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Apostila Certificação Conselho Administração

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Sumário 
1. Seguridade Social ...................................................................................... 3 
2. Regimes Próprios de Previdência Social – RPPS ..................................... 26 
3. Plano de Benefícios .................................................................................. 52 
4. Plano de Custeio ...................................................................................... 59 
5. Gestão Atuarial ......................................................................................... 63 
6. Gestão de Investimentos dos Recursos Previdenciários .......................... 85 
7. Responsabilidade Fiscal e Previdenciária................................................209 
8. Controle Interno e Externo .......................................................................220 
9. Regulação, Fiscalização e Supervisão ....................................................228 
10. Certificação Institucional - Pró-Gestão .....................................................239 
11. Administração Pública (Licitações e Contratos) .......................................272 
12. Critérios do CRP ......................................................................................339 
13. Inelegibilidade .........................................................................................363 
14. Responsabilidade Disciplinar, Civil e Criminal ........................................368 
Bibliografia .....................................................................................................374 
 
 
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1. Seguridade Social 
 
1.1 Conceito. 
 
A seguridade social compreende um conjunto abrangente de ações iniciadas 
pelo poder público e pela sociedade para garantir direitos relacionados à saúde, 
previdência e assistência social. 
 
1.2 Princípios. 
 
UNIVERSALIDADE DA COBERTURA E DO ATENDIMENTO: 
O princípio da universalidade da cobertura e do atendimento pode ser 
identificado como o objetivo da seguridade social de promover a cobertura de todos 
indistintamente, propiciando a maior cobertura dos riscos sociais. 
 Este princípio é frequentemente traduzido em expressões inglesas “from the 
cradle to grave”, popularizada pela imprensa inglesa como síntese do plano elaborado 
pelo Lord Beveridge, considerado o eixo central da seguridade social. 
A concepção que esse princípio busca é que os trabalhadores que não possam 
prover seu próprio sustento por algum infortúnio devem receber proteção social para 
garantir a sobrevivência deles e de suas famílias, e que o conceito de trabalhador no 
ordenamento jurídico brasileiro deve ser estendido a todas as pessoas, já que o 
serviço, principalmente, da saúde, revela cobertura ampla a todos. 
Esse princípio tem duas dimensões: universalidade de cobertura e 
universalidade de atendimento. 
No que se refere à cobertura universal, está relacionada a situações de risco 
social que possam gerar demanda, todas elas cobertas pela previdência social. 
No que se refere à universalidade do cuidado, refere-se ao sujeito protegido, o 
que significa que em um universo seguro, todas as pessoas, indistintamente, são 
titulares desse direito público subjetivo. 
 
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Esse princípio está listado no topo dos objetivos da seguridade, pois é sem 
dúvida o de maior expressão desse instituto, do qual os demais derivam, além de ser, 
claramente, uma tradução da isonomia. 
SELETIVIDADE E DISTRIBUTIVIDADE NA PRESTAÇÃO DE 
BENEFÍCIOS E SERVIÇOS: 
Esse princípio, como o anterior, deve ser analisado sob duas dimensões: 
seletividade e distributividade, que por sua vez se subdivide em benefícios e serviços. 
No que diz respeito ao princípio da seletividade, é o meio pelo qual os legisladores 
escolhem os riscos sociais que a previdência social deve cobrir. É guiado por padrões 
de justiça e bem-estar social. 
Devido às restrições orçamentárias e às infindáveis necessidades humanas, 
esse princípio é guiado por escolhas políticas, cabendo aos legisladores decidir os 
objetivos e prioridades que serão incorporados à lei. 
A outra dimensão desse princípio, a distributividade está relacionada à escolha 
dos destinatários dos benefícios e serviços eleitos pelo legislador para serem 
protegidos pela seguridade social, sendo aspecto relevante desse princípio que os 
grupos populares mais necessitados recebam melhores prestações, ou seja, é uma 
síntese do princípio da isonomia, donde se denota que a distributividade tem por 
objetivo reduzir desigualdades sociais e regionais. 
No entanto, convém destacar a diferença entre benefícios e serviços, sendo que 
o primeiro é fruível individualmente pelo seu titular, ou seja, cada relação jurídica 
relaciona-se diretamente com uma prestação certa e determinada, já o segundo 
possui um aspecto coletivo, além do individual, já que os serviços da seguridade social 
são disponíveis a todos que dela necessitem, de titularidade da coletividade, mas são 
utilizados de forma individual. 
UNIFORMIDADE E EQUIVALÊNCIA DE BENEFÍCIOS E SERVIÇOS: 
Esse princípio ganhou atenção constitucional para corrigir uma injustiça na 
história do país, que sempre tratou de forma diferente as populações urbanas e rurais, 
 
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sendo que a seguridade social, a princípio, era destinada à proteção dos 
trabalhadores urbanos, enquanto o homem do campo era entregue à própria sorte. 
Desta injustiça histórica surge a responsabilidade socialmente consciente de 
reverter a desigualdade entre trabalhadores urbanos e rurais, constituindo um regime 
único do Sistema Nacional da Seguridade Social. 
Este princípio também deve ser estudado em termos de unidade e equivalência. 
A uniformidade refere-se diretamente aos benefícios da Previdência Social, do 
que se pode inferir que, como os riscos são os mesmos, os benefícios devem ser os 
mesmos independentemente do local de trabalho. 
Em termos de equivalência, refere-se ao valor dos benefícios, identificando que 
não podem ser distintos em função das pessoas que são protegidas, devendo as 
prestações serem aferidas pelos mesmos critérios objetivos. 
PRINCÍPIO DA IRREDUTIBILIDADE DO VALOR DOS BENEFÍCIOS: 
Ao contrário do que muitos pensam o princípio da irredutibilidade do valor do 
benefício é um princípio próprio da seguridade social, e não da previdência social e 
está relacionada à impossibilidade de redução do valor nominal dos benefícios da 
seguridade social e não à manutenção do seu valor real frente à inflação. 
Esse erro se justifica, pois muitas vezes as pessoas confundem princípio 
semelhante próprio da previdência social inserido no artigo 201, §4°, da Constituição 
Federal, com redação dada pela Emenda Constitucional n° 20/1998: 
“§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para 
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme 
critérios definidos em lei.”. 
 
 Essa confusão ocorre com quem vê os benefícios como algo inerente à 
previdência social, esquecendo-se de benefícios relacionados à assistência social, 
 
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como: Bolsa Família e a continuidade da concessão de benefícios previstos na Lei 
Orgânica da Previdência Social (BPC/LOAS). 
Portanto, deve ficar claro que os princípios aqui discutidos revelam apenas o 
valor nominal de proibir a redução dos benefícios previdenciários, assim como os 
princípios gerais de direito que proíbem a frustração das conquistas dos direitos 
humanos. 
EQUIDADE NA FORMA DE PARTICIPAÇÃO E CUSTEIO: 
A equidade na forma de participação e custeio é outro princípio relacionado à 
isonomia e justiça social. A ideia central desse princípio é que todos os atores sociais 
devem contribuir para a seguridade social, porém, quem tem condições de pagar 
mais, contribui mais para a manutenção do sistema e quem tem menos, contribui com 
menos. 
 Trata-se de encontrar um equilíbrio entre a capacidade financeira de todos quetêm de contribuir e o esforço financeiro que eles necessitam para a manutenção da 
seguridade social, ou seja, é um meio de impulsionar a redução das desigualdades 
sociais. 
Entretanto, isso não exaure o princípio, pois o mesmo pode ser inferido de regra 
semelhante de direito tributário, mas vai além, e se conecta também na esfera dos 
contribuintes empregadores aos riscos da atividade econômica, de onde se extrai que 
as empresas que exercem atividades de maiores riscos, devem pagar mais, sendo o 
inverso também verdadeiro, já que a empresa que mitiga os riscos de sua atividade 
pode ter reduzidas certas alíquotas de suas contribuições sociais. O mesmo vale para 
empresas que tem alta rotatividade de mão de obra e geram mais desemprego, logo, 
aumentam o risco social e devem contribuir mais. 
Portanto, a equidade exige a busca constante da “situação equivalente” entre os 
contribuintes, sendo signo da justiça social, já que determina que o custeio do sistema 
deve ser efetuado por todos, mas quem pode mais e ou gera maiores riscos sociais, 
deve contribuir mais. 
https://jus.com.br/tudo/desemprego
 
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PRINCÍPIO DA DIVERSIDADE DA BASE DE FINANCIAMENTO: 
Conforme já mencionado no princípio anterior, a sociedade toda é convocada 
para custear a seguridade, sendo referido pela doutrina que o custeio é tripartite, os 
trabalhadores, os empregadores e o Estado devem contribuir para o sistema. 
 Na origem da seguridade social, quando ela estava atrelada de modo quase 
exclusivo ao seguro social, sua base de financiamento estava atrelada à folha de 
pagamento das empresas. 
 No entanto, com a inclusão de novos benefícios, novos serviços, da saúde e da 
assistência social para formarem o sistema moderno da seguridade social, percebeu-
se que seria inviável a manutenção desse sistema de financiamento, pois geraria um 
custo muito alto concentrado em uma única fonte, o que dificultaria o desenvolvimento 
do mercado de trabalho. 
Isso conduziu o constituinte a perceber que seria necessário diversificar os meios 
de financiamento do sistema como forma de se adequar à realidade moderna, sem 
implicar em custos de produção e redução da produtividade, identificando novos 
signos de riqueza que tragam o financiamento necessário ao sistema, sem afetar a 
atividade produtiva. 
Assim, a Constituição Federal definiu como fontes de custeio as contribuições 
sociais e os recursos provenientes dos orçamentos dos entes federados, em suma, 
toda a sociedade. Além disso, criou contribuições sobre o lucro e sobre o faturamento 
das empresas. Esse princípio é expresso pelo artigo 195 da Carta Magna: 
"Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a 
sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, 
mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes 
contribuições sociais: 
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada 
na forma da lei, incidentes sobre: 
 
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a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos 
ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe 
preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; 
b) a receita ou o faturamento; 
c) o lucro; 
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, 
não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão 
concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata 
o art. 201; 
III - sobre a receita de concursos de prognósticos. 
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem 
a lei a ele equiparar. 
§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios destinadas à seguridade social constarão dos 
respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União." 
CARÁTER DEMOCRÁTICO E DESCENTRALIZADO DA GESTÃO 
ADMINISTRATIVA: 
Esse princípio assegura a participação dos trabalhadores e empregadores nos 
colegiados dos órgãos públicos que administram a seguridade social, pois o objeto 
desse sistema é de grande interesse para eles, e não apenas ao poder público, por 
isso a Constituição Federal permite suas participações em deliberações e discussões 
atinentes ao sistema, tanto nas áreas da saúde, assistência social e previdência 
social. 
No campo da previdência social há, ainda, mais uma especifidade, que é a 
participação na gestão do INSS dos aposentados, que têm assento no Conselho 
Nacional da Previdência Social, pelo que se diz que a gestão do INSS é quadripartite. 
 
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Tal princípio não é uma inovação da Carta Magna atual, mas tem origem na 
criação da Organização Internacional do Trabalho, hoje ligada à Organização das 
Nações Unidas, mas é mais antiga do que a organização a qual está submetida, já 
que é criação do pós Primeira Guerra Mundial. No advento dessa organização ficou 
estabelecido que ela seria dirigida pelos representantes de três atores sociais: os 
trabalhadores, os patrões e os governos. 
A atuação democrática da comunidade se dá no âmbito dos Conselhos, que 
podem ser nacionais ou regionais. Esses conselhos são órgãos superiores de 
deliberação colegiada e têm a atribuição de emitir resoluções, moções e 
recomendações, que orientam os serviços a eles ligados. 
No que cabe à descentralização da gestão, esta define que a gestão deve estar 
próxima dos atendidos, do contrário, a participação da comunidade apenas no âmbito 
nacional, não traduzirá verdadeira participação na gestão, pois não se pode dizer que 
um representante dos patrões do Estado de São Paulo tenha as mesmas experiências 
sociais de um representante dessa categoria do Estado do Acre, portanto, a 
descentralização da gestão serve justamente à participação democrática. 
OUTROS PRINCÍPIOS DA SEGURIDADE SOCIAL: 
 Evidentemente, como já visto, os objetivos acima estudados constituem 
em realidade princípios da seguridade social, mas nem de longe esgotam o tema, já 
que uma infinidade de doutrinadores faz questão de identificar cada vez mais 
princípios que orientam esse sistema. 
Como já mencionado, esse breve estudo, nem de longe busca esgotar o tema, 
pelo que se passará a analisar apenas alguns outros importantes princípios 
identificados pelos principais doutrinadores, que decorrem dos maiores princípios da 
Constituição como a dignidade da pessoa humana, isonomia, democracia e equidade, 
que não são objetos desse estudo, pois constituem não princípios da seguridade, mas 
princípios gerais de todo o ordenamento jurídico. 
Desta forma, os princípios escolhidos para serem analisados adiante são: 
solidariedade, obrigatoriedade, efetividade e preexistência do custeio/regra da 
 
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contrapartida, que é identificada por muitos como objetivo da seguridade social, 
mesmo não estando no rol de objetivos explícitos do artigo 194 da Constituição 
Federal. 
PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE: 
A solidariedade é um dos objetivos fundamentais da República Federativa do 
Brasil, estando encartado logo no rol de diretrizes do artigo 3° da Constituição Federal: 
 
"Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República 
Federativa do Brasil: 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;”. 
 
A seguridade social é a reprodução pura do princípio da solidariedade, onde 
quem pode contribuir, não o faz para seu próprio benefício, mas para de todos que 
precisem dos benefícios e serviços desse sistema; é justamente uma forma de 
combate ao egoísmo das pessoas em prol do estabelecimento de um sistema social 
justo, que combata às diferenças sociais. 
A solidariedade traduz exatamente nessa situação: é uma forma de supressão 
da carência social e econômica de determinados indivíduos, fruto do próprio sistema, 
por meio da contribuição dos mais afortunados ao sistema de proteção social. 
Ademais, como já visto, a seguridade social é universal, no sentido de cobrir a 
todos dos danos selecionados pelo legislador, exigindo a participaçãode todos os 
atores econômicos no seu custeio, não só dos trabalhadores, mas dos patrões e do 
governo, dentro das suas respectivas capacidades de financiamento; isso é 
solidariedade, que é o objetivo não só da seguridade, mas objetivo fundamental do 
país para a construção de uma sociedade mais justa. Ou seja, é indubitável que a 
solidariedade, apesar de não expressa como objetivo da seguridade social, é princípio 
importantíssimo, do qual decorre o próprio sistema da seguridade social. 
 
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PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE: 
Este princípio decorre da solidariedade, mas mostra que a solidariedade que 
forma a seguridade social não é opcional, mas obrigatória a todos. 
Em outras palavras, quem pode contribuir deve, obrigatoriamente, contribuir sem 
motivo, não sendo permitido a qualquer pessoa renunciar o direito de participação no 
sistema. 
 Sob o aspecto previdenciário, também se diz que a filiação ao sistema é 
obrigatória, não cabendo às pessoas, mesmo sem registro formal de trabalho, 
escolher se participam ou não da previdência, sendo que se auferem renda, são 
obrigatoriamente filiados à Previdência e sua não contribuição é encarada como 
sonegação e não opção por não filiação. 
 Em relação à saúde, pelo seu caráter de atendimento universal, também não 
cabe à qualquer pessoa a renúncia a essa proteção social, para justificar qualquer não 
pagamento de contribuição social porque a pessoa não usufrui do sistema, ou seja, a 
vinculação de todos à seguridade, não é opcional, mas obrigatória e visa a garantia 
de direitos sociais mínimos a todos. 
PRINCÍPIO DA EFETIVIDADE: 
Também conhecido como princípio da suficiência, esse princípio orienta que os 
benefícios e serviços da seguridade social devam ser suficientes para combater de 
forma eficaz uma contingência social. 
Portanto, nenhum benefício pode ser inferior ao salário mínimo, não se podendo 
colocar nessa lista o auxílio-acidente, pois ele não tem caráter de benefício, mas de 
indenização por acidente de trabalho. 
O pai da seguridade social, Lord Beveridge, enquanto economista liberal, 
também abordava a suficiência sobre outro aspecto, qual seja, aquele de que os 
benefícios não poderiam ser generosos ao ponto de desestimular o trabalho e a busca 
de melhores condições de vida por meios próprios, ainda que, devessem garantir o 
mínimo para o desenvolvimento digno das pessoas. 
https://jus.com.br/tudo/acidente-de-trabalho
 
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 PRINCÍPIO DA PREEXISTÊNCIA DO CUSTEIO OU REGRA DA 
CONTRAPARTIDA: 
Este princípio destina-se ao equilíbrio econômico financeiro do sistema da 
seguridade social, impedindo que decisões de ocasião prejudiquem o futuro do 
sistema através da criação ou aumento súbito de um benefício ou serviço, sem a 
indicação da correspondente fonte de custeio. 
Na verdade, trata-se de uma norma destinada a manter o sistema e está 
consagrada no artigo 195, § 5º, da Constituição Federal. 
"Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a 
sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, 
mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes 
contribuições sociais: 
(...) 
§ 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá 
ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte 
de custeio total." 
 
Essa regra geralmente se aplica não só à seguridade social, mas também se 
aplica a administração pública de uma forma geral, pois não pode qualquer 
administrador instituir um gasto qualquer sem apontar e separar os recursos para esse 
fim, ou seja, é regra de preservação não só da seguridade social, mas de todo 
governo. 
A regra da contrapartida, como também é mais conhecido esse princípio, é 
definida por muitos doutrinadores como um objetivo da seguridade social que não está 
disposto no rol do artigo 194 da Carta Magna. Sendo encarada como o princípio da 
garantia dos indivíduos de que o sistema não irá à bancarrota no futuro, ou seja, não 
 
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seria apenas garantia do próprio sistema e do governo, mas de quem está filiado à 
seguridade. 
1.3 Previdência Social: Artigos 6º e 201 da Constituição Federal. Conceito. 
Direito Social. 
 
 
ESTRUTURA CONSTITUCIONAL: 
 
No nosso ordenamento constitucional, a Previdência Social se encontra 
disciplinada no âmbito dos artigos 6º. e 201, nos seguintes termos: 
 
“Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a 
alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a 
segurança, a previdência social, a proteção à 
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, 
na forma desta Constituição.” 
“Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma 
do Regime Geral de Previdência Social, de caráter 
contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios 
que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, 
na forma da lei, a: 
I - cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou 
permanente para o trabalho e idade avançada 
 II - proteção à maternidade, especialmente à gestante 
 III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego 
involuntário 
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes 
dos segurados de baixa renda 
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao 
cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o 
disposto no § 2º.” 
 
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Por sua vez, o art. 202 vem disciplinar, de forma geral, o regime de previdência 
privada, caracterizado como complementar e organizado de forma autônoma ao 
Regime Geral de Previdência Social. Diferentemente do RGPS, possui caráter 
facultativo, prevendo, ainda, a constituição de reservas que garantam o benefício 
contratado, sendo sua regulação sediada em Lei Complementar, conforme veremos 
adiante. 
“Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter 
complementar e organizado de forma autônoma em 
relação ao regime geral de previdência social, será 
facultativo, baseado na constituição de reservas que 
garantam o benefício contratado, e regulado por lei 
complementar. 
§ 1° A lei complementar de que trata este artigo assegurará 
ao participante de planos de benefícios de entidades de 
previdência privada o pleno acesso às informações 
relativas à gestão de seus respectivos planos. 
§ 2° As contribuições do empregador, os benefícios e as 
condições contratuais previstas nos estatutos, 
regulamentos e planos de benefícios das entidades de 
previdência privada não integram o contrato de trabalho 
dos participantes, assim como, à exceção dos benefícios 
concedidos, não integram a remuneração dos 
participantes, nos termos da lei. 
§ 3º É vedado o aporte de recursos à entidade de 
previdência privada pela União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios, suas autarquias, fundações, empresas 
públicas, sociedades de economia mista e outras entidades 
públicas, salvo na qualidade de patrocinador, situação na 
qual, em hipótese alguma, sua contribuição normal poderá 
exceder a do segurado. 
 
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§ 4º A lei complementar disciplinará a relação entre a 
União, Estados, Distrito Federal ou Municípios, inclusive 
suas autarquias, fundações, sociedades de economia 
mista e empresas controladas direta ou indiretamente, 
enquanto patrocinadores de planos de benefícios 
previdenciários, e as entidades de previdência 
complementar. 
§ 5º A lei complementar de que trata o § 4º aplicar-se-á, no 
que couber, às empresas privadas permissionárias ou 
concessionárias de prestação de serviços públicos, 
quando patrocinadoras de planos de benefícios em 
entidades de previdência complementar. 
§ 6º A lei complementar estabelecerá os requisitos para a 
designação dos membros das diretorias das entidades 
fechadas de previdência complementar instituídas pelos 
patrocinadores de que trata o § 4º e disciplinará a inserção 
dos participantes noscolegiados e instâncias de decisão 
em que seus interesses sejam objeto de discussão e 
deliberação.” 
Além disso, a própria Constituição Federal assegura aos servidores públicos 
titulares de cargo efetivo na administração pública da União, do Distrito Federal, dos 
Estados e dos Municípios, regime especial de previdência, na forma de seu art. 40. 
Colocando a estrutura previdenciária brasileira no modelo de três pilares acima, 
podemos dizer que o RGPS e o RPPS correspondem ao primeiro pilar, fornecendo 
cobertura previdenciária básica para trabalhadores do setor privado e servidores 
públicos, respectivamente. 
Os regimes de previdência complementar, por outro lado, oferecem aos 
trabalhadores brasileiros acesso ao segundo e terceiro pilares de forma fechada e 
aberta, respectivamente. 
CONCEITO 
 
 
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Os direitos inerentes à Previdência Social fazem parte dos assim denominados 
direitos fundamentais sociais, os quais, de acordo com o disposto pelo art. 6º da 
Constituição Federal de 1988, são os direitos à educação, à saúde, ao trabalho, à 
moradia, ao lazer, à segurança, à previdência social, à proteção à maternidade, à 
infância e à assistência aos desamparados. 
Segundo o eminente estudioso José Afonso da Silva, os direitos sociais 
consistem em: 
“Prestações positivas proporcionadas pelo Estado direta ou 
indiretamente, enunciadas em normas constitucionais, que 
possibilitam melhores condições de vida aos mais fracos, 
direitos que tendem a realizar a igualização de situações 
sociais desiguais. São, portanto, direitos que se ligam ao 
direito de igualdade.” 
 
 
A FUNÇÃO SOCIAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL 
 
A Previdência Social é uma política pública que proporciona benefícios 
monetários à pessoas em situações de vulnerabilidade, mediante contribuição. As 
contingências clássicas cobertas por um sistema previdenciário são: idade avançada, 
invalidez, morte, enfermidade, maternidade, acidente de trabalho, encargos familiares 
e desemprego involuntário. No Brasil, a última contingência é coberta pelo seguro-
desemprego, fora do regime previdenciário. 
Em resumo, a Previdência tem dois objetivos principais: 
1) garantir a reposição de renda dos seus segurados contribuintes, quando 
não mais puderem trabalhar; 
2) suprir a falta de recursos essenciais para as pessoas que, por 
contingências demográficas, biológicas ou acidentais, não possam 
participar, por meio do mercado de trabalho, de processo de produção da 
riqueza nacional e, nessas condições, estejam impossibilitadas de garantir 
seu próprio sustento. 
 
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 Em princípio, a obrigatoriedade da relação contributiva baseada na participação 
dos cidadãos no sistema previdenciário (desde que tenham capacidade contributiva) 
não significa necessariamente que qualquer concessão de benefício deva estar 
estritamente de acordo com as contribuições monetárias feitas pelo segurado. O 
conceito de Seguridade Social especifica a possibilidade de haver a instituição de 
benefícios não-contributivos para o combate à pobreza, quando não há renda 
monetária a partir da qual possa ser paga uma contribuição prévia e a inclusão de 
mecanismos redistributivos de renda para compensar grupos ou pessoas que, por 
algum outro motivo, tenham dado alguma outra contribuição (não-monetária) 
relevante à sociedade. 
Um exemplo disto seriam os benefícios rurais no Brasil, a consideração de tempo 
dedicado aos filhos pelas mulheres, em diversos outros países, para efeito de 
integralização de tempo de contribuição ou as aposentadorias dedicadas aos ex-
combatentes de determinado país. Obviamente, tais benefícios, ao fugirem de uma 
lógica atuarial estrita, requerem que, nas contas previdenciárias, haja uma 
explicitação das transferências de renda implicadas e uma definição de uma fonte de 
financiamento específica e adequada, que não seja a folha salarial tradicional. 
É importante deixar claro que benefícios “não-contributivos” não são 
necessariamente “assistenciais”, uma vez que, em geral, há contribuições não 
monetárias que embasam o direito de sua percepção. O benefício assistencial 
pressupõe que se documente a incapacidade de, por forças próprias, prover alguém 
seu próprio sustento. 
 
1.4 Organização da Previdência Social. 
 
 
REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL: 
 
 Dando continuidade à análise dos três regimes previdenciários instituídos na 
Constituição Federal, observamos inicialmente o Regime Geral de Previdência Social 
– RGPS que, conforme visto acima, possui caráter contributivo e filiação compulsória, 
tendo por objetivo a cobertura de eventos de doença, invalidez, morte e velhice; a 
proteção à maternidade; e ainda, a proteção ao trabalhador desempregado. 
 
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O ordenamento infraconstitucional básico do Regime Geral de Previdência 
Social conta com as seguintes normas jurídicas: 
 
 
▪ Lei Federal n° 8.212, de 24 de julho de 1991 - Dispõe sobre a organização 
da Seguridade Social, institui Plano de Custeio, e dá outras providências. 
▪ Lei Federal n° 8.213, de 24 de julho de 1991 - Dispõe sobre os Planos de 
Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. 
▪ Decreto n° 3.048, de 6 de maio de 1999 – Aprova o Regulamento da 
Previdência Social e dá outras providências. 
 
 
REGIMES PRÓPRIOS DE PREVIDÊNCIA SOCIAL: 
 
 Os regimes próprios de previdência social encontram sua disciplina básica no 
art. 40 da Constituição Federal. Os próprios sistemas de seguridade social encontram 
sua disciplina básica no art. Artigo 40 da Constituição Federal. Embora este tema seja 
objeto de pesquisa específica em módulos específicos deste programa de formação, 
achamos conveniente analisar suas principais normas constitucionais em geral: 
▪ Cobertura exclusiva a titulares de cargos efetivos 
▪ Equilíbrio financeiro e atuarial 
▪ Caráter contributivo 
▪ Vedação à acumulação de aposentadorias custeadas por 
RPPSs 
▪ Contagem recíproca de tempo de serviço 
▪ Observância dos critérios estabelecidos para o RGPS 
▪ Aplicação do RGPS para ocupantes exclusivamente de 
cargos em comissão ou emprego público 
▪ Vedação à existência de mais de um regime próprio ou 
unidade gestora 
 
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A disciplina infraconstitucional dos RPPS está espalhada diversas normas 
legais, além de outras regulamentares, expedidas em sua grande maioria pela 
Secretaria Especial de Previdência Social e Trabalho, antigo Ministério da Previdência 
Social, órgão ao qual compete a coordenação, a fiscalização e o acompanhamento 
dos regimes previdenciários de servidores públicos. Entretanto, merece destaque a 
Lei Federal n° 9.717, de 27 de novembro de 1998, que traz as diretrizes gerais de 
funcionamentos dos sistemas de previdência no serviço público. 
Dentre os princípios previstos pela Lei Federal em tela, destacando o do 
Equilíbrio Financeiro e Atuarial, com realizações de avaliações atuariais quando da 
instituição do regime e anualmente, ao final de cada exercício; o financiamento 
mediante recursos dos entes federativos, dos servidores ativos, dos inativos e dos 
pensionistas; a utilização dos recursos alocados ao RPPS exclusivamente com o 
custeio de benefícios e despesas administrativas, limitadas ao valor da taxa de 
administração estabelecida naquela Lei; além da garantia de pleno acesso dos 
segurados às informações do RPPS, incluindo o direito de participação nas instâncias 
de deliberação do regime; além de registro individualizado das contribuições vertidas 
pelo servidor e pelos entes estatais. 
 
 
REGIME DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 
 
O Regime de Previdência Complementar - RPC tem como objetivo proporcionar 
ao trabalhador uma proteção previdenciária adicional àquela oferecida pelo Regime 
Geral de Previdência Social – RGPS ou pelo Regime Próprio de Previdência Social – 
RPPS, para os quais as contribuições dos trabalhadores são obrigatórias. 
A aderênciaao RPC é optativa e desvinculada da previdência pública (RGPS e 
RPPS), conforme previsto no art. 202 da Constituição Federal. Nesse contexto, o 
RPC possui regras específicas estabelecidas pelas Leis Complementares 
nºs. 108 e 109 de 29/05/2001. 
No RPC, o benefício de aposentadoria será pago com base nas reservas 
acumuladas ao longo dos anos de contribuição, ou seja, o que o trabalhador contribui 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp108.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/lcp109.htm
 
Página | 21 
 
hoje formará a poupança que será utilizada no futuro para o pagamento de seu 
benefício. Esse sistema é conhecido como Regime de Capitalização. 
O RPC é composto por dois segmentos: aberto, operado pelas Entidades 
Abertas de Previdência Complementar – EAPC e o fechado, operado 
pelas Entidades Fechadas de Previdência Complementar – EFPC, cada qual com 
suas especificidades e características próprias, sendo fiscalizadas por órgãos de 
governo específico para cada segmento: o fechado pela Superintendência Nacional 
de Previdência Complementar – Previc e o aberto pela Superintendência de Seguros 
Privados - Susep. 
 
As EFPC administram planos de benefícios de caráter previdenciário para 
indivíduos que possuam vínculo empregatício ou associativo com empresas, órgãos 
públicos, sindicatos e/ou associações representativas. Já o segmento aberto oferece 
planos de benefícios de caráter previdenciário concedidos em forma de renda 
continuada ou pagamento único, acessíveis a quaisquer pessoas físicas. 
 
 
SEGMENTO FECHADO DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 
 
A EFPC funciona como uma fundação sem fins lucrativos de direito privado ou 
sociedade civil e é responsável pela administração e funcionamento dos regimes de 
benefícios previdenciários criados por empresas (iniciantes) para seus empregados 
(participantes) ou por pessoas jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial 
(instituidores) para seus associados. 
 
Para que as atividades das EFPC, usualmente conhecidas como Fundos de 
Pensão, sejam realizadas em conformidade com os normativos legais, existem órgãos 
no âmbito do Ministério da Fazenda, que atuam de forma a assegurar maior 
confiabilidade ao Segmento Fechado de Previdência Complementar, quais sejam: 
I. Subsecretaria do Regime de Previdência Complementar, órgão 
singular que possui, dentre suas atribuições, a competência de assistir o 
Secretário de Previdência na formulação e no acompanhamento das 
políticas e das diretrizes do regime complementar operado pelas EFPC; 
http://localhost/sprev/a-previdencia/previdencia-complementar/conceitos/
http://localhost/sprev/a-previdencia/previdencia-complementar/conceitos/
http://localhost/sprev/a-previdencia/previdencia-complementar/conceitos/
http://localhost/sprev/a-previdencia/previdencia-complementar/conceitos/
http://localhost/sprev/a-previdencia/previdencia-complementar/conceitos/
 
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II. Superintendência Nacional de Previdência Complementar – 
Previc, autarquia responsável pela aprovação, acompanhamento, 
supervisão e fiscalização das atividades das EFPC; 
III. Conselho Nacional de Previdência Complementar – CNPC, órgão 
colegiado responsável pela regulação das atividades e operações das 
EFPC; e 
IV. Conselho de Recursos da Previdência Complementar – CRPC, 
órgao colegiado de última instância recursal do segmento para os 
processos administrativos instaurados pela Previc. 
 
A relação das EFPCs com os membros do setor, sejam eles patrocinadores ou 
fundadores de planos de benefícios, e por mais planos que administrem, não mudará, 
ou seja, as EFPCs são autônomas com personalidade jurídica própria e os bens não 
vinculados aos patrocinadores ou fundadores são mistos e segregados por planos de 
benefícios. 
 
A estrutura organizacional para funcionamento de uma EFPC é estabelecida em 
seu estatuto, sendo composta por, no mínimo: Conselho Deliberativo, Conselho 
Fiscal e Diretoria Executiva. 
 
As modalidades dos planos de benefícios previstas na legislação 
são: Contribuição Definida – CD, Benefício Definido – BD e Contribuição 
Variável – CV. 
 
Cada plano de benefício possui um regulamento, no qual são estabelecidos os 
direitos e deveres dos participantes, dos assistidos, dos patrocinadores e dos 
instituidores, além dos benefícios oferecidos e suas respectivas regras de concessão, 
cálculo e forma de pagamento. Embora não haja obrigatoriedade, normalmente, os 
planos oferecem além dos Benefícios programados, os Benefícios de Risco. 
 
Vale citar, ainda, alguns direitos previstos nos regulamentos dos planos de 
benefícios, denominados institutos, os quais conferem maior flexibilidade a quem 
http://localhost/sprev/a-previdencia/previdencia-complementar/conceitos/
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adere a um plano de benefícios, que são: Benefício Proporcional Diferido – 
BPD, Portabilidade, Resgate e Autopatrocínio. 
 
 
1.5 Caráter Contributivo e Solidário. 
 
Solidariedade é técnica imposta pelo custeio e exigência do cálculo atuarial, não 
sendo uma instituição típica da Previdência Social. 
Em princípio, significa a união de pessoas em grupos, universalmente 
consideradas, contribuindo para a sustentação econômica de indivíduos em 
sociedade que, por sua vez, em dado momento também contribuirão para a 
manutenção de outras pessoas, e assim sucessivamente. A contribuição de 
seguridade social, é espécie tributária que visa à obtenção do financiamento. As 
contribuições previdenciárias são, manifestamente, espécies de contribuição de 
seguridade social e, como tais, não objetivam financiar apenas o benefício de 
aposentadoria daquele que efetua seu recolhimento, mas sim o financiamento da 
seguridade social como um todo, dentro da qual se encontra a previdência social. 
O princípio da solidariedade sustenta a ideia de previdência social, pois é através 
dele que se impede a adoção de um sistema puramente de capitalização em todos os 
seus segmentos, uma vez que o mais bem-sucedido deve contribuir mais do que o 
desafortunado. 
A solidariedade social e a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro 
fundamentam a instituição da cobrança da contribuição previdenciária não só dos 
servidores públicos ativos, como também dos inativos e dos pensionistas, que 
não possuem apenas direitos, mas também obrigações junto ao sistema que os 
mantém, qual seja o regime próprio a que estão vinculados. 
Foi a Emenda Constitucional nº 20/98 que trouxe para a redação do caput do 
artigo 40 da Constituição da República, além da regra geral do equilíbrio financeiro e 
atuarial, o princípio da contributividade. Esses elementos hoje se encontram tanto em 
normas constitucionais como infraconstitucionais. 
http://localhost/sprev/a-previdencia/previdencia-complementar/conceitos/
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http://localhost/sprev/a-previdencia/previdencia-complementar/conceitos/
 
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Através da Emenda Constitucionalnº 41/03, foi instituída a chamada “taxação” 
dos inativos e pensionistas, o que aparentemente violaria a Constituição Federal por 
supostamente ferir o direito adquirido daqueles que já se encontravam na situação de 
aposentados ou pensionistas no momento da edição da referida Emenda. 
O Supremo Tribunal Federal, ao julgar a ADI da ‘Reforma da Previdência’, que 
pretendia ver declarada a inconstitucionalidade da cobrança de contribuição 
previdenciária dos inativos, decidiu, por maioria, pela improcedência da ação em 
relação ao caput do artigo 4º da Emenda Constitucional nº 41/03. 
 
1.6 Filiação Obrigatória. 
 
No âmbito das questões previdenciárias, a filiação é um elemento essencial da 
relação jurídica de prestação. 
Ser filiado significa pertencer, fazer parte, ter direitos e obrigações relacionados 
ao sistema de proteção social. O elo ao seguro social do qual decorrerá direitos e 
obrigações recíprocos tem origem com a atividade econômica remunerada descrita 
na norma de direito social. Da condição de segurado da Previdência Social se 
inicia um liame jurídico estabelecido entre o segurado e o ente segurador a um objeto 
associativo, o risco assegurado. 
A partir da interpretação da relação jurídica de natureza previdencial depreende-
se que o instituto da filiação está diretamente vinculado à relação jurídica de seguro 
social, não se manifestando, por conseguinte, nas outras áreas da Seguridade Social 
como na saúde e na assistência social. 
 
Tipos de Filiação 
A filiação consiste em um instituto típico de Seguro Social. Na Lei 8.213/91, Lei 
de Benefícios Previdenciários, não há uma referência explícita à filiação como no 
Decreto 3.048/99 , verbis: 
 
Página | 25 
 
Art. 20- Filiação é o vínculo que se estabelece entre 
pessoas que contribuem para a previdência social e esta, 
do qual decorrem direitos e obrigações. 
Parágrafo único. A filiação à previdência social decorre 
automaticamente do exercício de atividade remunerada 
para os segurados obrigatórios e da inscrição para o 
segurado facultativo.” 
 
A filiação cria direitos e obrigações para o segurado de acordo com os decretos 
regulamentares acima mencionados. Assim, surge uma relação jurídica complexa 
onde o segurado é o sujeito ativo e o sujeito passivo é a entidade gestora da proteção 
concedida. 
Duas situações jurídicas podem ser estabelecidas a partir deste vínculo: 
1. a primeira, pela concessão das prestações subordinada ao prévio cumprimento 
de um ato formal, necessário para que a relação seguradora se forme 
validamente, ou que a concessão seja automática. Este ato formal ou inscrição 
constitui uma condição requerida para gozar das prestações ao verificar-se o 
evento previsto; 
2. e a segunda, ao contrário da anterior, o direito às prestações se dá 
independentemente de um ato formal entre o segurado e a entidade. 
O diferencial da filiação facultativa é o desejo, quer dizer, a vontade de filiar-se 
ao regime previdenciário. A facultatividade é opção do não segurado obrigatório. A 
filiação obrigatória ocorre independentemente da vontade do segurado. Se este 
exerce uma atividade remunerada abrangida pela previdência social, resta 
automaticamente vinculado ao respectivo regime, promovendo a partir desta ligação 
jurídica, uma relação de direitos e deveres. Em outras palavras, ao mesmo tempo 
que o titular do seguro social possui direito subjetivo a uma prestação previdencial, é 
também, sujeito passivo, devedor da contribuição previdenciária. 
 
Página | 26 
 
2. Regimes Próprios de Previdência Social – RPPS 
 
2.1 Organização e Funcionamento dos RPPS. 
 
 
Os RPPS consideram-se instituídos a partir da entrada em vigor da lei que 
assegurar a concessão dos benefícios de aposentadoria e pensão, 
independentemente da criação de unidade gestora ou do estabelecimento de alíquota 
de contribuição, observadas as condições estabelecidas na própria lei de criação, 
vedada a instituição retroativa. 
 
Quando leis diferentes dispuserem de benefícios de aposentadoria e pensão, o 
RPPS será considerado instituído na data de vigência da lei mais recente que 
determine a concessão de um desses benefícios. 
 
A lei que instituir o RPPS poderá estabelecer que sua entrada em vigor será de 
noventa dias após a data de sua emissão, que é o intervalo de tempo necessário para 
a cobrança do segurado, durante o qual são mantidas as relações dos servidores 
públicos e do regime geral de previdência social - RGPS arrecadação de 
contribuições. 
 
Os servidores titulares de cargo efetivo do ente federativo que não tenha editado 
lei instituidora de RPPS são vinculados obrigatoriamente ao RGPS. 
 
Considera-se em extinção o RPPS do ente federativo que deixou de assegurar 
em lei os benefícios de aposentadoria e pensão por morte a todos os servidores 
titulares de cargo efetivo por ter: 
 
• vinculado, por meio de lei, todos os seus servidores titulares de cargo efetivo 
ao RGPS; 
• revogado a lei ou os dispositivos de lei que asseguravam a concessão dos 
benefícios de aposentadoria ou pensão por morte aos servidores titulares de 
cargo efetivo; 
 
Página | 27 
 
• adotado, em cumprimento à redação original do art. 39, caput da Constituição 
Federal de 1988, o regime da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT como 
regime jurídico único de trabalho para seus servidores, até 04 de junho de 1998, 
data de publicação da Emenda Constitucional nº 19, de 1998, e garantido, em 
lei, a concessão de aposentadoria aos servidores ativos amparados pelo 
regime em extinção e de pensão a seus dependentes. 
 
O ente detentor de RPPS em extinção deverá manter ou editar lei que discipline 
o seu funcionamento e as regras para concessão de benefícios de futuras pensões 
ou de aposentadorias aos segurados que possuíam direitos adquiridos na data da lei 
que alterou o regime previdenciário dos servidores, até a extinção definitiva. 
A extinção do RPPS dar-se-á com a cessação do último benefício de sua 
responsabilidade, ainda que custeado com recursos do Tesouro. 
A simples extinção da unidade gestora não afeta a existência do RPPS. 
 
2.2 Normas Gerais. Lei 9.717/98 – Portaria nº. 402/2008. 
 
Os regimes próprios de previdência social dos servidores públicos da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos Estados e do Distrito 
Federal deverão ser organizados, baseados em normas gerais de contabilidade e 
atuária, de modo a garantir o seu equilíbrio financeiro e atuarial, observados os 
seguintes critérios: 
 
➢ realização de avaliação atuarial inicial e em cada balanço, utilizando-se 
parâmetros gerais, para a organização e revisão do plano de custeio e 
benefícios; 
 
➢ financiamento mediante recursos provenientes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios e das contribuições do pessoal civil e militar, 
ativo, inativo e dos pensionistas, para os seus respectivos regimes; 
 
Página | 28 
 
➢ as contribuições e os recursos vinculados ao Fundo Previdenciário da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e as contribuições do pessoal 
civil e militar, ativo, inativo, e dos pensionistas, somente poderão ser utilizadas 
para pagamento de benefícios previdenciários dos respectivos regimes, 
ressalvadas as despesas administrativas estabelecidas no art. 6º, inciso VIII, 
desta Lei, observado os limites de gastos estabelecidos em parâmetros gerais; 
 
➢ cobertura de um número mínimo de segurados, de modo que os regimes 
possam garantir diretamente a totalidade dos riscos cobertos no plano de 
benefícios, preservando o equilíbrio atuarial sem necessidade de resseguro, 
conforme parâmetros gerais; 
 
➢ cobertura exclusiva a servidores públicos titulares de cargos efetivos e a 
militares, e a seus respectivos dependentes, de cada ente estatal, vedado o 
pagamento de benefícios, mediante convênios ou consórcios entre Estados, 
entreEstados e Municípios e entre Municípios; 
 
➢ pleno acesso dos segurados às informações relativas à gestão do regime e 
participação de representantes dos servidores públicos e dos militares, ativos 
e inativos, nos colegiados e instâncias de decisão em que os seus interesses 
sejam objeto de discussão e deliberação; 
 
➢ registro contábil individualizado das contribuições de cada servidor e dos entes 
estatais, conforme diretrizes gerais; 
 
➢ identificação e consolidação em demonstrativos financeiros e orçamentários de 
todas as despesas fixas e variáveis com pessoal inativo civil, militar e 
pensionistas, bem como dos encargos incidentes sobre os proventos e 
pensões pagos; 
 
➢ sujeição às inspeções e auditorias de natureza atuarial, contábil, financeira, 
orçamentária e patrimonial dos órgãos de controle interno e externo. 
 
 
Página | 29 
 
➢ vedação de inclusão nos benefícios, para efeito de percepção destes, de 
parcelas remuneratórias pagas em decorrência de local de trabalho, de função 
de confiança ou de cargo em comissão, exceto quando tais parcelas integrarem 
a remuneração de contribuição do servidor que se aposentar com fundamento 
no art. 40 da Constituição Federal, respeitado, em qualquer hipótese, o limite 
previsto no § 2o do citado artigo; 
 
➢ Vedação de inclusão nos benefícios, para efeito de percepção destes, do 
abono de permanência de que tratam o § 19 do art. 40 da Constituição 
Federal, o § 5º do art. 2º e o § 1º do art. 3º da Emenda Constitucional nº 41, 
de 19 de dezembro de 2003. 
 
➢ Aplicam-se adicionalmente aos regimes próprios de previdência social as 
disposições estabelecidas aos fundos com finalidade previdenciária por eles 
instituídos. 
 
➢ Os regimes próprios de previdência social da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios operacionalizarão a compensação financeira a que 
se referem o § 9º do art. 201 da Constituição Federal e a Lei nº 9.796, de 5 de 
maio de 1999, entre si e com o regime geral de previdência social, sob pena de 
incidirem nas seguintes sanções: 
• suspensão das transferências voluntárias de recursos pela União; 
• impedimento para celebrar acordos, contratos, convênios ou ajustes, 
bem como receber empréstimos, financiamentos, avais e subvenções 
em geral de órgãos ou entidades da Administração direta e indireta da 
União; 
• suspensão de empréstimos e financiamentos por instituições financeiras 
federais. 
 
➢ O servidor público titular de cargo efetivo da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios ou o militar dos Estados e do Distrito Federal filiado 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art40
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art40%C2%A719
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art40%C2%A719
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc41.htm#art2%C2%A75
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc41.htm#art3%C2%A71
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc41.htm#art3%C2%A71
 
Página | 30 
 
a regime próprio de previdência social, quando cedido a órgão ou entidade de 
outro ente da federação, com ou sem ônus para o cessionário, permanecerá 
vinculado ao regime de origem. 
 
➢ Os regimes próprios de previdência social dos servidores públicos da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos Estados e 
do Distrito Federal não poderão conceder benefícios distintos dos previstos no 
Regime Geral de Previdência Social, de que trata a Lei nº 8.213, de 24 de 
julho de 1991, salvo disposição em contrário da Constituição Federal. 
 
➢ Fica vedada a concessão de aposentadoria especial, nos termos do § 4º do 
art. 40 da Constituição Federal, até que a lei complementar federal discipline 
a matéria. 
 
➢ Fica facultada à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, a 
constituição de fundos integrados de bens, direitos e ativos, com finalidade 
previdenciária, desde que observados os critérios de que trata o artigo 1º e, 
adicionalmente, os seguintes preceitos: 
• Existência de conta do fundo distinta da conta do Tesouro da unidade 
federativa; 
• Aplicação de recursos, conforme estabelecido pelo Conselho Monetário 
Nacional; 
• Vedação da utilização de recursos do fundo de bens, direitos e ativos 
para empréstimos de qualquer natureza, inclusive à União, aos Estados, 
ao Distrito Federal e aos Municípios, às entidades da administração 
indireta e aos respectivos segurados; 
• Vedação à aplicação de recursos em títulos públicos, com exceção de 
títulos do Governo Federal; 
• Avaliação de bens, direitos e ativos de qualquer natureza integrados ao 
fundo, em conformidade com a Lei 4.320, de 17 de março de 1964 e 
alterações subsequentes; 
• Estabelecimento de limites para a taxa de administração, conforme 
parâmetros gerais; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213cons.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213cons.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art40%C2%A74
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art40%C2%A74
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4320.htm
 
Página | 31 
 
• constituição e extinção do fundo mediante lei. 
 
➢ No estabelecimento das condições e dos limites para aplicação dos recursos 
dos regimes próprios de previdência social, o Conselho Monetário Nacional 
deverá considerar, entre outros requisitos: 
 
• A natureza pública das unidades gestoras desses regimes e dos 
recursos aplicados, exigindo a observância dos princípios de segurança, 
proteção e prudência financeira; 
• A necessidade de exigência, em relação às instituições públicas ou 
privadas que administram, direta ou indiretamente por meio de fundos 
de investimento, os recursos desses regimes, da observância de 
critérios relacionados à boa qualidade de gestão, ambiente de controle 
interno, histórico e experiência de atuação, solidez patrimonial, volume 
de recursos sob administração e outros destinados à mitigação de 
riscos. 
 
