Buscar

REVOLUCAO FRANCESA

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Toda a extensão do processo revolucionário francês é organizado em três fases:
- Assembleia Nacional Constituinte e Assembleia Legislativa (1789-1792)
- Convenção (1792-1795)
- Diretório (1795-1799) 
a Revolução Francesa é dividida em três fases: 
Monarquia Constitucional (1789-1792); 
Convenção Nacional (1792-1795); 
Diretório (1795-1799).
SLIDES
PERGUNTA
 QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS ASPECTOS DA REVOLUÇAO FRANCESA?
As principais características da Revolução Francesa, que a difere das outras Revoluções burguesas, foram: participação de camadas populares no processo revolucionário, defesa dos ideais iluministas, separação da Igreja e do Estado e exaltação da Razão.
SLIDES
FOTO
O que foi a revolução francesa ?
A Revolução Francesa, iniciada em 17 de junho de 1789, foi um movimento burguês, que acabou com o absolutismo francês e espalhou as ideias liberais pelo mundo. O fato mais significativo é a tomada da prisão da Bastilha, em 14 de julho de 1789.
Qual o lema da revolução francesa ?
Herança do século das Luzes, o lema "Liberdade, Igualdade, Fraternidade" é invocado pela primeira vez durante a Revolução Francesa.
Qual é o principal objetivo da Revolução Francesa?
A Revolução Francesa aconteceu entre os anos de 1789 e 1799, marcando o fim da monarquia e a criação de uma república baseada nos princípios de liberdade, igualdade e fraternidade. Antes dessa transformação, a sociedade da França era estruturada nos moldes do feudalismo
Convenção Nacional
A fase da Convenção Nacional da Revolução Francesa marca a tomada de poder a ser realizada pelas camadas populares francesas. Nesse período a tomada das armas para a participação na Batalha de Valmy e a insatisfação dada pelos resultados da monarquia constitucional motivou a convocação de uma Convenção Nacional. Essa nova instituição haveria de elaborar uma nova carta constituinte que viesse a superar os limites do regime anterior.
Refletindo a agitação da época a Convenção foi formada por uma maioria de jacobinos, setor que representava a pequena burguesia e os sans-culottes. Além disso, haviam os girondinos, partido contrário à radicalização do processo revolucionário e defensor das conquistas que prestigiavam os interesses políticos e econômicos da parcela mais abastada da burguesia. Foi a partir desses dois grupos, um mais exaltado e outro conservador, dos quais herdamos os conceitos políticos de “direita” e “esquerda”.
Demonstrando a natureza insurgente dessa nova fase, a Convenção decidiu criar um novo calendário que fixava o dia 22 de setembro de 1792 como o primeiro dia do ano I da República. Abandonando a contagem de tempo instituída pelo calendário cristão, a nova metragem do tempo seria medida por meio de diferentes ciclos agrícolas e naturais. Na verdade, tal medida simbolizava somente a primeira e menor das reviravoltas a serem determinadas pela Convenção.
Em suas primeiras atividades, o novo regime republicano descobriu uma série de documentos que comprovavam as negociações do rei Luis XVI junto à monarquia austríaca para que fosse possível combater o processo revolucionário francês. Em pouco tempo, um processo judicial acusou o rei da França de traição e, mediante grande pressão popular, o os membros da Convenção decidiram condená-lo à guilhotina no dia 21de janeiro de 1793.
A divulgação da notícia pela Europa motivou as monarquias do continente a formarem novas forças que combatessem o quadro político francês. Inglaterra, Áustria, Holanda, Prússia, Espanha, Sardenha e Rússia se mobiliaram em torno da Primeira Coligação. Internamente, os problemas econômicos e as contendas políticas permitiram a formação de uma revolta anti-republicana, estimuladas pelos nobres, por vários habitantes da região da Vendéia.
Para contornar a difícil situação, os membros da Convenção realizaram o decreto de “pátria em perigo” e, logo em seguida, criaram um órgão encarregado da defesa e da ordem interna conhecido como Comitê de Salvação Pública. Para atender os populares permitiu a criação do sufrágio universal, anulou os direitos feudais remanescentes, permitiu a formação de pequenas propriedades e tabelou o preço de todos os gêneros de primeira necessidade.
Entre outras medidas, esse novo governo também defendeu a criação da escola primeira pública e gratuita, a regulação dos salários, o direito de greve e o combate ao estado de miséria que atingisse qualquer cidadão. Apesar de buscar soluções, as medidas tomadas por esse novo regime não conseguiam suportar a crise que atingia a República por quase todos os lados. Dessa forma, entre 1793 e 1794, a perseguição sistemática dos traidores do ideal revolucionário marcou a fase do Terror dentro da revolução.
Enquanto o Comitê de Salvação Nacional buscava resolver os problemas internos, o Tribunal Revolucionário perseguia e condenava à morte qualquer um que viesse a ser visto como desleal à revolução. A ação desenfreada desse órgão instigou vários setores políticos a se voltarem contra um governo capaz de guilhotinar todo aquele que não concordasse com o governo. Não por acaso, mais de 15 mil pessoas, entre girondinos e jacobinos, foram condenadas à morte.
O caos instalado pela atuação política de figuras como Maximilien Robespierre e Saint-Just acabou enfraquecendo o apoio anteriormente concedido pelos sans-culottes. A desordem, a ameaça inimiga e a miséria logo se voltariam contra aqueles que promoviam o derramamento de sangue em nome da revolução. Foi nesse contexto que os oponentes às alas radicais se uniram e conseguiram, em 24 de julho de 1794, derrubar os líderes da convenção.
Tal fato viria a ficar reconhecido como a “reação termidoriana”, que teve o nome inspirado no mês corrente em que aconteceu tal reviravolta política. Com a condenação e morte de Robespierre e Saint-Just os membros da alta burguesia acharam meios para reassumir os destinos da Revolução Francesa. Em pouco tempo, as medidas jacobinas foram anuladas e uma nova constituição – a Constituição do Ano III – deu origem a um novo órgão executivo: o Diretório.
Diretório
Babeuf e Conspiração dos Iguais: último suspiro dos setores populares dentro da Revolução Francesa.
O Diretório, criado em 1795, marcou a retomada de poder dos girondinos na condução do processo revolucionário francês. Aproveitando toda a instabilidade política deixada pelos radicais que capitanearam a Convenção Nacional, a alta burguesia conseguiu reassumir o país promovendo reformas que deram fim às medidas populares criadas anteriormente. Daí em diante, a consolidação de qualquer mudança mais profunda seria controlada por instrumentos de visível exclusão política.
Entre as primeiras medidas tomadas, o novo governo criou uma nova constituição que colocava cinco integrantes à frente do Poder Executivo. Estes membros do chamado Diretório seriam escolhidos por meio da votação do Poder Legislativo que, por sua vez, voltariam a ser escolhidos pelo sistema de censitário. Por meio dessas medidas, buscava-se evitar outra possível radicalização política e, ao mesmo tempo, estabilidade necessária para se lutar contra os problemas internos e as tropas inimigas.
