. Em cada uma dessas áreas, 
o tema “risco” assume uma diferente definição e possui uma diferente perspectiva. 
Temos os riscos em um projeto e temos os riscos ocupacionais, aqueles que expõe 
as pessoas ao perigo. 
A Norma Brasileira (NBR) da Associação Brasileira de Normas Técnicas 
(ABNT), NBR ISO 31000:2018, traz a definição de risco como o “efeito da incerteza 
nos objetivos” (ABNT, 2018, p. 1); com esse conceito, a norma apresenta duas notas 
de entradas que cabe, aqui, serem ressaltadas. 
Nota 1 de entrada: um efeito é um desvio em relação ao esperado. Pode ser 
positivo, negativo ou ambos, e pode abordar, criar ou resultar em 
oportunidades e ameaças. 
Nota 2 de entrada: objetivos podem possuir diferentes aspectos e categorias, 
e podem ser aplicados em diferentes níveis (ABNT, 2018, p. 1). 
Já a gestão de riscos, é definida pela NBR ISO 31000:2018, como as 
“atividades coordenadas para dirigir e controlar uma organização no que se refere a 
riscos” (ABNT, 2018, p. 1). O Conselho da Justiça Federal, em seu manual de 
gerenciamento de riscos, apresenta o processo de gerenciamento de riscos como o 
retrato do 
esforço organizacional na adoção de medidas para que as atividades 
realizadas sejam executadas de maneira a garantir a conquista dos objetivos 
institucionais (aspecto gerencial da gestão de riscos) e o cumprimento da 
legislação vigente (aspecto legal e normativo da gestão de riscos) (CJS, 
2019, p. 8). 
São apontados três elementos por Charette (1990, apud Aldenucci, Spinosa, 
Favaretto, 2009), os quais estão presentes na definição de um risco: 
 
5 
 
 
• A existência de uma perda potencial; 
• A incerteza quanto ao resultado no caso de materialização do risco; 
• A necessidade de decidir como lidar com a incerteza. 
Considerando que toda empresa ou instituição possui um objetivo, como, por 
exemplo, um posto de saúde visa atender toda a demanda de pacientes e da 
comunidade, ou vacinar toda a população; já uma empresa de vendas, estabelece 
uma meta de vendas e trabalham para alcançar essa determinada meta. Este objetivo, 
aqui, será chamado de estado final desejado. 
Durante a execução do planejamento para alcançar os objetivos, diversas 
situações podem acontecer, o que pode interferir no resultado. Este resultado será 
considerado enquanto o estado final atingido. Em outras palavras, para alcançar o 
estado final desejado, todo o planejamento deve acontecer corretamente; portanto, 
caso não aconteça, se obtém, o estado final atingido. A diferença entre o que foi 
planejado e o que foi atingido é condicionado pelos riscos que configuram o projeto. 
A função do gerenciamento de riscos é limitar a diferença entre o planejamento e seu 
resultado. A Figura 1, ilustra exatamente o que foi explicado. 
 
Figura 1 - O resultado de um projeto visto como um derivado de seu objetivo. 
 
Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
O gerenciamento de riscos tem, então, a função de manter um nível aceitável 
de confiança de que os resultados do projeto estão acima do limiar de sucesso. Para 
isso, este gerenciamento deve se basear na probabilidade de ocorrência de um evento 
e no impacto que este pode causar, caso ocorra. Portanto, qualquer percepção de 
risco deve servir de alerta para que a empresa tome as providências. 
 
6 
 
 
As empresas devem sempre estar atentas quanto aos riscos internos e 
externos, que possam comprometer suas operações. Os riscos internos, são aqueles 
que ocorrem mediante erros nos processos e deficiência no gerenciamento em 
diversas áreas da empresa. Já os riscos externos, são aqueles que não são 
controlados pela organização. Por exemplo, um desastre natural, como um terremoto, 
pode danificar o estoque de uma empresa; um atentado terrorista pode comprometer 
toda a cadeia de suprimentos. 
Felizmente, esses fenômenos naturais mencionados, não são comuns no 
Brasil, porém, temos outros fatores externos que comprometem os elos da cadeia de 
suprimentos. Por exemplo, a greve dos caminhoneiros, ocorrida em 2018, provocou 
desabastecimento em praticamente todos os setores da economia nacional. 
Além disso, os riscos externos variam conforme o setor a se analisar: por 
exemplo, o agronegócio; no tempo de seca, os pequenos agricultores podem ser 
prejudicados, na medida em que não possuam recursos financeiros para o 
investimento em sistemas de irrigação; não conseguindo, na maioria das vezes, suprir 
a ausênciade chuvas. Já no setor da saúde, pode-se mencionar como exemplo a 
pandemia da COVID-19, um fator externo que o setor da saúde não estava preparado 
para combatê-lo, o que levou a muitas mortes e a lotação nos centros de saúde e 
hospitais. 
Esses fatores externos, considerados naturais, são mais difíceis de se conter, 
sendo preciso que em um gerenciamento de riscos, toda e qualquer possibilidade de 
risco seja colocada em pauta. Para as empresas comerciais, a concorrência é 
considerada um risco externo. Dessa maneira, em um projeto de gestão de riscos, o 
trabalho realizado pelo concorrente deve ser analisado para que este não prejudique 
sua empresa. 
Assim, conforme mencionado no início, pode-se constatar que cada setor 
necessita passar por um procedimento para obter êxito na redução ou eliminação dos 
riscos. Primeiramente, devem definir a metodologia que será adotada, assim como as 
pessoas que vão estar à frente do monitoramento e atendimentos nos casos de 
emergências. O próximo passo é a identificação de riscos e a determinação do 
impacto de cada um destes, assim como as medidas emergenciais a serem tomadas, 
para amenização ou eliminação dos riscos. 
 
7 
 
 
Identificados os riscos, são realizadas duas análises: a análise qualitativa, que 
consiste em determinar a probabilidade da ocorrência do risco e seu impacto; e a 
análise quantitativa, realizada com base em valores monetários, utilizada na tomada 
de decisões e investimentos, na busca de controlar os riscos. 
Mediante as análises e a definição das probabilidades de impactos, é realizado 
o planejamento de estratégias, que vão ser adotadas caso o risco se torne real. No 
fim, os riscos devem ser monitorados constantemente para determinar o momento 
certo de agir, aquele onde o limite de risco aceitável for extrapolado. Durante todo o 
processo, a comunicação e a consulta são essenciais para que os responsáveis pela 
implementação do processo de gestão de riscos e as demais áreas tenham ciência 
dos motivos das decisões tomadas. 
2.1 Evolução histórica 
Conforme Dias (2021), alguns historiadores acreditam que o conceito de risco 
surgiu através dos jogos. Apesar do conceito de risco e avaliação de risco ser 
considerado como um assunto antigo, o gerenciamento de riscos é algo novo, com 
cerca de 30 ou 40 anos. Seus fundamentos, ideias e princípios são abordados 
principalmente em revistas científicas, artigos e conferências. 
Ainda segundo o autor, este é um campo que teve um desenvolvimento 
considerável a partir dos anos de 1970 e 1980. Atualmente, encontramos diversos 
estudos que buscam reconstruir os traços cronológicos das principais mudanças no 
gerenciamento de riscos desde seu início, indicando os contextos de formação da 
área e suas aplicações. Essas mudanças são discutidas em termos das diferentes 
fases ou idades do gerenciamento de risco: a era tecnológica, a era humana, a era 
organizacional e a era dos sistemas. 
A primeira era do gerenciamento de riscos – a tecnologia 
No início da Revolução Industrial entre os anos de 1750 e 1760, foi criado a 
máquina a vapor, para a época, essa era uma grande tecnologia que ainda estava 
sendo desenvolvida, portanto, ao decorrer do tempo, foram constatadas muitas falhas, 
 
8 
 
 
que ocasionaram ferimentos em diversos trabalhadores e pessoas que estavam 
próximas às máquinas. Com os muitos acidentes registrados, iniciou-se o 
desenvolvimento do gerenciamento de riscos. 
Nesse contexto, o primeiro intuito do gerenciamento foi garantir que a 
tecnologia fosse segura para utilização, pois conforme Dias (2021), para as pessoas 
da época, se a tecnologia fosse segura, eles consideravam que, consequentemente, 
estariam seguros. Essa visão tornou-se parte do que é conhecido como era técnica, 
ou a era da tecnologia. 
Nesta era, foi visível as melhoras na capacidade de identificação de falhas na 
tecnologia e assim, evitaram-se falhas de um único componente. Para este fim, foram 
desenvolvidas técnicas sofisticadas, como avaliação de risco probabilística. Então, 
falhas tecnológicas, problemáticas, podiam ser projetadas para fora do sistema. Esse 
era o pensamento das pessoas antes do colapso do reator de Three Mile Island (TMI). 
Conforme Dias (2021), esse foi um acidente que surpreendeu todos os engenheiros e 
gerentes, pois apesar de todas as avaliações de riscos e recursos de segurança 
tecnológica, o reator derreteu. Em seguida, a comissão do presidente em TMI 
descobriu que as causas do acidente estavam relacionadas com as pessoas, portanto, 
não era uma falha tecnológica. O fato colocou, portanto, a necessidade de uma outra 
percepção na gerência de riscos 
À medida que o hardware e o software se tornaram cada vez mais confiáveis, 
a contribuição humana para os acidentes tornou-se cada vez mais evidente. Em 
resposta, foi necessário que o foco do gerenciamento de risco se expandisse para que 
o elemento humano, assim como a tecnologia, fosse abordado, criando assim a 
segunda era do gerenciamento de risco: os fatores humanos. 
 