➢ O descumprimento do disposto nesta Lei pelos Estados, Distrito Federal e 
Municípios e pelos respectivos fundos, implicará, a partir de 1º de julho de 
1999: 
 
• Suspensão das transferências voluntárias de recursos pela União; 
• Impedimento para celebrar acordos, contratos, convênios ou ajustes, 
bem como receber empréstimos, financiamentos, avais e subvenções 
em geral de órgãos ou entidades da Administração direta e indireta da 
União; 
• Suspensão de empréstimos e financiamentos por instituições 
financeiras federais. 
 
➢ Os responsáveis pelos poderes, órgãos ou entidades do ente estatal, os 
dirigentes da unidade gestora do respectivo regime próprio de previdência 
social e os membros dos seus conselhos e comitês respondem diretamente por 
infração ao disposto nesta Lei, sujeitando-se, no que couber, ao regime 
 
Página | 32 
 
disciplinar estabelecido na Lei Complementar nº 109, de 29 de maio de 2001, 
e seu regulamento, e conforme diretrizes gerais. 
 
➢ As infrações serão apuradas mediante processo administrativo que tenha por 
base o auto, a representação ou a denúncia positiva dos fatos irregulares, 
assegurados ao acusado o contraditório e a ampla defesa, em conformidade 
com diretrizes gerais. 
 
➢ São também responsáveis quaisquer profissionais que prestem serviços 
técnicos ao ente estatal e respectivo regime próprio de previdência social, 
diretamente ou por intermédio de pessoa jurídica contratada. 
 
➢ Os dirigentes do ente federativo instituidor do regime próprio de previdência 
social e da unidade gestora do regime e os demais responsáveis pelas ações 
de investimento e aplicação dos recursos previdenciários, inclusive os 
consultores, os distribuidores, a instituição financeira administradora da 
carteira, o fundo deinvestimentos que tenha recebido os recursos e seus 
gestores e administradores serão solidariamente responsáveis, na medida de 
sua participação, pelo ressarcimento dos prejuízos decorrentes de aplicação 
em desacordo com a legislação vigente a que tiverem dado causa. 
 
 
➢ Os dirigentes da unidade gestora do regime próprio de previdência social 
deverão atender aos seguintes requisitos mínimos: 
 
• não ter sofrido condenação criminal ou incidido em alguma das demais 
situações de inelegibilidade previstas no inciso I do caput do art. 1º da 
Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, observados os critérios 
e prazos previstos na referida Lei Complementar; 
• possuir certificação e habilitação comprovadas, nos termos definidos em 
parâmetros gerais; 
 
Página | 33 
 
• possuir comprovada experiência no exercício de atividade nas áreas 
financeira, administrativa, contábil, jurídica, de fiscalização, atuarial ou 
de auditoria; 
• ter formação superior. 
 
➢ Os requisitos acima transcritos aplicam-se aos membros dos conselhos 
deliberativo e fiscal e do comitê de investimentos da unidade gestora do regime 
próprio de previdência social. 
 
➢ Compete à União, por intermédio da Secretaria Especial de Previdência e 
Trabalho do Ministério da Economia, em relação aos regimes próprios de 
previdência social e aos seus fundos previdenciários: 
 
• A orientação, a supervisão, a fiscalização e o acompanhamento; 
• O estabelecimento e a publicação de parâmetros, diretrizes e critérios 
de responsabilidade previdenciária na sua instituição, organização e 
funcionamento, relativos a custeio, benefícios, atuária, contabilidade, 
aplicação e utilização de recursos e constituição e manutenção dos 
fundos previdenciários, para preservação do caráter contributivo e 
solidário e do equilíbrio financeiro e atuarial; 
• A apuração de infrações, por servidor credenciado, e a aplicação de 
penalidades, por órgão próprio, nos casos previstos no art. 8º desta 
Lei; 
• A emissão do Certificado de Regularidade Previdenciária (CRP), que 
atestará, para os fins do disposto no art. 7º desta Lei, o cumprimento, 
pelos Estados, Distrito Federal e Municípios, dos critérios e exigências 
aplicáveis aos regimes próprios de previdência social e aos seus fundos 
previdenciários. 
 
➢ A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios encaminharão à 
Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, na 
forma, na periodicidade e nos critérios por ela definidos, dados e informações 
sobre o regime próprio de previdência social e seus segurados. 
 
Página | 34 
 
 
➢ No caso de extinção de regime próprio de previdência social, a União, o Estado, 
o Distrito Federal e os Municípios assumirão integralmente a responsabilidade 
pelo pagamento dos benefícios concedidos durante a sua vigência, bem como 
daqueles benefícios cujos requisitos necessários a sua concessão foram 
implementados anteriormente à extinção do regime próprio de previdência 
social. 
 
 
2.3 Filiados Obrigatórios. 
 
Da Cobertura Exclusiva a Servidor Titular de Cargo Efetivo: 
 
O RPPS abrange, exclusivamente, o servidor público titular de cargo efetivo, o 
servidor inativo e seus dependentes. 
 
➢ Até 15 de dezembro de 1998, data anterior a da publicação da Emenda 
Constitucional nº 20, o servidor público ocupante, exclusivamente, de 
cargo em comissão, de cargo temporário, de emprego público ou 
mandato eletivo poderia estar vinculado a RPPS que assegurasse, no 
mínimo, aposentadoria e pensão por morte, nos termos definidos em lei 
do ente federativo. 
 
➢ O aposentado por qualquer regime de previdência que exerça ou venha 
a exercer cargo em comissão, cargo temporário, emprego público ou 
mandato eletivo vincula-se, obrigatoriamente, ao RGPS. 
 
➢ O servidor titular de cargo efetivo amparado por RPPS, nomeado para o 
exercício de cargo em comissão, continua vinculado exclusivamente a 
esse regime previdenciário, observado o disposto no art. 29, não sendo 
devidas as contribuições ao RGPS sobre a remuneração 
correspondente ao cargo em comissão. 
 
 
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➢ Quando houver acumulação de cargo efetivo com cargo em comissão, 
com exercício concomitante e compatibilidade de horários, haverá o 
vínculo e o recolhimento ao RPPS, pelo cargo efetivo e, ao RGPS, pelo 
cargo em comissão. 
 
➢ Não são segurados de RPPS, os notários ou tabeliães, os oficiais de 
registro ou registradores, os escreventes e os auxiliares, não 
remunerados pelos cofres públicos. 
 
➢ É vedada a filiação ao RGPS, na qualidade de segurado facultativo, de 
segurado de RPPS. 
 
São filiados ao RPPS, desde que expressamente regidos pelo estatuto dos 
servidores do ente federativo, o servidor estável, abrangido pelo art. 19 do Ato das 
Disposições Constitucionais Transitórias, e o admitido até 05 de outubro de 1988, que 
não tenha cumprido, naquela data, o tempo previsto para aquisição da estabilidade 
no serviço público. 
 
O servidor público titular de cargo efetivo da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, mantém o vínculo ao regime previdenciário adotado pelo 
ente do qual é servidor nas seguintes situações: 
 
• quando cedido, com ou sem ônus para o cessionário, a órgão ou 
entidade da administração direta ou indireta de quaisquer dos entes 
federativos; 
• quando licenciado; 
• durante o afastamento do cargo efetivo para o exercício de mandato 
eletivo em quaisquer dos entes federativos; e 
• durante o afastamento do país por cessão ou licenciamento com 
remuneração. 
 
A vinculação do servidor público ao RPPS se dará mediante o exercício da 
atribuição do cargo que ocupa dentro da carga horária prevista na legislação local. 
 
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Na hipótese de ampliação legal e permanente da carga horária do servidor que 
configure mudança de cargo efetivo, será exigido o cumprimento dos requisitos para 
concessão de aposentadoria neste novo cargo. 
Se houver desempenho, pelo segurado, de atividades ou cargo em outro turno, 
sem previsão na legislação, o servidor será vinculado ao RGPS pelo exercício 
concomitante desse novo cargo. 
 
2.4 Benefícios. 
 
Rol de Benefícios de acordo com a Emenda Constitucional N° 103 de 2019. 
 
O art. 9º da Emenda Constitucional – EC nº 103 de 2019 definiu que o rol de 
benefícios dos RPPS fica limitado às aposentadorias e à pensão por morte, sendo que 
os afastamentos por incapacidade temporária e o salário-maternidade serão pagos 
diretamente pelo ente federativo. 
“Art. 9º Até que entre em vigor a lei complementar que 
discipline o § 22 do art. 40 da Constituição Federal, 
aplicam-se aos regimes próprios de previdência social o 
disposto na Lei no 9.717, de 27 de novembro de 1998, e o 
disposto neste artigo. 
 (…) 
§ 2º O rol de benefícios dos regimes próprios de 
previdência social fica limitado às aposentadorias e à 
pensão por morte. 
§ 3º Os afastamentos por incapacidade temporária para o 
trabalho e o salário-maternidade serão pagos diretamente 
pelo ente federativo e não correrão à conta do regime 
próprio de previdência social ao qual o servidor se vincula.” 
 
 
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Com relação ao salário-família e o auxílio-reclusão, a emenda constitucional 103 
de 2019 lhes conferiu natureza de benefício assistencial a ser concedido a servidores 
de baixa renda, inclusive quando aposentados, não integrando a remuneração destes, 
estando a cargo do ente federativo o seu pagamento. 
Com base nesse entendimento, esses benefícios não serão mais incluídos nos 
custos totais de pessoal, uma vez que os benefícios assistenciais não incluem os 
custos totais de pessoal para fins de limitação da LRF conforme especificado no 
Manual de Demonstrações Contábeis. 
DAS APOSENTADORIAS VOLUNTÁRIAS COMUNS DOS SERVIDORES 
PÚBLICOS CIVIS DOS ESTADOS, DO DISTRITOFEDERAL E DOS 
MUNICÍPIOS: 
A reforma aboliu as regras de elegibilidade para a aposentadoria voluntária 
comum dos servidores públicos civis nos regimes próprios de previdência social dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Conforme o dispositivo transcrito a 
seguir, com exceção da idade mínima, cuja fixação exige emenda às respectivas 
Constituições Estaduais e Leis Orgânicas, os demais requisitos de aposentadoria 
deverão ser estabelecidos mediante lei complementar do respectivo ente federativo. 
Com isso, ficam extintas as exigências de tempo de contribuição, tempo de 
efetivo exercício do serviço público e tempo de aposentadoria dos cargos efetivos 
para todos os entes federados. A ausência desses parâmetros na constituição faz 
com que essa norma constitucional tenha eficácia limitada na concessão de 
benefícios comuns de aposentadoria voluntária aos servidores públicos e não possa 
ser aplicada isoladamente. 
 
Esse modelo previdenciário federal de desconstitucionalização é de 
observância obrigatória pelas Constituições dos Estados e pelas Leis Orgânicas do 
Distrito Federal e dos Municípios, em razão do princípio da simetria federativa. 
 
Para resguardar as expectativas legais dos servidores titulares de cargos 
efetivos, esse que já era, ao tempo da reforma, destinatários das regras 
constitucionais permanentes do sistema previdenciário próprio, e que permaneceria, 
neste regime, sujeito a novos requisitos (mais exigentes) para a aposentação, foi 
 
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adotada uma disciplina jurídica de transição entre o sistema jurídico anterior e o novo 
sistema de previdência social, tendo em vista o princípio da segurança jurídica e a 
proteção da confiança do servidor que tenha ingressado no serviço público em cargo 
efetivo até a data de entrada em vigor da EC nº 103, de 2019. 
 
 Por outro lado, em face da eficácia limitada da norma constitucional 
permanente de concessão de aposentadoria voluntária (inciso III do § 1º do art. 40 da 
Constituição), a qual depende de providência legislativa para se concretizar, a reforma 
estabeleceu disposições transitórias para os servidores federais que venham a 
ingressar no serviço público em cargo efetivo após a data de entrada em vigor da EC 
nº 103, de 2019, também aplicáveis aos que já haviam ingressado até a data de sua 
publicação, se mais vantajosas, com eficácia plena e aplicabilidade imediata enquanto 
não sobrevier tal complementação legislativa. 
 
DAS APOSENTADORIAS VOLUNTÁRIAS ESPECIAIS DOS SERVIDORES 
PÚBLICOS CIVIS DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS MUNICÍPIOS 
No entanto, no que se refere à reforma das normas constitucionais sobre 
aposentadorias voluntárias especiais advinda da EC nº 103, de 2019, elas continuam 
não autoaplicáveis, já que dependem de lei complementar do respectivo ente 
federativo para regulamentá-las, ou seja, carecem de integração normativa para 
viabilizar o exercício do direito que consagram, sendo, portanto, de eficácia limitada. 
A reforma, portanto, preserva o quadro jurídico anterior à sua promulgação no 
que concerne, entre outras matérias, à aplicação das normas constitucionais sobre 
aposentadorias especiais então vigentes, às quais continuam a ter aplicação para os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, com a redação citada abaixo, enquanto 
estes não promulgarem a respectiva reforma previdenciária, devendo obediência aos 
condicionamentos impostos pela EC nº 103, de 2019, ou seja, à supremacia da 
Constituição Federal, já que a reforma da Carta do Estado ou da Lei Orgânica do 
Município, trata-se de Poder decorrente. 
A preservação do quadro jurídico anterior à promulgação da EC nº 103, de 
2019, no que concerne à aplicação das normas constitucionais e infraconstitucionais 
sobre aposentadorias especiais então vigentes, ainda que pro tempore, também 
 
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implica a da jurisprudência constitucional do colendo Supremo Tribunal Federal – 
STF, consolidada sobre a referida matéria. Assim é que a Súmula Vinculante - SV 
do STF nº 33 continua aplicável aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, 
quanto à observância da legislação do Regime Geral de Previdência Social como 
parâmetro de regulamentação infraconstitucional da aposentadoria especial de que 
trata o art. 40, § 4º, III, da Constituição Federal (na redação anterior à EC nº 103, de 
2019), ou seja, nas atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a 
saúde ou a integridade física, até a edição de lei complementar do respectivo ente 
federativo. 
Para a aposentadoria especial dos servidores com deficiência no âmbito dos 
regimes próprios de previdência social dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, com base no art. 40, § 4º, I, da Constituição Federal (na redação anterior 
à EC nº 103, de 2019), à míngua de lei complementar federal ou, após a 
promulgação da EC nº 103, de 2019, de lei complementar estadual, distrital ou 
municipal regulamentadora dessa matéria, permanece a necessidade de 
impetração de mandado de injunção para viabilizar o exercício desse direito 
constitucional. 
 
A APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE 
PARA O TRABALHO: 
Com a reforma da Previdência Social, a aposentadoria “por invalidez 
permanente” passa a denominar-se aposentadoria “por incapacidade permanente 
para o trabalho”. A EC nº 103, de 2019 constitucionaliza a exigência de avaliações 
periódicas para verificação da continuidade das condições que ensejaram a 
concessão da aposentadoria, bem como a condição de o servidor ser insuscetível 
de readaptação. 
Em relação aos Estados, Distrito Federal e Municípios, ante a ausência de 
disposição transitória, e por força do que prescreve o § 7º do art. 10 da EC nº 103, 
de 2019, mantém-se o quadro jurídico imediatamente anterior à promulgação da EC 
nº 103, de 2019, no que concerne à aplicação das normas constitucionais e 
infraconstitucionais que estavam em vigor sobre a concessão e cálculo da 
“aposentadoria por invalidez permanente”, com eficácia plena e aplicabilidade 
 
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imediata, até a edição de lei do respectivo ente federativo. 
Quando for promovida a reforma dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios referente aos respectivos regimes próprios, deverá ser observado, na 
edição da lei regulamentadora do benefício de aposentadoria por incapacidade 
permanente para o trabalho (art. 40, § 1º, I, da Constituição), como vimos, que a EC 
nº 103, de 2019, constitucionaliza a exigência de avaliações periódicas para 
verificação da continuidade das condições que ensejaram a concessão dessa 
aposentadoria, bem como a condição de o servidor ser insuscetível de readaptação. 
 
DA REMUNERAÇÃO DO SERVIDOR PÚBLICO NO CARGO EFETIVO, 
PARA FINS DE CÁLCULO DE PROVENTOS DE APOSENTADORIA COM BASE 
NA TOTALIDADE DA REMUNERAÇÃO 
 
Nos RPPS dos Estados, Distrito Federal e Municípios o cálculo dos proventos 
de aposentadoria concedida com fundamento na integralidade, mantém-se regido, 
quanto à apuração da remuneração, pela lei do respectivo ente federativo, em vigor 
antes da publicação da EC nº 103, de 2019, isto é, de acordo com o que for prescrito 
como remuneração do cargo efetivo, a título de vencimentos e vantagens pecuniárias 
permanentes, com o acréscimo de adicionais de caráter individual e vantagens 
pessoais permanentes. 
 
DAS PENSÕES DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DOS ESTADOS, DO 
DISTRITO FEDERAL E DOS MUNICÍPIOS: 
 
Até a edição de lei do respectivo ente federativo subnacional, ou de lei federal 
(no caso da Polícia Civil do DF), os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
deverão aplicar, para fins de concessão do benefício de pensão por morte, as 
disposições previstas no art. 2º da Lei nº 10.887, de 18.6.2004, com esta redação: 
“Lei nº 10.887, de 2004 
Art. 2º Aos dependentes dos servidores titulares de cargo 
efetivo e dos aposentados de qualquer dos Poderes da 
 
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União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
incluídas suas autarquias e fundações, falecidos a partir 
da data de publicação desta Lei, será concedido o 
benefício de pensão por morte, que será igual: 
I - à totalidade dos proventos percebidos pelo aposentado 
na data anterior à do óbito, até o limite máximo 
estabelecido para os benefícios do regime geral de 
previdência social, acrescida de 70% (setenta por cento) 
da parcela excedente a este limite; ou 
II - à totalidade da remuneração do servidor no cargo 
efetivo na data anterior à do óbito, até o limite máximo 
estabelecido para os benefícios do regime geral de 
previdência social, acrescida de 70% (setenta por cento) 
da parcela excedente a este limite, se o falecimento 
ocorrer quando o servidor ainda estiver em atividade. 
Parágrafo único. Aplica-se ao valor das pensões, o limite 
previsto no art. 40, § 2º, da Constituição Federal.” 
 
DAS PENSÕES DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DOS ESTADOS, DO 
DISTRITO FEDERAL E DOS MUNICÍPIOS: 
 
Para os Estados, Distrito Federal e Municípios, as reformas contemplam regras 
constitucionais e inconstitucionais anteriores sobre a previdência, que acreditamos 
se estender ao cálculo dos proventos, assegurando-lhes a continuidade da vigência 
com eficácia plena e aplicabilidade imediata, até que sejam promovidas 
alterações na legislação dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios referente 
aos respectivos regimes próprios, quando então a sua eficácia estará exaurida. 
Portanto, enquanto não existirem as leis dos Estados, Distrito Federal ou 
Municípios que disciplinam o cálculo dos benefícios de aposentadoria (exceto 
aquelas relativas à aposentadoria especial dos policiais do distrito federal), esses 
entes da Federação aplicarão a Lei nº 10.887 de 18 de junho de 2004 Artigo 1º, com 
a seguinte redação: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm#art40%C2%A72
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm#art40%C2%A72
 
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“Lei nº 10.887, de 2004 
Art. 1º No cálculo dos proventos de aposentadoria dos 
servidores titulares de cargo efetivo de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, 
previsto no § 3º do art. 40 da Constituição Federal e no 
art. 2º da Emenda Constitucional nº 41, de 19 de 
dezembro de 2003, será considerada a média aritmética 
simples das maiores remunerações, utilizadas como base 
para as contribuições do servidor aos regimes de 
previdência a que esteve vinculado, correspondentes a 
80% (oitenta por cento) de todo o período contributivo, 
desde a competência julho de 1994 ou desde a do início 
da contribuição, se posterior àquela competência. 
§ 1º As remunerações consideradas no cálculo do valor 
inicial dos proventos terão os seus valores atualizados 
mês a mês de acordo com a variação integral do índice 
fixado para a atualização dos salários-de-contribuição 
considerados no cálculo dos benefícios do regime geral 
de previdência social. 
§ 2º A base de cálculo dos proventos será a remuneração 
do servidor no cargo efetivo nas competências a partir de 
julho de 1994 em que não tenha havido contribuição para 
regime próprio. 
§ 3º Os valores das remunerações a serem utilizadas no 
cálculo de que trata este artigo serão comprovados 
mediante documento fornecido pelos órgãos e entidades 
gestoras dos regimes de previdência, aos quais o servidor 
esteve vinculado ou por outro documento público, na 
forma do regulamento. 
 
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§ 4º Para os fins deste artigo, as remunerações 
consideradas no cálculo da aposentadoria, atualizadas na 
forma do § 1º deste artigo, não poderão ser: 
I - inferiores ao valor do salário-mínimo; 
II - superiores ao limite máximo do salário-de-
contribuição, quanto aos meses em que o servidor esteve 
vinculado ao regime geral de previdência social. 
§ 5º Os proventos, calculados de acordo com o caput 
deste artigo, por ocasião de sua concessão, não 
poderão ser inferiores ao valor do salário-mínimo nem 
exceder a remuneração do respectivo servidor no cargo 
efetivo em que se deu a aposentadoria.” 
 
 
2.5 Gestão do Regime Próprio. 
 
 É vedada a constituição de mais de um RPPS e mais de uma unidade 
administrativa do respectivo regime para servidores em cargos ativos em cada ente 
federado. 
Compreende-se por unidade gestora a entidade ou órgão integrante da estrutura 
da Administração Pública de cada ente federativo, que tenha por finalidade a 
administração, o gerenciamento e a operacionalização do RPPS, incluindo a 
arrecadação e gestão de recursos e fundos previdenciários, a concessão, o 
pagamento e a manutenção dos benefícios. 
 
➢ A unidade gestora única deverá gerenciar, direta ou indiretamente, a 
concessão, o pagamento e a manutenção, no mínimo, dos benefícios de 
aposentadoria e pensão concedidos a partir da publicação da Emenda 
Constitucional no 41, de 2003, de todos os poderes, órgãos e entidades do 
ente federativo. 
 
 
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➢ A unidade gestora única contará com colegiado ou instância de decisão, no 
qual será garantida a representação dos segurados. 
 
➢ É facultada aos entes federativos a constituição de fundos integrados de bens, 
direitos e ativos com finalidade previdenciária. 
 
➢ Aos segurados deverá ser assegurado pleno acesso às informações relativas 
à gestão do RPPS. 
 
2.6 Utilização dos Recursos Previdenciários. 
 
➢ Os recursos previdenciários, somente poderão ser utilizados para o pagamento 
dos benefícios previdenciários, salvo o valor destinado à taxa de administração. 
 
➢ Os recursos previdenciários oriundos da compensação financeira de que trata 
a Lei nº 9.796, de 1999, serão administrados na unidade gestora do RPPS e 
destinados ao pagamento futuro dos benefícios previdenciários, exceto na 
hipótese em que os benefícios que originaram a compensação sejam pagos 
diretamente pelo Tesouro do ente federativo, hipótese em que serão a ele 
alocados, para essa mesma finalidade. 
 
➢ É proibida a utilização dos recursos previdenciários para custear ações de 
assistência social, saúde e para concessão de verbas indenizatórias ainda que 
por acidente em serviço. 
 
➢ Os recursos previdenciários do RPPS em extinção somente poderão ser 
utilizados para: 
 
• pagamento de benefícios previdenciários concedidos e a conceder; 
• quitação dos débitos com o RGPS; 
• constituição ou manutenção do fundo previdenciário previsto no art. 6º 
da Lei nº 9.717, de 1998; 
 
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• pagamentos relativos à compensação financeira entre regimes de que 
trata a Lei nº 9.796, de 1999. 
 
 
2.7 Taxa de Administração: 
 
A Taxa de Administração dos custos de despesas recorrentes e de capital 
exigidas pela organização e funcionamento do órgão ou entidade de administração do 
RPPS, incluindo a proteção de seu patrimônio, deve observar o disposto na lei do ente 
federado e os seguintes parâmetros: 
➢ financiamento, exclusivamente por meio de alíquota de contribuição incluída no 
plano de custeio definido na avaliação atuarial do RPPS, da seguinte forma: 
• apuração, na avaliação atuarial, da alíquota de cobertura do custo 
normal dos benefícios de aposentadorias e pensões por morte, 
na forma dos artigos 13, 44 e 47 da Portaria MF nº 464, de 18 de 
novembro de 2018; 
• adição à alíquota de cobertura do custo normal, a que se refere a 
alínea "a", de percentual destinado ao custeio da Taxa de 
Administração, observados os limites previstos no inciso II do 
caput, na forma do § 1º do art. 51 da Portaria MF nº 464, de 2018 
• definição, no plano de custeio proposto na avaliação atuarial, das 
alíquotas de contribuição do ente federativo e dos segurados do 
RPPS, suficientes para cobertura do custo normal e da Taxa de 
Administração, de que tratam as alíneas "a" e "b", na forma doinciso I do art. 48 da Portaria MF nº 464, de 2018; 
• implementação, em lei do ente federativo, das alíquotas de 
contribuição do ente federativo e dos segurados do RPPS que 
contemplem os custos de que trata a alínea "c", na forma do art. 
49 da Portaria MF nº 464, de 2018; 
 
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• destinação do percentual da Taxa de Administração à Reserva 
Administrativa prevista no inciso III do caput, após a arrecadação 
e repasse das alíquotas de contribuição de que trata a alínea "d" 
ao órgão ou entidade gestora do RPPS; 
 
➢ Limitar as despesas cobertas pela taxa de administração aos seguintes 
percentuais máximos anuais, definidos pela legislação do ente federado, 
aplicáveis à soma da remuneração de contribuição de todos os empregados da 
ativa vinculados ao RPPS, no exercício anterior, ressalvado no caso dos 
recursos da Reserva Administrativa, decorrentes das sobras de custeio 
administrativo e dos rendimentos mensais auferidos: 
• de até 2,0% (dois inteiros por cento) para os RPPS dos Estados 
e Distrito Federal, classificados no grupo Porte Especial do 
Indicador de Situação Previdenciária dos RPPS - ISP-RPPS; 
• de até 2,4% (dois inteiros e quatro décimos por cento) para os 
RPPS dos Municípios classificados no grupo Grande Porte do 
ISP-RPPS; 
• de até 3,0% (três inteiros por cento) para os RPPS dos Municípios 
classificados no grupo Médio Porte do ISP-RPPS; 
• de até 3,6% (três inteiros e seis décimos por cento) para os RPPS 
dos Municípios classificados no grupo Pequeno Porte do ISP-
RPPS; 
➢ Os recursos relativos às taxas de administração devem ser mantidos por 
meio das reservas administrativas referidas no art. 3º. Artigo 51 do 
Decreto nº 464 de 2018, que: 
• deverá ser administrada em contas bancárias e contábeis 
distintas dos recursos destinados ao pagamento dos benefícios; 
• será constituída pelos recursos de que trata o inciso I do caput, 
pelas sobras de custeio administrativo apuradas ao final de cada 
exercício e dos rendimentos mensais por eles auferidos; 
 
Página | 47 
 
• poderá ser objeto, na totalidade ou em parte, de reversão para 
pagamento dos benefícios do RPPS, desde que autorizada na 
legislação do RPPS e aprovada pelo conselho deliberativo, 
vedada a devolução dos recursos ao ente federativo; 
 
➢ Utilizar os recursos da reserva administrativa, desde que não prejudique as 
finalidades mencionadas no imposto de renda, apenas para: 
• aquisição, construção, reforma ou melhorias de imóveis 
destinados a uso próprio do órgão ou entidade gestora nas 
atividades de administração, gerenciamento e operacionalização 
do RPPS; 
• reforma ou melhorias de bens vinculados ao RPPS e destinados 
a investimentos, desde que seja garantido o retorno dos valores 
empregados, mediante verificação por meio de análise de 
viabilidade econômico-financeira. 
➢ recomposição ao RPPS, pelo ente federativo, dos valores dos recursos da 
Reserva Administrativa utilizados para fins diversos do previsto neste artigo ou 
excedentes ao percentual da Taxa de Administração inserido no plano de 
custeio do RPPS na forma da alínea "c" do inciso I, conforme os limites de que 
trata o inciso II, sem prejuízo de adoção de medidas para ressarcimento por 
parte dos responsáveis pela utilização indevida dos recursos previdenciários; e 
 
➢ vedação de utilização dos bens de investimento ou uso por outro órgão público 
ou particular em atividades assistenciais ou quaisquer outros fins não previstos, 
exceto se remunerada com encargos aderentes à meta atuarial do RPPS. 
 
➢ Eventuais despesas com prestação de serviços relativos à assessoria ou 
consultoria, independentemente da nomenclatura utilizada na sua definição, 
deverão observar os seguintes requisitos, sem prejuízo de outras exigências 
 
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previstas na legislação do ente federativo ou estabelecidas pelo Conselho 
Deliberativo: 
 
• os serviços prestados deverão ter por escopo atividades que contribuam 
para a melhoria da gestão, dos processos e dos controles, sendo vedada 
a substituição das atividades decisórias da diretoria executiva e dos 
demais órgãos estatutários do órgão ou entidade gestora do RPPS; 
• o valor contratual não poderá ser estabelecido, de forma direta ou 
indireta, como parcela, fração ou percentual do limite da Taxa de 
Administração de que trata o inciso I do caput deste artigo ou como 
percentual de receitas ou ingressos de recursos futuros; e 
• em qualquer hipótese, os dispêndios efetivamente realizados não 
poderão ser superiores a 50% (cinquenta por cento) dos limites de 
gastos anuais. 
➢ A lei do ente federativo poderá autorizar que a Taxa de Administração prevista 
no inciso II do caput, desde que financiada na forma do inciso I do caput, 
destinada ao atendimento das despesas de que trata o § 6º e embasada na 
avaliação atuarial do RPPS, na forma do disposto no art. 51 da Portaria MF nº 
464, de 2018, seja elevada em 20% (vinte por cento), ficando os limites 
alterados para: 
• 2,4% (dois inteiros e quatro décimos por cento), 2,88% (dois inteiros e 
oitenta e oito centésimos por cento), 3,6% (três inteiros e seis décimos 
por cento) ou 4,32% (quatro inteiros e trinta e dois centésimos por cento), 
respectivamente, se adotados pela lei do ente federativo os percentuais 
anuais máximos previstos nas alíneas "a", "b", "c" e "d" do inciso II do 
caput da Portaria nº. 19.451 de 18 de agosto de 2020; 
• o percentual correspondente à aplicação da elevação de que trata o 
caput sobre o percentual adotado na lei do ente federativo, se inferior 
aos percentuais máximos previstos nas alíneas "a", "b", "c" e "d" do 
inciso II do caput da Portaria nº. 19.451 de 18 de agosto de 2020. 
 
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➢ Os recursos adicionais resultantes da elevação de que trata o § 5º da Portaria 
nº. 19.451 de 18 de agosto de 2020, deverão ser destinados exclusivamente 
para o custeio de despesas administrativas relacionadas à: 
• obtenção e manutenção de certificação institucional no âmbito do 
Programa de Certificação Institucional e Modernização da Gestão dos 
Regimes Próprios de Previdência Social da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios - Pró-Gestão RPPS, instituído pela 
Portaria MPS nº 185, de 14 de maio de 2015, podendo os recursos ser 
utilizados, entre outros, com gastos relacionados à preparação para a 
auditoria de certificação, a elaboração e execução do plano de trabalho 
para implantação do Pró-Gestão RPPS, ao cumprimento das ações 
previstas no programa, inclusive aquisição de insumos materiais e 
tecnológicos necessários, à auditoria de certificação, procedimentos 
periódicos de autoavaliação e auditoria de supervisão e o processo de 
renovação ou de alteração do nível de certificação. 
 
➢ atendimento dos requisitos mínimos relativos à certificação para nomeação e 
permanência de dirigentes do órgão ou entidade gestora do RPPS, do 
responsável pela gestão dos recursos e dos membros dos conselhos 
deliberativo e fiscal e do comitê de investimentos, conforme previsto no inciso 
II do art. 8º-B da Lei nº 9.717, de 1998, e regulação específica, contemplando, 
entre outros, gastos relacionados à: 
• preparação, obtenção e renovação da certificação; e 
• capacitação e atualização dos gestores e membros dos conselhos e 
comitê. 
 
➢ A elevação da Taxa de Administração de que trata o § 5º observará os 
seguintes parâmetros: 
 
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• deverá ser aplicada a partir do início do exercício subsequente ao da 
publicação da lei de que trata o caput do § 5º da Portaria nº. 19.451 de 
18 de agosto de 2020, condicionada à prévia formalização da adesão ao 
Pró-Gestão - RPPS; 
• deixará de ser aplicada se, no prazo de dois anos, contado a partir da 
data prevista no item anterior, o RPPS não obtiver a certificação 
institucional em um dos níveis de aderência estabelecidos no Pró-
Gestão RPPS; 
• voltará a ser aplicada, no exercício subsequenteàquele em que o RPPS 
vier a obter a certificação institucional, se esta se der após o prazo de 
que trata o item anterior. 
 
2.8. Responsabilidade do Ente no caso de vinculação de servidores titulares 
de cargos efetivos ao RGPS. 
Fica proibido o estabelecimento retroativo de direitos e deveres em relação ao 
RGPS, permanecendo sob a responsabilidade dos RPPS em extinção o custeio dos 
seguintes benefícios: 
 
• os já concedidos pelo RPPS; 
 
• aqueles para os quais foram implementados os requisitos necessários à sua 
concessão; 
 
• a complementação das aposentadorias concedidas pelo RGPS, caso o segurado 
tenha cumprido todos os requisitos previstos na Constituição Federal para concessão 
de aposentadoria ao servidor titular de cargo efetivo até a data da inativação. 
 
 O RPPS em extinção, será responsável pela concessão dos benefícios 
previdenciários aos servidores estatutários ativos remanescentes e aos seus 
dependentes. 
 
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O servidor que tenha implementado os requisitos necessários à concessão de 
aposentadoria proporcional pelo RPPS até a data da lei de extinção do regime, 
permanecendo em atividade, vincula-se obrigatoriamente ao RGPS, sendo-lhe 
assegurado o direito aos benefícios previdenciários deste regime, desde que 
cumpridas as condições nele estabelecidas. 
É vedada a existência de mais de um RPPS para servidor público titular de cargo 
efetivo por ente federativo. 
 
 
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3. Plano de Benefícios 
 
3.1. Beneficiários: (Vide item 2.2 – Filiados Obrigatórios) 
 3.2. Dependentes: 
 
Os regimes próprios deverão observar a limitação de concessão de benefício 
apenas aos dependentes constantes do rol definido para o RGPS, que compreende o 
cônjuge, o companheiro, a companheira, os filhos, os pais e os irmãos, devendo 
estabelecer, em norma local, as condições necessárias para enquadramento e 
qualificação dos dependentes. 
3.3. Rol de Benefícios limitado à aposentadoria e pensão: 
 
As normas do art. 9º da EC nº 103, de 2019, sobre organização e funcionamento 
dos regimes próprios de previdência social, limitam o rol de benefícios dos RPPS à 
concessão de aposentadorias e pensões e atribui ao ente federativo a 
responsabilidade direta pelo pagamento de salário maternidade e afastamentos por 
incapacidade temporária. 
Assim sendo, as normas dos entes federados incompatíveis com a EC nº 103, 
de 2019, não são recepcionadas por esta, perdem a sua vigência diante da revogação, 
mesmo que não haja preceito revogatório expresso. 
É importante observar que com relação ao salário-família e o auxílio-reclusão, o 
legislador constitucional atribuiu natureza de benefício assistencial a ser concedido a 
servidores de baixa renda, inclusive quando aposentados, não integrando a 
remuneração destes, estando a cargo do ente federativo o seu pagamento. 
 
3.4. Remuneração de Contribuição: 
 
Somente a lei do ente federativo poderá definir as parcelas da remuneração que 
comporão a base de cálculo da contribuição, podendo prever que a inclusão das 
parcelas pagas em decorrência de local de trabalho, de função de confiança, de cargo 
 
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em comissão, ou de outras parcelas temporárias de remuneração, será feita mediante 
opção expressa do servidor, inclusive quando pagas por ente cessionário. 
Os segurados ativos contribuirão também sobre o 13º salário, e os inativos e 
pensionistas sobre a gratificação natalina ou abono anual e não incidirá contribuição 
sobre o valor do abono de permanência. 
 Quando o pagamento mensal do servidor sofrer descontos em razão de faltas 
ou de quaisquer outras ocorrências, a alíquota de contribuição deverá incidir sobre o 
valor total da remuneração de contribuição prevista em lei, relativa à remuneração 
mensal do servidor no cargo efetivo, desconsiderados os descontos. 
Em caso de redução da jornada de trabalho e perda de remuneração, a base de 
cálculo da contribuição não pode ser inferior ao valor do salário mínimo. 
 Incidirá contribuição de responsabilidade do segurado, ativo e inativo, do 
pensionista e do ente sobre as parcelas que componham a base de cálculo, pagas 
retroativamente em razão de determinação legal, administrativa ou judicial, 
observando-se que: 
• se for possível identificar-se as competências a que se refere o 
pagamento, aplicar-se-á a alíquota vigente em cada competência; 
• em caso de impossibilidade de identificação das competências a que se 
refere o pagamento, aplicar-se-á a alíquota vigente na competência em 
que for efetuado o pagamento; 
• em qualquer caso, as contribuições correspondentes deverão ser 
repassadas à unidade gestora no mesmo prazo fixado para o repasse 
das contribuições relativas à competência em que se efetivar o 
pagamento dos valores retroativos; 
• se as contribuições devidas forem repassadas após o prazo previsto no 
item anterior, incidirão os mesmos acréscimos legais previstos para as 
contribuições relativas à competência do pagamento. 
 
3.5. Proventos: (Forma de Cálculo e Reajustamento do Valor dos Benefícios). 
 
 
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Nos RPPS dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, o cálculo dos 
benefícios de aposentadoria concedidos com base na integralidade, no que diz 
respeito ao cálculo da remuneração, fica sujeito às leis dos respectivos entes 
federativos vigentes antes da publicação do Regulamento EC n.º 103 de 2019, isto é, 
de acordo com o que for prescrito como remuneração do cargo efetivo, a título 
de vencimentos e vantagens pecuniárias permanentes, com o acréscimo de 
adicionais de caráter individual e vantagens pessoais permanentes. 
 
3.6. Abono de permanência: 
 
 
É devido o abono de permanência ao servidor titular de cargo efetivo que tenha 
completado as exigências para aposentadoria voluntária estabelecidas nos 40 § 19 
da CF/88, art. 2º. da EC 41/2003, art. 3º da EC 47/2005 (Entendimento -Tribunal de 
Contas da União). 
Conforme o que dispõe a Emenda Constitucional 103 de 2019, após a edição de 
lei local, o Ente Federativo poderá prever ou não o pagamento do abono e terá 
discricionaridade para estabelecer valores. 
O pagamento do abono de permanência é de responsabilidade do respectivo 
ente federativo e será devido a partir do cumprimento dos requisitos para obtenção do 
benefício, mediante opção expressa do servidor pela permanência em atividade. 
Logo, em caso de cessão de servidor ou de afastamento para exercício de 
mandato eletivo, o responsável pelo pagamento do abono de permanência será o 
órgão ou entidade ao qual incumbe o ônus pelo pagamento da remuneração ou 
subsídio, salvo disposição expressa em sentido contrário no termo, ato, ou outro 
documento de cessão ou afastamento do segurado. Na concessão do benefício de 
aposentadoria ao servidor titular de cargo efetivo, ainda que pelo RGPS, cessará o 
direito ao pagamento do abono de permanência. 
A concessão de abono de permanência com base nas regras de transição das 
reformas previdenciárias anteriores das Emendas nº 41, de 2003 (arts. 2º e 6º), e nº 
47, de 2005 (art. 3º), pode vir a ser extinta para os RPPS dos Estados, Distrito Federal 
 
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e Municípios mediante lei do respectivo ente que referende integralmente a sua 
revogação pelo art. 35, incisos III e IV, da EC nº 103, de 2019. 
No entanto, tal abono poderá ser mantido pro tempore, na reforma previdenciária 
dos entes subnacionais, nos moldes da redação do § 3º do art. 3º da EC nº 103, de 
2019, até que entre em vigor a lei do respectivo ente que regulamente o disposto no 
§ 19 do art. 40 da Constituição. 
 
3.7. Averbação de Tempo: 
 
O assentamento de tempo de serviço/contribuição é o registro nos 
assentamentos funcionais dos períodos prestados a órgão ou entidade de natureza 
pública ou privada, sendo considerada para concessão de benefícios (aposentadoria, 
disponibilidade, licença prêmio, licença capacitação e adicional de tempode serviço, 
respeitadas as restrições legais), conforme a característica da entidade de origem do 
tempo de contribuição. 
Nos registros de averbações não são consideradas as averbações registradas 
em Certidão de Tempo de Serviço/Contribuição de outros órgãos ou empresas 
privadas, devendo sempre ser apresentada também a certidão original, emitida pelo 
INSS ou pelo próprio órgão (tempo de serviço público federal, estadual, municipal, 
Distrital ou forças armadas). 
Para a Averbação de Tempo de Contribuição (Serviço Privado, Empresa Pública, 
Administração Indireta e Sociedade de Economia Mista, o servidor deve anexar a 
Certidão de tempo de contribuição emitida pelo Instituto Nacional do Seguro Social – 
INSS, discriminando os períodos de contribuição ao Regime Geral da Previdência 
Social – RGPS. Caso os períodos tenham ocorrido após 01/07/1994 é necessário que 
constem também as remunerações correspondentes. No caso de averbação de 
Serviço Público (federal, estadual, municipal, distrital e forças armadas) o servidor 
deve anexar a Certidão de tempo de contribuição emitida pelo órgão anterior, 
discriminando os períodos de contribuição ao Regime Próprio da Previdência Social – 
RPPS. Caso os períodos tenham ocorrido após 01/07/1994 é necessário que constem 
também as remunerações correspondentes. 
 
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3.8. Conversão de Tempo: 
 
Na esfera da contagem recíproca, em princípio, a conversão de tempo especial 
em tempo comum está expressamente vedada, assim como qualquer outra forma de 
contagem fictícia, com fulcro no inciso I do art. 96 da Lei nº 8.213, de 1991, exceto em 
relação à conversão de tempo de serviço público especial em tempo comum, referente 
ao período celetista anterior ao advento do regime jurídico único estatutário, pois nesta 
hipótese, ela está de acordo com a jurisprudência consolidada do STF e do STJ, que 
não aduz qualquer inconstitucionalidade, sendo pacífico o entendimento de que o 
servidor ex-celetista possui direito adquirido à contagem especial antes referida. 
Conforme previsão no § 12 do artigo 40 da Constituição federal, o RPPS deve 
observar, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o RGPS, que autoriza 
a conversão de tempo especial em tempo comum, prevista no art. 57, § 5º, da Lei nº 
8.213, de 1991. 
Posto isto, o STF deve decidir no âmbito do Recurso Extraordinário nº. 1014286, 
se a referida regra pode ser estendida aos servidores públicos vinculados aos regimes 
próprios de previdência, ou se esta regra não se aplica ao RPPS, considerando que a 
Súmula Vinculante nº 33 determina a aplicação analógica das regras do RGPS sobre 
aposentadoria especial de que trata o art. 40, § 4º, inciso III da Constituição, no que 
couber, até a edição de lei complementar específica. 
A referida decisão foi prolatada nos seguintes termos: 
 
Questão submetida a julgamento: 
Recurso extraordinário em que se discute, à luz do art. 40, § 4º, inc. III, da 
Constituição da República, a possibilidade de aplicação das regras do regime geral 
de previdência social para a averbação do tempo de serviço prestado em atividades 
exercidas sob condições especiais, nocivas à saúde ou à integridade física de servidor 
público, com conversão do tempo especial em comum, mediante contagem 
diferenciada. 
 
 
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Tese Firmada: 
Até a edição da Emenda Constitucional nº 103/2019, o direito à conversão, em 
tempo comum, do prestado sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a 
integridade física de servidor público decorre da previsão de adoção de requisitos e 
critérios diferenciados para a jubilação daquele enquadrado na hipótese prevista no 
então vigente inciso III do § 4º do art. 40 da Constituição da República, devendo ser 
aplicadas as normas do regime geral de previdência social relativas à aposentadoria 
especial contidas na Lei 8.213/1991 para viabilizar sua concretização enquanto não 
sobrevier lei complementar disciplinadora da matéria. Após a vigência da EC n.º 
103/2019, o direito à conversão em tempo comum, do prestado sob condições 
especiais pelos servidores obedecerá à legislação complementar dos entes 
federados, nos termos da competência conferida pelo art. 40, § 4º-C, da Constituição 
da República. 
 
3.9. Contagem Recíproca de Tempo de Contribuição: 
 
A contagem recíproca de tempo de serviço/contribuição é um direito garantido 
aos segurados dos Regime Geral de Previdência Social (RGPS) e dos Regimes 
Próprios de Previdência Social (RPPS), que se consolida por meio da averbação do 
tempo no órgão/ente de destino para o fim de concessão de vantagens e/ou 
benefícios, sobretudo o da aposentadoria. 
Sobre o tema os incisos VI, VII e VIII do art. 96 da Lei nº 8.213/1991, inseridos 
pela MP n° 871/2019, contêm direções legais a serem obedecidos pelos RPPS de 
todos os entes da federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). 
Conforme esclarecimentos contidos nesta Nota Informativa, conclui-se que: 
• Não é permitido aos RPPS emitir CTC a servidor ainda em exercício do 
cargo no qual se requer a certificação. 
• A contagem recíproca e averbação de tempo pelos RPPS, inclusive 
para fins de concessão de abono de permanência ou outras vantagens 
financeiras, somente serão feitas mediante CTC emitida pelo RGPS, 
não sendo mais admitida a averbação automática pelo ente instituidor. 
 
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• O tempo regularmente averbado automaticamente antes da publicação 
da MP não exigirá a emissão de CTC para a concessão de benefícios 
funcionais ou previdenciários ou mesmo compensação financeira. 
• Não se admite a desaverbação de tempo que foi averbado 
(automaticamente ou mediante CTC) e que tenha gerado o pagamento 
de vantagens remuneratórias ao servidor. 
 
3.10. Certidão de Tempo de Contribuição: 
 
A certidão de tempo de contribuição (CTC) é um documento que contém o 
registro oficial dos períodos contribuídos em um regime de previdência, para que esse 
período possa ser levado para outro regime. Isso permite que o servidor some o tempo 
contribuído em diferentes regimes de previdência. 
 
 
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4. Plano de Custeio 
 
4.1. Caráter Contributivo: 
 
O RPPS será de natureza contributiva e solidária, sujeito às normas de 
manutenção do equilíbrio financeiro e atuarial por meio de contribuições de entes 
federativos, servidores ativos e inativos e pensionistas. 
Entende-se por observância do caráter contributivo: 
• a previsão expressa, em texto legal, das alíquotas de contribuição do ente 
federativo e dos segurados ativos, dos segurados inativos e dos pensionistas; 
• o repasse mensal e integral dos valores das contribuições à unidade gestora 
do RPPS; 
• a retenção, pela unidade gestora do RPPS, dos valores devidos pelos 
segurados ativos, dos segurados inativos e dos pensionistas, relativos aos 
benefícios e remunerações cujo pagamento esteja sob sua responsabilidade; 
e 
• o pagamento à unidade gestora do RPPS dos valores relativos a débitos de 
contribuições parceladas mediante acordo. 
 
4.2. Contribuição do servidor Ativo: 
 
Quanto à contribuição dos servidores ativos, a alíquota de contribuição 
previdenciária de 14%, que foi exigida no âmbito do RPPS da União a partir de 
1/3/2020, de acordo com o disposto no caput do art. 11 c/c o art. 36, I, da EC nº 103, 
de 2019, implica, a partir dessa mesma data, para os demais entes da Federação, em 
regra, o dever de majorar a sua alíquota, quando inferior, ao menos até o referido 
percentual, por meio de lei, salvo se for comprovado a inexistência de déficit atuarial, 
em observância ao que dispõe o § 4º do art. 9º da EC nº 103, de 2019, antes 
mencionado, sob pena de o respectivo RPPS ser considerado em situação 
previdenciária irregular, a teor dos arts. 3º e 7º da Lei nº 9.717, de 1998. 
 
