Buscar

Tecnologia da Construção - Aulas de 1 ao 10

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 74 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 74 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 74 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

(Tecnologia da Construção) Aula 1 – Atividades preliminares
Etapas de legalização do projeto: Antes de começarmos a abordar as atividades preliminares, vamos pensar ainda na fase de projeto de uma edificação.
Para que haja a autorização municipal para a construção de uma edificação, o projeto do empreendimento é analisado pela secretaria municipal responsável.
Conforme pode ser visto na figura, abaixo, após a aprovação desse projeto por parte da prefeitura, é solicitada a licença para a construção da edificação e, no caso de já existir alguma construção no terreno, é necessário solicitar a autorização para a demolição dessa edificação.
O alvará deve ser solicitado no órgão municipal junto com a licença da obra.
Esse é nosso ponto de partida.
Fluxograma das atividades preliminares: Toda obra de construção civil, em geral, tem como marco inicial a implantação do canteiro de obras. Porém, essa implantação necessita de um planejamento que deve ser elaborado a partir das necessidades e características específicas da obra e das condições do local.
A partir desses dois pontos (características da obra e condições do local) são identificadas as atividades necessárias para que ocorra a implantação do canteiro de obras. A essas atividades dá-se o nome de atividades preliminares (AZEVEDO, 2001).
A próxima figura apresenta o fluxograma das atividades que chamamos de preliminares. Observe:
Atenção: Repare que são atividades dependentes, ou seja, uma só pode iniciar após o término da predecessora. Observe também que esse fluxograma está relacionado à execução das atividades, isto é, ele não leva em conta o período necessário para realizá-las nem a data de início e fim, limitando-se a informar a sequência que as atividades devem ser iniciadas.
Demolição e limpeza do terreno: O serviço de demolição é uma atividade que se torna necessária quando no terreno existem antigas construções ou demolição de partes da edificação que não serão utilizadas no novo projeto de construção.
Está incluída nessa atividade a demolição de fundações, muros divisórios, redes de abastecimento, remoção e transporte dos resíduos.
Importante lembrar que deve existir, antes do início do serviço de demolição, a regularização no órgão municipal responsável.
Por se tratar de uma atividade perigosa com riscos de desabamento, muitos cuidados se devem ter com relação às edificações vizinhas e com a segurança dos funcionários. Assim, é recomendado que a demolição ocorra, sempre que possível, na ordem inversa à da construção, respeitando-se as características do edifício a se demolir.
Atenção: Caso ocorra algum desabamento, a responsabilidade é da construtora ou da incorporadora (empreendedor).
NBR 5682 e NR 18- Com relação a essa atividade, existem duas normas que dispõem de regras para a sua execução:
NBR 5682 - Contratação, execução e supervisão de demolições (ABNT, 1977)
Apresenta algumas condições para a contratação e licenciamento de trabalhos de demolição, providências e precauções a serem tomadas antes, durante e após os trabalhos e métodos de execução. Ela ainda destaca algumas recomendações práticas, detalhes e informações técnicas para a demolição de vários tipos de estruturas.
A figura, a seguir, apresenta a demolição de uma estrutura de concreto armado que segue uma das práticas sugeridas na NBR 5682, que diz que um cabo de suporte precisa segurar a viga e o concreto deve ser cortado nas extremidades, expondo a armação para seu corte.
NR 18 - Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção (BRASIL, 2016)
A NR-18, na sua seção 5, fixa algumas condições para a realização de atividades de demolição. Os cuidados, destacados a seguir, dizem respeito à equipe de demolição em si, sendo indispensáveis para o bom andamento do trabalho:
· Toda a equipe deve trabalhar em um único pavimento;
· Garantir a iluminação adequada de todo o local de trabalho;
· Usar roupas adequadas (que não enrosquem) para a realização do trabalho;
· Evitar acúmulo de carga (sobrecargas) em pontos localizados, principalmente em lajes de forros e telhados;
· Escorregar em vez de arremessar materiais e peças demolidas;
· Não demolir a peça em que está trabalhando;
· Usar equipamentos de segurança, tais como botas, luvas e máscara;
· Aspergir água periodicamente nos locais de trabalho para reduzir a quantidade de poeira.
Atenção: Como comentado anteriormente, além dos cuidados com o trabalhador, você precisa ter cuidados para evitar danos a terceiros e às edificações vizinhas. Veja quais são:
· Antes de iniciar qualquer atividade no terreno, lembre-se de fotografar a área do entorno e, se possível, entre em contato com os proprietários das edificações vizinhas para que seja feito um registro da situação dessas edificações.
· Outro ponto importante é o planejamento do que se fazer com os materiais que saem da demolição. As ações ligadas a Gestão de Resíduos podem prever o reaproveitamento ou a reciclagem desses materiais.
· A limpeza do terreno, após o serviço de demolição, é importante para dar início às atividades de topografia e sondagem. Deve ser retirada também a vegetação e a camada superficial do solo (AZEVEDO, 2001).
Levantamento topográfico: Após a limpeza do terreno, é iniciada a atividade de topografia que terá como resultado o levantamento planialtimétrico.
A palavra topografia deriva das palavras gregas topos (lugar) e graphen (descrever), o que significa a descrição exata e minuciosa de um lugar. Ou seja, com o estudo da topografia, espera-se obter a representação gráfica de um terreno sobre uma superfície plana.
A realização simultânea de dois levantamentos (o planimétrico e o altimétrico) dá origem ao chamado levantamento planialtimétrico.
Planimétrico: É a determinação de pontos e feições do terreno que serão projetados sobre um plano horizontal de referência através de suas coordenadas X e Y (representação bidimensional).
Altimétrico: É a determinação de pontos e feições do terreno que, além de serem projetados sobre um plano horizontal de referência, terão sua representação em relação a um plano de referência vertical ou de nível através de suas coordenadas X, Y e Z (representação tridimensional).
Saiba mais: A realização simultânea dos dois levantamentos dá origem ao chamado levantamento planialtimétrico.
De acordo com Azevedo (2001), no relatório do levantamento plano altimétrico, devem aparecer as seguintes informações:
Em terreno muito acidentado, os espaçamentos poderão ser maiores, na ordem de 1,00m.
Em terrenos de pouco caimento (quase plano), as curvas de nível deverão ser de maior precisão, na ordem de 0,10m.
Para o projeto de escoamento das águas pluviais, o serviço topográfico fornece, como resultado:
· As dimensões perimetrais;
· Os ângulos dos lados;
· A área;
· A fixação RN (referencial de nível);
· As construções existentes;
· As árvores;
· As galerias de águas pluviais ou o esgoto;
· Os postes e seus respectivos números (mais próximos do lote);
· As ruas adjacentes;
· Uma planta de situação, com o aparecimento da via de maior importância ou qualquer obra de maior vulto (igreja, ponte viaduto, etc.) do loteamento ou do bairro;
· A fixação da linha NS (eixo norte/sul).
Sondagem: Para termos uma certeza sobre o tipo de solo, suas características e nível de resistência, deverá ser realizada a etapa de sondagem. Com o relatório de sondagem podemos saber:
Atenção: Com essas informações, poderemos definir quais equipamentos serão utilizados na escavação e retirada do solo, além de dar subsídios para o calculista determinar o tipo de fundação mais apropriada.
Como se dá a sondagem?
A NBR 8036 (ABNT, 1983) trata da programação de sondagens de simples reconhecimento dos solos para fundações de edifícios.
O número de sondagens a serem realizadas em um terreno, a sua localização em planta, bem como a profundidade a ser explorada para o caso de Sondagem de Reconhecimento estão definidos nesta norma:
· As sondagens devem ser de, no mínimo, uma para cada 200m² de área da projeção em planta do edifício, até 1200m² de área;
·Entre 1200m² e 2400m², deve-se fazer uma sondagem para cada 400m² que excederem de 1200m²;
· Acima de 2400m², o número de sondagens deve ser fixado de acordo com o plano particular da construção.
Atenção: Em quaisquer circunstâncias, o número mínimo de sondagens deve ser (ABNT, 1983):
· Dois para área da projeção em planta do edifício até 200m²;
· Três para área entre 200m² e 400m².
A figura a seguir apresenta um exemplo de locação dos pontos de sondagem. Observe a relação entre a área total e os números de pontos de sondagem.
Atenção: O tipo de sondagem a ser utilizada é escolhido em função do tamanho e das características da edificação que será implantada, além das características do próprio terreno.
As sondagens comumente utilizadas na construção de edifícios são as Sondagens de Reconhecimento, que podem ser feitas utilizando-se o Método de Percussão com Circulação de Água ou Standard Penetration Test (STP), sendo este o mais amplamente usado, pois é um método rápido, econômico e aplicável à maioria dos solos (exceto pedregulho) (BARROS, MELHADO, 2002).
Etapas do ensaio STP
Basicamente, as etapas do ensaio STP são (ABNT, 1983):
· ETAPA 1- Em cada ponto de sondagem, monta-se uma torre (tripé), com altura em torno de 5m e um conjunto de roldanas e cordas, que auxiliará no manuseio da composição de hastes por força manual.
A figura apresenta o esquema de montagem do tripé.
· ETAPA 2- A amostra a zero metro é coletada e inicia-se a escavação com trado manual. Na base do furo, apoia-se o amostrador padrão acoplado a hastes de perfuração.
· ETAPA 3- Marca-se na haste, com giz, um segmento de 45cm dividido em trechos iguais de 15cm.
· ETAPA 4- Ergue-se o martelo padronizado ou “peso batente” de 65kg até a altura de 75cm e deixa-se cair em queda livre sobre a haste.
· ETAPA 5- Tal procedimento é repetido até que o amostrador penetre 45cm do solo.
A soma do número de golpes necessários para a penetração do amostrador nos últimos 30cm é o que dará o índice de resistência do solo na profundidade ensaiada (Nspt).
A figura apresenta um amostrador e a amostra sendo retirada.
