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44 Manual do Educador Ciências – 6o ano 45 Membrana plasmática - modelo do mosaico fluido CL US TE RX /S hu tt er st oc k. co m Proteína Fosfolipídio Bicamada fosfolipídica Membrana plasmática Célula Especializações da membrana plasmática A membrana plasmática é dotada de diversas especia- lizações, que variam de acordo com as diferenciações ce- lulares. Na parte externa da membrana, encontramos o glicocálix, tendo como função aderir uma célula à outra, protegendo-as contra agentes estranhos e selecionando o que pode entrar ou não. A membrana plasmática pode apresentar outras especializações em sua superfície: • Desmossomos e interdigitações: são estruturas responsáveis pela união de células vizinhas. Os des- mossomos funcionam como adesivos, enquanto as interdigitações atuam como presilhas, deixando as células bem unidas para constituir o tecido epite- lial (pele). Assim, regiões proeminentes de uma cé- lula penetram regiões côncavas da célula vizinha, aumentando a superfície de contato entre as duas. Dessa forma, as interdigitações são encaixes simila- res a um quebra-cabeça. Já os desmossomos asse- melham-se a pontos de cola, unindo as regiões de contato de duas membranas. • Microvilosidades: são expansões da membrana que ocorrem de dentro para fora, para ampliar a área de ab- sorção. Elas se assemelham a dedos de luvas e funcio- nam aumentando o tamanho da superfície de contato da célula com o meio extracelular. Esse tipo de especia- lização da membrana permite que células como a do in- testino, que têm o papel de absorver nutrientes, reali- zem sua função, já que uma maior superfície de contato representa um maior poder de absorção. Interdigitações M ic ro vi lo si da de s Demossomos FC_Ciências_BNCC_6A_05.indd 45 23/10/2019 12:20:44 Ciências – 6o ano 44 5 Capítulo Célula: unidade fundamental da vida – Parte I No capítulo anterior, vimos que nosso organismo é uma máquina fantástica, na qual diversos componen- tes atuam de forma coordenada. A unidade fundamen- tal dessa máquina é a célula. A exemplo de uma edifi- cação, em que tijolos, cimento, fios elétricos e canos proporcionam sustentação, energia elétrica e abasteci- mento de água, respectivamente, nosso corpo também possui componentes especializados. Assim, podemos ver como as células se agrupam em níveis crescentes de complexidade, formando tecidos, órgãos, sistemas e or- ganismos. Também vimos que, em alguns casos, a célu- la sozinha é o próprio ser vivo, como os seres unicelula- res. Agora, vamos começar a entender o que acontece no interior das células, como elas funcionam. Ko m sa n Lo on pr om /S hu tt er st oc k. co m Constituição das células A célula é a menor parte capaz de formar o corpo de um ser vivo. Como geralmente são microscópicas, sem uso de lentes de aumento especiais, não seria possível es- tudá-las. Dessa forma, o uso do microscópio nos permi- tiu conhecer as principais estruturas de uma célula. De- las, pode-se identificar a existência de três: a membrana, o citoplasma e o material genético, que, nas células euca- riontes, está contido no núcleo. Vamos conhecer melhor cada uma delas, a função que elas cumprem e como fun- cionam. Este capítulo será dedicado à membrana plas- mática, e o capítulo seguinte se aterá ao estudo do cito- plasma e do núcleo. Membrana plasmática Toda célula possui uma barreira que, assim como a nossa pele, isola-a do seu meio externo. A membrana plasmática, ou plasmalema, é uma película que reves- te externamente qualquer tipo de célula, seja animal, seja vegetal, seja de micro-organismos. Com o desen- volvimento da microscopia, essa estrutura pôde ser ob- servada com mais precisão e isso tornou possível com- preender sua composição e configuração. O modelo da membrana plasmática foi sugeri- do em 1972 pelos pesquisadores Seymour J. Singer e Garth L. Nicolson e ficou conhecido como modelo do mosaico fluido. Você sabe o que é um mosaico? Tra- ta-se de uma composição, muito utilizada para deco- rar superfícies, que dispõe de peças coloridas forman- do imagens ou padrões, sendo essas peças unidas por uma camada de massa ou cimento. O nome do modelo faz alusão à disposição das moléculas sobre a superfí- cie: ela é composta de fosfolipídios e proteínas, sendo os primeiros dispostos em duas camadas contínuas, onde estão mergulhadas as moléculas de proteínas, como se fossem peças de um mosaico numa superfí- cie lipídica. Essas moléculas de proteína, porém, não ficam paradas, elas se movimentam constantemente, daí esse “mosaico” ser fluido. Visão microscópica das células. FC_Ciências_BNCC_6A_05.indd 44 23/10/2019 12:20:44 • Membrana plasmática. • Difusão e osmose. • Bomba de sódio e potássio. • Transporte de grandes moléculas. Objetivos didáticos Objetivos pedagógicos • Conhecer a composição e configuração da membrana plasmática. • Identificar as funções das especializa- ções da membrana plasmática. • Descrever os processos de difusão e os- mose celular. • Conhecer a importância da bomba de sódio e potássio. • Descrever a endocitose, a fagocitose, a pinocitose e a exocitose. Anotações ME_FC_Ciências_6A_02.indd 44 05/03/2020 10:51:01 45Ciências – 6º ano Ciências – 6o ano 45 Membrana plasmática - modelo do mosaico fluido CL US TE RX /S hu tt er st oc k. co m Proteína Fosfolipídio Bicamada fosfolipídica Membrana plasmática Célula Especializações da membrana plasmática A membrana plasmática é dotada de diversas especia- lizações, que variam de acordo com as diferenciações ce- lulares. Na parte externa da membrana, encontramos o glicocálix, tendo como função aderir uma célula à outra, protegendo-as contra agentes estranhos e selecionando o que pode entrar ou não. A membrana plasmática pode apresentar outras especializações em sua superfície: • Desmossomos e interdigitações: são estruturas responsáveis pela união de células vizinhas. Os des- mossomos funcionam como adesivos, enquanto as interdigitações atuam como presilhas, deixando as células bem unidas para constituir o tecido epite- lial (pele). Assim, regiões proeminentes de uma cé- lula penetram regiões côncavas da célula vizinha, aumentando a superfície de contato entre as duas. Dessa forma, as interdigitações são encaixes simila- res a um quebra-cabeça. Já os desmossomos asse- melham-se a pontos de cola, unindo as regiões de contato de duas membranas. • Microvilosidades: são expansões da membrana que ocorrem de dentro para fora, para ampliar a área de ab- sorção. Elas se assemelham a dedos de luvas e funcio- nam aumentando o tamanho da superfície de contato da célula com o meio extracelular. Esse tipo de especia- lização da membrana permite que células como a do in- testino, que têm o papel de absorver nutrientes, reali- zem sua função, já que uma maior superfície de contato representa um maior poder de absorção. Interdigitações M ic ro vi lo si da de s Demossomos FC_Ciências_BNCC_6A_05.indd 45 23/10/2019 12:20:44 Ciências – 6o ano 44 5 Capítulo Célula: unidade fundamental da vida – Parte I No capítulo anterior, vimos que nosso organismo é uma máquina fantástica, na qual diversos componen- tes atuam de forma coordenada. A unidade fundamen- tal dessa máquina é a célula. A exemplo de uma edifi- cação, em que tijolos, cimento, fios elétricos e canos proporcionam sustentação, energia elétrica e abasteci- mento de água, respectivamente, nosso corpo também possui componentes especializados. Assim, podemos ver como as células se agrupam em níveis crescentes de complexidade, formando tecidos, órgãos, sistemas e or- ganismos. Também vimos que, em alguns casos, a célu- la sozinha é o próprio ser vivo, como os seres unicelula- res. Agora, vamos começar a entender o que acontece no interior das células, como elas funcionam. Ko m sa n Lo on pr om /S hu tt er st oc k. co m Constituição das células A célula é a menor parte capaz de formar o corpode um ser vivo. Como geralmente são microscópicas, sem uso de lentes de aumento especiais, não seria possível es- tudá-las. Dessa forma, o uso do microscópio nos permi- tiu conhecer as principais estruturas de uma célula. De- las, pode-se identificar a existência de três: a membrana, o citoplasma e o material genético, que, nas células euca- riontes, está contido no núcleo. Vamos conhecer melhor cada uma delas, a função que elas cumprem e como fun- cionam. Este capítulo será dedicado à membrana plas- mática, e o capítulo seguinte se aterá ao estudo do cito- plasma e do núcleo. Membrana plasmática Toda célula possui uma barreira que, assim como a nossa pele, isola-a do seu meio externo. A membrana plasmática, ou plasmalema, é uma película que reves- te externamente qualquer tipo de célula, seja animal, seja vegetal, seja de micro-organismos. Com o desen- volvimento da microscopia, essa estrutura pôde ser ob- servada com mais precisão e isso tornou possível com- preender sua composição e configuração. O modelo da membrana plasmática foi sugeri- do em 1972 pelos pesquisadores Seymour J. Singer e Garth L. Nicolson e ficou conhecido como modelo do mosaico fluido. Você sabe o que é um mosaico? Tra- ta-se de uma composição, muito utilizada para deco- rar superfícies, que dispõe de peças coloridas forman- do imagens ou padrões, sendo essas peças unidas por uma camada de massa ou cimento. O nome do modelo faz alusão à disposição das moléculas sobre a superfí- cie: ela é composta de fosfolipídios e proteínas, sendo os primeiros dispostos em duas camadas contínuas, onde estão mergulhadas as moléculas de proteínas, como se fossem peças de um mosaico numa superfí- cie lipídica. Essas moléculas de proteína, porém, não ficam paradas, elas se movimentam constantemente, daí esse “mosaico” ser fluido. Visão microscópica das células. FC_Ciências_BNCC_6A_05.indd 44 23/10/2019 