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(Tecnologia da Construção) Aula 1 – Atividades preliminares Etapas de legalização do projeto: Antes de começarmos a abordar as atividades preliminares, vamos pensar ainda na fase de projeto de uma edificação. Para que haja a autorização municipal para a construção de uma edificação, o projeto do empreendimento é analisado pela secretaria municipal responsável. Conforme pode ser visto na figura, abaixo, após a aprovação desse projeto por parte da prefeitura, é solicitada a licença para a construção da edificação e, no caso de já existir alguma construção no terreno, é necessário solicitar a autorização para a demolição dessa edificação. O alvará deve ser solicitado no órgão municipal junto com a licença da obra. Esse é nosso ponto de partida. Fluxograma das atividades preliminares: Toda obra de construção civil, em geral, tem como marco inicial a implantação do canteiro de obras. Porém, essa implantação necessita de um planejamento que deve ser elaborado a partir das necessidades e características específicas da obra e das condições do local. A partir desses dois pontos (características da obra e condições do local) são identificadas as atividades necessárias para que ocorra a implantação do canteiro de obras. A essas atividades dá-se o nome de atividades preliminares (AZEVEDO, 2001). A próxima figura apresenta o fluxograma das atividades que chamamos de preliminares. Observe: Atenção: Repare que são atividades dependentes, ou seja, uma só pode iniciar após o término da predecessora. Observe também que esse fluxograma está relacionado à execução das atividades, isto é, ele não leva em conta o período necessário para realizá-las nem a data de início e fim, limitando-se a informar a sequência que as atividades devem ser iniciadas. Demolição e limpeza do terreno: O serviço de demolição é uma atividade que se torna necessária quando no terreno existem antigas construções ou demolição de partes da edificação que não serão utilizadas no novo projeto de construção. Está incluída nessa atividade a demolição de fundações, muros divisórios, redes de abastecimento, remoção e transporte dos resíduos. Importante lembrar que deve existir, antes do início do serviço de demolição, a regularização no órgão municipal responsável. Por se tratar de uma atividade perigosa com riscos de desabamento, muitos cuidados se devem ter com relação às edificações vizinhas e com a segurança dos funcionários. Assim, é recomendado que a demolição ocorra, sempre que possível, na ordem inversa à da construção, respeitando-se as características do edifício a se demolir. Atenção: Caso ocorra algum desabamento, a responsabilidade é da construtora ou da incorporadora (empreendedor). NBR 5682 e NR 18- Com relação a essa atividade, existem duas normas que dispõem de regras para a sua execução: NBR 5682 - Contratação, execução e supervisão de demolições (ABNT, 1977) Apresenta algumas condições para a contratação e licenciamento de trabalhos de demolição, providências e precauções a serem tomadas antes, durante e após os trabalhos e métodos de execução. Ela ainda destaca algumas recomendações práticas, detalhes e informações técnicas para a demolição de vários tipos de estruturas. A figura, a seguir, apresenta a demolição de uma estrutura de concreto armado que segue uma das práticas sugeridas na NBR 5682, que diz que um cabo de suporte precisa segurar a viga e o concreto deve ser cortado nas extremidades, expondo a armação para seu corte. NR 18 - Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção (BRASIL, 2016) A NR-18, na sua seção 5, fixa algumas condições para a realização de atividades de demolição. Os cuidados, destacados a seguir, dizem respeito à equipe de demolição em si, sendo indispensáveis para o bom andamento do trabalho: · Toda a equipe deve trabalhar em um único pavimento; · Garantir a iluminação adequada de todo o local de trabalho; · Usar roupas adequadas (que não enrosquem) para a realização do trabalho; · Evitar acúmulo de carga (sobrecargas) em pontos localizados, principalmente em lajes de forros e telhados; · Escorregar em vez de arremessar materiais e peças demolidas; · Não demolir a peça em que está trabalhando; · Usar equipamentos de segurança, tais como botas, luvas e máscara; · Aspergir água periodicamente nos locais de trabalho para reduzir a quantidade de poeira. Atenção: Como comentado anteriormente, além dos cuidados com o trabalhador, você precisa ter cuidados para evitar danos a terceiros e às edificações vizinhas. Veja quais são: · Antes de iniciar qualquer atividade no terreno, lembre-se de fotografar a área do entorno e, se possível, entre em contato com os proprietários das edificações vizinhas para que seja feito um registro da situação dessas edificações. · Outro ponto importante é o planejamento do que se fazer com os materiais que saem da demolição. As ações ligadas a Gestão de Resíduos podem prever o reaproveitamento ou a reciclagem desses materiais. · A limpeza do terreno, após o serviço de demolição, é importante para dar início às atividades de topografia e sondagem. Deve ser retirada também a vegetação e a camada superficial do solo (AZEVEDO, 2001). Levantamento topográfico: Após a limpeza do terreno, é iniciada a atividade de topografia que terá como resultado o levantamento planialtimétrico. A palavra topografia deriva das palavras gregas topos (lugar) e graphen (descrever), o que significa a descrição exata e minuciosa de um lugar. Ou seja, com o estudo da topografia, espera-se obter a representação gráfica de um terreno sobre uma superfície plana. A realização simultânea de dois levantamentos (o planimétrico e o altimétrico) dá origem ao chamado levantamento planialtimétrico. Planimétrico: É a determinação de pontos e feições do terreno que serão projetados sobre um plano horizontal de referência através de suas coordenadas X e Y (representação bidimensional). Altimétrico: É a determinação de pontos e feições do terreno que, além de serem projetados sobre um plano horizontal de referência, terão sua representação em relação a um plano de referência vertical ou de nível através de suas coordenadas X, Y e Z (representação tridimensional). Saiba mais: A realização simultânea dos dois levantamentos dá origem ao chamado levantamento planialtimétrico. De acordo com Azevedo (2001), no relatório do levantamento plano altimétrico, devem aparecer as seguintes informações: Em terreno muito acidentado, os espaçamentos poderão ser maiores, na ordem de 1,00m. Em terrenos de pouco caimento (quase plano), as curvas de nível deverão ser de maior precisão, na ordem de 0,10m. Para o projeto de escoamento das águas pluviais, o serviço topográfico fornece, como resultado: · As dimensões perimetrais; · Os ângulos dos lados; · A área; · A fixação RN (referencial de nível); · As construções existentes; · As árvores; · As galerias de águas pluviais ou o esgoto; · Os postes e seus respectivos números (mais próximos do lote); · As ruas adjacentes; · Uma planta de situação, com o aparecimento da via de maior importância ou qualquer obra de maior vulto (igreja, ponte viaduto, etc.) do loteamento ou do bairro; · A fixação da linha NS (eixo norte/sul). Sondagem: Para termos uma certeza sobre o tipo de solo, suas características e nível de resistência, deverá ser realizada a etapa de sondagem. Com o relatório de sondagem podemos saber: Atenção: Com essas informações, poderemos definir quais equipamentos serão utilizados na escavação e retirada do solo, além de dar subsídios para o calculista determinar o tipo de fundação mais apropriada. Como se dá a sondagem? A NBR 8036 (ABNT, 1983) trata da programação de sondagens de simples reconhecimento dos solos para fundações de edifícios. O número de sondagens a serem realizadas em um terreno, a sua localização em planta, bem como a profundidade a ser explorada para o caso de Sondagem de Reconhecimento estão definidos nesta norma: · As sondagens devem ser de, no mínimo, uma para cada 200m² de área da projeção em planta do edifício, até 1200m² de área; ·Entre 1200m² e 2400m², deve-se fazer uma sondagem para cada 400m² que excederem de 1200m²; · Acima de 2400m², o número de sondagens deve ser fixado de acordo com o plano particular da construção. Atenção: Em quaisquer circunstâncias, o número mínimo de sondagens deve ser (ABNT, 1983): · Dois para área da projeção em planta do edifício até 200m²; · Três para área entre 200m² e 400m². A figura a seguir apresenta um exemplo de locação dos pontos de sondagem. Observe a relação entre a área total e os números de pontos de sondagem. Atenção: O tipo de sondagem a ser utilizada é escolhido em função do tamanho e das características da edificação que será implantada, além das características do próprio terreno. As sondagens comumente utilizadas na construção de edifícios são as Sondagens de Reconhecimento, que podem ser feitas utilizando-se o Método de Percussão com Circulação de Água ou Standard Penetration Test (STP), sendo este o mais amplamente usado, pois é um método rápido, econômico e aplicável à maioria dos solos (exceto pedregulho) (BARROS, MELHADO, 2002). Etapas do ensaio STP Basicamente, as etapas do ensaio STP são (ABNT, 1983): · ETAPA 1- Em cada ponto de sondagem, monta-se uma torre (tripé), com altura em torno de 5m e um conjunto de roldanas e cordas, que auxiliará no manuseio da composição de hastes por força manual. A figura apresenta o esquema de montagem do tripé. · ETAPA 2- A amostra a zero metro é coletada e inicia-se a escavação com trado manual. Na base do furo, apoia-se o amostrador padrão acoplado a hastes de perfuração. · ETAPA 3- Marca-se na haste, com giz, um segmento de 45cm dividido em trechos iguais de 15cm. · ETAPA 4- Ergue-se o martelo padronizado ou “peso batente” de 65kg até a altura de 75cm e deixa-se cair em queda livre sobre a haste. · ETAPA 5- Tal procedimento é repetido até que o amostrador penetre 45cm do solo. A soma do número de golpes necessários para a penetração do amostrador nos últimos 30cm é o que dará o índice de resistência do solo na profundidade ensaiada (Nspt). A figura apresenta um amostrador e a amostra sendo retirada. - Nas operações subsequentes de perfuração, intercaladas às operações de amostragem, utiliza-se o trado cavadeira ou o helicoidal até atingir o nível d’água ou até que o avanço seja inferior a 5cm após 10 minutos de operação. Nesses casos, passa-se ao método de perfuração por circulação de água (lavagem), utilizando-se um trépano como ferramenta de escavação, com bomba d’água motorizada para remoção do material. O ensaio será interrompido quando já tiver atingido o critério técnico adequado para aquela obra ou atingir o impenetrável. As amostras coletadas a cada metro, chamadas testemunhos, são acondicionadas em recipientes, etiquetadas e enviadas ao laboratório para análise tátil-visual por geólogo especializado. As amostras extraídas recebem classificação quanto às granulometrias dominantes, cor, presença de minerais especiais, restos vegetais e outras informações relevantes encontradas (AÇÃO ENGENHARIA, 2016). Atenção: É importante você saber que no relatório final deve constar a planta local da obra com a posição das sondagens e o perfil individual de cada sondagem, indicando a resistência do solo a cada metro perfurado, o tipo e a espessura do material e a posição do nível da água, quando encontrado durante a perfuração. Movimentação de terra: Ao ser necessário um movimento de terra é possível que se tenha uma das seguintes situações (BARROS; MELHADO, 2002): Nos casos em que seja necessária a execução de aterros, deve-se tomar cuidado com a compactação do terreno. Assim: Tipos de movimento de terra Conforme Azevedo (2001), movimento de terra é a parte da terraplenagem que está relacionada ao transporte de terra do terreno. O movimento de terra pode ser de quatro tipos: · Manual- Dizemos que o movimento de terra é manual quando é executado pelo homem através das ferramentas: pá, enxada e carrinho de mão. · Motorizado- Quando são usados para o transporte, caminhão ou basculante, sendo que o desmonte ou a escavação poderá ser feita manualmente ou por máquinas. · Mecanizado- Quando a escavação, carregamento e transporte é efetuado pela própria máquina. O movimento de terra mecanizado é utilizado em obras industriais de desenvolvimento horizontal. · Hidráulico- Quando o veículo transportador de terra é a água. Por exemplo, dragagem. Saiba mais: A NBR que apresenta as diretrizes para a terraplanagem é a NBR 9732 - Projeto de terraplanagem - rodovias. Como ocorre o serviço de movimento de terra? A contratação dos serviços de movimento de terra pode se dar por (BARROS, MELHADO, 2002): · EMPREITADA GLOBAL- Quando contrata-se uma empresa especializada nesse tipo de serviço, que será remunerada pelo todo, isto é, pelo conjunto total dos serviços (escavação e retirada do material). · ALUGUEL DE EQUIPAMENTOS- Nesse tipo de contratação, paga-se a máquina de escavação por hora e os caminhões para a retirada do solo, por viagem. · EMPREITADA POR VIAGEM- Nela, a remuneração pelo serviço é feita por caminhão retirado (volume retirado), estando o aluguel da máquina incluso no preço da viagem. Também nesse tipo de contrato deve-se tomar cuidado com os caminhões mal cheios, havendo a necessidade de se registrar o número de viagens. Comentário: Observa-se que em quaisquer dos tipos de contratação o empreiteiro é responsável por providenciar um “bota-fora” para a remoção do solo (BARROS, MELHADO, 2002). E a segurança? Com relação à segurança, você deve lembrar de que há a necessidade de contenções sempre que a escavação implicar em risco de perda de estabilidade do terreno para não abalar as edificações vizinhas. Após o corte, é necessário planejar o transporte do resíduo. Assim, você deve ficar atento ao tipo de solo com que está lidando, pois, no movimento de terra, devemos considerar o empolamento. Conforme Azevedo (2001), quando se move a terra do seu lugar natural, o seu volume aumenta. A proporção de aumento de cada tipo de material pode ser estabelecida, consultando-se uma tabela de propriedade de materiais. O empolamento ou aumento de volume é expresso, geralmente, por uma porcentagem do volume original. Exemplo: Por exemplo, se um aumento volumétrico de argila seca for de 40%, isso significa que 1,00m3 de argila, no estado natural (antes da escavação), encherá um espaço de 1,40m3 no estado solto (depois de escavado). Atividade Proposta Chegou a hora de exercitar o que você aprendeu! Vamos realizar um estudo de caso: Imagine que você é o engenheiro responsável pela fase de atividades preliminares da obra de construção de um hotel de grande porte. Nesse terreno, existe uma vegetação que será retirada e uma edificação que deverá ser demolida. Elabore um plano de atividades preliminares que deve ser realizado antes da implantação de um canteiro de obras. GABARITO · Fase 1 – Obter o alvará de demolição na prefeitura; · Fase 2 – Demolição da edificação existente. Deverá seguir as recomendações de gestão de resíduos, separando o que for de reuso e o que for descartado; · Fase 3 – Limpeza do terreno. Deve ser retirada a vegetação existente; · Fase 4– Topografia; · Fase 5 – Sondagem; · Fase 6 – Movimento de terra quando necessário fazer o nivelamento. (Tecnologia da Construção) Aula 2 - Canteiro de obras Definição de modelo de canteiro de obras Para começarmos a falar sobre os elementos de um canteiro, vamos primeiro entender o que é um canteiro de obras e a sua finalidade. De acordo com a NBR 12284 (ABNT, 1991), canteiro de obras é: “O conjunto de áreas destinadas à execução e apoio dos trabalhos da indústria da construção, dividindo-se em áreas operacionais e áreas de vivência.” Já, de acordo com a NR 18 (BRASIL, 2016), é: “Uma área de trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e execução de uma obra.” · Áreas operacionais: Áreas em que se desenvolvem as atividades de trabalho ligadas diretamente à produção. · Áreas de vivência: Áreas destinadas a suprir as necessidades básicas humanas de alimentação, higiene pessoal,descanso e lazer, convivência e ambulatoriais, devendo ficar fisicamente separadas das áreas operacionais. É fácil notar que essas duas definições se referem ao canteiro como local onde se desenvolvem operações de apoio à execução de uma obra. Então, podemos entender que, como a obra está em constante transformação, o canteiro se modifica à medida que avançam as fases da obra. Custos dos serviços de canteiro de obra O custo das instalações provisórias é definido como custo direto e/ou indireto, conforme contrato de execução da obra, podendo suas instalações serem terceirizadas ou não. Agora, vamos ver sob outra perspectiva: se o canteiro está ali para dar apoio operacional à obra, precisamos pensar na relação materiais x mão de obra x equipamentos x local de atividade. Isso significa que é necessário considerar o deslocamento que o trabalhador precisa fazer para pegar o material, ir até algum equipamento ou ir até seu local de atividade. Logística Logo, precisamos pensar na logística, e, quando pensamos na logística, temos os seguintes objetivos: 1) Impedir a ociosidade de equipamentos e de mão de obra; 2) Diminuir os tempos de deslocamento; 3) Racionalizar as atividades ao impedir que operações semelhantes sejam realizadas em locais espaçados; 4) Minimizar as interferências (materiais x mão de obra x local de execução da atividade). Fatores da organização A