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Como cultivar mais vegetais - John Jeavons

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Como Cultivar Mais Vegetais
john jeaVons
Ecology Action of the Midpeninsula
Uma cartilha do estimulante método de CULTIVO BIOINTENSIVO de horticultura sustentável
8a 
EDIÇÃO
Ten Speed preSS
Berkeley
(e frutas, castanhas, bagas, grãos e outras culturas)
* do que você jamais pensou que fosse possível em menos espaço que você possa imaginar
Como Cultivar 
MAIS VEGETAIS*
Copyright © 1974, 1979, 1982, 1991, 1995, 2002, 2006, 2012 de Ecology Action of 
the Midpeninsula
Todos os direitos reservados. Publicado nos Estados Unidos por Ten Speed Press, 
uma impressão do Grupo Crown Publishing, uma divisão de Random House, Inc., 
New York.
www.crownpublishing.com
www.tenspeed.com
Ten Speed Press and the Ten Speed Press colophon are registered trademarks of 
Random House, Inc.
www.growbiointensive.org
www.bountifulgardens.org
www.commongroundinpaloalto.org
Veja também: www.johnjeavons.info
 Informação de Catalogação de Publicação da Livraria do Congresso
Jeavons, John. 
Como cultivar mais vegetais: (e frutas, castanhas, bagas, grãos e outras culturas) do 
que você jamais pensou que fosse possível em menos espaço que você possa imaginar 
/ John Jeavons. Tradução de Nicolau, Carlos Henrique.
 p. cm.
 Inclui referências bibliográicas e índice.
 1. Horticultura. 2. Agricultura orgânica. I. Título. 
 SB324.4J43 2012
 635—dc23
 2011040066
ISBN 978-1-60774-189-3
eISBN 978-1-60774-190-9 
Tradução para o Português (Brasil): Carlos Henrique Nicolau 
www.casaemtransicao.hotglue.me
Revisão: Michele Côrrea Lau
Impresso nos Estados Unidos
Projeto por Betsy Stromberg
Ilustrações por Pedro J. Gonzalez, Ann Miya, Susan Stanley, Sue Ellen Parkinson, 
Betsy Jeavons Bruneau, e Dan Miller
Fotos nas páginas 14 e 235 por Cynthia Raiser Jeavons
Fotograia de capa (abóbora) e fotograia da espiral cortesia de Bountiful Gardens
Fotograia de capa (acelga vermelha) iStockphoto.com/swalls
Fotograia de capa (solo) iStockphoto.com/AdShooter
Fotograia de capa (botas vermelhas) iStockphoto.com/cjp
10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 
Oitava Edição
DEDICADO À CYNTHIA RAISER JEAVONS
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . viii 
PREFÁCIO por Alice Waters . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ix
NOTA DO TRADUTOR. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . x
PREFÁCIO ação ecológica e o Projeto Chão Comum 
pela Equipe Ação Ecológica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . xi
INTRODUÇÃO Criando solo, Construindo o Futuro . . . . . . . . . . . . . . . . 1
A História e Filosofia do Método de CULTIVO BIOINTENSIVO – Como usar 
este livro
1 Criação e Manutenção de solo Profundo . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Começando – Ferramentas Corretas • Esquematizando seus canteiros • Tipos 
de Preparação Profunda de Solo • Procedimento Geral de Dupla-Escavação 
• Considerações para Escavação Inicial em Solos Muito Pobres • Canteiros 
preparados
2 sustentabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Fertilidade Sustentável do Solo • A Perda de Nutrientes e Húmus do Solo • 
Adição inicial de Húmus e Nutrientes ao Solo • 100% de Sustentabilidade 
Impossível • A Necessidade de Mais de 99% de Sustentabilidade • Busca da 
Sustentabilidade pela Ação Ecológica • Como Planejar a Fertilidade de Seu 
Solo
3 o Uso do Composto e a Fertilidade do solo . . . . . . . . . . . . . . 47
Um Sistema “Natural" • Funções do Composto • O Processo • Solo e Outros
Materiais na Pilha de Composto • Instalando a Pilha • Tamanho e Tempo •
Construindo a Pilha • Regando a Pilha • Cura do Composto e Taxas de Apli-
cação • Comparando os Métodos de Compostagem • Materiais para usar ao
mínimo ou nem usar • Benefícios do Composto no Solo • Construindo uma
Pilha de Composto Passo-a-Passo • Todo Composto Não é Igual
4 Fertilização. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
Testando o Solo • Coletando Uma Amostra de Solo • pH • Fontes Recomen-
dadas de Nutrientes • Adicionando Fertilizantes e Composto • Fertilização 
Mais Sustentável 
5 sementes de Polinização aberta, Propagação de sementes, 
espaçamento Curto e Conservação de sementes . . . . . . . . . .81
Plantando a Semente • Sementeiras • Solo das sementeiras • Algumas Causas de 
Má Germinação • Repicando as Mudas • Transplantando • Preenchendo Espaços 
Vazios • Plantando pelas Fases da Lua • Regando • Sombreamento • Miniestufas 
• Fatores Chave de Água • Capinando • Plantando na Estação 
6 Plantas Companheiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
Saúde • Rotações • Nutrindo o Solo • Complementaridade Física • Relações 
com Ervas, Insetos e Animais
7 Um sistema Inter-relacionado de Cultivo de alimentos: 
Criação e manutenção de um sistema natural equilibrado 
com Insetos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .127
Predadores naturais • Outras Iniciativas
8 Gráficos Mestres e Planejamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 138
Códigos das Letras • Vegetais e Hortaliças • Culturas Calóricas, Proteicas, de 
Grãos e Oleaginosas • Cultivos de Composto, Carbônicos, Matéria Orgânica, 
Forragem e Cobertura • Cultivos Energéticos, Fibras, Papel e outros • Cultivo 
de Árvores e Canas • Tabela de Espaçamento de Flores • Tabela de Espaça-
mento de Ervas • Planilha de Planejamento
9 exemplos de Planos de Cultivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .195
apêndices
APêNDICE 1 Ferramentas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 207
APêNDICE 2 a eficácia do método de CULTIVo BIoInTensIVo na 
melhoria da Produção sustentável e na Criação de solo . . . 229
APêNDICE 3 Publicações da ação ecológica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 235
APêNDICE 4 organizações e Informações Relacionadas . . . . . . . . . . . . . 241
APêNDICE 5 Filiação e encomendas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 243
ÍNDICE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 245
SOBRE O AUTOR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 257
viii 
AGRADECIMENTOS
Betsy Bruneau, Rachael Leler, Tom Walker, Craig Cook, Rip 
King, Bill Spencer, George Young, Claudette Paige, Kevin Raftery, 
Marion Cartwright, Paka, Phyllis Anderson, Wayne Miller, Paul 
Hwoschinsky, Dave Smith, Steve and Judi Rioch, Louisa Lenz, Bill 
Bruneau, Dean Nims, Tommy Derrick, Carol Cox, Cynthia Raiser 
Jeavons, Rose Raiser Jeavons, Dan Whittaker, Shirley Coe, David 
Basile, Jed Diamond, Sensei, John Raiser, Helen Raiser, Jennifer 
Raiser, Phill Raiser, Victoria Raiser, Sheila Hilton, Mia Walker, Bill 
Somerville, John Beeby, Salvador Diaz, Bill Liebhardt, Jack e Vir-
ginia Jeavons, John Doran, Emmanuel Omondi, Joshua Machinga, 
Sandra Mardigian, Fernando Pia, Juan Manuel Martinez Valdez, 
Mercedes Torres Barreiro, e, especialmente, Jennifer Ungemach, 
Carol Vesecky, Vicci Warhol, Mary Zellachild, William Wardlaw e 
Patrícia Arnold, Maryanne Mot e Herman Warsh, Richard Rath-
bun, Mike e Diane Griggs, Steve e Carol Moore, Clancy Drake, 
Jasmine Star, Langtry Williams, Mark Larratt-Smith, Gayle Fill-
man, Jed Diamond, Karina MacAbee, Julian Gorodsky, Ellen Bar-
tholomew, Brian Bartholomew, Randy Fish, Dawn Grifn, Marie �
Laure Roperch, Jake Blehm, Mark House, Robert de Gross, Patricia 
Becker, Don Larson, Veronica Randall, Betsy Stromberg,membros 
da Ação Ecológica, e amigos, todos têm feito contribuições impor-
tantes para o conteúdo desse livro e seu espírito. 
Nós assumimos responsabilidade por quaisquer incorreções que 
tenham sido incluídas, elas são nossas e não de Alan Chadwick ou 
Stephen Kafka. Este livro não pretende ser um trabalho exaustivo 
no assunto, mas apenas um trabalho de simples completude. A 
maioria de nós na Ação Ecológica é um cultivador de nível iniciante 
a intermediário. O propósito deste livro é trazer à quanto mais pes-
soas possível, um método de horticultura e vida bonito e dinamica-
mente vivo. 
 ix
PREFÁCIO POR ALICE WATERS
Nos primórdios do Chez Panisse, quarenta anos atrás, nós 
tínhamos que implorar por feijões decentes, pegar limões das árvores 
de vizinhos, e caçar longe uma variedade de produto de qualquer 
qualidade. Mas a agricultura tem evoluído na Califórnia. Nós agora 
trabalhamos com, segundo última contagem, perto de cinquenta 
propriedades locais, de pequena escala, dirigidas por famílias e que 
cultivam – orgânica e sustentavelmente – as frutas e vegetais da 
estação que são a fundação de nossa culinária. Em grande parte, nós 
temos que agradecer à John Jeavons por isso. 
Eu conheci John no vigésimo aniversário do Chez Panisse, e ele 
se preparava para o vigésimo aniversário da Ação Ecológica. Nós 
dois tínhamos muito a celebrar. O trabalho que John havia começado 
em um pequeno jardim em Stanford havia inspirado pequenas 
propriedades em quase todo continente, ele já tinha trabalhado com 
os Peace Corps no Togo, ajudado a fundar um centro de agricultura 
no Kenya, lecionado no México, e apoiado programas na Rússia e 
Filipinas. Seu trabalho deu certo na inspiração, e a um ritmo rápido 
o suiciente para nos dar esperança real de que seremos capazes de 
cultivar comunidades sustentáveis ao redor do mundo.
Os métodos de John não são nada miraculosos. Ele tem 
demonstrado que quase qualquer solo pode ser preparado para 
o plantio de alimentos, e que inacreditáveis quantidades de 
produções de alta qualidade podem ser cultivadas, mesmo nas mais 
devastadas terras. Ele tem trabalhado incansavelmente para trazer 
autossuiciência para as mais pobres populações nas partes mais 
pobres do mundo. Enquanto escrevo, ele está se preparando para 
dividir seu método com os cinco mil produtores de pequena escala 
dos cento e trinta e um países esperados no Terra Madre, o encontro 
bianual de agricultores em Turin, Itália, organizado pelos eco 
gastrônomos do Slow Food International. Não posso imaginar lugar 
mais apropriado para a disseminação de suas ideias. 
Vandana Shiva, uma sincera ativista indiana da alimentação, tem 
dito que as quintas são zonas de paz neste planeta. Uma revolução 
pacíica na agricultura – que eu gosto de chamar de revolução deliciosa 
– começou, e John é um de seus mais brilhantes líderes. Como Cultivar 
mais Vegetais pode ser um dos mais importantes guias de “como fazer” 
jamais escritos. 
x 
NOTA DO TRADUTOR
Em geral, os seguintes critérios foram estabelecidos no texto:
1) Foi utilizado o Sistema Internacional de Medidas (S.I.U.) 
ou, em alguns casos, as unidades mais usuais. Foram utilizadas as 
seguintes unidades de medida:
 a) comprimento: milímetro (mm), centímetro (cm), metro 
(m), onde no original usou-se inches ou foot.
 b) massa: grama (g), ou quilo (kg), onde no original usou-se 
pounds, ou ounces,
 c) área: metro quadrado, onde no original usou-se square 
foot.
 d) Volume: centímetro cúbico (cm3), litro (L) ou metro 
cúbico (m3), onde no original usou- se cubic feet ou cubic yard.
 e) Temperatura: graus Celsius (ºC), onde no original usou-
se Farenheit (ºF)
2) O arredondamento das medidas foi usado, sendo feita a 
aproximação ao número inteiro ou fração decimal mais próxima.
3) Em relação à fauna e lora, foram selecionados, quando pos-
sível, os nomes a partir das respectivas nomenclaturas cientíicas, 
sendo escolhidos os correspondentes populares em português com 
menor teor de ambiguidade. Ainda assim, a acuidade da tradução 
só pode ser garantida acessando-se os nomes na língua original, 
devendo também ser lembrado que muitas espécies são nativas da 
América do Norte, o que diiculta a sua tradução.. 
xi
PREFÁCIO
ação ecológica e o 
Projeto Chão Comum 
pela Equipe Ação Ecológica
oBjeTIVo da ação eCoLóGICa: Agir como um catalisador, instruir 
professores e treinar estudantes
O trabalho tem sido sempre válido apesar do contínuo desaio em 
atrair apoio forte e atual. A maior qualidade deste empreendimento 
é a infalível estamina e dedicação de John Jeavons. Muitas vezes, 
quando todos nós perguntamos, “Isso funciona?” ele responde, 
“Como nós faremos para que isso funcione?” Está se tornando 
inacreditavelmente claro que o CULTIVO BIOINTENSIVO – Micro-
Produção Sustentável será uma parte importante na solução da 
fome e desnutrição, da diminuição de suplementos energéticos, 
desemprego e exaustão e perda de terras aráveis, se os desaios 
sociais e políticos puderem ser cumpridos.
Após quarenta anos de testes, o CULTIVO BIOINTENSIVO 
de alimentos tem produzido benefícios fantásticos. Safras podem 
atingir médias de 2 a 6 vezes às da agricultura americana, e 
algumas poucas podem atingir até 31 vezes – uma vantagem em 
tempos de pico de alimentos. Mas ainda há mais a aprender; por 
exemplo, ainda estamos trabalhando para desenvolver um sistema 
de solo perfeitamente saudável. A compostagem e o cultivo de 
calorias apresentam os maiores desaios por que eles são cruciais 
xii Ação Ecológica e o Projeto Chão Comum
para alcançar as necessidades nutricionais das pessoas e do solo. 
Experimentos incluem alfafa, feijões de fava, trigo, aveias, cardos 
e confrei. Até agora, nossas colheitas são de uma a cinco vezes 
maiores que a média americana para estes cultivos. O uso de água 
está bem abaixo da agricultura comercial por quilo de alimento 
produzido, e cerca de 33% a 12% das técnicas convencionais, por 
unidade de área cultivada. Isso é especialmente importante em um 
mundo que alcançou o pico de água.
O gasto energético, expresso em quilocalorias de insumos, é de 
6% a 1% do usado pela agricultura comercial, e ajuda a enfrentar o 
desaio do pico de petróleo. O corpo humano é ainda mais eiciente 
do que qualquer máquina que tenhamos sido capazes de inventar. 
Diversos fatores contradizem a concepção popular de que este é 
um método de trabalho intensivo. Usar ferramentas manuais pode 
parecer mais trabalhoso, mas as colheitas mais do que compensam. 
Mesmo a 1 dólar por quilo no atacado, abobrinhas podem trazer de 
$18 a $32 por hora, dependendo do tempo de colheita, porque são 
fáceis de cultivar, manter e colher. O tempo gasto na preparação do 
solo é mais do que compensado depois, em menor necessidade de 
capina, desbaste, cultivo e outras tarefas por unidade de área e por 
unidade de colheita. Irrigação e colheita manuais parecem ser o que 
toma mais tempo. Preparação inicial do solo, incluindo fertilização 
e plantio, pode tomar de 5 a 9 horas e meia a cada 9 metros 
quadrados de canteiros cultivados. Consequentemente, o tempo 
gasto diminui drasticamente. Uma nova ferramenta de escavação, 
a Barra em U, tem reduzido subsequentemente a preparação dos 
canteiros para até poucos 20 minutos. Uma nova ferramenta de 
irrigação manual que rega mais rapidamente e mais gentilmente 
também está sendo desenvolvida.
A natureza tem respondido às nossas perguntas originais 
com uma abundância ainda maior que esperávamos, e temos 
direcionado nossas pesquisas para a mais importante questão 
que pode ser perguntada em qualquer sistema agrícola: Isso é 
sustentável? Atualmente o método de CULTIVO BIOINTENSIVO1 
usa 50%, ou menos, de fertilizantes comprados quando comparado 
ao uso de agricultores comerciais. Podemos manter todos os níveis 
de nutrientes no lugar, uma vez que eles foram construídos e 
balanceados? Ou algum aditivo externo serásempre necessário? 
Precisamos olhar mais atentamente para todos os nutrientes: 
nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio e micro minerais. Qualquer 
um pode ter bons cultivos em bom solo, enriquecendo às custas 
das riquezas acumuladas da natureza. O método de CULTIVO 
BIOINTENSIVO aparece para permitir a qualquer um pegar 
 Ação Ecológica e o Projeto Chão Comum xiii
“o pior solo possível” (avaliação de Alan Chadwick sobre nosso 
lugar de pesquisa original em Palo Alto) e transformá-lo em um 
jardim abundante ou mini fazenda. O monitoramento preliminar 
de nosso processo de criação de solo, por um cientista em solos da 
Universidade da Califórnia, foi provavelmente a mais importante 
informação coletada sobre nosso local inicial. O monitoramento 
contínuo irá revelar novos segredos e prover esperança para 
pessoas com solos marginais, desgastados ou desertiicados. No 
entanto, uma resposta completa para a questão de longo prazo da 
fertilidade sustentável do solo irá requerer ao menos cinquenta 
anos de observação, ao passo que o solo vivo se modiica e cresce! 
Nós continuamos a trabalhar com essa oportunidade. Porque não 
criarmos ecossistemas de esperança?
Nove anos de cultivo e testes no jardim urbano e mini fazenda 
da Ação Ecológica chegaram ao im em 1980 devido ao término 
de nosso contrato de aluguel e uma nova construção no terreno. 
Assim como outras terras agricultáveis nos Estados Unidos, 
nossos amáveis canteiros sucumbiram à pressão da urbanização. 
A urbanização nos preparou para um lugar rural. As instalações 
da mercearia e as linhas elétricas foram trocadas por céus abertos 
e espaço para plantar mais ervas, lores, vegetais, feijões, grãos e 
culturas de composto que jamais imaginamos. Na Mini fazenda 
Chão Comum, em Willits, Califórnia, estamos usufruindo de um 
lugar permanente onde podemos plantar árvores de todos os tipos 
– para alimento, combustível e beleza. Outros projetos incluem um 
campo autofertilizante composto de ervas aromáticas e trevos, e uma 
mini fazenda funcional. Em 1973, nós estimamos inicialmente que 
uma pessoa com uma pequena propriedade (1/8 a 1/2 acre) poderia 
produzir cultivos que gerassem rendimentos de $5.000 a $20.000 
por ano (de R$100 a $400 por semana), após quatro ou cinco anos. 
No entanto, uma senhora na Ilha de Vancouver, British Columbia, 
estava ganhando em torno de $400 por semana, cultivando vegetais 
gourmet para restaurantes, em 1/16 de acre, vinte anos depois 
de nosso começo. Em princípio, ela pensou que não seria possível, 
mas quando ela tentou os cultivos para proventos, funcionou. 
Depois ela passou suas habilidades para outras vinte mulheres. As 
culturas incluíam couve manteiga, acelgas, beterrabas, beterraba 
forrageira, espinafre, cebolinhas, alho, rabanetes, alface romana 
e bibb, abobrinha, pepinos, abóbora pattypan e lavanda. Melhor 
que somente procurar a Ação Ecológica em busca de respostas, nós 
esperamos que você se envolva e tente o CULTIVO BIOINTENSIVO 
por si mesmo! Como este livro demonstra, as técnicas são simples de 
usar. Não são necessários grandes gastos com capital para começar. 
Nota: O método de CULTIVO 
BIOINTENSIVO é muito eficiente 
em energia, muito porque ele 
depende do trabalho do capaz e 
eficiente corpo humano, ao invés do 
trabalho das máquinas. Uma pessoa 
consome anualmente em alimentos 
a energia equivalente a 123 litros de 
gasolina. Em contraste, o carro mais 
econômico gastará o mesmo em 
um mês ou dois de simples direção. 
Imagine o combustível consumido 
por um trator em um ano!
xiv Ação Ecológica e o Projeto Chão Comum
As técnicas funcionam em climas e solos variados. Agricultores 
americanos estão alimentando o mundo, mas a mini produção pode 
dar às pessoas conhecimento e empoderamento para que alimentem 
a si mesmas.
Colado na parede de nosso centro local de desenvolvimento, 
existia um irônico guia chamado 50 Coisas Realmente Difíceis que 
Você pode Fazer para Salvar a Terra. O segundo item era “Cultive 
todos seus próprios vegetais”. Nós tínhamos que rir. Havíamos 
mudado para nossa nova minifazenda em Willits com um plano 
para autossuiciência em alimentos a curto prazo. Isso foi há 
quarenta anos atrás. Nós ainda somos gozados pela vizinhança por 
corrermos para o mercado de produtores para comprar milho verde, 
cenouras e outros vegetais e frutas para alimentar uma extensa 
família de equipe, aprendizes, internos e amigos em nosso centro 
de pesquisa. Prioridades de pesquisa muitas vezes interferem no 
cultivo de nossos próprios vegetais e frutas. É difícil pesquisar, 
escrever, publicar, ensinar, fazer contatos ao redor do mundo – e 
cultivar – tudo ao mesmo tempo!
Rachael Leler disse: “Meu primeiro jardim foi um total fracasso. 
Eu planejei, cavei e plantei, mas ainda não havia aprendido como 
cultivar. Agora minha aula favorita de ensinar é sobre compostagem. 
Eu trago uma jarra de vidro com resíduos– uma poção viscosa de 
cascas de batata, borras de café e as rosas apodrecidas da semana 
passada. A outra jarra contém composto – cheiro doce, de terra, e vivo, 
e, a propósito, nada a ver com o peneirado e homogeneizado produto 
vendido em centros de agricultura. Estas duas jarras me lembram da 
mágica transformação de um jardim: saúde do lixo, riquezas do lixo. 
Eu posso “ver” a mágica imediatamente, apesar de ter levado anos 
para que compreendesse isso!”
Betsy Bruneau, sênior da equipe, tem uma ainidade por 
pequeninas formas de vida. Ela nos ensinou a apreciar a variedade 
ininita de líquens que se pegam em pedras nuas e árvores caídas, 
criando solo para formas de vida maiores ainda por vir. As pessoas 
costumavam trazer insetos para nossa loja para identiicá-los. A 
primeira resposta de Betsy era usualmente um sussurado “Que 
lindo!” Ela admirava-se com os mandarovás de cores intensas do 
tomate, com as intrincadas marcas nas conchas de sábios e velhos 
caracóis e com o fato de tesourinhas serem ótimas mães.
Nós vivemos em uma era de consumo, onde somos 
constantemente exortados a nos medirmos por nossas posses. Não 
importa quão ricos planejemos ser, algo de humano em nós diz 
que nosso verdadeiro valor é reletido por aquilo que nós mesmos 
criamos. Porquê não fazê-lo cheio de vida ao invés de poluído. 
 Ação Ecológica e o Projeto Chão Comum xv
Nossa vizinha Ellen passou todo o dia fazendo conservas de feijão 
trepador e picles, e ainda trabalhou até meia noite para inalizar 
uma fornada de framboesas. Uma de suas observações é: “Não há 
descanso para o jardineiro... mas há sempre sobremesa!”
Cultivar nem sempre é fácil, mas as recompensas são pessoais 
e divertidas. Para a maioria de nós, o meio ambiente é o que está 
ao nosso redor, separado das atividades humanas. Cultivar oferece 
a chance de nos tornarmos parceiros da natureza. A recompensa 
não é somente uma salada do quintal ou uma reluzente jarra de 
pêssegos. Cultivar é o processo de cavar o solo, iniciar pequenas 
sementes, observar uma pequena macieira crescer. Cultivar é uma 
educação em observação, harmonia, honestidade e humildade – em 
saber e entender nosso lugar no mundo.
Mas o impacto também é global. Alan Chadwick sentiu que 
cultivar era o único caminho para prevenir outra guerra mundial 
– para trazer uma paz viva e ativa na Terra, trabalhando com 
forças de vida saudáveis, criativas e positivas. Ao fazermos isso, 
nos tornamos um com estas forças de vida. Ele sentiu que “ao 
soprarmos vida de volta ao solo, nós sopramos vida de volta a nós 
mesmos.” Os tomates cultivados em casa não requerem combustível 
para transporte, embalagens para serem enviadas ao aterro, 
decisões políticas sobre quem está autorizado a trabalhar nos 
campos ou quais níveis de poluentes são aceitos em nossos lençóis 
d'água. A natureza não é sempre um Jardim do Éden. Alguma 
parceria é requerida para trazer o melhor tanto da natureza 
quanto das pessoas. “Dê à Natureza e ela o retribuirá em gloriosaabundância” era um dos ditos favoritos de Chadwick. O cultivo 
e micro produção nos dão a oportunidade de participar da sutil 
transformação de desertos em delícias. (N. do T.: no original, em 
inglês, desert into dessert). Tudo que precisamos fazer é começar 
com um canteiro e cuidar bem dele, e teremos começado o processo 
emocionante, expansivo e de entrega, de dar vida e saúde à Terra e a 
nós mesmos.
NOTAS FINAIS
 1 Neste livro você verá os termos cultivo biointensivo e Biointensivo. Ambos 
referem-se à programas, projetos e indivíduos usando algo ou mais, respec-
tivamente, das técnicas biologicamente intensivas antes da Ação Ecológica 
registrar a marca, em 1999, do CULTIVO BIOINTENSIVO, e/ou não usando 
todos os aspectos do CULTIVO BIOINTENSIVO, que têm o objetivo de maxi-
mizar sistemas fechados de produção sustentável de alimentos. 
xvi
1
INTRODUÇÃO 
Criando solo, 
Criando o Futuro
Temos um emocionante desaio à nossa frente. Como podemos 
revitalizar nosso extraordinário planeta, assegurando vida e 
saúde para o ambiente, para as formas de vida da miríade de 
ecossistemas, humanidade e gerações futuras? A resposta está 
mais próxima de nós do que a comida que consumimos todos os 
dias. Podemos começar a criar um mundo melhor exatamente 
de onde estamos – em jardins caseiros e pequenas propriedades. 
Milhões de pessoas em mais de 140 países já estão usando as 
técnicas de CULTIVO BIOINTENSIVO de Micro Produção 
Sustentável em direção à um mundo melhor. 
Nós “plantamos” como comemos. Se consumimos alimentos que 
foram cultivados usando métodos que inadvertidamente esgotam 
o solo no processo de crescimento, nós somos responsáveis pela 
exaustão do solo. É assim que estamos “cultivando”. Se, em vez 
disso, nós cultivamos ou requeremos alimentos cultivados de modo 
a sanar a Terra, então estamos curando a Terra e seu solo. Nossa 
escolha alimentar diária faz a diferença. Podemos escolher nosso 
sustento enquanto ampliamos a vitalidade do planeta. No processo, 
preservamos recursos, respiramos um ar mais limpo, desfrutamos 
de bons exercícios e comemos alimentos puros.
Quais são as dimensões do desaio de cultivar alimentos que 
dão energia ao solo? Práticas correntes da agricultura destroem 
declaradamente aproximadamente 3 quilos de solos para cada 
Eles estão criando pessoas 
todos os dias, mas não estão 
criando mais terra.
— WILL RoGeRs
2 Criando Solo, Criando o Futuro
meio quilo de alimento produzido1. As áreas de cultivo nos Estados 
Unidos estão perdendo solo supericial 18 vezes mais rápido do que 
a taxa de formação do solo. Esta perda não é sustentável. De fato, 
só restam ao mundo aproximadamente de 33 a 49 anos de solo 
agricultável que valha.2
Porque isso está acontecendo? Práticas de agricultura 
convencional frequentemente exaurem o solo 18 a 80 vezes mais 
rápido do que a natureza o constrói. Este fenômeno acontece 
quando o húmus (matéria orgânica curada) do solo é usado e não 
é reposto, quando os padrões de cultivo são usados de forma a 
esgotar a estrutura do solo e quando minerais são removidos do 
solo mais rapidamente do que podem ser repostos. Até mesmo a 
agricultura orgânica provavelmente exaure o solo de 9 a 67 vezes 
mais rápido do que a natureza pode criá-lo, ao importar matéria 
orgânica e minerais de outros solos, que, assim, se tornam cada vez 
mais empobrecidos. O resultado planetário é uma redução em rede 
da qualidade global do solo.
Em contraste, as técnicas usadas no CULTIVO 
BIOINTENSIVO de Micro produção Sustentável podem criar o 
solo 60 vezes mais rápido que a natureza3. O objetivo geral das 
técnicas de CULTIVO BIOINTENSIVO, que distinguem estas 
técnicas das práticas Biointensivas, é a miniaturização da produção 
de alimentos em um sistema fechado. O CULTIVO BIOINTENSIVO 
pressupõe o uso das seguintes oito técnicas em um sistema fechado 
que não usa nenhuma substância química. Dez anos atrás, a Ação 
Ecológica cunhou o termo “CULTIVO BIOINTENSIVO” para 
referir-se a este estilo de produção.
As técnicas Biointensivas incluem:
Preparação profunda do solo, que desenvolve a boa estrutura do 
solo. Uma vez que a estrutura está estabelecida poderá ser mantida 
por muitos anos com um cultivo supericial de 5 centímetros 
de profundidade (até que a compactação necessite outra vez de 
preparação profunda do solo).
O uso de composto (húmus) para fertilidade do solo e nutrientes.
Pequeno espaçamento de plantas, como na natureza. 
Plantio sinergético de combinações de plantio para que as 
plantas que crescem conjuntamente melhorem umas às 
outras.
 Criando Solo, Criando o Futuro 3
Cultivo eiciente em carbono, no qual aproximadamente 60% 
da área de plantio é plantada com sementes de duplo propósito 
e cultivos de grãos para a produção de grandes quantidades de 
material carbônico para composto e quantidades signiicantes de 
calorias dietéticas.
Cultivo eiciente em calorias, no qual aproximadamente 30% da 
área de plantio é plantada com cultivos de raízes especiais, como 
batatas, alho poró alho, pastinacas e tupinambos, que produzem 
uma grande quantidade de calorias para a dieta por unidade de 
área.
O uso de sementes de polinização aberta para preservar a 
diversidade genética.
Um sistema de agricultura integral e inter-relacionado. 
Quando o CULTIVO BIOINTENSIVO é usado apropriadamente 
– com todos seus componentes e todos seus resíduos reciclados e 
suiciente matéria orgânica cultivada para assegurar que cada 
propriedade possa produzir composto suiciente para criar e manter 
a fertilidade sustentável do solo – o CULTIVO BIOINTENSIVO 
Micro produção Sustentável pode criar solo rapidamente e manter 
sua fertilidade sustentável. É como cada um de nós usa o CULTIVO 
BIOINTENSIVO, ou outras práticas de cultivo de alimentos, que 
faz a verdadeira diferença!
A combinação destas técnicas torna possível uma grande 
redução de recursos comparados às práticas da agricultura 
convencional, enquanto aumenta a fertilidade do solo e a 
produtividade.
 • Uma redução de 67% a 88% no consumo de água por unidade 
de produção
 • Uma redução de 50% ou mais no montante de fertilizantes 
comprados na forma de fertilizantes orgânicos requeridos por 
unidade de produção
 • Uma redução de 94% a 99% no montante de energia usada 
por unidade de produção
 • Um aumento de 100% na fertilidade do solo, enquanto a 
produtividade aumenta e o uso de recursos diminui
Nota: Mais de 6 bilhões de formas 
de vida microbianas podem viver 
em 5 gramas de composto curado, 
aproximadamente o tamanho de 
um quarteirão.
4 Criando Solo, Criando o Futuro
 • Um aumento de 200% a 400% na produção calórica por 
unidade de área
 • Um aumento de 100% nos rendimentos por unidade de área
No entanto, o CULTIVO BIOINTENSIVO de Micro produção 
Sustentável (ou qualquer outra prática de agricultura sustentável) 
não é uma panaceia. Se não usadas apropriadamente, as práticas de 
CULTIVO BIOINTENSIVO podem esgotar o solo mais rapidamente 
que outras práticas de agricultura por causa da alta produtividade. 
Mas, acima de tudo, usar somente uma abordagem para cultivar 
alimentos não seria vital. Seria uma outra forma de “mono-cultivo” 
em um ecossistema mundial vivo que se desenvolve na diversidade. 
No futuro, enfoques sustentáveis serão provavelmente uma síntese, 
uma colagem sustentável de:
 • CULTIVO BIOINTENSIVO
 • Agroloresta
 • Plantio direto de alimentos de Fukuoka
 • Agricultura Tradicional Asiática de arroz alagado com algas 
cianofíceas
 • Agricultura “árida” de chuvas naturais
 • Agricultura indígena
Estas técnicas de cultivo de alimentos são apenas parte de um 
futuro sustentável. Para preservar a diversidade genética 
animal e vegetal da qual todos dependemos, precisaremos 
manter metade das terras agricultáveis do mundo selvagens, 
em estado natural. Ao começarmos a usar os preceitos 
sustentáveis de cultivo de alimento, das terras e da conservaçãode recursos, mais áreas selvagens permanecerão intocadas, logo 
mais diversidade animal e vegetal em perigo na Terra poderá ser 
preservada. Esta riqueza de diversidade genética é necessária se o 
planeta no qual vivemos existe para manter a abundância.
Geralmente, os desaios da fome mundial, da degradação do 
solo e da diminuição de recursos parecem ser tão avassaladores 
que tendemos a procurar por grandes soluções, tais como o envio de 
quantidades massivas de grãos, a criação de cultivos miraculosos 
A população aumentará 
rapidamente, mais rápido que 
em tempos antigos, e de longe 
a mais valiosa de todas as 
artes será a arte de obter uma 
subsistência confortável no 
menor pedaço de terra.
—aBRahaM LInCoLn
 Criando Solo, Criando o Futuro 5
de alta produtividade, ou o estabelecimento de infraestruturas - 
empréstimos bancários, compra de maquinários e fertilizantes, 
mercados e estradas. Estas soluções criam dependência a longo 
prazo. O que é tão emocionante sobre um enfoque pessoal é que 
este procura responder a questão “Como podemos nos capacitar 
para darmos conta de nossas necessidades?” Soluções pessoais 
terão aplicações tão variadas como pessoas, solos, climas e culturas. 
Nossa pesquisa é uma das propostas sustentáveis, o CULTIVO 
BIOINTENSIVO, um caminho para as pessoas começarem a 
desenvolver suas soluções. 
Nosso trabalho cultivou uma preocupação pessoal sobre a 
fome mundial e a desnutrição, ampliado por uma avaliação sóbria 
da insustentabilidade dos métodos correntes mais dominantes de 
produção da nossa comida. Chegamos a acreditar que se podemos 
determinar o menor pedaço de terra e recursos necessários à uma 
pessoa para suprir todas as suas próprias necessidades de uma 
forma sustentável, nós podemos chegar a uma solução pessoal. 
E se uma pessoa pudesse, em uma pequena área, facilmente 
cultivar todas as culturas que supririam todo alimento, roupas, 
materiais de construção, materiais para composto, sementes e 
rendimentos para um ano inteiro? Perguntamos se alguém sabia 
a menor área requerida. Ninguém sabia. Então começamos nossa 
busca de 40 anos (ainda contando).
Da maneira que a humanidade está vivendo e aumentando a 
população, não seremos capazes de prover nossa própria comida 
necessária se não criarmos um solo vivo a tempo do pico de solos 
agricultáveis. Os gráicos no Apêndice 2 ilustram como em menos 
de dois anos, haverá somente uma média abaixo de 836 metros 
quadrados de terra agricultável por pessoa para um grande número 
de pessoas. Também precisamos deixar metade desta terra em seu 
estado natural e selvagem, para preservar a diversidade genética 
animal e vegetal em ecossistemas prósperos. Por sua vez isso 
permitirá aos ciclos da Natureza proverem uma vida maravilhosa 
para todos nós.
Por isso, muitas das terras teoricamente acessíveis se tornam 
limitadas a 418 metros quadrados, e esta disponibilidade pode ser 
limitada além disso, ao tornar-se a água menos disponível para 
culturas de água. A ONU-FAO relatou que, em menos de 13 anos, 
em 2025, com o aumento da limitação de água disponível, mais de 
dois terços da população mundial, em torno de 5 bilhões de pessoas, 
não terão água suiciente para cultivar alimentos suicientes. Com 
o CULTIVO BIOINTENSIVO de Micro Produção Sustentável , 
pode ser possível cultivar todo o alimento para a nutrição de uma 
6 Criando Solo, Criando o Futuro
pessoa, assim como alimento para o solo, em menos de 370 metros 
quadrados, sem muita diiculdade – e com menos de 67% a 88% de 
água por quilo de alimento produzido. Isso é importante, uma vez 
que 70% a 80% da água usada por pessoas é usada na agricultura. 
Se todos tivermos o desejo, podemos transformar a escassez de água 
em abundância. 
A crise energética não está em um barril de óleo, está 
primeiramente em nós mesmos!
Também acreditamos que o CULTIVO BIOINTENSIVO 
pode produzir mais rendimentos por acre do que as práticas de 
agricultura convencional. Lutando por um cultivo de qualidade, 
uma pessoa pode assim ser capaz de prover uma dieta e 
rendimentos com um solo vivo mais do que suiciente para suas 
necessidades. O esforço produzirá um renascença humana e 
uma cornucópia de alimentos para todos.
O mundo todo está se tornando urbanizado. Atualmente, 
91% das pessoas na Índia vivem em cidades. Em breve, 90% das 
pessoas na China serão urbanas. Japão, México e Quênia estão 
importando aproximadamente 60% de suas calorias. Pessoas estão 
se mudando para cidades em busca de uma vida melhor e maior 
“segurança alimentar”, ainda que cada vez mais a oferta mundial de 
alimentos excedentes esteja diminuindo. E se não fossemos capazes 
de importar alimentos à um preço razoável, ou de modo algum? 
A maioria das pessoas do mundo perdeu as técnicas de cultivo. 
Os chineses costumavam chamar seus agricultores de Bibliotecas 
Vivas, porque sabiam que os agricultores sabiam mais do que 
eles haviam aprendido na escola, que seus pais ou de milênios de 
experiência e tradição. Eles os sentiam em suas mãos e corações. 
Precisamos reaprender isso! A cultura Hananoo nas Filipinas 
se desenvolveu na Idade da Pedra. Eles ainda prosperam. Seus 
membros são analfabetos. Oitenta por cento de suas conversas 
durante as refeições são sobre cultivo de alimentos, e suas crianças 
brincam de agricultor. Esta cultura tem mais de 200 cultivos, um 
sistema de rotação de 5 anos com 40 variedades de arroz cultivadas a 
cada ano – para que, caso o clima esteja quente, frio, úmido ou seco, 
tenham uma boa colheita de calorias! A cultura Maia na Guatemala 
sobreviveu enquanto outras civilizações ao seu redor pereceram. 
Eles o izeram, em parte, através do cultivo biologicamente intensivo 
de alimentos por zonas. Ninguém sabe porque esta cultura tão 
habilidosa e inteligente eventualmente desapareceu. Existem 
muitas possibilidades, incluindo doenças, mas uma delas é de que 
as práticas de cultivo de alimentos possam não ter sido usadas com 
total sustentabilidade. Muitas culturas pereceram por práticas 
A segurança de nosso 
futuro agora depende do... 
desenvolvimento de novas e 
mais produtivas tecnologias de 
cultivo.
—LesTeR BRoWn
 Criando Solo, Criando o Futuro 7
insustentáveis no solo. A África do Norte costumava ser o celeiro de 
Roma – até que foi cultivada à exaustão. Agora é em grande parte 
um deserto. O Deserto do Saara costumava ser uma loresta, até ser 
cortada com muita frequência. À taxa que o mundo tem se tornado 
desertiicado desde 1977, o planeta deve estar completamente 
desertiicado em apenas 70 anos. Talvez hajam menos de 33 a 49 
anos de terras agricultáveis remanescentes no mundo.
Todos temos uma oportunidade agora de nos tornarmos 
instruídos na agricultura! O mundo gastou seus últimos 30 anos 
tornando-se instruído em computadores. Porque não gastarmos os 
próximos 30 anos nos tornando instruídos na agricultura? Se podemos 
ir à lua e voltar com toda nossa inteligência, habilidade e sabedoria, 
nós podemos construir solo – e este bolo esponjoso vivo pode cultivar 
alimentos para nós, e mais bons materiais para composto, para 
enriquecer nossos solos. A revista Newsweek uma vez chamou o solo 
produzido por métodos de cultivo biologicamente intensivos de sacher 
torte, ou confeitaria de alta qualidade, na agricultura. 
Podemos pensar que isso seja impossível, ainda que uma 
cultura da Antiga Idade da Pedra no norte do Irã há 10.000 
anos atrás cultivasse suas necessidades calóricas em apenas 
20 horas por ano – 20 minutos por dia por 60 dias – de acordo 
com antropólogos. Vamos nos dar uma quíntupla desvantagem e 
trabalhar no redescobrimento de como cultivar todo nosso alimento 
em apenas 100 horas por ano por pessoa!
Como podemos viver melhor com menos recursos? Isso é 
possível! 
Porque não começar agora e evitar a pressa? 
8 Criando Solo, Criando o Futuro
a história e Filosofia do Método de 
CULTIVo BIoInTensIVo
O métodode CULTIVO BIOINTENSIVO de horticultura é uma 
arte quieta e vital de agricultura orgânica que conecta pessoas 
com todo o universo – um universo em que cada um de nós é uma 
parte interligada com o todo. Pessoas encontram seu lugar ao se 
relacionarem e cooperarem em harmonia com o sol, ar, chuva, 
solo, lua, insetos, plantas e animais, em vez de tentar dominá-los. 
Todos estes elementos nos ensinarão suas lições e farão por nós a 
jardinagem, se apenas os observarmos e ouvirmos. Nos tornamos 
gentis pastores provendo as condições para o crescimento da planta.
A agricultura biologicamente intensiva data de quatro mil anos 
atrás na China, dois mil anos na Grécia e mil anos na América 
Latina. De fato, a cultura Maia cultivou alimentos desta maneira 
em seus lares em um esquema de vizinhança. Esta é uma das 
razões pela qual sua cultura sobreviveu enquanto outras ao redor 
entravam em colapso.
O método de CULTIVO BIOINTENSIVO é a combinação de 
duas formas de horticultura praticadas na Europa durante o século 
18 e começo do século 19. Técnicas francesas intensivas foram 
desenvolvidas nos séculos 17 e 18 fora de Paris. Culturas eram 
cultivadas em 45 centímetros de esterco de cavalo, um fertilizante 
que estava prontamente disponível. Eram cultivadas tão próximas 
umas das outras que quando as plantas estavam maduras suas 
folhas podiam se tocar. O curto espaçamento provia um microclima 
e uma cobertura viva que reduzia o crescimento de ervas daninhas 
e ajudava a manter a umidade do solo. Durante o inverno, jarros 
de vidro eram colocados entre as sementes para dar-lhes um início 
precoce. Agricultores plantavam mais de nove safras durante o ano 
e ainda podiam cultivar melões durante o inverno.
Técnicas biodinâmicas foram desenvolvidas em meados de 1920 
por Rudolf Steiner, um brilhante ilósofo e educador austríaco. Seu 
trabalho começou após a introdução de fertilizantes e pesticidas 
químicos. Inicialmente, apenas fertilizantes nitrogenados eram 
utilizados para estimular o crescimento. Depois, fósforo e potássio 
eram adicionados para dar força às plantas e minimizar doenças 
e problemas com insetos. Eventualmente, micro-minerais eram 
adicionados às despensas químicas para completar a dieta das 
plantas. Os nutrientes físicos, individualmente, em forma de sal 
solúvel em fertilizantes químicos, não eram nem completos nem 
refeições vitais para as plantas, causando desequilíbrios que 
 Criando Solo, Criando o Futuro 9
atraíam doenças e insetos. Tais fertilizantes causaram mudanças 
químicas no solo que daniicaram sua estrutura, mataram a vida 
microbiana benéica e reduziram em muito a habilidade do solo de 
criar nutrientes que já estavam no ar e no solo, disponíveis para 
as plantas. Steiner relatou que o número de cultivos afetados por 
doenças e problemas com insetos aumentou, enquanto o valor 
nutritivo e a produção diminuíram
Steiner rastreou a causa destes problemas até o uso dos mais 
novos fertilizantes e pesticidas químicos sintéticos introduzidos. 
Ele retornou às dietas mais suaves, diversas e balanceadas de 
fertilizantes orgânicos como cura para as doenças trazidas pela 
fertilização química sintética. Focou no ambiente holístico de 
crescimento das plantas: sua taxa de crescimento, o equilíbrio 
sinérgico de seus ambientes e nutrientes, a proximidade de outras 
plantas e suas variadas relações de companhia. E também iniciou 
um movimento para explorar cientiicamente as relações entre as 
plantas umas com as outras.
O método biodinâmico também trouxe de volta os canteiros 
erguidos de plantio. Dois mil anos atrás, os Gregos notaram que 
as plantas prosperavam em deslizamentos de terra. A terra solta 
permitia ao ar, umidade, calor, nutrientes e raízes penetrarem 
apropriadamente no solo. A área curvada na superfície entre 
as duas bordas do canteiro desmoronado provê maior área 
supericial para penetração e interação de elementos naturais do 
que em uma superfície plana. Os desmoronamentos simulados 
ou canteiros soerguidos usados pelos agricultores biodinâmicos 
tinham usualmente de 90 a 180 centímetros de largura e variados 
comprimentos. 
Entre os anos 1920 e 1930, Alan Chadwick, um inglês, 
combinou as técnicas biodinâmica e intensiva francesa dentro do 
método intensivo biodinâmico/francês. Os Estados Unidos foram os 
primeiros expostos à combinação, quando o Sr. Chadwick trouxe o 
método para o Jardim Orgânico do Estudante de quatro acres, no 
campus da Universidade de Santa Cruz, na Califórnia, em meados 
de 1960. Chadwick, um gênio horticultor bem como dramaturgo 
e artista, cultivava por meio século. Estudou com Rudolf Steiner, 
com agricultores franceses, e como agricultor para a União da 
África do Sul. O local que desenvolveu em Santa Cruz estava ao 
lado de uma encosta com solo empobrecido e rica em argila. Apenas 
o venenoso carvalho crescia bem naquela área. Chadwick e seus 
aprendizes removeram o venenoso carvalho com picaretas e criaram 
um rico solo em dois ou três anos a mão. Um verdadeiro Jardim do 
Éden cresceu da visão e do trabalho duro de Chadwick. Um solo 
10 Criando Solo, Criando o Futuro
improdutivo tornou-se fértil através do extenso uso de composto, 
com seu húmus doador de vida. O húmus produziu um solo 
saudável que criou plantas saudáveis, menos suscetíveis à doenças 
e ao ataque de insetos. As muitas nuances do método intensivo 
biodinâmico/francês – como o transplante de mudas para um solo 
melhor cada vez que a planta é movida e semear pelas fases da lua 
– eram também usadas. Os resultados foram belíssimas lores com 
delicadas fragrâncias e saborosos vegetais de alta qualidade. 