Segunda era do gerenciamento de risco – o ser humano 
 
Essa foi uma era que se expandiu tendo seu foco direcionado tanto ao ser 
humano quanto à tecnologia. Os sistemas foram projetados para serem tolerantes aos 
erros humanos, de modo que nem a ação humana, nem as falhas isoladas resultariam 
em acidentes. Muito desse trabalho se concentrou em interfaces homem-máquina e 
 
9 
 
 
layout de espaço de trabalho, com o pensamento de que se o humano estivesse 
seguro, então estariam seguros (DIAS, 2021). 
Essa visão de gerenciamento de risco continuou até acidentes como o acidente 
do ônibus espacial Challenger e o derretimento do reator de Chernobyl. O que levou 
os profissionais de segurança a repensar a abordagem para o gerenciamento de 
riscos. Com isso, além de encontrarem falhas técnicas ou erro humano, foi identificada 
uma propensão dentro do gerenciamento para conter problemas potencialmente 
sérios. 
Esses e outros acidentes, geraram outra mudança de paradigma no 
gerenciamento da segurança. Focar no ser humano ou na tecnologia já não era o 
suficiente: foi constatado que para manter as operações seguras era necessário 
considerar a organização e não os fatores isoladamente, o que trouxe a terceira era 
do gerenciamento de risco, a era organizacional. 
 
Terceira era do gerenciamento de risco – a organização 
 
Mantendo os focos das eras anteriores, essa era foi além e se expandiu para 
se concentrar na organização. Surge uma visão diferente dos erros humanos e das 
falhas técnicas; elas passam ser a entendidas mais como consequências do que 
causas. Os erros passam, portanto, a serem compreendidos como a ponta do iceberg 
para condições latentes mais sérias e problemas superiores na organização, por 
exemplo, liderança fraca para segurança/risco ou cultura de segurança/risco. 
Sem remover esses problemas e outros existentes em níveis mais altos na 
organização, as falhas na ponta aguda continuariam, ou seja, os erros e as falhas 
técnicas continuarão a aparecer. Novos modelos de gerenciamento de segurança e 
avaliações surgiram, o que permitiu aos gestores de segurança encontrar e, em 
seguida, remover os pontos fracos superiores na organização, que poderiam levar a 
acidentes graves no futuro. O pensamento era de que se a organização estiver segura, 
então estaremos seguros (DIAS, 2021). 
Essa visão continuou até acidentes como o desastre do ônibus espacial 
Columbia, em 2003. Mais do que simplesmente falhas isoladas no nível organizacional 
ou falhas humanas e tecnológicas evidentes, o Columbia Accident Investigation Board 
 
10 
 
 
(CAIB) encontrou causas nas interações humanas, tecnológicas e organizacionais 
complexas e interdependentes presentes no momento do acidente. 
Na tentativa de descrever com precisão essa complexidade, esse acidente 
considerou que as medidas de controle poderiam ser mais bemdelineadas para evitar 
que tais acidentes voltassem a ocorrer. Esse e outros acidentes provocaram outra 
mudança de paradigma no gerenciamento de risco. Não era mais suficiente 
simplesmente focar nos fatores tecnológicos, humanos e organizacionais de forma 
isolada. A interação e a interdependência complexas também precisam ser descritas, 
sinalizando o nascimento da era atual do gerenciamento de segurança: a era de 
sistemas. 
 
Quarta era do gerenciamento de risco – os sistemas 
 
Essa abordagem visa compreender a complexidade do trabalho do dia a dia. 
Por isso, ela se preocupa em descrever as complexas inter-relações e 
interdependências entre a tecnologia, o ser humano e a organização. Isso permite que 
a descrição da organização reflita, mais de perto, a verdadeira realidade do trabalho 
no início do século XXI: contextos sistêmicos onde pessoas trabalham juntas e usam 
tecnologia complexa, conforme os vários espaços, locais e divisões dentro da 
organização. 
Sem utilizar essa abordagem de risco por sistema, as pessoas efetivamente 
estão vendo apenas parte da imagem ou apenas algumas peças do quebra-cabeça. 
Adotar a abordagem sistêmica, significa ver como cada peça do quebra-cabeça se 
encaixa, afeta e é dependente de outras peças. 
Isso não só fornece uma imagem mais completa ou real do contexto, mas 
também significa que as medidas de controle e as medidas tomadas serão mais 
eficientes e eficazes para evitar acidentes. Isso difere das outras idades do 
gerenciamento de risco, em que falhas isoladas ou de componentes eram 
identificadas e a última pessoa na fila da cadeia do acidente era considerada culpada. 
Identificar a montante, os fatores contextuais como errôneos, por exemplo, era uma 
cultura de gerenciamento de risco e de segurança pobre, que não descrevia realmente 
por quais motivos eles apareciam (DIAS, 2021). 
 
11 
 
 
2.2 Natureza dos riscos corporativos 
O conceito de risco, como visto no início do capítulo, possui mais de uma linha 
de desenvolvimento. Conforme Dias (2021), podemos ter uma abordagem financeira 
centrada na administração de empresas e seguros, como também um esforço que se 
orienta para a engenharia de segurança. Além disso, existem uma terceira e quarta 
possibilidade, orientada para o gerenciamento de desastres e pela lei. Assim, pela sua 
amplitude, o conceito de gerenciamento de risco está se espalhando não apenas entre 
empresas, mas em vários campos, incluindo administração, sociedades locais, 
institutos educacionais, institutos médicos, residências e indivíduos. 
Na década de 1960, os campos de engenharia de segurança no Japão 
começaram a adotar métodos de gerenciamento de risco. O principal motivo foi que, 
na época, os sistemas das máquinas rapidamente se tornaram complexos e eles 
precisavam de outras maneiras para analisar os riscos. 
Para sistemas de engenharia reais, os engenheiros desenvolveram métodos 
de análise, por exemplo, a análise de árvore de falhas, que estima a probabilidade de 
falha funcional com base em eventos causais e dados de confiabilidade, além da 
análise de árvore de eventos, que analisa o progresso de eventos dos sistemas. Após 
a eclosão do acidente TMI nos EUA, em 1979, os métodos de gerenciamento de risco 
mostraram um maior desenvolvimento do que em épocas anteriores (DIAS, 2021). 
Os sistemas de máquina têm funções complexas interligadas e, 
simultaneamente, apresentam funções distribuídas em amplas áreas na Internet. O 
avanço das tecnologias em comunicação mecânica e de informação impulsionou mais 
pesquisas no desenvolvimento de métodos de gerenciamento de risco, que agora, 
desempenha um papel central na engenharia de resiliência. 
Como pode-se notar até aqui, o gerenciamento de risco foi originalmente 
iniciado e desenvolvido em campos de desastres provocados pelo homem, portanto, 
a sua história no tratamento de desastres naturais é relativamente nova. É difícil para 
o ser humano controlar fenômenos naturais, que causam desastres naturais. 
Além disso, terremotos e erupções vulcânicas possuem baixa frequência de 
ocorrência, assim, seus mecanismos necessários para avaliar as magnitudes das 
forças externas, não foram bem esclarecidos, mesmo na década de 1980. Por esse 
 
12 
 
 
motivo, na prevenção de desastres para se preparar contra desastres naturais, era 
comum estabelecer os padrões ao máximo, nos registros anteriores. Esse método só 
funciona para evitar o mesmo desastre e não segue a linha de gerenciamento de risco. 
O gerenciamento de riscos contra desastres naturais se espalhou no Japão após o 
Grande Terremoto Hanshin-Awaji de 1995. 
Conforme Dias (2021), nos casos de desastres sísmicos, por exemplo, o 
gerenciamento de risco leva a estimativa de danos com o seguinte procedimento: 
• Estabelecer o modelo de origem para analisar o terremoto; 
• Estimar a força do movimento do solo ou intensidade sísmica em cada ponto 
de interesse; 
• Estimar a magnitude dos danos causados por diferentes resistências do 
movimento do solo; 
• Coletar estimativas de danos em locais de interesse e mostrá-las em um mapa. 
2.3 Riscos puros e riscos especulativos 
Uma melhora na compreensão e na gestão dos riscos que pode afetar a 
organização, levarão a um melhor desempenho e a vantagem competitiva, 
especialmente quando os perigos e ameaças são identificados, e os riscos avaliados 
e controlados, da mesma forma para oportunidades e recompensas. O gerenciamento 
de riscos pode ser definido como a mitigação dos efeitos adversos de riscos puros e 
especulativos aos quais uma organização está exposta. 
O risco puro, também conhecido como risco absoluto, é uma categoria de risco 
em que os resultados são uma perda ou nenhuma perda e não há oportunidade de 
ganho. São exemplos de risco puro, a morte prematura, incêndio, crime, desastres 
naturais, impactos ambientais, doenças ocupacionais, produto e obrigações 
contratuais. 
Existem produtos disponíveis para mitigar perigos de risco puro, como o seguro 
residencial, que ajuda a proteger os proprietários contra a destruição de propriedades 
e/ou bens. Nota-se que os riscos puros podem resultar apenas na preservação do 
status quo ou perda para a organização. 
 