organização do canteiro depende também de alguns fatores como: · Tamanho do terreno e ocupação da edificação dentro do terreno, pois a localização dos elementos depende da implantação da edificação nesse terreno. · Processos e métodos construtivos empregados na obra, pois, dependendo do processo construtivo, pode existir ou não a necessidade de área de estoque, por exemplo. · Características dos materiais, já que a necessidade de depósitos cobertos ou não depende se o material usado é a granel, ensacados ou perecíveis. · Prazo de execução, pois a frequência, o volume de fornecimentos de materiais e a quantidade de trabalhadores em atividade ao mesmo tempo na obra também interferem na capacidade do canteiro. Atenção: É importante que exista um projeto específico para a implantação do canteiro de obras cuidadosamente elaborado a partir das necessidades da obra e das condições do local. Além disso, precisamos lembrar que as atividades preliminares de demolições, limpeza e movimentos de terra já devem ter sido concluídas antes da implantação do canteiro. Elementos que compõem um canteiro de obras Na fase de planejamento do canteiro é necessário observar que: · É importante você realizar um levantamento do que existe no terreno em relação às instalações de água, esgoto e elétrica. É recomendado que se utilize as já existentes e que haja uma compatibilização com o projeto definitivo. · A instalação do tapume para cercar a obra e os portões de acesso para a segurança também são elementos que precisam de atenção. · O portão de recebimento de materiais deve ter uma largura não menor que 4,40m, além da necessidade de se criar um portão de acesso para pedestres. Já a instalação de tapume deve ser com altura da ordem de 2,50m. Elementos do canteiro ligados à produção Os elementos ligados à produção vão variar de acordo com o método construtivo adotado na obra. Se for uma obra de estrutura metálica com lajes pré-fabricadas, por exemplo, não haverá necessidade de central de formas, central de armação, nem central de argamassa, pois esses são elementos próprios para o sistema estrutural de concreto armado. Além disso, é importante se ter um cuidado com interferências com outros fluxos de material para que não haja acidentes. Veja os elementos de um sistema estrutural de concreto armado: Atenção! A central de armação deverá estar localizada nas proximidades do estoque de aço e ser facilmente acessível quanto ao transporte vertical (AZEVEDO, 2001). Elementos do canteiro de apoio à produção Esses elementos de apoio à produção vão acompanhar a fase em que a obra se encontra. Ou seja, se estamos na fase de fundação não há a necessidade de estoque de louças e metais que são materiais da fase de acabamento. Os elementos são: · Estoque de conexões; · Estoque relativo ao elevador; · Estoque de esquadrias; · Estoque de tintas (local fechado); · Estoque de metais (local fechado); · Estoque de louças (local fechado); · Estoque de barras de aço; · Estoque de compensado para formas; · Almoxarifado de ferramentas; · Estoque de areia; · Estoque de brita (quando o concreto for produzido in loco); · Estoque de cimento em sacos; · Estoque de argamassa industrializada em sacos; · Estoque de tubos. Saiba Mais: Em relação à localização do estoque de areia, Azevedo (2001) nos diz que a areia precisa: · Ficar próxima à betoneira de produção de argamassa; · Ficar próxima ao equipamento para transporte vertical; · Ficar próxima ao portão de materiais (se possível, acessível diretamente pelo basculamento do caminhão); · Evitar contato direto com terreno; · Prover delimitação quanto às laterais; · Evitar carreamento pela chuva e contaminação com terra, entulho e outros materiais; · Impedir de ser estocada sobre laje para que não haja sobrecarga. Elementos de apoio técnico administrativo Os elementos são: A figura a seguir apresenta um exemplo de área administrativa, estoque de materiais e ferramentas. Planta baixa das instalações provisórias: área administrativa e estoque de materiais e ferramentas – pavimento inferior. Se a área disponível não for muito grande, esses escritórios podem ser reduzidos a um único, com as mesas disponíveis para cada profissional e o espaço para a reunião. Outros elementos Esses elementos são: · Entrada de água; · Entrada de luz; · Coleta de esgotos (se não for ligado à rede pública); · Portão de materiais; · Portão de pessoal; · Estande de vendas; · Área destinada a resíduos da construção (coleta e reuso). Atenção! A área destinada a resíduos deverá estar próxima à saída. Elementos da área de vivência Os elementos são: A seguir, veremos quais desses elementos da área de vivência, segundo a NR 18, são obrigatórios e quais são opcionais. Requisitos da NR 18 sobre condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção Inicialmente, uma das mais importantes recomendações da NR 18 (BRASIL, 2016) é que a obra com 20 trabalhadores (empregados e terceirizados) ou mais tenha, OBRIGATORIAMENTE, o Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção (PCMAT). O PCMAT é um plano que estabelece condições e diretrizes de Segurança do Trabalho para obras e atividades relativas à construção civil. A sua falta implicará nas penalidades previstas na legislação que poderão variar de multa até a paralização das atividades do estabelecimento em questão. Esse plano deve ser elaborado e executado por profissional de segurança do trabalho legalmente habilitado e a implementação é de responsabilidade do proprietário do estabelecimento e seus contratados. Objetivos do PCMAT · Garantir, por ações preventivas, a integridade física e a saúde do trabalhador da construção, funcionários terceirizados, fornecedores, contratantes e visitantes; · Estabelecer um Sistema de Gestão em Segurança do Trabalho nos serviços relacionados à construção, através da definição de atribuições e responsabilidades à equipe que irá administrar a obra. Recomendações da NR 18 (BRASIL, 2016) para as áreas de vivência Instalações sanitárias (obrigatórias em qualquer obra) são: · 1 lavatório, 1 vaso, 1 mictório, para cada 20 operários; · 1 chuveiro para cada 10 operários; · Local do vaso: área mínima de 1m²; · Local do chuveiro: área mínima de 0,80m²; · Pé-direito mínimo de 2,50m ou respeitando-se o que determina o Código de Obras do Município da obra; · Estarem situadas em locais de fácil e seguro acesso, não sendo permitido um deslocamento superior a 150m do posto de trabalho aos gabinetes sanitários, mictórios e lavatórios; · Os chuveiros devem ser de metal ou plástico, individuais ou coletivos, dispondo de água quente. Além disso, é obrigatório no alojamento ofornecimento de água potável, filtrada e fresca, para os trabalhadores por meio de bebedouros de jato inclinado ou equipamento similiar que garanta as mesmas condições, na proporção de 1 para cada grupo de 25 trabalhadores ou fração. Atividade- Leia o enunciado e marque a opção correta: · Você está projetando as instalações sanitárias de uma obra com previsão para abrigar 90 trabalhadores. Considerando as exigências da NR 18 – Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção civil, a quantidade mínima de vasos sanitários é: a) 3 b) 5 c) 8 d) 9 e) 12 As demais instalações obrigatórias são: 1) Ambulatório: Obrigatório se tiver 50 operários ou mais. 2) Vestiário · Armários individuais com cadeado; · Bancos (largura mínima de 30cm); · Ter pé-direito mínimo de 2,50m ou respeitando-se o que determina o Código De Obras do Município da obra. 3) Refeitório: É obrigatória a existência de local adequado para as refeições, que deve: · Ter capacidade para garantir o atendimento de todos os trabalhadores no horário das refeições e com assentos em número suficiente para atender os usuários; · Ter lavatório instalado em suas proximidades ou no seu interior; · Independentemente do número de trabalhadores e da existência ou não da cozinha, deve haver local exclusivo para o aquecimento das refeições. 4) Área de lazer: É obrigatório quando houver alojamento. 5) Alojamento: Obrigatório se houver trabalhadores alojados. Suas especificações são: · Área de 3m² para cada conjunto cama/armário (circulação incluída); · Cama de, no mínimo, 0,80 x 1,90m; · Proibido “treliche”; · Armários individuais (0,80m de altura x 0,50m de largura x 0,40m profundidade, ou 1,20m x 0,30m x 0,40m, respectivamente); · Não estar situado em subsolo ou porão; · A altura livre permitida entre uma cama e outra e entre a última e o teto é de, no mínimo, 1,20m. 6) Lavanderia: É obrigatório quando houver alojamento. Ela deve: · Ter cobertura; · Ser dotada de tanques individuais ou coletivos em número adequado. 7) Cozinha: É obrigatório somente se houver preparo de refeições na obra. Suas especificações são: · Existência de pia; · Instalações sanitárias para funcionários da cozinha, sem comunicação direta, mas próximo da mesma; · Equipamento de refrigeração. A figura a seguir apresenta um exemplo de uma área de vivência com vestiário, sanitário e refeitório. Observe o dimensionamento. Planta baixa das áreas de vivência: vestiários, sanitários e refeitório. Atividade - Leia o enunciado e marque a opção correta: · Você está planejando um canteiro de obras para a construção de um prédio comercial. A instalação OBRIGATÓRIA em seu canteiro é: a) Lavanderia b) Área de lazer c) Cozinha d) Alojamento e) Instalações sanitárias Contêineres Existem muitas obras hoje em dia que fazem a opção por contêineres e a NR 18 (BRASIL, 2016) também apresenta restrições para esse uso. Observe: “Instalações móveis, inclusive contêineres, serão aceitas em áreas de vivência de canteiro de obras e frentes de trabalho, desde que, cada módulo: a. possua área de ventilação natural, efetiva, de no mínimo 15% (quinze por cento) da área do piso, composta por, no mínimo, duas aberturas adequadamente dispostas para permitir eficaz ventilação interna; b. garanta condições de conforto térmico; c. possua pé-direito mínimo de 2,40m (dois metros e quarenta centímetros); d. garanta os demais requisitos mínimos de conforto e higiene estabelecidos nesta NR; e. possua proteção contra riscos de choque elétrico por contatos indiretos, além do aterramento elétrico.” O quadro a seguir apresenta uma sugestão de área para os elementos do canteiro. Observe: Organização do canteiro de obras O estudo do canteiro de obras tem uma relação direta com a qualidade e a produtividade no processo de trabalho, pois grande parte das ações acontece no próprio canteiro. Então, prever a localização de cada área, entre elas as de trabalho, as de estocagem e as de circulação, é uma ação de planejamento que visa a qualidade e melhora do processo produtivo da obra. Layout de um canteiro de obras Os princípios que devem ser respeitados na elaboração do layout de um canteiro de obras são os mesmos do layout industrial (BORBA, 1998 apud CESAR et al, 2016): · INTEGRAÇÃO DE TODOS OS ELEMENTOS E FATORES- Almoxarifados, entradas e saídas para operários distintos, para os clientes, disposição dos equipamentos etc. · MÍNIMA DISTÂNCIA- O transporte nada produz, portanto deve ser minimizado e se possível eliminado. · OBEDIÊNCIA DO FLUXO DE OPERAÇÕES- Evitar cruzamentos, retornos, interferências e congestionamentos. · RACIONALIZAÇÃO DO ESPAÇO- Aproveitar as quatro dimensões (geométrica e temporal): subsolo, espaços superiores para transportar, canalizações e depósitos pouco usados. · SATISFAÇÃO E SEGURANÇA DO EMPREGADO- Um melhor aspecto das áreas de trabalho promove tanto a elevação da moral do trabalhador quanto a redução de riscos de acidentes. · FLEXIBILIDADE- Possibilidade de mudança dos equipamentos, quando evoluir ou modificar a linha de produtos (condições atuais e futuras). Iniciando o canteiro Como foi comentado anteriormente, na fase de planejamento do canteiro de obras, diversos elementos devem ser listados para se dar inicio ao seu projeto. A seguir, vamos listar e definir os elementos de um canteiro de acordo com Barros (2016): 1) Ligações de água, energia elétrica, esgoto e telefone, devendo ser solicitadas, junto às respectivas concessionárias, as informações necessárias para o funcionamento. 2) Localização e dimensionamento, em função do volume da abra, de áreas para armazenamento de materiais a granel (areia, brita etc.), quando for utilizado o material a granel. 3) Localização e dimensionamento, em função do efetivo máximo previsto para a obra, das áreas de vivência, com as seguintes instalações: · Vestiários; · Alojamento (se houver); · Local de refeições; · Cozinha (quando for previsto o preparo de refeições); · Lavanderia (apenas se houver alojamento); · Área de lazer (apenas se houver alojamento); · Ambulatório, quando se tratar de frentes de trabalho com 50 ou mais trabalhadores. 4) Localização e dimensionamento das centrais de: · Massa (betoneira); · Minicentral de concreto, quando houver; · Armação de ferro; · Serra circular; · Armação de forma; · Pré-montagem de Instalações; · Soldagem e corte a quente etc. 5) Localização e dimensionamento dos equipamentos de transporte de materiais e pessoas: · Grua; · Elevador de transporte de materiais; · Elevador de passageiros. 6) Tapumes ou barreiras para impedir o acesso de pessoas estranhas aos serviços. 7) Verificação das diversas interferências com a comunidade e vice-versa. 8) Análise cronológica da instalação do canteiro e das atividades de máquinas e equipamentos fixos, para determinar, com antecedência, sua disposição e construção. 9) Busca da implantação do canteiro em local que permaneça o maior tempo possível, pois desmobilizações durante a obra causam muito transtorno. Propiciar ao conjunto produtivo opções e facilidades de mudanças posteriores à implantação do projeto de layout. A figura a seguir apresenta um mapofluxograma de transporte de materiais (argamassa, azulejo e piso cerâmico, bloco de concreto, cimento, gesso, textura e tinta). Quando visualizamos este estudo de fluxo de materiais, temos mais condições de identificar algum erro ou fluxo cruzado que interfira na produtividade, e, assim, podemos melhorar o layout. Portanto, para se ter um canteiro eficiente e que contribua para a qualidade e produtividade da obra, torna-se necessário diminuir os deslocamentos dos trabalhadores no transporte de materiais, máquinas e equipamentos e direcionar o fluxo de produção sempre no sentido do produto acabado. Para isso, é necessário conhecer o sistema de recebimento, transporte e armazenamento de materiais e facilitar o controle de seus estoques, impedindo o acúmulo desnecessário ou a falta de materiais. Atenção! É importante que as empresas construtoras tenham a consciência das perdas relacionadas ao não planejamento dos canteirosde obras e que a elaboração de um projeto de forma integrada com a produção trará benefícios sociais, econômicos e ambientais para a sociedade (CESAR, 2016). Atividade - Com relação à organização do canteiro de obras, organize as atividades e materiais do canteiro a seguir: ARMAÇÃO – AREIA - BRITA – BETONEIRA – FORMAS – ALMOXARIFADO - CIMENTO - BANHEIRO/VESTIÁRIO - ESCRITÓRIO Gabarito (Tecnologia da Construção) Aula 3 - Cuidados na etapa de escavação e execução de taludes Escavações e seus cuidados com o entorno Antes de iniciar uma escavação é importante conhecer o entorno em que se dará tal atividade. Para isso, os cuidados devem ser planejados e acompanhados durante a execução. A NBR 9061 (ABNT, 1985) afirma que o controle das edificações vizinhas e da escavação deve obedecer a um plano de acompanhamento através de inspeção e de instrumentação adequada ao tamanho da obra e das edificações vizinhas, sendo dessa forma: · Inspeção- Tem por finalidade observar qualquer evento cuja análise permite medidas preventivas ou considerações especiais para a segurança da obra. · Instrumentação- Visa à medida direta de grandezas físicas necessárias à interpretação e previsão do desempenho das obras, com referência aos critérios de segurança e econômicos adotados na fase de projeto. Nesse caso, aqui estão relacionados os equipamentos necessários, o escoramento que deve ser feito e a sinalização e o isolamento da área da execução. Após a realização da inspeção e definição da instrumentação, poderemos iniciar o projeto em si. Para a elaboração de um projeto de escavação, a NBR 9061 (ABNT, 1985) apresenta como sugestão etapas que devem ser compatíveis com a NBR 8044 e pode desenvolver-se, de uma maneira geral, em quatro fases: 1. Viabilidade: Permitir a previsão de custos e prazos das diversas alternativas. 2. Projeto básico: Detalhamento de forma a quantificar os serviços necessários ao desenvolvimento do projeto executivo. 3. Projeto executivo: Define claramente os diversos componentes da obra, incluindo memoriais descritivos, cálculos estruturais, desenhos, especificações técnicas e executivas, planilhas de orçamento e cronogramas básicos. 