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TCC Jornalismo Perfil jornalistico Rubens Ewald filho UNICSUL 2012

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103
UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL
CURSO DE JORNALISMO
Rubens Ewald Filho: Quem ama a vida ama o cinema
Anselmo Duarte 
Jennifer Muricy 
Jessica Cardoso 
Mirian Freitas 
Roseane Ferreira 
Thais Saraiva 
Orientador: Prof. Ms. Carlos Monteiro
SÃO PAULO
2012
UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL
CURSO DE JORNALISMO
Rubens Ewald Filho: Quem ama a vida, ama o cinema
Anselmo Duarte 
Jennifer Muricy 
Jessica Cardoso 
Mirian Freitas 
Roseane Ferreira 
Thais Saraiva 
Orientador: Prof. Ms. Carlos Monteiro
Relatório final apresentado ao Curso de
Jornalismo da Universidade Cruzeiro do Sul,
como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Bacharel em Jornalismo.
SÃO PAULO
2012
Aos nossos pais, familiares, amigos e professores que nos apoiaram.
AGRADECIMENTOS
 
Agradecemos primeiramente a Deus, por nos guiar a todo instante, dando sabedoria a cada dificuldade lançada e por unir um grupo tão parceiro e batalhador. 
Somos gratos às nossas famílias: pais que nos aconselharam e irmãos que nos ajudaram com seu amor e gentileza. Avós que, com suas rezas e orações, fizeram aumentar a nossa fé. Namorados e noivos, que tanto nos apoiaram. Aos amigos que nos encorajaram com palavras de entusiasmo e abraços de conforto.
Agradecemos, também, às empresas em que trabalhamos pela compreensão e por adequarem nossos horários de trabalho.
À produtora Open, por nos ajudar com sua afeição e plena empatia. 
Aos queridos professores do curso de Comunicação Social da Universidade Cruzeiro do Sul, que nos ajudaram a sanar dúvidas e compartilharam seus conhecimentos. Ao orientador Prof. Ms. Carlos Monteiro por nos conduzir ao caminho certo com sua experiência e resignação.
O nosso agradecimento maior, ao estimado Rubens Ewald Filho por permitir que lhe prestássemos uma pequena homenagem por meio de um trabalho acadêmico. E aos amigos do crítico que concederam a honra de suas participações em nosso videodocumentário, compartilhando ideias e histórias. 
“Toda pessoa sempre é a marca das lições diárias de outras tantas pessoas”
Gonzaguinha
Caminhos do Coração, 1982.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	6
2 HISTÓRICO DO TEMA	6
3 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS	18
4 PRESSUPOSTOS METODOLÓGICOS	30
5 CARACTERIZAÇÃO DO PRODUTO	32
5.1 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TÍTULO	32
5.2 SINOPSE	32
5.3 EQUIPE	33
5.4 LINHA EDITORIAL DO PRODUTO	34
5.5 IDENTIDADE VISUAL	35
6 EVOLUÇÃO DO PRODUTO	38
7 APRENDIZAGENS JORNALÍSTICAS E ACADÊMICAS	40
8 DEFICIÊNCIAS	42
10 DETALHAMENTO DOS CUSTOS DO PRODUTO	45
11 PAUTAS	45
12 ROTEIRO	57
CONSIDERAÇÕES FINAIS	67
REFERÊNCIAS	68
APÊNDICES (S)	71
APÊNDICE A – E-mails	71
APÊNDICE B – Autorizações de uso de imagem e som	84
APÊNDICE C – Fotos das entrevistas	100
ANEXOS	103
1 INTRODUÇÃO
 
O problema de pesquisa “como fazer um videodocumentário sobre Rubens Ewald Filho abordando sua vida e carreira” trouxe um questionamento constante à medida que avançamos nos trabalhos. A cada etapa, a resposta foi sendo construída pela necessidade de abordagem de momentos da vida e carreira dele e pelas orientações dadas pelos professores.
O documentário Rubens Ewald Filho: Quem ama a vida, ama o cinema é um produto jornalístico entregue como trabalho de conclusão do curso de Jornalismo da Universidade Cruzeiro do Sul, e foi produzido para dar destaque à importância da carreira diversificada do jornalista e contar detalhes da sua vida, ambas por vezes esquecidas pelos meios de comunicação. Outro fim do documentário é fornecer um produto midiático àqueles que se interessam por temas como perfil biográfico, comunicação, jornalismo, produção cultural, cinema, teatro, televisão e carreira.
As entrevistas são a principal fonte de imagens e dados do documentário, a partir de depoimentos em primeira pessoa de Ewald Filho e de seus amigos, colegas de trabalho e admiradores. Ainda contamos com imagens de arquivos, fotos e cenas significativas de filmes da história do cinema, principal paixão do perfilado. 
O trabalho escrito apresenta, entre outros itens, um breve histórico do tema, definições de áreas em que o crítico atuou, e bases teóricas para amparar o tema e o fazer jornalístico. Além disso, apresenta justificativas para a linguagem e a identidade visual utilizadas no documentário, descreve aprendizados individuais e fornece planilha de custos.
Desejamos contribuir para estudos nos campos da Comunicação e da Arte, incentivando a criação de novos projetos que ampliem a discussão dos temas propostos e transversais presentes no documentário, e que tragam novos perfis biográficos sobre pessoas relevantes para nossa sociedade e cultura.
2 HISTÓRICO DO TEMA
O nosso projeto é um videodocumentário sobre a vida e a carreira de Rubens Ewald Filho, jornalista e crítico de cinema. Ao iniciarmos o histórico do tema, relataremos uma breve biografia sobre a vida de Rubens. Para compreendermos a trajetória de vida e carreira de Rubens Ewald Filho pesquisamos sua história em fontes diversas, já que não existem biografias publicadas sobre o jornalista. 
De acordo com informações do site do jornal A Tribuna¹, Rubens Ewald Filho nasceu em Santos, em 07 de março de 1945, filho de Rubens Ewald e Elza Ewald. Morou na Rua Alexandre Herculano, estudou no Ateneu Progresso Brasileiro e no Colégio Santista, tendo depois cursado quatro faculdades ao mesmo tempo: Direito, Jornalismo, História e Geografia. Ewald Filho (1986, p. 67) complementa:
[...] Ainda dava também para fazer teatro amador (escondido da família, com pseudônimo, num grupo de onde saiu gente tão boa quanto Ney Latorraca, Carlos Alberto Soffredini, Jandira Martini e Eliane Rocha). 
Ewald Filho (1986, p. 67- 69) não sabe como começou o crítico, mas foi ainda na infância que ele começou a criar o hábito de anotar todos os filmes que assistia em um caderno, no qual escrevia informações como título, nome dos atores, diretor e roteirista, entre outros dados. Tem a lembrança do primeiro filme assistido (e que ele não considera especial) em um cinema que não existe mais na cidade: Tarzan e as Amazonas.
Segundo Ewald Filho (2012), ele participou da comissão de formatura em Jornalismo. A equipe convidou o jornalista Juarez Bahia (1930-1998) para ser paraninfo da turma e este o chamou para trabalhar em A Tribuna para escrever críticas cinematográficas e organizar o Departamento de Pesquisas. O crítico conta seu início profissional:
[...] Foi em oito de outubro de 1967, que a Tribuna de Santos publicou minha crítica (por curiosidade sobre O Demônio das onze horas, o Pierrot Le Fou de Godard). (EWALD FILHO, 1986, p.67, grifo do autor)
 (
¹ CR
Í
TICO Rubens Ewald Filho, de 67 anos, é internado. Texto postado no site A Tribuna.com.br, no link cultura. Disponível em
: 
<
 
http://www.atribuna.com.br/noticias.asp?idnoticia=162997&idDepartamento=12&idCategoria
=
 >.
 
Acesso em: 28 ago. 2012
.
² Ibid.
)¹ CRÍTICO Rubens Ewald Filho, de 67 anos, é internado. Texto postado no site A Tribuna.com.br, no link cultura. Disponível em: < http://www.atribuna.com.br/noticias.asp?idnoticia=162997&idDepartamento=12&idCategoria= >. Acesso em: 28 ago. 2012.
Conforme A Tribuna² Rubens, além de crítico, exerceu nesse período em Santos seu lado repórter, cobrindo carnaval e participando da página chamada 
Jornal da Praia, editada por Chico Santa Rita e com foco em artes e espetáculos. E, com o tempo, Ewald Filho foi conquistando seu espaço nos mais importantes meios de comunicação do País, transformando-se em referência nacional para os apaixonados pela sétima arte, destacando-se rapidamente nos veículos de cinema em que trabalhou.
De acordo com Ewald Filho (1986), depois de um ano em A Tribuna, Chico Santa Rita o convidou para trabalhar no Jornal da Tarde de O Estado de São Paulo, na capital paulista, onde fez sua estreia em 13 de agosto de 1968. O jornalista comenta sobre o estilo que desenvolveu nessa época:
[...] Ali que fiz meu autêntico aprendizado. [...] Meu conhecimento enciclopédico de cinema me ajudou a criar uma coisa novano jornalismo diário: uma coluna chamada “Os filmes de hoje na tevê” em que fazia indicação dos filmes que passavam nas televisões (na época não havia boletins das emissoras como hoje) e onde fui aperfeiçoando o estilo: sempre dando informações de bastidores, sempre procurando me aproximar do leitor. (EWALD FILHO,1986, p.69)
Rubens contou que depois de alguns anos foi demitido do Jornal da Tarde, o que o levou a diversificar suas atividades profissionais (informação verbal)³: deu aulas sobre cinema na FAAP em São Paulo, colaborou como roteirista dos filmes Elas são do baralho e A árvore dos sexos, ambos de 1977 e com direção de Silvio de Abreu. Com Abreu escreveu a novela Éramos seis (1977). Sobre essa experiência o parceiro de Ewald Filho comenta:
 (
¹ CR
Í
TICO Rubens Ewald Filho, de 67 anos, é internado. Texto postado no site A Tribuna.com.br, no link cultura. Disponível em
: 
<
 
http://www.atribuna.com.br/noticias.asp?idnoticia=162997&idDepartamento=12&idCategoria
=
 >.
 