-
Nas operações subsequentes de perfuração, intercaladas às operações de amostragem, utiliza-se o trado cavadeira ou o helicoidal até atingir o nível d’água ou até que o avanço seja inferior a 5cm após 10 minutos de operação.
Nesses casos, passa-se ao método de perfuração por circulação de água (lavagem), utilizando-se um trépano como ferramenta de escavação, com bomba d’água motorizada para remoção do material.
O ensaio será interrompido quando já tiver atingido o critério técnico adequado para aquela obra ou atingir o impenetrável.
As amostras coletadas a cada metro, chamadas testemunhos, são acondicionadas em recipientes, etiquetadas e enviadas ao laboratório para análise tátil-visual por geólogo especializado.
As amostras extraídas recebem classificação quanto às granulometrias dominantes, cor, presença de minerais especiais, restos vegetais e outras informações relevantes encontradas (AÇÃO ENGENHARIA, 2016).
Atenção: É importante você saber que no relatório final deve constar a planta local da obra com a posição das sondagens e o perfil individual de cada sondagem, indicando a resistência do solo a cada metro perfurado, o tipo e a espessura do material e a posição do nível da água, quando encontrado durante a perfuração.
Movimentação de terra: Ao ser necessário um movimento de terra é possível que se tenha uma das seguintes situações (BARROS; MELHADO, 2002):
Nos casos em que seja necessária a execução de aterros, deve-se tomar cuidado com a compactação do terreno. Assim:
Tipos de movimento de terra
Conforme Azevedo (2001), movimento de terra é a parte da terraplenagem que está relacionada ao transporte de terra do terreno.
O movimento de terra pode ser de quatro tipos:
· Manual- Dizemos que o movimento de terra é manual quando é executado pelo homem através das ferramentas: pá, enxada e carrinho de mão.
· Motorizado- Quando são usados para o transporte, caminhão ou basculante, sendo que o desmonte ou a escavação poderá ser feita manualmente ou por máquinas.
· Mecanizado- Quando a escavação, carregamento e transporte é efetuado pela própria máquina. O movimento de terra mecanizado é utilizado em obras industriais de desenvolvimento horizontal.
· Hidráulico- Quando o veículo transportador de terra é a água. Por exemplo, dragagem.
Saiba mais: A NBR que apresenta as diretrizes para a terraplanagem é a NBR 9732 - Projeto de terraplanagem - rodovias.
Como ocorre o serviço de movimento de terra?
A contratação dos serviços de movimento de terra pode se dar por (BARROS, MELHADO, 2002):
· EMPREITADA GLOBAL- Quando contrata-se uma empresa especializada nesse tipo de serviço, que será remunerada pelo todo, isto é, pelo conjunto total dos serviços (escavação e retirada do material).
· ALUGUEL DE EQUIPAMENTOS- Nesse tipo de contratação, paga-se a máquina de escavação por hora e os caminhões para a retirada do solo, por viagem.
· EMPREITADA POR VIAGEM- Nela, a remuneração pelo serviço é feita por caminhão retirado (volume retirado), estando o aluguel da máquina incluso no preço da viagem.
Também nesse tipo de contrato deve-se tomar cuidado com os caminhões mal cheios, havendo a necessidade de se registrar o número de viagens.
Comentário: Observa-se que em quaisquer dos tipos de contratação o empreiteiro é responsável por providenciar um “bota-fora” para a remoção do solo (BARROS, MELHADO, 2002).
E a segurança?
Com relação à segurança, você deve lembrar de que há a necessidade de contenções sempre que a escavação implicar em risco de perda de estabilidade do terreno para não abalar as edificações vizinhas.
Após o corte, é necessário planejar o transporte do resíduo. Assim, você deve ficar atento ao tipo de solo com que está lidando, pois, no movimento de terra, devemos considerar o empolamento.
Conforme Azevedo (2001), quando se move a terra do seu lugar natural, o seu volume aumenta. A proporção de aumento de cada tipo de material pode ser estabelecida, consultando-se uma tabela de propriedade de materiais.
O empolamento ou aumento de volume é expresso, geralmente, por uma porcentagem do volume original.
Exemplo: Por exemplo, se um aumento volumétrico de argila seca for de 40%, isso significa que 1,00m3 de argila, no estado natural (antes da escavação), encherá um espaço de 1,40m3 no estado solto (depois de escavado).
Atividade Proposta
Chegou a hora de exercitar o que você aprendeu!
Vamos realizar um estudo de caso:
Imagine que você é o engenheiro responsável pela fase de atividades preliminares da obra de construção de um hotel de grande porte. Nesse terreno, existe uma vegetação que será retirada e uma edificação que deverá ser demolida.
Elabore um plano de atividades preliminares que deve ser realizado antes da implantação de um canteiro de obras.
GABARITO
· Fase 1 – Obter o alvará de demolição na prefeitura;
· Fase 2 – Demolição da edificação existente. Deverá seguir as recomendações de gestão de resíduos, separando o que for de reuso e o que for descartado;
· Fase 3 – Limpeza do terreno. Deve ser retirada a vegetação existente;
· Fase 4– Topografia;
· Fase 5 – Sondagem;
· Fase 6 – Movimento de terra quando necessário fazer o nivelamento.
(Tecnologia da Construção) Aula 2 - Canteiro de obras
Definição de modelo de canteiro de obras
Para começarmos a falar sobre os elementos de um canteiro, vamos primeiro entender o que é um canteiro de obras e a sua finalidade.
De acordo com a NBR 12284 (ABNT, 1991), canteiro de obras é:
“O conjunto de áreas destinadas à execução e apoio dos trabalhos da indústria da construção, dividindo-se em áreas operacionais e áreas de vivência.”
Já, de acordo com a NR 18 (BRASIL, 2016), é:
“Uma área de trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e execução de uma obra.”
· Áreas operacionais: Áreas em que se desenvolvem as atividades de trabalho ligadas diretamente à produção.
· Áreas de vivência: Áreas destinadas a suprir as necessidades básicas humanas de alimentação, higiene pessoal,descanso e lazer, convivência e ambulatoriais, devendo ficar fisicamente separadas das áreas operacionais.
É fácil notar que essas duas definições se referem ao canteiro como local onde se desenvolvem operações de apoio à execução de uma obra. Então, podemos entender que, como a obra está em constante transformação, o canteiro se modifica à medida que avançam as fases da obra.
Custos dos serviços de canteiro de obra
O custo das instalações provisórias é definido como custo direto e/ou indireto, conforme contrato de execução da obra, podendo suas instalações serem terceirizadas ou não.
Agora, vamos ver sob outra perspectiva: se o canteiro está ali para dar apoio operacional à obra, precisamos pensar na relação materiais x mão de obra x equipamentos x local de atividade.
Isso significa que é necessário considerar o deslocamento que o trabalhador precisa fazer para pegar o material, ir até algum equipamento ou ir até seu local de atividade.
Logística
Logo, precisamos pensar na logística, e, quando pensamos na logística, temos os seguintes objetivos:
1) Impedir a ociosidade de equipamentos e de mão de obra;
2) Diminuir os tempos de deslocamento;
3) Racionalizar as atividades ao impedir que operações semelhantes sejam realizadas em locais espaçados;
4) Minimizar as interferências (materiais x mão de obra x local de execução da atividade).
Fatores da organização
A organização do canteiro depende também de alguns fatores como:
· Tamanho do terreno e ocupação da edificação dentro do terreno, pois a localização dos elementos depende da implantação da edificação nesse terreno.
· Processos e métodos construtivos empregados na obra, pois, dependendo do processo construtivo, pode existir ou não a necessidade de área de estoque, por exemplo.
· Características dos materiais, já que a necessidade de depósitos cobertos ou não depende se o material usado é a granel, ensacados ou perecíveis.
· Prazo de execução, pois a frequência, o volume de fornecimentos de materiais e a quantidade de trabalhadores em atividade ao mesmo tempo na obra também interferem na capacidade do canteiro.
Atenção: É importante que exista um projeto específico para a implantação do canteiro de obras cuidadosamente elaborado a partir das necessidades da obra e das condições do local. Além disso, precisamos lembrar que as atividades preliminares de demolições, limpeza e movimentos de terra já devem ter sido concluídas antes da implantação do canteiro.
Elementos que compõem um canteiro de obras
Na fase de planejamento do canteiro é necessário observar que:
· É importante você realizar um levantamento do que existe no terreno em relação às instalações de água, esgoto e elétrica. É recomendado que se utilize as já existentes e que haja uma compatibilização com o projeto definitivo.
· A instalação do tapume para cercar a obra e os portões de acesso para a segurança também são elementos que precisam de atenção.
· O portão de recebimento de materiais deve ter uma largura não menor que 4,40m, além da necessidade de se criar um portão de acesso para pedestres. Já a instalação de tapume deve ser com altura da ordem de 2,50m.
Elementos do canteiro ligados à produção
Os elementos ligados à produção vão variar de acordo com o método construtivo adotado na obra. Se for uma obra de estrutura metálica com lajes pré-fabricadas, por exemplo, não haverá necessidade de central de formas, central de armação, nem central de argamassa, pois esses são elementos próprios para o sistema estrutural de concreto armado. Além disso, é importante se ter um cuidado com interferências com outros fluxos de material para que não haja acidentes.
Veja os elementos de um sistema estrutural de concreto armado:
Atenção!
A central de armação deverá estar localizada nas proximidades do estoque de aço e ser facilmente acessível quanto ao transporte vertical (AZEVEDO, 2001).
Elementos do canteiro de apoio à produção
Esses elementos de apoio à produção vão acompanhar a fase em que a obra se encontra. Ou seja, se estamos na fase de fundação não há a necessidade de estoque de louças e metais que são materiais da fase de acabamento. Os elementos são:
· Estoque de conexões;
· Estoque relativo ao elevador;
· Estoque de esquadrias;
· Estoque de tintas (local fechado);
· Estoque de metais (local fechado);
· Estoque de louças (local fechado);
· Estoque de barras de aço;
· Estoque de compensado para formas;
· Almoxarifado de ferramentas;
· Estoque de areia;
· Estoque de brita (quando o concreto for produzido in loco);
· Estoque de cimento em sacos;
· Estoque de argamassa industrializada em sacos;
· Estoque de tubos.
