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CONTROLE EXTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Controle da Administração Pública Livro Eletrônico 2 de 94www.grancursosonline.com.br Controle da Administração Pública CONTROLE EXTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Marcelo Aragão Apresentação .....................................................................................................................................................................3 Apresentação do Professor .......................................................................................................................................3 Controle da Administração Pública ......................................................................................................................5 Princípios Norteadores do Controle .....................................................................................................................6 Tipos de Controle da Administração Pública ..................................................................................................7 Classificação Quanto ao Objeto ...............................................................................................................................7 Classificação Quanto ao Momento em que se Realiza ..............................................................................11 Classificação Quanto ao Modo do Controle Desencadear-se ..............................................................13 Classificação Quanto aos Órgãos Incumbidos do Controle ..................................................................13 Classificação Quanto ao Posicionamento do Órgão que Exerce o Controle ou Quanto ao Âmbito de Atuação ................................................................................................................................................34 Resumo ...............................................................................................................................................................................43 Questões Comentadas em Aula ............................................................................................................................48 Questões de Concurso ...............................................................................................................................................54 Gabarito ..............................................................................................................................................................................66 Gabarito Comentado ................................................................................................................................................... 67 Referências ....................................................................................................................................................................... 93 Sumário O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIRCEU CAVALCANTE NEVES - 77131550230, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 3 de 94www.grancursosonline.com.br Controle da Administração Pública CONTROLE EXTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Marcelo Aragão ApresentAção Olá, aluno(a)! É uma satisfação estar aqui com você, em mais uma oportunidade, em parceria com o Gran Cursos Online. Alerto que em nosso curso, você vai resolver muitas questões de provas anteriores, espe- cialmente nas duas primeiras aulas. Você precisa estar bem-preparado(a). Vamos fazer a diferença com esse conteúdo! No final desta aula, eu registro a bibliografia que utilizei para elaborar o nosso curso e que, a meu ver, também será adotada pela banca examinadora. Pensando na melhoria contínua de nossos cursos, gostaríamos do seu feedback em rela- ção à qualidade de nossas aulas. Nesse sentido, pedimos que proceda à avaliação das aulas em nossa plataforma de ensino. Feitas as apresentações necessárias, daremos início ao curso. ApresentAção do professor Inicialmente, peço licença para uma breve apresentação pessoal. Meu nome é Marcelo Chaves Aragão e sou formado em Administração pela Universidade Federal Fluminense, com especialização em Administração Pública na Fundação Getúlio Var- gas e em Auditoria Interna e Controle Governamental no Instituto Serzedello Corrêa. Possuo experiência de 10 anos de trabalho no setor privado, nas áreas de administração e finanças, e há aproximadamente 30 anos exerço cargos e funções públicas na área de controle e auditoria governamental. Em verdade, eu escolhi ser auditor e em minha experiência como auditor governamental participei da realização, da coordenação e da supervisão como gerente de inúmeros trabalhos de fiscalização, sempre procurando agregar valor à gestão pública. Meu primeiro concurso público foi em 1992 para o cargo de Analista de Finanças e Con- trole do Tesouro Nacional, no segundo concurso organizado para a carreira. Como disse, eu queria ser auditor e os meus conhecimentos de auditoria e de contabilidade fizeram com que obtivesse êxito logo no primeiro desafio. Assim, durante 14 anos fui Analista de Finanças e Controle do Sistema de Controle Inter- no do Poder Executivo Federal, tendo a oportunidade de exercer várias funções de direção na Secretaria Federal de Controle Interno e na Controladoria-Geral da União. Posso dizer que tive participação ativa na construção e na consolidação do Sistema de Controle Interno Federal. Em 2004, em virtude da necessidade de novos desafios e entendendo que a minha missão no Controle Interno estava cumprida, estabeleci a meta de me tornar auditor de controle ex- terno do TCU. Eu passei no concurso do Tribunal daquele ano, cheguei a concluir o curso de formação, mas não pude tomar posse em virtude de um problema familiar. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIRCEU CAVALCANTE NEVES - 77131550230, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 4 de 94www.grancursosonline.com.br Controle da Administração Pública CONTROLE EXTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Marcelo Aragão Após o curso de formação, retornei à Controladoria-Geral da União, mas sem esquecer o TCU. Em 2006, voltei a fazer o concurso para Auditor de Controle Externo e novamente obtive êxito e pude tomar posse sem problemas. Logo no primeiro ano de Tribunal, fui convidado para participar de um projeto importan- te de reestruturação da área técnica. Posteriormente, passei a ocupar funções gerenciais na casa, sendo as três últimas como Secretário de Controle Externo no Estado de Alagoas, Chefe de Assessoria da Ouvidoria do TCU e Secretário de Controle Externo da Saúde. Além do exercício da auditoria, sempre gostei de lecionar e de ajudar a formar novos audi- tores. Sou instrutor formado pela ESAF e pelo ISC/TCU e coordenei a disciplina de auditoria em cursos de formação e de progressão da carreira de finanças e controle na ESAF. Iniciei minha trajetória de professor de cursos preparatórios para concursos públicos em 2007, logo depois de ter entrado no TCU. Tenho lecionado as disciplinas de auditoria con- tábil, auditoria governamental, controle interno e controle externo na administração pública em várias instituições de ensino. Também ministro aulas em cursos profissionais e de pós- -graduação. Orgulho-me de ter sido professor de muitos colegas de trabalho, hoje auditores do TCU! Tenho dois livros de auditoria publicados pela Editora Método e lancei, recentemente, uma nova obra em conjunto com professores de outras disciplinas com o seguinte título: Questões Discursivas Comentadas – Tribunal de Contas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIRCEU CAVALCANTE NEVES - 77131550230, vedada, por quaisquermeios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 5 de 94www.grancursosonline.com.br Controle da Administração Pública CONTROLE EXTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Marcelo Aragão CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Inicialmente, cabe uma dica importante quanto ao estudo do controle na administra- ção pública. Analisando as questões, identifico dois livros que são muito utilizados, que são: • o livro Manual de Direito Administrativo de José dos Santos Carvalho Filho, da Edi- tora Lumen Juris; e • o livro Direito Administrativo Brasileiro de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, da Editoria Atlas. Logo, você verá que cito muito os dois autores em minhas aulas, inclusive quando comen- to as questões, para destacar certos detalhes (“pegadinhas”) da banca que correspondem a conceitos e ensinamentos bem específicos retirados dos livros desses dois mestres do direito administrativo. Então, vamos iniciar a aula! Conforme definição de alguns administrativistas, a administração pública é o conjunto de meios institucionais (órgãos e pessoas jurídicas), patrimoniais, financeiros e humanos (agen- tes públicos), organizados e necessários para executar as decisões políticas, isto é, para a consecução concreta dos objetivos de governo. O governo ‘pensa’ e a administração ‘age’. A administração pública, portanto, é o meio pelo qual o governo dá concretude aos interes- ses da coletividade, estando