A composição do cenário político ganhou uma nova configuração, onde os girondinos ocupavam a parte central da assembléia legislativa, os realistas ficavam à direita e os poucos jacobinos que restavam situados à esquerda. Nessa transição houve uma tentativa de restauração da monarquia através de um golpe. Contudo, um jovem militar chamado Napoleão Bonaparte foi responsável por conter a trama que colocou a revolução sob ameaça.
Da mesma forma, os radicais também tentaram abalar o poder burguês restaurado por meio de uma grande revolta popular. Graco Babeuf, líder principal da chamada “conspiração dos iguais”, realizava duras críticas contra a manutenção da propriedade privada e defendia a volta de um governo popular capaz de extinguir qualquer tipo de desigualdade. Apesar de tais incidentes, o Diretório continuava a realizar as mudanças favoráveis ao projeto político burguês.
Contrastando com as disputas que agitavam
o cenário político interno, a França conseguia vitórias cada vez mais significativas contra os exércitos absolutistas europeus. Nas batalhas ocorridas na Europa Oriental, em Malta, na Suíça, no Egito e na Síria os franceses impunham novas derrotas contra aqueles que temiam o avanço do ideal revolucionário. Entre tantos combatentes, a figura do general Napoleão Bonaparte se tornava unânime entre os defensores da soberania nacional francesa.
Em pouco tempo, as vitórias de Napoleão se transformaram em uma segura via de sua própria ascensão política. Convidado para participar do governo francês, Napoleão aproveitou o momento favorável para articular um golpe de Estado contra o Diretório. Com o apoio de membros expressivos da alta burguesia, o comandante militar realizou o golpe de 18 de Brumário, correspondente ao dia 9 de novembro de 1799, segundo o calendário cristão.
O Diretório passou a dar lugar ao Consulado, instituição integrada por três representantes entre os quais estavam Roger Ducos, o abade de Seyès e o próprio Napoleão Bonaparte. Na prática, o general corso concentrava as mais importantes decisões em suas mãos e, dessa forma, trilhava o caminho que posteriormente o elevaria à posição de imperador da França. Apesar da aparência monárquica, o vindouro fato consagraria as aspirações burguesas que movimentaram a Revolução Francesa.
Iluminismo
O Iluminismo foi um movimento intelectual que surgiu na Europa no século XVIII, marcado por valorizar a razão e tecer críticas ao absolutismo e ao mercantilismo.
O Iluminismo foi um movimento político-intelectual que surgiu na Europa no século XVIII e fez com que ele ficasse conhecido como “século das luzes”. O movimento valorizava a razão e considerava que somente ela poderia guiar a humanidade no caminho do progresso. Além disso, o Iluminismo ia de encontro à intolerância religiosa.
Os iluministas teciam profundas críticas ao absolutismo, propondo que era necessário limitar o poder dos monarcas. Eles criticavam também a falta da liberdade nos governos absolutistas. Alguns dos grandes expoentes do pensamento iluminista foram Voltaire, Jean-Jacques Rousseau e Adam Smith.
Resumo sobre Iluminismo
O Iluminismo foi um movimento intelectual que surgiu na Europa no século XVIII.
Esse movimento valorizava a razão em detrimento da fé, afirmando que a razão era o meio para garantir o progresso da humanidade.
Criticava o absolutismo e acreditava ser necessário limitar o poder real.
Criticava o mercantilismo por não concordar com a intervenção do Estado na economia.
Dentre os iluministas importantes destacam-se nomes como Montesquieu, Adam Smith e David Hume. O que o Iluminismo defendia?
O Iluminismo é entendido como um movimento intelectual que surgiu na Europa no século XVIII, tendo grande impacto na cultura europeia e motivando uma série de transformações na Europa e em outras partes do mundo. A influência dos ideais iluministas no século XVIII foi tão grande que ele recebeu a alcunha de “século das luzes”.
Também chamado de Ilustração, o Iluminismo é entendido como o responsável por promover uma série de mudanças em diversos sentidos. Áreas como a religião, a cultura, a economia, a política, a sociedade, entre outras, sofreram influência dessas ideias. O Iluminismo foi resultado de uma renovação intelectual que já estava em curso na Europa desde o século XVII.
Um dos itens de maior importância para o pensamento iluminista foi a valorização da razão. Os iluministas acreditavam que o progresso da humanidade aconteceria por meio da razão, considerando que ela deveria ter valor maior do que a fé.
A valorização da razão pelos iluministas fez com que eles enaltecessem o conhecimento científico, e eles sempre procuravam estudar os fenômenos da natureza a fim de dar-lhes uma explicação racional.
Assim, as crenças populares e lendas eram vistas com menosprezo, pois os iluministas prezavam pelo racionalismo, e não pelas crendices. Por conta disso, eles teciam fortes críticas à Igreja, questionando a forma como essa instituição controlava a vida das pessoas naquele período. Além disso, os iluministas eram críticos da intolerância religiosa, que motivava conflitos por diversas partes da Europa.
Os iluministas acreditavam que a aplicabilidade da razão levaria a humanidade a um progresso que seria capaz de formar uma sociedade perfeita. Nessa sociedade, haveria justiça e não haveria espaço para a tirania (representada pelo poder absolutista) e para a superstição (representada pelo controle da Igreja).
Esses intelectuais também acreditavam em ideias que falavam de liberdade e igualdade entre os seres humanos. Os iluministas propunham a superação do modelo absolutista e do mercantilismo e também defendiam a separação entre Estado e Igreja para estabelecer o que conhecemos atualmente como Estado laico.
Principais pensadores do Iluminismo
O Iluminismo ficou marcado por uma série de pensadores que deixaram grandes contribuições para a humanidade. Alguns dos iluministas de destaque foram:
Voltaire;
 Denis Diderot 
David Hume; 
Immanuel Kant;
 Adam Smith
Jean-Jacques Rousseau;
Montesquieu.
Características do Iluminismo
Luís XIV, símbolo do poder absolutista. Os iluministas eram críticos dos governos absolutistas.
Uma das características mais fortes do Iluminismo foi a crítica que eles realizavam ao absolutismo, forma de governo marcada pela concentração de poder na figura do monarca. Essa forma de governo foi muito comum no século XVIII e gerava uma sociedade extremamente desigual, em que um grupo minoritário gozava de uma série de privilégios e de uma vida luxuosa.
Os iluministas defendiam a ideia de que era necessário criar formas de limitar o domínio real, dando mais poder para um parlamento ou então elaborando uma constituição que estabelecesse limites ao poder do rei. Outras críticas eram realizadas ao absolutismo e à sociedade daquele período.
Uma delas afirmava que no absolutismo não havia muita liberdade, uma vez que não existia liberdade de expressão, liberdade de reunião e nem liberdade religiosa, por exemplo. A crítica à falta de liberdade e ao absolutismo fez com que os ideais iluministas gozassem de grande apoio da burguesia, classe interessada em acabar com as limitações do Antigo Regime sobre suas vidas e, principalmente, sobre seus negócios.