13 
 
 
Já os riscos especulativos podem resultar em ganho ou perda. É uma opção 
consciente, portanto, requer a opinião da pessoa que está procurando assumir o risco, 
logo, é um ato voluntário. Ao mesmo tempo, é difícil prever o resultado do risco 
especulativo, uma vez que a quantidade exata de ganho ou perda é desconhecida. 
Temos como exemplos de riscos especulativos, novos produtos, mudança de 
fornecedores, novas restrições comerciais, novas condições de mercado, entre outros 
(DIAS, 2021). 
Conforme já fora mencionado, o gerenciamento de risco é utilizado nas 
organizações para considerar possíveis impactos de riscos significativos previsíveis 
no desempenho da organização, responder adequadamente a mudanças internas e 
externas na percepção de risco, conceber opções estratégicas a fim de eliminar ou 
controlar todos os riscos significativos e seus impactos, vincular essas opções à 
estrutura de decisão e controle usada pela organização. 
Para uma empresa e para os indivíduos, o risco é um componente a ser 
considerado dentro de um objetivo geral de maximizar o valor associado ao risco. 
Como alternativa, tem-se o desejo de minimizar os prejuízos associados ao colapso 
financeiro ou outras consequências adversas. 
2.4 Riscos ocupacionais 
As Normas Regulamentadoras (NR) foram elaboradas pelo Ministério do 
Trabalho (MTb) através da Portaria n.º 3.214 de 08 de junho de 1978. O próprio 
Ministério, comenta que, 
[...] A elaboração e a revisão das normas regulamentadoras são realizadas 
adotando o sistema tripartite paritário, preconizado pela Organização 
Internacional do Trabalho (OIT), por meio de grupos e comissões compostas 
por representantes do governo, de empregadorese de trabalhadores. 
Nesse contexto, a Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP) é a 
instância de discussão para construção e atualização das normas 
regulamentadoras, com vistas a melhorar as condições e o meio ambiente do 
trabalho (BRASIL, 2020, documento online). 
Em resumo, por trás da elaboração das NRs, existe um ciclo de equilíbrio do 
mercado de trabalho, em que, o governo necessita arrecadar impostos da população, 
para prestar os serviços públicos. Já os cidadãos, necessitam de trabalho para terem 
 
14 
 
 
renda e então, pagarem os devidos tributos ao governo. Para que haja esse equilíbrio, 
os cidadãos devem trabalhar com segurança, ou seja, os riscos de acidentes devem 
ser evitados, então entra a importância das NRs. Além disso, existem os empresários, 
que visam obter máxima produção com um custo mínimo, cumprindo suas obrigações 
legais e obtendo lucro, assim, os empresários devem manter uma supervisão, para 
que todas as normas sejam cumpridas corretamente, evitando quaisquer acidentes, 
visto que, a ocorrência de acidentes acomete perdas e gastos aos empresários. 
Conforme Dias (2021), desde o século XXI é reconhecido que a causa mais 
comum de acidentes é a variabilidade do desempenho humano. Essa abordagem 
difere do paradigma de erro humano tradicional. No entanto, deve-se destacar que 
apesar da mudança de paradigma, o fator mais importante para a melhoria da 
segurança do trabalho ainda é a conscientização dos colaboradores. 
Uma opção consiste em moldar atitudes seguras no local de trabalho por meio 
de treinamento adequado e implementação de procedimentos de prevenção de risco. 
A Figura 2 exemplifica a condição segura de trabalho, mostrando o trabalhador 
usando equipamentos de proteção necessários para a execução do trabalho. 
Figura 2 - Funcionário trabalhando em condição segura. 
 
Fonte: br.freepik.com/ 
 
 
15 
 
 
Na avaliação de risco ocupacional, o principal problema é a alta subjetividade 
e a necessidade resultante de combinar informações quantitativas e qualitativas. Os 
métodos utilizados para avaliar o risco ocupacional foram frequentemente adotados 
na área de estimativa quantitativa de riscos, o que exigiu o ajuste do seu sistema de 
classificação para efeitos de avaliação dos riscos ocupacionais. 
O objetivo geral de uma avaliação de risco é garantir que ninguém sofra danos 
como resultado das atividades no local de trabalho. As três principais razões para 
avaliar e gerir o risco são: 
• Dano humano: o motivo mais forte para a avaliação de risco no local de trabalho 
é evitar que ocorram danos às pessoas como resultado das atividades no local 
de trabalho. As atividades do local de trabalho são inerentemente perigosas, 
no entanto, ninguém espera arriscar a vida ou a saúde física, ou psicológica 
como consequência de executar um trabalho. Existe, portanto, o dever moral 
dos empregadores de tomar as medidas adequadas para garantir a saúde e a 
segurança de seus empregados. A avaliação de risco é o principal meio pelo 
qual isso pode ser planejado com eficácia. 
• Efeitos legais: os empregadores têm obrigações legais em relação à saúde e 
segurança dos empregados. Um perigo pode ser bloqueado antes de atingir os 
funcionários, e caso elas não sejam cumpridas eles podem sofrer severas 
penalidades, até mesmo multas ou prisão. Uma avaliação de risco adequada 
pode fornecer evidências de que um empregador tomou as medidas corretas 
para cumprir essas obrigações. A legislação afirma que os empregadores 
devem assumir total responsabilidade pelas medidas de bem-estar, segurança 
e saúde de todos os empregados. Conforme a lei, o empregador é obrigado a 
fornecer ferramentas e equipamentos de segurança adequados, além de 
garantir a capacitação desses trabalhadores. 
• Efeitos econômicos: os empregadores desejarão minimizar os custos 
financeiros, em consequência dos acidentes no local de trabalho. Os prejuízos 
incluem não apenas o custo direto de danos a máquinas e equipamentos, mas 
a perda de produção, a diminuição nas vendas e o aumento do prêmio de 
seguro, etc. 
 
16 
 
 
Um requisito fundamental para o gerenciamento de riscos no local de trabalho 
é consultar os trabalhadores afetados por questões de saúde e segurança. Os 
trabalhadores devem estar envolvidos na identificação de perigos, avaliação de riscos 
e processos de controle de riscos. Quando os trabalhadores são representados pela 
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), seus representantes devem 
estar envolvidos no processo de consulta. 
A identificação, avaliação e controle de perigos no local de trabalho é um 
processo contínuo que deve ser realizado em vários momentos, incluindo: 
• No início de um ciclo produtivo ou atividade. 
• Sempre que identificado um novo perigo e risco. 
• Quando uma mudança no local de trabalho pode introduzir ou alterar um perigo. 
Por exemplo, quando ocorrem mudanças no equipamento, nas práticas, nos 
procedimentos ou no ambiente de trabalho. 
• Como parte da resposta a um incidente no local de trabalho, mesmo quando 
não ocorreu um ferimento. 
• Onde novas informações sobre um risco se tornam disponíveis ou 
preocupações sobre um risco são levantados pelos trabalhadores 
• Em horários programados regularmente e apropriados para o local de trabalho. 
Frequentemente, é mais fácil e eficaz eliminar os perigos se as abordagens de 
gerenciamento de risco forem utilizadas nos estágios de planejamento e projeto de 
produtos, processos e locais de trabalho (DIAS, 2021). 
O procedimento para gerenciamento de risco, envolvendo identificação de 
perigo, avaliação de risco e controle, é um guia prático para ajudar a tornar todos os 
locais de trabalho da empresa mais seguros para trabalhadores, contratados e 
visitantes. Isso ajudará a gerência e os trabalhadores, por meio de consultas, a 
cumprir as normas regulamentadoras. 
 
17 
 
 
2.5 Etapas de avaliação de risco ocupacional 
Mesmo que, no geral, a realização da avaliação de risco não possua regras, é 
importante que seja adotada uma abordagem estruturada, que possibilite que todos 
os riscos ou perigos relevantes sejam considerados. 
Conforme Dias (2021), as etapas de avaliação de risco ocupacional nas 
organizações, foram categorizadas pela Engenharia de Segurança, em cinco etapas, 
conforme é apresentado a seguir: 
• Etapa 1: identificar os perigos. Nessa etapa, é realizada a identificação de todos 
os perigos existentes no ambiente ocupacional. Devendo sempre manter os 
empregadores e funcionários cientes de todos os riscos possíveis. 
Cabe ressaltar que os colaboradores que realizam as tarefas são considerados 
as melhores pessoas para avaliar os riscos, mesmo que a familiaridade com o trabalho 
posso torná-las menos objetivas, ao se tratar dos perigos potenciais. 
• Etapa 2: decidir quem pode e como pode ser prejudicado. Nessa etapa, é 
determinado as pessoas que podem ser afetadas em caso de um incidente ou 
acidente envolvendo o perigo. 
Deve-se ter atenção especial, no caso de uma equipe inexperiente, 
trabalhadores individuais ou temporários e quanto as necessidades particulares de 
funcionários com deficiências, mulheres grávidas e crianças. 
• Etapa 3: avaliar os riscos e decidir sobre as precauções. Nessa etapa, avaliada 
a importância dos riscos e sugerido o que deve ser feito para proteger as 
pessoas. São implementados sistemas e procedimentos de trabalho 
adequados para verificar a probabilidade de um acidente ocorrer. 
• Etapa 4: registrar as descobertas. Nessa etapa, é feito o registro dos resultados 
significativos obtidos na avaliação. Todos os perigos devem ser registrados, 
assim como, os riscos aos quais estes apresentam, e as preocupações 
existentes para proteção das pessoas mediante aos perigos. 
 