vinculada ao cumprimento da lei e ao atendimento do interesse público, objetivos maiores do Estado de Direito. Para a eficácia desse postulado, é necessário que o Estado estabeleça mecanismos para impor e verificar o seu cumprimento. Aí está o que se chama de controle da administração pú- blica, o controle que o sistema político-administrativo exerce sobre si mesmo. Maria Zanela Di Pietro define o controle da administração pública como o poder de fis- calização e correção que sobre ela exercem os órgãos dos poderes Judiciário, Legislativo e Executivo, com o objetivo de garantir a conformidade de sua atuação com os princípios que são impostos pelo ordenamento jurídico. Para Carvalho Filho, o controle da administração pública é o conjunto de mecanismos ju- rídicos e administrativos por meio dos quais se exerce o poder de fiscalização e de revisão administrativa em qualquer das esferas de Poder. A definição de Carvalho Filho é relevante, pois ressalta as várias formas jurídicas de contro- le, como é o caso do controle judicial dos atos da administração e as formas administrativas. A fiscalização e a revisão são os elementos básicos do controle. A fiscalização consiste no poder de verificação que se faz sobre a atividade dos órgãos e dos agentes administrativos, bem como em relação à finalidade pública que deve servir de objetivo para a administração. A revisão é o poder de corrigir as condutas administrativas, seja porque tenham ofendido normas O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIRCEU CAVALCANTE NEVES - 77131550230, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 6 de 94www.grancursosonline.com.br Controle da Administração Pública CONTROLE EXTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Marcelo Aragão legais, seja porque há necessidade de alterar alguma linha das políticas administrativas para que melhor seja atendido o interesse coletivo. O controle é bem abrangente e alcança toda a atividade administrativa, em todas as esfe- ras de Poder: Legislativo, Executivo e Judiciário. Todos os Poderes praticam atos administrativos e sobre esses atos será exercido o contro- le! Por exemplo, um magistrado, além de exercer, quando demandado, o controle judicial sobre atos administrativos, pratica também atos administrativos, que estarão sujeitos a controle. Em verdade, os atos administrativos praticados pelo magistrado estão sujeitos ao controle da própria Administração, denominado de controle interno ou administrativo, e ainda ao con- trole externo, realizado pelo próprio Poder Judiciário, pelo Tribunal de Contas da União e pelo Conselho Nacional de Justiça. Portanto, veremos, nesta aula, todas as espécies de controle sobre a Administração Públi- ca previstos em nosso ordenamento jurídico. Antes de prosseguirmos, veja a seguinte questão acerca da abrangência do controle da Administração Pública. 001. (CESPE/ANTT/ANALISTA/2013) A definição do termo controle admite emprego restrito aos sentidos de vigilância, verificação e inspeção. Como existem vários significados para o termo controle, sua definição não está restrita ao sentido de vigilância, verificação e inspeção, mas também de revisão e correção das condutas administrativas. Errado. princípios norteAdores do controle Os princípios da administração pública estabelecidos no art. 37 da Constituição Federal: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência são princípios basilares no Estado Democrático de Direito, servindo, assim, como parâmetros ou critérios à atividade de controle. O princípio da legalidade impõe à administração que somente faça o que a lei permitir. Em decorrência disso, a administração pública não pode, por simples ato administrativo, conceder direitos de qualquer espécie, criar obrigações ou impor vedações aos administrados sem a definição e autorização de lei. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIRCEU CAVALCANTE NEVES - 77131550230, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 7 de 94www.grancursosonline.com.br Controle da Administração Pública CONTROLE EXTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Marcelo Aragão O princípio da impessoalidade significa que a administração não pode atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, tendo em conta que é sempre o interesse pú- blico que tem que nortear o seu comportamento. O princípio da moralidade impõe à administração uma conduta que não ofenda a moral, os bons costumes, as regras de boa administração, os princípios de justiça e de equidade. O princípio da publicidade está presente em vários dispositivos constitucionais que exi- gem a ampla transparência e divulgação dos atos praticados pela administração pública, res- salvadas as hipóteses de sigilo previstas em lei. O princípio da eficiência exige da administração o melhor desempenho possível de suas atribuições, para alcançar os melhores resultados na prestação do serviço público e com o menor custo possível. tipos de controle dA AdministrAção públicA Existem diferentes formas de classificação dos controles que incidem sobre a administra- ção pública. Quanto ao objeto, por exemplo, podemos classificá-los em controle de legalidade, controle de mérito e controle de gestão. No que diz respeito ao momento em que se realiza, em prévio, concomitante e subsequente ou a posteriori. Quanto ao modo de desencadear-se, em controle de ofício e controle por provocação. Em relação aos órgãos incumbidos do controle, em ad- ministrativo, legislativo e judicial. Por fim, acerca do posicionamento do órgão controlador, em controle interno e controle externo. Veremos, a seguir, cada uma dessas classificações. clAssificAção QuAnto Ao objeto Podemos classificar o controle, conforme o aspecto da atividade administrativa a ser con- trolada, em controle de legalidade, de mérito ou de gestão. Controle de Legalidade (Ou de Conformidade) O controle de legalidade verifica a conformidade do ato administrativo ou dos demonstra- tivos contábeis, com as normas que o regem. O controle de legalidade é o controle mais realizado epode ser exercido pelo Legislativo, Judiciário e pela própria administração. Veja os seguintes exemplos: • o Legislativo, pelo seu Tribunal de Contas, aprecia a legalidade dos atos de admissão de pessoal, conforme art. 71, III, da CF; • o Judiciário examina a legalidade de atos administrativos em mandado de segurança (art. 5º, LXIX, da CF); O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIRCEU CAVALCANTE NEVES - 77131550230, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 8 de 94www.grancursosonline.com.br Controle da Administração Pública CONTROLE EXTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Marcelo Aragão • se uma autoridade no âmbito do Poder Executivo Federal, age em desconformidade com a lei, pode a autoridade superior ou o Ministro da Pasta controlar a legalidade da ação administrativa. Acrescento que o controle de legalidade é exercido de ofício no Executivo ou no âmbito dos demais Poderes sobre os seus próprios atos administrativos (controle interno). Contudo, para que seja realizado pelo Legislativo e pelo Judiciário condiciona-se, respectivamente, à previsão constitucional e à propositura da ação pertinente. Logo, o controle de legalidade dos atos da Administração pode ser interno (processado por órgãos da própria administração) ou externo (por órgãos de Poder diverso). Obs.: � A legalidade dos atos de gestão contábil, orçamentária, financeira, patrimonial e opera- cional cabe também ao Poder Legislativo e aos Tribunais de Contas, mas eles não têm competência para anular atos eivados de ilegalidade: somente de sustar ou determinar a anulação pelo gestor, como veremos mais adiante. Controle de Mérito O controle de mérito afere o atingimento dos objetivos, com base em parâmetros de conve- niência e oportunidade do ato praticado. Esse controle é privativo da administração. Não pode o Judiciário exercer esse controle que transcende à legalidade. O Legislativo, contudo, também exerce controle de mérito sobre os atos da administração pública, em que pese com limitações, como lembra Di Pietro. Isso porque o Legislativo e os Tribunais de Contas examinam, além da legalidade dos atos de gestão, aspectos como a legitimidade e a economicidade, que tangenciam os aspectos de conveniência e oportunidade na realização dos atos de administração. Um aspecto muito cobrado em prova é quanto ao desfazimento dos atos administrativos pela própria administração. É o chamado controle ou princípio da autotutela, inclusive consa- grado no enunciado da Súmula $&# do STF: JURISPRUDÊNCIA A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. DICA se for necessário rever o ato por ilegalidade, o instituto será a anulação. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIRCEU CAVALCANTE NEVES - 77131550230, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 9 de 94www.grancursosonline.com.br Controle da Administração Pública CONTROLE EXTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Marcelo Aragão se a administração necessitar rever o ato quanto ao mérito (conveniência e oportunidade), dar-se-á o instituto da revoga- ção. Veja as seguintes questões acerca desse assunto. 