4. Projeto “como executado” (as built): Compreende o acompanhamento sistemático da execução da obra, o reexame dos critérios de dimensionamento em função de dados obtidos durante a execução e a elaboração de um relatório final, comentando a execução com as dificuldades encontradas, sendo recomendada a complementação com fotografias. Saiba mais! Vale lembrar que o grau de detalhamento do projeto varia de acordo com o tipo e a característica de cada obra. Durante a execução da escavação, as cargas e os carregamentos no terreno podem variar, e a NBR 9061 (ABNT, 1985) classifica em cargas estáticas e cargas dinâmicas. Veja, a seguir, as características de cada uma. Cargas estáticas São elas: · Empuxo lateral do solo · Pressão hidrostática · Cargas provenientes de construções próximas · Acúmulo de material escavado na borda da escavação Atenção! Atenção para esse último tipo de carga, pois na hora da elaboração do plano você deverá definir onde essa terra retirada será depositada. A NR 18 (ABNT, 2016) afirma que os materiais retirados da escavação devem ser depositados a uma distância superior à metade da profundidade, medida a partir da borda do talude. A Figura 1 apresenta bem como seria essa relação. Cargas dinâmicas São elas: Atenção! É importante lembrar que o tráfego próximo da escavação deve ser desviado ou ter a velocidade reduzida, e para a segurança dos envolvidos, os acessos de pessoal, veículos e equipamentos devem ter sinalização permanente, além de ser proibido o acesso de pessoal não autorizado. A Figura 2 apresenta uma sugestão de afastamentos da área de execução. Então, conforme foi apresentado, são muitos os cuidados que devemos ter durante a escavação, e a NR 18 apresenta ainda mais outras ações que podem garantir a segurança dos envolvidos na atividade, são elas: Assim, muros, edificações vizinhas e todas as estruturas que possam ser afetadas pela escavação devem ser escorados. A Figura 4 apresenta um exemplo de escoramento de vegetação próxima à área de escavação. Durante toda a fase de execução e durante a existência da escavação, é indispensável ter-se no canteiro de obra um arquivo contendo os seguintes documentos: Principais tipos de taludes Podemos dizer que talude é uma superfície inclinada do solo que limita um platô. Os taludes também são chamados de encostas e podem ser naturais ou construídos artificialmente pelo homem, como mostra a Figura 5. Saiba mais! Os taludes de aterro devem ser menos inclinados do que os de corte. A escolha para o tipo de contenção mais adequada depende do estudo detalhado de cada caso, das condições específicas da obra e da região. Mas, lembramos que, cada vez mais, o estudo dos processos de estabilização de taludes e suas formas de contenção tornam-se necessários, devido a desastrosas consequências que os escorregamentos acarretam. Então, vamos conhecer alguns tipos de contenção. · Estruturas de contenção com solo reforçado com geossintéticos- Essa forma de contenção consiste no uso de mantas geotêxteis ou geogrelhas intercaladas com camadas de aterro compactado, como pode ser visto na Figura 6. Devemos reconhecer as propriedades mecânicas na hora da escolha do geossintético. Observamos que esse tipo de material apresenta um custo menor quando comparado a outros tipos de materiais de contenção (TECHNE, 2016). · Cortina de concreto atirantada- Podemos definir que são muros de concreto armado, com espessuras entre 0,20m e 0,30m, contidos por tirantes protendidos. Em geral, são: · verticais ou subverticais; · com os tirantes distribuídos de maneira uniforme; · com espaçamentos que variam de acordo com a altura da contenção; · e os esforços atuantes (TECHNE, 2016). Pode ser aplicado em qualquer situação geométrica, tipo de solo ou condição hidrológica. A Figura 7 apresenta um corte e uma foto demonstrando os tirantes e a presença de canaletas para que a drenagem seja direcionada a um descarte seguro. · Muro de arrimo de gabiões- Os muros de gabiões são constituídos por gaiolas metálicas preenchidas com pedras arrumadas manualmente e construídas com fios de aço galvanizado em malha hexagonal com dupla torção. As dimensões usuais dos gabiões são: comprimento de 2m e seção transversal quadrada com 1m de aresta (TECHNE, 2016). Esse tipo de contenção apresenta a vantagem de ser feito com rapidez, por possuir elevada permeabilidade e grande flexibilidade aceitando deformações. A Figura 8 apresenta um corte de um muro de gabião e a sua montagem. · Muro de arrimo rimbloco- Esse sistema utiliza peças pré-moldadas de concreto não armado, em forma de duplo "T", e chumbadores com cerca de 3m de comprimento. Ou seja, é um muro articulado, formado por peças padronizadas e contido por chumbadores. Esse sistema também apresenta um custo reduzido e flexibilidade. · Muro de concreto ciclópico- Trata-se de estrutura composta de concreto e agregados de grandes dimensões. A execução desse sistema consiste no preenchimento de uma forma com concreto e blocos de rocha de dimensões variadas. Sua aplicação é recomendada para taludes superiores a 3 metros de altura (TECHNE, 2016). Esse tipo de concreto usa pedras de mão para aumentar seu volume e peso. Essas pedras podem variar de 10 a 30 centímetros. É um concreto de baixa resistência à tração, mas com boa resistência à compressão. A execução do sistema de drenagem é feita com barbacã e dreno de areia, como mostra a Figura 10. · Cortina cravada- Esse tipo de contenção é formado por estacas ou perfis cravados no terreno, trabalhando à flexão e resistindo pelo apoio da parte enterrada do perfil. Podem ser obras contínuas, quando utilizamos as estacas pranchas ou as justapostas, como mostrado na Figura 11. Podem também ser obras descontínuas, onde as estacas ou os perfis metálicos são cravados a uma distância um do outro. O trecho entre eles é preenchido porpranchões de madeira ou placas de concreto armado (TECHNE, 2016). Importante ressaltar que esse sistema costuma ser mais empregado em obras de contenção provisória. Observe na Figura 11 o uso de barbacãs. · Paredes diafragma- Essas são cortinas de concreto armado moldadas no solo em painéis sucessivos. Costumam ser bastante empregadas também com painéis pré-moldados. Em geral, as paredes diafragma possuem espessuras entre 0,40m e 1,20m e painéis de comprimento mínimo de 2,50 m (TECHNE, 2016). Na Figura 12, pode ser observado o uso dessa parede em planta e em corte. Sua aplicação é indicada em casos de execução de escavações profundas junto a edificações preexistentes. · Solo grampeado- Esse sistema consiste em uma tela metálica fixada por chumbadores e recoberta por concreto projetado. É conhecido como solo grampeado ou soil nailing, após o reforço do maciço pela introdução de chumbadores (barras de ferro), e é feito o recobrimento do talude com tela metálica fixada por pinçadores e aplicação de concreto projetado com 7 a 10cm de espessura. Utilizado há muito tempo em terrenos rochosos, o sistema foi aperfeiçoado com a introdução do concreto projetado (TECHNE, 2016). Atividade - Chegou a hora de exercitar o que você aprendeu! Elabore um plano para a escavação a ser realizada em uma obra, para instalar tubulação de saneamento, sabendo que, para essa tarefa, deverá ser feita uma escavação de 50 metros de comprimento com 1 metro de largura e 2 metros de profundidade. Lembre-se de definir: · As ações de segurança; · As possíveis contenções; · Os equipamentos utilizados; · A definição do local para armazenamento da terra escavada. GABARITO Fase 1 – Demarcação da área a ser escavada. Fase 2 – Listagem dos equipamentos necessários à escavação. Fase 3 – Quantitativo de mão de obra e número de pessoas envolvidas. Fase 4 – Cálculo do volume de terra e definição do descarte dessa terra e onde ficará aguardando para sua retirada. Fase 5 – Definição do tio de escoramento da vala. A sugestão é que seja com escora metálica. Fase 6 – Durante a fase de execução a área deve ser isolada para não comprometer a segurança da equipe. (Tecnologia da Construção) Aula 4 - Tipos de fundações Fundações superficiais A quantidade de dados necessária à escolha do tipo de fundações é relativa a cada situação, envolvendo algumas variáveis como: porte da edificação, funcionalidade, concepção estrutural adotada e problemas relativos ao solo. Assim, podemos considerar alguns aspectos importantes, como: a) As cargas da estrutura devem ser transmitidas às camadas de terreno capazes de suportá-las sem rupturas; b) As deformações das camadas de solo, subjacentes às fundações, devem ser compatíveis com as da estrutura; c) A execução das fundações não deve causar danos à estrutura vizinha, como trincas por cravação de estacas ou alteração no nível do lençol freático; d) Ao lado do aspecto técnico, a escolha do tipo de fundação deve apresentar também viabilidade econômica. De acordo com a NBR 6122 (ABNT, 2010), as fundações superficiais são aquelas em que a carga é transmitida ao terreno, predominantemente pelas pressões distribuídas sob a base da fundação, e na qual a profundidade de assentamento, em relação ao terreno adjacente, é inferior a duas vezes a menor dimensão da fundação. Incluem-se neste tipo de fundação as sapatas, os blocos, os radiers, as sapatas associadas, as vigas de fundação e as sapatas corridas. Então agora vamos conhecer um pouco mais sobre cada uma delas. Sapatas: De acordo com a NBR 6122 (ABNT, 2010), é o elemento de fundação superficial de concreto armado, dimensionado de modo que as tensões de tração nele produzidas não sejam resistidas pelo concreto, mas sim pelo emprego da armadura. Fundação superficial - Pode ser rasa ou direta. São elementos de fundação em que a carga é transmitida ao terreno, predominantemente pelas pressões distribuídas sob a base da fundação, e em que a profundidade de assentamento, em relação ao terreno adjacente, é inferior a duas vezes a menor dimensão da fundação. Incluem-se, neste tipo de fundação, as sapatas, os blocos, os radiers, as sapatas associadas, as vigas de fundação e as sapatas corridas. Pode possuir espessura constante ou variável, sendo sua base em planta normalmente quadrada, retangular ou trapezoidal. As figuras, a seguir, mostram exemplos de sapatas. A Figura 1 apresenta uma sapata em corte com sua armação e uma sapata quadrada e retangular em planta. A Figura 2 apresenta uma sapata isolada já concretada, onde pode ser observada a sua armação. Nesse tipo, o centro de gravidade da sapata deve ser o mesmo que o centro de aplicação da ação do pilar. Saiba mais: De acordo com NBR 6122 (ABNT, 2010), a menor dimensão deve ser ≥ 60cm, sendo a relação entre os lados da sapata (L1/L2) ≤ 2,5. Blocos: Elemento de fundação superficial de concreto, dimensionado de modo que as tensões de tração, nele produzidas, possam ser resistidas pelo concreto, sem necessidade de armadura (ABNT, 2010). Pode ter suas faces verticais, inclinadas ou escalonadas e apresentar normalmente em planta seção quadrada ou retangular. A figura, a seguir, apresenta um exemplo de bloco escalonado, bloco com face vertical e um bloco já concretado. Radier: Elemento de fundação superficial que abrange todos os pilares da obra ou carregamentos distribuídos (por exemplo: tanques, depósitos, silos etc.) (ABNT, 2010). Para a execução de radier são necessários os seguintes passos: 1. Faz-se o nivelamento do terreno. 2. Cavam-se as vigas baldrame onde se alinham as paredes estruturais, para servir também de gabarito e locação. 3. Coloca-se as tubulações de água, esgoto, energia e as formas das bordas niveladas na cota final. 4. Coloca-se uma camada de brita graduada e, em seguida, compacta-se. 5. Colocam-se as armaduras do vigamento em sentido horizontal e vertical do corpo do radier. A figura, a seguir, apresenta a etapa de escavação das vigas baldrame e a colocação das armaduras do vigamento. Observe: Atenção! Após a colocação da armação já podem ser feitos a concretagem, o desempenamento e o alisamento com polidora de piso. As formas são retiradas depois da cura. Sapatas associadas: Sapata comum a vários pilares, cujos centros, em planta, não estejam situados em um mesmo alinhamento, de acordo com a NBR 6122 (ABNT, 2010). A figura, abaixo, apresenta um esquema de corte e elevação. Vigas de fundação: Elemento de fundação superficial comum a vários pilares, cujos centros, em planta, estejam situados no mesmo alinhamento, de acordo com a NBR 6122 (ABNT, 2010). Também conhecido como baldrame. Seu formato pode ser retangular, moldadas no local (in loco), com a função de receber cargas das paredes e transferi-las aos blocos de fundação, às brocas (um tipo de estaca de pequena profundidade) ou diretamente ao solo. Atenção! É importante lembrar que o uso das vigas baldrame também proporciona travamento entre os blocos de fundação, distribuindo os esforços laterais e restringindo parcialmente o giro em sua direção. Esse tipo de viga também pode ser pré-moldada, reduzindo o tempo de execução na obra. Nestes casos, a escavação é executada normalmente, e as vigas baldrame pré-moldadas são posicionadas nos locais onde devem ser fixadas. Estas vigas prontas devem ter as pontas das barras aparentes, para permitir a soldagem e união da estrutura, como mostra a figura a seguir. A fixação das vigas é feita com a concretagem dos pontos de união das vigas, tornando uma peça única rígida e solidária. Sapatas corridas: Sapata sujeita à ação de uma carga distribuída linearmente ou de pilares ao longo de um mesmo alinhamento, de acordo com a NBR 6122 (ABNT, 2010). Constituem uma solução economicamente muito viável quando o solo apresenta a necessária capacidade de suporte em baixa profundidade. Para diferenciar da sapata isolada retangular, a sapata corrida é aquela com comprimento maior que cinco vezes a largura (A > 5B), como mostra a figura, a seguir. Fundações profundas: De acordo com a NBR 6122 (ABNT,2010), fundações profundas são aquelas em que o elemento de fundação transmite a carga ao terreno pela base (resistência de ponta), por sua superfície lateral (resistência de atrito do fuste) ou por uma combinação das duas, devendo sua ponta ou base estar assente em profundidade superior ao dobro de sua menor dimensão em planta, e no mínimo 3,0m. Neste tipo de fundação incluem-se as estacas e os tubulões. Saiba mais! Estacas são os elementos de fundação profunda executados inteiramente por equipamentos ou ferramentas, sem que, em qualquer fase de sua execução, haja descida de pessoas. Os materiais empregados podem ser: Vamos conhecer um pouco mais sobre as estacas. · ESTACAS DE MADEIRA- De acordo com a NBR 6122 (2010), são empregadas usualmente para obras provisórias. Se forem usadas para obras permanentes devem ser protegidas contra ataque de fungos, bactérias aeróbicas, entre outros. Para a sua execução usa-se um martelo de queda livre, cuja relação entre o peso do martelo e o peso da estaca deve ser a maior possível, respeitando a relação mínima de 1,0. Diariamente deve ser preenchida uma ficha de controle para cada estaca, devendo conter informações sobre a execução. A figura, a seguir, apresenta uma área em que foi realizada a cravação de estacas de madeira. · ESTACAS METÁLICAS OU DE AÇO- São elementos estruturais produzidos industrialmente, podendo ser constituído por perfis laminados ou soldados, simples ou múltiplos, tubos de chapa dobrada ou calandrada, tubos (com ou sem costura) e trilhos, isso por definição da NBR 6122 (ABNT, 2010). A cravação dessas estacas pode ser feita por percussão, prensagem ou vibração. Para o controle, a nega e o repique devem ser medidos em todas as estacas, atendendo-se as condições de segurança. A figura, a seguir, apresenta duas estacas metálicas de perfil e cravadas. · ESTACAS PRÉ-MOLDADAS DE CONCRETO- Essas estacas podem ser de concreto armado ou protendido, com qualquer forma geométrica da seção transversal. Precisa-se ter atenção, pois ela deve apresentar resistência compatível com os esforços de projeto e decorrentes do transporte, manuseio, cravação e eventuais solos agressivos NBR 6122 (ABNT, 2010). Sua cravação pode ser feita por percussão, prensagem ou vibração. Quando for executada com martelo de queda livre, o peso do martelo deve ser no mínimo igual a 75% do peso total da estaca, entre outras observações feitas pela NBR 6122 (ABNT, 2010). Para seu controle tecnológico, o fabricante das estacas pré-moldadas deve apresentar resultados de ensaios de resistência do concreto, nas várias idades, e, em cada estaca, deve constar a data de sua moldagem. Essas estacas podem ser emendadas, desde que resistam a todas as solicitações que nelas ocorram durante o manuseio, a cravação e a utilização da estaca. Lembramos que as estacas cravadas por percussão são aquelas em que a própria estaca ou o molde são introduzidos no terreno através de golpes de martelo — de gravidade, de explosão, de vapor ou ar comprimido. A vibração é um fator existente, neste tipo de estaca, e deve-se levar em conta condições de vizinhança e peculiaridades do local. Isso pode ser visto na figura abaixo em que aparece esse processo de cravação de uma estaca pré-moldada de concreto. O processo de cravação se inicia posicionando-se o bate-estaca sobre o piquete indicador do centro da estaca a ser cravada. · ESTACA FRANKI- É uma estaca concretada in loco. A estaca Franki é executada através da cravação de um tubo, chamado tubo Franki, por meio de sucessivos golpes de um pilão, em uma bucha seca, de pedra e areia aderida à ponta do tubo. Quando se atinge a cota de apoio, deve-se fazer a expulsão dessa bucha, executando assim a sua base alargada. Após isso, ocorre a instalação da armadura e execução do fuste de concreto com a simultânea retirada do revestimento (tubo Franki). Na figura, abaixo, é possível observar as etapas de execução da estaca Franki. Observe a cravação do tubo de revestimento, a expulsão da bucha, a instalação da armação e a concretagem. De acordo com a NBR 6122 (ABNT, 2010), devemos estar atentos na obtenção da nega. A nega pode ser obtida por duas maneiras: a. para dez golpes de 1,0 metro de altura de queda do pilão; b. para um golpe de 5,0 metros de altura de queda do pilão. · TUBULÕES