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Orçamento público e suas características

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Orçamento público e suas características 
1.1 Finanças Públicas no Brasil 
Caros alunos, no nosso ordenamento jurídico, o tema Finanças Públicas tem 
sua importância reconhecida na Constituição Federal, que estabeleceu um 
novo sistema de planejamento e orçamento, o qual deveria ser aperfeiçoado 
através de leis complementares. 
Assim, foi editada a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101, de 
2000) e foi recepcionada como Lei Complementar a Lei 4.320, de 1964. 
Os instrumentos de planejamento e orçamento previstos na Constituição 
Federal são: o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e 
a Lei Orçamentária Anual (LOA). Estes instrumentos se materializam através de 
lei ordinária, de caráter temporário e projetos de iniciativa do Poder Executivo. 
Piscitelli (2014) diz que complementam as normas de gestão do planejamento 
e orçamento público o Decreto nº 2829, de 1998, e a Portaria nº 42, de 1999. 
Estes normativos definem que toda ação finalística do governo será estruturada em programas orientados 
para a consecução de objetivos estratégicos e trazem conceitos e regras que dão sustentação ao sistema de 
planejamento orçamentário (ANDRADE, 2002). 
Este decreto foi revogado e substituído pela Lei Complementar nº 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal) 
preleciona que a ação planejada é pressuposto da responsabilidade na gestão fiscal: Lei Complementar nº 
101/2000, art. 1º, § 1º. A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em 
que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o 
cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que 
tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas 
consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia 
e inscrição em Restos a Pagar. 
Assista ao vídeo “Orçamento Fácil”, que mostra de forma didática como funciona o orçamento público no 
Brasil. 
Disponível em: . 
Entenda que é o orçamento que materializa a ação planejada do Estado para a manutenção das suas 
atividades e para a execução de seus projetos. Os principais princípios que os norteiam, segundo a Lei 
4.320/64, são os da anualidade, da unidade e da universalidade. 
1.1.1 Histórico das Finanças Públicas no Brasil 
A principal lei para a elaboração do Orçamento Geral da União ainda é a Lei nº 4.320, de 1964. Foi esta lei que 
padronizou os orçamentos e balanços da União, Estados, Distrito Federal e Municípios e acabou com a 
classificação da despesa apenas segundo a natureza, passando a estabelecer a classificação denominada 
“funcional-programática”. A lei estabeleceu pela primeira vez os princípios da transparência orçamentária 
(art. 2º). 
Também foi criado neste ano (1964) o cargo de Ministro Extraordinário do Planejamento e Coordenação 
Econômica, com atribuição de coordenar a elaboração e a execução do Orçamento Geral da União e dos 
órgãos e entidades subvencionadas pela União, de acordo com o Plano Nacional de Desenvolvimento 
Econômico. 
Para que o Orçamento Público possa ser feito, segundo a Constituição/88, é necessária a elaboração de três 
leis pelo Poder Executivo, são elas: 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=u37F1fBwvEU&list=PLHBXKJ0khYi5pPIvCdotJrjS_iihBYbsM&index=2
Saiba mais... Dê uma olhada no artigo de Leonardo Avritzer, “Modelos de deliberação democrática: uma 
análise do orçamento participativo no Brasil”. 
Disponível em: . Acesso em: 20 mar. 2017. 
Tudo bem até aqui? Então, agora vamos começar a falar especificamente de finanças públicas, que, como já 
vimos, são realizadas através do orçamento. 
1.2 Orçamento Público e suas Características 
Olá, alunos, vamos começar a falar de orçamento público e suas principais características. A expressão 
“finanças públicas” designa os métodos, princípios e processos financeiros por meio dos quais os governos 
federal, estadual, distrital e municipal desempenham suas funções: alocativas, distributivas e 
estabilizadoras. 
 
Função Alocativa: processo pelo qual o governo divide os recursos para utilização no setor público e privado, 
oferecendo bens públicos, semipúblicos ou meritórios, como rodovias, segurança, educação, saúde, dentre 
outros, aos cidadãos. 
Função Distributiva: distribuição, por parte do governo, de rendas e riquezas, buscando assegurar uma 
adequação àquilo que a sociedade considera justo, tal como a destinação de parte dos recursos provenientes 
de tributação ao serviço público de saúde, serviço – por essência – mais utilizado por indivíduos de menor 
renda (SILVA, 2009). 
 