002. (FCC/TCE/SP/AUX DE FISC FINANC II/2015) O controle da Administração pública pode ser definido como o poder-dever de fiscalização e correção exercido pelos órgãos aos quais é conferido, com o objetivo de garantir a conformidade de atuação com os princípios impostos pelo ordenamento jurídico. Nesse contexto, o controle dos aspectos de conveniência e oportu- nidade subjacentes à prática de atos administrativos discricionários a) é próprio do poder de tutela a que se submetem as entidades integrantes da Administra- ção Indireta. b) está presente no controle interno e constitui expressão da autotutela. c) é decorrência da hierarquia e somente pode ser exercido por autoridade superior àquela que praticou o ato. d) é vedado em sede de controle interno, que admite apenas a verificação de aspectos de legalidade. e) é passível de ser exercido no âmbito do controle externo, salvo para verificação de eco- nomicidade. O controle dos aspectos de conveniência e oportunidade subjacentes à prática de atos admi- nistrativos discricionários está presente no controle interno praticado pelo próprio Adminis- trador, que pode revogar os seus atos quanto a esses aspectos, em virtude da expressão ou princípio da autotutela. Letra b. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIRCEU CAVALCANTE NEVES - 77131550230, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 10 de 94www.grancursosonline.com.br Controle da Administração Pública CONTROLE EXTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Marcelo Aragão 003. (CESPE/TCU/AUDITOR/2010) O princípio da autotutela possibilita à administração pú- blica anular os próprios atos, quando possuírem vícios que os tornem ilegais, ou revogá-los por conveniência ou oportunidade, desde que sejam respeitados os direitos adquiridos e seja garantida a apreciação judicial. A questão refere-se à Súmula 473 do STF. Dispensa maiores comentários. Certo. Controle de Gestão O controle de gestão é eminentemente finalístico. Tem por objeto verificar o desempenho da administração, em termos de produtividade, gestão etc. Envolve o exame de economicida- de, eficiência e eficácia da gestão e dos atos administrativos. Em síntese, consiste no controle de desempenho e de resultados. Em regra, é praticado pelo Executivo sobre os seus próprios atos de gestão ou de seus órgãos subordinados e entidades vinculadas. Porém, o controle de gestão também é exercido pelo controle externo, de titularidade do Poder Legislativo, com o auxílio do Tribunal de Contas. Cabe ressaltar que o artigo 75 da Lei 4.320/1964 define que o controle da execução orça- mentária pelo Executivo atua em três vertentes distintas e integradas: • a legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou a realização da des- pesa; • a fidelidade funcional dos agentes da administração, responsáveis por bens e valores públicos; • o cumprimento do programa de trabalho expresso em termos monetários e em realiza- ção de obras e prestação de serviços. Veja as seguintes questões acerca do controle de legalidade, de mérito e de gestão: 004. (CESPE/TRE-MT/TÉCNICO/2010) Controle de mérito é aquele em que o órgão controla- dor faz o confronto entre a conduta administrativa e uma norma jurídica vigente e eficaz, que pode estar na CF ou em lei complementar ou ordinária. É o controle de legalidade que se caracteriza pela comparação de um ato administrativo com uma norma jurídica. O controle de mérito avalia a conveniência e oportunidade da prática de determinada conduta. Errado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIRCEU CAVALCANTE NEVES - 77131550230, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 11 de 94www.grancursosonline.com.br Controle da Administração Pública CONTROLE EXTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Marcelo Aragão 005. (CESPE/TJ-RR/TÉCNICO/2012) O controle de legalidade pode ser exercido tanto in- ternamente, por órgãos da própriaadministração, quanto externamente, por órgãos dos ou- tros Poderes. A própria administração deve anular seus atos quando eivados de vício de legalidade (princípio da autotutela). O Poder Judiciário, quando provocado, pode anular atos dos outros Poderes e o Poder Legislativo também controla e fiscaliza os atos do Executivo quanto à legalidade. Certo. clAssificAção QuAnto Ao momento em Que se reAlizA Quanto ao momento em que se efetua (oportunidade), o controle pode ser prévio, conco- mitante ou posterior. Controle Prévio É o controle que antecede a conclusão do ato como requisito para sua eficácia. O controle prévio ou a priori é um controle preventivo, porque visa impedir que seja praticado ato ilegal ou contrário ao interesse público. Existem inúmeras hipóteses de controle prévio na própria Constituição Federal, quando sujeita à autorização ou aprovação prévia do Congresso Nacional ou de uma de suas Casas determinados atos do Poder Executivo (CF, arts 49, II, III, XV, XVI e XVII, e 52, III, IV e V). Outros exemplos de controle prévio: • liquidação da despesa pelo gestor (controle preventivo do pagamento); • autorização do Senado para a contratação de empréstimo externo; • exame pelo TCU da legalidade de editais de licitação antes de sua ocorrência. Controle Concomitante Trata-se de um controle durante a execução do ato. Tem aspectos preventivos e repressivos, conforme o andamento da atividade administrativa. São exemplos de controle concomitante: • realização de inspeções e de acompanhamentos pelo TCU; • acompanhamento de despesas não autorizadas pela comissão mista do Congresso Na- cional. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIRCEU CAVALCANTE NEVES - 77131550230, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 12 de 94www.grancursosonline.com.br Controle da Administração Pública CONTROLE EXTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Marcelo Aragão Controle Posterior O controle posterior ou a posteriori (subsequente) é realizado posteriormente à edição dos atos administrativos. Tem por objetivo rever os atos já praticados para corrigi-los, desfazê-los ou apenas confirmá-los. Logo, é um controle de caráter corretivo. Di Pietro ensina que o controle posterior abrange atos como os de aprovação, homologação, anulação, revogação e convalidação. São exemplos de controle posterior ou subsequente: • as auditorias de uma forma geral; • a apreciação da legalidade pelo Poder Judiciário; • o exame e o julgamento de prestações e tomadas de contas. Obs.: � O controle prévio é um controle preventivo, porque visa a impedir um ato ilegal ou con- trário ao interesse público. � O controle posterior é um controle corretivo, pois tem por objetivo rever os atos já pra- ticados para corrigi-los, desfazê-los ou confirmá-los. Veja as seguintes questões acerca do controle prévio, concomitante e posterior: 006. (CESPE/TCE-TO/ACE/2009) Não caberá ao controle posterior desfazer atos ilegais ou contrários ao interesse público, já praticados. O controle posterior reexaminará atos já pratica- dos com o intuito de corrigi-los ou apenas confirmá-los. O próprio administrador, em controle posterior, pode vir a anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. Errado. 007. (CESPE/TCE-ES/PROCURADOR/2009) O acompanhamento da realização das obras e da execução dos contratos é o que caracteriza o controle a posteriori. O acompanhamento da realização das obras e da execução dos contratos é o que caracteriza o controle concomitante, de caráter mais preventivo do que corretivo. Errado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIRCEU CAVALCANTE NEVES - 77131550230, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 13 de 94www.grancursosonline.com.br Controle da Administração Pública CONTROLE EXTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Marcelo Aragão clAssificAção QuAnto Ao modo do controle desencAdeAr-se Quanto ao modo de se desencadear, o controle pode ser de ofício ou provocado. Controle de Ofício É aquele exercido por iniciativa do próprio agente. É uma prerrogativa da administração de reparar seus próprios enganos e erros. Tem como base o princípio da legalidade, donde se extrai o Princípio da Autotutela Administrativa, princípio este, inclusive, reconhecido pelo Su- premo Tribunal Federal (Súmula 473). Exemplos: anulação e revogação de atos por iniciativa própria da administração; realização de auditorias pelo TCU mediante programação. Controle por Provocação É realizado em atendimento a solicitações de pessoas, entidades ou associações. São exemplos de controle por provocação: apuração de denúncias pelo TCU; apreciação de legali- dade pelo Poder Judiciário. clAssificAção QuAnto Aos Órgãos incumbidos do controle Quanto ao órgão que o exerce, o controle pode ser administrativo, legislativo e judicial (é uma tripartição de controle): Controle Administrativo Também denominado de controle interno ou controle intraorgânico, é a modalidade de controle exercida pela administração, que tem por objeto a oportunidade e o mérito do ato administrativo. O controle administrativo tem, ainda, por finalidade estimular a ação dos órgãos, verificar a proporção custo-benefício na realização das atividades e verificar a eficácia das medidas na solução de problemas. O poder público dispõe de instrumentos para exercer o controle interno ou administrativo de seus atos, como: a anulação, a revogação, a convalidação, a fiscalização hierárquica, os recursos administrativos, as inspeções e auditorias, as correições, a supervisão etc. Vale lembrar que o controle administrativo pode também ser provocado pelos administra- dos, mediante os instrumentos constitucionais e legais próprios. Atenção em prova! O controle administrativo abrange os órgãos da administração direta e as pessoas jurídicas que integram a administração indireta ou descentralizada, conforme o mapa mental a seguir. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIRCEU CAVALCANTE NEVES - 77131550230, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 14 de 94www.grancursosonline.com.br Controle da Administração Pública CONTROLE EXTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Marcelo Aragão Recursos Administrativos Recursos administrativos decorrem do direito de petição e são todos os meios que podem utilizar os administrados para provocar o reexame do ato pela administração pública. Atenção para os seguintes princípios e características dos recursos administrativos: • É um meio formal de impugnação de atos e condutas administrativas. Deve ser interpos- to por escrito, assinado e protocolado na repartição administrativa, observando-se os princípios da publicidade e do formalismo a que se submete a Administração. • Podem ter efeito suspensivo ou devolutivo. O efeito suspensivo, como o próprio nome diz, suspende os efeitos do ato até o recurso ser decidido. Já o efeito devolutivo, devolve o exame da matéria à autoridade competente para decidir. Em regra, o recurso adminis- trativo tem efeito apenas devolutivo, mas podem ter efeito suspensivo quando assim previsto em lei ou recebido pela autoridade competente com efeito suspensivo (pode o administrador sustar os efeitos do ato recorrido). • O recurso tramita e se exaure na via administrativa.Logo, não se admite a ingerência do Poder Judiciário para obtenção do resultado pretendido pelo recurso. • Reformatio in Pejus. O instituto do non Reformatio in Pejus, muito aplicado no direito pe- nal, significa que a decisão de recurso interposto somente pelo réu contra sentença con- denatória criminal não pode agravar a situação definida pela sentença. A Lei 9.784/1999 (Lei do Processo Administrativo) admitiu que a autoridade decisória possa modificar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, ressalvando, contudo, a necessidade de a au- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIRCEU CAVALCANTE NEVES - 77131550230, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 15 de 94www.grancursosonline.com.br Controle da Administração Pública CONTROLE EXTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Marcelo Aragão toridade dar ciência ao recorrente, para que apresente alegações, caso a apreciação do recurso cause gravame ao recorrente. Logo, essa lei admitiu a reformatio in pejus, atenu- ando-a com a possibilidade de manifestação prévia do recorrente. Em plano contrário, a lei não admite a reformatio in pejus no recurso de revisão. Espécies de Recursos Administrativos A legislação prevê inúmeras modalidades de recursos administrativos. Para a prova, cabe estudar as seguintes espécies ou modalidades: representação, reclamação administrativa, pe- dido de reconsideração, recursos hierárquicos próprios e impróprios e revisão. Representação é a denúncia de irregularidades feita perante à própria Administração Públi- ca ou a entes de controle, como o Ministério Público, o Tribunal de Contas ou outros órgãos que funcionem como ouvidoria. Um exemplo é a denúncia ao TCU prevista no art. 74, § 2º da CF, pela qual qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União. Reclamação administrativa é o ato pelo qual o administrado, seja particular ou servidor pú- blico, deduz uma pretensão perante a administração pública, visando obter o reconhecimento de um direito ou a correção de um ato que lhe cause lesão ou ameaça de lesão. A reclamação administrativa está prevista no Decreto 20.910, de 06/01/1932, que dispõe sobre prescrição nas esferas administrativa e judicial, em favor da administração pública. Ele não especifica as hipóteses em que é cabível, razão pela qual se pode dizer que a reclama- ção tem um sentido amplo, que abrange as várias modalidades de recursos administrativos que tenham por objeto as dívidas passivas da União, Estados e Municípios; bem assim todo e qualquer direito ou ação contra a fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for a sua natureza. O art. 103-A, § 3º da CF, acrescentado pela Emenda Constitucional n. 45/2004, e regula- mentado pela Lei 11.417/2006, prevê modalidade de reclamação administrativa que pode ser proposta perante o Supremo Tribunal Federal – STF, depois de esgotadas as vias administrati- vas, quando a decisão proferida pela Administração Pública contrariar o enunciado de súmula vinculante. Se a reclamação for julgada procedente, a decisão do STF é de cumprimento obri- gatório para a autoridade administrativa que praticou o ato contrário à súmula, bem como para a autoridade competente para decidir o recurso administrativo. Pedido de reconsideração é o recurso pelo qual o interessado requer o reexame do ato à própria autoridade que o emitiu. Está previsto no artigo 106 da Lei 8.112/1990, sendo o prazo para decisão de 30 dias, não podendo ser renovado. Só é cabível se contiver novos argumen- tos; caso contrário, caberá recurso à autoridade superior. Recurso hierárquico é o pedido de reexame do ato dirigido à autoridade superior à que proferiu o ato. Pode ser próprio ou impróprio. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIRCEU CAVALCANTE NEVES - 77131550230, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 16 de 94www.grancursosonline.com.br Controle da Administração Pública CONTROLE EXTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Marcelo Aragão O recurso hierárquico próprio é dirigido à autoridade imediatamente superior dentro do mesmo órgão em que o ato foi praticado. Ele é uma decorrência da hierarquia, portanto, inde- pende de previsão legal. O recurso hierárquico impróprio é dirigido à autoridade de outro órgão não integrado na mesma hierarquia daquele que proferiu o ato. Por isso mesmo é chamado de impróprio. Como não decorre da hierarquia, ele só é cabível se previsto expressamente em lei. Di Pietro lembra que a hipótese mais comum do recurso hierárquico impróprio é a de re- curso contra ato praticado por dirigente de autarquia, interposto perante o Ministério a que a mesma se acha vinculada ou perante o Chefe do Poder Executivo, dependendo do que estabe- leça a lei. Também são exemplos de recurso hierárquico impróprio os recursos interpostos perante o Conselho de Contribuintes e a reclamação administrativa ao Supremo Tribunal Federal, previs- ta no at. 103-A, § 3º da CF (regulamentado pela Lei n.. 11.417/2006). Veja uma interessante questão acerca dessa espécie de recurso. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIRCEU CAVALCANTE NEVES - 77131550230, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 17 de 94www.grancursosonline.com.br Controle da Administração Pública CONTROLE EXTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Marcelo Aragão 008. (FCC/CAMARA DE FORTALEZA/AGENTE ADM/2019) O dirigente máximo de autarquia estadual de proteção ambiental decide interditar uma indústria, sendo a única autoridade no âmbito da autarquia que possui competência para a prática deste ato. Sabe-se que a autarquia atua sob supervisão do Secretário Estadual do Meio Ambiente. Diante dessa decisão, a indús- tria sancionada pode interpor, na esfera administrativa, a) recurso hierárquico impróprio, que será apreciado pelo Secretário Estadual do Meio Ambien- te, independentemente de previsão legal. b) recurso hierárquico próprio, que será apreciado pelo Secretário Estadual do Meio Ambiente, desde que haja previsão legal. c) pedido de reconsideração, que será apreciado pelo dirigente autárquico, ad referendum do Secretário Estadual do Meio Ambiente. d) recurso hierárquico impróprio, que será apreciado pelo Secretário Estadual do Meio Ambien- te, desde que haja previsão legal. e) pedido de revisão, que será apreciado diretamente pelo Governador, independente de pre- visão legal. Diante dessa decisão, a indústria sancionada pode interpor, na esfera administrativa, recurso hierárquico impróprio, que será apreciado pelo Secretário Estadual do Meio Ambiente, desde que haja previsão legal. Letra d. Revisão é o recurso que se utiliza o servidor público, punido pela administração, para ree- xame da decisão, em caso de surgirem fatos novos suscetíveis de demonstrar a sua inocência. A revisão, por isso, enseja a instauração de novo processo, que tramitará em apenso ao pro- cesso anterior. Prazos Extintivos (Prescrição Administrativa) Carvalho Filho lembra que são prazos extintivos: a prescrição; a decadência; e a preclusão. • A decadência é um prazo estabelecido pela norma para exercício de um direito. Não utilizado dentro do prazo, ter-se-á a extinção do direito. Um exemplo seria