Em 1971, Larry White, diretor do Departamento de Natureza 
e Ciência da Prefeitura de Palo Alto, convidou Stephen Kafka, 
Aprendiz Sênior no jardim da universidade, para dar uma aula 
de quatro horas sobre o método de cultivo intensivo biodinâmico/
francês. Membros de uma organização local sem ins lucrativos 
de pesquisa e educação ambiental, Ação Ecológica, foram à 
aula e reconheceram que o tempo era propício: a cidade havia 
disponibilizado terra para o cultivo público dois anos antes, e 
eles haviam sido inspirados pelo Éden local que tinha sido criado 
na universidade. Exceto por um programa de aprendizagem de 
dois anos em Santa Cruz e as aulas periódicas dadas por Alan 
Chadwick ou Stephen Kafka, o treinamento em Biointensivo não 
estava disponível ao público. Nem aulas públicas detalhadas nem 
a produção de pesquisa estavam sendo conduzidas regularmente 
em nenhum lugar. Em janeiro de 1972 o conselho administrativo 
aprovou um projeto que incluiria um horto para pesquisa (o 
Horto Chão Comum) para aulas regulares; coleta de dados em 
grandes colheitas reportadas pelo sonoro método Biointensivo; 
disponibilização de terras para cultivo ao residentes adicionais 
da Midpeninsula; e publicação de informação sobre as técnicas do 
método. 
Instruídos por Alan Chadwick e Stephen Kafka, os membros 
da Ação Ecológica começaram a dar suas próprias aulas na 
primavera de 1972, em um terreno de 3 3/4 de acres pertencente à 
Syntex Corporation no Parque Industrial Padrão, oferecido à Ação 
Ecológica. Como Cultivar mais Vegetais, originalmente com somente 
96 páginas, surgiu dos clamores por informação. A Ação Ecológica 
começou a investigar quais técnicas de agricultura fariam o cultivo 
de alimentos por pequenos produtores e agricultores mais eiciente. 
O conceito de “mini agricultura” começou a ser desenvolvido. 
Em 1980 a Ação Ecológica perdeu a concessão do terreno em 
Palo Alto. Uma nova Mini Fazenda Chão Comum foi inaugurada 
em Willits, Califórnia. As instalações da mercearia e linhas elétricas 
foram trocadas pelos céus abertos e espaço para mais ervas, lores, 
vegetais, feijões, grãos e cultivos de composto do que jamais tínhamos 
 Criando Solo, Criando o Futuro 11
imaginado. O lugar oferecia um terreno permanente para o cultivode árvores de todos os tipos – para alimentação, combustível e beleza. 
E também oferecia um lugar para plantar. Uma biblioteca com 
livros de todo o mundo, habitação e escritório agraciaram o lugar. 
A infraestrutura foi construída ao longo do tempo para prestar-se 
à programas de treinamento de curto e longo prazo. A cada ano, 
centenas de pessoas visitam o local em passeios programados e 
através de oicinas. Internos de todo o mundo estudam no programa 
de treinamento de 6 meses. Eles desenvolvem um papel chave na 
documentação de dados dos mais de 100 canteiros do horto, dentro de 
uma miríade de experimentos.
A pesquisa continua em aspectos quantitativos, como listado 
acima, mas também aprofundou-se em áreas relacionadas à 
dietética e desenho de composto. Por exemplo, que cultivos podem 
produzir calorias e composto? Qual o menor tamanho de terra 
que alguém precisa para produzir sustentavelmente uma dieta 
completa? Que estratégias de geração de rendimentos são possíveis 
em uma pequena escala? Quais são as melhores estratégias para 
estabelecer um jardim Biointensivo enquanto se consome o mínimo 
de nutrientes externos?
Em 1999, a Ação Ecológica cunhou o termo CULTIVO 
BIOINTENSIVO para diferenciar seu trabalho de outras iniciativas 
Biointensivas. Ao longo do tempo, Biointensivo passou a referir-se 
a várias práticas, algumas delas incluindo abordagens químicas. A 
Ação Ecológica procurou distinguir seu trabalho destas iniciativas 
e ressaltá-lo em desenhos que envolviam a miniaturização da 
agricultura em um sistema fechado.
Como Usar este Livro
Alan Chadwick avisou, “Plante apenas uma pequena área, e o faça 
bem. Então, uma vez que o fez direito, plante mais!” A genialidade 
destas palavras orientadoras deve formar a espinha dorsal de 
sua aprendizagem. Uma das vantagens de Como Cultivar mais 
Vegetais é que ele descreve uma abordagem geral e completa 
para a agricultura. Outra é que permite a você começar pequeno e 
construir suas habilidades como agricultor ao longo dos anos.
Preparação de canteiros, fertilização, compostagem, propagação 
de sementes, transplante, irrigação e capina são realizadas 
essencialmente para todos os cultivos. A diferença principal entre 
os cultivos são as sementeiras e as recomendações de espaçamento 
12 Criando Solo, Criando o Futuro
nos canteiros. (Recomendações de espaçamento encontram-se nas 
colunas M, E e I nos Gráicos Mestres que começam na página 
144). Ao familiarizar-se com as diferentes culturas e outras 
“personalidades”, você verá outras nuances. No entanto, o trabalho 
principal terá sido feito: construir uma estrutura para o cultivo 
sustentável de alimentos. Então, uma vez que você sabe como 
cultivar alface, saberá o básico para cultivar cebolas, tomates, trigo, 
macieiras e até algodão! 
Se você é um agricultor iniciante ou um pequeno produtor 
lendo Como Cultivar mais Vegetais, você deve se concentrar em 
aprender técnicas básicas de preparo de canteiros, criação de 
composto e curto espaçamento. Você pode querer se concentrar em 
plantar mudas que já tenham sido iniciadas em um viveiro local. 
Fazer suas próprias mudas requer um nível alto de habilidade, e 
você pode querer esperar até seu segundo ou terceiro ano. Seu uso 
nos Gráicos Mestres do capítulo 8 provavelmente se concentrará na 
coluna M, que dá o espaçamento das plantas no canteiro..
Se você é um agricultor intermediário, recomendamos que 
use mais das tabelas e gráicos para cultivar mudas, cultivos de 
composto, grãos e árvores frutíferas. Esperamos que você se torne 
fascinado em produzir culturas para fertilidade do solo (cultivos 
carbônicos e de calorias) em seu próprio jardim como maneira de 
alimentar seu solo e você mesmo.
Um agricultor se torna plenamente experiente com uma 
média de dez anos de cultivo. Você será capaz de desenhar todas 
as informações providas neste livro enquanto trabalha no cultivo de 
maior parte ou todo alimento para sua família em casa, ou ensina à 
outros técnicas que você já domina.
Durante o processo de aprendizagem, recomendamos que as 
culturas carbônico-calóricas (veja páginas 41-43) devam ocupar 
uma crescente parte de seu jardim. Cultivos carbônico-calóricos 
alimentam tanto o solo quanto você. Exemplos incluem milho, 
milheto, trigo, aveia, cevada, centeio e amaranto. Estes cultivos 
criam bastante material carbônico para a pilha de composto, o que 
por sua vez alimenta o solo com húmus, assim como proveem um 
bom e nutritivo alimento. Para mais informação, veja o capítulo 
8 em particular. (Informações sobre estes cultivos de duplo 
propósito, que fornecem tanto calorias dietéticas quanto materiais 
para composto, estão inclusas na seção dos Gráicos Mestres 
começando na página 138, assim como nas seções Cultivos de 
Composto, da Mini-série Autodidática da Ação Ecológica, livretos 
14, 15, 25, 26, 28, 34, 35 e 36).
 Criando Solo, Criando o Futuro 13
Como Cultivar mais Vegetais lhe fornece tudo que você precisa 
para criar um jardim sinfônico – das técnicas básicas às habilidades 
avançadas de planejamento para um quintal lindamente cultivado. 
Cada um de nós pode se revitalizar, também ao solo e à Terra – um 
pequeno pedaço por vez. Antes que percebamos, viveremos todos em 
uma vibrante e próspera Terra, repleta de mini reservas comunais e 
pessoais, restabelecidas com saúde em um todo dinâmico e vital!
A real emoção é que cada um de nós nunca saberá tudo. Após 
anos de agricultura, Alan Chadwick exclamou, “Ainda estou 
aprendendo!” E assim estamos todos nós. De fato, enquanto os 
princípios cientíicos universais operam dentro dos sistemas 
biológicos do CULTIVO BIOINTENSIVO de Micro produção 
Sustentável, nosso jardim muda a cada ano. Enquanto exploramos, 
passamos a entender os princípios subjacentes e todo um novo 
mundo se descortinará. Seremos capazes de promover mudanças 
para melhorar a saúde, fertilidade, efetividade e sustentabilidade 
do modo como cultivamos para uma vida ainda melhor neste 
planeta.
Esta última revisão inclui novo material para tornar seu trabalho 
mais fácil: esclarecimentos chave nos capítulos de compostagem e 
propagação de sementes; informação sobre rotação de culturas, 
técnicas implementadas aperfeiçoadas, compreensão e abordagens; 
Gráicos Mestres corrigidos e atualizados e dados de plantio; toda 
uma nova organização dos oito conceitos chave; uma reorganização 
de uma bibliograia mais acessível. A edição representa quarenta 
anos de trabalho com as plantas, solos e pessoas – em praticamente 
todos os climas e solos ao redor do mundo. 
Cada um de nós tem uma vida diante de nós, e a oportunidade 
de continuamente melhorar o nosso entendimento sobre o quadro 
vivo que estamos pintando. Mais e mais pessoas estão se envolvendo 
com o cultivo caseiro de alimentos e a pequena produção como 
resultado de um desaio do pico de petróleo, assim como por amor 
à natureza, trabalhando com um abundante solo com vida. Comece 
agora com apenas um canteiro. A auto suiciência em sua própria 
“zona alimentar” fará toda a diferença do mundo. Cada um de nós 
tem um tremendo potencial para curar a Terra. Deixe-nos começar. 
Como Gandhi observou, “esquecer como cavar a terra e cuidar do 
solo é esquecer de nós mesmos”. Em Cândido, Voltaire aponta 
o caminho: Todo o mundo é um jardim, e que maravilhoso 
lugar seria, se cada um de nós tomasse conta de sua parte da 
Terra – nosso jardim! Cada um de nós é necessário. Construir 
uma agricultura sustentável é parte essencial da construção das 
comunidades sustentáveis. Ao criarmos solo, criamos também 
14 Criando Solo, Criando o Futuro
uma cultura feita de saúde viva e agricultura efetiva, assim como 
damos suporte às comunidades. Para cumprirmos este objetivo, 
precisamos mudar a nossa perspectiva de agricultura. Precisamos 
parar de cultivar e começar a construir solo. Reconhecidamente, para 
criarmos solo, precisamos cultivar. Mas, aoinvés de plantar apenas 
para o propósito do consumo, o objetivo muda para dar e criar um 
solo produtor de vida, e no processo, uma abundância de alimentos. 
Devemos começar nos educando, depois dividir o que aprendemos, ao 
ensinarmos as pessoas a compreenderem a importância de criar solo. 
Vida cria mais vida, e nós temos a oportunidade de trabalhar junto 
com esta poderosa força para expandir a nossa vitalidade e a deste 
planeta. 
Junte-se a nós nesta exploração! Apesar do impacto mundial, 
a Ação Ecológica permaneceu uma pequena organização, 
acreditando que o pequeno é eicaz e humano. Nos consideramos 
catalisadores: nossa função é empoderar pessoas com habilidades 
e conhecimento necessário para capacitá-las a melhorarem suas 
vidas e deste modo transformar o mundo em um jardim de saúde 
e abundância. A mensagem é viver ricamente de uma maneira 
simples – de uma maneira que todos desfrutemos.
Você pode ajudar a Ação Ecológica neste trabalho ao pegar cinco 
amigos e envolvê-los na Micro Produção Sustentável do CULTIVO 
BIOINTENSIVO e/ou em outras práticas de cultivo sustentável de 
alimentos.4 Juntos podemos fazer uma diferença signiicativa no 
mundo, um pequeno lugar por vez. Esta é nossa oportunidade. É 
divertido ser parte de todo o cenário e parte da solução ambiental 
de longo prazo do mundo!
ENDNOTES
 1 Desenvolvido pelas estatísticas do Departamento de Agricultura dos E.U.A.
 2 Desenvolvido por P. Buring, “Availability of Agricultural Land for Crop and 
Livestock Production” e D. Pimental e C.W.Hall (editores), Food and Natural 
Resources (San Diego: Academic Press, 1989) pp. 69-83, como apontado em 
“Natural Resources and an Optimum Human Population”, David Piental et 
al.; Population and Environment: A Journal of Interdiciplinary Studies, Vol. 
15, No. 5, Maio 1994; e com estatísticas das Nações Unidas.
 3 Ibid.
 4 Para ajudar a acelerar o processo, nos últimos 20 anos a Ação Ecológica já 
capacitou 1.855 participantes no Curso Introdutório de 3 dias em 47 estados 
e no Distrito de Columbia, mais 29 países e iniciou uma Sessão Autodidática 
em seu site na internet www.growbiointensive.org.
 Criando Solo, Criando o Futuro 15
“nada acontece na natureza 
que não esteja relacionado com o todo” .
—GoeThe
17
reparar o canteiro elevado é um importante passo no CUL-
TIVO BIOINTENSIVO. Um canteiro corretamente preparado 
facilita uma apropriada estrutura de solo. Uma estrutura de 
solo apropriada permite um crescimento saudável e ininterrupto 
da planta. Um solo solto com bons nutrientes permite que as raízes 
penetrem facilmente, e assim, uma corrente permanente de nutri-
entes pode luir para os galhos e folhas. Quanta diferença de uma 
situação em que a planta é transferida de uma sementeira com solo 
solto e adequados nutrientes para um quintal preparado às pressas 
ou um campo estimulado por químicos. A planta sofre não somente 
pelo choque de ser arrancada, mas também por um ambiente onde 
é difícil crescer. O crescimento é interrompido e as raízes encon-
tram diiculdades para penetrar no solo e para conseguir alimento. 
Como resultado, a planta produz mais carboidratos e menos pro-
teína do que o normal. Este desequilíbrio atrai insetos. Um ciclo 
debilitante pode começar, e terminar com o uso de pesticidas que 
matam a vida no solo e tornam as plantas ainda menos saudáveis. 
Fertilizantes são então usados em uma tentativa de melhorar a 
saúde da planta. Ao contrário, os fertilizantes destroem ainda mais 
a vida no solo, daniicam sua estrutura com o passar do tempo e 
1
CRIação e ManUTenção 
de soLo PRoFUndo
P
oBjeTIVo: Desenvolver a estrutura do solo para 
que as plantas tenham um “bolo esponjoso vivo” 
em que possam prosperar
18 Criação e Manutenção de Solo Profundo 
criam plantas cada vez menos saudáveis que atraem mais insetos, 
e “precisam” de mais “medicinas” tóxicas na forma de mais pesti-
cidas e fertilizantes. Informações bem documentadas nos contam 
que uma ampla variedade de pesticidas matam predadores inver-
tebrados que “controlam” as populações de pestes. Estes pesticidas 
exterminam minhocas e outros invertebrados que são necessários à 
manutenção da fertilidade do solo. Os pesticidas também destroem 
micro-organismos que possibilitam as relações simbióticas entre 
o solo e os sistemas de raízes das plantas. Nós propomos que nos 
empenhemos para termos um solo bom e saudável, em primeiro 
lugar, começando com a preparação dele – e uma preparação mais 
fácil da próxima vez.
A preparação inicial e o plantio de um canteiro elevado requer 
um investimento de tempo entre 6 horas e 1/2 à 11 horas, para 
cavar e transplantar um canteiro de 10 metros quadrados. Se você 
é sortudo e tem um solo solto, o tempo gasto será muito menor. O 
tempo investido retribui com colheitas maiores e plantas e solo mais 
saudáveis.
Ao tornar-se mais habilidoso na dupla-escavação, o tempo inves-
tido diminui muito. Frequentemente, um canteiro de 10 metros 
quadrados pode ser feito em duas horas ou menos. Estimamos que 
uma base de apenas 4 a 6 horas e meia sejam necessárias para a 
preparação e processo de plantio do canteiro, enquanto o solo desen-
volve uma melhor estrutura ao longo do tempo com o correto cui-
dado e compostagem. 
Começando—Ferramentas Corretas
Nós recomendamos o investimento em ferramentas de qualidade 
para o começo. Ferramentas pobres vão se desgastar ou cansá-lo 
enquanto você prepara sua área de plantio. Para tudo icar mais 
fácil, pás retas com cabo em D e garfos de boa têmpera devem ser 
usados na preparação dos canteiros. O cabo em D permite que 
você ique diretamente de frente para sua ferramenta. Uma ferra-
menta de cabo longo signiica que você deve segurá-la de lado. Esta 
posição não permite uma postura simples e direta. Muitas pessoas 
acham que as ferramentas com cabo em D são menos cansativas. No 
entanto, pessoas com problemas nas costas devem precisar de fer-
ramentas com cabos longos. De fato, qualquer um com dor crônica 
e outros problemas de saúde deve checar primeiro com seu médico 
antes de iniciar o processo ativo e físico da dupla-escavação.
Canteiros vs Fileiras: o plantio 
em fileiras normalmente feito 
por agricultores e produtores 
hoje tem apenas alguns 
centímetros de largura com 
largos espaços entre eles. As 
plantas encontram dificuldade 
para crescer nestas fileiras por 
conta da extrema penetração 
de ar e das grandes flutuações 
de temperatura e umidade ali 
dentro. Durante a irrigação, 
a água corre pelas fileiras, 
encharca as raízes e lava o 
solo e as raízes superficiais. 
Consequentemente, muito 
da vida microbiana benéfica 
ao redor das raízes e no solo, 
que são essenciais para a 
prevenção de doenças e para 
a transformação de nutrientes 
em formas que a planta possa 
usar, é destruída e pode até 
ser substituída por organismos 
prejudiciais. (Em média três 
quartos da vida microbiana 
benéfica habitam os 15 
centímetros superficiais do solo). 
Depois que a água penetra o 
solo, as camadas superiores 
secam e a vida microbiana 
é gravemente encurtada. As 
fileiras ficam mais sujeitas às 
flutuações de temperatura. 
Por último, para cultivar e 
colher, pessoas e máquinas 
revolvem a terra entre as fileiras, 
compactando o solo e as raízes, 
que comem, bebem e respiram 
– uma tarefa difícil com alguém 
ou algo na sua boca ou nariz!
 Criação e Manutenção de Solo Profundo 19
C
riação de solo 
Para Propagação de semente 
As ferramentas apropriadas tornarão o trabalho mais fácil e mais produtivo
Garfo de mão Pá para transplantar
Semeadeira
A diferença entre as pás na visão 
lateral.
Pá reta com 
cabo em D
Garfo com 
cabo em D
Hula hoe
Ancinho 
curvado 
(1,10 metro)
Pá com cabo 
em D
Pá comum
Para Preparação do solo
As pás e garfos de um metro geralmente são para pessoas com 1,65 metro ou menos; ferramentas com 1,10 metro são para pessoas com 
1,70 metro ou mais.20 Criação e Manutenção de Solo Profundo 
A pá reta tem a particular vantagem de cavar igualmente fundo 
ao longo de toda a borda do canteiro, melhor que no padrão em V. A 
borda plana é preferida pois todos os pontos do canteiro devem ter 
igual profundidade. A lâmina na pá reta também entra no solo com 
quase nenhum ângulo e sem a usual curva da pá. Por isso, os lados 
do canteiro podem ser cavados perpendicularmente ou até diago-
nalmente de fora do caminho para dentro, melhorando a penetração 
das raízes e o luxo de água.
Uma prancha de madeira de 15mm, com 60 ou 90 centímetros 
de comprimento por 90 ou 150 centímetros de largura, servirá como 
uma “prancha de escavação” para pisar. O tamanho da sua prancha 
vai depender da sua altura e da largura do canteiro. Trate a prancha 
com óleo de linhaça para proteger contra a umidade. Esta prancha 
vai distribuir o seu peso sobre o canteiro enquanto você cava ou tra-
balha.
Um ancinho em arco (N. do T.: o autor usa o termo Hula Hoe, 
como citado acima, nas ferramentas para preparação do solo, daqui 
por diante será referido como ancinho em arco), (preferencialmente 
com 1,50 metro de comprimento) faz o nivelamento e a formatação 
do canteiro serem mais fáceis. Uma enxada de capina é a ferra-
menta perfeita para cultivar os 5 ou 10 centímetros superiores do 
solo.
esquematizando seus canteiros
Com cuidado escolha um lugar para seu canteiro elevado que tenha 
acesso à água e luz solar – preferencialmente de 7 a 11 horas de sol 
direto a cada dia.
Para começar, marque um canteiro com 90 a 150 centímetros de 
largura com no mínimo 90 centímetros de comprimento. Um espaço 
de um metro quadrado assegura um microclima mínimo. Muitas 
pessoas preferem canteiros com 1,5, 3 ou 6 metros de comprimento, 
para facilidades de cálculo. 
O comprimento máximo deve ser determinado pela facili-
dade de trabalho. Considere a sua fonte de composto. Idealmente, 
você terá preparado um composto que estará disponível assim 
que começar a preparar os canteiros. No entanto, muitos decidem 
comprar o composto ou esterco curtido para começar. Para esta 
aplicação inicial de matéria orgânica, podemos considerar o uso 
de esterco curado. Enquanto o composto for preferível, se escolher 
o esterco curtido, assegure-se que seja esterco bovino de 2 anos, 
nota: o solo dos níveis superiores 
e inferiores da carreira devem ser 
preparados quando o solo atingir 
um nível aproximado de umidade 
de 50%.
 Criação e Manutenção de Solo Profundo 21
C
riação de solo 
esterco de cavalo que tenha originalmente bastante serragem ou 
esterco de cavalo ou galinha com 2 meses e que não contenha tanta 
serragem.
A melhor época para escavar duplamente o solo é de manhã 
cedo ou à tarde na primavera ou outono. A temperatura do ar 
está mais agradável nessas horas, logo menos matéria orgânica 
será perdida no processo. Cave apenas quando o solo estiver igual-
mente úmido. Escavar um solo seco e duro quebra sua estrutura e 
é difícil de penetrá-lo. Um solo encharcado é pesado e facilmente 
compactável. A compactação destrói a estrutura friável e mini-
miza a aeração. Estas condições matam a vida microbiana. A umi-
dade correta do solo pode ser determinada por um simples teste 
manual. O solo está muito seco para cavar quando está solto e 
não mantém seu formato após ser apertado na palma da mão (nos 
casos de areia ou barro). O solo está muito úmido quando cola na 
pá ao cavar. 
O objetivo da dupla-escavação é soltar o solo numa profundidade 
de 60 centímetros abaixo da superfície. No primeiro ano, você será 
capaz de atingir apenas 37 ou 45 centímetros com razoável esforço. 
Fique satisfeito com este resultado. Não culpe a você mesmo ou suas 
ferramentas. Mais importante do que atingir os 60 centímetros nos 
primeiros anos é melhorar ao longo do tempo. A natureza, o solo 
solto, minhocas e as raízes das plantas irão soltando o solo a cada 
cultivo, logo, cavar se tornará mais fácil a cada ano e a profundi-
dade vai aumentar com o tempo. Seja paciente neste processo de cri-
ação do solo. Demora de 5 a 10 anos para construir um bom solo (e 
suas técnicas). Na verdade, é muito rápido. A natureza geralmente 
requer um período de 3 mil anos ou mais para construir a camada 
de 15 centímetros de solo agricultável necessária para cultivar uma 
boa cultura de alimento.
Depois que o solo tenha sido inicialmente preparado, você vai 
achar que o método de CULTIVO BIOINTENSIVO requer menos 
trabalho por unidade de comida produzida do que na técnica de cul-
tivo que você usa atualmente. Os irlandeses chamam isso de método 
do “canteiro preguiçoso” de cultivo de alimentos. 
Uma estrutura apropriada de solo e 
nutrientes permite um crescimento 
ininterrupto e saudável da planta.
Nota: Se o garfo não penetrar 
facilmente o solo, com o auxílio de 
todo seu peso sobre a ferramenta, 
arqueie vagarosamente a ferramenta 
para frente e para trás. Seu peso e 
o arqueamento irão ajudar a cravar 
plenamente a ferramenta no solo.
22 Criação e Manutenção de Solo Profundo 
Tipos de Preparacao Profunda do solo 
A dupla-escavação é o principal caminho para preparar um canteiro 
de CULTIVO BIOINTENSIVO até que uma boa estrutura seja 
estabelecida. Mais tarde, dependerá de uma superfície de cultivo 
de 5 ou 10 centímetros. Outra maneira de manter o solo solto entre 
uma dupla-escavação e outra é uma escavação simples (soltar os 30 
centímetros superiores com um garfo). Recomendamos esta ação 
entre os cultivos no mesmo ano de produção. 
Procedimento Geral para a dupla 
escavação – a cada ano antes do cultivo 
principal até que a boa estrutura do solo 
seja estabelecida
Após marcar o canteiro, coloque sobre ele a prancha de escavação, 
deixando-a a aproximadamente 30 centímetros da borda para a 
primeira carreira. Remova 7 baldes de 20 litros de terra do nível 
superior da primeira carreira (considerando um canteiro de 150 
centímetros de largura; veja ilustração na página 27). Esteja certo 
de cavar as carreiras ao longo da largura do canteiro. Isso lhe dará 
3 baldes de terra para composto (que retornarão aos canteiros em 
forma de composto curado), 1 balde de terra para fazer as bandejas 
para mudas e os 3 baldes restantes retornarão para o canteiro após 
a escavação completa. 
sistemas de Raízes selecionados Mostrados em escala
cm
60
120
180
240
300
milho verde alface tomate cenoura couve-flor beterraba
 Criação e Manutenção de Solo Profundo 23
C
riação de solo 
Agora, de pé sobre a carreira ou na prancha de escavação, cave 
outros 30 centímetros (ou o mais profundo possível) com um garfo, 
alguns centímetros por vez se a terra estiver pesada ou apertada. 
Deixe o garfo o mais fundo que ele conseguir penetrar, solte o sub-
solo ao empurrar o cabo para baixo e alavanque os dentes no solo. 
Se o solo não se descompactar o suiciente neste processo, leve os 
torrões de terra para fora da carreira. Então jogue-os para cima e 
para baixo com cuidado, e deixe-os caírem nos dentes do garfo para 
que se quebrem. Trabalhe de uma ponta à outra da carreira desta 
maneira. 
A seguir, mova para trás a prancha de escavação (aproxima-
damente os 30 centímetros de largura da próxima carreira). Cave 
outra carreira atrás da primeira, e cada pá cheia de terra dos 30 
centímetros de solo que retirar dessa carreira, coloque na pri-
meira carreira. Ao escavar, faça o mínimo de movimento e use o 
mínimo de músculos possível no processo. Assim você conservará 
sua energia e trabalhará menos. De fato, ao cavar o solo, você 
descobrirá que pode usar uma economia de movimento e ener-
 1. Espalhe uma camada de composto sobre toda a área a ser 
escavada. (O composto é adicionado após a dupla escavação e 
formatação do canteiro para Dupla Escavação Básica Contínua 
[veja a página 28]).
 2. Com uma pá, remova o solo da carreira a 30 centímetros de 
profundidade e 30 centímetros de largura ao longo da carreira 
ecoloque a terra em baldes ou num galão para usar no com-
posto ou nas sementeiras. Se o canteiro tem 150 centímetros 
de largura, a terra deverá preencher 7 baldes. (A carreira está 
sendo cavada ao longo da largura do canteiro)
 3a. Solte o solo mais 30 centímetros com um garfo ao enterrar a 
ferramenta em sua total profundidade e então empurre-a para 
baixo, o garfo vai alavancar o solo, soltando-o e arejando-o. 
(Veja ilustrações ao lado para soltar um solo compactado).
1 2 3a
o processo inicial de dupla escavação: Passo-a-Passo 
24 Criação e Manutenção de Solo Profundo 
gia como no Aikido, no qual você está praticamente deslocando 
seu equilíbrio e peso ao invés de escavando. Algumas vezes você 
terá de trabalhar na carreira uma segunda ou terceira vez para 
remover todo o solo e obter o tamanho apropriado para ela. Repita 
o processo de soltar o subsolo na segunda carreira. 
Cave a terceira carreira e assim por diante, até que todo o 
canteiro esteja duplamente escavado. Faça o nivelamento do solo 
com um ancinho a cada 3 ou 4 carreiras durante o processo de 
escavação. Se você não o izer, pode terminar com uma carreira 
muito funda ao inal do canteiro, e terá que mover grande quan-
tidade de terra de uma ponta à outra do canteiro para nivelá-lo 
quando tiver terminado. Esta ação também causa uma movimen-
tação desproporcional de terra supericial para a área de subsolo.
Ao retirar o solo de uma carreira para outra, observe algumas 
coisas. Se você espalhar composto no canteiro antes de começar, 
note que uma parte desta camada desce de 8 a 15 centímetros na 
carreira, criando um pequeno monte de terra ou desbarrancado. 
3b(ii)3b(i)
 3b(i). PARA SOLO COMPACTADO: De pé na carreira, solte o solo 
30 centímetros a mais com o garfo, ao enterrá-lo em sua total 
profundidade e revirar a fatia de solo compactado. 
 3b(ii). Em seguida, ao mover seus braços para cima em um pequeno 
empurrão, o solo vai quebrar ao cair, atingindo os dentes do 
garfo e caindo no buraco abaixo. 
 4. Cave a parte superior da segunda carreira com 30 centímetros 
de profundidade e largura. Mova cada pá de terra para a 
primeira carreira, misturando o mínimo possível as duas 
camadas de terra.
4
o processo inicial de dupla escavação: Passo-a-Passo 
 Criação e Manutenção de Solo Profundo 25
C
riação de solo 
Isso se aproxima da maneira como a natureza adiciona folhas, lores 
e outra vegetação caída na superfície do solo, onde serão quebradas 
e suas essências poderão percolá-lo. 
Sempre certiique-se de que a camada superior do solo (os 30 
centímetros supericiais) não sejam removidos durante a dupla-
escavação. A maioria da vida microbiana vive nos 15 centímetros 
superiores do solo. Igualmente, a camada natural do solo que é for-
mada pela água da chuva e lixiviação, folhas caídas, temperatura, 
gravidade e outras forças naturais, é menos perturbada quando o 
solo não é misturado, mesmo quando ele está solto e um tanto dis-
tribuído. Tenha como objetivo um equilíbrio entre a estratiicação 
natural e o solo solto por deslizamento. (Como meta, se esforce em 
não misturar as camadas de solo. Mesmo que algo se misture, é 
importante evitar a disrupção excessiva das camadas do solo). 
No processo de dupla-escavação, o solo supericial e aerado do 
canteiro será suiciente para encher a carreira inal do canteiro. 
Você pode também adicionar alguns baldes da primeira carreira. Se 
você adicionar composto feito com terra, também contribuirá com 
terra para o canteiro.
Leve baldes de solo supericial para a pilha de solo.
Nivele e modele o canteiro. Espalhe composto e qualquer corre-
tivo recomendado pelo seu teste de solo sobre a superfície do can-
teiro. Isso pode incluir nitrogênio orgânico, fósforo, potassa, cálcio e 
fertilizantes de micro minerais. (Para mais detalhes, veja a página 
73). Inclua qualquer modiicador de pH (como folhas especiais ou 
composto de agulhas de pinheiro, para tornar o solo menos alcalino 
ou cal para tornar o solo menos ácido) como indicado no seu teste de 
solo. Adicione o composto, fertilizantes e modiicador de pH apenas 
em 5 ou 10 centímetros de profundidade com um garfo. Após adi-
cioná-los, não passe mais o ancinho, para evitar prejudicar a distri-
buição uniforme de fertilizantes e composto. 
Considerações para escavação Inicial 
em solos Muito Pobres
Você pode escolher adicionar o composto em diferentes pontos da 
dupla-escavação inicial e quando estiver trabalhando com um solo 
com pouca quantidade de matéria orgânica. Ao invés de aplicar o 
composto apenas após a dupla-escavação, considere espalhar uma 
camada de 1 centímetro sobre o canteiro antes de escavar, e/ou uma 
camada de 1 centímetro durante a escavação, incorporando-o à car-
reira com 30 centímetros de profundidade..
26 Criação e Manutenção de Solo Profundo 
PRePaRação do CanTeIRo de 10 MeTRos qUadRados 
 1. Cheque a umidade do solo. O solo deve estar igualmente úmido 
para facilitar a escavação, mas não saturado. Se necessário, 
irrigue a área a ser cavada. Para argilas duras e secas que não 
tenham sido cultivadas, irrigue por 2 horas. Comece os próxi-
mos passos quando o solo estiver igualmente úmido.
 2. Solte os 30 centímetros de solo com um garfo e remova qualquer 
cobertura de planta.
 3. Cheque a umidade do solo e molhe novamente se for necessário. 
Se seu solo tem principalmente torrões grandes, considere espe-
rar alguns dias e deixar a natureza ajudar no trabalho. O calor 
do sol, noites frescas, vento e água ajudarão a quebrar os tor-
rões. Molhe os canteiros todos os dias para auxiliar o processo.
OPCIONAL (ÚNICA VEZ): Neste momento, areia pode ser 
adicionada ao canteiro com um solo argiloso, ou argila num 
canteiro muito arenoso, para melhorar a textura. Normalmente 
você não deve adicionar mais que 1 centímetro (110 litros) de 
areia ou argila. (Mais areia deixará que os fertilizantes solúveis 
em água sejam levados rapidamente). Misture a areia ou argila 
cuidadosamente nos 30 centímetros de solo solto com um garfo.
OPCIONAL (ÚNICA VEZ): Se o solo está pobre (muita areia 
ou muito barro), adicione uma única vez uma camada de 2 
centímetros (220 litros) de composto ou esterco curado. 
Remova o solo supericial da primeira carreira e coloque-o 
em uma área de estocagem de solo para usá-lo para fazer com-
posto ou sementeiras ou para retornar para a última carreira do 
canteiro.
 4. Solte o solo em mais 30 centímetros. 
OPCIONAL (ÚNICA VEZ): Espalhe uma camada de 1 centí-
metro de composto no solo solto da primeira carreira.
 5. Escave a parte supericial da segunda carreira e mova para a 
parte superior da primeira carreira.
 6. Solte a parte inferior da segunda carreira.
 7. Continue o processo de dupla-escavação (repetindo os passos 7 e 
8) nas carreiras que faltam. Passe o ancinho a cada 3 ou 4 car-
reiras para assegurar a altura do nível do canteiro.
 Criação e Manutenção de Solo Profundo 27
C
riação de solo 
dupla escavação Inicial
 1. Quando o solo estiver levemente úmido, solte os 30 centímetros superiores de 
toda a área do canteiro a ser escavado com um garfo e remova todo o capim.
 2. Espalhe uma camada de 1 centímetro de composto sobre toda a área a ser 
escavada (depois de misturar uma camada de 2,5 centímetros de areia ou barro 
em 30 centímetros de profundidade; opcional, veja páginas 25-26).
 3. Remova o solo superficial da primeira carreira e coloque-o em uma área para 
estocar terra para fazer composto, sementeiras e terra para preencher a carreira 
final, se necessário.
 4. Solte o solo em mais 30 centímetros.
 5. Escave a parte superior da segunda carreira e mova-a para a primeira carreira.
 6. Solte a parte baixa da segunda carreira. 
 7. Continue com o processo de dupla escavação (repetindo os passos 3, 4, 5 e 6) 
para as carreiras que faltam. Passe o ancinho a cada 3 ou 4 carreiras para garantir 
o nível de altura do canteiro.
 8. Preencha o canteiro final.Modele o canteiro com um ancinho. Espalhe o 
composto uniformemente e quaisquer fertilizantes necessários sobre a área. 
Adicione o composto e os fertilizantes numa profundidade de 5 a 10 centímetros 
com um garfo. A dupla-escavação agora está completa.
1
2
3
4
5
6
7
8
 8. Preencha a carreira inal. Modele o canteiro com um ancinho. Espalhe composto 
uniformemente e quaisquer fertilizantes necessários sobre a área. Adicione o com-
posto e os fertilizantes numa profundidade de 5 a 10 centímetros com um garfo. 
Seu canteiro está pronto para o plantio!
TIPos de PRePaRação PRoFUnda do soLo — Visões Laterais Simplificadas
A Ação Ecológica usa 4 tipos básicos de preparação profunda: 
 • a dupla escavação inicial, mostrada acima 
 • a dupla escavação básica contínua, mostrada na página 28 
 • a dupla escavação texturizada completa, mostrada na página 29
 • a escavação com a Barra em U, mostrada na página 30
28 Criação e Manutenção de Solo Profundo 
 1. Após a colheita o canteiro se mostra com um leve montante de solo recom-
pactado e composto residual. Opcional: quando o solo estiver levemente úmido, 
solte os 30 centímetros superiores da área a ser escavada com um garfo e 
remova qualquer capim ou ervas.
 2. Remova o solo superficial da primeira carreira e coloque-o em uma área de esto-
cagem para usar em composto, sementeiras e para preencher a última carreira, 
quando necessário.
 3. Solte o solo em mais 30 centímetros. (Veja nota abaixo.)
 4. Cave a parte superior da segunda carreira e mova-a para a parte superior da 
primeira carreira.
 5. Solte a parte inferior da segunda carreira.
 6. Continue com o processo de dupla escavação (repetindo os passos 4 e 5) para as 
carreiras restantes. Passe o ancinho a cada 3 ou 4 carreiras para assegurar o nível 
de altura do canteiro.
 7. Preencha o canteiro final. Modele o canteiro com o ancinho. Espalhe uni-
formemente uma camada de 1 centímetro de composto ou outros fertilizantes 
necessários sobre a área. Coloque o composto e outros fertilizantes com 5 a 10 
centímetros de profundidade, com um garfo.
1
2
3
4
5
6
7
Nota: Depois de soltar a parte inferior da carreira, batatas podem ser colocadas nesta superfície com espaçamento de 22,5 centímetros usando o 
espaçamento de compensação (veja páginas 82-85). O solo superficial da próxima carreira pode então ser colocado em cima das batatas. Esta 
é a maneira mais fácil que encontramos para plantar batatas. (Marque a localização das batatas com pedras ou gravetos nos caminhos, fora do 
canteiro, antes de cobri-los com terra. Isso indicará onde as batatas estarão na superfície de cada carreira.
dupla escavação Básica Contínua
Uma diferença primária entre a dupla-escavação contínua e a inicial é que o composto é colocado após o processo de escavação e 
modelagem na dupla-escavação contínua.
A dupla-escavação texturizada completa foi desenvolvida 
para melhorar a qualidade do solo mais rapidamente e é aplicada 
apenas uma vez. Normalmente é usada no lugar da dupla-escavação 
inicial, mas pode ser usada em um momento posterior. Descobrimos 
que este processo de preparação do solo melhora bastante a saúde da 
planta e a produção imediatamente, em solos pobres, compactados, e 
pesados. Vale o tempo de escavação extra envolvido. No entanto, usa 
um montante insustentável de matéria orgânica.
 Criação e Manutenção de Solo Profundo 29
C
riação de solo 
dupla escavação Texturizante Completa
Apenas uma vez para solos altamente compactados.
 1. Quando o solo estiver levemente úmido, solte os 30 centímetros superiores de toda 
a área a ser escavada com um garfo e remova todo o capim e ervas.
 2. Espalhe uma camada de 1 centímetro de composto incluindo 50% de terra sobre 
toda a área a ser escavada (após misturar uma camada de 1 centímetro de barro ou 
areia com 30 centímetros de profundidade; opcional, veja página 27).
 3. Misture cuidadosamente o composto numa profundidade de 30 centímetros.
 4. Remova o solo superficial da primeira carreira e coloque-o em uma área de estoca-
gem para usar em composto, sementeiras ou para preencher a carreira final, quando 
necessário.
 5. Solte o solo em mais 30 centímetros.
 6. Espalhe uma camada de 1 centímetro de composto incluindo 50% de terra no solo 
solto da primeira carreira.
 7. Misture cuidadosamente o composto colocado na parte inferior da carreira, com 30 
centímetros de profundidade.
 8. Cave a parte superior da segunda carreira e coloque-a na primeira carreira.
 9. Solte a parte inferior da segunda carreira.
 10. Espalhe uma camada de 1 centímetro de composto, incluindo 50% de terra no solo 
solto da segunda carreira.
 11. Misture cuidadosamente o composto colocado na parte inferior da segunda carreira, 
com 30 centímetros de profundidade.
 12. Continue o processo de dupla escavação texturizante completa (repita os passos 8 
até 11) nas carreiras seguintes. Passe o ancinho a cada 3 ou 4 carreiras para assegurar 
o nível de altura do canteiro.
 13. Preencha a carreira final. Modele o canteiro com o ancinho. Espalhe uniformemente 
os fertilizantes necessários sobre toda a área e aprofunde-os em 5 ou 10 
centímetros com um garfo. A dupla escavação texturizante completa está pronta.
1
2
3
4
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7
8
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10
11
12
13
30 Criação e Manutenção de Solo Profundo 
A escavação com a Barra em U pode ser usada como um substi-
tuto para a usual dupla-escavação em solos que estejam em razoável 
boa forma. Quer dizer, depois de uma ou mais dupla-escavações. A 
Barra em U, com dentes de 45 centímetros de comprimento não pre-
para o solo tão profundamente como a pá e o garfo usados na dupla 
escavação de 60 centímetros, mas os 30 centímetros inferiores do 
canteiro compactam mais devagar com o tempo do que os 30 superi-
ores. Além disso, a Barra em U parece ter a vantagem de misturar 
o extrato de solo muito menos do que na dupla escavação com a pá 
e o garfo. No entanto, areja menos o solo. É uma vantagem em solo 
arenoso e mais solto e pode ser um problema em argilas compactas. 
Se você usar a Barra em U regularmente, faça uma dupla-escava-
ção normal assim que houver indício de aumento de compactação. 
O uso da Barra em U é mais rápido e fácil do que o da pá e garfo, 
entretanto, algum conhecimento de como seu solo está melhorando, 
ou não, é perdido com a diminuição do contato pessoal com a terra. 
(Para planos detalhados de como construir uma Barra em U, veja as 
páginas 208-211 ou o livro da Ação Ecológica – The Backyard Home-
stead, Mini-Farm and Garden Log Book.) Na Ação Ecológica, prefer-
imos escavar duplamente, já que aprendemos mais com este método 
e icamos em maior contato com o solo.
Lembre-se que a aplicação de composto de fora da horta é 
insustentável. Dentro de um horto/quintal, não é possível pro-
Barra em U
 1. Após a colheita capine levemente o canteiro, se necessário.
 2. Quando o solo estiver levemente úmido, comece com a Barra em U ao longo do 
comprimento do canteiro. Não é necessária a prancha de escavação. O solo será 
solto em três quartos da profundidade da dupla escavação.
 3. Continue com a Barra em U até que todo o canteiro esteja pronto; 2 ou 3 passa-
das com a Barra em U ao longo do comprimento do canteiro serão necessárias, 
dependendo da largura do mesmo. A Barra em U tem mais ou menos 60 centí-
metros de largura e solta o solo com uma largura de 75 centímetros. 
 4. 4. Quebre qualquer torrão de terra remanescente com um garfo. Modele o 
canteiro com o ancinho. Espalhe uma camada de 1 centímetro de composto ou 
outros fertilizantes necessários sobre toda a área e aprofunde-os em 5 ou 10 
centímetros com um garfo.
1
2
3
4
Nota: Veja as páginas 208-211 para ver as técnicas apropriadas de construção e uso de uma Barra em U.
A barra em U.
1,9 
metros
0,7 
metro
 Criação e Manutenção de Solo Profundo 31
C
riação de solo 
duzir as quantidades necessárias para aplicar múltiplas camadas 
de composto. No entanto, a Ação Ecológica recomendaa aplica-
ção de composto antes e/ou durante a dupla-escavação apenas na 
dupla escavação inicial ou como uma aplicação única. Ao obter uma 
grande produção, você pode ser capaz de “devolver” o composto 
emprestado para sua fonte original.
Aplicações de composto ajudarão na melhoria da estrutura de 
solos muito argilosos ou arenosos. No entanto, às vezes alguns agri-
cultores resolvem adicionar areia ou barro para melhorar a textura 
do solo. A Ação Ecológica recomenda experimentar em um can-
teiro durante uma ou duas estações, antes de tomar tal decisão. Se 
escolher adicionar areia ou barro, espalhe uma camada de 1 centí-
metro na área do canteiro antes da dupla escavação e misture-a cui-
dadosamente nos 30 centímetros superiores com um garfo.
Canteiros preparados
Toda vez que você repreparar um canteiro (após cada colheita ou 
estação), até que uma boa estrutura seja criada, os 60 centímetros 
de profundidade do canteiro devem ser medidos a partir do can-
teiro, e não a partir do caminho supericial. A Ação Ecológica repre-
para o solo entre os cultivos com uma escavação dupla ou simples 
(soltando os primeiros 30 centímetros com o garfo). Conforme o solo 
melhora e os torrões grandes desaparecem, seu canteiro pode icar 
não tão alto como inicialmente. Não se preocupe. Isso é um sinal de 
que você e o seu solo estão sendo bem sucedidos. O objetivo da dupla 
escavação não é a altura do canteiro, mas uma razoável soltura e 
boa estrutura do solo.
Uma vez que a boa estrutura tenha sido alcançada com 
a dupla escavação, é preferível usar o o cultivo supericial 
(o afofamento dos 5 centímetros superiores do solo com uma 
ferramenta como a enxada de capina) durante muitos anos, 
ou mais. Dessa maneira, a estrutura desenvolvida e a matéria 
orgânica do solo serão melhor preservadas. 
Segue uma maneira simples de determinar quando o solo está 
com boa estrutura. Aperte irmemente uma amostra razoável de solo 
úmido em sua mão. Abra a mão. Se o solo se desmontar facilmente, 
não está com uma boa estrutura. Se ele mantiver o formato de sua 
mão mesmo quando você o pressiona gentilmente com os dedos de 
sua outra mão, ele não está com uma boa estrutura. Se o solo se des-
montar em pequenos grumos quando você o pressiona com os outros 
 caminho canteiro
O solo no caminho é sujeito à 
compactação, o solo no canteiro 
permanece solto.
O solo solto do canteiro 
facilita a capina.
Um canteiro de CULTIVO 
BIOINTENSIVO. Um equilíbrio 
entre a estratificação natural 
encontrada na natureza e nosso 
solo solto por deslizamento.