Acesso em: 28 ago. 2012
.
² Ibid.
)² CRÍTICO Rubens Ewald Filho, de 67 anos, é internado. Texto postado no site A Tribuna.com.br, no link cultura. Disponível em: < http://www.atribuna.com.br/noticias.asp?idnoticia=162997&idDepartamento=12&idCategoria= >. Acesso em: 28 ago. 2012.
³ Informação coletada na entrevista concedida para a gravação do documentário Rubens Ewald Filho: Quem ama a vida, ama o cinema, realizada em São Paulo, no dia 21 de outubro de 2012.
Depois da sinopse feita a quatro mãos, Rubens Ewald e eu decidíamos tudo juntos, mas trabalhávamos separados, cada um do seu jeito. Foi um entrosamento muito agradável, apesar de termos métodos diferentes de criação. Ele, acostumado em redação de jornal, não se importa de trabalhar com barulho e eu só consigo produzir no silêncio absoluto. Pegamos o horário que exibia a novela de Marcos Rey, Tchan, A Grande Sacada, com quatro pontos de audiência no IBOPE e entregamos no final de Éramos Seis com 25, além de um enorme prestígio com o público e com a crítica. Em 1994, o SBT refez Éramos Seis, com Irene Ravache no papel de Dona Lola. Foi sucesso outra vez, chegando aos 25 pontos de audiência, o que a emissora não conseguiu mais com nenhuma das novelas, importadas ou nacionais, que exibiu antes ou depois. E dessa vez a novela ganhou todos os prêmios, inclusive Troféu Imprensa e APCA, o que não acontecera em 1977. (LEDESMA, 2005, pp.231-232)
A carreira de novelista segue esporadicamente paralela à de crítico de cinema, esta última cada vez mais em destaque nos meios de comunicação. Alves (2006, p.387), detalha:
 
Escreveu também Drácula, Uma História de Amor, última novela da TV Tupi, em 1980. Ela foi reescrita e recebeu o nome de Um Homem Muito Especial, para a TV Bandeirantes. Redigiu 24 publicações, entre as quais, O Dicionário de Cineastas. O maior reconhecimento público que Rubens Ewald Filho recebe é como apresentador e comentarista da festa de entrega do Oscar. Ele teve também seus próprios programas Dicas de Rubens Ewald Filho, na Rede Telecine e o TNT + Filme, no canal TNT, também via cabo. Dono de uma memória inigualável [...] É o maior expert no assunto, não apenas no Brasil, quiçá no mundo.
O jornalista, dentre as diversas atividades culturais que realizou, foi coordenador geral, a partir de 2004, da Coleção Aplauso da editora Imprensa Oficial, do Estado de São Paulo. Sobre a coleção, que possui mais de trezentos títulos e a atuação de seu coordenador, o então diretor-presidente da editora declarou:
A Coleção Aplauso, concebida pela Imprensa Oficial, tem como atributo principal reabilitar e resgatar a memória da cultura nacional, biografando atores, atrizes e diretores que compõem a cena brasileira nas áreas do cinema, do teatro e da televisão. Essa importante historiografia cênica e audiovisual brasileiras vem sendo reconstituída de maneira singular. O coordenador de nossa coleção, o crítico Rubens Ewald Filho, selecionou, criteriosamente, um conjunto de jornalistas especializados para realizar esse trabalho de aproximação junto a nossos biografados. (ALQUÉRES, 2005, p. 05)
Completam as informações sobre o jornalista multimídia os dados presentes no perfil de seu blog oficial do R74 no site da Rede Record de Televisão, onde ele atua desde 2009. Rubens Ewald é um jornalista com mais de quarenta anos de profissão que além de atuar nos principais meios da imprensa escrita como Veja, O Estado de São Paulo e rádios como Jovem Pan, em São Paulo, também foi escritor de guias de DVDs que são referência e de livros sobre cinema e gastronomia com a jornalista Nilu Lebert, diretor teatral de peças como Hamlet Gashô protagonizada por 
Germano Pereira, e curador do importante Festival e do Projeto de Cinema da cidade de Paulínia – SP.
Rubens se destaca como um dos maiores críticos de cinema do Brasil, e é a crítica seu principal campo de trabalho A seguir, iremos contextualizar a história do cinema, que além de estar intimamente ligado ao seu lado profissional, é a maior paixão do nosso perfilado. 
De acordo com Azzi (1996) a oralidade, a escrita e a imagem são etapas que marcam o processo da comunicação humana e os seus períodos na história estão interligados entre si.
A origem do cinema se deu quando em seus primórdios o homem já buscava registrar imagens em movimento através de pinturas e desenhos nas paredes. Ao pesquisar sobre sua origem, Strecker (2006, p.3), nos leva às primeiras imagens feitas pelo Homem:
Não é de hoje que o Homem busca representar imagens em movimento. Há milhares de anos, homens pré-históricos desenharam um bisão na parede de uma caverna em Altamira, na Espanha: o animal tinha oito patas, como se estivesse correndo! Essa foi a primeira tentativa entre muitas outras para representar o movimento.
 (
4
 
PERFIL Rubens Ewald Filho. 
Informação postada no Portal Blog R7, no hiperlink Menu de A a Z: 
Perfil Rubens Ewald Filho
. Disponível em: 
<
http://noticias.r7.com/blogs/rubens-ewald-filho/perfil/
>.
 
Acesso em: 15 out. 2012
.
 
)Strecker (2006, p. 3) relata invenções que antecedem o cinema na busca de representar imagens: o teatro de sombras de cinco mil anos atrás; a “lanterna mágica” – aparelho óptico que reflete e amplia as imagens à distância – do século XVI, inventado por um alemão; o cinetoscópio, aparelho no qual era projetado um filme perfurado, cujas imagens passaram a ter movimento, inventado pelo norte-americano Thomas Edison no século XIX. Todas essas foram invenções humanas
 
na busca pela imagem em movimento, até que se chegou ao “cinematógrafo – um aparelho movido à manivela que usava uma película para gravar as imagens” (STRECKER, 2006, p. 3) criado por Auguste e Louis Lumière, dois irmãos franceses, também no século XIX. Strecker (2006) termina a descrição dizendo que com o cinematógrafo era fácil exibir as imagens captadas para um grande número de pessoas. A primeira sessão de cinema foi realizada em Paris no dia 28 de dezembro de 1895 com cenas documentais do cotidiano e em poucos minutos. Desde então o cinema, que era mudo, vai passando por grandes transformações ao ganhar som e cor, e uma grande indústria cinematográfica nos EUA. 
Conforme relato de Araújo (1995, p. 09), em Paris, os irmãos Lumière projetaram o primeiro filme chamado A chegada do trem na estação de Ciotat, diante do qual os espectadores reagiram espantados:
Os primeiros registros de imagens em movimento, feitos em 1895, eram curtos. Duravam em geral um ou dois minutos, e as “histórias” que contavam era como esta da chegada do trem à estação. Rápidas, simples, diretas. No entanto, surpreendiam, maravilhavam, amedrontava as pessoas.
Para Araújo (1995, p.10), os irmãos Lumière talvez não tivessem consciência de que estavam criando um importante meio de expressão, porém foi Georges Méliès, um ilusionista, que percebeu a potencialidade da câmera de filmar.
Se com os Lumière o cinema encontrou sua definição, com o Georges Méliès ele encontraria, logo a seguir, sua vocação. Os Lumière fizeram documentários, isto é, filmaram cenas da realidade natural.Méliès, como veremos, deu ao cinema uma nova dimensão: uma máquina capaz de criar sonhos, de transformar em realidade visível, partilhável pelos demais espectadores, as mais mirabolantes fantasias da mente humana.
Mascarello (2006) pondera que não existiu um único descobridor do cinema, porque vários inventores passaram a mostrar os resultados de suas pesquisas sobre a busca da projeção da imagem em movimento.
A partir dessa fase, o cinema começou a se reformular cada vez mais, obtendo êxito e se popularizando até sua entrada definitiva para a indústria cultural. Araújo (1995, p. 11) acrescenta, ainda, a função do cinema desde os anos 40 até hoje:
O cinema mostrou que, antes de ser uma arte, é um aparelho mecânico que capta a realidade e, através dessa captação, nos permite conhecê-la melhor. Tal como se desenvolveu, sobretudo a partir dos anos 40 até hoje, o cinema apresenta-se como uma arte-meio, que nos permite conhecer melhor o mundo em que vivemos, na medida em que retrata com fidelidade aspectos dele. 
É nessa afirmação que o documentário sobre a vida e a carreira do jornalista e crítico de cinema Rubens Ewald Filho se enquadra: queremos conhecer melhor e retratar a vida do nosso perfilado captando a sua realidade.
Com o aprimoramento tecnológico o cinema se tornou a sétima arte mundial, arte esta que hoje encanta a todos, e através da qual podemos conhecer e interagir com pessoas e culturas diferentes. 
Ramos (2009, p.10) contribui com uma definição de cinema:
Cinema é uma forma, mais ou menos narrativa, que aprendeu (e ensinou) um modo próprio de significar com imagens em movimento, sons e fala, distribuídos em unidades contínuas de duração (os planos).
 