Em relação à economia, os iluministas não concordavam com o conjunto de práticas do período absolutista. Essas práticas receberam o nome de mercantilismo, caracterizado pela procura do Estado por acúmulo de riquezas e pelo seu intenso controle sobre a economia.
Os iluministas desejavam ter mais liberdade econômica, portanto não concordavam com o controle do Estado absolutista. Grande parte dos iluministas afirmavam que deveria existir mais liberdade na economia e afirmavam que o mercado deveria regular a si mesmo por meio do livre comércio e da livre iniciativa.
Eles acreditavam que essas duas eram as chaves para o enriquecimento da sociedade, e a defesa dessas ideias recebeu o nome de liberalismo econômico. Esse pensamento foi bastante influente na economia global até o começo do século XX.
Iluminismo pelo mundo
O Iluminismo teve grande repercussão a partir do século XVIII. Esses ideais foram catalisadores de transformações, sendo que a ordem antiga do mundo passou a ser questionada, e uma nova ordem começou a se estabelecer. As críticas do Iluminismo ao absolutismo contribuíram para que essa forma de governo começasse a se desintegrar na Europa. Além disso, a defesa de ideias como liberdade de expressão, a noção de igualdade entre os seres humanos e outras contribuiu para que movimentos revolucionários surgissem em diferentes partes do planeta. Isso porque a sociedade desigual do período do Antigo Regime já não era mais aceita por muitos.
No entanto, uma ressalva importante deve ser realizada, pois, apesar de os iluministas falaram em igualdade entre os homens, essa defesa nunca era ampla e irrestrita. Em outras palavras, os iluministas defendiam a igualdade entre os seres humanos, mas de forma que atendesse apenas aos
interesses da burguesia. A radicalização desse e outros ideais não era interessante para os iluministas.
De qualquer forma, uma série de acontecimentos foram motivados pelos ideais iluministas, tais como a Revolução Francesa, a Revolução Americana, a Revolução Liberal do Porto, a Revolução Haitiana, a independência dos países da América Espanhola, entre outros.
Queda da Bastilha
A queda da Bastilha tornou-se o símbolo do início da Revolução Francesa quando o poder absolutista foi contestado e o Terceiro Estado rebelou-se contra os privilégios dos outros dois estados componentes da sociedade francesa da época. Iniciava-se então a revolução que marcaria a história da França e teria consequências em todo o mundo.
A Bastilha era uma prisão localizada em Paris onde ficavam os presos políticos, aqueles considerados inimigos do rei francês. Em 14 de julho de 1789, a Bastilha foi tomada pela população parisiense insatisfeita com a crise socioeconômica que a França atravessava no final do século XIX. Durante a invasão, a prisão tinha apenas sete presos, porém servia de depósito de armas e pólvoras. A população revoltosa pegou o armamento e insurgiu-se contra as tropas reais.
Contexto histórico da queda da Bastilha
Rei Luís XVI governou a França até 1789, quando começou a revolução francesa
Até 1789, a França foi uma monarquia absolutista. O rei tinha poderes absolutos e governava de acordo com as suas vontades e seus interesses. A sociedade francesa era estamental, ou seja, dividida em estados, e não havia mobilidade social  O Primeiro Estado era formado pelo clero, alta cúpula da Igreja Católica. A nobreza, detentora de grande parte das terras francesas, compunha o Segundo Estado. Já a burguesia e os camponeses, que de fato trabalhavam e sustentavam os estados superiores, faziam parte do Terceiro Estado e eram a maioria da população.
A monarquia francesa vivia uma crise fiscal, ou seja, gastava-se mais do que arrecadava. Era preciso fazer uma reforma tributária para equilibrar as finanças. No entanto, nem o rei e muito menos os dois primeiros estados estavam dispostos a reduzir os custos dos seus privilégios ou pagar mais impostos. O Terceiro Estado foi, então, o alvo de mais cobranças. No final do século XVIII, a França enfrentou uma crise econômica, afetando diretamente a burguesia e os camponeses. Dessa vez, as ordens vindas das classes superiores não seriam cumpridas pelas classes subalternas.
As ideias iluministas influenciaram o questionamento das ordens reais. O iluminismo posicionou-se contra o absolutismo do poder real e a favor da elaboração de uma Constituição na qual todos os cidadãos fossem iguais perante a lei. Na França pré-revolucionária, não existia a igualdade entre os cidadãos, mas sim privilégios concedidos àqueles que pertenciam às classes superiores. O francês era julgado mediante a sua origem. Essa crise econômica e as ideias contestatórias do poder absoluto colaboraram para que o Terceiro Estado se rebelasse contra os privilégios e as desigualdades de classe.
Causas da Revolução Francesa
As causas da Revolução Francesa foram as influências das ideias iluministas, pois questionavam o poder absolutista do rei e os privilégios dos primeiro e segundo estados, que, apesar da crise econômica vivida pelos franceses no final do século XVIII, não queriam abrir mão deles e muito menos pagar impostos para equilibrar-se as finanças estatais. Se fosse mantida a estrutura sociopolítica da França, não haveria mudanças que beneficiariam o Terceiro Estado.
Participantes da queda da Bastilha
A população francesa, revoltada com a crise econômica, uniu-se ao Terceiro Estado para invadir e destruir a Bastilha. A prisão era o símbolo do Antigo Regime. Como a maioria da população considerava o rei e seus aliados como responsáveis pelo caos vivido pela França, ao atacar a Bastilha, ela enviava o recado de que o poder absoluto do rei e os privilégios dos estados superiores não seriam apenas questionados, mas destituídos.
Estados Gerais e Assembleia Constituinte
Logo após a queda da Bastilha, o rei Luís XVI convocou a Assembleia dos Estados Gerais a fim de discutir soluções para a crise francesa. O sistema de votação já demonstrava que não haveria mudanças. O voto era por estado, ou seja, os três estados tinham direito a um voto. O Terceiro Estado sempre saía em desvantagem, porque o primeiro e o segundo concordavam com os votos, mas, em 1789, isso mudou. Aproveitando a recente manifestação popular na Bastilha, o Terceiro Estado também questionou o sistema de votação.
A proposta era a votação por cabeça, ou seja, o estado que mais representasse a população teria a maioria. Clero e nobreza prontamente recusaram. Após o impasse, o Terceiro Estado retirou-se da Assembleia dos Estados Gerais e abriu outra assembleia, a Constituinte, que elaborou a primeira Constituição francesa.
A queda da Bastilha
A queda da Bastilha foi o marco inicial da Revolução Francesa. A principal característica do poder absolutista era a não contestação e a pronta adesão aos mandos do rei. Desse modo, a queda da Bastilha teve mais um sentido simbólico, de contestação ao Antigo Regime em crise. A prisão parisiense tinha poucos presos, mas, durante muitos anos, foi local para os inimigos do rei cumprirem as condenações.