A CÉU ABERTO- Esse tipo de fundação profunda pode ser escavada manual ou mecanicamente, em que na sua etapa final uma pessoa deverá descer para realizar o alargamento da base ou limpeza do fundo quando não há base. Nesse tipo de fundação, as cargas são transmitidas, essencialmente, pela base a um substrato de maior resistência, podendo ser empregado acima ou abaixo do lençol freático. A concretagem do tubulão deve ser feita imediatamente após a conclusão de sua escavação. Ela é feita com o concreto simplesmente lançado da superfície, através de funil com comprimento mínimo de 1,50 metros. Isso é o que é mostrado na figura a seguir. Atividade - Chegou a hora de exercitar o que você aprendeu! Imagine que você é o engenheiro civil responsável pela etapa da fundação de uma edificação. Sabendo que serão executadas 12 estacas tipo Franki, elabore um roteiro de execução que esteja de acordo com a NBR 6122. GABARITO As estacas Franki são executadas através da cravação de um tubo por meio de sucessivos golpes de um pilão em uma bucha seca de pedra e areia aderida ao tubo. Atingida a cota de apoio, procede-se à execução da bucha, execução da base alargada, instalação da armadura e execução do fuste de concreto apiloado com a simultânea retirada do revestimento. A execução da escada pode apresentar alternativas executivas em relação aos procedimentos da estaca padrão como, por exemplo: perfuração interna (denominado “cravação à tração”), fuste pré-moldado, fuste encamisado com tubo metálico perdido, fuste executado com concreto plástico vibrado ou sem execução de base alargada. Cravação do tubo A cravação do tubo é executada por meio de golpes do pilão na bucha seca que adere ao tubo por atrito até a obtenção da nega. As negas de cravação do tubo devem ser obtidas de duas maneiras em todas as estacas: a. Para dez golpes de 1,0 m de altura de queda do pilão; b. Para um golpe de 5,0 m de altura de queda do pilão. No caso da execução de uma estaca do tipo Franki, é necessário que todas as demais estacas situadas em um círculo igual a cinco vezes o diâmetro da estaca estejam cravadas e concretadas há pelo menos 12h. Quando se deseja eliminar o risco de levantamento das estacas vizinhas ou minimizar os efeitos de vibração, deve-se empregar metodologia executiva apropriada, como pré-furo, “cravação a tração” ou furo de alívio. Pelo menos 1% das estacas, e no mínimo uma por obra, deve ser exposta abaixo da cota de arrasamento e, se possível, até o nível d’água, para verificação da sua integridade e qualidade do fuste. (Tecnologia da Construção) Aula 5 - Formas e armações Critérios para escolha do tipo de forma A Norma responsável pelos padrões de projeto de forma e escoramento para estruturas de concreto armado é a NBR 15696 (ABNT, 2009). E, antes de tudo, ela apresenta o sistema de formas como sendo estruturas provisórias que servem para moldar o concreto fresco, resistindo a todas as ações provenientes das cargas variáveis resultantes das pressões do lançamento do concreto fresco, até que o concreto se torne autoportante (ABNT, 2009). Concreto fresco- Concreto completamente misturado e que ainda se encontra em estado plástico, capaz de ser adensado por um método escolhido. As formas devem ser executadas de acordo com as dimensões indicadas no projeto e permitir a fácil retirada de seus elementos sem que haja danos à peça concretada. Existem dois fatores muito importantes que devem ser considerados desde o projeto do sistema de formas até sua execução e uso. São eles: 1. Ter rigidez para assegurar o formato e as dimensões das peças da estrutura projetada. Essa característica é importante para garantir a geometria da peça de concreto; 2. Ser suficientemente estanque, de modo a evitara perda de pasta de cimento, admitindo-se como limite o surgimento do agregado miúdo da superfície do concreto. Essa garantia de que a peça está estanque é importante para que não se perca a pasta de cimento e se obtenha o tipo de concreto esperado. Atenção! Toda a montagem da estrutura de formas e escoramento deve ser executada mediante a utilização de um projeto específico de formas e escoramentos. Além disso, no plano da obra deve constar a descrição do método a ser seguido para montar e remover as estruturas auxiliares, devendo ser especificados os requisitos para manuseio, ajuste, contraflecha intencional, desenforma e remoção (ABNT, 2009). Escoramentos- Estruturas provisórias com capacidade de resistir e transmitir, às bases de apoio da estrutura do escoramento, todas as ações provenientes das cargas permanentes e variáveis, resultantes do lançamento do concreto fresco sobre as formas horizontais e verticais, até que o concreto se torne autoportante. Podemos também dividir esse sistema de formas em duas partes: Dentro desse plano de montagem e desmontagem de formas, torna-se importante estar especificado todo o sistema de cimbramento. Esse sistema é uma estrutura de suporte provisória, composta por um conjunto de elementos que apoiam as formas horizontais (vigas e lajes), suportando as cargas atuantes (peso próprio do concreto, movimentação de operários e equipamentos etc.) e transmitindo-as ao piso ou ao pavimento inferior. Exemplo: Um exemplo de cimbramento pode ser visto na figura a seguir. No caso, temos um sistema misto, pois as formas foram feitas de madeira e o sistema de cimbramento é metálico. Em geral, as formas são classificadas de acordo com o material e pela maneira com são utilizadas, levando em conta o tipo de obra. Veja, a seguir, as possibilidades de uso das formas. Observe que o tipo convencional de madeira, geralmente, é indicado para pequenas obras ou para a concretagem de algum detalhe específico. As moduladas podem ser de madeira ou mista. Quando se fala em mista é que se utiliza madeira com parte metálica, e são indicadas para obras em que seja necessário concretar muitas peças iguais. E as trepantes e deslizantes são indicadas para obras de grande porte como torres, barreiras e pontes. Então, a seguir conheceremos melhor esses tipos de formas. Formas convencionais- O que chamamos de convencionais são as formas de madeira. Há muitos anos utilizada na construção civil, esse tipo de forma apresenta as seguintes vantagens: · A utilização de mão de obra de treinamento consideravelmente fácil (carpinteiro); · O uso de equipamentos e complementos pouco complexos e relativamente baratos (serras manuais e mecânicas, furadeiras, martelos etc.); · Boa resistência a impactos e ao manuseio (transporte e armazenagem); · Ser de material reciclável e possível de ser reutilizado, e por apresentar características físicas e químicas condizentes com o uso (mínima variação dimensional devido à temperatura, não tóxica etc.). Desse modo, o que restringe o uso desse tipo de forma é o tipo de obra e as condições de uso. Vamos agora conhecer alguns elementos que constituem esse sistema. A figura, a seguir, apresenta as formas de um pilar. Temos então o painel de madeira e o sistema de travamento (representado pelas gravatas) também feito em madeira. A distância entre as gravatas deve ser entre 50cm a 80cm. Formas metálicas: Nesse tipo de forma, são utilizadas chapas metálicas de diversas espessuras. A espessura da chapa vai depender da dimensão do elemento a ser concretado e dos esforços que irão atender. Geralmente, esses painéis metálicos são muito utilizados para a fabricação de elementos de concreto pré-moldado. O que acontece é que, apesar de inicialmente exigirem um maior investimento, esse tipo de forma apresenta grande vantagem com relação à durabilidade, podendo ser reutilizada inúmeras vezes. A figura, abaixo, apresenta o uso de formas metálicas para paredes de concreto autoadensável moldado in loco. Formas trepantes: O uso de formas trepantes é indicado para a construção de estruturas de concreto de alturas elevadas, em que a instalação de andaimes para a execução da obra é inviável ou onerosa demais. A concretagem in loco é feita em etapas. O avanço vertical acontece gradualmente, por meio de formas apoiadas em plataformas, as quais são fixadas por parafusos ou barras embutidas aos trechos anteriormente concretados. Veja, a seguir, um exemplo de concretagem com formas trepantes. Cuidados com as formas durante a concretagem para se evitar patologias Antes da execução da concretagem algumas ações devem ser tomadas com relação ao sistema de formas, são elas (AZEVEDO, 2001): 1. As formas devem ser limpas; 2. As formas devem ser molhadas até a saturação para que não absorvam a água da mistura do concreto; 3. Verificar a estanqueidade das formas. Outro fato importante é a retirada das formas. Seguindo o plano de concretagem, a retirada também tem um prazo mínimo, conforme o quadro a seguir (AZEVEDO, 2001): A desenforma antecipada apresenta alguns problemas: · Com relação à resistência do concreto, apresenta problemas pois este ainda não teria atingido o módulo de elasticidade esperado. Nesses casos, acontece a deformação da peça. · Retirar o escoramento e a forma antes do prazo mínimo também acarreta na perda de água do concreto, ocasionando porosidade. · O concreto mais poroso, causado pela perda de água, permite a entrada de agentes agressivos, favorecendo o aparecimento da corrosão. Atenção! A racionalização dos processos da construção civil visa à melhoria do desempenho do produto final, à redução da perda de materiais e ao cumprimento do prazo, buscando uma obra limpa e de qualidade. Com relação ao sistema de formas, a racionalização pode desenvolver melhorias no que diz respeito ao desempenho. Podemos destacar três pontos importantes: · ESTANQUEIDADE- Frestas e aberturas nas formas podem ocasionar a perda da nata do concreto. Essa perda ocasiona a porosidade. A porosidade, no concreto, possibilita a fixação de agentes agressivos e um concreto com a resistência abaixo do esperado. A estanqueidade é garantida com o travamento das peças, para que não permita folga, abertura ou estufamento entre os componentes. · GEOMETRIA DAS FORMAS- A forma é a única responsável pela geometria dos elementos estruturais. As frequentes trincas, na estrutura ou na vedação, podem ser consequências da deformação ou mobilidade excessiva da estrutura causada pela má utilização do sistema de forma. Importante observar, na figura abaixo, o travamento metálico feito no pilar. Ele previne a deformação da geometria da peça. · RELAÇÃO ENTRE A FORMA E O CONCRETO- Para tratar desta relação precisamos conhecer os desmoldantes, produtos que facilitam o processo de desenforma do concreto. Quando aplicados, deixam uma fina camada oleosa entre as formas e o concreto, impedindo a aderência entre ambos e facilitando a desenforma. O uso adequado dos desmoldantes proporciona também o reaproveitamento das formas e uma melhor aparência final ao concreto. A figura, a seguir, apresenta a aplicação do desmoldante, que é realizada diretamente sobre a forma e pode ser feita com pano, rolo de pintura ou escovão. Quando borrifado, o desmoldante cria uma película mais uniforme, permitindo melhor controle do consumo e da espessura. Após a aplicação, recomenda-se uma hora de espera antes do início da concretagem. Podemos dividir o uso dos desmoldantes em dois tipos: Atenção: É importante e necessário remover totalmente os resíduos de desmoldante que ficam aderidos ao concreto e outras partículas que, com o tempo, depositam-se na superfície. Essa remoção pode ser feita: · de maneira mecânica — jato de areia seca ou úmida, jato de água quente em alta pressão; · de maneira química — escovamento com água e detergente, o que requer lavagem posterior com água ou ar em alta pressão; · ou com o próprio apicoamento do concreto. Nessa atividade, pode ser utilizado martelo de pregos ou pistola de agulhas, e requer posteriorlavagem com água ou ar em alta pressão. (TECHNE, 2016) Outra boa prática de remoção consiste em escovar levemente a superfície de concreto com uma escova de cerdas de aço. Atividade - Chegou a hora de exercitar o que você aprendeu! Imagine que você é responsável pela concretagem de um pavimento. Elabore um plano de formas e desenforma desse pavimento. GABARITO Após a execução da montagem das fôrmas, antes de liberarmos a frente de serviço para as etapas seguintes, é importante procedermos a uma inspeção final, checando alguns tópicos desta fase do trabalho e, com isso, garantir a qualidade do produto. Esta checagem pode ser feita pelo engenheiro, mestre ou mesmo pelo encarregado de carpintaria. Pilares Os principais pontos a serem conferidos quando a montagem do pilar está pronta são: · Verificar se o desmoldante foi aplicado nas fôrmas. · Checar o posicionamento das galgas e dos espaçadores e se o espaçamento entre tensores ou barras de ancoragem atendem ao projeto. · Conferir o prumo das fôrmas dos pilares utilizando um prumo de face. · Checar a altura do topo de cada painel. · Verificar o travamento dos painéis, conferindo a imobilidade do conjunto escoras, barras de ancoragens (ou tensores, ou sargentos) e gastalhos. · Checar todos os encaixes das fôrmas para que não haja folgas. · Verificar a estruturação e vedação dos painéis. Lajes e vigas Para procedermos às verificações necessárias, deveremos transferir os eixos coordenados da obra, da laje inferior concretada, para a laje recém-montada. Estique linhas de náilon entre estes pontos, demarcando assim os eixos. Os principais pontos a serem conferidos são: Fôrmas de vigas: · Verificar se o desmoldante foi aplicado nas fôrmas. · Verificar a locação das fôrmas dos pilares no nível da laje assoalhada (boca do pilar), corrigindo quando descobertos erros maiores que 2 mm. · Certificar-se do perfeito encaixe das fôrmas no encontro entre vigas e pilares. · Conferir o alinhamento dos painéis laterais de vigas, na região entre pilares, ou em toda a sua extensão - no caso de vigas periféricas. · Checar a seção de todas as vigas, corrigindo os erros maiores que 2 mm. · Verificar o nivelamento dos fundos de vigas, utilizando preferencialmente nível a laser. · Checar a estruturação dos painéis de vigas. · Conferir o travamento dos painéis, verificando a imobilidade do conjunto. · Verificar a vedação dos painéis. · Fôrmas de lajes: · Verificar se o desmoldante foi aplicado nas fôrmas. · Checar o nivelamento do assoalho com um aparelho de nível a laser, pela parte inferior da fôrma. · Conferir as contraflechas, quando solicitado em projeto. · Certificar-se do perfeito encaixe dos compensados, conferindo se estão pregados às longarinas e se não há folgas. · Verificar a vedação do assoalho. · Checar a locação de furos e shafts. · Verificar o posicionamento de rebaixos - quando especificados em projeto. Desforma A desforma de um pavimento é uma etapa muito importante no processo de execução da estrutura. A realização desta tarefa com critérios, preocupando-se com a qualidade dos painéis, pode determinar a vida útil das fôrmas. O que se observa em alguns canteiros de obras é um certo descaso na execução desta fase construtiva, em que não são realizados os procedimentos corretos e, muitas vezes, os prazos necessários para reescoramento não são obedecidos. Pilares A desforma começa pelos painéis de pilares, normalmente nos dias subsequentes à concretagem de vigas e lajes. Solte o travamento dos pilares - tensores, sargentos ou barras de ancoragem. Retire os painéis, manuseando com cuidado para não danificar as fôrmas, desprendendo-os com ferramentas apropriadas ou por intermédio de cunhas de madeira. Painéis de dimensões maiores e principalmente pilares de canto podem ser preservados, amarrando-os com cordas para evitar eventuais choques ou quedas. As chupetas plásticas e as mangueiras devem ser retiradas e reaproveitadas posteriormente. Vigas e Lajes Posicione as reescoras das vigas, retire os sarrafos-guia e remova as cunhas laterais e da base dos garfos, liberando os painéis laterais de vigas. O desprendimento desta fôrma não deve ser feito com pé-de-cabra, para não danificar os painéis. O procedimento correto é a utilização de cunhas de madeira, batendo em vários lugares entre o compensado e o concreto, forçando a descolagem destes. Também devemos tomar precauções para evitar a queda do painel diretamente no chão, o que pode danificar as bordas. Os funcionários devem trabalhar sobre andaimes, segurando as fôrmas tão logo elas se soltem e apoiando-as sobre o mesmo. Além disto, estando eles mais próximos das fôrmas, podem retirar todos os mosquitos remanescentes, evitando o retrabalho posterior quando da liberação para as próximas etapas (alvenaria e revestimento). Para proceder à desforma das lajes, posicione o reescoramento nas tiras de sacrifício do assoalho e retire as escoras, longarinas e transversinas. A desforma dos compensados deve ser iniciada pela peça munida de uma alça, evitando-se o uso de pé-de-cabra. Para evitar estragos nas peças da fôrma, podemos utilizar uma rede, cordas ou cavaletes de apoio sob a laje, de maneira a amortecer os impactos. Limpe os painéis, escoras, longarinas e transversinas e organize as peças em carrinhos, facilitando assim o transporte e deixando-as prontas para o próximo ciclo de trabalho. (Tecnologia da Construção) Aula 6 – Sistemas estruturais Sistemas Construtivos Convencionais Como foi comentado anteriormente, um sistema construtivo é um conjunto de subsistemas e componentes que se relacionam entre si. E a relação entre esses componentes e os subsistemas respeita um modo de organização. Dessa forma, todo sistema construtivo tem estabelecido