O cinema foi difundido por vários países. E Strecker (2006, p.3) resume o seu surgimento no Brasil:
O cinema brasileiro nasceu na mesma época que o cinema norte-americano e europeu, no comecinho do século XX; portanto, os primeiros filmes brasileiros já têm mais de cem anos. Em 1909, a opereta A viúva alegre bateu recordes de bilheteria. Com a vinda de filmes estrangeiros para o Brasil e a criação das primeiras companhias de filmes, o cinema nacional cresceu rapidamente. A produtora Atlântida, fundada em 1941, criou um gênero de comédia, baseado na sátira política e nas tiradas maliciosas, que ficou conhecido como chanchada. O cinema revelou o talento de grandes comediantes como Oscarito e Grande Otelo. Atuando juntos e ótimos no improviso, eles criaram tipos malandros e bem brasileiros, que caíram no gosto popular.
Bernadet (2001, p.15) declara que o cinema iniciado no fim do século XIX não pode ser considerado uma máquina qualquer porque, além de reproduzir imagens reais, também consegue dar a ilusão da realidade:
Mas em geral não penamos nesta complexa máquina internacional da indústria, do comércio e controle cinematográficos; para nós, cinema é apenas essa história que vemos na tela, de que gostamos ou não, cujas brigas ou lances amorosos nos emocionaram ou não.
Como crítico de cinema renomado, que desde sua infância já gostava de assistir e fazer anotações sobre os filmes que assistia, Ewald Filho dispõem de fundamento para comentar diferentes gêneros de filmes.
Conforme Strecker (2006, p.16), “os filmes de um determinado gênero compartilham uma mesma linguagem cinematográfica”.
Para melhor compreensão da variedade de gêneros de filmes que são oferecidos ao público, Nogueira (2010, p.6) elucida: 
Podemos então falar de uma grande heterogeneidade tanto no que respeita às características dos gêneros como no que respeita aos critérios da sua identificação. Os gêneros clássicos – que no cinema adquirem uma importância vasta e específica – arrumam-se no gênero mais abrangente da ficção. E o conjunto de gêneros clássicos que elegemos e analisamos na primeira parte do nosso estudo, resulta fundamentalmente de dois critérios fundamentais: por um lado, a relevância histórica, isto é, o modo como em determinado período certos gêneros constituíram um corpus suficientemente coeso e relevante do ponto de vista estético – daí a inclusão da comédia, do drama, do western, do filme noir, do filme de terror, da ficção científica ou do musical, gêneros de vitalidade irregular nos dias de hoje, mas incontornáveis na história do cinema; por outro lado, a relevância presente de outros gêneros, que, mesmo se transitória, não deixa de ser significativa: o filme de ação, o thriller ou o fantástico são disso exemplo.
Com tantos gêneros e histórias apresentadas, os filmes provocam emoções e atitudes. De acordo com Stam (2006, p.340), “os filmes podem nutrir os sonhos de ascensão social ou estimular a luta pela transformação social”.
Para conseguirmos transmitir de forma clara o valor profissional do nosso perfilado, fizemos um levantamento de sua principal atividade, a crítica de cinema, e o que a envolve. 
Para Melo (2003, p.137), os críticos são “jornalistas que procuram explicar, esclarecer, orientar o público no contato com as produções de um segmento da indústria cultural”. 
Melo (2003, p.138), também classifica a resenha como crítica e detalha que ela não somente está presente na mídia impressa, como também na televisão e rádio, além de programas voltados para a informação cultural:
Seu âmbito de ação contempla os produtos tradicionais, como a literatura e o livro, a música a as artes plásticas, o teatro e a dança, mas atribui ênfase aos novos produtos da indústria cultural que constitui fonte segura de receita publicitária: a televisão, o cinema, a música, e até mesmo o esporte, a gastronomia e a publicidade.
Os diversos tipos de crítica e resenha sobre as várias manifestações artísticas e culturais aparecem nos cadernos de cultura dos jornais, bem como na editoria de jornalismo cultural.
Os “segundos cadernos” têm uma importância para a relação do jornal com o leitor - ou seja, ainda mais, do leitor com o jornal - que é muito maior do que se supõe. Além disso, há uma riqueza de temas e implicações no jornalismo cultural que também não combina com o seu tratamento segmentado; afinal, a cultura está em tudo, é de sua essência misturar assuntos e atravessar linguagens. Qualquer jornalista com experiência na área sabe das exigências que ela envolve (PIZA, 2010, pp.7-8).
Ainda de acordo com Piza (2010), a crítica continua a ser a espinha dorsal do jornalismo cultural, e não somente das revistas, pois com o passar do tempo, especialmente na segunda metade do século XX, a crítica começou a ocupar mais e mais espaço na chamada “grande imprensa”.
O cinema inspirou pessoas a deixarem de ser meros espectadores para tornarem-se profissionais e fazer análises sobre os filmes. A carreira de Rubens Ewald Filho como crítico levou-o a atuar em outras áreas da manifestação artística que são abordadas pelo jornalismo cultural. Uma das características necessárias para ser crítico ou diretor é ser um bom observador, traço de personalidade presente na vida de Ewald Filho desde a infância:
[...] ficava observando da janela do sobrado, em Santos, os garotos jogando bola. Daí nasceu a capacidade de análise. “Sou um observador. Não sou participante. O fato de ter virado crítico foi reflexo de como fui criado. Minha vida pode ser comparada aos roteiros de A rosa púrpura do Cairo com A história sem fim. Eu me refugiava nos livros. Ali, encontrava a coragem para enfrentar a situação.”5
Francis e Anne (2005) comparam a análise fílmica com o exercício de analisar a composição química da água: em uma análise fílmica é preciso decompor o filme em seus elementos essenciais e ainda despedaçar, descosturar, desunir, extrair, separar e destacá-los, a fim de descobrir ou tornar perceptível aquilo que não é 
notado por um espectador normal que, por sua vez, é um passivo, percebendo, vendo e ouvindo o filme sem intuito particular, apenas acompanhando o filme por prazer.
Segundo Jullier e Marie (2009, p.9), é preciso observar vários componentes do filme para uma boa crítica cinematográfica:
Ler cinema não é fácil. A maior parte dos críticos da mídia cotidianasofre para ir além do conteúdo mais explícito. A escrita se reduz à máxima: o bom filme é aquele que coincide com minha visão de mundo. A análise se restringe a abordar o roteiro em suas manifestações mais evidentes. Cabe ao crítico conseguir enxergar a imagem fílmica e seus sons: decupagem, angulações diversas, movimentação de câmera, luz, entradas e saídas de campo, movimentos em cena, composição do espaço (mise en scène), interpretações, cenários, figurinos, música, falas e etc.
Ao desenvolver o papel de analítico, o crítico passa a emitir sua opinião a partir das suas técnicas de observador. Conforme Francis e Anne (2005), o analista é ativo no seu papel de observador e tem a consciência de fazer esse processo de maneira racional e estruturada – o resultado é uma análise detalhada e técnica do filme em que, usando seus instrumentos de análise e as suas hipóteses, o analista faz a análise por trabalho. Sendo assim, o crítico é um canal que leva a interpretação do filme ao espectador normal. 
 (
5
 
REIS, Sérgio Rodrigo. 
Rubens Ewald Filho lança guia de novas produções. 
Estado de Minas - Em Cultura
, 
Minas Gerais, 
31, ago. 2009. 
Disponível em: <
 
http://www.new.divirta-se.uai.com.br/html/sessao_8/2009/08/31/ficha_cinema/id_sessao=8&id_noticia=14958/ficha_cinema.shtml> Acesso em: 24 abr. 2012.
)
O crítico pratica o exercício da análise e a crítica, de acordo com Melo (2003, p.102), é:
[...] um dos gêneros opinativos presente no jornalismo brasileiro que está inserido no núcleo; o jornalista, em que o crítico como um profissional assalariado expressa sua opinião sob a forma de comentário, resenha, coluna crônica, caricatura e eventualmente artigo.
Enquanto para Beltrão (1980, p.14), “a opinião se trata da função psicológica, pela qual o ser humano, informado de ideias, fatos ou situações conflitantes, exprime a respeito de seu juízo”.
 Ferreira (2006, p.22) opina sobre a formação do crítico:
Cinema sem tela. Cinema sinal, cinema satélite. Sendo a informática a síntese, a formação do crítico não deve se limitar a cinema, mas passar simultaneamente pela leitura dos clássicos, de gibis, de ocultismo, tudo de pintura/arquitetura/teatro, jornalismo, rádio, TV, circo, ciência, astrologia, sem esquecer a filosofia, a sociologia, mas com especial destaque à poesia e à música – tudo devidamente vivenciado.
Observamos que as várias experiências profissionais vividas pelo perfilado, consideradas as devidas diferenças e características de cada forma de expressão, podem sofrer influências mútuas. Um exemplo é a novela por ele escrita para a TV Tupi em 1980, Drácula, que teve como personagem principal uma figura amplamente adaptada pela literatura e cinema internacionais. 
Ao relembrar sua passagem pela teledramaturgia relembramos que Rubens exerceu no final da década de 70 e começo da década de 80 a função de autor de telenovelas e nos últimos anos atuou como diretor de teatro. A seguir abordamos as definições dessas profissões em suas devidas áreas.
Ao definir a história chamada novela e que é apresentada em capítulos na televisão, de acordo com Fogolari (2002, p. 26):
A teledramaturgia oferta diariamente ao público histórias contadas por meio de falas e imagens, com base no mundo vivido dos sujeitos sociais, isto é, de sentidos atribuídos à vida segundo suas práticas cotidianas, com imagens de alegria, da dor, do sofrimento, da riqueza, da pobreza, da bondade, da maldade, e que compõem um feixe discursivo que povoa e alimenta o imaginário de quem as assiste.
Calza (1996) complementa falando sobre a importância do autor de novelas, que como um roteirista de uma peça dramática exercita um modelo de contar uma história que reúne múltiplas formas estéticas e criativas infinitas; essa história é interpretada por vários atores e com colaboração de diversos outros profissionais como diretor, câmera e maquiador. Tem no gancho, ou cena final de um capítulo para o outro, sua força de atração para manter o interesse contínuo do público.
O SEPAC – Serviço à Pastoral da Comunicação (2004) explica que o teatro surgiu e se desenvolveu na Grécia, paralelamente à Filosofia, e teve seu apogeu no século IV A.C. Tem, basicamente, dois gêneros diferentes: a tragédia e a comédia. São três os elementos essenciais para que uma peça teatral seja apresentada: quem apresenta (o ator ou agente da ação); aquele que se apresenta; quem assiste a essa ação (o espectador ou público).
Peixoto (1980, p.9) começa a definir o conceito de teatro como:
Um espaço, um homem que ocupa este espaço, outro homem que o observa. Entre ambos, a consciência da cumplicidade, que os instantes seguintes poderão atenuar, fazer, esquecer, talvez acentuar [...]
 