 
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4.3. Contribuição sobre os proventos de Aposentadoria e Pensões: 
 
Conforme previsão na cláusula devigência do artigo 36, II, da EC nº 103, de 
2019, a nova redação que a reforma conferiu ao artigo 149 da Constituição não é 
aplicável aos Estados, Distrito Federal e Municípios, enquanto estiver em período de 
vacância, já que depende de referendo destes entes da Federação para o início de 
sua vigência, mediante a publicação de lei de iniciativa privativa do respectivo Poder 
Executivo. 
Com isso, enquanto não houver o referendo integral da nova redação dada ao 
art. 149 da CF, por meio de lei estadual, distrital ou municipal, continua a valer para 
os entes subnacionais, a redação do referido artigo anterior à data de entrada em vigor 
da EC nº 103, de 2019. 123. 
Logo significa que, sem o referendo mediante lei do ente subnacional, de que 
trata o inciso II do art. 36 da EC nº 103, de 2019, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios não poderão instituir alíquotas de contribuição para o custeio do RPPS de 
forma progressiva, nem fazer incidir a contribuição ordinária dos aposentados e 
pensionistas sobre o valor dos proventos e pensões que superem o salário 
mínimo, se houver déficit atuarial, pois, em todo o caso, deverá incidir sobre 
proventos e pensões que superem o limite máximo estabelecido para os 
benefícios do RGPS, ou que superem o dobro desse limite quando o beneficiário 
for acometido de doença incapacitante. 
 
4.4. Contribuição do Ente Federativo 
 
A obrigação de aumentar a alíquota do segurado estende-se também ao 
aumento da alíquota da entidade por meios legais, uma vez que a contribuição da 
entidade não pode ser inferior ao valor da contribuição do segurado nem superior a 
duas vezes o valor da contribuição, conforme Art. 1998 Art. 2º da Lei nº 9.717. 
 
 
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4.5. Contribuição parcelada decorrente de termo de acordo de parcelamento: 
Diante do exposto no parágrafo 11, do artigo 195 da Constituição Federal de 
1988, com redação dada pela Emenda Constitucional 103/2019, são vedados a 
moratória e o parcelamento em prazo superior a 60 (sessenta) meses e, na forma 
de lei complementar, a remissão e a anistia das contribuições sociais. 
 
4.6. Contribuição Suplementar e Aportes para equacionamento de déficit 
atuarial: 
Como alternativas para equacionamento do déficit é a implementação de plano 
de amortização, que deverá ser estabelecido em lei pelo ente federativo, observados 
os parâmetros definidos na Portaria MF nº 464, de 2018, em especial em seus artigos 
48 e 54, e na Instrução Normativa SPREV nº 07, de 21 de dezembro de 2018. 
Esse plano poderá consistir no estabelecimento por meio da contribuição 
patronal suplementar na forma de alíquotas, ou aportes periódicos de recursos 
com valores preestabelecidos, para cobertura do déficit atuarial. 
Caso seja verificado a inviabilidade do plano de amortização previsto para o 
equacionamento do déficit atuarial do RPPS, será admitida a segregação da massa 
de seus segurados, que consiste na separação dos segurados vinculados ao regime 
em dois grupos distintos, cada um pertencente a um fundo de previdência específico, 
os quais são denominados: Fundo em Repartição (anteriormente, a Portaria MPS nº 
403, de 2008, denominava de Plano Financeiro); e Fundo em Capitalização 
(anteriormente denominado de Plano Previdenciário). 
 
4.7. Observância do caráter Contributivo: 
 
As Reformas de 1998 e 2003 permitiram superar completamente a noção de que 
a aposentadoria dos servidores públicos era apenas uma extensão de sua relação de 
trabalho, estabelecendo o vínculo contributivo, mediante participação conjunta e 
solidária dos servidores e dos entes federativos, como requisito indispensável para a 
sua concessão. 
 
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Os regimes de previdência dos servidores públicos passaram a estar sujeitos a 
princípios que a Constituição de 1988 desde o seu texto original estabelecera para o 
sistema de Seguridade Social, tais como a solidariedade e a equidade no seu custeio, 
com a distribuição dos encargos (contribuições) entre o trabalhador (servidor) e seu 
empregador (o Poder Público, de forma direta, e a sociedade, de forma indireta, por 
meio da arrecadação dos tributos em geral). 
 
 
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5. Gestão Atuarial 
 
5.1. CONCEITOS DE ATUÁRIA 
 
Conforme os especialistas as Ciências Atuariais ou Atuária, é a ciência que 
analisa e faz a gestão dos riscos e expectativas futuras de natureza econômica, 
financeira e biométrica para promover proteção social. A Atuária se utiliza de várias 
ferramentas para descrever os fenômenos ditos “incertos” tais como: teorias 
econômicas, modelos matemáticos, probabilísticos e estatísticos. 
Portanto, a ciência atuarial é um campo de conhecimento multidisciplinar. 
 A ciência atuarial como uma ciência real começou na Inglaterra no século XIX. 
O primeiro estudo envolveu o estudo da mortalidade populacional, especificamente 
no que diz respeito ao cálculo da esperança de vida e seu impacto na concessão de 
aposentadorias e pensões. 
 A partir do início do século XX, a aplicabilidade da teoria dos processos 
estocásticos1,que serviam de base para as operações de seguros, ganharam 
sofisticação e, ao mesmo tempo, expandiram sua abrangência para outras áreas de 
conhecimento como Contabilidade, Matemática, Economia, Finanças, Direito e claro, 
Estatística. 
A atuária divide-se em dois principais ramos: (i) vida, e (ii) não-vida. 
❖ O primeiro envolve os seguros de pessoas, dimensionados, no longo prazo, 
como invalidez precoce, morte precoce, aposentadoria, pensões e saúde. 
❖ Já o segundo envolve risco dos ativos físicos ou financeiros, para patrimônio 
das pessoas e das empresas. 
 
 
1 Em teoria probabilística, o padrão estocástico é aquele cujo estado é indeterminado, com origem em eventos aleatórios. Por exemplo, o 
lançar de dados resulta num processo estocástico, pois qualquer uma das 6 faces do dado tem iguais probabilidades de ficar para cima após 
o arremesso. Assim, qualquer sistema ou processo analisado usando a teoria probabilística é estocástico, ao menos em parte. 
 
 
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Portanto, a ciência atuarial visa estudar as consequências de determinados 
eventos envolvendo risco e incerteza. É responsável por validar, verificar e facilitar a 
gestão de resultados, que integra os custos e benefícios dos eventos. 
Uma das obrigações do próprio regime previdenciário é o cálculo atuarial, que 
nada mais é do que uma avaliação atuarial desenvolvida por atuário com base nas 
características biométricas, demográficas e econômicas do RPPS segurado para 
verificar se os recursos existentes são suficientes para garantir o pagamento aos seus 
segurados, ou seja, o cálculo atuarial é o ponto de partida para a gestão 
previdenciária, assegurando se o regime encontre-se em equilíbrio financeiro e 
atuarial e se haverá solvência do Regime Próprio de Previdência Social no futuro. 
 
5.2. DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DE AVALIAÇÃO ATUARIAL (DRAA) 
O Demonstrativo de Resultado da Avaliação Atuarial (DRAA) é um documento 
elaborado em conformidade com os atos normativos da Secretaria de Previdência do 
Ministério da Fazenda, exclusivo de cada RPPS, que demonstra, de forma resumida, 
as características gerais do plano de benefícios, da massa segurada pelo plano e os 
principais resultados da avaliação atuarial2. 
O DRAA está previsto na Portaria 403 de 10 de dezembro de 2008, artigo 2º, 
Inciso VIII 
VIII - Demonstrativo de Resultado da Avaliação Atuarial - DRAA: 
documento exclusivo de cada RPPS que registra de forma 
resumida as características gerais do plano e os principais 
resultados da avaliação atuarial; 
O DRAA deve ser encaminhado à Secretaria de Previdência e deve ser 
precedido da NTA que fundamenta a avaliação atuarial3. 
No instante do preenchimento e envio do DRAA, será gerado um comprovante 
no qual os responsáveis pela gestão do RPPS atestarão a veracidade e 
correspondênciaentre as informações contidas no DRAA com aquelas constantes do 
 
2 Anexo dos Conceitos da Portaria MF no. 464/18 
3 Art. 69 da Portaria MF no. 464/18 
 
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Relatório da Avaliação Atuarial e dos fluxos atuariais. Os responsáveis que devem 
atestar a veracidade do DRAA são: 
I - o representante legal do ente federativo; 
II - o dirigente da unidade gestora do RPPS; 
III - o representante do conselho deliberativo do RPPS; e 
IV - o atuário responsável pela avaliação atuarial. 
 
Os entes federativos que colocaram o RPPS em extinção, ou os que possuem 
RPPS mas mantêm massa de beneficiários sob responsabilidade financeira do 
Tesouro, relativamente a essa massa, deverão encaminhar o DRAA de forma 
simplificada, nos termos definidos pela Secretaria de Previdência. 
 As principais informações para o preenchimento do DRAA: hipóteses, 
estatísticas da população coberta, resultados etc. são encontradas na Avaliação 
Atuarial. A Avaliação Atuarial é o documento anual elaborado pelo atuário que serve 
de base para o Plano de Financiamento e Gestão de cada RPPS. 
 
5.3. NORMAS APLICÁVEIS ÀS AVALIAÇÕES ATUARIAIS DOS RPPS 
 
As regras aplicáveis à avaliação e reavaliação atuarial do RPPS estão contidas 
na Constituição Federal e demais dispositivos que estabelecem os parâmetros para a 
administração dos regimes de previdência dos servidores públicos que ocupam 
cargos ativos na União, Estados, Distrito Federal e Municípios Federais. 
 
5.3.1. Constituição Federal 
 O princípio básico do sistema previdenciário dos servidores públicos é o 
Equilíbrio Financeiro e Atuarial, previsto no artigo 40 da Constituição Federal, no qual 
descreve os parâmetros básicos para os RPPS. 
Art. 40. O regime próprio de previdência social dos 
servidores titulares de cargos efetivos terá caráter 
contributivo e solidário, mediante contribuição do 
respectivo ente federativo, de servidores ativos, de 
 
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aposentados e de pensionistas, observados 
critérios que preservem o equilíbrio financeiro e 
atuarial. (grifo nosso) 
 
A Constituição estabelece os princípios básicos, e os demais dispositivos 
infraconstitucionais e infralegais (leis, decretos, portarias, orientações normativas etc.) 
dispõem sobre os parâmetros e critérios específicos para regulação do sistema. 
 
5.3.2. Lei 9.717 de 27 de Novembro de 1998 
A Lei nº 9.717, de 27 de novembro de 1998, possui apenas 11 artigos, que 
estabelecem regras gerais para a organização e funcionamento do sistema 
previdenciário dos servidores públicos federal, estadual, federal e municipal. e Distrito 
Federal. 
 
Art. 1º Os regimes próprios de previdência social dos 
servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios, dos militares dos Estados e do Distrito 
Federal deverão ser organizados, baseados em normas 
gerais de contabilidade e atuária, de modo a garantir o seu 
equilíbrio financeiro e atuarial, observados os seguintes 
critérios: 
I - realização de avaliação atuarial inicial e em cada 
balanço utilizando-se parâmetros gerais, para a organização 
e revisão do plano de custeio e benefícios; 
 
5.3.3. Lei 10.887 de 18 de junho de 2004 
 
A Lei 10.887 de 18 de junho de 2004, dispõe sobre a aplicação de disposições 
da Emenda Constitucional nº 41, de 19 de dezembro de 2003, alterou dispositivos das 
 
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Leis nºs 9.717, de 27 de novembro de 1998, 8.213, de 24 de julho de 1991, 9.532, de 
10 de dezembro de 1997, também previu em seu artigo 9º a gestão atuarial dos RPPS. 
Art. 9º A unidade gestora do regime próprio de 
previdência dos servidores, prevista no art. 40, §20 da 
Constituição Federal: 
... 
III - disponibilizará ao público, inclusive por meio de 
rede pública de transmissão de dados, informações 
atualizadas sobre as receitas e despesas do respectivo 
regime, bem como os critérios e parâmetros adotados 
para garantir o seu equilíbrio financeiro e atuarial. 
 
5.3.4. Portaria 204 de 10 de julho de 2008 
A Portaria 204 de 10 de julho de 2008, que dispõe sobre as exigências da 
Secretaria de Previdência Social para a emissão do Certificado de Regularidade 
Previdenciária – CRP para os entes que possuem RPPS. Também obriga a 
observância do equilíbrio financeiro e atuarial e o encaminhamento do DRAA à 
Secretaria de Previdência. 
Art. 5o A SPS, quando da emissão do CRP, 
examinará o cumprimento, pelos Estados, Distrito 
Federal e Municípios, dos critérios e das exigências 
abaixo relativas aos Regimes Próprios de 
Previdência Social - RPPS: 
.... 
II - observância do equilíbrio financeiro e atuarial, 
correspondente à implementação, em lei, atendidos 
os parâmetros estabelecidos pelas Normas de 
Atuária aplicáveis aos RPPS, do que segue: 
... 
XVI - encaminhamento à Secretaria de Previdência, 
dos seguintes documentos e informações: 
 
Página | 68 
 
(Redação dada pela Portaria MF no 333, de 
11/07/2017) 
b) Demonstrativo de Resultado da Avaliação Atuarial 
- DRAA; 
 
5.3.5. Portaria 402 de 10 de dezembro de 2008 
A Portaria nº 402, de 10 de dezembro de 2008, estabelece os parâmetros e 
diretrizes gerais para a organização e funcionamento do regime previdenciário dos 
servidores que exercem cargos efetivos nos governos federal, estadual, distrital e 
municipal, nos termos da Lei nº 9.717. 1998 e 2004 Nos. 10.887. 
Art. 8o Ao RPPS deverá ser garantido o equilíbrio 
financeiro e atuarial em conformidade com a 
avaliação atuarial inicial e as reavaliações 
realizadas em cada exercício financeiro para a 
organização e revisão do plano de custeio e de 
benefício. 
Art. 9o A avaliação atuarial do RPPS deverá 
observar os parâmetros estabelecidos nas Normas 
de Atuária aplicáveis aos RPPS definidas pelo MPS. 
 
5.3.6. Portaria 403 de 10 de Dezembro de 2008 
 A Portaria 403 de 10 de dezembro de 2008 dispõe sobre as normas aplicáveis 
às avaliações e reavaliações atuariais dos Regimes Próprios de Previdência Social - 
RPPS da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, define parâmetros 
para a segregação da massa. 
 
5.4. PORTARIA 464/2018 
A Portaria MF no. 464 de 19 de novembro de 2018 dispõe sobre as normas 
aplicáveis às avaliações atuariais dos regimes próprios de previdência social - RPPS 
 
Página | 69 
 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e estabelece parâmetros 
para a definição do plano de custeio e o equacionamento do déficit atuarial. 
 Art. 1o A União, os Estados, o Distrito Federal 
e os Municípios deverão observar, no 
dimensionamento dos compromissos do plano de 
benefícios e no estabelecimento do plano de custeio 
dos regimes próprios de previdência social - RPPS, 
instituídos conforme Lei no 9.717, de 27 de 
novembro de 1998, os parâmetros técnico-atuariais 
previstos nesta Portaria, para assegurar a 
transparência, solvência, liquidez e a observância do 
equilíbrio financeiro e atuarial previsto no art. 40 da 
Constituição Federal, no art. 69 da Lei 
Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, e no 
art. 1o da Lei no 9.717, de 1998. 
§ 1o Os parâmetros de que trata o caput incluem os 
regimes financeiros aplicáveis por tipo de benefício, 
as hipóteses, premissas, metodologias e critérios 
atuariais, os requisitos para definição da qualidade 
da base cadastral, a apuração dos custos e do 
resultado atuarial e a definição e revisão dos planos 
de custeio e de equacionamento de déficit atuarial. 
§ 2o O ente federativo deverá garantir diretamente a 
totalidade dos riscos cobertos no plano de 
benefícios, preservando o equilíbrio financeiro e 
atuarial do RPPS, sendo responsável, nos termos da 
Lei no 9.717, de 1998, pela cobertura de eventuais 
insuficiências financeiras do respectivo regime 
próprio, decorrentes do pagamento de benefícios 
previdenciários. 
 
Página | 70 
 
A Portaria 464/18 deu especial atenção à gestãoatuarial como fundamental para 
garantir a solvência e liquidez do plano de benefícios, incentivando a adoção de 
medidas para melhorar a gestão dos ativos e passivos do RPPS e fortalecendo a 
participação dos conselhos deliberativo e fiscal em seu acompanhamento. 
Entre as medidas visando a melhoria da gestão atuarial estão4: 
 I – definição, acompanhamento e controle das bases normativa, cadastral e técnica 
e dos resultados da avaliação atuarial; 
II – estabelecimento do plano de custeio e do equacionamento do déficit; 
III - ações relacionadas à concessão, manutenção e pagamento dos benefícios; 
IV - políticas de gestão de pessoal que contribuam para assegurar a transparência, 
solvência, liquidez e equilíbrio econômico, financeiro e atuarial do plano de benefícios 
do RPPS; 
V – implementação de um plano para identificação, controle e tratamento dos riscos 
atuariais; 
VI - contínuo acompanhamento do equilíbrio entre os compromissos do plano de 
benefícios e os respectivos ativos garantidores; e 
VII - verificação da evolução das provisões matemáticas. 
 Deverá ser elaborada nova avaliação atuarial no período compreendido entre 
as duas avaliações atuarias anuais, caso seja verificada a ocorrência de fato relevante 
para a deterioração da situação financeira e atuarial do RPPS ou em decorrência de 
alteração de disposições do seu plano de benefícios. 
 Cumpre anotar que, em caso de legislação do ente federativo publicada 
posteriormente à data de elaboração da avaliação atuarial anual que altere a 
estruturação atuarial ou o plano de custeio do RPPS e que não tenha sido considerada 
nessa avaliação, deverá ser elaborado novo estudo atuarial e reencaminhado o DRAA 
e demais documentos, que somente serão considerados aptos para regularidade do 
equilíbrio financeiro e atuarial após análise da Secretaria de Previdência. 
 
4 Arts. 73 a 76 da Portaria 464/18. 
 
Página | 71 
 
 Se por ventura ocorrer a alteração legal relacionada à estrutura funcional e 
remuneratória dos segurados ativos do RPPS, à ampliação e reformulação dos 
quadros existentes e às demais políticas de pessoal do ente federativo que possam 
provocar a majoração potencial dos benefícios do regime próprio, a unidade gestora, 
a partir de estudo técnico elaborado por atuário legalmente habilitado, acompanhado 
das premissas e metodologia de cálculo utilizadas, deverá demonstrar a estimativa do 
seu impacto para o equilíbrio financeiro e atuarial do RPPS. 
Caso aconteça a situação acima, o ente federativo deverá prever fontes de 
custeio e adotar medidas para o equacionamento do déficit se a alteração agravar a 
situação de desequilíbrio financeiro ou atuarial do RPPS. 
 Ambos, tanto o ente federativo quanto a unidade gestora do RPPS poderão 
realizar auditorias atuariais periódicas, por atuário legalmente habilitado, para verificar 
e avaliar a coerência e a consistência das avaliações atuariais, atendidas as 
disposições legais e as determinações dos conselhos deliberativo ou fiscal do RPPS. 
Ressaltando que, os entes federativos que implementaram planos de 
amortização anteriores à vigência da Portaria 464/18, poderão repactuar o 
equacionamento dos déficits atuariais nas novas condições estabelecidas, conforme 
instrução normativa da Secretaria de Previdência. 
Os entes federativos que efetuaram, até 31 de maio de 2018, a revisão da 
segregação de massa, sem aprovação da Secretaria de Previdência poderão 
apresentar para sua análise e parecer, plano de adequação com a constituição de 
submassas, constituição de fundos ou outros arranjos atuariais, na forma do art. 61 
da Portaria 464/18. 
 
5.5. AVALIAÇÃO ATUARIAL ANUAL 
O Relatório da avaliação atuarial é um documento elaborado por atuário 
legalmente habilitado que apresenta os resultados do estudo técnico desenvolvido, 
baseado na Nota Técnica Atuarial e demais bases técnicas, com o objetivo principal 
 
Página | 72 
 
de estabelecer, de forma suficiente e adequada, os recursos necessários para a 
garantia do equilíbrio financeiro e atuarial do plano de previdência5. 
De acordo com o artigo 70 da Portaria MF 464/18, o Relatório da Avaliação 
Atuarial deverá observar a estrutura e os elementos mínimos do modelo aprovado 
pela IN SPREV no. 08 de 21 de dezembro de 2018, conter o Parecer Atuarial e ser 
assinado pelo atuário responsável pela avaliação. 
Além das demais informações previstas na Portaria MF 464/18, o Relatório da 
Avaliação Atuarial deverá conter: 
I - a descrição da base de dados e a certificação do nível de sua adequação; 
II - a descrição das hipóteses atuariais e os fundamentos da sua utilização e, se for o 
caso, a análise de sensibilidade do resultado à alteração das principais hipóteses 
utilizadas na avaliação atuarial; 
III - a demonstração dos resultados e análises das projeções atuariais; 
IV - informações circunstanciadas sobre a situação atuarial do plano de benefícios dos 
RPPS, dispondo, quando for o caso, sobre as principais causas do superávit ou do 
déficit apontado; 
V - a definição do plano de custeio de equilíbrio do RPPS, e, em decorrência, os 
valores dos custos normal e suplementar e dos compromissos do plano de benefícios, 
indicando, se for o caso, a necessidade de revisão do plano vigente; 
VI - a indicação, dentre aquelas previstas na legislação aplicável, das medidas para o 
equacionamento de déficit e para a busca e manutenção do equilíbrio financeiro e 
atuarial, demonstrando os cenários e os seus impactos; 
VII - a recomendação da medida a ser adotada pelo ente federativo para o 
equacionamento de déficit e das demais ações que deverão pautar a busca da 
sustentabilidade de longo prazo do RPPS; 
VIII - a evidenciação dos custos e compromissos do plano de benefícios do RPPS 
para as massas de que tratam os §§ 1º e 4º do art. 10, se for o caso; 
IX - a análise comparativa entre os resultados das três últimas avaliações atuariais, 
indicando as maiores alterações e os prováveis motivos; 
X - informações repassadas pela unidade gestora do RPPS relativas a: 
 
5 Anexo de Conceitos da Portaria MF no.464/18 
 
Página | 73 
 
a) execução do plano de custeio vigente, no decorrer do exercício, no que se refere 
à regularidade do repasse das contribuições normais e suplementares; e 
b) implementação ou não dos planos de custeio e de amortização do déficit 
estabelecidos na última avaliação atuarial realizada e as razões alegadas para sua 
não implementação. 
XI - como anexo, a demonstração dos ganhos e perdas atuariais, na forma disposta 
em instrução normativa da Secretaria de Previdência. 
 O Relatório da Avaliação Atuarial com data foco em 31 de dezembro deverá 
ser anexado, juntamente com nota elaborada pela unidade gestora do RPPS, como 
anexo ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias do exercício seguinte, em 
atendimento à exigência da avaliação da situação financeira e atuarial do RPPS 
prevista no art. 4º, § 2º, inciso IV, "a" da Lei Complementar nº 101, de 2000. 
O conteúdo do Relatório da Avaliação Atuarial poderá ser adequado ao porte e 
perfil de risco atuarial do RPPS, na forma do art. 77 da Portaria MF no. 464/18. 
 
 Os insumos e os resultados das avaliações atuariais devem ser convergentes 
e coerentes entre si, de modo que eventual divergência de informações entre Relatório 
da Avaliação Atuarial, DRAA, Certificado do DRAA, Fluxos de Caixa Atuarial e NTA, 
será́ objeto de notificação ao ente federativo, conforme art. 71 da Portaria MF no 464, 
de 2018, e, enquanto não forem realizadas as devidas correções, será considerado 
que o ente federativo não adotou as medidas para atendimento ao equilíbrio financeiro 
e atuarial6. 
 
5.6. BASE CADASTRAL 
 A avaliação atuarial requer informações atualizadas e consistentes que 
inclua a totalidade dos beneficiários do RPPS, de quaisquer dos poderes, órgãos e 
entidadesdo ente federativo, compreendendo7: 
I - os servidores públicos titulares de cargos efetivos e os servidores estáveis não 
titulares de cargo efetivo; 
 
6 Nota SEI no. 04/2020/COAAT/CGACI/SRPPS/SPREV/SEPRT-ME de 29 de junho de 2020 
7 Art. 39 da Portaria MF no. 464/18 
 
Página | 74 
 
II - os magistrados, ministros e conselheiros dos tribunais de contas e os membros 
do Ministério Público; e 
III - os militares em atividade, em reserva remunerada ou reforma dos Estados e 
do Distrito Federal. 
 A base de dados cadastrais, funcionais e remuneratórios dos beneficiários do 
RPPS a ser utilizada na avaliação atuarial deverá estar posicionada entre setembro e 
dezembro do exercício relativo à avaliação atuarial anual com data focal em 31 de 
dezembro, abrangendo os servidores afastados ou cedidos a outros entes federativos. 
 Todos os poderes, órgãos e entidades do ente federativo devem encaminhar à 
unidade gestora do RPPS as informações dos beneficiários do regime para 
elaboração da avaliação atuarial, ou permitir o seu acesso por meio de sistemas 
informatizados, em tempo hábil para sua análise, correção, processamento e 
apresentação dos resultados. 
 Logo, após o recebimento das informações, a unidade gestora do RPPS deverá 
realizar análise prévia da base de dados e prestar os esclarecimentos necessários 
para que o atuário possa apurar adequadamente os compromissos do plano de 
benefícios. 
 A base de dados utilizada exclusivamente pelo atuário na avaliação atuarial do 
RPPS, incluindo os ajustes estatísticos efetuados às respectivas previsões atuariais 
com base nesta, deve ser encaminhada pelo profissional à unidade gestora do RPPS 
e mantida por 10 (dez) anos de confiabilidade. E segurança. 
 O Relatório da Avaliação Atuarial deverá descrever a base de dados dos 
beneficiários explicitando: 
I - se foram apresentadas todas as informações necessárias para o correto 
dimensionamento dos custos e compromissos do plano de benefícios do RPPS; 
II - a análise da qualidade dos dados, destacando sua atualização, amplitude e 
consistência; 
III - as premissas adotadas para o ajuste técnico dos dados que não atendem aos 
atributos previstos no inciso II, sempre numa perspectiva conservadora quanto aos 
impactos na diminuição das obrigações do RPPS; e 
 
Página | 75 
 
IV - as providências adotadas pelo ente federativo e pela unidade gestora do RPPS 
para a adequação da base de dados disponibilizada para a avaliação que foi objeto 
dos ajustes mencionados no relatório da avaliação atuarial do exercício anterior. 
 Ressaltando que, os arquivos contendo a base de dados utilizada na avaliação 
atuarial do RPPS deverão ser encaminhados à Secretaria de Previdência conforme a 
estrutura e os elementos mínimos do modelo aprovado em instrução normativa.8 
 Os prazos para envio do cadastro de beneficiários do RPPS serão 
determinados em portaria normativa emitida pela Secretaria da Previdência Social, 
podendo ser observados padrões de acordo com o porte e perfil atuarial do regime. 
 A base cadastral deve obedecer ao layout especificado pelo Coordenação de 
Acompanhamento Atuarial no site eletrônico da Previdência Social, não podendo ser 
alterada. As informações ausentes devem ser fornecidas por meio de suposições e/ou 
suposições. 
 A não observância do layout ou o envio de dados incompletos ou inconsistentes 
ocasionará a rejeição do envio e a emissão de novas notificações, e, em conformidade 
com o que dispõe o art. 9o da Lei no 9.717/98, poderá́ configurar uma irregularidade, 
por não atendimento ao critério do equilíbrio financeiro e atuarial. 
 
Quadro 1. Resumo dos Exercícios e Leiautes da Base Cadastral 
Exercício Leiaute da Base de Dados Orientações 
2019 O mesmo aplicado para as 
avaliações atuariais de 2018 
Página eletrônica da Secretaria 
Especial de Previdência e 
Trabalho 
2020 O mesmo aplicado para as 
avaliações atuariais de 2018 
Página eletrônica da Secretaria 
Especial de Previdência e 
Trabalho 
2021 Instrução Normativa no. 01 de 
2018 
Página eletrônica da Secretaria 
Especial de Previdência e 
Trabalho 
 
8 Até a edição desse módulo os elementos estão contidos na IN no. 1 de 21 de dezembro de 2018. 
 
Página | 76 
 
Fonte: Portaria MF 464/2018 
 
5.7. PLANO DE CUSTEIO PROPOSTO NA AVALIAÇÃO ATUARIAL 
 
 A avaliação atuarial indicará o valor de custo do plano de benefícios do RPPS, 
compromissos futuros, necessidades de custeio e resultados atuariais. 
 No mínimo, os seguintes pontos devem ser considerados antes de calcular os 
resultados do plano de benefícios do RPPS: 
I - a satisfação das exigências regulamentares relativas ao custeio do plano, mediante 
o uso de modelos e critérios consistentes (normas gerais de organização e 
funcionamento do RPPS); 
II - os riscos que possam comprometer a solvência e liquidez do plano de benefícios; 
III - a adequada precificação dos ativos garantidores do plano de benefícios; e 
IV - o correto provisionamento das contingências passivas imputáveis ao plano de 
benefícios, observados os princípios contábeis e as normas legais vigentes. 
 
5.7.1. Ativos Garantidores dos compromissos 
Poderão ser considerados como ativos garantidores dos compromissos do plano 
de benefícios do RPPS9: 
I - os valores dos recursos de que trata o art. 3º da Resolução do Conselho Monetário 
Nacional - CMN nº 3.922, de 25 de novembro de 2010, desde que: 
a) destacados contabilmente como investimentos; 
b) mensurados adequadamente, conforme normas de contabilidade aplicáveis ao 
Setor Público; 
c) aplicados em cumprimento aos limites, requisitos e vedações ali estabelecidos; e 
d) em caso de bens, direitos e demais ativos vinculados ao RPPS, desde que 
atendidos, no mínimo, os parâmetros previstos no art. 62 desta Portaria. 
 
9 Art. 46 da Portaria. 464/18. 
 
Página | 77 
 
II - os valores dos créditos a receber reconhecidos nas demonstrações contábeis do 
RPPS, exigindo-se, em relação aos créditos a receber do ente federativo, que: 
a) estejam por ele devidamente reconhecidos e contabilizados como dívida fundada 
com a unidade gestora do RPPS; e 
b) tenham sido objeto de termo de acordo de parcelamento celebrado entre ele e a 
unidade gestora do RPPS e tenha sido esse acordo encaminhado à Secretaria de 
Previdência, até a data focal da avaliação atuarial, por meio do Sistema de 
Informações dos Regimes Públicos de Previdência Social - CADPREV. 
 
5.7.2. Custeio do Plano de Benefícios 
 O custeio do plano de benefícios do RPPS dar-se-á por meio de10: 
I. contribuições a cargo do ente federativo e dos segurados ativos, aposentados 
e pensionistas; 
II. repasses do Ente para a cobertura de eventuais insuficiências financeiras do 
regime próprio, decorrentes do pagamento de benefícios previdenciários (§2º 
do art. 1º da Portaria 464/18). 
III. Repasses para cobertura da insuficiência financeira mensal devida pelo ente 
federativo ao Fundo em Repartição (parágrafo único do art. 59 da Portaria 
464/18). 
IV. Independentemente da forma de estruturação do RPPS, as eventuais 
insuficiências financeiras para o pagamento dos benefícios previstos no Plano 
de Benefícios são, nos termos das normas gerais de organização e 
funcionamento desses regimes, de responsabilidade orçamentária do 
respectivo ente federativo (art. 78 da Portaria 464/18). 
V. outras receitas destinadas ao RPPS, observadas as normas gerais de 
organização e funcionamento desses regimes. 
 
As contribuições, na forma de alíquotas ou aportes, e repasses financeiros a 
cargo do ente federativo deverão abranger todos os poderes, órgãos e entidades que 
possuem beneficiários do RPPS. 
 
10 Art. 47 da Portaria 464/18. 
 
Página | 78 
 
 
Ressaltando que, poderão ser diferenciadas por massa desegurados sujeita a 
critérios legais de elegibilidade específicos, desde que assegurada a equidade no 
financiamento do RPPS e demonstrado que o plano de custeio financia integralmente 
o custo total apurado na avaliação atuarial. 
 
5.7.3. Os Prazos para Implementação do Plano de Custeio 
O plano de custeio apresentando na avaliação atuarial com data focal em 31 de 
dezembro de cada exercício que indicar a necessidade de aumento das contribuições, 
implementado mediante lei do ente federativo editada, publicada e encaminhada à 
Secretaria de Previdência e ser exigível até 31 de dezembro do exercício 
subsequente, observará o seguinte: 
 I - o ente federativo deverá atentar para os prazos relativos ao processo legal 
orçamentário; e 
 II - em caso de majoração das alíquotas relativas aos segurados ativos, 
aposentados e pensionistas, a lei deverá ser publicada em prazo compatível para 
observância do previsto no § 6º do art. 195 da Constituição Federal. 
A legislação do RPPS deve prever: 
I - prazo para repasse das contribuições, normal ou suplementar, na forma 
de alíquotas ou aportes, até uma data do mês subsequente ao da competência da 
folha de pagamento dos segurados ativos, aposentados e pensionistas; e 
II - aplicação, em caso de inadimplemento do repasse, de índice oficial de 
atualização e de taxa de juros e previsão de outras medidas e sanções, inclusive, 
multa. 
O plano de custeio estará sujeito à fiscalização permanente do Ente Federativo, 
da unidade gestora do RPPS, dos conselhos deliberativo e fiscal do RPPS, e do 
atuário responsável pela avaliação atuarial. 
 
Página | 79 
 
5.7.4. O Custeio Administrativo 
A avaliação atuarial deverá propor plano de custeio para o financiamento do 
custo administrativo do RPPS11. 
Anota-se que a alíquota de contribuição do plano de custeio do custo 
administrativo (taxa de administração), deverá ser somada àquela destinada à 
cobertura do custo normal dos benefícios e deverá ser corretamente dimensionada, 
de forma a impossibilitar que sejam utilizados para administração do RPPS recursos 
destinados à cobertura do custo normal e do custo suplementar do plano de 
benefícios. 
O custo administrativo também poderá ser suportado por meio de aportes 
preestabelecidos com essa finalidade, por repasses financeiros ou pagamentos 
diretos pelo ente federativo. 
Os recursos utilizados para esse fim devem ser retidos pela unidade 
orçamentária do RPPS por meio de reserva administrativa, separada dos recursos 
destinados ao pagamento de benefícios. Os saldos ao final de cada ano poderão ser 
revertidos para pagamento dos benefícios do RPPS de acordo com as disposições 
legais do ente federado e mediante prévia aprovação do Conselho Fiscal. 
Se houver segregação da massa, deverá ser definida expressamente na 
legislação do ente federativo a forma de custeio e utilização dos recursos da Reserva 
Administrativa para administração dos benefícios do Fundo em Repartição e do Fundo 
em Capitalização. Não existindo previsão legal, o custeio deverá ser repartido, 
igualmente, entre os fundos, independentemente do número de segurados ou 
beneficiários que estejam a eles vinculados. 
Os recursos destinados ao financiamento do custo administrativo do RPPS 
deverão ser objeto de contínuo acompanhamento por parte do ente federativo, da 
unidade gestora do RPPS, dos conselhos deliberativo e fiscal do RPPS, que deverão 
zelar pela utilização dos recursos segundo os parâmetros gerais e observados os 
princípios que regem a Administração Pública. 
 
11 Art. 51 da Portaria 464/18. 
 
Página | 80 
 
5.8. EQUACIONAMENTO DO DEFICIT ATUARIAL 
 
Caso a avaliação atuarial no final do ano identifique um déficit atuarial, medidas 
devem ser tomadas para solucioná-lo. O relatório de avaliação atuarial é baseado em 
estudo específico da situação econômico-financeira e atuarial do RPPS e deve 
identificar as principais causas dos déficits atuariais por meio de balanços atuariais de 
lucros e perdas, propor possíveis cenários e suas equações e suas implicações e 
propor soluções para ser implementados pelos entes federativos na forma da lei. 
O equacionamento do déficit atuarial poderá consistir12: 
I - em plano de amortização com contribuição suplementar, na forma de alíquotas ou 
aportes mensais com valores preestabelecidos; 
II - em segregação da massa; e 
III - complementarmente, em: 
a) aporte de bens, direitos e ativos; 
b) aperfeiçoamento da legislação do RPPS e dos processos relativos à concessão, 
manutenção e pagamento dos benefícios; e 
c) adoção de medidas que visem à melhoria da gestão integrada dos ativos e passivos 
do RPPS e da identificação e controle dos riscos atuariais do regime. 
Uma proposta de programa de equacionamento de déficit é considerada 
implementada somente quando a lei do ente federado for estabelecida. 
 
5.8.1. Equacionamento por plano de amortização 
O plano de amortização deve ser estabelecido em lei do ente federativo e deverá 
observar os seguintes critérios13: 
I - cobrir os custos de todos os benefícios do RPPS, inclusive o financiamento do custo 
administrativo; 
 
12 Art. 53 da Portaria 464/18. 
13 Arts. 48 e 52 da Portaria 464/18. 
 
Página | 81 
 
II - demonstrar que possui viabilidade orçamentária, financeira e fiscal atendendo aos 
limites de gastos com pessoal impostos pela Lei Complementar nº 101, de 2000. 
III - consistir o plano de amortização do déficit atuarial no estabelecimento de alíquota 
de contribuição suplementar ou em aportes mensais cujos valores sejam 
preestabelecidos; 
IV - quando instituído na forma de alíquotas, ter a remuneração de contribuição dos 
segurados ativos como base de cálculo das contribuições do ente federativo, normal 
e suplementar; 
V - as contribuições, normal ou suplementar, a cargo do ente federativo poderão ser 
diferenciadas por massa de segurados sujeita a critérios legais de elegibilidade 
específicos, desde que assegurada a equidade no financiamento do RPPS e 
demonstrado que o plano de custeio financia integralmente o custo total apurado na 
avaliação atuarial14; 
VI - em caso de segregação da massa, a contribuição a cargo do ente poderá ser 
diferenciada por Fundo em Repartição e Fundo em Capitalização, considerando a 
necessidade de observância do equilíbrio financeiro e atuarial do RPPS; 
VII - sua revisão, com redução das contribuições, na forma de alíquotas ou aportes, 
deverá observar os critérios prudenciais estabelecidos no art. 65 da Portaria 464/18; 
VIII - garantir a solvência e liquidez do plano de benefícios, mantendo nível de 
arrecadação de contribuições e acumulação de reservas compatível com as suas 
obrigações futuras, a serem demonstrados por meio dos fluxos atuariais; 
IX - que o montante de contribuição no exercício, na forma de alíquotas ou aportes, 
seja superior ao montante anual de juros do saldo do déficit atuarial do exercício; 
X - que seja adotado plano que proporcione menor custo total, compatível com a 
capacidade orçamentária, financeira e fiscal do ente federativo; 
XI - não poderá prever diferimento para início da exigibilidade das contribuições; e 
 
14 Nesse caso, o plano de amortização deverá identificar todas as alíquotas e aportes e respectivos 
períodos de exigência por meio de tabela, além de conter os prazos para repasse, não se admitindo 
a simples menção a percentuais. 
 
Página | 82 
 
XII- contemplar as alíquotas e valores dos aportes para todo o período do plano. 
O plano de amortização será apresentado à Secretaria de Previdência na forma 
estabelecida por esse órgão em instrução normativa e deverá ser objeto de contínuo 
acompanhamento. 
O ente federativo deverá selecionar por uma das espécies de planos de 
amortização definidas na instrução normativa devendo constar, do Relatórioda 
Avaliação Atuarial, em caso de modificação da modelagem adotada, a justificativa 
técnica para a alteração, com a demonstração dos seus impactos para o nível de 
solvência do RPPS. 
 
5.8.2. Equacionamento pela segregação da massa 
 
 A segregação qualitativa dos beneficiários do RPPS pode ser implementada, 
dividida entre fundos em repartição e fundos capitalizados para suprir o déficit do 
sistema, obedecendo aos seguintes parâmetros15: 
I - atendimento aos princípios da eficiência e economicidade na alocação dos 
recursos financeiros do regime e na composição das submassas; 
II - o Fundo em Repartição será constituído por um grupo fechado em extinção, 
sendo vedado o ingresso de novos segurados, os quais deverão ser alocados no 
Fundo em Capitalização; 
III - para a definição da composição da submassa do Fundo em Capitalização, 
deverá ser considerado que a esse fundo serão vinculados os saldos de todos os 
recursos financeiros do RPPS acumulados anteriormente à implementação da 
segregação, para fazer frente aos compromissos desse grupo; e 
IV - não se estabeleçam datas futuras para a composição da submassa do Fundo 
em Capitalização, à exceção, no que se refere ao parâmetro relativo ao ingresso 
de segurados ativos no ente federativo, do prazo previsto no art. 49 ou do início do 
funcionamento do Regime de Previdência Complementar cujo pedido tenha sido 
protocolado junto ao órgão federal competente dentro daquele prazo, conforme 
comprovação apresentada à Secretaria de Previdência. 
 
15 Art. 56 da Portaria 464/18. 
 
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 Não devem ser utilizados outros modelos de agrupamentos ou 
desmembramentos de massas além dos já descritos no artigo 56 da Portaria 464/18 
exceto quando o porte e perfil do regime próprio permitir outra forma de modelagem, 
desde que seja aprovada previamente pela Secretaria de Previdência, tenha sido 
apreciada pelo conselho deliberativo do RPPS e demonstre a adoção de medidas que 
visem assegurar o equilíbrio financeiro e atuarial do sistema. 
A segregação da massa deve ser objeto de monitoramento e avaliação contínuos 
de suas implicações orçamentárias, financeiras e fiscais e medidas para reduzir o risco 
de descumprimento de planos de custeio e contribuição: 
- pelo Ente Federativo; 
 - pela Unidade Gestora do RPPS; 
- pelos conselhos deliberativo e fiscal do RPPS; e 
- pelo atuário responsável pela avaliação atuarial. 
 
5.9. APORTE DE BENS, DIREITOS E DEMAIS ATIVOS AO RPPS 
Em adição ao equacionamento do déficit por plano de amortização ou 
segregação da massa, poderão ser aportados ao RPPS bens, direitos e demais ativos 
de qualquer natureza para constituição dos fundos garantidores do plano de 
benefícios16 , observando, no mínimo, além das normas legais e regulamentares 
relativas à matéria, os seguintes parâmetros: 
I - ser precedido de estudo técnico e processo transparente de avaliação 
e análise de viabilidade econômico-financeira; 
II - observar a compatibilidade desses ativos com os prazos e taxas das 
obrigações presentes e futuras do RPPS; 
III - ser aprovado pelo conselho deliberativo do RPPS; 
 
16 Art. 62 da Portaria 464/18, art. 249 da CF e art. 6º. da Lei 9.717/98 
 
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IV - serem disponibilizados pela unidade gestora, aos beneficiários do 
RPPS, o estudo e o processo de avaliação e análise de sua viabilidade econômico-
financeira; e 
V - ter sido sua vinculação realizada por meio de lei do ente federativo. 
Os bens, direitos e demais ativos poderão ser alocados ao Fundo em Repartição 
ou ao Fundo em Capitalização, sendo vedada utilização de bens, direitos e demais 
ativos para dação em pagamento das obrigações relativas a contribuições vencidas. 
Com relação às contribuições relativas ao plano de amortização do déficit 
vincendas, em caso de aporte de bens, direitos e demais ativos, já reconhecidos 
contábil e juridicamente como ativos garantidores do plano de benefícios do RPPS e 
que ensejem a alteração do plano de amortização, caberá à legislação do ente 
federativo disciplinar como se dará a substituição das obrigações correspondentes. 
 
De acordo com o art. 9º da Lei nº 9.717/98 e ao artigo 68 da Portaria 464/18 os 
entes federativos deverão encaminhar à Secretaria de Previdência os seguintes 
documentos e informações atuariais relativos ao RPPS: 
I - Nota Técnica Atuarial (NTA); 
II - Demonstrativo de Resultado da Avaliação Atuarial (DRAA); 
III - Fluxos atuariais; 
IV - Base cadastral utilizada na avaliação atuarial; 
V - Relatório da Avaliação Atuarial; 
VI - Demonstrativo de Duração do Passivo; 
VII - Demonstrativo de Viabilidade do Plano de Custeio; e 
VIII - Relatório de Análise das Hipóteses. 
 
 
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6. Gestão de Investimentos dos Recursos Previdenciários 
 
6.1 Legislação Específica dos Investimentos dos RPPS 
6.2. Introdução 
A norma que estabelece as regras para a aplicação dos recursos dos regimes 
próprios de previdencia, instituídos pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, 
são estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional através da Resolução 
4.963/2021 e alterações. 
6.3. Resolução 4.963/2021 
Em seu art. 1º a Resolução 4.963/2021 estabelece que os recursos garantidores 
dos Regimes Próprios de Previdência Social precisam ser aplicados de acordo com 
as indicações definidas na referida Resolução que passou a vigorar em 25/11/2021. 
E já em seu artigo primeiro determina que: 
 
“Os recursos dos regimes próprios de previdência social instituídos pela União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios nos termos da Lei nº 9.717, de 27 de novembro de 1998, 
devem ser aplicados conforme as disposições desta Resolução”. 
 