A invasão popular da Bastilha e a retirada de armamentos que ali estavam guardados representaram um ataque aos poderes do rei e à sua defesa, já que esse armamento era para os guardas que o defendiam.
Consequências das queda da Bastilha
O Terceiro Estado embarcou na revolta popular em Paris e exigiu mudanças no sistema de votação dos Estados Gerais. A estrutura do Antigo Regime começava a ruir. Os anos seguintes foram decisivos porque os revolucionários prenderam o rei Luís XVI, que foi condenado e morto na guilhotina. A revolução aberta pela queda da Bastilha modificou a França. De monarquia absolutista, o país transformou-se em uma república, e a burguesia assumiu o poder com a chegada de Napoleão Bonaparte, encerrando-se a revolução.
Resumo sobre a queda da Bastilha
· A queda da Bastilha, em 14 de julho de 1789, foi o estopim para a Revolução Francesa.
· Como era uma prisão para inimigos do rei, a Bastilha era o símbolo do Antigo Regime.
· Logo após a destruição da Bastilha, o Antigo Regime francês foi derrotado pela revolução.
Bibliografia 
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/queda-da-bastilha.htm
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/convencao-nacional.htm
Outra pesquisa
Revolução francesa
A Revolução Francesa, iniciada no dia 17 de junho de 1789, foi um movimento impulsionado pela burguesia e contou com a participação dos camponeses e das classes urbanas que viviam na miséria.
Em 14 de julho de 1789, os parisienses tomaram a prisão da Bastilha desencadeando profundas mudanças no governo francês.
Contexto histórico
No final do século XVIII, a França era um país agrário, com a produção estruturada no modelo feudal. Isso significava que existiam impostos e licenças que só eram válidos para determinadas regiões. O poder político estava concentrado no rei e num pequeno número de auxiliares.
Por isso, para a burguesia e parte da nobreza era preciso acabar com o poder absoluto do rei Luís XVI.
Enquanto isso, do outro lado do Canal da Mancha, a Inglaterra, sua rival, desenvolvia o processo de Revolução Industrial.
Fases da Revolução Francesa
Para fins de estudo, a Revolução Francesa é dividida em três fases:
Monarquia Constitucional (1789-1792);
Convenção Nacional (1792-1795);
Diretório (1795-1799).
Causas da Revolução Francesa
A burguesia francesa, preocupada em desenvolver a indústria no país, queria acabar com as barreiras que restringiam a liberdade de comércio internacional. Desta forma, era preciso que se adotasse na França, segundo a burguesia, o liberalismo econômico.
A burguesia exigia também a garantia de seus direitos políticos, pois era ela quem sustentava o Estado, posto que o clero e a nobreza estavam livres de pagar impostos.
Apesar
de ser a classe social economicamente dominante, sua posição política e jurídica era limitada.
Iluminismo
O iluminismo se propagou entre os burgueses e propulsionou o início da Revolução Francesa.
Este movimento intelectual fazia duras críticas às práticas econômicas mercantilistas, ao absolutismo, e aos direitos concedidos ao clero e à nobreza.
Seus autores mais conhecidos foram Voltaire, Montesquieu, Rousseau, Diderot e Adam Smith.
Crise econômica e política
A crítica situação econômica, às vésperas da revolução de 1789, exigia reformas, mas gerava uma crise política. Esta se agravou quando os ministros sugeriram que a nobreza e o clero deveriam pagar impostos.
Pressionado pela situação, o rei Luís XVI convoca os Estados Gerais, uma assembleia formada pelos três estamentos da sociedade francesa:
Primeiro Estado - composto pelo clero;
Segundo Estado - formado pela nobreza;
Terceiro Estado - composto por todos aqueles que não pertenciam ao Primeiro nem ao Segundo Estado, no qual se destacava a burguesia.
O Terceiro Estado, mais numeroso, pressionava para que as votações das leis fossem individuais e não por Estado. Somente assim, o Terceiro Estado poderia passar normas que os favorecessem.
No entanto, o Primeiro e o Segundo Estado recusaram esta proposta e as votações continuaram a ser realizadas por Estado.
Desta forma, reunidos no Palácio de Versalhes, o Terceiro Estado e parte do Primeiro Estado (baixo clero) se separam da Assembleia. Em seguida, declaram-se os legítimos representantes da nação, formando a Assembleia Nacional Constituinte e jurando permanecer reunidos até que ficasse pronta a Constituição.
O juramento na Sala de Jogo de Paume, de Jean-Louis David, ilustra a união entre parte do Primeiro Estado e o Terceiro.
Monarquia constitucional (1789-1792)
No dia 26 de agosto de 1789 foi aprovada pela Assembleia a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
Esta Declaração assegurava os princípios da liberdade, da igualdade, da fraternidade (“Liberté, égalité, fraternité” - lema da Revolução), além do direito à propriedade.
A recusa do rei Luís XVI em aprovar a Declaração provocam novas manifestações populares. Os bens do clero foram confiscados e muitos padres e nobres fugiram para outros países. A instabilidade na França era grande.
A Constituição ficou pronta em setembro de 1791. Dentre os artigos podemos destacar:
o governo foi transformado em monarquia constitucional;
o poder executivo caberia ao rei, limitado pelo legislativo, constituído pela Assembleia;
os deputados teriam mandato de dois anos;
instituído o voto censitário (só seria eleitor quem tivesse uma renda mínima);
suprimiram-se os privilégios e as antigas ordens sociais;
confirmaram-se a abolição da servidão e a nacionalização dos bens eclesiásticos;
manteve-se a escravidão nas colônias.
Convenção Nacional (1792-1795)
A Assembleia Legislativa foi substituída, através do sufrágio universal masculino, pela Convenção Nacional, que aboliu monarquia e implantou a República. Os jacobinos eram a maioria neste novo parlamento.
O rei Luís XVI foi julgado e sentenciado culpado por traição, sendo condenado à morte por guilhotina e executado em janeiro de 1793. Meses depois, a rainha Maria Antonieta teria o mesmo destino.
Internamente, as opiniões divergentes de como deveriam ser conduzida a revolução, começavam a provocar divisão entre os próprios revolucionários. Existiam basicamente dois grupos:
Os girondinos - representantes da alta burguesia, defendiam posições moderadas e a monarquia constitucional.
Por sua parte, os jacobinos - representantes da média e da pequena burguesia, constituía o partido mais radical, sob a liderança de Maximilien Robespierre. Queriam a instalação de uma república e um governo popular.
O Terror (1793-1794)
Dentro do período da Convenção Nacional existe um ano extremamente violento, onde as pessoas suspeitas de serem contrarrevolucionárias eram condenadas à guilhotina. Este período ficou conhecido como "terror".
Isto foi possível graças a aprovação da Lei dos Suspeitos que autorizava a prisão e morte dos considerados antirrevolucionários. Nessa mesma altura, as igrejas eram encerradas e os religiosos obrigados a deixar seus conventos. Aqueles que recusavam a jurar a Constituição Civil do Clero eram executados. Além da guilhotina, os suspeitos eram afogados no rio Loire.