seu próprio conjunto de critérios e requisitos para essas relações. Nesse sentido, os principais subsistemas são: · Estrutural · Cobertura · Vedação interna · Elétrico · Fachada (Vedação externa) · Hidráulico sanitário O subsistema estrutural pode ser dividido em: · Supraestrutura: Parte superior da estrutura de um edifício que suporta as cargas dos diversos pavimentos e as transmite à infraestrutura. Pode ser executada de distintas formas, utilizando diferentes materiais. É ai que se iniciam os diversos tipos de sistemas construtivos. A supraestrutura pode incluir: pilares, vigas, vedações, lajes e coberturas. E pode ser executada de forma convencional, com uso de alvenaria de tijolo e estrutura em concreto armado ou com a própria alvenaria estrutural. Já os sistemas não convencionais incluem steel framing, steel wood, adobe, taipa, entre outros. · Infraestrutura: Parte inferior da estrutura de um edifício que suporta e transmite cargas ao terreno. Geralmente, essa parte de infraestrutura, responsável por transmitir cargas ao terreno, é executada em concreto armado, sendo escolhido o tipo de fundação adequado. Alvenaria estrutural: O sistema de alvenaria estrutural consiste na colocação e nos arranjos específicos de tijolos, ligados entre si através de juntas de assentamento ou juntas verticais de argamassa, que unidos formam a alvenaria. As alvenarias desempenham a função de paredes de vedação, pilares, vergas e juntas formam o sistema estrutural. Em alguns casos, armaduras podem ser incorporadas nas juntas de assentamentos ou dentro dos furos dos blocos para realizar uma alvenaria armada, apresentando maior resistência em determinadas soluções. A figura, a seguir, apresenta uma alvenaria estrutural de tijolo de concreto. Podemos dizer que é uma alvenaria armada, pois apresenta armaduras incorporadas nos blocos. Observe: Atenção: Lembramos que esse sistema apresenta a vantagem de simplificar o processo construtivo, pois a própria alvenaria que faz a vedação é o subsistema estrutural, ela tem a dupla função (vedação e estrutural). Dessa forma, existe redução de mão de obra, de tempo e de desperdício. Observe na figura, a seguir. ----- Para o assentamento correto dos tijolos, eles devem ser molhados antes de assentados para não absorver a água da mistura da argamassa,e as juntas de dilatação devem ser de 1,50cm no máximo. Podemos então destacar, segundo Azevedo, 2001: Concreto Armado: Nesse tipo de sistema, temos vigas, pilares e lajes executados em concreto armado e a vedação feita por tijolo. Essa alvenaria de vedação pode ser feita por tijolo cerâmico ou tijolo de concreto. E ainda, as vedações internas podem ser feitas de paredes de gesso acartonado, por exemplo. Dessa forma, as reformas e alterações no projeto inicial podem ser livres, desde que não alterem a estrutura de concreto. Esse sistema é muito utilizado tanto para edificações pequenas quanto para grandes edificações que necessitam de padronização ou replicação de seus pavimentos. Na verdade, temos um esqueleto estrutural preenchido por tijolos e revestimentos. A figura, a seguir, apresenta esse tipo de sistema de estrutura em concreto e vedação em alvenaria de tijolo cerâmico. Observe: Essa parte estrutural, que contempla os pilares, as vigas e as lajes, também pode ser feita de forma pré-fabricada. Veja a seguir os principais benefícios do uso de elementos pré-fabricados (AZEVEDO, 2001): 1) Possibilidade maior de focar o empreendimento; 2) Melhoria na qualidade da gestão do projeto; 3) Garantia de rapidez à obra; 4) Redução e eliminação de diversos custos indiretos ou de difícil contabilização; 5) Maior confiabilidade no cumprimento do cronograma; 6) Obra sem desperdício, ociosidade e risco de desvios de compra; 7) Menor estrutura administrativa, fiscalização, laboratório e controle; 8) Obra menos suscetível a variações climáticas; 9) Redução das horas do pessoal exposto ao risco; 10) Garantia de qualidade; 11) Obra limpa e menor dano possível ao meio ambiente; 12) Rastreabilidade do processo; 13) Rotatividade menor da mão de obra; 14) Mais organização do canteiro de obras. Um ponto importante que devemos prestar atenção é na ligação entre a alvenaria e a estrutura de concreto. Como esses dois materiais têm características e comportamento diferentes, é comum que, ao longo do tempo, apareça uma pequena fissura no encontro em alvenaria e laje ou alvenaria e vigas ou alvenaria e pilares. Essa fissura somente gera um desconforto visual, mas não significa que existe um problema na estrutura. Para que isso não ocorra devemos tomar alguns cuidados como a realização de encunhamento. Encunhamento: Ligação entre a parte superior de uma parede de alvenaria e a viga ou laje de betão armado. O preenchimento deste vazio é tradicionalmente feito com tijolos seccionados e argamassa de cimento. O encunhamento é a colocação da última camada de tijolos de uma parede, como apresentado na figura a seguir. Eles ficam inclinados e comprimidos por argamassa até a estrutura, de forma que o acabamento fique coeso. Isso também pode ser feito com o uso de espuma de expansão. Sistemas Não Convencionais: Os sistemas não convencionais são os que não utilizam o concreto armado como sistema estrutural e não utilizam a alvenaria de tijolos como vedação. Alguns exemplos deles são o steel framing, as paredes de concreto moldadas in loco. steel framing- Esse sistema faz parte do grupo de construção energética sustentável. A estrutura é composta por perfis leves de aço que, em conjunto com as placas estruturais, formam painéis estruturais (diafragma) capazes de resistir às cargas verticais (telhados e pavimentos), perpendiculares (ventos) e de corte (sismos) e transmitir as cargas até a fundação (LP BUILDING PROJECTS, 2016). Esses perfis são obtidos por perfilagem a partir de bobinas de aço revestidas com zinco ou liga alumínio-zinco pelo processo contínuo de imersão a quente ou por eletrodeposição, conhecido como aço galvanizado. Com relação às fundações utilizadas, esse sistema pode ser feito com qualquer tipo de fundação. Segue-se o seguinte passo: As figuras, a seguir, ilustram um exemplo de montagem da parte estrutura com os perfis e de fechamento externo. Observe: Saiba mais: Lajes para segundo pavimento e mezaninos também podem ser executadas com esse sistema. Para isso, deve ser instalada sobre um vigamento metálico ou LP Viga I, projetada para suportar grandes cargas e vencer maiores vãos livres, resultando em uma estrutura leve e de alta resistência. As instalações elétricas e hidráulicas são as mesmas utilizadas no sistema convencional. Paredes de concreto moldadas in loco: Esse sistema construtivo consiste em paredes estruturais maciças de concreto comum moldadas no local, com espessura de 10 cm, armadas com telas metálicas eletrossoldadas (malha de 10 cm x 10 cm e diâmetro de 4,2 mm) posicionadas no centro das paredes (TECHNE, 2016). As lajes são maciças, de concreto armado, também moldadas no local, em geral com 10 cm de espessura. A fundação é definida considerando cada local de implantação das unidades habitacionais. A cobertura é formada por estrutura de madeira, com telhado em telhas cerâmicas, sistema convencional. O sistema construtivo é destinado à construção de edifícios habitacionais de até 5 pavimentos, em atmosferas rurais e urbanas. As formas são constituídas por chapas de madeira compensada e plastificada (faces da forma), reforçadas ou estruturadas com perfis de aço fixados por meio de parafusos passantes nos fusos que definem o distanciamento entre as faces das formas (TECHNE, 2016). O concreto utilizado, nesse sistema, pode ser o concreto celular ou o autoadensável. A utilização desse sistema construtivo de paredes auxilia empresas a diminuírem o cronograma de execução de grandes empreendimentos, possibilitando, assim, que o retorno do investimento seja realizado de forma rápida. As figuras, a seguir, apresentam um exemplo de esquema de formas e uma construção, bem como um exemplo desse sistema de paredes de concreto. Observe: Apesar de ser um sistema chamado de não convencional, existe uma norma específica para ele, a NRB 16055 (2012). A NBR 16055 contempla apenas edificações de até 5 pavimentos. Importante lembrar que a construção com paredes de concreto moldadas in loco, não é uma tecnologia barata, já que o custo para a compra das formas tem um valor relativamente alto e ainda falta, neste cálculo, o ônus com o treinamento dos funcionários para aplicação deste sistema. Por isso, seu uso é indicado para grandes loteamentos ou construtoras com um extenso volume de obras, o que ajuda na distribuição dos custos envolvidos com a aplicação desta tecnologia construtiva. As formas utilizadas podem ser de aço, alumínio ou plástico. Os materiais utilizados nelas têm as seguintes características: · Plástico- Leve, resistente, excelente acabamento final, durabilidade baixa, custo baixo. · Alumínio- Leve, resistente, excelente acabamento final, durabilidade alta, custo alto. · Aço- Grande peso, resistência, baixo acabamento final, durabilidade média, custo alto. Com relação às instalações elétricas e hidráulicas, estas devem ser feitas antes do fechamento das formas. A seguir, veja um exemplo de instalação elétrica. Atividade Proposta - Chegou a hora de exercitar o que você aprendeu! Pesquise imagens de um sistema construtivo, levantando os seguintes dados: 1) Quais são os componentes da supraestrutura desse sistema (pilares, vigas e lajes)? 2) Quais são os elementos de vedação interna? 3) Quais são os elementos de vedação externa? 4) Como a estrutura se organiza? 5) Quais são os processos de construção? Como se monta? 6) Quais são as manutenções necessárias? 7) O sistema possui componentes responsáveis por reforços estruturais? Como são esses componentes? GABARITO 1. Sistema construtivo de concreto armado. É composto por pilares, vigas e lajes em concreto com uso de armação interna, e podem ser feitos in loco ou com uso de pré-moldado ou pré-fabricado. 2. A vedação interna pode ser com alvenaria convencional ou com sistemas de dry wall. 3. A vedação externa é somente com alvenaria convencional com uso de tijolos cerâmicos ou outro tipo de tijolo resistente a intempéries. 4. A estrutura é organizada em fundação, pilares, vigas e lajes. 5. O processo construtivo pode ser por concretagem in loco,ou com uso de pré-moldado ou pré-fabricado. 6. A manutenção deve garantir a integridade da peça e verificar periodicamente o aparecimento de fissuras ou algum dano. (Tecnologia da Construção) Aula 7 – Alvenaria Alvenaria de tijolo cerâmico Por definição, podemos dizer que a alvenaria é um sistema construtivo formado de um conjunto coeso e rígido de tijolos ou blocos (elementos de alvenaria), unidos entre si, com ou sem argamassa de ligação, em fiadas horizontais que se sobrepõem uma sobre as outras. Quando a alvenaria não é dimensionada para resistir a cargas verticais, além de seu peso próprio, ela é denominada alvenaria de vedação. Essa alvenaria tem a principal função de adequar e estabelecer a separação entre ambientes. A alvenaria externa, que tem a responsabilidade de separar o ambiente externo do interno, deverá ter a função de barreira para controlar uma série de ações e movimentos complexos provenientes do ambiente externo. De acordo com Azevedo (2001), as propriedades das alvenarias devem apresentar: · Resistência à umidade e aos movimentos térmicos; · Resistência à pressão do vento; · Isolamento térmico e acústico; · Resistência a infiltrações de água pluvial; · Controle da migração de vapor de água e regulagem da condensação; · Base ou substrato para revestimentos em geral; · Segurança para usuários e ocupantes. A alvenaria de tijolo cerâmico pode ter como componente o tijolo maciço ou o tijolo furado. Seu acabamento pode ser aparente ou com revestimento. Para a execução da alvenaria de vedação de tijolo furado deve-se seguir as seguintes etapas: · Etapa 1. Deve ser realizada inicialmente a locação ou marcação dessas paredes e feita a primeira fiada, começando-se pelas extremidades. Essa marcação é apresentada na a seguir. · Etapa 2. Em seguida, pode dar prosseguimento para as fiadas posteriores, devendo-se ter atenção no assentamento de argamassa e execução das juntas. No assentamento da argamassa para a execução da alvenaria, são utilizadas as seguintes ferramentas: colher de pedreiro, desempenadeira de madeira, bisnaga e meia-cana. O tijolo deve ser molhado antes da colocação da argamassa para que não tenha poeira e para que ele não absorva totalmente a água da argamassa de assentamento. Atenção: Uma observação importante é que esse tijolo não pode ser molhado de forma exagerada, ele não pode estar saturado, pois é necessário que ele absorva uma parte dessa água da argamassa para que obtenha a ligação entre esses materiais. · Etapa 3. Outra etapa importante, na execução dessa alvenaria, é o encontro dela com os elementos estruturais (vigas e pilares). Junto às faces das peças de concreto que terão ligação com a alvenaria, após limpeza do desmoldante, deverá ser aplicado chapisco (traço 1:3 de cimento e areia). As ligações com pilares poderão ser melhoradas com a colocação de ferros de espera (ferro-cabelo) chumbados durante a própria concretagem do pilar, ou com ferros de Φ 6mm embutidos em furos de 10 a 12cm, executados com broca vídea de 8mm e colados com resina epóxi (Compound da SIKA), após a desforma, com espaçamento médio de 50cm e transpasse de 50cm. A figura, a seguir, apresenta o esquema de como seria feita essa instalação da ligação entre a alvenaria e o pilar de concreto. Saiba mais: Em outros casos, pode-se fazer essa junta com a utilização de uma tela metálica. O principal objetivo do uso da tela de amarração de alvenaria é evitar fissuras em paredes. A figura, abaixo, apresenta a execução da colocação da tela metálica na amarração da alvenaria. · Etapa 4. Outra fase importante é o encunhamento das paredes que deve ser feito no encontro da alvenaria com as vigas. No fechamento das alvenarias de vedação, durante a cura da argamassa, ocorre uma pequena redução de dimensões. Por esse motivo, junto às lajes ou vigas superiores, após um tempo mínimo de 10 dias, deve-se executar o encunhamento, realizado com o assentamento na última fiada com tijolos cerâmicos maciços (cozidos) um pouco inclinados com argamassa relativamente fraca (1: 3: 12 a 15 – cimento/cal hidratada/areia). Esse encunhamento é apresentado na figura abaixo. Essa prática vem, no entanto, sendo substituída pela utilização de novos materiais e técnicas com o objetivo de obter um melhor rendimento, como por exemplo: · Cimento expansor- Argamassa pronta para uso à base de cimento, que com a adição de água expande-se ocupando o espaço deixado ou ocorrido com a retração. · Polietileno expansor- Produto com alta aderência que aplicado por meio de aerosol aumenta de volume. Além do cuidado que se deve ter nos encontros da alvenaria com os elementos estruturais, deve-se ter cuidado nos encontros entre as alvenarias. Onde não houver amarração, deve-se tratar a junta com o uso de uma tela embutida na argamassa de revestimento dessa alvenaria, como é apresentado na figura a seguir. Antes de continuar, responda à questão a seguir. Em relação à execução e à inspeção do serviço de alvenaria em obras de construção civil é correto afirmar: a) Na fixação da alvenaria, não há a necessidade de preencher toda a largura do bloco com argamassa. b) No assentamento da argamassa para a execução da alvenaria, são utilizadas as seguintes ferramentas: colher de pedreiro, desempenadeira de madeira, bisnaga e meia-cana. c) O encontro entre alvenarias pode ser executado sem travamento. d) A verga e a contraverga devem ser apoiadas na alvenaria em no mínimo 5 cm. e) A verga é construída na parte inferior da abertura e pode ser de bloco, canaleta ou pré-fabricada. Com a finalidade de absorver tensões que se concentram nos contornos dos vãos (portas e janelas), oriundas de deformações impostas, é necessário prever a execução de vergas, contravergas e cintas de amarração. Saiba mais: Tanto a verga, quanto a contraverga, devem exceder a largura do vão de pelo menos 20cm de cada lado e ter no mínimo 10cm de altura. Outros tipos de alvenaria Alvenaria de gesso acartonado: A alvenaria de vedação tradicional, por muitas vezes, apresenta elevados desperdícios de materiais. Isso porque, durante a execução, ocorre a adoção de soluções construtivas no próprio canteiro de obras (no momento da realização do serviço) com ausência de planejamento e falta de padronização do processo de produção. Por esses motivos, nos últimos anos, muitos profissionais estão optando por um sistema de alvenaria interna não convencional. A alvenaria interna não fica em contato com as intempéries e tem a função de separar os ambientes. As paredes de gesso acartonado são montadas a partir de uma combinação de um perfil metálico de chapa de aço zincado e o fechamento com placas de gesso acartonado. Isso pode ser observado na figura abaixo. Essas placas são formadas por gesso, com boa resistência à compressão, e por papel cartão, com boa resistência à flexão, constituindo finalmente um “sanduíche” cartão-gesso-cartão. De acordo com ESO (2016) são vantagens da parede de gesso acartonado: · Menor espessura das paredes; · Maior velocidade na sua execução; · Acomodar-se facilmente em qualquer tipo de estrutura; · Promover bom isolamento térmico e acústico; · Diminuir as cargas nas