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GESTÃO DE 
RISCOS
SUMÁRIO
Apresentação
Autor
4
5
Planejamento do Gerenciamento de Riscos 22
Identificação de riscos
Análise quantitativa e qualitativa dos riscos
Planejamento de respostas, monitoramento e controle de riscos
UNIDADE 2
6
Conceitos
Perigo e riscos
Incidentes e acidentes
Considerações iniciais
UNIDADE 1
SUMÁRIO
Métodos de Gestão de Riscos II 54
TIC: Técnica de incidentes críticos
Diretiva de SEVESO e Convenção 174 da OIT
Plano de emergência 
UNIDADE 4
40
APR: análise preliminar de riscos
HAZOP: hazard and operability study
AMFE: análise de modos e falhas e efeito
Métodos de Gestão de Riscos I
UNIDADE 3
4
A disciplina de Gestão de Riscos fornecerá os conceitos básicos relacionados ao 
processo de identificação, avaliação e controle de riscos ocupacionais, com a finalidade 
de promover a preservação da integridade física dos trabalhadores, dos equipamentos e 
do patrimônio das organizações.
No primeiro momento, serão apresentados conceitos relacionados à evolução histórica 
da relação do homem com o trabalho e as diversas transformações desta, resultando em 
variações de tipos de riscos. Em seguida, estudaremos a identificação dos diversos tipos 
de riscos, além de suas definições, análise, planejamento de respostas e monitoramento 
e controle dos riscos. Na sequência, serão analisados os métodos de gestão de riscos 
desde sua identificação, análise e até a fase de avaliação de riscos.
APRESENTAÇÃO
5
CLARICE MELO
Bióloga, mestre em Meio Ambiente, especialista em Ciências da Educação e Educação 
Profissional. Professora na área de saúde e segurança e higiene ocupacional desde 
2009, na Faculdade de Ciências e Tecnologias e Universidade Jorge Amado – Unijorge. 
Coordenadora do Curso de Graduação Tecnológica em Segurança no Trabalho da 
Unijorge, desde 2013.
AUTOR
Considerações iniciais
UNIDADE 1
7
A concepção contemporânea de gerenciamento de riscos encontra-se bastante distante 
da prática de muitas empresas brasileiras. Em muitas delas não se trabalha com a 
antecipação, ou seja, espera-se a ocorrência do desastre, como acidentes graves e 
doenças ocupacionais, para que algum tipo de medida corretiva seja realizado, sendo 
que, na maioria dos casos, o trabalhador ainda é responsabilizado pelo dano. Negligencia-
se o investimento em prevenção. A gestão de riscos é a parte da segurança no trabalho 
que organiza a empresa no intuito de se antecipar ao risco, reconhecendo-o e tratando-o 
antes que o acidente de trabalho aconteça.
INTRODUÇÃO
Nesta unidade, você será capaz de:
• Conhecer as definições iniciais e conceitos relacionados à gestão de riscos ocupa-
cionais.
OBJETIVO
8
Conceitos
As atividades realizadas pelos homens desde os tempos remotos estão diretamente 
ligadas a um potencial de risco, podendo resultar em lesões diversas com perdas de 
capacidade produtiva temporárias ou permanentes e até mesmo a morte. 
Bem lá no início da história, as atividades mais desenvolvidas eram ligadas à pesca e à 
caça, ou seja, àquelas que garantissem a sobrevivência do ser humano no meio ambiente. 
O tempo passa, e o homem das cavernas transforma-se em artesão e passa a fabricar 
suas primeiras ferramentas de trabalho, o que faz surgir novos tipos de riscos ligados ao 
processo produtivo. 
Logo depois, o homem passa a desenvolver a agricultura, o pasto, o artesanato, até que 
chega a era industrial, o que muda, e muito, o espectro de atuação e amplia o leque de 
possibilidades de acidentes e também de doenças ocupacionais. 
9
Sobre a evolução do homem e o risco, leia o seguinte texto:
 
O conceito de prevenção evoluiu juntamente com 
a racionalidade e a capacidade de organização 
da espécie humana, desenvolvendo a habilidade 
da antecipação e reconhecimento dos riscos 
das suas atividades. O estudo da relação do 
homem com o trabalho e os riscos derivados 
dessa relação teve início, de forma mais ampla, 
com o médico italiano Bernardino Ramazzini, 
considerado o Pai da medicina do trabalho. Outros 
estudiosos apresentaram suas contribuições 
sobre o tema, com o passar dos anos, levando a 
uma evolução e mudança de conceitos, ampliando 
sua abordagem. Nesse contexto, os acidentes 
de trabalho passam de eventos incontroláveis e 
aleatórios para tornarem-se eventos indesejáveis 
e de causas conhecidas e evitáveis. Modificando, 
assim, o processo tradicional de segurança, 
baseado em trabalhos estatísticos (RUPPENTHAL, 
2013, p. 16).
Segundo Cetesb (2009) apud Korf (2011), a evolução da importância dos acidentes 
ocupacionais relaciona-se diretamente com a evolução da era industrial e com as suas 
relações de produção e consumo ao longo dos tempos. O desenvolvimento da natureza 
competitiva capitalista do setor industrial, associado ao crescimento da economia 
global e ao seu incremento possibilitou o surgimento de indústrias gigantescas e a 
complexidade dos processos produtivos. O contexto social também foi se transformando 
e outras demandas ligadas à poluição ambiental, segurança e saúde começaram a ser 
preocupantes para o empregador e para os governos. Consequentemente, a indústria foi 
obrigada a examinar os efeitos de suas operações sobre o trabalhador e, em particular, a 
analisar mais cuidadosamente os possíveis perigos decorrentes de suas atividades.
Saiba mais
10
Dando um salto na era industrial, chegamos à era da globalização, juntamente com 
toda a sua restruturação produtiva, intensificadas ao longo dos anos 1990 que geram, 
consequentemente, novos desafios aos trabalhadores e à defesa de sua saúde. Essa 
era é acompanhada do aumento da pobreza, da desigualdade social, da exclusão, 
do desemprego, da terceirização do trabalho e do desenvolvimento de estratégias 
que visavam à flexibilização das relações de trabalho, denominadas, em conjunto, de 
neoliberalismo. Toda essa mudança dificulta a luta por melhores condições de trabalho 
e saúde. 
Vamos agora estudar alguns conceitos importantes na área de gerencia-
mento de riscos!
Risco ocupacional: condição de ameaça ao dano que o trabalhador encontra em seu 
ambiente laboral. Normalmente são decorrentes de processos tecnológicos (ou não) de 
produção que negligenciam as necessidades do trabalhador. Termo bastante utilizado no 
dia a dia de profissionais de segurança no trabalho. 
É importante que você saiba o seguinte:
Diversas instituições públicas vêm passando 
por sérias crises, diante da falta de políticas 
integradas e de investimentos pelos governos. 
Outra consequência desta “modernização” 
neoliberal tem sido a intensificação do trabalho 
em vários setores econômicos, com implicações 
para a saúde dos trabalhadores. Um exemplo 
é a verdadeira epidemia de lesões por esforços 
repetitivos (LER) que vem ocorrendo com 
trabalhadores nos setores de serviços, bancos e 
setores de embalagem e linhas de montagem de 
várias indústrias. As LER têm sido responsáveis 
por cerca de 80 a 90% dos casos de doenças 
profissionais registrados na Previdência Social 
nos últimos anos (PORTO, 2008, p. 5).
Importante
11
Agente de risco: são os processos produtivos, as ferramentas e até mesmo o ambiente 
de trabalho que podem expor o trabalhador ao dano. Refere-se principalmente aos 
agentes físicos, mecânicos, químicos e biológicos presentes nos ambientes de trabalho, 
além dos agentes ergonômicos e os psicossociais. 
Grau de risco: trata-se de uma denominação numérica que varia de 1 a 4 para classificar a 
intensidade do risco da atividade exercida na empresa, descrita pelo CNAE (Classificação 
Nacional das Atividades Econômicas). Ter ciência do grau de risco de uma empresa é 
importante no processo de dimensionamento do SESMT (Serviço Especializado em 
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho), ou seja, na definição das ações a 
serem implementadas para garantir a prevenção de acidentes ocupacionais. A partir do 
grau de risco também que se define o percentual que a organização deve repassar para 
o Seguro Acidente de Trabalho (SAT).
Fator de Risco: é qualquersituação que possa aumentar a probabilidade de exposição 
do trabalhador ao agente de risco. Segundo a Organização Mundial de Saúde (1983) apud 
Guilam (1996), um fator de risco é toda característica ou circunstância determinável de 
uma pessoa ou um grupo de pessoas que se sabe estar associado a um risco anormal 
de aparecimento ou evolução de processo patológico ou de afecção especialmente 
desfavorável por tal processo. Ou seja, pode incluir características do meio e pessoais, 
como, por exemplo, ser fumante, para classificar grupos mais predispostos a desenvolver 
certos tipos de doenças. 
12
Estudar o gerenciamento de risco constitui-se fator primordial para elaboração de ações 
prevencionistas, a partir do detalhamento da atividade laboral, com a finalidade de 
identificar fatores de risco e quantificá-los. O processo de avaliação de riscos deve ser 
contínuo. 
MIDIATECA
Acesse a midiateca da Unidade 1 e veja o conteúdo complementar indicado pelo 
professor sobre análise de risco ambiental.
13
Perigo e riscos
Você sabe a diferença entre risco e perigo?
O perigo está diretamente associado a um conjunto de situações que se apresenta como 
fonte de risco, mas não se tratando de um risco em si. 
Os perigos, associados ao potencial de causar danos em 
instalações industriais e à saúde do trabalhador, podem ser 
caracterizados pela existência de agentes físicos, químicos, 
biológicos, ergonômicos ou psicossociais e mecânicos ou de 
acidentes. Todos esses agentes estão associados a um fator de 
risco, o qual expressa a possibilidade de ocorrência de um dado 
perigo. O risco de acidentes é, portanto, expressado em relação 
à frequência ou probabilidade de ocorrência de um perigo e à 
magnitude (KORF, 2011, p. 3).