A ditadura jacobina introduziu novidades na Constituição como:
voto universal e não censitário;
fim da escravidão na colônias;
congelamento de preços de produtos básicos como o trigo;
instituição do Tribunal Revolucionário para julgar os inimigos da Revolução.
As execuções tornaram-se um espetáculo popular, pois aconteciam diversas vezes ao dia num ato público. Para os ditadores eram uma forma justa de acabar com os inimigos, porém essa atitude causava medo na população que se voltou contra Robespierre e o acusou de tirania.
Nessa sequência, após ser detido, Robespierre foi executado e este fato ficou conhecido como “Golpe do 9 Termidor”, em 1794.
Gravura do século XIX mostrando a execução de Robespierre (centro)
Diretório (1794-1799)
A fase do Diretório dura cinco anos e se caracteriza pela ascensão da alta burguesia, os girondinos, ao poder. Recebe este nome, pois eram cinco diretores que governavam a França.
Inimigos dos jacobinos, seu primeiro ato é revogar todas as medidas que eles haviam feito durante sua legislação. No entanto, a situação era delicada. Os girondinos atraíram a antipatia da população ao anular o congelamento de preços.
Vários países, como a Inglaterra e o Império Austríaco, ameaçavam invadir a França a fim de conter os ideais revolucionários. Por fim, a própria nobreza e a família real no exílio buscavam organizar-se para restaurar o trono.
Diante desta situação, o Diretório recorre ao Exército, na figura do jovem general Napoleão Bonaparte para conter os ânimos dos inimigos.
Desta maneira, Bonaparte dá um golpe - o 18 Brumário - onde instaura o Consulado, um governo mais centralizado que traria paz ao país por alguns anos.
Consequências da Revolução Francesa
Napoleão Bonaparte espalhou os ideais da Revolução Francesa através de guerras pela Europa
Em dez anos, de 1789 a 1799, a França passou por profundas modificações políticas, sociais e econômicas.
A aristocracia do Antigo Regime perdeu seus privilégios, libertando os camponeses dos laços que os prendiam aos nobres e ao clero. Desapareceram as amarras feudais que limitavam as atividades da burguesia e criou-se um mercado de dimensão nacional.
A Revolução Francesa foi a alavanca que levou a França do estágio feudal para o capitalista e mostrou que a população era capaz de condenar um rei.
Igualmente, instalou a separação de poderes e a Constituição, uma herança deixada para várias nações do mundo.
Em 1799, a alta burguesia aliou-se ao general Napoleão Bonaparte, que foi convidado a fazer parte do governo. Sua missão era recuperar a ordem e a estabilidade do país, proteger a riqueza da burguesia e salvá-los das manifestações populares.
Por volta de 1803 têm início as Guerras Napoleônicas, conflitos revolucionários imbuídos dos ideais da Revolução Francesa que teve como protagonista Napoleão Bonaparte.
Bibliografia
https://www.todamateria.com.br/revolucao-francesa/
Golpe do 18 de Brumário
O 18 de Brumário foi um golpe de Estado efetuado por Napoleão Bonaparte, nos dias dias 9 e 10 de novembro de 1799, na França.
O que foi o golpe do 18 Brumário?
Foi uma manobra política para garantir a ascensão dos girondinos, a alta burguesia francesa, ao poder.
Também serviu para conter os jacobinos, preservar as conquistas da Revolução Francesa e frear a guerra com os países contrários aos ideais revolucionários.
Por meio do golpe, o sistema denominado Diretório foi derrubado e substituído pelo Consulado. Este fato marcou o início da ditadura do general Napoleão Bonaparte (1769-1821).
A data recebe este nome porque ocorreu no segundo mês do Calendário Revolucionário Francês, brumário, que era dedicado à bruma.
Antecedentes do Golpe de 18 Brumário
Com as conquistas
militares obtidas pelos franceses, o Exército se fortalecia cada vez mais. Diante dos desentendimentos no Diretório entre as várias facções políticas, parecia que os militares seriam os únicos capazes de garantir a governabilidade na França.
Igualmente, os burgueses viam suas conquistas sociais e econômicas ameaçadas, pois alguns grupos desejavam a volta do absolutismo. Da mesma forma existia um perigo real da França ser invadida novamente pelas tropas da Segunda Coligação (Inglaterra, Áustria, Império Russo, entre outros).
Tudo isso faz com que os franceses apoiem o Golpe de 18 Brumário e a ditadura de Napoleão Bonaparte.
Bonaparte e o Golpe de 18 de Brumário
Napoleão Bonaparte foi um dos mais destacados militares da época revolucionária, vencendo vários países que fizeram guerra contra a França. Interessava-se cada vez mais por política e via com maus olhos a época do Terror implantada por Robespierre.
Desta maneira, planeja com o abade Sieyès um golpe para preservar as conquistas da Revolução Francesa.
Assim, Napoleão depôs o Diretório usando uma coluna de granadeiros e implantou o regime do Consulado. Neste sistema estava previsto que três cônsules dividiriam o poder: Bonaparte, Sieyès e Pierre-Roger Ducos.
Nova constituição
O trio coordenou a elaboração de uma nova Constituição que estabelecia Napoleão como Primeiro-Cônsul pelo período de dez anos.
A Carta Magma ainda lhe concedia poderes de ditador, pois Bonaparte era o responsável por nomear para os principais cargos públicos e também de legislar. Nesta nova Constituição não é feita nenhuma referência à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
Este documento estaria em vigor até 1804 quando o próprio Napoleão cria o Império e se coroa soberano.
Consequências do 18 de Brumário
napoleão Bonaparte recebe o juramento das autoridades como Primeiro-Cônsul. Autor: Auguste Couder
Com o Golpe do 18 de Brumário, Napoleão Bonaparte instaura uma ditadura na França com os poderes concentrados na sua pessoa.
Por sua vez, Bonaparte tenta conciliar as várias facções políticas. Restabelece a liberdade de culto, anistia os emigrados (nobres) que fugiram durante a Revolução, promulga o Código Civil, cria o Banco da França, etc.
No entanto, torna o Senado apenas um órgão consultivo e acaba com a eleição de juízes que como havia sido determinado pelos revolucionários.
O Consulado termina com a criação do Império Napoleônico, onde uma nova dinastia, a Bonaparte, passa a governar a França.
O 18 Brumário de Luís Bonaparte, de Karl Marx
A expressão "18 Brumário" tornou-se sinônimo de golpe de Estado dentro do processo revolucionário.
O historiador e escritor Karl Marx intitulou assim uma de suas obras, "O 18 Brumário de Luís Bonaparte", onde analisava os movimentos políticos ocorridos na Europa entre 1848-1851.
Neste livro, Marx explicava como o sobrinho do general Napoleão Bonaparte, Luís, conseguiu restaurar a monarquia, mesmo sendo o presidente da República, e proclamar-se imperador.