12:20:44 ME_FC_Ciências_6A_02.indd 45 05/03/2020 10:51:01 46 Manual do Educador Ciências – 6o ano 47 Processo de troca entre a célula e o meio externo Vimos que as células são capazes de selecionar o que perpassa sua membrana. O processo de troca en- tre o meio intracelular (dentro da célula) e o meio ex- tracelular (fora da célula) pode ocorrer de três formas: • Por meio de processos passivos, que acontecem sem haver o gasto de energia, como a difusão e a osmose. • Por processo ativo, que acontece com gasto de energia, como a bomba de sódio e potássio. • Por processos envolvendo vesículas (pequenas estruturas de transporte), que acontecem quando ocorre a entrada de partículas na célula, endocito- se, ou a saída de partículas da célula, exocitose, ou clasmocitose. Para entender melhor os processos passivos, faz-se necessário entender o que são soluto e solvente. • Solvente: é toda substância utilizada para dissol- ver o soluto. • Soluto: substância que pode ser dissolvida pelo solvente. Outro conceito importante é o de concentração, que corresponde à relação entre a quantidade de soluto dis- persa no solvente. Imagine-se preparando um café: se você puser duas colheres de pó em 100 ml de água, seu café ficará “forte”, com coloração bem escura. Já se você puser as mesmas duas colheres em meio litro de água, seu café ficará “fraco”, com coloração bem clara e aspecto de chá. O mesmo poderia acontecer se você mantivesse a mesma quantidade de solvente e aumentasse a quanti- dade de pó de café: aquele com mais pó ficaria mais “for- te”. O que chamamos de café forte ou fraco, na verdade, diz respeito à sua concentração: o café escuro é mais con- centrado que o café mais claro porque apresenta uma quantidade maior de soluto (pó) para cada mililitro de solvente (água). O conceito de concentração nos ajuda a compreen- der os processos passivos. Os meios intracelular e in- tercelular apresentam, cada um, uma concentração de partículas de soluto. Quando comparamos dois meios, aquele mais concentrado, ou seja, o que pos- sui uma maior quantidade de soluto por unidade de solvente, é chamado hipertônico. Já o que possui me- nor quantidade de partículas por unidade de solvente é o menos concentrado, chamado hipotônico. Quando a concentração entre ambos é semelhante, diz-se que são isotônicos. Intercelular – Região ou espaço compreendido entre duas ou mais células. Glossário Difusão É a movimentação contínua de partículas de soluto do meio mais concentrado (hipertônico) para o de menor concentração (hipotônico). A difusão pode ser observada quando adicionamos água a uma substância corante, como anilina, ou até mesmo de cores fortes, como o permanganato de po- tássio (KMnO4), que é usado em soluções antissépticas (medicamentos que promovem a limpeza de ferimen- tos, protegendo-os de infecções). Sangue venoso Capilares CO 2 O 2 Sangue arterial Alvéolo Hemácia Para ver como acontece a difusão, coloque em um copo com água um comprimido de permanganato de potássio e observe que ele vai se dissolvendo gradati- vamente. Isso ocorre porque o comprimido tem maior concentração de soluto que a água. FC_Ciências_BNCC_6A_05.indd 47 23/10/2019 12:20:45 Ciências – 6o ano 46 Você deve estar se perguntando: por que uma mem- brana, aparentemente simples, possui tantos deta- lhes? A sua composição e morfologia devem-se ao fato de que, a todo momento, a célula realiza trocas com o meio à sua volta. Desse modo, a membrana celular desempenha o papel importantíssimo de selecionar substâncias que entram e saem da célula. Evita-se, as- sim, a perda de substâncias como as enzimas, necessá- rias ao metabolismo, e protege-se, muitas vezes, a cé- lula da absorção de toxinas encontradas no meio. Essa seleção de substâncias é chamada permeabilidade seletiva. Nas células vegetais, em algumas bactérias, fungos e protozoários, além da membrana plasmática, encon- tramos externamente um revestimento bastante resis- tente, denominado parede celular. Ela tem a função de oferecer resistência e sustentação, bem como evitar que a célula se rompa ao absorver substâncias do meio ex- terno, conforme veremos adiante. Nos vegetais, a parede celular é composta, basica- mente, pela celulose; na maioria dos fungos, a pare- de é formada por quitina; nos protozoários, ela é com- posta por sílica; e, nas bactérias, a composição é de um açúcar chamado peptidoglicano. Alguns tipos de anti- biótico, aqueles medicamentos que tomamos quando adquirimos infecções bacterianas, agem sobre a pare- de celular das bactérias. Isso as fragiliza, fazendo com que elas se rompam. Celulose – É um carboidrato formado pela jun- ção de grande quantidade de moléculas de glicose. Quitina – É uma substância córnea que compõe o exoesqueleto de alguns artrópodes e a parede ce- lular de fungos. Sílica – É uma substância branca e sólida encontra- da na crosta terrestre e utilizada na fabricação de vidro. Glossário Membrana plasmática Parede celular Envoltórios da célula vegetal Estrutura de uma célula bacteriana A doença celíaca não é uma alergia, mas, sim, uma doença autoimune caracterizada por uma lesão da mucosa intestinal, provocada pela incapacidade de digerir o glúten. Estudos apontam que mais de 1% da população mun- dial sofre com a doença, mais conhecida como intole- rância ao glúten. No Brasil, seriam mais de 2 milhões de pessoas com o problema. Em portadores da doen- ça, o glúten agride e danifica as microvilosidades. Qual é o resultado desse efeito sobre a saúde do doente? Investigue Ribossomo Citoplasma Mesossomo Membrana plasmática Parede celular Cápsula DNA plasmídico Flagelo Fímbria DNA cromossômico (nucleoide) du cu 59 us /S hu tt er st oc k. co m FC_Ciências_BNCC_6A_05.indd 46 23/10/2019 12:20:45 ME_FC_Ciências_6A_02.indd 46 05/03/2020 10:51:02 47Ciências – 6º ano Ciências – 6o ano 47 Processo de troca entre a célula e o meio externo Vimos que as células são capazes de selecionar o que perpassa sua membrana. O processo de trocaen- tre o meio intracelular (dentro da célula) e o meio ex- tracelular (fora da célula) pode ocorrer de três formas: • Por meio de processos passivos, que acontecem sem haver o gasto de energia, como a difusão e a osmose. • Por processo ativo, que acontece com gasto de energia, como a bomba de sódio e potássio. • Por processos envolvendo vesículas (pequenas estruturas de transporte), que acontecem quando ocorre a entrada de partículas na célula, endocito- se, ou a saída de partículas da célula, exocitose, ou clasmocitose. Para entender melhor os processos passivos, faz-se necessário entender o que são soluto e solvente. • Solvente: é toda substância utilizada para dissol- ver o soluto. • Soluto: substância que pode ser dissolvida pelo solvente. Outro conceito importante é o de concentração, que corresponde à relação entre a quantidade de soluto dis- persa no solvente. Imagine-se preparando um café: se você puser duas colheres de pó em 100 ml de água, seu café ficará “forte”, com coloração bem escura. Já se você puser as mesmas duas colheres em meio litro de água, seu café ficará “fraco”, com coloração bem clara e aspecto de chá. O mesmo poderia acontecer se você mantivesse a mesma quantidade de solvente e aumentasse a quanti- dade de pó de café: aquele com mais pó ficaria mais “for- te”. O que chamamos de café forte ou fraco, na verdade, diz respeito à sua concentração: o café escuro é mais con- centrado que o café mais claro porque apresenta uma quantidade maior de soluto (pó) para cada mililitro de solvente (água). O conceito de concentração nos ajuda a compreen- der os processos passivos. Os meios intracelular e in- tercelular apresentam, cada um, uma concentração de partículas de soluto. Quando comparamos dois meios, aquele mais concentrado, ou seja, o que pos- sui uma maior quantidade de soluto por unidade de solvente, é chamado hipertônico. Já o que possui me- nor quantidade de partículas por unidade de solvente é o menos concentrado, chamado hipotônico. Quando a concentração entre ambos é semelhante, diz-se que são isotônicos. Intercelular – Região ou espaço compreendido entre duas ou mais células. Glossário Difusão É a movimentação contínua de partículas de soluto do meio mais concentrado (hipertônico) para o de menor concentração (hipotônico). A difusão pode ser observada quando adicionamos água a uma substância corante, como anilina, ou até mesmo de cores fortes, como o permanganato de po- tássio (KMnO4), que é usado em soluções antissépticas (medicamentos que promovem a limpeza de ferimen- tos, protegendo-os de infecções). Sangue venoso Capilares CO 2 O 2 Sangue arterial Alvéolo Hemácia Para ver como acontece a difusão, coloque em um copo com água um comprimido de permanganato de potássio e observe que ele vai se dissolvendo gradati- vamente. Isso ocorre porque o comprimido tem maior concentração de soluto que a água. FC_Ciências_BNCC_6A_05.indd 47 23/10/2019 12:20:45 Ciências – 6o ano 46 Você deve estar se perguntando: por que uma mem- brana, aparentemente simples, possui tantos deta- lhes? A sua composição e morfologia devem-se ao fato de que, a todo momento, a célula realiza trocas com o meio à sua volta. Desse modo, a membrana celular desempenha o papel importantíssimo de selecionar substâncias que entram e saem da célula. Evita-se, as- sim, a perda de substâncias como as enzimas, necessá- rias ao metabolismo, e protege-se, muitas vezes, a cé- lula da absorção de toxinas encontradas no meio. Essa seleção de substâncias é chamada permeabilidade seletiva. Nas células vegetais, em algumas bactérias, fungos e protozoários, além da membrana plasmática, encon- tramos externamente um revestimento bastante resis- tente, denominado parede celular. Ela tem a função de oferecer resistência e sustentação, bem como evitar que a célula se rompa