Fonte: < http://sebastiaodantas.blogspot.com.br/2013/05/planejamento-municipal-cartilha-orienta.html >. 
Função Estabilizadora: aplicação das diversas políticas econômicas, pelo governo, a fim de promover o 
emprego, o desenvolvimento e a estabilidade, diante da incapacidade do mercado em assegurar o 
atingimento desses objetivos. 
Podemos dizer que orçamento público é: 
"O orçamento é, antes de tudo, um plano político. É o plano de ação governamental para um período 
porvindouro”. Gaston Jése 
"O orçamento deve claramente apresentar os propósitos e objetivos para os quais se solicitam as dotações, 
os custos dos programas propostos para alcançar estes objetivos, e os dados quantitativos que permitam 
medir as realizações e o trabalho de cada programa". Jesse Burkhead 
Link... 
 
Caro aluno, acesse o link da página do Senado Federal que fala especificamente sobre orçamento, disponível 
em: . 
Lá você vai ficar sabendo de muitas particularidades do Orçamento no Brasil. 
A Lei de Responsabilidade Fiscal, que estabelece normas de finanças públicas, por meio do § 1º do artigo 1º, 
diz textualmente: 
http://www.ces.uc.pt/emancipa/research/pt/ft/participacao.html
http://www12.senado.gov.br/orcamento
“§ 1º A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem 
riscos e se corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de 
metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia 
de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívida consolidada e mobiliária, 
operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a 
Pagar”. 
Então, alunos, sabemos que os governos devem utilizar a ação planejada e transparente na gestão fiscal, o 
que poderá ser obtido mediante a adoção do Sistema de Planejamento Integrado (NASCIMENTO, 2006). 
Reforçando nosso estudo, podemos dizer que o Sistema de Planejamento Integrado, conhecido como 
Processo de Planejamento-Orçamento, necessita dos seguintes instrumentos: 
a) Plano Plurianual (PPA); 
b) Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO); 
c) Lei de Orçamentos Anuais (LOA). 
Dessa forma, a organização político-administrativa do Estado determina quem são os entes públicos e suas 
responsabilidades e as finanças públicas indicam a maneira como estes entes deverão trabalhar para atingir 
seus fins, planejando, executando e prestando contas das receitas e dos gastos realizados pelo Estado 
(BIASOTO, 2010). 
Questão para reflexão... 
 
O que você entende por reforma política e reforma administrativa do governo brasileiro? 
Esta reforma vai interferir no orçamento público? 
1.2.1 Características Do Orçamento 
Caro aluno, agora vamos estudar as características de um orçamento. Como você já sabe, 
o orçamento público tradicional tinha como finalidade principal o controle político das 
ações governamentais, que o Poder Legislativo exercia sobre as atividades financeiras do 
Poder Executivo, principalmente sob o aspecto contábil-financeiro. As informações e 
decisões várias sobre todos os assuntos concorrentes ao governo, contidas no 
orçamento, consubstanciavam-se, em resumo, especificando que o orçamentoé um ato 
de previsão de receita e fixação de despesas para um determinado período de tempo 
(MATIAS-PEREIRA, 2006). 
Para Kohama (2014), modernamente, em face do entendimento de que o orçamento 
integra o Sistema de Planejamento, há uma extensão de sua definição, que procura essa 
integração do processo de planejamento-orçamento. Assim, podemos dizer que o orçamento é: 
O processo pelo qual se elabora, expressa, executa e avalia o nível de cumprimento da quase totalidade 
do programa de governo, para cada período orçamentário. 
É um instrumento de governo, de administração e de efetivação e execução dos planos gerais de 
desenvolvimento socioeconômico. 
 