Saiba Mais: Em relação à localização do estoque de areia, Azevedo (2001) nos diz que a areia precisa:
· Ficar próxima à betoneira de produção de argamassa;
· Ficar próxima ao equipamento para transporte vertical;
· Ficar próxima ao portão de materiais (se possível, acessível diretamente pelo basculamento do caminhão);
· Evitar contato direto com terreno;
· Prover delimitação quanto às laterais;
· Evitar carreamento pela chuva e contaminação com terra, entulho e outros materiais;
· Impedir de ser estocada sobre laje para que não haja sobrecarga.
Elementos de apoio técnico administrativo
Os elementos são:
A figura a seguir apresenta um exemplo de área administrativa, estoque de materiais e ferramentas.
Planta baixa das instalações provisórias: área administrativa e
estoque de materiais e ferramentas – pavimento inferior.
Se a área disponível não for muito grande, esses escritórios podem ser reduzidos a um único, com as mesas disponíveis para cada profissional e o espaço para a reunião.
Outros elementos
Esses elementos são:
· Entrada de água;
· Entrada de luz;
· Coleta de esgotos (se não for ligado à rede pública);
· Portão de materiais;
· Portão de pessoal;
· Estande de vendas;
· Área destinada a resíduos da construção (coleta e reuso).
Atenção! A área destinada a resíduos deverá estar próxima à saída.
Elementos da área de vivência
Os elementos são:
A seguir, veremos quais desses elementos da área de vivência, segundo a NR 18, são obrigatórios e quais são opcionais.
Requisitos da NR 18 sobre condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção
Inicialmente, uma das mais importantes recomendações da NR 18 (BRASIL, 2016) é que a obra com 20 trabalhadores (empregados e terceirizados) ou mais tenha, OBRIGATORIAMENTE, o Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção (PCMAT).
O PCMAT é um plano que estabelece condições e diretrizes de Segurança do Trabalho para obras e atividades relativas à construção civil. A sua falta implicará nas penalidades previstas na legislação que poderão variar de multa até a paralização das atividades do estabelecimento em questão.
Esse plano deve ser elaborado e executado por profissional de segurança do trabalho legalmente habilitado e a implementação é de responsabilidade do proprietário do estabelecimento e seus contratados.
Objetivos do PCMAT
· Garantir, por ações preventivas, a integridade física e a saúde do trabalhador da construção, funcionários terceirizados, fornecedores, contratantes e visitantes;
· Estabelecer um Sistema de Gestão em Segurança do Trabalho nos serviços relacionados à construção, através da definição de atribuições e responsabilidades à equipe que irá administrar a obra.
Recomendações da NR 18 (BRASIL, 2016) para as áreas de vivência
Instalações sanitárias (obrigatórias em qualquer obra) são:
· 1 lavatório, 1 vaso, 1 mictório, para cada 20 operários;
· 1 chuveiro para cada 10 operários;
· Local do vaso: área mínima de 1m²;
· Local do chuveiro: área mínima de 0,80m²;
· Pé-direito mínimo de 2,50m ou respeitando-se o que determina o Código de Obras do Município da obra;
· Estarem situadas em locais de fácil e seguro acesso, não sendo permitido um deslocamento superior a 150m do posto de trabalho aos gabinetes sanitários, mictórios e lavatórios;
· Os chuveiros devem ser de metal ou plástico, individuais ou coletivos, dispondo de água quente.
Além disso, é obrigatório no alojamento ofornecimento de água potável, filtrada e fresca, para os trabalhadores por meio de bebedouros de jato inclinado ou equipamento similiar que garanta as mesmas condições, na proporção de 1 para cada grupo de 25 trabalhadores ou fração.
Atividade- Leia o enunciado e marque a opção correta:
· Você está projetando as instalações sanitárias de uma obra com previsão para abrigar 90 trabalhadores. Considerando as exigências da NR 18 – Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção civil, a quantidade mínima de vasos sanitários é:
a) 3
b) 5
c) 8
d) 9
e) 12
As demais instalações obrigatórias são:
1) Ambulatório: Obrigatório se tiver 50 operários ou mais.
2) Vestiário
· Armários individuais com cadeado;
· Bancos (largura mínima de 30cm);
· Ter pé-direito mínimo de 2,50m ou respeitando-se o que determina o Código De Obras do Município da obra.
3) Refeitório: É obrigatória a existência de local adequado para as refeições, que deve:
· Ter capacidade para garantir o atendimento de todos os trabalhadores no horário das refeições e com assentos em número suficiente para atender os usuários;
· Ter lavatório instalado em suas proximidades ou no seu interior;
· Independentemente do número de trabalhadores e da existência ou não da cozinha, deve haver local exclusivo para o aquecimento das refeições.
4) Área de lazer: É obrigatório quando houver alojamento.
5) Alojamento: Obrigatório se houver trabalhadores alojados. Suas especificações são:
· Área de 3m² para cada conjunto cama/armário (circulação incluída);
· Cama de, no mínimo, 0,80 x 1,90m;
· Proibido “treliche”;
· Armários individuais (0,80m de altura x 0,50m de largura x 0,40m profundidade, ou 1,20m x 0,30m x 0,40m, respectivamente);
· Não estar situado em subsolo ou porão;
· A altura livre permitida entre uma cama e outra e entre a última e o teto é de, no mínimo, 1,20m.
6) Lavanderia: É obrigatório quando houver alojamento. Ela deve:
· Ter cobertura;
· Ser dotada de tanques individuais ou coletivos em número adequado.
7) Cozinha: É obrigatório somente se houver preparo de refeições na obra. Suas especificações são:
· Existência de pia;
· Instalações sanitárias para funcionários da cozinha, sem comunicação direta, mas próximo da mesma;
· Equipamento de refrigeração.
A figura a seguir apresenta um exemplo de uma área de vivência com vestiário, sanitário e refeitório. Observe o dimensionamento.
Planta baixa das áreas de vivência: vestiários, sanitários e refeitório.
Atividade - Leia o enunciado e marque a opção correta:
· Você está planejando um canteiro de obras para a construção de um prédio comercial. A instalação OBRIGATÓRIA em seu canteiro é:
a) Lavanderia
b) Área de lazer
c) Cozinha
d) Alojamento
e) Instalações sanitárias
Contêineres
Existem muitas obras hoje em dia que fazem a opção por contêineres e a NR 18 (BRASIL, 2016) também apresenta restrições para esse uso. Observe:
“Instalações móveis, inclusive contêineres, serão aceitas em áreas de vivência de canteiro de obras e frentes de trabalho, desde que, cada módulo:
a. possua área de ventilação natural, efetiva, de no mínimo 15% (quinze por cento) da área do piso, composta por, no mínimo, duas aberturas adequadamente dispostas para permitir eficaz ventilação interna;
b. garanta condições de conforto térmico;
c. possua pé-direito mínimo de 2,40m (dois metros e quarenta centímetros);
d. garanta os demais requisitos mínimos de conforto e higiene estabelecidos nesta NR;
e. possua proteção contra riscos de choque elétrico por contatos indiretos, além do aterramento elétrico.”
O quadro a seguir apresenta uma sugestão de área para os elementos do canteiro. Observe:
Organização do canteiro de obras
O estudo do canteiro de obras tem uma relação direta com a qualidade e a produtividade no processo de trabalho, pois grande parte das ações acontece no próprio canteiro.
Então, prever a localização de cada área, entre elas as de trabalho, as de estocagem e as de circulação, é uma ação de planejamento que visa a qualidade e melhora do processo produtivo da obra.
Layout de um canteiro de obras
Os princípios que devem ser respeitados na elaboração do layout de um canteiro de obras são os mesmos do layout industrial (BORBA, 1998 apud CESAR et al, 2016):
· INTEGRAÇÃO DE TODOS OS ELEMENTOS E FATORES- Almoxarifados, entradas e saídas para operários distintos, para os clientes, disposição dos equipamentos etc.
· MÍNIMA DISTÂNCIA- O transporte nada produz, portanto deve ser minimizado e se possível eliminado.
· OBEDIÊNCIA DO FLUXO DE OPERAÇÕES- Evitar cruzamentos, retornos, interferências e congestionamentos.
· RACIONALIZAÇÃO DO ESPAÇO- Aproveitar as quatro dimensões (geométrica e temporal): subsolo, espaços superiores para transportar, canalizações e depósitos pouco usados.
· SATISFAÇÃO E SEGURANÇA DO EMPREGADO- Um melhor aspecto das áreas de trabalho promove tanto a elevação da moral do trabalhador quanto a redução de riscos de acidentes.
· FLEXIBILIDADE- Possibilidade de mudança dos equipamentos, quando evoluir ou modificar a linha de produtos (condições atuais e futuras).
Iniciando o canteiro
Como foi comentado anteriormente, na fase de planejamento do canteiro de obras, diversos elementos devem ser listados para se dar inicio ao seu projeto.
A seguir, vamos listar e definir os elementos de um canteiro de acordo com Barros (2016):
1) Ligações de água, energia elétrica, esgoto e telefone, devendo ser solicitadas, junto às respectivas concessionárias, as informações necessárias para o funcionamento.
2) Localização e dimensionamento, em função do volume da abra, de áreas para armazenamento de materiais a granel (areia, brita etc.), quando for utilizado o material a granel.
3) Localização e dimensionamento, em função do efetivo máximo previsto para a obra, das áreas de vivência, com as seguintes instalações:
· Vestiários;
· Alojamento (se houver);
· Local de refeições;
· Cozinha (quando for previsto o preparo de refeições);
· Lavanderia (apenas se houver alojamento);
· Área de lazer (apenas se houver alojamento);
· Ambulatório, quando se tratar de frentes de trabalho com 50 ou mais trabalhadores.