ao absorver substâncias do meio ex- terno, conforme veremos adiante. Nos vegetais, a parede celular é composta, basica- mente, pela celulose; na maioria dos fungos, a pare- de é formada por quitina; nos protozoários, ela é com- posta por sílica; e, nas bactérias, a composição é de um açúcar chamado peptidoglicano. Alguns tipos de anti- biótico, aqueles medicamentos que tomamos quando adquirimos infecções bacterianas, agem sobre a pare- de celular das bactérias. Isso as fragiliza, fazendo com que elas se rompam. Celulose – É um carboidrato formado pela jun- ção de grande quantidade de moléculas de glicose. Quitina – É uma substância córnea que compõe o exoesqueleto de alguns artrópodes e a parede ce- lular de fungos. Sílica – É uma substância branca e sólida encontra- da na crosta terrestre e utilizada na fabricação de vidro. Glossário Membrana plasmática Parede celular Envoltórios da célula vegetal Estrutura de uma célula bacteriana A doença celíaca não é uma alergia, mas, sim, uma doença autoimune caracterizada por uma lesão da mucosa intestinal, provocada pela incapacidade de digerir o glúten. Estudos apontam que mais de 1% da população mun- dial sofre com a doença, mais conhecida como intole- rância ao glúten. No Brasil, seriam mais de 2 milhões de pessoas com o problema. Em portadores da doen- ça, o glúten agride e danifica as microvilosidades. Qual é o resultado desse efeito sobre a saúde do doente? Investigue Ribossomo Citoplasma Mesossomo Membrana plasmática Parede celular Cápsula DNA plasmídico Flagelo Fímbria DNA cromossômico (nucleoide) du cu 59 us /S hu tt er st oc k. co m FC_Ciências_BNCC_6A_05.indd 46 23/10/2019 12:20:45 ME_FC_Ciências_6A_02.indd 47 05/03/2020 10:51:02 48 Manual do Educador Ciências – 6o ano 49 3| De acordo com seu conhecimento a respeito do mo- delo do mosaico fluido, marque a alternativa em que es- tão indicados corretamente os nomes das moléculas abaixo: a. 1 - Fosfolipídios e 2 - Glicocálix. b. 1 - Proteínas e 2 - Fosfolipídios. c. X 1 - Fosfolipídios e 2 - Proteínas. d. 1 - Proteínas e 2 - Glicocálix. A osmose é um conceito muito comum no nosso dia a dia. Usamos o soro para a reidratação oral em indiví- duos com diarreia: ele é administrado com a concentra- ção exata para que o organismo não desidrate, sendo, portanto, isotônico em relação ao nosso sangue. Nesse caso, ele exerce a pressão osmótica adequada para que nosso organismo não perca água. Osmose. Porque possibilita à célula manter a composição intra- celular diversa do meio ambiente. Exercite sua memória 1| A membrana plasmática das células exerce uma im- portante função: selecionar o que entra e sai da célula. Em virtude dessa capacidade, dizemos que a membra- na é semipermeável ou que apresenta permeabilida- de seletiva. Algumas substâncias, entretanto, entram de forma espontânea na célula por transporte passivo. Um exemplo é a água na célula animal, que pode entrar sem controle e causar a sua ruptura. Como é conheci- do o processo no qual a água se difunde para o interior da célula? 2| Todas as células possuem uma membrana plasmáti- ca, ou plasmalema, que separa o conteúdo protoplas- mático, ou meio intracelular, do meio ambiente. Por que é tão importante manter a integridade dessa estrutura? Va nD en Bl in d/ Sh ut te rs to ck .c om 1 2 A membrana plasmática da célula intacta deve ser for- mada por duas camadas de lipídios (uma bicamada). 4| (UFPR) O atual modelo de estrutura da membrana plasmática celular é conhecido por modelo do mosai- co fluido, proposto em 1972 pelos pesquisadores Singer e Nicolson. Como todo conhecimento em Ciência, esse modelo foi proposto a partir de conhecimentos prévios. Um importante marco nessa construção foi o experi- mento descrito a seguir: Hemácias humanas, que só possuem membrana plasmática (não há membranas internas), foram lisadas (rompidas) em solução de detergente, e os lipídios fo- ram cuidadosamente dispersos na superfície da água. Foi, então, medida a área ocupada por esses lipídios na superfície da água e ficou constatadoque ela correspon- dia ao dobro do valor da superfície das hemácias. Que conclusão foi possível depreender desse ex- perimento, com relação à estrutura das membranas celulares? FC_Ciências_BNCC_6A_05.indd 49 23/10/2019 12:20:46 Ciências – 6o ano 48 É possível explicar a difusão no nosso organismo usando como exemplo a troca gasosa que acontece nas células. Essa troca ocorre quando o gás oxigênio, em maior quantidade na corrente sanguínea, penetra na célula, que o consumirá para obter energia; proces- so conhecido por respiração celular. Depois disso, o gás carbônico produzido nesse processo, e em alta con- centração na célula, passa para a corrente sanguínea e é transportado até os pulmões pela inspiração, para ser eliminado no processo respiratório da expiração. Sangue venoso Capilares CO 2 O 2 Sangue arterial Alvéolo Hemácia Existe também a difusão facilitada. Esse processo é parecido com a difusão propriamente dita. Algumas subs- tâncias são transportadas do meio mais concentrado para o meio menos concentrado graças à participação de subs- tâncias especiais denominadas permeases. A difusão facilitada é igualmente um processo passi- vo. Ela sucede quando, por exemplo, a glicose (principal alimento celular) vai entrar na célula, pois há a necessida- de de uma permease chamada insulina para isso ocorrer. Osmose Já na osmose, é a água que passa do meio de me- nor concentração de soluto (meio hipotônico) para o de maior concentração de soluto (meio hipertônico). Você já observou o que acontece quando temperamos uma salada com sal, e não a comemos imediatamente? Os vegetais vão murchando. Isso ocorre porque o sal so- bre os vegetais cria um meio de maior concentração. A água, então, passa dos vegetais (meio hipotônico) para o meio externo, que tem maior concentração (hipertôni- co). Com a perda de água dos vegetais, sua salada mur- cha rapidamente. Observe a ilustração. A B H2O Solução hipotônica Solução hipertônica Água pura Membrana semipermeável Meio B (mais concentrado) Meio A (menos concentrado) Solução de água com mais açúcar (as moléculas de açúcar são representadas por pontos). A água passará do meio A para o meio B até as duas concentra- ções se igualarem. Como vimos, a tendência é igualarem-se as con- centrações das substâncias que se comunicam. No entanto, existe uma força que impede a ocorrência da osmose, chama-se pressão osmótica. No exemplo, o valor da pressão que deve ser aplicada à solução (B) para impedir a passagem da água pura (A) para a solu- ção (B) é o valor da pressão osmótica da solução (B). Isso ocorre porque as concentrações se igualaram, impedindo que a passagem de água continuasse nos meios isotônicos entre si. Água pura Pistão Membrana semipermeável A B Solução de água com menos açúcar (as moléculas de açúcar são representa- das por pontos). Membrana parcialmente permeável (semelhante à membra- na plasmática) que realiza um processo seletivo. FC_Ciências_BNCC_6A_05.indd 48 23/10/2019 12:20:45 Por que o sal faz subir a pressão arterial? Porque ele aumenta o volume de san- gue dentro das veias e artérias. Isso acon- tece devido a uma característica quími- ca do cloreto de sódio (o sal de cozinha): ele atrai as moléculas de água para si. Quando uma pessoa ingere muito sal, essa substância se acumula no sangue e no fluido extracelular — ou seja, fora das células do corpo. O sódio aumenta a afi- nidade desses fluidos com a água, e o or- ganismo, por sua vez, tem que preservar a proporção habitual entre ela e o sal nes- se espaço extracelular: é o que os cien- tistas chamam de equilíbrio osmótico. “Para manter o equilíbrio, o corpo acaba retendo mais água e essa absorção faz au- mentar a quantidade de sangue circulan- do nos vasos. Isso eleva a pressão arterial da pessoa”, diz a fisiologista Nanci Amaral Rebouças, da USP. Para poder suprir o cor- po de água, existem duas formas. A primeira, óbvio, é bebê-la — para que seja rapidamente absorvida. Caso isso não ocorra, a segunda entra em ação naturalmen- te: hormônios antidiuréticos (que impedem a produção de urina) são liberados pelo cére- bro, fazendo os rins reterem mais água. “Por isso a pessoa sente mais sede quando ingere alimentos muito salgados”, afirma Nanci. Disponível em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/por- que-o-sal-faz-subir-a-pressao-arterial/. Acesso em: 04/10/2019. Leitura complementar Anotações ME_FC_Ciências_6A_02.indd 48 05/03/2020 10:51:02 49Ciências – 6º ano Ciências – 6o ano 49 3| De acordo com seu conhecimento a respeito do mo- delo do mosaico fluido, marque a alternativa em que es- tão indicados corretamente os nomes das moléculas abaixo: a. 1 - Fosfolipídios e 2 - Glicocálix. b. 1 - Proteínas e 2 - Fosfolipídios. c. X 1 - Fosfolipídios e 2 - Proteínas. d. 1 - Proteínas e 2 - Glicocálix. A osmose é um conceito muito comum no nosso dia a dia. Usamos o soro para a reidratação oral em indiví- duos com diarreia: ele é administrado com a concentra- ção exata para que o organismo não desidrate, sendo, portanto, isotônico em relação ao nosso sangue. Nesse caso, ele exerce a pressão osmótica adequada para que nosso organismo não perca água. Osmose. Porque possibilita à célula manter a composição intra- celular diversa do meio ambiente. Exercite sua memória 1| A membrana plasmática das células exerce uma im- portante função: selecionar o que entra e sai da célula. Em virtude dessa capacidade, dizemos que a membra- na é semipermeável ou que apresenta permeabilida- de seletiva. Algumas substâncias, entretanto, entram de forma espontânea na célula por transporte passivo. Um exemplo é a água na célula animal, que pode entrar sem controle e causar a sua ruptura. Como é conheci- do o processo no qual a água se difunde para o interior da célula? 