Fonte: < http://www.senado.gov.br/senado/portaldoservidor/jornal/jornal116/processo_legislativo.aspx >. 
Você pode então perceber que o Orçamento Público é um ato de previsão de receita e fixação da despesa 
num determinado período de tempo. 
Juridicamente, materializa-se em lei ordinária, de iniciativa do Poder Executivo, com validade anual, que 
exprime em termos financeiros e técnicos as decisões políticas na alocação dos recursos públicos (MATIAS-
PEREIRA, 2008). 
Nesta lei são listadas, para o exercício a que se refere, todas as despesas eleitas como prioritárias pelos 
poderes da República, bem como as estimativas das receitas previstas para serem arrecadadas e que 
custearão aqueles gastos. 
O orçamento materializa a ação planejada do Estado para a manutenção das suas atividades e para a 
execução de seus projetos. 
Assista à série de vídeos criados pelo Senado Federal para explicar como funciona o Orçamento Público no 
Brasil. 
Disponível em: . 
1.2.2 Princípios Orçamentários 
Fique atento para os princípios que norteiam o orçamento! 
Programação 
O orçamento deve ter o conteúdo e a forma de programação. Isto decorre da própria natureza do orçamento, 
que é a expressão dos programas de cada um dos órgãos do setor público. Para Kohama (2014, p. 47), 
programar é selecionar objetivos que procuram alcançar, assim como determinar as ações que permitem 
atingir tais fins e calcular e consignar os recursos humanos, materiais e financeiros, para a efetivação dessas 
ações. 
Unidade 
Os orçamentos de todos os órgãos autônomos que constituem o setor público devem se fundamentar em 
uma única política orçamentária estruturada uniformemente e que se ajuste a um método único. 
Segundo Kohama (2014, p. 47), a unidade refere-se, do ponto de vista global, para o setor público em seu 
conjunto; contudo, relaciona-se também com as propostas orçamentárias de cada instituição em particular. 
É necessário que cada orçamento se ajuste ao princípio da unidade em seu conteúdo, metodologia e 
expressão, e com isto contribuirá para evitar a duplicação de funções ou superposição de entidades na 
realização de atividades correlatas, colaborando de maneira valiosa para a racionalização na utilização dos 
recursos. 
Universalidade 
Deverão ser incluídos no orçamento todos os aspectos do programa de cada órgão, principalmente aqueles 
que envolvam qualquer transação financeira ou econômica. 
Para Kohama (2014, p. 48), verifica-se que a universalidade está intimamente ligada com a programação e 
que, se algo deve fazer parte do orçamento e nele não figura, os objetivos e os efeitos socioeconômicos que 
se procuram alcançar poderão ser afetados negativamente pela parte não incluída no orçamento, ou seja, 
não programada, assim como jamais será possível alcançar um elevado grau de racionalidade no emprego 
dos recursos se parte dele for manipulada sem a devida programação. 
Anualidade 
Utiliza-se, convencionalmente, o critério de um ano para o período orçamentário, por apresentar a vantagem 
de ser o adotado pela maioria das empresas particulares. 
 
Fonte: < http://blogdoprofclayton.blogspot.com.br/2013/05/orcamento-publico.html >. 
Outra vantagem é a que concilia duas condições opostas, que consistem no fato de que quanto mais distante 
a época para a qual se projeta, maior a possibilidade de erro; sob esse aspecto seria conveniente programar 
para períodos bem curtos, porém o ato de programar envolve uma soma de variedades de tarefas que seria 
impossível realizá-la em intervalos reduzidos. 
De qualquer forma, ressalta Kohama (2014, p. 48), o período de um ano para o orçamento é o que melhor 
atende à concretização dos objetivos sociais e econômicos. 
Exclusividade 
https://www.youtube.com/watch?v=Ejoaf7hW0YE
Deverão ser incluídos no orçamento, exclusivamente, assuntos que lhe sejam pertinentes. Em outras 
palavras, quer dizer que se deve evitar que se incluam na lei de orçamento normas relativas a outros campos 
jurídicos e estranhas à previsão da receita e da fixação da despesa. 
Clareza 
O orçamento deve ser expresso de forma clara, ordenada e completa. 
Embora diga respeito ao caráter formal, tem grande importância para tornar o orçamento um instrumento 
eficiente de governo à administração. O poder de comunicação do documento terá influência em sua melhor 
e mais ampla utilização e sua difusão será tanto mais abrangente quanto maior for a clareza que refletir. 
Equilíbrio 
O orçamento deverá manter o equilíbrio, do ponto de vista financeiro, entre os valores de receita e despesa. 
Para Kohama (2014, p. 49), procura-se consolidar uma salutar política econômico-financeira que produza a 
igualdade entre valores de receita e despesa, evitando desta forma déficits espirais, que causam 
endividamento congênito, isto é, déficit que obriga a constituição de dívida que, por sua vez, causa o déficit. 
O período no qual se executa o orçamento, após a sua aprovação, é conhecido como ano financeiro, que 
coincide com o ano civil (01/01 a 31/12) (CONGRESSO NACIONAL). 
Link... 
 