E continua: na aplicação dos recursos de que trata esta Resolução, os 
responsáveis pela gestão do regime próprio de previdência social devem: 
I. observar os princípios de segurança, rentabilidade, solvência, 
liquidez, motivação, adequação à natureza de suas obrigações e 
transparência; 
II. exercer suas atividades com boa fé, lealdade e diligência; 
III. zelar por elevados padrões éticos; 
IV. adotar regras, procedimentos e controles internos que visem garantir o 
cumprimento de suas obrigações, respeitando a política de 
investimentos estabelecida, observados os segmentos, limites e demais 
requisitos previstos nesta Resolução e os parâmetros estabelecidos nas 
normas gerais de organização e funcionamento desses regimes, em 
regulamentação da Secretaria de Previdência; 
 
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V. realizar com diligência a seleção, o acompanhamento e a avaliação de 
prestadores de serviços contratados; 
VI. realizar o prévio credenciamento, o acompanhamento e a avaliação do 
gestor e do administrador dos fundos de investimento e das demais 
instituições escolhidas para receber as aplicações, observados os 
parâmetros estabelecidos de acordo com o inciso IV. 
Para garantir que as diretrizes estabelecidas na Resolução sejam cumpridas, os 
profissionais a frente da gestão do regime próprio de previdência social e os aqueles 
que participam do processo de tomada de decisão dos investimentos necessitam 
comprovar experiência e conhecimento técnico na gestão de tais recursos, com base 
nos requisitos definidos nas regras que regem esses regimes. 
Os critérios para o credenciamento das instituições de que trata o inciso VI deste 
art. 1º, dentre outros aspectos deve: observar o histórico e a experiência de atuação, 
o volume de recursos sob a gestão e administração da instituição, a solidez 
patrimonial, a exposição a risco reputacional, padrão ético de conduta e aderência da 
rentabilidade a indicadores de desempenho. 
A Resolução 4.963/2021 define os responsáveis pela gestão, os profissionais 
que tomam parte no processo de análise, de assessoria e decisão no que diz respeito 
a aplicação dos recursos dos RPPS e os todos os que atuam no mercadode títulos e 
valores mobiliários e que exerçam a atividade de distribuição, intermediação e 
administração dos ativos aplicados por essas entidades de previdencia. 
Estão inclusos neste rol previstos no § 4º da Resolução 4.963/2021, no limite de 
suas prerrogativas, os gestores, dirigentes e membros dos conselhos e órgãos 
colegiados de deliberação, de fiscalização ou do comitê de investimentos do 
RPPS, os consultores e outros profissionais que participem do processo de 
análise, de assessoramento e decisão sobre a aplicação dos recursos do regimes 
próprios, diretamente ou por intermédio de pessoa jurídica contratada e os agentes 
que participam da distribuição, intermediação e administração dos ativos aplicados 
por esses regimes. 
A unidade gestora da previdencia da União, estados e municípios devem definir 
nitidamente a segregação de responsabilidades de todos os envolvidos no processo 
de análise, avaliação, gerenciamento, assessoria e decisão sobre a aplicação 
 
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dos recursos, incluindo ainda a designação das competências de decisão de cada 
nível. 
O registro de todo o processo decisório de obrigação do regime próprio de 
previdência social seja, por meio digital ou físico. 
O capítulo 1 deste curso e o disposto acima, transcritos da Resolução 
4.963/2021, revelam que ao direcionar os recursos originados nas contribuições do 
ente federativo e dos servidores para aplicações em ativos no mercado financeiro, 
torna-se obrigatório respeitar princípios que visem a proteção de tais recursos. 
 Os profissionais e organizações comprometidos com a gestão dos ativos 
financeiros dos RPPS não somente necessitam se preocupar com o rendimento da 
aplicação financeira, mas também com sua continuidade, uma vez que as obrigações 
previdenciárias devem garantir o pagamento de aposentadorias e pensões não 
apenas no curto, mas também no médio e longo prazo. Desta forma, as ações 
visando a proteção desta poupança devem ser praticadas e mesmo antes de 
selecionar o fundo de investimento ou ativo financeiro e ainda as instituições 
administradoras e gestoras, torna-se imprescindível avaliar se a aplicação está em 
conformidade com o que estabelece a regulamentação em vigor. 
6.4. Alocação dos Recursos 
Os segmentos do mercado financeiro e fundos de investimentos elegíveis a 
receber aportes de regimes próprios de previdência são descritos no Artigo 2º da 
Resolução 4.963/2021. 
Sempre observando os limites e requisitos definidos pelo Resolução 4.963/2021 
e suas alterações, os recursos dos regimes próprios de previdência social devem ser 
aplicados nos segmentos de: 
• renda fixa; 
• renda variável; 
• investimentos no exterior; 
• investimentos estruturados; 
• fundos imobiliários; 
• empréstimos consignados. 
 
 
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Para efeito do que estabelece a Resolução, são considerados investimentos 
estruturados: 
• fundos de investimento classificados como multimercado; 
• fundos de investimento em participações (FIP); e 
• fundos de investimento classificados como "Ações - Mercado de Acesso". 
 
Os fundos de investimento para que possam ser elegíveis a receber aportes dos 
RPPS devem ser registrados na Comissão de Valores Mobiliários - CVM, e os 
investimentos por eles realizados, inclusive por meio de cotas de fundos de 
investimento, devem observar os requisitos dos ativos financeiros estabelecidos na 
Resolução 4.963/2021. 
Os custos decorrentes das aplicações de recursos devem ser analisados pelos 
regimes próprios de previdência social, até mesmo aqueles realizados através dos 
fundos de investimento, e estes custos precisam ser divulgados, incluindo também, a 
contratação de prestadores de serviços. 
 
Recursos e disponibilidades 
Observadas as regras claramente estabelecidas na Resolução 4.369/2021, 
impõem-se aos fundos de investimento os limites de concentração por emissor e por 
tipo de ativo financeiro e demais critérios definidos pela Comissão de Valores 
Mobiliários em regulamentação específica. 
Para efeito do que estabelece a Resolução, são considerados recursos: 
• as disponibilidades oriundas das receitas correntes e de capital; 
• os demais ingressos financeiros auferidos pelo regime próprio de previdência 
social; 
• as aplicações financeiras; 
• os títulos e os valores mobiliários; 
• os ativos vinculados por lei ao regime próprio de previdência social; e 
• demais bens, direitos e ativos com finalidade previdenciária do regime próprio 
de previdência social. 
 
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As disponibilidades financeiras que compõem o patrimônio dos RPPS têm por 
finalidade à constituição das reservas garantidoras dos benefícios devidos aos seus 
segurados e precisam ser registrados e controlados separadamente dos recursos do 
ente federativo e gerenciado, em linha com a política de investimento deliberada e 
com os critérios para credenciamento de instituições e contratações, de forma 
independente. 
Para garantir a separação e independência tratados no § 1º, os recursos do 
regime próprio de previdência social deverão ser vinculados a órgão ou entidade 
gestora do regime ou a fundos previdenciários com inscrição específica no Cadastro 
Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). 
6.6. Política de Investimentos 
A Resolução 4.963/2021, e as que a antecederam, estabelece que os 
profissionais com a responsabilidade de gerir os recursos financeiros dos regimes 
próprios, no ano anterior ao do exercício a que fizer referência, precisarão elaborar a 
política de investimentos que irá embasar a aplicação dos recursos e terá que 
contemplar, no mínimo: 
I. o modelo de gestão a ser adotado e, se for o caso, os critérios para a 
contratação de pessoas jurídicas autorizadas nos termos da legislação 
em vigor para o exercício profissional de administração de carteiras; 
II. a estratégia de alocação dos recursos entre os diversos segmentos de 
aplicação e as respectivas carteiras de investimentos; 
III. os parâmetros de rentabilidade perseguidos, que deverão buscar 
compatibilidade com o perfil de suas obrigações, tendo em vista a 
necessidade de busca e manutenção do equilíbrio financeiro e atuarial e 
os limites de diversificação e concentração previstos nesta Resolução; 
IV. os limites utilizados para investimentos em títulos e valores mobiliários 
de emissão ou coobrigação de uma mesma pessoa jurídica; 
V. a metodologia, os critérios e as fontes de referência a serem adotados 
para precificação dos ativos de que trata o art. 3º; 
 
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VI. a metodologia e os critérios a serem adotados para análise prévia dos 
riscos dos investimentos, bem como as diretrizes para o seu controle e 
monitoramento; 
VII. a metodologia e os critérios a serem adotados para avaliação e 
acompanhamento do retorno esperado dos investimentos; 
VIII. o plano de contingência, a ser aplicado no exercício seguinte, com as 
medidas a serem adotadas em caso de descumprimento dos limites e 
requisitos previstos nesta Resolução e dos parâmetros estabelecidos 
nas normas gerais dos regimes próprios de previdência social, de 
excessiva exposição a riscos ou de potenciais perdas dos recursos. 
Embasada em critérios técnicos, a política anual de investimentos poderá ser 
revista e alterada durante o período para qual foi elaborada, objetivando seu ajuste ao 
cenário macroeconômico de momento, ao comportamento do mercado ou à nova 
legislação. 
O RPPS deverá, embasado em critérios técnicos, definir as regras para a 
contratação de pessoas jurídicas que prestem serviços de avaliação de 
investimentos em valores mobiliários, e estas necessitam de autorização e registro 
nos termos da regulamentação estabelecida pela Comissão de Valores Mobiliários - 
CVM, com o objetivo de elaboração de recomendações, relatórios de 
acompanhamento e estudos, que auxiliem no processo de formulação da política de 
investimento e de tomada de decisão de investimento. 
A produção, a reavaliaçãoe as informações constantes na política de 
investimentos devem observar os parâmetros estabelecidos no inciso IV do §1º do art. 
1º. 
A política anual de investimentos dos recursos do regime próprio de previdência 
social e suas revisões deverão ser aprovadas pelo órgão superior competente, antes 
de sua implementação. 
A elaboração, a revisão e as informações constantes na política de investimentos 
devem incorporar regras, procedimentos e controles internos que objetivem o 
cumprimento de suas obrigações, respeitando a política de investimentos 
estabelecida, observados os segmentos, limites e demais requisitos previstos nesta 
Resolução e os parâmetros estabelecidos nas normas gerais de organização e 
 
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funcionamento desses regimes, em regulamentação da Secretaria de Previdência do 
Ministério da Economia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Visando garantir conformidade, citada no quadro acima, os responsáveis pela 
gestão do regime próprio devem: 
• manter procedimentos e controles internos formalizados para a gestão do 
risco de liquidez das aplicações de forma que os recursos estejam 
disponíveis na data do pagamento dos benefícios e demais obrigações do 
regime; 
• realizar o acompanhamento dos fluxos de pagamentos dos ativos, 
assegurando o cumprimento dos prazos e dos montantes das obrigações do 
regime, independentemente de tratar-se de gestão própria ou por entidade 
autorizada e credenciada. Quando a opção for por gestão terceirizada, os 
responsáveis pela gestão do RPPS deverão observar atentamente o que 
dispõem o art. 22º da Resolução 4.963/2021. 
 
Segmentos de Aplicação e Limites 
Nesta seção, são tratados os limites definidos na Resolução. Assim, são 
consideradas as aplicações de recursos de que tratam os incisos I, II, III e IV do art. 
3º da Resolução 4.963/2021, excluídos os recursos de que tratam os incisos V e VI 
daquele artigo, as disponibilidades financeiras mantidas em conta corrente e as cotas 
de fundos de investimento imobiliário de que trata o § 3º do art. 11. 
As aplicações e a continuidade dos investimentos nos ativos abordados no art. 3º da 
resolução 4.963/2021, deverão observar a compatibilidade dos ativos investidos com os 
prazos, montantes e taxas das obrigações atuariais presentes e futuras do regime próprio 
de previdência social, com o objetivo de manter o equilíbrio econômico-financeiro entre 
ativos e passivos do regime. 
 
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As aplicações e a perenidade dos investimentos nos ativos de que trata o art. 3º 
deverão observar a compatibilidade dos ativos investidos com os prazos, montantes 
e taxas das obrigações atuariais presentes e futuras do regime próprio de previdência 
social, com o objetivo de manter o equilíbrio econômico-financeiro entre ativos e 
passivos do regime. 
Para garantir a compatibilidade de que trata o § 1º, os responsáveis pela gestão 
do regime próprio de previdência social devem: 
I. manter procedimentos e controles internos formalizados para a gestão 
do risco de liquidez das aplicações de forma que os recursos estejam 
disponíveis na data do pagamento dos benefícios e demais obrigações 
do regime; 
II. realizar o acompanhamento dos fluxos de pagamentos dos ativos, 
assegurando o cumprimento dos prazos e dos montantes das 
obrigações do regime, independentemente de tratar-se de gestão 
própria ou por entidade autorizada e credenciada de que trata o art. 21. 
6.7. Segmento de Renda Fixa 
A responsabilidade por administrar os recursos sob sua responsabilidade é 
conferida a todos os envolvidos na gestão das aplicações das reservas garantidoras 
do RPPS. O Conselho Monetário Nacional – CMN, através da Resolução 4.963/2021, 
estipula os limites para a aplicação em ativos de responsabilidade ou coobrigação de 
instituições financeiras e fundos de investimentos. Quando se tratar de aplicação em 
cotas de fundos de investimento, cujas políticas de investimento assumam o 
compromisso de buscar o retorno de qualquer índice ou subíndice praticado pelo 
mercado, sujeitam-se à demonstração, por parte do responsável pela gestão dos 
recursos do RPPS, que a carteira de investimento desses fundos seja aderente ao 
compromisso estabelecido. 
As aplicações dos regimes próprios em fundos de investimento, que mantenham 
em suas respectivas carteiras, unicamente ou não, cotas de outros fundos de 
investimento sujeitam-se à demonstração, por parte do responsável pela gestão dos 
recursos do RPPS, da manutenção, por estes fundos, das mesmas composições, 
limites e garantias exigidos pela Resolução em vigor para os fundos de investimento 
em que foram aplicados diretamente os recursos do RPPS. Ou seja, quando os fundos 
 
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compram cotas de outros fundos, deve-se observar o enquadramento dos fundos, 
onde o fundo adquirido pelo RPPS aplica. Ou seja, um FIC, deve estar aderente as 
mesmas regras de composição de carteira de um fundo de investimento que compra 
ativos financeiros no mercado. 
No art. 7º da Resolução 4.963/2021 estão estabelecidas as regras para a 
aplicação em fundos e ativos financeiros distribuídos no mercado de renda fixa. Por 
renda fixa são compreendidos todo tipo de investimento que tem regras de rendimento 
definidas no momento da aplicação. No momento da aplicação, o investidor já tem o 
conhecimento do prazo em que poderá resgatar os seus recursos e a taxa de 
rendimento ou o índice que será usado para valorizar o dinheiro aplicado. 
Artigo 7º - No segmento de renda fixa, as aplicações dos recursos dos regimes 
próprios de previdência social subordinam-se aos seguintes limites: 
I. até 100% (cem por cento) em: 
a. títulos de emissão do Tesouro Nacional, registrados no Sistema Especial de 
Liquidação e Custódia (SELIC); 
b. cotas de fundos de investimento classificados como renda fixa, conforme 
regulamentação estabelecida pela Comissão de Valores Mobiliários, 
constituídos sob a forma de condomínio aberto, cujos regulamentos determinem 
que seus recursos sejam aplicados exclusivamente em títulos definidos na alínea 
"a", ou compromissadas lastreadas nesses títulos; 
c. cotas de fundos de investimento em índice de mercado de renda fixa, 
negociáveis em bolsa de valores, conforme regulamentação estabelecida pela 
Comissão de Valores Mobiliários, cujos regulamentos determinem que suas 
carteiras sejam compostas exclusivamente em títulos definidos na alínea "a", ou 
compromissadas lastreadas nesses títulos (fundos de índice de renda fixa); 
Nota: com as modificações introduzidas pela Resolução CMN nº 4.695/2018 
deixou de ser exigido que o fundo de investimento constituído sob a forma de 
condomínio aberto, que aplique seus recursos exclusivamente em títulos públicos 
(alínea “a” do mesmo artigo), ou compromissadas lastreadas nesses títulos, e cuja 
política de investimento assegure que o patrimônio líquido não esteja investido em 
ativos que acompanham índice de renda fixa atrelado à taxa de juros de um dia, seja 
fundo referenciado (art. 112 da Instrução CVM nº 555, de 17 de dezembro de 2014). 
 
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Assim, qualquer fundo de renda com carteira representada por 100% de títulos públicos 
ou por operações compromissadas lastreadas nesses títulos será enquadrado na 
alínea “b” do inciso I do art. 7º da Resolução CMN nº 4.963/2021. 
 
II. até 5% (cinco por cento) diretamente em operações compromissadas, 
lastreadas exclusivamente pelos títulos definidos na alínea "a" do inciso I; 
 
III. até 60% (sessenta por cento) no somatório dos seguintes ativos: 
a. cotas de fundos de investimento classificados como renda fixa, conforme 
regulamentação estabelecida pela Comissão de Valores Mobiliários, 
constituídos sob a forma de condomínio aberto (fundos de renda fixa); 
b. cotas de fundos de investimento em índice de mercado de renda fixa, 
negociáveis em bolsa de valores, compostos por ativos financeiros que 
busquem refletir as variações e rentabilidade deíndice de renda fixa, 
conforme regulamentação estabelecida pela Comissão de Valores 
Mobiliários (fundos de índice de renda fixa); 
Comentário: o enquadramento no art. 7º, III, “a”, pressupõem que o fundo deve 
assegurar assim, a composição mínima da carteira prevista na regulamentação da 
CVM. 
No art. III, “b”, trata dos ETF de Renda Fixa que é um fundo negociado em Bolsa 
que busca reproduzir as variações e a rentabilidade, antes de taxas e despesas, de 
índices de renda fixa cujas carteiras teóricas são compostas, majoritariamente, por 
títulos públicos ou títulos privados. Como índice de referência do ETF, admite-se 
qualquer índice de renda fixa reconhecido pela Comissão de Valores Mobiliários - CVM. 
Os índices de renda fixa permitem ao investidor avaliar como um grupo específico 
de ativos se comportou em relação a um outro grupo ou à sua própria carteira de ativos. 
Isso porque os índices são calculados a partir de uma carteira teórica de ativos, criada 
apenas para medir o desempenho desses ativos. 
A emissão e resgate das cotas acontecem através da Bolsa de Valores, que 
caracterizam o mercado primário de um ETF. Os processos de integralização e de 
resgate das cotas permitem que o ETF aumente ou reduza seu patrimônio através da 
emissão de novas cotas ou cancelamento das cotas existentes pelo administrador do 
ETF. 
 
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Tanto na emissão quanto no resgate das cotas deve ser utilizado o valor 
patrimonial apurado no fechamento do dia da solicitação. O valor patrimonial da cota é 
o resultante da divisão do valor do patrimônio líquido do fundo pelo número das cotas 
existentes no encerramento do dia, apurado com base nos mesmos critérios utilizados 
para o cálculo do valor de fechamento do índice de referência. 
Os investidores que desejam investir em um ETF através deste processo no 
mercado primário, devem fazê-lo por meio dos agentes autorizados pelo fundo, que são 
as corretoras ou distribuidoras de títulos e valores mobiliários. 
O processo de integralização das cotas, através de um agente autorizado, requer: 
(i) a entrega da cesta de ativos ao administrador, em troca do lote mínimo das cotas do 
ETF (modelo In Kind); ou (ii) entrega de moeda corrente nacional, em troca do lote 
mínimo das cotas do ETF (modelo In Cash). 
O processo de resgate das cotas, solicitado pelo investidor através de um agente 
autorizado, requer a entrega de pelo menos um lote mínimo de cotas do ETF de Renda 
Fixa ao administrador, em troca (i) da cesta de ativos (modelo In Kind) ou (ii) de moeda 
corrente nacional (modelo In Cash). 
As cotas do ETF são negociadas na B3 S/A de forma semelhante às ações. Ao 
adquirir tais cotas, o investidor, indiretamente, passa a deter todos os títulos de renda 
fixa da carteira teórica do índice de referência, sem ter de comprá-los separadamente 
no mercado. 
Cabe destacar que para aplicar nesta modalidade de fundo é necessário contratar 
uma corretora ou distribuidora que cobrarão uma taxa de corretagem para realizar tanto 
a negociação de compra como a de venda. Desta forma, esse custo deve ser 
ponderado, pois refletirá no retorno do fundo. 
 
IV. Neste inciso, o limite será de até 20% (vinte por cento) diretamente em ativos 
financeiros de renda fixa de emissão com obrigação ou coobrigação de 
instituições financeiras bancárias autorizadas a funcionar pelo Banco Central 
do Brasil, que atendam às condições previstas no inciso I do § 2º do art. 21. 
 
Comentário: ativos financeiros de emissão ou coobrigação de instituições 
financeiras são ativos emitidos ou garantidos por estas instituições, para captação 
própria de recursos ou prestação de garantias para terceiros. Os CDBs, as LCIs, LCAs 
 
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e LCs são tipos de emissões bancárias. Aplicando em um desses ativos, o investidor 
está emprestando dinheiro ao banco e recebe em troca uma remuneração. 
O objetivo da instituição que capta recursos com a emissão desta modalidade 
de investimento varia conforme o objetivo final. Pode ser, por exemplo, para 
financiamento de uma empresa do setor imobiliário (captar através de LCIs) ou do 
agronegócio (captar através de LCAs), por sua vez a emissão de CDB serve para 
captação de recursos para serem emprestados aos clientes tomadores da instituição. 
 
 
 
 
Fundo Garantidor de Créditos - FGC 
O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) é um fundo privada e sem fins lucrativos 
que tem por finalidade a proteção dos investidores que aplicam seu dinheiro em 
instituições financeiras associadas a ele. 
Além dos bancos e financeiras, também são associadas ao FGC: 
• Associações de poupança e empréstimo; 
• Bancos de desenvolvimento; 
• Companhias hipotecárias; 
• Sociedades de crédito, financiamento e investimento; 
• Sociedades de crédito imobiliário. 
O FGC é acionado nos casos de “intervenção e liquidação extrajudicial” e quando 
o Banco Central reconhece o estado de “insolvência” da instituição. 
Isso significa que, se um banco “quebrar”, os clientes que investem em produtos 
financeiros dele não perdem todo o seu dinheiro: o FGC garante a devolução de até 
R$250 mil dos valores investidos. 
Em outras palavras, o que o FGC faz é proteger o patrimônio dos investidores 
do patrimônio das instituições. 
Cabe destacar que o limite para a aplicação em CDB imposto pela Resolução 3.922/10 é 
de R$250.000,00 por instituição financeira, logo, não há risco de perda do principal, caso 
a instituição sofra intervenção do Banco Central ou mesmo venha a pedir falência, pois 
neste caso o FGC garante a aplicação. 
 
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É estabelecido um limite para a cobertura dos valores aplicados de até R$ 250 
mil por instituição financeira para cada CPF do titular do crédito – a pessoa em cujo 
nome o crédito está registrado. 
No caso de contas conjuntas, o valor da garantia é limitado a R$ 250 mil ou ao 
saldo da conta – caso seja inferior a esse limite – dividido pelo número de titulares. 
Agora, cada investidor mantém a proteção de até R$ 250 mil por conta em banco, 
mas tem um teto de cobertura de R$ 1 milhão por CPF ou CNPJ globais durante 4 
anos. 
Resumidamente, cada valor pago ao investidor pelo FGC é iniciado um período 
de 4 anos de “carência”, em que o valor é descontado do teto de R$ 1 milhão. Depois 
desse período, o limite volta a ser de R$ 1 milhão. 
 
V. O limite de 5% previsto no inciso VII do art. 7º é aplicável a cada uma das 
alíneas isoladamente, ou seja, os recursos financeiros do RPPS podem ser 
aplicados em até: 
a) 5% em cotas de classe sênior de fundos de investimento em direitos 
creditórios (FIDC); 
b) 5% em cotas de fundos de investimento classificados como renda fixa 
com sufixo “crédito privado”, constituídos sob a forma de condomínio 
aberto; MAIS 
5% em cotas de fundo de investimento de que trata art. 3º da Lei nº 12.431, de 24 de 
junho de 2011, que disponha em seu regulamento que 85% (oitenta e cinco por cento) 
do patrimônio líquido do fundo seja aplicado em debêntures de que trata o art. 2º da Lei 
nº 12.431, de 2011, observadas as normas da CVM. 
 
6.8. Segmento de Renda Variável e Investimentos Estruturados 
As condições e limites para as aplicações no segmento de renda variável estão 
fixados no art. 8º da Resolução 4.963/2021. Por renda variável pode ser entendido 
qualquer modalidade de investimentos em que não tenha estabelecido o rendimento 
da operação, taxa de correção ou prazo para a devolução do montante aplicado. O 
 
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rendimento pode variar em pouco tempo por influência de diferentes fatores como 
inflação, taxas de juros, câmbio, cenário econômico e político, por exemplo. 
Neste segmento, os limites para aplicação de recursos vão de 0 a 30% do 
patrimônio do regime próprio de previdência. 
Também chamados de fundos de renda variável, devem investir no mínimo 67% 
de seu patrimônio em ações ou outros valores mobiliários relacionados às ações, 
como bônus e recibosde subscrição e certificados de depósito de ações. 
Como seu principal fator de risco é a variação nos preços das ações que 
compõem sua carteira, esse tipo de fundo é mais indicado para investimentos de longo 
prazo e que suportem uma maior exposição a riscos em troca de uma expectativa de 
rentabilidade mais elevada. 
 
a. até 30% (trinta por cento) em cotas de fundos de investimento 
classificados como ações, constituídos sob a forma de condomínio aberto, 
conforme regulamentação estabelecida pela Comissão de Valores 
Mobiliários (fundos de renda variável); 
Comentário: Os fundos que componham as suas carteiras por ativos que tenham 
por objetivo acompanhar ou superar um índice de referência do segmento de renda 
variável ou que prevejam que a composição possa ser por ações que não façam parte 
de nenhum índice da bolsa de valores, deverão ser enquadrados nesse artigo. A 
Resolução CMN nº 4,963/2021, estipula que o seu patrimônio líquido esteja investido 
em ativos compostos por ações, e que atenda à regulamentação da CVM. Portanto, a 
carteira desses fundos deve estar aderente à regulamentação da CVM (art. 115, § 1º, 
da ICVM nº 555/2014), além do previsto na Resolução do CMN, devendo ser investido 
em ativos de renda variável (ações admitidas à negociação em bolsa de valores; bônus 
ou recibos de subscrição e certificados de depósito de ações admitidas à negociação 
em bolsa de valores; cotas de fundos de ações e cotas dos fundos de índice de ações 
negociadas em bolsa de valores; e Brazilian Depositary Receipts classificados como 
nível II e III) que acompanhem o indicador composto por ações, divulgado por bolsa de 
valores. 
 
 
Página | 99 
 
II. até 20% (vinte por cento) em cotas de fundos de investimento em índice de 
mercado de renda variável, negociáveis em bolsa de valores, cujas carteiras sejam 
compostas por ativos financeiros que busquem refletir as variações e rentabilidade de 
índices de renda variável, divulgados ou negociados por bolsa de valores no Brasil, 
conforme regulamentação estabelecida pela Comissão de Valores Mobiliários (fundos 
de índice de renda variável).cotas de fundos de investimento em índice de mercado 
variável, negociáveis em bolsa de valores, cujas carteiras sejam compostas por ativos 
financeiros que busquem refletir as variações e rentabilidade de índices de renda 
variável, conforme regulamentação estabelecida pela CVM (fundos de índice de renda 
variável); 
Comentário: os fundos tratados neste item da Resolução, possuem as mesmas 
características dos observados no segmento de renda fixa, com a diferença de ter que 
refletir o retorno das ações componentes de seu índice de referência. É importante 
destacar, ainda, que os fundos de índice do mercado de ações, diferentemente da 
renda fixa, não refletem apenas a rentabilidade do índice a que está atrelado, mas 
também os riscos inerentes ao segmento. 
 
Princípios Gerais 
Os ativos de emissores privados que façam parte da carteira dos fundos de 
investimento de que tratados no inciso I do artigo 8º aplica-se o previsto no § 6º do 
art. 7º. 
Para fins do disposto no § 1º do artigo, não são considerados ativos financeiros 
as ações, os bônus ou recibos de subscrição, os certificados de depósito de ações, 
as cotas de fundos de ações e as cotas dos fundos de índice de ações negociados 
nos pregões de bolsa de valores. 
Os regimes próprios de previdência social que comprovarem, nos termos do § 
7º do art. 7º, a adoção de melhores práticas de gestão previdenciária terá os limites 
para aplicação nos ativos de que tratam os incisos I e II do caput elevados em 5 (cinco) 
pontos percentuais a cada nível de governança comprovado. 
Os regimes próprios de previdência social que não alcançarem os níveis de 
governança previstos no § 7º do art. 7º subordinam-se aos limites de que tratam os 
incisos do caput deste artigo. 
 
Página | 100 
 
6.9. Segmento de Investimentos no Exterior 
A previsão de aplicação em ativos negociados no exterior foi estabelecida na 
Resolução 4.604/2017, que promoveu alterações pontuais na Resolução 3.922/2010, 
disciplinou o conceito de “ativos financeiros no exterior” a ser utilizado para regular 
as aplicações dos RPPS nesses ativos que é o mesmo estabelecido na 
regulamentação da CVM, não restando mais dúvidas sobre os tipos de ativos 
permitidos nas carteiras dos fundos a serem investidos pelos regimes próprios de 
previdência. Previu-se com aquela Resolução que os fundos de que trata o art. 7º não 
poderão manter em seu patrimônio aplicações em ativos financeiros no exterior (§7º 
do art. 7º), mas que os fundos de que tratam os incisos I do art. 8º da Resolução CMN 
nº 4.963/2021 poderão manter em seu patrimônio aplicações em ativos financeiros no 
exterior, desde que atendidos os limites previstos pela CVM para fundos de 
investimento em geral (até 20% (vinte por cento) de seu patrimônio líquido) (§2º do 
art. 7º). 
Contudo, com a Resolução CMN nº 4.695/2018 foram revogados o § 7º do art. 
7º e o § 2º do art. 8º da Resolução CMN nº 3922/2010, assim, conforme os § 9º do 
art. 7º e § 7º do art. 8º, aplicam-se aos fundos de investimento que receberem 
aplicações dos RPPS os limites de concentração previstos pela CVM em ativos 
financeiros no exterior (em caso de fundos regulados pela Instrução CVM nº 555/2014, 
os limites de que trata o art. 101). 
No tocante aos Fundos de Ações - BDR Nível I (§ 3º do art. 115 da Instrução 
CVM nº 555/2014), esses têm tratamento específico pela Resolução. Passaram a 
integrar, o segmento “investimentos no exterior” e sujeito ao limite global de 10% do 
total da carteira do RPPS (art. 9º - A da Resolução CMN nº 4.963/2021). Portanto, têm 
tratamento diferenciado do da norma da CVM (§ 3º do art. 115 da ICVM 555/2014). 
Neste segmento de investimentos no exterior, as aplicações dos recursos dos 
regimes próprios de previdência social subordinam-se ao limite de até 10% (dez por 
cento) no conjunto de: 
Art. 9º I 
Cotas de fundos de investimento e cotas de fundos de investimento em cotas de 
fundos de investimento classificados como “Renda Fixa - Dívida Externa”; 
 
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Art. 9º II 
Cotas de fundos de investimento constituídos no Brasil sob a forma de condomínio 
aberto com o sufixo “Investimento no Exterior”, nos termos da regulamentação 
estabelecida pela Comissão de Valores Mobiliários, que invistam, no mínimo, 67% 
(sessenta e sete por cento) do seu patrimônio líquido em cotas de fundos de 
investimento constituídos no exterior; 
Art. 9º III 
Cotas dos fundos da classe “Ações – BDR Nível I”, nos termos da 
regulamentação estabelecida pela Comissão de Valores Mobiliários. 
O regime próprio de previdência social deve assegurar que: 
I. os gestores dos fundos de investimentos constituídos no exterior 
estejam em atividade há mais de 5 (cinco) anos e administrem montante 
de recursos de terceiros superior a US$5.000.000.000,00 (cinco bilhões 
de dólares dos Estados Unidos da América) na data do investimento; 
II. os fundos de investimento constituídos no exterior possuam histórico de 
performance superior a 12 (doze) meses. 
Não é permitida a aplicação em cotas de fundo de investimento com o sufixo 
“Investimento no Exterior” cujo regulamento não atenda à regulamentação para 
investidor qualificado nos termos estabelecidos pela Comissão de Valores Mobiliários. 
É vedada a aquisição direta ou indireta de cotas de fundo de investimento em 
participações com o sufixo “Investimento no Exterior”. 
Os fundos de investimento constituídos no Brasil de que trata o inciso II do caput 
somente poderão adquirir ativos financeiros emitidos no exterior mediante a aquisição 
de cotas de fundos de investimento constituídos no exterior, incluídas as cotas de 
fundos de índice. 
Para fins de verificação do disposto no art. 19, em relação aos fundos de que 
trata este artigo, considera-se o patrimônio líquido do fundo constituído no exterior.Página | 102 
 
6.10 Segmento de Investimentos Estruturados 
Investimentos estruturados podem ser classificados como uma modalidade de 
aplicação que permita a participação relevante no capital das empresas, ou em título 
da dívida de pequenas e médias empresas com bom potencial de crescimento e que, 
em geral, ainda têm capital fechado, ou seja, não têm ações negociadas em bolsa de 
valores. 
Representam investimentos que se enquadram nesse segmento: os Fundos de 
Investimento em Participação - FIP, em empresas emergentes e multimercados – 
que possuem características próprias, dentre as quais a possibilidade de realizar 
operações fora dos segmentos de renda fixa e renda variável. 
As condições para as aplicações dos regimes próprios de previdência nestes 
ativos foram estabelecidas no artigo 10º da Resolução 4.963/2021. 
No segmento de investimentos estruturados, as aplicações dos recursos do 
regime próprio de previdência social subordinam-se ao limite global de até 15% 
(quinze por cento), e adicionalmente aos seguintes: 
Art. 10º I - Até 10% (dez por cento) em cotas de fundos de investimento classificados 
como multimercado (FIM) e em cotas de fundos de investimento em cotas de fundos 
de investimento classificados como multimercado (FICFIM); 
Art. 10º II - Até 5% (cinco por cento) em cotas de fundos de investimento em 
participações (FIP), constituídos sob a forma de condomínio fechado, vedada a 
subscrição em distribuições de cotas subsequentes, salvo se para manter a mesma 
proporção já investida nesses fundos; 
Art. 10º III - Até 5% (cinco por cento) em cotas de fundos de investimento classificados 
como “Ações - Mercado de Acesso”, conforme regulamentação estabelecida pela 
Comissão de Valores Mobiliários. 
 
Princípios Gerais 
As aplicações do RPPS em FIP, diretamente ou por meio de fundos de 
investimento em cotas de fundo de investimento, subordinam-se a: 
 
Página | 103 
 
I. que o fundo de investimento seja qualificado como entidade de 
investimento, conforme regulamentação específica da Comissão de 
Valores Mobiliários; 
II. que o regulamento do fundo determine que: 
a) o valor justo dos ativos investidos pelo fundo, inclusive os que forem 
objeto de integralização de cotas, esteja respaldado em laudo de 
avaliação elaborado por auditores independentes ou analistas de 
valores mobiliários autorizados pela Comissão de Valores Mobiliários; 
b) a cobrança de taxa de performance pelo fundo seja feita somente 
após o recebimento, pelos investidores, da totalidade de seu capital 
integralizado no fundo, devidamente atualizado pelo índice de 
referência e taxa de retorno nele previstos; 
c) o gestor do fundo de investimento, ou gestoras ligadas ao seu 
respectivo grupo econômico, mantenham a condição de cotista do 
fundo em percentual equivalente a, no mínimo, 5% (cinco por cento) 
do capital subscrito do fundo, sendo vedada cláusula que estabeleça 
preferência, privilégio ou tratamento diferenciado de qualquer 
natureza em relação aos demais cotistas; 
d) as companhias ou sociedades investidas pelo fundo tenham suas 
demonstrações financeiras auditadas por auditor independente 
registrado na Comissão de Valores Mobiliários e publicadas, no 
mínimo, anualmente; 
e) não sejam estabelecidos preferência, privilégio ou tratamento 
diferenciado de qualquer natureza ao gestor e/ou pessoas ligadas em 
relação aos demais cotistas; 
III. que seja comprovado que o gestor do fundo já realizou, nos últimos 10 
(dez) anos, desinvestimento integral de, pelo menos, 3 (três) sociedades 
investidas no Brasil por meio de fundo de investimento em participações, 
observado o disposto no inciso I, ou fundo mútuo de investimento em 
empresas emergentes geridos pelo gestor e que o referido 
desinvestimento tenha resultado em recebimento, pelo fundo, da 
totalidade do capital integralizado pelo fundo nas referidas sociedades 
 
Página | 104 
 
investidas, devidamente atualizado pelo índice de referência e taxa de 
retorno previstos no regulamento. 
Os regimes próprios que comprovadamente, nos termos do § 7º do art. 7º, se 
enquadrem no terceiro e quarto níveis de governança terão os limites e os critérios 
para aplicação dos recursos nos ativos de que trata este artigo acrescidos da seguinte 
forma, desde que em seu conjunto não ultrapassem 20% (vinte por cento) do total de 
recursos: 
I. quanto ao FIM e FICFIM, um limite de até 15% (quinze por cento) do 
total dos recursos para o terceiro e quarto níveis; 
II. quanto ao FIP, um limite de até 10% (dez por cento) do total de recursos 
para o terceiro nível e de até 15% (quinze por cento) para o quarto nível; 
quanto ao fundo “Ações - Mercado de Acesso”, um limite de até 10% 
(dez por cento) para o terceiro nível e 15% (quinze por cento) para o 
quarto nível. 
 
6.11. Segmento de Fundos Imobiliários 
Os Fundos de Investimento Imobiliário, também conhecidos por FIIs, 
representam uma parcela do segmento de renda variável que reúne cotistas para, 
com os recursos obtidos, aplicar em demais ativos do mercado imobiliário: galpões 
logísticos ou industriais, prédios de escritórios, shoppings, hotéis, certificados de 
recebíveis imobiliários, letras de crédito, entre outros. Possui regulamentação própria 
e por este motivo foi segregado das demais modalidades de aplicação em renda 
variável. 
 
Art. 11° - No segmento de fundos imobiliários, as aplicações dos recursos do regime 
próprio de previdência social sujeitam-se ao limite de até 5% (cinco por cento) em 
cotas de fundos de investimento imobiliários (FII) negociadas nos pregões de bolsa 
de valores. 
 
Princípios Gerais 
 
Página | 105 
 
Os ativos financeiros de emissores privados que façam parte das carteiras dos 
fundos de que trata o caput do art. 11º, aplica-se o previsto nos §§ 1º e 2º do art. 8º. 
Os regimes próprios que comprovadamente, nos termos do § 7º do art. 7º, se 
enquadrarem no segundo, terceiro e quarto níveis de governança, terão, 
respectivamente, o limite de que trata o caput elevado para 10% (dez por cento), 15% 
(quinze por cento) e 20% (vinte por cento) do total de recursos. 
Os limites previstos nesta Resolução não se aplicam às cotas de FII que sejam 
integralizadas, conforme regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários, por 
imóveis vinculados por lei ao regime próprio de previdência social. 
 
6.12. Segmento de Empréstimos Consignados 
Outra alteração promovida pela Resolução 4.963/2021, é a possibilidade de 
concessão de empréstimos consignados pelos regimes próprios de previdencia. Esta 
autorização foi estabelecida no artigo 12º. 
No segmento de empréstimos a servidores, na modalidade consignados, as 
aplicações dos recursos do RPPS sujeitam-se, alternativamente, aos seguintes 
limites, com base na forma estabelecida no caput do art. 6º: 
I. até 5% (cinco por cento), para os regimes que não alcançarem os níveis 
de governança previstos no § 7º do art. 7º; 
II. até 10% (dez por cento), para os regimes que alcançarem ao menos o 
primeiro nível de governança de que trata o § 7º do art. 7º. 
Os encargos financeiros das operações de que trata o caput, deste artigo, devem 
ser superior à meta de rentabilidade de que trata o inciso III do art. 4º, acrescidos das 
seguintes taxas: 
I. de administração das operações, que deverá suportar todos os custos 
operacionais e de gestão decorrentes das atividades de concessão e 
controle dos empréstimos; 
II. de custeio dos fundos garantidores ou de oscilação de riscos de que trata 
o § 6º; 
 
Página | 106 
 
III. de adicional de risco, para fazer frente a eventos extraordinários, 
porventura não cobertos pelos fundos de que trata o inciso II. 
Os contratos das operações de empréstimos devem conter: 
I. cláusula de consignação em pagamento com desconto em folha, cujo 
correspondente valor deverá ser imediatamente creditado ao órgão ou 
entidade gestora do regime próprio de previdência social; 
II. autorização,em caso de exoneração, demissão, cessação do vínculo do 
servidor ou do benefício do aposentado ou pensionista, ou de 
afastamentos do servidor sem manutenção da remuneração mensal, de 
retenção das verbas rescisórias para a quitação do saldo devedor líquido 
do empréstimo; 
III. autorização para débito em conta corrente do tomador, no caso de 
inviabilidade do desconto direto em folha de pagamento ou das verbas 
rescisórias de que tratam os incisos I e II; 
IV. anuência dos órgãos responsáveis pelo pagamento dos servidores, 
aposentados e pensionistas, de que trata o § 5º, de sua responsabilidade 
como devedor solidário pela cobertura de eventual inadimplemento. 
Os empréstimos serão concedidos, pelo órgão ou entidade gestora do regime 
próprio de previdência social, aos servidores, aposentados e pensionistas vinculados 
ao regime, por meio de sistemas interligados aos de gestão das folhas de pagamento. 
O regime próprio de previdência social deverá adequar os prazos e limites de 
concessão de empréstimos consignados ao perfil da massa de segurados, 
observados os seguintes critérios mínimos: 
I. quanto aos prazos dos empréstimos: 
a. não poderão ser superiores àqueles previstos para os beneficiários 
do Regime Geral de Previdência Social, observado o disposto no § 
5º; 
b. deverão ter por base a expectativa de sobrevida do segurado e o 
tempo de duração do benefício estimado conforme taxa de 
 
Página | 107 
 
sobrevivência utilizada na avaliação atuarial do regime próprio de 
previdência social, considerando a estrutura etária dos tomadores; 
II. relativos à inelegibilidade dos tomadores: 
a. histórico de inadimplência em relação a empréstimos consignados 
anteriores perante o regime próprio de previdência social; 
b. recebimento de benefício que possua requisito para sua cessação, 
previsto na legislação do regime próprio de previdência social. 
Para os empréstimos concedidos a servidores, aposentados e pensionistas, nas 
situações em que o pagamento da remuneração ou dos proventos seja de 
responsabilidade do ente federativo ou que dependa de suas transferências 
financeiras mensais, deverão ser observados os seguintes critérios mínimos, com 
base na classificação da situação financeira dos respectivos Estados, Distrito Federal 
e Municípios, divulgada pela Secretaria do Tesouro Nacional, relativa à sua 
capacidade de pagamento: 
II. não poderão ser concedidos os empréstimos aos segurados de que trata 
este parágrafo, em caso de classificação B, C ou D; 
III. em caso de inadimplência, pelo ente federativo, do repasse ao órgão ou 
entidade gestora do regime próprio de previdência social dos valores 
devidos em consignação ou das transferências dos aportes para o 
pagamento das aposentadorias e pensões por morte, são vedadas 
novas concessões de empréstimos aos segurados de que trata este 
parágrafo por prazo igual ao período de atraso, contado a partir da 
regularização total dos pagamentos. 
O RPPS deverá constituir, com os recursos das taxas de que trata o § 1º, fundos 
garantidores ou de oscilação de riscos destinados à situações de liquidação do saldo 
devedor dos empréstimos em caso de subestimação de eventos de decremento ou 
de não aderência das demais hipóteses, observados os seguintes critérios mínimos: 
II. a constituição dos fundos deverá estar embasada em estudo atuarial que 
considere as perdas em caso de ocorrência de eventos de desvinculação 
de segurados do regime, por morte, exoneração, demissão, cessação 
 
Página | 108 
 
do vínculo do servidor ou cassação do benefício, por decisão 
administrativa ou judicial, entre outros; 
III. utilização, no estudo a que se refere o inciso I, de modelos que limitem 
a probabilidade de perdas máximas e o seu embasamento em hipóteses 
de taxa de sobrevivência de válidos e inválidos e de rotatividade 
aderentes às características da massa de segurados do regime, nos 
termos das normas de atuária aplicáveis aos regimes próprios de 
previdência social; 
IV. cobertura integral, pelas taxas de que trata o § 1º, dos riscos calculados 
na forma dos incisos I e II, para preservar o equilíbrio econômico-
financeiro da carteira de empréstimos consignados. 
Os parâmetros de rentabilidade perseguidos para a carteira do segmento de que 
trata este artigo deverão buscar compatibilidade com o perfil das obrigações do regime 
próprio de previdência social, tendo em vista a necessidade de busca e manutenção 
do equilíbrio financeiro e atuarial. 
Não haverá possibilidade de portabilidade, pelos tomadores, dos saldos 
devedores dos empréstimos contratados. 
A concessão de empréstimos aos segurados será automaticamente suspensa 
quando o saldo da carteira de investimentos alocado aos empréstimos atingir o 
percentual de alocação máximo estipulado na política de investimentos de que trata o 
art. 4º, observados os limites previstos nos incisos I e II do caput. 
A margem máxima individual consignável para os empréstimos consignados aos 
segurados dos regimes próprios de previdência social e os conceitos de remuneração 
básica e disponível deverão observar, como parâmetro mínimo, o previsto para os 
beneficiários do Regime Geral de Previdência Social. 
Os valores mínimo e máximo dos empréstimos deverão ser determinados na 
política de investimentos de que trata o art. 4º, com observação do valor da prestação, 
do prazo e do custo administrativo da carteira. 
O regime próprio de previdência social deverá adotar medidas que objetivem 
mitigar os riscos inerentes a todo o processo de concessão e gestão dos créditos 
relativos aos empréstimos, de modo a preservar o retorno dos capitais empregados, 
 
Página | 109 
 
evitar possível inadimplência e garantir a rentabilidade mínima exigida, para assegurar 
o equilíbrio dessa modalidade de investimento, nos termos do disposto no § 7º. 
A Secretaria de Previdência, nos termos do art. 29, editará as regulamentações 
procedimentais para o cumprimento do disposto neste artigo, para garantir a 
observância dos princípios previstos no art. 1º desta Resolução. 
6.13. Limites Gerais 
Com o objetivo de apurar o cumprimento dos limites, requisitos e vedações 
estabelecidos pela Resolução 4.963/2021, as aplicações dos recursos realizadas 
diretamente pelos regimes próprios, ou indiretamente por meio de fundos de 
investimento ou de fundos de investimento em cotas de fundos de investimento, 
devem ser consolidadas com as posições das carteiras próprias e carteiras 
administradas. 
Nos segmentos de renda variável, investimentos estruturados e fundos 
imobiliários, ficam os regimes próprios de previdência social sujeitos a um limite global 
de 30% (trinta por cento) da totalidade de suas aplicações, apurada na forma do art. 
6º da Resolução 4.963/2021. 
Os regimes próprios de previdência social que comprovarem, nos termos do § 
7º do art. 7º, o primeiro, segundo, terceiro e quarto níveis de governança poderão 
elevar suas participações nos segmentos de que trata o caput, respectivamente, até 
os limites globais de 35% (trinta e cinco por cento), 40% (quarenta por cento), 50% 
(cinquenta por cento) e 60% (sessenta por cento) em relação ao total de seus recursos 
aplicados. 
As aplicações dos recursos de que trata o inciso IV do caput do art. 7º ficam 
igualmente condicionadas a que a instituição financeira não tenha o respectivo 
controle societário detido, direta ou indiretamente, por Estado ou pelo Distrito Federal. 
As aplicações dos regimes próprios de previdência social em fundos de 
investimento em cotas de fundos de investimento serão admitidas desde que seja 
possível identificar e demonstrar que os respectivos fundos mantenham as 
composições, os limites e as garantias exigidos para os fundos de investimento de 
que trata esta Resolução. 
 
Página | 110 
 
A aplicação de recursos pelos regimes próprios de previdência social em fundos 
de investimentos ou em carteiras administradas, quando osregulamentos ou 
contratos contenham cláusulas que tratem de taxa de performance, está condicionada 
a que o pagamento da referida taxa atenda cumulativamente às seguintes condições: 
I. rentabilidade do investimento superior à valorização de, no mínimo, 
100% (cem por cento) do índice de referência; 
II. montante final do investimento superior ao capital inicial da aplicação ou 
ao valor do investimento na data do último pagamento; 
III. periodicidade, no mínimo, semestral; 
IV. conformidade com as demais regras aplicáveis a investidores que não 
sejam considerados qualificados, nos termos da regulamentação da 
Comissão de Valores Mobiliários. 
As condições estabelecidas nos incisos III e IV do caput do Art. 17, não se 
aplicam aos fundos de investimento cujos regulamentos estabeleçam que a taxa 
de performance será paga somente após a devolução aos cotistas da totalidade de 
seu capital integralizado no fundo, devidamente atualizado pelo índice de referência e 
taxa de retorno neles previstos. 
Os aportes em cotas de um mesmo fundo de investimento, fundo de investimento 
em cotas de fundos de investimento ou fundo de índice não podem, direta ou 
indiretamente, exceder a 20% (vinte por cento) das aplicações dos recursos do regime 
próprio de previdência social. 
Não se observa o disposto no caput aos fundos de investimento que apliquem 
seus recursos exclusivamente em títulos definidos na alínea “a” do inciso I do art. 7º 
ou em compromissadas lastreadas nesses títulos. 
O total das aplicações dos recursos do regime próprio de previdência social em 
um mesmo fundo de investimento deverá representar, no máximo, 15% (quinze por 
cento) do patrimônio líquido do fundo, observado o disposto no art. 16 da Resolução 
4.963/2021. 
O limite de que trata o caput será de até 5% (cinco por cento) do patrimônio 
líquido dos fundos de investimento de que trata o inciso V do art. 7º. 
 