4) Localização e dimensionamento das centrais de:
· Massa (betoneira);
· Minicentral de concreto, quando houver;
· Armação de ferro;
· Serra circular;
· Armação de forma;
· Pré-montagem de Instalações;
· Soldagem e corte a quente etc.
5) Localização e dimensionamento dos equipamentos de transporte de materiais e pessoas:
· Grua;
· Elevador de transporte de materiais;
· Elevador de passageiros.
6) Tapumes ou barreiras para impedir o acesso de pessoas estranhas aos serviços.
7) Verificação das diversas interferências com a comunidade e vice-versa.
8) Análise cronológica da instalação do canteiro e das atividades de máquinas e equipamentos fixos, para determinar, com antecedência, sua disposição e construção.
9) Busca da implantação do canteiro em local que permaneça o maior tempo possível, pois desmobilizações durante a obra causam muito transtorno. Propiciar ao conjunto produtivo opções e facilidades de mudanças posteriores à implantação do projeto de layout.
A figura a seguir apresenta um mapofluxograma de transporte de materiais (argamassa, azulejo e piso cerâmico, bloco de concreto, cimento, gesso, textura e tinta).
Quando visualizamos este estudo de fluxo de materiais, temos mais condições de identificar algum erro ou fluxo cruzado que interfira na produtividade, e, assim, podemos melhorar o layout.
Portanto, para se ter um canteiro eficiente e que contribua para a qualidade e produtividade da obra, torna-se necessário diminuir os deslocamentos dos trabalhadores no transporte de materiais, máquinas e equipamentos e direcionar o fluxo de produção sempre no sentido do produto acabado.
Para isso, é necessário conhecer o sistema de recebimento, transporte e armazenamento de materiais e facilitar o controle de seus estoques, impedindo o acúmulo desnecessário ou a falta de materiais.
Atenção! É importante que as empresas construtoras tenham a consciência das perdas relacionadas ao não planejamento dos canteirosde obras e que a elaboração de um projeto de forma integrada com a produção trará benefícios sociais, econômicos e ambientais para a sociedade (CESAR, 2016).
Atividade - Com relação à organização do canteiro de obras, organize as atividades e materiais do canteiro a seguir:
ARMAÇÃO – AREIA - BRITA – BETONEIRA – FORMAS – ALMOXARIFADO -
CIMENTO - BANHEIRO/VESTIÁRIO - ESCRITÓRIO
 Gabarito 
(Tecnologia da Construção) Aula 3 - Cuidados na etapa de escavação e execução de taludes
Escavações e seus cuidados com o entorno
Antes de iniciar uma escavação é importante conhecer o entorno em que se dará tal atividade. Para isso, os cuidados devem ser planejados e acompanhados durante a execução.
A NBR 9061 (ABNT, 1985) afirma que o controle das edificações vizinhas e da escavação deve obedecer a um plano de acompanhamento através de inspeção e de instrumentação adequada ao tamanho da obra e das edificações vizinhas, sendo dessa forma:
· Inspeção- Tem por finalidade observar qualquer evento cuja análise permite medidas preventivas ou considerações especiais para a segurança da obra.
· Instrumentação- Visa à medida direta de grandezas físicas necessárias à interpretação e previsão do desempenho das obras, com referência aos critérios de segurança e econômicos adotados na fase de projeto. Nesse caso, aqui estão relacionados os equipamentos necessários, o escoramento que deve ser feito e a sinalização e o isolamento da área da execução.
Após a realização da inspeção e definição da instrumentação, poderemos iniciar o projeto em si. Para a elaboração de um projeto de escavação, a NBR 9061 (ABNT, 1985) apresenta como sugestão etapas que devem ser compatíveis com a NBR 8044 e pode desenvolver-se, de uma maneira geral, em quatro fases:
1. Viabilidade: Permitir a previsão de custos e prazos das diversas alternativas.
2. Projeto básico: Detalhamento de forma a quantificar os serviços necessários ao desenvolvimento do projeto executivo.
3. Projeto executivo: Define claramente os diversos componentes da obra, incluindo memoriais descritivos, cálculos estruturais, desenhos, especificações técnicas e executivas, planilhas de orçamento e cronogramas básicos.
4. Projeto “como executado” (as built): Compreende o acompanhamento sistemático da execução da obra, o reexame dos critérios de dimensionamento em função de dados obtidos durante a execução e a elaboração de um relatório final, comentando a execução com as dificuldades encontradas, sendo recomendada a complementação com fotografias.
Saiba mais! Vale lembrar que o grau de detalhamento do projeto varia de acordo com o tipo e a característica de cada obra.
Durante a execução da escavação, as cargas e os carregamentos no terreno podem variar, e a NBR 9061 (ABNT, 1985) classifica em cargas estáticas e cargas dinâmicas. Veja, a seguir, as características de cada uma.
Cargas estáticas
São elas:
· Empuxo lateral do solo
· Pressão hidrostática
· Cargas provenientes de construções próximas
· Acúmulo de material escavado na borda da escavação
Atenção! Atenção para esse último tipo de carga, pois na hora da elaboração do plano você deverá definir onde essa terra retirada será depositada. A NR 18 (ABNT, 2016) afirma que os materiais retirados da escavação devem ser depositados a uma distância superior à metade da profundidade, medida a partir da borda do talude. A Figura 1 apresenta bem como seria essa relação.
Cargas dinâmicas
São elas:
Atenção! É importante lembrar que o tráfego próximo da escavação deve ser desviado ou ter a velocidade reduzida, e para a segurança dos envolvidos, os acessos de pessoal, veículos e equipamentos devem ter sinalização permanente, além de ser proibido o acesso de pessoal não autorizado.
A Figura 2 apresenta uma sugestão de afastamentos da área de execução.
Então, conforme foi apresentado, são muitos os cuidados que devemos ter durante a escavação, e a NR 18 apresenta ainda mais outras ações que podem garantir a segurança dos envolvidos na atividade, são elas:
Assim, muros, edificações vizinhas e todas as estruturas que possam ser afetadas pela escavação devem ser escorados. A Figura 4 apresenta um exemplo de escoramento de vegetação próxima à área de escavação.
Durante toda a fase de execução e durante a existência da escavação, é indispensável ter-se no canteiro de obra um arquivo contendo os seguintes documentos:
Principais tipos de taludes
Podemos dizer que talude é uma superfície inclinada do solo que limita um platô. Os taludes também são chamados de encostas e podem ser naturais ou construídos artificialmente pelo homem, como mostra a Figura 5.
Saiba mais! Os taludes de aterro devem ser menos inclinados do que os de corte.
A escolha para o tipo de contenção mais adequada depende do estudo detalhado de cada caso, das condições específicas da obra e da região. Mas, lembramos que, cada vez mais, o estudo dos processos de estabilização de taludes e suas formas de contenção tornam-se necessários, devido a desastrosas consequências que os escorregamentos acarretam.
Então, vamos conhecer alguns tipos de contenção.
· Estruturas de contenção com solo reforçado com geossintéticos- Essa forma de contenção consiste no uso de mantas geotêxteis ou geogrelhas intercaladas com camadas de aterro compactado, como pode ser visto na Figura 6.
Devemos reconhecer as propriedades mecânicas na hora da escolha do geossintético. Observamos que esse tipo de material apresenta um custo menor quando comparado a outros tipos de materiais de contenção (TECHNE, 2016).
· Cortina de concreto atirantada- Podemos definir que são muros de concreto armado, com espessuras entre 0,20m e 0,30m, contidos por tirantes protendidos.
Em geral, são:
· verticais ou subverticais;
· com os tirantes distribuídos de maneira uniforme;
· com espaçamentos que variam de acordo com a altura da contenção;
· e os esforços atuantes (TECHNE, 2016).
Pode ser aplicado em qualquer situação geométrica, tipo de solo ou condição hidrológica.
A Figura 7 apresenta um corte e uma foto demonstrando os tirantes e a presença de canaletas para que a drenagem seja direcionada a um descarte seguro.
· Muro de arrimo de gabiões- Os muros de gabiões são constituídos por gaiolas metálicas preenchidas com pedras arrumadas manualmente e construídas com fios de aço galvanizado em malha hexagonal com dupla torção.
As dimensões usuais dos gabiões são: comprimento de 2m e seção transversal quadrada com 1m de aresta (TECHNE, 2016).
Esse tipo de contenção apresenta a vantagem de ser feito com rapidez, por possuir elevada permeabilidade e grande flexibilidade aceitando deformações.
A Figura 8 apresenta um corte de um muro de gabião e a sua montagem.
· Muro de arrimo rimbloco- Esse sistema utiliza peças pré-moldadas de concreto não armado, em forma de duplo "T", e chumbadores com cerca de 3m de comprimento. Ou seja, é um muro articulado, formado por peças padronizadas e contido por chumbadores.
Esse sistema também apresenta um custo reduzido e flexibilidade.
· Muro de concreto ciclópico- Trata-se de estrutura composta de concreto e agregados de grandes dimensões. A execução desse sistema consiste no preenchimento de uma forma com concreto e blocos de rocha de dimensões variadas. Sua aplicação é recomendada para taludes superiores a 3 metros de altura (TECHNE, 2016).
Esse tipo de concreto usa pedras de mão para aumentar seu volume e peso. Essas pedras podem variar de 10 a 30 centímetros. É um concreto de baixa resistência à tração, mas com boa resistência à compressão.
A execução do sistema de drenagem é feita com barbacã e dreno de areia, como mostra a Figura 10.
· Cortina cravada- Esse tipo de contenção é formado por estacas ou perfis cravados no terreno, trabalhando à flexão e resistindo pelo apoio da parte enterrada do perfil.
Podem ser obras contínuas, quando utilizamos as estacas pranchas ou as justapostas, como mostrado na Figura 11. Podem também ser obras descontínuas, onde as estacas ou os perfis metálicos são cravados a uma distância um do outro.
O trecho entre eles é preenchido porpranchões de madeira ou placas de concreto armado (TECHNE, 2016).
Importante ressaltar que esse sistema costuma ser mais empregado em obras de contenção provisória. Observe na Figura 11 o uso de barbacãs.