Dentre as funções desta forma de arte, ainda segundo o SEPAC (2004), destacam-se: autor, diretor, cenógrafo, figurinista, sonoplasta, contrarregra e iluminador. Rubens trabalhou como diretor teatral. O SEPAC enfoca as características da função do diretor:
[...] é uma pessoa muito importante no teatro. Deve conhecer muito bem teatro para poder dirigir os atores. É preferível que o diretor não trabalhe como ator, assim ele pode acompanhar melhor os ensaios, comandar, resolver problemas dos atores, enfim, ver melhor o que está acontecendo no conjunto. Ele ajuda os atores a encontrar o melhor jeito de viver o texto e de criar os personagens. É ele também que faz a “marcação”, ou seja, a movimentação dos atores na cena. Geralmente, o melhor diretor é aquele que ajuda cada ator a inventar, a criar seu personagem, mas não o obriga a copiar gestos prontos. (SEPAC, 2004, pp.41-42)
Cinema, teatro, novela, literatura e jornalismo cultural são relacionados ou desenvolvidos a partir do termo cultura, que além de muito abrangente tem muitos conceitos diferentes ou similares dados por várias áreas do conhecimento.
Dentre eles, há uma definição pela ótica da Antropologia: segundo Chauí (2009, p.231), “a cultura é o modo de vida de uma sociedade global e inclui religião, economia, costumes, crenças, formas de comunicação, de poder, de pensamento, e de comportamento”.
Sobre a definição de cultura, Santos (2009, p.9) acrescenta:
Cultura é uma dimensão do processo social, da vida de uma sociedade. Não diz respeito apenas a um conjunto de práticas e concepções, como por exemplo, se poderia dizer da arte. Não é apenas uma parte da vida social como, por exemplo, se poderia falar da religião. Não se pode dizer que cultura seja algo independente da vida social, algo que nada tenha a ver com a realidade onde existe. Entendida dessa forma, cultura diz respeito a todos os aspectos da vida social, e não se pode dizer que ela exista em alguns contextos e não em outros.
 
 Bizzocchi (2003, p.13) afirma que “cultura é basicamente discurso, comunicação, linguagem”, temas que podem ser discutidos ou sugeridos a partir do videodocumentário Rubens Ewald Filho: Quem ama a vida, ama o cinema.
 
3 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS
O nosso projeto foi desenvolver um videodocumentário sobre a vida e a carreira de Rubens Ewald Filho, jornalista especializado em crítica de cinema, produtor cultural e diretor de teatro. Teve como base, dentre as teorias da comunicação, a teoria do agendamento ou teoria da agenda setting (como também é conhecida), a teoria do newsmaking para o fazer jornalístico e estudos culturais para a discussão do tema. 
A teoria do agendamento foi escolhida porque propomos um tema que não foi pautado pela mídia. Embora Rubens Ewald Filho apareça nos meios de comunicação há quarenta anos com frequência, não há enfoque no seu aspecto biográfico. Percebemos que a própria mídia em que atua destaca sua atuação como crítico de cinema (o que também não pode ser desconsiderado), em detrimento de outras atividades. O nosso diferencial com o videodocumentário é tornar o jornalista e a sua pessoa humana em assunto no próprio Jornalismo – a partir e além do seu trabalho – partilhando suas experiências de vida e na área da Comunicação Social através de seus amigos e parceiros de profissão. 
Ao agendá-lotivemos a intenção de colaborar com uma iniciativa que pode gerar outras ligadas ao assunto, respondendo ao mesmo tempo à necessidade de informar e à relevância de um perfil biográfico:
A informação faz-se imprescindível para nossa sobrevivência. Com ela, interagimos uns com os outros, identificamos amigos e inimigos, promovemos a inclusão social e proporcionamos cidadania (SEPAC, 2007, p.11).
Destacamos o significado da teoria do agendamento na história da Comunicação e em relação à proposta do tema. A agenda setting é a princípio conceituada da seguinte forma por Pena (2007, p.142):
A teoria do agendamento defende a ideia de que os consumidores de notícias tendem a considerar mais importantes os assuntos que são veiculados na imprensa, sugerindo que: os meios de comunicação agendam nossas conversas, a mídia nos diz sobre o que falar e pauta nossos relacionamentos.
Pena (2007, p.142) conta como surgiu a teoria do agendamento:
[...] agenda setting, como é chamado nos Estados Unidos, surgiu no começo da década de 1979 como uma reação a uma outra teoria: a dos efeitos limitados, que teve seu auge entre os anos 40 e 60.
Na criação da teoria temos um pensamento central através dos escritos de Walter Lippman. 
Segundo Pena (2007, p.142), "a teoria do agendamento foi antecipada em cinquenta anos pelo célebre livro de Lippman, Public Opinion, de 1922 onde o autor mostra que a mídia é a principal ligação entre os acontecimentos do mundo e as imagens em nossa mente”.
De acordo com Hohlfeldt (2010, p.190):
[...] os meios de comunicação, por consequência, influenciam sobre o receptor não a curto prazo, como boa parte das antigas teorias pressupunham, mas sim a médio e longo prazos.
 
A teoria do agendamento, além de pautar assuntos no dia, hierarquiza-os em relação a informações não-tematizadas, como acrescenta Wolf (2003, p.163):
A tematização é um procedimento informativo que se insere na hipótese do agenda-setting, dela representando uma modalidade particular: tematizar um problema significa, de facto, colocá-lo na ordem do dia da atenção, do público, dar-lhe o relevo adequado, salientar a sua centralidade e o seu significado em relação ao fluxo da informação não-tematizada.
A contribuição pretendida pelo nosso projeto com base na teoria do agendamento revela-se na explicação de Santos (2008, p.85), ao enfatizar que:
[...] o processo da agenda setting organiza temas que precisam ser discutidos pelo público, o qual, abastecido de informações após debater os assuntos, chegaria a formular uma opinião coletiva sobre eles, melhorando o nível cultural de seus receptores.
No videodocumentário sobre Rubens Ewald Filho, mostramos parte de sua vida e carreira, bem como a relação que há entre a primeira e a segunda, destacando: parte de sua história de vida, a importância de seu estilo de escrita ou fala nos meios de comunicação para a reflexão da sétima arte, e a diversificação de trabalhos em outras áreas da cultura em que atuou ao longo dos anos como um desdobramento de sua paixão e conhecimento pelo cinema. Desse modo, o público poderá ser abastecido de dados a respeito de sua contribuição profissional.
Completando o suporte teórico para o tema utilizamos como referência os estudos culturais. Escosteguy (2010, p.151), comenta que “essa tradição extrapola o campo da comunicação”. 
Britto (2009, p.42), explana a esse respeito:
Pluralidade de concepções e temáticas, esta é uma marca decisiva dos Estudos Culturais. Partindo do reconhecimento da importância da cultura na compreensão da sociedade contemporânea, da valorização do cotidiano e dos trabalhadores, os trabalhos que surgiram no campo foram se multiplicando.
Escosteguy (2010) detalha quais autores cujos textos foram publicados no final nos anos 50 na Inglaterra, e são identificados como fontes dos estudos culturais: Richard Hoggart, Raymond Williams, e E. P. Thompson. A partir daí, diante da alteração dos valores tradicionais da classe operária da Inglaterra do pós-guerra, as relações entre a cultura contemporânea e a sociedade vão compor o eixo principal de observação dos estudos culturais.
Como complementa Escosteguy (2010), embora Hall não seja citado como membro fundador deste trio, sua participação é de grande importância, por ter sido ele a incentivar o desenvolvimento da investigação das práticas de resistência de subculturas e de análises dos meios massivos. 
Segundo Britto (2009, p.44), houve variedades de temas dos objetos de pesquisas, agregadas pela cultura nos recortes dos estudos culturais. E complementa ao explicar sua interdisciplinaridade:
 
Dos estudos literários, passando pela análise de subculturas, pela questão do papel dos meios de comunicação, a questão da recepção, até chegar à temática do feminismo, os Estudos Culturais fizeram uma trajetória de amplitude temática buscando iluminar os aspectos importantes da atividade dos setores subalternos da sociedade, na constituição de sua cultura e sua luta.
 
A multiplicidade de temas analisados a partir da relação cultura e sociedade traçada pelos estudos culturais pode amparar-nos teoricamente e motivar-nos ainda mais a entender o trabalho de Ewald Filho. Um jornalista especializado em crítica de cinema, em que cada filme em si, recebe por ele, por outros críticos ou pelo público, uma conotação diferente: ora ligada à cultura de massa, ora chamada de arte elitista ou obra de arte, dependendo da obra e/ou da abordagem opinativa.
Conforme Santos (2008, p.58):
[...] essa visão divergente em nosso tempo sobre arte ocorre porque há na verdade, uma mistura de produtos culturais de naturezas diferentes, uma vez que tanto a cultura de elite, como a popular e a de massa ocupam os mesmos espaços, extrapolando as fronteiras entre o popular e o erudito.
Santos (2008, p.59) ainda pondera: “O estudo da cultura de massa requer do pesquisador uma visão crítica, mas não preconceituosa desse fenômeno complexo”. 
Nosso videodocumentário pretende ser um material que possibilite essa visão crítica sobre a carreira de Rubens, sem dar margem a preconceitos.
Britto (2009, p.126) destaca a contribuição dos estudos culturais, no mínimo, ao romper com as teorias e escolas de Comunicação anteriores, “[...] procurar oferecer uma visão mais ampla e mediada sobre para o entendimento do papel dos meios de comunicação de massa”. E recorda como era visto o receptor no ângulo dessas teorias.
Para o receptor restava pouca possibilidade: ou era engajado e revolucionário, ou era alienado e manipulado. Só que era exatamente entre esses dois extremos que estava toda a imensa população que consumia e consome os meios de comunicação de massa, não encontrando nessas teorias explicações plausíveis (SANTOS, 2009, p.125).
 