Bibliografia
https://www.todamateria.com.br/golpe-do-18-de-brumario/
Outra pesquisa
Em 1789, acontecia na França a revolução que marcaria o fim da Idade Moderna e início da Idade Contemporânea. A Revolução Francesa causou a queda de uma monarquia, o enfraquecimento da Igreja e o fim da aristocracia. Entretanto, essa foi apenas uma das revoluções que ocorreram no mundo entre os séculos XVIII e XIX, mas por que ela é considerada um marco da história francesa e mundial?
Vamos entender, mas para isso, primeiro precisamos compreender o que não ia bem no reino da França em 1789 para que a revolução acontecesse. Veremos que durante as décadas anteriores à Revolução, alguns fatores sociais, políticos e econômicos serviram de fagulhas para o “espírito da Revolução” e foram essenciais para culminar nos acontecimentos que conhecemos como a “Revolução Francesa”.
As causas da Revolução Francesa
A Revolução Francesa não aconteceu sem aviso na história da França, tampouco a forma de pensar que norteou os ideais dos revolucionários surgiu do dia para a noite. Entretanto, nem Luis XVI nem a Igreja estavam preparados para o que se iniciou em 1789 e se estendeu até o último ano do século XVIII. Podemos mencionar 4 como sendo as causas principais da revolução:
. O pensamento iluminista;
. A influência da Revolução Americana na economia e no imaginário da França;
. A desigualdade entre diferentes grupos sociais;
. Uma grande crise econômica que gerou fome e mortes.
Todas essas razões estão ligadas entre si, mas vamos entender o que foi cada uma.
O Iluminismo e o Século das Luzes
O Século das Luzes, como ficou conhecido o século XVIII, foi um período com grandes mudanças na forma como as pessoas por toda a Europa lidavam com o conhecimento, e foi o momento do despertar de uma das correntes de pensamento mais importantes da história: O Iluminismo.
O Iluminismo surgiu no começo do século, e teve grande influência sobre os intelectuais e a burguesia daquele período em toda a Europa. Esse movimento defendia valores do humanismo e da razão, colocando o ser humano e a busca pelo conhecimento científico como as fontes das quais deveriam emanar todo o poder e as decisões da sociedade. No
pensamento iluminista, não havia mais espaço para monarcas com poderes absolutos nem para a crença religiosa como a fonte para justificar estruturas de poder.
Os ideais iluministas eram disseminados facilmente por todo o país, com textos circulando por gazetas e folhetins. Essa corrente de pensamento prosperou entre os intelectuais da Europa desde a França, com pensadores como Voltaire, Jean-Jacques Rousseau, e Mostesquieu, até a Itália, Alemanha e Inglaterra, onde viveu John Locke, o “pai do Liberalismo”. Esses nomes são conhecidos até hoje como baluartes da liberdade e dos direitos individuais dos cidadãos. 
A influência da Revolução Americana
A segunda metade do século XVIII não foi marcada apenas pela Revolução Francesa, mas por uma série de revoltas e revoluções ao redor do continente europeu e na América. Antes de a revolução na França começar em 1789, a mais notável havia sido a Revolução de Independência das colônias americanas.
Essa revolução foi apoiada por Luis XVI, que enviou tropas francesas para ajudar George Washington e companhia na empreitada americana de se tornar independente da Grã-Bretanha, o principal rival político e econômico da França naquele período. A empreitada francesa, apesar de bem vista pela população, trouxe um prejuízo financeiro e dívida tão grandes para a coroa que obrigou Luís XVI a fazer sucessivos aumentos de impostos ao
longo das décadas de 1770 e 1780, período em que a França já passava por uma grande crise econômica, que veremos em breve.
A Revolução Americana foi importante também por um motivo simbólico: fortalecer no imaginário dos franceses os ideais de liberdade e de igualdade entre cidadãos, em sintonia com o pensamento iluminista da época. Porém, esses desejos cada vez mais claros do povo francês se chocavam com uma barreira poderosa: a divisão brutal da sociedade em grupos, alguns com muitos privilégios, e outro com nenhum. Esses grupos eram chamados de Estados.
Os três Estados na França
A França era uma superpotência europeia no fim do século XVIII, com uma população de aproximadamente 25 milhões de habitantes e uma das monarquias mais vitoriosas do continente. Entretanto, existia uma desigualdade latente entre nobres, membros da Igreja, burgueses e camponeses, e essa desigualdade existia por meio da existência de três ordens hierárquicas distintas, conhecidas como Primeiro, Segunda e Terceiro Estados.
O Primeiro Estado
O Primeiro Estado francês era composto pelo clero da Igreja Católica, que ao longo da Idade Média exerceu uma hegemonia religiosa e política na França com poderes comparáveis aosdo rei. Uma figura de destaque que representa bem o quão forte eram os membros da Igreja é o Cardeal de Richelieu, que no início do século XVII, como ministro do rei Luis XIII, liderou os exércitos da França em guerras por todo do continente, como a Guerra
dos Trinta Anos.
Mas o clero não contava apenas com o poder de influenciar o rei em suas decisões, a Igreja também era proprietário de mais de 20% das terras da França e detinha uma fortuna significativa em ouro e outros bens.
O Segundo Estado
A nobreza compunha o Segundo Estado francês, e era formada pelos aristocratas. Esse grupo estava em decadência antes de a revolução começar, pois vinham de uma tradição feudal de vassalagem que estava se dissolvendo conforme os camponeses se tornavam livres e deixavam as terras dos senhores. Essa aristocracia, que baseava seu poder em títulos e influência por meio de cargos públicos, representava algo que a revolução queria derrubar: os privilégios.
O Terceiro Estado
“O que é o Terceiro Estado? – Tudo.
O que ele tem sido até agora na política da França? – Nada.
O que ele quer? – Quer ser algo.”
É com essas três frases que o escritor francês Emmanuel Joseph Sievès (03/05/1748 – 20/06/1836) iniciou seu tratado pré-revolucionário sobre o que era o Terceiro Estado. Mas você já consegue imaginar quais cidadãos faziam parte desse grupo?
O Terceiro Estado era composto pela burguesia que estava nascendo na França naquele período, pelos trabalhadores das cidades e pelos camponeses, sendo que esses últimos correspondiam a quase 80% do total da população fraOs burgueses estavam em um momento de ascensão na França durante o século XVIII, com o fim do regime feudal e o início da urbanização. Essas pessoas eram, em sua maioria, comerciantes e empresários, e viviam nos centros urbanos franceses como Lyon, Bourdeaux, Marselha e Paris. Uma outra parcela desse grupo social, também muito importante para a Revolução, eram os intelectuais, acadêmicos, advogados e médicos, conhecidos como a ‘baixa burguesia’.
A burguesia estava se tornando economicamente relevante na França nos anos pré-revolução, mas não via esse mesmo crescimento acontecer com o poder político. Antoine Barnave, um dos nomes mais importantes da Revolução, disse em certo momento que “Uma nova distribuição da riqueza pressupõe uma nova distribuição do poder“. Os burgueses ainda eram sub representados na corte, e viam a aristocracia como uma inimiga, uma vez que esta continuava tendo privilégios fiscais e políticos garantidos pelo regime, mesmo tendo cada vez menos relevância na economia.