2| Todas as células possuem uma membrana plasmáti- ca, ou plasmalema, que separa o conteúdo protoplas- mático, ou meio intracelular, do meio ambiente. Por que é tão importante manter a integridade dessa estrutura? Va nD en Bl in d/ Sh ut te rs to ck .c om 1 2 A membrana plasmática da célula intacta deve ser for- mada por duas camadas de lipídios (uma bicamada). 4| (UFPR) O atual modelo de estrutura da membrana plasmática celular é conhecido por modelo do mosai- co fluido, proposto em 1972 pelos pesquisadores Singer e Nicolson. Como todo conhecimento em Ciência, esse modelo foi proposto a partir de conhecimentos prévios. Um importante marco nessa construção foi o experi- mento descrito a seguir: Hemácias humanas, que só possuem membrana plasmática (não há membranas internas), foram lisadas (rompidas) em solução de detergente, e os lipídios fo- ram cuidadosamente dispersos na superfície da água. Foi, então, medida a área ocupada por esses lipídios na superfície da água e ficou constatado que ela correspon- dia ao dobro do valor da superfície das hemácias. Que conclusão foi possível depreender desse ex- perimento, com relação à estrutura das membranas celulares? FC_Ciências_BNCC_6A_05.indd 49 23/10/2019 12:20:46 Ciências – 6o ano 48 É possível explicar a difusão no nosso organismo usando como exemplo a troca gasosa que acontece nas células. Essa troca ocorre quando o gás oxigênio, em maior quantidade na corrente sanguínea, penetra na célula, que o consumirá para obter energia; proces- so conhecido por respiração celular. Depois disso, o gás carbônico produzido nesse processo, e em alta con- centração na célula, passa para a corrente sanguínea e é transportado até os pulmões pela inspiração, para ser eliminado no processo respiratório da expiração. Sangue venoso Capilares CO 2 O 2 Sangue arterial Alvéolo Hemácia Existe também a difusão facilitada. Esse processo é parecido com a difusão propriamente dita. Algumas subs- tâncias são transportadas do meio mais concentrado para o meio menos concentrado graças à participação de subs-tâncias especiais denominadas permeases. A difusão facilitada é igualmente um processo passi- vo. Ela sucede quando, por exemplo, a glicose (principal alimento celular) vai entrar na célula, pois há a necessida- de de uma permease chamada insulina para isso ocorrer. Osmose Já na osmose, é a água que passa do meio de me- nor concentração de soluto (meio hipotônico) para o de maior concentração de soluto (meio hipertônico). Você já observou o que acontece quando temperamos uma salada com sal, e não a comemos imediatamente? Os vegetais vão murchando. Isso ocorre porque o sal so- bre os vegetais cria um meio de maior concentração. A água, então, passa dos vegetais (meio hipotônico) para o meio externo, que tem maior concentração (hipertôni- co). Com a perda de água dos vegetais, sua salada mur- cha rapidamente. Observe a ilustração. A B H2O Solução hipotônica Solução hipertônica Água pura Membrana semipermeável Meio B (mais concentrado) Meio A (menos concentrado) Solução de água com mais açúcar (as moléculas de açúcar são representadas por pontos). A água passará do meio A para o meio B até as duas concentra- ções se igualarem. Como vimos, a tendência é igualarem-se as con- centrações das substâncias que se comunicam. No entanto, existe uma força que impede a ocorrência da osmose, chama-se pressão osmótica. No exemplo, o valor da pressão que deve ser aplicada à solução (B) para impedir a passagem da água pura (A) para a solu- ção (B) é o valor da pressão osmótica da solução (B). Isso ocorre porque as concentrações se igualaram, impedindo que a passagem de água continuasse nos meios isotônicos entre si. Água pura Pistão Membrana semipermeável A B Solução de água com menos açúcar (as moléculas de açúcar são representa- das por pontos). Membrana parcialmente permeável (semelhante à membra- na plasmática) que realiza um processo seletivo. FC_Ciências_BNCC_6A_05.indd 48 23/10/2019 12:20:45 Osmose no ovo Obs.: Não é preciso quebrar a casca do ovo para a saída de fluidos. Material: • 1 ovo inteiro (cozido) e sem casca. • Solução saturada de açúcar. • Recipiente. Preparo da solução supersaturada de açúcar: 1 – Adicione 250 g de açúcar a cerca de 250 ml de água quente, continue aquecendo e mexendo até que a dissolução seja com- pleta. A solução ficará amarelada e viscosa. Procedimento: 1 – Coloque o ovo no recipiente e adicione cerca de 250 ml da solução fria supersatu- rada de açúcar. 2 – Deixe o sistema em repouso por pelo me- nos mais um dia. 3 – Após esse período, retire cuidadosamente o ovo da solução de açúcar, lave-o e compare seu tamanho com o de um ovo normal. Conclusão: A membrana que envolve o ovo é semiper- meável, pois permite a passagem da água de uma solução mais diluída (meio hipotô- nico) para uma mais concentrada (meio hi- pertônico): esse processo de transferência da água por meio da membrana semiper- meável é conhecido como osmose. Disponível em: https://educador.brasilescola.uol.com.br/es- trategias-ensino/osmose-no-ovo.htm. Acesso em: 14/10/2019. Adaptado. Sugestão de atividade Anotações ME_FC_Ciências_6A_02.indd 49 05/03/2020 10:51:02 50 Manual do Educador Ciências – 6o ano 51 Íon – Átomo (menor partícula de um elemento) ou grupo de átomos eletricamente carregados. Glossário 1 – Os íons de sódio (Na+) do citoplasma se unem ao com- plexo proteico da membrana. 2 – Ocorre transferência de fosfato energético para o com- plexo proteico. 3 – Os íons de sódio (Na+) são lançados no meio extracelular. 4 – Dois íons de potássio (K+) do meio extracelular se unem ao complexo proteico. 5 – O fosfato, já sem energia, libera-se do complexo proteico. 6 – Os íons de potássio (K+) são lançados no citoplasma. Na+ K+ P Inicia-se um novo ciclo. ATP ADP CITOPLASMA 1 2 3 4 5 6 Bomba de sódio e potássio Fagocitose Transporte de grandes moléculas Como vimos, a membrana plasmática é seletivamen- te permeável. No entanto, há algumas partículas que são maiores e, portanto, não conseguem atravessar di- retamente a membrana plasmática. Assim, para entrar na célula ou sair dela, é preciso que tal partícula seja en- volvida por uma vesícula. A endocitose, que é a entrada de substâncias, pode se realizar de duas maneiras: • Fagocitose: é a “ingestão” de partículas sólidas, como o englobamento de micro-organismos (bac- térias) pelos leucócitos (glóbulos brancos, células de defesa do organismo). Após o englobamento, o micro-organismo é destruído, pois, naquela vesícu- la, são lançadas enzimas que degradam a partícu- la englobada. Enzimas – Proteínas que atuam como catalisa- dores, ou seja, aumentam a velocidade de reações químicas necessárias à vida, contudo não sofrem al- terações em sua composição química. Glossário Partícula alimentar sólida Pseudópode Fagossomo • Pinocitose: ocorre quando a célula adquire, do meio extracelular, líquidos e algumas partículas, como proteínas, dissolvidas na água. Pinocitose Partícula alimentar líquida Canal de pinocitose Pinossomo FC_Ciências_BNCC_6A_05.indd 51 23/10/2019 12:20:47 Ciências – 6o ano 50 5| (Unics) Zeca é um biólogo e estava estudando 3 tubos de ensaio contendo hemácias, as quais foram analisa- das ao microscópio. No primeiro tubo (A), as células estavam murchas; no se- gundo (B), normais; e, no terceiro (C), inchadas. Pode-se afirmar que as hemácias foram colocadas em solução: a. hipotônica no tubo A. b. X isotônica no tubo B. c. hipertônica no tubo C. d. hipotônica no tubo B. e. isotônica no tubo A. A B C A solução salina recomendada é hipertônica em relação à célula vegetal. Assim, por osmose, a célula perde mui- ta água e fica plasmolisada, daí a crocância observada nas batatas fritas. 6| (Uepa – Adaptada) Leia o texto abaixo: Receita de batata frita Corte as batatas em fatias finas e mergulhe-as em uma mistura de água e sal, na proporção de uma colher de sopa de sal para cada litro de água. Retire pequenas porções de batata da solução salina e frite. Não precisa acrescentar sal. As batatas ficam crocantes e levemen- te salgadas. Explique por que as batatas ficaram crocantes. Desde a Antiguidade, os povos egípcios e mesopotâ- micos já se preocupavam em desenvolver técnicas para a conservação de alimentos. Uma das primei- ras técnicas desenvolvidas foi a salga, que surgiu da necessidade de preservar os peixes que seriam comercializados. Ainda hoje, países como Noruega, Islândia e Canadá utilizam essa técnica. Aqui no Bra- sil, a salga é bem comum na conservação de carnes. Sabendo disso, reflita e responda: por que a carne salgada demora mais tempo para estragar? Investigue Bomba de sódio (Na) e potássio (K) Esse tipo de transporte ocorre com gasto de ener- gia, por isso é chamado transporte ativo. É relaciona- do a dois importantes íons: o íon de sódio (Na+) e o íon de potássio (K+). Com a utilização de energia, o sódio (Na+) é colocado para fora da célula, e o íon de potássio (K+), para dentro da célula. Esse tipo de passagem ocor- re contra o gradiente de concentração, ou seja, os íons se deslocam de onde estão menos concentrados para os locais de maior concentração. Para que isso ocorra, é importante a presença das proteínas na membrana plasmática. Você se lembra do mosaico fluido? Então, as proteínas que se encontram dispersas nas camadas de lipídios capturam íons de sódio do meio intracelular e os transportam para o meio extracelular, nele capturan- do os íons de potássio e transportando-os para o meio intracelular. Esse processo é importante principalmente para al- guns tipos especiais de célula, como as células nervosas (neurônios), pois, graças à bomba de sódio e potássio, existe carga elétrica na membrana plasmática, o que permite a propagação de impulsos elétricos necessários ao funcionamento do sistema nervoso. Dependendo do tipo de carga, positiva ou negativa, os íons se classificam em cátions (aqueles que têm car- ga elétrica positiva)e ânions (aqueles que têm carga elétrica negativa). FC_Ciências_BNCC_6A_05.indd 50 23/10/2019 12:20:46 Leitura complementar Os benefícios do potássio para o atleta Uma das principais funções do potássio é a manutenção do potencial de membrana. Isso porque, em sua forma de íon, o potássio é o principal cátion intracelular, diferente do sódio, por exemplo, que é o principal íon extracelular. Existe um balanço entre potássio e o sódio, nos meios intra e extracelulares, que criam um gradiente eletroquímico conheci- do como potencial de membrana, ou seja, quando há um estímulo por neurotrans- missores, há uma saída de potássio da cé- lula e uma entrada de sódio (por curtos períodos), os quais proporcionam determi- nadas reações intracelulares que são im- portantes como a contração muscular, na função cardíaca, entre outras. Anotações ME_FC_Ciências_6A_02.indd 50 05/03/2020 10:51:03 51Ciências – 6º ano Ciências – 6o ano 51 Íon – Átomo (menor partícula de um elemento) ou grupo de átomos eletricamente carregados. Glossário 1 – Os íons de sódio (Na+) do citoplasma se unem ao com- plexo proteico da membrana. 