· Paredes diafragma- Essas são cortinas de concreto armado moldadas no solo em painéis sucessivos. Costumam ser bastante empregadas também com painéis pré-moldados. Em geral, as paredes diafragma possuem espessuras entre 0,40m e 1,20m e painéis de comprimento mínimo de 2,50 m (TECHNE, 2016).
Na Figura 12, pode ser observado o uso dessa parede em planta e em corte. Sua aplicação é indicada em casos de execução de escavações profundas junto a edificações preexistentes.
· Solo grampeado- Esse sistema consiste em uma tela metálica fixada por chumbadores e recoberta por concreto projetado. É conhecido como solo grampeado ou soil nailing, após o reforço do maciço pela introdução de chumbadores (barras de ferro), e é feito o recobrimento do talude com tela metálica fixada por pinçadores e aplicação de concreto projetado com 7 a 10cm de espessura.
Utilizado há muito tempo em terrenos rochosos, o sistema foi aperfeiçoado com a introdução do concreto projetado (TECHNE, 2016).
Atividade - Chegou a hora de exercitar o que você aprendeu!
Elabore um plano para a escavação a ser realizada em uma obra, para instalar tubulação de saneamento, sabendo que, para essa tarefa, deverá ser feita uma escavação de 50 metros de comprimento com 1 metro de largura e 2 metros de profundidade. Lembre-se de definir:
· As ações de segurança;
· As possíveis contenções;
· Os equipamentos utilizados;
· A definição do local para armazenamento da terra escavada.
GABARITO
Fase 1 – Demarcação da área a ser escavada.
Fase 2 – Listagem dos equipamentos necessários à escavação.
Fase 3 – Quantitativo de mão de obra e número de pessoas envolvidas.
Fase 4 – Cálculo do volume de terra e definição do descarte dessa terra e onde ficará aguardando para sua retirada.
Fase 5 – Definição do tio de escoramento da vala. A sugestão é que seja com escora metálica.
Fase 6 – Durante a fase de execução a área deve ser isolada para não comprometer a segurança da equipe.
(Tecnologia da Construção) Aula 4 - Tipos de fundações
Fundações superficiais
A quantidade de dados necessária à escolha do tipo de fundações é relativa a cada situação, envolvendo algumas variáveis como: porte da edificação, funcionalidade, concepção estrutural adotada e problemas relativos ao solo.
Assim, podemos considerar alguns aspectos importantes, como:
a) As cargas da estrutura devem ser transmitidas às camadas de terreno capazes de suportá-las sem rupturas;
b) As deformações das camadas de solo, subjacentes às fundações, devem ser compatíveis com as da estrutura;
c) A execução das fundações não deve causar danos à estrutura vizinha, como trincas por cravação de estacas ou alteração no nível do lençol freático;
d) Ao lado do aspecto técnico, a escolha do tipo de fundação deve apresentar também viabilidade econômica.
De acordo com a NBR 6122 (ABNT, 2010), as fundações superficiais são aquelas em que a carga é transmitida ao terreno, predominantemente pelas pressões distribuídas sob a base da fundação, e na qual a profundidade de assentamento, em relação ao terreno adjacente, é inferior a duas vezes a menor dimensão da fundação. Incluem-se neste tipo de fundação as sapatas, os blocos, os radiers, as sapatas associadas, as vigas de fundação e as sapatas corridas.
Então agora vamos conhecer um pouco mais sobre cada uma delas.
Sapatas: De acordo com a NBR 6122 (ABNT, 2010), é o elemento de fundação superficial de concreto armado, dimensionado de modo que as tensões de tração nele produzidas não sejam resistidas pelo concreto, mas sim pelo emprego da armadura.
Fundação superficial - Pode ser rasa ou direta. São elementos de fundação em que a carga é transmitida ao terreno, predominantemente pelas pressões distribuídas sob a base da fundação, e em que a profundidade de assentamento, em relação ao terreno adjacente, é inferior a duas vezes a menor dimensão da fundação. Incluem-se, neste tipo de fundação, as sapatas, os blocos, os radiers, as sapatas associadas, as vigas de fundação e as sapatas corridas.
Pode possuir espessura constante ou variável, sendo sua base em planta normalmente quadrada, retangular ou trapezoidal.
As figuras, a seguir, mostram exemplos de sapatas.
A Figura 1 apresenta uma sapata em corte com sua armação e uma sapata quadrada e retangular em planta.
A Figura 2 apresenta uma sapata isolada já concretada, onde pode ser observada a sua armação. Nesse tipo, o centro de gravidade da sapata deve ser o mesmo que o centro de aplicação da ação do pilar.
Saiba mais: De acordo com NBR 6122 (ABNT, 2010), a menor dimensão deve ser ≥ 60cm, sendo a relação entre os lados da sapata (L1/L2) ≤ 2,5.
Blocos: Elemento de fundação superficial de concreto, dimensionado de modo que as tensões de tração, nele produzidas, possam ser resistidas pelo concreto, sem necessidade de armadura (ABNT, 2010).
Pode ter suas faces verticais, inclinadas ou escalonadas e apresentar normalmente em planta seção quadrada ou retangular.
A figura, a seguir, apresenta um exemplo de bloco escalonado, bloco com face vertical e um bloco já concretado.
Radier: Elemento de fundação superficial que abrange todos os pilares da obra ou carregamentos distribuídos (por exemplo: tanques, depósitos, silos etc.) (ABNT, 2010).
Para a execução de radier são necessários os seguintes passos:
1. Faz-se o nivelamento do terreno.
2. Cavam-se as vigas baldrame onde se alinham as paredes estruturais, para servir também de gabarito e locação.
3. Coloca-se as tubulações de água, esgoto, energia e as formas das bordas niveladas na cota final.
4. Coloca-se uma camada de brita graduada e, em seguida, compacta-se.
5. Colocam-se as armaduras do vigamento em sentido horizontal e vertical do corpo do radier.
A figura, a seguir, apresenta a etapa de escavação das vigas baldrame e a colocação das armaduras do vigamento. Observe:
Atenção! Após a colocação da armação já podem ser feitos a concretagem, o desempenamento e o alisamento com polidora de piso. As formas são retiradas depois da cura.
Sapatas associadas: Sapata comum a vários pilares, cujos centros, em planta, não estejam situados em um mesmo alinhamento, de acordo com a NBR 6122 (ABNT, 2010).
A figura, abaixo, apresenta um esquema de corte e elevação.
Vigas de fundação: Elemento de fundação superficial comum a vários pilares, cujos centros, em planta, estejam situados no mesmo alinhamento, de acordo com a NBR 6122 (ABNT, 2010). Também conhecido como baldrame.
Seu formato pode ser retangular, moldadas no local (in loco), com a função de receber cargas das paredes e transferi-las aos blocos de fundação, às brocas (um tipo de estaca de pequena profundidade) ou diretamente ao solo.
Atenção! É importante lembrar que o uso das vigas baldrame também proporciona travamento entre os blocos de fundação, distribuindo os esforços laterais e restringindo parcialmente o giro em sua direção.
Esse tipo de viga também pode ser pré-moldada, reduzindo o tempo de execução na obra. Nestes casos, a escavação é executada normalmente, e as vigas baldrame pré-moldadas são posicionadas nos locais onde devem ser fixadas.
Estas vigas prontas devem ter as pontas das barras aparentes, para permitir a soldagem e união da estrutura, como mostra a figura a seguir. A fixação das vigas é feita com a concretagem dos pontos de união das vigas, tornando uma peça única rígida e solidária.
Sapatas corridas: Sapata sujeita à ação de uma carga distribuída linearmente ou de pilares ao longo de um mesmo alinhamento, de acordo com a NBR 6122 (ABNT, 2010). Constituem uma solução economicamente muito viável quando o solo apresenta a necessária capacidade de suporte em baixa profundidade.
Para diferenciar da sapata isolada retangular, a sapata corrida é aquela com comprimento maior que cinco vezes a largura (A > 5B), como mostra a figura, a seguir.
Fundações profundas: De acordo com a NBR 6122 (ABNT,2010), fundações profundas são aquelas em que o elemento de fundação transmite a carga ao terreno pela base (resistência de ponta), por sua superfície lateral (resistência de atrito do fuste) ou por uma combinação das duas, devendo sua ponta ou base estar assente em profundidade superior ao dobro de sua menor dimensão em planta, e no mínimo 3,0m. Neste tipo de fundação incluem-se as estacas e os tubulões.
Saiba mais! Estacas são os elementos de fundação profunda executados inteiramente por equipamentos ou ferramentas, sem que, em qualquer fase de sua execução, haja descida de pessoas.
Os materiais empregados podem ser:
Vamos conhecer um pouco mais sobre as estacas.
· ESTACAS DE MADEIRA- De acordo com a NBR 6122 (2010), são empregadas usualmente para obras provisórias. Se forem usadas para obras permanentes devem ser protegidas contra ataque de fungos, bactérias aeróbicas, entre outros.
Para a sua execução usa-se um martelo de queda livre, cuja relação entre o peso do martelo e o peso da estaca deve ser a maior possível, respeitando a relação mínima de 1,0.
Diariamente deve ser preenchida uma ficha de controle para cada estaca, devendo conter informações sobre a execução. A figura, a seguir, apresenta uma área em que foi realizada a cravação de estacas de madeira.
· ESTACAS METÁLICAS OU DE AÇO- São elementos estruturais produzidos industrialmente, podendo ser constituído por perfis laminados ou soldados, simples ou múltiplos, tubos de chapa dobrada ou calandrada, tubos (com ou sem costura) e trilhos, isso por definição da NBR 6122 (ABNT, 2010).
A cravação dessas estacas pode ser feita por percussão, prensagem ou vibração. Para o controle, a nega e o repique devem ser medidos em todas as estacas, atendendo-se as condições de segurança. A figura, a seguir, apresenta duas estacas metálicas de perfil e cravadas.