Página | 111 
 
Para aplicações em fundos de investimento em direitos creditórios efetuadas a 
partir de 1º de janeiro de 2015, o limite estabelecido no caput deve ser calculado em 
proporção do total de cotas de classe sênior e não do total de cotas do fundo. 
Não se aplica o disposto neste artigo aos fundos de investimento que apliquem 
seus recursos exclusivamente em títulos definidos na alínea “a” do inciso I do art. 7º 
ou em compromissadas lastreadas nesses títulos. 
O total das aplicações dos recursos do regime próprio de previdência social em 
fundos de investimento e carteiras administradas não pode exceder a 5% (cinco por 
cento) do volume total de recursos de terceiros gerido por um mesmo gestor ou por 
gestoras ligadas ao seu respectivo grupo econômico, assim definido pela Comissão 
de Valores Mobiliários em regulamentação específica. 
 
6.14. Gestão de Aplicação de Recursos 
A Resolução 4.963/2021, bem como as que a antecederam, estabelece que 
gestão das aplicações dos recursos dos regimes próprios de previdência social poderá 
ser própria, por entidade autorizada e credenciada ou mista. 
Para fins da Resolução 4.963/2021, considera-se: 
I. gestão própria, quando as aplicações são realizadas diretamente pelo 
órgão ou entidade gestora do regime próprio de previdência social; 
II. estão por entidade autorizada e credenciada, quando as aplicações são 
realizadas por intermédio de instituição financeira ou de outra instituição 
autorizada, nos termos da legislação em vigor, para o exercício 
profissional de administração de carteiras; e 
III. gestão mista, quando as aplicações são realizadas parte por gestão 
própria e parte por gestão por entidade autorizada e credenciada, 
observados os critérios definidos no inciso II. 
Os regimes próprios de previdência social somente poderão aplicar recursos em 
cotas de fundos de investimento quando atendidas, cumulativamente, as seguintes 
condições: 
I. o administrador ou o gestor do fundo de investimento seja instituição 
autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil obrigada a instituir 
 
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comitê de auditoria e comitê de riscos, nos termos da regulamentação 
do Conselho Monetário Nacional; 
II. o administrador do fundo de investimento detenha, no máximo, 50% 
(cinquenta por cento) dos recursos sob sua administração oriundos de 
regimes próprios de previdência social; 
III. o gestor e o administrador do fundo de investimento tenham sido objeto 
de prévio credenciamento, de que trata o inciso VI do § 1º do art. 1º, e 
sejam considerados pelos responsáveis pela gestão de recursos do 
regime próprio de previdência social como de boa qualidade de gestão 
e de ambiente de controle de investimento. 
As aplicações dos recursos dos regimes próprios de previdência social por meio 
de entidades autorizadas e credenciadas deverão observar os limites, condições e 
vedações estabelecidos nesta Resolução e deverão ser consolidadas na forma do art. 
13 para verificação do cumprimento da Resolução. 
A gestão dos recursos dos regimes próprios de previdência social por entidade 
autorizada e credenciada deverá observar os critérios estabelecidos no § 2º deste 
artigo e no art. 24, e aqueles definidos na forma do inciso IV do § 1º do art. 1º da 
Resolução 4.963/2021. 
A entidade autorizada e credenciada de que trata o § 4º deverá comprovar: 
I. adoção de política de gerenciamento de riscos: 
a. consistente e passível de verificação; 
b. que fundamente efetivamente o processo decisório de 
investimentos; 
c. compatível com a política de investimentos do regime próprio de 
previdência social; 
d. que considere, sempre que possível, os aspectos relacionados à 
sustentabilidade econômica, ambiental, social e de governança dos 
investimentos; 
II. cumprimento dos limites e requisitos previstos nesta Resolução e os 
parâmetros estabelecidos nas normas gerais de organização e 
funcionamento desses regimes; 
 
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III. que possui recursos humanos, computacionais e estrutura adequados e 
suficientes para prestação dos serviços contratados. 
Aplica-se o previsto no inciso III do § 2º deste artigo às instituições financeiras 
com obrigação ou coobrigação relacionadas aos ativos de que trata o inciso IV do art. 
7º. 
As imposições estabelecidas no inciso I do § 2º no art. 21º apenas se aplicam 
aos gestores ou administradores que receberam diretamente as aplicações do RPPS. 
Para fins de cumprimento do disposto no inciso I do § 2º deste artigo, admite-se 
que o gestor ou administrador esteja no escopo de atuação de comitê de auditoria e 
de comitê de riscos constituídos obrigatoriamente, nos termos da regulamentação do 
Conselho Monetário Nacional, por outra instituição autorizada integrante do mesmo 
conglomerado prudencial. 
Os requisitos de que tratam os §§ 2º e 8º deste artigo devem ser observados 
apenas quando da aplicação dos recursos pelo regime próprio de previdência social. 
Na aplicação dos recursos do regime próprio de previdência social em títulos e 
valores mobiliários, conforme disposto nos incisos I e III do § 1º do art. 21, o responsável 
pela gestão, além da consulta à instituição financeira, à instituição autorizada a 
funcionar pelo Banco Central do Brasil ou às pessoas jurídicas autorizadas pela 
Comissão de Valores Mobiliários para o exercício profissional de administração de 
carteira, deverá observar as informações divulgadas, diariamente, por entidades 
reconhecidamente idôneas pela sua transparência e elevado padrão técnico na difusão 
de preços e taxas dos títulos, para fins de utilização como referência em negociações 
no mercado financeiro, antes do efetivo fechamento da operação. 
 
6.15. Custodiante 
Em caso de contratação de serviços de custódia pelo regime próprio de 
previdência social, deverá ser efetuado o prévio credenciamento de que trata o inciso 
VI do § 1º do art. 1º, e observada a regulamentação estabelecida pela Comissão de 
Valores Mobiliários e pelo Banco Central do Brasil. 
 
 
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6.16. Outras Contratações 
Na hipótese de contratação objetivando a prestação de serviços relacionados à 
gestão dos recursos do regime próprio de previdência social: 
I. a contratação deverá recair sobre pessoas jurídicas; 
II. a regulamentação específica da Comissão de Valores Mobiliários para 
os prestadores de serviço por esta regulados deverá ser observada; 
III. a contratação sujeitará o prestador e as partes a ele relacionadas, direta 
ou indiretamente, em relação às aplicações dos recursos do regime 
próprio de previdência social, a fim de que: 
a. não recebam qualquer remuneração, benefício ou vantagem que 
potencialmente prejudiquem a independência na prestação de 
serviço; 
b. não figurem como emissores dos ativos ou atuem na originação e 
estruturação dos produtos de investimento. 
O regime próprio de previdência social deverá manter política de contratação e 
monitoramento periódico dos prestadores de serviço, de forma a verificar, no mínimo, 
que os prestadores cumpram, satisfatoriamente: 
I. os requisitos e condições estabelecidos na legislação aplicável; 
II. as condições, exigências e finalidades estabelecidas no contrato. 
O regime próprio de previdência social deve avaliar a capacidade técnica e 
potenciais conflitos de interesse de seus prestadores de serviços e das pessoas que 
participam do processo decisório, inclusive por meio de assessoramento. 
O conflito de interesse será configurado em quaisquer situações em que possam 
ser identificadas ações que não estejam alinhadas aos objetivos do regime próprio de 
previdência social independentemente de obtenção de vantagem para si ou para 
outrem, da qual resulte ou não prejuízo. 
 
6.17. Registro dos Títulos e Valores Mobiliários 
Os ativos financeiros devem ser admitidos à negociação em mercado organizado 
(entende-se por mercado organizado o mercado de bolsa de valores e balcão 
organizado), registrados em sistema de registro, de custódia ou de liquidação 
financeira ou depositados perante depositário central, observada a regulamentação 
 
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da Comissão de Valores Mobiliários e do Banco Central do Brasil, nas suas 
respectivas áreas de competência. 
Os registros devem permitir a identificação do comitente final, com a 
consequente segregação do patrimônio do regime próprio de previdência social do 
patrimônio do custodiante e liquidante. 
 
6.18. Controle das Disponibilidades Financeiras 
Os recursos dos regimes próprios de previdência social, representados por 
disponibilidades financeiras, devem ser mantidos em contas bancárias ou em 
depósitos de poupança distintos dos do ente federativo, em instituições financeiras 
bancárias, públicas ou privadas, devidamente autorizadas a funcionar no País pelo 
Banco Central do Brasil, controlados e contabilizados de forma segregada dos 
recursos do ente federativo. 
 
6.19. Enquadramentos 
Os regimes próprios de previdência social poderão manter em carteira, por até 
180 (cento e oitenta) dias, as aplicações que passem a ficar desenquadradas em 
relação a esta Resolução, desde que seja comprovado que o desenquadramento foi 
decorrente de situações involuntárias, para as quais não tenha dado causa, e que o 
seu desinvestimento ocasionaria, comparativamente à sua manutenção, maiores 
riscos para o atendimento aos princípios previstos no art. 1º desta Resolução. 
Para fins do disposto no caput, são consideradas situações involuntárias: 
• entrada em vigor de alterações desta Resolução; 
• resgate de cotas de fundos de investimento por um outro cotista, nos quais 
o regime próprio de previdência social não efetue novos aportes; 
• valorização ou desvalorização de ativos financeiros do regime próprio de 
previdência social; 
• reorganização da estrutura do fundo de investimento em decorrência de 
incorporação, fusão, cisão e transformação ou de outras deliberações da 
assembleia geral de cotistas, após as aplicações realizadas pela unidade 
gestora do regime próprio de previdência social; 
 
Página | 116 
 
• ocorrência de eventos de riscos que prejudiquem a formação das reservas 
e a evolução do patrimônio do regime próprio de previdência social ou 
quando decorrentes de revisão do plano de custeio e da segregação da 
massa de segurados do regime; 
• aplicações efetuadas na aquisição de cotas de fundo de investimento 
destinado exclusivamente a investidores qualificados ou profissionais, caso 
o regime próprio de previdência social deixe de atender aos critérios 
estabelecidos para essa categorização em regulamentação específica; e 
• aplicações efetuadas em ativos financeiros que deixarem de observar os 
requisitos e condições previstos nesta Resolução. 
As aplicações que apresentem prazos para vencimento, resgate, carência ou 
para conversão de cotas de fundos de investimento, previstos em seu regulamento, 
superiores ao previsto no caput, poderão ser mantidas em carteira, durante o 
respectivo prazo, desde que o regime próprio de previdência social demonstre a 
adoção de medidas de melhoria da governança e do controle de riscos na gestão das 
aplicações, conforme regulamentação estabelecida pela Secretaria de Previdência. 
 
6.20. Vedações 
É vedado aos regimes próprios de previdência social: 
• aplicar recursos na aquisição de cotas de fundo de investimento cuja 
atuação em mercados de derivativos gere exposição superior a uma vez o 
respectivo patrimônio líquido; 
• aplicar recursos, diretamente ou por meio de cotas de fundo de 
investimento, em títulos ou outros ativos financeiros nos quais o ente 
federativo figure como emissor, devedor ou preste fiança, aval, aceite ou 
coobrigação sob qualquer outra forma; 
• aplicar recursos na aquisição de cotas de fundo de investimento em direitos 
creditórios não padronizados; 
• realizar diretamente operações de compra e venda de um mesmo ativo 
financeiro em um mesmo dia (operações day trade); 
• atuar em modalidades operacionais ou negociar com duplicatas, títulos de 
crédito ou outros ativos que não os previstos nesta Resolução; 
 
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• negociar cotas de fundos de índice em mercado de balcão; 
• aplicar recursos diretamente na aquisição de cotas de fundo de 
investimento destinado exclusivamente a investidores qualificados ou 
profissionais, quando não atendidos os critérios estabelecidos em 
regulamentação específica; 
• remunerar quaisquer prestadores de serviço relacionados direta ou 
indiretamente aos fundos de investimento em que foram aplicados seus 
recursos, de forma distinta das seguintes: 
• taxas de administração, performance, ingresso ou saída previstas 
em regulamento ou contrato de carteira administrada; ou 
• encargos do fundo, nos termos da regulamentação da Comissão de 
Valores Mobiliários; 
• aplicar recursos na aquisição de cotas de fundo de investimento cujos 
prestadores de serviço, ou partes a eles relacionadas, direta ou 
indiretamente, figurem como emissores dos ativos das carteiras, salvo as 
hipóteses previstas na regulamentação da Comissão de Valores 
Mobiliários; 
• aplicar recursos em empréstimos de qualquer natureza, ressalvado o 
disposto no art. 12 desta Resolução; 
• aplicar recursos diretamente em certificados de operações estruturadas 
(COE). 
A Secretaria de Previdência e a Comissão de Valores Mobiliários poderão editar 
regulamentações procedimentais necessárias ao cumprimento do disposto nesta 
Resolução, observadas as respectivas competências legais. 
 
6.21. Conclusão 
Deve-se destacar que, havendo a vedação para determinadas aplicações 
aplicação e o estabelecimento de limites para alguns fundos e ativos financeiros, a 
decisão de efetuá-las, não está restrita apenas a averiguação das regras impostas pela 
Resolução em vigor. É importante considerar que as possíveis novas aplicações 
precisam observar os pressuposto de segurança, rentabilidade, solvência, liquidez 
e transparência previstas na norma, além da obediênciaaos limites de concentração 
 
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e das demais condições relativas à gestão dos recursos previdenciários prevista pela 
norma, e dos padrões mínimos de gestão das aplicações financeiras dos regimes 
próprios estabelecidos por intermédio da Portaria MPS nº 519/2011, principalmente, a 
obrigação dos gestores em observar a promoção de elevados padrões éticos na 
condução das operações relativas aos recursos aplicados pelo RPPS, bem como pela 
eficiência dos procedimentos técnicos, operacionais e de controle das aplicações. 
 
6.22. Portaria MPS 519/2011 
A Portaria 519/11, e suas alterações posteriores, dispõe sobre as aplicações dos 
recursos financeiros dos Regimes Próprios de Previdência Social instituídos pela União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios, altera redação da Portaria MPS nº 204, de 10 
de julho de 2008 e da Portaria MPS nº 402, de 10 de dezembro de 2008; e dá outras 
providências. 
O Ministro de Estado da Previdência Social, no uso das atribuições que lhe 
confere o art. 87, parágrafo único, inciso II, da Constituição e tendo em vista o disposto 
no inciso IV do art. 6º da Lei nº 9.717, de 27 de novembro de 1998, resolve: 
Artigo 1º - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, em relação a 
seus Regimes Próprios de Previdência Social - RPPS, comprovarão a elaboração da 
política anual de investimentos de que trata a Resolução do Conselho Monetário 
Nacional - CMN, que dispõe sobre a aplicação dos recursos dos RPPS, mediante o 
envio à Secretaria de Políticas de Previdência Social - SPPS, do Demonstrativo da 
Política de Investimentos - DPIN. 
Parágrafo 1º - A estrutura do DPIN será disponibilizada pela SPPS na página do 
Ministério da Previdência Social - MPS na rede mundial de computadores - internet, no 
endereço http://www.previdencia.gov.br, até 31 de dezembro de cada exercício em 
relação ao exercício seguinte. 
Parágrafo 2º - O envio do DPIN de que trata o caput somente ocorrerá por via 
eletrônica, conforme estipulado pela SPPS. 
Parágrafo 3º - O relatório da política anual de investimentos e suas revisões, a 
documentação que os fundamenta, bem como as aprovações exigidas deverão 
permanecer à disposição dos órgãos de acompanhamento, supervisão e controle pelo 
prazo de 10 (dez) anos. 
 
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Parágrafo 4º - O DPIN deverá conter as assinaturas dos responsáveis legais pelo 
ente federativo e pela unidade gestora do RPPS e dos responsáveis pela elaboração, 
aprovação e execução da política anual de investimentos do RPPS. 
Artigo 2º - Foi revogado pela Portaria nº 9.907, de 14/04/2020. 
Artigo 3º - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão 
observar na gestão dos recursos de seus RPPS as seguintes obrigações, além 
daquelas previstas na Resolução do CMN que dispõe sobre a aplicação dos recursos 
dos RPPS: 
I. na gestão por entidade autorizada e credenciada, realizar processo seletivo e 
submetê-lo à instância superior de deliberação, tendo como critérios, no 
mínimo, a solidez patrimonial da entidade, a compatibilidade desta com o 
volume de recursos e a experiência positiva no exercício da atividade de 
administração de recursos de terceiros; 
II. exigir da entidade autorizada e credenciada, mediante contrato, no mínimo 
mensalmente, relatório detalhado contendo informações sobre a rentabilidade 
e risco das aplicações; 
III. realizar avaliação do desempenho das aplicações efetuadas por entidade 
autorizada e credenciada, no mínimo semestralmente, adotando, de imediato, 
medidas cabíveis no caso da constatação de performance insatisfatória; 
IV. zelar pela promoção de elevados padrões éticos na condução das operações 
relativas às aplicações dos recursos operados pelo RPPS, bem como pela 
eficiência dos procedimentos técnicos, operacionais e de controle das 
aplicações; 
V. elaborar relatórios detalhados, no mínimo, trimestralmente, sobre a 
rentabilidade, os riscos das diversas modalidades de operações realizadas nas 
aplicações dos recursos do RPPS e a aderência à política anual de 
investimentos e suas revisões e submetê-los às instâncias superiores de 
deliberação e controle; 
VI. assegurar-se do desempenho positivo de qualquer entidade que mantiver 
relação de prestação de serviços e ou consultoria nas operações de aplicação 
dos recursos do RPPS e da regularidade do registro na Comissão de Valores 
Mobiliários - CVM. 
 
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VII. condicionar, mediante termo específico, o pagamento de taxa de performance 
na aplicação dos recursos do RPPS em cotas de fundos de investimento, ou 
por meio de carteiras administradas, ao atendimento, além da regulamentação 
emanada dos órgãos competentes, especialmente da Comissão de Valores 
Mobiliários - CVM, no mínimo, dos seguintes critérios: 
a. que o pagamento tenha a periodicidade mínima semestral ou que seja feito 
no resgate da aplicação; 
b. que o resultado da aplicação da carteira ou do fundo de investimento supere 
a valorização do índice de referência; 
c. que a cobrança seja feita somente depois da dedução das despesas 
decorrentes da aplicação dos recursos, inclusive da taxa de administração; 
e 
d. que o parâmetro de referência seja compatível com a política de investimento 
do fundo e com os títulos que efetivamente o componha. 
VIII. disponibilizar aos seus segurados e pensionistas: 
a. a política anual de investimentos e suas revisões, no prazo de até trinta dias, 
a partir da data de sua aprovação; 
b. as informações contidas nos formulários APR - Autorização de Aplicação e 
Resgate, no prazo de até trinta dias, contados da respectiva aplicação ou 
resgate; 
c. a composição da carteira de investimentos do RPPS, no prazo de até trinta 
dias após o encerramento do mês; 
d. os procedimentos de seleção das eventuais entidades autorizadas e 
credenciadas; 
e. as informações relativas ao processo de credenciamento de instituições para 
receber as aplicações dos recursos do RPPS; 
f. relação das entidades credenciadas para atuar com o RPPS e respectiva 
data de atualização do credenciamento; 
g. as datas e locais das reuniões dos órgãos de deliberação colegiada e do 
Comitê de Investimentos; 
h. os relatórios de que trata o inciso V deste artigo. 
 
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Parágrafo 1º Para o credenciamento referido no inciso IX deste artigo deverão 
ser observados, e formalmente atestados pelo representante legal do RPPS, no 
mínimo: 
a. atos de registro ou autorização para funcionamento expedido pelo Banco 
Central do Brasil ou Comissão de Valores Mobiliários ou órgão competente; 
b. observação de elevado padrão ético de conduta nas operações realizadas 
no mercado financeiro e ausência de restrições que, a critério do Banco 
Central do Brasil, da Comissão de Valores Mobiliários ou de outros órgãos 
competentes desaconselhem um relacionamento seguro. 
c. regularidade fiscal e previdenciária. (Incluído pela Portaria MPS nº 440, de 
09/10/2013) 
Parágrafo 2º - Quando se tratar de fundos de investimento: 
I. O previsto no § 1º do inciso IX deste artigo recairá também sobre a figura do 
gestor e do administrador do fundo, contemplando, no mínimo: 
a) a análise do histórico e experiência de atuação do gestor e do administrador 
do fundo de investimento e de seus controladores; 
b) a análise quanto ao volume de recursos sob sua gestão e administração, 
bem como quanto à qualificação do corpo técnico e segregação de 
atividades; 
c) a avaliação da aderência da rentabilidade aos indicadores de desempenho 
e riscos assumidos pelos fundos de investimentos sob sua gestão e 
administração, no período mínimo de dois anos anteriores ao 
credenciamento. 
II. Deverá ser realizada a análise e registro do distribuidor, instituição integrante 
do sistema de distribuição ou agente autônomo de investimento, 
certificando-se sobre o contrato para distribuição e mediação do produto 
ofertado e a regularidade com a Comissãode Valores Mobiliários - CVM. 
Parágrafo 3º - A análise dos quesitos verificados nos processos de 
credenciamento deverá ser atualizada a cada 12 (doze) meses. 
Parágrafo 4º - As aplicações que apresentem prazos para desinvestimento, 
inclusive prazos de carência e para conversão de cotas de fundos de investimentos, 
deverão ser precedidas de atestado do responsável legal pelo RPPS, evidenciando a 
 
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sua compatibilidade com as obrigações presentes e futuras do regime. (Incluído pela 
Portaria MPS nº 440, de 09/10/2013) 
Parágrafo 5º - Para fins desta Portaria, entende-se por: 
I. Gestão por entidade autorizada e credenciada: quando o RPPS realiza a 
execução da política de investimentos de sua carteira, por intermédio de 
entidade contratada para essa finalidade, cabendo a esta as decisões sobre 
as alocações dos recursos, respeitados os parâmetros da legislação. 
II. Gestão própria: quando o RPPS realiza diretamente a execução da política 
de investimentos de sua carteira, decidindo sobre as alocações dos 
recursos, respeitados os parâmetros da legislação. 
Parágrafo 6º - As aplicações do RPPS, dentro dos limites previstos na Resolução 
do CMN, em cotas de fundos de investimento, cujas políticas de investimento 
assumam o compromisso de buscar o retorno de qualquer índice ou subíndice 
praticado pelo mercado, sujeitam-se à demonstração, por parte do responsável pela 
gestão dos recursos do RPPS, que a carteira de investimento desses fundos seja 
aderente ao compromisso estabelecido. 
Parágrafo 7º - As aplicações do RPPS em fundos de investimento cujas carteiras 
sejam representadas, exclusivamente ou não, por cotas de outros fundos de 
investimento sujeitam-se à demonstração, por parte do responsável pela gestão dos 
recursos do RPPS, da manutenção, por estes fundos, das mesmas composições, 
limites e garantias exigidos pela Resolução do CMN para os fundos de investimento 
em que foram aplicados diretamente os recursos do RPPS. 
Artigo 3º A - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão 
comprovar à SPPS que seus RPPS mantêm Comitê de Investimentos, participante do 
processo decisório quanto à formulação e execução da política de investimentos. 
Parágrafo 1º - A estrutura, composição e funcionamento do Comitê de 
Investimentos previsto no caput, será estabelecida em ato normativo pelo ente 
federativo, devendo atender, no mínimo, aos seguintes requisitos: 
a) que seus membros mantenham vínculo com o ente federativo ou com o RPPS, 
na qualidade de servidor titular de cargo efetivo ou de livre nomeação e 
exoneração; 
 
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b) previsão de periodicidade das reuniões ordinárias e forma de convocação de 
extraordinárias; 
c) previsão de acessibilidade às informações relativas aos processos de 
investimento e desinvestimento de recursos do RPPS; 
d) exigência de as deliberações e decisões serem registradas em atas; 
e) previsão de composição e forma de representatividade. 
Parágrafo 2º - A implantação do Comitê de Investimentos previsto no caput será 
exigida após decorridos 180 (cento e oitenta dias) da publicação desta portaria, sendo 
facultativa para os RPPS cujos recursos não atingirem o limite definido no art. 6o, 
enquanto mantida essa condição. (Incluído pela Portaria MPS nº 170, de 25/04/2012) 
Artigo 3º B - As aplicações ou resgates dos recursos dos RPPS deverão ser 
acompanhadas do formulário APR - Autorização de Aplicação e Resgate, conforme 
modelo e instruções de preenchimento disponibilizados no endereço eletrônico do 
MPS na rede mundial de computadores internet (www.previdencia.gov.br). 
Parágrafo único - A utilização do formulário APR mencionado no caput será 
exigida após decorridos 60 (sessenta) dias da publicação desta Portaria. 
Artigo 4º - É vedado o pagamento de taxa de performance quando o resultado 
do valor da aplicação for inferior ao seu valor nominal inicial ou ao valor na data da 
última cobrança. 
Artigo 5º - A documentação comprobatória do cumprimento das obrigações de 
que trata esta Portaria e a Resolução do CMN dispondo sobre as aplicações dos 
recursos dos RPPS deverá permanecer à disposição dos órgãos de supervisão 
competentes. 
Artigo 6º - A certificação de que trata o art. 2º deverá ser comprovada pelos 
entes federativos cujos recursos dos RPPS, sujeitos aos limites da Resolução do 
CMN, sejam iguais ou superiores a R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais). 
Parágrafo 1º - O valor dos recursos do RPPS de que trata o caput será aferido 
pelos DAIR relativos aos meses de junho e dezembro de cada exercício. 
 
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Parágrafo 2º - A comprovação da exigência de certificação será realizada até o 
dia 31 de dezembro, quando o alcance do limite for observado até o mês de junho do 
mesmo exercício, ou até o dia 30 de junho, quando observado até dezembro do 
exercício anterior. 
Parágrafo 3º - Os entes federativos deverão informar a inexistência de recursos 
do RPPS, conforme estipulado pela SPPS. 
Parágrafo 4º - Uma vez atingido o valor mencionado no caput, a comprovação 
da certificação continuará sendo exigida mesmo que os recursos retornem a 
patamares inferiores. (Incluído pela Portaria MPS nº 440, de 09/10/2013) 
Parágrafo 5º - A partir de 01 de janeiro de 2015 a certificação de que trata o art. 
2º será exigida de todos os entes federativos instituidores de RPPS e que detenham 
quaisquer valores sob gestão. 
Parágrafo 6º - A comprovação das certificações de que trata esta Portaria, para 
o ente federativo que vier instituir RPPS será exigida no prazo de cento e oitenta dias 
contados da vigência da lei de instituição. 
Artigo 6º A - Será considerado investidor qualificado, para os fins da 
normatização estabelecida pela CVM, o RPPS que atenda cumulativamente aos 
seguintes requisitos: 
I. cujo ente federativo instituidor possua Certificado de Regularidade 
Previdenciária - CRP vigente na data da realização de cada aplicação 
exclusiva para tal categoria de investidor, pelo cumprimento das normas 
gerais de organização e funcionamento dos RPPS, estabelecidas na Lei nº 
9.717/1998 e nos atos normativos dela decorrentes; 
II. possua recursos aplicados, informados no Demonstrativo das Aplicações e 
Investimentos dos Recursos - DAIR enviado à SPPS, do bimestre 
imediatamente anterior à data de realização de cada aplicação exclusiva 
para tal categoria de investidor, em montante igual ou superior a R$ 
40.000.000,00 (quarenta milhões de reais); 
III. comprove o efetivo funcionamento do Comitê de Investimentos, na forma do 
art. 3º-A; 
 
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IV. tenha aderido ao Programa de Certificação Institucional e Modernização da 
Gestão dos Regimes Próprios de Previdência Social da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios - "Pró-Gestão RPPS", instituído pela 
Portaria MPS nº 185, de 14 de maio de 2015, e obtido certificação 
institucional em um dos níveis de aderência nela estabelecidos. 
Parágrafo 1º - A partir do credenciamento da primeira entidade habilitada a atuar 
como certificadora do Pró-Gestão RPPS, nos termos do inciso II do art. 6º da Portaria 
MPS nº 185, de 2015: 
I. o montante de recursos definido no inciso II do caput será reduzido para R$ 
10.000.000,00 (dez milhões de reais); e 
II. os requisitos definidos no inciso IV do caput passarão a ser exigidos, sendo: 
a) de imediato, a formalização da adesão ao Pró-Gestão RPPS; e 
b) em até três anos a contar do primeiro ato de credenciamento, a obtenção 
da certificação institucional. 
Parágrafo 2º - Observado o disposto no § 1º, é vedada a aplicação de recursos 
em investimentos destinados a investidores qualificados pelos RPPS que não 
cumpram integralmente os requisitos de que tratam os incisos I a IV do caput. 
Artigo 6º B - Será considerado investidor profissional, para os fins da 
normatização estabelecida pela CVM, o RPPS que atenda cumulativamente aos 
seguintes requisitos:I. cujo ente federativo instituidor possua Certificado de Regularidade 
Previdenciária - CRP vigente na data da realização de cada aplicação 
exclusiva para tal categoria de investidor, pelo cumprimento das normas 
gerais de organização e funcionamento dos RPPS, estabelecidas na Lei nº 
9.717/1998 e nos atos normativos dela decorrentes; 
II. possua recursos aplicados, informados no Demonstrativo das Aplicações e 
Investimentos dos Recursos - DAIR enviado à SPPS, do bimestre 
imediatamente anterior à data de realização de cada aplicação exclusiva 
para tal categoria de investidor, em montante igual ou superior a R$ 
1.000.000.000,00 (um bilhão de reais); 
III. comprove o efetivo funcionamento do Comitê de Investimentos, na forma do 
art. 3º-A; 
 
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IV. tenha aderido ao Programa de Certificação Institucional e Modernização da 
Gestão dos Regimes Próprios de Previdência Social da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios - "Pró-Gestão RPPS", instituído pela 
Portaria MPS nº 185, de 14 de maio de 2015, e obtido certificação 
institucional no quarto nível de aderência nela estabelecido. 
Parágrafo único. A classificação de RPPS como investidor profissional somente 
produzirá efeitos quando atendidos os requisitos de que tratam os incisos I a IV do 
caput, sendo vedada a aplicação de recursos em investimentos destinados a 
investidores profissionais pelos RPPS que não os cumpram integralmente. 
Artigo 6º C - A classificação do RPPS como investidor qualificado ou investidor 
profissional, na forma dos art. 6º-A e 6º-B, não exime seus representantes legais, 
dirigentes, responsáveis pela gestão dos recursos e membros dos órgãos de 
deliberação colegiada da responsabilidade pela adoção de elevados padrões éticos e 
técnicos na governança e controle das operações e pela observância das condições 
de segurança, rentabilidade, solvência, liquidez e transparência na aplicação dos 
recursos, segundo o disposto em Resolução do CMN. 
Parágrafo 1º - Constatado em procedimento administrativo o descumprimento 
do disposto no caput, a SPPS declarará a suspensão da condição de investidor 
qualificado ou investidor profissional, que perdurará até que: 
I. sejam superadas as condições que motivaram a suspensão; 
II. seja comprovado pelo RPPS que foram adotadas medidas para apuração de 
responsabilidades, em relação aos agentes que deram causa ao 
descumprimento dos preceitos definidos no caput. 
Parágrafo 2º - Durante o período da suspensão o RPPS, ficará impedido de 
realizar novas alocações ou subscrições que exijam a condição de investidor 
qualificado ou investidor profissional. 
Parágrafo 3º - A SPPS divulgará a relação dos RPPS para os quais tenha sido 
declarada a suspensão da condição de investidor qualificado ou investidor profissional 
no endereço eletrônico do MPS na rede mundial de computadores - Internet. 
 
Página | 127 
 
Artigo 6º D - Os documentos e informações necessários à comprovação dos 
requisitos estabelecidos nos art. 6º-A e 6º-B estarão disponíveis para consulta no 
endereço eletrônico do MPS na rede mundial de computadores - Internet. 
Artigo 6º E - Sem prejuízo do disposto nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 3º, serão 
observadas em relação ao credenciamento de que trata o inciso IX daquele artigo, as 
seguintes disposições: (Incluído pela Portaria MPS nº 300, de 03/07/2015) 
I. a análise das informações relativas à instituição credenciada e a verificação 
dos requisitos mínimos estabelecidos para o credenciamento deverão ser 
registradas em Termo de Análise de Credenciamento, cujo conteúdo mínimo 
constará de formulário disponibilizado pela SPPS, no endereço eletrônico do 
MPS, na rede mundial de computadores - Internet; 
II. a decisão final quanto ao credenciamento da instituição constará de Atestado 
de Credenciamento, conforme formulário disponibilizado pela SPPS, no 
endereço eletrônico do MPS, na rede mundial de computadores - Internet; 
III. os documentos que instruírem o credenciamento, desde que contenham 
identificação de sua data de emissão e validade e sejam disponibilizados pela 
instituição credenciada em página na rede mundial de computadores - Internet, 
cujo acesso seja livre a qualquer interessado, poderão ser mantidos pelo 
RPPS, por meio de arquivos em meio digital, que deverão ser apresentados à 
SPPS e aos demais órgãos de controle e fiscalização, internos ou externos, 
sempre que solicitados. 
Parágrafo único - A utilização do Termo de Análise de Credenciamento e do 
Atestado de Credenciamento não afasta a responsabilidade do RPPS pela verificação 
do cumprimento dos requisitos mínimos para o credenciamento e não impede que o 
RPPS estabeleça critérios adicionais, com o objetivo de assegurar a observância das 
condições de segurança, rentabilidade, solvência, liquidez e transparência na 
aplicação dos recursos, segundo o disposto em Resolução do CMN. 
Artigo 7º - Os artigos 5º e 7º da Portaria MPS nº 204, de 10 de julho de 2008, 
publicada no Diário Oficial da União de 11 de julho de 2010, passam a vigorar com a 
seguinte redação: 
"Art. 5º ...................................... 
........................................................................................................... 
 
Página | 128 
 
....................................................................................................................................... .
.......................... 
XVI - 
................................................................................................. .......................................
............. 
............................................................................................................................. ......
.......................... 
d) Demonstrativo das Aplicações e Investimentos dos Recursos - DAIR; 
............................................................................................................................. ......
.......................... 
g) Demonstrativo da Política de Investimentos - DPIN. 
...................................................................................................................................
.......................... 
Parágrafo 8º - Deverá ser informado, nos Demonstrativos de que trata o inciso 
XVI deste artigo, o número de inscrição do fundo com finalidade previdenciária do 
RPPS no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ, na condição de 
estabelecimento matriz. (NR) 
Artigo 7º - 
......................................................................................................... ...............................
..... 
............................................................................................................................. ......
.......................... 
Paragrafo 2º - Além dos critérios previstos no caput, permanece exigível o envio 
do Demonstrativo das Aplicações e Investimentos dos Recursos - DAIR e do 
Comprovante do Repasse e Recolhimento, previstos nas alíneas "d" e "e" do inciso 
XVI do art. 5º, relativos às competências anteriores à vinculação ao RGPS. 
............................................................" (NR). 
 
Página | 129 
 
Artigo 8º - O artigo 22 da Portaria MPS nº 402, de 10 de dezembro de 2008, 
publicada no Diário Oficial da União de 11 de dezembro de 2008, passa a vigorar com 
a seguinte redação: 
"Art. 22. O ente federativo elaborará e encaminhará à SPS o Demonstrativo 
das Aplicações e Investimentos dos Recursos – DAIR e o Demonstrativo da 
Política de Investimentos - DPIN, conforme modelos disponibilizados no 
endereço eletrônico do MPS na internet (www.previdencia.gov.br), que 
deverão conter campos específicos para apresentação de informações acerca 
da comprovação da qualificação ou certidão do responsável pelos 
investimentos dos recursos do RPPS." (NR) 
Artigo 9º - A SPPS e a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência 
Social- DATAPREV adotarão as medidas necessárias à implementação das 
disposições desta Portaria. 
Parágrafo único - A SPPS estipulará a forma de comprovação dos parâmetros 
estabelecidos nesta Portaria, conforme divulgado no endereço eletrônico do MPS na 
rede mundial de computadores - Internet. 
Artigo 10 - Os casos omissos relativos às disposições desta Portaria serão 
dirimidos pelo titular da SPPS. 
Artigo 11 - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. 
Artigo 12 - Revogam-se as Portarias MPS nº 155, de 15 de maio de 2008, 
publicada na seção 1 do Diário Oficial da União do dia 16 de maio de 2008 e a MPS 
nº 345, de 28 de dezembro de 2009, republicada na seção 1 do Diário Oficial da União 
de 30 de dezembro de 2009. 
 
 
6.23. Instrumentos de Renda Fixa 
6.23.1. Definição 
Um dos instrumentos de captação de recursos disponíveis no mercado 
financeiro são as operações de renda fixa. 
 
Página | 130 
 
Uma operação de renda fixa é aquela em que as taxas de juros e o prazo da 
operação são definidos no momento da aplicação. Na maioria dos casos, os 
instrumentos de renda fixa apresentam um prazo fixo para resgate, contudo, há no 
mercado títulos emitidos com prazo de vencimento prefixados, contudo permitem 
resgate antes do seu vencimento, como exemplo temos o CDB DI com liquidez diária. 
Recordando os personagens que fazem o Sistema Financeiro, temos os 
tomadores e doadores, que nas operações de renda fixa como conhecem 
previamente a rentabilidade da aplicação, seja por meio taxa de juros, ou índice, 
que mesmo não mostrando qual será o valor de resgate, indicam de 
antecipadamente a correção aplicada ao valor de face (aplicação). Ao contrário, nas 
aplicações de renda variável, tanto o doador quanto o tomador somente conhecerão 
a rentabilidade da operação na data do resgate ou liquidação. 
São vários os ativos de renda fixa a disposição no mercado, como por exemplo: 
Certificados e Recibos de Depósitos Bancários (CDB/RDB), Certificados de Depósitos 
Interbancários (CDI), Letras de Câmbio, Letra de Crédito Imobiliário, Letra de Crédito 
do Agronegócio, Debêntures, Notas Promissórias (Commercial Papers) e os títulos 
emitidos pelos Tesouros Municipais, Estaduais e Federal. Em relação aos títulos 
públicos é importante destacar que estados e municípios estão proibidos de emitir tais 
ativos. 
 
6.23.2. Principais conceitos e características de instrumentos de Renda Fixa 
6.23.2.1. Formas de remuneração – Prefixados e Pós-Fixado – principais 
Indexadores 
Um título é classificado como prefixado em função de estabelecer o valor de 
resgate no ato operação. Por sua vez, título pós-fixado é aquele em que a taxa que 
vai corrigir é estabelecida no momento da operação, contudo o valor a ser resgatado 
somente será apurado na data de vencimento do título ou no momento do resgate. 
Os indexadores mais utilizados para a correção de títulos pós-fixados são: Taxa 
DI (CDI), TR, IGP-M, TLP, SELIC etc. Alguns títulos pós-fixados podem pagar cupom 
periodicamente (trimestral, semestral etc.) 
 
 
Página | 131 
 
 
 
 
6.23.2.2. Formas de amortização e pagamento de juros 
Os títulos emitidos para períodos mais longos, admite-se que possam pagar 
juros semestral ou anual e a amortização do principal acontecendo no vencimento 
do título. Esses juros periódicos pagos pelo emissor do título antes de seu vencimento 
são conhecidos no mercado como de “cupom de juros”. 
Há ainda, títulos emitidos e negociados com taxa de desconto, este são 
conhecidos por títulos “zero cupom”. 
 
6.23.2.3. Composição de cupom de taxa real e indexadores (IGP-M e Câmbio) 
Cupom é um termo utilizado nos mercados financeiros, especialmente no 
segmento de renda fixa, para expressar uma expectativa de capital investido em um 
título, ou seja, um cupom representa um pagamento periódico de juros pagos pelo 
valor de face de um determinado título. Alguns títulos são corrigidos por variações em 
um índice, como o IGP-M, ou mais comumente o IPCA ou a taxa de câmbio (PTAX). 
Além dos índices, existe uma taxa de juros fixa chamada cupom. 
Este cupom existe para ajustar o custo de oportunidade e é usado para orientar 
todas as cotações. 
 
6.23.2.4. Principais instrumentos 
6.23.2.5. Títulos públicos 
O mercado de renda fixa é composto basicamente por dois tipos de emissores, 
privados, aqui podemos citar instituições financeiras, empresas e até pessoas físicas, 
e títulos públicos emitidos pelo governo federal. No mercado interno, como em outros 
países, o principal emissor de títulos de renda fixa geralmente é o governo. No Brasil, 
o órgão governamental responsável pela emissão desses títulos é a Secretaria do 
Tesouro Nacional, que administra a dívida mobiliária pública (representada por títulos 
de renda fixa) e a dívida contratual (representada por documentos legais como 
Os títulos conhecidos no mercado como flutuantes, são pós-fixados, por exemplo, em taxa DI ou Selic, ou 
seja, atrelados à variação do CDI ou Selic. 
 
Página | 132 
 
contratos), não apenas para títulos emitidos em Brasil, também lida com captação de 
recursos no mercado internacional. 
Como mencionado acima, os títulos públicos federais são papeis de renda fixa 
emitidos pela Secretaria do Tesouro Nacional com objetivo de tomar recursos 
emprestados do público investidor e são compostos por letras e notas com 
características particulares. O motivo para a emissão destes títulos é o financiamento 
das atividades do setor público e para a cobertura de déficits orçamentários. A 
principal fonte de receita dos governos é através da cobrança de impostos, taxas e 
contribuições de pessoas físicas e de pessoas jurídicas, tanto nacionais como 
estrangeiras. Uma vez que os valores arrecadados não são suficientes para que o 
governo cumpram com o seu papel e faça frente aos custos com a administração 
pública, uma alternativa (utilizada, em nosso e outros países) é a captação de recursos 
por intermédios destes títulos junto aos investidores privados. Instituições 
financeiras, empresas e pessoas físicas aplicam seus recursos nestes ativos de 
dívida lançado pelo Tesouro Nacional e, assim, financiam as atividades do Governo 
Federal. 
 
6.23.2.6. LFT, LTN, NTN-B, NTN-B Principal e NTN-F. Características. 
 
Letra Financeira do Tesouro – LFT 
É um título de renda fixa pós-fixados emitidos pelo Tesouro Nacional, com o 
objetivo de prover os recursos necessários à cobertura dos déficits orçamentários ou 
à realização de operações de crédito por antecipação de receitas para atendimento 
de determinações legais. 
São emitidas na modalidade escritural, nominativa e negociável, com valor 
nominal na data-base (data de emissão) de R$1.000,00, sendo o seu prazo de 
emissão definido pelo Ministério da Economia, quando da emissão do título. O 
rendimento é a taxa média ajustada dos financiamentos diários apurados no Sistema 
Especial de Liquidação e Custódia - SELIC - para títulos públicos federais (Taxa 
Selic), calculada sobre o valor nominal. O resgate do título é realizado pelo valor 
nominal acrescido do respectivo rendimento, desde a data-base (emissão) do título. 
 
Página | 133 
 
• Indicado para quem acredita que a tendência da taxa Selic é de elevação, já 
que a rentabilidade desse título é indexada à taxa de juros básica da economia. 
• O valor de mercado desse título apresenta baixa volatilidade, evitando perdas 
no caso de venda antecipada. Por essa razão, é considerado um título indicado 
para um perfil mais conservador. É indicado também para o investidor que 
não sabe exatamente quando precisará resgatar seu investimento. 
• O fluxo de pagamento desse título é simples, isto é, não faz o pagamento de 
juros semestrais. Sendo assim, ele é mais interessante para quem pode 
esperar para receber o seu dinheiro até o final do período da aplicação (ou seja, 
quem não necessita complementar sua renda desde já). 
• Não há restriçõescaso o investidor deseje resgatar o título antes do seu 
vencimento. 
 
 
Letra do Tesouro Nacional - LTN 
Diferentemente da LFT, a LTN é um título prefixado com valor nominal de 
R$1.000,00 sem fator de remuneração, pois os juros devidos ao investidor, estão 
contidos no deságio do título por ocasião de sua emissão e pagos no resgate pelo 
valor nominal ou de face (mesmo princípio de um desconto de cheques ou duplicata). 
• Possui fluxo de pagamento simples, isto é, o investidor receberá o valor 
investido acrescido da rentabilidade na data de vencimento ou resgate do 
título. Em outras palavras, o pagamento ocorre de uma só vez, no final da 
aplicação. Sendo assim, é mais interessante para quem pode esperar receber 
 
Página | 134 
 
o seu dinheiro até o final do período do investimento, ou seja, é indicado para 
quem não necessita complementar sua renda desde já. 
• Mantendo o título até o vencimento, o investidor receberá R$1.000,00 para 
cada unidade do papel. A diferença entre esse valor recebido no final da 
aplicação e o valor pago no momento da compra representa a rentabilidade 
do título. 
• Caso necessite vender o título antecipadamente, não são impostas 
restrições. Porém, a rentabilidade poderá ser maior ou menor do que a 
contratada na data da compra, dependendo do preço do título no momento da 
venda. Por essa razão, é recomendável que o investidor procure conciliar a 
data de vencimento do título com o prazo desejado para o investimento. 
 
 
Nota do Tesouro Nacional Série B - NTN-B 
Títulos classificados como pós-fixados, com valor nominal de emissão de 
R$1.000,00 por título, ou seja, cada título apresenta esse valor unitário (PU). São 
emitidos na forma nominativa, escritural e negociáveis. A forma de colocação pode 
ser direta ou por oferta pública, realização de leilões pelo Banco Central. 
A NTN-B é um título corrigido pela variação do Índice Nacional de Preços ao 
Consumidor Amplo – IPCA. Logo, o valor nominal do título na data-base (emissão) 
é atualizado pela variação deste índice, e paga cupom de juros (juros intermediários) 
semestralmente, com ajuste no primeiro período de fluência, quando couber. O 
primeiro cupom de juros a ser pago irá considerar a taxa integral definida para seis 
meses, independente da data de emissão do papel. A taxa de juros é definida quando 
 
Página | 135 
 
da emissão do título, em percentual ao ano, e é aplicada sobre o valor nominal 
atualizado pela variação do IPCA. O prazo de resgate é definido pelo Ministério da 
Economia quando de sua emissão, por oferta pública (leilão) ou colocação direta em 
favor do interessado. O valor principal corrigido pela variação do IPCA é pago em 
parcela única na data de vencimento ou resgate antecipado do título. 
• Ele proporciona rentabilidade real, ou seja, garante o aumento do poder de 
compra do dinheiro, pois seu rendimento é composto por duas parcelas: uma 
taxa de juros prefixada (cupom) e a variação da inflação (IPCA). Desse 
modo, independente da variação da inflação, a rentabilidade total do título 
sempre será superior a ela. A rentabilidade real, nesse caso, é dada pela taxa 
de juros prefixada, contratada no momento da compra do título. 
• Este título é mais indicado para quem deseja utilizar o rendimento para 
complementar sua renda a partir do momento da aplicação, pois faz 
pagamento de juros a cada semestre, diferentemente do Tesouro 
IPCA+(NTN-B Principal). Isso significa que o rendimento é recebido pelo 
investidor ao longo do período da aplicação, em vez de receber tudo no final. 
Os pagamentos semestrais, nesse caso, representam uma antecipação da 
rentabilidade contratada. 
• Cabe destacar, adicionalmente, que no pagamento desses recebimentos 
semestrais há incidência de imposto de renda (IR), obedecendo a tabela 
regressiva. Desse modo, caso o investidor deseje reinvestir os valores 
recebidos a cada seis meses, é mais interessante aplicar em um título que não 
paga juros semestrais. Esse tipo de ativo, no qual o imposto de renda é 
recolhido apenas no final da aplicação, garante que a taxa de rentabilidade 
incida sobre um montante superior, ou seja, sobre uma maior base, já que não 
sofreu reduções em função da incidência do IR nos eventos de pagamento de 
juros semestrais. Isso beneficia a rentabilidade final da aplicação. 
• Na data de vencimento do título, o investidor resgata o valor investido 
atualizado pela inflação acrescido do último pagamento de juros 
semestrais. 
• Caso necessite vender o título antecipadamente, não há restrição, contudo 
caso ocorra variação nas taxas de juros de mercado, a rentabilidade poderá 
ser maior ou menor do que a contratada na data da compra, dependendo do 
 
Página | 136 
 
preço do título no momento da venda. Por essa razão, é recomendável que o 
investidor procure conciliar a data de vencimento do título com o prazo 
desejado para o investimento. 
 