32 Criação e Manutenção de Solo Profundo 
A boa preparação do solo torna possível a fertilidade no CULTIVO BIOINTENSIVO – quatro vezes mais produtividade por unidade de área!
dedos, provavelmente está com uma boa estrutura.
Quando o cultivo supericial é usado, o composto feito 
sem solo será usado porque o solo não será removido do 
canteiro durante o processo de preparação. Toda vez que o 
solo inferior se tornar compactado, o canteiro deve ser duplamente 
escavado para proporcionar o restabelecimento de uma estrutura 
bem aerada.
Lembre-se que estrutura é diferente de textura. A textura é 
determinada por seus ingredientes básicos: silte, argila e partículas 
 Criação e Manutenção de Solo Profundo 33
C
riação de solo 
de areia. A estrutura do solo é a maneira como estes ingredientes 
se agrupam. Com sua assistência, ilamentos pegajosos lançados 
pela vida microbiana e as raízes produzidas pelas plantas ajudam a 
soltar o solo argiloso e melhorar um solo arenoso. O objetivo é criar 
um suntuoso “bolo esponjoso vivo”. Bom apetite!
Uma vez preparado o canteiro, você certamente apreciará 
sua profundidade. Quando seu braço está estendido, a distância 
entre a ponta de seus dedos e seu nariz é de aproximadamente 90 
centímetros. Assim, um canteiro de 90 a 150 centímetros de largura 
pode ser fertilizado, plantado, capinado e colhido de cada lado com 
relativa facilidade, e insetos podem ser controlados sem precisar 
andar pelo canteiro. Uma largura de 90 a 150 centímetros também 
permite o desenvolvimento de um bom microclima sob as plantas 
com um espaçamento adensado. Para melhor colheita, você pode 
querer fazer um canteiro mais estreito, com 45 a 75 centímetros de 
largura, para plantas suportadas por estacas, como tomates, feijões 
e ervilhas trepadeiras.
Tente não pisar nos canteiros uma vez que estejam preparados. 
Fazê-lo compacta o solo e torna mais difícil o crescimento das 
plantas. Se precisar andar nos canteiros, use a prancha de dupla-
escavação. Ela distribuirá seu peso sobre a área e minimizará o 
dano. As plantas obtém muito de sua água e nutrientes através do 
contato dos pelos radiculares com o solo. Se elas não desenvolvem 
um suprimento abundante desses pelos, menos água e menos 
nutrientes serão absorvidos. Os pelos radiculares são numerosos e 
vigorosos em um solo solto, então mantenha-o assim.
Ao capinar, observe que a raiz do capim sai inteira do solo 
em canteiros com terra solta. Esta é uma capina bem vinda, e se 
você conseguir retirar toda a raiz, não será preciso capinar com 
tanta frequência. Igualmente, você não precisa cultivar o solo dos 
canteiros prontos tanto quanto em outros jardins A cobertura 
viva – mulch – fornecida por plantas maduras ajuda a manter 
a superfície do solo solta. Se o solo compactar entre as plantas 
jovens, antes que o microclima faça efeito, aí você deve cultivar.
Uma vez preparado este lindo canteiro vivo, ele deve ser 
mantido uniformemente úmido até e após o plantio, para que a vida 
microbiana e as plantas permaneçam vivas. O canteiro deve ser 
plantado o quanto antes possível, para que as plantas possam obter 
vantagem da nova vida que foi possível surgir quando juntamos o 
solo, composto, ar, água, sol e fertilizantes.
Um bom canteiro será mais alto do que o solo original de 5 a 
25 centímetros. Um bom solo contém 50% de espaço com ar. (De 
fato, ar adequado é um dos ingredientes que faltam na maior parte 
Nota: Para diferentes práticas de 
cultivo contínuo do solo para usar 
após a preparação do solo, procure 
a planilha de informação de “Cul-
tivo” no pacote de informações “Kit 
de Compostagem”, disponível em 
Bountiful Gardens em 
www.bountifulgardens.org.
34 Criação e Manutenção de Solo Profundo 
dos processos de preparação de solos). Aumentar o espaço de ar 
aumenta a difusão de oxigênio (dos quais dependem as raízes e 
micróbios) para dentro do solo e de dióxido de carbono (dos quais 
dependem as folhas) para fora do solo. A aumentada habilidade 
“respiratória” de um canteiro duplamente escavado é a chave para 
melhorar a saúde das plantas. Para tal, a profundidade deve ser 
maior do que 85 cm em um solo argiloso. Um solo arenoso não 
produzirá tanto quanto um solo argiloso de início. Para prevenir a 
erosão e promover uma maior saturação uniforme de água em um 
canteiro argiloso com uma grande elevação, crie uma aba ao redor 
da borda do canteiro (veja página 79).
Se o canteiro crescer mais do que 25 centímetros enquanto 
você escava, certiique-se de nivelá-lo com um ancinho ao 
prosseguir. De outra forma, você terminará com uma carreira 
muito profunda e larga ao inal do canteiro, tendo que mover uma 
grande quantidade de terra de uma ponta do canteiro à outra para 
nivelá-lo, exatamente quando estiver cansado. Isso pode causar 
também um deslocamento desproporcional de solo supericial para 
a área do subsolo. 
esTRUTURa do soLo
Normalmente nós repreparamos o solo após cada cultivo, exceto 
nos cultivos de composto de outono. Algumas pessoas preferem 
fazê-lo somente uma vez por ano. Enquanto seu solo melhora e os 
torrões maiores desaparecem, seu canteiro pode não subir tanto 
quanto inicialmente. Não se preocupe com isso. É apenas um sinal 
que você e seu solo tiveram sucesso. O objetivo da dupla-escavação 
não é a elevação do canteiro, mas obteruma soltura e boa estrutura 
para o solo.
NOTAS FINAIS
 1 Para maiores informações sobre o desenvolvimento da qualidade do solo e 
sua estrutura veja a “Tabela 20.1 – Indicadores Qualitativos de Saúde do 
Solo” do Departamento de Agricultura e Serviço de Pesquisa dos E.U.A, Kit 
de Teste de Qualidade do Solo (Washington, DC: Departamento de Agricul-
tura e Serviço de Pesquisa, 1999) e Fred Magdof e Harold van Es, Building 
Soils for Better Crops, 2ª edição. (Burlington, VT: Sustainable Agriculture 
Network, 2000).
35
Fertilidade sustentável do solo
ustentabilidade signiica viver de uma maneira que permita 
haver recursos suicientes para viver bem em um meio 
ambiente vivo, diverso e próspero—indeinidamente.
Sustentabilidade é possível—pessoas, famílias e comunidades 
a alcançam frequentemente ao redor do mundo, ainda que muitos 
achem isso muito desaiador. Muitos de nós vivemos com seis vezes 
– ou mais – da quantidade de recursos que estaria disponível para 
cada pessoa no mundo se estes fossem divididos igualmente!
A comida que compramos é a maneira como cultivamos ou 
produzimos nosso alimento. Quando compramos alimentos que 
foram cultivados com práticas menos sustentáveis, estas serão as 
práticas que estaremos encorajando.
Também pensamos frequentemente na sustentabilidade 
em termos do uso de recursos não renováveis. Mais importante, 
no entanto, é aprender a usar bem os recursos renováveis. Se 
toda a agricultura na Terra se tornasse orgânica amanhã, seria 
maravilhoso e desaiador. A conservação de recursos, o cultivo 
de alimentos e um ecossistema planetário mais saudável seria 
2
sUsTenTaBILIdade 
oBjeTIVo: Cultivar e manter uma fertilidade sustentável do solo com 
húmus suficiente, enquanto criam-se prósperos micro ecossistemas
O avó cria ovelhas, o filho cria 
cabras, o neto não cria nada.
— RIChaRd sT. BaRBe BakeR, 
Minha Vida, Minhas Árvores
S
36 Sustentabilidade 
possível. No entanto, existiriam novos desaios em como gerenciar 
os recursos renováveis dentro desse sistema. O custo de compra 
do composto curado necessário para cultivar alimentos orgânicos 
dispararia por que a demanda excederia o suprimento usual. Esta 
é uma razão porque devemos aprender a preservar, gerenciar e 
desenvolver apropriadamente nossos recursos renováveis. O solo, 
por exemplo, precisa de um dado nível de húmus, ou composto 
curado, para se manter próspero. Para tanto, cada um de nós 
precisa assegurar-se de cultivar matéria orgânica suiciente para 
preservar apropriadamente os recursos renováveis do solo. 
Para que um jardim ou micro produção sejam sustentáveis, 
estes devem ser capazes de produzir cultivos suicientes para prover 
o agricultor com o que ele ou ela precisa, ao longo de um período 
indeinido de tempo. Isso é possível somente se o solo da micro 
produção é mantido fértil de uma maneira que não dependa nem de 
recursos não renováveis, como petróleo, nem de nutrientes ou saúde 
de outro solo. A maioria dos fertilizantes químicos e pesticidas 
são criados a partir de petróleo, que também abastece tratores, 
máquinas processadoras e veículos de transporte. Enquanto os 
fertilizantes orgânicos parecem ser uma boa alternativa, sua 
produção depende de que outro solo seja capaz de produzir os 
materiais crus, como alfafa, semente de algodão e alimento para 
animais que produzem farinhas de casco, chifre e sangue. Com estes 
materiais constantemente retirados do solo que os produz, este 
perde nutrientes e se torna esgotado e infértil.
Quando nosso foco é produzir o máximo que pudermos do solo, 
esquecemos de dar-lhe o que ele precisa para permanecer fértil. 
Devemos criar solo de uma maneira que seja sustentável. Só então 
ele poderá continuar a nos fornecer alimentos em abundância. Se 
cultivamos de maneira que não sustenta a fertilidade do solo, o solo 
que é usado funcionalmente para cultivos estará em breve esgotado. 
Como um recurso não renovável, será consumido.
a perda de nutrientes e húmus do solo
Quando uma área é cultivada, as plantas extraem tanto nutrientes 
quanto húmus do solo. Para manter a fertilidade do solo, os nutrientes 
e húmus devem ser repostos. Estas duas necessidades podem ser 
compensadas simultaneamente quando o cultivo e todos os outros 
resíduos daqueles que consomem a porção comestível do cultivo são 
 Sustentabilidade 37
sustentabilidade
compostados e retornam para a terra. O composto curado terá quase 
todos os nutrientes que o cultivo continha e, dependendo dos cultivos 
gerados, suiciente húmus para satisfazer o suprimento do solo1. O 
carbono que deixou o solo na forma de dióxido de carbono retornará se 
as plantas que armazenam grandes quantidades desse elemento em 
seus corpos maduros (como o milho, amaranto, trigo e arroz) forem 
cultivadas e adicionadas ao solo como composto curado.
adição inicial de húmus 
e nutrientes ao solo
Nem todos os solos têm naturalmente todos os nutrientes que 
precisam para uma ótima saúde e uma colheita produtiva. Cultivos 
de raízes profundas como alfafa e confrei podem ser plantados 
para trazer nutrientes dos níveis mais abaixo das raízes, para 
então serem compostadas e adicionadas ao solo supericial. 
Quando o composto curado é adicionado ao solo, nutrientes 
que anteriormente não estavam disponíveis podem tornar-se 
disponíveis pelo ciclo geobiológico. (Neste ciclo, o ácido húmico 
– que é produzido no processo de decomposição e está contido 
no composto curado – junto com o ácido carbônico desenvolvido 
ao redor das raízes das plantas, podem aumentar a atividade 
microbiana do solo, decompor mais minerais e possivelmente 
alterar o pH fazendo com que nutrientes indisponíveis iquem 
disponíveis). No entanto, se os nutrientes necessários não estão nas 
regiões profundas do solo, eles não estarão presentes no composto 
curado. Em outras palavras, se os nutrientes não estão presentes, 
o composto curado feito de plantas cultivadas em um solo 
com deiciência de nutrientes não conterá os nutrientes 
deicientes, e o solo continuará desequilibrado mesmo 
depois da adição do composto curado. No entanto, em alguns 
casos, você precisará trazer nutrientes na forma de fertilizantes 
orgânicos para dentro da micro produção. Seu objetivo deve ser 
trazer o mínimo de fertilizantes orgânicos de fora e mantê-los no 
ciclo do sistema através da compostagem. 
No começo, você também pode decidir trazer materiais 
carbônicos para o jardim ou microprodução para que suiciente 
húmus seja adicionado ao solo. Húmus é a comida dos micro-
organismos do solo, que são responsáveis por criarem uma boa 
estrutura e fertilidade. Também ajuda a manter os nutrientes no 
solo. Se não há húmus suiciente (em torno de 4% a 6% de matéria 
38 Sustentabilidade 
orgânica em regiões temperadas e 3% nas regiões tropicais), os 
nutrientes que retornam para o solo na forma de composto curado 
podem ser lixiviados.
100% de sustentabilidade Impossível
Alguns nutrientes irão escapar de seu jardim ou micro produção, 
tanto através da lixiviação, com lavagem pela água da chuva, 
ou pelo vento, que os carrega para longe (apesar da água e 
erosão do vento não serem um problema quando o suprimento 
de húmus no solo é mantido e todas as técnicas de CULTIVO 
BIOINTENSIVO são usadas). Ao mesmo tempo, no entanto, 
nutrientes são adicionados naturalmente à micro produção através 
da água da chuva, vento, da quebra de material rochoso no solo 
e a elevação de águas subterrâneas. Com a micro produção e 
agricultura sustentável do CULTIVO BIOINTENSIVO, o ganho 
em nutrientes pode eventualmente equiparar-se à perda 
destes, e o seu equilíbrio no solo pode ser mantido se todos 
os nutrientes forem reciclados.
De acordo com a segunda lei da termodinâmica, todos os 
sistemas funcionam através de um estado de entropia ou desordem. 
No entanto, nenhum sistema, incluindo a agricultura, pode ser 
sustentado indeinidamente. Ao extremo, toda a vida irácessar 
assim como o sol queimará daqui a milhares de anos. No entanto, 
até que isso aconteça, podemos manter nossos solos em nível 
perto da completa sustentabilidade (ao invés de perto da completa 
insustentabilidade como é agora a situação da maioria dos sistemas 
agrícolas). Dentro de uma horta ou micro produção, alguns 
nutrientes do solo podem não ser repostos por forças naturais ou 
as mesmas forças podem adicionar em excesso estes nutrientes. 
Em ambas as situações, se a manutenção apropriada de nutrientes 
no solo não é buscada, o solo não será mais capaz de produzir 
quantidades signiicantes de culturas em um breve período de 
tempo.
Um [agricultor] tomou uma terra 
[em Saskatchewan, Canada], 
construiu um celeiro e uma casa 
de madeira sobre ela; arou a 
pradaria e cultivou trigo e aveia. 
Após vinte anos ele decidiu que 
este país não era bom para a 
agricultura, pois oito pés de sua 
terra tinham ido embora, e ele 
tinha que escalar para chegar 
em casa.
— RIChaRd sT. BaRBe BakeR, 
Minha Vida, Minhas Árvores
 Sustentabilidade 39
sustentabilidade
a necessidade de Mais de 99% de 
sustentabilidade
Na Ação Ecológica, estamos investigando os componentes do 
CULTIVO BIOINTENSIVO como possivelmente um dos mais 
rápidos, mais efetivos, mais conservadores de recursos e como 
caminho mais ecológico para reabastecer e equilibrar os nutrientes 
do solo. Uma vez que a base nutricional do solo tenha sido 
propriamente construída e equilibrada, precisamos aprender como 
melhor manter estes nutrientes em nossas hortas e micro produção. 
Uma abordagem promissora é cultivarmos todos os nossos materiais 
compostáveis. Se produzimos quantidades suicientes de cultivo que 
produzem material para composto, nossa meta será que o composto 
curado resultante contenha tantos nutrientes quanto os cultivos 
removidos do solo, assim como húmus suiciente para alimentar 
os micróbios e prevenir que os nutrientes sejam lixiviados. Desta 
maneira, nossa área de produção de alimentos se torna uma fonte, 
ao invés de um dreno – de carbono, nutrientes e fertilidade. (A 
perda em cadeia de dióxido de carbono, ou “dispersão”, do sistema 
é uma das principais preocupações. Mundialmente, a perda de 
carbono de nossos solos – e de árvores coletadas e seu uso para 
combustível – é uma situação que causa cada vez mais problemas).
Manter os nutrientes dentro da micro produção, assim como 
aprender a diminuir os nutrientes que precisamos trazer de fora, 
são importantes tarefas para que cultivemos todo o nosso alimento, 
roupa e materiais de construção em 900 metros quadrados (ou uma 
média de 1/5 de acre), o que pode em breve ser tudo de disponível 
para cada homem, mulher e criança vivendo em nações em 
desenvolvimento (veja Apêndice 2). Em breve não teremos o luxo de 
tomarmos nutrientes de um solo para alimentar outro.
Com apenas 33 a 49 anos de solo agricultável remanescente no 
mundo, aprender como enriquecer, melhorar e manter o solo – de 
uma maneira sustentável – é de vital importância se quisermos 
sobreviver como espécie. Se os sistemas agrícolas atuais só podem 
fornecer alimento por um século antes que o solo seja esgotado, eles 
claramente não são sustentáveis. Civilizações antigas sustentaram 
seus solos para alimentar grandes populações por grandes períodos 
de tempo. O solo da China, por exemplo, permaneceu produtivo por 
4.000 anos ou mais até a adoção de técnicas agrícolas químicas e 
mecanizadas, que têm sido responsáveis, em parte, pela destruição 
de 15% a 33% do solo agricultável desse país, no período de 1950 
a 1990. Muitas das grandes civilizações do mundo desapareceram 
aprender com o passado 
e o presente: Os chineses 
miniaturizaram biologicamente 
a agricultura e cultivaram 
alimentos organicamente 
com espaçamento mínimo de 
plantas e mantendo a fertilidade 
do solo (usando compostos 
contendo nutrientes e carbono) 
por centenas de anos sem 
esgotarem seus recursos. Em 
1890, este processo permitiu 
aos chineses cultivar toda 
a comida para 1 pessoa em 
aproximadamente 580 a 720 
metros quadrados, incluindo 
produtos animais utilizados na 
época.
40 Sustentabilidade 
quando a fertilidade de seus solos não conseguia mais ser mantida. 
A África do Norte, por exemplo, costumava ser o celeiro de Roma, 
até que a superprodução a converteu em um deserto e muito do 
Deserto do Saara era loresta, até ser devastada.
Busca da sustentabilidade pela 
ação ecológica
Quando a Ação Ecológica iniciou a Mini Fazenda Chão Comum 
em Willits, Califórnia, o solo era tão infértil que muitos compostos 
carbonáceos não cresciam bem. Em um esforço para melhorar 
o solo, para que este pudesse cultivar todos os materiais de 
composto carbonáceo necessários para fornecer composto curado 
suiciente, material de composto com muito carbono (serragem 
misturada com esterco nutritivo de cavalo) foi importado para a 
pequena propriedade. Esta abordagem foi eventualmente muito 
inapropriada por causa da signiicante importação dos materiais. 
Consequentemente, limitamos nossa construção de composto para 
incluir materiais produzidos na pequena propriedade sempre que 
possível. No entanto, como muitos cultivos que estávamos testando 
não continham muito carbono, a pequena propriedade produzia 
signiicantemente menos material de composto carbonáceo do que 
era necessário para aumentar e manter a fertilidade do solo. Sem 
composto curado suiciente, o solo começou a perder o húmus que 
já tinha e sua habilidade em cultivar matéria orgânica suiciente 
diminuiu. Em 1985, começamos a cultivar mais de nosso próprio 
material de composto do que antes e complementamos nosso 
suprimento de materiais carbonáceos com palha comprada e alfafa, 
para testes de compostos especiais, e esterco de cabra (proveniente 
de forragens externas).
Hoje, estamos muito mais perto de atingirmos a 
sustentabilidade de húmus no solo em um sistema fechado, dentro 
dos limites da pequena propriedade. Raramente importamos 
material de composto de fora dos canteiros (além de ervas dos 
caminhos e resíduos de cozinha, que contém resíduos de fontes 
externas). Além disso, estamos explorando diferentes níveis de 
manutenção sustentável da fertilidade do solo. Estes métodos 
envolvem o uso de diferentes quantidades de composto curado, 
resultando, consequentemente, em diferentes níveis de produção 
(veja capítulo 3).
Já que, atualmente, não retornamos os nutrientes 
Lições de sustentabilidade: 
Bioesfera2, um projeto de ciclos 
vivos fechados no Arizona 
durante a década de 90, usou 
técnicas baseadas nestas 
redescobertas/sistematizações 
da Ação Ecológica. O resultado: 
eles cultivaram 80% de seus 
alimentos por 2 anos dentro 
de um sistema fechado. Sua 
experiência demonstrou que 
uma dieta anual completa 
para uma pessoa pode ser 
cultivada no equivalente a 
apenas 340 metros quadrados! 
Em contraste, atualmente a 
agricultura comercial precisa de 
1500 a 3000 metros quadrados 
para fazer o mesmo. Mais ainda, 
a agricultura comercial tem que 
trazer grandes quantidades de 
insumos e solo de outras áreas 
durante o processo. Cultivar todo 
o alimento para uma pessoa, em 
um país em desenvolvimento, 
requer aproximadamente 1600 
metros quadrados, dadas as 
dietas e práticas de cultivo em 
uso.
 O Laboratório de 
Pesquisas em Meio Ambiente 
da Universidade do Arizona 
realizou os primeiros testes para 
a Bioesfera2, documentando 
o estado do solo e da 
produção ao longo do tempo. 
No Experimento de Dietas 
Humanas, todas as culturas 
testadas envolviam a rotação de 
cultivos de maneira sustentável 
e Biointensiva, incluindo grãos, 
legumes e adubos verdes. 
continua na página 41
 Sustentabilidade 41
sustentabilidade
presentes na urina e dejetos humanos para o solo da pequena 
propriedade, precisamos importar alguns fertilizantes orgânicos 
para manter os níveis de nutrientes e equilibraro solo. (Com 
o tempo, as quantidades e o número de fertilizantes diminuiu 
signiicantemente, ao retermos os nutrientes e reciclarmos o 
composto). Para o futuro, estamos explorando maneiras seguras, 
efetivas e legais de retornarmos os nutrientes de nossos dejetos 
para o solo de onde vieram. Nosso objetivo principal era produzir 
safras médias relevantes com a mesma quantidade, ou menos, 
de insumos equivalentes da agricultura convencional. Hoje nosso 
objetivo é, eventualmente, produzir pelo menos médias relevantes 
sem a adição de insumos, após a criação do solo. 
oBjeTIVos aTUaIs PaRa enTendeR e aLCançaR 
99% de sUsTenTaBLIdade
Nossos objetivos são compreender como um jardim ou pequena 
propriedade podem:
 • Produzir todo seu material compostável sem ter que importar 
nenhuma palha, esterco ou outros materiais carbonáceos 
necessários para sustentabilidade do húmus do solo
 • Manter a sustentabilidade de nutrientes
Como Planejar a Fertilidade de seu solo
Para sustentar mais facilmente a fertilidade de seu solo e diminuir 
o espaço necessário para produzir um grande percentual de sua 
dieta em uma menor área, a Ação Ecológica recomenda que você:
 • Mantenha aproximadamente 60% de sua área de cultivo 
com culturas de carbono e calorias, que produzem grandes 
quantidades de carbono para composto e que também produzem 
alimento na forma de signiicantes quantidades de calorias. 
Leguminosas também podem ser plantados entre os espaços 
para produzir biomassa imatura e ixar nitrogênio no solo, se 
são colhidos com 50% de loração.2
 • Cultive aproximadamente 30% de raízes especiais que 
produzam grandes quantidades de calorias num espaço limitado 
por unidade de tempo.
Todos os resíduos dos cultivos 
retornavam ao solo após a 
colheita e compostagem. O Dr. 
Ed Glenn, que conduziu 
os testes, afirmou: Apesar 
do financiamento não estar 
disponível para continuar estes 
experimentos pelo número de 
anos necessários para comporem 
as conclusões finais, os 
resultados suportam a hipótese 
de que a produção sustentável 
de alimentos com pouco ou 
nenhum insumo externo não 
irá apenas continuar a produzir 
grandes colheitas, mas irá 
melhorar, ao invés de esgotar, os 
organismos constituintes do solo.
Continuação da página 40
42 Sustentabilidade 
a Pequena-Propriedade sustentável – CULTIVo BIoInTensIVo
Percentuais aproximados de Áreas Cultivadas para sustentabilidade: 60/30/10
aPRoXIMadaMenTe 40 CanTeIRos (400 MeTRos qUadRados) PaRa 1 Pessoa 
 (500 MeTRos qUadRados InCLUIndo CaMInhos)
 • Tenha um máximo de 10% de culturas vegetais para vitaminas 
e minerais adicionais. (Mais de três quartos desta área podem 
ser plantados com cultivos para rendimentos se as vitaminas 
e minerais necessários são fornecidos pelo outro um quarto da 
área.)
Veja a informação nas páginas seguintes para mais detalhes. 
Esperamos que estas diretrizes tornem seu caminho para a 
sustentabilidade mais fácil. Lembre-se que o objetivo é cultivar 
material compostável suiciente no seu espaço de plantio, para 
manter os níveis de matéria orgânica, assim como reciclar os 
nutrientes. Testes anuais de solo lhe fornecem a informação para 
monitorar seu sucesso e as próximas diretrizes.
60% de cultivos de carbono e calo-
rias (por exemplo grãos) para a produção do 
máximo de carbono e calorias suficientes 
- 24 canteiros
30% em raízes de alta caloria (por 
exemplo batatas) para o máximo de calorias 
– 12 canteiros
10% em culturas de vegetais (por exemplo 
folhas para saladas) para vitaminas e minerais 
– 4 canteiros
se desejado, 50% a 75% dos cultivos de 
vegetais podem ser usados para rendimentos
30% da área: área de “cultivos de raízes altamente calóricas” - e cultivos eficientes em peso e calorias: Cultivos desta 
categoria necessitam ser eficientes tanto em área quanto em peso. Como definido para esta planilha, um cultivo é con-
siderado eficiente em área se a área necessária para o total de calorias for 16 canteiros (160 metros quadrados) ou menos, 
considerando uma produção intermediária de CULTIVO BIOINTENSIVO; é considerado eficiente em peso se o peso diário de 
alimento a ser consumido para um total de calorias for menor que 4,5 quilos. 1
Nota: Para uma dieta diversificada, você pode escolher cultivos que sejam menos eficientes em peso (por exemplo, cebolas 
comuns, 7 quilos por dia); e no caso, você precisará obter uma quantidade significante de alimentos obtidos dos cultivos que 
são mais eficientes em peso (por exemplo, avelãs, 0,4 quilos por dia) e/ou aumentar a sua área de cultivo.
Cultivos de Raízes que não são boas escolhas para esta Categoria:
• Cenouras (30,0/12,3)
• Beterraba ou beterraba forrageira, somente raízes (40,8/12,3)
• Rabanetes (48.1/26.4)
 Sustentabilidade 43
sustentabilidade
Para produzir sustentavelmente, tenha estes objetivos em conta para cultivar e aplicar o composto.
objetivos na aplicação de Composto (incluindo 50% de solo)
Por 10 metros quadrados, ao menos anualmente antes do cultivo principal e, se possível, de 4 a 6 meses na estação de cultivo 
Peso seco - 
Material Maduro para 
Cultivo (kg/10 m2)
Peso úmido – 
Material Imaturo para 
Cultivo (kg/10 m2)
Iniciante 20 litros 1 balde e 1/2 0,3 cm 7 kg ou mais 45 kg ou mais
Intermediário 60 litros 3 baldes 0,6 cm 15 kg ou mais 90 kg ou mais
Avançado 120 litros 6 baldes 1,2 cm 30 kg ou mais 180 kg ou mais
 Notas: A aplicação de 1 metro cúbico por 10 metros quadrados não é suficiente para prevenir do lixiviamento de minerais, pois o solo provavelmente não tem matéria orgânica 
suficiente (a menos que a matéria orgânica seja originalmente elevada). 
 A produção de composto irá aumentar com a operação do sistema ao longo do tempo, com a adoção do agricultor e sua maior experiência e a melhoria da condição do solo. 
 As pesquisas da Ação Ecológica mostram que poucos sistemas em média serão capazes de produzir mais de 4 metros cúbicos/10 metros quadrados sustentavelmente. Uma 
pequena propriedade sustentável aplicará o composto disponível criado a partir do próprio sistema.
Cultivo de Raízes de alta Caloria
Mais eficiente por Área Mais eficiente em Peso
Alho poró (6,6 canteiros) Alho (1,8 kg)
Alho (10,8 canteiros) Batatas doce (2,5 kg)
Pastinacas (10,8 canteiros) Barba de bode (3,3 kg)
Barba de bode (11,8 canteiros) Batatas (3,4 kg)
Batatas (12,2 canteiros) Tupinambos (3,6 kg)
Batatas doce (12,4 canteiros) Pastinacas (3,6 kg)
Tupinambos (12,3 canteiros) Alho Poró (4,4 kg)
a ser considerado na Categoria Vegetais
eficiente em Área mas não eficiente em Peso eficiente em Peso mas não eficiente em Área
Nabos, incluindo as partes superiores (8,8 canteiros); 
requer 10 kg/dia* Amendoins (1/2 kg); requer 34,1 canteiros
Cebola normal (12,7 canteiros); requer 7 kg/dia* Mandioca (1,6 kg); requer 20,1 canteiros
Couve nabo (13,4 canteiros); requer 7,5 kg/dia Soja (1,9 kg); requer 58 canteiros
Bardana (3,8 kg); requer 17,8 canteiros
Feijões (excluindo feijões de fava) (2,4 kg); requer 56,8 canteiros
*Assumindo 2 cultivos por ano OU produções que sejam 2 vezes o nível intermediário.
Nota: Outras culturas de raízes, como cenouras, beterrabas e rabanetes não são eficientes nem em peso nem em área e devem portanto serem consideradas como culturas de vegetais.
 
44 Sustentabilidade 
O design de proporções 60/30/10 foi desenvolvido após a observação 
dos resultados dos desenhos teóricos da mini fazenda de CULTIVO 
BIOINTENSIVO, após 10 anos de oicinas. Notamos que muitos 
dos projetos estavam nesta proporção, para o planejamento de uma 
área de 40 canteiros. (usando 400 metros quadrados como área 
para o cultivo de uma dieta completa). Uma área de cultivo de 40 
canteiros é facilmente manejável por uma pessoa em meio período, 
uma vez que o solo e suas habilidades já estejam construídos. 
Também escolhemos usar 40 canteiros pois muitas das pessoas no 
mundo só têm acesso à esse limitado tamanho de área. Uma popu-
lação mundial em crescimentoirá apenas reduzir as áreas agricul-
táveis disponíveis. A habilidade de cultivar toda sua nutrição de 
maneira sustentável em uma área reduzida será de grande valor. 
Oferecemos esta proporção como uma ferramenta condutora para 
ajudá-lo na criação de projetos iniciais para sua área de cultivo. 
Ao longo dos anos, temos visto numerosos projetos de proporção 
que funcionam bem dentro de um projeto de 40 canteiros. Abaixo, 
oferecemos uma série de considerações.
 • Se você escolher comer mais culturas de carbono e calorias, o 
peso de seu alimento será, em geral, menor por dia, mas a área 
necessária para cultivo de sua dieta aumentará.
 • Se você escolher comer mais culturas de raízes de alta calo-
ria, o peso de seu alimento será geralmente maior, mas a área 
necessária para cultivar sua dieta diminuirá.
 • Se você escolher alimentar-se de uma dieta com uma grande 
variedade de cultivos, o planejamento de seu jardim/micro 
produção será mais complexo, pois haverão mais considerações 
em termos de fases de cultivo, colheitas e conservação.
 • Se você cultivar muitas leguminosas não consorciados (além 
dos feijões de fava) como parte de sua dieta, eles reduzirão 
o peso da sua dieta, mas aumentarão signiicativamente a 
área necessária para o cultivo, pois as leguminosas não são 
muito eicientes em área para a produção de calorias. Além 
disso, seu planejamento pode produzir mais proteínas do que 
o necessário para a dieta de uma pessoa. 
 • A unidade com 40 canteiros é uma diretriz. Em muitos climas 
e solos com suiciente disponibilidade de água, uma dieta com-
pleta e balanceada pode ser cultivada em até 25 canteiros e 
esclarecimentos e 
exemplos do Projeto de 
Proporções 60/30/10 
ConseLhos GeRaIs PaRa 
o PLanejaMenTo de sUa 
dIeTa:
60% - Cultivos de carbono e calo-
rias produzem grande quantidade 
de carbono e quantidades significa-
tivas de calorias.3
• Grãos: trigo, centeio, aveia, 
cevada, triticale, milho, sorgo, 
amaranto, quinoa, milho pero-
lado, etc.
• Feijões de fava (cultivados até a 
maturidade para feijões secos e 
produção de biomassa)
• Girassóis4
• Avelãs
• Uvas (comidas na forma de 
uva-passa)
30% - Cultivos de raízes de alta 
caloria produzem uma grande 
quantidade de calorias em um 
limitado espaço. são eficientes 
em área e peso.5 
10% - Culturas de vegetais: 
Produção de baixa caloria, 
vegetais de baixa produção 
de carbono, para vitaminas e 
minerais. Vegetais e cultivos 
para rendimentos não produzem 
grandes quantidades de calo-
rias ou carbono em um espaço 
limitado.
NOTE: Mesmo se você, quando 
tornar tornar-se especialmente 
hábil no desenho de sua dieta, 
escolher outras proporções para 
estes cultivos – descobrirá que a 
abordagem 60/30/10 é a que 
melhor ensina sobre a natureza 
e a força dos cultivos.
 Sustentabilidade 45
sustentabilidade
algumas vezes até menos, considerando uma produção de nível 
intermediário. Em climas desaiadores com solos com falta de 
água, podem ser necessários mais de 40 canteiros. 
Ficamos emocionados quando pessoas ou programas adotam 
as práticas de CULTIVO BIOINTENSIVO, mas ainda existe um 
desaio a ser encarado. Muitas pessoas são bem sucedidas usando 
as técnicas Biointensivas para gerar alimentos para intervenção 
na nutrição, mas poucos estão tentando cultivar todas as calorias 
necessárias em um princípio que também alimente o solo adequada-
mente. Quando as pessoas dizem que estão cultivando seu próprio 
alimento, tendem a referir-se a 5% a 10% de suas dietas (os vegetais 
que conseguem produzir durante a estação de cultivo). As calorias 
e a fertilidade sustentável do solo na micro produção e cultivo são o 
próximo passo, o que precisa ser catalisado por cada um de nós. As 
publicações da Ação Ecológica, One Circle, the Sustainable Vegetable 
Garden, e o Self-Teaching Mini-Series Booklets 14, 15, 25, 26, 28, 34, 
35 e 36 lidam com o cultivo de uma dieta completa. Uma vez que os 
90% adicionais da área de produção de calorias forem estabelecidos 
no jardim e suas técnicas e solo tenham melhorado, se tomará uma 
média de 15 minutos, ou menos, por dia por canteiro para mantê-lo.
Tem ocorrido uma grande mudança na consciência humana 
desde que a Ação Ecológica iniciou sua primeira pesquisa e micro 
produção há mais de 40 anos. Esta mudança aconteceu porque 
indivíduos ao redor do mundo começaram a perceber que podiam 
modiicar a maneira como faziam as coisas em suas próprias vidas. 
Cultivar alimentos sustentavelmente de uma maneira cuidadosa 
e consciente faz a diferença. Uma vez que você se torne habilidoso, 
que tenha construído a fertilidade de seu solo, usado ferramentas 
simples e eicientes tais como as Barras em U e foices com berços de 
grãos, e, se escolheu os cultivos mais eicientes – você será capaz de 
cultivar seu alimento em menos de 2 horas por dia. 
De fato, antropólogos nos dizem que há 10.000 anos atrás, 
uma cultura no norte do Irã cultivava as calorias para uma pessoa 
com apenas 20 horas de trabalho por ano – 20 minutos por dia por 
60 dias. Seu cultivo básico era Einkorn hornemanni, um trigo da 
Antiga Idade da Pedra – o segundo trigo mais simples e um precoce 
trigo vermelho.
Calorias são o elemento nutricional mais desaiador para o cul-
tivo em uma pequena área com o mínimo de trabalho, e esta cul-
tura achou uma solução. Quaisquer vitaminas ou minerais faltantes 
podem ser cultivados para complementar as calorias em uma área e 
tempo relativamente pequenos, na forma de vegetais e frutas.
Para preservar a diversidade 
na Terra: é importante manter 
pelo menos metade do solo 
agricultável do planeta como 
uma reserva natural. O CULTIVO 
BIOINTENSIVO de Micro 
produção Sustentável - com sua 
alta produtividade e pequena 
necessidade de recursos locais 
– pode ajudar a tornar isso 
possível. 
46 Sustentabilidade 
Como humanos, somos parte do ciclo de nutrientes da Terra, 
assim como o são as plantas e animais. A Terra nos dá as boas vin-
das ao criar o que precisamos. Árvores são um ótimo exemplo. Elas 
absorvem nosso dióxido de carbono e nos dão de volta o oxigênio 
para respirarmos. Ao nos tornarmos mais conscientes e conectados 
ao nosso lugar no círculo da vida, parecerá natural plantar culti-
vos de produção de carbono que também produzam calorias. Dessa 
maneira nossos cultivos dão de volta à Terra a vida com que ela nos 
alimentou. Ao nos tornarmos mais responsáveis por nosso lugar 
neste emocionante luxo de nutrientes, desejaremos cultivar toda a 
nossa dieta.
Considere unir-se à cinco amigos e envolver-se no CULTIVO 
BIOINTENSIVO de Micro-Produção Sustentável e/ou outras práti-
cas de cultivo sustentável de alimentos. A cultura Maia praticava 
o cultivo biológico intensivo de alimentos em comunidade. De tal 
maneira, podemos fazer uma diferença signiicante no mundo, uma 
pequena área por vez!
NOTAS FINAIS
 1 Com certeza, os nutrientes que comemos passam por nossos corpos como 
“resíduos”. Reciclar os dejetos humanos e urina é também considerado um 
assunto tabu, mas é uma área que precisa de muito estudo para sermos 
capazes de reciclar estes nutrientes, em particular, fósforo, de uma maneira 
segura, legal e efetiva. Veja a seção Dejetos Humanos na Bibliograia online 
em www.growbiointensive.org, para pesquisas sobre reciclagem de dejetos 
humanos. 
 2 Para cultivar o nitrogênio necessário para fazer um bom composto, pre-
cisamos plantar também leguminosas. Uma maneira de atingir a produção 
adicional de nitrogênio sem aumentar a área de plantio é o consórcio. Por 
exemplo, feijões de fava podem ser plantados entre o trigo no inverno e fei-
jões arbustivos com o milho no verão.
 3 Cultivos de carbono e calorias produzem ao menos 13,5 quilos de material 
maduro por 10 metros quadrados em produções intermediárias, sendo assim 
eicientes em peso.
 4 Sementes de girassol contém muita gordura, para evitar toxicidade por cobre 
não devem ser ingeridos mais de 300 gramas por dia.5 Tal como deinido pela Ação Ecológica, um cultivo é considerado eiciente 
em área se a área anual necessária para o total de calorias é de 16 canteiros 
(160 metros quadrados) ou menos, considerando produções intermediárias 
em CULTIVO BIOINTENSIVO. Uma cultura é considerada eiciente em 
peso se contém 2.400 calorias em 4,5 quilos ou menos.
dê à natureza, e ela o retribuirá em gloriosa abundância.
—aLan ChadWICk
47
3
o Uso do CoMPosTo e a 
FeRTILIdade do soLo
Um sistema “natural”
a natureza, coisas vivas morrem e sua morte permite 
outras vidas renascerem. Tanto os animais quanto as 
plantas morrem no chão das lorestas e bosques para serem 
decompostos pelo tempo, água, micro-organismos, sol e ar, para 
produzir um solo melhorado em estrutura e nutrientes. O cultivo 
de plantas orgânicas segue o exemplo da natureza. Folhas, gramas, 
ervas, podas, aranhas, pássaros, árvores e plantas devem retornar 
ao solo e serem reutilizados – não descartados. A compostagem 
é um importante caminho para a reciclagem de elementos como 
carbono, nitrogênio, magnésio, enxofre, cálcio, fósforo, potassa 
e micronutrientes. Todos esses elementos são necessários para 
manter os ciclos biológicos da vida que existem naturalmente. 
Nós, ao contrário, muitas vezes participamos de uma agricultura 
exploratória.
A compostagem na natureza ocorre pelo menos de três 
maneiras: 
oBjeTIVo: Maximizar a qualidade e quantidade do composto curado 
produzido por unidade de composto criado e maximizar a micro 
biodiversidade
As raízes do centeio crescem até 15 
centímetros de profundidade.
N
48 O Uso do Composto e a Fertilidade do Solo
 1. Ocorre na forma de estercos, que são alimentos de plantas e 
animais compostados dentro do organismo de animais (incluindo 
minhocas) e então posteriormente curtidos fora do animal 
pelo calor da fermentação. Minhocas são especialmente boas 
composteiras. Seus resíduos são até 5 vezes mais ricos em 
nitrogênio, 2 vezes mais ricos em cálcio permutável, 7 vezes mais 
ricos em fósforo disponível e 11 vezes mais ricos em potássio 
disponível do que o solo em que elas habitam.1 
 2. Ocorre na forma dos organismos de plantas e animais que caem 
sobre e dentro do solo na natureza e em pilhas de composto. 
 3. Ocorre na forma de raízes, pelos radiculares e formas de vida 
microbiana que permanecem abaixo da superfície do solo após 
a colheita. Estima-se que um grão de centeio plantado em bom 
solo cresça 3 milhas de pelos radiculares por dia, 387 milhas de 
raízes em uma estação, e 6.603 milhas de pelos radiculares a 
cada estação!2
materiais frescos 
materiais em decomposição
solo superficial
partículas finas de rochas
partículas grandes de rochas
rochas
 O Uso do Composto e a Fertilidade do Solo 49
C
om
posto
Qualitativamente, algumas pessoas sentem que o composto feito 
de plantas é 4 vezes melhor do que aquele feito a partir do esterco, e 
que o composto de raízes é duas vezes melhor do que o composto de 
plantas! É interessante que as raízes (que têm uma relação especial 
com os micróbios do solo e com o próprio solo) possam pesar de 45% 
a 120% do peso que está acima do solo nas plantas.
Funções do Composto
O composto tem uma dupla função. Melhora a estrutura do solo. 
Isso signiica que o solo será mais fácil de ser trabalhado, terá 
mais aeração e características de retenção de água e será mais 
resistente à erosão. Além disso, o composto também fornece 
nutrientes para o crescimento das plantas e seus ácidos orgânicos 
tornam os nutrientes no solo mais disponíveis para os vegetais. 
Menos nutrientes são lixiviados em um solo com adequada matéria 
orgânica.
Uma estrutura e nutrição melhoradas produzem um solo mais 
saudável. Um solo saudável produz plantas saudáveis mais 
capazes de resistirem ao ataque de insetos e doenças. A maioria 
dos insetos procura plantas doentes para comer. O melhor meio de 
controle de insetos e doenças é com um solo vivo e saudável, mais do 
que com o uso de venenos, que matam a vida benéica do solo.
O composto mantém o solo em máxima saúde com um mínimo 
de despesas. Geralmente, não é necessário comprar fertilizantes 
para cultivar plantas saudáveis. Inicialmente, fertilizantes 
orgânicos podem ser comprados para que o solo possa alcançar um 
nível satisfatório de fertilidade em um curto espaço de tempo. Uma 
vez feito isso, a saúde do solo pode ser mantida com composto, boa 
rotação de culturas e reciclagem de resíduos de plantas na pilha de 
compostagem.
É importante perceber as diferenças entre fertilização e 
fertilidade. Pode haver muita fertilização no solo e, ainda assim, as 
plantas não crescerem bem. Adicione composto ao solo e os ácidos 
orgânicos nele contidos irão liberar os nutrientes “escondidos” de 
uma forma disponível para as plantas. Esta foi a fonte da incrível 
fertilidade do jardim de Alan Chadwick em Santa Cruz.
50 O Uso do Composto e a Fertilidade do Solo
o Processo
O composto é criado a partir da decomposição e recombinação de 
várias formas de vida de plantas e animais, como folhas, grama, 
madeira, lixo, roupas com ibras naturais, cabelos e ossos. Estes 
materiais são matéria orgânica. A matéria orgânica é apenas uma 
fração do material total que compõe o solo – geralmente entre 1% 
e 8% do peso. Ainda assim, a matéria orgânica é absolutamente 
necessária para a sustentação da vida do solo e sua fertilidade. 
A matéria orgânica refere-se aos resíduos animais e de plantas 
de todos os tipos e em todos os estágios de decomposição ou 
apodrecimento. Inseparáveis destes resíduos em putrefação são os 
micro-organismos vivos que os decompõem ou digerem.
Formas de vida microscópicas (bactérias e fungos) no solo 
produzem o processo de recombinação, que cria o calor na pilha 
de composto. A maior parte da decomposição envolve a formação 
de dióxido de carbono e água enquanto o material orgânico é 
processado. Você pode controlar a temperatura da sua pilha de 
composto com um termômetro ou também, inserindo um pedaço 
de 2,5 cm por 2,5 cm de madeira dentro da pilha, removendo-o 
periodicamente e sentindo o calor em sua mão. Você pode julgar se a 
última medição foi mais quente ou mais fria do que a anterior.
Ao consumir a energia disponível, a atividade microbiana 
diminui, seus números diminuem – e a pilha resfria. A maioria da 
matéria orgânica remanescente está na forma de compostos de 
húmus. O húmus inclui os corpos vivos e mortos dos micróbios. 
Quando o húmus se forma, o nitrogênio se torna parte de sua 
estrutura. Isso estabiliza o nitrogênio no solo porque os compostos 
do húmus são resistentes à decomposição. Eles são trabalhados 
lentamente por organismos do solo, mas o nitrogênio e outros 
nutrientes essenciais são protegidos da solubilidade e dissipação 
muito rápidas. Matéria orgânica inclui húmus e alguma matéria 
orgânica não decomposta.
O húmus também atua como um lugar de adsorção (acumulação 
de nutrientes em sua superfície) e troca de nutrientes para as 
plantas no solo. A superfície das partículas do húmus carregam 
uma carga elétrica negativa. Muitos dos nutrientes das plantas – 
como cálcio, sódio, magnésio, potássio e micro minerais – carregam 
uma carga elétrica positiva na solução do solo e portanto são 
atraídas e aderidas à superfície do húmus. Alguns nutrientes das 
plantas – como o fósforo, enxofre, e a forma de nitrogênio que é 
disponível para as plantas – não são carregados positivamente. 
Felizmente, um bom suprimento destes nutrientes se torna 
 O Uso do Composto e a Fertilidade do Solo 51
C
om
posto
disponível para as plantas através da transformação biológica na 
pilha de composto e no solo.