2 – Ocorre transferência de fosfato energético para o com- plexo proteico. 3 – Os íons de sódio (Na+) são lançados no meio extracelular. 4 – Dois íons de potássio (K+) do meio extracelular se unem ao complexo proteico. 5 – O fosfato, já sem energia, libera-se do complexo proteico. 6 – Os íons de potássio (K+) são lançados no citoplasma. Na+ K+ P Inicia-se um novo ciclo. ATP ADP CITOPLASMA 1 2 3 4 5 6 Bomba de sódio e potássio Fagocitose Transporte de grandes moléculas Como vimos, a membrana plasmática é seletivamen- te permeável. No entanto, há algumas partículas que são maiores e, portanto, não conseguem atravessar di- retamente a membrana plasmática. Assim, para entrar na célula ou sair dela, é preciso que tal partícula seja en- volvida por uma vesícula. A endocitose, que é a entrada de substâncias, pode se realizar de duas maneiras: • Fagocitose: é a “ingestão” de partículas sólidas, como o englobamento de micro-organismos (bac- térias) pelos leucócitos (glóbulos brancos, células de defesa do organismo). Após o englobamento, o micro-organismo é destruído, pois, naquela vesícu- la, são lançadas enzimas que degradam a partícu- la englobada. Enzimas – Proteínas que atuam como catalisa- dores, ou seja, aumentam a velocidade de reações químicas necessárias à vida, contudo não sofrem al- terações em sua composição química. Glossário Partícula alimentar sólida Pseudópode Fagossomo • Pinocitose: ocorre quando a célula adquire, do meio extracelular, líquidos e algumas partículas, como proteínas, dissolvidas na água. Pinocitose Partícula alimentar líquida Canal de pinocitose Pinossomo FC_Ciências_BNCC_6A_05.indd 51 23/10/2019 12:20:47 Ciências – 6o ano 50 5| (Unics) Zeca é um biólogo e estava estudando 3 tubos de ensaio contendo hemácias, as quais foram analisa- das ao microscópio. No primeiro tubo (A), as células estavam murchas; no se- gundo (B), normais; e, no terceiro (C), inchadas. Pode-se afirmar que as hemácias foram colocadas em solução: a. hipotônica no tubo A. b. X isotônica no tubo B. c. hipertônica no tubo C. d. hipotônica no tubo B. e. isotônica no tubo A. A B C A solução salina recomendada é hipertônica em relação à célula vegetal. Assim, por osmose, a célula perde mui- ta água e fica plasmolisada, daí a crocância observada nas batatas fritas. 6| (Uepa – Adaptada) Leia o texto abaixo: Receita de batata frita Corte as batatas em fatias finas e mergulhe-as em uma mistura de água e sal, na proporção de uma colher de sopa de sal para cada litro de água. Retire pequenas porções de batata da solução salina e frite. Não precisa acrescentar sal. As batatas ficam crocantes e levemen- te salgadas. Explique por que as batatas ficaram crocantes. Desde a Antiguidade, os povos egípcios e mesopotâ- micos já se preocupavam em desenvolver técnicas para a conservação de alimentos. Uma das primei- ras técnicas desenvolvidas foi a salga, que surgiu da necessidade de preservar os peixes que seriam comercializados. Ainda hoje, países como Noruega, Islândia e Canadá utilizam essa técnica. Aqui no Bra- sil, a salga é bem comum na conservação de carnes. Sabendo disso, reflita e responda: por que a carne salgada demora mais tempo para estragar? Investigue Bomba de sódio (Na) e potássio (K) Esse tipo de transporte ocorre com gasto de ener- gia, por isso é chamado transporte ativo. É relaciona- do a dois importantes íons: o íon de sódio (Na+) e o íon de potássio (K+). Com a utilização de energia, o sódio (Na+) é colocado para fora da célula, e o íon de potássio (K+), para dentro da célula. Esse tipo de passagem ocor- re contra o gradiente de concentração, ou seja, os íons se deslocam de onde estão menos concentrados para os locais de maior concentração. Para que isso ocorra, é importante a presença das proteínas na membrana plasmática. Você se lembra do mosaico fluido? Então, as proteínas que se encontram dispersas nas camadas de lipídios capturam íons de sódio do meio intracelular e os transportam para o meio extracelular, nele capturan- do os íons de potássio e transportando-os para o meio intracelular. Esse processo é importante principalmente para al- guns tipos especiais de célula, como as células nervosas (neurônios), pois, graças à bomba de sódio e potássio, existe carga elétrica na membrana plasmática, o que permite a propagação de impulsos elétricos necessários ao funcionamento do sistema nervoso. Dependendo do tipo de carga, positiva ou negativa, os íons se classificam em cátions (aqueles que têm car- ga elétrica positiva) e ânions (aqueles que têm carga elétrica negativa). FC_Ciências_BNCC_6A_05.indd 50 23/10/2019 12:20:46 Ele ainda é importantíssimo cofator para enzimas, como a potássio-ATPase e a Piruvato Quinase, que é importante no me- tabolismo de carboidratos e para a correta absorção e utilização desse macronutrien- te pelo nosso corpo. Atletas de alta performance, como mara- tonistas, ciclistas e triatletas, se beneficiam com esse nutriente em doses adequadas no organismo, pois é o potássio que auxilia no balanço hidroeletrolítico do corpo, auxilian- do a controlar a tonicidade de alguns líqui- dos, como o próprio sangue, regulação do nível de desidratação em provas de longas durações e temperaturas extremas. O potássio é absorvido no intestino del- gado, e hormônios como epinefrina, insuli- na e aldosterona são responsáveis por man- ter os níveis séricos desse mineral em torno de 16 a 22 mg/dL e também por aumentar sua captação para o músculo esquelético, fí- gado, ossos e glóbulos vermelhos. [...] O potássio no rendimento esportivo Depois das funções no organismo como fator de equilíbrio, o potássio é um mine- ral importante para melhorar no desempe- nho e até mesmo à recuperação muscular. Por meio de um bom controle hidroe- letrolítico, o corpo tende a reduzir a fadiga muscular e a controlar durante a atividade física inúmeras funções fisiológicas, como a manutenção da temperatura corporal e o nível de desidratação que podem compro- meter o desempenho do atleta. Ainda, o potássio é um dos nutrientes fundamentais para o balanço nitrogena- do positivo do corpo, favorecendo assim a preservação e maior síntese de massa muscular. Em termos de funções fisiológicas, a bomba de sódio e potássio está ligada di- retamente a processos de contração mus- cular e condução dos impulsos nervosos — fundamentais desde o início do treino até o final, permitindo que o atleta não perca o rendimento esportivo. Disponível em: http://www.nutrivanessalodi.com. br/os- beneficios-potassio-para-atletas/. Acesso em: 04/10/2019. Adaptado. Anotações ME_FC_Ciências_6A_02.indd 51 05/03/2020 10:51:04 52 Manual do Educador Ciências – 6o ano 53 4| (Moji)A membrana plasmática, apesar de invisível ao microscópio óptico, está presente: a. X em todas as células, seja ela procariótica ou eu- cariótica. b. apenas nas células animais. c. apenas nas células vegetais. d. apenas nas células dos eucariontes. e. apenas nas células dos procariontes. 3| Legumes são cozidos em água salgada e em água sem sal. Em qual dos casos eles ficarão mais macios? Por quê? a. X Na água sem sal, porque não haverá perda de água dos legumes por osmose. b. Na água com sal, porque não haverá perda de água dos legumes por osmose. c. Na água sem sal, porque haverá perda de água dos legumes por osmose. d. Na água com sal, porque haverá perda de água dos legumes por osmose. e. Em ambos os casos, os legumes terão a mesma textura. 6| A osmose é um fenômeno que ocorre quando duas soluções são separadas por uma membrana semiper- meável que permite o fluxo de solvente. O fluxo sempre ocorre do meio: a. X hipotônico para o hipertônico. b. hipertônico para o hipotônico. c. isotônico para o hipotônico. d. isotônico para o hipertônico. e. hipertônico para o hipertônico. 8| A parede celular das células vegetais é formada, prin- cipalmente, por um polissacarídeo constituído por mo- nômeros de glicose ligados entre si. Analise as alterna- tivas a seguir e marque o nome desse componente da parede celular. a. Pectina. b. X Celulose. c. Lignina. 5| Uma hemácia foi colocada em um local rico em água, do qual não se conhece a concentração de solutos. Após algum tempo, a célula aumentou de tamanho em virtude da passagem da água por meio da osmose. Nesse caso, podemos concluir que a hemácia foi colocada em meio: a. hipertônico. b. isotônico. 