o interessado oferecer uma reclamação fora do prazo de um ano, não havendo outro estabelecido, com vistas à desconstituição de um ato. • A prescrição é um prazo dentrodo qual se pode ajuizar a ação. Se não o for, a ação pres- creve, embora o direito desmunido de ação exista, sendo, todavia, em termos práticos, O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIRCEU CAVALCANTE NEVES - 77131550230, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 18 de 94www.grancursosonline.com.br Controle da Administração Pública CONTROLE EXTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Marcelo Aragão muito difícil prosperar a pretensão. Um exemplo seria a administração perder o prazo legal para aplicar uma punição ao administrado. Assim, haverá a prescrição da preten- são punitiva. • A preclusão deriva do fato de não haver a prática de um ato, no prazo em que ele deveria ser realizado, não sendo alusivo à existência ou a inexistência de um direito, mas sim às faculdades processuais. Tal instituto é de caráter processual. Um exemplo seria o admi- nistrado perder um prazo para praticar um ato dentro do processo administrativo, como para apresentação do rol de testemunhas ou a interposição de recurso administrativo em processo de licitação. Assim, o administrado perdeu a oportunidade para manifes- tar-se dentro do prazo do processo administrativo. Veja as seguintes questões que caíram em provas para a ANTAQ – Agência Nacional de Transportes Aquaviários, elaboradas pelo CESPE em 2014: 009. (CESPE/ANTAQ/ESPECIALISTA/2014) O recurso administrativo é uma forma de peti- ção inadequada para iniciar processos de interesses do administrado, nos casos em que se requeira da administração a concessão de direitos de natureza personalíssima. O recurso administrativo não se presta a iniciar processos de interesse do administrado, mas a provocar o reexame de ato ou decisão administrativa já exarada pela administração. Certo. 010. (CESPE/ANTAQ/ESPECIALISTA/2014) Reclamação administrativa, representação ad- ministrativa e pedido de reconsideração são petições que podem provocar reforma de deci- sões ou atos produzidos pelos tribunais de contas. Reclamação administrativa, representação administrativa e pedido de reconsideração são es- pécies de recursos administrativos a que estão sujeitos os tribunais de contas, assim como qualquer outro órgão atuando em sua função administrativa. Em virtude de sua autonomia, o TC irá regular em suas normas as espécies recursais. Certo. 011. (CESPE/ANTAQ/TÉCNICO/2014) O controle administrativo, que visa verificar a conveni- ência dos atos administrativos, é exercido de forma exclusiva pelo Poder Executivo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIRCEU CAVALCANTE NEVES - 77131550230, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 19 de 94www.grancursosonline.com.br Controle da Administração Pública CONTROLE EXTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Marcelo Aragão O controle administrativo é exercido pela administração pública, em sentido amplo, sobre seus próprios atos. Logo, o controle administrativo não é exercido exclusivamente pelo Poder Exe- cutivo, mas por todos os Poderes quando atuando em suas funções administrativas. Errado. 012. (CESPE/ANTAQ/TÉCNICO/2014) O controle administrativo permite que a organização pública fiscalize e corrija, por iniciativa própria, atos administrativos sob os aspectos de lega- lidade e mérito. Questão que retrata o controle administrativo à luz do que dispõe a Súmula 473 do STF. Certo. 013. (CESPE/ANTAQ/TÉCNICO/2014) O servidor que tiver recebido a menor alguma vanta- gem remuneratória e não recorrer em tempo hábil perderá seu direito de exigir a reparação e de requerer a retificação do valor em função da prescrição administrativa, restando-lhe o direito potestativo que poderá ser discutido em juízo por ainda não ter decaído o direito. A prescrição administrativa refere-se ao direito de requerer, enquanto a decadência refere-se ao direito substantivo propriamente dito. A prescrição não acarreta, necessariamente, a deca- dência do direito. Dessa forma, havendo a prescrição, o direito ainda poderá ser discutido em juízo, caso não tenha ocorrido a decadência. Certo. 014. (CESPE/ANTAQ/TÉCNICO/2014) A representação, ato de competência restrita a servi- dores públicos, visa informar à administração pública que houve abuso de poder por parte de um gestor. A representação não é de competência restrita a servidores públicos, conforme estabelece o § 2º do artigo 74 da CF/1988. A representação para o particular é um direito, enquanto para o servidor público se traduz em um dever. Errado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIRCEU CAVALCANTE NEVES - 77131550230, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 20 de 94www.grancursosonline.com.br Controle da Administração Pública CONTROLE EXTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Marcelo Aragão Controle Legislativo ou Parlamentar O controle legislativo é o controle externo exercido pelo Poder Legislativo sobre os atos da Administração Pública e desdobra-se em duas vertentes: • o controle político, realizado pelas Casas Legislativas; e • o controle técnico ou financeiro, que abrange a fiscalização contábil, financeira e orça- mentária, exercido com auxílio do Tribunal de Contas. O controle legislativo alcança todos os Poderes, incluindo o próprio Poder Judiciário e as entidades da administração direta e indireta. O controle legislativo, contudo, tem que se limitar às hipóteses previstas na Constituição Federal, uma vez que implica interferência de um Poder nas atribuições dos outros dois. Como ensina Di Pietro, o controle político abrange aspectos ora de legalidade, ora de mé- rito, apresentando-se, por isso mesmo, como de natureza política, já que vai apreciar as deci- sões administrativas sob o aspecto inclusive da discricionariedade, ou seja, da oportunidade e conveniência diante do interesse público. Eis alguns instrumentos dos quais dispõe o Congresso Nacional, por suas Casas ou Co- missões, para levar a efeito sua função controladora (controle político): a) pedidos escritos de informação: no âmbito Federal, podem os parlamentares solicitar informações por escrito aos Ministros de Estado, a serem encaminhados pela Mesa de cada Casa. O não atendimento a pedidos dessa natureza, no prazo de 30 dias, importa em crime de responsabilidade; b) convocação para comparecimento: a Constituição Federal obriga o comparecimento de ministros de Estado às Casas do Congresso ou a qualquer de suas comissões, para prestar, pessoalmente, informações previamente solicitadas; c) comissões parlamentares de inquérito: são comissões constituídas para fiscalização e controle da Administração, podendo ser integrada por membros da Câmara, do Senado ou de ambas as Casas; d) fiscalização direta a que se refere o inciso X do art. 49 da CF: segundo o referido dis- positivo constitucional, compete privativamente ao Congresso Nacional fiscalizar e controlar, diretamente ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da admi- nistração indireta; e) aprovações e autorizações de atos do Executivo: algumas decisões do Executivo têm sua eficácia condicionada à aprovação do Congresso Nacional; f) sustação de atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa (inciso V do art. 49 da CF): instrumento de controle adotado nos casos de extrapolação da competência regulamentar ou de competência legisla- tiva, delegada pelo Congresso Nacional ao Poder Executivo na forma do art. 68 da Lei Maior. O conteúdodeste livro eletrônico é licenciado para DIRCEU CAVALCANTE NEVES - 77131550230, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 21 de 94www.grancursosonline.com.br Controle da Administração Pública CONTROLE EXTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Marcelo Aragão O controle técnico ou financeiro é disciplinado nos artigos 70 a 75 da CF, quanto à fisca- lização contábil, financeira e orçamentária. O Congresso Nacional é o titular desse controle sobre a gestão pública, também denominado de controle externo, que o exerce com o auxílio do Tribunal de Contas da União. Controle Judicial ou Jurisdicional Neste tópico, considerando as exigências do edital, vamos estudar os sistemas de controle jurisdicional da administração pública, ou seja, o contencioso administrativo e sistema de juris- dição única e o controle jurisdicional da administração pública no Direito brasileiro. O controle judicial ou jurisdicional compreende a apreciação de atos, processos e contra- tos administrativos, atividades ou operações materiais ou mesmo omissão da administração. É essencialmente um controle de legalidade efetuado pelo Poder Judiciário sobre os pode- res e órgãos da administração pública. Controle de legalidade significa a verificação da confor- midade dos atos com toda a forma de regramento, seja constitucional, legal ou regulamentar. A proteção judiciária visa a assegurar o princípio da legalidade que orienta a atuação dos Poderes públicos. O Poder Judiciário pode declarar a nulidade de um ato administrativo. O controle jurisdicional é um controle a posteriori e por provocação. Sistemas de Controle