As raízes das plantas, ao crescerem pelo solo em busca de 
nutrientes, são alimentadas pelo húmus. Cada raiz é cercada por 
um halo de íons de hidrogênio, que é um subproduto da respiração 
das raízes. Estes íons também carregam eletricidade positiva. A 
raiz na verdade “barganha”com o húmus, trocando alguns de seus 
íons de hidrogênio positivamente carregados, por íons carregados 
positivamente presos na superfície do húmus. Uma troca ativa 
é acionada entre húmus e raízes, as plantas “escolhendo” quais 
nutrientes necessitam para equilibrar sua química interior.
Portanto, o húmus é o alimento mais coniável para as plantas, 
e as plantas removem quaisquer combinações de nutrientes 
que escolham da superfície daquele. As práticas do CULTIVO 
BIOINTENSIVO se apoiam neste processo natural, contínuo e 
lento de liberação de nutrientes para as plantas, ao invés de tornar 
disponível, quimicamente e de uma só vez, todos os nutrientes de 
uma estação.
A beleza do húmus se deve ao fato que este alimenta as plantas 
com os nutrientes que estas pegam de sua superfície e também pelo 
fato dele armazenar seguramente os nutrientes em formas que não 
são prontamente lixiviáveis. O húmus contém muito do nitrogênio 
original remanescente que foi colocado na pilha de composto, na 
forma de grama, resíduos de cozinha e assim por diante. O húmus 
foi formado pela atividade ressintetizadora de numerosas espécies 
de micro-organismos alimentando-se daquele “lixo” original.
Os micro-organismos no solo então continuam a alimentar 
o húmus depois que ele é inalizado e espalhado pelo solo. Ao 
alimentar os micro-organismos, os nutrientes centrais no húmus 
são liberados em formas disponíveis para as raízes das plantas. 
Assim, os micro-organismos são uma parte integral do húmus e um 
não pode ser encontrado sem o outro. O outro único componente 
do solo que se agrega e troca nutrientes com as plantas é a argila, 
mas o húmus pode se agregar e trocar uma quantidade muito maior 
destes nutrientes.
solo e outros Materiais na 
Pilha de Composto
É importante adicionar solo à sua pilha de compostagem. Este 
solo contém um bom suprimento inicial de micro-organismos. 
Devolva ao solo tanto quanto 
tomou dele – e um pouco 
mais – e a Natureza o proverá 
abundantemente!
— aLan ChadWICk
Nota: O solo para sua pilha de com-
posto vem da primeira carreira de 
seus canteiros escavados. Enquanto 
seu canteiro melhora, o seu com-
posto também melhora. Ademais, o 
solo na pilha de composto se torna 
“como composto”. Ele segura sumos 
do composto, micróbios e minerais 
que de outra maneira seriam lixivia-
dos da pilha. Esta é uma maneira de 
obter “mais” composto.
52 O Uso do Composto e a Fertilidade do Solo
Também contém um tipo de bactérias que ajudam a estabilizar o 
nitrogênio na pilha. Os organismos ajudam de diversas maneiras. 
Alguns quebram os componentes complexos em formas mais 
simples, para que as plantas possam utilizar. Existem muitas 
espécies de bactérias de vida livre que ixam nitrogênio do ar em 
uma forma disponível para as plantas. Muitos micro-organismos 
guardam o excesso de nitrogênio. Os excessos são liberados 
gradualmente assim que as plantas necessitam de nitrogênio. 
Uma concentração excessiva de nitrogênio disponível no solo (o 
que torna as plantas suscetíveis à doenças) deve ser evitada. 
Existem fungos predadores que atacam e devoram nematoides 
(veja a página 122), mas estes fungos só são encontrados em 
grandes quantidades em um solo com húmus adequado.
A vida microbiana fornece uma pulsação viva no solo, o que 
preserva sua vitalidade para as plantas. Os micróbios seguram 
nutrientes essenciais em seus próprios tecidos corporais enquanto 
crescem, e então os liberam vagarosamente ao morrerem e se 
decomporem. Desta maneira, ajudam a estabilizar a liberação de 
alimento para as plantas. Estes organismos também excretam 
continuamente uma gama de componentes orgânicos para o solo. Às 
vezes descritas como “cola do solo”, estas excreções contribuem para 
construir a estrutura do solo. Os componentes orgânicos também 
contém antibióticos para a cura de doenças e vitaminas para a 
produção de saúde e enzimas que são partes integrais das reações 
bioquímicas em um solo saudável.
O uso do solo no composto é importante, porque ele:
 • Permite à pilha segurar melhor a umidade – facilitando a 
decomposição
 • Contém micróbios que permitem à pilha se decompor mais 
facilmente
 • Segura muitos dos nutrientes carregados pelos “sucos” do 
composto, prevenindo a lixiviação destes.
Perceba que ao menos três diferentes materiais de três 
diferentes texturas são usados na receita do composto do método 
de CULTIVO BIOINTENSIVO, e em muitas outras receitas. As 
texturas variadas permitirão uma boa drenagem e aeração da 
pilha. O composto também terá um conteúdo de nutrientes mais 
diversiicado e maior diversidade microbiana. Uma pilha feita 
primariamente de folhas ou aparas de grama torna a passagem de 
Dica: Sempre se assegure de adicio-
nar pelo menos 3 tipos diferentes de 
culturas às pilhas de seu composto. 
Diferentes micróbios multiplicam-
se melhor em tipos específicos de 
culturas. O resultado desta diversi-
dade de culturas é a diversidade de 
micróbios no solo, o que assegura 
um solo melhor e mais saudável.
Dica: Você provavelmente vai querer 
construir algum composto sem solo 
para suas áreas de cultivos perenes. 
Isso porque você não pode tirar 
facilmente o solo destas áreas para 
construir as pilhas de composto. 
Também, as raízes perenes neces-
sitarão de superfície de cultivo de 
aproximadamente 5 centímetros de 
profundidade na maioria dos casos.
 O Uso do Composto e a Fertilidade do Solo 53
C
om
posto
água e ar mais difícil caso ela não seja revirada com frequência, 
isso porque ambos tendem a emaranhar-se. É necessário uma 
boa penetração de ar e água para uma decomposição apropriada. 
A disposição em camadas dos materiais promove uma mistura 
de texturas e nutrientes e ajuda a assegurar uma decomposição 
uniforme.
A diversidade microbiana é muito importante no solo em 
desenvolvimento. Muitos micróbios produzem antibióticos que 
ajudam as plantas a resistirem à doenças, e plantas saudáveis têm 
menos desaios com insetos. Cada micróbio tende a preferir um tipo 
de alimento – alguns preferem o refugo da beterraba, outros a palha 
do trigo e assim por diante. Além disso, uma maneira de maximizar 
a diversidade microbiana na pilha de composto é criá-la com uma 
grande variedade de materiais.
Tipo aramado grande
O tipo menos custoso de recipiente 
para composto é feito em casa.
alguns outros tipos de Pilhas de Composto
Tipo palete
Tipo caixa modular
Tipo pilha aberta
54 O Uso do Composto e a Fertilidade do Solo
Instalando a Pilha
As pilhas de composto podem ser construídas em um buraco no chão 
ou em uma pilha sobre o chão. A última maneira é preferível, pois 
em períodos chuvosos um buraco pode encher de água. Uma pilha 
pode ser feita dentro ou não de um recipiente. Nós construímos 
nossas pilhas de composto sem o uso de recipientes. Eles não são 
necessários, e utilizam recursos de madeira e metal.
A pilha deve ser construída debaixo de uma árvore decídua 
de carvalho. A natureza desta árvore fornece as condições para o 
desenvolvimento de excelente solo sob ela. E o composto é um tipo 
de solo. O segundo melhor lugar para uma pilha de composto é 
sob qualquer tipo de árvore decídua (com a exceção de nogueiras e 
eucaliptos). Como último recurso, você pode construir sua pilha sob 
árvores perenes ou qualquer lugar sombreado em seu quintal. A 
sombra e a proteção contra o vento fornecidas pelas árvores ajudam 
a manter o nível de umidade da pilha. (A pilha deve ser posicionada 
com 15 centímetros de distância do tronco da árvore, para que não 
seja um abrigo para potenciais insetos prejudiciais.) 
Para aqueles que desejarem usar recipientes, estes podem 
ajudar a modelar a pilha e manter os materiais com boa aparência. 
Visão lateral de uma pilha de composto no CULTIVo BIoInTensIVo
solo solto (30 centímetros)
solo
vegetação imatura (verde) e 
resíduos de cozinha
vegetação madura (seca)
ramos, pequenos galhos e 
caules carbônicos
 O Usodo Composto e a Fertilidade do Solo 55
C
om
posto
Nota: Existem mais de 6 bilhões 
de formas de vida microbiana em 
apenas uma colher de chá de com-
posto curado – quase o número de 
pessoas no planeta!
O recipiente menos custoso é feito de tábuas de madeira com 
3,6 metros de comprimento, peças de 90 centímetros de tela de 
galinheiro de 2,5 centímetros, em 5 pedaços de 90 centímetros de 
comprimento, pranchas de 2,5 por 5 centímetros e 2 conjuntos de 
pequenos ganchos e ilhós. As tábuas são pregadas ao inal de 2 
pedaços da tela de galinheiro, com um intervalo de 90 centímetros 
ao longo do comprimento da tela. Os ganchos e ilhós são ligados ao 
inal das 2 pranchas, como demonstrado.
Tamanho e Tempo
É recomendável um tamanho mínimo de pilha de composto de 
1 metro por 1 metro por 1 metro (um metro cúbico de composto 
ligeiramente úmido e pronto, pesando aproximadamente 500 
quilos). (Em climas mais frios, um tamanho mínimo para pilha 
de composto de 1,2 metros por 1,2 metros por 1,2 metros será 
necessário para manter o calor no processo de compostagem). 
Pilhas menores falham em prover o isolamento necessário para 
o aquecimento (acima de 60o C) e permitem a penetração de 
muito ar. Tudo bem se você construir pilhas vagarosamente deste 
tamanho, ao passo que os materiais tornam-se disponíveis, no 
entanto é melhor construir a pilha de uma só vez. Uma pilha 
grande de composto deve ter 120 centímetros de altura, 150 
centímetros de largura e 3 metros de comprimento. Uma pilha 
estará curada quando estiver com aproximadamente um terço ou 
um quarto do seu tamanho original, dependendo dos materiais 
utilizados. 
A melhor hora para preparar o composto é na primavera ou 
outono, quando a atividade biológica é maior. (Muito calor ou muito 
frio diminui o ritmo e eventualmente mata a vida microbiana 
na pilha). Os dois períodos de alta atividade, convenientemente, 
coincidem com o máximo de disponibilidade dos materiais, na 
primavera, quando a grama e outras plantas começam a crescer 
rapidamente, e no outono, quando as folhas caem e outras formas de 
vida vegetal começam a morrer. O composto em outras estações vai 
simplesmente ser curado mais vagarosamente.
56 O Uso do Composto e a Fertilidade do Solo
PRInCIPaIs FUnçÕes da MaTÉRIa oRGÂnICa
 1. A matéria orgânica alimenta as plantas através da troca 
de nutrientes e através da liberação de nutrientes após sua 
decomposição.
 2. É uma forma continuada de lenta liberação de nutrientes para 
as plantas.
 3. Ácidos orgânicos no húmus ajudam a dissolver os minerais 
no solo, tornando os nutrientes minerais disponíveis para as 
plantas. Esses ácidos também aumentam a permeabilidade das 
membranas das raízes das plantas e, além disso, promovem a 
captura de água e nutrientes pelas raízes.
 4. Matéria orgânica é fonte de energia para as formas de vida 
microbiana do solo, que são parte integral da saúde deste. Em 
um grama de solo rico em húmus existem bilhares de bactérias, 
1 milhão de fungos, 10 a 20 milhões de actinomicetos e 800.000 
algas.
 5. Os micróbios que se alimentam de matéria orgânica do solo 
agregam temporariamente as partículas do solo. Os fungos, 
com seus micélios iliformes, são especialmente importantes. 
Eles literalmente costuram o solo. Os micróbios secretam 
componentes enquanto vivem, metabolizam e, por último, 
quando se decompõem. Suas secreções são uma cola bacterial 
(polissacarídeos) que mantém as partículas unidas, melhorando 
a estrutura do solo. A estrutura é vital para a produtividade 
do solo, pois assegura uma boa aeração, boa drenagem, boa 
retenção de água e resistência à erosão.
 6. A matéria orgânica é a chave para a estrutura do solo, 
mantendo-o a salvo de erosões severas e numa condição aberta e 
porosa para boa penetração de água e de ar.
O solo é adicionado na pilha de 
composto após a camada de 
vegetação imatura e resíduos de 
cozinha.
 O Uso do Composto e a Fertilidade do Solo 57
C
om
posto
Construindo a Pilha 
O chão sob a pilha deve ser solto em uma profundidade de 30 
centímetros para fornecer uma boa drenagem. A seguir, deposite 
ibras (arbustos, podas de árvores, estacas de cardo ou outros 
materiais lenhosos) com 7,5 centímetros de altura, se disponíveis, 
para circulação do ar. 
Uma receita para o composto no CULTIVO BIOINTENSIVO 
é, por volume, 45% de material maduro (seco), 45% de material 
imaturo (verde) (incluindo resíduos de cozinha) e 10% de solo. Cada 
camada deve ser regada bem ao ser criada. Esta receita de 45/45/10 
lhe dará uma porcentagem de carbono para nitrogênio em sua pilha 
de composto de aproximadamente 30 para 1, e produzirá composto 
com uma quantidade signiicativa de carbono humiicado de alta 
qualidade num curto prazo. O resultado será uma pilha mais 
quente (termofílica a 45o C a 65o C) com produção mais rápida de 
composto curado, que normalmente libera nutrientes ao longo de 3 
meses a 2 anos. Entretanto, muito do carbono neste tipo de pilha de 
composto é perdido, e o composto curado resultante contém apenas 
de um terço a metade da matéria orgânica curada que uma pilha de 
composto 60 por 1, mais fria (mesofílica, 10o C a 45o C), produziria. 
Uma pilha 60 por 1 é construída com aproximadamente 8 
partes de material maduro para 2 partes de vegetação verde 
(incluindo resíduos de cozinha) e 1 parte de solo. O resultado desta 
pilha é um composto curado de lenta liberação, que geralmente 
libera nutrientes num período superior a 3 meses (e até 5000 
anos!), especialmente se os materiais maduros contém grandes 
quantidades de lignina, como hastes de milho e sorgo. Esta pode 
ser uma maneira de construir a fertilidade de seu solo à longo 
prazo, mas os nutrientes disponíveis mais rapidamente através de 
um composto curado de uma pilha 30 por 1 serão importantes para 
um bom crescimento da maioria dos vegetais. Fazemos pilhas de 
composto separadas com pequenos galhos de arbustos, pois elas 
podem demorar até 2 anos ou mais para se decomporem.
Os materiais devem ser adicionados à pilha em camadas de 
2,5 a 5 centímetros com a vegetação madura por cima, a vegetação 
imatura e resíduos de cozinha em segundo e o solo em terceiro 
(numa camada de 0,5 a 1 centímetro). Você pode, no entanto, 
construir uma pilha espontaneamente, adicionando materiais 
diariamente ou ao passo que se tornam disponíveis. Normalmente, 
esse tipo de pilha irá demorar mais tempo para curar, mas pode 
ser construída mais facilmente. A vegetação madura contém muito 
carbono. É difícil para os micróbios digerirem esse elemento sem 
quantidades suicientes de nitrogênio. 
58 O Uso do Composto e a Fertilidade do Solo
Ao menos que você tenha uma grande família, pode ser 
necessário guardar um pouco de seus resíduos de cozinha em um 
recipiente bem tampado e inquebrável por muitos dias, para dar 
material suiciente para a camada dos resíduos de cozinha. Você 
pode querer segurar sua respiração quando abrir o recipiente por 
conta do cheiro forte que provém do processo de decomposição 
anaeróbica que estava funcionando no recipiente fechado. O cheiro 
desaparecerá em algumas horas após a reintrodução do ar. Todos os 
resíduos da cozinha podem ser adicionados, exceto carnes e grandes 
quantias de restos de salada oleosos. Assegure-se de incluir ossos, 
folhas de chás, borras de café, cascas de ovo e cascas de cítricos. 
Sempre cubra os resíduos com solo, para evitar moscas e odores! 
Adicione a camada de solo imediatamente após o material 
imaturo e resíduos de cozinha. O solo contém micro-organismos 
que aceleram a decomposição, mantém o cheiro em um nível menor 
e evita que as moscas ponham ovos no lixo. Será difícil eliminar 
completamente o cheiro quando resíduos de membros da família do 
repolho forem adicionados. Em poucos dias, no entanto, até mesmo 
este odor minimizado do solo desaparecerá. 
Regando a Pilha
Ao adicionar cada camada, regue cuidadosamente, assim a pilhaestará uniformemente úmida – como uma esponja retorcida que 
não libera água em excesso quando apertada. Bastante água 
é necessário para que os materiais aqueçam e decomponham 
adequadamente. Pouca água resulta numa atividade microbiana 
diminuída e muita água simplesmente afoga a vida microbiana 
aeróbica. Regue a pilha, quando necessário, como você rega seu 
jardim. As partículas da pilha devem reluzir. Durante a estação 
chuvosa, algum abrigo ou cobertura pode ser necessário para 
prevenir alagamentos e uma decomposição anaeróbica menos ideal 
que ocorre em uma pilha encharcada. (As condições necessárias 
para um funcionamento apropriado da pilha de composto, e aquelas 
requeridas para um bom crescimento das plantas nos canteiros 
são similares. Em ambos os casos, uma mistura apropriada de ar, 
nutrientes do solo, estrutura, micro-organismos e água é essencial.)
Notas:
• Quando revirar uma pilha de 
composto, crie a base da nova 
pilha menor do que a original, 
para dar à pilha revirada maior 
volume interno e menor área 
superficial.
• Se você não estiver pronto para 
usar seu composto quando este 
estiver completamente curado, 
pare de molhar e espalhe-o para 
que seque. (Veja o livreto 32 da 
Ação Ecológica, CULTIVO BIOIN-
TENSIVO Compostagem e Cultivo 
de Materiais para composto.)
• É menos provável que um com-
posto peneirado em uma tela de 
arame de 1 centímetros atraia sín-
filos, que se alimentam dos pelos 
radiculares. Para uma peneira fácil 
de usar, veja a página 220.
 O Uso do Composto e a Fertilidade do Solo 59
C
om
posto
Cura do Composto e Taxas de aplicação
Normalmente, uma pilha de composto precisa ser revirada para 
ajustar o nível de umidade e tornar a textura mais homogênea 
para a completa quebra dos componentes. Isso deve ser feito a um 
ponto de mais ou menos 3 semanas, após a temperatura da pilha 
ter atingido seu pico e diminuído. Uma diminuição na umidade 
normalmente ocorre ao mesmo tempo, a cor começa a mudar do 
verde e amarelo original para marrom e o odor do composto começa 
a mudar de bolorento para um cheiro de terra fresca. O composto 
normalmente estará pronto depois de 2 meses.
O composto não precisa necessariamente ser revirado. 
Se você não o izer, a pilha demorará mais tempo para cura, 
mas produzirá mais composto curado por unidade de material 
produzido. Isso acontece por causa da menor oxidação que pode 
ocorrer, comparado a quando você revira a pilha. Se você revira o 
composto frequentemente, terá composto curado mais rapidamente, 
mas produzirá menos composto curado por unidade de material 
produzido.
O composto estará pronto para uso quando estiver escuro, com 
uma aparência rica e se desizer em suas mãos. A textura deve ser 
uniforme e você não deve ser capaz de discernir os materiais de 
origem. O composto maduro cheira bem – como água em uma fonte 
na loresta! Uma pilha de composto no CULTIVO BIOINTENSIVO 
deve estar pronta em cerca de 3 meses, para uma pilha construída 
e curada durante a estação quente de cultivo, e até 6 meses para 
pilhas construídas na estação fria.3
As partes que não se decompuserem completamente ao im 
do período de compostagem devem ser colocadas na base de uma 
nova pilha. Isso vale muito para galhos e pequenos arbustos, que 
podem usar a proteção extra do peso da pilha para acelerar sua 
decomposição, numa situação de calor e umidade aumentados.
Na horta, uma máxima manutenção, com a adição de 1 
centímetro de composto, deve ser adicionada ao solo anualmente 
antes do cultivo principal e, se possível, antes de cada cultivo 
adicional com 4 a 6 meses. As diretrizes para uma manutenção 
geral são uma camada de 0,5 a 1 centímetro de composto (28 a 110 
litros) por 10 metros quadrados, se disponível.
60 O Uso do Composto e a Fertilidade do Solo
Comparando os Métodos de 
Compostagem
O método de compostagem do CULTIVO BIOINTENSIVO 
difere-se em particular do método biodinâmico, pois o do CULTIVO 
BIOINTENSIVO é mais simples, geralmente não usa esterco, 
e normalmente não usa soluções com ervas para estimular o 
crescimento de micro-organismos.4 O esterco, usado continuamente 
em grandes quantidades nas pilhas de composto biodinâmico, 
é um fertilizante desequilibrado, apesar de ser um bom agente 
texturizante pelo conteúdo de serragem decomposta que apresenta. 
Ao invés de usar soluções com ervas, as vezes, as práticas de 
CULTIVO BIOINTENSIVO usam ervas, como a urtiga e outras 
plantas, como o feijão de fava, como parte dos ingredientes na pilha 
de composto. Receitas especiais de composto podem ser criadas 
no CULTIVO BIOINTENSIVO para atingir um pH especíico e 
exigências de nutrientes.
O método de compostagem do CULTIVO BIOINTENSIVO 
também difere do método Rodale; nós usamos pouco ou nenhum 
esterco e normalmente nenhum pó de pedras ou suplementos de 
nitrogênio.5 Fertilizantes não precisam ser adicionados à pilha, 
já que um composto bem sucedido pode ser criado a partir de 
uma mistura de ingredientes. Os suplementos de nitrogênio, no 
entanto, aceleram o processo de decomposição. Ambos os métodos 
biodinâmico e Rodale são bons, comprovados pelo seu uso há muito 
tempo. A receita Biointensiva de Chadwick parece ser mais simples 
de usar e igualmente efetiva.
Algumas pessoas usam a compostagem em camadas, num 
processo de espalhar materiais orgânicos não compostados sobre 
o solo e então enterrá-los na terra, onde serão decompostos. A 
desvantagem deste método é que o solo não deve ser cultivado por 3 
meses ou mais, até que a decomposição tenha ocorrido. As bactérias 
do solo seguram o nitrogênio durante o processo de decomposição, 
tornando-o assim indisponível para as plantas. A compostagem em 
camadas pode ser benéica se for usada durante o inverno em áreas 
frias porque o a imobilização do nitrogênio previne que este seja 
lixiviado durante as chuvas de inverno.
Outras pessoas usam adubos verdes – cultivos de cobertura 
como a ervilhaca, trevo, alfafa, feijões, ervilhas ou outros 
leguminosas, cultivados até que a planta esteja de 10% a 50% 
em lor. Assim, as plantas ricas em nitrogênio são incorporadas 
ao solo. Ao usar as leguminosas dessa maneira, o máximo de 
nitrogênio é ixado nos nódulos de suas raízes. (O nitrogênio é 
Nota: Para manter a boa fertilidade 
em solos temperados, aproxi-
madamente 4% a 6% (do peso) de 
matéria orgânica são necessários. 
Nos solos tropicais é desejável cerca 
de 3%. É notável o fato de que o 
nível de matéria orgânica do solo 
costumava medir 27,5 centímetros 
de profundidade há alguns anos 
atrás. Mais tarde, este nível foi 
reduzido para 16,5 centímetros. 
Hoje, está reduzido a menos de 15 
centímetros.
 O Uso do Composto e a Fertilidade do Solo 61
C
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posto
retirado dos nódulos no processo de formação da semente. Você 
pode ver se os nódulos ixaram nitrogênio ao cortar um ao meio com 
uma tesourinha. Se o interior é rosa, ixaram nitrogênio). Esta é 
uma maneira de trazer um solo não trabalhado para uma melhor 
condição. Estas plantas fornecem nitrogênio sem que você precise 
comprar fertilizantes e também o ajudam a escavar o solo. Suas 
raízes soltam o solo e eventualmente se tornam húmus para a terra. 
Feijões de fava são excepcionalmente bons para adubação verde se 
você planeja plantar tomates, suas partes decompostas ajudam a 
erradicar os organismos que causam a murchadeira do solo.
No entanto, achamos que o cultivo de adubos verdes é muito 
mais eiciente quando usado como material de composto, e suas 
raízes ainda têm efeito positivo no solo. Existem muitas razões para 
isso. Devido à sua alta concentração de nitrogênio, o adubo verde 
se decompõe mais rápido e até esgota um pouco do húmus do solo. 
Outra desvantagem do processo de adubação verde é que a terra 
não está produzindo cultivos de alimento durante o período de 
crescimento da cobertura e durante mais um mês da decomposição. 
Além disso, comparando-se a mesma área de cultivo,os adubos 
verdes geralmente produzem apenas um quarto do carbono 
produzido pelos cultivos de compostos carbonáceos, e o carbono 
na forma de húmus é o elemento mais limitante e essencial na 
manutenção da fertilidade do solo (ao servir como fonte de energia 
para a vida microbiana e segurar minerais no solo, para que eles 
não sejam lixiviados).
A vantagem do método do CULTIVO BIOINTENSIVO em 
pequena escala é que a compostagem no quintal é facilmente viável. 
Quando você usa culturas de composto sem enterrar os resíduos 
do cultivo, o processo de crescimento colocará nitrogênio no solo 
e tornará possível cultivar plantas, como milho e tomate, que são 
muito exigentes em nitrogênio. E os resíduos das plantas são de 
grande valor na pilha de composto.
Materiais para Usar ao Mínimo ou nem 
Usar
Se você precisar usar adubos e/ou materiais menos desejáveis 
na sua pilha de composto, eles devem somar apenas um sexto 
da sua pilha por volume, para que seus efeitos menos ideais 
sejam minimizados. Alguns materiais não devem ser usados na 
preparação do composto:
62 O Uso do Composto e a Fertilidade do Solo
 • Plantas infectadas com uma doença ou ataque grave de insetos, 
aonde os ovos possam ser preservados ou insetos possam 
sobreviver, apesar do calor da pilha.
 • Plantas venenosas, como a espirradeira, cicuta e mamona, que 
daniicam a vida do solo.
 • Plantas que demoram muito para decompor, como folhas da 
magnólia.
 • Plantas que contenham ácidos tóxicos para outras plantas ou vida 
microbiana, como o eucalipto, umbelulária, nogueira, zimbro e 
cipreste.
 • Plantas que possam ser muito ácidas ou contenham substâncias 
que interiram no processo de decomposição, tais como agulha 
de pinheiro, que é extremamente ácida e contém uma forma 
de querosene. (No entanto, pilhas de composto especial são 
frequentemente feitas com materiais ácidos, como as agulhas 
e folhas do pinheiro. Este composto irá diminuir o pH do solo e 
estimular as plantas que gostam de ácidos, como os morangos.)
 • Heras e suculentas, que não podem ser mortas pelo calor do 
processo de decomposição e podem rebrotar quando o composto 
estiver posicionado no canteiro.
 • Ervas perniciosas, como a ipomeia e a grama-bermudas, que 
provavelmente não morrem no processo de decomposição e 
irão sufocar outras plantas quando rebrotarem depois que o 
composto estiver no canteiro.
 • Esterco de gato e cachorro, que pode conter patógenos perigosos 
para as crianças. Estes patógenos nem sempre são eliminados 
pelo calor da pilha de composto.
Plantas infectadas com doenças ou insetos e ervas perniciosas 
devem ser incineradas para correta destruição. Suas cinzas se 
tornam então bons fertilizantes. As cinzas também ajudam a 
controlar os insetos nocivos do solo, como a lagarta da cenoura, 
que são afastadas com a alcalinidade das cinzas (use cinza em 
quantidades moderadas.)
Nota: Às vezes construímos uma 
pilha de composto em um canteiro 
em desuso, para que o próximo 
cultivo neste canteiro se utilize dos 
nutrientes lixiviados da pilha para o 
solo. Na próxima estação criamos 
o composto em outro canteiro em 
desuso.
 O Uso do Composto e a Fertilidade do Solo 63
C
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posto
Benefícios do Composto no solo
Melhoria da estrutura—O composto quebra a argila e os torrões 
e agrupa o solo arenoso. Ajuda na aeração apropriada em solos 
argilosos e arenosos. 
Retenção de Umidade—O composto absorve até 6 vezes seu 
próprio peso em água. Um solo com bom conteúdo de matéria 
orgânica absorve a chuva como uma esponja e regula o suprimento 
para as plantas. Um solo privado de matéria orgânica resiste 
à penetração da água, levando então à descamação, erosão e 
alagamento.
Aeração—Plantas podem obter até 96% dos elementos que 
necessitam do ar, sol e água. Um solo solto e saudável ajuda na 
difusão do ar e umidade e na troca de nutrientes. Em um canteiro 
com microclima estimulado pelo curto espaçamento das plantas, o 
dióxido de carbono liberado pela decomposição de matéria orgânica 
se difunde pelo solo e é absorvido pela cobertura de folhas acima. 
Fertilização—O composto contém nitrogênio, fósforo, potássio, 
magnésio e enxofre, mas é extremamente importante pelos micro 
minerais. O princípio mais importante é retornar ao solo, pelo uso 
dos resíduos de plantas e estercos, tudo que tenha sido tomado dele.
Estocagem de nitrogênio—A pilha de composto é um armazém 
de nitrogênio. Uma vez que está atrelado ao processo de quebra e 
compostagem, o nitrogênio hidrossolúvel não se lixivia ou oxida no 
ar por um período de 3 a 6 meses ou mais – dependendo de como a 
pilha foi construída e é mantida. 
Proteção do pH—Um bom percentual de composto no solo permite 
às plantas crescerem melhor em situações de pH menos ideal.
Neutralização das toxinas do solo—Importantes estudos 
recentes mostram que plantas cultivadas em solos compostados 
organicamente absorvem menos chumbo, metais pesados e outros 
poluentes urbanos.
Liberação de nutrientes—Os ácidos orgânicos dissolvem os 
minerais do solo e os tornam disponíveis para as plantas. Ao 
decompor-se, a matéria orgânica libera nutrientes para as plantas e 
para populações microbianas do solo.
Nota: Você sabia que parte do com-
posto – que você cria e coloca no 
solo para as plantas se alimentarem, 
para agir como esponja na retenção 
de água e para prevenir doenças, 
porque contém antibióticos – pode 
durar até 5000 anos no solo? Que 
maravilhoso compromisso para a 
fertilidade sustentável do solo!
64 O Uso do Composto e a Fertilidade do Solo
Alimentação para a vida microbiana—Um bom composto cria 
condições saudáveis para organismos que vivem no solo. O composto 
abriga minhocas e fungos benéicos que lutam contra nematoides e 
outras pestes do solo.
Máximo em reciclagem—A Terra nos fornece alimento, roupas 
e abrigo e nós fechamos o ciclo oferecendo fertilidade, saúde e vida 
através do manejo dos materiais.
Construindo uma Pilha de Composto 
Passo-a-Passo
 1. Sob a área da pilha (1 ou 1,5 metro quadrado), solte o solo, 
numa profundidade de 30 centímetros com um garfo.
 2. Se disponíveis, disponha os materiais ibrosos, tais como 
arbustos ou outros materiais lenhosos, com 7,5 centímetros de 
altura para circulação do ar.
 3. Coloque uma camada de 5 centímetros de material maduro, 
tais como ervas secas, folhas, palha e antigos dejetos do jardim. 
Molhe cuidadosamente.
 4. Coloque uma camada de 5 centímetros de material imaturo, 
tais como ervas verdes, aparas de grama, podas de cercas vivas, 
cultivos de cobertura verdes e resíduos da cozinha que você 
guardou. Molhe bem.
 5. Cubra levemente com 0,5 a 1,5 centímetros de camada de solo 
para prevenir moscas e odores. 
 6. Umedeça o solo.
 7. Adicione novas camadas de vegetação madura, vegetação 
imatura, resíduos de cozinha, solo e materiais disponíveis até 
que a pilha esteja com 90 ou 120 centímetros de altura.
 8. Cubra o topo da pilha com uma camada de 1 a 2,5 centímetros 
de solo.
 9. Depois que a pilha estiver terminada, molhe-a regularmente 
Nota: Estamos descobrindo que 
pilhas frias de composto, que são 
criadas com mais carbono e podem 
demorar 4 meses ou mais para curar, 
podem produzir muito mais carbono 
curado (húmus) e composto por 
unidade de carbono “construído” 
– possivelmente até o dobro. Esse 
tipo de processo de compostagem é 
predominantemente de putrefação, 
ao invés do significante calor. Se 
os resultados provam consistência 
com o tempo, o processo pode ser 
essencial para manter uma fertili-
dade global e sustentável do solo, 
visto que suficiente húmus é essen-
cial para tornar a fertilidade possível. 
Você pode querer experimentá-lo!
 O Uso do Composto e a Fertilidade do Solo 65
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posto
até que esteja pronta para o uso. 
10. Deixe a pilha terminada curar de 3 a 6 meses enquanto você 
constrói uma nova pilha. Revire a pilha uma vez para acelerar a 
decomposição. Para propósitos de planejamento, lembre-seque 
uma pilha de composto com 120 centímetros de altura estará 
com 30 a 40 centímetros quando estiver pronta para uso.
Todo Composto Não é Igual 
CInCo FaToRes IMPoRTanTes PaRa MaIoR eFICÁCIa do 
CoMPosTo
Descobrimos cinco fatores que podem permitir ao composto de 
CULTIVO BIOINTENSIVO ter muito mais poder quantitativamente 
e qualitativamente
 1. Mais composto total devido à alta produtividade. O resultado 
pode ser de 2 a 6 vezes mais composto curado.
 2. Possibilidade de mais composto quando se usa um processo de 
compostagem fria. Você pode tentá-lo usando:
 • um pouco mais de materiais carbonáceos e/ou menos material 
nitrogenado,
 • mais materiais grosseiros e menos inos,
 • um pouco mais de solo quando construir a pilha,
 • um pouco mais de água quando construir a pilha, e
 • não revirar a pilha.
 A primeira vez que izemos isso, obtivemos 38% mais composto 
curado. Uma publicação sugere que mais de 100% pode ser 
possível.
 3. Construir a pilha com uma proporção de 44/1 de carbono/
nitrogênio, ao invés de 30/1 ou 60/1. Ao longo do tempo o 
composto curado em 44/1 consistentemente produz maiores 
66 O Uso do Composto e a Fertilidade do Solo
colheitas de grão e biomassa (em um teste comparando esses 
três tipos de composto, o composto curado 44/1 produziu o dobro 
de grãos e biomassa seca.)
 4. Construir uma pilha que utiliza mais formas estruturais de 
carbono, como celulose e lignina (palhas e caules maduros) e 
menos formas metabólicas de carbono, como açúcares e 
amidos (folhas imaturas e caules). O resultado pode ser um 
composto curado mais durável. 
 5. Conservar as pilhas de composto que estão curando, 
cuidadosamente. Uma pilha de composto que tenha sido 
cuidada adequadamente pode conter 20% ou mais de matéria 
orgânica do que uma pilha típica, com 8% a 10%. Todo composto 
curado não é igual. Um metro cúbico de composto curado pode 
ter o dobro ou mais de poder de composto! 
 Em um mundo com crescente esgotamento e desertiicação dos
solos, quantidades suicientes de composto serão a chave. 
 
 Muitas pessoas defendem as pilhas de compostagem quente, 
porque dizem que matam as sementes de grama, organismos 
doentes e larvas de insetos. Pilhas de compostagem quente curam 
em aproximadamente 60o C. À essa temperatura, provavelmente 
apenas 25% destes são destruídos. É necessária uma temperatura 
de mais ou menos 81o C para matar 100% deles – e essa 
temperatura “queima” um monte de matéria orgânica que poderia 
se tornar composto curado, por isso consideramos adotar as pilhas 
frias. Tais pilhas fazem melhor uso de materiais grosseiros, mais 
carbono estrutural ou do material maduro (ao invés do carbono 
metabólico), e usam um pouco melhor a água e solo. Tudo isso 
signiica menos nitrogênio na pilha e uma menor temperatura.
De fato, em testes por múltiplos anos, descobrimos que usar 
composto curado criado com uma proporção mais perto de 45/1, ao 
invés do composto mais perto da proporção 30/1 ou 60/1, produziu 
colheitas notavelmente maiores de materiais secos e calorias. 
Estamos procurando entender melhor essa diferença.
 q
 O Uso do Composto e a Fertilidade do Solo 67
C
om
posto
NOTAS FINAIS 
 1 Cuidados devem ser tomados para evitar uma super dependência das 
minhocas como fertilizadoras, os nutrientes delas são muito disponíveis e, 
posteriormente. podem ser facilmente perdidos no sistema do solo.
 2 Helen Philbrick e Richard B. Gregg, Companion Plants and How to Use 
Them (Old Greenwich, CT: Devin-Adair Company, 1966), pp. 75–76.
 3 Se por alguma razão você precisar de composto curado rapidamente, existem 
três maneiras de acelerar a taxa de decomposição na pilha de composto 
– apesar delas provavelmente deixarem você com muito menos composto 
curado por unidade de material adicionado à sua pilha original, ao invés da 
grande quantidade de composto avivador que você procura. 
Uma maneira é aumentar a quantidade de nitrogênio. A proporção de 
carbono para nitrogênio é muito importante para a taxa de compostagem. 
Materiais com uma proporção alta de carbono/nitrogênio, como folhas secas, 
palhas de grãos, caules de milho e pequenos galhos de árvores, levam muito 
tempo para decompor sozinhos, pois eles têm deiciência em nitrogênio, do 
qual as bactérias dependem para se alimentar. Para aumentar a proporção 
de decomposição dos materiais carbonáceos, adicione materiais ricos em 
nitrogênio como grama recém-cortada, esterco fresco, restos de vegetais, 
vegetação verde ou fertilizantes como farinha de alfafa. Uma média de 6 a 
10 quilos de torta de alfafa por 0,7 m3 de composto irá fortalecer a pilha de 
composto com um alto conteúdo de carbono. Salpique estes fertilizantes em 
cada camada que você construir em sua pilha.
Um segundo método é aumentar a quantidade de ar (aeração). 
Bactérias aeróbicas benéicas prosperam em uma pilha bem aerada. 
Montar as camadas apropriadamente e revirar periodicamente a pilha irá 
aperfeiçoá-la.
Terceiro, você pode aumentar a superfície de área dos materiais. Quanto 
menor o tamanho dos materiais maior a superfície de área exposta. Galhos 
quebrados decompõem mais rápido do que galhos inteiros. Não encorajamos 
o uso de picadeiras porque a natureza fará este trabalho em um espaço de 
tempo relativamente curto, e todos têm suiciente acesso à materiais que 
irão compostar rapidamente sem ter que lançar mão de uma picadeira. O 
barulho destas máquinas é bastante perturbador para a paz e a quietude 
de um jardim, além de também consumirem um combustível cada vez mais 
escasso.
 4 Para a método biodinâmico de preparação de composto, veja Alice Heckel 
(ed.) e, The Pfeifer Garden Book (Stroudsburg, PA: Biodynamic Farming 
and Gardening Association, 1967), pp. 37–51.
 5 Para o método Rodale de preparação de composto, veja Robert Rodale (ed.), 
The Basic Book of Organic Gardening (New York: Ballantine, 1971), pp. 
59–86.
68
4
FeRTILIZação
objetivo do CULTIVO BIOINTENSIVO – Micro-
produção Sustentável é produzir essencialmente todo a 
fertilidade do solo sustentavelmente e eventualmente não 
precisar de insumos externos. Um sistema de CULTIVO 
BIOINTENSIVO se empenha na construção de nutrientes em 
níveis apropriados e em equilíbrio para os tipos particulares 
de solo, chuva, clima, exposição ao sol, altitude e capacidade de 
troca catiônica (uma medida de disponibilidade de nutrientes em 
um dado solo), enquanto mantém estes nutrientes em sua área 
de produção ao compostar adequadamente e reciclar todos os 
resíduos. Isso é possível uma vez que os nutrientes do solo sejam 
equilibrados através da análises competente do solo seguida pela 
aplicação de quantidades apropriadas de fertilizantes orgânicos. 
A sustentabilidade pode ser alcançada pela realização de dois 
objetivos: 
 • cultivar “culturas de composto” para gerar composto curado 
suiciente, e 
 • retornar todos os nutrientes do solo gerados pelo cultivo para 
o solo, através de compostagem suiciente e apropriada e 
reciclagem legal de dejetos humanos. 
oBjeTIVo: Construir e manter níveis apropriados e equilibrados 
entre os nutrientes do solo enquanto mantém um nível 
adequado de ácidos carbônicos e húmicos para uma boa 
ciclagem de nutrientes
O
 Fertilização 69
Fertilização
Se estes dois objetivos são cumpridos, tanto os níveis de 
nutrientes, como de húmus do solo podem ser reabastecidos de 
uma maneira sustentável. Ou seja, a fertilidade do solo pode ser 
mantida praticamente indeinidamente, desde que essas práticas não 
dependam direta ou indiretamente de recursos não renováveis (como 
no caso dos fertilizantes químicos que são produzidos do petróleo). 
Exemplos de práticas que usam recursos não renováveis são: 
 • o uso de fertilizantes orgânicos provenientes de outros solos e 
 • trazer matéria orgânica de outros solos – esgotando portanto 
os nutrientes destes. Muitos fertilizantes usados na agricultura 
orgânica são igualmente initos.
Estes objetivos são grandiosos,mas necessários se pensarmos 
numa fertilidade a longo prazo. Alguns esforços, tais como a 
reciclagem de resíduos humanos, podem não ser possíveis para 
você. A chave é estar constantemente se perguntando: “O quão 
sustentável é esta maneira de produzir? O que posso fazer para 
torná-la mais sustentável?” 
Ao contrário de outras estratégias de fertilização, a do 
CULTIVO BIOINTENSIVO usa uma abordagem genérica ao invés 
de uma fertilização caso-a-caso, baseada em cultivos individuais. 
As culturas rotacionam pelo jardim ao longo do tempo e o composto 
é criado pela produção da horta, o qual também é distribuído por 
toda ela. Essas são as razões para criar um plano abrangente de 
fertilidade, ao invés de um plano especíico de cultivo.
Testando o solo
A Ação Ecológica recomenda que você teste seu solo para a 
maioria dos nutrientes e micro minerais, assim como para o pH 
(níveis de acidez ou alcalinidade do solo), antes de escolher os 
fertilizantes. Um teste proissional de solo executado por um 
laboratório lhe fornecerá uma avaliação mais completa. Eles são 
uma excelente ferramenta para analisar deiciências, excessos e 
o equilíbrio relativo de todos os nutrientes no solo de sua horta. 
Testes de solo são investimentos: eles podem lhe economizar muito 
dinheiro, uma vez que lhe salvaguarda contra uma superaplicação 
de fertilizantes, lhe permite contabilizar os nutrientes já 
disponíveis em seu solo para um bom crescimento das plantas; e 
Lições aprendidas: Durante uma 
seca na Índia alguns anos atrás, 
muitas mulheres cultivaram 
alimentos usando os métodos 
Biointensivos. Sua produção foi 
o dobro de outras que usavam 
práticas de fileiras com simples 
escavação. Uma senhora conse-
guiu colheitas ainda mais altas do 
que outros agricultores Biointen-
sivos usando água, fertilizantes 
e sementes disponíveis em sua 
área de cultivo. Esperando por 
maiores colheitas, os outros 
consumiram a mesma quanti-
dade de recursos em áreas 7 a 15 
vezes maiores. A senhora com 
melhores resultados obteve uma 
produção total em 1/7 a 1/15 
de área. Ela tirou proveito da 
observação de Alan Chadwick, 
“Comece com um canteiro e 
faça-o bem! Então expanda sua 
área de cultivo.”
70 Fertilização
aumentam as colheitas. Para um teste proissional de solo, a Ação 
Ecológica recomenda o Serviço de Testagem de Solo Timberleaf.1 
Esta companhia é espeializada em testagem para agricultores 
e produtores orgânicos e é familiarizada com as práticas de 
fertilização Biointensiva. O serviço analisa todos os minerais do 
solo e das plantas e as características físicas do solo – 24 aspectos 
diferentes, deixam você saber o nível de cada um, descrevem 
quanto corretivo você precisa adicionar para corrigir deiciências 
e desequilíbrios e lhe informa em linguagem normal o que tudo 
signiica. Poucos testes fazem isso. Eles também podem fornecer 
acompanhamento de revisão e conselhos para sua experiência 
anual no cultivo. Antes de efetuar um teste de solo proissional, 
pergunte se o teste inclui recomendações de fertilização orgânica.
Se você não é capaz de conseguir um teste de solo proissional, 
compre um kit de teste caseiro. A Ação Ecológica recomenda o 
kit LaMotte2. Com o kit caseiro você estará limitado à testar 
nitrogênio, fósforo, potássio e o pH. Se você tem diiculdade em 
cultivar plantas saudáveis no seu jardim, um kit de teste caseiro 
não trará a solução. Plantas cultivadas em solos deicientes, tanto 
em micro como em macro minerais, mostram sua deiciência em 
folhas amareladas, atroia no crescimento, veios roxos nas folhas, 
assim como de inúmeras outras formas. 
o qUe UM TesTe CaseIRo NÃO Lhe dIRÁ
Um teste proissional de solo é uma excelente ferramenta para 
análise de deiciências, excessos e o equilíbrio relativo dos nutrientes 
de todas as plantas em sua horta. Um teste caseiro, no entanto, 
é muito limitado e aponta apenas o nível de pH e deiciências de 
nitrogênio, fósforo e potássio.
Por causa do solo, clima e outras características mencionadas 
acima, nenhuma fórmula padrão de adição de nutrientes irá 
funcionar em todas as situações. O gráico na página 80 deve ser 
considerado com um guia geral. 
Coletando uma amostra de solo
Para pegar uma amostra de solo de sua produção use uma pá 
que não seja de ferro ou uma colher de aço inoxidável para cavar 
uma fatia vertical com 20 centímetros abaixo da superfície. Pegue 
amostras de 6 a 8 áreas representativas e misture-as bem em um 
Fertilidade em Contexto: 96% 
da quantidade total de nutrientes 
necessários para os processos 
de crescimento das plantas é 
obtida enquanto as plantas usam 
a energia do sol para trabalhar os 
elementos já disponíveis na água 
e no ar. Composto, solo, esterco, 
cinza de madeira, nitrogênio 
das leguminosas e nutrientes 
do crescimento de certas ervas 
e gramas nos canteiros (veja o 
capítulo Plantas Companheiras) 
suprem apenas 4% da dieta 
das plantas. Imagine: as plantas 
fazem 96% do trabalho, e você 
buscando aumentar apenas os 
4%!