· ESTACAS PRÉ-MOLDADAS DE CONCRETO- Essas estacas podem ser de concreto armado ou protendido, com qualquer forma geométrica da seção transversal. Precisa-se ter atenção, pois ela deve apresentar resistência compatível com os esforços de projeto e decorrentes do transporte, manuseio, cravação e eventuais solos agressivos NBR 6122 (ABNT, 2010). Sua cravação pode ser feita por percussão, prensagem ou vibração.
Quando for executada com martelo de queda livre, o peso do martelo deve ser no mínimo igual a 75% do peso total da estaca, entre outras observações feitas pela NBR 6122 (ABNT, 2010). Para seu controle tecnológico, o fabricante das estacas pré-moldadas deve apresentar resultados de ensaios de resistência do concreto, nas várias idades, e, em cada estaca, deve constar a data de sua moldagem. Essas estacas podem ser emendadas, desde que resistam a todas as solicitações que nelas ocorram durante o manuseio, a cravação e a utilização da estaca.
Lembramos que as estacas cravadas por percussão são aquelas em que a própria estaca ou o molde são introduzidos no terreno através de golpes de martelo — de gravidade, de explosão, de vapor ou ar comprimido. A vibração é um fator existente, neste tipo de estaca, e deve-se levar em conta condições de vizinhança e peculiaridades do local.
Isso pode ser visto na figura abaixo em que aparece esse processo de cravação de uma estaca pré-moldada de concreto. O processo de cravação se inicia posicionando-se o bate-estaca sobre o piquete indicador do centro da estaca a ser cravada.
· ESTACA FRANKI- É uma estaca concretada in loco. A estaca Franki é executada através da cravação de um tubo, chamado tubo Franki, por meio de sucessivos golpes de um pilão, em uma bucha seca, de pedra e areia aderida à ponta do tubo.
Quando se atinge a cota de apoio, deve-se fazer a expulsão dessa bucha, executando assim a sua base alargada. Após isso, ocorre a instalação da armadura e execução do fuste de concreto com a simultânea retirada do revestimento (tubo Franki).
Na figura, abaixo, é possível observar as etapas de execução da estaca Franki. Observe a cravação do tubo de revestimento, a expulsão da bucha, a instalação da armação e a concretagem.
De acordo com a NBR 6122 (ABNT, 2010), devemos estar atentos na obtenção da nega. A nega pode ser obtida por duas maneiras:
a. para dez golpes de 1,0 metro de altura de queda do pilão;
b. para um golpe de 5,0 metros de altura de queda do pilão.
· TUBULÕES A CÉU ABERTO- Esse tipo de fundação profunda pode ser escavada manual ou mecanicamente, em que na sua etapa final uma pessoa deverá descer para realizar o alargamento da base ou limpeza do fundo quando não há base.
Nesse tipo de fundação, as cargas são transmitidas, essencialmente, pela base a um substrato de maior resistência, podendo ser empregado acima ou abaixo do lençol freático.
A concretagem do tubulão deve ser feita imediatamente após a conclusão de sua escavação. Ela é feita com o concreto simplesmente lançado da superfície, através de funil com comprimento mínimo de 1,50 metros. Isso é o que é mostrado na figura a seguir.
Atividade - Chegou a hora de exercitar o que você aprendeu!
Imagine que você é o engenheiro civil responsável pela etapa da fundação de uma edificação. Sabendo que serão executadas 12 estacas tipo Franki, elabore um roteiro de execução que esteja de acordo com a NBR 6122.
GABARITO
As estacas Franki são executadas através da cravação de um tubo por meio de sucessivos golpes de um pilão em uma bucha seca de pedra e areia aderida ao tubo.
Atingida a cota de apoio, procede-se à execução da bucha, execução da base alargada, instalação da armadura e execução do fuste de concreto apiloado com a simultânea retirada do revestimento.
A execução da escada pode apresentar alternativas executivas em relação aos procedimentos da estaca padrão como, por exemplo: perfuração interna (denominado “cravação à tração”), fuste pré-moldado, fuste encamisado com tubo metálico perdido, fuste executado com concreto plástico vibrado ou sem execução de base alargada.
Cravação do tubo
A cravação do tubo é executada por meio de golpes do pilão na bucha seca que adere ao tubo por atrito até a obtenção da nega.
As negas de cravação do tubo devem ser obtidas de duas maneiras em todas as estacas:
a. Para dez golpes de 1,0 m de altura de queda do pilão;
b. Para um golpe de 5,0 m de altura de queda do pilão.
No caso da execução de uma estaca do tipo Franki, é necessário que todas as demais estacas situadas em um círculo igual a cinco vezes o diâmetro da estaca estejam cravadas e concretadas há pelo menos 12h.
Quando se deseja eliminar o risco de levantamento das estacas vizinhas ou minimizar os efeitos de vibração, deve-se empregar metodologia executiva apropriada, como pré-furo, “cravação a tração” ou furo de alívio.
Pelo menos 1% das estacas, e no mínimo uma por obra, deve ser exposta abaixo da cota de arrasamento e, se possível, até o nível d’água, para verificação da sua integridade e qualidade do fuste.
(Tecnologia da Construção) Aula 5 - Formas e armações
Critérios para escolha do tipo de forma
A Norma responsável pelos padrões de projeto de forma e escoramento para estruturas de concreto armado é a NBR 15696 (ABNT, 2009). E, antes de tudo, ela apresenta o sistema de formas como sendo estruturas provisórias que servem para moldar o concreto fresco, resistindo a todas as ações provenientes das cargas variáveis resultantes das pressões do lançamento do concreto fresco, até que o concreto se torne autoportante (ABNT, 2009).
Concreto fresco- Concreto completamente misturado e que ainda se encontra em estado plástico, capaz de ser adensado por um método escolhido.
As formas devem ser executadas de acordo com as dimensões indicadas no projeto e permitir a fácil retirada de seus elementos sem que haja danos à peça concretada.
Existem dois fatores muito importantes que devem ser considerados desde o projeto do sistema de formas até sua execução e uso. São eles:
1. Ter rigidez para assegurar o formato e as dimensões das peças da estrutura projetada. Essa característica é importante para garantir a geometria da peça de concreto;
2. Ser suficientemente estanque, de modo a evitara perda de pasta de cimento, admitindo-se como limite o surgimento do agregado miúdo da superfície do concreto. Essa garantia de que a peça está estanque é importante para que não se perca a pasta de cimento e se obtenha o tipo de concreto esperado.
Atenção! Toda a montagem da estrutura de formas e escoramento deve ser executada mediante a utilização de um projeto específico de formas e escoramentos. Além disso, no plano da obra deve constar a descrição do método a ser seguido para montar e remover as estruturas auxiliares, devendo ser especificados os requisitos para manuseio, ajuste, contraflecha intencional, desenforma e remoção (ABNT, 2009).
Escoramentos- Estruturas provisórias com capacidade de resistir e transmitir, às bases de apoio da estrutura do escoramento, todas as ações provenientes das cargas permanentes e variáveis, resultantes do lançamento do concreto fresco sobre as formas horizontais e verticais, até que o concreto se torne autoportante.
Podemos também dividir esse sistema de formas em duas partes:
Dentro desse plano de montagem e desmontagem de formas, torna-se importante estar especificado todo o sistema de cimbramento. Esse sistema é uma estrutura de suporte provisória, composta por um conjunto de elementos que apoiam as formas horizontais (vigas e lajes), suportando as cargas atuantes (peso próprio do concreto, movimentação de operários e equipamentos etc.) e transmitindo-as ao piso ou ao pavimento inferior.
Exemplo: Um exemplo de cimbramento pode ser visto na figura a seguir. No caso, temos um sistema misto, pois as formas foram feitas de madeira e o sistema de cimbramento é metálico.
Em geral, as formas são classificadas de acordo com o material e pela maneira com são utilizadas, levando em conta o tipo de obra. Veja, a seguir, as possibilidades de uso das formas.
Observe que o tipo convencional de madeira, geralmente, é indicado para pequenas obras ou para a concretagem de algum detalhe específico.
As moduladas podem ser de madeira ou mista. Quando se fala em mista é que se utiliza madeira com parte metálica, e são indicadas para obras em que seja necessário concretar muitas peças iguais. E as trepantes e deslizantes são indicadas para obras de grande porte como torres, barreiras e pontes.
Então, a seguir conheceremos melhor esses tipos de formas.
Formas convencionais- O que chamamos de convencionais são as formas de madeira. Há muitos anos utilizada na construção civil, esse tipo de forma apresenta as seguintes vantagens:
· A utilização de mão de obra de treinamento consideravelmente fácil (carpinteiro);
· O uso de equipamentos e complementos pouco complexos e relativamente baratos (serras manuais e mecânicas, furadeiras, martelos etc.);
· Boa resistência a impactos e ao manuseio (transporte e armazenagem);
· Ser de material reciclável e possível de ser reutilizado, e por apresentar características físicas e químicas condizentes com o uso (mínima variação dimensional devido à temperatura, não tóxica etc.).
Desse modo, o que restringe o uso desse tipo de forma é o tipo de obra e as condições de uso. Vamos agora conhecer alguns elementos que constituem esse sistema.
A figura, a seguir, apresenta as formas de um pilar. Temos então o painel de madeira e o sistema de travamento (representado pelas gravatas) também feito em madeira. A distância entre as gravatas deve ser entre 50cm a 80cm.
Formas metálicas: Nesse tipo de forma, são utilizadas chapas metálicas de diversas espessuras. A espessura da chapa vai depender da dimensão do elemento a ser concretado e dos esforços que irão atender. Geralmente, esses painéis metálicos são muito utilizados para a fabricação de elementos de concreto pré-moldado.
O que acontece é que, apesar de inicialmente exigirem um maior investimento, esse tipo de forma apresenta grande vantagem com relação à durabilidade, podendo ser reutilizada inúmeras vezes.
A figura, abaixo, apresenta o uso de formas metálicas para paredes de concreto autoadensável moldado in loco.
Formas trepantes: O uso de formas trepantes é indicado para a construção de estruturas de concreto de alturas elevadas, em que a instalação de andaimes para a execução da obra é inviável ou onerosa demais. A concretagem in loco é feita em etapas.