Jurisdicional da Administração Pública: O Contencioso Administrativo e o Sistema da Jurisdição Única Sistema de controle é o conjunto de instrumentos contemplados no ordenamento jurídico que tem por finalidade fiscalizar a legalidade dos atos da Administração. Cada ordenamento jurídico apresenta mecanismos próprios para esse controle sobre os atos da Administração Pública. Carvalho Silva defende que os sistemas sofrem sempre alguma variação, mas, com uma ou outra pequena diferença, pode-se dizer que dois são os sistemas básicos de controle: o sis- tema do contencioso administrativo e o sistema da unidade de jurisdição. A seguir, veremos as suas características: O sistema do contencioso administrativo, também denominado de sistema de dualidade de jurisdição ou sistema francês, caracteriza-se pelo fato de que, além da Justiça do Poder Judiciário, o ordenamento contempla uma Justiça Administrativa. Adotam tal sistema: França, Alemanha, Suécia, Portugal, Grécia, Áustria, Luxemburgo, Po- lônia e Colômbia. Este sistema é proveniente da doutrina francesa que se assenta na ideia de que não deve haver ingerência de um poder naquilo que é peculiar de outro, posto que implicaria em violação da teoria da separação de poderes se o Poder Judiciário julgasse as lides envolvendo o Poder Executivo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIRCEU CAVALCANTE NEVES - 77131550230, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 22 de 94www.grancursosonline.com.br Controle da Administração Pública CONTROLE EXTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Marcelo Aragão Assim, tal sistema caracteriza-se pela existência de duas ordens de jurisdição paralelas, ou seja, há a jurisdição ordinária competente para as causas que não envolvem a Administração e a jurisdição especial ou administrativa, competente, em princípio, para julgar os litígios que envolvam a Administração. Neste sistema, existem tribunais especialmente instituídos para as contendas em que a Administração seja parte. Nele, normalmente, os atos administrativos não se submetem, ou se submetem de modo reduzido, ao exame do Poder Judiciário. Em suma, no sistema de dualidade de jurisdição, a causa decidida em uma das Justiça – Judiciária e Administrativa – não pode ser mais apreciada pela outra. Carvalho Filho ensina que a organização da Justiça Administrativa é complexa, compon- do-se de várias Cortes e tribunais Administrativos. Na França, situa-se em seu ponto mais elevado o conhecido Conselho de Estado e, no caso de conflito de atribuições entre as duas Justiças, a controvérsia é dirimida pelo Tribunal de Conflitos, criado para esse fim. As questões abaixo trataram do sistema do contencioso administrativo. 015. (CESPE/TRE-MA/TÉCNICO/2009) A principal característica do sistema denominado contencioso administrativo é a de que os ordenamentos jurídicos que o adotam conferem a determinadas decisões administrativas a natureza de coisa julgada oponível ao próprio Poder Judiciário. No sistema denominado contencioso administrativo, o Poder Judiciário não pode intervir nas funções administrativas, já que a própria Administração ou justiça Administrativa resolve as lides administrativas. Certo. 016. (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) O sistema de contencioso administrativo ocorre no âmbito de tribunais de competência especializada que não integram a estrutura do Poder Ju- diciário, cujas sentenças são dotadas de força de coisa julgada. Comentário: O sistema de contencioso administrativo ocorre no âmbito de tribunais de compe- tência especializada (Justiça Administrativa) que não integram a estrutura do Poder Judiciário, cujas sentenças são dotadas de força de coisa julgada, ou seja, não podem mais ser aprecia- das pelo Poder Judiciário. Certo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIRCEU CAVALCANTE NEVES - 77131550230, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 23 de 94www.grancursosonline.com.br Controle da Administração Pública CONTROLE EXTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Marcelo Aragão Pontos Positivos ou Negativos Desse Modelo Como aspecto positivo do sistema de jurisdição dupla, a doutrina aponta a especializa- ção dos juízes no tocante ao direito administrativo, ao direito público e aos problemas da Ad- ministração. Outro ponto positivo ressaltado na doutrina é o procedimento mais simples do contencio- so administrativo, o que o torna mais rápido, em que pese tal aspecto hoje ser discutível na própria doutrina francesa que aponta a lentidão como um dos obstáculos da prestação. Em desfavor a esse sistema, apontam-se os constantes conflitos de competência com a jurisdição ordinária, pois as regras de repartição de atribuições dificilmente apresentam-se claras e sem dificuldades de interpretação. Alguns autores, como Carvalho Filho, criticam esse modelo pelo fato de que fica mitigada em favor dos litigantes privados a garantia de imparcialidade, já que na Justiça Administrativa o Estado, em tese, é parte e Juiz do conflito. O sistema da unidade de jurisdição, também conhecido como sistema do monopólio de jurisdição ou sistema inglês é aquele no qual todos os litígios, administrativos ou de caráter privado, são sujeitos à apreciação da Justiça comum, ou seja, é composta por juízes e tribu- nais do Poder Judiciário. É o sistema do Brasil, dos países anglo-saxônicos (Estados Unidos e Irlanda, por exemplo) e de muitos países latino-americanos, como a Argentina. É no sistema de jurisdição una que o Poder Judiciário assume papel significativo na defesa dos administrados. O fundamento da adoção do sistema da unidade de jurisdição pelo Brasil está no art. 5º, XXXV, da CF: A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ame- aça a direito. Assim, a Administração Pública em nenhum momento exerce função jurisdicional, de for- ma queseus atos sempre poderão ser reapreciados pelo Judiciário. A questão abaixo tratou do assunto. 017. (CESPE/TCDF/CONSELHEIRO-SUBSTITUTO/2021) O sistema de controle da adminis- tração pública brasileira é o contencioso administrativo, de maneira que as decisões do tri- bunal de contas que resultam em imputação de multa possuem caráter de título executivo extrajudicial. Não existe o contencioso administrativo no ordenamento jurídico brasileiro. O Brasil adota o sistema inglês ou de jurisdição única. Errado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIRCEU CAVALCANTE NEVES - 77131550230, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 24 de 94www.grancursosonline.com.br Controle da Administração Pública CONTROLE EXTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Marcelo Aragão Aspectos Positivos e Negativos Desse Modelo Em relação ao sistema de jurisdição una, favoravelmente aponta-se a unidade e, conse- quentemente, a ausência de problema no que concerne à competência. Por outro lado, os aspectos negativos ressaltados na doutrina quanto ao sistema de juris- dição uma são a inexistência de juízes especializados na matéria e a sobrecarga trazida ao Judiciário. Obs.: � Embora geralmente não seja cobrado pelo Cebraspe, existe ainda o chamado SISTEMA MISTO, onde estão inseridos os ordenamentos em que um único tribunal representa o último grau para os litígios administrativos e os demais, embora existam vários outros critérios de identificação. Não há um padrão predeterminado para o sistema misto: há severas variações de lugar para lugar. São exemplos: Espanha, Suíça, Hungria, Romê- nia, Eslovênia e Estônia. Sistemas de Controle Jurisdicional da Administração Pública Sistema francês ou do contencioso administrativo Sistema inglês ou de jurisdição única dualidade de jurisdição (o ordenamento contempla uma Justiça Administrativa, ao lado da Justiça do Poder Judiciário); em ambas as Justiças, as decisões proferidas tornam-se res iudicata, de modo que a causa decidida em uma delas não pode mais ser apreciada pela outra; o Poder Judiciário não pode intervir nas funções administrativas, já que a própria Administração ou justiça Administrativa resolve as lides administrativas. é aquele em que todos os litígios, administrativos ou de caráter privado, são sujeitos à apreciação e à decisão da Justiça comum, composta por juízes e tribunais do Poder Judiciário; todos os litígios podem ser levados ao Judiciário, que é o único competente para proferir decisões com autoridade final e conclusiva, com força de coisa julgada; nenhuma decisão, de qualquer outro Poder, que ofenda direito, ou ameace ofendê-lo, pode ser excluída do reexame, com foro de definitividade, por órgãos do Judiciário. Controle Jurisdicional da Administração Pública no Direito Brasileiro Sistema administrativo brasileiro adota o sistema inglês ou de jurisdição única, portanto, onde não existe o contencioso administrativo no ordenamento jurídico brasileiro. As decisões dos órgãos administrativos, em regra, não têm caráter conclusivo perante o Poder Judiciário, podendo ser revistas na via judicial. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIRCEU CAVALCANTE NEVES - 77131550230, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 25 de 94www.grancursosonline.com.br Controle da Administração Pública CONTROLE EXTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Marcelo Aragão Veja os itens a seguir acerca do sistema de controle no direito brasileiro. 