 Fertilização 71
Fertilização
balde de plástico. Tenha certeza de não incluir resíduos, como raízes 
e resíduos orgânicos supericiais na amostra. Não colete amostras 
por até 30 dias após a adição de fertilizantes, composto ou esterco 
na área. As amostras normalmente devem ser retiradas ao im da 
estação de cultivo ou imediatamente ao início de uma. Você precisará 
de um volume total de meio quilo de solo para os testes proissionais, 
ou quatro colheres de sopa cheias, para o teste caseiro.
Para utilizar os serviços Timberleaf envie sua amostra como 
instruído no pacote do teste, sem secá-la ao sol. Amostras para o kit 
caseiro devem ser secas em uma pequena sacola de papel, em luz 
indireta—não ao sol ou no forno. Quando você estiver pronto para 
começar o teste, siga as instruções do kit. 
Uma vez terminado o teste, reveja a “Análise de Correções 
Orgânicas de Solo Recomendadas”, que se inicia abaixo e fornece 
o conteúdo nutricional chave de muitos fertilizantes orgânicos 
comumente usados. Em seus cálculos, não é necessário subtrair 
os nutrientes que você adicionou ao solo em forma de composto ou 
esterco compostado. 
Os padrões de crescimento de certas plantas e a presença de 
certas plantas na área pode nos dar informações valiosas sobre a 
disponibilidade de nutrientes. As pessoas costumavam aprender 
sobre as necessidades de nutrientes de seus solos através da 
observação dos campos e sua vegetação. Esta habilidade está 
essencialmente perdida. Nós recomendamos usar o livro Teste 
seu solo com plantas, de John Beeby, se esta é uma área que lhe 
interessa. Eventualmente, cada um de nós poderá criar testes vivos 
de solo com plantas desenvolvidas para “lerem” e determinarem os 
níveis existentes de nutrientes no solo de uma certa área.
Teste de solo
Data de execução: _________________________________ Executado por: ___________________________________
Teste Resultados Recomendações por 10 metros quadrados 
nitrogênio
Fósforo
Potássio
ph 
(6.5 ou levemente menos ácido é o ideal)
observações 
(incluindo textura)
72 Fertilização
anÁLIse de CoRReçÕes oRGÂnICas 
de soLo ReCoMendadas3
Nitrogênio, fósforo e potássio são os principais nutrientes que 
as plantas necessitam. Eles são comumente conhecidos por seus 
símbolos químicos: N, P e K, respectivamente. De acordo com a 
lei, qualquer produto vendido como fertilizante deve prover uma 
análise, caso seja pedido, para estes três minerais. Esteja ciente que 
a composição pode variar para os mesmos produtos de diferentes 
fontes. Tenha certeza de checar a análise fornecida com o produto. 
Nitrogênio é um elemento chave em proteínas, serve como 
fonte de alimento para micro organismos na pilha de compostagem 
e fomenta o crescimento verde. Fósforo dá às plantas energia e 
é necessário para o crescimento das lores e sementes. Potássio 
ajuda na síntese de proteínas e na translocaçãode carboidratos 
para construir galhos fortes e raízes, que são a parte controladora 
da planta. Plantas também necessitam de um bom suprimento 
de matéria orgânica para dar-lhes adicional nitrogênio, fósforo, 
enxofre, cobre, zinco, boro e molibdênio, além de oito outros 
nutrientes. Apenas sob condições ideais os minerais do solo nativo 
fornecem estes nutrientes naturalmente. As plantas precisam de uma 
refeição completa de nutrientes, e como bons administradores do solo, 
somos responsáveis por provê-los. 
ph
Uma leitura de pH lhe conta a acidez ou alcalinidade relativas 
da água do solo, geralmente chamada de solução do solo. 
A disponibilidade de nutrientes para as plantas, a atividade 
microbiana e a estrutura do solo são afetadas pelo pH. A maioria 
dos vegetais cresce melhor em um solo levemente ácido, com um pH 
de 6,8. Uma variação de 6.0 a 7.0 é boa para a maioria dos cultivos.
Mais importante que a leitura do pH atual é a qualidade do pH. 
Isso é determinado pelo teste da quantidade de potássio, magnésio, 
cálcio e sódio prontamente disponíveis no solo para as plantas. 
Apenas um teste de solo proissional pode determinar o equilíbrio 
mineral do solo. Se possível, tenha estas informações antes de 
aplicar modiicadores de pH ao seu solo. Por exemplo, calcário é um 
modiicador comum de pH. No entanto, nem todos os calcários têm 
a mesma composição mineral. Uma aplicação de calcário dolomítico, 
ao invés do calcítico, em um solo com alto teor de magnésio iria 
romper o equilíbrio do solo e afetar negativamento o crescimento 
das plantas.
escala de ph do solo
Nota: Costumávamos enumerar 
muito mais fertilizantes orgânicos 
como fontes de nutrientes. Com o 
tempo, no entanto, observamos que 
muitos tinham elementos tóxicos 
ou semi-tóxicos. Por exemplo, a 
Farinha de Conchas de Ostras, uma 
excelente fonte de cálcio, também 
contém 2% de chumbo.
4.0
4.5
5.0
5.5
6.0
6.5
Ácido
Neutro 
Alcalino
7.0
7.5
8.0
 Fertilização 73
Fertilização
A matéria orgânica e esterco aplicados ao solo podem alterar 
o pH ao longo do tempo. Igualmente, quando matéria orgânica 
adequada é usada, descobrimos que as culturas tolerarão uma 
maior variação de pH. O húmus das plantas, agulhas de pinheiro e 
serragem produzem composto ácido que pode abaixar o pH. Esterco 
pode alcalinizar e aumentar o pH, embora, algumas vezes, possa 
abaixar o pH em um ponto. (Por exemplo, aproximadamente 60 
litros (3 baldes de 20 litros) de esterco (25 quilos em peso seco) 
aplicados em 10 metros quadrados podem baixar o pH em um 
ponto). O composto pode ser tanto ácido quanto alcalino. Usar o 
calcário adequado com o correto equilíbrio mineral é a maneira 
menos dispendiosa e mais prática de aumentar o pH. Enxofre 
elementar, um nutriente deiciente em muitos solos, é um excelente 
modiicador para abaixar o pH. Embora você possa usar matéria 
orgânica para alterar o pH, precisará saber a estrutura mineral 
do seu solo, seu pH atual e o pH dos materiais aplicados, para 
administrá-los corretamente e em quantidade efetiva.
Fontes Recomendadas de nutrientes
nITRoGÊnIo 
Farinha de alfafa
2% a 3% N, 7% N, 7% P, 2.5% K. Permanece por 3 a 4 meses. Use de 
2 a 10 quilos por 10 metros quadrados. Uma fonte de rápida ação de 
nitrogênio e potássio. (Se não for orgânica, pode conter resíduos de 
pesticidas de metoxicloro). Lembre-se que muito nitrogênio no solo pode 
quebrar a matéria orgânica muito rapidamente.
FósFoRo 
Rocha fosfática
11,5% a 17,5% de P total. Permanece por 3 a 5 anos. Use de 2 a 7 
quilos por 10 metros quadrados (veja página 80). Liberação muito 
lenta.
FosFaTo FLUIdo (CoLoIdaL)
8% de P total. 2% de P disponível. Permanece por 2 a 3 anos. Use 
de 4,5 quilos a 14 quilos por 10 metros quadrados (veja página 
80). Sua base argilosa o torna mais disponível para as plantas 
74 Fertilização
do que o fósforo de rocha fosfática, embora os dois sejam usados 
indistintamente. Se torna disponível ao longo de 2 a 3 anos.
PoTÁssIo
Cinza de madeira
1% a 10% de K. Permanece por 6 meses. Use um máximo de 750 
gramas por 10 metros quadrados. Se torna disponível depois 
de um período de seis meses. Cinzas de madeira são ricas em 
potássio e ajudam a repelir larvas. Também podem ter um 
efeito alcalinizante no solo, então use-a com cuidado se o seu 
solo está com um pH acima de 6,5. Cinza negra é melhor. As 
cinzas fornecem força e essência para a planta, auxiliam no 
controle de insetos e agem como realçador de sabor nos vegetais, 
especialmente alface e tomates. Você pode produzi-la com uma 
fogueira controlada, de solo coberto e de queima lenta durante 
uma garoa ou chuva leve. Essa cinza tem mais potássio e outros 
minerais porque eles não escapam para a atmosfera enquanto 
a madeira é consumida pelo fogo. Cinzas de madeira devem ser 
estocadas em um recipiente até serem usadas; a exposição ao ar 
irá destruir muito do seu valor nutritivo. Cinza de madeiras de 
lareiras podem ser usadas desde que sejam feitas de madeira e 
não de papel colorido ou gorduroso.
Granito Triturado (Finamente moído)
3% a 5% de K. Se torna disponível após um período de 10 anos. 
Use de 750 gramas a 4 quilos por 10 metros quadrados. Não é 
apenas uma fonte de liberação lenta de potássio, mas também de 
micro-minerais.
ModIFICadoRes de soLo
Cal Dolomítica
25% de Ca (cálcio) para 14% de Mg (magnésio). Uma boa fonte 
de cálcio e magnésio a ser usada quando ambos são necessários. 
Não use cal dolomítica em um solo com nível adequado ou alto de 
magnésio. Não use cal para “adoçar” (neutralizar o pH) a pilha de 
composto, isso resultará em uma séria perda de nitrogênio. Uma 
camada de solo irá desencorajar moscas e reduzir odores. 10 metros 
quadrados = 1,7 quilos.
Carbonato de Cálcio (Calcita)
Uma boa fonte de cálcio quando os níveis de magnésio estão muito 
 Fertilização 75
Fertilização
altos para aplicar a cal dolomítica. Cal de farinha de concha de 
ostras (34% a 36% de Ca) é um bom substituto se usado de forma 
limitada, mas muitas fontes contém 2% de chumbo. 10 metros 
quadrados = 850 gramas.
Gipsita/Pedra de gesso (Sulfato de cálcio)
23% de Ca, 19% de S (enxofre). Costuma corrigir níveis 
excessivos de sódio permutável. Aplique somente quando 
recomendado por um teste de solo proissional, porque causa 
quebra da estrutura do solo, e o conduz a laminação. 10 metros 
quadrados = 600 gramas.
Casca de ovo seca e moída
Rica em cálcio. Especialmente boa para os cultivos da família do 
repolho. Nos solos alcalinos as cascas de ovo ajudam a quebrar 
a argila e liberar nutrientes presos. O cálcio também é um 
instrumento em permitir que outros nutrientes sejam mais 
fácil e efetivamente ixados. Use mais de 1 quilo por 10 metros 
quadrados. Seque-as primeiro.
Esterco (todos os tipos)
Os níveis de nutrientes em diferentes estercos dependerá do 
manejo apropriado do processo de cura e da quantidade de palha ou 
serragem presente. Idealmente, não use mais de 8,5 litros por 10 
metros quadrados (um balde e meio) de composto amadurecido por 
ano (cerca de 4 quilos em peso seco). É melhor usar o composto que 
contenha pouca serragem não decomposta. 
Composto muito curado ou compostado contém pouco 
nitrogênio, e pode ter uma quantidade substancial de serragem 
que demanda nitrogênio. Se você usa muito esterco contendo 
grandes quantidades de serragem como texturizador de solo, você 
pode querer adicionar algum fertilizante nitrogenado, assim como 
2 quilos extras de farinha de alfafa por 10 metros quadrados. 
Esterco que não contém muita serragem ou palha pode conter 
excesso de sal e porções desequilibradas de nitrogênio, fósforo e 
potássio. O método de CULTIVO BIOINTENSIVO usa tanto (ou 
mais) fósforo e potássio que nitrogênio. Isso resulta em plantas 
mais fortes e saudáveis. Esta é a diferença entre o método do 
CULTIVO BIOINTENSIVO e a abordagem intensiva francesa, que 
depende fortemente do uso de esterco de cavalo,com 3 partes de 
nitrogênio para uma parte de fósforo e para 3 partes de potássio. 
Esta proporção é desequilibrada a favor do nitrogênio, o que muitas 
vezes resulta em plantas com crescimento fraco e mais suscetíveis 
76 Fertilização
à doenças e ataques de insetos. Uma proporção de uma parte de 
nitrogênio para uma parte de fósforo para uma parte de potássio é 
melhor. 
Na pilha de compostagem, o esterco compostado é um 
estimulante microbiano e é uma substância proveniente de plantas 
e animais que tenham sido “compostados” tanto dentro quanto fora 
de um animal. 
É recomendado usar esterco compostado ou envelhecido como 
uma alternativa ao composto somente quando este não está 
disponível. Uma razão para isso é que, para obter uma camada 
de 2,5 centímetros de composto envelhecido de novilho para usar 
como composto em uma área de 10 metros quadrados, deve ser 
cultivada uma área de 50 metros metros quadrados de forragem. 
Isso signiica que uma área 4 vezes mais extensa do que sua área 
de cultivo está se esgotando em micro minerais e húmus! Tal 
prática não é sustentável se utilizada por um período muito longo. 
Quando os compostos dos próprios cultivos são usados, os materiais 
de composto para sua horta de 10 metros quadrados podem ser 
cultivados apenas no seu próprio espaço!
Composto
Como discutido no capítulo anterior, um bom composto é a parte 
mais importante da horta, pois areja o solo, fragmenta a argila, liga 
a areia, melhora a drenagem, previne erosão, neutraliza toxinas, 
retém a preciosa umidade, libera nutrientes essenciais e alimenta 
a vida microbiana no solo, criando condições saudáveis para 
antibióticos naturais, vermes e fungos benéicos. 
O CULTIVO BIOINTENSIVO dá bastante ênfase no 
composto por estas razões. Além disso, com a demanda crescente 
de fertilizantes orgânicos, o suprimento disponível para 
cada pessoa no mundo diminuiu. Logo, poucos fertilizantes 
estarão disponíveis a preços razoáveis. Os materiais usados 
para produzir os fertilizantes químicos estão se tornando 
menos disponíveis. Materiais para o composto do CULTIVO 
BIOINTENSIVO, por outro lado, são plantas e solo, que podem 
ser produzidos de forma sustentável em um jardim saudável. 
Enquanto o composto feito de plantas cultivadas em um solo 
pobre em nutrientes não conterá nutrientes que não estejam 
presentes no solo; quando os nutrientes forem introduzidos 
no solo, o composto cultivado reciclará esses nutrientes. Estes 
materiais compostáveis podem ser produzidos indeinidamente se 
cuidarmos de nosso solo e não o esgotarmos. 
De forma geral, use somente um máximo de 120 litros de 
 Fertilização 77
Fertilização
composto curado, feito de quantidades iguais de material maduro 
(seco) e imaturo (verde) e 30 litros de solo por 10 metros quadrados, 
por 4 a 6 meses de cultivo, evitando usar mais do que uma quantia 
sustentável de composto. (Veja página 57). 120 litros de composto 
Biointensivo feito com solo são aproximadamente 0,1 m3. Isso 
cobrirá um canteiro de 10 metros quadrados com 1 centímetro de 
profundidade. Alternativamente, use um máximo de 60 litros (cerca 
de 3 centímetros) de composto curado produzido sem solo. Ambos os 
tipos de compostos, com e sem solo – contém a mesma quantidade 
de matéria orgânica.
esTeRCos – sóLIdos 
(aproximadamente)
Galinha – fresco 9-15% C 1,50% N 1,00% P 0,50% K
Galinha – seco sem dados 4,50% N 3,50% P 2,00% K
Vaca leiteira 7,28% C 0,56% N 0,23% P 0,60% K
Cavalo 18,63% C 0,69% N 0,24% P 0,72% K
Porco – fresco 6,5 % C 0,50% N 0,32% P 0,46% K
ovelha 19,6% C 1,40% N 0,48% P 1,20% K
novilho 11,9% c 0,70% N 0,55% P 0,72% K
adicionando Fertilizantes e Composto
O canteiro deve ser moldado antes da adição de fertilizantes e 
corretivos. Adicione cada fertilizante e corretivo escolhido de cada 
vez. Evite dias com muito vento e mantenha o fertilizante perto do 
canteiro quando estiver espalhando-o. Use as diferentes cores para 
ajudá-lo. O solo é escuro, logo espalhe um fertilizante claro (como a 
farinha de ostras) primeiro, um mais escuro depois (como a farinha 
de alfafa) e assim por diante (veja ilustrações abaixo e na próxima 
página). É melhor aplicar menos fertilizantes porque você pode 
voltar ao canteiro depois para espalhar o que sobrar, mas é difícil 
recolher o excesso de fertilizante que cai em um lugar só. Busque 
uma distribuição uniforme. A seguir, adicione composto. Depois de 
tudo aplicado, peneire os fertilizantes e outros corretivos inserindo 
um garfo por 5 a 10 centímetros inclinado, e então levante-o com 
um movimento ligeiramente balanceado.
Muitas coisas devem ser observadas sobre os nutrientes 
78 Fertilização
adicionados ao solo nos 5 a 10 centímetros supericiais: 
 • Os nutrientes são adicionados na camada supericial, como ocorre 
na natureza. 
 • Os nutrientes são realocados no solo pelo movimento de grandes 
organismos e quando a água lui para baixo. 
 • Fertilizantes orgânicos se decompõem mais devagar do que a maior 
parte dos fertilizantes químicos. Por utilizar ciclos naturais de 
nutrientes, os minerais disponíveis para as plantas são liberados 
por um período maior de tempo, são usados mais eicientemente e 
beneiciam as plantas por todo seu ciclo de vida.
Fertilização mais sustentável
Cada agricultor deve se esforçar em usar menos e menos 
fertilizantes trazidos de fora de seu jardim. Aqui estão algumas 
ideias para criar um “sistema mais fechado”, em que poucos 
recursos sejam importados:
 1. Use toda a comida que você plantou em sua casa, para que todos 
os resíduos retornem para o solo. “Exporte” o mínimo possível 
de sua valiosa fonte de solo.
 2. Cultive algumas árvores. Seus sistemas de raízes profundas 
trazem nutrientes do subsolo para o solo supericial e até para 
as folhas. Estes nutrientes, caso contrário, não se tornariam 
disponíveis para a alimentação da planta.
 3. “Cultive” seu próprio fertilizante através de plantas que 
produzem boas quantidades de material de composto, que 
concentra os nutrientes necessários em uma forma que as 
plantas possam usar. Para informações iniciais de quais plantas 
usar, veja o livro da Ação Ecológica, Growing and Gathering 
Your Own Fertilizers (veja Apêndice 3), Organic Method Primer, 
de Bargyla e Gylver Rateaver4 e Weeds and What They Tell5, 
de Ehrenfreid Pfeifer. Se todos decidissem utilizar fertilizantes 
orgânicos, haveria uma escassez global; inalmente a solução 
seria cultivarmos nós mesmos e reciclarmos todos os resíduos. 
As longas raízes da alfafa (podem chegar a até 37 metros) e Espalhando fertilizantes
 Fertilização 79
Fertilização
Lançando fertilizante na 
superfície de um canteiro
Peneire os fertilizantes com um 
garfo. Uma “escavação em torção” 
também é usada para peneirar os 
fertilizantes. É mais fácil para as 
costas e não requer curvar-se tanto. 
Este método requer 3 movimentos 
de uma só vez: 
• um leve movimento para cima e 
para baixo com a mão esquerda. 
• torcer a coluna e projetar o garfo 
para a frente com a mão direita. 
• um ligeiro empurrão do cabo 
para dentro e para fora com a 
mão esquerda e direita. Desen-
volva esta habilidade praticando. 
Não passe o ancinho no canteiro 
para suavizá-lo, após incorporar 
os fertilizantes, pois geralmente 
isso cria uma concentração 
irregular dos fertilizantes que 
foram previamente espalhados.
(Esquerda) Juntando terra de dentro para fora 
com um ancinho, para criar uma aba; (direita) 
Juntando terra de cima para o lado, para criar 
uma aba.
confrei (até 2,5 metros) também ajudam a trazer nutrientes 
lixiviados e recém liberados do extrato do solo e das rochas.
 4. Mantenha ao menos 4% a 6% de matéria orgânica em peso 
em pelo menos 15 centímetros supericiais do solo em regiões 
temperadas e 3% em regiões tropicais. Isso encorajará o 
crescimento da vida microbiana, que protege os nutrientes da 
lixiviação. 
 5. Explore a reciclagem legal, segura e apropriada dos dejetoshumanos. Este assunto permanece como tabu em várias 
sociedades, no entanto, pesquisas e o estabelecimento de 
melhores práticas são fundamentais para uma sustentabilidade 
a longo prazo. A maioria dos solos do mundo tem sido 
signiicativamente esgotado de minerais ao colhermos os 
cultivos contendo nutrientes, sem retorná-los ao solo.
80 Fertilização
NOTAS FINAIS
 1 Timberleaf, 39648 Old Spring Road, Murieta, CA 92563-5566, (951) 677-
7510, www.timberleafsoiltesting.com. Baseado em nossa experiência, a 
Ação Ecológica recomenda modiicações nos resultados de teste de solo da 
Timberleaf nas seguintes áreas: Se pedra de gesso é recomendada, use dois 
terços do montante recomendado. A compostagem construída a partir dos 
preceitos da Ação Ecológica contém cerca de 50% de solo quando curada. A 
recomendação da Timberleaf não contém solo. Recomendamos que o montante 
máximo sustentável de composto que deva ser aplicado seja de 120 litros 
(incluindo 50% de solo). Para as recomendações de fertilizantes de nitrogênio 
e fósforo, lembramos que em um jardim de CULTIVO BIOINTENSIVO os 
fertilizantes são para o solo, não para cultivos em particular; recomendamos 
o uso da máxima quantidade de fertilizantes de nitrogênio e fósforo indicadas 
pelo teste da Timberleaf para todos os canteiros.
 2 LaMotte Chemical Products, Box 329, Chestertown, MD 21620: Model STH. 
www.lamotte.com.
 3 A Ação Ecológica não recomenda nem faz mais uso de muitos fertilizantes 
orgânicos por causa de potenciais problemas com doenças, resíduos de 
pesticidas ou toxicidade por metais pesados.
 4 Rateaver, Bargyla e Gylver, Organic Method Primer (Pauma Valley, CA: 
Rateavers, 1973).
 5 Pfeifer, Ehrenfried, Weeds and What They Tell (Biodynamic Farming & 
Gardening Association, 1981). 
 6 A adição de nutrientes neste nível é opcional.
 7 A aplicação de cinza de madeira deve ser usada com cuidado para solos com 
um pH acima de 6,5. Um máximo de 700 gramas deve ser usado. 700 gramas 
contém 300 gramas de potássio.
 8 Finamente moído.
nITRoGÊnIo (n), FósFoRo (P) e PoTÁssIo (k)
Quilos de nutrientes puros/fertilizantes, adicionados por 10 metros quadrados. O objetivo é reduzir as deficiências de nutrientes no solo 
ao longo do tempo. (Se você adicionar grandes quantidades de nutrientes prontamente disponíveis de uma vez, nutrientes que não 
estejam em falta no solo se tornarão indisponíveis.)
nível existente de 
nutriente no solo 
 (determinado por um 
teste de solo)
Muito alto6 alto Médio alto Médio Médio Baixo Muito Baixo Baixo
Nitrogênio Puro 0,1 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 0,5
Farinha de alfafa 4,2 8,4 10,5 12,6 14,7 16,8 18,9
Fósforo Puro 0,2 0,3 0,35 0,4 0,45 0,5 0,6
Rocha fosfática 4,5 6,8 8 9 10,2 11,4 13,6
Fosfato Fluido 9 13,6 16 18 20,4 22,8 27,2
Potássio Puro 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 0,5
Cinza de madeira7 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5
Granito triturado8 1,5 2,5 3,5 4,5 5,5 6,5 8,5
81
gora que sabemos um pouco sobre o corpo e a alma de 
nosso planeta Terra, estamos prontos para testemunhar o 
nascimento de mudas. Apenas por um momento, feche seus 
olhos e pense que você é a semente de sua planta favorita, árvore, 
vegetal, fruta, lor ou erva. Você está sozinho. Você não pode fazer 
nada nesse estado. Lentamente você começa a ouvir sons ao seu 
redor, talvez o vento. Você sente o calor do sol, sente o chão debaixo 
de você. O que você precisa para um bom crescimento? Pense como 
uma semente e pergunte a si mesmo o que uma semente precisa. 
Ela precisa de todo o microcosmos do mundo – ar, calor, umidade, 
solo, nutrientes e micro organismos. Plantas necessitam de todas 
essas coisas, assim como os pássaros, insetos e animais também 
precisam.
Geralmente, os elementos necessários para o crescimento 
recaem em duas categorias: terrestres (solo e nutrientes) e 
celestes (ar, calor, umidade). Os elementos celestes não podem 
ser completamente categorizados, no entanto, tanto o ar, calor e 
umidade vem dos céus para circular através do solo, e as plantas 
podem incorporar o ar através de suas raízes assim como pelas 
folhas. Nutrientes podem estar nas correntes de ar. De fato, 
5
seMenTes de PoLInIZação 
aBeRTa, PRoPaGação de 
seMenTes, CURTo esPaçaMenTo 
e ConseRVação de seMenTes
oBjeTIVo: um melhor e ininterrupto crescimento das raízes e plantas
A
Nota: Sementes podem germinar 
de 2 a 7 vezes mais rápido em uma 
bandeja contendo composto, por 
causa do ácido húmico presente 
nessa mistura.
82 Sementes de Polinização Aberta, Propagação de Sementes, Espaçamento Curto e Conservação de Sementes
as laranjeiras recolhem o zinco, um importante mineral, mais 
prontamente através das folhas do que das raízes. Veja o capítulo 
7 para maiores informações sobre o papel que outros elementos 
dos mundos vegetal e animal desempenham – outras plantas e 
animais, por exemplo.
Plantando a semente 
Esteja certo de usar sementes de polinização aberta. Elas têm 
resistido ao tempo, e é por isso que ainda estão disponíveis para 
nosso uso. Muitas foram usadas por séculos ou mais e têm sido 
passadas de geração à geração, por conta de sua saúde, vigor, 
resistência a insetos e doenças e o maravilhoso sabor e cores de 
suas porções comestíveis! Além disso, são sementes que você 
pode guardar este ano, plantar ano que vem e elas crescerão 
genuinamente. Ao selecioná-las, você estará criando uma nova cepa 
que terá as características que você mais aprecia e mais prosperam 
no seu solo e clima. Para uma incrível seleção de sementes à sua 
escolha, veja o livro The Garden Seed Inventory, Kent Whealy 
(ed.). Ele lista todas as variedades comercialmente disponíveis 
de sementes de vegetais de polinização livre na América do 
Norte! Você se surpreenderá com o número de variedades, cores e 
características!
A semente deve ser plantada numa 
profundidade igual à sua espessura.
Espaçamento hexagonal: As folhas 
de alface são espaçadas em centros 
de 20 centímetros. 
 Sementes de Polinização Aberta, Propagação de Sementes, Espaçamento Curto e Conservação de Sementes 83
sem
entes 
Leva apenas uma média de 3% a mais de área de cultivo 
anual para cultivar as sementes que você precisará no próximo 
ano – e você pode começar a realizar uma maravilhosa feira de 
troca de sementes em sua comunidade! Veja os livros Growing to 
Seed, Saving Seeds and Seed to Seed para mais detalhes. Todos 
estão disponíveis em Bountiful Gardens, serviço internacional de 
suprimentos agrícolas sem ins lucrativos da Ação Ecológica.
As sementes devem ser plantadas em uma profundidade igual 
à sua espessura. Feijões de fava e manteiga podem ser plantados 
de lado. Seus sistemas de raízes, que emergem do olho, podem 
crescer diretamente para baixo. As sementes devem ser cobertas 
com solo que contenha húmus, similar ao solo com matéria orgânica 
de plantas encontrado na germinação de sementes na natureza. O 
composto estimula o processo da germinação. Cubra as sementes com 
uma grossa camada de solo para sementeiras depois de espaçar as 
sementes, e então regue-as uniformemente.
As sementes, plantadas em bandejas ou nos canteiros, devem 
ser plantadas num padrão diagonal ou em um espaçamento 
hexagonal com iguais distâncias entre quaisquer duas sementes. 
Veja os Gráicos Mestres no capítulo 8 para saber como usar 
o espaçamento dos diferentes tipos de plantas. As folhas das 
mudas na sementeira e das plantas no canteiro devem se tocar 
minimamente. O espaçamento apropriado das plantas forma 
uma cobertura que retarda o crescimento de ervas, ajuda na 
retenção de umidade do solo e cria um microclima sob suas folhas, 
características essenciais para um crescimento equilibrado 
e ininterrupto. Quando espaçar sementes nas sementeiras, 
coloque-as com espaço suiciente para que suas folhas se toquem 
minimamente quando estiverem no tamanho para transplante. 
Tente espaçamentos de 2,5 a 5 centímetros dependendo do 
tamanho da muda no estágio de transplante. Em geral, o 
espaçamentolistado nos Gráicos Mestres para vegetais, lores 
e ervas é igual ao espaçamento “dentro das ileiras” listado na 
parte de trás dos pacotes das sementes, ou às vezes, três quartos 
da distância. Desconsidere quaisquer espaçamentos “entre as 
ileiras”. Os Gráicos Mestres listam nossos melhores espaçamentos 
determinados para estas plantas.
Para tornar o espaçamento das sementes nos canteiros ou 
bandejas mais fácil, use telas de galinheiro com 2,5 a 5 centímetros. 
A tela é construída num padrão hexagonal, logo as sementes podem 
ser posicionadas no centro do hexágono e icarem corretamente 
centradas. Ou, se um centro maior que 2,5 centímetros é necessário, 
e você só tem uma tela de 2,5 centímetros, apenas conte o número 
apropriado de hexágonos antes de posicionar a próxima semente. 
Uma tela de espaçamento ajuda no 
posicionamento das sementes nas 
bandejas. Coloque uma semente no 
centro de cada espaço.
84 sementes de Polinização aberta, Propagação de sementes, espaçamento Curto e Conservação de sementes
Quando transplantar ou plantar sementes em espaçamento 
maior de 7,5 centímetros, tente usar varinhas de espaçamento 
cortadas nos tamanhos adequados para determinar onde 
posicionálas. Transplante ou semeie uma semente em cada ponto 
do processo de triangulação. Em breve você será capaz de 
transplantar com acuidade razoável, sem necessidade de medição!
Uma vez que você entenda o espaçamento, você pode querer 
praticar a difusão à mão em sementeiras de alguns cultivos, como 
alface e lores. A difusão é o método que Alan Chadwick e seus 
aprendizes usavam com sementeiras. Assegure-se que as sementes 
tenham 0,5 a 1 centímetro de espaçamento na primeira bandeja, 
para que possam aproveitar completamente o microclima para o 
estímulo inicial do crescimento e saúde. Esse método, no entanto, 
requer mais tempo para repicar as mudas mais de uma vez. 
Quando as folhas das mudas estiverem quase se tocando, repique-as 
(transplante-as) para outras sementeiras, com centros de 2,5, 4 ou 5 
centímetros. 
Cubra as sementes nas bandejas com uma camada de terra 
para sementeiras, como descrito anteriormente nesse capítulo. 
Quando difundir as sementes dentro do canteiro, afunde-as 
Use uma vareta de espaçamento 
para posicionar as sementes; 
tamanhos de 7,5 a 90 centímetros 
são usados de acordo com o cultivo. 
A triangulação é a maneira como 
transplantamos mudas e plantamos 
a maioria das sementes.
Use um modelo de espaçador tri-
angular para posicionar as sementes 
nos canteiros.
Utilize sua prancha de escavação 
como uma prancha de plantio para 
minimizar a compactação. Ao movê-
la ao longo do canteiro, solte o solo 
por debaixo dela com um garfo de 
mão.
 Sementes de Polinização Aberta, Propagação de Sementes, Espaçamento Curto e Conservação de Sementes 85
sem
entes 
gentilmente com um ancinho a uma profundidade igual a sua 
espessura (quando estiverem soltas na superfície). Assegure-se 
de apenas afundar o ancinho, não empurre-o. Se você o empurra, 
as sementes, os fertilizantes e o composto podem concentrar-se 
irregularmente ao longo do canteiro ao invés de se manterem 
uniformemente espalhados. Ou você pode afundar as sementes no 
solo, na profundidade apropriada, com seu dedo indicador. Preencha 
o buraco puxando a terra para dentro com seu polegar e indicador.
Agora que você preparou seu canteiro de CULTIVO 
BIOINTENSIVO e espalhou o composto, poderá escolher entre 
semear diretamente as sementes no canteiro ou utilizar mudas.
Transplantar sementes envolve um planejamento prévio e mais 
tempo, mas, em um pequeno jardim, pode ter muitas vantagens:
 • Mudas transplantadas usam melhor o espaço do canteiro. 
Sementes podem levar de 5 dias a 12 semanas ou mais para 
alcançar o tamanho para transplante. Se o crescimento se dá 
na sementeira, algo pode ser cultivado no canteiro neste meio 
tempo.
 • Você pode estar quase certo de que cada muda transplantada irá 
crescer e se tornar uma planta madura saudável. Nem todas as 
sementes germinam, logo, não importa com quanto cuidado você 
as semeie no canteiro, terminará com brechas entre as plantas, 
e consequentemente, solo descoberto que permitirá evaporação.
 • As plantas crescem melhor se são uniformemente espaçadas. 
Algumas sementes são semeadas por difusão, espalhando-as 
pelo solo. Difundir as sementes – não importa o quanto você 
tente espalhá-las – irá, inevitavelmente, criar um padrão 
randômico, com algumas mais perto e outras mais longe do que 
o espaçamento correto para o crescimento da planta. Plantas 
muito próximas umas das outras competem por luz, água e 
nutrientes. Quando estão muito distantes, o solo ao redor delas 
começa a se compactar, mais água evapora e espaço é perdido.
 • As raízes de mudas transplantas uniformemente podem 
encontrar nutrientes e crescer mais facilmente, e suas folhas 
irão cobrir e proteger o solo, criando um bom microclima com 
melhor proteção para o solo. Dióxido de carbono é capturado sob 
a copa das folhas com espaçamento próximo, onde as plantas o 
necessitam para um bom crescimento.
86 sementes de Polinização aberta, Propagação de sementes, espaçamento Curto e Conservação de sementes
 • Transplantar estimula o crescimento. Quando você transplanta 
uma muda para um canteiro duplamente escavado, compostado, 
que está aerado, macio e cheio de nutrientes, você está dando 
uma segunda “refeição” de nutrientes, ar e umidade, após sua 
primeira refeição na sementeira. Se as sementes são semeadas 
diretamente no canteiro, o solo começará a se recompactar 
após a escavação inicial, enquanto estas germinam e se tornam 
mudas. Por isso, o solo não estará tão solto para as plantas 
crescerem depois que o estágio de muda tenha sido alcançado.
 • Mudas numa sementeira requerem muito menos água (2 litros 
por dia) do que as mudas em um canteiro (45 a 90 litros por 10 
metros quadrados por dia).
sementeiras
O tamanho padrão para sementeiras caseiras é 7,5 centímetros 
de profundidade por 35 centímetros de largura e 58 centímetros 
de comprimento (dimensões internas). Para jardins menores, 
sementeiras com metade dessas dimensões são mais convenientes. 
A profundidade é fundamental, pois uma sementeira supericial 
permite que as raízes das mudas toquem o fundo muito cedo. 
Quando isso ocorre, as plantas acreditam que alcançaram seu limite 
de crescimento, e entram em um estado de “senilidade prematura”. 
Nesse estado elas começam a lorir e frutiicar, mesmo que ainda 
estejam no tamanho de transplante. Experimentamos isso com 
brócolis e cravos de defunto anões; as cabeças de brócolis tinham 
o tamanho da unha de um dedo mínimo. A largura e comprimento 
das bandejas não são tão fundamentais. Elas não devem ser muito 
largas, pois será difícil de carregá-las. Se as plantas necessitarem 
de mais de 4 a 6 semanas na sementeira, use uma com metade do 
tamanho e 15 centímetros de profundidade.
Quando plantar sementes ou mudas, lembre-se que as duas 
áreas mais importantes para as plantas são os 5 centímetros abaixo 
e acima da superfície da bandeja ou canteiro. O microclima criado 
sob as folhas das plantas e a proteção das raízes superiores na 
bandeja ou canteiro são fundamentais. Sem a proteção apropriada, 
as plantas desenvolverão hastes grossas no ponto em que os 
galhos surgem do solo. Uma haste grossa desacelera o luxo de 
seiva, interrompe e enfraquece o crescimento da planta. Estes 
poucos centímetros são importantes, pois, em um sentido real, 
as raízes são folhas no solo e as folhas são raízes no ar. As raízes 
Uma visão do fundo da bandeja 
construída. Deixe 0,5 centímetro 
entre as tábua para drenagem. (To-
das as medidas dadas são dimen-
sões internas.)
Bandejas feitas com madeira de 
sequoias ou equivalente. Uma 
bandeja com profundidade de 7,5 
centímetros (dimensões internas), 
cheia de solo para sementeiras 
uniformementeúmido com plantas 
pesa aproximadamente 20 quilos.
7,5 cm
35 cm
58 cm
As folhas são raízes no ar.
As raízes são folhas no chão.
 Sementes de Polinização Aberta, Propagação de Sementes, Espaçamento Curto e Conservação de Sementes 87
sem
entes 
“inspiram” (absorvem) quantidades signiicativas de gases como 
se fossem folhas, e as folhas absorvem umidade e nutrientes do ar. 
Igualmente, a atividade vital da planta varia entre abaixo e acima 
do solo de acordo com os ciclos mensais. O crescimento das raízes é 
estimulado durante o terceiro quarto de cada período de 28 dias, de 
acordo com as fases da lua. (Veja páginas 93-95).
A distância fundamental para cima e para baixo da superfície 
no canteiro é de aproximadamente 5 centímetros. Obviamente serão 
diferentes entre rabanetes e milhos, pois suas folhas iniciam-se em 
diferentes alturas do solo e porque seus sistemas radiculares têm 
diferentes profundidades. Em geral, a diretriz de 5 centímetros 
nos ajuda a desenvolver a sensibilidade sobre as necessidades das 
plantas abaixo e acima do solo. Em particular, esse microclima 
protege as raízes e a vida microbiana, ambas concentradas no solo 
supericial.
Uma vez plantada uma sementeira, existem diversos lugares 
– dependendo do tempo – onde você pode colocá-la enquanto as 
sementes germinam e crescem:
 • Em uma estufa ou miniestufa se o clima é frio.
 • Em um lugar frio por 2 dias, quando as mudas estão a ponto 
de serem transplantadas durante o clima frio, para que iquem 
iquem calejadas (aclimatação para um exterior mais frio.
 • A céu aberto por mais 2 dias para que iquem rústicas antes de 
transplantar.
 • A céu aberto sob um sombrite de 30% em climas quentes.
 • À sombra, para desacelerar seu crescimento em climas quentes.
 • Você pode querer construir coberturas de sementeiras para 
proteger as mudas de pássaros e roedores. Uma maneira fácil 
de fazê-las é construir uma bandeja igual às outras, mas sem o 
fundo. Usamos tela galvanizada de 1,25 centímetros no “fundo”. 
Então viramos de cabeça para baixo e posicionamos no topo da 
sementeira para proteger as mudas e sementes.
Uma meia sementeira profunda 
(15 centímetros de profundidade) 
assegura um peso manejável. Esta 
bandeja, com solo úmido nivelado 
e plantas, pesa aproximadamente 
20 quilos. Nota: todas as medi-
das fornecidas são de dimensões 
internas.
Uma sementeira
Nota: As estufas geralmente têm 
duas camadas de vidro para máxima 
proteção, e são aquecidas ou não.
Nota: As estufas frias têm uma ou 
duas camadas de vidro; são abertas 
ao tempo, ao menos em parte, ao 
serem abertas durante o dia e fecha-
das durante a noite.
Meias bandejas são mais fáceis de 
carregar. Esta sementeira rasa, com 
solo úmido e nivelado e plantas, 
pesa aproximadamente 11 quilos.
29 
cm
29 
cm
15 cm 
7,5 cm
35 cm
35 cm
88 sementes de Polinização aberta, Propagação de sementes, espaçamento Curto e Conservação de sementes
solo das sementeiras
Agora você está pronto para preparar o solo onde plantará suas 
mudas. Uma mistura de solo para sementeiras boa e simples 
é uma parte de composto peneirado e uma parte de solo do 
canteiro (guardado da primeira carreira quando você cavou o 
canteiro). A terra “velha” das bandejas, que foi usada para plantar 
as mudas, pode ser armazenada. Embora alguns nutrientes 
tenham sido esgotados, ela ainda estará rica em outros nutrientes 
e matéria orgânica, para ser usada em uma nova mistura para 
as sementeiras. Neste caso, a receita deve ser uma parte de terra 
velha de sementeiras, uma parte de composto peneirado e uma 
parte de terra do canteiro. O composto para a mistura de solo para 
as sementeiras deve ser passado por uma peneira com 0,5 ou 1 
centímetro. Ao melhorar a terra dos canteiros e o composto, sua 
terra para sementeira e mudas também melhorarão.
Lembre-se de preencher completamente sua sementeira com 
terra, ou levemente até a borda, para que as mudas tenham o 
máximo de profundidade possível para crescerem. Se possível, cubra 
o fundo da bandeja com uma camada de 0,3 centímetros de folhas 
de carvalho (parcialmente apodrecidas) para drenagem e nutrientes 
adicionais. Também pode-se adicionar cascas de ovos quebradas 
sobre as folhas de carvalho para plantas que gostam de cálcio como 
cravos e membros da família do repolho. Espalhe as cascas de ovos 
levemente para cobrir um quarto da superfície total.
A mistura clássica para plantas de Alan Chadwick para começar 
mudas em sementeiras é de uma parte de cada por peso: composto 
umedecido por igual (peneirado, se possível), areia grossa e terra de 
turfa. Esses três ingredientes fornecem uma mistura fértil e de textura 
solta. Terra de turfa é feita pela compostagem de seções de grama de 
turfa cultivada em bom solo. As seções de grama são compostadas 
pela alternância de camadas de grama e solo dentro da pilha (veja a 
ilustração na página 91). Uma boa terra, da primeira carreira de um 
canteiro escavado por exemplo, pode ser substituída por terra de turfa. 
Misture completamente o composto, areia e terra de canteiro ou terra 
de turfa, e se quiser, coloque-as na bandeja, por cima das folhas de 
carvalho apodrecidas.
Um solo solto com bons nutrientes 
deixa as raízes penetrarem facil-
mente, e um fluxo constante de 
nutrientes corre para as hastes e 
folhas.
Pilha de compostagem de terra de 
turfa
 Sementes de Polinização Aberta, Propagação de Sementes, Espaçamento Curto e Conservação de Sementes 89
sem
entes 
algumas causas de má germinação
Algumas causas para quando as sementes falham em germinar ou 
as plantas crescem mal após a germinação, podem ser:
 • Uso de composto de sequoia. Este composto é amplamente 
disponível como cobertura ou amaciante de solo, mas contém 
inibidores de crescimento que podem impedir o desenvolvimento 
das plantas ou a germinação das sementes. (É assim que as 
sequoias reduzem a competição.)
 • Plantio precoce ou tardio na estação. Sementes e mudas 
esperam pela temperatura e duração certa do dia para iniciar e 
continuar seu crescimento.
 • Uso de mata mato ou esterilizadores de solo. Muitos mata 
matos têm vida curta, mas podem limitar o crescimento de um 
jardim muito tempo depois de sua suposta degradação. Algumas 
pessoas os usam para minimizar ou eliminar o cuidado com o 
jardim, mas eles podem continuar a fazer efeito por 2 anos. Não 
há nenhuma razão para usar estes venenos em seu quintal. 
Além disso, o óleo de motor usado pode destruir áreas de cultivo 
valiosas. Leve-o para uma estação de reciclagem.
 • Uso de sementes velhas. Cheque sua fonte.
 • Plantio em solo muito úmido. Solo muito úmido restringe 
oxigênio, que é necessário para o crescimento da raiz. As plantas 
podem morrer em solos férteis quando o oxigênio é muito pouco 
para sustentar o crescimento.
Repicando as Mudas
O método de CULTIVO BIOINTENSIVO procura alimentar 
continuamente o crescimento ininterrupto da planta. Parte dessa 
técnica é corporiicada no conceito “café da manhã-almoço-jantar” 
que Alan Chadwick acentuou. Se as mudas são cultivadas em 
um solo muito bom – com bons nutrientes e boa estrutura – para 
serem transplantadas para uma área que tenha menos nutrientes 
e uma estrutura pobre, as plantas sofrerão um choque na raiz. Os 
resultados são melhores quando as mudas são repicadas de uma 
Repicando
Levante a primeira muda para fora 
da primeira sementeira.
Abra o espaço de plantio na nova 
sementeira enquanto. . . 
. . . coloca a muda no buraco.
Gentilmente aperte o solo do buraco.
Mudas repicadas e espaçadas uni-
formemente.
90 sementes de Polinização aberta, Propagação de sementes, espaçamento Curto e Conservação de sementes
sementeira com uma boa mistura de “café da manhã” para uma 
segunda com um “almoço”, com terra fresca para sementeira. A 
planta esquecerá o trauma de ser repicada quando se deleita com 
a nova refeição da segundasementeira. Este processo minimiza o 
trauma e até melhora o crescimento. Finalmente, um esplêndido 
jantar BIOINTENSIVO saúda a planta no canteiro! Com esse 
gentil cuidado e estímulo do crescimento saudável, há uma menor 
possibilidade de danos por insetos e doenças. No método de 
CULTIVO BIOINTENSIVO, repicar e transplantar pode estimular 
o crescimento, ao invés de diminuí-lo.
Mudas de sementes difundidas estão prontas para ser repicadas 
quando seus cotilédones (as primeiras “folhas das sementes” que 
aparecem, apesar de não serem realmente folhas) aparecem e antes 
de que suas raízes sejam muito longas, para facilitar o manejo. Você 
deve efetuar a segunda repicagem (se necessária) quando as folhas 
das mudas começarem a se tocar.
Para repicar as mudas, encha uma bandeja de 7,5 ou 15 
centímetros de profundidade com solo para sementeira e amontoe 
levemente o solo (lembre-se de preencher os cantos). Use uma 
colher para repicar ou uma faca de cozinha para soltar o solo 
sob as mudas, para que possa levantar uma muda de cada vez, 
segurando-as pelos cotilédones e mantendo o máximo possível de 
terra nas raízes.
Enie uma colher para repicar ou uma faca de cozinha no solo 
da segunda bandeja em um ângulo levemente para trás, bem onde a 
muda deva icar, e empurre a pá para abrir o buraco.
Deixe a muda cair no buraco, posicionando-a um pouco mais 
fundo do que ela estava anteriormente. Para muitos cultivos, como 
alface e a família do repolho em particular, é muito bom para as 
mudas estarem profundas o suiciente para que os cotilédones 
estejam no nível do solo. Assegure-se de não enterrar o ponto de 
crescimento.