estruturas; · Instalações elétricas, hidráulicas, de gás, entre outras, são realizadas anteriormente ao fechamento das placas, facilitando esses trabalhos; · Adaptável a vários tipos de revestimentos; · Boa resistência ao fogo; · Mais liberdade de projeto. Fonte: Shutterstock As etapas de montagem dessas alvenarias de gesso acartonado seguem as seguintes fases: · FASE 1: Iniciam com a fixação das guias de perfil metálico junto ao piso. · FASE 2: Faz-se a fixação dos perfis verticais. Após a fixação dos perfis pode ser colocada toda a parte de instalações elétricas e hidráulicas. Se for necessário, nessa fase, também se faz o isolamento termoacústico, com lã de vidro ou rocha. · FASE 3: Em seguida, as placas de gesso são fixadas na estrutura metálica através de parafusos especiais. · FASE 4: É feito, então, a fixação que é um tratamento nas juntas entre as placas, que pode ser realizado com aplicaçãode uma massa e uma fita adequada. A figura a seguir apresenta essa fase em que as placas já foram fixadas e receberam o tratamento nas juntas. · FASE 5: Após a instalação da parede pode ser iniciado o acabamento com massa corrida e tinta Taipa de pilão: Por definição, podemos dizer que a alvenaria de taipa de pilão é constituída por blocos de terra apiloada. Ou seja, ela é socada em formas de madeira, que são retiradas quando a terra está seca. Para ter a rigidez necessária, requer uma espessura de 60 cm. Historicamente, a alvenaria de taipa de pilão foi importante nas construções do Brasil, pois predominou, no nosso território, desde os primórdios da colonização até o século XIX, quando ainda era o principal material aplicado nas alvenarias de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Paraná e São Paulo. A figura, a seguir, apresenta essas duas fases de execução dessa alvenaria: a o uso do pilão e a retirada das fôrmas. Pau a pique: Essa alvenaria utiliza gradeados de varas de madeiras preenchidos com barro e é muito aplicada em construções no Nordeste do Brasil. As travessas são armadas com bambus, que se sobrepõem horizontalmente, aproximadamente a cada 15 cm. Eles são amarrados com cipós aos esteios verticais, feitos com bambu inteiro. Nas imagens, a seguir, você pode ver como é realizado o fechamento das paredes com barro aplicado com as mãos e uma edificação já pronta com o uso dessa alvenaria. Alvenaria de adobe: Esse tipo de alvenaria pode ser classificada como bioarquitetura, pois utiliza terra crua, água e fibras, sendo um material natural feito com os recursos locais disponíveis e não são queimados no forno. A produção dessa alvenaria tem baixa demanda energética, pois, muitas vezes, seu material é obtido no próprio terreno da obra (PET ENG CIVIL UFSC, 2016). A figura, abaixo, apresenta uma alvenaria de adobe já pronta. Veja, ainda, a produção do adobe na fase de forma e na fase de secagem ao ar livre: Antes de continuar, responda às questões a seguir. 1. Alvenarias de vedação são aquelas destinadas a compartimentar espaços, preenchendo os vãos de estruturas de concreto armado, aço ou outras estruturas. O tipo mais comum de alvenaria é aquele composto por blocos de cerâmica vazados, assentados com argamassa. As juntas entre as paredes de alvenaria e os elementos estruturais do edifício devem ser estudadas para evitar problemas de movimentação diferencial ao longo da utilização. Com relação à ligação entre os pilares e a alvenaria, qual a alternativa correta? a) A junta pode ser feita com a utilização de tela metálica. b) A dimensão do pano de alvenaria não influencia no desempenho do sistema. c) A definição da fixação independe da flexibilidade da estrutura. d) Caso o pilar seja metálico, é ideal a utilização de junta rígida. e) A fixação independe da resistência do bloco. 2. No processo executivo de alvenarias, as vergas e contravergas têm papel importante no combate às trincas. Segundo a NBR 8545/1984 Execução de alvenaria sem função estrutural de tijolos e blocos cerâmicos Procedimentos, as vergas e contravergas devem atender aos seguintes requisitos: a) Exceder a largura do vão de pelo menos 20 cm de cada lado e ter no mínimo 15 cm de altura. b) Exceder a largura do vão de pelo menos 20 cm de cada lado e ter no mínimo 10 cm de altura. c) Exceder a largura do vão de pelo menos 10 cm de cada lado e ter no mínimo 15 cm de altura. d) Exceder a largura do vão de pelo menos 10 cm de cada lado e ter no mínimo 5 cm de altura. e) Exceder a largura do vão de pelo menos 10 cm de cada lado e ter no mínimo 5 cm de altura. Existem alguns termos relacionados à alvenaria que é importante que você saiba! · Escantilhão; é uma régua de madeira ou metálica de comprimento igual ao pé-direito, com dispositivos que permitem a graduação das fiadas nas alturas desejadas. Os escantilhões, se bem utilizados (pessoal treinado) podem promover grandes ganhos em termos de produtividade e de qualidade (prumos e níveis). · Estuque; tipo de alvenaria artesanal que utiliza argamassa mista ou gesso sobre telas de arame ou ripas finas de madeira. · Ferros-cabelo; são armaduras fixadas nos pilares e que se estendem nas fiadas da alvenaria. · Fresador ou frisador; ferramenta manual utilizada para dar acabamento nas juntas em alvenaria aparente. · Graute; tipo de concreto com agregados em dimensão reduzida (areia e pedrisco) utilizado para preencher o vazio das peças armadas (blocos e tijolos) na alvenaria estrutural. Na composição de graute, pode-se usar cal hidratada (10% do volume do cimento). · Prumada; é o alinhamento vertical da alvenaria, termo empregado pelo pessoal de obra para designar a necessidade de fazer ou verificar o alinhamento utilizando o prumo de pedreiro Atividade - Chegou a hora de exercitar o que você aprendeu! Pesquise sobre 3 tipos de alvenarias e descreva seu método executivo, destacando as vantagens com relação ao tempo de execução e custo. GABARITO Alvenaria de concreto A alvenaria estrutural possui as mesmas funções daquela de vedação, porém desempenha ainda a função estrutural na obra. Ela garante a segurança da construção sem o uso de estruturas armadas com ferro e aço, e substitui as vigas e os pilares com os próprios blocos de concreto, que possuem resistência elevada e são capazes de suportar além do seu peso. Os blocos devem atender à resistência necessária para suportar o peso da obra, já que possuem a função de estrutura. A resistência da argamassa também deve ser avaliada de acordo com cada tipo. O uso do bloco de concreto, na alvenaria estrutural, é mais eficaz em relação ao uso do tijolo, pois tais blocos permitem a coordenação modular do projeto. Alvenaria de pedra A pedra utilizada na construção de alvenarias deverá apresentar as seguintes características: · resistência mecânica à compressão, a qual é sobretudo exercida pela ação de cargas, como o peso das paredes, dos pisos e das coberturas; · resistência mecânica a ações externas à construção (sismos, vibrações etc.); · resistência ao desgaste. Prende-se, sobretudo com a ação dos agentes climatéricos e atmosféricos (vento, chuva, temperatura, gelo, poluição); · resistência à ação do fogo; · trabalhabilidade; · compatibilidade com a função que deve exercer; · compatibilidade com o material que lhe vai estar adjacente; · ser de bom leito, sem fendas ou lesins, bem limpa de terra ou de quaisquer outros corpos estranhos. Alvenaria de tijolo de concreto com uso de sisal Os estudos sobre a viabilidade de uso da fibra de sisal, em blocos de concreto, constam na pesquisa Uso de fibra natural de sisal em blocos de concreto para alvenaria estrutural. A dissertação foi orientada pelo professor Marcio Antonio Ramalho, do Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC. O sisal possibilita à parede mais ductilidade, isto é, ganho na capacidade de deformação sob a ação de cargas, que permite a antecipação de reformas e a percepção da possibilidade de um desabamento. (Tecnologia da Construção) Aula 8 – Concretagem Etapas da concretagem: A etapa de concretagem tem início na definição do tipo de concreto que se precisa obter e do valor de resistência que o concreto deverá ter. Após essas definições, precisa ser definido como será realizada essa mistura, que pode acontecer das seguintes maneiras: A partir dessa definição, cada tipo de concretagem segue um processo específico que veremos adiante. Concreto realizado in loco: O concreto feito in loco, ou na obra, é indicado para concretagem de pequenas peças ou pequenas edificações. Com essa opção, a mistura pode ser feita de forma manual ou mecânica. Para a mistura de forma manual, o concreto deve ser preparado sobre uma superfície rígida, limpa e impermeável (pode ser um piso de chapa de madeira ou cimentado). A seguir, você pode visualizar essa sequência de forma ilustrativa. Já quando se faz a opção pelo uso mecânico para a mistura, temos o uso da betoneira fixa. A sequência da colocação dos materiais é (AZEVEDO, 2001): 1. Com a betoneira já em funcionamento, coloca-sebrita e metade da água; 2. Coloca-se cimento; 3. Coloca-se areia; 4. Coloca-se o restante da água com aditivos. Com relação ao tempo da mistura temos a seguinte sugestão apresentada no Quadro 1(AZEVEDO, 2001): Concreto dosado na central (usinado): Concreto usinado ou pré-misturado é um concreto pronto, que pode ser comprado ao invés de ser feito na obra. É fornecido por empresas especializadas, também chamadas centrais ou usinas de concreto, daí o nome concreto usinado. Este tipo de concreto é indicado nos casos em que o volume é grande ou não há espaço ou pessoal suficiente para fazer o concreto na obra. É uma ótima opção, pois o concreto usinado tem mais controle e oferece mais segurança do que o feito na obra. O importante é a atenção no recebimento desse concreto na obra. Ao estacionarem os caminhões bomba e a betoneira em uma obra, devem ser realizados procedimentos para garantir que o concreto utilizado esteja de acordo com o encomendado à empresa fabricante e com o especificado no projeto. Esta verificação é normatizada pela NBR 12.655 Norma de Preparo de Controle e Recebimento do Concreto. Dessa forma, é necessário seguir os passos abaixo: .. Em casos em que se torna necessário interromper a concretagem, áreas de ligação vão existir. Importante perceber, no plano de concretagem, como serão tratadas as ligações entre o concreto novo ao já endurecido. De acordo com a NBR 14531, é necessário remover toda a nata de cimento por jateamento de abrasivo ou por apicoamento, com posterior lavagem, deixando a brita aparente para o lançamento do concreto novo. Controle tecnológico do concreto: No recebimento de concreto dosado em central, após a verificação da documentação e a confirmação das características indicadas no projeto, iniciam-se os ensaios de recebimento. Deve-se retirar uma amostra para moldagem de corpos-de-prova após o descarregamento de pelo menos 15% do volume do caminhão e antes do descarregamento de 85% do volume total. A retirada de amostra para o controle tecnológico de concreto bombeado se efetua na descarga da bomba. Para conhecer os ensaios de recebimento, clique no botão a seguir: 1. Amostragem do concreto fresco conforme NBR NM 33: 1998; 2. Medida da consistência do concreto fresco pelo ensaio de abatimento – slump test, conforme NBR NM 67; 3. Moldagem de corpos de prova conforme NBR 5738:2003; 4. Determinação de ar incorporado e da massa específica no estado fresco, conforme NBR 9833. Atenção: Importante ressaltar que, no recebimento, serão feitos corpos de prova para a realização do ensaio de resistência à compressão. No recebimento, o ensaio que dá um resultado rápido é o slump test que verifica a trabalhabilidade do concreto. A Figura 2 apresenta as etapas do ensaio, observe: · O cone de prova deve ser preenchido em 3 camadas, cada camada deve ser adensada com 25 golpes. · Após esse preenchimento, na última camada, deve-se se retirar o excesso. Em seguida, o molde deve ser retirado cuidadosamente em um período de tempo entre 5 a 10 segundos. · Colocar o molde ao lado da amostra, apoiar sobre este, em direção à amostra, a haste de socamento. Medir a distância entre a amostra e a haste. Estas operações devem ser executadas sem interrupção e em um período de tempo não superior a 2min e 30s. Atenção: Uma observação importante é que o concreto feito in loco também deve ter esse controle de trabalhabilidade feito com o slump test. Para o concreto preparado pelo executante da obra, devem ser realizados ensaios de consistência (slump test) nos seguintes momentos: · Sempre que houver alteração na umidade dos agregados; · Na primeira amassada do dia; · Ao reiniciar o preparo após interrupção de pelo menos 2h; · Na troca de operadores; · Cada vez que forem moldados corpos de prova. Vamos fazer um exercício! 1. Você já sabe que o controle tecnológico do concreto é realizado para garantir a segurança quanto ao resultado da construção estrutural que utiliza o concreto como um dos materiais principais. Tal controle consiste em um conjunto de atividades que devem ser acompanhadas pelos responsáveis pela construção e devem obedecer a alguns procedimentos essenciais. Com relação a esse assunto, assinale a opção correta. a) A análise dos componentes do concreto que chega à obra é feita na primeira remessa do fornecedor, e os resultados dessa análise são utilizados durante toda a execução da obra. b) A verificação da posição das armaduras não é função integrante do controle tecnológico do concreto. c) Logo após a mistura do concreto e antes da colocação nas formas, é feito o teste para verificação da consistência do concreto, podendo ser empregado o abatimento do tronco de cone. d) Os corpos de prova, para a execução do ensaio de resistência do concreto à compressão, devem ser prismáticos e com todas as faces opostas paralelas para a execução do ensaio de flexão. e) A resistência característica de um concreto é considerada como o menor valor encontrado nos ensaios com os corpos de prova moldados na obra. Check list da concretagem: Antes de iniciar a concretagem alguns itens devem estar adequados e conferidos para o seu recebimento. E, depois de realizada a concretagem, também deverá ser feito um acompanhamento durante o período de cura. O quadro, abaixo, apresenta 5 fases (antes e depois da concretagem) que devem ser acompanhadas. E cada uma delas será comentada a seguir. Veja, a seguir, cada uma das fases de conferência da concretagem com mais detalhe. · FORMAS E ESCORAMENTO: Deve ser feita uma conferência com relação à geometria das formas. Elas devem ser limpas, devem ter recebido a aplicação do desmoldante, devem estar molhadas e estanques. Lembrando que podem ser de qualquer tipo de material, entre eles: madeira, metal, plástico ou até papelão. E verificar se o escoramento está adequado para suportar o peso do material. A figura, a seguir, apresenta formas de pilares e seu escoramento. · ARMADURAS: Elas devem estar livres de resíduos; a espessura do cobrimento deve ser verificada; as bitolas, a quantidade das barras e seu posicionamento na forma devem ser verificados. E verificar se estão devidamente amarradas. A figura, abaixo, apresenta a colocação de um espaçador na armação. Esse espaçador garante a camada de cobrimento e a fixação dessa armação no interior da forma. · LANÇAMENTO: A figura, abaixo, apresenta o lançamento de um concreto bombeado, onde o diâmetro do agregado não deve ser maior que 1/3 do diâmetro do tubo, e o concreto deve ter slump de 8 a 10cm com, no mínimo, 60% de argamassa. O concreto desloca-se dentro da tubulação de forma constante, devendo haver uma película lubrificante entre a tubulação e a massa, que é obtida introduzindo-se, na tubulação, uma nata de cimento antes do início da concretagem. A fase de lançamento é importante para garantir que a peça seja completamente preenchida, por isso o tamanho máximo do agregado graúdo deve ser inferior ao espaçamento mínimo entre as armações, para garantir que o agregado não fique agarrado na armação, formando ninhos de vazios no interior da peça. Para o lançamento, devem-se evitar camadas não superiores a 50cm e a altura de lançamento acima de 2m ou acima de um pé-direito. · ADENSAMENTO: O objetivo do adensamento do concreto é eliminar o ar aprisionado durante as etapas de amassamento, transporte e lançamento, aumentando sua compacidade. Isso é muito importante, pois irá reduzir os vazios e a porosidade do concreto. A redução desses vazios é importante, uma vez que é através dela que evitamos o problema da exsudação. A exsudação do concreto acontece no seu estado fresco e é quando a água da mistura sobe à superfície através desses vazios. Quando essa água sobe à superfície ela leva consigo o aglomerante, e se deposita na superfície. Com o endurecimento, essa superfície ficará com microfissuras e a peça de concreto terá alteração na sua resistência final em virtude da porosidade e da falha na mistura. A operação de adensamento é um processo que induz a aproximação das partículas sólidas da massa de concreto,reduzindo seus vazios, podendo ser feita por apiloamento manual, vibração interna, vibração externa, centrifugação, por ação de vácuo ou pela combinação desses métodos. · CURA: Segundo Cunha (2016), a cura do concreto é uma operação que pretende evitar a retração hidráulica e garantir a continuidade das reações de hidratação do cimento, nas primeiras idades do concreto, quando sua resistência ainda é pequena. Lembrando que as reações químicas que ocorrem no concreto são exotérmicas, liberando calor. Ainda conforme Cunha (2016), para promover a cura úmida seguem algumas orientações: Umedecer, no mínimo, a cada 3 dias: · por aspersão contínua de água; · ou por lâmina d’água estática; · ou com a cura química (com película de cura). Vamos fazer um exercício! 