Vamos acessar a página do Jus Navigandi. Lá você vai encontrar muitos esclarecimentos sobre o sistema 
orçamentário brasileiro. 
Acesse: . 
1.2.3 Aspectos Do Orçamento 
 
Fonte: < http://www.youtube.com/watch?v=g7Xyk5sSnIU >. 
POLÍTICO – É aquele que diz respeito à sua característica de Plano de Governo ou Programa de Ação; 
JURÍDICO – É o que define a Lei Orçamentária no conjunto de leis do país; 
ECONÔMICO – É o resultado da evolução das características políticas do orçamento. É a intervenção do 
Estado na economia. 
FINANCEIRO – É caracterizado pelo fluxo monetário das entradas da receita e das saídas da despesa, meio 
efetivo e normal da execução orçamentária. 
1.3 Orçamento E Os Programas Públicos 
O orçamento público dos governos federal, estadual, distrital e municipal compreende a previsão de todas 
as receitas que serão arrecadadas dentro de determinado exercício financeiro e a fixação de todos os gastos 
(despesas) que os governos estão autorizados a executar. Para Giacomoni (2000), a elaboração do 
orçamento público é obrigatória e tem periodicidade anual. Segundo a Lei n° 4.320/64, o orçamento conterá 
a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômico-financeira e o programa de 
trabalho do governo: 
Art. 2º A Lei de Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política 
econômico-financeira e o programa de trabalho do governo, obedecidos os princípios de unidade, 
universalidade e anualidade. 
Art. 3º A Lei de Orçamento compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas 
em lei. (...) 
http://jus.com.br/artigos/14940/o-orcamento-publico-brasileiro
Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do governo e da 
administração centralizada, ou que por intermédio deles se devam realizar, observado o disposto no art. 2º. 
Questão para reflexão... 
 
Você já participou da elaboração do orçamento do seu município? 
Sabe como fazer para participar? 
Bem, alunos, até agora falamos sobre vários assuntos importantíssimos para a nossa compreensão do 
orçamento. A partir deste momento vamos estudar as leis específicas sobre o assunto. Boa leitura a todos! 
1.4 Leis Pertinentes Ao Setor Público 
No Brasil, as finançaspúblicas são disciplinadas, dentre outros dispositivos legais, pela Constituição Federal, 
pela Lei nº 4.320/64 e pela Lei Complementar n° 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal). Essas leis 
definem as linhas de atuação dos governos federal, estadual, distrital e municipal, principalmente quanto ao 
planejamento das receitas e despesas públicas que constituem o orçamento público. 
1.4.1 Constituição Federal 
A Constituição Federal de 1988 mostra-se como o ponto de partida para 
análise do processo orçamentário brasileiro, pois definiu instrumentos de 
planejamento e orçamento com elevado grau de detalhe, que importa 
conhecer para melhor definir o escopo de um novo dispositivo legal. 
Como já dito anteriormente, o foco deste estudo está na seção denominada 
“Dos Orçamentos”, da Constituição Federal. No § 9º está dito que cabe à lei 
complementar: I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, 
a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes 
orçamentárias e da lei orçamentária anual; II - estabelecer normas de gestão 
financeira e patrimonial da administração direta e indireta, bem como 
condições para a instituição e funcionamento de fundos. 
Outro dispositivo que merece destaque é o art. 168, que acrescenta mais um tema à Lei Complementar que 
deverá regulamentar os orçamentos, quando define o compromisso de repassar os recursos das dotações 
orçamentárias aos órgãos até o dia 20 de cada mês, na forma abaixo especificada: 
Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos 
suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público 
e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na forma da lei 
complementar a que se refere o art. 165, § 9º. 
A Constituição, também, se preocupou com o controle e a avaliação, ao estabelecer, em seu art. 74, que “Os 
Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno...”, 
com a finalidade de avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual e a execução dos 
programas de governo e dos orçamentos da União, dentre outras funções (CARVALHO FILHO, 2005). 
Na análise destes dispositivos destacam-se temas que precisam ser regulados por lei complementar, um 
mais abrangente, voltado para a gestão das finanças públicas, que deu origem à LRF – Lei de 
Responsabilidade Fiscal. 
1.4.2 Lei Orgânica Dos Municípios E Os Aspectos Financeiros 
O Orçamento Municipal, assim como os demais orçamentos, sempre 
foi visto como uma peça de previsão, e muitas vezes elaborado fora da 
realidade municipal. Após a Constituição Federal de 1988, ficou mais 
um verdadeiro “sistema orçamentário”, exigindo a edição de leis para 
disciplinar o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei 
Orçamentária Anual, esta chamada lei de meio. Em 2000 foi editada a 
Lei Complementar nº 101, chamada de Lei de Responsabilidade Fiscal, 
que passou a integrar o “sistema orçamentário municipal”, fixando 
limites para a despesa com pessoal, limites para a dívida pública, e 
ainda a apresentação de metas fiscais, bimestrais, trimestrais, 
quadrimestrais e semestrais, através de Relatórios da Execução 
Orçamentária (RREO) e Relatórios de Gestão Fiscal (RGF). 
Saiba mais... 
 