Retire a colher e deixe o solo cair ao redor da semente. Não é 
necessário perder tempo em apertar cuidadosamente o solo ao redor 
da muda; quando você regar a sementeira, o solo vai assentar nas 
raízes e haste. Se não for necessário adicionar terra no buraco que 
a muda foi posicionada, apenas deixe o solo no buraco com a pá, 
com um só movimento. Disponha as mudas em centros hexagonais, 
ou equilibrados, para maximizar o espaço na bandeja e otimizar o 
microclima que se desenvolverá enquanto as mudas crescem.
 Sementes de Polinização Aberta, Propagação de Sementes, Espaçamento Curto e Conservação de Sementes 91
sem
entes 
Desenformando corretamente uma 
muda.
Espalhando as raízes comprimidas 
da planta antes de transplantá-la 
para o canteiro.
Para melhor formação dos bulbos, 
não plante as cebolas muito pro-
fundamente, ao contrário, plante-as 
como mostrado aqui.
Nota: As mudas são transplantadas 
quando estão com 5 a 7,5 centímet-
ros de altura, exceto por aquelas 
marcadas com “LG” nas colunas H 
e L dos Gráficos Mestres, na página 
143. As mudas LG são transplan-
tadas quando estão com 15 a 22,5 
centímetros de altura.
Transplantando
Uma vez um agricultor Biodinâmico cultivou uma ileira de 
brócolis. Apenas duas plantas tinham pulgões, mas ambas estavam 
muito infestadas. Quando elas foram desenterradas, o agricultor 
descobriu que as plantas tinham sido daniicadas na raiz durante 
o transplante. O brócolis saudável, que tinha experimentado um 
crescimento ininterrupto, estava intocado por insetos, enquanto a 
natureza eliminara as plantas não saudáveis.1
Quando transplantar, é importante segurar gentilmente as 
mudas e tocá-las o mínimo possível. Elas não gostam que seus 
corpos seja manuseados, apesar de gostarem da companhia humana 
e de terem as folhas amarelas removidas de seus galhos. Você deve 
segurá-las apenas pela ponta de suas folhas (se a planta tiver que 
ser tocada) ou pelo solo ao redor de suas raízes. Se você cultivou 
as mudas em sementeiras, use um garfo de mão para separar uma 
fatia de 10 centímetros quadrados de solo e plantas do resto. Com 
o garfo, levante a fatia da bandeja e coloque-a no chão. Então puxe 
cuidadosamente da fatia uma planta por vez para transplantio. Se 
estiver muito seco, quente ou com vento, coloque a fatia em uma 
toalha molhada. Sempre mantenha o máximo possível de terra ao 
redor das raízes quando transplantar. 
Se a muda foi cultivada em um vaso, vire-o de cabeça para 
baixo, deixando a haste da planta passar por entre seus dedos 
e bata levemente no fundo do vaso com a outra mão, ou bata a 
beirada do vaso em algo sólido.
Em todos os casos, se as plantas estiverem com as raízes 
comprimidas (suas raízes estão tão juntas, por terem sido mantidas 
tempo demais numa sementeira ou vaso, que formam uma massa 
apertada com o solo), gentilmente espalhe as raízes em todas 
as direções. Esse processo é importante porque a planta não 
deve despender muita energia de crescimento criando um novo e 
abrangente sistema de raízes para comer e beber, quando um bom 
sistema já foi produzido. Ao invés disso, a energia da planta irá 
para o luxo natural de crescimento contínuo. 
Esteja certo de posicionar a muda em um buraco profundo o 
suiciente para que ela seja enterrada acima de seu primeiro par 
de folhas verdadeiras. Regue as mudas após transplantá-las para 
ajudar o solo a assentar ao redor das raízes, eliminar excesso de 
espaço de ar e prover uma quantidade adequada de água para 
o crescimento. Ao ser pressionado para baixo pela água, o nível 
inal de solo permanecerá alto o suiciente para cobrir as raízes 
superiores. As raízes das plantas precisam de irme contato com 
o solo, para absorverem água e nutrientes apropriadamente. 
92 sementes de Polinização aberta, Propagação de sementes, espaçamento Curto e Conservação de sementes
Pressione irmemente o solo ao redor da muda, se necessário, mas 
não muito. Apertá-lo muito irá daniicar as raízes e não permitirá a 
penetração apropriada de água, nutrientes e ar. O solo que é muito 
solto permitirá o ar e umidade concentrarem-se ao redor das raízes. 
Isso causará a queima e apodrecimento das raízes. 
Transplantar as mudas acima de suas primeiras folhas 
verdadeiras previne que se tornem muito pesadas na ponta e 
que se curvem durante o período inicial de crescimento. (Isso é 
especialmente verdade para membros da família do repolho). Se a 
planta dobra, ela se levantará sozinha, mas irá desenvolver uma 
haste grossa que reduzirá sua qualidade e tamanho. Cebolas e alho, 
no entanto, se desenvolvem melhor se o bulbo não tem muito solo 
empurrando-o.
Idealmente, o transplante deve ser feito ao entardecer, para que 
as mudas se estabeleçam em seu novo lar durante condições mais 
moderadas de clima. Se o transplante é executado durante o dia, 
alguma sombra deve ser providenciada. Em nosso quente verão, 
sombreamos as mudas recém transplantadas com uma tela de 30%, 
ou Reemay, uma cobertura de tecido crua, por diversos dias, para 
minimizar o choque do transplante ou que murchem.
É preferível transplantar do que plantar diretamente as 
sementes. Mais importante, o transplantio melhora a saúde da 
planta. Os canteiros se tornam compactados ao serem regados 
e o solo não estará tão solto para a semente que é plantada 
diretamente no canteiro. Alguma compactação terá ocorrido 
durante o tempo que a semente é uma “criança”, um mês depois, 
e em alguns casos, até 2 meses, quando está quase “adolescente”, 
e a “maioridade” pode ser seriamente afetada. Se, ao contrário, 
você transplantar a “criança” de um mês para o canteiro, um 
sistema adulto de raízes forte pode ser desenvolvido nos próximos 
2 meses e uma boa vida adulta é provável. De fato, um estudo da 
Universidade da Califórnia, em Berkeley, em meados de 1950, 
indicou que um aumento de 2% a 4% no crescimento das raízes 
pode aumentar as colheitas de 2 a 4 vezes.2
Preenchendo espaços vazios
Algumas mudas recém transplantadas podem morrer por diversas 
razões ou serem comidas por animais ou insetos. Por isso, 
geralmente guardamos as mudas extras deixadas nas sementeiras 
após o transplante. Usamos estas mudas durante os próximos dez 
dias, para preencher os buracos ou pontos vaziosno microclima.
A maioria dos vegetais deve ser 
transplantada acima das duas 
primeiras folhas verdadeiras.
Próprio
Impróprio
Resultado de um transplante 
 impróprio
Dica: Quando as hastes dos pepinos, 
squashes, abóboras e cabaças 
crescerem no caminho, devolva-
as para dentro dos canteiros, para 
manter os caminhos livres. As hastes 
preferem o microclima mais úmido 
e permanecerão ali.
 Sementes de Polinização Aberta, Propagação de Sementes, Espaçamento Curto e Conservação de Sementes 93
sem
entes 
Plantando pelas Fases da Lua
Um dos mais controversos aspectos do método de CULTIVO 
BIOINTENSIVO é o método de plantio de sementes e mudas, 
de Alan Chadwick, de acordo com as fases da lua. Sementes 
de curta germinação e de germinação extra-longa (que levam 
aproximadamente um mês para germinar) são plantadas 2 dias 
antes da lua nova, quando signiicantes forças magnéticas atuam, 
e após 7 dias da lua cheia. Sementes de longa germinação são 
plantadas na lua cheia e e mais de 7 dias depois. Mudas são 
transplantadas no tempo oposto (veja gráico na página 94). Ambos 
períodos de plantio obtém vantagem da soma total de forças da 
natureza – que estão excepcionais na lua nova – incluindo gravidade, 
luz e magnetismo. A gravitação lunar que produz as marés altas 
dos oceanos, bem como “marés” de água no solo está muito alta na 
lua nova. E a lua, que está escura, progressivamente se ilumina. O 
dia exato em que você planta ou transplanta não é tão importante 
quanto aproveitar as vantagens do ímpeto da natureza.
Se você colocar sementes de germinação curta na terra 2 dias 
antes das forças lunares estarem fortes, a semente tem tempo 
de absorver água. A força exercida pela água na semente ajuda a 
criar uma “maré” que ajuda a romper o tegumento em conjunção 
com as forças produzidas pelo inchaço da semente. Sem dúvida 
você se pergunta por que em uma vez a semente da beterraba 
vem quase que imediatamente e numa outra vez o processo de 
germinação pode durar até 2 semanas no mesmo canteiro sob 
condições similares. Diferenças de temperatura e umidade, 
mudanças de pH e níveis de húmus podem inluenciar as sementes 
em cada caso, mas se ao mesmo tempo você percebe uma diferença 
acentuada no tempo de germinação, cheque seu calendário para 
determinar a fase da lua na qual você plantou as sementes. 
Você pode achar que a lua tem alguma inluência. Sementes de 
germinação extra-longa são semeadas também na lua nova. Elas 
germinarão depois de um mês.
Olhando para o desenho das fases da lua, você pode observar 
que há tanto aumento quanto diminuição da gravidade lunar e 
inluências da força da luz que recorrem periodicamente durante 
o mês lunar. Às vezes as forças trabalham umas contra as outras, 
e outras vezes elas se reforçam. Quando a atração gravitacional 
lunar diminui e a quantidade de luz da lua aumenta, durante os 
7 primeiros dias de ciclo lunar, as plantas entram num período 
de crescimento equilibrado. A gravidade lunar decrescente (e o 
correspondente aumento relativo na gravidade da Terra) estimula 
94 sementes de Polinização aberta, Propagação de sementes, espaçamento Curto e Conservação de sementes
2 dias antes da lua nova Lua nova Primeiros 7 dias segundos 7 dias 
Lua cheia Terceiros 7 dias Quartos 7 dias Lua nova
Plantando pelas Fases da Lua
LeGenda
 Lua nova Primeiro quarto Lua cheia Último quarto
+ Crescente – Decrescente
Plante sementes de germinação curta 
e extra-longa (maioria dos vegetais e 
ervas) em sementeiras ou canteiros e 
transplante as mudas de sementes de 
germinação longa.
Aumento equilibrado na taxa de cresci-
mento da raiz e da folha.
Luz da lua +
Gravidade lunar -
Aumento na taxa de crescimento da folha.
Luz da lua +
Gravidade lunar +
Transplante sementes de germinação curta 
e extra-longa das sementeiras para os 
canteiros e plante sementes de germinação 
longa.
Aumento na taxa de crescimento da raiz.
Luz da lua -
Gravidade lunar -
Diminuição equilibrada da taxa de 
crescimento da raiz e folha (período de 
descanso).
Luz da lua -
Gravidade lunar +
 Sementes de Polinização Aberta, Propagação de Sementes, Espaçamento Curto e Conservação de Sementes 95
sem
entes 
o crescimento das raízes. Ao mesmo tempo, o aumento constante da 
luz da lua estimula o crescimento das folhas.
Durante os segundos 7 dias do ciclo lunar, as forças 
gravitacionais da lua revertem sua direção relativa, e aumentam. 
Esse puxão diminui o crescimento da raiz, pois a atração 
gravitacional da Terra diminuiu. A luz da lua, por outro lado, 
continua a aumentar e o crescimento das folhas é especialmente 
estimulado. Se o crescimento da raiz foi suiciente no período 
anterior, então as quantidades apropriadas de nutrientes e água 
serão conduzidas para a parte superior da planta, e um crescimento 
equilibrado e ininterrupto ocorrerá. Esse período de gravidade, 
luz da lua e forças magnéticas aumentadas dá às sementes que 
ainda não germinaram, um impulso especial. As sementes que não 
germinaram no período da lua nova devem fazê-lo na lua cheia. Alan 
Chadwick dizia que é durante esse período que as sementes não 
podem resistir à brotação e cogumelos aparecem repentinamente ao 
longo da noite.
Durante os terceiros 7 dias do ciclo lunar, a quantidade de luz 
da lua diminui, junto com a atração gravitacional. Ao diminuir 
a luz da lua, o crescimento superior da planta também diminui. 
O crescimento das raízes é estimulado novamente, no entanto o 
puxão gravitacional da lua diminui. Este é um bom período para 
transplantar, pois o crescimento da raiz está ativo. Essa atividade 
LUNAR
CYCLE new moon 1st quarter full moon last quarter new moon
Decreased
Increased
R
A
T
E
 O
F
G
R
O
W
T
H
Leaf growth
Root growth
efeitos do Ciclo Lunar na Taxa de Crescimento das Folhas e Raízes
crescimento da folha
crescimento da raiz
Aumentado
Diminuído
TA
XA
 D
E 
 
C
RE
SC
IM
EN
TO
 Lua nova 1° quarto Lua cheia Último quarto Lua nova
96 sementes de Polinização aberta, Propagação de sementes, espaçamento Curto e Conservação de sementes
possibilita que a planta supere melhor o choque do transplante e 
promove o desenvolvimento de um bom sistema de raízes enquanto 
o crescimento das folhas diminui. Então, 21 dias depois, quando o 
crescimento das folhas estiver no máximo, a planta terá um sistema 
de raízes desenvolvido que pode fornecer suiciente nutriente e 
água. Esse também é o tempo de plantar sementes de germinação 
longa, que levam aproximadamente duas semanas para germinar; 
assim elas estarão prontas para se aproveitar do impulso da 
atração gravitacional da lua nova.
Durante os últimos 7 dias do ciclo lunar, a força gravitacional 
lunar aumenta, e o crescimento da raiz diminui. A quantidade de 
luz da lua diminui e também diminui o crescimento das folhas. Esse 
período é de uma diminuição equilibrada no crescimento, assim 
como os primeiros 7 dias do mês lunar são de aumento equilibrado 
no crescimento. Os últimos 7 dias são, então, o período de descanso 
que vem antes do período de brotação de uma nova vida. Sementes 
de curta, longa e extra-longa germinação estão listadas nos Gráicos 
Mestres do capítulo 8.
Uma semente plantada rompe sua membrana por volta 
do 28° dia do ciclo lunar e entra num período de crescimento 
lento, equilibrado e em ascensão nas partes inferior e superior 
da planta, passa por um período de estímulo de crescimento 
da raiz (se preparando para o próximo período de estímulo de 
crescimento da folha), seguido por um período de descanso. Esse 
ciclo de crescimento da planta se repete mensalmente.Plantas de 
germinação curta e longa são transplantadas na lua cheia, para 
que comecem sua vida no canteiro durante o período de estímulo 
de crescimento da raiz, para compensar o choque que aconteceu 
durante o transplante. (Também é vital que o sistema de raízes da 
planta esteja bem desenvolvido para que possa, mais tarde, nutrir 
as folhas, lores, vegetais, frutos e sementes com água e nutrientes). 
Depois disso, a planta transplantada entra em um período de 
descanso antes de outro ciclo lunar. Os trabalhos da natureza são 
perfeitos.
Plantar pelas fases da lua é uma nuance da agricultura que 
melhora o crescimento e a qualidade das plantas. Se você não seguir 
os ciclos da lua, suas plantas ainda crescerão satisfatoriamente. No 
entanto, enquanto seu solo melhora e você ganha experiência, cada 
detalhe se tornará importante e terá um efeito melhor. Experimente 
e observe.
Regador inglês tipo “Haws” de bico longo
Regador especial com 
bico para cima
Arejador “Ross” acoplado 
 à uma válvula
Arejador “Ross” acoplado à uma 
pistola regulável de pressão
 Sementes de Polinização Aberta, Propagação de Sementes, Espaçamento Curto e Conservação de Sementes 97
sem
entes 
Regando 
Quando os canteiros e sementeiras são regados, o método de 
CULTIVO BIOINTENSIVO tenta imitar o máximo possível a 
chuva. A chuva ina absorve tanto nutrientes aéreos benéicos 
quanto ar, ajudando no processo de crescimento. Para sementes e 
mudas em bandejas, você pode usar um regador inglês especial, 
que tem pequenos orifícios no arejador da “rosa”.3 A “rosa” aponta 
para cima, para que, ao regar, a pressão vá primeiro para o ar, onde 
é dissipada. A água cai levemente sobre as plantas, como chuva, 
apenas com a força da gravidade. Quando regar canteiros, você 
pode usar o mesmo método de espirrar a água para cima e deixá-la 
cair, usando uma pistola d'água ou uma válvula com um arejador 
acoplado.4 (Se você usar uma pistola de água ou uma válvula, pode 
precisar de uma mangueira resistente para conter a pressão da 
água). Esse método gentil de irrigação compacta menos o solo do 
canteiro e as plantas não são atingidas ou daniicadas por um jato 
d'água forte. Se escolher apontar o arejador para baixo, ique o mais 
longe possível das plantas e/ou mantenha a pressão ajustada de 
modo a minimizar a compactação do solo e o dano pela água.
Algumas plantas, como as da família do repolho, gostam de suas 
folhas úmidas. É bom, e de fato benéico, regar estas plantas por 
cima. Outras plantas, como tomates, ervilhas e membros da família 
das abóboras e melões podem sofrer de murchadeira e bolores, e 
seus frutos podem apodrecer quando suas folhas estão úmidas, 
especialmente em climas úmidos ou com neblina. Tome cuidado 
e regue as plantas somente no solo ao redor delas. (Em climas 
mais secos isso provavelmente não importará). Para evitar molhar 
as folhas das plantas, segure o arejador bem para baixo e aponte 
para o lados. Um método melhor é usar um bastão de rega, que lhe 
permitirá direcionar melhor a água para debaixo das folhas.
Regue os canteiros suicientemente a cada dia para mantê-
los uniformemente úmidos. A irrigação diária limpa a poeira, 
fuligem e insetos das folhas e cria uma deliciosa e úmida atmosfera, 
conduzindo para o bom crescimento da planta e uma vida 
microbiana próspera. (Regar pode ser mais ou menos frequente 
quando o clima está mais quente ou mais frio que o normal.)
Regue as plantas maduras dos canteiros quando o calor do dia 
começar a arrefecer. Isso ocorre em torno de 2 horas antes do por do 
sol durante o verão e mais cedo durante o inverno. No entanto, as 
condições climáticas, especialmente se há nuvens, podem requerer 
uma irrigação mais cedo. O solo, aquecido durante o dia, aquece a 
água fria do regador, tornando-a mais temperada quando atingir as 
Um canteiro de CULTIVO BIOINTENSIVO
Regando tomateiros com 
um irrigador
Nota: É importante perceber que 
estamos regando o solo, para que 
ele prospere como um bolo espon-
joso vivo. Não estamos regando as 
plantas. O solo “rega” as plantas. 
Manter o solo vivo irá reter e mini-
mizar o consumo de água.
98 sementes de Polinização aberta, Propagação de sementes, espaçamento Curto e Conservação de sementes
raízes das plantas. As raízes assim sofrem um menor choque, e o 
solo e as plantas têm mais tempo para absorver a água durante a 
noite, mais fria e com menos vento. Igualmente, as plantas crescem 
signiicativamente durante a noite, e isso assegura que tenham água 
à vontade para fazê-lo. Se você rega logo cedo pela manhã, muito 
da água irá se perder na evaporação causada pelo sol e vento e a 
irrigação será menos efetiva. A perda será ainda maior se você regar 
ao meio dia. Ao regar à tarde, as plantas estarão mais suscetíveis 
ao mofo e problemas de ferrugem devido à água não evaporada que 
ica em suas folhas. Ao regar ao inal da tarde a água pode percolar 
para o solo por 12 horas ou mais antes do sol e o vento reaparecerem 
com força. Quando reaparecerem, o canteiro estará com um bom 
reservatório d'água, de onde cada planta poderá absorver, antes da 
próxima irrigação.
Sementes e mudas em sementeiras e plantas imaturas nos 
canteiros devem ser regadas pela manhã e à noite, ou pelo menos 
ao inal da tarde. Até que o efeito de cobertura viva ocorra, as 
sementeiras e canteiros secam mais rápido. Quando as folhas 
crescerem e se aproximarem, menos água será necessária.
Com um arejador, a água cai em um padrão 
oval no canteiro, alcançando aproximada-
mente 3 metros. Quando regar perto de 
você, reduza a pressão da água.
Com um irrigador, a água cai em um padrão circular no canteiro, 
alcançando aproximadamente 1 metro.
 Sementes de Polinização Aberta, Propagação de Sementes, Espaçamento Curto e Conservação de Sementes 99
sem
entes 
Para determinar quanta água dar a um canteiro a cada dia, 
esforce-se para criar uma camada brilhosa de 1/2 a 15 segundos.5 
Quando começar a regar, uma camada brilhante de água em 
excesso aparecerá na superfície do solo. Ao interromper a irrigação 
imediatamente, a camada brilhante irá desaparecer rápido. Você 
deve regar até que a camada brilhante permaneça de 1/2 a 15 
segundos após você ter parado de molhar. O tempo envolvido irá 
diferir, dependendo da textura do seu solo. Quanto mais argiloso, 
mais tempo demorará. Um canteiro recém preparado com boa 
textura e estrutura irá provavelmente ter água suiciente quando 
uma camada de 1/2 a 3 segundos for alcançada. Um canteiro 
argiloso recém preparado pode indicar que tem água suiciente 
quando atingir uma camada de 3 a 5 segundos, desde que o solo 
argiloso tanto retenha mais umidade quanto deixe a água penetrar 
mais rápido. Um canteiro com um mês (que já tenha sido de alguma 
forma compactado pelo processo de irrigação) pode requerer uma 
camada de 5 a 8 segundos, e canteiros com 2 a 3 meses podem 
exigir mais do que isso. 
Eventualmente o processo de irrigação se tornará automático 
e você não terá que pensar quando o canteiro já recebeu água 
suiciente; saberá intuitivamente quando o ponto ideal for 
alcançado. (Lembre-se de atentar para as diferentes naturezas 
das plantas. Squashes, por exemplo, requerem bem mais água que 
os tomates). Uma maneira de determinar quando você já regou o 
suiciente, é, na manhã seguinte, eniar seu dedo no canteiro. Se o 
solo estiver uniformemente úmido nos cinco primeiros centímetros 
Um canteiro recém preparado é adequadamente regado quando a camada brilhante de água excedente desaparecer dentro de 1/2 
a 3 segundos depois do interrompimento da irrigação.
Camada brilhante estabelecida Meio segundo depois 1 segundo depois 2 segundos depois
relativamente seco
úmido
seco
úmido
100 sementes de Polinização aberta, Propagação de sementes, espaçamento Curto e Conservação de sementese continuar úmido abaixo deste nível, você está regando bem. Se o 
solo estiver seco em parte ou totalidade destes 5 centímetros, você 
precisa de mais água. Se o solo estiver encharcado em parte ou 
totalidade dos 5 centímetros, você precisa de menos água.
Lembre-se também de ajustar seu regador de acordo com o 
clima. Um canteiro pode perder mais umidade em um dia com 
nuvens, vento ou seco, do que num dia quente, úmido e parado. 
Algumas vezes, os canteiros ou sementeiras não precisarão de 
irrigação ou precisarão duas vezes ao dia. É importante notar 
essas diferenças e se tornar sensível às necessidades do solo. Você 
deve regar para a produção de bons frutos, lores e sementes e não 
somente para manter as plantas vivas. Ceriique-se de regar mais 
os lados e pontas dos canteiros, do que o meio. Essas áreas, que 
muitos perdem ou menosprezam, são cruciais porque estão sujeitas 
à maior evaporação do que o meio do canteiro. Canteiros recém 
escavados, mas não plantados devem ser regados diariamente, para 
que não percam seu conteúdo de umidade. Um transplante num 
canteiro que tenha um baixo nível de umidade (exceto nos 5 ou mais 
centímetros superiores recentemente regados) terá diiculdade no 
bom crescimento por causa da camada relativamente seca inferior. 
Se você esperar até que as plantas estejam murchas e caídas para 
regá-las, elas reviverão, mas terão sofrido danos permanentes – 
um convite aberto para pestes e doenças. Folhas levemente caídas, 
no entanto, não são sempre um sinal de falta de água. As plantas 
estão apenas minimizando a perda d'água (devido à transpiração) 
quando murcham em um dia quente, e regá-las neste momento 
irá aumentar essa perda, mais que diminuí-la. Isso também 
enfraquecerá a planta, devido ao mimo excessivo.
sombreamento
Depois de ter regado seu canteiro recém plantado, em 
climas quentes você pode considerar cobrir esta área com 
um sombreamento de 30%, de 10 da manhã às 5 da tarde, 
aproximadamente. Use sombrites que sejam de 30 a 90 centímetros 
mais largos, e 90 centímetros mais compridos que o canteiro, para 
ele possa cair pelos lados, fornecendo sombra tanto nos lados 
quanto no topo. Geralmente inserimos pedaços de 90 centímetros 
de comprimento, numa madeira de 2,5 por 2,5 centímetros, em um 
ângulo de 45° em relação ao solo, nos quatro cantos do canteiro e a 
cada 1,5 metros ao longo e perpendicularmente às laterais. Pregos 
sem cabeça são martelados parcialmente nas pontas superiores dos 
 Sementes de Polinização Aberta, Propagação de Sementes, Espaçamento Curto e Conservação de Sementes 101
sem
entes 
pedaços de madeira para que o sombrite possa ser colocado no lugar. 
Às 5 da tarde, desenganchamos o sombrite do lado leste, ao longo do 
canteiro, e prendemos suas pontas nos pregos do outro lado várias 
vezes para segurá-lo e mantê-lo fora dos caminhos e do canteiro.
Nós também usamos sombrites para proteger os grãos recém 
transplantados dos pássaros, no outono e no inverno. Neste caso, 
deixamos o sombreamento por 10 dias e usamos pedaços longos de 
vergalhões de 5/8 para segurar as pontas do sombrite, para que os 
pássaros não entrem na área de cultivo. Ajustamos os pedaços de 
madeira de 2,5 por 2,5 centímetros para que as pontas do sombrite 
desçam ao chão, com o vergalhão ao longo das pontas. Depois de 10 
dias, o sombrite é removido porque as plantas estão em um ponto 
menos suculento e, por isso, não são atrativas para os pássaros.
Miniestufas
Uma miniestufa feita de sombrite plástico e madeira6 pode aumentar 
a temperatura do solo e do ar ao redor das plantas e possibilitar um 
início precoce da estação de cultivo, na primavera, e aumentar a 
estação no outono. Nosso projeto tem paredes duplas, que mantém 
a temperatura interior abaixo do ponto de congelamento quando a 
temperatura externa cai abaixo de 6,7° C. Isso faz da unidade um bom 
extensor da estação de cultivo.
Uma miniestufa. 
102 sementes de Polinização aberta, Propagação de sementes, espaçamento Curto e Conservação de sementes
Fatores Chave de Água
O método de CULTIVO BIOINTENSIVO é especialmente 
importante para áreas com escassez de água. Apesar de serem 
necessárias muito mais pesquisas nessa área, a informação abaixo 
deve ajudá-lo.
 • Setenta e cinco porcento da superfície da Terra onde alimentos 
são cultivados recebem 254 milímetros de chuvas ou mais, 
anualmente. Cerca de metade dessas chuvas pode ser retida 
em solos adequadamente preparados para plantio. Para obter 
uma boa colheita, 500 milímetros de chuva são necessários 
anualmente. Em uma área que recebe apenas 250 milímetros, 
a chuva que uma área de cultivo recebe pode ser aumentada 
para 500 milímetros, no exemplo do canteiro inclinado ilustrado 
abaixo. 
 • O método de CULTIVO BIOINTENSIVO usa uma média 
diária de 45 litros (uma variação de 22 a 90 litros) por 10 
metros quadrados, enquanto o cultivo comercial consome uma 
média diária de 90 litros para a mesma área. O CULTIVO 
BIOINTENSIVO tem o potencial de produzir 4 vezes mais 
alimentos em uma mesma área que as práticas da agricultura 
comercial. 
 • Pesquisas de instituições acadêmicas mostraram que o solo 
que contém 2% de seu volume em matéria orgânica nos 27,5 
centímetros supericiais pode reduzir a quantidade de chuvas 
ou irrigação necessárias para solos pobres em até 75%. (Solos 
pobres tem cerca de 0,5% de matéria orgânica na área superior 
do solo). O CULTIVO BIOINTENSIVO encoraja a manutenção 
de mais de 2% de matéria orgânica.
 • Mesmo sob condições áridas, o solo que é coberto pode reduzir 
a evaporação em mais de 63%, dependendo do tipo de solo. O 
microclima criado pelo curto espaçamento das plantas fornece 
boa sombra.
 • As plantas transpiram água, o que pode ser reduzido em até 
75% num solo que tenha nutrientes suicientes e balanceados 
em sua porção aquosa. O método de CULTIVO BIOINTENSIVO 
prepara o solo para que ele tenha um alto nível de fertilidade.
 • Ao combinar os 3 últimos fatores listados acima, o consumo 
Dica: para economizar água, plante 
suas mudas em sementeiras, até o 
tamanho de transplante (normal-
mente de 2 a 4 primeiras semanas). 
Para muitos cultivos, uma bandeja 
que precisa somente de 2 litros de 
água por dia, irá plantar uma área 
de 10 metros quadrados. Quando 
plantada, essa área necessitará de 
45 a 90 litros de água diariamente, 
durante a estação de cultivo. A 
economia de água em um mês 
(comparado com o plantio direto 
no canteiro) é de aproximadamente 
1.100 a 2.200 litros de água!
 Sementes de Polinização Aberta, Propagação de Sementes, Espaçamento Curto e Conservação de Sementes 103
sem
entes 
de água pode, muitas vezes, ser reduzido para 1/32 do nível 
(um quarto x meio x um quarto) que as plantas normalmente 
requerem. Descobrimos que o CULTIVO BIOINTENSIVO pode 
reduzir o consumo de água em uma média de um oitavo quando 
comparado aos métodos normais por quilo de vegetais produzidos 
e para cerca de um terço dos métodos normais por quilo de grãos 
produzidos, uma vez que o solo esteja em razoável forma.
 • Nativos de certas regiões da África têm usado um método 
de canteiros preparados profundamente, que obteve sucesso 
com grãos. Eles escavam triplamente o solo, incorporando 
bastante matéria orgânica bem antes das chuvas da estação. 
Imediatamente após o im das chuvas, eles plantam suas 
sementes. Mais nenhuma chuva cairá, ainda que a colheita seja 
feita ao im da estação. Outros dessa área, notadamente, não 
foram capazes de cultivar durante essa estação.
 • As técnicas de CULTIVO BIOINTENSIVO devem produzir 
pelo menos 4 vezes mais de colheita, sob condições naturais de 
chuvas (quando não irrigadas), do que as que são obtidas sob as 
mesmas condições com as técnicas comerciais. Deixe-nos saber o 
que funcionou com você.
 • Nativos americanos do sudoeste dos Estados Unidos têm usado 
inúmeras abordagens para cultivaralimentos em áreas com 
chuvas limitadas. Um método é criar áreas largas de cultivos, 
no formato de diamantes, em um leve declive, com cada um 
dos pontos coincidindo com o topo e a base do declive. Os 
cultivos são plantados em um quarto a metade da base de cada 
diamante – dependendo da quantidade de chuvas. (Mais água 
por unidade de solo é concentrada na parte baixa do diamante.)
Preparação de um canteiro curvado de 
1,5 por 6 metros para a concentração 
de água da chuva em sua área de 
cultivo, considerando que metade 
da quantidade de água da chuva 
está disponível. Para criar um 
canteiro curvado, o solo é removido 
em camadas de 15 centímetros e 
colocado em pilhas separadas. (A 
camada mais baixa – a camada 5 – 
não é usada neste canteiro). As pilhas 
separadas minimizam a mistura 
indesejada de extratos do solo. Isso 
é importante por que a matéria 
orgânica e a vida microbiana estão em 
maiores concentrações nas camadas 
superiores. A variação na inclinação e 
a compactação do solo naquela área 
encorajam um caimento suficiente 
para o solo solto, sem erosão.
Em um terreno plano, canteiros em 
declive (visão lateral) podem ser 
usados para coleta de água.
Um tipo de canteiro inclinado, 
nativo americano, é usado para 
capturar efetivamente a água da 
chuva. Essa é uma técnica chave de 
coleta de água.
camada de 8 a 10,5 cm *
*para 2% a 
7% de declive
solo compactado solo compactado 
1.5 m
1.5 m
3 m
104 sementes de Polinização aberta, Propagação de sementes, espaçamento Curto e Conservação de sementes
 • Com esse método, use a seguinte informação para determinar quando 
o diamante será plantado: Solos bem preparados precisam reter 
aproximadamente 250 milímetros de água por unidade de área (2350 
litros por 10 metros quadrados) pra cultivar uma cultura completa 
durante uma estação de 4 meses. Para reter essa quantidade de 
água, o solo precisa de aproximadamente 500 milímetros de chuva 
(4700 litros de água por 10 metros quadrados) por estação. Se chover 
apenas 250 milímetros, você teria apenas metade da água necessária, 
e plantaria apenas metade da área do diamante. Se você tem apenas 
125 milímetros de chuva, teria apenas um quarto do diamante (mais 
ou menos). Experimentos serão necessários antes de um sucesso 
pleno. Cuidado para não plantar em demasia. Um solo completamente 
seco não rehidrata ou absorve água facilmente, o que levará à erosão. 
Para estar seguro, comece com uma pequena área e plante um quarto 
a menos do que as recomendações dadas acima, para assegurar que o 
solo vai reter suiciente umidade. Uma vez alcançado o sucesso, você 
poderá aumentar a área de cultivo. Compartilhe suas experiências 
conosco e com outros, para que essa abordagem possa ser melhor 
desenvolvida.
 • Veja o livro Dry Farming, de John A. Widtsoe, para mais 
informações sobre agricultura árida.
Variações de temperaturas satisfatórias (e ideais) para o crescimento das plantas7
determine o Calendário de Faixas de Cultivo para sua área
esTação de 
CULTIVo
VaRIação VaRIação IdeaL PLanTa
Cultivos de 
estação fria8
-1 °C Aspargos – Ruibarbo
4 °C – 24 °C 15 °C– 18 °C
Beterraba – Fava – Brócolis – Couve de Bruxelas – Repolho 
– Acelga – Couve manteiga – Raiz forte – Couve crespa 
– Couve rábano - Pastinaca – Rabanete - Couve nabo – 
Vinagreira – Espinafre – Nabo
7 °C – 24 °C 15 °C – 18 °C
Alcachofra – Cenoura – Couve-flor – Apio – Aipo – 
Repolho chinês – Endívia – funcho de Florença – Alface 
– Mostarda – Salsa – Ervilha – Batata
7 °C – 29 °C 13 °C – 24 °C Chicória – cebolinha – Alho – Alho Poró – Cebola – barba-de-bode – Chalotas
Cultivos de 
estação 
temperada
10 °C – 27 °C 15 °C – 21 °C Feijão – Feijão manteiga
10 °C – 35 °C 15 °C – 24 °C Milho – Feijão Fradinho – Espinafre Neozelandês
10 °C – 32 °C 18 °C – 24 °C Abóbora – Squash
15 °C – 32 °C 18 °C – 24 °C Pepino – Meloa
Cultivos de 
estação quente
18 °C – 29 °C 21 °C – 24 °C Pimentão– Tomate
18 °C – 35 °C 21 °C – 29 °C Berinjela – Pimentas – Quiabo – Batata Doce – Melancia
 Sementes de Polinização Aberta, Propagação de Sementes, Espaçamento Curto e Conservação de Sementes 105
sem
entes 
Condições de Temperatura do solo para Germinação de sementes de Vegetais9
CULTIVo MÍnIMo VaRIação IdeaL IdeaL MÁXIMo
aspargo 10 °C 15° - 29°C 24 °C 35 °C
Feijão 15 °C 15° - 29°C 27 °C 35 °C
Feijão manteiga 15 °C 18° - 29 °C 29 °C 29 °C
Beterraba 4 °C 10° - 29 °C 29 °C 35 °C
Repolho 4 °C 7° - 35 °C 29 °C 38 °C
Cenoura 4 °C 7° - 29 °C 27 °C 35 °C
Couve-flor 4 °C 7° - 29 °C 27 °C 38 °C
aipo 4 °C 15° - 21°C 21 °C* 29 °C*
acelga suíça 4 °C 10° - 29 °C 29 °C 35 °C
Milho 10 °C 15° - 35 °C 35 °C 40 °C
Pepino 15 °C 15° - 35 °C 35 °C 40 °C
Berinjela 15 °C 24° - 32 °C 29 °C 35 °C
alface 2 °C 4° - 27 °C 24 °C 29 °C
Meloa 15 °C 24° - 35 °C 32 °C 38 °C
quiabo 15 °C 21° - 35 °C 35 °C 40 °C
Cebola 2 °C 10° - 35 °C 24 °C 35 °C
salsa 4 °C 10° - 29 °C 24 °C 32 °C
Pastinaca 2 °C 10° - 21 °C 18 °C 29 °C
ervilha 4 °C 4° - 24 °C 24 °C 29 °C
Pimentão 15 °C 18° - 35 °C 29 °C 35 °C
abóbora 15 °C 21° - 32 °C 35 °C 38 °C
Rabanete 4 °C 7° - 32 °C 29 °C 35 °C
espinafre 2 °C 7° - 24 °C 21 °C* 29 °C
squash 15 °C 21° - 35 °C 35 °C 38 °C
Tomate 10 °C 15° - 29°C 29 °C 35 °C
nabo 4 °C 15° - 40°C 29 °C 40 °C
Melancia 15 °C 21° - 35 °C 35 °C 40 °C
* Flutuação diária de 15°C ou menos à noite é essencial..
106 sementes de Polinização aberta, Propagação de sementes, espaçamento Curto e Conservação de sementes
Capinando
Canteiros intensivamente plantados não requerem capina tanto 
quanto outros tipos de agriculturas devido à cobertura viva que 
as plantas criam. Normalmente, nossos canteiros só precisam ser 
capinados uma vez, aproximadamente um mês depois do plantio do 
canteiro. Um canteiro preparado em uma nova área pode ter que ser 
capinado mais vezes inicialmente, pois muitas sementes dormentes 
serão elevadas para um lugar no solo onde podem germinar mais 
facilmente. Com o tempo, com o solo mais rico e mais vivo, você 
terá provavelmente menos ervas, pois elas tendem a prosperar mais 
em solos pobres e deicientes do que nos saudáveis.
Na verdade, não existe tal coisa como “erva daninha”. Uma erva 
daninha é somente uma planta que está crescendo em uma área 
em que você, agricultor, não quer que ela cresça. De fato, muitas 
das chamadas “ervas daninhas”, como a urtiga, são muito benéicas 
para o solo e para outras plantas. (Isso será mais discutido em 
detalhes no capítulo 6). Ao invés de capinar indiscriminadamente, 
você deveria aprender a natureza e os usos das diferentes ervas 
daninhas, para poder identiicar e deixar as mais benéicas nos 
canteiros. Até que sejam removidas, elas ajudam a estabelecer, mais 
rapidamente, um microclima nutritivo para sua cultura. Ponha as 
ervas retiradas na pilha de compostagem. Elas são ricas em micro 
minerais e outros nutrientes que ajudarão no crescimento dos 
cultivos da próxima estação. 
As ervas daninhas geralmente são mais resistentes que as 
plantas cultivadas, pois são geneticamente mais próximas de 
suas variedades parentais e mais próximas de suas espécies 
originárias. Elas tendem a germinar antes das plantas semeadas. 
Para tirar essas ervas do canteiro, você deve esperar até que as 
plantas cultivadas compitam com elas em altura, se estabilizem 
(no tamanho de transplante) – ou o que vier primeiro. Capinar 
antes deste período é perturbar a germinação das sementes 
plantadas ou perturbar o sistema de raízes em desenvolvimento, 
interrompendo o crescimento e criando plantas mais fracas. No 
entanto, assegure-se de remover todas as plantas de capim que se 
desenvolverem no canteiro depois da primeira capina. Essas plantas 
têm incríveis e grandes sistemas de raízes que competem com 
outras plantas por nutrientes e água.
500 milímetros de chuvas durante 
uma estação de 4 meses é uma 
média de 4 milímetros por dia.
Uma postura apropriadapode 
facilitar a capina. 
 Sementes de Polinização Aberta, Propagação de Sementes, Espaçamento Curto e Conservação de Sementes 107
sem
entes 
Plantando na estação
Vegetais, lores e ervas devem ser cultivadas na estação. Essa é 
uma boa maneira de cuidar de suas plantas. Se elas são forçadas 
(cultivadas fora da estação), muito de sua energia é usada para 
combater um clima diferente de sua estação, seja na forma de frio, 
calor, chuva ou seca. Menos energia é deixada para equilibrar o 
crescimento, e uma planta com reservas limitadas de energia – 
assim como as pessoas – é mais suscetível a doenças e ataques 
de insetos. Para uma melhor saúde dos cultivos e colheitas, 
assegure-se de manter suas plantas colhidas. Para determinar o 
melhor tempo de plantio de várias culturas, veja o capítulo 9.
NOTAS FINAIS
 1 John e Helen Philbrick, Gardening for Health and Nutrition (New York: 
Rudolph Steiner Publications, 1971), p. 93.
 2 Charles Morrow Wilson, Roots: Miracles Below—The Web of Life Beneath 
Our Feet (Garden City, NY: Doubleday, 1968), p. 105.
 3 Disponível por encomenda por diversas fontes, incluindo Walter F. Nicke, 
P.O. Box 433, Topsield, MA 01983.
 4 Uma mangueira número 20 é melhor.
 5 Uma maneira simples de estimular o luxo de água que um canteiro recebe 
é medir os litros recebidos por minuto. Ligue o aspersor e aponte o jato para 
um recipiente de um litro ou um regador. Se, por exemplo, levar 15 segundos 
para encher o recipiente, você sabe que está irrigando 4 litros por minuto. 
Atualmente, em nosso solo bem argiloso, descobrimos que cada canteiro de 
1,5 metros por 6 metros receberá algo em torno de 20 a 60 litros diariamente 
(40 litros na média), dependendo do clima, do tipo de planta, do tamanho 
das plantas e da permeabilidade do solo.
 6 Para planos e instruções, veja The Backyard Homestead, Mini-Farm and 
Garden Log Book (Willits, CA: Ecology Action, 1993).
 7 Do Handbook for Vegetable Growers de James Edward Knott, (New York: 
John Wiley e Sons, 1957), pp. 6-7.
 8 Tente esses cultivos em áreas sombreadas no verão. Lembre-se, cultivos 
necessitam de ao menos 4 horas de sol direto para crescerem. Sete horas é o 
preferível e 11 horas ainda melhor.
 9 Do Handbook for Vegetable Growers de James Edward Knott, (New York: 
John Wiley e Sons, 1957), p. 8.
108
6
PLanTas CoMPanheIRas 
omo as pessoas e seus relacionamentos, certas plantas 
gostam ou não de outras, dependendo das naturezas 
especíicas envolvidas. Mudas em tamanho de transplantio 
começam a se relacionar mais e mais com as plantas ao seu redor. 
Essas relações se tornam especialmente importantes quando as 
plantas adultas desenvolvem distintas personalidades, essências e 
aromas. Feijões verdes e morangos, por exemplo, prosperam melhor 
quando são cultivados juntos do que separados. Para obter uma 
alface Bibb realmente saborosa, uma planta de espinafre deve ser 
cultivada para cada 4 de alface.
Em contraste, nenhuma planta cresce perto de um absinto, 
devido à toxicidade de suas folhas e excreções da raiz. No entanto, o 
chá de absinto repele moscas negras, desencoraja lesmas, mantém 
besouros e carunchos fora dos grãos e combate afídeos (pulgão). 
Logo, o absinto não é uma erva totalmente nociva. Poucas plantas 
são. Ao contrário, elas têm seu lugar na ordem natural das coisas.
Muitas vezes, ervas também são especialistas e doutores na 
comunidade das plantas. Elas tomam conta muito bem de solos 
doentes que precisam ser reconstruídos e até parecem procurá-lo. 
Onde plantas de cultivo não podem sobreviver, elas são capazes de 
captar fósforo, potássio, cálcio, micro minerais e outros nutrientes de 
fora do solo e do subsolo e concentrá-los em seus corpos. As plantas 
parecem ter instintos misteriosos.
oBjeTIVo: Focar na totalidade do jardim para criar um 
próspero micro-ecossistema que beneficie as inter-relações
C
 Plantas Companheiras 109
P
lantas C
om
panheiras 
Ervas daninhas podem ser usadas para concentrar nutrientes 
para uma futura fertilização ou para retirar elementos nocivos, tais 
como sais indesejados, da área de cultivo. Um solo deiciente pode 
ser enriquecido com a adição de ervas no composto produzido ou 
com o retorno de seus corpos para o solo, como a natureza faz.
O plantio de companheiras é o uso construtivo das relações das 
plantas por agricultores, horticultores e produtores. Uma deinição 
cientíica do plantio de companheiras é “O posicionamento correto 
de plantas que apresentam demandas físicas complementares”. 
Uma descrição mais acurada, viva e espiritual é “O cultivo 
integrado de todos esses elementos e seres que encorajam a vida 
e o crescimento; a criação de um microcosmo que inclui vegetais, 
frutas, árvores, arbustos, trigo, lores, ervas daninhas, pássaros, 
solo, micro-organismos, água, nutrientes, insetos, sapos, aranhas e 
galinhas.”
As plantas companheiras ainda são um campo experimental, 
no qual precisam ser desenvolvidas muito mais pesquisas. A idade 
das plantas envolvidas e o percentual de cada tipo de planta pode 
ser crucial, assim como a proximidade relativa uma das outras. 
O plantio de companheiras no entanto, deve ser usado com muita 
cautela e observação. Você pode querer estudar as causas de 
algumas destas relações beneiciais. Será que elas ocorrem devido 
à excreções da raiz, ao aroma da planta ou ao pólen de plantas 
compostas que atraem insetos benéicos? As plantas companheiras 
são um campo fascinante.
Algumas das técnicas de plantio de companheiras que você 
pode tentar e experimentar, serão para saúde, rotação de culturas, 
nutrição, complementaridade física e relações com animais, insetos 
e ervas.
saúde
Melhor crescimento—Cultivar feijões verdes e morangos juntos, e 
alface Bibb e espinafre, já foram mencionados. De outro lado, cebolas, 
alho, cebolinhas e chalotas inibem seriamente o crescimento de 
feijões e ervilhas. Entre os extremos, feijões de arbusto e beterrabas 
podem ser cultivados conjuntamente sem nenhuma vantagem ou 
desvantagem para cada planta. Feijões trepadores e beterrabas, no 
entanto, não se dão bem. As nuances são incríveis. Qual a diferença 
entre feijões de arbusto e feijões trepadores? Ninguém parece saber a 
razão cientíica para essa diferença de comportamento, mas isso pode 
ser observado. 