Já o risco caracteriza-se pela exposição a uma situação perigosa, ou a um fator de risco. 
O risco sempre acontecerá a partir do momento que houver a exposição do trabalhador 
a alguma fonte de perigo. O grau do risco tende a aumentar quanto maior for o grau de 
exposição do trabalhador ao perigo. 
Segundo Porto (2008), os riscos não devem ser avaliados somente a partir de informações 
teóricas, mesmo que concedidas por profissionais especialistas e pela alta gestão das 
organizações, a partir de seus documentos e conhecimentos técnicos. Os riscos fazem 
parte do trabalho real vivido no dia a dia dos trabalhadores, e, muitas vezes, as análises 
de risco apresentadas por especialistas e pelas gerências das empresas aos fiscais ou 
auditores externos diferem das situações de risco reais vivenciadas pelos trabalhadores.
14
A exposição ao risco pode estar associada a três fatores:
1. Tempo de contato com o fator de risco.
2. Intensidade do contato com o perigo.
3. Própria natureza do agente causador do risco. 
Segundo Camargo (2016), a exposição está diretamente relacionada ao trabalhador e ao 
controle da exposição do trabalhador. Esse controle deve ser realizado a partir de ações 
de conscientização, treinamento e uso de EPIs, quando as medidas de controle não 
forem suficientes para garantir que a exposição do trabalhador esteja abaixo dos limites 
considerados aceitáveis de acordo com a boa prática de higiene ocupacional. Em se 
tratando de educação e treinamento, estes devem incluir informações sobre os perigos 
e riscos oferecidos pelos produtos, equipamentos e processos executados. Informações 
detalhadas sobre as consequências da exposição também devem ser passadas para o 
trabalhador.
A diferença entre risco e perigo indica que:
Para ser definido o conceito de risco, precisamos 
do conceito de perigo e o oposto. Por exemplo, 
uma inundação é um perigo, porém, aquele que 
constrói sua casa no leito de um rio expõe-se a um 
risco. Um furacão é um perigo, mas quem provoca 
o aquecimento global se (e nos) expõe a um risco. 
A inundação, o terremoto e o furacão são o mesmo 
fenômeno, mas podem ser contemplados a partir 
de dois pontos de vista (SERRANO, 2009, p. 2).
Importante
15
Figura 1: Risco e perigo.
Fonte: Adaptado de https://www.unifal-mg.edu.br/riscosambientais/perigoseriscos.
Risco = Perigo x Exposição
PerigoRisco = + Exposição
Ainda sobre o perigo, ele pode ser identificado em: 
• Materiais: como em alguns tipos de substâncias tóxicas como solventes, 
ácidos, álcalis, metais, gases, plásticos, resinas, material particulado sólido, 
perfuro cortantes, entre outros.
• Equipamentos/Maquinário: máquinas ou mesmo móveis sem condições de 
uso, com má conservação, impróprio para o serviço, uso incorreto.
• Ambientes de trabalho: meio ambiente de trabalho insalubre. Postos de 
trabalhos inadequados ergonomicamente.
• Trabalhadores: falta ou insuficiência de capacitação, inexistência de políticas 
de segurança, fadiga, uso de drogas e álcool, pressão no trabalho, assédio 
moral, carga de trabalho excessiva, falta de qualidade de vida no ambiente 
laboral.
Fonte: UNIFAL-MG. 
Saiba mais
Baseada na intensidade, 
duração e frequência de 
contato com a gente
Risco: exposição a um perigo 
(ou fator de risco)
Sem exposição não há risco
Inerente à substância, mistura 
de substâncias, processo, 
equipamento, situação 
 https://www.unifal-mg.edu.br/riscosambientais/perigoseriscos
https://www.unifal-mg.edu.br/riscosambientais/perigoseriscos
16
Na última atualização da OHSAS 18001, em 2007, a definição do termo perigo deixou 
de se referir aos danos ocorridos no meio ambiente ou local do trabalho, passando a 
considerar somente os danos para o corpo humano e saúde do trabalhador.
MIDIATECA
Acesse a midiateca da Unidade 1 e veja o conteúdo complementar indicado pelo 
professor sobre a diferença entre risco e perigo.
17
Incidentes e acidentes
Em primeiro lugar, vamos analisar o conceito de acidente de trabalho. Segundo a Lei 
nº 8.213/1991 em seu artigo 19, o acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do 
trabalho a serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho 
dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal 
ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou a redução, permanente ou 
temporária, da capacidade para o trabalho. Ou seja, a legislação define como acidente 
toda ocorrência que provoque lesão, adoecimento e, em caso extremos, a morte, durante 
a execução de uma atividade laboral, dentro ou fora da empresa. 
Já alguns profissionais da área de saúde e segurança no trabalho definem acidente 
como toda e qualquer ação inesperada que interfere no fluxo normal de atividades em 
uma empresa ou o interrompe, trazendo consequência isolada ou simultânea de dano ao 
trabalhador. 
Analisado o conceito de acidente, vamos agora analisar o conceito de incidente.
O incidente é o fato ocorrido de forma inesperada e aleatória em momento não previsível 
de trabalho sem que haja qualquer tipo de dano ao trabalhador e à sua saúde. É importante 
destacar que todo incidente tem potencial de se transformar em acidente. Como no dito 
popular, o incidente não foi acidente por “sorte”. 
Um trabalhador altamente “proativo” resolve consertar um dos lustres do escritório 
de seu chefe. Sem escada disponível, ele coloca um banco em cima da mesa do 
chefe e tenta parafusar o lustre. Em um ato falho, acaba se desequilibrando e 
caindo com o lustre de vidro na mão, porém não se machucou. Esse é um grande 
exemplo de incidente que teve risco iminente de ser acidente, caso o trabalhador 
se acidentasse.
Exemplo
18
No gerenciamento de riscos, os profissionais em saúde e segurança do trabalho devem 
inserir no planejamento estratégico da empresa o quesito prevenção de acidentes. 
Infelizmente, muitas empresas não direcionam a verdadeira importância a esse quesito, 
não sabendo que, na ocorrência de um acidente, o prejuízo será muito maior que o valor 
investido em ações prevencionistas. Os danos provenientes de acidentes impactam 
diretamente na produtividade da empresa.
É importante a notificação de todos os incidentes que ocorrerem também,pois como 
foi visto, todo incidente tem um risco iminente de acidente. É importante também 
manter a equipe engajada, consciente e devidamente treinada. Em caso de acidentes, a 
comunicação deve ser rápida, precisa e organizada. 
A análise e avaliação do risco constituem etapas do gerenciamento de risco, ferramenta 
fundamental que tem como objetivo desenvolver ações sistemáticas para estabelecer 
requisitos de orientações de prevenção de acidentes. 
Na última atualização da OHSAS 2007, uma série de conceitos foi atualizada, 
dentre eles o de incidente e acidente. Compare, a seguir, as alterações:
OHSAS 18001:1999:
Acidente: evento indesejado que origina morte, doença, perturbação funcional, 
lesão ou outra perda.
Incidente: evento que originou um acidente ou que tinha potencial para originar 
um acidente.
OHSAS 18001:2007: 
Incidente: eventos relacionados com o trabalho em que ocorreu, ou poderia ter 
ocorrido, um ferimento, dano para a saúde ou uma fatalidade.
Saiba mais
19
MIDIATECA
Acesse a midiateca da Unidade 1 e veja o conteúdo complementar indicado pelo 
professor sobre a diferença entre acidente e incidente.
NA PRÁTICA
Um técnico de análise clínica que trabalha há 10 anos na mesma função, na hora de 
colocar as luvas para realizar o procedimento de coleta de sangue, percebe que ela 
rasgou. Na pressa, resolve utilizá-la mesmo assim para realizar o procedimento. Na 
hora de remover a agulha do paciente, o mesmo, em um ato falho, remove o braço 
bruscamente, o que, por muito pouco, não fura a mão do trabalhador.
O evento acima é um exemplo prático de incidente, muito comum em ambientes 
laborais de saúde. Seria considerado acidente caso o dano tivesse acontecido.
20
Resumo da Unidade 1
Nesta unidade, você pôde entender que o principal objetivo do gerenciamento de riscos 
nos ambientes ocupacionais é garantir a prevenção, ou seja, a identificação, o controle e, 
até mesmo, a eliminação dos riscos, seguindo sempre parâmetros pré-estipulados pelo 
Ministério do Trabalho e Emprego.
Os empregados devem ser capacitados e conscientizados continuamente quanto 
aos riscos aos quais estão expostos, além de treinados quanto ao uso correto das 
medidas preventivas, muitas vezes equipamentos de proteção individual e coletiva. Os 
trabalhadores são peças-chave fundamentais na análise e no controle dos riscos, pois 
são as pessoas que, de fato, vivenciam as situações reais de trabalho do cotidiano e 
suas vidas é que são postas em risco. Tudo isso precisa ser considerado nas decisões 
tomadas pela alta gestão das organizações, confrontando prioridades nos investimentos 
a serem realizados, na definição do tipo de tecnologia, na aquisição de equipamentos e 
nas formas de contratação, no treinamento e na divisão de tarefas dos trabalhadores. 
O risco ocupacional é a condição de ameaça ao dano que o trabalhador encontra no 
seu ambiente laboral. Normalmente, são decorrentes de processos tecnológicos (ou 
não) de produção que negligenciam as necessidades do trabalhador.
CONCEITO
21
Referências 
BRASIL. Lei nº 8.213, de 24 de julho 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previ-
dência Social e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 24 jul. 1991. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8213cons.htm>. Acesso em: 
24 fev. 2019.
CAMARGO, O. Perigo, risco e exposição, 2016. Disponível em: <http://multimedia.3m.
com/mws/media/379657O/ohes.pdf>. Acesso em: 24 fev. 2019.