O avanço vertical acontece gradualmente, por meio de formas apoiadas em plataformas, as quais são fixadas por parafusos ou barras embutidas aos trechos anteriormente concretados.
Veja, a seguir, um exemplo de concretagem com formas trepantes.
Cuidados com as formas durante a concretagem para se evitar patologias
Antes da execução da concretagem algumas ações devem ser tomadas com relação ao sistema de formas, são elas (AZEVEDO, 2001):
1. As formas devem ser limpas;
2. As formas devem ser molhadas até a saturação para que não absorvam a água da mistura do concreto;
3. Verificar a estanqueidade das formas.
Outro fato importante é a retirada das formas. Seguindo o plano de concretagem, a retirada também tem um prazo mínimo, conforme o quadro a seguir (AZEVEDO, 2001):
A desenforma antecipada apresenta alguns problemas:
· Com relação à resistência do concreto, apresenta problemas pois este ainda não teria atingido o módulo de elasticidade esperado. Nesses casos, acontece a deformação da peça.
· Retirar o escoramento e a forma antes do prazo mínimo também acarreta na perda de água do concreto, ocasionando porosidade.
· O concreto mais poroso, causado pela perda de água, permite a entrada de agentes agressivos, favorecendo o aparecimento da corrosão.
Atenção! A racionalização dos processos da construção civil visa à melhoria do desempenho do produto final, à redução da perda de materiais e ao cumprimento do prazo, buscando uma obra limpa e de qualidade.
Com relação ao sistema de formas, a racionalização pode desenvolver melhorias no que diz respeito ao desempenho. Podemos destacar três pontos importantes:
· ESTANQUEIDADE- Frestas e aberturas nas formas podem ocasionar a perda da nata do concreto. Essa perda ocasiona a porosidade. A porosidade, no concreto, possibilita a fixação de agentes agressivos e um concreto com a resistência abaixo do esperado.
A estanqueidade é garantida com o travamento das peças, para que não permita folga, abertura ou estufamento entre os componentes.
· GEOMETRIA DAS FORMAS- A forma é a única responsável pela geometria dos elementos estruturais. As frequentes trincas, na estrutura ou na vedação, podem ser consequências da deformação ou mobilidade excessiva da estrutura causada pela má utilização do sistema de forma.
Importante observar, na figura abaixo, o travamento metálico feito no pilar. Ele previne a deformação da geometria da peça.
· RELAÇÃO ENTRE A FORMA E O CONCRETO- Para tratar desta relação precisamos conhecer os desmoldantes, produtos que facilitam o processo de desenforma do concreto. Quando aplicados, deixam uma fina camada oleosa entre as formas e o concreto, impedindo a aderência entre ambos e facilitando a desenforma.
O uso adequado dos desmoldantes proporciona também o reaproveitamento das formas e uma melhor aparência final ao concreto. A figura, a seguir, apresenta a aplicação do desmoldante, que é realizada diretamente sobre a forma e pode ser feita com pano, rolo de pintura ou escovão.
Quando borrifado, o desmoldante cria uma película mais uniforme, permitindo melhor controle do consumo e da espessura. Após a aplicação, recomenda-se uma hora de espera antes do início da concretagem.
Podemos dividir o uso dos desmoldantes em dois tipos:
Atenção: É importante e necessário remover totalmente os resíduos de desmoldante que ficam aderidos ao concreto e outras partículas que, com o tempo, depositam-se na superfície. Essa remoção pode ser feita:
· de maneira mecânica — jato de areia seca ou úmida, jato de água quente em alta pressão;
· de maneira química — escovamento com água e detergente, o que requer lavagem posterior com água ou ar em alta pressão;
· ou com o próprio apicoamento do concreto.
Nessa atividade, pode ser utilizado martelo de pregos ou pistola de agulhas, e requer posteriorlavagem com água ou ar em alta pressão. (TECHNE, 2016)
Outra boa prática de remoção consiste em escovar levemente a superfície de concreto com uma escova de cerdas de aço.
Atividade - Chegou a hora de exercitar o que você aprendeu!
Imagine que você é responsável pela concretagem de um pavimento. Elabore um plano de formas e desenforma desse pavimento.
GABARITO
Após a execução da montagem das fôrmas, antes de liberarmos a frente de serviço para as etapas seguintes, é importante procedermos a uma inspeção final, checando alguns tópicos desta fase do trabalho e, com isso, garantir a qualidade do produto. Esta checagem pode ser feita pelo engenheiro, mestre ou mesmo pelo encarregado de carpintaria.
Pilares
Os principais pontos a serem conferidos quando a montagem do pilar está pronta são:
· Verificar se o desmoldante foi aplicado nas fôrmas.
· Checar o posicionamento das galgas e dos espaçadores e se o espaçamento entre tensores ou barras de ancoragem atendem ao projeto.
· Conferir o prumo das fôrmas dos pilares utilizando um prumo de face.
· Checar a altura do topo de cada painel.
· Verificar o travamento dos painéis, conferindo a imobilidade do conjunto escoras, barras de ancoragens (ou tensores, ou sargentos) e gastalhos.
· Checar todos os encaixes das fôrmas para que não haja folgas.
· Verificar a estruturação e vedação dos painéis.
Lajes e vigas
Para procedermos às verificações necessárias, deveremos transferir os eixos coordenados da obra, da laje inferior concretada, para a laje recém-montada. Estique linhas de náilon entre estes pontos, demarcando assim os eixos. Os principais pontos a serem conferidos são:
Fôrmas de vigas:
· Verificar se o desmoldante foi aplicado nas fôrmas.
· Verificar a locação das fôrmas dos pilares no nível da laje assoalhada (boca do pilar), corrigindo quando descobertos erros maiores que 2 mm.
· Certificar-se do perfeito encaixe das fôrmas no encontro entre vigas e pilares.
· Conferir o alinhamento dos painéis laterais de vigas, na região entre pilares, ou em toda a sua extensão - no caso de vigas periféricas.
· Checar a seção de todas as vigas, corrigindo os erros maiores que 2 mm.
· Verificar o nivelamento dos fundos de vigas, utilizando preferencialmente nível a laser.
· Checar a estruturação dos painéis de vigas.
· Conferir o travamento dos painéis, verificando a imobilidade do conjunto.
· Verificar a vedação dos painéis.
· Fôrmas de lajes:
· Verificar se o desmoldante foi aplicado nas fôrmas.
· Checar o nivelamento do assoalho com um aparelho de nível a laser, pela parte inferior da fôrma.
· Conferir as contraflechas, quando solicitado em projeto.
· Certificar-se do perfeito encaixe dos compensados, conferindo se estão pregados às longarinas e se não há folgas.
· Verificar a vedação do assoalho.
· Checar a locação de furos e shafts.
· Verificar o posicionamento de rebaixos - quando especificados em projeto.
Desforma
A desforma de um pavimento é uma etapa muito importante no processo de execução da estrutura. A realização desta tarefa com critérios, preocupando-se com a qualidade dos painéis, pode determinar a vida útil das fôrmas. O que se observa em alguns canteiros de obras é um certo descaso na execução desta fase construtiva, em que não são realizados os procedimentos corretos e, muitas vezes, os prazos necessários para reescoramento não são obedecidos.
Pilares
A desforma começa pelos painéis de pilares, normalmente nos dias subsequentes à concretagem de vigas e lajes. Solte o travamento dos pilares - tensores, sargentos ou barras de ancoragem. Retire os painéis, manuseando com cuidado para não danificar as fôrmas, desprendendo-os com ferramentas apropriadas ou por intermédio de cunhas de madeira. Painéis de dimensões maiores e principalmente pilares de canto podem ser preservados, amarrando-os com cordas para evitar eventuais choques ou quedas. As chupetas plásticas e as mangueiras devem ser retiradas e reaproveitadas posteriormente.
Vigas e Lajes
Posicione as reescoras das vigas, retire os sarrafos-guia e remova as cunhas laterais e da base dos garfos, liberando os painéis laterais de vigas. O desprendimento desta fôrma não deve ser feito com pé-de-cabra, para não danificar os painéis. O procedimento correto é a utilização de cunhas de madeira, batendo em vários lugares entre o compensado e o concreto, forçando a descolagem destes. Também devemos tomar precauções para evitar a queda do painel diretamente no chão, o que pode danificar as bordas. Os funcionários devem trabalhar sobre andaimes, segurando as fôrmas tão logo elas se soltem e apoiando-as sobre o mesmo. Além disto, estando eles mais próximos das fôrmas, podem retirar todos os mosquitos remanescentes, evitando o retrabalho posterior quando da liberação para as próximas etapas (alvenaria e revestimento). Para proceder à desforma das lajes, posicione o reescoramento nas tiras de sacrifício do assoalho e retire as escoras, longarinas e transversinas.
A desforma dos compensados deve ser iniciada pela peça munida de uma alça, evitando-se o uso de pé-de-cabra. Para evitar estragos nas peças da fôrma, podemos utilizar uma rede, cordas ou cavaletes de apoio sob a laje, de maneira a amortecer os impactos. Limpe os painéis, escoras, longarinas e transversinas e organize as peças em carrinhos, facilitando assim o transporte e deixando-as prontas para o próximo ciclo de trabalho.
(Tecnologia da Construção) Aula 6 – Sistemas estruturais
Sistemas Construtivos Convencionais
Como foi comentado anteriormente, um sistema construtivo é um conjunto de subsistemas e componentes que se relacionam entre si. E a relação entre esses componentes e os subsistemas respeita um modo de organização. Dessa forma, todo sistema construtivo tem estabelecido seu próprio conjunto de critérios e requisitos para essas relações.
Nesse sentido, os principais subsistemas são:
· Estrutural
· Cobertura
· Vedação interna
· Elétrico
· Fachada (Vedação externa)
· Hidráulico sanitário
O subsistema estrutural pode ser dividido em:
· Supraestrutura: Parte superior da estrutura de um edifício que suporta as cargas dos diversos pavimentos e as transmite à infraestrutura. Pode ser executada de distintas formas, utilizando diferentes materiais. É ai que se iniciam os diversos tipos de sistemas construtivos.