 
 
 Nota do Tesouro Nacional Série B Principal - NTN-B Principal 
A NTN B- Principal possui características semelhantes as da NTN-B, a única 
diferença reside em não pagar juros periódicos (cupom semestral), se configurando 
em um título que acumula juros para pagamento em parcela única no vencimento do 
título. 
• Tal qual a NTN-B é um título que oferece rentabilidade real, ou seja, garante 
o aumento do poder de compra do dinheiro, pois seu rendimento é composto 
por duas parcelas: uma taxa de juros prefixada e a variação da inflação (IPCA). 
Desse modo, independente da variação da inflação, a rentabilidade total do 
título sempre será superior a ela. A rentabilidade real, nesse caso, é dada pela 
taxa de juros prefixada, contratada no momento da compra do título. 
• Dada essa característica, aliada ao fato de esse título possuir disponibilidades 
de vencimentos mais longos, ele é indicado para quem deseja poupar para a 
aposentadoria, compra de casa e estudo dos filhos, dentre outros objetivos 
de longo prazo. 
• Possui fluxo de pagamento simples, isto é, o investidor receberá o valor 
aplicado acrescido da rentabilidade na data de vencimento ou resgate do 
 
Página | 137 
 
título. Em outras palavras, o pagamento ocorre de uma só vez, no final da 
aplicação. Sendo assim, é mais interessante para quem pode esperar para 
receber o seu dinheiro até o vencimento do título (ou seja, quem não necessita 
complementar sua renda desde já). 
• Caso o investidor necessite vender o título antecipadamente, não há qualquer 
restrição, entretanto, a rentabilidade poderá ser maior ou menor do que a 
contratada na data da compra, dependendo do preço do título no momento 
da venda. Por essa razão, é recomendável que o investidor procure conciliar a 
data de vencimento do título com o prazo desejado para o investimento. 
 
 
 
Nota do Tesouro Nacional Série F - NTN-F 
Título rentabilidade definida no momento da operação, logo um título prefixado, 
onde a sua rentabilidade é estabelecida pelo deságio aplicado sobre o valor nominal 
quando do seu lançamento. Paga cupom semestral (rendimento) com ajuste do prazo 
no primeiro período de fluência quando couber. O primeiro cupom de juros a ser pago 
contemplará a taxa integral definida para seis meses, independente da data de 
emissão do papel. A taxa de juros é definida quando da emissão do título, em 
percentual ao ano, e é aplicada sobre o valor nominal. O prazo de resgate é definido 
pelo Ministério da Economia quando da emissão do título por oferta pública (leilão) ou 
colocação direta em favor do interessado. O resgate é realizado em parcela única na 
data de vencimento do papel. 
 
Página | 138 
 
• É mais indicado para o investidor que deseja utilizar seus rendimentos para 
complementar sua renda a partir do momento da aplicação, pois esse título 
faz pagamento de juros (cupom) a cada seis meses. Isso significa que o 
rendimento é recebido pelo investidor ao longo do período da aplicação, 
diferentemente da LTN.Os pagamentos semestrais, nesse caso, representam 
uma antecipação da rentabilidade contratada. 
• Cabe destacar, adicionalmente, que no pagamento desses rendimentos 
semestrais, há incidência de imposto de renda (IR), obedecendo a tabela 
regressiva. 
• Desse modo, quem planeja reinvestir os valores recebidos a cada seis meses, 
é mais interessante investir em um título que não pague juros semestrais. Um 
título no qual o imposto de renda é recolhido apenas no final da aplicação 
garante que a taxa de rentabilidade incida sobre um montante superior, ou seja, 
uma maior base, pois não sofre reduções em função dos descontos do IR nos 
eventos de pagamentos de juros semestrais. Isso beneficia a rentabilidade final 
da aplicação. 
• Mantendo o título até o vencimento, o investidor receberá R$1.000,00 
acrescido do último pagamento de juros semestrais. Caso necessite 
vender o título antecipadamente, não há restrição, porém a rentabilidade 
poderá ser maior ou menor do que a contratada na data da compra, 
dependendo do preço do título no momento da venda. Por essa razão, é 
recomendável que o investidor procure conciliar a data de vencimento do título 
com o prazo desejado para o investimento. 
 
 
 
Página | 139 
 
6.23.2.7. Negociação de títulos públicos - Mercado Primário: Leilões - Mercado 
Secundário: balcão 
Leilões - Mercado Primário 
O lançamento de um título no mercado pela primeira vez (primeira venda) pelo 
tesouro – acontece no mercado primário – onde o Banco Central realiza o chamado 
leilão primário ou leilão formal. Por meio de instituições financeiras, que podem ser 
bancos, corretoras ou distribuidoras, os interessados em adquirir valores mobiliários 
(pessoas físicas ou jurídicas) enviam suas ofertas por meio de sistema informatizado, 
que podem ou não ser aceitas pela autoridade monetária. Normalmente, os 
participantes desses leilões são instituições financeiras que utilizam esses títulos para 
compor as carteiras de fundos de investimentos e outras para cumprir a exigência de 
depósitos compulsórios, além de assegurar a rentabilidade de outras aplicações que 
oferecem aos clientes. 
Existe outro tipo específico de leilão chamado de o leilão de oferta firme, que 
ocorre em dois dias, chamado de leilão de duas etapas. No primeiro dia, os 
investidores efetivam uma oferta indicando a quantidade de títulos e a taxa que 
pretendem para a compra dos títulos. Nesta etapa, apenas as instituições aprovadas 
(dealers) pelo banco central podem participar. No dia seguinte, com base nas 
informações colhidas na primeira fase, o Tesouro Federal determina a quantidade de 
títulos que serão colocados e a taxa de juros que aceitará pagar. Neste segmento, 
todos estão competindo. 
Os leilões periódicos realizados pelo BACEN, podem ser: 
• Formais: em que participam todas as instituições financeiras; e 
• Informais (go around): em que os negócios são realizados por meio de 
instituições financeiras legalmente autorizadas a atuar no mercado em nome 
do BACEN (essas instituições são chamadas de dealers) e depois repassados 
às demais instituições. 
A finalidade deste tipo de leilão é preservar o maior nível de competitividade 
possível, por meio da participação de todos os dealers credenciados em uma 
operação de venda ou recompra de títulos. 
 
 
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Open Market - Mercado secundário 
As operações do mercado secundário acontecem no open market ou mercado 
aberto, ou seja, onde se negociam títulos já emitidos anteriormente. 
A legislação em vigor define que somente as instituições financeiras podem atuar 
neste segmento e é nelei que ocorrem as trocas de reservas bancárias. 
O Banco Central se vale do open market como um instrumento de ajuste da 
política monetária, colocando títulos quando há excesso de recursos em circulação 
ou recomprando quando falta dinheiro no sistema. Com a realização das operações 
de open market, o BACEN interfere na taxa juros, pois aqui também se observa a lei 
de oferta e procura. A operações de overnight (operações de um dia) acontecem do 
dentro do open market. As operações de overnight, representam a compra de títulos 
públicos no mercado secundário com a condição de revendê-los no dia seguinte 
(operação compromissada) por uma taxa preestabelecida entre as partes. É uma 
operação de um dia. 
No mercado secundário é onde ocorre a negociação, compra e venda, dos títulos 
já lançados no mercado primário, sem captação de recursos pelo emitente (Governo 
Federal), promovendo a liquidez necessária às negociações. 
6.23.2.8. Tesouro Direto. Conceito e características operacionais 
Tesouro Direto é um serviço oferecido pelo Tesouro Nacional que possibilita 
aos pequenos investidores (pessoas físicas) comprar títulos públicos através da 
Internet. Este serviço é operacionalizado pela Câmara de liquidação, compensação 
e custódia da B3 S/A (Câmara BM&FBovespa). 
A finalidade do Tesouro Direto era a época tornar popular o mercado de títulos 
públicos e popularizar o acesso aos títulos da dívida pública federal. O valor mínimo 
do investimento no Tesouro Direto é de R$ 30,00, sendo 100% garantido pelo Tesouro 
Nacional. 
A liquidez dos títulos públicos comprados via Tesouro Direto é garantida pelo 
Tesouro Nacional. Resumidamente, isto significa que o investidor poderá resgatar os 
seus investimentos no momento que desejar. 
O serviço do Tesouro Direto é oferecido diariamente das 9h30 às 18h. Nos dias 
úteis, os resgates e aplicações são processados com os preços e taxas disponíveis 
 
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no momento da operação. O período compreendido entre 18h e 5h nos fins de 
semana ou feriados, os resgates e aplicações serão liquidados com base nos preços 
e taxas de abertura do dia útil seguinte. 
Para os títulos que distribuem juros semestrais (cupons de juros), como por 
exemplo, Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (NTN-B) e Tesouro Prefixado com 
Juros Semestrais (NTN-F), as operações de resgate serão suspensa 2 (dois) dias 
úteis antes do pagamento desses juros periódicos. 
Não é estabelecido um prazo de carência para o investidor resgatar os títulos do 
Tesouro Direto, nem limitação sobre o valor do resgatado. Outra informação relevante 
é que, os títulos públicos são recomprados pelo Tesouro Nacional aos preços de 
mercado na data da operação. 
Se porventura o investidor manter os títulos até a sua data de vencimento, 
receberá o valor equivalente à rentabilidade negociada no momento da compra, 
independentemente das variações nas taxas de juros do mercado no decorrer da 
aplicação. Porém, no caso o investidor realize resgate antecipado, o Tesouro Nacional 
recompra o título com base em seu valor de mercado. Desta forma, nos resgates 
realizados antes do vencimento, o retorno da aplicação poderá ser diferente do 
negociado no ato da aplicação, dependendo da taxa de juros praticada pelo mercado 
quando o investidor optar pelo resgate. 
5.23.2.9. Custos para o investidor 
As compras de títulos realizadas no Tesouro Direto, estão sujeitas ao pagamento 
de taxas referentes aos serviços prestados. 
Atualmente são cobradas duas taxas no Tesouro Direto. 
• Taxa de custódia devida à B3 S/A de 0,20% ao ano sobre o valor aplicado: 
referente aos serviços de guarda dos títulos, manutenção do sistema e envio 
de extratos mensais aos investidores. Essa taxa é cobrada semestralmente, no 
primeiro dia útil de janeiro ou de julho, ou na ocorrência de um evento como 
recebimento de juros semestrais, resgate antecipado ou vencimento do título, 
o que ocorrer primeiro. A cobrança é proporcional ao período em que o 
investidor mantiver o título, e é calculada até o saldo de R$5.000.000,00 por 
conta. No caso em que, no semestre, a soma do valor da taxa da B3 S/A e da 
 
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taxa da Instituição Financeira for inferior a R$10,00, o valor das taxas será 
acumulado para a cobrança no semestre seguinte, conforme regras já 
mencionadas.• A partir do dia 01/08/2020, o título Tesouro Selic passou a ser isento da taxa 
de custódia até o estoque de R$10.000,00. A taxa será cobrada sobre os 
valores que excederem o estoque de R$10.000,00, por investidor (CPF). 
• Taxa de Administração devido às Instituições Financeiras sobre o valor 
aplicado: referente aos serviços de transferência de valores, recolhimento do 
IR e abertura do cadastro do investidor. Essas taxas são livremente acordadas 
com os investidores e estão disponíveis para consulta no site do Tesouro 
Direto. O investidor deve confirmá-las no momento da contratação da 
Instituição Financeira. 
Desta forma, no momento da aplicação, será cobrado o valor da transação 
(preço unitário do título vezes a quantidade adquirida) mais a taxa da Instituição 
Financeira referente ao primeiro ano de aplicação. A taxa da B3 S/A (0,20% ao ano) 
será provisionada diariamente a partir da liquidação da operação de investimento 
(D+1). 
 
5.23.2.10. Títulos negociados – Novo nome 
O objetivo principal do Tesouro Direto é colocar à disposição das pessoas físicas 
os mesmos títulos públicos ofertados às instituições financeiras nos leilões habituais 
emitidos pelo Tesouro Nacional. 
Entretanto, foi observado que os investidores careciam de maior compreensão 
sobre as características de cada tipo de aplicação nesta modalidade de renda fixa, 
assim, a STN (Secretaria do Tesouro Nacional) alterou o nome desses papéis, 
tornando melhor sua identificação. 
 
 
 
Os títulos são os mesmos, mudaram apenas os nomes. 
 
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Nome Anterior Novo Nome 
 
(inclui-se depois do nome o ano de 
vencimento do título) 
Letra do Tesouro Nacional - LTN Tesouro Prefixado 20xx 
Letra Financeira do Tesouro - LFT Tesouro Selic 20xx 
Nota do Tesouro Nacional Série B - NTN 
B 
Tesouro IPCA + com juros 
semestrais 20xx 
Nota do Tesouro Nacional Série B 
Principal 
NTN B Principal 
Tesouro IPCA 20xx 
Nota do Tesouro Nacional Série F - NTN 
F 
Tesouro Pré-fixado com juros 
semestrais 20xx 
 
 
 
 
 
 
6.23.2.11. Adequação dos produtos em função do nível de conhecimento do 
investidor e objetivos 
A compra de títulos públicos por pessoa física, antes da implantação do tesouro direto se 
dava, indiretamente, através de fundos de investimentos. 
 
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Uma regra que deve ser observada por todos os investidores é que antes de 
fazer a opção por m determinado investimento, é necessário estabelecer o objetivo e 
um prazo para esse investimento. 
Opções de curto prazo, por exemplo, como a formação e uma reserva para 
emergências necessita que as alternativas de investimentos classificadas como de 
baixa volatilidade e com alta liquidez (facilidade para resgate), no caso de títulos 
negociados no tesouro direto, o Tesouro Selic. 
No entanto, objetivos de longo prazo, frente a uma taxa Selic em 10,75% ao ano 
e inflação com tendência de alta, a alternativa é analisar um Tesouro IPCA +, que não 
são adequados para longo prazo, com um potencial de retorno muito maior. Definindo 
o objetivo do investimento, as chances de achar o produto correto são muito maiores. 
Analisando o risco de crédito, os títulos negociados pelo Tesouro Direto possuem 
um grau de segurança maior que outros títulos de renda fixa no mercado e, assim, 
adequados para compor as carteiras de investidores mais conservadores. No caso da 
Tesouro Selic (LFT), o risco de mercado é muito baixo, o que faz com que este título 
seja indicado para investidores avessos à volatilidade, ou seja, variações inesperadas 
em suas posições. Para investidores que desejam proteção contra os efeitos da 
inflação, a Tesouro IPCA com Juros Semestrais (NTN-B) e a Tesouro IPCA+ (NTN-B 
Principal) são os títulos que atendem a essa necessidade. E para aqueles investidores 
que desejam saber o valor do resgate no momento da aplicação, a Tesouro Prefixado 
(LTN) e Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F) são os títulos mais 
indicados, porém, resgates antes do vencimento podem provocar prejuízos para o 
investidor. A liquidez é oferecida pelo próprio Tesouro Nacional, que garante a 
recompra dos títulos diariamente, desta forma, o risco de liquidez é mitigado, o 
investidor pode resgatar a aplicação antecipadamente. Assim, os investidores podem 
escolher via Tesouro Direto o perfil de risco e retorno que desejam para suas carteiras, 
em função das suas necessidades de fluxo de caixa e de suas expectativas quanto 
ao comportamento futuro das taxas de juros. 
 
 
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6.23.3. Títulos Privados Bancários: Certificado de Depósito Bancário – CDB e 
Letras Financeiras – LF 
Características 
O Certificado de Depósito Bancário - CDB é um instrumento de crédito emitido 
por bancos comerciais, de investimento, diversos e caixas econômicas e caracteriza 
um depósito a prazo. Sob a condição de cumprir os prazos mínimos de emissão e, a 
critério do emissor do título pode ser objeto de transferência, resgatar, transferido por 
endosso em preto, antes do vencimento. 
 
 
Formas de resgate 
Por caracterizar uma forma de deposito a prazo, existe uma data marcada para 
que ocorra o resgate do valor aplicado. Nessa acordada no ato da aplicação, 
conhecida como data de vencimento do papel, ocorre o crédito em conta corrente do 
investidor do valor aplicado corrigido pela forma de remuneração contratada (menos 
os impostos que incidem sobre o rendimento). Caso o cliente necessite dos recursos 
antes do vencimento do papel, pode solicitar o resgate dentro das condições fixadas 
pela instituição emissora do título. 
 
Taxas e formas de remuneração 
O CDB é um título garantido por bancos comerciais, de investimentos e bancos 
de desenvolvimento. Podem ser encontrados em agências bancárias, sociedades 
corretoras e distribuidoras de valores. São títulos nominativos, transferíveis. Seu 
rendimento pode ser pago mensal, trimestral, semestral ou até no momento do 
resgate, mas sua rentabilidade é definida já no momento da aplicação, quando 
também seu imposto é descontado em alíquota, que varia de acordo com o prazo da 
aplicação. 
CDB pós-fixados – é um título com característica parecida a um CDBs - pré. A 
diferença reside na forma de pagamento de rendimento, pois mesmo os juros sendo 
estabelecidos na aplicação, o rendimento final depende da correção monetária do 
 
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período; por sua vez o CDB – pré, a remuneração total é definida no momento da 
aplicação. Outra diferença está no pagamento do imposto que só é retido no momento 
do resgate. 
 
 
6.23.3.1. Letra Financeira - LF 
A Letra Financeira - LF é um título de renda fixa emitido por instituição financeira 
para captação de recursos de longo prazo, uma vez que o prazo de vencimento é 
superior a dois anos. Por outro lado, oferece aos investidores melhor rentabilidade se 
comparado a outras aplicações financeiras com liquidez diária ou vencimentos mais 
curtos. Dessa forma, o LF beneficia tanto as instituições financeiras que precisam 
levantar capital quanto os investidores que possuem o valor relevante para investir no 
longo prazo. 
A LF não pode ser emitida com valor nominal unitário inferior a: 
• R$150.000,00, se não contiver cláusula de subordinação; ou 
• R$300.000,00, se contiver cláusula de subordinação. 
No caso da LF emitida com cláusula de subordinação, seus detentores têm seu 
direito de crédito condicionado ao pagamento de outras dívidas da instituição 
emissora em caso de falência ou inadimplência. Contudo, este tipo de LF oferece 
benefícios contábeis aos emissores e, por esse motivo, tende a proporcionar uma 
melhor remuneração quando comparada com a LF sem cláusula de subordinação. 
As cláusulas de subordinação podem tornar elegível a composição do patrimônio 
de referência da instituição emissora, conforme abaixo: 
• Letra Financeira elegível - Nível II (LFSN) – contém cláusula de 
subordinação que torna o instrumento elegívela compor o capital de nível II do 
patrimônio de referência da instituição emissora; ou 
• Letra Financeira elegível - Capital Complementar (LFSC) – contém cláusula 
de subordinação que torna o instrumento elegível a compor o capital 
complementar da instituição emissora. 
• Podem ser emitidas com opção de recompra pela instituição emissora, caso 
não seja indexada à taxa DI e possua prazo superior a quatro anos, e com 
 
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cláusula prevendo a antecipação do vencimento, caso seja utilizada para 
operações ativas vinculadas. 
• Tem prazo mínimo para vencimento de 24 meses, sem possibilidade de 
recompra ou resgate antes desse prazo, e prazo mínimo para pagamento de 
rendimentos de 180 dias. Deve ser emitida de forma escritural, mediante 
registro em sistema de registro e de liquidação financeira de ativos autorizados 
pelo Banco Central. 
• Sua remuneração poderá ser por juros fixos (prefixada) ou flutuantes (pós 
fixada). A LF pode ser negociada de forma privada entre as instituições 
financeiras e seus clientes ou pode ser objeto de oferta pública. 
 
Letra Financeira - Imposto de Renda 
Na Letra Financeira, a alíquota de imposto de renda segue a mesma tabela das 
operações de renda fixa. Mas, como já se sabe que o prazo será superior a dois anos, 
o investidor não pagará mais de 15% de IR. 
 
Riscos 
 
Mercado 
• Nos casos de venda antes do vencimento: se ocorrer elevação da taxa de juros 
do mercado e/ou variação negativa do índice flutuante, se houver. 
• Resgate no vencimento: variação negativa do índice flutuante, se for o caso. 
 
Crédito 
 Este é o risco de a Instituição não honrar o resgate do investimento. 
Liquidez 
 
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 Apresenta risco de liquidez, uma vez que possui carência de 24 meses. 
 
6.23.3.2. Características; Debêntures: Conceito e Características 
As debêntures representam títulos de dívida (obrigação) emitidos por empresas 
de capital aberto ou fechado, e que garantem investidores o direito de crédito 
contra o emissor do título, nas condições definidas, na escritura de emissão. 
Normalmente, as debêntures são emitidas para possibilitar a captação de 
recursos nos médio e longo prazos à empresa que a emitiu e os recursos destinados 
a aquisição de participações acionárias, implantação de projetos, alongamento 
do perfil de endividamento e financiamento de capital de giro. 
É um título que possibilitam uma grande flexibilidade de prazos, garantias e 
condições de pagamento, o que permite a adequação dos pagamentos dos juros e 
amortização às características do projeto e à disponibilidade de recursos das 
companhias emitentes. 
A captação de recursos pelo emitente ocorre no mercado primário, momento em 
que as debêntures são oferecidas ao público em geral, nas emissões públicas, ou 
quando as debêntures são adquiridas por investidores específicos, quando for 
emissão privada. 
As emissões públicas podem ser feitas apenas por empresas não financeiras de 
capital aberto (com registro na CVM), sociedades de arrendamento mercantil 
(leasing), companhias hipotecárias. Empresas de capital fechado só podem emitir 
debêntures através de emissões privadas (destinada exclusivamente a investidor 
qualificado). 
Aos emissores de debentures é facultado utilizar a emissão de debêntures para 
captar recursos no mercado. Contudo, a captação por meio de debêntures só pode 
ser feita por Sociedades Anônimas abertas ou fechadas, não financeiras, contudo, 
Apesar de ser um título de emissão de instituição financeira, a LF não tem cobertura do 
FGC, que garante créditos até o valor de R$ 250.000,00 mil por CPF, por Instituição. 
 
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apenas as companhias de capital aberto com registro na CVM podem efetuar 
emissões públicas de debêntures. 
 
Tipos 
• Não conversíveis ou simples: este tipo paga juros e amortizam o principal (se 
for o caso) em dinheiro dentro do prazo de vencimento da debênture. 
• Conversíveis em ações: conhecidas no mercado pela sigla DCA, possibilitam 
ao investidor a opção de receber o valor aplicado mais o rendimento em 
dinheiro ou a conversão do título em ações da empresa, nas condições 
estabelecidas, na escritura de emissão. Os acionistas têm o direito de 
preferência na compra quando da emissão deste tipo de debênture. Caso o 
debenturista opte pela conversão, então ela passa à condição de acionista ou, 
caso já seja acionista, eleva a sua participação acionária, e ocorre aumento do 
capital social da empresa. 
• Permutável: são parecidas com as debêntures conversíveis, contudo, a opção 
de conversão em ações de uma empresa que não a emissora das debêntures. 
 
6.23.3.2.1. Escritura 
A Escritura de Emissão é o documento em que constam as características 
das debêntures, suas cláusulas e condições da emissão, onde estão descritos todos 
os direitos conferidos pelos títulos, como suas garantias. 
Na Escritura de Emissão é preciso constar, entre outras, as seguintes condições: 
montante da emissão, quantidade de títulos e o valor nominal unitário, forma, 
condições de conversibilidade, espécie, data de emissão, data de vencimento, 
remuneração, juros, prêmio, cláusula de aquisição facultativa e/ou resgate 
antecipado facultativo e condições de amortização. 
 
6.23.3.2.2. Registros 
A debênture, quando da sua emissão, deverá ser registrada na Comissão de 
Valores Mobiliários - CVM e, por ser emissão escritural, também na SND (Sistema 
 
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Nacional de Debêntures) onde são efetuados os controles de transferências e as 
liquidações financeiras das operações. 
 
6.23.3.2.3. Característica dos títulos 
Características da Emissão e dos Títulos 
 
• nome da empresa 
• número da emissão/número de série 
• data da emissão 
• data do vencimento de cada série (se for o caso) 
• índice de atualização monetária 
• espécies (tipos de garantias) 
• tipo (simples, permutável ou conversível) 
• quantidade de emissão e valor 
• forma (nominativa, em nome do investidor) 
• cronograma de eventos (datas de pagamento de juros, prêmios ou 
repactuação) 
• condições de resgate 
• rendimentos 
• forma de conversão 
• banco mandatário 
• agente fiduciário 
 
6.23.3.2.4. Taxas e Formas de Remuneração 
Os rendimentos oferecidos pelas empresas que emitam debentures podem ser, 
juros, fixos ou variáveis, participação no lucro da companhia e prêmio de reembolso. 
• Rendimento agregado ao valor nominal - as atualizações são realizadas 
periodicamente sobre o valor nominal da debênture (valor de emissão). Os 
índices de correção podem ser: índice de preços, taxa de câmbio, e outros 
referenciados não proibidos pela legislação em vigor. 
 
Página | 151 
 
• Geralmente, o fator de correção da debênture está vinculado a índices 
de preços, como, por exemplo, o IPCA. Neste caso, o prazo mínimo para 
vencimento ou repactuação é de no mínimo 1 (um) ano, sendo que a 
cláusula de aplicação da correção monetária não pode ser menor que 1 
(um) ano. É importante destacar que o pagamento do valor 
correspondente à correção monetária somente pode acontecer no 
momento do vencimento ou repactuação do título. Nas situações em que 
ocorrerem pagamentos de juros e amortizações efetuados em períodos 
inferiores a um ano, deve-se ter como parâmetro de cálculo o valor 
nominal das debêntures, sem considerar a correção monetária do 
período. 
• Juros - é o pagamento realizado periodicamente sobre o valor inicial ou valor 
nominal corrigido do título (estipulado na escritura de emissão ou em cláusula 
de repactuação). 
• Os juros podem ser fixos (prefixados), flutuantes (pós fixados) ou mistos 
(um indexador varável e uma taxa prefixada). As taxas flutuantes mais 
utilizadas são: Taxa DI, Taxa Referencial- TR, Taxa de Longo Prazo – 
TLP e Taxa Básica Financeira – TBF. 
• Participação nos Lucros - em algumas ocasiões, a remuneração periódica do 
título varia em função do lucro apurado pela companhia emissora.• Prêmios: podem ser ofertados em determinados eventos específicos. Alguns 
exemplos são: processo de repactuação (especialmente quando há 
debenturistas dissidentes); necessidade de adequar a rentabilidade do título às 
condições do mercado; resgate antecipado. 
• Repactuação - renegociação entre a companha emissora e os debenturistas 
em relação às condições de remuneração das debêntures, alinhada ao cenário 
de mercado. Caso os aplicadores não aceitem a proposta da companhia 
emissora, esta deverá recomprar os títulos. 
O Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários estabeleceram que as 
debêntures de distribuição pública somente podem ser corrigidas por: 
• taxa de juros prefixada; 
• uma das seguintes remunerações básicas, ajustada, para mais ou para menos, 
por taxa fixa: 
 
Página | 152 
 
a) Taxa Referencial - TR ou Taxa de Juros de Longo Prazo - TJLP, observado o 
prazo mínimo de um mês para vencimento ou período de repactuação; 
b) Taxa Básica Financeira - TBF, observado o prazo mínimo de dois meses para 
vencimento ou período de repactuação; 
c) Taxas flutuante, observado que a taxa utilizada como referencial deve: 
• ser regularmente calculada e de conhecimento público; 
• basear-se em operações contratadas à taxas de mercado prefixadas, com 
prazo não inferior ao período de reajuste estipulado contratualmente. 
Debêntures Incentivadas - são debêntures emitidas para financiar projetos de 
infraestrutura, considerados prioritários pelo Governo Federal. Elas foram criadas pela 
Lei Federal nº 12.431/2011, e apresentam como vantagem, a isenção de IR sobre os 
rendimentos. 
• Remuneração por taxa de juros pré-fixada (com prazo mínimo de intervalo de 
pagamento dos juros de 180 dias) + índice de preço (normalmente IPCA); 
• Prazo médio ponderado superior a 4 anos; 
• Não é permitida a recompra nos 2 primeiros anos. 
 
 
6.23.3.2.5. Hierarquia das espécies de debêntures de acordo com garantias 
 
As debêntures são classificadas em função do tipo de garantia ou da ausência de 
garantia: 
 
Garantia Real: 
A garantia real fornecida pela emissora pressupõe a 
obrigação de não alienar ou onerar o bem registrado em 
garantia. As debêntures com garantia real têm preferência 
sobre outros créditos, desde que averbada no registro. É 
uma garantia forte. 
 
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Garantia flutuante: 
A garantia flutuante assegura aos credores da debênture 
privilégio geral sobre o ativo da companhia, mas não 
impede a negociação dos bens que compõem esse ativo. 
Na preferência sobre outros créditos, ela está após as 
garantias reais, dos encargos trabalhistas e dos impostos. 
É uma garantia fraca, e sua execução privilegiada é de 
difícil realização. 
Garantia 
quirografária ou 
sem preferência: 
Concorre em igualdade de condições com os demais 
credores quirografários (sem preferência), em caso de 
falência da companhia. Não oferece privilégio algum sobre 
o ativo da emissora. 
Debênture 
subordinada: 
A debênture subordinada é aquela que não possui garantia 
e pode conter cláusula de subordinação aos credores 
quirografários (sem garantia), tendo preferência apenas 
aos acionistas no ativo remanescente. Isto quer dizer que 
se a debênture for subordinada, ela está em penúltimo 
lugar na lista de recebimento, antes apenas dos acionistas. 
É um título sem garantia. 
 
 
6.23.3.2.6. Assembleia de Debenturistas 
Ocorre quando os debenturistas se reúnem para discutir e deliberar sobre assuntos 
relativos à emissão, como por exemplo, alterações nas características da debênture. 
Quem pode convocar uma Assembleia: 
• A Companhia emissora; 
• O agente fiduciário; 
• A CVM; e 
• Os debenturistas. 
 
 
Página | 154 
 
6.23.4. Títulos do segmento Imobiliário 
6.23.4.1. Certificado de Recebíveis Imobiliários - CRI 
É considerado um valor mobiliário emitido com base em créditos, emitidos por 
companhias securitizadoras, tem por finalidade a captação de recursos dos 
investidores institucionais, em prazos compatíveis com as características do 
financiamento imobiliário. 
O CRI é emitido baseado em um Termo de Securitização, documento com valor 
legal, registrado em cartório de registro de Imóveis e na CVM, onde são relacionados 
os créditos imobiliários que lastreiam a emissão do certificado. 
Tanto as pessoas físicas como as jurídicas podem investir em CRI, contudo o 
seu valor mínimo de R$ 300.000,00. 
No tocante ao rendimento os CRIs: 
a) não podem ser emitidos com cláusula de correção monetária com base na 
variação da taxa cambial; 
b) podem ser ajustados mensalmente por índices de preços setoriais ou gerais ou 
pelo índice de remuneração básica dos depósitos de poupança, se emitidos 
com prazo de vencimento mínimo de 36 meses. 
 
Aspectos tributários - isenção de Imposto de renda sobre sua remuneração, para 
investidores pessoa física. 
 
6.23.4.2. Letras de Crédito Imobiliário - LCI 
As Letras de Crédito Imobiliário, representam títulos de renda fixa emitidos 
atrelados a créditos imobiliários com garantia em hipotecas ou por alienação 
fiduciária de um imóvel e que possibilitam aos investidores o direito de crédito pelo 
valor nominal, juros e atualização monetária, se for o caso. 
Podem emitir este tipo de título as instituições financeiras autorizadas pelo Banco 
Central como, os bancos comerciais, múltiplos, a Caixa Econômica Federal e demais 
intuições que autorizadas a oferecer crédito imobiliário, cuja contratação deve ser, 
forçosamente, registrada na B3 S/A (CETIP). 
 
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Resumidamente, as instituições financeiras oferecem parte de suas carteiras de 
créditos imobiliários como lastro para uma aplicação financeira que pode ser oferecida 
a seus clientes. Os recursos aplicados, são direcionados para financiamentos 
habitacionais. 
As LCIs podem ser lastreadas por um ou vários créditos imobiliários, porém a 
soma do principal das letras emitidas não pode exceder o valor total dos créditos 
imobiliários detidos pela instituição que a emitiu. 
Prazos - o prazo de vencimento destes papéis é limitado pelo prazo das 
obrigações imobiliárias que serviram de base para o seu lançamento. Cabe ressaltar 
que os créditos dados em caução de determinada LCI podem ser substituídos por 
outros da mesma natureza, o que poderia acontecer, por exemplo, no caso de 
vencimento antecipado ou liquidação antes do prazo das operações imobiliárias dada 
em garantia. 
No caso da Caixa Econômica Federal, atualmente, a instituição mais ativa em 
crédito imobiliário no Brasil, o prazo mínimo dessa aplicação é de 90 dias e o máximo 
de 25 meses. 
 
Tributação – o rendimento da LCI é isento de Imposto de Renda para 
pessoas físicas e condomínios de edifícios residenciais ou comerciais. Já para 
pessoas jurídicas, a tributação é a mesma dos demais títulos de renda fixa. 
 
6.23.4.3. Cédula de Crédito Imobiliário – CCI 
As cédulas de crédito imobiliário são emitidas, integralmente ou forma 
fracionária, pelo credor do crédito imobiliário. A soma das CCIs fracionárias não pode 
exceder o valor total do crédito que as representam. Poderão, ser vendidas com ou 
sem garantia real ou fidejussória. 
O crédito da CCI pode ser garantido por direito real, sua emissão deve ser 
averbada no Registro de Imóveis da situação do imóvel na respectiva matrícula, 
devendo constar, exclusivamente, o número, a série e a instituição custodiante. 
 
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A CCI é um título executivo extrajudicial, exigível pelo valor apurado de acordo 
com as cláusulas e condições pactuadas no contrato que lhe deu origem. 
 
6.23.4.4. Operações Compromissadas 
 A operação compromissada representa uma operação onde um vendedor 
assume o compromisso de recomprar os títulos que cedeu em data futura 
predefinida e com o pagamento de remuneração preestabelecida. Na mesma 
operação, o comprador, por sua vez, assume o compromisso de revender o título 
ao vendedor na data acordada e como pagamento do preço fixado. 
Ou seja, as operações compromissadas representam um compromisso duplo: a 
compra com compromisso de revenda e a venda com compromisso de recompra. 
As operações compromissadas devem ser efetivadas corrigidas por taxa definida 
(taxa prefixada) ou com parâmetro de remuneração estabelecido (taxa pós-fixada). 
Títulos podem ser negociados dessa forma: não é qualquer título que pode ser 
utilizado nas operações compromissadas. O regulamento lista exclusivamente 
quais títulos estão habilitados, entre eles: 
• Títulos públicos (LFTs, LTNs e NTNs); 
• Certificados de depósito bancário (CDB); 
• Letras de crédito imobiliário (LCI); 
• Letras de crédito do agronegócio (LCA); 
• Debêntures; 
• Notas Promissórias (comercial papers); 
• Certificados de recebíveis imobiliários (CRI); 
• Certificados de recebíveis do agronegócio (CRA). 
 
Características - o prazo, lastro, forma de resgate, liquidez e formas de resgate 
das operações compromissadas são definidos de acordo com o título que estrutura a 
operação. 
Normalmente, uma operação compromissada proporciona ao investidor um 
rendimento atrelado a um percentual do CDI, livremente negociado com à instituição 
financeira. Da mesma forma que um CDB, o investidor está sujeito ao risco de crédito 
em relação a instituição com o qual realiza a operação compromissada, mas esse 
http://queroficarrico.com/blog/2011/06/14/alcance-seus-objetivos-investindo-em-titulos-publicos/
http://queroficarrico.com/blog/2011/04/06/o-que-e-cdb-certificado-de-deposito-bancario/
http://queroficarrico.com/blog/2010/05/26/lci-letras-de-credito-imobiliario/
http://queroficarrico.com/blog/2010/05/26/lci-letras-de-credito-imobiliario/
http://queroficarrico.com/blog/2010/10/07/o-que-sao-debentures/
http://queroficarrico.com/blog/2010/11/04/cri-certificado-de-recebiveis-imobiliarios/
http://queroficarrico.com/blog/2010/11/04/cri-certificado-de-recebiveis-imobiliarios/
 
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risco é minimizado pela garantia dada pelo FGC até o valor de R$ 250.000,00 por 
investidor e por conglomerado financeiro (sujeita ao limite global de R$ 1.000.000,00 
em um período de quatro anos, como mencionado anteriormente neste capítulo). 
Segundo a regra do FGC, a garantia para operações compromissadas só é válida 
quando as operações têm como objeto títulos emitidos após 8 de março de 2012 por 
empresa ligada. Além disso, cabe ressaltar que a garantia se refere a todas as 
posições mantidas pelo investidor junto ao banco – ou seja, o limite de R$ 250.000,00 
inclui os saldos em conta corrente e poupança, além de aplicações em CDB e nas 
próprias operações compromissadas, em todas as instituições financeiras de um 
mesmo conglomerado. 
A tributação das operações compromissadas é idêntica à tributação do CDB, 
Debêntures e Títulos Públicos: imposto de renda regressivo em função do prazo de 
aplicação, e IOF regressivo em caso de resgate realizados antes de 30 dias de 
aplicação. 
 
6.23.4.5. Caderneta de Poupança 
É uma modalidade de aplicação financeira mais popular no País. As regras de 
remuneração são definidas pelo Banco Central, que é a mesma para todas as 
Instituições - bancos autorizados a manter carteira de crédito imobiliário, caixa 
econômica, sociedades de crédito imobiliário e associações de poupança e 
empréstimo podem oferecer a caderneta de poupança. 
Os rendimentos são creditados mensalmente (data de aniversário) e o prazo da 
operação é indeterminado. 
Qualquer brasileiro pode abrir uma caderneta de poupança, inclusive menores de 
idade. 
• Aplicação Inicial - varia conforme a instituição. 
• Liquidez imediata - as quantias depositadas podem ser sacadas a qualquer 
tempo. 
• Prazo - não há prazo. Contudo, os valores mantidos por menos de 1 mês não 
recebem nenhuma remuneração. 
 
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• Rentabilidade - taxa de juros de 0.5% ao mês, aplicada sobre os valores 
atualizados pela TR, creditada mensalmente na data de aniversário da 
aplicação. 
 
Nova regras de rentabilidade 
 
• Aplicações até 03/05/2012, rendem 6,17% a.a + TR. 
• A partir de 04/05/2012 se a Selic for igual ou maior que 8,5% rendem TR + 
6,17%. 
• Selic abaixo de 8,5% a.a. rendimento igual a TR + 70% da variação da Selic. 
 
6.23.5. FGC – Fundo Garantidor de CréditoFGC – Fundo Garantidor de Crédito 
O FGC foi criado para dar garantia de créditos contra instituições dele 
associadas, nos casos de: 
• intervenção ou da liquidação extrajudicial de instituição associada; 
• reconhecimento, pelo Banco Central do Brasil, do estado de insolvência de 
instituição associada que, nos termos da legislação em vigor, não estiver sujeita 
aos regimes referidos no item anterior. 
Um dos principais objetos do FGC, com a finalidade de contribuir para a 
manutenção da estabilidade do Sistema Financeiro Nacional e prevenção de crise 
sistêmica bancária, a contratação de operações de assistência ou de suporte 
financeiro, incluindo operações de liquidez com as instituições associadas, 
diretamente ou por intermédio de empresas por estas indicadas, inclusive com seus 
acionistas controladores. 
 
Limite de Cobertura Ordinária - Até R$ 250.000,00. O pagamento é realizado 
por CPF/CNPJ e por instituição financeira ou conglomerado. 
Depósitos Garantidos 
• Depósitos à vista ou sacáveis mediante aviso prévio; 
• Depósitos de poupança; 
• Depósitos a prazo, com ou sem emissão de certificado; 
 
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• Depósitos em contas não movimentáveis por cheques destinadas ao registro 
e controle do fluxo de recursos referentes à prestação de serviços de 
pagamento de salários, vencimentos, aposentadorias, pensões e similares; 
• Letras de câmbio; 
• Letras imobiliárias; 
• Letras hipotecárias; 
• Letras de crédito imobiliário; 
• Letras de crédito do agronegócio; 
• Operações compromissadas que têm como objetivo títulos emitidos após 8 de 
março de 2012 por empresa ligada. 
Limite geral de garantia - 
O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou, em 21 de dezembro de 2017, 
a alteração promovida no Regulamento do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que 
estabelece teto de R$ 1 milhão, a cada período de 4 anos, para garantias pagas para 
cada CPF ou CNPJ. 
A contagem do período de 4 anos se inicia na data da liquidação ou intervenção 
em instituição financeira onde o investidor detenha valor garantido pelo FGC, sendo 
que permanece inalterado o limite da garantia de R$ 250 mil por CPF/CNPJ e 
conglomerado financeiro. 
Aos investimentos contratados ou repactuados até 21 de dezembro de 2017, 
data da aprovação do CMN, não se aplica o teto de R$ 1 milhão a cada período de 4 
anos. 
Antes da mudança Após mudança 
Garantia de até R$ 250 mil por 
CPF/CNPJ e conglomerado financeiro, 
em depósitos cobertos pelo Fundo 
Garantidor de Créditos e emitidos por 
instituições associadas à entidade. 
Limite permanece inalterado. 
 
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Não havia teto para garantia paga pelo 
FGC por CPF ou CNPJ em qualquer 
período. 
Teto de R$ 1 milhão por CPF ou 
CNPJ, a cada período de 4 anos, para 
a garantia paga pelo FGC. 
Investidores não-residentes não 
contavam com a garantia do FGC. 
Investidores não-residentes passam a 
contar com a garantia, para 
investimentos elegíveis. 
Exemplo: tomando como base uma família com pai, mãe e dois filhos que 
mantém conta conjunta com R$250.000,00 em aplicações de LCI e mais 
R$150.000,00 em caderneta de poupança. Caso a instituição financeira seja liquidada 
pelo BACEN, o FGC vai garantir apenas R$250.000,00 reteado entre os quatro CPF. 
 
6.24. Fundos de Investimentos 
6.24.1. Aspectos Gerais 
Os fundos de investimentos são definidos pela Comissão de Valores 
Mobiliários – CMV, como um condomínio de investidores pessoas físicas ou jurídicas 
com os mesmos objetivos. Os recursos aplicados em um fundo são direcionados a 
aplicações em títulos e valores mobiliários, ativos permitidos nos mercados 
financeiros e de capitaisou em cotas de outros fundos de investimentos. 
A lesgilação atuamelmente em vigos que estabelece as regras para a criação 
e manuenção dos fundos de investimentos e a ICVM 555/14. 
 
6.24.2. Conceito de condomínio 
A CVM estabelece que os fundos sejam constituidos na forma de forma de 
condomínio, dessa forma, onde direitos e obrigações dos cotistas são iguais. 
O retorno proporcionado por um fundo de investimento deve ser distribuido a 
cada cotista na proporção das cotas que possui no fundo. O mesmo posicionamento 
será observado em relação às despesas do fundo. 
 
6.24.3. Constituição e registro na CVM 
A Instrução CVM 555 estabelece em seu artigo 6º o que segue: 
Art. 6º - O fundo será constituído por deliberação de um administrador a quem 
 
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incumbe aprovar, no mesmo ato, o regulamento do fundo. 
Art. 7º - O funcionamento do fundo depende do prévio registro na CVM, o qual 
será procedido por meio do envio, pelo administrador, dos documentos previstos no 
art. 8º, por meio do Sistema de Envio de Documentos disponível na página da CVM 
na rede mundial de computadores, e considerar-se-á automaticamente concedido 
na data constante do respectivo protocolo de envio. 
Art. 8º - O pedido de registro deve ser instruído com os seguintes documentos 
e informações: 
I. regulamento do fundo, elaborado de acordo com as disposições desta 
Instrução; 
II. declaração do administrador do fundo de que o regulamento do fundo está 
plenamente aderente à legislação vigente; 
III. os dados relativos ao registro do regulamento em cartório de títulos e 
documentos; 
IV. declaração do administrador do fundo de que firmou os contratos 
mencionados no art. 78, se for o caso, e de que estes se encontram à disposição da 
CVM; 
V. nome do auditor independente; 
VI. inscrição do fundo no CNPJ; e lâmina de informações essenciais, elaborada 
de acordo com o Anexo 42 desta Instrução, no caso de fundo aberto que não seja 
destinado exclusivamente a investidores qualificados. 
 
6.24.4. Fundo de Investimento. Fundo de Investimento em Cotas 
Fundos de investimentos - que investem os recursos dos cotistas na compra 
direta de títulos e valores mobiliários, bem como em quaisquer outros ativos 
disponíveis no mercado financeiro e de capitais, sempre obedecendo o que determina 
o regulamento. 
 
 
 
 
Ativos Renda Fixa
Ativos Renda 
 
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Fundos de Investimentos em Cotas - são fundos cujos recursos são 
destinados à aquisição de cotas de um fundo de investimento - FI. Esta modalidade 
de fundo, obrigatoriamente, deve manter no mínimo 95% de seu patrimônio, aplicado 
em cotas de fundo de investimento da mesma classe, exceto os FICs classificados 
como "Multimercado", que podem investir em cotas de fundos de classes distintas. 
 
Por exemplo: FIC renda fixa deve comprar contas de fundos de renda fixa 
 
 
 
 
 
 Costita FIC FI
Ativos de 
Renda Fixa
Ativos de 
Renda variável
Derivativos
 
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6.24.5. Tipos de Fundos: abertos e fechados 
Fundos Abertos 
Fundos abertos é uma alternativa para investidores que priorizam a liquidez, uma 
vez que é permitida a entrada de novos cotistas ou o aumento da participação dos 
atuais através de novas aplicações. Da mesma maneira como é facultado o resgate 
de cotas a qualquer momento. Um fundo aberto estabelece uma data de vencimento, 
assim, o investidor não precisa renovar sua aplicação. Isso é considerado vantagem 
dos fundos abertos, pois o cotista pode aplicar e sacar os recursos a qualquer 
momento. 
Principais características: 
• Não possuem prazo vencimento, indica que o cotista não precisa renovar 
sua aplicação. 
• Permite aplicação e resgate a qualquer momento. 
• Propício para investidores que necessitam de liquidez. 
• A quantidade de cotas se altera conforme a dinâmica de aplicações e 
resgates. Mais aplicação, aumenta número, mais resgates, diminui o 
número. 
• Os ativos que compõem a carteira de um fundo aberto devem possuir alta 
liquidez. 
 
Fundos Fechados 
Nos fundos fechados, as aplicações e o resgates são admitidos somente em até 
o período estabelecido no regulamento do fundo. Assim, o término do período de 
 
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captação de recursos pelo fundo, não são admitidos novos cotistas, nem novas 
aplicações pelos antigos cotistas. 
Além do mais, não é possível o resgate de cotas pelo cotista; assim, caso 
pretenda sair do fundo antes de seu vencimento ou liquidação, o cotista deve transferir 
as cotas para outro investidor antes do encerramento do fundo. O regulamento do 
fundo pode estipular uma data para vencimento ou não. Nesse tipo de fundo, o 
investidor somente poderá ter os recursos investidos corrigidos, em caso de liquidação 
do fundo ou no seu vencimento. 
Principais características: 
• Fundo pode ter vencimento ou não. 
• A aplicação deve ser feita somente durante o prazo de aquisição de cotas. 
• O resgate de cotas ocorre somente no dia do vencimento do fundo ou 
quando este for liquidado. 
• O resgate antes do vencimento não é permitido, desta forma, o investidor 
deverá vender suas cotas no mercado secundário na B3 S/A. 
• Não é recomendado para investidores com necessidade de liquidez. 
• O número de cotas não varia. 
• Os ativos que compõem a carteira podem ser de baixa liquidez. 
 