GUILAM, M. C. R. O conceito de risco. Sua utilização pela Epidemiologia, Engenharia 
e Ciências Sociais, 1996. Disponível em: <https://fenix.tecnico.ulisboa.pt/downloadFi-
le/3779571681924/conceito%20de%20risco%20-%20sua%20utilizacao.pdf>. Acesso 
em: 24 fev. 2019.
KORF, E.P. et al. Diretrizes para programas de Gerenciamento de Riscos de Acidentes 
Ambientais e Ocupacionais em Instalações Industriais. Paraná: Universidade Tecnológi-
ca Federal do Paraná. Revista Gestão Industrial. v. 07, n. 03, p. 60-74, 2011. Disponí-
vel em: <https://revistas.utfpr.edu.br/revistagi/article/download/679/705+&cd=13&hl=p-
t-BR&ct=clnk&gl=br&client=firefox-b>. Acesso em: 24 fev. 2019.
OHSAS 1001:2007. Sistema de gestão da segurança e da saúde do trabalho – Requi-
sitos. Disponível em: <https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/7319/2/Anexo%20
I%20OHSAS180012007_pt.pdf>. Acesso em: 24 fev. 2019.
PORTO, M. F. de S. Análise de riscos nos locais de trabalho: conhecer para transformar. 
Cadernos de Saúde do Trabalhador, 2008. Disponível em: <https://normasregulamenta-
doras.files.wordpress.com/2008/06/riscos_trabalho.pdf>. Acesso em: 24 fev. 2019.
RUPPENTHAL, J. E. Gerenciamento de riscos. RS: Universidade Federal de Santa Maria, 
Colégio Técnico Industrial de Santa Maria. Rede e-tec Brasil, 2013. Disponível em: <http://
estudio01.proj.ufsm.br/cadernos_seguranca/sexta_etapa/gerenciamento_riscos.pdf>. 
Acesso em: 24 fev. 2019.
SERRANO, J. L. A diferença risco/perigo. Revista NEJ, vol. 14, n. 02, p. 233-250. 2º 
quadrimestre, 2009. Disponível em: <http://www.cvs.saude.sp.gov.br/up/A%20diferen%-
C3%A7a%20Risco-Perigo.pdf>. Acesso em: 24 fev. 2019.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8213cons.htm
http://multimedia.3m.com/mws/media/379657O/ohes.pdf
http://multimedia.3m.com/mws/media/379657O/ohes.pdf
https://fenix.tecnico.ulisboa.pt/downloadFile/3779571681924/conceito%20de%20risco%20-%20sua%20utilizacao.pdf
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https://revistas.utfpr.edu.br/revistagi/article/download/679/705+&cd=13&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br&client=firefox-b
https://revistas.utfpr.edu.br/revistagi/article/download/679/705+&cd=13&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br&client=firefox-b
https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/7319/2/Anexo%20I%20OHSAS180012007_pt.pdf
https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/7319/2/Anexo%20I%20OHSAS180012007_pt.pdf
https://normasregulamentadoras.files.wordpress.com/2008/06/riscos_trabalho.pdf
https://normasregulamentadoras.files.wordpress.com/2008/06/riscos_trabalho.pdf
http://estudio01.proj.ufsm.br/cadernos_seguranca/sexta_etapa/gerenciamento_riscos.pdf
http://estudio01.proj.ufsm.br/cadernos_seguranca/sexta_etapa/gerenciamento_riscos.pdf
http://www.cvs.saude.sp.gov.br/up/A%20diferen%C3%A7a%20Risco-Perigo.pdf
http://www.cvs.saude.sp.gov.br/up/A%20diferen%C3%A7a%20Risco-Perigo.pdf
Planejamento do Gerenciamento 
de Riscos
UNIDADE 2
23
A realização do gerenciamento do risco ocupacional necessita primeiramente do 
entendimento de conceitos como risco e perigo e de desenvolver estratégias para 
gerenciá-los. O desenvolvimento industrial originou uma série de recursos tecnológicos 
que aumentaram o volume de produção, porém o trabalho humano permanece sendo 
imprescindível, e dessa forma o risco ocupacional continuará sempre presente, em maior 
ou menor grau. 
Nesta unidade, você conhecerá as etapas de construção de um programa de 
gerenciamento de risco e alguns métodos auxiliares utilizados na análise do risco.
INTRODUÇÃO
Nesta unidade, você será capaz de:
• Conhecer as etapas de construção de um planejamento de gestão de riscos 
ocupacionais.
OBJETIVO
24
Identificação de riscos
A presença de risco no ambiente de trabalho varia de acordo com o tipo de bem ou serviço 
produzido, podendo ser atenuados por medidas de proteção coletiva e ou equipamentos 
de proteção individual, mas são inerentes aos produtivos (MEDEIROS, 2013). O Ministério 
da Saúde (MS) e o Ministério do Trabalho e Emprego reconhecem os cinco grupos de 
riscos. Vamos conhecê-los? 
1. Físicos. 
2. Químicos.
3. Biológicos.
4. Mecânicos.
5. Grupo de acidentes ergonômicos e psicossociais.
Os riscos físicos representam diversas formas 
de energia que podem estar presentes em um 
ambiente de trabalho, em quantidade considerada 
superior àquela que o organismo é capaz de 
suportar, podendo conduzir a uma doença 
profissional, podendo ser provocados por algum 
tipo de energia a que possam estar expostos 
os trabalhadores, tais como:ruído, vibrações
pressões anormais, temperaturas extremas e radiações ionizantes e não ionizantes. 
O risco químico é caracterizado pelo perigo a que 
determinado indivíduo está exposto ao manipular 
produtos químicos que podem causar danos 
físicos ou prejudicar a saúde. Consideram-se 
agentes químicos as substâncias, compostos ou 
produtos que possam penetrar no organismo pela 
via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, 
névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela 
natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo 
por meio da pele ou por ingestão (SILVA, 2012).
25
Os riscos biológicos são distribuídos em quatro 
classes diferentes de risco biológico, segundo os 
perigos de infecção que apresentam. A progressão 
na classificação desses riscos, de acordo com a 
Organização Mundial de Saúde (OMS), considera 
critérios como a patogenicidade para o homem, 
o modo de transmissão, a endemia e a existência 
ou não de profilaxia e de terapêutica eficazes. 
Os riscos mecânicos ou de acidentes são 
caracterizados como qualquer fator que coloque o 
trabalhador em situação vulnerável e possa afetar 
sua integridade, e seu bem-estar físico e psíquico. 
São exemplos de risco de acidente: as máquinas 
e equipamentos sem proteção, probabilidade de 
incêndio e explosão, arranjo físico inadequado, 
armazenamento inadequado etc. (ALMEIDA, 2017).
Os riscos ergonômicos são classificados 
como qualquer fator que possa interferir nas 
características psicológicas e fisiológicas do 
trabalhador, a partir da realização de atividades 
laborais em condição de desconforto que 
podem afetar sua saúde. São exemplos de 
Risco Ergonômico o levantamento e transporte 
manual de peso, o ritmo excessivo de trabalho, 
a monotonia, a repetição, a responsabilidade excessiva, a postura inadequada de trabalho 
e o trabalho em turnos (HIRATA, 2002).
Vamos estudar agora o gerenciamento de riscos?
Gerenciamento de riscos é conceituado como o conjunto de técnicas que tem como 
objetivo promover a segurança no meio ocupacional a partir da minimização dos efeitos 
da exposição dos riscos que possam trazer danos ao trabalhador e ao meio ambiente, 
presentes no ambiente laboral. 
26
O processo de gerenciamento de riscos começa com a identificação dos riscos. Não 
existe um método ótimo para se identificar riscos. Na prática, a melhor estratégia 
será combinar os vários métodos existentes, obtendo-se o maior número possível de 
informações sobre riscos, e evitando-se assim que a empresa seja, inconscientemente, 
ameaçada por eventuais perdas decorrentes de acidentes (LEITE, 2012).
A identificação dos riscos consiste na percepção de situações, operações, eventos, 
produtos, substâncias e demais agentes que porventura possam ocasionar danos 
(impactos adversos) à saúde e segurança do trabalhador. Inicialmente cada processo a 
ser avaliado é desdobrado identificando-se suas diversas tarefas e seus perigos ou riscos 
e impactos adversos associados. Uma única atividade pode apresentar vários riscos, que, 
por sua vez, podem dar origem a diversos danos ocupacionais (VASCONCELOS, 2006). 
A fase de identificação de riscos inicia-se a partir da investigação de situações que 
possam levar a um evento indesejável. Em muitas empresas, o gerenciamento de risco 
para já nessa etapa, o que não evita a ocorrência dos riscos. A maioria das técnicas de 
identificação de riscos segue o passo a passo que você pode ver a seguir:
27
Análise da experiência 
vivida coletada por meio 
de entrevistas com 
trabalhadores
Reuniões com 
o SESMT
Análise da experiência 
vivida coletada por meio 
de entrevistas com 
trabalhadores
Listas de verificações de 
não conformidades
Inspeções de campo 
de todo os tipos e em 
todos os ambientes da 
empresa
Construção de relatório, 
análise e divulgação 
de acidentes e quase 
acidentes (pessoais e 
não pessoais)
Fonte: Elaborada pela autora (2019).
A etapa de identificação do gerenciamento de riscos inicia-se a partir da análise do 
ambiente, estudando os aspectos da natureza da atividade laboral o risco nem sempre 
é tão fácil de ser identificado. É importante analisar a atividade e o meio ambiente em 
que ela ocorre. O risco nem sempre é tão aparente. O trabalho do profissional da área 
de segurança é minucioso. Nessa fase, também se identifica os riscos iminentes de 
acidente, ou seja, encontra-se as áreas de perigo.
28
Ainda nessa fase, é preciso realizar um levantamento de todo tipo de acidente já ocorrido 
e de quase acidente também, ou incidente. Todo incidente gera um risco iminente de 
acidente. Além disso, realiza-se as consequências para os trabalhadores que passaram 
pelo dano.