A supraestrutura pode incluir: pilares, vigas, vedações, lajes e coberturas. E pode ser executada de forma convencional, com uso de alvenaria de tijolo e estrutura em concreto armado ou com a própria alvenaria estrutural.
Já os sistemas não convencionais incluem steel framing, steel wood, adobe, taipa, entre outros.
· Infraestrutura: Parte inferior da estrutura de um edifício que suporta e transmite cargas ao terreno. Geralmente, essa parte de infraestrutura, responsável por transmitir cargas ao terreno, é executada em concreto armado, sendo escolhido o tipo de fundação adequado.
Alvenaria estrutural: O sistema de alvenaria estrutural consiste na colocação e nos arranjos específicos de tijolos, ligados entre si através de juntas de assentamento ou juntas verticais de argamassa, que unidos formam a alvenaria. As alvenarias desempenham a função de paredes de vedação, pilares, vergas e juntas formam o sistema estrutural. Em alguns casos, armaduras podem ser incorporadas nas juntas de assentamentos ou dentro dos furos dos blocos para realizar uma alvenaria armada, apresentando maior resistência em determinadas soluções.
A figura, a seguir, apresenta uma alvenaria estrutural de tijolo de concreto. Podemos dizer que é uma alvenaria armada, pois apresenta armaduras incorporadas nos blocos. Observe:
Atenção: Lembramos que esse sistema apresenta a vantagem de simplificar o processo construtivo, pois a própria alvenaria que faz a vedação é o subsistema estrutural, ela tem a dupla função (vedação e estrutural). Dessa forma, existe redução de mão de obra, de tempo e de desperdício. Observe na figura, a seguir.
-----
Para o assentamento correto dos tijolos, eles devem ser molhados antes de assentados para não absorver a água da mistura da argamassa,e as juntas de dilatação devem ser de 1,50cm no máximo. Podemos então destacar, segundo Azevedo, 2001:
Concreto Armado: Nesse tipo de sistema, temos vigas, pilares e lajes executados em concreto armado e a vedação feita por tijolo. Essa alvenaria de vedação pode ser feita por tijolo cerâmico ou tijolo de concreto. E ainda, as vedações internas podem ser feitas de paredes de gesso acartonado, por exemplo. Dessa forma, as reformas e alterações no projeto inicial podem ser livres, desde que não alterem a estrutura de concreto.
Esse sistema é muito utilizado tanto para edificações pequenas quanto para grandes edificações que necessitam de padronização ou replicação de seus pavimentos. Na verdade, temos um esqueleto estrutural preenchido por tijolos e revestimentos.
A figura, a seguir, apresenta esse tipo de sistema de estrutura em concreto e vedação em alvenaria de tijolo cerâmico. Observe:
Essa parte estrutural, que contempla os pilares, as vigas e as lajes, também pode ser feita de forma pré-fabricada. Veja a seguir os principais benefícios do uso de elementos pré-fabricados (AZEVEDO, 2001):
1) Possibilidade maior de focar o empreendimento;
2) Melhoria na qualidade da gestão do projeto;
3) Garantia de rapidez à obra;
4) Redução e eliminação de diversos custos indiretos ou de difícil contabilização;
5) Maior confiabilidade no cumprimento do cronograma;
6) Obra sem desperdício, ociosidade e risco de desvios de compra;
7) Menor estrutura administrativa, fiscalização, laboratório e controle;
8) Obra menos suscetível a variações climáticas;
9) Redução das horas do pessoal exposto ao risco;
10) Garantia de qualidade;
11) Obra limpa e menor dano possível ao meio ambiente;
12) Rastreabilidade do processo;
13) Rotatividade menor da mão de obra;
14) Mais organização do canteiro de obras.
Um ponto importante que devemos prestar atenção é na ligação entre a alvenaria e a estrutura de concreto. Como esses dois materiais têm características e comportamento diferentes, é comum que, ao longo do tempo, apareça uma pequena fissura no encontro em alvenaria e laje ou alvenaria e vigas ou alvenaria e pilares.
Essa fissura somente gera um desconforto visual, mas não significa que existe um problema na estrutura. Para que isso não ocorra devemos tomar alguns cuidados como a realização de encunhamento.
Encunhamento: Ligação entre a parte superior de uma parede de alvenaria e a viga ou laje de betão armado. O preenchimento deste vazio é tradicionalmente feito com tijolos seccionados e argamassa de cimento.
O encunhamento é a colocação da última camada de tijolos de uma parede, como apresentado na figura a seguir. Eles ficam inclinados e comprimidos por argamassa até a estrutura, de forma que o acabamento fique coeso. Isso também pode ser feito com o uso de espuma de expansão.
Sistemas Não Convencionais: Os sistemas não convencionais são os que não utilizam o concreto armado como sistema estrutural e não utilizam a alvenaria de tijolos como vedação. Alguns exemplos deles são o steel framing, as paredes de concreto moldadas in loco.
steel framing- Esse sistema faz parte do grupo de construção energética sustentável. A estrutura é composta por perfis leves de aço que, em conjunto com as placas estruturais, formam painéis estruturais (diafragma) capazes de resistir às cargas verticais (telhados e pavimentos), perpendiculares (ventos) e de corte (sismos) e transmitir as cargas até a fundação (LP BUILDING PROJECTS, 2016).
Esses perfis são obtidos por perfilagem a partir de bobinas de aço revestidas com zinco ou liga alumínio-zinco pelo processo contínuo de imersão a quente ou por eletrodeposição, conhecido como aço galvanizado.
Com relação às fundações utilizadas, esse sistema pode ser feito com qualquer tipo de fundação. Segue-se o seguinte passo:
As figuras, a seguir, ilustram um exemplo de montagem da parte estrutura com os perfis e de fechamento externo. Observe:
Saiba mais: Lajes para segundo pavimento e mezaninos também podem ser executadas com esse sistema. Para isso, deve ser instalada sobre um vigamento metálico ou LP Viga I, projetada para suportar grandes cargas e vencer maiores vãos livres, resultando em uma estrutura leve e de alta resistência.
As instalações elétricas e hidráulicas são as mesmas utilizadas no sistema convencional.
Paredes de concreto moldadas in loco: Esse sistema construtivo consiste em paredes estruturais maciças de concreto comum moldadas no local, com espessura de 10 cm, armadas com telas metálicas eletrossoldadas (malha de 10 cm x 10 cm e diâmetro de 4,2 mm) posicionadas no centro das paredes (TECHNE, 2016).
As lajes são maciças, de concreto armado, também moldadas no local, em geral com 10 cm de espessura. A fundação é definida considerando cada local de implantação das unidades habitacionais. A cobertura é formada por estrutura de madeira, com telhado em telhas cerâmicas, sistema convencional.
O sistema construtivo é destinado à construção de edifícios habitacionais de até 5 pavimentos, em atmosferas rurais e urbanas.
As formas são constituídas por chapas de madeira compensada e plastificada (faces da forma), reforçadas ou estruturadas com perfis de aço fixados por meio de parafusos passantes nos fusos que definem o distanciamento entre as faces das formas (TECHNE, 2016). O concreto utilizado, nesse sistema, pode ser o concreto celular ou o autoadensável. 
A utilização desse sistema construtivo de paredes auxilia empresas a diminuírem o cronograma de execução de grandes empreendimentos, possibilitando, assim, que o retorno do investimento seja realizado de forma rápida.
As figuras, a seguir, apresentam um exemplo de esquema de formas e uma construção, bem como um exemplo desse sistema de paredes de concreto. Observe:
Apesar de ser um sistema chamado de não convencional, existe uma norma específica para ele, a NRB 16055 (2012).
A NBR 16055 contempla apenas edificações de até 5 pavimentos. Importante lembrar que a construção com paredes de concreto moldadas in loco, não é uma tecnologia barata, já que o custo para a compra das formas tem um valor relativamente alto e ainda falta, neste cálculo, o ônus com o treinamento dos funcionários para aplicação deste sistema.
Por isso, seu uso é indicado para grandes loteamentos ou construtoras com um extenso volume de obras, o que ajuda na distribuição dos custos envolvidos com a aplicação desta tecnologia construtiva.
As formas utilizadas podem ser de aço, alumínio ou plástico. Os materiais utilizados nelas têm as seguintes características:
· Plástico- Leve, resistente, excelente acabamento final, durabilidade baixa, custo baixo.
· Alumínio- Leve, resistente, excelente acabamento final, durabilidade alta, custo alto.
· Aço- Grande peso, resistência, baixo acabamento final, durabilidade média, custo alto.
Com relação às instalações elétricas e hidráulicas, estas devem ser feitas antes do fechamento das formas. A seguir, veja um exemplo de instalação elétrica.
Atividade Proposta - Chegou a hora de exercitar o que você aprendeu!
Pesquise imagens de um sistema construtivo, levantando os seguintes dados:
1) Quais são os componentes da supraestrutura desse sistema (pilares, vigas e lajes)?
2) Quais são os elementos de vedação interna?
3) Quais são os elementos de vedação externa?
4) Como a estrutura se organiza?
5) Quais são os processos de construção? Como se monta?
6) Quais são as manutenções necessárias?
7) O sistema possui componentes responsáveis por reforços estruturais? Como são esses componentes?
GABARITO
1. Sistema construtivo de concreto armado. É composto por pilares, vigas e lajes em concreto com uso de armação interna, e podem ser feitos in loco ou com uso de pré-moldado ou pré-fabricado.
2. A vedação interna pode ser com alvenaria convencional ou com sistemas de dry wall.
3. A vedação externa é somente com alvenaria convencional com uso de tijolos cerâmicos ou outro tipo de tijolo resistente a intempéries.
4. A estrutura é organizada em fundação, pilares, vigas e lajes.
5. O processo construtivo pode ser por concretagem in loco,

Outros materiais