18 
 
 
Os registros escritos são uma referência importante para uso futuro, não 
apenas como base para análise de riscos, mas tambémcomo informações para 
agentes de fiscalização, ou mesmo como evidências em qualquer processo judicial 
decorrente de acidente envolvendo o risco. 
Fundamentos jurídicos 
Os pilares do estudo de gerenciamento de riscos estão centrados nas normas 
apresentadas adiante. 
A NR 01, titulada “Disposições gerais e gerenciamento de riscos ocupacionais”, 
apresenta seu objetivo no item 1.1.1, sendo: 
1.1.1 O objetivo desta Norma é estabelecer as disposições gerais, o campo 
de aplicação, os termos e as definições comuns às Normas 
Regulamentadoras - NR relativas a segurança e saúde no trabalho e as 
diretrizes e os requisitos para o gerenciamento de riscos ocupacionais e as 
medidas de prevenção em Segurança e Saúde no Trabalho – SST (MTb, 
2020, documento online). 
A NBR ISO 31000:2018, titulada “Gestão de riscos – Diretrizes”, em sua 
introdução, faz o seguinte comentário: 
Gerenciar riscos é iterativo e auxilia as organizações no estabelecimento de 
estratégias, no alcance de objetivos e na tomada de decisões fundamentadas 
[...] 
Gerenciar riscos considera os contextos externo e interno da organização, 
incluindo o comportamento humano e os fatores culturais. (ABNT, 2018, p.vi) 
 
E a ISO 45001:2018, com titulação “Sistemas de gestão de saúde e segurança 
ocupacional: Requisitos com orientação para uso” que possui como objetivo: 
[...] fornecer uma estrutura para gerenciar os riscos e oportunidades de SSO. 
[...] prevenir lesões e problemas de saúde relacionadas ao trabalho para os 
trabalhadores e proporcionar locais de trabalho seguros e saudáveis: 
consequentemente, é extremamente importante para organização eliminar os 
perigos e minimizar os riscos de SSO tomando medidas preventivas e de 
proteção efetivas (ABNT, 2018, p. vi). 
Fluxograma de trabalho e dimensionamento do Serviços Especializados em 
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) 
 
19 
 
 
Em primeiro momento, é importante tratar de forma abrangente a gestão de 
saúde e segurança operacional, isto é, elaborar um fluxograma que, teoricamente, 
atenda a todas as empresas, como mostrado na Figura 3. Na prática, uma grande 
parte das empresas não possuem a Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional 
(GSSO). 
Figura 3 – Fluxograma do gerenciamento de risco. 
 
Fonte: Dias (2021). 
Dependendo do porte da empresa e complexidade dos seus processos 
produtivos, é necessário efetivar um corpo de profissionais com atribuições 
específicas na área de segurança e saúde ocupacional. Os profissionais que 
compõem os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina 
do Trabalho (SESMT), são os responsáveis diretos pela gestão de saúde e segurança 
ocupacional. 
Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho 
Este sistema, pode ser definido como um conjunto de ações e procedimentos 
com objetivo de reduzir os riscos ocupacionais, mantendo uma cultura de segurança 
e melhorando a produtividade. Gerenciar saúde e segurança não precisa ser 
complicado, caro ou demorado. A certificação em um padrão internacional de saúde 
 
20 
 
 
e segurança ocupacional sinaliza que uma determinada organização implantou um 
sistema de gestão visando controlar os riscos a níveis aceitáveis, garantido a saúde e 
integridade de seus colaboradores. 
Os padrões são baseados no processo de gerenciamento “planejar–fazer–
verificar–agir” sendo projetados para serem compatíveis com os padrões de 
gerenciamento ABNT NBR ISO 9001:2015, direcionada a gestão da qualidade, a 
ABNT ISO 14001:2015, direcionada à gestão ambiental e a ABNT ISO 45001:2018, 
direcionada à gestão de saúde e segurança. 
Conforme Dias (2021), mediante a apresentação de melhorias do desempenho 
e em um clima de valorização da saúde ideal, as organizações e os setores industriais 
estão adotando os sistemas de gestão, após compreenderem que a segurança e a 
saúde ocupacional são fundamentais para o sucesso de toda organização. 
Quando a organização não trata com prioridade a saúde e a segurança 
ocupacional, consequências sérias podem surgir, como multas e interdições, 
processos trabalhistas, trazendo uma imagem ruim da empresa perante a sociedade 
e principalmente aos seus clientes. 
Elementos-chave de um sistema de gestão de saúde e segurança 
Independentemente do tamanho ou tipo da organização, os melhores sistemas 
de gestão de saúde e segurança aplicam em uma abordagem baseada em uma 
compreensão completa dos perigos e riscos específicos que a organização enfrenta 
diariamente. Isso requer liderança e gerenciamento proativos, incluindo o 
desenvolvimento de processos apropriados, considerando o Plano de Atendimento de 
Emergências (PAE). Também é necessária uma força de trabalho competente e bem 
treinada, operando em um ambiente de confiança. Além disso, é necessária uma 
abordagem de entrega consistente e sustentada. 
Um sistema de gestão de saúde e segurança eficaz, estabelece e mantém uma 
cultura de segurança que permeia toda a organização. A atitude e os comportamentos 
da gerência e dos trabalhadores devem exibir um forte compromisso com um 
ambiente de trabalho mais seguro, ou o sistema não produzirá os resultados 
desejados. 
 
21 
 
 
Conforme Dias (2021), a estrutura de sistemas de gestão de saúde e segurança 
envolve a identificação de requisitos legais e outros, uma estrutura clara para 
autoridade e responsabilidade, objetivos mensuráveis para melhoria contínua, 
abordagem estruturada para avaliação de risco, abordagem planejada e documentada 
para saúde e segurança e o monitoramento de questões de saúde, segurança e 
auditoria de desempenho. 
Este sistema, pode trazer diversos benefícios, entre os quais, pode-se destacar 
a redução de acidentes e doenças ocupacionais, a redução no estresse e um aumento 
na produtividade, a redução na probabilidade de pagar custas judiciais e indenizações 
e a melhoria no risco de subscrição, relacionado aos itens com seguro da empresa. A 
conscientização de toda organização garante o atendimento legal da legislação 
referente à saúde e à segurança ocupacional. 
O fato de a empresa colocar um foco mais forte na gestão de saúde e 
segurança ajuda a gerar consciência sobre a importância da segurança no local de 
trabalho em toda a organização. Os trabalhadores farão da segurança o foco principal 
enquanto realizam suas atividades diárias. 
Melhoria da moral dos funcionários 
Quando os trabalhadores sabem que seu empregador preocupa com sua 
saúde e segurança, eles se sentem melhor em vir para o trabalho diariamente e são 
mais propensos a encarar seus empregos com uma atitude positiva. A moral elevada, 
tende a melhorar a satisfação no trabalho, podendo diminuir a rotatividade de 
funcionários (DIAS, 2021). 
As pessoas querem trabalhar para empresas que valorizem seus funcionários. 
Implementar um sistema de gestão de saúde e segurança demonstra que a 
organização se preocupa com o bem-estar de seus funcionários, o que pode ajudá-lo 
a atrair candidatos com melhor capacitação. 
Gestão de riscos 
A gestão de risco é o processo de formulação e implementação de uma série 
de ações para mitigar os perigos identificados, como sendo importantes no processo 
 
22 
 
 
de avaliação de risco. O programa de gerenciamento de riscos vai ao encontro da 
identificação dos riscos, e o processo de determinação do risco associado a eles é a 
avaliação de risco. 
Os perigos reconhecidos podem ser gerenciados com uma variedade de 
ajustes nas práticas de trabalho, equipamentos e instalações, evitando gaps na 
trajetória da empresa, de modo que ela não caia perante os clientes e concorrentes, 
como ilustrado na Figura 4. Dependendo da situação, as principais modificações se 
concentram nos controles de engenharia, as instalações e os equipamentos, ou nas 
mudanças administrativas, como a delegação de autoridade de tomada de decisão 
para o nível correto, ou revisão dos procedimentos de segurança estabelecidos, e em 
outros casos,ainda, na adoção de dispositivos relacionados à segurança, 
equipamentos de proteção ou métodos de pesquisa. 
Figura 4 - Os riscos da empresa. 
 
Fonte: LeoWolfer/iStock.com 
Os programas de treinamento devem ser ajustados conforme as mudanças 
para garantir sua eficácia. Diferentes pessoas devem estar envolvidas para alcançar 
avanços apropriados nos vários elementos que contribuem para a melhoria da saúde 
e segurança do trabalhador. A pesquisa básica e aplicada também pode ser 
necessária para identificar, avaliar e desenvolver os meios para lidar com novos 
perigos específicos e para garantir sua praticidade e uso do local de trabalho. 
 