7| (UFPel – Adaptada) Atenção na cozinha: não é acon- selhável temperar, com sal e vinagre, uma salada de verduras ou um pedaço de carne muito tempo antes de consumir. Provavelmente, as folhas da verdura ficarão murchas, e a carne vai começar a liberar muito líquido. Baseado no texto e em seus conhecimentos, é correto afirmar que, em ambos os casos, ocorrerá: a. a difusão do solvente do meio hipotônico para o hipertônico. b. a lise celular, e, por isso, as células liberarão água, pois foram colocadas em meio isotônico. c. a exocitose da água, por meio de vesículas for- madas na pinocitose. d. X um processo de osmose, em que as células per- derão água por serem submetidas a um meio hiper- tônico. e. um processo de transporte ativo, em que a água será secretada para facilitar a entrada do sal nas células. 9| (PUC–RS) No início da década de 1970, dois cientistas (Singer e Nicholson) esclareceram definitivamente como é a estrutura das membranas celulares, propondo o mode- lo denominado mosaico fluido. Neste conceito, todas as membranas presentes nas células animais e vegetais são constituídas basicamente pelos seguintes componentes: a. ácidos nucleicos e proteínas. b. ácidos nucleicos e enzimas. c. lipídios e enzimas. d. enzimas e glicídios. e. X lipídios e proteínas. d. Hemicelulose. e. Glicogênio. c. X hipotônico. d. metatônico. FC_Ciências_BNCC_6A_05.indd 53 23/10/2019 12:20:47 Ciências – 6o ano 52 Meio extracelular Vesícula expolítica Citoplasma Exocitose Na exocitose, ou clasmocitose, o que ocorre é o inverso dos casos anteriores. Forma-se uma vesícula dentro da cé- lula, que levará partículas residuais para o meio extracelu- lar. Essa vesícula vai se deslocando até se fundir à membra- na plasmática e lançar seu conteúdo no meio extracelular. Laboratório de ciências Osmômetro de batata Objetivo: Construir um osmômetro caseiro e realizar avalia- ções quantitativas sobre osmose. Materiais: ■ Duas batatas inglesas cruas. ■ 1 faca sem ponta ou de plástico. ■ 1 colher (café). ■ Sal. ■ Açúcar. ■ 5 pratos descartáveis. ■ Guardanapos de papel ou papel toalha. ■ Caneta marcador permanente ou fita-crepe. Procedimento: 1. Corte as batatas ao meio, dispensando uma das me- tades. 2. Faça um buraco, utilizando a colher, no centro dos três pedaços restantes das batatas. 3. Seque bem os pedaços com papel toalha ou guarda- napo. 4. Marque três pratos, escrevendo diretamente com ca- neta marcador permanente ou em fita-crepe: “açú- car”, “sal” e “controle”. Os pratos devem estar limpos e secos antes de começar a experiência. 5. Coloque uma metade da batata em cada um dos pra- tos descartáveis, com o buraco voltado para cima. 6. Adicione uma medida de açúcar no buraco da bata- ta colocada no prato marcado com a palavra “açú- car” e uma medida de sal na batata do prato mar- cado com “sal”. Na batata do prato “controle”, não coloque nada. É importante que você distribua, den- tro do buraco, a mesma quantidade de açúcar e sal. 7. Nos outros dois pratos sem batata, coloque uma me- dida de açúcar e uma medida de sal. 8. Aguarde alguns minutos observando para ver o que vai acontecer. 9. Reúna os resultados obtidos em um pequeno texto em seu caderno. Não se esqueça de relacionar esses dados ao conteúdo estudado e justificar os fatos ob- servados. 1| Uma salada de alface e tomate foi temperada com uma solução de vinagre e sal e, posteriormente, adicionou-se azeite a ela. Após determinado tempo, as folhas de alface murcharam. Qual é o nome do fenômeno ocorrido? a. Exocitose. b. Difusão. c. Difusão facilitada. d. X Osmose. Ciência prática 2| Algumas partículas não são capazes de atravessar a membrana plasmática da célula e precisam ser incorpo- radas de outras maneiras. As partículas dissolvidas em água, tais como os polissacarídeos, são incorporadas à célula por: a. fagocitose. b. osmose. c. X pinocitose. d. exocitose. FC_Ciências_BNCC_6A_05.indd 52 23/10/2019 12:20:47 Sugestão de leitura Biologia celular e molecular Autores: José Carneiro e Luiz Carlos Uchôa Junqueira O clássico Biologia celular e molecular che- ga à nona edição totalmente renovado, to- dos os capítulos foram minuciosamente revisados e atualizados com base nas mais recentes pesquisas; novas micrografias ele- trônicas foram adicionadas, e todos os de- senhos foram refeitos e aperfeiçoados. Nessa edição, você encontrará mais de- talhes sobre a origem e o crescimento da parede das células vegetais; novas infor- mações sobre a penetração de macromo- léculas proteicas nos plastos; textos atua- lizados sobre as moléculas que participam da fotossíntese; proteínas recentemente descobertas que participam do retículo en- doplasmático; novos tópicos sobre as pro- teínas das membranas dos lisossomos; es- pecificação das proteínas do envoltório nuclear; envelopatias (distúrbios decorren- tes de mutações nas proteínas do envelope nuclear); descrição dos compartimentos ou domínios nucleares; mais informações sobre células-tronco; mais conteúdo sobre os fatores que controlam o ciclo celular. Sugestão de atividade Demonstrar a osmose em célula vegetal (alface) Material: • Alface fresca. • Água. • 1 prato ou vasilha. • 1 colher. • Sal de cozinha. Procedimento: 1- Colocar uma folha de alface em um recipiente. 2- Adicionar sal de cozinha sobre a folha. 3- Aguardar até que a folha perca sua resis- tência e fique flácida. A folha apresenta aspecto murcho devido ao sal adicionado à sua superfície. O inte- rior das células da alface tem menor con- centração de solutos (meio hipotônico) em relação ao sal colocado sobre a folha. A combinação do sal com a umidade do ar proporciona que esse meio seja hiper- tônico em relação ao interior das células de alface, fazendo com que a água se di- funda para fora da folha, proporcionando o aspecto murcho que pode também ser visualizado após algum tempo que a sala- da foi temperada. Disponível em: http://www.biologia.seed.pr.gov.br/ arquivos/ File/praticas/osmose_alface.pdf. Acesso em: 21/02/2019. ME_FC_Ciências_6A_02.indd 52 05/03/2020 10:51:04 53Ciências – 6º ano Ciências – 6o ano 53 4| (Moji) A membranaplasmática, apesar de invisível ao microscópio óptico, está presente: a. X em todas as células, seja ela procariótica ou eu- cariótica. b. apenas nas células animais. c. apenas nas células vegetais. d. apenas nas células dos eucariontes. e. apenas nas células dos procariontes. 3| Legumes são cozidos em água salgada e em água sem sal. Em qual dos casos eles ficarão mais macios? Por quê? a. X Na água sem sal, porque não haverá perda de água dos legumes por osmose. b. Na água com sal, porque não haverá perda de água dos legumes por osmose. c. Na água sem sal, porque haverá perda de água dos legumes por osmose. d. Na água com sal, porque haverá perda de água dos legumes por osmose. e. Em ambos os casos, os legumes terão a mesma textura. 6| A osmose é um fenômeno que ocorre quando duas soluções são separadas por uma membrana semiper- meável que permite o fluxo de solvente. O fluxo sempre ocorre do meio: a. X hipotônico para o hipertônico. b. hipertônico para o hipotônico. c. isotônico para o hipotônico. d. isotônico para o hipertônico. e. hipertônico para o hipertônico. 8| A parede celular das células vegetais é formada, prin- cipalmente, por um polissacarídeo constituído por mo- nômeros de glicose ligados entre si. Analise as alterna- tivas a seguir e marque o nome desse componente da parede celular. a. Pectina. b. X Celulose. c. Lignina. 5| Uma hemácia foi colocada em um local rico em água, do qual não se conhece a concentração de solutos. Após algum tempo, a célula aumentou de tamanho em virtude da passagem da água por meio da osmose. Nesse caso, podemos concluir que a hemácia foi colocada em meio: a. hipertônico. b. isotônico. 7| (UFPel – Adaptada) Atenção na cozinha: não é acon- selhável temperar, com sal e vinagre, uma salada de verduras ou um pedaço de carne muito tempo antes de consumir. Provavelmente, as folhas da verdura ficarão murchas, e a carne vai começar a liberar muito líquido. Baseado no texto e em seus conhecimentos, é correto afirmar que, em ambos os casos, ocorrerá: a. a difusão do solvente do meio hipotônico para o hipertônico. b. a lise celular, e, por isso, as células liberarão água, pois foram colocadas em meio isotônico. c. a exocitose da água, por meio de vesículas for- madas na pinocitose. d. X um processo de osmose, em que as células per- derão água por serem submetidas a um meio hiper- tônico. e. um processo de transporte ativo, em que a água será secretada para facilitar a entrada do sal nas células. 9| (PUC–RS) No início da década de 1970, dois cientistas (Singer e Nicholson) esclareceram definitivamente como é a estrutura das membranas celulares, propondo o mode- lo denominado mosaico fluido. Neste conceito, todas as membranas presentes nas células animais e vegetais são constituídas basicamente pelos seguintes componentes: a. ácidos nucleicos e proteínas. b. ácidos nucleicos e enzimas. c. lipídios e enzimas. d. enzimas e glicídios. e. X lipídios e proteínas. d. Hemicelulose. e. Glicogênio. c. X hipotônico. d. metatônico. FC_Ciências_BNCC_6A_05.indd 53 23/10/2019 12:20:47 Ciências – 6o ano 52 Meio extracelular Vesícula expolítica Citoplasma Exocitose Na exocitose, ou clasmocitose, o que ocorre é o inverso dos casos anteriores. Forma-se uma vesícula dentro da cé- lula, que levará partículas residuais para o meio extracelu- lar. Essa vesícula vai se deslocando até se fundir à membra- na plasmática e lançar seu conteúdo no meio extracelular. Laboratório de ciências Osmômetro de batata Objetivo: Construir um osmômetro caseiro e realizar avalia- ções quantitativas sobre osmose. Materiais: ■ Duas batatas inglesas cruas. ■ 1 faca sem ponta ou de plástico. ■ 1 colher (café). ■ Sal. ■ Açúcar. ■ 5 pratos descartáveis. ■ Guardanapos de papel ou papel toalha. ■ Caneta marcador permanente ou fita-crepe. Procedimento: 1. Corte as batatas ao meio, dispensando uma das me- tades. 2. Faça um buraco, utilizando a colher, no centro dos três pedaços restantes das batatas. 