O processo de identificação de perigos tem como objetivo realizar o rastreamento de 
toda e qualquer possível causa que poderá levar a ocorrência de um acidente de trabalho. 
Por meio desse processo, a organização terá um panorama completo dos riscos em 
suas instalações e que estes sejam avaliados e classificados (VASCONCELOS, 2006). 
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Acesse a midiateca da Unidade 2 e veja o conteúdo complementar indicado pelo 
professor sobre identificação e avaliação dos riscos.
29
Análise quantitativa e qualitativa dos riscos
A avaliação do risco pode ser feita tanto de forma quantitativa como qualitativa, em 
função da frequência do perigo e consequência do dano, definida pela primeira etapa do 
gerenciamento de risco, de uma atividade que pode ocasionar perigo (VASCONCELOS, 
2016) Segundo Vasconcelos (2006), no modelo OHSAS 18002 e nas diretrizes da 
Organização Internacional do Trabalho, o processo de identificação de perigo e avaliação 
de risco constituem a base de todo o Sistema de Gerenciamento de Saúde e Segurança 
Ocupacional. A Norma Regulamentadora 9 (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) 
exige que as empresas elaborem um documento para a identificação dos riscos. 
É indispensável saber identificar, analisar e avaliar os perigos e riscos, ou seja, “conhecer 
as características agressivas latentes em máquinas, equipamentos, energias, matérias-
primas etc., presentes em todo ambiente de trabalho, que podem causar acidentes ou 
doenças ao trabalhador” (VASCONCELOS, 2006).
No gerenciamento de riscos, após a identificação do risco, temos a fase de análise dos 
riscos, entendendo a natureza dos eventos já ocorridos. Esse tipo de processo é chamado 
de análise qualitativa, que será complementada com a análise quantitativa, que funciona 
verificando a probabilidade da ocorrência do evento e a sua severidade.
É fundamental que você saiba o seguinte:
O gestor de qualquer empresa deseja minimizar 
o risco, o que pode ser traduzido em maximizar a 
probabilidade de sucesso, lucro ou qualquer tipo 
de ganho. Neste sentido, quanto mais o gestor 
sabe sobre os potenciais riscos, mas ele estará 
apto a lidar com eles. [...] A análise de riscos 
procura identificar os riscos em potencial e os seus 
impactos [...]. (DUARTE, 2012, p. 25)
Importante
30
A realização de análises, investigações e ações preventivas são estratégias a ser adotadas 
de forma contínua para garantir a prevenção de acidentes de forma eficiente. 
Ações corretivas, tais como um treinamento constantes para novos funcionários, evita 
danos em geral, além de contribuírem para a redução da probabilidade de acidentes, 
devendo os mesmos procedimentos também ser adotados para trabalhadores antigos, 
de forma contínua (DUARTE, 2012). 
Análise quantitativa de riscos
A análise quantitativa de riscos permite quantificar, por meio de modelos matemáticos, 
os riscos identificados, visando a, principalmente, embasar os profissionais de segurança 
quanto à tomada de decisões relacionadas com a segurança tanto da instalação como 
também de regiões próximas que sofrem interferência do processo produtivo da empresa 
e do meio ambiente. Consiste em um dos elementos fundamentais para um programa 
de gerenciamento de riscos, permitindo que a alocação de recursos para a redução dos 
riscos seja justificada.A análise quantitativa de riscos permite quantificar, 
preventivamente, o risco de eventos como explosão, incêndio, 
dispersão de nuvem tóxica, entre outros. Assim, o gestor terá 
informação relevante e objetiva para tomada de decisão quanto 
ao gerenciamento dos riscos. (DUARTE, 2012, p. 23)
A análise quantitativa de riscos permite contabilizar os riscos existentes em um ambiente 
de trabalho, de forma que contribui para fornecer uma base objetiva para aceitação da 
presença de um risco ocupacional ou não, e, dessa forma, auxiliar na tomada de decisões 
e em seu nível de priorização, preparação dos trabalhadores e auxiliando no processo de 
redução dos riscos ocupacionais e promovendo a cultura prevencionista no ambiente de 
trabalho. É um processo contínuo que pode e deve ser revisado constantemente, e novos 
riscos sendo identificados, devem ser prontamente incorporados no processo. Veja a 
figura a seguir:
31
Figura 2: Organograma da análise qualitativa de riscos.
Início
Caracterização do 
empreendimento e da região
Identificação de perigos e 
consolidação dos cenários 
acidentais
Estimativa de efeitos físicos e 
vulnerabilidade
Existem efeitos que atingem 
pessoas situadas fora da 
instalação?
É possível reduzir os efeitos?
Estimativa de frequências
Estimativa dos riscos
11 Respostas SIM
Programa de gerenciamento 
de riscos
Fim
Medidas para a redução 
dos riscos
É possível reduzir os 
riscos?
Reavaliação do projeto
Medidas para redução 
dos efeitos físicos
Fonte: CETESB (2000) apud Duarte (2012, p. 26).
32
Análise qualitativa de riscos
A avaliação qualitativa acontece quando o profissional de segurança no trabalho realiza 
a inspeção no local de trabalho após a identificação de agente(s) de risco(s). A análise é 
realizada a partir da observação e comunicação com as pessoas envolvidas diretamente 
com a atividade laboral onde foi identificado o agente. Dessa forma, o mesmo poderá 
compreender e avaliar, de fato, a presença e o grau desse risco. Podem ser utilizados 
questionários que forneçam respostas. 
As avaliações qualitativas devem ser realizadas para mostrar o perfil da exposição 
em determinada tarefa. O resultado dessas avaliações pode antecipar controles para 
exposições perigosas, para reavaliação de exposições controladas e, estrategicamente, 
em um programa de avaliação de exposição a substâncias que não possuam limites de 
exposição ocupacional (MAGNANELLI, 2007). 
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professora sobre análise qualitativa e quantitativa.
33
Planejamento de respostas, monitoramen-
to e controle de riscos
O planejamento de respostas tem por objetivo recomendar, projetar, implementar e verifi-
car medidas de prevenção e controle de riscos, que devem ser integradas em programas 
bem gerenciados e sustentáveis. Essas medidas podem ser relativas ao processo e/ou 
ambiente de trabalho, ao trabalhador, e administrativas que envolvem a organização do 
trabalho (GOELZER, 2016).
O reconhecimento e a avaliação dos riscos são etapas fundamentais para a construção 
de um ambiente ocupacional conforme e seguro, porém não suficientes. Os agentes de 
risco só podem ser de fato evitados a partir do momento que são implementadas as 
medidas preventivas adequadas, associadas aos programas de prevenção e controle de 
riscos ocupacionais. 
Planejamento de resposta antecipada
A condição ideal é a de antecipação. Ou seja, de planejamento de resposta antecipada 
ao risco, reconhecendo-o e reconhecendo medidas de controle do mesmo. Esse tipo de 
ação depende de uma série de fatores como o planejamento assertivo de processos, 
equipamentos, máquinas e do próprio ambiente de trabalho. 
34
Segundo GOELZER (2016), a ação preventiva antecipada inclui:
• Avaliações prévias do impacto ocupacional e ambiental de novos processos de 
trabalho. 
• Escolha de tecnologias, processos, máquinas e equipamentos que produzam 
o menor risco possível tanto para a saúde como para a segurança, que sejam 
menos poluentes e de fácil e seguro acesso para limpeza e manutenção. 
• Localização adequada dos locais de trabalho, em relação às comunidades 
adjacentes e recursos naturais. 
• Incorporação, já no projeto, dos sistemas de prevenção e controle necessários, 
incluindo tratamento de efluentes e resíduos tóxicos. 
• Treinamento na operação e manutenção de equipamentos e máquinas, bem 
como dos sistemas de controle. 
• Treinamento para atuar nas situações de emergência. 
Importante
O profissional de segurança deve sempre trabalhar para conseguir eliminar qualquer 
agente ou fator que possa afetar a saúde nos ambientes de trabalho. Infelizmente nem 
sempre isso é possível. Nesse caso deve-se criar estratégias de monitoramento e controle 
do risco. O ciclo emissão, propagação e exposição do rico deve ser rompido a qualquer 
custo como forma de garantia da segurança e saúde do trabalhador. 
Monitoramento do risco
Segundo Korf (2011), o plano de monitoramento da saúde ocupacional deve considerar 
todo o monitoramento de todos e quaisquer agentes de perigo capazes de causar 
distúrbios à saúde do trabalhador devido à sua exposição com característica crônica, ou 
seja, que se caracteriza pela exposição a baixas doses e por evidência de sintomas em 
longo prazo. A estrutura do plano deverá apresentar os cenários e as medidas cabíveis 
para a realização do monitoramento. 
35
Controle do risco 
Segundo Goelzer (2016), quanto mais perto da fonte for a intervenção preventiva, mais 
eficaz será o resultado; quanto mais longe, maior a possibilidade de falhas. Portanto, a 
hierarquia dos controles deve ser: 
• Controle na fonte do risco. 
• Controle na transmissão (propagação) dos agentes de risco (entre a fonte e o receptor). 
• Controle no receptor do risco (trabalhador). 
Ainda segundo Goelzer (2016), a melhor estratégia enfatiza as medidas que modificam 
os processos e/ou o ambiente de trabalho de modo a prevenir ou controlar situações de 
risco, por meio de técnicas objetivas de engenharia, pois modificar o comportamento 
humano nem sempre é fácil e requer reforço constante. Entretanto, deve ser lembrado 
que o processo de trabalho não se resume ao ambiente físico, mas envolve pessoas 
(trabalhadores, supervisores, gerentes) cuja atitude e colaboração são essenciais. 
Aspectos como comunicação de risco e educação, práticas adequadas de trabalho e 
vigilância da saúde são sempre indispensáveis. 