018. (CESPE/TRE-BA/ANALISTA/2010) Como exemplo da incidência do princípio da inafas- tabilidade do controle jurisdicional relativos aos atos administrativos no ordenamento jurídico brasileiro, é correto citar a vigência, entre nós, do sistema do contencioso administrativo ou sistema francês. Como exemplo da incidência do princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional relativos aos atos administrativos no ordenamento jurídico brasileiro, é correto citar a vigência, entre nós, do adota o sistema inglês ou de jurisdição única; não existe o contencioso administrativo no ordenamento jurídico brasileiro. Errado. 019. (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) A adoção do sistema uno de jurisdição no direito bra- sileiro permite a apreciação, pelo Poder Judiciário, de lesão ou ameaça de lesão a direitos individuais e coletivos, em qualquer caso, o que inclui a revisão das decisões dos tribunais e conselhos de contas. No direito brasileiro, adota-se o sistema uno de jurisdição e o princípio da inafastabilidade da jurisdição, em razão do qual, no Brasil, somente o Poder Judiciário tem jurisdição, sendo o único Poder capaz de dizer o direito com força de coisa julgada, incluindo a revisão pelo Poder Judiciário das decisões dos tribunais de contas. Certo. Limites do Controle Judicial O Poder Judiciário pode examinar os atos da Administração Pública, de qualquer natureza, sejam gerais ou individuais, unilaterais ou bilaterais, vinculados ou discricionários, mas sempre sob os aspectos de legalidade e, também, de moralidade. O aspecto mais cobrado pelas bancas de concurso em prova quanto ao controle jurisdicio- nal da administração pública no direito brasileiro é o escopo do controle judicial, que se restrin- ge à legalidade, não alcançando aspectos reservados à apreciação subjetiva da Administração Pública, conhecidos como o mérito (oportunidade e conveniência). Veja as seguintes questões a esse respeito: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIRCEU CAVALCANTE NEVES - 77131550230, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 26 de 94www.grancursosonline.com.br Controle da Administração Pública CONTROLE EXTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Marcelo Aragão 020. (CESPE/TRT-MT/ANALISTA/2015) A anulação dos atos administrativos, a título de con- trole judicial, consiste na possibilidade de o Poder Judiciário rever os atos administrativos por motivo de conveniência ou oportunidade. Não pode o Poder Judiciário apreciar e rever os atos administrativos por conveniência ou opor- tunidade. O controle de mérito não pode ser realizado pelo Judiciário, alcançando exclusiva- mente os aspectos da legalidade e da moralidade. Errado. 021. (FCC/TRF-5ª REGIÃO/ANALISTA/2017) Recém empossado ao cargo de Chefe do Exe- cutivo Municipal, o novo Prefeito de determinado município iniciou a implementação de seu plano de governo, que continha, dentre outras providências, plano para expansão do sistema viário, a fim de possibilitar o desenvolvimento urbano da cidade. O Ministério Público ajuizou ação questionando a atuação municipal, sob o fundamento de que outras políticas públicas antes prioritárias haviam sido substituídas. O Poder Judiciário, quando da análise da ação ju- dicial ajuizada pelo Ministério Público, a) poderá analisar a política pública do novo prefeito, adentrando a verificação da melhor deci- são a ser adotada, a ampliação do sistema viário ou os programas anteriormente em execução. b) não poderá dar procedência à ação, tendo em vista que o controle dos atos administrativos somente pode se dar sob os aspectos de legalidade, tanto no âmbito do Poder Judiciário, quanto no Legislativo, com auxílio do Tribunal de Contas. c) poderá analisar os atos do Poder Executivo sob o prisma da legalidade, mas não poderá adentrar ao mérito da escolha da Administração, vez que é inerente à discricionariedade admi- nistrativa a possibilidade de decisão perante mais de uma opção igualmente válida.d) poderá decidir pela procedência da ação, a fim de analisar a adoção das políticas públicas identificadas como prioritárias, considerando que o Ministério Público possui poderes para controle de mérito e de legalidade da Administração pública, ainda que o Judiciário não possa adentrar o mérito das escolhas do Executivo. e) não poderá prover a ação em razão de não ter sido indicado, especificamente, qual a medi- da que deveria ter sido adotada pela Administração pública, pois ao Judiciário caberia decidir entre uma ou outra opção apresentada para sua análise. O questionamento suscitado pelo Ministério Público na ação acerca da atuação municipal é exclusivamente o de que outras políticas públicas antes prioritárias haviam sido substituídas O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIRCEU CAVALCANTE NEVES - 77131550230, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 27 de 94www.grancursosonline.com.br Controle da Administração Pública CONTROLE EXTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Marcelo Aragão pelo gestor, portanto, questiona o mérito da decisão governamental, no que diz respeito à con- veniência e a oportunidade. O Poder Judiciário, quando da análise da ação judicial ajuizada pelo Ministério Público, poderá analisar os atos do Poder Executivo sob o prisma da legali- dade, mas não poderá adentrar ao mérito da escolha da Administração, vez que é inerente à discricionariedade administrativa a possibilidade de decisão perante mais de uma opção igualmente válida. Letra c. Quanto aos atos discricionários, não cabe ao Poder Judiciário apreciar os aspectos rela- tivos ao mérito do ato (conveniência e oportunidade), mas pode apreciar os motivos, ou seja, os fatos que precedem a elaboração do ato; a ausência ou falsidade do motivo caracteriza ilegalidade, suscetível de invalidação pelo Poder Judiciário. Quanto aos atos normativos (regulamentos, resoluções, portarias etc.) somente podem ser invalidados pelo Judiciário por via de ação direta de inconstitucionalidade ou de constituciona- lidade. No caso concreto, contudo, o Poder Judiciário pode apreciar a legalidade ou constitucio- nalidade dos atos normativos do Poder Executivo, cuja decisão produzirá efeitos apenas entre as partes (controle incidental). Quanto aos atos políticos, é possível também a sua apreciação pelo Poder Judiciário, des- de que causem lesão a direitos individuais e coletivos. Afinal, se é defeso ao Poder Judiciário apreciar o mérito dos atos administrativos, como podem os atos discricionários sujeitarem-se à apreciação judicial? Os atos discricionários sujeitam-se ao controle judicial não quanto ao mérito (conveniência e oportunidade), mas quanto aos motivos, ou seja, os fatos que precedem a elaboração do ato, de tal forma que em caso de ausência ou falsidade do motivo caracteriza ilegalidade ou até mesmo imoralidade, suscetível à invalidação pelo Poder Judiciário. Segundo Di Pietro, a rigor, com relação ao ato discricionário, pode-se dizer que o Judiciário pode apreciar os aspectos da legalidade e verificar se a Administração não ultrapassou os limi- tes da discricionariedade. Neste caso, segundo a autora, pode o Judiciário invalidar o ato, por- que a autoridade ultrapassou o espaço livre deixado pela lei e invadiu o campo da legalidade. A mesma autora ressalta a teoria relativa ao desvio de poder, formulada com o objetivo de ampliar a possibilidade de apreciação do exercício da discricionariedade pelo Poder Judiciário. Quando a autoridade usa do poder discricionário para atingir fim diferente daquele que a lei fixou, o Poder Judiciário estaria autorizado a decretar a nulidade do ato, ao desviar-se dos fins de interesse público definidos na lei. Tem-se também a teoria dos motivos determinantes. Quando a Administração indica os motivos que a levaram a praticar o ato, este somente será válido se os motivos forem verdadei- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIRCEU CAVALCANTE NEVES - 77131550230, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 28 de 94www.grancursosonline.com.br Controle da Administração Pública CONTROLE EXTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Marcelo Aragão ros. Por exemplo, quando a lei pune um funcionário pela prática de uma infração, o Judiciário pode examinar as provas constantes do processo administrativo para verificar se o motivo (a infração) realmente ocorreu, anulando o ato, se não existiu ou não for verdadeiro. Obs.: � Os atos discricionários sujeitam-se à apreciação judicial, desde que não se invadam os aspectos de conveniência e oportunidade. � O Judiciário pode apreciar os atos discricionários quanto ao motivo e finalidade, que são dois elementos indissociáveis na análise da legalidade do ato administrativo. A verificação de violação do fim legal determina a análise dos motivos, assim como a finalidade possibilita verificar se os motivos foram compatíveis com o conteúdo do ato. � É lícito ao Judiciário controlar esses atos somente sob o prisma da legalidade. Poderá dizer se a Administração