Os camponeses, por sua vez, eram as pessoas sobre as quais recaiam a maior parte dos impostos, as vezes tendo de entregar até um décimo de suas colheitas. Com o enfraquecimento do feudalismo e do regime de servidão, os camponeses passaram a trabalhar no campo para produzir para si próprios, e no século XVIII, o trigo era o produtoncesa. mais importante para a economia francesa, e em especial, a principal fonte de alimentos para quem vivia no interior e nos campos.
Dá pra imaginar que uma crise na produção de trigo seria catastrófica, e foi exatamente isso que aconteceu.
A crise econômica da França
‘Se não têm pão, que comam brioches”. Essa frase é atribuída à rainha Maria Antonieta, e embora provavelmente nunca tenha sido dita de fato, representa bem a situação em que a população francesa se encontrava em 1789 e a visão que a nobreza tinha sobre ela.
Durante as décadas de 1770 e 1780, a França passou por uma grande estiagem, o que gerou uma diminuição significativa das colheitas de trigo e outros cereais, que eram a principal fonte de alimento dos camponeses. Essa crise, em conjunto com os sucessivos aumentos de impostos sofridos apenas pelos mais pobres, causou um estado de miséria entre camponeses e trabalhadores das cidades no país. Houve muitas mortes por inanição e saqueamentos, além de conflitos nas ruas por comida.
Essa situação obrigou o rei Luís XVI a tomar uma atitude para tentar resolver a crise dos Franceses. A decisão do rei foi convocar a Assembléia dos Estados Gerais. Essa Assembléia é considerada o ponto sem volta para as mudanças que estavam por vir, e se ela não tivessesido convocada, talvez a Revolução não ocorresse. Ficou curioso para saber o que foi esse grande evento?
A Revolução
Assembléia dos Estados Gerais
Durante mais de duzentos anos (desde 1614) os monarcas franceses não se utilizaram do seu poder de convocar uma assembléia que reunisse os três estados para deliberar sobre a política e economia da França. Foi Luís XVI quem decidiu fazer essa convocação em 1789 para reunir e consultar representantes dos três estados para solucionar a crise.
A Assembléia foi marcada para ter início em 1 de Maio, e contava com 1200 delegados, sendo metade deles representantes do Terceiro Estado, que era composto por mais de 90% da população. Uma das votações mais importantes que a Assembléia realizaria seria sobre um novo aumento de imposto. O Clero e a nobreza queriam realizar a votação de forma que cada Estado tivesse um voto, para que pudessem votar juntos e se manter isentos. Já os representantes do Terceiro Estado entendiam que suas chances de conseguir se opor à elite aristocrática só seria possível se a assembléia seguisse a lógica de cada deputado ter um voto.
A aristocracia venceu, e por dois votos a um, foi decidido que o terceiro Estado sofreria um aumento de impostos, enquanto os demais permaneceriam isentos.
O juramento do jogo de pela
Na manhã do dia 20 de Junho, com mais de um mês e meio de Assembléia disputas contínuas entre os grupos votantes, os deputados do Terceiro Estado tiveram uma surpresa ao chegar para a assembléia no palácio de Versalhes e encontrar as portas trancadas para sua entrada. Os deputados então invadiram uma sala secundária do palácio, que servia de espaço para jogo de pela, e declaram que só sairiam dali quando tivessem em mãos uma Constituição do Estado Francês. Esse evento ficou conhecido como o Juramento do jogo de pela, e naquele dia, os deputados do Terceiro Estado se autodeclararam a Assembléia Nacional Constituinte da França.
Luís XVI, aparentemente rendido pelas exigências dos representantes do terceiro estado, aos quais haviam se juntado também alguns membros do clero e da nobreza, decidiu por acatar aexigência dos deputados. Entretanto, ao mesmo tempo em que a assembléia acontecia no palácio próximo a Paris, o exército da coroa se preparava na capital para suprimir a assembléia e os representantes.
A população parisiense, alerta para a tentativa de Luís XVI, se rebelou contra as forças do rei. Liderados pela Milícia de Paris, um grupo composto por guardas e membros da burguesia, os parisienses invadiram o Hospital dos Inválidos de Paris, onde saquearam armas e equipamentos de combate e partiram para a fortaleza da Bastilha, onde se armazenava a pólvora da cidade.
Nesse momento, ocorreu o que se pode chamar de o início definitivo da Revolução: a queda da Bastilha.
A queda da Bastilha
No dia 14 de Julho de 1789, a população de Paris tomou a prisão da Bastilha. Ainda hoje, o dia 14 de Julho é o principal feriado nacional e motivo de comemorações na França. Mas o que era a Bastilha?
A Bastilha de Saint-Antoine, ou simplesmente Bastilha, foi uma fortificação que durante quatro séculos esteve localizada no centro de Paris. A partir do século XV, a Bastilha passoua funcionar como uma prisão para onde eram enviados tanto prisioneiros de guerra quanto pessoas acusadas de crimes contra a monarquia, como panfletagem e publicação de sátiras.
A fortificação representou, durante todo o período em que funcionou como uma prisão, o poder absoluto da monarquia de prender e torturar prisioneiros sem julgamento ou direito a defesa. Muitos prisioneiros morriam de fome e frio nos calabouços da fortificação após serem presos por ordens do rei. Apesar de representar um símbolo do absolutismo francês, em 1789 a Bastilha servia mais como uma depósito de pólvora e armamentos do que como uma prisão, e foi por conta dessas armas que ela foi tomada e saqueada pelos revolucionários.
A queda da Bastilha foi rápida e a fortificação foi incendiada. Houve mortos no confronto entre população e guardas, entre eles o diretor da prisão, que foi decapitado e teve sua cabeça exposta em toda a cidade pelos
revolucionários.
Nos dias seguintes à tomada da bastilha, o rei cede à pressão da população francesa e aceita a criação de uma Assembléia Constituinte Nacional, formada pelas deputados presentes na Assembléia dos Estados Gerais, que serão responsável por criar a constituição da França. O país passa então a ser uma monarquia constitucional. Esse documento ficou conhecido como a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão
A declaração contava com 17 artigos que definiam os ‘direitos naturais’ dos cidadãos, como liberdade de expressão e de crença religiosa, e delimitavam os poderes dos governantes e agentes do Estado. O primeiro e mais conhecido artigo da declaração dizia:
“Os homens nascem iguais e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem fundar-se na utilidade comum”.
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789, diferente das que já haviam surgido na Inglaterra e Estados Unidos pós-independência, descrevia os direitos universais dos cidadãos. Não apenas os franceses, e não apenas os franceses que viviam naquela época, mas todos os cidadãos de todos os lugares em todas as épocas.
Nesse momento, alguns grupos de representantes do povo começaram a se destacar dentro da assembléia, sendo dois deles fundamentais para o desenrolar da Revolução. Você já deve ter ouvido os nomes, mas sabe o que cada um deles defendia?