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professora sobre identificação de riscos e perigos.
36
NA PRÁTICA
Uma empresa terceirizada que constrói programas de gerenciamento de riscos 
ocupacionais foi contratada por uma clínica odontológica. Em um primeiro 
momento, os profissionais realizaram inspeções por todos os ambientes da 
clínica com o objetivo de identificar riscos ambientais. No segundo momento, os 
mesmos realizaram avaliações qualitativas, por meio de entrevistas realizadas com 
trabalhadores, e quantitativas, através de pesquisas sobre acidentes anteriores que 
já ocorreram na clínica. A partir daí o planejamento de ações preventivas é construído, 
além do monitoramento e controle dos riscos que não podem ser neutralizados. 
37
Resumo da Unidade 2
Nesta unidade, você pôde entender que o Gerenciamento de Risco Ocupacional é o 
estudo dos fundamentos de análise de risco, perigo, incidente e acidente, com o objetivo 
de reconhecê-los, neutralizá-los ou, ao menos, minimizá-los com o intuito de reduzir ao 
máximo a exposição do trabalhador a uma atividade que possa trazer danos para a sua 
segurança e saúde. 
Em resumo, o trabalho de gestão do risco ocupacional pode evitar prejuízos financeiros 
para as empresas, devendo ser realizado de forma minuciosa, a partir de análises 
qualitativas e quantitativas apuradas dos riscos identificados, envolvendo, dessa forma, 
todos os membros da organização, principalmente da alta administração e de pessoas 
habilitadaspara que a efetividade dessa atividade alcance seu êxito (BERKENBROCK, 
2010).
CONCEITO
A identificação dos riscos consiste na percepção de situações, operações, eventos, 
produtos, substâncias e demais agentes que porventura possam ocasionar danos 
(impactos adversos) à saúde e segurança do trabalhador. Inicialmente, cada 
processo a ser avaliado é desdobrado, identificando-se suas diversas tarefas e seus 
perigos ou riscos e impactos adversos associados.
38
Referências 
ALMEIDA, A. B. Análise qualitativa de riscos ocupacionais em uma indústria vidreira. 
In: CONGRESSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 7., Ponta Grossa, 2017. Anais... 
Ponta Grossa, 2017. Disponível em: <http://www.aprepro.org.br/conbrepro/2017/down.
php?id=2683&q=1>. Acesso em: 24 fev. 2019.
BERKENBROCK, P. E.; BASSANI, I. A. Gestão do risco ocupacional: uma ferramenta 
em favor das organizações e dos colaboradores. Revista Interdisciplinar Científica 
Aplicada, Blumenau, v. 4, n. 1, p. 43-56. Disponível em: <http://rica.unibes.com.br/index.
php/rica/article/viewFile/360/318>. Acesso em: 24 fev. 2019.
DUARTE, H. O.; DROGUETT, E. A. L. Análise quantitativa de risco de uma unidade de 
recuperação de enxofre em uma refinaria de petróleo. GEPROS - Gestão da Produção, 
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2019.
HIRATA, M.H. Manual de Biossegurança. São Paulo: Manole, 2002.
KORF, E. P. et al. Diretrizes para programas de gerenciamento de riscos de acidentes 
ambientais e ocupacionais em instalações industriais. Paraná: Universidade Tecnológica 
Federal do Paraná. Revista Gestão Industrial, v. 7, n. 3: p. 60-74, 2011. Disponível em: 
<https://revistas.utfpr.edu.br/revistagi/article/download/679/705+&cd=13&hl=pt-BR&ct=
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LEITE, E. V. Análise e gerenciamento de riscos de processos industriais, 2012. 
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docman&task=doc_download&gid=47&Itemid=11>. Acesso em: 24 fev. 2019.
http://www.aprepro.org.br/conbrepro/2017/down.php?id=2683&q=1
http://www.aprepro.org.br/conbrepro/2017/down.php?id=2683&q=1
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http://www.levantaiprofetas.com.br/home/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=47&Itemid=11
39
MAGNANELLI, N. P. Avaliação qualitativa de riscos químicos: princípios básicos para o 
controle das substâncias nocivas à saúde em fundições. Rev. Bras. Saúde Ocup. São 
Paulo, v. 32, n. 116, p. 69-71, Dez. 2007 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.
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MEDEIROS, A. L. Gerenciamento de riscos e segurança no trabalho em unidades de saú-
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VASCONCELOS, F. D. L. Um método para a avaliação de risco para a gestão da seguran-
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http://www.periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/rbcs/article/view/12677/11434
http://www.infohab.org.br/entac2014/2006/artigos/ENTAC2006_2666_2675.pdf
http://www.infohab.org.br/entac2014/2006/artigos/ENTAC2006_2666_2675.pdf
Métodos de Gestão de Riscos I
UNIDADE 3
41
OBJETIVO
A evolução dos requisitos legais na área de segurança no trabalho reflete atualmente 
uma nova necessidade e mudança de paradigmas dentro das empresas. Grande parte 
dos acidentes é causada por falta de uma análise mais apurada do ambiente laboral, ou a 
falta de um gerenciamento contínuo das condições de trabalho. As consequências podem 
gerar prejuízos financeiros em alta escala, além do dano ao trabalhador, ao ambiente e 
até a morte. Existem diversas formas de promover a gestão dos riscos ocupacionais e 
alguns serão apresentados ao longo desta unidade. 
INTRODUÇÃO
Nesta unidade você será capaz de:
• Conhecer as diversas ferramentas utilizadas para auxiliar no gerenciamento de 
riscos ocupacionais.
42
APR: análise preliminar de riscos
As técnicas de análise de riscos são métodos eficazes no fornecimento de dados 
concretos para subsidiar o processo de análise e decisões organizacionais fundamentais 
para reduzir o risco de acidentes. As técnicas possuem fácil aplicação dada a grande 
generalidade e abrangência, podendo ser utilizadas em quaisquer ambientes produtivos 
(PEREIRA, 2015).
A análise preliminar de risco – APR é utilizada para identificar os perigos de uma operação 
ou de uma instalação de processos. Por meio da técnica de APR é provável identificar 
acidentes que porventura possam ocorrer na instalação. Essa técnica ainda pode ser 
aplicada na fase inicial de um projeto, com finalidade de verificar as possibilidades de 
modificações que reduzam ou até eliminem os riscos (FUNDACENTRO, 2002).
A análise preliminar do risco é considerada uma técnica de identificação de riscos 
associada à ocorrência de situações indesejáveis (incidentes, por exemplo). Tem como 
objetivo reduzir os riscos e os gastos financeiros que não tenham sido planejados no 
Programa de Gerenciamento de Riscos. 
Durante o estudo da APR é realizada uma avaliação qualitativa 
da frequência de ocorrência de alguns eventos, da severidade 
das suas consequências e do risco associado. À medida que 
cada perigo é identificado, as causas em potencial, os efeitos 
e a gravidade dos acidentes, bem como as possíveis medidas 
corretivas e/ou preventivas, são também descritas. Ao final da 
análise, uma lista de recomendações é obtida com o objetivo 
de aumentar a segurança do sistema e diminuir a probabilidade 
de ocorrência de eventos indesejáveis e de suas respectivas 
consequências (SELLA, 2014, p. 22).
A ferramenta APR é uma metodologia de fácil entendimento e execução, sendo bastante 
utilizada, documentada e testada nas empresas para obterem resultados de qualidade e 
confiabilidade na prevenção de acidentes (PEREIRA, 2015).
43
Segundo Sella (2014), a análise preliminar do risco deve analisar todos os possíveis 
eventos perigosos da unidade, incluindo tanto as falhas intrínsecas de equipamentos, 
instrumentos e materiais, quanto os erros humanos. Faz parte do desenvolvimento da 
APR a análise dos seguintes elementos:
• Equipamentos perigosos: sistemas de alta pressão e de armazenamento de energia.
• Materiais perigosos: materiais combustíveis, substâncias químicas altamente reativas 
e substânciastóxicas.
• Fatores externos: vibração, temperaturas extremas, descargas eletrostáticas e 
umidade.
• Procedimentos: procedimentos de operação, teste, manutenção e parada, 
comissionamento e emergência.
• Layout da instalação: disposição dos equipamentos de controle e dos equipamentos 
de proteção contra acidentes.
• Elementos de apoio à instalação: armazenamento, equipamentos de teste, treinamento 
e utilidades.
• Equipamentos/sistemas de segurança: sistemas de atenuação e redundância, 
extintores de incêndio e equipamentos de proteção pessoal.
• Erros humanos: erros operacionais ou de manutenção (SELLA, 2014, p. 23-24, grifo 
nosso).
A APR constitui-se de uma análise qualitativa eficaz na fase de concepção 
de um novo produto, sistema ou processo. Ou seja, deve ser escolhida como 
método de identificação de riscos quando a empresa decide desenvolver uma 
nova atividade, ou quando a empresa é nova. É uma ferramenta muito eficaz 
na identificação de fontes de perigo, no levantamento de suas consequências e 
de definição de medidas corretivas. A sua forma de aplicação é extremamente 
simples, sem muito aprofundamento técnico, o que acaba resultando em tabelas 
de fácil interpretação. Seu procedimento é de relevante importância quando feita 
a análise de sistemas novos e/ou pouco conhecidos (PEREIRA, 2015).
Importante
44
A análise preliminar de riscos tem por objetivo responder às seguintes perguntas (CATAI, 
2014 apud PEREIRA, 2015):
• O que pode acontecer de errado? 
• Com que frequência isto pode acontecer? 
• Quais as suas consequências? 
• Precisamos reduzir riscos e de que modo isto 
pode ser feito?
O desenvolvimento da APR segue o cumprimento de etapas básicas tais como de 
revisão de problemas; a verificação de procedimentos de operação; determinação dos 
riscos principais, identificando os riscos iniciais e contribuintes por meio da elaboração 
da série de riscos; eliminação ou controle dos riscos, identificação de responsáveis para 
ações corretivas e preventivas. No relatório devem constar a identificação do sistema, os 
subsistemas, as causas e consequências do risco, a categoria dos riscos encontrados 
e as medidas de prevenção e correção, objetivando eliminar ou minimizar os riscos 
(QUINTELLA, 2011). 