23 
 
 
É importante reconhecer que muitos fatores influenciam o gerenciamento de 
riscos. Os fatores externos, tais como valores públicos, política, economia, questões 
jurídicas e questões técnicas, podem influenciar o processo de gerenciamento de risco 
localmente, como no ajuste de procedimentos operacionais padrão, ou 
nacionalmente, como no ajuste de diretrizes e regulamentos. Em alguns casos, as 
influências externas forçam decisões e ações excessivamente conservadoras de 
gerenciamento de risco, mais frequentemente, essas influências, especialmente as 
restrições fiscais, levam a decisões e ações de gestão de risco aquém das ideais. 
Para ser eficaz, a gestão de riscos deve ter dois elementos, sendo um plano 
específico de saúde e segurança ocupacional e uma cultura de segurança e ambiente 
de trabalho adequados. A cultura de segurança é frequentemente considerada um 
dado adquirido, embora seja fundamental na construção de um sistema de 
gerenciamento de risco eficaz e um ambiente de trabalho saudável. 
Em um nível básico, a cultura de segurança é a maneira como a administração 
institucional e os funcionários de uma organização se sentem em relação ao risco, 
sentimentos, atitudes e percepções sobre o risco, influenciarão como ele é 
gerenciado. Essa cultura dá o tom de uma organização, influenciando a consciência 
de seu pessoal na condução de suas atividades diárias, além de abranger a tolerância 
de uma organização ao risco em suas atividades operacionais diárias e processos de 
tomada de decisão (DIAS, 2021). 
Quanto maior o grau em que a administração reconhece a necessidade de 
gerenciamento de risco, maior será seu compromisso com o estabelecimento de 
padrões e protocolos para identificar, avaliar e gerenciar riscos, e mais benéfico será 
o programa de gerenciamento de risco. 
Os dados estatísticos no gerenciamento de riscos 
O desempenho da segurança é tradicionalmente avaliado através da aplicação 
de métodos estatísticos para a análise de dados de acidentes e lesões. Os indicadores 
de acidentes ou lesões incluem o número, frequência, gravidade, taxas e seus custos, 
sendo geralmente referidos como indicadores defasados. Esses indicadores enfocam 
os resultados de segurança e medem as falhas dos programas de segurança. 
 
24 
 
 
O clima de segurança normalmente é importante para avaliar o desempenho 
de segurança nas organizações. Embora seja comum empregar separadamente os 
indicadores de atraso e de avanço para medir o desempenho de segurança, Cooper 
e Phillips (2004), sugeriram a aplicação de uma combinação desses indicadores para 
medir os impactos dos programas de segurança em uma organização. 
A avaliação da eficácia das intervenções de saúde e segurança ocupacional 
auxilia as organizações a determinarem se eles utilizaram seus recursos para atingir 
os objetivos de SSO. O objetivo final das organizações na condução das intervenções 
é a prevenção de lesões e doenças ocupacionais. 
As organizações tentam aplicar estratégias de prevenção de forma eficaz, no 
entanto, algumas empresas não medem sua eficácia. Vários fatores, incluindo a 
participação dos funcionários em atividades de segurança, treinamento de segurança, 
o comprometimento dos gestores e seu envolvimento com a segurança, bem como a 
boa comunicação entre gestores e funcionários, estão relacionados a menores taxas 
de acidentes de trabalho nas organizações. 
As empresas que possuem o hábito de investigarem os acidentes registrados, 
possuem sistemas de registro, utilizam regras e procedimentos segurança para 
realizar atividades de maneira segura, e empregam um sistema de feedback para 
práticas de gestão de segurança que afetam o desempenho da segurança. 
A identificação de perigos, a proteção da máquina, a existência de um comitê 
de segurança, limpeza e o fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual 
(EPI), aumentam o desempenho da segurança nos locais de trabalho. 
3 NBR ISO 31000:2018 
Criada para o fornecimento de princípios e diretrizes e destinada às 
organizações na gestão de riscos, ABNT NBR ISO 31000, passou pela última revisão 
no ano de 2018. 
Geralmente, as normas criadas são específicas para alguma área, já a ISO 
31000, não é específica em algum ramo ou atividade. Se trata de uma norma que 
 
25 
 
 
pode ser usada em qualquer organização e aplicada para quaisquer riscos, além de 
servir de base de consulta ao longo da vida da organização (BRASIL, 2018). 
A publicação desta norma, foi realizada no ano de 2009, pela ABNT. Dentre as 
especificações da norma, haviam orientações genéricas quanto a gestão formal de 
riscos, de modo que fosse aplicado aos mais diversos contextos organizacionais e 
aplicada a qualquer tipo de risco. 
Conforme mencionado anteriormente, o objetivo principal desta criação é de 
ser base para consultas ao decorrer da vida da organização, auxiliando a estruturação 
das estratégias, decisões, processos e demais atividades, que devem ser elaboradas 
conforme as particularidades de cada organização (ABNT, 2018). 
Sua elaboração surgiu mediante a necessidade de aprimoração e do 
estabelecimento de um padrão na terminologia e nos conceitos usados na gestão de 
riscos pelas organizações. Visando atender as necessidades de diversas partes 
interessadas, para assegurar o correto gerenciamento dos riscos. A ABNT se baseou 
na primeira norma mundial, que abordou o tema gestão de riscos empresariais, a 
norma AS NZS n.º 4.360/2004. 
3.1 Princípios da NBR ISO 31000:2018 
Princípio, tem o significado de começo (DICIO, 2022), mas também pode ser 
considerado a base de sustentação de uma norma, em outras palavras, o princípio 
corresponde às ideias genéricas de onde surgem as concepções e intenções para 
elaboração de outras normas (ABNT 2018). 
A ISO 31000, estabelece importantes princípios para gestão de riscos que julga 
convenientes de serem aderidos ou adaptados em todos os níveis da organização, 
para que a gestão seja eficaz. A norma apresenta seus princípios através da Figura 
5, os quais orientam quanto as características da gestão de riscos eficaz e eficiente. 
 
26 
 
 
Figura 5 - Princípios. 
 
Fonte: ABNT NBR 31000:2018 
Adiante é apresentado uma explicação quanto aos elementos da Figura 5. 
• Integrada: pelo fato de que a gestão é integrante de todas as atividades 
organizacionais; 
• Estruturada e abrangente: uma abordagem dessa forma, favorece resultados 
consistentes e comparáveis; 
• Personalizada: a gestão de riscos deve ser conforme as demandas internas e 
externas de uma organização em relação aos seus objetivos. 
• Inclusiva: a inclusão de todas as partes interessadas na gestão, a iteração entre 
estes resulta em uma melhor conscientização e gestão de riscos 
fundamentada; 
• Dinâmica: ser dinâmica possibilita a gestão de riscos se antecipar e detectar as 
diversas mudanças internas e externas das organizações; 
• Melhor informação disponível: a gestão de risco é baseada em informações 
detalhistas. Os talhes devem ser levados em consideração para resultar em 
uma melhor gestão. 
 
27 
 
 
• Fatores humanos e culturais: estes fatores influenciam de forma significativa os 
aspectos da gestão de riscos em cada nível e estágio. 
• Melhoria contínua: constantemente a gestãode riscos deve ser melhorada, em 
decorrência das experiências e do aprendizado (ABNT, 2018). 
O objetivo principal da norma ao descrever esses princípios sobre a gestão de 
riscos, é proporcionar subsídios concretos às organizações, facilitando o 
desenvolvimento de planos de gestão de riscos, adaptados a sua realidade. 
3.2 Estrutura do processo de gestão de riscos conforme a NBR ISO 31000:2018 
É necessário que todo o processo de gestão de riscos seja considerado como 
uma parte integrante da gestão em termos gerais e amplos, sendo incorporada na 
cultura e nas práticas de todos os níveis e funções da organização, fazendo parte de 
seus objetivos e processos. 
A norma apresenta uma estrutura de todo o processo de gestão de risco, o qual 
é baseado em algumas atividades descritas na própria norma. Essa estrutura é 
apresentada na Figura 6, a seguir: 
Figura 6 - Processo. 
 
Fonte: ABNT NBR 31000:2018. 
 
28 
 
 
3.3 Comunicação e consulta 
Considerando tanto a intenção de comunicar e consultar de forma eficaz quanto 
os recursos disponíveis para fazê-lo, isso deve ser considerado e expresso ao projetar 
a estrutura. 
A consulta aos interessados externos e internos é essencial e deve ocorrer em 
todas as fases (definindo os critérios de risco, identificação, avaliação e tratamento 
dos riscos) ou em casos de ocorrência de sinistros. 
As organizações devem ter técnicas e ferramentas apropriadas para 
comunicação e consulta. O uso de software, pode ser uma ótima opção de plataforma 
para comunicação e gestão do conhecimento. Considerando tanto a intenção de 
comunicar e consultar de forma eficaz, quanto os recursos disponíveis para fazê-lo, 
isso deve ser considerado e expresso ao projetar a estrutura. 
3.4 Estabelecimento do contexto 
A definição dos critérios para gestão de riscos, como, o escopo da gestão, as 
áreas e os setores envolvidos, devem ser divididos em contexto interno e externo. No 
contexto interno, deve-se considerar a estrutura organizacional, as responsabilidades, 
os processos, os sistemas de informação internos e diálogo e relações com as partes 
interessadas internas. 
Já no contexto externo, as questões voltadas ao ambiente legal, social, cultural, 
político, financeiro, tecnológico, econômico, entre outros, devem passar por avaliação, 
assim como, a relação com as partes interessadas externas, sua percepção e valores. 
4 ENGENHARIA DE SEGURANÇA E A IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS 
A engenharia passou por uma revolução tecnológica, mas as técnicas básicas 
de engenharia aplicadas na engenharia de segurança, criadas em um mundo 
analógico mais simples, mudaram muito pouco ao longo dos anos. Uma nova 
abordagem relacionada à segurança, baseada no pensamento sistêmico, sendo 
 