Santos (2008, p.14) acrescenta que os estudos da Comunicação podem:
[...] privilegiar o emissor, a mensagem, o código utilizado, o meio que difunde a comunicação, o receptor ou o efeito desse processo. A análise do conteúdo, por exemplo, preocupa-se em compreender a mensagem (que elementos a compõem, como são articulados, qual código é utilizado), enquanto a análise da recepção, por sua vez, trata do público, daquele que recebe, interpreta e é estimulado por um ato comunicativo. O pesquisador deve escolher o elemento a ser investigado em seu trabalho.
 
O nosso projeto tem enfoque no emissor já que a sua mensagem é reconhecida pelo grande público devido à popularidade obtida pela televisão brasileira. 
Observou-se que a veiculação da crítica ou resenhas de Rubens Ewald Filho aparece em vários meios de comunicação como TV, revistas, jornais, rádio, internet. E a sua atuação profissional se deu em outras áreas, como coordenação editorial de livros, teledramaturgia e direção de teatro, pluralizando-se também na expressão artística e, consequentemente, cultural. Seus trabalhos apresentam-se diversificados como os temas dos estudos culturais que estudam a relação entre cultura e sociedade. 
Conforme Britto (2009, p.110):
[...] os Estudos Culturais reconhecem que existem intencionalidadesde dominação por parte da Indústria Cultural, expressas de maneira consciente ou inconsciente, de maneira explícita ou implícita. No entanto, partem de uma visão de que existem muitos elementos intervenientes que fazem com que essas intencionalidades se realizem ou não em partes ou integralmente. 
Tal afirmação indica que o processo de comunicação não se realiza sobre o “domínio” dos emissores e que parte dos receptores pode opinar e decidir sobre temas propostos.
Ao propormos o perfil biográfico de Rubens Ewald Filho com o suporte teórico da teoria do agendamento e dos estudos culturais pautamos o tema, mas propomos que o receptor faça sua própria análise do conteúdo do videodocumentário e do perfilado, assim como acreditamos que ocorre com as mensagens emitidas por ele no meio jornalístico e artístico. Seguindo a linha de pensamento dos estudos culturais, considera-se o poder que há na imprensa, mas também a capacidade crítica e optativa do receptor, com diferenças de graus relativos do ato comunicativo na sociedade, espaço e tempo.
De acordo com Santos (2008, p.56), não é possível afirmar que só há dominância pela cultura de massa. O autor ainda aborda o ponto de vista da recepção como não passivo:
[...] mesmo que seja do interesse do sistema veicular apenas a visão de mundo dominante, não é possível controlar toda a produção cultural da sociedade, todas as linhas de textos de jornais, todas as falas e imagens dos filmes, toda a programação de emissoras de rádio e tevê. Mecanismos de coerção, como a censura e a pressão política e econômica, não garantem a subserviência total nem dos veículos de comunicação, nem do receptor. Se não pode controlar toda a produção veiculada pelos meios de comunicação de massa, tampouco é possível submeter a recepção a um controle rígido. O público aceita ou rejeita os conteúdos da cultura de massa de acordo com seus interesses imediatos, mas adora, acima de tudo, o espetáculo que lhe é oferecido.
Conforme Polistchuk e Trinta (2003) o sociólogo Hall contribui com seu pensamento de acordo com a orientação predominante no CCCS, ao buscar determinar como o público diversificado digere o que a mídia lhe propõe, disso fazendo análise.
Para fundamentar teoricamente o tema de nosso trabalho, que é traçar o perfil biográfico de Rubens Ewald Filho em um videodocumentário, dentre os intelectuais dos estudos culturais optamos pelo pensamento de Stuart Hall, autor do livro lançado no Brasil em 1999, A identidade cultural na pós-modernidade. Nele o autor analisou a questão da identidade cultural dentro do ambiente de transformações objetivas e subjetivas por que passou a sociedade.
Um dos motivos da escolha é o fato de Hall tratar da questão da identidade do homem da sociedade moderna, e através de tal reflexão nos auxiliar teoricamente a pensar na identidade como uma das bases fundamentais para compor um perfil biográfico, principalmente por ser nosso personagem uma pessoa do tempo em que vivemos e atuante nos meios de comunicação. 
De acordo com Hall (2005, pp.38-39), a identidade é algo que está em processo, questionando até o termo identidade:
[...] a identidade é realmente algo formado, ao longo do tempo, através de processos inconscientes, e não algo inato, existente na consciência no momento do nascimento. Existe sempre algo “imaginário” ou fantasiado sobre sua unidade. Ela permanece sempre incompleta, está sempre “em processo”, sempre “sendo formada”. As partes “femininas” do eu masculino, por exemplo, que são negadas, permanecem com ele e encontram expressão inconsciente em muitas formas não reconhecidas, na vida adulta. Assim, em vez de falar da identidade como uma coisa acabada, deveríamos falar de identificação, e vê-la como um processo em andamento.
 Britto (2009, p.67), resume a ideia central do pensamento de Hall em relação à identidade nas sociedades modernas:
Hall afirma que existe um processo de mudança que está deslocando as estruturas e os processos centrais das sociedades modernas e abalando os quadros de referência até então aceitos no mundo social. A proposta dele é analisar as questões da identidade cultural dentro dessas mudanças na modernidade tardia.
Segundo Escosteguy (2010, p.168):
A observação contemporânea de um processo de estilhaçamento do indivíduo em múltiplas posições e/ou identidades transforma-se tanto em tema de estudo quanto em reflexo do próprio processo vivido atualmente pelo campo dos Estudos Culturais: descentrado geograficamente e múltiplo teoricamente.
Para interpretar as três concepções diferentes de identidade que Hall aborda, Britto (2009, p.68) cita as características de cada uma:
O primeiro era o sujeito centrado, racional e consciente e o centro essencial do eu era a identidade de uma pessoa. Já no sujeito sociológico, a identidade era constituída a partir da interação do eu e a sociedade, ou seja, representava praticamente uma sutura do sujeito e a estrutura. O sujeito pós-moderno não tem uma identidade fixa, é uma celebração móvel, com identidades contraditórias e continuamente deslocadas. Claro que essas definições são, em alguma medida, simplificações segundo o próprio autor. Na verdade, não existe a não ser no plano teórico, um sujeito “puro” nas categorias apresentadas.
A identidade de uma pessoa perfilada biograficamente pode estar de acordo com alguma dessas definições ou ir de encontro a elas.
O nosso projeto de perfil biográfico não teve a intenção de definir totalmente Rubens Ewald Filho, porque ele pode estar construindo sua identidade e sua trajetória ao longo do tempo. Ou ainda ter identidades contraditórias e continuamente deslocadas, como defende Hall. 
Para o fazer jornalístico, temos como suporte a teoria do newsmaking.
Conforme Pena (2007, p.128), “é no trabalho da enunciação que os jornalistas produzem os discursos, que, submetidos a uma série de operações e pressões sociais, constituem o que o senso comum das redações chama de notícia”.
A teoria do newsmaking, segundo Wolf (2003, p.189):
Estabelece-se, como um conjunto de critérios de relevância que definem a noticiabilidade (newsworthiness) de cada acontecimento, isto é, a sua aptidão para ser transformado em notícia.
 
Wolf (2003, p.190), explica o que é noticiabilidade:
A noticiabilidade é constituída pelo conjunto de requisitos que se exigem dos acontecimentos - do ponto de vista da estrutura do trabalho nos órgãos de informação e do ponto de vista do profissionalismo dos jornalistas - para adquirirem a existência pública de notícias.
 
O autor Pena (2007, p.128), acrescenta a sistematização feita por autores como Mauro Wolf e Nelson Traquina incluídos no modelo teórico do newsmaking:
[...] critérios como noticiabilidade, valores-notícia, constrangimentos organizacionais, construção da audiência e rotinas de produção. Ou seja, embora a notícia não se esgote na sua produção, é com ela que esse modelo está preocupado.
 
A teoria do newsmaking foi escolhida por estar de acordo com o fazer jornalístico proposto pelo grupo. Escolhemos um tema a ser discutido e acreditamos na sua noticiabilidade, no valor cultural que há no perfil biográfico de Rubens Ewald Filho, na possibilidade de veiculação, com interesse de público-alvo abrangente. Para a produção do videodocumentário foram distribuídas funções técnicas e de forma hierárquica para a equipe, foram planejadas as etapas da pesquisa bibliográfica até a veiculação do produto jornalístico, diminuindo assim as imprevisibilidades, além de buscar equilíbrio no relacionamento com as fontes primárias, manter o foco principal no tema e em sua importância de veiculação.
Para confirmar nossa justificativa, Hohlfeldt (2010, p.204) descreve características da teoria do newsmaking:
A hipótese de newsmaking dá especial ênfase à produção de informações, ou melhor, à potencial transformação dos acontecimentos cotidianos em notícia. Deste modo, é especialmente sobre o emissor, no caso o profissional da informação, visto enquanto intermediário entre o acontecimento e sua narratividade,que é a notícia, que está centrada a atenção destes estudos, que incluem sobremodo o relacionamento entre fontes primeiras e jornalistas, bem como as diferentes etapas da produção informacional. Seja ao nível da captação da informação, seja em seu tratamento e edição e, enfim, em sua distribuição.
A teoria do newsmaking amparou o direcionamento no modo de trabalhar da equipe, possibilitando uma melhor organização para realização de um perfil biográfico no formato escolhido. Isso foi feito a partir de um planejamento e constantes ajustes e troca de ideias através de reuniões, conforme novas informações, entrevistados, locações, ou necessidades foram acrescidas ao projeto.
O formato proposto para o perfil biográfico sobre a vida e a crítica de cinema de Rubens Ewald Filho foi o documentário. Assim como em outros termos, para a palavra documentário também há diversidade de conceituações, de acordo com a vivência profissional de cada especialista.
Lucena (2012, p.9) esclarece que “documentar com uma câmera é o primeiro ato cinematográfico, presente nos registros iniciais dessa arte, feitos pelos irmãos Lumière”. E resume o início da linguagem documental no cinema:
A linguagem cinematográfica nasceu com aspecto documental, com a aplicação dos princípios da câmera fotográfica a imagens em movimento. As primeiras “vistas animadas” projetadas em 1895 pelos irmãos Lumière no Café Paris, eram cenas que os pioneiros gravaram com uma revolucionária câmera que registrava em 24 quadros por segundo o que acontecia a sua frente. A câmera era pesada, não permitia nenhum movimento. Assim, os irmãos empresários e cineastas abriram a sessão com o filme. A saída da fábrica, nada mais do que o registro de um grupo de funcionários deixando as instalações do prédio onde funcionava a empresa da família. 
Lucena (2012, p.10) explica como surgiu o nome do gênero:
Os filmes de Flahety–Nanook e Moana (1926) - inspirariam a célebre crítica pelo produtor e também documentarista inglês John Grierson e publicada no New York Sun em 08 de fevereiro de 1926, em que foi usado pela primeira vez o termo documentary (ou “documentário”), inspirado na palavra francesa documentaire, que denominava os filmes de viagem.
Dentre os diversos conceitos de documentário, há significações poéticas. Conforme Nichols (2005, p.47), define-se documentário pela diferença ficcional: 
A definição de “documentário” não é mais fácil do que a de “amor” ou de “cultura”. Seu significado não pode ser reduzido a um verbete de dicionário, como “temperatura” ou “sal de cozinha”. Não é uma definição completa em si mesma. A definição de “documentário” é sempre relativa ou comparativa. O documentário define-se pelo contraste com filme de ficção ou filme experimental e de vanguarda.
Partindo da diferença dentre os quatro gêneros fundamentais do cinema, Nogueira (2010, pp. 5-6), além de experimental e animação, cita: 
a ficção: que tem como objetivo essencial o entretenimento e que assenta formalmente na narrativa. E o documentário, que tem como objetivo fundamental o testemunho e a reflexão sobre a realidade, partindo desta.
Strecker (2006) aborda o documentário no cinema e o que esse formato proporciona em relação aos filmes de ficção. Explica que o documentário é caracterizado por ser um filme de não-ficção, em que os temas podem ser sociais, históricos, etc. 
Sobre os temas nos documentários, Souza (2004, p.145) informa que “os temas abordados pelos documentários apresentam certa importância histórica, social, política, científica ou econômica, aprofundando assuntos do cotidiano, vistos de uma perspectiva crítica”. 
Uma perspectiva, de acordo com Nichols (2005, p.73), pode ser um dos motivos para a ascensão do documentário, como ele descreve:
 