3. Seque bem os pedaços com papel toalha ou guarda- napo. 4. Marque três pratos, escrevendo diretamente com ca- neta marcador permanente ou em fita-crepe: “açú- car”, “sal” e “controle”. Os pratos devem estar limpos e secos antes de começar a experiência. 5. Coloque uma metade da batata em cada um dos pra- tos descartáveis, com o buraco voltado para cima. 6. Adicione uma medida de açúcar no buraco da bata- ta colocada no prato marcado com a palavra “açú- car” e uma medida de sal na batata do prato mar- cado com “sal”. Na batata do prato “controle”, não coloque nada. É importante que você distribua, den- tro do buraco, a mesma quantidade de açúcar e sal. 7. Nos outros dois pratos sem batata, coloque uma me- dida de açúcar e uma medida de sal. 8. Aguarde alguns minutos observando para ver o que vai acontecer. 9. Reúna os resultados obtidos em um pequeno texto em seu caderno. Não se esqueça de relacionar esses dados ao conteúdo estudado e justificar os fatos ob- servados. 1| Uma salada de alface e tomate foi temperada com uma solução de vinagre e sal e, posteriormente, adicionou-se azeite a ela. Após determinado tempo, as folhas de alface murcharam. Qual é o nome do fenômeno ocorrido? a. Exocitose. b. Difusão. c. Difusão facilitada. d. X Osmose. Ciência prática 2| Algumas partículas não são capazes de atravessar a membrana plasmática da célula e precisam ser incorpo- radas de outras maneiras. As partículas dissolvidas em água, tais como os polissacarídeos, são incorporadas à célula por: a. fagocitose. b. osmose. c. X pinocitose. d. exocitose. FC_Ciências_BNCC_6A_05.indd 52 23/10/2019 12:20:47 ME_FC_Ciências_6A_02.indd 53 05/03/2020 10:51:04 54 Manual do Educador Ciências – 6o ano 55 Já os microtúbulos são estruturas mais espessas e longas do que os microfilamentos e atuam na formação de estruturas chamadas centríolos, cílios e flagelos. Os centríolos são estruturas importantes para a divisão das células, que estudaremos mais detalhadamente adian- te. Já os cílios e flagelos são estruturas de locomoção de muitas células: os cílios são estruturas mais curtas e numerosas, que realizam um movimento pendular, uma espécie de “batimento”. Já os flagelos são mais compri- dos, ocorrem em menor quantidade e seu movimento é ondulatório. O espermatozoide (gameta masculino) consegue “nadar” graças ao flagelo, e o paramécio (pro- tozoário) move-se por meio de cílios. Gameta – Célula masculina ou feminina reprodu- tora dos seres vivos. Glossário do om u/ Sh ut te rs to ck .c om Imagem em 3D da estrutura de um espermatozoide. Sa ku rr a/ Sh ut te rs to ck .c om Estrutura de um paramécio. Exercite sua memória 1| (U. Alfenas) O esquema representa um corte de uma célula, observado no microscópio eletrônico. As estruturas numeradas, indicadas pelas setas, e suas principais funções são, respectivamente: a. 1 - seleciona quem entra e quem sai da célula; 2 - controla as atividades celulares; 3 - armazena as or- ganelas. b. X 1 - controla as atividades celulares; 2 - seleciona quem entra e quem sai da célula; 3 - armazena as or- ganelas. c. 1 - faz a digestão para a célula; 2 - respiração ce- lular; 3 - armazena as organelas. d. 1 - armazenamento de proteínas; 2 - respiração celular; 3 - produz proteínas. e. 1 - controla as atividades da célula; 2 - respira- ção celular; 3 - seleciona quem entra e quem sai da célula. 1 3 2 Ola Ko/Shutterstock.com Organoides citoplasmáticos Retículo endoplasmático Corresponde a um sistema de tubos e bolsas acha- tadas interligados, formando uma rede de canais com função principal de distribuição de substâncias no inte- rior da célula. O retículo endoplasmático pode ocorrer de duas formas: FC_Ciências_BNCC_6A_06.indd 55 23/10/2019 12:23:17 Ciências – 6o ano 54 6 Capítulo Célula: unidade fundamental da vida – Parte II As células, assim como nossoorganismo, realizam uma série de funções: respirar, digerir, sustentar-se, loco- mover-se, eliminar resíduos, reproduzir-se, etc. Neste ca- pítulo, entenderemos como uma estrutura tão pequena pode ser tão complexa. Para isso, assim como o nosso or- ganismo, as células também possuem seus “órgãos”, cha- mados organoides. Esses minúsculos órgãos trabalham de forma coordenada para que as células realizem suas atividades vitais. No capítulo anterior, estudamos a membrana plas- mática, assimilando os processos que conectam as cé- lulas ao meio extracelular. Agora, vamos compreender o que acontece no interior das células, como esses or- ganoides trabalham de forma coordenada, como se fos- se uma grande orquestra. Para isso, estudaremos, neste capítulo, o citoplasma, a maior região da célula, e o nú- cleo, uma espécie de centro de controle. Citoplasma O citoplasma é a porção mais volumosa da célula. Ele se localiza entre a membrana plasmática e o núcleo e é composto de hialoplasma e organoides. Nos seres proca- riontes, como não há um núcleo delimitado, o citoplasma é todo o conteúdo no interior da membrana plasmática. O hialoplasma, também conhecido por citosol, é um lí- quido viscoso (semelhante a um gel) formado por íons e moléculas orgânicas dissolvidos em água. Entre as molé- culas orgânicas, estão as fibras de proteínas que dão for- ma à célula e também contribuem para o movimento e o transporte de substâncias em seu interior. Esse conjunto de fibras é chamado citoesqueleto e funciona exatamen- te como nosso esqueleto: dá sustentação e forma às célu- las. Já os organoides funcionam como se fossem peque- nos órgãos da célula, cada um com sua função específica, voltados ao bom funcionamento celular, garantindo seu metabolismo. La G or da /S hu tt er st oc k. co m Vesícula Microvilosidades Nucléolo Núcleo Retículo endoplasmático liso Complexo golgiense Membrana plasmática Citoplasma Microtúbulo Mitocôndria Centríolos Vista em corte transversal de uma célula animal. Exemplos dessas fibras proteicas são os microfila- mentos e os microtúbulos. Os primeiros são compos- tos de fios torcidos que dão sustentação, por exemplo, à membrana e formam as dobras que aumentam a super- fície de contato de algumas células com substâncias di- versas. Essas dobras são conhecidas como microvilosi- dades e estão presentes principalmente em células do intestino para aumentar a sua capacidade de absorção de nutrientes. Você já se perguntou por que as células têm forma se o seu interior é preenchido por um mate- rial viscoso? É justamente por causa dessas fibras pro- teicas que elas adquirem forma ou mesmo mudam de forma quando necessário — algumas dessas fibras são capazes de se contrair ou expandir. FC_Ciências_BNCC_6A_06.indd 54 23/10/2019 12:23:17 Objetivos didáticos • Citoplasma. • Núcleo. Objetivos pedagógicos • Conhecer e identificar os organoides ci- toplasmáticos. • Descrever a estrutura do núcleo das células. Animação célula 3D https://www.youtube.com/watch?v=gy GWN_Vk2ps Sugestão de vídeo Criação de um modelo de célula animal Material: • Bolas de isopor ocas para representar a membrana plasmática. Com cada bola, poderão ser feitas duas células. • Bola de isopor maciça para representar o núcleo. Lembre-se de comprá-la em um tamanho bem inferior à oca. Você poderá substituir essa bola por qualquer outra es- fera maciça. • Tinta para pintar as bolas de isopor. Sugestão de atividade BNCC Habilidades trabalhadas no capítulo (EF06CI05) Explicar a organização básica das células e seu papel como unidade es- trutural e funcional dos seres vivos. • Gel para cabelo para representar o citoplasma. • Massinha de modelar para confeccionar as organelas. Procedimento: 1 - Para iniciar a criação da célula, é necessário levar uma figura esquemática para que os alunos saibam como são as organelas celulares. 2 - Primeiramente, peça para que os alunos pintem o isopor que representará a membrana plasmática e o núcleo. É importante evitar pintar o interior do isopor oco, pois pode dificultar a observação das organelas caso a cor escolhida seja mui- to forte. 3 - Enquanto o material seca, peça para que eles observem atentamente a figura e ME_FC_Ciências_6A_02.indd 54 05/03/2020 10:51:05 55Ciências – 6º ano Ciências – 6o ano 55 Já os microtúbulos são estruturas mais espessas e longas do que os microfilamentos e atuam na formação de estruturas chamadas centríolos, cílios e flagelos. Os centríolos são estruturas importantes para a divisão das células, que estudaremos mais detalhadamente adian- te. Já os cílios e flagelos são estruturas de locomoção de muitas células: os cílios são estruturas mais curtas e numerosas, que realizam um movimento pendular, uma espécie de “batimento”. Já os flagelos são mais compri- dos, ocorrem em menor quantidade e seu movimento é ondulatório. O espermatozoide (gameta masculino) consegue “nadar” graças ao flagelo, e o paramécio (pro- tozoário) move-se por meio de cílios. Gameta – Célula masculina ou feminina reprodu- tora dos seres vivos. Glossário do om u/ Sh ut te rs to ck .c om Imagem em 3D da estrutura de um espermatozoide. Sa ku rr a/ Sh ut te rs to ck .c om Estrutura de um paramécio. Exercite sua memória 1| (U. Alfenas) O esquema representa um corte de uma célula, observado no microscópio eletrônico. As estruturas numeradas, indicadas pelas setas, e suas principais funções são, respectivamente: a. 1 - seleciona quem entra e quem sai da célula; 2 - controla as atividades celulares; 3 - armazena as or- ganelas. b. X 1 - controla as atividades celulares; 2 - seleciona quem entra e quem sai da célula; 3 - armazena as or- ganelas. c. 1 - faz a digestão para a célula; 2 - respiração ce- lular; 3 - armazena as organelas. d. 1 - armazenamento de proteínas; 2 - respiração celular; 3 - produz proteínas. e. 1 - controla as atividades da célula; 2 - respira- ção celular; 3 - seleciona quem entra e quem sai da célula. 