Leia o artigo “Vinte anos de orçamento participativo: análise das experiências em municípios brasileiros”. 
Disponível em: . 
O ente público necessita de mecanismos de orientação e planejamento para as suas atividades, no sentido 
de cumprir suas atribuições, manter o controle de suas atividades, as previsões de arrecadação e gastos, 
para submeter ao crivo do Legislativo, que deve aprovar as leis integrantes do sistema orçamentário 
municipal. 
A obrigatoriedade é um dos princípios que norteiam a elaboração do Orçamento Municipal, onde o ente 
público está obrigado por lei tanto a elaborar a sua proposta de orçamento e encaminhar ao Poder Legislativo 
para a devida apreciação e votação, quanto a cumprir o disposto na Lei Orçamentária, principalmente no 
que se refere às despesas fixadas nos programas de saúde, educação, limpeza pública, os investimentos já 
iniciados, etc. 
1.4.3 Lei Federal 4.3020/1964 
Alunos, passamos agora ao estudo da Lei 4.320/64, promulgada sob a égide da 
Constituição de 1946, que determinava que “normas gerais” disporiam sobre 
direito financeiro. Como não havia no texto constitucional a figura da lei 
complementar, foi editada como lei ordinária. 
Como lembra Conti (2008), passados mais de 40 anos, os dispositivos dessa lei 
permanecem no ordenamento jurídico brasileiro, vigorando sob a égide de três 
Constituições e de dezenas de emendas constitucionais. A Constituição Federal 
de 1988, também, determinou expressamente o sistema de “normas gerais” para 
tratar de matéria relativa a orçamentos públicos, na forma de lei complementar, 
no entanto, diante da ausência dessa regulamentação, restou recepcionar como 
lei complementar as matérias reguladas pela Lei 4.320/64. 
Quando foi criada, a Lei nº 4.320/64 utilizou dos conhecimentos mais avançados 
de gestão pública existentes à época de sua edição, reconhecendo que o orçamento deve ter um viés mais 
gerencial e expressar o planejamento do governo. 
Caros alunos, saibam que com relação à elaboração e organização das peças orçamentárias, a Lei 4.320/64 
se limita a tratar do Orçamento, pois outras peças, como a Lei de Diretrizes Orçamentárias e o Plano 
Plurianual, não existiam à época, surgiram com a Constituição de 1988. Isto demonstra ainda mais a 
necessidade de reestruturação do sistema de planejamento orçamentário. 
Assista ao vídeo “PONTO DE VISTA - 23/11/13 - Lei de Responsabilidade Fiscal” 
Disponível em: . 
Caro aluno, a partir daqui vamos estudar uma das leis mais importantes sobre orçamento, receita e despesa 
pública. Quero que você não somente leia a lei, mas principalmente busque aprofundar seus conhecimentos 
sobre ela. Bom estudo! 
1.4.4 Lei De Responsabilidade Fiscal (Lrf) 
Nosso estudo começa no sentido de entendermos que a Lei Complementar n.º 101/00, conhecida como Lei 
de Responsabilidade Fiscal – LRF, representa a maior inovação dos últimos tempos em termos de finanças 
públicas. Delimita a ação dos gestores de recursos públicos de todas as esferas de governo, nas diversas 
ações, como as regras que buscam disciplinar os níveis de endividamento e os gastos com pessoal, na busca 
de combater os desmandos e o descrédito da sociedade na gestão pública. 
 