A análise preliminar de risco – APR deve ser minuciosamente estudada e 
elaborada de maneira compreensível por todos os envolvidos.
Para tanto, é importante buscar o máximo de informações com todos os funcionários 
da organização, além da realização de visitações e inspeções no local. Assim, facilita-se 
a compreensão da realidade do ambiente e da análise e avaliação de riscos presentes. 
MIDIATECA
Acesse a midiateca da Unidade 3 e veja o conteúdo complementar indicado pelo profes-
sor sobre a análise preliminar de risco – APR.
45
HAZOP: hazard and operability study
A técnica de HAZOP foi utilizada pela primeira 
vez na década de 1960 pela indústria britânica 
Imperial Chemical Industries Ltd. – ICI. A empresa 
buscava desenvolver um método para analisar 
perigos no processo a partir das condições 
básicas de operação, efetuando modificações 
nos parâmetros e observando as consequências 
dessas mudanças (NOLAN, 1994 apud SELLA, 
2014).
Segundo Quintella (2011), a técnica de HAZOP:
Realiza uma análise qualitativa do ambiente com 
o objetivo de identificar o perigo e os riscos, além 
de examinar as linhas de processo em sistemas 
industriais. 
Pode ser aplicada em equipamentos de processo e em 
sistemas em geral que envolvem atividades humanas. 
Foi inicialmente desenvolvido para ser utilizado nas 
fases preliminares de projetos, ou em modificações de 
processos já existentes. 
46
Sobre a técnica de HAZOP, é importante que você entenda o seguinte:
A técnica de HAZOP é uma metodologia qualitativa estruturada 
e sistemática para exame de sistemas (produtos, processos, 
plantas, atividades) e análise de riscos. Presume que eventos de 
risco são causados por desvios de projeto ou falhas operacionais. 
A identificação dos desvios é facilitada pela utilização de desvio 
de “palavras-guia”, que funcionam como uma lista sistemática 
de perspectivas de desvio (PQRI, 2014). Antes da utilização das 
palavras-guia devem ser destacados do processo os pontos 
específicos que são localizados nos fluxogramas do sistema 
estudado. Estes são denominados “nós” e são individualmente 
analisados. As palavras-guias são confrontadas com os 
parâmetros do processo (temperatura, pressão, nível etc.), 
gerando os possíveis problemas a serem estudados (REBELATO, 
2015, p. 12). 
Vamos agora estudar alguns conceitos importantes para o entendimento da ferramenta 
HAZOP, segundo Sella (2014)? 
1) Nós de estudo: são divisões que ocorrem nos fluxogramas com o objetivo de estudar 
os instrumentos e equipamentos do processo. 
2) Palavras-guia: são palavras utilizadas para qualificar ou quantificar os desvios de 
operação no intuito de instigar a discussão pelo grupo de gestores, sendo associadas 
aos parâmetros de processo (vazão, temperatura, pressão) e as usualmente utilizadas 
são: não, nenhum, mais, menos, também, entre outras.
3) Desvios: são afastamentos das intenções de operação que são desenvolvidas ao longo 
do processo, a partir da aplicação sistemática de palavras-guia. 
4) Causas: são os motivos pelos quais os desvios acontecem. 
5) Consequências: são os resultados decorrentes de um desvio.
6) Recomendações/observações: são as sugestões de alteração do projeto ao longo da 
sua execução.
47
O HAZOP é desenvolvido a partir de um trabalho em equipe em que as pessoas que 
exercem diferentes funções na organização são estimuladas a compreender os diversos 
problemas nas diferentes áreas do ambiente. A base conceitual da realização de técnica 
considera que uma pessoa, mesmo competente, trabalhando sozinha, frequentemente 
está sujeita a erros por desconhecer os aspectos alheios à sua área de trabalho. Assim, o 
desenvolvimento do HAZOP alia a experiência e competência individual com as vantagens 
indiscutíveis do trabalho em equipe (QUINTELLA, 2011).
O HAZOP é hoje indicado para uma série de atividades como ferramenta de análise 
qualitativa mais voltada para o conhecimento do processo, gerando análises mais 
aprofundadas dos processos e auxiliando na identificação de erros operacionais.
MIDIATECA
Acesse a midiateca da Unidade 3 e veja o conteúdo complementar indicado pelo profes-
sor sobre o método HAZOP.
48
AMFE: análise de modos e falhas e efeito
O FMEA (failure mode and effects analysis) – 
em português, AMFE (análise de modos e falhas 
e efeito) – é um método voltado à identificação 
de falhas presentes e ativas e seus efeitos em 
sistemas de produção e processos como um 
todo nas organizações, com foco em definir as 
melhores condutas para reduzir ou eliminar os 
riscos associados a cada falha identificada. 
Essa ferramenta avalia o grau de severidade de cada falha relativamente ao impacto 
causado aos funcionários, sua probabilidade de ocorrência e sua possibilidade de 
detecção. Com base nessas três informações, o FMEA leva ao cruzamento de quais 
modos de falha provocam os maiores riscos ao trabalhador e que, portanto, devem ser 
priorizados (PUENTE et al., 2002 apud REBELATO, 2015).
De acordo com Rebelato (2015), as etapas para a execução de FMEA são: 
a) Identificar modos de falha (eventos que resultam em redução da função e dos 
objetivos de desempenho do sistema) conhecidos e potenciais. 
b) Identificar os efeitos de cada modo de falha e a sua respectiva severidade ou 
gravidade sob o ponto de vista do usuário. 
c) Identificar as causas possíveis para cada modo de falha e a sua probabilidade 
de ocorrência. 
d) Identificar os meios de controle atuais do modo de falha e sua probabilidade 
de detecção (probabilidade de que a falha seja constatada antes que o produto 
chegue ao cliente). 
e) Avaliar o nível de prioridade de risco – NPR de cada modo de falha. 
Saiba mais
49
f) Avaliar se o patamar do NPR é aceitável ou não. 
g) Em caso de NPRem nível inaceitável, definir medidas para a eliminação 
ou redução do NPR. Isso é conseguido por meio de ações que aumentem a 
probabilidade de detecção ou reduzam a probabilidade de ocorrência da falha. 
h) Definir os responsáveis pela implantação das melhorias, por acompanhar a 
implantação e recalcular o NPR. 
i) Se o novo NPR estiver em nível ainda inaceitável, devem-se replanejar novas 
medidas de melhorias.
Segundo Rebelato (2015), para se determinar o risco associado a cada modo de falha, 
multiplica-se a pontuação da severidade – S pela ocorrência – O e pela detecção – D. 
Para classificar os riscos, pode-se ter, por exemplo, uma escala que vai de um a mil 
pontos, sendo um um baixíssimo risco e mil, um risco crítico ao usuário.
O FMAE é considerado um método de avaliação quase totalmente quantitativo. Sua 
escolha é definida pela característica mais abrangente, possibilitando a identificação de 
possíveis riscos e suas consequências, ao mesmo tempo que as avalia. método proativo 
e de avaliação semiquantitativa. Estima o risco por meio da gravidade das falhas, 
frequência e detecção, possibilitando uma comparação entre as mesmas. É considerado 
um método bastante completo, que reúne um escopo vasto de informação sobre o objeto 
em estudo (LOURENÇO, 2015).
Alguns outros métodos no mesmo registo poderiam ser aplicados, como o método da 
matriz de risco, mas considerou-se mais completo o AMFE por abranger não somente 
dois parâmetros principais, mas sim três. Para além disso, o AMFE pressupõe uma 
pormenorização superior acerca da identificação das falhas e consequências e consegue 
priorizar as intervenções necessárias na minimização do risco, sendo que a matriz de 
risco, na sua aplicação original simplificada, apenas classifica as falhas em categorias, 
dependendo da zona da matriz (REBELATO, 2015).
50
Segundo Lourenço (2015), a metodologia foi criada em 1949 pelas Forças Armadas 
norte-americanas, ganhando especial notoriedade na década de 1960, quando aplicada 
à missão Apolo 11, em que o homem pisa o solo lunar pela primeira vez com sucesso. No 
final da década de 1970, a Ford Motor Company introduziu o AMFE pela primeira vez na 
indústria (automóvel, neste caso), como principal modo de análise de riscos, uma vez que, 
embora tenha sido inicialmente desenvolvido por militares, o uso do AMFE é extensível e 
aplicável a diversas áreas, dada a sua versatilidade de adaptação a cada caso particular.
Ainda segundo Lourenço (2015), o método tem como lema “faça o melhor que conseguir 
com o que tem” e pode ser empregado em qualquer altura, mas usualmente é aplicado 
nas seguintes situações:
• Quando novos sistemas, equipamentos, processos ou serviços são feitos. 
• Quando novos sistemas, equipamentos, processos ou serviços estão prestes a mudar. 
• Quando novas aplicações são encontradas para sistemas, equipamentos, processos 
ou serviços.
• Quando são consideradas melhorias para sistemas, equipamentos, processos ou 
serviços. 
• Como pode ser utilizado sempre pelo prisma da melhoria contínua e inovação 
empresarial e tecnológica, nunca será considerado completo e dispensável, embora 
a literatura considere que esteja concluído quando todas as operações tenham sido 
identificadas e avaliadas e todos os pontos críticos e significativos sejam tidos em 
conta no plano de controlo.
A análise de risco feita por meio do AMFE tem essencialmente como objetivos:
• Identificação e percepção da totalidade das potenciais falhas, suas causas e 
seus efeitos. 
• Estimativa do risco associado às falhas, causas e efeitos, priorizando as 
ações corretivas. 
• Identificação e implementação de ações corretivas nos casos mais 
necessários, mitigando o risco.