1 3 2 Ola Ko/Shutterstock.com Organoides citoplasmáticos Retículo endoplasmático Corresponde a um sistema de tubos e bolsas acha- tadas interligados, formando uma rede de canais com função principal de distribuição de substâncias no inte- rior da célula. O retículo endoplasmático pode ocorrer de duas formas: FC_Ciências_BNCC_6A_06.indd 55 23/10/2019 12:23:17 Ciências – 6o ano 54 6 Capítulo Célula: unidade fundamental da vida – Parte II As células, assim como nosso organismo, realizam uma série de funções: respirar, digerir, sustentar-se, loco- mover-se, eliminar resíduos, reproduzir-se, etc. Neste ca- pítulo, entenderemos como uma estrutura tão pequena pode ser tão complexa. Para isso, assim como o nosso or- ganismo, as células também possuem seus “órgãos”, cha- mados organoides. Esses minúsculos órgãos trabalham de forma coordenada para que as células realizem suas atividades vitais. No capítulo anterior, estudamos a membrana plas- mática, assimilando os processos que conectam as cé- lulas ao meio extracelular. Agora, vamos compreender o que acontece no interior das células, como esses or- ganoides trabalham de forma coordenada, como se fos- se uma grande orquestra. Para isso, estudaremos, neste capítulo, o citoplasma, a maior região da célula, e o nú- cleo, uma espécie de centro de controle. Citoplasma O citoplasma é a porção mais volumosa da célula. Ele se localiza entre a membrana plasmática e o núcleo e é composto de hialoplasma e organoides. Nos seres proca- riontes, como não há um núcleo delimitado, o citoplasma é todo o conteúdo no interior da membrana plasmática. O hialoplasma, também conhecido por citosol, é um lí- quido viscoso (semelhante a um gel) formado por íons e moléculas orgânicas dissolvidos em água. Entre as molé- culas orgânicas, estão as fibras de proteínas que dão for- ma à célula e também contribuem para o movimento e o transporte de substânciasem seu interior. Esse conjunto de fibras é chamado citoesqueleto e funciona exatamen- te como nosso esqueleto: dá sustentação e forma às célu- las. Já os organoides funcionam como se fossem peque- nos órgãos da célula, cada um com sua função específica, voltados ao bom funcionamento celular, garantindo seu metabolismo. La G or da /S hu tt er st oc k. co m Vesícula Microvilosidades Nucléolo Núcleo Retículo endoplasmático liso Complexo golgiense Membrana plasmática Citoplasma Microtúbulo Mitocôndria Centríolos Vista em corte transversal de uma célula animal. Exemplos dessas fibras proteicas são os microfila- mentos e os microtúbulos. Os primeiros são compos- tos de fios torcidos que dão sustentação, por exemplo, à membrana e formam as dobras que aumentam a super- fície de contato de algumas células com substâncias di- versas. Essas dobras são conhecidas como microvilosi- dades e estão presentes principalmente em células do intestino para aumentar a sua capacidade de absorção de nutrientes. Você já se perguntou por que as células têm forma se o seu interior é preenchido por um mate- rial viscoso? É justamente por causa dessas fibras pro- teicas que elas adquirem forma ou mesmo mudam de forma quando necessário — algumas dessas fibras são capazes de se contrair ou expandir. FC_Ciências_BNCC_6A_06.indd 54 23/10/2019 12:23:17 tentem reproduzir as organelas utilizan- do a massinha. Após a confecção das or- ganelas e a total secagem das bolas de isopor, inicie a montagem da célula. Co- loque gel no interior da bola oca de iso- por e, posteriormente, distribua as orga- nelas no gel. Disponível em: http://educador.brasilescola.uol.com.br/estrate- gias-ensino/criacao-um-modelo-celula-animal.htm. Acesso em: 04/10/2019. Adaptado. Anotações ME_FC_Ciências_6A_02.indd 55 05/03/2020 10:51:06 56 Manual do Educador Ciências – 6o ano 57 Te fi/ Sh ut te rs to ck .c om Vesícula transportadora de proteínas do retículo endoplasmático para o complexo golgiense Complexo golgiense Digestão intracelular Vesículas de secreção Membrana plasmática Secreção de proteínas O início da vida se dá no encontro entre a célula re- produtora masculina, o espermatozoide, e a feminina, o óvulo. Mas existe no espermatozoide uma estrutura fun- damental para o processo de fecundação: o acrossoma, pois, sem ele, não seria possível transpor a barreira da su- perfície do ovócito. O acrossoma é uma vesícula forma- da a partir do complexo golgiense, localizada na cabeça do espermatozoide e cheia de enzimas que digerem a su- perfície do ovócito, permitindo a união dessas duas célu- las e a formação de uma célula-ovo (zigoto). Assim, sem o acrossoma, a fecundação provavelmente não ocorreria. Ovócito – Célula que dá origem ao óvulo por meio de divisão celular. Glossário Lisossomo Os lisossomos são estruturas arredondadas repletas de enzimas com capacidade de realizar digestão intra- celular, na qual há degradação (quebra de moléculas) de matéria originada do meio exterior. Esse organoide é fundamental nos processos de fago- citose e pinocitose, em que ocorrem a captura e digestão de partículas sólidas e líquidas, respectivamente. No processo de fagocitose, a célula emite pseudópo- des, falsos pés, que capturam a substância, formando um espaço chamado fagossomo, que consiste em uma es- pécie de bolsa com a partícula ingerida no seu interior. O lisossomo, então, une-se ao fagossomo para formar o vacúolo digestório e realizar a digestão do material, lan- çando suas enzimas. Concluída a digestão, o que não for absorvido pela célula permanece dentro do vacúolo. Esse vacúolo, portanto, torna-se residual, porque contém os re- síduos da digestão realizada, e posteriormente será elimi- nado pelo processo da exocitose, ou clasmocitose. Na pinocitose, ao contrário da fagocitose, a partícu- la a ser absorvida é de consistência líquida, e a sua en- trada na célula se dá pelos canais que se formam em sua membrana plasmática. Assim que a partícula alimentar atravessa esse canal, as extremidades deste se fecham, com o alimento em seu interior, e então se forma uma bolsa chamada pinossomo. Fagocitose 1 2 Partícula sólida Expansão da membrana Partícula sólida englobada Lisossomos Deslocamento da bolsa com resíduos até a periferia da célula 1 2 3 4 5 6 Pinocitose Núcleo Lisossomos Partícula englobada Partícula sendo digerida Bolsa com resíduos Clasmocitose Partícula líquida Canal Partícula líquida englobada FC_Ciências_BNCC_6A_06.indd 57 23/10/2019 12:23:18 Ciências – 6o ano 56 • Retículo endoplasmático granuloso (rugoso, ou ergastoplasma): é assim denominado por possuir ri- bossomos, estruturas minúsculas que estudaremos adiante, aderidos à sua superfície. Por esse motivo, sua principal função é a produção de proteínas, que são secretadas para fora da célula e desempenham uma função específica. Assim, células cuja função é produzir enzimas são mais ricas nessa estrutura. Por exemplo, algumas células do pâncreas, por possuí- rem riqueza de ergastoplasma, produzem suas en- zimas digestivas (proteínas existentes no suco pan- creático), que farão a digestão de uma diversidade de alimentos que chegam à porção do intestino delgado denominada duodeno. Carioteca Cromatina Nucléolo Nucleoplasma Retículo endoplasmático rugoso Poro • Retículo endoplasmático não granuloso (agra- nular, ou liso): difere do ergastoplasma por não pos- suir ribossomos na sua superfície. O retículo endo- plasmático não granuloso é de grande importância para a célula. Entre outras atribuições, essa estrutu- ra é responsável por: • Sintetizar hormônios esteroides (sexuais), como o estrógeno, responsável pelas características sexuais femininas, e a testosterona, que determina as carac- terísticas sexuais masculinas. • Desintoxicar o organismo, modificando substân- cias tóxicas, como o álcool, para que elas possam ser eliminadas. As células do fígado são muito ricas em retículo endoplasmático liso. Retículo endoplasmático liso Ribossomos Retículo endoplasmático rugoso Envoltório nuclear Núcleo Você já percebeu que pessoas que ingerem bebidas alcoólicas regularmente criam uma espécie de resis- tência aos seus efeitos? A resposta para isso está justa- mente no retículo endoplasmático liso. Como vimos, as células são unidades minúsculas, porém altamente es- pecializadas, e as células do fígado são riquíssimas nes- sa estrutura. Com isso, o aumento do consumo do ál- cool, como também de outras drogas, leva a uma maior proliferação do retículo endoplasmático liso, e isso pro- voca uma “adaptação” do organismo quanto à adminis- tração dessas substâncias, uma vez que esse organoide desintoxica o corpo. Complexo golgiense Descrito em 1898 pelo cientista italiano Camillo Golgi, o complexo golgiense (ou dictiossomo) é um organoi- de formado por conjuntos de pequenos sacos achata- dos interligados, envolvidos no processo de secreção celular. Esse processo tem início com o armazenamento de substâncias como as proteínas (enzimas, por exemplo), que foram produzidas no retículo endoplasmático gra- nuloso. Depois, surgem pequenos “pacotes”, ou vesícu- las, que exportam essas substâncias produzidas para o meio extracelular. O complexo golgiense também é res- ponsável pela formação dos lisossomos. FC_Ciências_BNCC_6A_06.indd 56 23/10/2019 12:23:18 Sugestão de leitura A célula Autor: Hernandes F. Carvalho A leitura dos diferentes capítulos permitirá ao aluno a aquisição de conhecimentos ge- rais sobre biologia celular, o que favorece- rá o posterior aprofundamento na literatu- ra especializada ou em livros de conteúdo específico. Cabe aos professores a esco- lha da informação adequada a ser passa- da aos alunos, buscando o enfoque neces- sário às diferentes disciplinas ministradas e os avanços conceituais nessa área. Leitura complementar Lisossomo – qual seu papel celular? [...] Os lisossomos têm como função a
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