A voz do documentário pode defender uma causa, apresentar um argumento, bem como transmitir um ponto de vista. Os documentários procuram nos persuadir ou convencer, pela força de seu argumento, ou ponto de vista, e pelo atrativo, ou poder, de sua voz. A voz do documentário é a maneira especial de expressar um argumento ou uma perspectiva. 
O documentário também está incluído nas grades de programações televisivas, como vemos hoje. Segundo Souza (2004) possui uma base histórica importante no cinema e conseguiu importância mesmo ao sair das salas de exibição e depois da Segunda Guerra Mundial, época em que tiveram caráter informativo e ideológico.
Ao falar sobre televisão, Barbeiro e Lima (2002, p.15) refletem sobre o audiovisual na vida das pessoas:
A televisão é um fenômeno de massa de grande impacto na vida social. É um dispositivo audiovisual através do qual a sociedade pode divulgar os seus feitos, anseios, sonhos, crenças, para toda a humanidade.
Essas afirmações dos jornalistas, aliadas às características e possibilidades informativas do documentário nos fizeram apostar no perfil biográfico de um comunicador que transita entre o meio televisivo e o cinematográfico, assim como o gênero documentário. Assim, o público diversificado que o conhece e acompanha terá interesse garantido e ampliado no produto oferecido.
Ramos (2008, p.22), acrescenta informações sobre como se dá a narrativa documentária, e nela encontramos identificação para o projeto ao afirmar que uma pessoa é como um mundo do qual queremos ouvir declarações:
[...] podemos afirmar que o documentário é uma narrativa basicamente composta por imagens-câmera, acompanhadas muitas vezes de imagens de animação, carregadas de ruídos, música e fala (mas, no início de sua história, mudas), para as quais olhamos (nós, espectadores) em busca de asserções sobre o mundo que nos é exterior, seja esse mundo coisa ou pessoa.
No texto de Souza (2004, pp.104-5), encontramos a credibilidade como qualidade jornalística e algumas características da linguagem.
O gênero documentário, da categoria informação, tem uma fórmula para transmitir credibilidade e tratar de assuntos de interesse do público. É formatado, normalmente, com entrevistas e imagens com narração em off.
Outra motivação para este projeto se deu na afirmação de Strecker (2006) que destaca o interesse em vermos outras pessoas no gênero documentário, porque naturalmente queremos saber como outras pessoas vivem e pensam, tudo mostrado de forma espontânea, o que faz com que nos identifiquemos e fiquemos mais próximos delas.
Os especialistas também nos conscientizam sobre o fascínio que os documentários exercem, bem como alertam para a complexidade de sua realização. Segundo Nichols (2005), os documentaristas desviam a atenção para a realidade, para o mundo em que vivemos, com a mesma engenhosidade dos cineastas de ficção, e os vídeos ou filmes documentários trazem o mesmo desafio, fascínio e emoção que qualquer outro filme de ficção. 
4 PRESSUPOSTOS METODOLÓGICOS
Considerando as diversas áreas de atuação de Rubens Ewald Filho e sua importância nesses meios, o grupo optou por realizar uma pesquisa do tipo qualitativa, colhendo uma amostra que considerasse significativa e que conseguisse abordar a vida pessoal e profissional do crítico, seguindo a ideia proposta por Severino (2007, p. 118-119):
 
[...] os cientistas se deram conta de que o conhecimento desse mundo humano não podia reduzir-se, impunemente, a esses parâmetros e critérios. Quando o homem era considerado um objeto puramente natural, seu conhecimento deixava escapar importantes aspectos relacionados com sua condição específica de sujeito; mas, para garantir essa especificidade, o método experimental-matemático era ineficaz. [...] São várias metodologias de pesquisa que podem adotar uma abordagem qualitativa, modo de dizer que faz referência mais a seus fundamentos epistemológicos do que propriamente a especificidades metodológicas.
Além disso, a escolha dos entrevistados baseou-se em pesquisas, nas indicações de amigos e do próprio Rubens Ewald Filho. Selecionamos aquelas pessoas que são ou foram próximas a ele em diversas épocas de sua vida, nos diversos campos em que atuou como jornalista, roteirista, crítico de cinemae escritor de telenovelas, dentre outros.
​Com relação à metodologia, foram realizadas pesquisas de vários tipos: a exploratória, que proporciona maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses, além de envolver levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado e com enfoque na análise de exemplos que estimulam a compreensão do tema em discussão. Exemplo: o autor de novelas fala sobre o estilo do texto da crítica cinematográfica de Ewald Filho. Severino (2007, p.123) explica que a pesquisa exploratória “busca apenas levantar informações sobre um determinado objeto, delimitando assim um campo de trabalho, mapeando as condições de manifestação desse objeto”.
​Utilizamos também a pesquisa bibliográfica, que é elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e com material disponibilizado na internet.
 
A pesquisa bibliográfica é aquela que se realiza a partir do registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos impressos, como livros, artigos, teses etc. Utiliza-se de dados ou de categorias teóricas já trabalhadas por outros pesquisadores e devidamente registrados. Os textos tornam-se fontes dos temas a serem pesquisados. O pesquisador trabalha a partir de contribuições dos autores dos estudos analíticos constantes dos textos. (SEVERINO, 2007, p. 122)
Na pesquisa histórica, centrada em fatos do passado, pesquisamos a vida do perfilado e as definições de áreas em que ele atuou por diversos autores com visões diferentes ou complementares. Como exemplo, temos a história do cinema e seus conceitos também ao longo do tempo. 
Utilizamos ainda a entrevista, definida por Severino (2007, p. 124-125) como uma “técnica de coleta de informações sobre um determinado assunto, diretamente solicitadas aos sujeitos pesquisados”. As entrevistas podem ser do tipo aberto ou estruturada, que “são aquelas em que as questões são direcionadas e previamente estabelecidas, com determinada articulação interna”, e que também contam a história de vida do entrevistado como a de Ewald Filho. 
5 CARACTERIZAÇÃO DO PRODUTO
5.1 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TÍTULO
Escolhemos o título Rubens Ewald Filho: Quem ama a vida, ama o cinema por se tratar de uma frase escrita pelo perfilado:
[...] Nada me deixa mais feliz do que ver um filme. Até mesmo quando ruim. Continuo igualzinho a quando garoto. Vibro do mesmo jeito. E esse amor, essa paixão, tento passar no que faço, em tudo que critico. E desde que vi a frase num cinema na França, a adotei como lema: Quem ama a vida, ama o cinema. (EWALD FILHO, 1986, p. 72)
O texto está presente no roteiro do nosso documentário, sendo lido pelo autor, reafirmando a sua grande paixão pela sétima arte. A palavra “vida” é o principal elemento para a abordagem de um perfil biográfico. A identificação de Ewald Filho pelo cinema e seu estilo próprio fez com que ele se destacasse como jornalista especialista em crítica cinematográfica, e a partir dessa atuação, aliada a um grande conhecimento cultural e com diversos profissionais da área artística e da comunicação, desenvolvesse outros trabalhos dinamizando sua vida e carreira. Esses aspectos foram decisivos para a escolha final.
Outros títulos foram pensados, mas descartados em votação, como Rubens Ewald Filho – Aplausos para um crítico, que remete à lembrança da Coleção Aplauso, editada pela Imprensa Oficial a partir de 2004, na qual ele atuou como coordenador geral. Também expressa o carinho e reconhecimento dos seus amigos entrevistados durante as entrevistas concedidas para este projeto. 
Rubens Ewald Filho: do outro lado da tela, traz possíveis ambiguidades: o jornalista atento que sempre esteve nos lançamentos de filmes, mas também participou em outras funções de produções do cinema, sendo ator e roteirista. E também lembra o fato de trazer seu perfil biográfico como tema principal de um produto audiovisual, sujeito à análise crítica de outras pessoas. 
	