29 
 
 
eficaz, menos custosa e mais fácil de usar do que as técnicas atuais, procura melhorar 
a segurança e gerenciar riscos (DIAS, 2021). 
O esforço consciente da engenharia de segurança e da administração para 
implementar medidas de segurança e garantir que as regras sejam cumpridas, obriga 
os funcionários a estarem sempre conscientes da segurança. Uma visão mais ampla 
da segurança é necessária para que a gestão da organização possa formular políticas 
corretas em relação à segurança que sejam proporcionais aos padrões internacionais, 
compatíveis com as políticas nacionais e, simultaneamente, atendam aos objetivos 
organizacionais de prestação de cuidados de saúde de qualidade e satisfação 
pessoal. 
Conforme a OIT (2013), a identificação de risco no local de trabalho é uma das 
principais ferramentas para melhorar as condições de segurança e saúde ocupacional 
no trabalho. Assim, ela desempenha um papel importante na proteção dos 
trabalhadores e empresas, bem como no cumprimento das leis em muitos países. A 
identificação de risco ajuda a todos a se concentrarem nos riscos que realmente 
importam no local de trabalho – aqueles com potencial para causar danos reais. 
Uma avaliação de risco bem conduzida no local de trabalho contribuirá para a 
proteção dos trabalhadores, eliminando ou minimizando os perigos e riscos 
relacionados ao trabalho. Essa avaliação de risco deve, também, beneficiar as 
empresas por meio de uma melhor organização das práticas de trabalho, aumentando 
potencialmente a produtividade (OIT, 2013). 
Para fornecer uma visão geral do gerenciamento de risco para 
estabelecimentos industriais, é de grande importância ter a compreensão dos 
elementos-chave do gerenciamento de risco, procurando compreender e familiarizar 
com as principais abordagens, como mostra a Figura 7, embora esses conceitos 
sejam unilaterais para muitas disciplinas, categorias de risco e grupos de perigo. 
 
 
30 
 
 
Figura 7 - Ciclo do gerenciamento de riscos. 
 
Fonte: Dias (2021). 
Para garantir que o risco tenha sido minimizado e outro perigo não tenha sido 
criado, as novas medidas de segurança precisam ser testadas cuidadosamente antes 
do trabalho começar novamente. A consulta entre o empregador e outras pessoas no 
local de trabalho ajudará a chegar a uma decisão segura. 
A identificação de riscos é formalizada após perigos significativos terem sido 
identificados. A análise de perigos inclui a identificação, classificação e avaliação de 
técnicas de mitigação associadas para estabelecer se os perigos podem ser evitados, 
ou se eles não afetarão a confiabilidade de um sistema de trabalho. Onde os perigos 
são eliminados e/ou suas consequências são consideradas insignificantes, a análise 
pode ser interrompida nesse ponto e as suposições e julgamentos decisórios 
documentados. 
A estimativa do risco pode ser expressa como taxas de mortalidade previstas, 
gráficos de frequência contra consequência e/ou taxas de perdas esperadas. Um 
método comum é determinar um nível de risco combinando a frequência do evento de 
perigo e a gravidade das consequências associadas. A atribuição de valores de 
frequência e gravidade, além das ponderações associadas, permite que o nível de 
risco seja estimado como o produto desses dois termos, por exemplo: 
 
31 
 
 
Gravidade versus frequência = nível de risco: Os valores de frequência e 
gravidade podem ser estimados por métodos qualitativos ou quantitativos. Os 
métodos qualitativos são classificados por argumentos descritivos, como um intervalo 
“baixo a alto”, ou enumerados em uma escala predefinida, enquanto os exemplos 
quantitativos incluem: análise estatística, por exemplo, regressão e/ou mínimos 
quadrados, métodos de inteligência artificial, como sistemas especialistas, teoria da 
probabilidade, inferência Bayesiana. 
A avaliação de risco determina se o risco é tolerável ou garante uma resposta. 
Essa fase pode ser conduzida usando métodos quantitativos, qualitativos ou uma 
combinação dos dois. 
A tolerância ao risco, ou evolução do risco, conforme Dias (2021), ainda é uma 
área em desenvolvimento na pesquisa da dinâmica humana. Um exemplo de 
tolerância ao risco é se as empresas decidem ou não fazer novos projetos ou 
ampliações. A tolerância ao risco foi associada a um melhor desempenho de tomada 
de decisão e eficiência de recursos, além de custos mais baixos e durações de projeto 
mais curtas. No entanto, há, sem dúvida, um ato de malabarismo entre resultados 
bons e ruins, assumindo grandes riscos para possibilitar a oportunidade, equilibrando 
o resultado. 
A resposta ao risco inclui prevenção ou eliminação de perigo, retenção, em que 
o risco cai abaixo de um determinado nível ou intervalo, considerado aceitável ou 
tolerável, nenhuma outra resposta é necessária, transferência do risco para um 
terceiro, ou seja, contratando subcontratado ou prêmios de seguro, redução da 
gravidade ou frequência associada a um determinado perigo, isso pode produzir um 
risco residual que fica dentro de uma zona tolerável. 
O monitoramento de riscos garante que as respostas estejam sendo 
executadas de forma adequada durante todo o ciclode vida do sistema, instalação ou 
atividade. Isso pode ser alcançado por meio de auditorias e/ou análises de avaliação. 
A identificação de riscos na produção está relacionada aos fios expostos, 
trabalhadores cansados, equipamento malconservado, etc. As instalações de 
manufatura estão repletas de riscos, tanto ocultos quanto expostos. Esses perigos 
podem resultar em ferimentos graves ou morte. 
 
32 
 
 
Máquinas e equipamentos sem manutenção adequada podem ser muito 
perigosos. Mesmo o equipamento com proteção contra falhas, pode funcionar mal se 
não forem realizadas verificações de manutenção regulares. Para minimizar o risco, é 
necessário ter o equipamento inspecionado regularmente por um profissional, interno 
ou contratado. Além disso, não se deve depender apenas dessas inspeções 
espaçadas, mas certificar-se de que os funcionários saibam como fazer uma inspeção 
rápida antes e após usar cada peça do maquinário (DIAS, 2021). 
As pessoas com contato regular com o seu equipamento devem saber como é 
a aparência de uma máquina, como “cheira” e qual o barulho típico quando está 
funcionando corretamente. Eles devem saber como detectar sinais de alerta 
imediatamente, como fios expostos, odores de queimado ou panes elétricos, 
oscilações anormais, ruídos de trituração ou raspagem, ou quaisquer outros sons 
irregulares. Se uma máquina for considerada potencialmente insegura, ela deve ser 
desligada imediatamente para reparos. 
Os trabalhadores do setor não devem tentar consertar equipamentos com 
defeito por conta própria, sem primeiro alertar um supervisor. A manutenção 
adequada só o levará até certo ponto. Muitas máquinas, quando em produção, são 
perigosas, independentemente de estarem funcionando exatamente como deveriam. 
Considerando os produtos químicos, por exemplo, não é possível 
simplesmente remover o risco de um produto químico perigoso fazendo uma 
verificação rápida, mas é necessário ter certeza de que todos os produtos químicos 
estão devidamente rotulados e que os funcionários estão equipados para manuseá-
los adequadamente. Muitas máquinas aquecem rapidamente e apresentam risco de 
incêndio, mesmo quando operando de forma correta. É responsabilidade do 
empregador conhecer os limites do equipamento e comunicá-los a todos os 
trabalhadores. 
Os espaços confinados são outro perigo permanente que pode ser difícil de 
tratar. Como existem espaços confinados na maioria dos ambientes de manufatura, é 
importante que seus funcionários entendam os riscos de ficarem presos ou se 
encontrarem em uma área sem oxigênio. O ideal é abordar esse risco com 
treinamento, incluir exaustores e equipamentos de resgate em espaço confinado, e 
 
33 
 
 
sempre certificar-se de que os funcionários nessas condições trabalhem em pares. O 
treinamento adequado é a melhor defesa contra esse tipo de perigo. 
As instalações de uma empresa são tão seguras quanto as pessoas que nela 
trabalham. Os funcionários devem receber treinamento regular em todos os 
equipamentos com os quais possam entrar em contato. Deve-se considerar incluir 
e/ou reciclar vários tipos de operações, como também verificar se tudo está 
funcionando como deveria. 
Conforme as máquinas são atualizadas e substituídas, o treinamento deve ser 
repetido. Os trabalhadores também devem ser submetidos a treinamentos periódicos 
de segurança, para conhecerem as melhores práticas, e mais atuais, para manter a 
segurança deles próprios e de seus colegas de trabalho. Isso deve incluir resposta de 
emergência para queimaduras ou outros ferimentos, como reconhecer os sintomas de 
exposição a gás ou produtos químicos e quem contatar durante uma emergência. 
Além disso, todos os funcionários devem saber como e quando evacuar uma 
instalação. 
Em caso de emergência, o fácil acesso ao equipamento médico é crucial. A 
instalação deve ser abastecida com uma variedade de equipamentos de primeiros 
socorros, incluindo itens gerais de resposta a primeiros socorros, bem como alguns 
adaptados ao ambiente de trabalho específico, e devem ser bem identificados. Todos 
os funcionários devem ter pelo menos um treinamento mínimo para usar o 
equipamento de primeiros socorros. Em muitos casos, é necessário ter funcionários 
especialmente treinados em primeiros socorros e em resgate em espaço confinado. 
Um funcionário que se torna complacente com a segurança pode ser um grande risco 
para a empresa. 
A identificação de riscos no transporte, armazenagem e manuseio de materiais 
Os sistemas de transporte de materiais são usados em ambientes de 
manufatura e produção para levar materiais de um local para outro. O manuseio de 
materiais consiste na movimentação, no armazenamento, na proteção e no controle 
de materiais durante todo o processo de fabricação e distribuição, incluindo seu 
consumo e descarte. 
 