6.24.6. Cota. Valor da cota e transferência de titularidade. Fatores que afetam o 
valor da cota 
A cota representa a fração ideal do patrimônio do fundo, são escriturais e 
nominativas. Ao aplicar recursos em um fundo, o investidor compra uma determinada 
quantidade de cotas através da divisão do valor aplicado pelo valor da cota de entrada 
(conforme o regulamento do fundo). O cálculo da cota, nos fundos abertos, é feito 
diariamente. Desta forma, a valorização ou desvalorização diária dos títulos 
componentes da carteira do fundo, bem como as receitas e despesas, o lucro ou 
prejuízo na negociação dos títulos, taxa de administração, incorporação de 
dividendos, ou seja, a movimentação diária do fundo, afeta o seu patrimônio e, 
portanto, o valor da cota. 
 
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Exemplo - um lançado em 21/01/2021, tem o valor de cota estabelecido em R$ 
1,00. Ao receber o primeiro aporte R$ 100.000, este valor será dividido por R$1,00, 
logo o investidor terá direito a 100.000 cotas, e assim os demais investidores que 
optarem por aplicar recursos neste dia irá terá o valor da aplicação calculado com 
base no valor da cota a R$ 1,00. 
Transcorrido o primeiro mês desde a aplicação, a variação do CDI, fator de 
correção da cota foi de foi de 1,00797771 ou 0,797%, considerando apenas o primeiro 
investidor, este continuaria com 100.000 cotas do fundo, mas o valor aplicado teria 
subido de R$ 100.000,00 para R$ 100.797,77, logo cada cota passou a valer R$1,00 
x 1,00797771. 
 
 
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As cotas de fundo fechado e seus direitos de subscrição podem ser negociado 
no mercado secundário na bolsa de valores ou cedido por meio de um termo de 
cessão e transferência, assinado pelo cotista vendedor e pelo comprador. 
A transferência de cotas em um fundo fechado fica vinculada à verificação, 
pelo administrador, do atendimento das formalidades estabelecidas no 
regulamento e na Instrução CVM em vigor. 
 
6.24.7. Composição da carteira e riscos inerentes 
Uma das formas mais utilizadas, pelo mercado, para lidar com o risco, sob a 
ótica do investidor, é a diversificação, ou seja, não investir em apenas um ativo 
isoladamente. Não é recomendável ao investidor colocar todas suas economias 
somente na caderneta de poupança, CDB ou em uma ação. Na sequência, a 
informação é um ponto fundamental ao se aventurar no mundo dos investimentos. 
O risco da carteira de um fundo de investimento é um fator que deve ser 
considerado pelo investidor, a cada aplicação ou resgate.Para exemplificar o que foi 
colocado acima, um ativo que apresente alta volatilidade pode ser encarado como de 
risco elevado se avaliado individualmente, contudo, caso este ativo apresente 
tendência de valorização ou desvalorização contrárias às da carteira, isto é, 
correlação negativa, sua aquisição irá diminuir o risco da carteira. 
As análises desenvolvidas pelos modelos disponíveis para a administração de 
risco são baseadas em informações passadas. Contudo. O passado, pode não ser 
capaz de informar se um determinado fator de risco irá provocar oscilação no mercado 
e consequentemente nos ativos componentes da carteira. Assim, a administração do 
CVM – Comissão de Valores Mobiliários classifica as cotas de fundos como valores 
mobiliários, desta forma, os fundos são regulamentados e fiscalizados por esta autarquia 
federal. 
 
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risco não consegue estabelecer um cenário de risco 100% aderente ao ocorrido no 
passado, o risco é uma incógnita presente no mundo dos investimentos e o investidor 
deve estar preparado para ele. 
 
Principais risco dos Investimentos 
Risco de Mercado: tem origem nos movimentos dos preços ou nas taxas de 
juro dos ativos que compõem a carteira de investimentos. Praticamente todos os 
ativos negociados no mercado estão sujeitos a este tipo de risco, estão também neste 
rol os riscos cambial, país e sistêmico. 
Em determinados ativos este risco só se manifestam quando o ativo é negociado 
antes do seu vencimento, pois a liquidação no vencimento é feita pelo valor par (valor 
do negociado). 
Os impactos com movimentos de taxas variam: 
• ativos com taxas pré-fixadas: 
• sofrem desvalorização com a elevação da taxa de juros e apresentam 
valorização com a queda. 
• ativos com taxas flutuantes ou pós fixados: 
• sem deságio: não impacta no preço do ativo, apenas no nível do rendimento. 
• com deságio: o deságio segue as regras dos ativos com taxas pré-fixadas. 
o O risco de Mercado é medido pelo descolamento em relação a um 
benchmark (referencial). 
Risco de Liquidez: surge dificuldade em se converter um ativo em dinheiro, pelo 
valor de mercado a qualquer momento, antes do seu vencimento. 
Neste item, os investimentos podem ser: 
• com liquidez imediata ou garantida, fundos de investimento, caderneta de 
poupança, títulos públicos federais. 
• sem tem liquidez antes do vencimento ou carência para resgate: fundos de 
capital garantido, títulos de capitalização, previdência, RDB. 
• dependem de achar um comprador: ações no mercado à vista, debêntures, 
imóveis. 
 
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Risco de Crédito: é o principal risco do segmento de renda fixa e resulta de que 
não seja honrada pela respectiva contraparte (emissor do título), quando ocorre um 
default. 
No caso de captações pelas instituições financeiras (CDB, RDB, LC, LCI, LI, 
caderneta de poupança, depósitos à vista), há a garantia dada pelo FGC - Fundo 
Garantidor de Crédito, que garante até R$ 250.000,00 por CPF ou CNPJ. É importante 
compreender que o FGC garante apenas os títulos que compõem a carteira dos 
fundos e não os recursos aplicados pelo investidor. Assim, caso o fundo apresentar 
problemas e não honrar seus compromissos, o FGC não indenizara o invstidor, mas 
se caso um CDB, que faça parte da carteira do fundo, não for honrado, o fundo 
garantidor ressarcirá o fundo em até R$250.000,00. 
Risco Operacional: surge da falta de estabilidade e adequação dos sistemas, 
processamento de operações, bem como de falhas nos controles internos, fraudes ou 
qualquer evento deste tipo. 
Risco Legal: relacionado ao potencial questionamento jurídico na execução dos 
contratos, no caso dos fundos ao descumprimento das normas em vigor ou do 
regulamento do fundo. Esta categoria de risco deve ser considerada para 
investimentos que envolvam contratos específicos. 
 
6.24.8. Taxas de administração e outras despesas 
A CVM trata fundos de investimentos como uma prestação de serviços e, desta 
forma, as instituições que prestam serviço de administração de fundos instituem no 
regulamento de cada fundo, uma taxa pela administração da carteira e funcionamento 
do fundo, que é a chamada taxa de administração e é cobrada na forma de 
percentual ao ano sobre o patrimônio do fundo. A legislação em vigor permite que, 
além da taxa de administração, os fundos possam cobrar taxa de ingresso, no 
momento da aplicação e mesmo uma taxa de saída, neste caso, pela saída entre a 
aplicação e período de carência estabelecido no regulamento, levando o cotista a ficar 
com seus recursos aplicados por mais tempo no fundo. Quando fixada em 
regulamento, pode ser cobrada também a taxa de performance, na forma de um 
percentual sobre o ganho que ultrapassar 100% de um índice de referência 
(benchmark). 
 
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Exemplo: 
• Taxa de administração de 1,5% a.a. (1,5 / 252 ) cobrada diariamente sobre o 
patrimônio do Fundo. 
• Taxa de performance de 20% sobre o retorno acima de 100% da variação do 
Ibovespa no período de 6 meses. 
• Taxa de ingresso de 10% sobre o valor aplicado. 
• Taxa de saída de 3,5% sobre o valor resgatado se o saque ocorrer após 180 
dias da data de aplicação, 2,0% do valor resgatado se o resgate acontecer após 
transcorridos 12 meses da data de aplicação. Após 12 meses não será mais 
cobrada taxa de saída. 
É relevante destacar que quanto maiores as taxas cobradas, como por exemplo 
a taxa de administração, menor será o retorno que o fundo oferecerá, assim cada 1% 
de taxa de administração cobrada pelo fundo representa menos 1% de 
rentabilidade recebida pelo cotista. Contudo, se para os fundos do segmento de 
renda fixa este fato é incontestável, para os fundos de renda variável cabem algumas 
considerações. Para os fundos de gestão passiva, não há o que discutir em relação a 
este tema: menores taxas significam maiores retornos. Contudo, os fundos de gestão 
ativa, a taxa de administração se torna, no mínimo, secundária. Nestes casos, o que 
interessa é o resultado líquido que o fundo oferece. Se ele cobra uma taxa de 
administração superior a outros fundos, mas proporciona retorno líquido superior, 
melhor para o investidor que estará apenas sendo recompensado pela qualidade do 
serviço prestado. 
É sempre bom ter em mente, e conforme Fortuna (2017, p.633), que: “quanto 
menor a taxa de juros de referência do mercado, Selic, menor terá que ser a taxa 
cobrada pelo fundo de investimento, sem distinção de classe de tributação e/ou 
capacidade de gestão”. 
 
6.24.9. Direitos e obrigações dos condôminos 
Direitos 
 
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• Ser informado sobre as características do fundo pelo administrador; 
• Receber as informações sobre a composição da carteira ao mesmo tempo em 
que os outros cotistas e interessados; 
• Receber convocação para Assembleia Geral de Cotistas dentro do prazo 
regulamentar; 
• Receber qualquer informação que, porventura, possa alterar sua decisão de 
investimento (fato relevante). 
 
Obrigações 
• Comparecer às Assembleias Gerais dos Cotistas. A presença não é obrigatória, 
mas certas questões de interesse dos cotistas são decididas nessas 
assembleias e o não comparecimento pode resultar em uma decisão 
desfavorável ao cotista; 
• Ler atentamente o regulamento e os demais instrumentos de divulgação do 
fundo antes de investir; 
• Responder por eventual patrimônio líquido negativo do fundo, sem prejuízo da 
responsabilidade do administrador e do gestor, se houver, em caso de 
inobservância da política de investimento ou dos limites de concentração 
previstos no regulamento e na regulamentação vigente; 
• Assinar Termo de Adesão e Ciência de Risco ao aplicar no fundo, com exceção 
do Fundo de Renda Fixa Simples que será apresentado no capítulo das 
principais modalidades dos Fundos de Investimento. 
 
6.24.10. Administração 
6.24.10.1. Vedações e obrigações do Administrador e do Gestor 
Vedações e obrigações do Administrador/GestorÉ proibido ao administrador e ao gestor, conforme a regulamentação em 
vigor, praticar os seguintes atos em nome do fundo: 
• receber depósito em conta corrente; 
• contrair ou efetuar empréstimos, salvo em modalidade autorizada pela CVM; 
 
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• prestar fiança, aval, aceite ou coobrigar-se sob qualquer outra forma; 
• vender cotas à prestação, sem prejuízo da integralização a prazo de cotas 
subscritas; 
• prometer rendimento predeterminado aos cotistas; 
• realizar operações com ações fora de mercado organizado; 
• utilizar recursos do fundo para pagamento de seguro contra perdas financeiras 
de cotistas; e 
• praticar qualquer ato de liberalidade. 
 
Obrigações do Administrador e do Gestor 
• diligenciar para que sejam mantidos, às suas expensas, atualizados e em 
perfeita ordem: 
• o registro de cotistas; 
• o livro de atas das assembleias gerais; 
• o livro ou lista de presença de cotistas; 
• os pareceres do auditor independente; 
• os registros contábeis referentes às operações e ao patrimônio do fundo; e 
• a documentação relativa às operações do fundo. 
• solicitar, se for o caso, a admissão à negociação das cotas de fundo fechado 
em mercado organizado; 
• pagar a multa cominatória, nos termos da legislação vigente, por cada dia de 
atraso no cumprimento dos prazos previstos; 
• manter atualizada junto à CVM a lista de prestadores de serviços contratados 
pelo fundo, bem como as demais informações cadastrais; 
• custear as despesas com elaboração e distribuição do material de divulgação 
do fundo, inclusive da lâmina, se houver; 
• manter serviço de atendimento ao cotista, responsável pelo esclarecimento de 
dúvidas e pelo recebimento de reclamações, conforme definido no regulamento 
do fundo; 
• observar as disposições constantes do regulamento; 
• cumprir as deliberações da assembleia geral; e 
• fiscalizar os serviços prestados por terceiros contratados pelo fundo. 
 
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6.24.10.2. Normas de Conduta 
Tanto o administrador como o gestor, em suas pertinentes áreas de atuação, 
estão obrigados a assumir as seguintes normas de conduta: 
• exercer suas atividades buscando sempre as melhores condições para o fundo, 
empregando o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma 
dispensar à administração de seus próprios negócios, atuando com lealdade 
em relação aos interesses dos cotistas e do fundo, evitando práticas que 
possam ferir a relação fiduciária com eles mantida, e respondendo por 
quaisquer infrações ou irregularidades que venham a ser cometidas sob sua 
administração ou gestão; 
• exercer, ou diligenciar para que sejam exercidos, todos os direitos decorrentes 
do patrimônio e das atividades do fundo, ressalvado o que dispuser o 
regulamento sobre a política relativa ao exercício de direito de voto do fundo; e 
• exercer, ou diligenciar para que sejam exercidos, todos os direitos decorrentes 
do patrimônio e das atividades do fundo, ressalvado o que dispuser o formulário 
de informações complementares sobre a política relativa ao exercício de direito 
de voto do fundo; 
• empregar, na defesa dos direitos do cotista, a diligência exigida pelas 
circunstâncias, praticando todos os atos necessários para assegurá-los, e 
adotando as medidas judiciais cabíveis. 
Sem prejuízo da remuneração que é devida ao administrador e ao gestor na 
qualidade de prestadores de serviços do fundo, o administrador e o gestor devem 
transferir ao fundo qualquer benefício ou vantagem que possam alcançar em 
decorrência de sua condição. 
É proibido ao administrador, ao gestor e ao consultor o recebimento de 
qualquer remuneração, benefício ou vantagem, direta ou indiretamente por meio de 
partes relacionadas, que potencialmente prejudique a independência na tomada de 
decisão de investimento pelo fundo. 
A vedação de que trata o parágrafo acima não incide sobre investimentos 
realizados por: 
 
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I. Fundo de Investimento em cotas de Fundo de Investimento que invista mais 
de 95,00% (noventa e cinco por cento) de seu patrimônio em um único Fundo 
de Investimento; ou 
II. Fundos de Investimento exclusivamente destinados a investidores 
profissionais, desde que a totalidade dos cotistas assine termo de ciência. 
 
6.24.11. Objetivo do fundo e política de investimento. Definição e finalidade. 
O Objetivo do fundo descreve aquilo a que o fundo se propõe, a sua meta. Por 
exemplo, ultrapassar um determinado índice de referência (benchmark). Já a Política 
de Investimento descreverá como o gestor pretende atingir esse objetivo proposto, 
por exemplo, comprando ações que possuam um potencial de rentabilidade superior 
à média do mercado acionário, de acordo com uma determinada metodologia. 
Entender o Objetivo e a Política de Investimento do Fundo é fundamental para 
que o investidor escolha um fundo corretamente. 
 
Objetivo de investimento: 
• é relativa à meta de rentabilidade a ser buscada pelo gestor do fundo. 
• dessa forma, o administrador deverá descrever, obrigatoriamente, os 
objetivos de investimento do fundo, divulgando, quando for o caso, metas e 
parâmetros de performance. 
• Poderá também indicar a categoria ou tipo do Fundo de Investimento. 
 
Política de investimento: 
• A Política de Investimento de um fundo visa estabelecer uma linha de atuação 
para o gestor poder compor a carteira do fundo. 
• Estabelece limites mínimos e máximos de aplicação nos ativos que podem 
fazer parte da carteira. 
• os riscos que o fundo pode correr e, ainda que o administrador e o gestor 
podem ou não fazer para que os objetivos descritos no regulamento sejam 
alcançados. 
 
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• A política de investimentos revela quais “meios” serão utilizados, para que o 
objetivo seja alcançado. 
 
Assim, a política de investimentos deve retratar, rigorosamente, como o fundo 
objetiva alcançar o seu objetivo, apresentando as principais estratégias técnicas ou 
práticas de investimento utilizadas, os tipos de títulos e valores mobiliários em que o 
fundo pode aplicar os recursos do investidor (incluindo derivativos e suas propósitos), 
políticas de seleção e alocação de ativos, e, quando for o caso, políticas de 
concentração. Deve estabelecer, ainda, as faixas de alocação de ativos (limites 
mínimos e máximos) e limites de concentração e limites de alavancagem, quando for 
o caso. 
Deve-se destacar que a diferença entre Política de Investimento e Objetivo 
deve ser perceptível no regulamento e na lâmina de informações essenciais do fundo. 
 
6.24.12. Diferenciais do Produto para o Investidor 
O risco inerente a um fundo de investimento está intimamente relacionado à 
composição de sua carteira, logo, aos ativos que formam o patrimônio do fundo. O 
risco individual de cada ativo concorrerá para o risco total da carteira relativamente ao 
seu percentual de participação. 
Assim é possível afirmar que os fundos de investimento apresentam alguns 
benefícios em relação à aplicação em ativos individuais. 
 
6.24.12.1. Acessibilidade ao mercado financeiro. 
A acessibilidade ao mercado financeiro, refere-se à possibilidade que os fundos 
de investimento possibilitam ao investidor, com poucos recursos, ter acesso a 
investimentos que, individualmente, exigiriam valor mínimo de aplicação muito maior. 
Nos fundos isso é mitigado pela união dos recursos de vários investidores. Outro ponto 
a ser considerado é o fasto de que construir uma carteira individual expõe o investidor 
a custos mais elevados. Esses custos são diluídos quando se investe em Fundos de 
Investimento, já que são rateados entre os cotistas do fundo. 
 
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6.24.12.2. Diversificação 
É consenso os profissionais e acadêmicos que estudam o comportamento do 
mercado financeiro, que a melhor forma de se proteger dos riscos a que os 
investimentos estão sujeitos é através da diversificação. A diversificação possibilita 
que perdasem uma aplicação sejam compensadas com ganhos em outras. 
A diversificação é uma técnica que exige tempo, paciência e experiência. 
Negociar no momento mais apropriado é mais fácil para profissionais especializados 
do que para o investidor sem ou com pouco conhecimento do mercado financeiro. A 
aplicação através de fundos de investimento permite ao investidor minimizar os riscos 
através da aplicação em títulos de segmentos diferentes e emissores variados. 
 
6.24.12.3. Riscos dos ativos individuais versus riscos da carteira 
Aplicar em um título específico representa um nível de risco maior que a 
aplicação em um fundo ou carteira diversificada de ativos que tivesse este título na 
carteira. A variação negativa seria muito menor, uma vez que a participação do título 
representaria apenas uma pequena parcela da carteira de investimento do fundo. 
Os riscos isolados dos ativos que constituem a carteira se compensam 
parcialmente, e o risco residual é menor em função do efeito da diversificação. O risco 
de investir em uma carteira diversificada de ações, como normalmente são as de um 
fundo, é menor que o risco isolado de investir em uma única ação componente da 
carteira desse fundo, pois parte do risco isolado é mitigado pela diversificação. 
 
6.24.12.3. Liquidez 
Outro atributo que diferencia os fundos de investimento é a liquidez, pois 
proporciona aos cotistas, na maioria dos casos, a possibilidade de regate a qualquer 
momento. 
A maioria dos fundos tem liquidez diária, oferecendo ao investidor maior 
segurança na administração de eventuais necessidades de caixa. 
 
 
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6.24.13. Divulgação de informações para venda e distribuição 
A comunicação das informações referentes ao funcionamento dos fundos deve 
ser irrestrita, igualitária e simultânea para todos os cotistas, inclusive, mas não 
limitada, através do oferecimento dos materiais relacionados a cada fundo. Podem ser 
utilizados para esta obrigação, canais eletrônicos e as páginas na Internet do 
administrador, do distribuidor - enquanto a distribuição estiver em vigor -, e da 
entidade administradora do mercado organizado (bolsa ou mercado de balcão) onde 
as cotas sejam negociadas: 
 
Materiais referentes a cada fundo: 
• Regulamento atualizado; 
• Lâmina de informações essenciais atualizada, se houver; 
• Demonstração de desempenho. 
• Termo de adesão e ciência de risco 
 
As informações referidas acima devem ser: 
• Verdadeiras, completas, consistentes e não induzir o investidor a erro; 
• Escritas em linguagem simples, clara, objetiva e concisa; e 
• Úteis à avaliação do investimento. 
 
6.24.13.1. Instrumentos de divulgação das políticas de investimento e 
rentabilidade 
A divulgação de informações sobre o fundo deve ser abrangente, equitativa e 
simultânea para todos os cotistas por meio da disponibilização dos seguintes 
materiais: 
• Regulamento Atualizado; 
• Lâmina de informações essenciais atualizada, quando houver; 
• Demonstração de Desempenho 
• Termo de adesão e ciência de risco 
 
 
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6.24.13.1.1. Regulamento 
O regulamento dos fundos pode ser entendido como um contrato de prestação 
de serviços que é estabelecido entre o administrador do fundo e o investidor. Este 
documento que determina as regras de funcionamento e operacionalização do 
fundo, segundo legislação em vigor. Cada fundo deve possuir um único e que precisa 
ser obrigatoriamente registrado em cartório. 
O regulamento de apresentar as seguintes informações: 
• Qualificação do administrador do fundo; 
• Quando for o caso, referência à qualificação do gestor da carteira do fundo; 
• Qualificação do custodiante; 
• Espécie do fundo, se aberto ou fechado; 
• Prazo de duração, se determinado ou indeterminado; 
• Política de investimento, de forma a caracterizar a classe do fundo; 
• Taxa de administração, fixa e expressa em percentual anual do patrimônio 
líquido (base 252 dias); 
• Taxas de performance, de ingresso e de saída, se houver; 
• Demais despesas do fundo, desde que devidamente autorizadas; 
• Condições para a aplicação e o resgate de cotas; 
• Distribuição de resultados; 
• Público-alvo; 
• Referência ao estabelecimento de intervalo para a atualização do valor da cota, 
quando for o caso; 
• Exercício social do fundo; 
• Identificação dos riscos assumidos pelo fundo, e; 
• Forma de comunicação que será utilizada pelo administrador. 
 
Importante 
A alteração do regulamento só é permitida pela Assembleia Geral, contudo, 
sempre que acontecer uma alteração na norma que regula o funcionamento dos 
 
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fundos, essa alteração deverá ocorrer para atender as exigências expressas da 
CVM, de ajuste as normas legais ou regulamentares ou ainda em função da 
atualização dos dados cadastrais do administrador, do gestor ou do custodiante do 
fundo, tais como alteração na razão social, endereço e telefone. 
As alterações descritas devem ser comunicadas aos cotistas, por 
correspondência, no prazo de até 30 (trinta) dias, contados da data em que tiverem 
sido implementadas. 
O administrador tem o prazo de até 30 (trinta) dias, salvo determinação em 
contrário, para proceder às alterações determinadas pela CVM, contado do 
recebimento da correspondência que formular as referidas exigências. 
 
6.24.13.1.2. Lâmina de informações essenciais 
Todo fundo aberto, cujo regulamento determine que não seja indicado a receber 
aportes unicamente de investidores qualificados deverá colocar à disposição dos 
cotista uma lâmina de informações essenciais compatível ao modelo definido na 
ICVM 555/14. É permitido ao administrador do fundo formatar a lâmina livremente uma 
vez que: 
• A ordem das informações seja mantida; 
• O conteúdo não seja modificado; 
• Os logotipos e formatação não dificultem o entendimento das informações; e 
• Quaisquer informações adicionais: 
• Sejam acrescentadas ao final do documento; 
• Não dificultem o entendimento das informações contidas na lâmina; e 
• Sejam consistentes com o conteúdo da própria lâmina e do regulamento. 
Tanto o administrador como o distribuidor devem garantir que eventuais 
investidores tenham acesso à lâmina antes de seu ingresso no fundo, que não pode 
ter a denominação “lâmina” atribuída a qualquer outro material de divulgação. 
 
 
 
O administrador e o distribuidor devem assegurar que eventuais investidores possam ter acesso 
à lâmina antes da aplicação no fundo, que não pode ter a denominação “lâmina” atribuída a 
qualquer outro material de divulgação. 
 
 
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6.24.13.1.3. Demonstração de desempenho 
O documento de demonstração de desempenho precisa ser elaborado para 
todos os fundos abertos que estejam ativos há, no mínimo, 1 (um ano), e ser 
feito em conformidade com modelo estabelecido pela CVM por meio a ICMV 
555/14, que estabelece os seguintes pontos: 
1. Denominação completa do fundo conforme o cadastro na CVM 
2. Rentabilidade 
2.1 – Mensal nos últimos 12 meses 
2.2 – Últimos 5 anos 
3. Despesas do Fundo 
 
5.13.1.4. Termo de adesão e ciência de risco 
Com exceção dos fundos de renda fixa simples, os cotistas antes de realizar 
o primeiro aporte em um fundo de investimentos deve assinar o termo de adesão 
atestando que: 
• teve acesso ao inteiro teor: 
• do regulamento; 
• da lâmina, se houver; e 
• demonstração de desempenho; 
• tem ciência: 
• dos fatores de risco relativos ao fundo; 
• de que não há qualquer garantia contra eventuais perdas patrimoniais 
que possam ser incorridas pelo fundo; 
A lâmina deve ser atualizada mensalmente até o dia 10 (dez) de cada mês com os dados 
relativos ao mês imediatamente anterior. 
 
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• de que a concessão de registro para a venda de cotas do fundo não 
implica, por parte da CVM, garantia de veracidade das informações 
prestadas ou de adequação do regulamento do fundo à legislação 
vigente ou julgamentosobre a qualidade do fundo ou de seu 
administrador, gestor e demais prestadores de serviços; e 
• se for o caso, de que as estratégias de investimento do fundo podem 
resultar em perdas superiores ao capital aplicado e à consequente 
obrigação do cotista de aportar recursos adicionais para cobrir o prejuízo 
do fundo. 
 
 
 
 
6.24.14. Taxas, Tipos e Formas de Cobrança 
6.24.14.1. Taxa de Administração 
A administração é estabelecida na regulamentação em vigor como forma de 
remunerar um os serviços relacionados ao funcionamento e à manutenção do fundo, 
que podem ser fornecido pelo próprio administrador ou por terceiros contratados, 
por escrito em nome do fundo. A taxa de administração é cobrada pela instituição em 
função dos serviços prestados de administração em um fundo de investimento. Como 
configura a remuneração para o pagamento desse serviço, fica a cargo da instituição 
administradora estabelecer os valores que serão cobrados e que deve fazer parte do 
regulamento do fundo. A taxa de administração é expressa na forma percentual e 
calculada com base no patrimônio do fundo, provisionada diariamente e cobrada 
mensalmente, na maioria dos casos. 
A taxa de administração é fixa e expressa em percentual ao ano base 252 
dias, se configurando na forma mais frequente de remuneração do administrador. 
A taxa de administração deve constar do regulamento do fundo e servirá para 
remunerar todos os serviços, como segue: 
• a gestão da carteira do fundo; 
É obrigação do administrador manter e colocar o termo de adesão à disposição da CVM 
englobando aas declarações apresentadas, devidamente assinado pelo cotista, ou 
registrado em sistema eletrônico que assegure o atendimento dessa determinação. 
 
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• a consultoria de investimentos; 
• as atividades de tesouraria, de controle e processamento dos títulos e valores 
mobiliários; 
• distribuição de cotas; 
• a escrituração da emissão e resgate de cotas; 
• custódia de títulos e valores mobiliários e demais ativos financeiros; e 
• classificação de risco por agência especializada constituída no País. 
Formas de cobrança (ajuste no valor da cota) 
A taxa que deverá remunerar os serviços prestados pelo administrador tem por 
base em 252 dias úteis, na forma da taxa estabelecida no regulamento dividida por 
252, sobre o valor do patrimônio do fundo. O valor da taxa é provisionado diariamente 
e paga mensalmente, por períodos vencidos. 
É importante destacar que a taxa de administração não leva em consideração o 
retorno da carteira do fundo no dia, mesmo assim, afeta o valor da cota do fundo, 
ou seja, quando o administrador divulga o valor das cotas de um fundo, esse valor já 
é líquido da taxa de administração e outras despesas. 
 
6.24.14.2. Taxa de Performance 
A taxa de performance por como característica representar uma espécie de 
prêmio. Ela é cobrada quando o retorno do fundo supera seu índice de referência, que 
pode ser o Ibovespa, o CDI ou qualquer outro índice definido no regulamento 
documentação do fundo. 
A taxa de performance é cobrada sobre o retorno do fundo que supera o seu 
índice de referência, que também é chamado de benchmark. 
Por exemplo, um fundo que tenha o Ibovespa como benchmark e caso o índice 
da bolsa brasileira 20% no período de 6 meses e o fundo 30%, a taxa de performance 
vai ser cobrada apenas sobre os 10% que o fundo rendeu a mais. 
Normalmente em nosso País taxa de performance é cobrada a razão de 20% 
sobre o que exceder. Logo, considerando o exemplo anterior, a taxa de performance 
seria de 20% sobre os 10% de retorno excedente do fundo. 
 
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A CVM, por meio da ICVM 555/14 determina as regras para a cobrança de taxa 
de performance: 
O regulamento poderá estabelecer a cobrança da taxa de performance, 
vedando a cobrança para os fundos das classes: Curto Prazo, Referenciado e 
Renda Fixa Curto Prazo, a exceção são os fundos destas classes destinados a 
investidor qualificado. 
• A cobrança da taxa de performance deverá atender aos seguintes critérios: 
• vinculação a um parâmetro de referência compatível com a política de 
investimento do fundo e com títulos que efetivamente a componham; 
• vedação da vinculação da taxa de performance a percentuais inferiores a 
100% do parâmetro de referência; 
• cobrança por período, no mínimo, semestral; e 
• cobrança após a dedução de todas as despesas, inclusive da taxa de 
administração. 
• é vedada a cobrança de taxa de performance quando o valor da cota do 
fundo for inferior ao seu valor por ocasião da última cobrança efetuada 
(conceito Linha d’água); 
• é permitida a cobrança de ajuste sobre a performance individual do cotista 
que aplicar recursos no fundo posteriormente à data da última cobrança, 
exclusivamente, nos casos em que o valor da cota adquirida for inferior ao 
valor dela na data da última cobrança de performance efetuada; 
• Os fundos destinados exclusivamente a investidores qualificados podem 
cobrar taxa de performance, de acordo com o que dispuser o seu 
regulamento. 
 
6.24.14.3. Taxa de Ingresso e Taxa de Saída 
Taxa de Saída 
Dependendo do fundo é possível a cobrança de taxa de ingresso, no momento 
da aplicação, uma vez conste do regulamento sua forma de cobrança. 
 
 
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Taxa de Saída 
Alguns fundos cobram taxa de saída no resgate, que pode ser utilizada para 
penalizar uma saída antes de um prazo preestabelecido. 
 
6.24.14.4. Regras de Alteração 
 As taxas estabelecidas no regulamento não podem ser elevadas sem que haja 
a aprovação da assembleia geral de cotistas, entretanto, o administrador pode 
reduzir estas taxas, conforme a sua vontade. Mas, deve informar imediatamente, à 
CVM e aos cotistas, providenciando a alteração do regulamento e, se for o caso, na 
lâmina. 
6.24.14.5. Encargos dos Fundo 
Além das taxas de administração e performance, um fundo tem outras despesas 
(encargos) que podem ser debitadas pela instituição administradora que são: 
• taxas, impostos ou contribuições federais, estaduais, municipais ou 
autárquicas, que recaiam ou venham a recair sobre os bens, direitos e 
obrigações do fundo; 
• despesas com o registro de documentos em cartório, impressão, expedição e 
publicação de relatórios e informações periódicas previstas; 
• despesas com correspondências de interesse do fundo, inclusive 
comunicações aos cotistas; 
• honorários e despesas do auditor independente; 
• emolumentos e comissões pagas sobre as operações do fundo; 
• honorários de advogados, custas e despesas processuais correlatas, feitas em 
defesa dos interesses do fundo, em juízo ou fora dele, inclusive o valor da 
condenação imputada ao fundo, se for o caso; 
A maioria dos fundos de investimento não pratica essa cobrança na atualidade, sendo mais 
comum sua utilização nos planos de previdência complementar aberta. 
 
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• parcela de prejuízos não coberta por apólices de seguro e não decorrente 
diretamente de culpa ou dolo dos prestadores dos serviços de administração 
no exercício de suas respectivas funções; 
• despesas relacionadas, diretas ou indiretamente, ao exercício de direito de voto 
do fundo pelo administrador ou por seus representantes legalmente 
constituídos, em assembleias gerais das companhias nas quais o fundo 
detenha participação; 
• despesas com custódia e liquidação de operações com títulos e valores 
mobiliários, ativos financeiros e modalidades operacionais; 
• despesas com fechamento de câmbio, vinculadas às suas operações ou com 
certificados ou recibos de depósito de valores mobiliários; 
• no caso de fundo fechado, a contribuição anual, devida às bolsas de valores 
ou às entidades do mercado de balcão organizado, em que o fundo tenha suas 
cotas admitidas à negociação; e 
• as taxas de administração e de performance se houver. 
 
 
 
 
6.24.15. Principais estratégias de gestão 
A rentabilidade estávinculada sua estratégia de gestão dos fundos de 
investimentos. 
As principais estratégias utilizadas no mercado são: 
• Fundos de gestão passiva, também conhecidos como fundos. 
• Fundos de gestão ativa. 
6.24.15.1. Fundos de Investimento com Gestão Passiva - Definições. 
A estratégia de gestão passiva de um fundo de investimento busca obter 
rentabilidade igual ao de um determinado índice de referência. Isso significa que o 
gestor procura no mercado as melhores alternativas de investimento visando atingir o 
objetivo deste fundo, sempre de acordo com a sua política de investimento. 
Quaisquer despesas não relacionadas no regulamento do fundo, memo as referentes à 
confecção da lâmina de informações essenciais, deverão correr por conta do 
administrador, devendo ser por ele contratados. 
 
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6.24.15.2. Renda Fixa 
Fundos Referenciados DI - são fundos cuja rentabilidade depende da variação 
do Certificado de Depósito Interbancário - CDI. O objetivo desta modalidade de fundo 
é o de acompanhar o movimento das taxas de juros de mercado. É um bom 
investimento, de baixo risco, especialmente quando há uma expectativa de que os 
juros subam. Investem no mínimo 95% em papéis pós-fixados de renda fixa, com 
rendimento atrelados à variação do CDI ou Selic e aplica pelo menos 80% em papéis 
da dívida federal ou ativos de renda fixa privados considerados de baixo risco. É o 
exemplo mais comum de um fundo passivo. 
Os Fundos Referenciados DI ou Fundos DI como são mais conhecidos, são 
apropriados para investidores quem tenham como objetivos ou expectativas: 
• Cenário de elevação da taxa de juros; 
• Cenário de incerteza ou muita volatilidade; 
• Horizonte de tempo de curto/médio prazo; 
• Necessidade de liquidez a qualquer momento; 
• Deseja aderência à variação da taxa de juros. 
 
Fundos Cambiais – esta modalidade de fundo tem como objetivo seguir a 
variação do dólar, compondo a carteira com ativos vinculados a variação da moeda 
estrangeira e papéis que financiam as exportações. É adequado para quem tem 
obrigações em dólar, faz remessas regulares para o exterior, e quer se proteger de 
variações da uma moeda estrangeira, por exemplo. 
Fundos Cambiais são uma opção para investidores que têm, dentre outros, os 
seguintes objetivos ou expectativas: 
• Necessidade de proteção (hedge) cambial, para eventuais dívidas em moeda 
estrangeira. 
• Acumulação e recursos financeiros que serão despendidos em moeda 
estrangeira (pode ser viagem, curso no exterior, aquisição de máquinas e 
equipamentos importados). 
• Expectativa de elevação da taxa de câmbio e desejo de especular oportunidade 
de ganhos neste cenário. 
 
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Fundo IGP-M ou IPCA – esta modalidade de fundo deve seguir a estratégia de 
aderência ao índice de referência (benchmark), no caso deste tipo de fundo, a 
variação do índice de preço (inflação) medida pelo IGP-M (FGV) ou IPCA (IBGE). 
Os fundos desta classificados nesta categoria são indicados para investidores 
que têm, dentre outros, os seguintes objetivos ou expectativas: 
• Necessidade de proteção (hedge) do poder de compra de seu capital contra a 
variação dos índices de inflação. 
• Expectativa de elevação do índice de preço e desejo de especular oportunidade 
de ganhos neste cenário. 
6.24.15.1.1. Conceito e Finalidade dos Benchmarks e índices de referência: taxa 
DI, taxa Selic, Índices de Preços (IGP-M e IPCA), Índice de Mercado Anbima (IMA 
Geral, IMA-B e IRF-M) 
Caso o investidor procure uma aplicação conservadora com retorno que 
acompanhe as taxas de juros de mercado, os benchmarks mais indicados são a Taxa 
DI ou a Taxa SELIC. 
• A Taxa DI é a média das taxas negociadas entre os bancos para empréstimos 
de curtíssimo prazo. Sendo assim, podemos entender que os Fundos 
Referenciados DI, investem em títulos atrelados a esta taxa negociada entre os 
bancos. A Taxa Referencial SELIC é uma taxa de juros fixada pelo Comitê de 
Política Monetária (COPOM) do Banco Central do Brasil que remunera os 
investidores no negócio de compra e venda de títulos públicos. Ela é obtida 
mediante cálculo da taxa média ponderada dos juros praticados pelas 
instituições financeiras. 
• Se o objetivo do investidor é manter o poder de compra do dinheiro em reais 
(R$), deve procurar um investimento que tenha como benchmark o IGP-M, por 
exemplo, pois, como visto, trata-se de um índice de preços que registra a 
evolução dos preços como medida síntese da inflação. Já o Governo federal, 
para calcular se a inflação está de acordo com a meta inflacionária definida 
pelo Conselho Monetário Nacional utiliza-se do IPCA – Índice de Preços ao 
Consumidor Amplo que é um benchmark para a inflação nacional. 
 
Página | 187 
 
• O IMA - Índice de Mercado Anbima, mede a rentabilidade de uma carteira 
teórica de títulos públicos federais, elaborada pela Anbima - Associação 
Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais. O índice é 
composto por um índice geral (chamado “IMA-Geral”), que é calculado pela 
média ponderada de outros subíndices (IMA-B, IMA-C, IRF-M e IMA-S). Cada 
um dos subíndices, por sua vez, é calculado a partir de um tipo diferente de 
títulos: 
• IMA-B – Composto por títulos do tipo NTN-B, cuja rentabilidade é calculada a 
partir de juros prefixados mais correção pelo IPCA; 
• IRF-M – Composto por títulos prefixados (LTN e NTN-F). 
 
6.24.13.1.2. Renda Variável 
São fundos do segmento de renda variável em que o gestor tem por premissa 
reproduzir a rentabilidade de determinado índice do mercado de ações, como por 
exemplo, o IBOVESPA ou o IBX. Via de regra, estes fundos têm perfil mais moderado 
que os fundos ativos de ações. 
Os Fundos Indexados IBOVESPA ou IBX são mais compatíveis com o perfil de 
investidores que tem os seguintes ou expectativas: 
• Deseja investir em ações que compõem o índice de referência do mercado 
acionário. 
• Privilegia a liquidez considerando tratar-se das ações mais negociadas no 
mercado (gerencia o risco de liquidez). 
• Deseja rentabilidade relativa ao benchmark. 
 
6.24.13.1.3. Conceito e Finalidade dos Benchmarks e índices de referência: 
Índice Bovespa (IBOVESPA), Índice Brasil (IBrX) e Índice de Sustentabilidade 
Empresarial (ISE) 
O Ibovespa é o principal indicador de desempenho das ações negociadas na B3 
e reúne as empresas mais liquidas do mercado de capitais brasileiro. Além do 
Ibovespa, o mercado conta ainda com o IBX e ISE, que também tem na liquidez das 
ações os compõe um importante referencial. 
 
Página | 188 
 
• Índice BOVESPA - IBOVESPA - O Ibovespa é o resultado de uma carteira 
teórica de ativos, elaborada de acordo com os critérios estabelecidos nesta 
metodologia. 
• Aplicam-se ao Ibovespa todos os procedimentos e regras constantes do 
Manual de Definições e Procedimentos dos Índices da B3 S/A. 
• O objetivo do Ibovespa é ser o indicador do desempenho médio das 
cotações dos ativos de maior negociabilidade e representatividade do 
mercado de ações brasileiro. 
• A carteira teórica deste índice procura retratar o perfil dos negócios 
ocorridos na B3 S/A, tomando em consideração as ações com maior grau 
de negociabilidade. 
• Estas ações, em conjunto, representam 80% do volume transacionado nos 
doze meses anteriores à formação da carteira. Como critério adicional, 
exige-se que a ação apresente, no mínimo, 80% de presença nos pregões 
do período. Portanto, o critério de corte é a liquidez do papel. 
 
• IBRX 100 – Índice Brasil 100 - IBRX - Índice Brasil, é um índice que mede o 
retorno de uma carteira hipotética composta por 100 ações selecionadas entre 
as mais negociadas na B3 S/A, em termos de número de negócios e volume 
financeiro, ponderadas no índice pelo seu respectivo valor de mercado. 
 
 
 
 
• IBRX 50 – Índice Brasil 50 - O IBRX-50 é um índice que mede o retorno total 
de uma carteira teórica composta por 50 ações selecionadas entreas mais 
negociadas na BOVESPA em termos de liquidez, ponderadas na carteira pelo 
valor de mercado das ações disponíveis à negociação. Ele foi desenhado para 
ser um referencial para os investidores e administradores de carteira, e também 
para possibilitar o lançamento de derivativos (futuros, opções sobre futuro e 
opções sobre índice). O IBRX-50 tem as mesmas características do IBRX – 
O início de cálculo se deu em 28/12/95, com o valor de 1000 pontos, passando a 
ser divulgado no mercado a partir de 2/02/1997. A carteira teórica do IBRX é 
revisada a cada 4 meses. 
 
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Índice Brasil, que é composto por 100 ações, mas apresenta a vantagem 
operacional de ser mais facilmente reproduzido pelo mercado. 
• O índice IBRX-50 é composto pelos 50 papéis mais líquidos da B3 S/A, 
escolhidos de acordo com os critérios de inclusão descritos abaixo. 
• Integram a carteira do IBRX-50 as ações que atendem cumulativamente 
aos critérios a seguir: 
• ser uma das 50 ações com maior índice de negociabilidade apurados nos 
doze meses anteriores à avaliação. 
• ter sido negociada em pelo menos 80% dos pregões ocorridos nos doze 
meses anteriores à formação da carteira. 
Cabe ressaltar que companhias que estejam sob regime de concordata 
preventiva, processo falimentar, situação especial, ou ainda que tenham sofrido ou 
estejam sob prolongado período de suspensão de negociação, não integrarão o IBRX-
50. 
• Índice de Sustentabilidade Empresarial - ISE - O ISE tem por objetivo refletir 
o retorno de uma carteira composta por ações de empresas com reconhecido 
comprometimento com a responsabilidade social e a sustentabilidade 
empresarial, e atuar como promotor das boas práticas no meio empresarial 
brasileiro. 
 
 
 
 
 
6.24.15.1.3. Estratégias para manter aderência aos índices de referência e as 
respectivas limitações 
Apesar de os gestores se comprometam em estabelecer uma estratégia 
buscando uma maior aderência possível com índice de referência, alguns fatores 
podem dificultar que essa aderência seja perfeita. 
Os fatores que podem impedir uma aderência perfeita são: 
Nos índices IBOVESPA, IBrX e IBrX-50, o critério para a inclusão de uma ação no 
índice é a liquidez. Contudo, o IBOVESPA caracteriza-se por ponderar as empresas 
(estipular o peso da ação no índice) pelo critério de liquidez (volumes de ações 
negociados). Já o IBRX-100 e o IBRX- 50 ponderam pelo valor de mercado de cada 
empresa. 
 
 
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• Parte da carteira – limite imposto pela CVM de 5% do patrimônio para investir 
em ativos não relacionados ao índice de referência. 
• A utilização de derivativos para conseguir a aderência à carteira. 
• Critério de Marcação a Mercado adotado pelo administrador. 
• A variação do cupom de juros de títulos pós fixados – as NTN’s. Além da 
correção do índice de atualização, esses títulos pagam um cupom de juros, 
cujo preço pode oscilar ao longo do tempo. 
• A taxa de administração e outras despesas. 
• No caso dos fundos Ibovespa e IBX, o critério de cálculo é o valor da cota; 
• Os índices de mercado são calculados, segundo critério da Bovespa, pelo 
preço de fechamento das ações. Valor da cota dos fundos de ações, segundo 
critério da CVM, devem ser apurados com base no preço médio de negociação 
das ações. 
6.24.15.2. Fundos de Investimento com Gestão Ativa. Definições 
Fundos de investimentos de gestão ativa estão entre aqueles que o gestor opera 
ativamente no mercado buscando superar a rentabilidade de seu parâmetro de 
desempenho (benchmark). Obedecendo seu objetivo de investimento, o fundo pode 
permitir níveis de volatilidade diferenciadas em relação ao parâmetro de desempenho. 
Para avaliar bem um fundo de gestão ativa é importante observar sua relação risco x 
retorno. 
 
6.24.15.2.1. Renda Fixa 
Os fundos de renda fixa podem usar taxas de juros fixas ou flutuantes, índices 
de preços ou uma combinação dos dois. 
Por exemplo, fundos multimercados são fundos que normalmente possuem 
gestão ativa, pois combinam investimentos em ativos de diferentes mercados (juros, 
bolsas, ações, derivativos etc.) com o desempenho de um determinado benchmark. 
Dessa forma, eles podem assumir mais riscos para obter retornos mais elevados. 
 
6.24.15.2.2. Renda Variável 
representam um dos tipos de fundos de ações onde o gestor do fundo tem por 
objetivo superar a rentabilidade obtida por um determinado índice do mercado de 
 
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ações, como por exemplo, o Ibovespa ou o IBX. Em geral, estes fundos têm perfil mais 
agressivo de investimento que os fundos de ações indexados. 
Dentre os fundos ativos existem também os considerados alavancados, que 
utilizam derivativos para obter uma rentabilidade ainda maior e que, exatamente por 
este motivo, têm um perfil ainda mais arriscado de investimento. 
 
6.24.15.3. Estratégias de gestão: posicionamento, hedge e alavancagem 
• Hedge - Termo que vem do inglês e que significa proteção. Também denomina 
administração do risco, como, por exemplo, o ato de tomar uma posição em 
outro mercado (futuros, por exemplo) oposta à posição no mercado à vista, 
para minimizar o risco de perdas financeiras em uma alteração de preços 
adversa. 
• Posição ou Especulação: o gestor pode assumir posição de risco através de 
derivativos. Sempre que o regulamento do fundo permitir, poderá adotar essa 
estratégia visando obter maior retorno para os cotistas desse fundo. Neste 
caso, a posição de risco é igual ou menor do que o valor do patrimônio. 
Exemplo: o gestor arrisca 20% do patrimônio. 
• Alavancagem: Alguns fundos preveem em seus regulamentos a utilização da 
estratégia de alavancagem com a utilização de derivativos para atingir seus 
objetivos de investimento. Com isso, assumem uma posição de risco maior do 
que o patrimônio do fundo. Potencializando, dessa forma, os resultados da 
carteira. Esses resultados podem tanto ser positivos como negativos. 
• Estratégia de alavancagem: No caso dos fundos de investimento, é a 
possibilidade de ocorrer perda superior ao patrimônio líquido de um fundo. É 
verdade que isso aumenta as chances de ganho. Porém, o uso desta estratégia 
aumenta o risco para quem participa de um fundo de investimento que usa a 
estratégia de alavancagem. 
O investidor pode, inclusive, ser chamado pelo administrador para fazer aportes 
que cubram eventuais prejuízos. 
 