5.2 SINOPSE
Rubens Ewald Filho: Quem ama a vida, ama o cinema é um videodocumentário sobre a vida e a carreira do diversificado jornalista e crítico de cinema Rubens Ewald Filho. O perfil biográfico conta com depoimentos expressivos de diversos amigos e parceiros de trabalho.
Duração: 28’00’’. Colorido. NTSC.
5.3 EQUIPE
Direção – Anselmo Duarte e Thais Saraiva: responsáveis por orientar a realização do documentário, analisar o roteiro, dirigir a produção em geral, verificar locações e equipamentos, escolher trilha sonora, sonoplastia, enquadramento e acompanhar a finalização.
Roteirização – Anselmo Duarte, Jennifer Muricy e Roseane Ferreira: responsáveis por elaborar o roteiro, com início, meio e fim, e aprofundamento de detalhes na gravação, cenas e personagens envolvidos.
Reportagem – Anselmo Duarte, Jennifer Muricy, Jessica Cardoso, Mirian Freitas, Roseane Ferreira e Thais Saraiva: responsáveis por pesquisar sobre a vida dos entrevistados, elaborar pautas, apurar os fatos, participar das entrevistas e conduzir o entrevistado.
Produção – Jessica Cardoso e Mirian Freitas: responsáveis por organizar contatos, contatar produtor e revisor e administrar o orçamento.
Fotografia, Arte e Som – Jessica Cardoso e Jennifer Muricy: responsáveis pela iluminação do local, por verificar a captação das imagens, condições adversas de luz e por acompanhar o áudio.
Finalização – Mirian Freitas, Roseane Ferreira e Thais Saraiva: responsáveis por acompanhar a edição, cortar, escolher e ordenar as cenas, além de informar a equipe sobre ajustes e modificações do documentário.
Edição – Rodrigo Maia: produtor de vídeo contratado. Responsável por editar e finalizar o documentário.
Revisão – Alessandra Fernandes: revisora de textos contratada.
5.4 LINHA EDITORIAL DO PRODUTO
O videodocumentário Rubens Ewald Filho: Quem ama a vida, ama o cinema foi produzido seguindo a linha do documentário de retrato pessoal, construído por meio dos depoimentos das fontes, além das pesquisas aos materiais iconográficos, vídeos e acervos. Para a apuração das informações, a escolha dos entrevistados foi parte preciosa do produto. Levando em consideração que a entrevista é parte inerente ao documentário, e que as fontes são pessoas que já tiveram contato com o perfilado, a consulta às fontes seguiram como base da concepção de Lage (2005), na qual ele diz que a entrevista é uma forma de apuração dos fatos. Para o autor, dependendo dos objetivos, as entrevistas podem ser caracterizadas como: ritual, temática, testemunhal e em profundidade. Dentre essas, escolhemos o estilo ‘em profundidade’.
[...] d) em profundidade – o objetivo da entrevista, aí, não é um tema particular ou um acontecimento específico, mas a figura do entrevistado, a representação de mundo que ele constrói, uma atividade que desenvolve ou um viés de sua maneira de ser, geralmente relacionada com outros aspectos de sua vida. Procura-se construir uma novela ou um ensaio sobre o personagem, a partir de seus próprios depoimentos e impressões. LAGE (2005, pp.74-5)
	
Para as entrevistas, foram feitas perguntas pré-elaboradas com o intuito de buscar relatos de histórias interessantes e importantes sobre o perfilado, com o propósito de retratar a importância da carreira profissional de Rubens Ewald Filho para o cinema, teatro e jornalismo. O documentário teve as entrevistas conduzidas como numa conversa, em que há abertura para novas perguntas a partir dos depoimentos. Porém, a voz e o entrevistador não aparecem no produto final, pois adotamos uma postura não participativa no que diz respeito ao entrevistador.
Os entrevistados sempre aprecem com o microfone de lapela, escolhemos esse microfone como padrão para todos os participantes, por ser um captador de som omnidirecional que, por estar em posição muito próxima ao falante, oferece menos riscos de gravar um áudio com má captação das falas.
Os locais das entrevistas foram modificados, quando possível, para gerar um melhor cenário em matéria decomposição de imagens, iluminação e baixo ruído. Há imagens com o recurso de captação dos Cut-Aways, para dar dinamismo ao documentário, expressões gestuais feitas pelos entrevistados no momento da entrevista e imagens das cidades pelas quais a equipe precisou passar para fazer as gravações.
 Nos depoimentos, por exemplo, mostram-se espaços decorados com pôsteres de filmes, o que remete à principal atividade do perfilado, a crítica de cinema. Na edição priorizamos os assuntos não repetidos entre os entrevistados, levando em conta o tempo de vinte e oito minutos. Optamos por não aprofundar o assunto sobre o mau estado de saúde que Rubens Ewald Filho passou, mas destacar relatos sobre o início da carreira e vida profissional. Assuntos como jornalismo, cinema e teatro são bastante citados. No trabalho, há também espaço para pessoas que têm uma ligação de amizade muito forte com o perfilado.
Esse documentário é destinado às pessoas interessadas em perfil biográfico, pessoas ligadas às Artes e aos cinéfilos. Com o propósito de apresentar a vida, trabalhos e carreira do perfilado à sociedade, os temas abordados são relacionados às áreas de comunicação (jornalismo, crítica de cinema) e cultura (cinema, teatro, literatura e teledramaturgia), e servirão como base documental para pesquisas futuras nas universidades e escolas de Arte. O produto é passível de ser adaptado para outros produtos midiáticos, além de ser utilizado em festivais e emissoras de televisão como Record News, TV Cultura, TV Brasil, ou no YouTube. O produto também será cedido para o Radar Jornalístico, blog feito pelos alunos de Jornalismo da Universidade Cruzeiro do Sul. 
 5.5 IDENTIDADE VISUAL 
 	
Nas gravações utilizamos duas câmeras a Sony HDR-XR150 e a Sony HXR-MC2000. A câmera principal ficou fixa a frente dos entrevistados captando todos os depoimentos sem cortes. Já a outra câmera foi usada para captar inserts de detalhes, expressões, emoções e close no decorrer das entrevistas. Todas as cenas desta câmera foram convertidas para preto e branco, onde podemos mesclar imagens da câmera principal com a câmera suporte, algumas imagens passam do preto e branco para o colorido, como se fosse do passado para o futuro, criando assim um diferencial, enriquecendo e valorizando cada cena. 
 A maioria das entrevistas foi realizada em locais fechados, como casas, apartamentos e escritórios. Procuramos ambientes com melhor iluminação, adequados para a captação das imagens em ambientes relacionados com o tema, como por exemplo, uma estante de livros e filmes.
Quanto ao enquadramento das imagens utilizamos o plano médio fechado: segundo Rey (1989, p. 51) é o plano mais usado, pois a câmera foca o personagem da cintura para cima.
Também utilizamos o plano médio a fim de captar os gestos e expressões dos entrevistados. Segundo a definição de Artis (2011, p. 164) o plano médio é o mais adequado para essa necessidade.
 
(...) Elas trazem o espectador mais para perto a fim de informá-los mais sobre o que as pessoas estão vestindo ou fazendo. Mais notadamente, as tomadas médias nos mostram os gestos e a linguagem corporal de um personagem. Você nunca deve subestimar o incrível poder da linguagem corporal na narrativa. A linguagem corporal e os gestos comunicam mais informações em questão de segundos do que a fala jamais conseguiria.
 