Fonte: < http://www.momentoverdadeiro.com/2014/12/estados-estouram-limite-da-lei-de-responsabilidade-fiscal.html >. 
http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cgpc/article/view/3190/2093
https://www.youtube.com/watch?v=UA_94OGDhqM
A LRF também estabelece mecanismos de transparência da gestão através da exigência de publicação de 
relatórios, demonstrativos de execução orçamentária e a presença, em audiência pública, de autoridades, de 
forma a fornecer à sociedade explicações de política e um quadro mais preciso da utilização dos recursos 
que são colocados à disposição dos governantes. 
A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) – Lei Complementar nº 101 – entrou em vigor em 4 de maio de 2000. 
Ela vem regulamentar a Constituição Federal no que diz respeito à Tributação e Orçamento (Título VI) e 
atender ao artigo 163 da Constituição Federal. 
Como sabemos, a lei prevê, portanto: 
um mecanismo de maior controle nas contas públicas: passa a haver maior rigor para que o governo não 
contraia empréstimos ou dívidas. É um mecanismo de fiscalização e transparência. 
A LRF busca reforçar o papel da atividade de planejamento e, mais especificamente, a vinculação entre o 
planejamento e a execução do gasto público. 
Caro aluno, quanta coisa estudamos! Falamos sobre assuntos extremamente importantes, como 
orçamento público e seu processo de planejamento. Vimos como funcionam as finanças públicas no Brasil 
e seuhistórico. Estudamos o orçamento público e suas características, assim como as funções alocativas, 
distributivas e estabilizadoras. Entendemos que o orçamento é, antes de tudo, um plano político. É o plano 
de ação governamental para um período que está por vir. 
Reforçando nosso estudo, falamos sobre o Sistema de Planejamento Integrado, conhecido como Processo 
de Planejamento-Orçamento, que necessita dos seguintes instrumentos: (a) Plano Plurianual (PPA); (b) Lei 
de Diretrizes Orçamentárias (LDO); e (c) Lei de Orçamentos Anuais (LOA). 
Outros assuntos importantes que vimos foram as características do orçamento e os princípios 
orçamentários, além de termos estudado os aspectos do orçamento, os programas públicos e as leis 
pertinentes ao setor público, como: a Constituição Federal, a Lei Orgânica dos Municípios, a Lei de 
Orçamento (Lei 4.320/64) e a Lei de Responsabilidade Fiscal. 
Espero que tenham aproveitado este nosso momento para aprofundar seu conhecimento. Um abraço a 
todos! 
Para finalizar esta unidade de Finanças Públicas, peço a vocês que assistam às animações feitas pelo 
Senado Federal - “Orçamento Fácil”. É uma série de vídeos animados didaticamente para ensinar como 
funciona o planejamento do orçamento público no Brasil. 
Disponível em: . 
 
Também peço que leiam o artigo “Lei de Responsabilidade Fiscal: efeitos sobre o gasto com pessoal dos 
municípios brasileiros”, de autoria de Ana Carolina Giuberti. 
Disponível em: . Acesso em: 20 mar. 2017. 
 
Conto com sua participação... 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=Bs4hs8tfVHI&list=PLHBXKJ0khYi5pPIvCdotJrjS_iihBYbsM
http://www.anpec.org.br/encontro2005/artigos/A05A048.pdf

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