34 
 
 
Coordenação e controle são necessários para mover materiais que atuam 
como entradas para o processo e movimentar/remover materiais como saídas do 
processo. Dias (2021) ressalta que o manuseio de materiais é frequentemente 
esquecido no esquema geral de produção. 
Os fatores que podem influenciar o projeto e a identificação do risco de um 
sistema de manuseio de materiais são, as características do material a ser 
manuseado, questões de vazão, roteamento e programação, considerações 
decorrentes do layout da planta escolhido, e a aplicação do princípio de carga unitária. 
Entre os vários tipos de equipamentos de transporte de materiais que podem 
ser identificados, tem-se, caminhões industriais, veículos guiados automatizados, 
monotrilhos e veículos guiados por trilhos, empilhadeiras, talhas e guindastes. 
Os veículos guiados por sistemas automáticos, usam tipos específicos de 
tecnologia de orientação para realizar a operação do sistema, incluindo, fios-guia 
embutidos, tiras de pintura, e veículos autoguiados ou autônomos. 
Dois pontos surgem com o gerenciamento e coordenação de veículos não 
tripulados, são eles, o controle de tráfego e o despacho de veículos. O controle de 
tráfego minimiza a interferência entre os veículos e evita colisões. Dois sistemas 
podem ser usados para atingir esses objetivos, a detecção a bordo dos veículos e 
controle de zona. Em um veículo guiado por sistemas automáticos, quando em 
funcionamento, os veículos devem ser despachados em tempo hábil, da maneira que 
estiverem e quando forem necessários. 
Os recursos de segurança associados aos veículos guiados por sistemas 
automáticos incluem, velocidades de movimento menores que o ritmo de caminhada, 
parada automática do veículo, sensores de detecção de obstáculos, para-choques de 
emergência, luzes de aviso e sirenes. 
Na maioria das vezes, a segurança do local de trabalho afeta diretamente a 
produtividade e o bem-estar de sua força de trabalho, afetando diretamente a 
qualidade da produção de seu negócio. Portanto, os empregadores devem se esforçar 
para criar um ambiente seguro que ofereça um nível de risco aceitável para todos os 
funcionários. 
 
35 
 
 
Além disso, os funcionários devem ser rápidos na identificação de situações e 
condições no local de trabalho que possam comprometer sua segurança ou expô-los 
a níveis de risco inaceitáveis. 
Um exemplo prático pode ser associado aos acidentes elétricos, uma vez que 
são muito comuns no local de trabalho, causados pela exposição desprotegida a 
tomadas elétricas de alta tensão. Queimaduras elétricas, incêndios elétricos e 
choques elétricos são três tipos principais de acidentes elétricos. 
Quando os trabalhadores precisam usar cabos de extensão defeituosos ou 
trabalhar em ambientes repletos de linhas de energia expostas, eles correm o risco 
direto de acidentes elétricos. Essa exposição pode resultar de ferimentos leves a 
graves, especialmente queimaduras, parada cardíaca e até mesmo morte, no caso de 
eletrocussão. 
Outros cenários que podem resultar em acidentes elétricos incluem,tomadas 
elétricas ocultas na área de trabalho, equipamento ou instalação insegura, falta de 
equipamento de proteção individual, fraco controle das atividades de trabalho, fiação 
elétrica não isolada, falta de treino e falha em isolar circuitos antes de trabalhar. 
Em casos de acidentes elétricos em especial choques e queimaduras no local 
de trabalho, os demais trabalhadores devem evitar tocar na vítima, além disso, 
também devem evitar a remoção de bolhas, ou carne queimada do corpo da vítima, 
também não é recomendado esfregar pomadas nas queimaduras. 
Para proteger os funcionários e impedir acidentes por choque elétrico no local 
de trabalho, empregadores e funcionários devem tomar cuidado extra para praticar 
hábitos de segurança no local de trabalho, como inspecionar a área de trabalho com 
antecedência para ver se há fios não isolados, cabos quebrados e circuitos elétricos 
expostos, não utilizar equipamento elétrico defeituoso em todos os momentos, os 
trabalhadores devem usar equipamento de proteção individual e isolar os 
equipamentos elétricos antes de trabalhar neles, além de ter um sistema rápido para 
relatar e documentar incidentes de choque elétrico no local de trabalho. 
Outro exemplo, que ocorre com frequência nas empresas, são os acidentes 
com produtos químicos, que também podem prejudicar a segurança dos funcionários, 
especialmente quando são expostos a essas substâncias sem os devidos cuidados. 
 
36 
 
 
A exposição a produtos químicos pode resultar em uma série de efeitos, desde câncer 
e falência de órgãos, até em morte. 
Os funcionários podem ser expostos aos produtos químicos por inalação, 
contato direto ou indireto com a pele, ingestão e injeção. Ao contrário de outros 
acidentes de trabalho, os efeitos das exposições químicas são geralmente graduais e 
de longo prazo, e seus impactos são de longo alcance. 
Algumas dicas de segurança no local de trabalho para evitar a exposição a 
produtos químicos perigosos, é o uso de equipamento de proteção pessoal ao 
manusear produtos químicos no local de trabalho, o monitoramento da segurança 
diária dos funcionários usando o formulário de revisão de segurança. 
Os funcionários que trabalham em indústrias que exigem o uso de máquinas e 
ferramentas, como construção ou transporte, correm o risco de acidentes com 
máquinas e ferramentas. Em muitos casos, esses acidentes são causados pelo uso 
de equipamentos defeituosos, falta de conhecimento adequado, defeitos do produto 
ou negligência das precauções de segurança estipuladas. 
Exemplos comuns de acidentes com máquinas e ferramentas no local de 
trabalho são, uma queimadura causada por um aquecedor defeituoso na fábrica, 
quedas de uma escada com defeito ou andaime instável, cortes de ferramentas 
quebradas ou arestas de ferramentas afiadas, lesões causadas pelo uso de 
ferramenta errada, perda auditiva por trabalhar na fábrica sem protetores de ouvido, 
lacerações ou amputações em decorrência do uso de equipamentos sem mecanismos 
de segurança, lesões por esmagamento devido ao emaranhamento da máquina. 
A cultura de segurança abrange a tolerância de uma organização ao risco em 
suas atividades operacionais diárias e processos de tomada de decisão. Quanto maior 
o grau em que a administração reconhece a necessidade de gerenciamento de risco 
eficaz na organização, maior será seu compromisso com o estabelecimento de 
padrões e protocolos para identificar, avaliar e gerenciar riscos. 
 
37 
 
 
5 CATEGORIZAÇÃO DE RISCOS PELA SINALIZAÇÃO 
Conforme Dias (2021), com as mudanças climáticas, de legislação, normas 
técnicas e as demandas vindas dos clientes e investidores, os empresários não estão 
tendo outra saída a não ser se adaptar, pois todas essas mudanças, 
consequentemente, apresentam novos riscos. Para se manterem competitivas no 
mercado, as organizações precisam estudar o novo cenário e entender como as novas 
tecnologias e processos podem auxiliar na redução do risco. 
O gerenciamento de risco na perspectiva da segurança do trabalho é 
amplamente creditado por reduções no risco de acidentes graves e melhor 
desempenho da indústria de processos. As práticas de segurança de processo e 
sistemas formais de gerenciamento de segurança já existem em algumas empresas 
há muitos anos. 
No entanto, após um aumento inicial, as atividades de gerenciamento de 
segurança de processo parecem ter estagnado em muitas organizações. As 
investigações continuam a identificar o desempenho inadequado do sistema de 
gestão como um dos principais contribuintes para o incidente/acidente. E as auditorias 
revelam um histórico de descobertas repetidas, indicando problemas crônicos cujos 
sintomas são corrigidos continuamente, sem abordar com eficácia as causas técnicas 
e culturais (DIAS, 2021). 
5.1 Os fundamentos jurídicos 
O tema classificação de riscos, está suportado em fundamentos jurídicos, que 
estabelecem qualificações e dispositivos legais, infralegais e regulamentadores, 
proporcionando a validade jurídica ao tema. Os principais fundamentos da 
classificação de riscos são: 
• Constituição da República Federativa do Brasil; 
• Norma regulamentadora NR-26 – Sinalização de segurança; 
• Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). 
 