2. Na execução de trabalhos de concreto armado, deverão ser tomadas algumas precauções para que a estrutura não seja prejudicada no que diz respeito à sua resistência e aparência externa. Acerca dessas precauções, assinale a opção correta. a) As formas para concreto armado devem ser construídas de madeira ou compensado, de modo a não apresentar qualquer deformação durante o seu uso. b) As formas de madeira para concreto devem receber, antes do uso, uma mão de pintura à base de água, para evitar que absorvam a água da massa de concreto. c) Antes do lançamento do concreto, as formas devem estar perfeitamente secas e livres de qualquer tipo de sujeira ou poeira. d) As formas devem ser limpas, devem ter recebido a aplicação do desmoldante, devem estar molhadas e estanques. e) O prazo mínimo para a retirada das formas de concreto depende, exclusivamente, do tipo de cimento utilizado na massa do concreto. 3. Durante a concretagem de uma laje, o lançamento do concreto teve de ser interrompido por problemas no equipamento de bombeamento. Na retomada do trabalho para sua conclusão, após 5 dias de interrupção, para que haja uma perfeita aderência entre a superfície já concretada e aquela a ser executada, uma etapa necessária a ser realizada é: a) interpor as superfícies a serem ligadas com uma camada de argamassa de areia, cimento e gesso para garantir plasticidade e resistência menores do que aquela do concreto a ser lançado. b) remover toda a nata de cimento por jateamento de abrasivo ou por apicoamento, com posterior lavagem, deixando a brita aparente para o lançamento do concreto. c) interromper a concretagem, no ponto médio do vão de locação das paredes e entre apoios, cuja interface será retomada com corte vertical realizado por meio de serra mármore. d) pintar a região interrompida com resina epóxi flexível, para permitir o perfeito assentamento do concreto a ser lançado com a superfície vitrificada, resultante da cura da camada anterior. e) aspergir com gel catalizador a superfície curada do concreto, que deverá ser coberta com uma camada fina de areia média lavada, que servirá de ancoragem para a nova concretagem. Plano de concretagem: O plano de concretagem deve ser elaborado a partir do volume a ser concretado e da capacidade de produção do equipamento disponível. Se houver mais de uma etapa de concretagem, a interrupção deverá ser procedida de maneira que sempre as peças sejam completadas, evitando-se áreas de ligação entre o concreto endurecido e o concreto novo. De acordo com Cunha (2016): 1. Deve-se priorizar ou reservar unicamente para a concretagem os equipamentos necessários ao transporte do concreto; 2. Deve-se estabelecer um plano alternativo caso venha a ocorrer falta de energia ou falha mecânica dos equipamentos; 3. Devem-se considerar questões de segurança do trabalho, protegendo convenientemente áreas de concretagem em pavimentos altos etc. Atividade - Chegou a hora de exercitar o que você aprendeu! Nesta atividade, após a leitura do conteúdo, você deverá pesquisar sobre os ensaios realizados no recebimento do concreto usinado e elaborar um roteiro para o procedimento desses ensaios. São eles: · Amostragem do concreto fresco conforme NBR NM 33: 1998; · Medida da consistência do concreto fresco pelo ensaio de abatimento – slump test, conforme NBR NM 67; · Moldagem de corpos de prova conforme NBR 5738:2003; · Determinação de ar incorporado e da massa específica no estado fresco, conforme NBR 9833. Gabarito Amostragem do concreto fresco: Condições gerais: · As amostras devem ser obtidas aleatoriamente, logo após terem sido completadas a adição e a homogeneização de todos os componentes do concreto, principalmente após a incorporação total da água de mistura; · O tempo decorrido entre a obtenção da primeira e da última porção de uma amostra composta será o menor possível, não devendo, em nenhum caso, ser superior a 15min. · Volume da amostra: deve ser pelo menos 1,5 vez a quantidade necessária para a realização dos ensaios. Para ensaios de resistência à compressão, a amostra mínima será de 30 L. Medida da consistência do concreto fresco pelo ensaio de abatimento: · Moldagem de corpos de prova conforme NBR 5738:2003: Moldagem do corpo de prova Colocar o concreto dentro do molde com uma concha, obedecendo à regra estabelecida (corpo de prova com diâmetro de 100mm – 2 camadas de concreto; corpo de prova com diâmetro de 150mm – 3 camadas de concreto) A seguir, executar o adensamento com haste de diâmetro 16±0,2mm e comprimento de 600 a 800mm, aplicando 12 golpes por camada no concreto (para o caso de 2 camadas) e 25 golpes (para o caso de 3 camadas). Os golpes devem ser distribuídos uniformemente na seção transversal do molde. Durante a compactação de uma camada, deve-se ter cuidado para que a haste não penetre na camada já adensada, nem que a mesma atinja o fundo ou nas laterais do molde. A última camada deve ser executada com uma quantidade maior de concreto, para que ela preencha todo o molde e permita que se faça o arrasamento com uma pá de pedreiro ou com a própria haste. Após o arrasamento, efetuar a identificação do corpo de prova.Se a moldagem não for executada no local do armazenamento, garantir que ao transportar o corpo de prova este não sofra trepidações, golpes, inclinações ou qualquer outro movimento que possa modificar as características do concreto. · Determinação de ar incorporado e da massa específica no estado fresco, conforme NBR 9833: A massa específica é determinada pela relação entre a massa de concreto e o seu volume após adensamento, incluindo, neste volume, o ar eventualmente retido ou propositadamente incorporado a ele. O teor de ar é calculado pela diferença entre o volume real de concreto (volume considerando ar) e o volume teórico (sem considerar o ar e calculado com base nas massas específicas dos componentes), expresso em porcentagem do volume real. A precisão do valor obtido irá depender da precisão dos valores de massa específica dos componentes. (Tecnologia da Construção) Aula 9 – Atividades de acabamento Escolha dos materiais: A escolha do material de acabamento envolve uma série de fatores que visam à durabilidade da obra, a facilidade de manutenção, a ambiência e a estética. Conforme Paes (2016) alguns desses fatores são: · Duráveis: oferecem vida longa, se comparados a outras opções da categoria; · Salubres: não provocam emissões tóxicas ou poluentes na edificação; · Produzidos com material reciclado: são manufaturados com a utilização de resíduos sólidos recuperados, tanto durante o processo de manufatura (pré-consumo) quanto após o consumo (pós-consumo); · Recicláveis: podem ser coletados, separados ou recuperados de resíduos sólidos para reuso em manufatura ou montagem de outro produto; · Reutilizados: são aqueles que tenham sido reaproveitados e utilizados com propósito similar, não processados ou remanufaturados para outro uso; · Reutilizáveis: podem ser reaproveitados e utilizados com propósito similar, não processados ou remanufaturados para outro uso; · Produzidos responsavelmente: extraídos, cultivados ou manufaturados de uma forma ambientalmente amigável (inclui produtos de madeira certificada); · Ambientalmente benignos: introduzem nenhuma ou pouca quantidade de poluentesao ecossistema natural (inclui proteção à camada de ozônio e materiais atóxicos); · De baixo conteúdo energético: não requerem significante quantidade de energia para serem produzidos ou transportados (inclui localização da manufatura e da extração dentre as opções de produtos pertencentes a uma mesma categoria); · Produzidos com matéria-prima rapidamente renovável: são manufaturados com a utilização de matérias-primas cultiváveis que possam ser repostas em espaço de tempo relativamente curto; · Produzidos com subprodutos industriais: são resultantes de processos industriais; · Comercializados de forma ambientalmente responsável: produtos que estejam disponíveis com utilização mínima de embalagem e que estas sejam recicláveis ou reutilizáveis, preferencialmente produzidos a, no máximo, 800 km de distância para que seja reduzido o custo com o transporte. Revestimento de Parede: Os revestimentos de paredes podem ser variados e escolhidos em função do tipo de ambiente, da atividade a que deverá atender e das intempéries a que essa parede está exposta. Dentre os mais utilizados, podemos destacar: azulejos, pastilhas, laminados, lambri, pedras, mármore, granito. Vamos conhecer alguns desses revestimentos. · Azulejos- Com relação a azulejos, hoje em dia, existem diferentes tipos disponíveis no mercado, porém com relação à execução, se as placas não forem bem assentadas, inclusive respeitando o padrão do desenho, a fixação ficará severamente comprometida. · Pintura- Com relação à pintura, os cuidados começam desde a fase de alvenaria. É ela que será a base para a aplicação da pintura. Podemos definir a pintura como sendo uma camada de recobrimento de uma superfície, com função protetora (AZEVEDO, 2011). Além desse papel de proteção, a pintura também exerce uma função decorativa e pode ser obtida pela aplicação de tintas e vernizes, através de técnicas específicas. Na construção civil, a pintura é uma camada de acabamento na forma de película aderente e de espessura total = 1,0 mm, que chamamos de demão. A figura, a seguir, apresenta o que se foi explicado. Saiba mais: O que chamamos de estrato de fundo é o emboço, em cima do emboço é feita uma camada de massa corrida para nivelar a superfície e, por último, a camada de tinta. · Pastilhas: Sobre a colocação de pastilhas, podem ser chamadas de microazulejos. Entre as mais comuns estão: · As pastilhas de porcelana (também chamadas de cerâmica grês); · A pastilha vidrada; · A pastilha esmaltada; · A de porcelana vitrificada, sendo que esta última pode ser brilhante ou fosca. As pastilhas são muito utilizadas para serem instaladas em fachadas de prédios e também em locais sujeitos à umidade e água, como banheiros, cozinhas, piscinas de hidromassagem. A figura, abaixo, apresenta um exemplo de pastilha colocada em parede de banheiro. Repare que, para a colocação, deve ser utilizada argamassa para assentamento na cor branca para que, assim, fique com o acabamento pronto. Saiba mais: Muitos profissionais utilizam as pastilhas também como decoração e criação de painéis e mosaicos (as pastilhas são um excelente material para isso). Além de ser um tipo de revestimento funcional, é possível criar painéis formando texturas, permitindo composições com cores contrastantes ou em degrade. · Fórmica: Outro revestimento para paredes é a fórmica. Na verdade, é marca de um dos maiores fabricantes; o produto é laminado, sendo fabricado e comercializado em grandes chapas, com mais de uma espessura e resistência. São encontradas inúmeras opções de cores lisas e também com texturas ou padrões, imitando vários tipos de madeira ou até granitos e mármores. Pode ser aplicado em paredes internas da casa, geralmente em banheiros, cozinhas e áreas de serviço. Os laminados também são utilizados em bancadas de pias de banheiro e até de cozinhas, sendo aqueles, para tais aplicações específicas, mais resistentes, conforme mostrado na figura ao lado. Tem sido muito utilizado como uma alternativa econômica para bancadas de hotéis e apart-hotéis, geralmente simulando mármore ou granito. A vantagem da fórmica é o menor custo, pois não tem necessidade de acabamentos e a mão de obra é simples. · Lambris: Lambris de réguas de madeira podem vir sem acabamento ou prontos para instalação, sem necessidade de acabamentos posteriores, já pintados ou envernizados. A figura ao lado apresenta um exemplo de lambri envernizado. De um modo geral, lambris de chapas prensadas têm diferentes espessuras, e já vem com acabamento. - · Pedras: O acabamento com pedras decorativas pode ser em ardósia, mármore ou granito, e deve ser aplicado sobre as paredes previamente chapiscadas, e tendo sido impermeabilizadas, isto porque, a pedras retêm umidade. Ainda sobre a colocação, as pedras podem ser dispostas com a chamada junta seca (sem aparecer cimento entre as juntas, estando cada pedra encostada em outra), ou com junta requadrada. Neste último caso, a colocação é feita com cimento aparecendo entre as juntas. · Pisos: A etapa de colocação de piso cerâmico começa na preparação do contrapiso, base que irá receber o acabamento cerâmico. Caso o contrapiso fique poroso, ou feito com um traço inadequado para receber a cola, na qual serão assentadas as placas, pode acontecer de, no futuro, as placas se soltarem. A figura, ao lado, apresenta a execução de um contrapiso. Além do cuidado com a base, deve-se ter atenção na escolha do tipo de cerâmica que será usado no piso. Essa escolha pode ser baseada no PEI (Porcelain Enamel Institute) que é a sigla representando o nome do instituto que regulamentou as normas para a classificação da resistência à abrasão superficial. A abrasão superficial significa o desgaste da superfície da placa cerâmica decorrente da utilização. Isso ocorre devido ao atrito dos calçados com partículas de sujeira abrasivas como areia, pequenas pedras, terra, quartzo etc... Sobre a superfície da cerâmica, acarretando desgaste do esmalte do mesmo ou, em casos de porcelanato polido, provocando riscos. O quadro, a seguir, apresenta uma relação entre a classificação do PEI e sua utilização. Veja: O porcelanato é um produto cerâmico obtido através de matérias-primas de grande pureza submetidas a um tratamento térmico superior a 1200°C. Ele é compacto, homogêneo, denso e totalmente vitrificado. As grandes vantagens do porcelanato são: · Possuem altíssima resistência à abrasão, ao gelo, a ácidos e álcalis (com exceção do ácido fluorídrico e seus derivados — somente os produtos na versão natural são considerados antiácido); · Possuem alta durabilidade quando comparado às pedras naturais, e outros tipos de cerâmica; · São totalmente impermeáveis (ELIANE, 2016). Os pisos de alta resistência caracterizam-se pela elevada resistência à abrasão. Eles podem ser: · TIPO INDUSTRIAL: Composto somente de quartzo de 7 a 10mm de espessura. Usado em escolas e hospitais. · TIPO PESADO: Composto de quartzo e carborundum de 10 a 15mm de espessura. Usado em locais de muito trânsito, como estações de transporte público e escadarias. · TIPO SUPERPESADO: Composto de quartzo, carborundum e agregados metálicos de 12 a 20mm de espessura. Adequado em locais de trânsito de cargas muito pesadas, onde se requer, entre outros, o uso de carrinhos com rodas metálicas. Dessa forma, podemos estabelecer alguns cuidados antes da colocação de piso cerâmico (AZEVEDO, 2011): · Verificar se a superfície não está irregular, com poças ou ondulações. · Todas as superfícies devem estar limpas, secas, livre de óleos ou tintas. · De acordo com o ambiente e o tipo de cerâmica, definir o tipo de argamassa a ser utilizada. · Verificar, em projeto, a paginação do piso e o ponto de início de aplicação. · Não é necessário molhar a cerâmica. É importante que, para a aplicação da cerâmica, o contrapiso tenha sido executado há uma semana, no mínimo. Em seguida, deve-se seguir os passos abaixo: -- A imagem a seguir mostra um exemplo de cordões de sulcos paralelos. A cada peça deve haver uma junta de assentamento mínima de 1,5mm. A função da junta de assentamentoé (ELIANE, 2016): .... As juntas de dilatação possuem a função de permitir que o sistema (base de concreto/regularização/argamassa/cerâmica) possa se dilatar sem sofrer destacamento ou rachaduras na cerâmica e no substrato. Essas juntas devem ser projetadas no perímetro da área revestida, onde há mudanças de materiais, no encontro de colunas e de pisos com azulejos. Elas devem ter 10 milímetros de largura, devem cortar a regularização ou emboço e ser preenchidas com materiais flexíveis, como os mastiques à base de poliuretano. Saiba mais: Na vedação, utilizam-se produtos à base de elastômeros. Conforme as NBRs 13753, 13754 e 13755, devem-se confeccionar estas juntas a cada 32m2 em áreas internas, nas áreas externas são a cada 20m2 e, nas fachadas, a cada 12m2 (ELIANE, 2016). Essa junta de dilatação é profunda e diferente da junta de assentamento que colocamos entre as placas cerâmicas, que são apenas entre as placas. Ao longo do tempo, algumas patologias podem aparecer. Podemos citar a gretagem e a expansão por umidade. Gretagem: É o aparecimento de pequenas trincas na superfície dos revestimentos cerâmicos esmaltados. Isto acontece devido ao desacordo de dilatação entre esmalte e base. Entretanto, não causa nenhum problema de assentamento, como descolamentos, trincas estruturais etc., apenas altera o efeito estético das peças (ELIANE, 2016). Expansão por umidade (EPU): É o aumento das dimensões do corpo cerâmico devido à absorção de água. Esta característica tem grande influência na vida útil dos materiais cerâmicos, visto que elevados valores de expansão facilitam o desprendimento da cerâmica em relação à argamassa (ELIANE, 2016). Atividade - Vamos exercitar os conhecimentos construídos por você! Especifique o tipo de piso cerâmico utilizado em uma residência de 2 quartos, 1 suíte, 1 banheiro social, 1 cozinha com área de serviço e varanda. GABARITO Para os quartos: facilidade de manutenção e limpeza, resistência às manchas (4 ou 5), resistência ao ataque químico residencial e carga de ruptura > 800N. A resistência à abrasão varia de PEI 4 a 1, dependendo do cômodo da residência. Em caso de uso externo, aconselha-se possuir PEI 4, ser antiderrapante, ter facilidade de limpeza, e carga de ruptura > 1000N. Para as áreas molhadas: os fatores referentes à umidade e ao contato com água são de grande influência quando se considera o revestimento cerâmico, e diferencia as exigências para uso em local seco ou úmido. Sendo o uso em ambientes secos, as variáveis: se é piso ou parede; e principalmente, se é residencial, público, industrial ou especial são as determinantes das características. Contudo deve haver preocupação com a absorção de água e expansão por umidade, mas como o contato com a água acontece esporadicamente, não há necessidade de grandes exigências quanto a esse parâmetro, se considerar apenas esse fator. Em ambientes molhados/úmidos, o contato frequente com a água ou umidade exige do revestimento pelo menos três características principais: um baixo índice de absorção da água, mínima expansão por umidade e o ensaio antigretagem. Ainda deve-se observar com mais cuidado a resistência à manchas e ao ataque químico, pois locais úmidos, em geral, estão mais propensos a ter contato com agentes agressivos. 