Página | 192 
 
O regulamento e a lâmina informam se o gestor do fundo está autorizado ou não 
a fazer esse tipo de operação. 
 
6.24.16. Principais Modalidades de Fundos de Investimento 
6.24.16.1. Classificação CVM 
A CVM através da ICVM 555/2014, organiza os fundos de investimento em 
quatro diferentes classes. 
A classificação do fundo, que consta deve constar em sua denominação, 
identifica a sua política de investimento e, assim, é uma informação relevante para 
a tomada de decisão de investimento. 
Além da classificação geral, os fundos podem utilizar sufixos sua denominação, 
que funcionam como uma espécie de subclassificação. 
6.24.16.1.1. Fundo de Renda Fixa 
Os fundos classificados como “Renda Fixa” apresentam como principal fator de 
risco de sua carteira a variação da taxa de juros, de índice de preços, ou ambos. 
Devem ter pelo menos 80% da sua carteira investida em ativos que estejam 
relacionados a esses fatores de risco. 
Na prática, esses ativos financeiros são, em sua maioria, os chamados títulos 
de renda fixa, como os títulos públicos federais, as debêntures e os títulos de 
emissão bancária, como CDBs, LCIs, entre outros. Podem incluir na carteira, títulos 
que apresentam maior risco de crédito, como os títulos privados, e podem utilizar 
derivativos, tanto para proteção da carteira quanto para alavancagem. 
Dependendo dos ativos integrantes de sua carteira e da política de investimento 
do fundo, os fundos da classe “Renda Fixa” podem receber sufixos que veremos mais 
adiante.Entende-se por principal fator de risco do fundo, aquele cuja variação produza, 
potencialmente, os maiores efeitos sobre o valor da sua carteira. 
 
Página | 193 
 
6.24.16.1.2. Fundo de Ações 
Esta modalidade de fundo deve aplicar, no mínimo, 67% de seu patrimônio, sem 
limites de concentração por emissor, nos seguintes ativos negociados em bolsa ou 
mercado organizado: 
• ações e units; 
• bônus ou recibos de subscrição e certificados de depósitos de ações; 
• cotas de fundos de ações e cotas de fundos de índice de ações; e 
• Brasilian Depositary Receipts – BDR classificados como nível II e III. 
O limite remanescente de 33%, pode ser aplicado em quaisquer outras 
modalidades de ativos financeiros, respeitados os limites de concentração do 
patrimônio líquido dos fundos em relação a: 
• às aplicações em ativos financeiros no exterior; 
• à instituição emissora do ativo; e 
• ao tipo do ativo financeiro. 
 
6.24.16.1.3. Fundo Cambial 
Os fundos classificados como “Cambiais” devem ter como principal fator de risco 
de carteira a variação de preços de moeda estrangeira ou a variação do cupom 
cambial. 
No mínimo 80% (oitenta por cento) da carteira deve ser composta por ativos 
relacionados diretamente, ou sintetizados via derivativos, ao fator de risco que dá 
nome à classe. 
 
6.24.16.1.4. Fundo Multimercado 
Os fundos classificados como "Multimercado" devem possuir políticas de 
investimento que envolvam vários fatores de risco, sem o compromisso de 
concentração em nenhum fator específico ou em fatores diferentes das demais 
classes previstas. 
 
 
Página | 194 
 
6.24.16.2. Características das subclassificações 
A classe de Fundos Renda Fixa poderá conter os seguintes sufixos 
• Curto prazo; 
• Longo Prazo; 
• Referenciado; 
• Simples; 
• Dívida Externa; e 
• Crédito Privado. 
No caso dos Fundos Multimercados poderão ser aplicados os sufixos "Longo 
Prazo" e "Crédito Privado", enquanto nos Fundos de Ações eles serão "Mercado de 
Acesso". 
 
6.24.16.2.1. Curto Prazo 
O fundo classificado como "Renda Fixa” que atenda às condições abaixo deve 
incluir, à sua denominação, o sufixo “Curto Prazo”; 
Títulos públicos federais ou privados pré-fixados ou indexados à taxa SELIC ou a 
outra taxa de juros, ou títulos indexados a índices de preços, com prazo máximo a 
decorrer de 375 (trezentos e setenta e cinco) dias, e prazo médio da carteira do fundo 
inferior a 60 (sessenta) dias. 
6.24.2.2. Referenciado 
O Fundo classificado como "Renda Fixa” cuja política de investimento assegure 
que ao menos 95% (noventa e cinco por cento) do seu patrimônio líquido esteja 
investido em ativos que acompanham, direta ou indiretamente, determinado índice de 
referência deve incluir à sua denominação, o sufixo “Referenciado” seguido da 
denominação de tal índice. 
 
 
Página | 195 
 
6.24.16.2.3. Simples 
O Fundo Renda Fixa Simples foi criado para oferecer uma alternativa de 
investimento simples, segura e de baixo custo, a fim de contribuir para a elevação 
da taxa de poupança do país, promovendo um primeiro acesso ao mercado de 
capitais. Na aplicação em um Fundo de Renda Fixa Simples, o investidor é 
dispensando da assinatura do termo de adesão e ciência de risco, e o distribuidor, 
da verificação da adequação do investimento no fundo ao perfil do cliente 
(suitability), se o investidor não possuir outros investimentos no mercado de capitais. 
São fundos de baixo risco de crédito, liquidez e mercado e para que atendam 
a estas características devem apresentar as condições a seguir: 
• que no mínimo 95% (noventa e cinco por cento) de seu patrimônio líquido 
seja representado, isolada ou cumulativamente, por: 
• títulos da dívida pública federal; 
• títulos de renda fixa de emissão ou coobrigação de instituições 
financeiras que possuam classificação de risco atribuída pelo gestor, 
no mínimo, equivalente àqueles atribuídos aos títulos da dívida 
pública federal. 
O gestor deve ainda adotar estratégia de investimento que proteja o fundo de 
perdas e volatilidade, utilizando derivativos exclusivamente para fins de proteção da 
carteira (hedge). Não são permitidos investimentos no exterior ou concentração 
em crédito privado. 
Devem ser constituídos exclusivamente como fundos abertos e, para reduzir 
custos, todos os seus documentos e informações devem ser disponibilizados 
preferencialmente por meio eletrônico. 
O fundo deve prever, em seu regulamento, que todos os documentos e 
informações a eles relacionados sejam disponibilizados aos cotistas 
preferencialmente por meios eletrônicos. 
Para esse Fundo fica vedada: 
• A cobrança de taxa de performance; 
• Investimentos no exterior; 
 
Página | 196 
 
• Concentração em Crédito Privado; 
• Transformação do Fundo em Fundo Fechado; 
• Qualquer transformação ou mudança de classificação do Fundo; 
• A lâmina do Fundo deve comparar o Fundo com a taxa Selic. 
Ficam dispensados: 
• A assinatura do Termos de Adesão; 
A verificação da adequação do investimento ao perfil do investidor (API). 
 
6.24.16.2.4. Dívida Externa 
O fundo classificado como “Renda Fixa” que tenha 80% (oitenta por cento), no 
mínimo, de seu patrimônio líquido representado por títulos representativos da dívida 
externa de responsabilidade da União, deve incluir, à sua denominação, o sufixo 
“Dívida Externa”. 
 
6.24.16.2.3. Crédito Privado 
A CVM criou regras específicas para os fundos de investimento, que tenham 
parcela preponderante de sua carteira, mais que 50% de seu patrimônio líquido, 
sujeita a “risco de crédito privado”, ou seja, alocada em ativos de emissores 
privados, pessoas físicas ou jurídicas, ou públicos, exceto a União. 
Os fundos enquadrados nesta categoria deverão observar as seguintes regras, 
cumulativamente àquelas previstas para sua classe: 
 
I. incluir à sua denominação o sufixo “Crédito Privado”; e 
II. incluir os destaques necessários no termo de adesão e ciência de risco. 
 
6.24.16.2.4. Longo Prazo 
Nos casos em que o prazo médio dos ativos da carteira do Fundo for superior a 
365 dias. 
 
 
Página | 197 
 
6.24.16.2.5. Ações – Mercado de Acesso 
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) divulgou através da instrução nº 
549/14, a criação dos fundos de investimento em ações – mercado de acesso (FMA), 
visando estimular pequenas e médias empresas a abrirem capital na bolsa de valores. 
A instrução define que os fundos invistam pelo menos dois terços de seu 
patrimônio em ações de companhias listadas no mercado de acesso da bolsa. Os 
FMA serão constituídos sob a forma de condomínio fechado, ou seja, as cotas 
somente poderão ser resgatadas ao término do prazo de duração do fundo. 
Os FMA poderão ainda investir cerca de um terço do patrimônio em empresas 
não listadas na bolsa, desde que atuem na governança da empresa, seguindo os 
moldes exigidos dos fundos de investimento em participação (FIPs). A intenção é 
permitir que tais fundos possam acompanhar a evolução de empresas que ainda não 
realizaram oferta pública de ações, mas que pretendem ou tenham potencial de fazê-
la futuramente. 
 
6.24.16.2.6. Investimento no Exterior 
Fundos de investimento no exterior são fundos de investimento que possuem 
mais de 40% da carteira alocada em ativos internacionais. 
Embora sejam negociados no Brasil, estes fundos compõe as suas carteiras 
com ações, títulos e demais ativos de mercados estrangeiros. 
Ativos Financeiros no Exterior - o fundo de investimentos poderá manter em 
sua carteira, ativos financeiros negociados no exterior, desde que a possibilidade de 
sua aquisição esteja expressamente prevista em regulamento, conforme os limites de 
acordo com a classe: 
• 100% para os fundos classificados como “Dívida Externa” (mantida a 
necessidade de 80% do patrimônio líquido em títulos de dívida externa da 
União); 
• 20% para os fundos classificados como “Multimercado”; e 
• 10% nas demais classes.Página | 198 
 
6.24.16.3. Limites por emissor 
O fundo observará os seguintes limites de concentração por emissor: 
• até 20% (vinte por cento) do patrimônio líquido do fundo quando o emissor for 
instituição financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil; 
• até 10% (dez por cento) do patrimônio líquido do fundo quando o emissor for 
companhia aberta; 
• até 10% (dez por cento) do patrimônio líquido do fundo quando o emissor for 
fundo de investimento; 
• até 5% (cinco por cento) do patrimônio líquido do fundo quando o emissor for 
pessoa natural ou pessoa jurídica de direito privado que não seja companhia 
aberta ou instituição financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central do 
Brasil; e 
• não haverá limites quando o emissor for a União Federal. 
 
6.24.16.3. Limites por modalidade de ativo financeiro 
Cumulativamente aos limites por emissor, o fundo deve observar os seguintes 
limites de concentração por modalidades de ativo financeiro: 
I – até 20% (vinte por cento) do patrimônio líquido do fundo, para o conjunto dos 
seguintes ativos: 
• cotas de fundos de investimento; 
• cotas de fundos de investimento em cotas de fundos de investimento; 
• cotas de fundos de investimento destinados exclusivamente a investidores 
qualificados; 
• cotas de fundos de investimento em cotas de fundos de investimento 
destinados exclusivamente a investidores qualificados; 
• cotas de Fundos de Investimento Imobiliário – FII; 
• cotas de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios – FIDC; 
• cotas de Fundos de Investimento em Fundos de Investimento em Direitos 
Creditórios – FIC-FIDC; 
• cotas de fundos de índice admitidos à negociação em mercado organizado; 
 
Página | 199 
 
• Certificados de Recebíveis Imobiliários – CRI; e 
• outros ativos financeiros. 
• 5% (cinco por cento) do patrimônio líquido do fundo, para o conjunto dos 
seguintes ativos: 
• cotas de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Não-Padronizados 
– FIDC-NP; 
• cotas de Fundos de Investimento em Fundos de Investimento em Direitos 
Creditórios Não-Padronizados – FIC-FIDC-NP; 
• cotas de fundos de investimento destinados exclusivamente a investidores 
profissionais; e 
• cotas de fundos de investimento em cotas de fundos de investimento 
destinados exclusivamente a investidores profissionais. 
II. não há limite de concentração por modalidade de ativo financeiro para o 
investimento em: 
• títulos públicos federais e operações compromissadas lastreadas nestes 
títulos; 
• ouro; 
• títulos de emissão ou coobrigação de instituição financeira autorizada a 
funcionar pelo Banco Central do Brasil; 
• valores mobiliários diversos; 
• notas promissórias, debêntures e ações, desde que tenham sido emitidas 
por companhias abertas e objeto de oferta pública; e 
contratos derivativos. 
 
6.24.17. Fundo de Investimento em Direitos Creditórios – FIDC. Fundo de 
Investimento em Cota de FIDC - FIC-FIDC 
É uma comunhão de recursos que destina no mínimo 50% do respectivo 
patrimônio líquido para aplicação em direitos creditórios, o restante poderá ser 
aplicado em outros ativos. 
 
Direitos Creditórios: Direitos e valores mobiliários representativos de créditos, oriundos 
de negócios nos setores financeiro, comercial, industrial, imobiliário, hipotecário, 
arrendamento mercantil e prestação de serviços, e warrants representativos de créditos 
de diversas naturezas reconhecidos pela CVM.
 
Página | 200 
 
 
 
 
 
 
6.24.17.1. Cota Sênior e Cota Subordinada. Características e riscos para o 
investidor. 
A emissão de cotas será feita com classificação de risco diferenciada, sendo: 
• Cota de classe sênior: aquela que não se subordina às demais para efeito de 
amortização e resgate.; 
• Cota de classe subordinada: cota subscrita pelo emissor do recebível, aquela 
que se subordina às demais para efeito de amortização e resgate. 
Principais características: 
• será constituído na forma de condomínio aberto ou fechado; 
• somente poderão receber aplicações, bem como ter cotas negociadas no 
mercado secundário, quando o subscritor ou o adquirente das cotas for 
investidor qualificado; 
• cada classe ou série de cotas de sua emissão destinadas à colocação pública 
deve ser classificada por agência de risco em funcionamento no país. 
 
6.24.18. Fundos de Investimento Imobiliário – FII. Conceitos e forma de 
negociação 
Os fundos de investimento imobiliário são uma forma de captação de recursos, 
com o objetivo de investir em projetos imobiliários. Os FIIs são obrigatoriamente 
constituídos sob a forma de condomínios fechados e só podem entrar em operação 
após a negociação de um número mínimo de cotas estabelecidas em seu 
regulamento. Após o início da atividade do fundo, os investidores que desejam aportar 
recursos devem fazê-lo através da compra de cotas em bolsas de valores ou 
mercados de balcão organizados, entidades responsáveis pelo fornecimento de local 
aos que desejam vender sua participação no fundo. 
 
Página | 201 
 
Características principais: 
• Constituído sob a forma de condomínio fechado, cujo resgate de cotas não é 
permitido. Contudo, alguns fundos permitem a negociação de cotas em 
mercado secundário. 
• O Fundo poderá ter prazo de duração determinado ou indeterminado. 
• Não tem personalidade jurídica própria. 
• Sua denominação deverá constar a expressão “Fundo de Investimento 
Imobiliário”. 
• No mínimo 75% dos recursos deverá ser investido no mercado imobiliário. 
• Será destinado ao desenvolvimento de empreendimentos imobiliários, tais 
como construção de imóveis, aquisição de imóveis prontos, ou investimentos 
em projetos visando viabilizar o acesso à habitação e serviços urbanos, 
inclusive áreas rurais, para posterior alienação, locação ou arrendamento. 
 
6.24.18.1. Tributação FII – Fundo de Investimento Imobiliário 
Os Fundos Imobiliários em nosso País, bem como na maioria dos países em que 
este instrumento é utilizado, tem uma estrutura tributária incentivada, dada a 
importância do setor imobiliário para a economia destes países. 
A tributação diferenciada é uma das principais vantagens dos fundos 
imobiliários. Os cotistas desses fundos recebem uma rentabilidade (geralmente 
mensal) proveniente do pagamento de aluguel dos imóveis que funcionam como lastro 
do fundo e que este rendimento é isento de Imposto de Renda, desde que seguidos 
alguns pré-requisitos. 
• O cotista beneficiado tem que ter menos do que 10% das cotas do Fundo; 
• O Fundo tem que ter, no mínimo, 50 cotistas; e 
• As cotas do Fundo têm que ser negociadas exclusivamente em Bolsa ou 
mercado de balcão organizado. 
 
 
 
 
Por sua vez, a valorização da cota, é tributada na venda pela alíquota de 20% de 
IR. 
 
Página | 202 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6.24.19. Fundo de Investimento em Índice de Mercado (Fundos de Índice) ETF - 
Exchange Traded Funds. 
É um fundo de investimento de índice onde em que as suas cotas podem ser 
negociadas na bolsa de valores como se fossem ações. Um ETF busca atingir um 
desempenho semelhante ao de um índice de referência em um determinado mercado 
e, para isso, sua carteira replica a composição desse índice de acordo com regras 
determinadas por regulamentações específicas. Eles também são chamados de 
trackres. Ao investir em ETFs, o investidor está aplicando a uma carteira de ações, 
por exemplo. Em outras palavras, ao comprar um ETF, um investidor "leva para casa" 
uma cesta de ativos de diferentes empresas que replicam coletivamente um índice, 
reduzindo a probabilidade e o risco de perder dinheiro dos efeitos do risco de liquidez. 
Outra vantagem é que os investidores podem comprar e vender ETFs no mercado 
secundário da mesma forma que as ações, ou solicitar a emissão ou resgate de ETFs, 
desde que tais operações sejam realizadas com os titulos que compõem a carteira 
teórica do índice, ao qual o ETF é vinculado e de acordo como regulamento específico 
de cada produto. 
O fundo deve ser constituído na forma de condomínio aberto e o administrador 
do fundo precisa, periodicamente, ajustar a carteira de modo a refletir as mudanças 
da composição do índice a que o fundo está vinculado. 
Um ETF deve manter, no mínimo, de seu patrimônio aplicado em valores 
mobiliários ou outros ativos de renda fixa ou variável autorizados pela CVM, na 
proporção em que esses integram o índice de referência, ou em posições, de forma a 
refletir a variação e rentabilidade do índice. 
OS 5% restantes da carteira podem ser aplicados em: 
No caso de negociação das cotas, a apuração do ganho de capital deve seguir o mesmo 
procedimento utilizado na negociação de ações, logo, quando houver uma venda, o 
imposto devido deve ser calculado com base no valor de venda contra o custo médio de 
aquisição, e deve ser recolhido via DARF com o código 6015 até o último dia do mês 
subsequente, admitindo-se a dedução dos custos com corretagem e emolumentos. 
Assim, o responsável pelo recolhimento é o próprio investidor à alíquota de 20%. 
 
 
Página | 203 
 
• títulos públicos federais; 
• títulos de renda fixa de emissão de instituições financeiras; 
• quotas de fundo de investimento; 
• operações compromissadas, realizadas em conformidade com a 
regulamentação do Conselho Monetário Nacional – CMN; 
• operações com derivativos realizadas em bolsa de valores, mercadorias e 
futuros ou em mercado de balcão organizado. 
6.24.20. Fundos de Investimento em Participações – FIP 
O Fundo de Investimento em Participações – FIP, devem ser criado na forma 
de condomínio fechado, representa uma comunhão de recursos destinados à 
aquisição de ações, debêntures, bônus de subscrição ou outros títulos e valores 
mobiliários conversíveis ou permutáveis em ações de emissão de companhias, 
abertas ou fechadas, e o fundo deve participar do processo decisório da empresa 
investida, devendo ter influência na definição de sua política estratégica e na sua 
gestão, notadamente por meio da indicação de membros do Conselho de 
Administração. 
Os FIPs são regidos pela Instrução CVM n° 578, de 30/08/2016. 
A participação do fundo no processo decisório da companhia investida pode 
ocorrer: 
• pela detenção de ações que integrem o respectivo bloco de controle; 
• pela celebração de acordo de acionistas ou, ainda; 
• pela celebração de ajuste de natureza diversa ou adoção de procedimento que 
assegure ao fundo efetiva influência na definição de sua política estratégica e 
na sua gestão. 
 
 
 
 
 
Somente poderão investir no fundo, investidores qualificados nos termos da 
regulamentação editada pela CVM, relativamente aos fundos de investimento em 
títulos e valores mobiliários, com valor mínimo de subscrição de R$100.000,00. 
 
Página | 204 
 
 
A administração do fundo é realizada por pessoa jurídica autorizada pela CVM 
para o exercício da atividade de administração de carteira de valores mobiliários. As 
funções de administrador e de gestor poderão ser exercidas pela mesma instituição 
devidamente credenciada pela CVM. Ao administrador é facultado a contratação de 
terceiros igualmente habilitada para o exercício profissional de gestão de carteira para 
realizar a gestão da carteira do fundo. 
Ao aderir ao fundo, o investidor deve assinar o Instrumento Particular de 
Compromisso de Investimento ao mesmo tempo que o administrador e duas 
testemunhas. Neste documento deverá constar que, no decorrer da vigência do fundo 
haverá chamadas de capital, às quais o investidor estará obrigado, de acordo com 
regras constantes do referido instrumento e sob as penas nele expressamente 
previstas. 
6.24.21. Fundos Restritos 
6.24.21.1. Fundos para Investidores Qualificados 
Os fundos de investimento destinados a investidores qualificados, conforme 
determina a ICVM 555/14, desde que previsto em regulamento, podem, dentre outras 
possibilidades: 
• permitir a utilização de ativos financeiros na integralização e resgate de cotas, 
com o estabelecimento de critérios detalhados e precisos para adoção desses 
procedimentos; 
• dispensar, na distribuição de cotas de fundos fechados, a elaboração de lâmina 
e a publicação de anúncio de início e de encerramento de distribuição; 
• cobrar taxas de administração e de performance, conforme estabelecido em 
seu regulamento, sem prejuízo às dispensas dispostas no art. 88 da Instrução 
CVM 555/14; 
• estabelecer prazos para conversão de cota e para pagamento dos resgates 
diferentes daqueles previstos na Instrução CVM 555/14; e 
• prestar fiança, aval, aceite ou coobrigar-se de qualquer outra forma, em nome 
do fundo, relativamente a operações direta ou indiretamente relacionadas à 
 
Página | 205 
 
carteira do fundo, sendo necessária a concordância de cotistas representando, 
no mínimo, dois terços das cotas emitidas pelo fundo. 
 
6.24.21.2. Fundos para Investidores Profissionais 
Os fundos criados para receber aportes de investidores profissionais tem 
como destaque os seguintes pontos estabelecidos na ICVM 555/14: 
• utilização as mesmas permissões cabíveis a fundos destinados exclusivamente 
a investidores qualificados e dispostas acima; 
• não observância das limitações de modalidades de ativo financeiro e os limites 
de concentração por emissor estabelecidas nos arts. 102 e 103 da ICVM 
555/14; 
• aplicação de forma ilimitada no exterior, caso o fundo inclua em sua 
denominação o sufixo "Investimentos no Exterior"; 
• não observância de determinadas obrigações do administrador, relativas ao 
fornecimento de informações aos cotistas (constantes dos incisos I a V do art. 
56 da Instrução CVM 555/14); e 
• aplicação dos seus recursos em qualquer fundo registrado na CVM. 
6.24.22. Tributação sobre Aplicações Financeiras em Fundos de Investimento, 
exceto Fundos Imobiliários 
6.24.22.1. IOF - Imposto Sobre Operações Financeiras 
O Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros, ou Relativas a 
Títulos e Valores Mobiliários (IOF) incide somente nos resgates efetuados em um 
períodos inferiores a 30 (trinta) dias à data da aplicação dos recursos, ou seja, o 
investidor que deixar o dinheiro aplicado em um fundo de investimento por menos de 
um mês terá que pagar IOF. 
A alíquota deste imposto varia de acordo com o período, em dias, que o dinheiro 
do investidor permaneceu aplicado, variando de 96% a 0% sobre o total de rendimento 
do investimento. Os investimentos com resgates em prazos superiores a 30 (trinta) 
dias são isentos da cobrança de IOF. 
 
 
Página | 206 
 
Tabela Regressiva de IOF 
Dias IOF (%) Dias IOF (%) Dias IOF (%) 
1 96 11 63 21 30 
2 93 12 60 22 26 
3 90 13 56 23 23 
4 86 14 53 24 20 
5 83 15 50 25 16 
6 80 16 46 26 13 
7 76 17 43 27 10 
8 73 18 40 28 6 
9 70 19 36 29 3 
10 66 20 33 30 0 
Os fundos cujas carteiras sejam compostas por no mínimo, 67% dos 
seus recursos aplicados em ações (fundos de ações) estão isentos da 
cobrança de IOF. 
 
5.24.22.2. Imposto de Renda 
 
Fundos com carência 
No caso dos fundos com carência de até 90 dias, o IOF será cobrado na fonte, 
à alíquota de 0,5% ao dia sobre o rendimento. 
Imposto de Renda (IR) 
Sob a ótica da Receita Federal, os fundos são divididos em: 
• Fundos de curto prazo e; 
• Fundos de Longo Prazo, 
 
Página | 207 
 
Imposto de Renda dos fundos com menos de 67% em ações 
Base de Incidência - diferença positiva (líquida de IOF) entre o valor da quota 
apurado na data de resgate ou no final de cada período de incidência e na data da 
aplicação ou no final do período de incidência anterior, conforme o caso. 
Incidência do Imposto de Renda na Fonte - Último dia útil dos meses de maio 
e novembro de cada ano ou no resgate, o que ocorrer primeiro. 
Forma de Tributação - Regime do "come quotas". Significa que, ao invés de 
debitar a conta corrente do investidor semestralmente, o administrador resgata a 
quantidadede cotas necessárias para gerar o valor do imposto a ser retido. Portanto, 
o pagamento do imposto de renda diminui a quantidade de cotas do investidor. 
Responsável pelo recolhimento - o administrador do fundo de investimento. 
Alíquota – decrescente, de acordo com o tempo de permanência do cotista no 
Fundo. 
 
Fundo de Curto Prazo 
(carteira prazo igual ou inferior a 365 
dias) 
Fundo de Longo Prazo 
(carteira prazo superior a 365 dias) 
Prazo de permanência Alíquota Prazo de permanência Alíquota 
até 180 dias 22,5% 
até 180 dias 22,5% 
de 181 a 360 dias 20,0% 
acima de 180 dias 20,0% 
de 361 a 720 dias 17,5% 
acima de 720 dias 15,0% 
 
 
 
 
Importante 
Rendimentos tributados semestralmente "come-cotas": a alíquota incidente será a 
menor da categoria (Fundos de Longo Prazo 15% e Fundos de Curto Prazo 20%). O 
ajuste, se necessário, será feito no momento do resgate. 
 
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Imposto de Renda nos fundos com mais de 67% em ações 
Base de Incidência - Diferença positiva entre o valor apurado na data de resgate 
e valor na data da aplicação. 
Forma de Tributação - por ocasião exclusiva do resgate de cotas. 
Alíquota - 15% independente do prazo de permanência do cotista. 
Responsável pelo recolhimento - o administrador do fundo de investimento. 
Regime de tributação - na fonte. 
Compensação de Perdas no Pagamento de IR 
Pagar antecipadamente o imposto de renda sobre ganhos não efetivamente 
realizados (come-cotas) pode criar situações nas quais o investidor seria penalizado, 
caso não houvesse algum tipo de compensação. 
Para evitar que o investidor seja prejudicado, a Receita Federal admite que 
eventuais perdas realizadas em fundos de Investimento sejam compensadas da base 
de cálculo de ganhos futuros para evitar nova tributação sobre a mesma base. 
As perdas apuradas no resgate de quotas de fundos de investimento poderão 
ser compensadas com rendimentos auferidos em resgates ou incidências posteriores: 
• No mesmo ou em outro fundo de investimento, 
• Administrado pela mesma pessoa jurídica, 
• Desde que sujeitos à mesma classificação de perfil de prazo da carteira do 
fundo, ou seja, curto prazo e longo prazo, 
Desde que a instituição administradora mantenha sistema de controle e registro em 
meio magnético que permita a identificação, em relação a cada cotista, dos valores 
compensáveis. 
 
 
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7. Responsabilidade Fiscal e Previdenciária 
 
7.1. ARTIGO 8º E 8° A DA LEI 9717/98 
O artigo 8º da Lei nº 9.717, de 1998, dispõe que os dirigentes, seus conselheiros 
e membros dos comitês têm maior responsabilidade de indenizar os prejuízos 
decorrentes de seu desacordo com a lei. Quem praticar atos ilícitos estará sujeito ao 
regime disciplinar estabelecido pela Lei Complementar nº 109, de 29 de maio de 2001. 
Art. 8º Os responsáveis pelos poderes, órgãos ou entidades 
do ente estatal, os dirigentes da unidade gestora do respectivo 
regime próprio de previdência social e os membros dos seus 
conselhos e comitês respondem diretamente por infração ao 
disposto nesta Lei, sujeitando-se, no que couber, ao regime 
disciplinar estabelecido na Lei Complementar nº 109, de 29 de 
maio de 2001, e seu regulamento, e conforme diretrizes 
gerais. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019). 
§ 1º As infrações serão apuradas mediante processo 
administrativo que tenha por base o auto, a representação ou a 
denúncia positiva dos fatos irregulares, assegurados ao acusado 
o contraditório e a ampla defesa, em conformidade com 
diretrizes gerais. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 
13.846, de 2019). 
§ 2º São também responsáveis quaisquer profissionais que 
prestem serviços técnicos ao ente estatal e respectivo regime 
próprio de previdência social, diretamente ou por intermédio de 
pessoa jurídica contratada. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 
2019). 
Conforme mencionado acima, o regime disciplinar previsto na Lei Complementar 
nº 109/2001 prevê: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13846.htm#art31
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13846.htm#art31
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13846.htm#art31
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13846.htm#art31
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13846.htm#art31
 
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DO REGIME DISCIPLINAR 
 Art. 63. Os administradores de entidade, os procuradores 
com poderes de gestão, os membros de conselhos estatutários, 
o interventor e o liquidante responderão civilmente pelos danos 
ou prejuízos que causarem, por ação ou omissão, às entidades 
de previdência complementar. 
 Parágrafo único. São também responsáveis, na forma do 
caput, os administradores dos patrocinadores ou instituidores, 
os atuários, os auditores independentes, os avaliadores de 
gestão e outros profissionais que prestem serviços técnicos à 
entidade, diretamente ou por intermédio de pessoa jurídica 
contratada. 
 Art. 64. O órgão fiscalizador competente, o Banco Central 
do Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários ou a Secretaria da 
Receita Federal, constatando a existência de práticas irregulares 
ou indícios de crimes em entidades de previdência 
complementar, noticiará ao Ministério Público, enviando-lhe os 
documentos comprobatórios. 
 Parágrafo único. O sigilo de operações não poderá ser 
invocado como óbice à troca de informações entre os órgãos 
mencionados no caput, nem ao fornecimento de informações 
requisitadas pelo Ministério Público. 
 Art. 65. A infração de qualquer disposição desta Lei 
Complementar ou de seu regulamento, para a qual não haja 
penalidade expressamente cominada, sujeita a pessoa física ou 
jurídica responsável, conforme o caso e a gravidade da infração, 
às seguintes penalidades administrativas, observado o disposto 
em regulamento: 
 I - advertência; 
 
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 II - suspensão do exercício de atividades em entidades de 
previdência complementar pelo prazo de até cento e oitenta dias; 
 III - inabilitação, pelo prazo de dois a dez anos, para o 
exercício de cargo ou função em entidades de previdência 
complementar, sociedades seguradoras, instituições financeiras 
e no serviço público; e 
 IV - multa de dois mil reais a um milhão de reais, devendo 
esses valores, a partir da publicação desta Lei Complementar, 
ser reajustados de forma a preservar, em caráter permanente, 
seus valores reais. 
 § 1o A penalidade prevista no inciso IV será imputada ao 
agente responsável, respondendo solidariamente a entidade de 
previdência complementar, assegurado o direito de regresso, e 
poderá ser aplicada cumulativamente com as constantes dos 
incisos I, II ou III deste artigo. 
 § 2o Das decisões do órgão fiscalizador caberá recurso, no 
prazo de quinze dias, com efeito suspensivo, ao órgão 
competente. 
 § 3o O recurso a que se refere o parágrafo anterior, na 
hipótese do inciso IV deste artigo, somente será conhecido se 
for comprovado pelo requerente o pagamento antecipado, em 
favor do órgão fiscalizador, de trinta por cento do valor da multa 
aplicada. (Vide Súmula Vinculante nº 21) 
 § 4o Em caso de reincidência, a multa será aplicada em 
dobro. 
 Art. 66. As infrações serão apuradas mediante processo 
administrativo, na forma do regulamento, aplicando-se, no que 
couber, o disposto na Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 
1999. (Regulamento) 
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/jurisprudenciaSumulaVinculante/anexo/PSV_21.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9784.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9784.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2003/D4942.htm
 
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 Art. 67. O exercício de atividade de previdência 
complementar por qualquer pessoa, física ou jurídica, sem a 
autorização devida do órgãocompetente, inclusive a 
comercialização de planos de benefícios, bem como a captação 
ou a administração de recursos de terceiros com o objetivo de, 
direta ou indiretamente, adquirir ou conceder benefícios 
previdenciários sob qualquer forma, submete o responsável à 
penalidade de inabilitação pelo prazo de dois a dez anos para o 
exercício de cargo ou função em entidade de previdência 
complementar, sociedades seguradoras, instituições financeiras 
e no serviço público, além de multa aplicável de acordo com o 
disposto no inciso IV do art. 65 desta Lei Complementar, bem 
como noticiar ao Ministério Público. 
Segundo Narlon Gutierre Nogueira, secretário adjunto da Secretaria de 
Previdência Social do Ministério da Economia, o artigo 8ºA declara: “Isso representa, 
sem dúvida, um grande avanço na governança do próprio sistema previdenciário e na 
responsabilização de todos aqueles que estão na RPPS. atuar na gestão e 
fiscalização”. 
Com exceção dos profissionais que prestam serviços técnicos a entes 
federados, estados, municípios, distritos federais ou sindicatos, ou profissionais que 
prestam serviços técnicos diretamente ou por contrato ao RPPS, não apenas 
gestores, presidentes, mas também membros do Comitê Administrativo e Financeiro 
e o Comitê de Investimentos também responderão. Responsabilizam-se também as 
pessoas jurídicas, ou seja, serão solidariamente responsáveis os diretores de entes 
federados ou unidades gestoras que tenham estabelecido regimes adequados e todas 
as pessoas que atuem como assessores de distribuidoras, instituições financeiras, 
administradores de carteiras, administradores de fundos de investimento apelados. 
participa, responde pelos danos causados por aplicativos que não estejam de acordo 
com a legislação vigente. 
 
 
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Art. 8º-A Os dirigentes do ente federativo instituidor do regime 
próprio de previdência social e da unidade gestora do regime e 
os demais responsáveis pelas ações de investimento e 
aplicação dos recursos previdenciários, inclusive os consultores, 
os distribuidores, a instituição financeira administradora da 
carteira, o fundo de investimentos que tenha recebido os 
recursos e seus gestores e administradores serão 
solidariamente responsáveis, na medida de sua participação, 
pelo ressarcimento dos prejuízos decorrentes de aplicação em 
desacordo com a legislação vigente a que tiverem dado 
causa. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) 
 
7.2. ÓRGÃOS DE FISCALIZAÇÃO 
O artigo 9º da Emenda Constitucional nº 103, de 12 de novembro de 2019, 
estabelece que a Lei nº 9.717, de 27 de novembro de 1998, estabelece regras gerais 
para a organização e funcionamento dos servidores públicos titulares de RPPS, 
válidos para a Comunidade, os Estados, a União Distrito e a posição do governo da 
cidade. 
Veja-se o dispositivo: 
 Art. 9º Compete à União, por intermédio da Secretaria Especial 
de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, em 
relação aos regimes próprios de previdência social e aos seus 
fundos previdenciários: (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 
2019) 
 I - a orientação, a supervisão, a fiscalização e o 
acompanhamento; 
II - o estabelecimento e a publicação de parâmetros, diretrizes e 
critérios de responsabilidade previdenciária na sua instituição, 
organização e funcionamento, relativos a custeio, benefícios, 
atuária, contabilidade, aplicação e utilização de recursos e 
http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13846.htm#art31
 
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constituição e manutenção dos fundos previdenciários, para 
preservação do caráter contributivo e solidário e do equilíbrio 
financeiro e atuarial; 
 III - a apuração de infrações, por servidor credenciado, e a 
aplicação de penalidades, por órgão próprio, nos casos previstos 
no art. 8º desta Lei; 
IV - a emissão do Certificado de Regularidade Previdenciária 
(CRP), que atestará, para os fins do disposto no art. 7º desta Lei, 
o cumprimento, pelos Estados, Distrito Federal e Municípios, dos 
critérios e exigências aplicáveis aos regimes próprios de 
previdência social e aos seus fundos previdenciários. 
Parágrafo único. A União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios encaminharão à Secretaria Especial de Previdência 
e Trabalho do Ministério da Economia, na forma, na 
periodicidade e nos critérios por ela definidos, dados e 
informações sobre o regime próprio de previdência social e seus 
segurados. 
 
Conforme consta no art. O artigo 73 do Anexo I do Decreto nº 9.745, de 8 de 
abril de 2019, aprovou o regimento interno do Ministério da Economia, atualmente 
essas vestings são realizadas pela Secretaria da Previdência Social. Tais decisões 
também estão previstas na Portaria MPS nº 402, de 10 de dezembro de 2008, seu art. 
Entre outras coisas, o artigo 30 estabelece que o SEPRT é responsável por dirigir, 
fiscalizar e fiscalizar seu próprio programa e fornecer a Certidão Previdenciária (CRP) 
eletronicamente. Assim, no que diz respeito ao próprio sistema de segurança social, 
a Secretaria da Segurança Social, no exercício das competências fiscalizadoras e 
normativas atribuídas à UE por lei, intervém relativamente à última função, emitindo 
as necessárias ordens, conferindo a necessária operacionalidade na Para que 
possam atuar de forma adequada e adequada aos seus destinatários, padronizar e 
racionalizar procedimentos e medidas relacionadas a esse objetivo. 
Realiza, portanto: 
 
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• Auditoria Direta: Verificação no local do cumprimento das obrigações 
legais. 
• Auditoria Indireta: Acompanhamento contínuo do cumprimento da 
legislação previdenciária por meio da apresentação de documentos 
específicos, preenchimento de declarações periódicas e prestação de 
informações. 
Além da função de fiscalização do RPPS pela Secretaria de Previdência Social, 
conforme mencionado acima, outros órgãos têm a mesma competência, tais como: 
• TRIBUNAL DE CONTAS, através do Julgamento das contas; apreciação dos 
atos; auditorias; consultas manifestadas. 
• MINISTÉRIO PÚBLICO 
• PREFEITO 
• SERVIDORES (CONSELHOS DE ADMINISTRAÇÃO E FISCAL E COMITÊ DE 
INVESTIMENTOS) 
 
Por fim, de acordo com a Lei Complementar nº 109/2001, atuam como fiscais de 
infrações como gestores de RPPS: 
Art. 64. O órgão fiscalizador competente, o Banco Central do 
Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários ou a Secretaria da 
Receita Federal, constatando a existência de práticas irregulares 
ou indícios de crimes em entidades de previdência 
complementar, noticiará ao Ministério Público, enviando-lhe os 
documentos comprobatórios. 
 
Parágrafo único. O sigilo de operações não poderá ser invocado 
como óbice à troca de informações entre os órgãos 
mencionados no caput, nem ao fornecimento de informações 
requisitadas pelo Ministério Público. 
 
 
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8.3. SUJEITO ATIVO, RESPONSÁVEIS. 
Os responsáveis pelos poderes, órgãos ou entidades dos entes estatais, os 
dirigentes dos órgãos ou entidades que administram seus respectivos sistemas 
previdenciários e os membros dos conselhos e comitês envolvidos em infrações são 
considerados responsáveis pelos seguintes atos definidos pela Secretaria Especial 
para os parâmetros Previdenciários e Trabalhistas, dentro de sua culpabilidade. 
 
Também é responsável qualquer profissional que preste serviços técnicos 
diretamente ou por meio de pessoas jurídicas contratadas a entidades estatais e ao 
sistema previdenciário correspondente. 
 
O regime disciplinar da LC 109/2001 é ilegal para a conduta de administradores, 
conselheiros e comitês de investimento e assessores quando aplicável. 
 
Este sistema de disciplina é prescrito no art. 63 e seguintes, que estabelece: 
 
Art. 63. Os administradores de entidade, os procuradores com 
poderes de gestão, os membros de conselhos estatutários, o 
interventor e o liquidante responderão civilmente pelos danos ou 
prejuízosque causarem, por ação ou omissão, às entidades de 
previdência complementar. 
 
Parágrafo único. São também responsáveis, na forma do caput, 
os administradores dos patrocinadores ou instituidores, os 
atuários, os auditores independentes, os avaliadores de gestão 
e outros profissionais que prestem serviços técnicos à entidade, 
diretamente ou por intermédio de pessoa jurídica contratada. 
 
 
7.4. FORMA DE APURAÇÃO 
 
 
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A responsabilidade por atos ou omissões de pessoas físicas ou jurídicas que 
constituam infrações disciplinares no exercício de suas funções ou poderes será 
apurada por meio de procedimentos administrativos estabelecidos pela Secretaria 
Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, com base em 
registros, declarações ou condenações positivas dos fatos, garantindo o contraditório 
e a ampla defesa. 
 
A Lei Complementar nº 109 de 2001 dispõe: 
 
 
Art. 66. As infrações serão apuradas mediante processo 
administrativo, na forma do regulamento, aplicando-se, no que 
couber, o disposto na Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999 
 
Com a publicação da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, que regulamenta 
os procedimentos administrativos na administração pública federal, estabelece as 
regras básicas dos procedimentos administrativos na esfera administrativa. 
 
O artigo 3º da Lei nº 9.784/99 estabelece os direitos dos administradores, que 
são: Ser respeitados pelas autoridades e empregados, facilitar o exercício de seus 
direitos e o cumprimento de suas obrigações; que você é parte interessada, revisar 
registros, obter cópias de documentos neles contidos e entender as decisões 
tomadas; apresentar acusações e enviar documentos para consideração das 
autoridades competentes antes das decisões; ser assistido por advogado (opcional), 
a menos que a representação seja exigida por lei. 
Conforme referido anteriormente, os administradores também têm obrigações, 
que se encontram previstas no artigo 4.º da mesma lei, nomeadamente: divulgar os 
factos com veracidade; agir com integridade, civilidade e integridade; não agir de 
forma precipitada; prestar as informações solicitadas e cooperar no esclarecimento 
dos fatos. 
 
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Por fim, a Lei nº 9.784/99 traz para a sociedade ou rege a relação jurídica entre 
a administração pública e o devido processo legal, protege essa relação na lei, e é 
amparo legal baseado nos princípios que regem o direito, como os princípios da 
administração honestidade, moralidade, interesse público sobre o interesse privado, 
legitimidade, simpatia, transparência, objetividade, eficiência, devido processo legal, 
defesa e contradição adequadas, proibição de provas ilícitas, motivação, prazo 
razoável e celeridade, informal, oficial, substantivo Autenticidade, dupla jurisdição, 
finalidade, razoabilidade, segurança jurídica e boa-fé. Esses princípios são 
importantes para esclarecer os direitos e obrigações das partes. 
É importante seguir os princípios constitucionais que regem os procedimentos 
administrativos com as devidas diretrizes, configurar formas responsáveis e eficientes 
para que se possa respeitar e preservar a coisa pública, e interpretar adequadamente 
as normas de acordo com o devido processo legal. 
Os processos administrativos podem ser instaurados de ofício ou a pedido dos 
interessados. Exceto quando for aceito pedido verbal, o pedido deverá ser feito por 
escrito e preenchido com os dados importantes a que se refere o art. 6º da Lei nº 
9.784/99, sendo vedado ao Poder Executivo recusar o recebimento de documentos 
sem motivo. 
 
A seguir, uma lista de pessoas que podem atuar como partes interessadas no 
processo administrativo de abertura: 
I - pessoa física ou jurídica que atue como titular de direito ou interesse individual 
ou exerça direito de representação; 
II - a pessoa que não iniciou o procedimento, mas possui direitos ou interesses 
que possam ser afetados pela decisão a ser adotada; I 
II - organizações e associações representativas, no que diz respeito aos 
interesses coletivos; 
IV - Pessoas físicas ou associações legalmente constituídas com base em 
direitos ou interesses dispersos. 
 
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Quanto à autoridade, é inalienável e exercida pelo órgão administrativo a que 
pertence, salvo nos casos de autorização e revogação permitidos por lei. No entanto, 
sem impedimento legal, um órgão executivo e seus titulares podem delegar parte de 
sua autoridade a outros órgãos ou titulares, ainda que esses órgãos ou titulares não 
lhe estejam hierarquicamente subordinados, por conveniência, por razões 
tecnológicas, sociais, econômicas, jurídicas, ou territoriais. 
É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que: 
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria; 
II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou 
representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou 
parente e afins até o terceiro grau; 
III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou 
respectivo cônjuge ou companheiro. 
 
7.5. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA E SUBSIDIÁRIA 
 
A legislação estabelece a responsabilidade compartilhada dos diretores dos 
RPPS, dos membros dos respectivos comitês administrativos e financeiros e das 
instituições financeiras que administram as carteiras ou fundos de investimento para 
os quais são recebidas aplicações. 
É importante levar em consideração que os danos decorrentes da utilização de 
recursos em desacordo com a legislação vigente devem ser ressarcidos em regime 
de responsabilidade solidária dos dirigentes, unidades gestoras e outros do ente 
federado responsáveis pelos atos e aplicação dos recursos de investimento, incluindo 
consultores, distribuidores, instituições financeiras administradoras de carteiras de 
investimento, fundos de investimento que recebem recursos, e seus administradores 
e administradores. 
 
 
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8. Controle Interno e Externo 
 
CONTROLES INTERNOS 
Verificamos que no Pró-Gestão, constam, inclusive as atividades mínimas que 
devem ser exercidas pelo controle relativo ao RPPS. 
➢ Mapeamento das Atividades das Áreas de Atuação do RPPS; 
➢ Manualização das Atividades das Áreas de Atuação do RPPS; 
➢ Capacitação e Certificação dos Gestores e Servidores das Áreas de 
Risco; 
➢ Estrutura de Controle Interno; 
➢ Política de Segurança da Informação; 
➢ Gestão e Controle da Base de Dados Cadastrais dos Servidores Públicos, 
Aposentados e Pensionistas. 
Inclusive, menciona como dever ser a estrutura do Controle Interno em relação 
aos níveis do Pró- Gestão: 
➢ Nível I: No ente federativo que atenda ao RPPS, com relatório semestral, 
e pelo menos 1 (um) servidor capacitado; 
➢ Nível II: No ente federativo que atenda ao RPPS, com relatório trimestral, 
e pelo menos 2 (dois) servidores capacitados; 
➢ Nível III: No RPPS, com relatório trimestral, com 3 (três) servidores 
capacitados, sendo 1 (um) servidor da área de controle interno do RPPS, 
ao menos 1 (um) membro do Comitê de Investimentos e (1) um membro 
do Conselho Fiscal; 
➢ Nível IV: No RPPS com controlador ocupante de cargo efetivo que atue 
também como agente de conformidade em pelo menos uma área de risco, 
vinculada diretamente ao Conselho Deliberativo, com emissão de relatório 
mensal, além de contar com pelo menos 3 (três) servidores capacitados, 
sendo 1 (um) servidor da área de controle interno do RPPS, 1 (um) 
membro do Comitê de Investimentos e 1 (um) membro do Conselho 
Fiscal. 
Quanto as ações, temos: 
 
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Verifica-se, pois, a importância e necessidade do Controle Interno nos RPPS. 
Destaque-se que existem vários pontos de riscos em um RPPS, e a importância do 
controle na gestão dos riscos se faz necessário. 
Citaremos alguns pontos de riscos mais relevantes que

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