Importante
51
O AMFE feito por uma equipe de produção essencialmente focada na otimização do 
processo, trabalhará no intuito de descobrir a gravidade que as falhas poderiam ter para 
o processo, analisando uma falha por vez. Uma situação comum de acontecer é ter a 
gravidade das consequências das falhas retratada em um cenário financeiro, sendo a 
otimização do lucro e a minimização dos custos o foco também do processo. 
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sor sobre a análise de modos e falhas e efeito – AMFE.
NA PRÁTICA
Uma empresa precisa realizar o PPRA para cumprimento de requisitos legais e 
também porque se preocupa com a saúde e segurança dos seus trabalhadores. Para 
tanto, contratou o serviço terceirizado de uma empresa de engenharia e segurança no 
trabalho. A empresa contratada, após avaliar o tipo de ambiente laboral desenvolvido 
pela empresa, indica a utilização do FMEA como metodologia para identificação de 
possíveis falhas no processo produtivo, além de ser um método que propõe o passo 
a passo de condutas a serem desenvolvidas para prevenir a exposição aos possíveis 
riscos identificados. 
52
Resumo da Unidade 3
Ao longo dos anos, os profissionais da área de segurança ocupacional sentiram a 
necessidade de padronizar o processo de avaliação dos riscos ambientais. Para tanto, 
algumas técnicas eficazes no fornecimento de dados concretos para subsidiar o processo 
de análise e decisões organizacionais fundamentais para reduzir o risco de acidentes 
foram criadas, conforme você pôde ver nesta unidade. Essas técnicas são de fácil 
aplicação, podendo ser utilizadas nos mais diversos ambientes de processo produtivo. 
CONCEITO
O FMEA é um método voltado à identificação de falhas presentes e ativas e seus 
efeitos em sistemas de produção e processos como um todo nas organizações, com 
foco em definir as melhores condutas para reduzir ou eliminar os riscos associados a 
cada falha identificada.
53
Referências
CETESB. Norma P4.261 – risco de acidente de origem tecnológica – método para decisão 
e termos de referência. São Paulo, 2011. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/
userfiles/file/servicos/normas/pdf/P4261-140414.pdf>. Acesso em: 19 fev. 2019.
FUNDACENTRO. Prevenção de acidentes industriais maiores. Um código de práticas 
de OIT. Ministério do Trabalho e Emprego, 2002.
LOURENÇO, J. G. Aplicação do método de análise de riscos AMFE às fases de recepção, 
armazenamento, pré-limpeza, preparação da semente e extracção na Iberol. Lisboa, 
2015. Disponível em: <https://fenix.tecnico.ulisboa.pt/downloadFile/563345090415157/
MEQ%20-%20Joana%20Lourenco%20-%20Dissertacao%20-%2070250.pdf>. Acesso 
em: 19 fev. 2019.
PEREIRA, K. C. D. Aplicação da ferramenta APR em atividades de construção civil 
(monografia). UTFPR. Curitiba, 2015. Disponível em: <http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/
jspui/bitstream/1/6662/1/CT_CEEST_XXX_2015_28.pdf>. Acesso em: 19 fev. 2019.
QUINTELLA, M. C. Adaptação e aplicação da técnica HAZOP na identificação de 
risco na área de serviço de saúde: estudo de caso Hemocentro/Unicamp (tese). 
Unicamp. Campinas, 2011. Disponível em: <http://repositorio.unicamp.br/bitstream/
REPOSIP/266864/1/Quintella_MonicaCaldeira_D.pdf>. Acesso em: 19 fev. 2019.
REBELATO, M. C. et al. Estudo comparativo entre os métodos FMEA e HAZOP 
aplicados à produção de etanol. 2015. Disponível em: <https://www.researchgate.net/
publication/281478654_ESTUDO_COMPARATIVO_ENTRE_OS_METODOS_FMEA_E_
HAZOP_APLICADOS_A_PRODUCAO_DE_BIOETANOL>. Acesso em: 19 fev. 2019.
SELLA, B. C. Comparação entre as técnicas de análise de risco APR e HAZOP. 
Universidade Tecnológica Federal do Paraná. 2014. Disponível em: <http://repositorio.
roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/3521/1/CT_CEEST_XXVIII_2014_06.pdf>. Acesso 
em: 19 fev. 2019.
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https://www.researchgate.net/publication/281478654_ESTUDO_COMPARATIVO_ENTRE_OS_METODOS_FMEA_E_HAZOP_APLICADOS_A_PRODUCAO_DE_BIOETANOL
http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/3521/1/CT_CEEST_XXVIII_2014_06.pdf
http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/3521/1/CT_CEEST_XXVIII_2014_06.pdf
Métodos de Gestão de Riscos II
UNIDADE 4
55
OBJETIVO
As empresas precisam considerar, em primeira instância, o trabalho como um tipo de 
atividade que pode representar riscos, em maior ou menor grau para o trabalhador. Nesse 
sentido, reconhecer e gerenciar esses riscos torna-se atividade primordial para prevenir 
acidentes ocupacionais.
INTRODUÇÃO
Nesta unidade, você será capaz de:
• Compreender as técnicas e os métodos utilizados para otimizar o planejamento 
da gestão do risco.
56
TIC: Técnica de incidentes críticos
Para iniciar nosso estudo, vamos entender a diferença entre incidente e incidente crítico?
Incidente é definido como um tipo de observação da atividade humana que permite 
prognósticos e conclusões acerca de uma determinada situação ou evento.
Já o incidente crítico pode gerar uma contribuição 
significante a essa mesma situação ou evento, 
de forma positiva ou não, a partir da coleta de 
dados, por meio de pesquisas de serviços e 
abordagem, solicitando, em entrevistas, que os 
participantes descrevam uma história referente 
a uma determinada experiência sobre um tema 
específico. Essa pessoa então, por meio da 
Técnica de Incidentes Críticos, lembra-se dos 
elementos que chamaram sua atenção, positivos ou negativos. Essa técnica pode ser útil 
no caso em que os fenômenos minoritários ameaçam ser encobertos no centro de uma 
onda dominante de notas de satisfação elevadas (FISHER, 2009). 
Os incidentes críticos também são por vezes conhecidos como 
“momentos de verdade”. Segundo Vavra (1997, p. 108), esta 
expressão foi primeiramente adoptada em 1987, por Jan Carlzon, 
antigo presidente da Scandinavian Airlines Systems (SAS). A 
expressão é inspirada de “moment de veridad”, quando o toureiro 
espanhol está em face do touro e se prepara para o matar (Vilares 
e Coelho 2005). Também Edvardsson (1988) fala em “momentos 
de verdade”. Para “Incidente crítico” significa uma situação 
problemática e desagradável que coloca certas exigências nos 
recursos da empresa, especialmente no seu pessoal. Existem 
os momentos de verdade que, de forma especial, permanecem 
na memória dos consumidores a longo prazo, sendo que um 
incidente crítico assinala as necessidades de mudança na 
empresa. Em termos gerais, um incidente crítico é um contacto 
entre um cliente. (SERRANO, 2009, p. 20)
57
Vamos ver, agora, como alguns autores conceituam incidente crítico?
Foguel afirma que:
Essa técnica consiste em um conjunto de procedimentos para 
a coleta de observações diretas do comportamento humano, de 
modo a facilitar sua utilização potencial na solução de problemas 
práticos e no desenvolvimento de amplos princípios psicológicos, 
delineando também procedimentos para a coleta de incidentes 
observados que apresentem significação especial e para o 
encontro de critérios sistematicamente definidos. (FOGUEL, 2014 
p. 4)
Para Monteiro (2017), a Técnica de Incidentes Críticos é um método que identifica erros e 
condições inseguras que podem culminar na ocorrência de acidentes potenciais, utilizando, 
para tanto, técnicas não muito sofisticadas, principalmente quando o tempo é restrito. A 
técnica tem como objetivo a detecção de incidentes críticos e o tratamento dos riscos 
que eles representam. Para tanto, utiliza-se de um grupo de entrevistas representativas 
dentre os principais departamentos da empresa, procurando representar as diversas 
operações da organização dentro das diferentes categorias de risco (MONTEIRO, 2017).
Segundo Foguel (2014), a Técnica de Incidentes Críticos teve sua origem em 
1941, com a sistematização realizada por J.C. Flanagan mediante estudos 
comportamentais realizados no Programa de Psicologia da Aviação da Força 
Aérea dos Estados Unidos da América. Entre 1941 e 1945, vários estudos 
foram realizados no intuito de identificar exigências críticas determinantes 
para o sucesso ou fracasso de uma determinada atividade.
Curiosidade
58
Chell e Pittaway (1998, apud FISCHER, 2009) descreveram a análise de incidente crítico 
como um método de entrevista qualitativo que tem como objetivo facilitar a investigação 
de eventos, incidentes, processos ou problemas, descritos pelo entrevistado da forma 
como foram conduzidos, e seus resultados em termos da percepção dos efeitos. O 
objetivo é entender de fato como um determinado incidente ocorreu pela análise do relato 
do entrevistado, considerando elementos cognitivos, afetivos e comportamentais. 
Para finalizar, é importante que você entenda que a Técnica de Incidentes Críticos identifica 
os perigos e os quase acidentes de pequena gravidade que não foram relatados por outras 
análises de risco. É utilizada nos sistemas e instalações em sua fase operacional, tendo 
como base de estudo os eventos, comportamentos, condições de trabalho, instalações e 
relações entre trabalhadores e equipamentos e máquinas presentes no ambiente laboral.
Acesse a Midiateca da unidade 4 e veja o conteúdo complementar indicado pelo 
professor na mídia 1.
MIDIATECA
59
Diretiva de SEVESO e Convenção 174 da OIT
Diretiva SEVESO
A preocupação internacional com relação a questões de sustentabilidade e preservação 
ambiental não é recente, porém, somente nas últimas décadas do século XX essa 
vertente ganhou espaço nas agendas políticas de organizações intergovernamentais e 
não governamentais, multinacionais e também de sindicatos. 