1. Os pisos de alta resistência caracterizam-se pela elevada resistência à abrasão: tipo industrial — composto somente de quartzo de 7mm a 10mm de espessura; tipo pesado — composto de quartzo e carborundum de 10mm a 15mm de espessura; tipo superpesado — composto de quartzo, carborundum e agregados metálicos de 12mm a 20mm de espessura. Para se evitar trincas indesejáveis, nos pisos e contrapisos, recomendam-se as juntas com perfil plástico tipo I no acabamento. Considerando as características de cada tipo de piso de alta resistência, assinale a opção correta. a) No pavimento térreo de um galpão industrial, onde há transporte de carga pesada, deve-se instalar um piso com 25mm de espessura, armado com malha de 15cm × 15cm de ferro 8mm (5/16"). Com esse procedimento, consegue-se obter um piso de alta resistência. b) Considere que, em um galpão, o piso foi concretado com a adição de quartzo, carborundum e agregados metálicos. Nesse caso, com esse procedimento, consegue-se obter um piso resistente destinado a locais onde se movimentam cargas pesadas e concentradas. c) O piso tipo industrial é usado em escolas, hospitais; o piso tipo pesado, em locais de muito trânsito, como estações, escadarias; e o superpesado é adequado em locais de trânsito de cargas muito pesadas, onde se requer, entre outros, o uso de carrinhos com rodas metálicas. d) Ao se fazer o projeto de um galpão com piso de alta resistência, são indicadas juntas plásticas em uma modulação quadrada de 1,25m × 1,25m, com a finalidade de evitar as trincas decorrentes da dilatação. 2. A variada gama de revestimentos de piso disponível, no mercado, exige atenção no momento da especificação pelo projetista. O revestimento deve ser adequado às condições de utilização e manutenção a que será submetido. Também se deve considerar a questão estética e os custos para implantação. Com relação à escolha do revestimento, é correto afirmar: a) Pisos cerâmicos do tipo PEI 1 são indicados para área com grande movimentação de pessoas e veículos. b) Pisos vinílicos são recomendados apenas para uso interno, pois perdem a cor com a exposição ao Sol e não resistem à chuva e água, que provocam o seu descolamento. c) Os revestimentos cerâmicos do tipo porcelanato esmaltado têm índice de absorção de água superior a 0,5%. d) Revestimentos de madeira do tipo tacos ou parquetes são do tipo flutuante (assentados sobre manta plástica). 3. Pisos cerâmicos podem ser assentados com argamassa de cimento e areia. Para prevenir a ocorrência de problemas, é recomendável: a) O emprego de argamassas mais rígidas, com mais teores de cimento, garantindo mais aderência ao piso cerâmico. b) O assentamento com observação de folgas, de 1 a 3mm, entre as peças cerâmicas, em função da localização, interna ou externa, do piso. c) A adoção de juntas de movimentação longitudinais e/ou transversais, para os pisos internos com área igual ou superior a 50m². d) A cada peça deve haver uma junta mínima de 1,5mm. (Tecnologia da Construção) Aula 10 – Atividades de acabamento Geração de resíduos na construção civil: Quando se pensa em uma edificação sustentável, deve-se considerar o ciclo de vida em todos os níveis, ou seja, deve-se pensar no escopo e solucionar os impactos ambientais que a obra vai ocasionar, como movimento de terra, resíduos da construção, emissão de carbono, resíduos gerados pelos moradores e, assim, buscar a eficiência na utilização de todos os recursos. Por isso, devemos pensar na cadeia como um todo desde a geração da matéria-prima, a execução da obra em si e a manutenção dessa edificação. Isso é apresentado na figura a seguir. Vamos destacar alguns pontos desse ciclo. Veja: · Na Cadeia a Montante, isto é, a parte que trata da produção da matéria-prima, destacamos a siderurgia (que produz toda a parte metálica, as armações de concreto armado ou estrutura metálica), que possui uma produção de impacto ambiental desde a extração dos minerais e grandes emissões de CO2 durante sua produção. · É importante ter atenção, também, na extração de agregados (areia e brita) que contamina o lençol freático e o perfil do terreno. E a produção do cimento também, pois, na fase do clinquer, tem grandes emissões de CO2. · Na Cadeia Principal, vamos observar que é a fase da obra em si. Daí, devemos ter toda a atenção na gestão do resíduo na obra. Nesse caso, o plano de gestão de resíduo irá ajudar. · Na Cadeia a Jusante, colocamos as atividades e os materiais relativos à edificação já pronta: são o mobiliário e as atividades de manutenção. Atenção: Importante ficarmos atentos no que se refere à comercialização e à publicidade, pois, atualmente, uma obra com o certificado de construção sustentável tem um valor agregado e isso pode ser utilizado como algo a mais na hora da comercialização.Na figura, abaixo, podemos observar o ciclo de vida na construção civil com suas entradas e saídas. Podemos observar que: · De entrada, temos a matéria-prima e a energia consumida para a produção; · Na fase de produção, temos a obra em si, dando destaque para o gerenciamento de rejeitos, reciclagem e reuso, pois são ações ligadas a uma obra sustentável; · E, como saída, estão listados os efluentes, as emissões e resíduos. A Resolução do CONAMA 307 é a que classifica e trata da gestão de resíduos da construção civil, além de estabelecer os responsáveis e seus encargos. Vale lembrar que essa Resolução é de 2002 e que, em alguns momentos, ela teve uma atualização de seu conteúdo. Com relação aos responsáveis e suas responsabilidades podemos ter (CONAMA, 2004): · MUNICÍPIOS- Elaborar Plano Integrado de Gerenciamento, que incorpore: · Programa Municipal de Gerenciamento (para geradores de pequenos volumes); · Projetos de Gerenciamento em obra (para aprovação dos empreendimentos dos geradores de grandes volumes). · GERADORES- Elaborar Projetos de Gerenciamento em obra (caracterizando os resíduos e indicando procedimentos para triagem, acondicionamento, transporte e destinação). · FORNECEDORES DE DISPOSITIVOS- No caso da aquisição de bombonas e bags reutilizados, verificar se o fornecedor tem licenças específicas para remover os resíduos dos recipientes, higienizando e tratando adequadamente os efluentes decorrentes da higienização. · EMPRESAS TRANSPORTADORAS- As empresas contratadas para o transporte dos resíduos deverão estar cadastradas nos órgãos municipais competentes e isentas de quaisquer restrições cadastrais. · DESTINATÁRIOS DOS RESÍDUOS- É estabelecida uma classificação: Resíduo Classe A, Classe B, Classe C e Classe D. Especificando o tipo de material para cada um, de acordo com a Resolução atualizada, temos: ... Plano de gestão de resíduos na obra: Essa Resolução 307 do CONAMA também apresenta uma sugestão de Plano de Gestão de Resíduos em uma obra que deve conter as fases de: · Planejamento; · Implantação; · Monitoramento. Quando não se tem um plano de gestão de resíduos e se necessita iniciar um, é importante fazer uma reunião inaugural com a equipe. Reunião Inaugural: Realizada com a presença da direção técnica da construtora, direção das obras envolvidas (incluindo mestres e encarregados administrativos) e responsáveis pelas áreas de Qualidade, Segurança do Trabalho e Suprimentos, a reunião inaugural deve ter os seguintes objetivos: · Apresentação dos impactos ambientais provocados pela ausência do gerenciamento dos resíduos da construção e demolição nas cidades. · Mostrar de que modo as leis e as novas diretrizes estabelecem um novo processo de gerenciamento integrado desses resíduos e quais são suas implicações para o setor da construção civil. · Esclarecer quais serão as implicações no dia a dia das obras decorrentes da implantação de uma metodologia de gerenciamento de resíduos. Após esse levantamento de informações, o planejamento pode ter início. Planejamento: Tem como objetivos: a) Levantamento de informações junto às equipes de obra, identificando a quantidade de funcionários e equipes, a área em construção, o arranjo físico do canteiro de obras (distribuição de espaços, atividades, fluxo de resíduos e materiais e equipamentos de transporte disponíveis), os resíduos predominantes, a empresa contratada para remoção dos resíduos, os locais de destinação dos resíduos utilizados; b) Preparação e apresentação de proposta para aquisição e distribuição de dispositivos de coleta e sinalização do canteiro de obras, considerando as observações feitas por mestres e encarregados; c) Definição dos responsáveis pela coleta dos resíduos nos locais de acondicionamento inicial e transferência para armazenamento final; d) Qualificação dos coletores; e) Definição dos locais para a destinação dos resíduos e cadastramento dos destinatários; f) Elaboração de rotina para o registro da destinação dos resíduos; g) Verificação das possibilidades de reciclagem e aproveitamento dos resíduos, notadamente os de alvenaria, concreto e cerâmicos; h) Prévia caracterização dos resíduos que poderão ser gerados durante a obra com base em memoriais descritivos, orçamentos e projetos. Implantação: Iniciada imediatamente após a aquisição e a distribuição de todos os dispositivos de coleta e respectivos acessórios, por meio do treinamento de todos os operários no canteiro, com ênfase na instrução para o adequado manejo dos resíduos, visando, principalmente, à sua completa triagem. Monitoramento: Avaliar o desempenho da obra, por meio de check-lists e relatórios periódicos, em relação à limpeza, triagem e destinação compromissada dos resíduos. Isso deverá servir como referência para a direção da obra atuar na correção dos desvios observados. Entre as atividades de rotina, em um canteiro de obras, que segue um plano de gestão de resíduos, podemos contar com a triagem. Triagem é o processo de seleção ou separação de algo ou algum elemento de acordo com características padronizadas. Ela será desempenhada no canteiro à medida que as atividades construtivas forem tomando velocidade. O local de triagem é demarcado no canteiro e a distribuição dos resíduos será de acordo com as classificações ditas pela Resolução nº 307. Na figura, a seguir, pode-se ver um exemplo padrão de um sistema de triagem locada em um canteiro. Os benefícios obtidos pela triagem são: · Organização no canteiro de obras. · Identificação dos pontos de desperdício. · Diminuição dos custos relacionados à remoção dos resíduos. · Qualidade dos resíduos e redução dos custos de beneficiamento. · Reutilização ou reciclagem de alguns resíduos para a própria obra. Saiba mais: Reutilização: Uso do material da mesma forma utilizado anteriormente, sem qualquer processamento. (Exemplo: grade metálica retirada de uma edificação e usada em outra obra). No quadro, abaixo, encontra-se a identificação dos resíduos gerados por etapa de uma obra de edifício residencial. Este exemplo deveria ser seguido pelos responsáveis pelas obras de tal maneira a se obter dados estatísticos e indicadores que auxiliem no planejamento da minimização da geração dos resíduos nas construções (LIMA, 2016). Dependendo do tipo de resíduo, diferentes destinos podem ser dados. Observe: · Os resíduos da Classe A, por exemplo, podem ser aproveitados na própria construção. A reciclagem de agregados na obra reduz o consumo de agregados naturais, reduz o volume de resíduos destinados aos aterros e também os custos com transportes. Entretanto, a utilização de agregados reciclados em larga escala não é prática difundida entre os municípios brasileiros. · Os resíduos de tijolos cerâmicos, blocos de concreto, placas cerâmicas de revestimento, de argamassas e de concretos serão encaminhados a uma área de aterro de resíduos da construção civil, sendo dispostos de modo a permitir, posteriormente, a sua utilização ou reciclagem. Saiba mais: A implantação de usinas de reciclagem com produção regular e padrões de qualidade definidos ainda não se transformou em rotina adotada pelas prefeituras, nem pela iniciativa privada. A figura a seguir apresenta um exemplo de usina de reciclagem. Saiba mais: A reciclagem desses resíduos, além de ser promovida em instalações permanentes, pode ser realizada no próprio canteiro, utilizando equipamentos móveis. Essa abordagem remete à execução dos processos de britagem e peneiramento no próprio local de produção dos resíduos e de utilização do agregado reciclado logo que é processado. Em relação à reciclagem dos resíduos da construção civil, podemos citar alguns benefícios como: · Redução do consumo de recursos naturais não renováveis; · Redução de áreas necessárias para aterro, devido à redução de RCC (resíduos da construção civil) pela técnica de reciclagem; · Redução da poluição; · Geração de empregos e renda; · Melhoria no âmbito social devido à nova e ampla cadeia produtiva no mercado de trabalho; · Redução do consumo de energia durante o processo de produção; ·Redução de energia utilizada para transporte e extração dos materiais aos centros consumidores; · Possibilidade de melhoria no trânsito da região devido à diminuição do transporte dos materiais aos centros consumidores. A produção de novos produtos derivados de RCC contribui exponencialmente para o setor construtivo, no que se refere a desempenho sustentável, pois, uma vez essa prática tomando proporção e consolidando-se, a utilização de recursos naturais seria reduzida de forma impactante, assim como a redução dos impactos ambientais gerados pelo lançamento incorreto de RCC no meio ambiente. Atividades 1. Com a aprovação da Resolução n.º 307/2002, pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), criaram-se instrumentos para minimizar a geração de resíduos na construção civil, definindo responsabilidades e deveres, e tornando obrigatória, em todos os municípios do país, a implantação pelo poder púbico local de planos integrados de gerenciamento dos resíduos da construção civil, como forma de eliminar os impactos ambientais decorrentes das atividades relacionadas à geração, ao transporte e à destinação desses materiais. Essa resolução também determina, para os geradores de resíduos, a adoção, sempre que possível, de medidas que reduzam a geração de resíduos e a reutilização ou reciclagem destes, ou, quando for inviável, que eles sejam reservados de forma segregada para uso posterior. Assinale a opção em que todos os elementos são exemplos de resíduos de classe A ou de classe B. a) Telhas, vidro, areia e madeira b) Tijolo, papelão, plástico e óleos c) Argamassa, resinas, brita e gesso d) Isopor, tinta, manta asfáltica e manta de lã de vidro e) Ferro, papelão, argamassa e solventes 2. Os resíduos da construção civil (RCC) representam um significativo percentual dos resíduos sólidos produzidos nas áreas urbanas. Sua disposição ou destinação inadequada contribui para a degradação da qualidade ambiental, o que indica a necessidade de ações voltadas ao gerenciamento adequado dos RCCs. Nesse sentido, a Resolução nº 307, alterada pela Resolução nº 348/04, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil, disciplinando as ações necessárias de forma a minimizar os impactos ambientais. Procurando atender à referida resolução, o técnico encarregado do gerenciamento dos resíduos de uma obra de construção e reforma estabeleceu que: I. Os resíduos de tijolos cerâmicos, blocos de concreto, placas cerâmicas de revestimento, de argamassas e de concretos serão encaminhados a uma área de aterro de resíduos da construção civil, sendo dispostos de modo a permitir, posteriormente, a sua utilização ou reciclagem. II. A madeira da cobertura, substituída por estrutura metálica e as telhas de cimento-amianto que estejam em bom estado de conservação, serão doadas a uma associação de moradores para reutilização na cobertura de casas populares construídas em regime de mutirão. III. Os resíduos de papelão de embalagens diversas, bem como os resíduos de plástico e de metal provenientes do acondicionamento de tintas, solventes e massa corrida serão acondicionados temporariamente em uma baia no interior do canteiro e, posteriormente, enviados ao aterro sanitário do município. É correto o que se afirma em: a) I, II e III. b) II, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, apenas. 70