110 Plantas Companheiras 
Ehrenfreid Pfeifer desenvolveu um método conhecido como 
“cristalização”, com o qual poderemos predizer quais plantas serão 
ou não boas companheiras. Em sua técnica, parte da planta é moída 
e misturada com uma solução química. Após a secagem da solução, 
um padrão cristalino permanece. Plantas diferentes têm padrões 
distintos e representativos. Quando duas plantas são misturadas, 
os padrões aumentam, diminuem ou continuam os mesmos em 
força e regularidade. Algumas vezes ambos padrões se aprimoram, 
indicando uma inluência recíproca e benéica. Ou ambos os 
padrões podem se deteriorar, numa relação negativa recíproca. Um 
padrão pode se aprimorar, enquanto outro se deteriora, indicando 
uma vantagem unilateral. Ambos padrões podem continuar da 
mesma forma, indicando nenhuma vantagem ou desvantagem 
em particular. Ou um padrão pode aumentar ou diminuir em 
qualidade, enquanto outro não se modiica. Duas plantas que 
sofrem uma diminuição na qualidade em uma base 1 para 1 podem 
mostrar um aumento de força em uma proporção 1:10.
Espaçamento para melhor companhia—Usar o espaçamento 
do CULTIVO BIOINTENSIVO, com a folhas das plantas quase se 
tocando, permite que boas companheiras sejam melhores amigas.
Inluências benéicas ao redor—Certas plantas beneiciam uma 
comunidade inteira de plantas. Estas plantas e suas características 
são:1
 • Erva Cidreira (Melissa ofcinalis) cria uma atmosfera benéica 
ao redor de si e atrai abelhas. Pertence à família da menta.
 • Manjerona (Origanum majorana): Tem um “efeito benéico para 
as plantas ao seu redor.”
 • Orégano (Origanum vulgare): Tem um “efeitobenéico para as 
plantas ao seu redor.”
 • Urtiga-mansa (Urtica dioica): “Ajuda plantas vizinhas a 
crescerem mais resistentes à deterioração.” Aumenta o conteúdo 
de óleo essencial de muitas ervas. “Estimula a formação 
de húmus.” Ajuda a estimular a fermentação em pilhas de 
compostagem. Como chá, promove o crescimento da planta e 
ajuda a fortalecê-la. Concentra fósforo, potássio, cálcio e ferro 
em seu corpo.
 • Valeriana (Valeriana ofcinalis): “Ajuda a maioria dos 
vegetais”. Estimula a atividade do fósforo em sua vizinhança. 
Encoraja a saúde e a resistência à doenças nas plantas.
Urtiga e tomate são boas plantas 
companheiras.
Nota: Erva cidreira, manjerona, 
orégano, dente de leão, camo-
mila, urtiga e valeriana são plantas 
perenes. Elas são tradicionalmente 
plantadas em uma seção ao longo 
do fim do canteiro, para que não 
precisem ser perturbadas quando o 
canteiro for replantado.
 Plantas Companheiras 111
P
lantas C
om
panheiras 
 • Camomila (Chamaemelum nobile): Uma especialista em 
calcário. “Contém um hormônio de crescimento que … estimula 
o crescimento de levedura.” Em uma proporção de 1:100, auxilia 
no crescimento do trigo. Como chá, combate doenças, como o 
apodrecimento em plantas jovens. Concentra cálcio, enxofre e 
potássio em seu corpo.
 • Dente de leão (Taraxacum ofcinale): Aumenta a “qualidade 
aromática de todas as ervas.” “Em pequenas quantidades” 
auxilia vegetais. Concentra potássio em seu corpo.
 • Carvalho (Quercus spp.): Concentra cálcio em sua casca (cinzas 
de cascas contém 77% de cálcio). Em um chá especial, ajuda 
as plantas a resistirem à doenças prejudiciais. Sua inluência 
benéica ajuda a criar um excelente solo sob seus galhos – um 
ótimo lugar para construir uma composteira, mantendo-a a pelo 
menos 1,80 metros do tronco da árvore, para que o ambiente não 
gere doenças ou atraia insetos prejudiciais.
Estímulo da vida no solo—A urtiga ajuda a estimular a vida 
microbiana, e isso ajuda no crescimento da planta.
Melhoria do solo—A serralha (Sonchus oleraceus) atrai nutrientes 
do subsolo para enriquecer um solo esgotado. Após anos de corpos 
de serralha enriquecendo o solo supericial, ervas altamente 
exigentes retornam. Essa parte do programa de reciclagem da 
Natureza, onde nutrientes lixiviados retornam para o solo superior, 
é também um método natural para disponibilizar nutrientes para 
as camadas supericiais do solo. Estima-se que uma planta de 
centeio em um bom solo produza uma média de 3 milhas de raízes 
por dia; o que dá 387 milhas de raízes e 6.603 milhas de pelos 
radiculares durante uma estação. As plantas estão continuamente 
providenciando seu próprio programa de compostagem. Em um 
ano, as plantas produzem de 400 a 750 quilos de raízes por acre no 
solo, em um pequeno jardim, o trevo vermelho produz de 600 a 1900 
quilos de raízes no solo no mesmo período de tempo.2
 • Aproximadamente, um mínimo de 250 gramas de nitrogênio 
são necessários para 10 metros quadrados de área cultivada 
anualmente. Metade pode vir de um legume, como a ervilhaca 
e/ou feijões de fava de frio, como a variedade Banner, que 
sobrevive a -12° C, consorciado com um grão de inverno, como 
o trigo ou centeio. Esse é um tipo de rotação no espaço. A 
ervilhaca e as favas serão colhidas quando imaturas, quando 
estão em 10% a 50% em lor, para que o nitrogênio ixado em 
Sistemas de raízes melhoram o 
solo superficial ao disponibilizarem 
nutrientes do subsolo.
112 Plantas Companheiras 
suas raízes possa permanecer no solo. (Se as leguminosas derem 
sementes, o nitrogênio será capturado e usado na formação das 
sementes. A outra metade pode vir de uma boa e sustentável 
adição de composto. 
 • E/ou a rotação ao longo do tempo pode ser usada. Isso seria 
quando você cultiva um grão, como o milho, na estação principal 
e então cultiva um legume como “cultivo ixador” – e colhe em 
10% a 50% de lor para manter o nitrogênio no solo.
Rotações 
Por muitos anos a Ação Ecológica seguiu um tipo de rotação de 
culturas baseado em cultivos muito ixadores, muito exigentes, 
pouco ixadores, pouco exigentes em nitrogênio. No entanto, 
descobrimos que esse processo, enquanto era bom para organizar 
um tipo de programa de rotação, era complicado e não levava tudo 
em conta. Um exemplo eram as batatas, que são uma cultura 
“pouco exigente” de acordo com as deinições envolvidas, ainda que, 
em conjunto com tomates, estejam na verdade entre as mais “muito 
exigentes.”
Ainal, começamos a pesquisar as rotações e descobrimos que 
existiam muitos programas. No entanto, era difícil encontrar um 
padrão de repetição em quase todos. Além disso, nota-se que o 
cultivo intensivo de alimentos, por conta da diversidade de culturas 
usadas, produz um composto geneticamente diversiicado. O uso 
de composto curado nesses canteiros, por conseguinte, é em si um 
tipo de “rotação”. Como resultado dessa e de muitas experiências, 
desenvolvemos as seguintes indicações para uma rotação mais 
simples:
 • Para cultivos de estação principal, com poucas exceções, 
tentamos não cultivar a mesma cultura, ou um membro da 
mesma família, no mesmo canteiro por 2 anos consecutivos. 
Em áreas onde duas ou mais culturas podem crescer no mesmo 
canteiro durante o ano, não cultivamos a mesma cultura, ou 
um membro da mesma família, naquele canteiro uma segunda 
vez durante o ano. Também tentamos cultivar uma “cultura 
ixadora” de maturação rápida, de mais ou menos 60 dias, após 
a estação principal, sempre que possível. Feijão de maturação 
rápida e variedades de amaranto são bons exemplos. (Uma lista 
de famílias de plantas é fornecida na página 115.) 
LF HF
HG
PE = pouco exigente
ME = muito exigentes
MF – muito fixadores
Reciclagem na agricultura: para 
preservar os nutrientes no solo, 
plante as muito exigentes, depois, as 
muito fixadoras e depois as pouco 
exigentes. Mais nas páginas 113 à 115
Pe Me
MF
 Plantas Companheiras 113
P
lantas C
om
panheiras 
 • Além disso, para cultivos de estação não principal 
plantados no outono, existem 3 abordagens: uma rotação de 3 
anos e dois tipos de rotação de 2 anos. 
 • Existem alguns pontos a serem observados nestas 3 abordagens. 
Tudo começa com um plantio para acúmulo de nitrogênio para 
construir o solo antes que os grãos estejam maduros. O segundo 
sistema de rotação faz isso apenas com um legume, e, por isso, 
fornece a maior parte de nitrogênio para o solo. O primeiro 
sistema de rotação tem uma terceira parte, onde se cultiva um 
legume até a maturidade para fornecer um período de descanso 
para o solo.3
 • Você pode querer experimentar diferentes combinações, 
dependendo da qualidade do seu solo e tipo de clima. O 
importante é desenvolver uma combinação que forneça o 
nitrogênio necessário e que produza biomassa madura e 
imatura suicientes para produzir composto curado suiciente 
pra manter a fertilidade sustentável do solo, enquanto você 
produz alimento para si mesmo.
 • Em áreas tropicais, você precisará substituir culturas de tempo 
quente que desempenhem as mesmas funções. 
RoTação de 3 anos
Ano 1: O cultivo de uma mistura consorciada de culturas para 
composto (veja o livreto da Ação Ecológica, Self-Teaching Mini-Series, 
livreto 14) com o dobro da quantidade de sementes de grãos 
de clima frio semeadas (trigo ou cevada sem casca, aveias sem 
casca ou triticale e centeio) e leguminosas (ervilhaca difundida 
e um feijão de fava de inverno semeado). Toda a cultura é colhida 
quando está imatura, para que uma cultura da estação principal 
possa ser plantada a tempo de atingir a maturidade. (Inoculação de 
leguminosas com a bactéria ixadora de nitrogênio será necessária se 
o solo não contém estes micróbios.)
Ano 2: O transplante de um grão de clima frio (trigo ou 
cevada e aveia sem casca, centeio ou triticale), com a cultura inteira 
sendo colhida na maturidade. Em áreas com uma longa estação 
principal,uma cultura de estação principal quente é plantada mais 
tarde para atingir a maturidade. Em áreas com uma estação de 
cultivo curta, sempre que possível, tentamos cultivar uma “cultura 
ixadora” de maturação rápida, de mais ou menos 60 dias, depois da 
colheita dos grãos. Feijões de maturação rápida são exemplos disso. 
Rotação de 3 anos 
ano 1
Combinação de grãos 
imaturos com legumino-
sas para nitrogênio em 
cultura de biomassa & 
nódulos
ano 2
Grãos maduros para 
calorias e biomassa 
madura
ano 3
Leguminosas maduros 
para nitrogenação e 
descanso do solo 
114 Plantas Companheiras 
Ou uma cultura de composto imatura, como milho perolado, pode 
ser cultivada nesse ponto. 
Ano 3: O transplante de um legume (uma variedade de fava 
de clima frio), com toda a cultura sendo colhida em sua maturidade. 
Além disso, sempre que possível, tentamos cultivar uma “cultura 
ixadora” de maturação rápida, de mais ou menos 60 dias, depois da 
colheita dos grãos. Amaranto é um bom exemplo. Ou uma cultura 
de composto imatura, como milho perolado, pode ser cultivada neste 
ponto.
RoTação de 2 anos
Ano 1: O transplante de um legume (uma variedade de feijão 
de fava de clima frio) com toda a cultura sendo colhida quando 
estiver de 10% a 50% em lor, para que uma cultura de estação 
principal possa ser plantada a tempo de maturação. (Inoculação de 
leguminosas com a bactéria ixadora de nitrogênio será necessária 
se o solo não contém estes micróbios.)
Ano 2: O transplante de um grão de clima frio (trigo ou 
aveia e cevada sem casca, centeio ou triticale), com a cultura inteira 
sendo colhida na maturidade. Em áreas com uma estação principal 
de cultivo longa, uma cultura de clima quente é plantada mais tarde 
para atingir a maturidade. Em áreas com uma estação principal 
curta, tentamos cultivar, sempre que possível, uma “cultura 
ixadora” de maturação rápida, de mais ou menos 60 dias, depois da 
colheita dos grãos. Feijões de maturação rápida são exemplos disso. 
Ou uma cultura de composto imatura, como milho perolado, pode 
ser cultivada nesse ponto. 
 oUTRo TIPo de RoTação de 2 anos
Ano 1: O cultivo de uma mistura consorciada de culturas para 
composto (veja o livreto da Ação Ecológica, Self-Teaching Mini-
Series, livreto 14) com o dobro da quantidade de sementes de 
grãos de clima frio semeadas (trigo ou cevada sem casca, aveias 
sem casca ou triticale e centeio) e leguminosas (ervilhaca difundida 
e um feijão de fava de inverno semeado). Toda a cultura é colhida 
quando está imatura, para que uma cultura da estação principal 
possa ser plantada a tempo de atingir a maturidade. (Inoculação de 
leguminosas com a bactéria ixadora de nitrogênio será necessária se 
o solo não contém estes micróbios.)
Rotação de 2 anos 
ano 1
Leguminosas imaturos 
para nitrogênio em 
culturas de biomassa & 
nódulos
ano 2
Grãos maduros para 
calorias e biomassa 
madura 
outro tipo de Rotação 
de 2 anos 
ano 1
Combinação de grãos 
imaturos com legumino-
sas para biodiversidade 
de culturas e nitrogênio 
em cultura de biomassa 
& nódulos
ano 2
Grãos maduros para 
calorias & combinação 
de leguminosas imaturos 
para nitrogênio em 
cultura de biomassa & 
nódulos
 Plantas Companheiras 115
P
lantas C
om
panheiras 
Famílias de Plantas para Planejamento de Rotações 
(evite o plantio de membros da mesma família em anos seguidos)
FaMILIa da BeTeRRaBa 
(Chenopodiaceae) 
beterrabas / beterraba forrageira / 
espinafre / acelga / erva-armola / quinoa
FaMÍLIa da saLsa
(Umbelliferae, apiaceae) 
Cenoura / pastinaca / aipo / salsa / fun-
cho / coentro 
FaMILIa do GIRassoL 
(Compositae, asteraceae) 
Alface / endívia / girassol / barba-de-bode 
/ alcachofra / cardo / tupinambo
FaMÍLIa da CeBoLa 
(amaryllidaceae, alliaceae) 
Alho / cebolas / alho-poró / cebolinha
FaMÍLIa das GRaMÍneas
(Graminae, Poaceae) 
Milho / arroz / cevada / trigo / aveia / 
centeio / milheto / sorgo"
FaMÍLIa do TaBaCo 
(solanaceae) 
Tomate / batata / pimentão / berinjela
FaMÍLIa da eRVILha 
(Fabaceae, Leguminosae) 
Feijões / ervilhas / favas * / feijão escarlate 
/ feijão fradinho / lentilhas / grão de bico / 
amendoim
FaMÍLIa das aBóBoRas 
(Cucurbitaceae) 
pepinos / cabaças / melões, incluindo 
melancias / squash de verão / squash de 
inverno / abóboras
FaMÍLIa do RePoLho 
(Brassicaceae) 
Brócolis / repolho / couve-flor / 
couverábano / couve crespa / couve 
manteiga / rabanete / couve-nabo / nabo 
/ mostarda
FaMÍLIa da MenTa 
(Labiatae, Lamiaceae) 
Manjericão
FaMÍLIa da IPoMeIa 
(Convulvulaceae) 
batata-doce
FaMÍLIa da MaLVa 
(Malvaceae) 
Quiabo
FaMÍLIa do aMaRanTo 
(amaranthaceae) 
Amaranto
FaMÍLIa do LÍRIo 
(Liliaceae) 
Aspargo
FaMÍLIa do TRIGo saRRaCeno 
(Polygonaceae) 
Trigo sarraceno / ruibarbo
* Cuidado: Muitas pessoas descendentes do Mediterrâneo são fatalmente alérgicas à feijões de fava, mesmo estes sendo muito popula-
res e amplamente consumidos naquela área. Pessoas sob certas medicações também experimentam as mesmas reações. Consulte seu 
médico primeiro.
Ano 2: O cultivo de uma mistura consorciada de culturas 
para composto (veja o livreto da Ação Ecológica, Self-Teaching Mini-
Series, livreto 14) de leguminosas (ervilhaca difundida e um feijão 
de fava de inverno semeado) com grãos transplantados de clima 
frio (um grão diferente do plantado no Ano 1 e centeio). As culturas 
de ervilhaca e feijões de fava são recolhidas quando estão entre 10% 
e 50% em lor, e todo o cultivo de grãos é colhido quando maduro. 
Além disso, tentamos cultivar uma “cultura ixadora” de maturação 
rápida, de mais ou menos 60 dias, depois da colheita dos grãos, 
sempre que possível. Feijões de maturação rápida são exemplos 
disso. Ou uma cultura de composto imatura, como milho perolado, 
pode ser cultivada nesse ponto.
Anos seguintes: O mesmo ciclo dos anos 1 e 2 acima, com um 
grão diferente sendo usado com cevada em cada ciclo sucessor.
116 Plantas Companheiras 
nutrindo o solo
Plantio Sucessional—O plantio sucessional de companheiras é 
conhecido há anos como uma “rotação de culturas”. Uma das formas 
principais desse método foi apresentada nas páginas anteriores. 
Outro método usado por algumas pessoas é descrito abaixo. 
Após o preparo apropriado do solo, são semeadas as plantas 
muito exigentes. Essas são seguidas por plantas muito ixadoras 
e então pelas pouco exigentes. Esse é um tipo de reciclagem 
agrícola em que pessoas e plantas participam em retornar ao solo 
o máximo possível do que foi tomado.
Muito exigentes – a maioria dos vegetais que gostamos e 
comemos (incluindo milho, tomates, abóbora, alface e repolho) 
pegam grandes quantidades de nutrientes, especialmente nitrogênio, 
do solo. No método de CULTIVO BIOINTENSIVO, após a colheita 
dos muito exigentes você pode retornar fósforo e potássio para o solo 
na forma de composto. 
Para retornar nitrogênio ao solo, cultive plantas muito ixadoras. 
Elas são plantas ixadoras de nitrogênio, tais como ervilhas, feijões, 
alfafa, trevo e ervilhaca. Feijões de fava também são bons para esse 
propósito. Eles não apenas trazem grandes quantidades de nitrogênio 
do solo, mas também excretam substâncias que ajudam a erradicar os 
organismos causadores da murchadeira do tomate. 
Depois das muito ixadoras, plante as pouco exigentes (todas 
os cultivos de raízes) para dar ao solo descanso antes da próxima 
investida em muito exigentes. Três vegetais são pouco amantes de 
nitrogênio: nabos (pouco exigente), batatas-doce (pouco exigente) e 
pimentões verdes (muito exigente em outros nutrientes, exceto em 
nitrogênio). Os 2 pouco exigentes seriam normalmente plantados 
após muito ixadores, que ixam muito nitrogênio no solo. Você pode 
também achar melhor segui-los por uma muito exigente. Seria 
também benéico plantar pimentões verdes após os muito exigentes. 
(Eles normalmente vêm depois de um muito ixador e um pouco 
exigente)4. Você pode experimentar esses plantios fora de sequência.Plantio Espacial—Plantas companheiras muito exigentes, 
muito ixadoras e pouco exigentes podem crescer na mesma área 
ao mesmo tempo. Por exemplo, milho, feijões e beterrabas podem 
ser entremeados no mesmo canteiro. Assim como com o plantio 
sucessional de companheiras, você deve proceder com cautela. 
Nessa combinação, os feijões devem ser feijões de arbusto pois 
feijão trepador e beterrabas não crescem bem em conjunto. Feijões 
trepadores também são conhecidos por arrancarem as orelhas 
 Plantas Companheiras 117
P
lantas C
om
panheiras 
dos talos de milho. No entanto, algumas vezes feijões trepadores 
têm crescido bem com milho e um vegetal como a cenoura pode 
substituir as beterrabas para que você possa usar os feijões altos. 
Quando plantas diferentes são cultivadas juntas, você sacriica um 
pouco da vantajosa cobertura viva pelo plantio de companheiras 
“no espaço”, por causa das diferentes alturas das plantas. Uma 
maneira de determinar o espaçamento para diferentes plantas 
cultivadas juntas é somar seus espaçamentos e dividir por 2. Se 
você cultivar milho e beterraba juntos, some 37,5 centímetros com 
10 centímetros, para um total de 47,5 centímetros. As beterrabas, 
então, devem estar 23,75 centímetros distantes das plantas 
de milho e vice-versa. Cada planta de milho deve estar a 47,5 
centímetros de distância de outro milho e as beterrabas a 23,75 
PLanTIo de 2 CULTURas CoMPanheIRas
Os círculos mostram a média do diâmetro de crescimento de raízes
M = Milho (37,5 cm)
B = Beterraba (10 cm)
Poli-cultivo de Plantas Companheiras no espaço
milho feijão de arbusto beterrabas milho feijão de arbusto beterrabas
M B M B
48 cm
4
8
 c
m
4
8
 c
m
M B M B M B M B M
B M B M B B M B M B M B
M B M B M B B M B M B M
B M B M B M B M B M M B
M B M B M B C M B M M
B B B B B B B B B B
B B B B B B B B B B B B
B B B B B B B B B B B B
B B B B B B B B B B B B
M
M
19 cm
5 cm
BB
BB
B
Nota: Quando consorciar milho com 
outras culturas (por exemplo feijões 
e abóboras), transplante o milho 
duas semanas antes das outras 
culturas, para que ele tenha tempo 
de se estabelecer primeiro.
118 Plantas Companheiras 
centímetros umas das outras. No desenho abaixo, observe que cada 
milho tem 18,75 centímetros em cada direção, o que requer uma 
área total com um diâmetro de 37,5 centímetros. Cada beterraba, 
ao mesmo tempo, tem os 5 centímetros necessários em cada direção, 
requeridos para um espaçamento de cultivo de 10 centímetros de 
diâmetro.
Um exemplo de espaçamento para 3 cultivos conjuntos – milho 
(muito exigente), feijões de arbusto (muito ixador) e beterrabas 
(pouco exigentes) é dado na página 117. Você deve notar que esse 
método para plantio de companheiras usa mais feijões de arbusto 
e beterrabas do que milhos. Certiique-se de plantar as mudas 
de milho e beterraba duas semanas antes dos feijões, ou estes 
retardarão o crescimento das outras.
Um método mais fácil e tão efetivo de plantio de companheiras 
no espaço é dividir seu canteiro em seções separadas (ou canteiros 
dentro do canteiro) para cada vegetal. Nesse método, um 
agrupamento de plantas de milho deve estar próximo de um grupo 
de feijões de arbusto e de beterrabas. Na verdade, esse é um tipo 
de plantio sucessional de companheiras, pois são criadas seções 
de plantas muito exigentes, muito ixadoras e pouco exigentes, 
M
B
B B B B B B B
B B B B B B
B B B B B B B
B M M M
M B M B M B M
M B M M M
B B B
M B M M MB
F F F F F F F
F
F
F F F F
F F F F
F F F F F F
F F F F F F F
F F F
F F F F F F
F F
27 cm
63.5 cm
38 cm
6
3
.5
 c
m
24 cm
13 cm
B F
PLanTIo de 3 CULTURas CoMPanheIRas
Os círculos mostram a média do diâmetro de crescimento das raízes.
M = Milho (37,5 cm)
B = Beterraba (10 cm)
 = Feijões arbustivos (15 cm)
 Plantas Companheiras 119
dentro de um mesmo canteiro. As raízes se estendem de 2,5 a 
10 centímetros ao redor de cada planta, por isso, esse também é 
um plantio de companheiras no espaço. Recomendamos que você 
use esse método. Padrões adicionais de espaçamento sem dúvida 
existem e serão desenvolvidos para o plantio de companheiras no 
espaço.
Harmonização e planejamento—Agora você pode observar que o 
plantio de companheiras envolve selecionar a combinação de fatores 
que melhor funcionam no seu solo e clima. Felizmente, a miríade 
de detalhes recai sobre um padrão de simples diretrizes. Dentro 
dessas diretrizes, no entanto, existem tantas outras combinações 
possíveis que o processo de plantio pode se tornar bem complexo. 
Fique tranquilo. Faça apenas o plantio de companheiras que seja 
razoável para você e que venha naturalmente. O que você aprender 
este ano e se familiarizar, pode ser aplicado ano que vem, e assim 
por diante. Uma maneira fácil para começar é com vegetais para 
salada, pois esses geralmente são companheiros. Também é mais 
fácil plantar companheiras sucessionalmente do que no espaço. 
Como você provavelmente não terá área suiciente para usar 
um canteiro para cada cultura, você deve criar muitas seções de 
plantas muito exigentes, muito ixadoras e pouco exigentes dentro 
de cada canteiro. Você pode querer cultivar predominantemente 
cultivos de 1 grupo, como os muito exigentes. (Não é provável 
que você queira cultivar um terço de cada tipo de cultura). No 
entanto, você precisará fazer ajustes, como adicionar fertilizantes 
e composto extra ou cultivar certas plantas em conjunto que não 
são companheiras. Sendo assim, você precisará se satisfazer com 
menores colheitas, vegetais de menor qualidade e plantas menos 
saudáveis. Ou tentar alterar sua dieta, ainda balanceada, e mais 
alinhada com o equilíbrio da natureza. Em qualquer proporção, 
você pode observar que é muito útil planejar seus cultivos com 
antecedência. Você precisará saber quantos quilos de cada vegetal 
você vai querer durante o ano, quantas plantas serão necessárias 
para cultivar o peso que você precisa, quando plantar as sementes 
nas sementeiras e no solo, quando e como rotar seus cultivos e 
quando cultivar e transplantar ervas, para que estejam no ápice 
de sua inluência especial. Use os Gráicos Mestres no capítulo 8 
para ajudá-lo nesse trabalho. As ervas devem estar razoavelmente 
maduras quando transplantadas para canteiros para o controle 
de insetos ou inluência benéica geral, para desenvolverem um 
bom efeito como companheiras. Tente fazer um planejamento para 
12 meses de cada vez, e sempre com um mínimo de 3 meses de 
antecedência.
120 Plantas Companheiras 
Complementaridade Física
Sol/Sombra—Muitas plantas têm necessidades especiais de luz 
solar ou sombra. Pepinos, por exemplo, são muito difíceis de serem 
agradados. Eles gostam de calor, umidade, um solo bem drenado e 
alguma sombra. Uma maneira de fornecer essas condições é cultivá-
los com milho. As plantas de milho, que gostam de calor e sol, 
podem fornecer sombra parcial para os pepinos. Plantar alfaces ou 
cenouras entre outras plantas para sombra parcial também é um 
exemplo. Girassóis, que são altos e gostam de muito sol, devem ser 
plantados no lado norte do jardim. Lá receberão sol suiciente para 
si, mas sem sombrear outras plantas.
Enraizamento Supericial/Profundo—Um exemplo é o consórcio 
de feijões de raízes supericiais com milho de raízes profundas. 
Um processo dinâmico de melhoria da estrutura do solo ocorre 
com o tempo, pois plantas com sistemas radiculares de diferentes 
profundidades e larguras trabalham diferentes áreas do solo no 
canteiro.5
Maturação Lenta/Rápida—Os agricultores intensivos franceses 
eram capazes de cultivar até 4 culturas ao mesmo tempo em um 
canteiro, devido ao crescimento escalonado e taxas de maturação 
dos diferentes vegetais. O fato das porções comestíveis das plantas 
aparecerem em diferentes locais verticais também ajudava. 
Rabanetes, cenouras, alface e couve lor eram cultivados juntos em 
uma combinação usada pelos franceses para obteremvantagem 
dessas diferenças.
Localização vertical da porção comestível da planta—Veja na 
outra página a ilustração de maturação rápida/lenta.
Relações com ervas, Insetos e animais
Controle de “ervas espontâneas"—O cultivo de beterrabas, 
membros da família do repolho e alfafa é signiicantemente 
desacelerado pela presença de ervas. Para minimizar esse problema 
para plantas sensíveis, você pode cultivar outras plantas durante 
a estação anterior para desencorajar o crescimento dessas “ervas 
espontâneas” no solo na estação corrente. Dois exemplos de plantas 
são couve e colza. Outro exemplo é o cravo-de-defunto mexicano 
(Tagetes minuta).6 “Em muitas instâncias já eliminou capim, ipomeia 
Alfaces podem ser aninhadas entre 
outras plantas para o sombreamento 
parcial que precisam.
O milho pode fornecer a sombra 
que os pepinos precisam. 
Nota: Usar a técnica de sol e 
sombra é uma maneira de alcançar 
as características fisicamente 
complementares de suas plantas.
 Plantas Companheiras 121
P
lantas C
om
panheiras 
Serralha com alface é um exemplo 
de simbiose por enraizamento 
profundo/superficial. Suas raízes 
não competem entre si.
Um exemplo de uso vantajoso da 
maturação rápida/lenta é consorciar 
cenouras com rabanetes.
selvagem, hera, podagrária, rabo-de-asno e outras ervas persistentes 
que desaiam a maioria dos venenos. Sua ação letal funciona apenas 
em raízes de amido e não tem efeito em lenhosas como rosas, frutíferas 
arbustivas e arbustos. Onde ela foi cultivada, o solo foi enriquecido e 
limpo, sua textura foi reinada, e pedaços de barro foram quebrados”7. 
Deve-se tomar algum cuidado quando usar este cravo, pois ele também 
pode eliminar culturas de vegetais, e excretar toxinas. Testes precisam 
ser feitos para determinar quanto tempo a inluência dessas toxinas 
permanece no solo. Mas para eliminar as ervas perniciosas do solo e 
deixá-lo pronto para os vegetais, o cravo-de-defunto parece ser uma boa 
planta.
Controle de insetos e pestes—Ao menos 2 elementos são 
importantes no plantio de companheiras para controle de insetos. 
O primeiro é o uso de plantas adultas com aroma e acumulação de 
óleos essenciais bem desenvolvidos. Você quer que os insetos saibam 
que a planta está lá. Em segundo, é importante usar uma grande 
variedade de ervas. Cinco ervas diferentes ajudam a desencorajar a 
lagarta do repolho, apesar de uma planta poder funcionar melhor 
que outra em sua área. Testar muitas ervas o ajudará a determinar 
aquelas que funcionam melhor para você. Quanto mais plantas 
“desagradáveis” existirem em seu jardim, mais cedo os insetos 
danosos terão a ideia de que o seu jardim não é um lugar agradável 
para comer e se propagar. Usar uma grande quantidade de ervas 
também se encaixa no conceito de diversidades de plantas criado 
pela natureza. Muito mais pesquisas precisam ser desenvolvidas 
para determinar as idades ideais para controle de plantas e o 
número de plantas por canteiro. Poucas plantas não controlarão o 
problema de insetos, e muitas podem reduzir sua colheita. Algumas 
plantas controladoras de insetos são: 
 • Moscas brancas: Cravo-de-defunto – exceto calêndula – e tabaco 
de jardim. O primeiro é capaz de excretar substâncias de suas 
raízes que outras plantas absorvem. Quando as moscas brancas 
sugam outras plantas, pensam que estão em um cravo-de-
defunto e vão embora. O tabaco de jardim tem uma substância 
pegajosa em suas folhas nas quais as moscas brancas grudam e 
morrem, quando vem se alimentar.
 • Formigas: hortelã-verde, tanaceto e poejo. A menta muitas vezes 
atrai as moscas brancas, portanto você pode plantar alguns 
cravos-de-defunto para controlá-las, mas não tantos que alterem 
o gosto da menta, e certamente os menos venenosos. Essa é 
outra área para consenso. Poucos insetos provavelmente são um 
problema menor do que uma menta com gosto estranho.
122 Plantas Companheiras 
 • Nematoides e pestes de raiz: O cravo-de-defunto mexicano (Tagetes 
minuta) “elimina todos os tipos de nematoides destrutivos... larva-
arame, milípedes e várias pestes comedoras de raízes em seu 
redor.” O cravo-de-defunto francês (Tagetes patula) elimina alguns 
“nematoides destruidores de plantas... em um alcance de um 
metro... Os benéicos... besouros que não se alimentam de raízes 
saudáveis não foram afetados.”8
 • Afídeos: Capuchinhas amarelas são uma armadilha para afídeos 
negros. Elas podem ser plantadas ao lado dos tomates para 
esse propósito. Remova as plantas e afídeos antes que os insetos 
comecem a produzir jovens com asas. Hortelã-verde, urtiga-
mansa, abrótano e alho ajudam a repelir afídeos.
 • Vermes do tomate: Borragem ajuda, reconhecidamente, a repelir 
os vermes do tomate e/ou serve como isca. Suas lores azuis 
também atraem abelhas.
Roedores—Pedaços de sabugueiro posicionados em buracos de 
roedores repelem estes animais. Narcisos, mamona e catapúcia 
menor (Euphorbia lathyrus) são todas venenosas para roedores. 
Cuidado com os últimos dois, pois são muito tóxicas para crianças.
Pássaros, abelhas e outros animais—Serralha atrai pássaros. 
Alguns pássaros são vegetarianos e outros são onívoros. Os 
pássaros onívoros podem icar para capturar alguns insetos após 
um lanche de sementes. Se você está tendo problemas com pássaros 
comendo as bagas em sua plantação, você pode erguer uma casa de 
cambaxirra no meio dele. As cambaxirras são comedoras de insetos 
e não incomodarão as bagas. Mas elas atacarão qualquer pássaro, 
por maior que seja, que chegue perto de seu ninho.
Beija-lores são atraídos por lores vermelhas. Eles gostam 
especialmente das pequenas, vermelhas e retorcidas lores da sálvia 
ananás em nosso jardim. Abelhas podem ser atraídas por hissopo, 
tomilho, nepenta, erva-cidreira, manjerona, manjericão, segurelha 
de verão, borragem, menta e lores azuis. Uma vez em seu jardim 
elas ajudam na polinização.
Animais também são bons para o jardim. Seus dejetos podem 
ser usados como fertilizantes. Galinhas são umas das poucas 
controladoras coniáveis de tesourinhas, isópodes, piolho da 
madeira, caracóis, gafanhotos e larvas, apesar de você ter que 
proteger as mudas jovens das galinhas, que bicam saborosos nacos 
de plantas.
Pássaros e plantas podem trabalhar 
em conjunto. As sementes de 
serralha atraem o tentilhão, que por 
conseguinte come os afídeos do 
repolho.
 Plantas Companheiras 123
P
lantas C
om
panheiras 
ervas Companheiras para a horta orgânica10
Uma lista de ervas, suas companheiras e seus usos, incluindo algumas flores e ervas benéficas.
Manjericão companhia para tomates; detesta arruda, melhora crescimento e sabor, repele moscas e mosquitos
alcaravia plante aqui e acolá, solta o solo
alho plante perto de rosas e framboesas, detém os besouros japoneses; melhora crescimento e sabor
Borragem companhia para tomates, squash e morangos; detém o verme do tomate, melhora crescimento e sabor
Camomila companhia para repolhos e cebolas; melhora crescimento e sabor
Capuchinha companhia para rabanetes, repolhos e cucurbitáceas11; plante debaixo de frutíferas; detém afídeos, besouros do squash e abóboras, melhora o crescimento e sabor
Cebolinhas companhia para cenouras; melhora crescimento e sabor
Cerefólio companhia para rabanetes, melhora crescimento e sabor
Cravo de defunto muito útil no impedimento de pestes; plante pelo jardim, afasta os besouros do feijão mexicano, nema-toides e outros insetos
erva cidreira distribua pelo jardim
erva-doce plante fora dos canteiros, a maioria das plantas não gostam dela
Funcho companhia para repolho, melhora crescimento e saúde do repolho, não gosta de cenouras
hissopo detém a mariposa do repolho, companhia para repolhos e uvas; mantenha-o longe dos rabanetes
hortelã-pimenta plantada entre repolhos para repelir a mosca branca
Ligústica melhora o sabor e a saúde das plantas se plantado aqui e acolá
Linhaça companhia para cenouras e batatas; detém os besouros da batata; melhoracrescimento e sabor
Manjerona plante aqui e acolá, melhora o sabor
Menta companhia para repolho e tomates; melhora a saúde e o sabor; detém mariposas brancas do repolho
Monarda companhia para tomates; melhora crescimento e sabor contínuo
O plantio de companheiras, em todos os seus aspectos, pode 
ser um exercício complexo e muitas vezes incompreensível - se você 
se importar demais com os detalhes. A natureza é complexa. Nós 
podemos apenas ajudá-la ou aproximarmo-nos de suas criações. Se 
formos gentis em relação à suas forças e equilíbrios, ela corrigirá 
nossos erros e preencherá nossa falta de entendimento. Ao ganhar 
mais experiência e desenvolver uma sensibilidade para o cultivo, 
mais detalhes do plantio das companheiras se tornarão claros. Não 
deixe um planejamento excessivo acabar com a diversão e emoção do 
trabalho com a natureza!
124 Plantas Companheiras 
ervas Companheiras para a horta orgânica
nepenta plante nos cantos; detém o besouro-pulga
Planta de toupeira detém toupeiras e ratos se plantado aqui e acolá
quenopódio uma erva comestível; permite o plantio em quantidades moderadas, especialmente com milho
Raiz forte plante nos cantos das batatas para deter besouros
Urtiga companhia para batatas, detém o besouro da batata; melhora crescimento e sabor
Urtiga-branca repelente genérico de insetos
Petúnia protege os feijões
abrótano plante aqui e acolá, companhia para repolho; melhora crescimento e sabor; detém as mariposas do repolho
absinto plante nas bordas para deter animais
alecrim companhia para repolho, feijões, cenouras e sálvia; detém a mariposa do repolho, besouros do feijão e moscas da cenoura
arruda mantenha longe do manjericão; plante perto de rosas e framboesas; detém besouros japoneses
Beldroega essa erva comestível faz uma boa cobertura de solo entre o milho
Calêndula companhia para tomates, mas plante em outros lugares também; detém besouros do aspargo, vermes do tomate e pestes em geral do jardim
estragão plante pelo jardim
Fedegoso entre as melhores ervas para puxar nutrientes do subsolo; boa para batatas, cebolas e milho; mantém as ervas menos densas
Ipomeia selvagem plante com milho
Milefólio plante nas bordas, caminhos e perto de ervas aromáticas; melhora a produção de óleo essencial
sálvia plante com alecrim, repolho e cenouras; detém as mariposas do repolho e moscas da cenoura; man-tenha longe dos pepinos
segurelha de verão Plante com feijões e cebolas; melhora crescimento e sabor, detém besouros do feijão
serralha plante com moderação entre tomates, cebolas e milho
Tanaceto Plante debaixo de frutíferas; companhia para rosas e framboesas; detém insetos voadores, besouro japonês, besouros do pepino e do squash e formigas.
Tomilho plante aqui e acolá; detém vermes do repolho
Valeriana plante aqui e acolá 
 Plantas Companheiras 125
P
lantas C
om
panheiras 
Vegetais comuns, suas companheiras e suas antagonistas9
VeGeTaIs CoMPanheIRas anTaGonIsTas
abóboras milho batatas 
aipo alho poró, tomate, feijões de arbusto, couve-flor, repolho
alface cenouras e rabanetes (alface, cenouras e rabanetes formam um bom time juntos), morangos, pepinos, cebolas
alho-poró cebolas, aipo, cenouras
aspargos tomates, salsa, manjericão
Batatas
feijões, milho, repolho, raiz forte (devem ser plantados nos cantos dos 
caminhos), cravos, berinjela (como uma atração para o besouro da batata 
do Colorado)
abóboras, squash, pepinos, 
girassóis, tomates, fram-
boesas
Berinjela feijões, batatas
Beterrabas cebolas, couve-rábano feijões trepadores
Cebolas (e alho) beterrabas, morangos, tomates, alface, segurelha, alho poró, camomila (esparsamente) feijões, ervilhas
Cebolinhas cenouras, tomates ervilhas, feijões
Cenouras ervilhas, alface lisa, cebolinhas, cebolas, alho poró, alecrim, sálvia, tomates funcho
ervilhas cenouras, nabos, rabanete, pepinos, milho, feijões, a maioria dos vegetais e ervas
cebolas, alho, gladíolos, 
batatas, cebolinhas
espinafre morangos
Família do repolho (repolho, 
couve-flor, couve crespa, 
couve-rábano, brócolis)
plantas aromáticas, batatas, aipo, funcho, camomila, sálvia, hortelã 
pimenta, alecrim, beterrabas, cebolas.
morangos, tomates, feijão 
de arbusto
Feijões batatas, cenouras, pepinos, couve-flor, repolho, segurelha de verão, maio-ria dos vegetais e ervas
cebola, alho, gladíolo, 
cebolinhas
Feijões de arbusto batatas, pepinos, milho, morangos, aipo, segurelha cebolas 
Feijões trepadores milho, segurelha, girassóis cebolas, beterrabas, couve-rábano, repolho
Girassóis pepinos batatas 
Milho batatas, ervilhas, feijões, pepinos, abóboras, squash
Morangos feijões de arbusto, espinafre, borragem, alface (nos cantos), cebolas repolho
nabos ervilhas 
Pepinos feijões, milho, ervilhas, rabanete, girassóis, alface batatas, ervas aromáticas
Pimentões manjericão, quiabo
Rabanetes ervilhas, capuchinha, alface, pepinos
salsa tomates, aspargos
sojas vai bem com tudo, ajuda todos
squash capuchinhas, milho
Tomates cebolinhas, cebolas, salsa, aspargos, cravos, capuchinhas, cenouras couve-rábano, batatas, erva doce, repolho
126 Plantas Companheiras 
ENDNOTES
 1 Helen Philbrick e Richard B. Gregg, Companion Plants and How to Use 
Them (Old Greenwich, CT: Devin-Adair Company, 1966), pp. 16, 57, 58, 60, 
65, 84, 85, 86, 92; e Rudolf Steiner, Agriculture—A Course of Eight Lectures 
(London: Biodynamic Agricultural Association, 1958), pp. 93–95, 97, 99, 100
 2 Helen Philbrick e Richard B. Gregg, Companion Plants and How to Use 
Them (Old Greenwich, CT: Devin-Adair Company, 1966), pp. 75–76.
 3 Leguminosas ixam nitrogênio atmosférico nos nódulos de suas raízes 
durante a primeira parte de seu crescimento. Quando começam a lorescer e 
dar sementes, todo esse nitrogênio é transferido através da planta e vai para 
a semente na forma de proteína. Dessa maneira, o crescimento de legumi-
nosas maduras fornece um período de “descanso de nitrogênio no solo”, pois 
o nitrogênio do solo não é necessário ao seu crescimento, uma vez que as 
bactérias apropriadas estejam no solo.
 4 Esta maneira de observar os cultivos foi desenvolvida muitos anos atrás. 
É baseada em quanto os cultivos de nitrogênio geralmente consomem ou 
produzem. Na verdade, essa informação não é sempre acurada. Por exemplo, 
batatas, uma cultura de raiz pouco exigente, consomem uma das maiores 
quantidades de nitrogênio. Como resultado elas são funcionalmente muito 
exigentes. No entanto, esse sistema pode ser uma maneira de organizar as 
rotações. Veja: Chaboussou, Healthy Crops (Charlbury, England: Jon Car-
penter Publishing, Alder House, Ox7-3PH, 2004).
 5 Veja também Emanuel Epstein, “Roots,” Scientiic American, May 1973, pp. 
48–58.
 6 Ilegal na Califórnia, onde é considerada uma erva tóxica que, agressiva-
mente, toma terras de gado e evita o crescimento da forragem. Provavel-
mente também é tóxica para o gado.
 7 Audrey Wynne Hatield, How to Enjoy Your Weeds (New York: Sterling 
Publishing, 1971).
 8 Ibid, p. 17.
 9 De Organic Gardening and Farming, February 1972, p. 52–53.
 10 De Organic Gardening and Farming, February 1972, p. 54.
 11 Plantas da família da cabaça. 
127
7
Um sistema Inter-relacionado de 
Cultivo de alimentos: Criação e 
manutenção de um sistema 
natural equilibrado com Insetos
nsetos e pessoas são apenas partes do complexo e inter-
relacionado mundo da vida. Ambos são partes importantes 
e integrais de seu dinamismo vital. Insetos são uma parte 
importante da dieta de muitos pássaros, sapos e rãs e de alguns 
outros insetos, na complexa cadeia alimentar da natureza. O 
método de CULTIVO BIOINTENSIVO relembra que toda vez que 
você se relaciona com um inseto, está se relacionando com todo 
o sistema de vida e que se você preferir dominar a população de 
insetos, do que trabalhar em harmonia com eles, parte do sistema 
morre. Por exemplo, dependemos de insetos para polinizar muitos 
de nossos vegetais, frutas, lores, ervas, ibras e outras culturas. 
Quando escolhemos o domínio e o controleorientados pela morte, 
então o escopo e a profundidade de nossas vidas se tornarão mais 
estreitos e menores. Na verdade estamos depreciando nossas vidas 
do que acrescentando-lhes. Ao tentar isolar um inseto e lidar com 
este separadamente da relação com o ecossistema em que vive, 
estamos trabalhando contra a natureza, que por sua vez trabalha 
contra nós, em resultados contraprodutivos.
Quando um excesso de insetos surge, a natureza está indicando 
que existe um problema em sua horta. Em cada caso, precisamos 
oBjeTIVo: Criar um micro ecossistema próspero em vida
I
128 Um Sistema Inter-relacionado de Cultivo de Alimentos
nos tornar sensíveis a este desequilíbrio. Observação e ação suaves 
produzirão bons resultados. Ao contrário quando uma abordagem 
pesada é tomada e venenos são usados, predadores benéicos são 
mortos assim como os insetos prejudiciais. Pulverizar árvores para 
eliminar vermes ou besouros frequentemente resulta em surtos de 
ácaros ou pulgões, porque as joaninhas e outros predadores não 
podem se restabelecer por si próprios tão rápido quanto as espécies 
destrutivas.
Prestar atenção ao solo e à saúde da planta, planejando um 
ambiente variado e deixando alguns espaços selvagens para 
benfeitores inesperados minimiza as perdas por pragas mais 
efetivamente do que com o uso do veneno. Também, para obter 
insetos benéicos em sua área de produção de alimentos, você 
deve prover alimentos para eles – e estes poderiam ser alguns 
dos insetos prejudiciais! Se não existem insetos prejudiciais para 
alimentá-los, então haverão poucos, talvez nenhum, inseto benéico 
nas redondezas para agirem como amigos guardiões do seu jardim. 
Este aparente paradoxo – a necessidade de ambos tipos de insetos 
para um jardim mais saudável – é simbólico no equilíbrio natural. 