A primeira experiência internacional para a prevenção de acidentes 
maiores deu-se em junho de 1982, com a publicação, na União 
Européia, da Diretiva 82/501/ECC, mais conhecida como “Diretiva 
Seveso”, em decorrência dos inúmeros acidentes maiores 
ocorridos na Europa, como Feysin, na França (1966); Flixborough, 
na Inglaterra (1974); Beek, na Holanda (1975); e, Seveso, na Itália 
(1976). O acidente de Seveso contribuiu de uma forma dramática 
para o crescimento da preocupação pública com os riscos 
industriais associados à produção de substâncias químicas, pois 
houve danos de grandes proporções, tanto à saúde coletiva como 
ao meio ambiente, acelerando a necessidade de uma resposta 
regulamentadora da segurança de instalações químicas. 
Seveso tornou-se, ao lado de Bhopal (1984) e Chernobyl (1986), 
representação das doenças de nossa civilização tecnológica. 
(MARCHI; FUNTOWICZ; RAVETZ, 2000 apud GODINI, 2006, p. 7)
Segundo Vieira (2016), a Diretiva SEVESO tem como objetivos identificar as fontes de 
perigo, aplicar metodologias de análise e avaliação de risco, avaliar o cenário do acidente 
e avaliação da adequação das técnicas e medidas de prevenção, controle e mitigação de 
riscos.
Em 1985, após o acidente de Bhopal, a Environmental Protection Agency (EPA) iniciou, 
nos Estados Unidos, um programa com o intuito de mobilizar ações comunitárias de 
emergência em caso de acidentes com substâncias químicas. Outras ações envolvendo 
a sociedade e o Estado americano, com o objetivo de promover a saúde e a segurança 
do trabalhador e do meio ambiente deram origem, pela Occupational Safety and Health 
60
Administration (OSHA), à versão final da legislação americana para proteção dos 
trabalhadores em ambientes ocupacionais a acidentes ampliados. A legislação recebeuo nome de Process Safety Management of Highly Hazardous Chemicals, tendo entrado 
em vigor em 26 de maio de 1992. (PUIATTI, 2000 apud GODINI, 2009). 
A Diretiva SEVESO estabeleceu uma lista de substâncias e produtos químicos que 
deveriam estar sob controle, além de uma série de medidas de segurança, planos de 
urgência e determinações para os Estados-membros a partir de uma adoção de medidas 
necessárias que deveriam ser exercidas nas atividades laborais de risco. Também foi 
tomada uma série de medidas de segurança apropriadas, bem como foi determinada 
a obrigatoriedade de utilização de equipamentos além de treinamento de trabalhadores 
envolvidos nas atividades de riscos comprovados. 
Para algumas fábricas, foi definida a necessidade de notificar às autoridades competentes 
a utilização de substâncias perigosas no processo produtivo. Por fim, foi estabelecido 
o passo a passo de planos de intervenção e de emergência em caso de acidentes de 
grandes dimensões.
Convenção 174 da OIT
Segundo a Organização Internacional do Trabalho – OIT (2010), a Convenção nº 174 tem 
como tema a prevenção de acidentes industriais maiores, considerando a necessidade 
de assegurar a adoção de medidas apropriadas para:
Prevenir acidentes maiores.
Reduzir ao mínimo os riscos de acidentes maiores.
Reduzir ao mínimo as consequências desses acidentes maiores.
61
A OIT, na 80º sessão de sua conferência geral, realizada em Genebra, em 
02/08/1993, aprovou a convenção 174, que trata da prevenção de acidentes 
industriais maiores, cujos principais objetivos são: prevenir a ocorrência de 
acidentes maiores; minimizar os riscos de acidentes maiores e seus efeitos. 
A convenção traz uma série de recomendações para implementação de 
programas para prevenção de acidentes maiores em instalações industriais, 
contemplando ações a serem adotadas por governos, indústrias e trabalhadores 
(SILVA, 2005, p. 2).
Importante
Devem ser consideradas também as causas dos acidentes, como erros da empresa, erros 
humanos, defeitos de componentes, desvios de condições normais de funcionamento, 
influência de fatores externos, e mesmo a ocorrência de fenômenos naturais. A convenção 
pode e deve ser aplicada nas instalações sujeitas a riscos de acidentes maiores. 
Segundo Brasil (2010), a convenção não se aplica a:
• Instalações nucleares e usinas que processem substâncias radioativas.
• Exceção dos setores dessas instalações nos quais se manipulam substâncias não 
radioativas.
• Instalações militares.
• Transporte fora da instalação distinto do transporte por tubulações.
Segundo a OIT (2010), a expressão “substância perigosa” designa toda 
substância ou mistura de substâncias que, em razão de suas propriedades 
químicas, físicas ou toxicológicas, isoladas ou combinadas, constitui um perigo.
Saiba mais
62
A expressão “instalação sujeita a riscos de acidentes maiores” designa a 
instalação que produz, transforma, manipula, utiliza, descarta ou armazena, 
de uma maneira permanente ou transitória, uma ou várias substâncias 
ou categorias de substâncias perigosas, em quantidades que excedam a 
quantidade-limite.
A expressão “acidente maior” designa todo evento subitâneo, como emissão, 
incêndio ou explosão de grande magnitude, no curso de uma atividade em 
instalação sujeita a riscos de acidentes maiores, envolvendo uma ou mais 
substâncias perigosas e que implica grave perigo, imediato ou retardado, para 
os trabalhadores, a população ou o meio ambiente. (BRASIL, 2010, p. 15).
Importante
A convenção deve ser implementada a partir de políticas que promovam no ambiente 
laboral que contém instalações de alto risco, um conjunto de medidas voltadas à proteção 
do trabalhador e das instalações. 
Acesse a midiateca da Unidade 4 e veja o conteúdo complementar sobre a OIT, 
indicado pelo professor.
MIDIATECA
63
Plano de emergência 
Pode-se definir um plano de emergência como um conjunto de regras e procedimentos 
predefinidos e estruturados no intuito de propiciar resposta rápida e eficiente em casos de 
situações emergenciais. O plano de emergência constitui um instrumento preventivo de 
gestão de segurança, responsável desde a identificação do risco até o estabelecimento 
de meios e estratégias de ação frente a um acidente. 
Segundo Cardella (1999), a função controle de emergência é o 
conjunto das ações que visam obter o controle das situações nas 
quais os fatores do risco emergem como fatos atuais, ameaçando 
produzir danos e perdas, enquanto que, o sistema de gestão da 
função controle de emergência é o conjunto de instrumentos 
que a organização utiliza para planejar, operar e controlar suas 
atividades no exercício da função controle de emergência. (SILVA, 
2005, p. 4)
O objetivo primordial do plano de emergência é preservar a vida dos trabalhadores, além 
das instalações e do meio ambiente, reduzindo ao máximo as consequências de uma 
situação adversa não evitada.
 
Um plano de emergência se aplica a toda situação de crise que demande ações de 
socorro às pessoas, proteção da propriedade ou do meio ambiente. Controlar emergência 
é adquirir o poder de levar a situação para o estado que se julgar mais conveniente 
(CARDELLA, 1999 apud SILVA, 2005). 
64
Em uma situação de emergência, em uma unidade industrial, há no mínimo 
os riscos de acidentes pessoais e de incêndio. Porém, caso a indústria 
utilize produtos químicos, devem ser considerados os riscos inerentes aos 
produtos ou às reações que esses produtos podem provocar (incêndios, 
explosões e emissões). Acidentes naturais, como os riscos de inundações e 
desmoronamentos, também devem ser considerados como potencializadores 
de riscos industriais específicos ou de grandes vias de circulação (BRASIL, 
2010). 
Saiba mais
Segundo a OIT (2010), com relação a cada instalação sujeita a risco maior, os empregadores 
deverão criar e manter um sistema documentado de controle de risco que preveja:
• Identificação e estudo dos perigos e avaliação dos riscos, levando em conta a 
probabilidade de substâncias entrarem em contato entre si e as consequências desse 
contato.
• Medidas técnicas que definam a seleção das substâncias químicas e como utilizá-
las, Além de prever inspeção sistemática, manutenção e operação da instalação.
• Planos e procedimentos de emergência que compreendam: preparação de planos 
e procedimentos eficazes de emergência local, inclusive atendimento médico 
emergencial, a serem aplicados no caso de acidentes maiores ou de ameaça de 
acidente, com testes e avaliações periódicos de sua eficácia e revisão, quando 
necessário.
• Fornecimento de informações sobre possíveis acidentes e planos internos de 
emergência a autoridades e órgãos responsáveis pela preparação de planos e 
procedimentos de emergência para proteção do público e do meio ambiente fora do 
local da instalação; toda consulta necessária a essas autoridades e a esses órgãos.
• A melhoria do sistema, incluindo medidas para a coleta de informações e análise 
de acidentes ou quase acidentes. As experiências assim adquiridas deverão ser 
debatidas com trabalhadores e seus representantes e registradas em conformidade 
com a legislação e a prática nacionais.
65
É importante que você saiba que:
A legislação nacional através da lei 6514/77, e portaria 3214/78, 
especificamente nas normas reguladoras 22, 23 e 29 não é 
omissa, nota-se que há uma preocupação com os aspectos 
emergenciais nas diversas atividades industriais, principalmente 
em relação aos recursos materiais e formação de pessoal para 
combate a incêndio e primeiros socorros, uso de sistemas de 
alerta e alarmes, como também elaboração do plano de controle 
de emergência – PCE. Os trabalhadores, através do Seminário 
Nacional de Riscos de Acidentes Maiores, ocorrido no município 
de Atibaia, no estado de São Paulo, em dezembro de 1995, sob a 
coordenação da Confederação Nacional dos Químicos da Central 
Única dos Trabalhadores (CNQ/CUT), também contribuíram 
com recomendações para o controle e preparação, através de

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