Na iluminação adotamos uma luz simples, ou seja, aproveitamos a luz do ambiente, além do acompanhamento de um rebatedor para uma melhor fotografia.
Para melhor captação do som, usamos o microfone de lapela, que é ideal para ambientes fechados e é mais discreto para o entrevistado e os presentes na gravação.
(...) o microfone de lapela é outro pilar da produção de documentários, especialmente para entrevistas. Esses minúsculos microfones são fixos em uma camisa, lapela ou gravata da pessoa e fazem um excelente trabalho de captar a voz da pessoa por causa de sua proximidade com a garganta e a cavidade torácica, onde o som está sendo gerado. Os microfones de lapela são uma boa opção para cenas no interior de automóveis onde podem ser fixados no painel, no espelho retrovisor ou no quebra-sol para captar as conversas no banco da frente. Os microfones de lapela também são úteis para tomadas abertas onde seu minúsculo fio e captador podem ser escondidos atrás de quase qualquer objeto que esteja próximo ao personagem. (ARTIS, 2011, p. 130)
Para o titulo usamos as fontes Kingthings Trypewriter e Rubberstamp. As fontes lembram letras usadas em maquinas de escrever, onde por muitos anos o perfilado escreveu suas criticas para jornais e TV. É como se ele ainda estivesse escrevendo dessa forma e exprimindo em uma frase a sua paixão pelo cinema, paixão esta que o levou a ser referência nacional. Na primeira fonte há a presença da cor amarela sombreada, envelhecida e transparente, apenas utilizada para dar um sutil toque de colorido entre o preto e o branco. 
Para os créditos, legendas, nome dos entrevistados e demais informações, usamos a fonte Segoe UI Symbol, uma fonte padrão, simples e sem detalhes justamente para que todos possam visualizar com clareza esses textos. Para o nome dos entrevistados usamos a Times Nem Roman, uma fonte bastante utilizada, pois é clara e objetiva. Os tamanhos das fontes foram alternados para dar maior destaque as informações com mais relevância. 
Para a trilha sonora, pontuamos os vários momentos do documentário com musicalidades condizentes. Há momentos em que trilhas cinematográficas passam a emoção do cinema. Há momentos em que trilhas instrumentais de compositores consagrados da música clássica brasileira ilustram sonoramente passagens e/ou ressaltam climas. 
Temos como referência de documentarista Fabiano Maciel, diretor e roteirista de Oscar Niemeyer – A vida é um sopro, lançado nos cinemas em 2007. O documentário aborda a vida e carreira do famoso arquiteto brasileiro durante noventa minutos, e tentou pincelar as suas criações e contribuições mais importantes para a arquitetura mundial. O perfilado é a principal fonte dos depoimentos com declarações diretas e simples, completados por personalidades que tiveram participação no seu universo e/ou têm bagagem profissional e artística para opinar sobre sua relevância, e enriquecidos com imagens de arquivos e fotos. O registro depende do que as pautas abordam, da memória de cada pessoa, além da vontade do entrevistado de tocar naquele assunto.
Percebemos um desafio similar ao do documentário de Niemeyer: retratar a carreira de Rubens Ewald Filho, também em sua área tão ampla e rica de histórias e com diversas pessoas envolvidas nos acontecimentos, abordando características e momentos significativos. A proposta não é fazer uma biografia completa em vídeo, porque o tempo de duração não daria conta da riqueza dos detalhes, mas traçar um perfil a partir das considerações das entrevistas, para passarmos uma noção geral da carreira e de sua contribuição profissional na comunicação e na arte.
6 EVOLUÇÃO DO PRODUTO
Rubens Ewald Filho: Quem ama a vida, ama o cinema foi produzido entre os meses de fevereiro e novembro do ano de 2012. 
A primeira fase, a de idealização do documentário e escolha do tema, foi realizada entre os meses de janeiro e março. 
A ideia surgiu da evolução de um incentivo da professora Regina Tavares de Menezes, no final do ano de 2011, para desenvolvermos um perfil biográfico depois da entrevista do cantor, compositor e arranjador Dori Caymmi para o blog da agência Radar Jornalístico, no qual os alunos de Jornalismo publicam seus trabalhos.
Em uma conversa em janeiro sobre possíveis temas da área cultural, dois integrantes cogitaram abordar a cidade de São Paulo sob a ótica do cinema nos últimos dez anos para, em seguida, abordar um perfil. 
Com o início das aulas, todos os integrantes sugeriram nomes e temas diversos a partir da lembrança do nome de Dori Caymmi, descartado por morar no Rio de Janeiro e EUA, o que dificultaria nossas viagens e possibilidadeseconômicas. Iniciamos sugestões de nomes que tivessem atuação na área da música e da comunicação como Rolando Boldrin e Inezita Barroso. 
Entramos em contatos com as assessorias de Rolando Boldrin e Inezita Barroso e descobrimos que outros alunos de outras instituições já haviam feito trabalhos acadêmicos sobre eles. Jair Rodrigues foi o terceiro nome a ser cogitado e o mesmo sinalizou um sim para nosso grupo. Entretanto, no mês de março, descobrimos a tempo que também já havia um trabalho sobre ele e a própria produtora do artista produzia um documentário sobre Jair Rodrigues.
Enquanto outros grupos da nossa sala já tinham seus temas definidos, reiniciamos nossa busca por um tema. Uma integrante do grupo lembrou que havíamos citado o nome de um jornalista naquela conversa durante as férias e foi buscar o contado dele. No dia 16 de março, ao entrarmos em contado com Rubens Ewald Filho por e-mail, ele nos respondeu em poucos minutos e aceitando participar do projeto, com as exigências de nos adequarmos a sua agenda e entregarmos a ele uma cópia do videodocumentário. No dia seguinte, após aprovação dos professores, iniciamos nossas pesquisas sobre o histórico do perfilado em livros, revistas e internet.
A pesquisa para o pré-projeto se estendeu pelo mês de abril. Além da pesquisa histórica estudamos as áreas em que ele atuou como jornalismo, cinema, teatro, telenovela e definições do termo “cultura”. Completamos a pesquisa acadêmica com leitura de livros teóricos sobre Filosofia, teorias da comunicação, documentários, entrevistas. 
Foram desenvolvidas nesse período partes do pré-projeto como: Justificativa, Revisão literária, Pressupostos teóricos, Pressupostos metodológicos, Descrição do projeto, Cronograma geral, Investimento, Finalidades e Referências.
Em maio, entregamos nosso pré-projeto e fomos aprovados com excelentes considerações da pré-banca.
Revisamos o projeto em junho e julho com as orientações sugeridas pelos professores. Ainda em julho, Rubens Ewald Filho disse por telefone que ficava feliz pela aprovação inicial e que aguardaria o agendamento das gravações. 
O mês de agosto trouxe dificuldades. A esposa do nosso professor orientador Carlos Monteiro adoeceu gravemente, afastando-o das aulas. Retomamos contato com Ewald Filho no dia 22 de agosto, mas ele não se lembrava do que havia combinado, oscilava a memória e o humor durante a mesma conversa por telefone. Soubemos pela mídia em 27 de agosto que ele havia sido internado no Hospital Santa Catarina, com fortes dores de cabeça e estava na UTI.
Fomos orientados a continuar nossa pesquisa sobre fontes a serem entrevistadas e tivemos orientações auxiliares de outros professores do corpo docente enquanto aguardávamos o retorno do nosso professor orientador. Cogitamos mudar o foco do documentário e abordar Rubens apenas através de seus amigos e colegas de trabalho.
Durante o mês de setembro acompanhamos o estado de saúde de Rubens ligando todos os dias para o hospital. Depois de enviar uma mensagem de otimismo para ele, recebemos uma resposta dada por Nilu Lebert, sua amiga e parceira na autoria de livros. Ela se mostrou solidária em ajudar o projeto, nos forneceu dicas e dados e sugeriu pessoas a serem entrevistadas. No final do mês Rubens já deu sinais de melhora. Entramos em contato com a produtora, planejamos custos de gravações e marcamos para outubro o início das gravações das entrevistas.
A primeira entrevista aconteceu no dia 02 de outubro, na cidade do Rio de Janeiro, com Tania Carvalho, jornalista, e com Ney Latorraca, ator. Durante esse mês fizemos vários contatos com fontes possíveis e gravamos em lugares diferentes como São Paulo, Itatiba e Santos, ambas no estado de São Paulo. 
Soubemos que Ney Latorraca havia gostado da equipe e ligou para amigos de Rubens, motivando-os a dar seus depoimentos. Isso facilitou ainda mais o contato com fontes como Rosinha Ferraz, que indicou e agendou outras pessoas. Foi um período de muitos telefonemas e e-mails enviados para nos adequarmos às agendas dos entrevistados. Próximo à finalização desse processo, Rubens já havia tido alta e quis nos conhecer e agendar seu depoimento, que foi gravado em 19 de outubro. Nesse mesmo dia ele nos deu detalhes para nossa gravação em Santos. 
Entre outubro e novembro fizemos decupagens das gravações e edição do videodocumentário. 
O trabalho escrito do projeto foi desenvolvido entre os meses de agosto e novembro.
7 APRENDIZAGENS JORNALÍSTICAS E ACADÊMICAS
 Anselmo Freitas Duarte: Vivi durante esse ano um período em que pude praticar os conhecimentos adquiridos ao longo do curso. As disciplinas, conselhos, teorias e dicas dos professores tiveram seu sentido na prática ao produzirmos este documentário. Aprendi com o professor orientador, professores do curso de Comunicação Social, integrantes do grupo, colegas de sala, filmes, livros, entrevistados e parceiros da produtora. E ao atuar na produção do trabalho de curso, aprendi com o roteiro, entrevistas, gravações, pesquisa e parte teórica. Compreendo ainda mais as necessidades, valores e características do Jornalismo. Um trabalho dinâmico que me fará buscar desafios, aprimoramento, leituras, reflexão, entrega e ética na profissão de jornalista.
Jennifer Alves Muricy dos Santos: Realizar o videodocumentário Rubens Ewald Filho: Quem ama a vida, ama o cinema, é a realização de um sonho, porque adoro cinema. E fazer um perfil biográfico não é só realizar um trabalho, e sim lidar com emoções para a vida inteira. Poder pesquisar, conhecer e descobrir a vida de alguém de quem você só ouviu falar, ou lia sobre seu trabalho na internet ou via na TV, e ter a responsabilidade de contar a sua história de vida através de um documentário é simplesmente uma aprendizagem fantástica. No decorrer do trabalho colocamos em prática aquilo que aprendemos de melhor nas aulas, com nossos professores, e até mesmo com nossos colegas. As pesquisas, as leituras, o trabalho em equipe, o acompanhamento das entrevistas, o comprometimento com as tarefas constituem valores e conhecimentos adquiridos para a realização de um único objetivo, me tornar uma jornalista.
Jessica Cardoso Ferro: Desde o princípio desse projeto fui a favor de realizar um videodocumentário. E quando decidimos que seria um perfil biográfico, gostei mais ainda da ideia. É mágico ver o esforço e o tempo de dedicação se tornando realidade. A cada etapa um aprendizado diversificado. Quando colocamos em prática aquilo já adquirido na Universidade, conseguimos entender um pouco como será atuar no mercado de trabalho, e tive mais uma vez a certeza de que adoro ficar nos bastidores, pois cada entrevista que acompanhei para a realização de Rubens Ewald Filho: Quem ama a vida, ama o cinema, despertou em mim o interesse de trabalhar como câmera. Fascinante o processo da comunicação, no qual todos possuem um papel a exercer com sua importância.
Mirian Farias Freitas: Pude colocar em prática tudo que nos foi passado ao longo do curso. Aprendi muito, das pesquisas frente ao computador à parte prática, acompanhando as entrevistas. Ver um projeto tomando formas de documentário realmente foi gratificante. Isso sem contar a questão do tema. Em Rubens Ewald Filho: Quem ama a vida, ama o cinema, compreendi como é tocante um perfil biográfico. Enxergar no rosto de cada entrevistado a emoção ao falar sobre Rubens e a gratidão dele para com essas pessoas fez toda a diferença. Quero seguir carreira esforçando-me para aprender cada vez mais por meio de livros, com outros profissionais e principalmente colocando em prática os aprendizados de projetos como esse.
Roseane Francisco Ferreira: O documentário Rubens Ewald Filho: Quem ama a vida, ama o cinema me trouxe uma experiência incomparável. Ver o projeto tomando forma foi algo indescritível, ter a oportunidade de participar da edição do trabalho foi algo muito gratificante, pois não sabia dessa minha habilidade. Trabalhamos um tema com o qual visamos mostrar o outro lado de uma pessoa que até então é mais conhecida ou lembrada

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