Jacobinos e Girondinos
Os Girondinos eram da alta burguesia, composta por empresários e comerciantes. Esse grupo queria uma reforma com foco no liberalismo econômico e no fim das isenções de impostos e privilégios dos nobres. Eram conhecidos pela moderação nas pautas que defendiam, contrários ao uso da violência e defensores da monarquia constitucional.
Os Jacobinos, por sua vez, eram a baixa burguesia. Esse grupo era formado principalmente por intelectuais, advogados, trabalhadores da justiça e médicos. Os Jacobinos eram considerados mais radicais e queriam uma revolução mais profunda, com reformas econômicas e fiscais, mas também políticas, sendo que alguns deles defendiam a erradicação total da monarquia constitucional que se instaurou, para criar um regime republicano. Girondinos se sentavam à direita na Assembleia, e jacobinos à esquerda. Essa divisão foi o origem do que definimos hoje como esquerda e direita.
A Revolução Francesa contra a Igreja
Uma das primeiras ações dos deputados da assembléia constituinte contra a Igreja Católica foi confiscar e nacionalizar as terras do clero, que equivaliam a 20% do território francês, e a transformar os padres em funcionários do Estado Francês, submissos às decisões da assembléia e com o dever de prestar juramento de fidelidade ao rei, à França e à lei.
Mas os revolucionário não queriam apenas combater o poder político e econômico da Igreja, e sim erradicar qualquer resquício de tradição católica do país. Foram realizadas mudanças profundas, entre elas a substituição do calendário gregoriano por um calendário revolucionário em que os meses eram definidos com base nas estações do ano, e no qual o ano I era 1793, ano de nascimento da república francesa. Os domingos também foram abolidos, por serem dias destinados à adoração cristã. O fim da monarquia na França
Entre 1789 e 1791 existiu na França um regime de monarquia constitucional, no qual o rei permanecia como o monarca, mas na prática não tinha mais o poder de legislar. Durante esse período, a ordem política francesa se manteve relativamente estável, até que na noite de 20 de Junho de 1791, a família real francesa realizou uma tentativa de fuga da França com a ajuda de outros monarcas europeus, entre eles o Imperador do Sacro Império Romano-Germânico, Leopoldo II, irmão de Maria Antonieta. A intenção de Luís XVI e seus aliados era reunir forças estrangeiras para retomar a França dos revolucionários.
O plano não funcionou e os fugitivos foram descobertos durante a viagem e enviados novamente para Paris. Com o fracasso da tentativa, monarcas de toda a Europa, da Prússia (atual Alemanha) à Russia, iniciaram ataques às fronteiras francesas, pois passaram perceber a revolução como uma ameaça para seus próprios países, se ela se mostrasse vitoriosa na França. Os franceses, por sua vez, estavam divididos e seus exércitos desgastados. A guerra devastou as cidades de fronteira da França, e foi o motivo derradeiro para a população de Paris decidir por derrubar a monarquia, que estava atuando contra os interesses franceses na guerra.
No dia 10 de Agosto de 1792, os parisienses, liderados por um grupo de revoconhecidos como sans-culottes, tomaram o palácio das Tulherias, onde vivia a família real, e nesse momento, a monarquia francesa acabava de vez, dando lugar à república, proclamada no dia 21 de Setembro. Luís XVI e Maria Antonieta foram presos por alta traição.
A execução de Luís XVI e o regime do terror
A Assembléia Nacional, que era eleita por meio de sufrágio censitário, deu lugar à Convenção, uma assembléia eleita por sufrágio semi-universal, onde qualquer homem poderia votar, independente de sua renda; mulheres, entretanto, não poderiam. As reuniões da Convenção foram marcadas pelos embates cada vez mais acirrados entre girondinos e jacobinos. O primeiro desses embates se referia a qual deveria ser o destino de Luís XVI e sua família. Girondinos defendiam que a família real fosse exilada, ao passo que os jacobinos entendiam que apenas a execução da monarquia livraria a França da ameaça de um retorno do absolutismo. Estes últimos venceram, e no dia 21 de Janeiro de 1793, Luís XVI foi executado na guilhotina.
Os conflitos entre jacobinos e girondinos não cessaram nesse ponto, na verdade eles se intensificaram. Os girondinos estavam com medo das proporções que a Revolução e que os movimentos populares como os sans-culottes estavam tomando, e pediam o fim da Revolução, uma vez que haviam alcançado suas reivindicações pela liberdade econômica e fim da aristocracia; mas os jacobinos acreditavam que o fortalecimento dos movimentos populares era essencial para que uma revolução profunda ocorresse. O auge desse conflito foi a prisão de boa parte dos deputados girondinoEsse golpe de Estado deu início ao regime do terror na França, e desencadeou uma guerra civil por todo o país. Foi instaurado pelos deputados jacobinos, nesse momento, um comitê de salvação nacional, que se utilizava do terrorismo de Estado para conter manifestações e insurreições e praticar execuções em massa por todo o país. Entre trinta e cinquenta mil pessoas foram mortas nesse período.
O Regime do terror, liderado pelo jacobino Maximilien de Robespierre, não poupou adversários políticos assim como não poupou aliados. Robespierre, o ‘Incorruptível’, deu continuidade a uma agenda de reformas econômicas e culturais na França, ora se aliando a deputados revolucionários, ora a deputados de centro. Seu poder dentro da Convenção se deteriorou rapidamente e resultou em sua queda.
10 de Termindor e a chegada de Napoleão
Termidor foi o nome dado pelos revolucionários aos meses de Julho e Agosto, e em 10 de Termidor do ano II da Revolução (que corresponde a 28 de Julho de 1794, segundo ano do calendário revolucionário) foi executado na guilhotina Maximilien de Robespierre, o principal líder jacobino e um dos grandes nomes da Revolução e comandante do regime do terror.
No período posterior à queda de Robespierre e dos Jacobinos, o diretório passou a ser dominado pelos girondinos, e durante os cinco anos seguintes, os deputados conseguiram avançar com pautas de incentivo à liberdade econômica e com uma série de vitórias militares na Europa, em especial na Itália e na Áustria.
Em 1799 a população francesa volta a eleger maioria de jacobinos para a Convenção. Essa volta da esquerda francesa ao poder causa temor em girondinos e burgueses, e em conjunto, estes dois grupos apelam para um novo golpe de Estado. Mas desta vez não para tomar o poder, e sim para sede-lo a um novo monarca. E não havia ninguém melhor do que o astuto comandante militar responsável pelas vitórias
francesas no exterior: Napoleão Bonaparte.
Em 18 de Brumário do ano VIII (9 de Novembro de 1799), Napoleão toma o poder por meio de um golpe militar e se declara cônsul da França. Esse golpe tem o apoio da burguesia, que enxerga em Napoleão um aliado de seus interesses econômicos. Nesse momento termina a Revolução Francesa.
Bibliografia
https://www.politize.com.br/revolucao-francesa/

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Mais conteúdos dessa disciplina