38 
 
 
5.2 Identificação e análise de riscos 
O termo “identificação de perigos e análise de riscos” é coletivo. Ele abrange 
todas as atividades envolvidas na identificação de perigos. Seu objetivo é avaliar o 
risco nas instalações ao longo de seu ciclo de vida, para garantir que os riscos aos 
funcionários, ao público e/ou ao meio ambiente sejam controlados de forma 
consistente dentro da tolerância de risco da organização. Esses estudos geralmente 
abordam três questões de risco principais, em um nível de detalhe compatível com os 
objetivos da análise, estágio do ciclo de vida, informações disponíveis e recursos. As 
três principais questões de risco são: 
• Perigo – O que pode dar errado? 
• Consequências – O quão ruim poderia ser? 
• Probabilidade – Com que frequência isso pode acontecer? 
Os riscos ambientais para um fabricante, estão relacionados à sua posição 
geográfica e à localização de suas fábricas, que podem estar expostas ao aumento 
do nível do mar, inundações, ventos fortes e eventos climáticos imprevisíveis. Os 
locais de fabricação também podem ser vulneráveis a interrupções na cadeia de 
suprimentos e instabilidade na rede elétrica e na infraestrutura de transporte. Todos 
esses fatores podem desvalorizar os ativos existentes. 
Os riscos de transição estão associados à mudança de tecnologia ou 
processos, como integração de Inteligência Artificial (IA) e robótica em operações de 
manufatura avançadas, mudança de fontes de energia ou combustível, ou mudança 
para matérias-primas mais sustentáveis ou novas fontes de materiais. A utilização de 
novas tecnologias e processos, também pode exigir que a equipe passe por novo 
treinamento, ou tenha seus conhecimentos reciclados e as cadeias de suprimentos 
reestruturadas para aumentar a resiliência, considerar as geopolíticas e atender às 
necessidades de políticas e regulamentos. 
Os riscos operacionais, estão relacionados à eficiência das operações do 
processo. As medidas de risco operacional incluem, o consumo de recursos por 
unidade de produção, rendimento do produto, geração de resíduos ou emissões e 
manutenção necessária e tempo de inatividade. O risco operacional pode ser reduzido 
 
39 
 
 
garantindo que as operações sejam robustas, o que pode ser habilitado através da 
redundância e gerenciamento da cadeia de suprimentos (DIAS, 2021). 
 No desenvolvimento, avaliação ou melhoria de qualquer sistema de gestão de 
risco, os princípios a seguir devem ser abordados. 
I. Manter uma prática confiável: quando uma empresa identifica ou define uma 
atividade a ser realizada, provavelmente seu desejo é que a atividade seja 
realizada de forma correta e consistenteao longo da vida desse processo e 
de outros processos semelhantes. Para que o sistema de gestão de risco seja 
executado de forma confiável em uma instalação envolvendo uma variedade 
de pessoas e situações, os seguintes recursos essenciais devem ser 
considerados: 
• Documentar o sistema de gestão de risco pretendido; 
• Integrar as atividades da identificação de perigos e análise de riscos ao 
ciclo de vida de projetos ou processos; 
• Definir o escopo analítico da identificação de perigos e análise de riscos 
e garantir uma cobertura adequada; 
• Determinar o escopo físico do sistema de risco; 
• Envolver pessoal competente; 
• Fazer julgamentos de risco consistentes; 
• Verificar se as práticas de identificação de perigos e análise de riscos 
permanecem eficazes. 
II. Avaliar riscos e tomar decisões baseadas em riscos: uma vez que os perigos 
forem identificados e os riscos associados analisados, a aceitabilidade do 
risco deve ser avaliada. Algumas empresas podem julgar um risco aceitável, 
se o sistema estiver conforme um padrão mínimo, como um regulamento ou 
código, enquanto outras empresas podem exigir que os riscos atendam aos 
critérios de risco toleráveis internos, ou mesmo sejam reduzidos ao mínimo 
razoavelmente praticável. Algumas empresas podem julgar o risco inaceitável 
em quaisquer circunstâncias e exigir que o processo seja realocado ou 
abandonado, a menos que uma alternativa inerentemente mais segura possa 
ser encontrada. 
 
40 
 
 
O risco químico, é um tipo de risco ocupacional causado pela exposição a 
produtos químicos no local de trabalho, podendo causar efeitos prejudiciais à saúde, 
em curto, médio ou longo prazo. Existem muitos tipos de produtos químicos perigosos, 
incluindo neurotoxinas, agentes imunológicos, agentes dermatológicos, carcinógenos, 
toxinas reprodutivas, toxinas sistêmicas, agentes pneumoconióticos, sensibilizantes, 
entre outros. Esses perigos podem causar riscos físicos e/ou para a saúde. 
Dependendo do produto químico, os riscos envolvidos podem ser variados. 
Os riscos biológicos, referem-se a substâncias biológicas que representam uma 
ameaça à saúde dos organismos vivos, principalmente dos humanos. Isso pode incluir 
amostras de um microrganismo, vírus ou toxina, de uma fonte biológica, que podem 
afetar a saúde humana. 
O risco físico é um agente, fator, ou circunstância que pode causar danos com 
ou sem contato. Eles podem ser classificados como tipo de risco ocupacional ou risco 
ambiental. Nessa categoria de risco, são incluídos, os riscos ergonômicos, radiação, 
estresse por calor e frio, riscos de vibração e riscos de ruído. 
Os riscos ergonômicos, são condições físicas que podem representar risco de 
lesão ao sistema musculoesquelético, como os músculos ou ligamentos da parte 
inferior das costas, tendões, ou nervos das mãos/pulsos, ou ossos ao redor dos 
joelhos, entre outros, resultando em um distúrbio musculoesquelético. Estes riscos 
incluem, posturas inadequadas, posturas estáticas, demanda de forças excessivas, 
movimentos repetitivos, ou intervalos curtos entre as atividades. 
O risco de um distúrbio musculoesquelético é frequentemente ampliado quando 
se tem diversos fatores presentes, como vibração de todo o corpo ou mão/braço, a 
exposição a iluminação insuficiente, ou a utilização de ferramentas, equipamentos, e 
espaço organizacional, mal projetado, produzindo interações negativas com o 
trabalhador. Estes riscos são detectados tanto no ambiente ocupacional, quanto em 
ambientes não ocupacionais, como em oficinas, canteiros de obras, escritórios, casa, 
escola, ou em espaços e instalações públicas (DIAS, 2021). 
No sentido de fornecer informações sobre os riscos descritos a todos os 
trabalhadores, um dos recursos está na utilização da sinalização de segurança, sendo 
um indicador visual e/ou sonoro para uma determinada atividade ou situação. 
 
41 
 
 
5.3 A sinalização dos riscos 
A NR 01, que abrange as disposições gerais e gerenciamento de riscos 
ocupacionais, apresenta no item 1.5.7.3.2, as informações mínimas que devem conter 
em um inventário de riscos ocupacionais, sendo: 
a) caracterização dos processos e ambientes de trabalho; b) caracterização 
das atividades; c) descrição de perigos e de possíveis lesões ou agravos à 
saúde dos trabalhadores, com a identificação das fontes ou circunstâncias, 
descrição de riscos gerados pelos perigos, com a indicação dos grupos de 
trabalhadores sujeitos a esses riscos, e descrição de medidas de prevenção 
implementadas; Este texto não substitui o publicado no DOU 8 d) dados da 
análise preliminar ou do monitoramento das exposições a agentes físicos, 
químicos e biológicos e os resultados da avaliação de ergonomia nos termos 
da NR-17. e) avaliação dos riscos, incluindo a classificação para fins de 
elaboração do plano de ação; e f) critérios adotados para avaliação dos riscos 
e tomada de decisão (MTb, 2020, documento online). 
A NR 5 traz definições para Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 
(CIPA), em uma dessas definições, a norma cita que, 
5.3.1 A CIPA tem por atribuições: a) acompanhar o processo de identificação 
de perigos e avaliação de riscos bem como a adoção de medidas de 
prevenção implementadas pela organização (MTb, 2020, documento online). 
O Quadro 1, apresentado a seguir, foi retirado da Portaria n.º 25, de 29 de 
dezembro de 1994, da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho, do Ministério 
do Trabalho e Emprego. No quadro é descrito a classificação dos principais riscos, 
divididos em grupos, de acordo com sua natureza e padronização das cores 
correspondentes. 
 
42 
 
 
Quadro 1 - Classificação dos principais riscos ocupacionais em grupos. 
 
Fonte: Brasil (1994). 
Partindo do princípio de que os grupos de riscos são identificados por cores, o 
mesmo raciocínio foi utilizado para as cores de segurança e cores de tubulações. 
Conforme estabelecido pelas normas da ABNT, a NBR 7195:2018 – Cores para 
Segurança e a NBR 6493:2019 – Emprego de cores para identificação de tubulações 
industriais. Ambas as normas estabelecem uma padronização de cores mediante 
situações e tubulações, as quais são apresentadas nos Quadros 2 e 3, a seguir: 
 
43 
 
 
Quadro 2 - Cores para segurança. 
 
Fonte: Adaptado da ABNT NBR 7195:2018 
 
44 
 
 
Quadro 3 - Cores para identificação de tubulações. 
 
Fonte: Adaptado da ABNT NBR 6493:2019. 
Um sistema de cores consistente, denotando a relação cor – risco, alerta os 
funcionários quanto aos riscos à segurança, pois, o conhecimento do sistema 
aumenta a segurança dos funcionários. Um exercício de integração dos funcionários, 
é fazer um tour pela operação, apontando os diferentes exemplos de cores usados e 
os perigos identificados. 
A sinalização do local de trabalho é um processo simplificado e padronizado, 
que visa a identificação dos riscos, no sentido de evitar acidentes, preservar a vida 
dos trabalhadores e os ativos da empresa. Conforme Dias (2021), a utilização de cores 
é uma solução encontrada para atender necessidades da área da Segurança do 
Trabalho, e a adoção da padronização das cores através das normas técnicas foi de 
 
45 
 
 
abrangência mundial, facilitando assim, a interpretação do risco por parte dos 
trabalhadores. 
6 CONTROLE DE RISCOS 
Entende-se que o risco ocorre em todos os lugares em uma organização, em 
destaque à área operacional. Para maior segurança de todos os operadores, é 
essencial que a empresa dê prioridade a detectar e gerenciar os riscos. Até aqui, 
pode-se constatar que o risco possui diferentes origens e suas consequências podem 
afetar todas as funções dentro de uma empresa, sendo assim, é necessário que este 
seja mitigado e as implicações para organizações que não o fazem podem ser 
significativas. 
O nível de risco que as empresas enfrentam muda continuamente, com novos 
riscos emergindo e outros se tornando menos críticos. Pelo

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