Nem muita umidade, mas o suiciente. Nem muita aeração, mas o 
suiciente. Nem muitos insetos prejudiciais, mas o suiciente. Você 
encontra a necessidade para este equilíbrio em todos os lugares – 
na pilha de compostagem, no solo, no microclima, no microcosmo do 
quintal como um todo.
No pequeno ecossistema do quintal ou de uma mini fazenda, 
é especialmente importante dar as boas vindas a todos os tipos de 
vida possíveis. As formigas destroem a mosca da fruta e as larvas 
das moscas domésticas e mantém o jardim livre de detritos em 
decomposição. Você alguma vez já amassou um caracol e observou 
como as formigas vem transportar rapidamente os restos em quase 
um dia? Lacraias são carnívoras e são predadoras de outros insetos. 
Moscas taquinídeas parasitam as lagartas, lacraias, vermes do 
tomate e gafanhotos, ao deixarem neles seus ovos. Já achamos 
vermes do repolho imobilizados e eriçados com torpedos brancos e 
felpudos do tamanho da cabeça de um alinete – a larva da vespa 
braconídea, que eclodem e vão em busca de mais vermes do repolho. 
Sapos comem lacraias, lesmas e outras pestes. Galinhas controlam 
lacraias, tatuzinhos-de-jardim e moscas. Até mesmo os anciões e 
fascinantes caracóis têm um predador natural: humanos!
O primeiro passo no controle de insetos é cultivar plantas 
fortes e vigorosas, ao cultivar um lugar saudável onde elas possam 
crescer. Normalmente (mais ou menos 90% do tempo), insetos 
atacam apenas plantas não saudáveis. Assim como uma pessoa 
saudável que se alimenta bem é menos suscetível à doenças, assim 
 Um Sistema Inter-relacionado de Cultivo de Alimentos 129
ecossistem
a n
atural
são as plantas saudáveis com uma boa dieta, menos suscetíveis à 
doenças e ataques de insetos. O inseto não é a fonte do problema, 
mas normalmente um solo não saudável o é. O solo necessita de 
sua energia, não o inseto. O crescimento ininterrupto que o método 
de CULTIVO BIOINTENSIVO enfatiza é também importante 
para manter a saúde da planta. Nós somos pastores provendo 
as condições para nossas plantas serem saudáveis e terem um 
crescimento vigoroso.
Aqui estão alguns elementos a serem considerados no cuidado 
com a saúde de sua horta:
 • O solo foi cavado apropriadamente?
 • Os nutrientes adequados às plantas estão disponíveis no solo?
 • Foi usado composto suiciente?
 • O pH do solo está em limites razoáveis para o crescimento da 
planta?
 • As mudas foram transplantadas apropriadamente?
 • As plantas estão sendo regadas apropriadamente?
 • Há capina efetiva?
 • O solo está sendo mantido de uma maneira que o permita reter 
a umidade e nutrientes?
 • As plantas estão recebendo sol suiciente?
 • As plantas estão sendo cultivadas na estação correta?
Outro fator que auxilia a saúde das plantas e minimiza os 
problemas com insetos e doenças é manter o equilíbrio correto de 
fósforo e potassa no solo, em relação à quantidade de nitrogênio. 
A proporção ideal entre estes elementos é ainda indeterminada. 
Pesquisas também precisam ser completadas para determinar as 
quantidades mínimas desses elementos (em quilos por 10 metros 
quadrados) que devem estar no solo. (Menores quantidades de 
fertilizantes orgânicos são requeridos em comparação com os 
fertilizantes químicos solúveis sintéticos, pois eles se decompõem 
mais vagarosamente e permanecem disponíveis para as plantas por 
um período maior.)
130 Um Sistema Inter-relacionado de Cultivo de Alimentos
O planejamento adequado da produção pode eliminar muitos 
insetos e problemas por doenças.
 • Use sementes que cresçam bem no seu solo e clima.
 • Use variedades de plantas que sejam resistentes ao clima, 
insetos e doenças. Novas cepas, especialmente híbridas, 
(quer sejam desenvolvidas para altas produções, resistência à 
doenças ou outras razões), devem ser evitadas. Alguns híbridos 
produzem alimentos de menor valor nutritivo em comparação 
com outras cepas, e frequentemente usam mais nutrientes 
do solo numa taxa mais rápida do que o solo pode sustentar 
ao longo do tempo. Os híbridos também tendem a ser mais 
suscetíveis a algumas doenças, mesmo quando são resistentes a 
algumas doenças predominantes.
 • Plantio de companheiras. Cultive vegetais e lores que crescem 
bem uns com os outros.
 • Evite o plantio dos mesmos vegetais nos mesmos canteiros a 
cada ano. Esta prática é um convite às doenças.
 • Rotacione seus cultivos; siga as plantas muito exigentes pelas 
muito ixadoras e então pelas pouco exigentes.
Predadores naturais 
Encoraje o controle natural de insetos ao recrutar a ajuda da 
Natureza.
Pássaros—Alguns são vegetarianos. Outros são onívoros. Um 
pássaro que faz um lanche de sementes pode permanecer para 
um jantar de insetos. Uma cambaxirra alimenta com 500 aranhas 
e lagartas seus ilhotes, em uma tarde; um debulhador consome 
6.000 insetos por dia; um chapim come 138.000 ovos de locustas 
em 25 dias; e um casal de pica-paus come 5.000 formigas como um 
lanche. Um papa igos pode consumir 17 lagartas em um minuto. 
Você pode encorajar a presença de pássaros com água corrente, ao 
plantar arbustos para que se protejam, ao plantar bagas azedas 
para alimento e ao cultivar plantas que tenham sementes que eles 
gostem de comer.
 Um Sistema Inter-relacionado de Cultivo de Alimentos 131
ecossistem
a n
atural
Sapos, cobras e aranhas—Eles também comem insetos e outras 
pestes da horta. Sapos comem até 10.000 insetos em 3 meses, 
incluindo gramiolas, lesmas, grilos, formigas, lagartas e besouros 
da abóbora.
Joaninhas—Estes besouros são bons predadores em sua horta, 
desde que eles comam uma peste em particular, os pulgões, e não 
os insetos benéicos. Joaninhas comem de 40 a 50 insetos por dia, e 
suas larvas comem ainda mais.
Louva-deus—Estes predadores devem ser usados apenas em 
situações de emergência, pois eles comem tanto insetos prejudiciais 
quanto benéicos. Eles não são seletivos e comem inclusive a si 
mesmos.
Vespas tricograma—Elas depositam seus ovos em hospedeiros, 
como a larva da borboleta e a mariposa, que comem folhas. Quando 
elas nascem, a larva da vespa parasita a larva hospedeira, que 
falhaem alcançar a maturidade. Mais de 98% dos hospedeiros são 
inutilizados desta maneira.
Moscas taquinídeas—Estes parasitas ajudam no controle das 
lagartas, besouros japoneses, tesourinhas, mariposas ciganas, 
mariposas do rabo-marrom, vermes do tomate e gafanhotos.
Moscas sirfídeas—Estes parasitas rapinam pulgões e ajudam na 
polinização.1
Mesmo depois de ter feito o possível para promover uma horta 
saudável e equilibrada para suas plantas, ainda assim você pode 
ter problemas com insetos. Se sim, você deve pensar nos insetos 
indesejáveis com uma ideia de controle vivo, ao invés de eliminação. 
Se existe um problema, identiique a peste e tente determinar o 
quanto uma mudança no meio ambiente pode resolver o problema. 
Em nosso jardim de pesquisas, minimizamos (não eliminamos, é 
claro) os esquilos ao introduzirmos cobras que se alimentam deles.
O livro de bolso Golden Guides – Insects and Insect Pests contém 
dicas de grande valor para conhecer as criaturas que habitam 
nossa horta. Dentro das 86.000 espécies de insetos nos Estados 
Unidos, 76.000 são consideradas benéicas ou amigáveis2. Logo, 
tenha cuidado! Um inseto que parece feio ou malicioso pode ser um 
amigo. Se você não acha um culpado óbvio para seu problema, tente 
explorar a horta à noite, com uma lanterna. Muito predadores estão 
ativos nessa hora.
132 Um Sistema Inter-relacionado de Cultivo de Alimentos
Questione-se se o estrago é extensivo o suiciente para 
justiicar um trabalho de policiamento. Em 1972, cultivamos feijões 
arbustivos em um de nossos canteiros-teste. As folhas primárias 
foram quase que inteiramente destruídas pela larva alinete. 
Mas na maioria dos casos o estrago não foi tão rápido a ponto de 
interromper o desenvolvimento de folhas secundárias saudáveis. 
As folhas secundárias, menos tenras, foram inalmente atacadas 
e duramente devoradas. No entanto, cerca de 80% da área das 
folhas secundárias permaneceu e colhemos feijões saborosos e sem 
defeitos. A produção em quilos foi ainda 2 vezes maior que a média 
americana! Testes recentes demonstraram que o dano, de até 30%, 
por insetos nas folhas pode na verdade aumentar a produção de 
alguns cultivos. Você pode decidir sacriicar uma parte da produção 
pela beleza; muitas lagartas destrutivas se tornam belas borboletas. 
Para alcançar a produção desejada e/ou encorajar a presença de 
borboletas, você pode cultivar algumas plantas extras das culturas 
que elas gostam.
Muitas vezes subestimamos a habilidade das plantas em 
tomarem conta de si mesmas. O dano causado por insetos 
muitas vezes afeta apenas uma pequena porcentagem da porção 
comestível. Por conta disso, muitos horticultores do CULTIVO 
BIOINTENSIVO plantam um pouco a mais para o mundo dos 
insetos se alimentar. Essa prática é bela, branda e em consonância 
com o controle vivo de insetos. Além disso, muitas pesquisas 
têm demonstrado que organismos benéicos encontrados no solo 
e oceanos podem resistir ao estresse, na forma da temperatura, 
pressão, pH e lutuação de nutrientes, em um grau muito 
maior, em meios organicamente fertilizados do que em meios 
sinteticamente fertilizados. Suspeito que pesquisadores chegarão a 
uma conclusão similar sobre a resistência das plantas ao ataque de 
insetos.
Em qualquer momento que insetos ou outras pestes invadam 
seu jardim, há uma oportunidade de aprender mais sobre os ciclos 
e equilíbrios da natureza. Aprenda porque eles estão ali e encontre 
um controle vivo. Proteja as mudas novas de pássaros e esquilos com 
redes ou telas de galinheiro, embosque lacraias em lugares secos 
e escuros, lave os pulgões com um forte jato de água ou bloqueie 
formigas com uma barreira pegajosa de vaselina, Tanglefoot Pest 
Barrier ou uma tack trap (N. do T.: as duas últimas se referem à 
armadilhas comerciais feitas de uma espécie de composto orgânico 
pegajoso, fabricado para agarrar insetos). Enquanto izer isto, 
continue se empenhando por um equilíbrio natural de longo prazo 
em sua área de cultivo.
 Um Sistema Inter-relacionado de Cultivo de Alimentos 133
ecossistem
a n
atural
Em nosso Horto de Pesquisa Chão Comum, apenas 3 
problemas de pestes nos exigiram muita energia: caracóis, lesmas e 
espermoilos. Nos primeiros anos nós capturamos principalmente 
espermoilos. Muito tempo foi gasto checando e recompondo 
armadilhas e nos preocupando com elas, ainda que os espermoilos 
provavelmente só tenham daniicado cerca de 5% de nosso cultivo. 
Mais tarde descobrimos que, além das cobras, eles realmente não 
gostam de certas coisas colocadas em seus buracos (sardinhas, suco 
de alho, cabeças de peixe, urina masculina e esquilos mortos). Os 
esquilos podem ser bloqueados com cercas de narcisos. Narcisos 
contém arsênico em seus bulbos e podem desencorajá-los. As cobras, 
claro, previnem uma explosão populacional. Uma combinação de 
abordagens e persistência gentil valeram a pena.
Temos uma rotina simples para caracóis e lesmas. Ao inal das 
chuvas de primavera saímos à noite com lanternas e coletamos 
baldes deles. Colocamos os caracóis em baldes com água e sabão, 
que os extermina. Se usamos sabão de rápida degradação, podemos 
colocá-los na pilha de compostagem no dia seguinte. Capturamos 
a maioria deles nas 3 primeiras noites. Saindo ocasionalmente ao 
longo das próximas 2 semanas pudemos pegar alguns novos, que 
eram muito pequenos para a primeira investida, ou que nasceram 
dos ovos deixados no solo. Uma limpeza concentrada pode ser 
efetiva por vários meses. A cobra de barriga vermelha come grandes 
quantidades de lesmas. Uma cobertura viva de sorgo também repele 
bem as lesmas.
Outro tipo de problema tem sido resolvido através da 
observação. Por exemplo, em um ano, o canteiro do tomate cereja 
estava murchando. Muitas pessoas, incluindo um estudante 
de insetos graduado, nos disseram que ele estava infestado por 
nematoides. Quando escavamos o solo para conferirmos o prejuízo, 
descobrimos a real fonte do problema. O solo estava seco abaixo dos 
20 centímetros. Uma boa embebição do solo resolveu o problema, 
e aprendemos a não coniar tanto em conselhos, mas sempre 
checarmos por nós mesmos – como esperamos que você faça.
134 Um Sistema Inter-relacionado de Cultivo de Alimentos
outras Iniciativas
Aqui estão algumas outras abordagens de controle vivo para tentar:
Coleta manual—Você pode coletar os insetos das plantas, uma 
vez que esteja certo que o inseto é danoso e é a fonte do problema. 
Alguns insetos são nocivos apenas em um estágio e podem até ser 
benéicos em outros estágios.
Pulverização—Em geral, os insetos podem ser divididos em duas 
categorias – aqueles que mastigam e mordem as plantas e aqueles 
que sugam seus sumos. 
 • Insetos mastigadores ou mordedores incluem lagartas, besouros 
saltadores, pulga da batata, locustas, roscas e gafanhotos. 
Substância aromáticas e desagradáveis como alho, cebola e 
pimenta borrifadas podem desencorajá-los. 
 • Insetos sugadores inclui pulgões, tripses, crisálidas do squash, 
moscas e cochonilhas. Soluções à base de sabão (não detergentes, 
que daniicam a planta e solo, além dos insetos) soluções 
miscíveis de óleo e outras soluções que asixiam os insetos, 
ao revestir seus corpos e prevenir a respiração através dos 
espiráculos, ou fendas respiratórias ajudam a controlar esses 
insetos.
Armadilhas—Algumas armadilhas, como papel jornal picado em 
potes de argila, virados de cabeça para baixo em varas pelo jardim, 
atrairão lacraias durante as horas diurnas. Lesmas, caracóis, 
pulga da batata e sinilias podem ser presos sob tábuas úmidas ou 
batatas-doce cortadas ao meio longitudinalmente. Eles se abrigam 
sob estes lugares no calor e na luz do dia.
Barreiras—A substância pegajosa comercial Tanglefoot irá pegar 
alguns insetos rastejando em troncos de árvores durante parte 
de seu ciclo de vida. Pegar insetos dessa maneira muitas vezes 
previne infestações nas árvores na próxima estação.(Barreiras 
Tanglefoot devem ser aplicadas nos troncos das macieiras em Julho, 
para capturar as larvas das mariposas da maçã. Isso minimizará 
a infestação na próxima primavera. Planeje-se!) Você também 
pode usar barreiras de plantas e iscas. Cultive um vegetal ou lor 
preferido por um inseto em particular longe da horta, para atraí-lo 
para lá. Coloque plantas repelentes perto de vegetais ou lores que 
precisam de proteção.
 Um Sistema Inter-relacionado de Cultivo de Alimentos 135
ecossistem
a n
atural
Plantas companheiras—Você também pode querer plantar 
algumas ervas em seu canteiro para controle dos insetos. A idade e 
o número de plantas usadas por 10 metros quadrados determinarão 
a efetividade da erva. Uma planta nova não tem um aroma ou 
exsudação da raiz fortes o suiciente para desencorajar insetos 
nocivos ou atrair os insetos benéicos. Similarmente, poucas ervas 
não controlarão uma peste ou atrairão um predador necessário. 
Ervas em demasia podem retardar o crescimento e produção 
dos vegetais. Flores compostas, como calêndulas e girassóis, são 
excelentes atrativos para insetos predadores por causa de seus 
grandes suprimentos de pólen, servindo como fontes de alimento 
para os predadores. Poucas plantas (de 2 a 4) por 10 metros 
quadrados provavelmente serão suicientes. Ainda não executamos 
muitos experimentos com elas, pois testes precisos podem levar de 
2 a 3 anos para uma erva crescendo com 1 cultivo e para o controle 
de 1 inseto. No entanto, você pode querer tentar algumas dessas 
observações biodinâmicas. É muito divertido tentar por si próprio!
Provavelmente a forma mais importante de controle de insetos 
com plantas é justamente a diversidade de cultivos. O método de 
CULTIVO BIOINTENSIVO que usamos se utiliza de diversos 
cultivos e experimentamos apenas 5% a 10% de perda de produção 
devido a pestes. Agricultores biodinâmicos e produtores também 
usam o cultivo diverso e têm sugerido que se plante 10% a mais de 
área para compensar as perdas. Em contraste, a área plantada em 
mono cultivo na agricultura comercial atual provê um habitat ideal 
para um amplo ataque por pestes, favorecidas pela cultura única. 
Pesticidas têm sido usados para contra atacar o problema inerente 
aos mono cultivos. A Agência de Proteção Ambiental estimou que, 
em 1940, “Agricultores americanos usavam 25 milhões de quilos 
de pesticidas e perdiam 7% de seus cultivos antes da colheita”, e 
que em 1970, 12 vezes mais pesticidas foram utilizados, “ainda que 
a percentagem de cultivos perdidos antes da colheita tenha quase 
dobrado.”3 Hoje, cerca de 30 vezes mais pesticidas são utilizados 
do que em 1940, e a percentagem de perda por insetos tem sido 
estimada em mais de 37%. De fato, muitos pesticidas direcionados 
para uma espécie de peste, na verdade aumenta o número de pestes 
que não são o alvo . Por sua ação na isiologia da planta, pesticidas 
podem tornar uma planta nutricionalmente mais favorável à 
insetos, assim, aumentam a fertilidade e longevidade das pestes 
alimentadas.4
136 Um Sistema Inter-relacionado de Cultivo de Alimentos
Pragas e Plantas Controladoras5
PRaGa PLanTa ConTRoLadoRa
Formigas Hortelã-verde, tanaceto, poejo
afídeos Mamona, sassafrás, poejo
Besouro da batata do 
Colorado
Berinjela, linhaça, feijões verdes
Besouro de junho Cobertura de folhas de carvalho, cascas de árvores
Besouro do pepino Rabanete
Besouro do squash Capuchinha 
Besouro japonês Gerânio branco, estramônio
Besouro mexicano do feijão Batatas
Besouros Absinto, menta
Borboleta do verme do 
repolho
Sálvia, alecrim, hissopo, tomilho, menta, absinto, 
abrótano
Gorgulhos Alho
Lacraia Cobertura de folhas de carvalho, cascas de árvores
Lesmas Cobertura de folhas de carvalho, cascas de árvores
Mariposas Sálvia, santolina, lavanda, menta, urtiga, ervas
Mosca negra Consórcio de plantas, urtiga
Moscas Castanheira, arruda, tanaceto, pulverização de absinto e/ou tomate
Mosquito da malária Absinto, abrótano, alecrim
Mosquitos Leguminosas
Pulga da batata Linhaça, berinjela
Pulgão lanígero Capuchinha 
Pulgões Capuchinha, hortelã-verde, urtiga, abrótano, alho
Vermes em cabras Cenouras
Vermes em cavalos Folhas de tanaceto, folhas de amoreira
 
 Um Sistema Inter-relacionado de Cultivo de Alimentos 137
ecossistem
a n
atural
É evidente que os pesticidas não são a solução efetiva para 
perdas nos cultivos por pestes. Um cultivo diversiicado e sem 
pesticidas pode ser capaz de reduzir as perdas totais por pragas 
mais do que o mono cultivo com pesticidas, mesmo na agricultura 
de larga escala. Usando práticas padronizadas de agricultura, 
pesquisadores da Universidade de Cornell, em um estudo de 5 anos, 
completado em 1970, descobriram que sem o uso de pesticidas a 
população de insetos poderia ser reduzida pela metade, quando 
apenas 2 culturas eram consorciadas.6 Você pode fazê-lo quando 
cultivar uma diversidade de plantas em seu jardim, com técnicas 
viviicantes!
Essa introdução ao controle de insetos enfatizou abordagens 
gerais e ilosóicas. O livro de Philbrick, Companion Plants and 
How to Use them, de Hunter, Gardening without poisons, e 
de Philbrick, The bug Book (veja a seção Vida e Equilíbrio dos 
Insetos na bibliograia online em www.growbiointensive.org) tem 
explorado vigorosamente os espectros do controle orgânico de 
insetos em detalhes. Estes livros proveem combinações de plantas 
companheiras, receitas de soluções para controle de insetos e 
prescrições para compra de insetos predadores.
Esperamos que cada pessoa que leia esse livro plante ao menos 
um pequeno canteiro biointensivo de 1 metro quadrado. Você 
vai achar a experiência divertida e emocionante, além das suas 
expectativas!
NOTAS FINAIS
 1 Beatrice Trum Hunter, Gardening Without Poisons (New York: Berkeley 
Publishing Corp., 1971), pp. 31, 37, 42, 43, 48.
 2 Ibid., p. 28.
 3 James S. Turner, “A Chemical Feast: Report on the Food and Drug Admin-
istration” (Ralph Nader Study Group Reports) (New York: Grossman, 1970). 
Citado em Frances Moore Lappe e Joseph Collins, Food First (Boston: 
Houghton Milin Company, 1977), p. 49.
 4 Francis Chaboussou, Healthy Crops: A New Agricultural Revolution 
(Charlsbury, UK: John Carpenter Publishing for The Gaia Foundation, 
2004). 
 5 Helen Philbrick e Richard B. Gregg, Companion Plants and How to Use 
Them (Old Greenwich, CT: Devon-Adair Company, 1966), pp. 52–53. . Este 
livro e outros devem ser consultados para o uso adequado e taxas de apli-
cação destes remédios de plantas. O uso ou aplicação inadequados podem 
causar problemas e ser perigoso para você, suas plantas e animais.
 6 Jef Cox, “The Technique That Halves Your Insect Population,” Organic 
Gardening and Farming, May 1973, pp. 103–104. 
138
s Gráicos Mestres que se seguem devem ajudá-lo na 
sua tarefa do cultivo. Os gráicos para grãos, cultivos de 
composto, árvores e outras culturas fornecem uma visão do que 
pode ser realizado em seu próprio jardim ou pequena propriedade. 
(Veja também, da Ação Ecológica, The Backyard Homestead, 
Mini-farm and Garden Log Book). Informação adicional sobre 
fontes especiais de sementes e em colheita, limpeza, moagem, 
armazenagem e conservação destes cultivos serão incluídos no 
futuro. Os gráicos são amplamente baseados em nossos muitos 
anos de experiência, e estão, em geral, completos e precisos.
A Ação Ecológica continua a estudar os espaçamentos e outras 
informações de cultivo para grãos, cultivos forrageiros, ibras, 
arbustos e árvores frutíferas anãs, outras culturas de árvores, 
bagas e uvas e cultivos de composto. Como os testes continuam, 
a informação é revisada e a chance de erro é menor. (Uma boa 
explicação sobre a informação desses gráicos é dada na seção de 
planejamento do livro The Sustainable Vegetable Garden.)
Deve-se notar que:
8
GRÁFICos MesTRes e 
PLanejaMenTo
oBjeTIVo: Maximizar a efetividade do tempo e es-
paço na área de cultivo de menor escala
OCódigos das Letras na página 143, notas na páginas 187–190 139
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ráficos M
estres 
 • Você pode não atingir colheitas máximas no primeiro ano. 
Igualmente, uma planta sozinha provavelmente não produzirá 
tanto quanto uma planta entre várias outras, sob condições 
microclimáticas.1
 • Sementes plantadas fora da estação demorarão mais para 
germinar e/ou podem se decompor antes que germinem, a 
menos que cresçam em miniestufas especiais ou sob a sombra 
de redes.
 • Espaçamento próximo pode ser necessário durante o inverno, 
para compensar o lento crescimento durante esse período e 
para criar um microclima de inverno equilibrado. (Tente três 
quartos a metade do espaçamento usual com alfaces no verão). 
Espaçamento próximo pode promover um crescimento mais 
rápido e equilibrado, ao criar um microclima mais rapidamente. 
Desbaste plantas extras para dar espaço para as maiores. 
(Cenouras baby e beterrabas são delicadas.)
 • Você pode precisar de maiores espaçamentos nos trópicos, 
durante os meses mais úmidos.
Umas das coisas emocionantes sobre o método de CULTIVO 
BIOINTENSIVO é a ênfase no solo. Uma vez que você saiba como 
preparar bem o solo para os vegetais, um mundo inteiro de cultivos 
se tornará disponível para você. A preparação dos canteiros, 
fertilização e métodos de irrigação permanecem essencialmente os 
mesmos – apenas os espaçamentos são diferentes!
Estes gráicos o ajudarão a expandir do cultivo apenas de 
vegetais para a inclusão dos seguintes grandes grupos:
 • Grãos, fontes de proteínas e culturas de óleo vegetal.
 • Composto, matéria orgânica e cultivos forrageiros. Alguns cultivos 
de composto, como milheto perolado, sorgo e milho, podem 
produzir grandes colheitas de biomassa e devem ser totalmente 
reciclados através da compostagem, sempre que possível, para 
minimizar o potencial de degradação do solo.
 • Energia, ibra, papel e cultivos diversos.
 • Cultivos de árvores e canas.
Nota: Formas de vida microbiana 
prosperam e aumentam muito suas 
atividades, quando a temperatura 
noturna do ar alcança um mínimo 
de 15º C. Na próxima manhã que 
você for ao jardim e notar que ele 
cresceu bastante ao longo da noite, e 
está com um verde escuro e viçoso, 
cheque a temperatura da noite 
anterior. Você pode se surpreender!
 
Outras Temperaturas Chave do Ar
0º C Começa a liberação 
 de nitrogênio no solo.
10º C Uma liberação 
 significante de nitrogênio 
 ocorre no solo.
30-35ºC O ponto máximo de 
 liberação de nitrogênio é 
 alcançado no solo.
32ºC O processo de 
 polinização começa a 
 diminuir.
35–40ºC Uma diminuição 
 significante da liberação 
 de nitrogênio ocorre no 
 solo.
55ºC A liberação de 
 nitrogênio no solo cessa.
140 Gráficos Mestres e Planejamento 
Eventualmente, esperamos adicionar cultivos de árvores para 
combustível e materiais de construção. Se você procura mais 
informação do que está contida nestes detalhados gráicos, veja a lista 
de livros no web site da Ação Ecológica.
Existe uma conveniente sucessão benéica para o solo, e é bom 
saber disso. Vegetais de um ano melhoram o solo para os grãos 
do próximo, e isso leva o solo a suportar mais culturas de árvores 
permanentes no terceiro ano. Se quiser estudar esse processo mais 
de perto, vejo o livro da Ação Ecológica The Backyard Homestead, 
Mini-Farm and Garden Log Book, para cultivos de vegetais, 
forrageiras e árvores, e leia o One Crop Test Booklet: Soybeans 
(Livreto 2).
 A importância do solo é especialmente aparente com um 
sistema de cultivo permanente. Mesmo cultivos biológicos e de 
árvores podem ser insalubres se usados inapropriadamente. O 
Dr. Hans Jenny, cientista de solo emérito na Universidade da 
Califórnia, em Berkeley, pontuou na revista Science:
“Na virada do século, prudentes estações agrícolas experimentais 
instalaram lotes de cultivo permanente e monitoraram por décadas 
o equilíbrio de nitrogênio e carbono. Um solo mexido e cultivos 
removidos iniciaram declínios profundos no nitrogênio, carbono 
e substância de húmus e causaram deterioração da estrutura do 
solo. Sob estas circunstâncias a iniltração de água é reduzida e o 
escoamento e erosão são encorajadas. As colheitas sofrem. Enquanto 
as aplicações de fertilizantes nitrogenados impulsionam a produção, 
elas não restauraram o corpo do solo. Na Europa central, agricultores 
costumavam remover o lixo da loresta e colocá-lo em seus campos, 
para adubação. A produção das árvores, registrado por Aaltonen 
diminuiu notadamente.2 
Estamos discutindo sobre a conversão indiscriminada de 
biomassa e resíduos orgânicos em combustíveis. O capital de 
húmus, que é substancial, merece ser mantido, pois bons solos 
são um bem nacional. A questão será levantada: Quanta matéria 
orgânica deve ser ixada no solo? Nenhuma fórmula geral pode ser 
dada. Os solos variam amplamente em características e qualidade.”
As culturas devem ser abordadas, então, com uma sensibilidade 
sobre como a maneira que estão sendo cultivadas afeta a 
sustentabilidade da vitalidade e saúde do solo. Entender essa 
relação peculiar leva tempo e eventualmente envolve o cultivo de 
diferentes culturas, incluindo um grande número de árvores. As 
árvores modiicam beneicamente nosso clima, puxam e tornam 
Nota: As técnicas de CULTIVO 
BIOINTENSIVO podem ser usadas 
para cultivar importantes culturas 
de proteínas. Experimente com 
trigo, soja, grãos, feijões e outras 
sementes que trabalham bem. Para 
informação em como cultivar suas 
próprias sementes de polinização 
aberta, na menor área, e preservar a 
diversidade genética, veja o Livreto 
13 da Ação Ecológica Self-Teaching 
Mini-Series, Booklet 13, Growing to 
Seed.
Nota: O trigo pode ser debulhado 
facilmente com uma minidebulha-
deira3 disponível em uma organiza-
ção pública da sua área.
 Códigos das Letras na página 143, notas na páginas 187–190 141
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estres 
disponíveis nutrientes da parte profunda do solo, protegem o solo da 
erosão, ajudam a manter os lençóis d'água saudáveis e nos fornecem 
alimento e materiais de construção.
Colunas de valores de alimentos foram adicionadas aos Gráicos 
Mestres para proteínas, calorias e cálcio para cada cultura. Estes 
são importantes, mas são muitos outros os valores alimentares 
– incluindo ferro, vitaminas e aminoácidos. Veja os livros de 
referência listados na bibliograia se quiser buscar isso mais tarde. 
Assegure-se de explorar os cultivos de composto entre suas árvores 
para aumentar a friabilidade do solo e o conteúdo de nitrogênio e 
matéria orgânica. Tente o trevo vermelho médio. Ele tem lindas 
lores vermelhas.
Cada vez mais pessoas desejam cultivar alimentos. Dez metros 
quadrados de grãos podem produzir 4, 8, 12 ou mais quilos de 
sementes comestíveis. Se você está em um clima mais frio e deseja 
cultivar feijões para alimentação, tente variedades como o feijão-
amendoim, olho-amarelo e feijões oxicoco, disponíveis na Vermont 
Bean Seed Company. Árvores anãs, se alimentadas adequadamente, 
podem produzir de 25 a 50 quilos de frutas anualmente, em sua 
maturidade. Duas árvores em centros de 2,4 metros em 10 metros 
quadrados podem ter uma colheita combinada de mais de 100 
quilos, e o consumo médio de frutas nos Estados Unidos, por pessoa, 
é de aproximadamente 80 quilos de frutas por ano. Feijões de fava 
podem produzir a melhor quantidade de matéria orgânica. Alfafa 
e o trevo também são bons ixadores de nitrogênio, aumentando a 
fertilidade do seu solo.
Nosso objetivo com o trigo é eventualmente obtermos 2 colheitas 
de 13 quilos em um período de 8 meses. Isso renderia um pão de 
meio quilo por semana ao ano, com apenas 10 metros quadrados! 
Nós poderemos literalmente colher o pão de nossos jardins. Parece 
impossível? Produções perto disso já estão acontecendo em algumas 
partes do mundo. Nossa maior taxa de produção de trigo registrada 
é de aproximadamente 10 quilos por10 metros quadrados, 
utilizando cerca de 250 milímetros de água para toda a estação, com 
composto cultivado por nós mesmos para fertilização e um pouco 
de fertilizantes orgânicos comprados. Os Zulus, na África do Sul, 
usam uma técnica similar ao método de CULTIVO BIOINTENSIVO 
e cultivam grãos com chuvas naturais. Veja o que você pode fazer! 
Nos informe se você conseguiu os 13 quilos, e nos conte como o fez!
Quando planejar sua horta, lembre-se de prestar atenção em 
todos os fatores envolvidos. Por exemplo, sementes de gergelim 
são muito boas para nutrição, mas geralmente obtém pequenas 
colheitas (comparadas com outras culturas proteicas), são difíceis na 
Nota: Na coluna Z dos Gráficos 
Mestres, mais informações são 
adicionadas, incluindo uma per-
centagem esperada de “refugos”. 
Por ora, é de 12% para feijões verdes 
e 25% para alho poró. Se você os 
colher da maneira mais oportuna, 
praticamente não haverá refugo. 
Mantenha o fator refugo em mente, 
pois algumas preferências pessoais 
podem envolver alguns refugos 
na preparação da comida e, ainda 
mais do que o montante indicado. É 
interessante descobrir que as batatas 
“irlandesas” têm a maior quantidade 
de vitaminas e minerais em suas 
cascas e logo abaixo delas, assim, se 
você descasca as batatas, que têm 
um percentual de 19% de refugo, 
terá um montante desproporcional 
de nutrientes perdidos, comparados 
com o peso das cascas. 
142 Gráficos Mestres e Planejamento 
colheita e exaurem o solo. Logo, em um canteiro de alguns metros 
quadrados, de base nutritiva e sustentável, sementes de gergelim 
não são particularmente superiores a outras fontes de proteína, 
mesmo que sejam bem nutritivas e boas de se comer. Uma grande 
colheita de gergelim irá requerer uma grande área de cultivo. É 
importante examinar a praticidade total de cada cultivo.
Quando você começar a produzir cultivos intermediários, outro 
fator a considerar será a quantidade de nutrientes que cada cultivo 
toma do solo. Muitas leguminosas, que ixam nitrogênio no solo, 
podem exauri-lo de outros nutrientes com o tempo. A soja é tal tipo 
de planta, e cultivos contínuos dela têm demonstrado desgastar 
o solo. É importante desenvolver e trabalhar com ciclos naturais 
sustentáveis.
 Códigos das Letras na página 143, notas na páginas 187–190 143
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estres 
a Taxa aproximada de germinação, como vendido pelas 
empresas. Não é conhecida taxa legal mínima de germinação. 
Pode ser maior ou menor.
aa Cada “semente” contém em média 3 sementes, das quais 
metade germina.
aC Colha alfafa e trevo de 5 a 10 centímetros acima da coroa 
(tesouras de ovelhas funcionam bem para isto), solte o solo 
com um garfo, regue o canteiro e cubra a área com um 
sombrite por 1 a 2 semanas.
B Nos canteiros.
BB Deixe as sementes de molho à noite, para melhor germinação.
BC Dispersão à mão.
C Centros.
c Xícaras.
Ca Cantaloupe.
d Ainda não conhecido.
e Espaçamento aumenta com o clima mais quente.
eL Sementes de germinação extra-longa (22 a 28 dias).
F Em bandejas.
G “Semente” é um pacote com 2 a 6 sementes, das quais 
aproximadamente 1,62 germinam.
h Melão honeydew
I Transplante para um recipiente apropriado de 4 a 20 litros. 
Cultive a muda até 1 ano. Transplante então para o solo.
InV Inverno
j Média de germinação em laboratório.
k O peso da palha é geralmente de 1 a 3 vezes maior do 
que o peso das sementes colhidas e limpas no CULTIVO 
BIOINTENSIVO de grãos, de 1 a 2 vezes maior que os grãos 
colhidos na agricultura convencional (Roger Revelle, “The 
Resources Available for Agriculture.” Scientific American, 
Setembro 1976).
L Semente de germinação longa (8 a 21 dias).
LG Transplante as mudas quando maiores – de 15 a 23 centímetros 
de altura.
M Cozinhe para minimizar o ácido oxálico, que segura o cálcio
n Canteiro estreito (60 centímetros de largura) produzirá 
melhores colheitas, devido à polinização melhorada
oUT Outono.
P Perene.
PRI Primavera.
q Aipo é repicado para uma terceira bandeja, com 15 centímetros 
de profundidade, em centros de 5 centímetros, onde crescerá 
por mais 4 a 6 semanas, até que esteja pronto para ser 
transplantado. As mudas devem estar com 10 centímetros 
de altura. No final, levará de 3 a 4 meses, da semeadura até o 
transplante.
qt Litros.
R Replante nos pontos onde a germinação falhou. Chamamos 
isso de “cobrir os espaços vazios.”
s Semente de germinação curta (de 1 a 7 dias).
sn Durante o clima quente, cubra com sombrites ou redes entre 
aproximadamente 10 da manhã e 5 da tarde para melhores 
resultados.
T Colher de sopa.
t Colher de chá.
To 45 centímetros para tomates cereja; 53 centímetros para 
tomates normais, 60 centímetros para tomates grandes. 
As informações sequenciais nas colunas D, H e I devem ser 
usadas de acordo com o espaçamento escolhido.
U 1 quilo de pão requer 660 gramas de farinha (5 xícaras)
V Mínimo aproximado
VeR Verão.
W 30 a 38 centímetros para variedade anã; 45 centímetros para 
variedades de 2 a 4 quilos, 53 centímetros para variedades de 
5 a 6 quilos, 60 centímetros para variedades maiores.
Y Estimado
Z Baseado na experiência da Ação Ecológica, metade dos dentes 
de alho são grande o suficiente para serem usados, em média.
--- Não aplicável
* Proteína digerível para animais.
** Dependendo da variedade selecionada
# "Primeiro grupo de números: semeadura no verão em estufa
sombreada para estabelecer-se no outono, ou semeadura no
inverno (em áreas de inverno ameno) em estufa para 
estabelecer-se na primavera. (Uma estufa sombreada é uma 
área geralmente coberta com tela de 30% para prover uma área 
mais úmida, protegendo as mudas de outono durante o verão.)
Segundo grupo de figuras: semeadura no inverno com uma
boa estufa ou mini estufa em áreas com inverno rígido, para
estabelecerem-se na primavera.
Caleje as mudas por 2 dias ao ar livre, nas bandejas, antes de
transplantá-las para o canteiro."
## Se semeado diretamente em centros, melhor do que 
difundido à mão, plante 2 sementes por centro para 
compensar a baixa taxa de germinação.
+ Produção pode ser significantemente maior.
+ + Tempo de colheita dado na coluna O.
+ + + Rendimentos totais semelhantes, porém maior produção de 
biomassa e de sementes com centros menores. A semente 
maior, que é mais fácil de debulhar, com centros maiores.
Códigos das Letras
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las, o resultado será um conjunto de marcadores dos Gráficos Mestres que podem ser usados para acessar rapidamente os códigos e pés de 
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144 Gráficos Mestres e Planejamento 
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número aproximado de sementes 
por 50 gramas4 (Variação: da maior à 
menor semente) 
Taxa legal de germinação mínima5
Gramas/Volume de sementes por 
10 m2 (ajustados para taxa de ger-
minação, espaçamento e superfície 
curvada6,7, 8
Tempo de germinação Curto/
Longo/extra-longo (s/L/eL)
Plante inicialmente em Bandejas/
Canteiros; espaçamento na primeira 
bandeja (em ordem de preferência)
número aproximado de plantas 
por bandeja (ajustado para taxa de 
germinação)14
número de primeiras bandejas por 
10 metros quadrados.
número aproximado de semanas na 
primeira bandeja16
Profundidade da segunda bandeja e 
espaçamento (centímetros)
número de plantas na segunda 
bandeja14
número de segundas bandejas por 
10 metros quadrados
número aproximado de semanas na 
segunda bandeja16
espaçamento no canteiro 
(centímetros)
número máximo de plantas por 10 
metros quadrados7
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número aproximado de sema-
nas em período de colheita
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menor semente) 
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10 m2 (ajustados para taxa de ger-
minação, espaçamento e superfície 
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Tempo de germinação Curto/
Longo/extra-longo (s/L/eL)
Plante inicialmente em Bandejas/
Canteiros; espaçamento na primeira 
bandeja (em ordem de preferência)
número aproximado de plantas 
por bandeja (ajustado para taxa de 
germinação)14
número de primeiras bandejas por 
10 metros quadrados.
número aproximado de semanas na 
primeira bandeja16
Profundidade da segunda bandeja e 
espaçamento (centímetros)
número de plantas na segunda 
bandeja14
número de segundas bandejas por 
10 metros quadrados
número aproximado de semanas na 
segunda bandeja16
espaçamento no canteiro 
(centímetros)
número máximo de plantas por 10 
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 Códigos das Letras na página 143, notas na páginas 187–190 147
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Colheita possível no CULTIVo 
BIoInTensIVo em quilos por 
10metros quadrados 9
Média da produção americana em 
quilos por 10 metros quadrados12, 
13
Máximo aproximado de produção 
de sementes em quilos por 10 
metros quadrados19
número aproximado de semanas 
para maturidade no chão17
número aproximado de semanas 
em período de colheita
estação de plantio no ano (PRI, 
VeR, oUT, InV)
quilos consumidos por ano por 
uma pessoa média nos eUa13, 18
Conteúdo de proteína por quilo em 
gramas (g)25
Conteúdo de calorias 
por quilo25, 50
Conteúdo de cálcio por quilo em 
Miligramas (mg)25
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menor semente) 
Taxa legal de germinação mínima5
Gramas/Volume de sementes por 
10 m2 (ajustados para taxa de ger-
minação, espaçamento e superfície 
curvada6,7, 8
Tempo de germinação Curto/
Longo/extra-longo (s/L/eL)
Plante inicialmente em Bandejas/
Canteiros; espaçamento na primeira 
bandeja (em ordem de preferência)
número aproximado de plantas 
por bandeja (ajustado para taxa de 
germinação)14
número de primeiras bandejas por 
10 metros quadrados.
número aproximado de semanas na 
primeira bandeja16
Profundidade da segunda bandeja e 
espaçamento (centímetros)
número de plantas na segunda 
bandeja14
número de segundas bandejas por 
10 metros quadrados
número aproximado de semanas na 
segunda bandeja16
espaçamento no canteiro 
(centímetros)
número máximo de plantas por 10 
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 Códigos das Letras na página 143, notas na páginas 187–190 149
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menor semente) 
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minação, espaçamento e superfície 
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Tempo de germinação Curto/
Longo/extra-longo (s/L/eL)
Plante inicialmente em Bandejas/
Canteiros; espaçamento na primeira 
bandeja (em ordem de preferência)
número aproximado de plantas 
por bandeja (ajustado para taxa de 
germinação)14
número de primeiras bandejas por 
10 metros quadrados.
número aproximado de semanas na 
primeira bandeja16
Profundidade da segunda bandeja e 
espaçamento (centímetros)
número de plantas na segunda 
bandeja14
número de segundas bandejas por 
10 metros quadrados
número aproximado de semanas na 
segunda bandeja16
espaçamento no canteiro 
(centímetros)
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metros quadrados7
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 Códigos das Letras na página 143, notas na páginas 187–190 151
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Colheita possível no CULTIVo 
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Média da produção ameri-
cana em quilos por 10 metros 
quadrados12, 13
Máximo aproximado de 
produção de sementes em qui-
los por 10 metros quadrados19
número aproximado de sema-
nas para maturidade no chão17
número aproximado de sema-
nas em período de colheita
estação de plantio no ano (PRI, 
VeR, oUT, InV)
quilos consumidos por ano por 
uma pessoa média nos eUa13, 18
Conteúdo de proteína por quilo 
em gramas (g)25
Conteúdo de calorias por 
quilo25, 50
Conteúdo de cálcio por quilo em 
Miligramas (mg)25
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número aproximado de sementes 
por 50 gramas4 (Variação: da maior à 
menor semente) 
Taxa legal de germinação mínima5
Gramas/Volume de sementes por 
10 m2 (ajustados para taxa de ger-
minação, espaçamento e superfície 
curvada6,7, 8
Tempo de germinação Curto/
Longo/extra-longo (s/L/eL)
Plante inicialmente em Bandejas/
Canteiros; espaçamento na primeira 
bandeja (em ordem de preferência)
número aproximado de plantas 
por bandeja (ajustado para taxa de 
germinação)14
número de primeiras bandejas por 
10 metros quadrados.
número aproximado de semanas na 
primeira bandeja16
Profundidade da segunda bandeja e 
espaçamento (centímetros)
número de plantas na segunda 
bandeja14
número de segundas bandejas por 
10 metros quadrados
número aproximado de semanas na 
segunda bandeja16
espaçamento no canteiro 
(centímetros)
número máximo de plantas por 10 
metros quadrados7
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Colheita possível no CULTIVo 
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10metros quadrados 9
Média da produção ameri-
cana em quilos por 10 metros 
quadrados12, 13
Máximo aproximado de 
produção de sementes em qui-
los por 10 metros quadrados19
número aproximado de sema-
nas para maturidade no chão17
número aproximado de sema-
nas em período de colheita
estação de plantio no ano 
(PRI, VeR, oUT, InV)
quilos consumidos por ano 
por uma pessoa média nos 
eUa13, 18
Conteúdo de proteína por quilo 
em gramas (g)25
Conteúdo de calorias por 
quilo25, 50
Conteúdo de cálcio por quilo 
em Miligramas (mg)25
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154 Gráficos Mestres e Planejamento 
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número aproximado de sementes 
por 50 gramas4 (Variação: da maior à 
menor semente) 
Taxa legal de germinação mínima5
Gramas/Volume de sementes por 
10 m2 (ajustados para taxa de ger-
minação, espaçamento e superfície 
curvada6,7, 8
Tempo de germinação Curto/
Longo/extra-longo (s/L/eL)
Plante inicialmente em Bandejas/
Canteiros; espaçamento na primeira 
bandeja (em ordem de preferência)
número aproximado de plantas 
por bandeja (ajustado para taxa de 
germinação)14
número de primeiras bandejas por 
10 metros quadrados.
número aproximado de semanas na 
primeira bandeja16
Profundidade da segunda bandeja e 
espaçamento (centímetros)
número de plantas na segunda 
bandeja14
número de segundas bandejas por 
10 metros quadrados
número aproximado de semanas na 
segunda bandeja16
espaçamento no canteiro 
(centímetros)
número máximo de plantas por 10 
metros quadrados7
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 Códigos das Letras na página 143, notas na páginas 187–190 155
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Colheita possível no CULTIVo 
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Média da produção ameri-
cana em quilos por 10 metros 
quadrados12, 13
Máximo aproximado de 
produção de sementes em qui-
los por 10 metros quadrados19
número aproximado de sema-
nas para maturidade no chão17
número aproximado de sema-
nas em período de colheita
estação de plantio no ano 
(PRI, VeR, oUT, InV)
quilos consumidos por ano 
por uma pessoa média nos 
eUa13, 18
Conteúdo de proteína por quilo 
em gramas (g)25
Conteúdo de calorias por 
quilo25, 50
Conteúdo de cálcio por quilo 
em Miligramas (mg)25
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