atuou conforme a lei, se não houve decisões ilegais, infunda- das, desarrazoadas, desproporcionais, ilógicas, mas nunca poderá dizer se a medida administrativa foi boa ou ruim, pois aí estaria a controlar o mérito, que é matéria pró- pria da Administração. Tipo de ato Controle interno realizado pela própria Administração Controle externo realizado pelo Judiciário Ato discricionário legal, mas inoportuno Pode revogar Não pode revogar Ato discricionário ou vinculado ilegal Pode anular Pode convalidar Pode anular Veja a seguinte questão acerca desse tema. 022. (FCC/AL-AP/ANALISTA LEG/2020) Se o Poder Judiciário, no exercício do controle judi- cial, considerar ilegal determinado ato discricionário praticado pelo Poder Executivo, a) poderá anulá-lo, inclusive se o considerar apenas inconveniente ou inoportuno, aferindo seu mérito, desde que mediante provocação de interessado ou legitimado, não podendo nenhuma lesão a direito ser excluída do Poder Judiciário. b) poderá revogá-lo, pois o Poder Judiciário realiza o controle, no exercício da sua atividade jurisdicional, sobre os atos administrativos editados, no exercício de função administrativa, pelo Poder Executivo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIRCEU CAVALCANTE NEVES - 77131550230, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 29 de 94www.grancursosonline.com.br Controle da Administração Pública CONTROLE EXTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Marcelo Aragão c) não poderá revogá-lo, sendo possível, entretanto, que o Poder Judiciário revogue ato admi- nistrativo discricionário válido por ele mesmo praticado, em sua função atípica administrativa, atuando como administração. d) não poderá anulá-lo, pois não se admite análise do ato administrativo pelo Poder Judiciário praticado legitimamente pela Administração, pois os poderes são independentes e harmôni- cos entre si, não podendo haver interferência de um no outro. e) poderá revogá-lo, sendo também possível a revogação de ato administrativo discricionário ilegal pelo Poder Judiciário quando praticado por ele mesmo, em sua função atípica adminis- trativa, atuando como administração. Como vimos, os atos discricionários sujeitam-se à apreciação judicial, desde que não se inva- dam os aspectos de conveniência e oportunidade. Só caberia ao Poder Judiciário, no exercício de sua função jurisdicional, anular um ato discricionário quanto ao motivoe finalidade, contu- do, não pode apreciar o mérito (conveniência e oportunidade). Logo, não poderá revogá-lo, sen- do possível, entretanto, que o Poder Judiciário revogue ato administrativo discricionário válido por ele mesmo praticado, em sua função atípica administrativa, atuando como administração. Letra c. Sistema de Súmulas Vinculantes Quando estudamos o controle judicial, cabe ressaltar ainda o sistema de súmulas vincu- lantes (art. 103-A, da CF; e Lei n. 11.417/2006), segundo o qual admite-se reclamação ao STF contra ato administrativo (e também decisão judicial) que contrarie súmula daquela natureza, ou a aplique indevidamente. No caso de procedência da reclamação, o efeito da decisão será a anulação do ato reclamado. Trata-se, portanto, de outro mecanismo de controle judicial da legalidade. Oportunidade Carvalho Filho ensina que a regra geral é que o controle judicial é posterior (a posteriori). Depois que o ato administrativo é produzido e ingressa no mundo jurídico é que o Judiciário atua para, a pedido dos interessados, examinar a legalidade, ou não, dos atos. Há, contudo, algumas situações especiais que admitem um controle prévio do Judiciário (a priori). Como meio de se evitar que direitos individuais ou coletivos sejam irreversivelmente ofendidos, as leis processuais preveem a tutela preventiva, ensejando a possibilidade do juiz sustar os efeitos de atos administrativos através de medidas preventivas liminares, quando presentes o fumus boni iuris e o periculum in mora. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIRCEU CAVALCANTE NEVES - 77131550230, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 30 de 94www.grancursosonline.com.br Controle da Administração Pública CONTROLE EXTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Marcelo Aragão Atos sob Controle Especial • Atos políticos: como não são atos propriamente administrativos, mas atos de governo, não pode o Judiciário exercer seu controle sobre critérios governamentais que condu- zem à edição dos atos políticos. Não obstante, segundo a doutrina, tais atos são sujeitos a controle pelo Judiciário quando ofendem direitos individuais ou coletivos, por estarem eivados de vício de legalidade ou constitucionalidade. • Atos legislativos típicos: esses atos normativos abstratos e gerais não podem ser ques- tionados pelas ações comuns. O controle não é propriamente de legalidade, mas de constitucionalidade, mediante controle concentrado. • Atos interna corporis: em regra não podem ser apreciados pelo Judiciário, porque se limitam a estabelecer normas sobre o funcionamento interno dos órgãos; no entanto, se esses atos estiverem eivados de vício de legalidade ou de constitucionalidade e ofen- derem direitos individuais, podem os prejudicados instaurar demandas no Judiciário, requerendo a apreciação e a invalidação de tais atos. Obs.: � Em que pese a doutrina defender o controle judicial dos atos interna corporis quando ofendem a legalidade e direito individual, em mandado de segurança impetrado por parlamentares para invalidação de ato do Presidente da Câmara dos Deputados, que teria ofendido normas do regimento interno no que concerne à apreciação de emenda aglutinativa, o STF decidiu que a matéria seria insuscetível de controle pelo Judiciário em virtude do sistema da separação dos Poderes previsto no art. 2º da CF (MS 22.503, Pleno, Relator Ministro MAURÍCIO CORRÊA). Veja mais uma questão acerca do alcance do controle judicial. 023. (FCC/TRE-AP/ANALISTA/2015) Considere as assertivas abaixo. I – Aristóteles, administrado, ingressou com ação judicial, pleiteando ao Poder Judiciário que examinasse ato administrativo, sob o aspecto da legalidade. O Judiciário recusou-se a analisar o ato, por se tratar de ato discricionário. II – Davi, administrado, ingressou com Reclamação Constitucional contra ato administrativo que contrariou Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Federal. A Corte Suprema julgou pro- cedente a Reclamação e anulou o ato administrativo. III – Os atos interna corporis da Administração Pública, em regra, são apreciados pelo Poder Judiciário. No que concerne ao controle judicial dos atos administrativos, está correto o que se afirma em a) II, apenas. b) I, apenas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para DIRCEU CAVALCANTE NEVES - 77131550230, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 31 de 94www.grancursosonline.com.br Controle da Administração Pública CONTROLE EXTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Marcelo Aragão c) I, II e III. d) II e III, apenas. e) III, apenas. I – Errada. O Judiciário não poderia se recusar a analisar o ato; os atos discricionários su- jeitam-se à apreciação judicial, desde que não se invadam os aspectos de conveniência e oportunidade. II – Certa. A reclamação administrativa que pode ser proposta perante o STF, depois de esgota- das as vias administrativas, quando a decisão proferida pela Administração Pública contrariar o enunciado de súmula vinculante. III – Errada. Atos interna corporis, em regra, não podem ser apreciados pelo Judiciário, porque se limitam a estabelecer normas sobre o funcionamento interno dos órgãos. Letra a. Esgotamento da via Administrativa para Propositura Demanda Judicial A regra é de que não é necessário que se esgote a via administrativa para a propositura de demanda judicial, em virtude do garantido direito constitucional de livre acesso ao Judiciário. A regra, contudo, comporta exceção. Em dadas causas, faz-se necessário esgotar-se o âmbito de atuação da esfera administrativa. São alguns exemplos, a justiça desportiva, a solu- ção de questões envolvendo o estatuto militar e o mandado de segurança, caso seja possível interpor recurso administrativo com efeito suspensivo. Meios Específicos de Controle Meios específicos de controle judicial são as ações que exigem a presença no processo de pessoas administrativas ou de seus agentes. São meios específicos o mandado de segurança, a ação popular, o habeas corpus, o habeas data e o mandado de injunção. Além desses, tem-se a ação civil pública que, apesar de não exigir a presença do Estado ou de algumas de suas au- toridades, é considerada também uma forma específica de controle judicial da Administração. A seguir, apresento uma síntese acerca dos instrumentos e meios de controle judicial no direito brasileiro mais cobrados em prova Cespe/Cebraspe. Mandado de Segurança (Lei n. 12.016/2009) • Meio constitucional que será concedido sempre para proteger direito líquido e certo, que não seja amparado por habeas corpus e habeas data, quando o responsável pela ilegalidade for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribui- ções do poder público. 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