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Profa. Ma. Priscilla Rezende UNIDADE I Teorias para o Serviço Social Estudaremos as influências teóricas e pressupostos filosóficos desde a origem do Serviço Social até o Movimento de Reconceituação da profissão, em meados dos anos 1980: Tomismo e neotomismo; Positivismo; Teoria crítica marxista. Teorias do Serviço Social Teoria filosófica de São Tomás de Aquino (1225-1274). Intelecto humano deriva da vontade de Deus – vontade tende para o bem moral. Dois elementos da moral: a razão (objetiva) e a vontade (subjetiva). Homem – animal social (ser político – vive em sociedade). Primeira convivência social: família, depois o Estado – meio para convivência social. Estado: deve ter uma função espiritual e organizadora da vida e sociedade, subordinado à religião, à moral e à Igreja. *Não se pode alegar argumentos contra a fé cristã. Tomismo Preceitos teóricos da teoria Tomista. Princípios imutáveis – verdade pura da Igreja Católica. Homem: precisa do corpo e da sociedade para trabalhar sua alma enquanto faz o bem. Cumprir moralmente os desígnios de Deus, para alcançar a transcendência e mundo metafísico. Ser composto de “corpo e alma”, um ser social completo. Sociedade para alcançar o céu – transcendência da alma. Encíclicas Papais (Aeterni Patris, de 1879, Rerum Novarum, de 1881, Quadragésimo Ano, de 1921) – retorno ao Tomismo – trabalho de doutrina dos católicos com as famílias – resolver por meio da moral e da catequização os problemas sociais. Neotomismo Influência Neotomista nos anos de 1939 a 1940. Serviço Social: fazer o bem e praticar a obediência fiel às doutrinas da Igreja – caminho para a vida eterna. Assistentes sociais guiados pelos preceitos da Igreja Católica. Tendência a considerar que os homens devem aceitar os desígnios de sua própria condição de miséria – desconsidera a questão histórica e influência do sistema capitalista. *Culpabilização dos trabalhadores e suas famílias, pois os problemas advindos da questão social, como consequências do capitalismo, eram considerados como falta de moral e religião. O Serviço Social e sua atuação sob influência do Neotomismo Serviço Social tradicional: Trabalho de correção moral com os indivíduos – obediência dos desígnios naturais e da promoção humana. Obediência aos “verdadeiros valores” da sociedade, a família, o trabalho e a religião. Orientações vocacionais, compromisso com a ordem social. Mediar as desavenças entre trabalhadores e capitalistas. Garantir o rendimento das empresas e estabilizar as condições de trabalho. O alcoolismo, prostituição, moradias promíscuas, desemprego eram interpretados como problemas individuais e passíveis de correção pelos assistentes sociais. O Serviço Social e sua atuação sob influência do Neotomismo A institucionalização do Serviço Social na América Latina e no Brasil incorporou várias correntes de pensamento. As vertentes Positivista e Funcionalista, apesar de suas limitações, serviram como norteadoras para a prática profissional em seus primórdios de implantação no Brasil. Vamos conhecê-las? Positivismo, Funcionalismo e sua influência na atuação profissional do Serviço Social tradicional Corrente de pensamento iniciada no século XIX (Auguste Comte): ideia principal de que a vida social é regida por leis que são similares às leis da natureza. Utilizado para legitimar a sociedade capitalista, a sociologia positivista recorre aos mesmos procedimentos que as ciências naturais utilizavam na explicação dos fenômenos naturais. Naturaliza os problemas sociais advindos da expansão do sistema capitalista, tais como: fome, miséria, exploração, doenças. Considerados imutáveis como as leis da natureza. Desinteresse pelas causas dos fenômenos, ou seja, não busca o “porquê” dos acontecimentos sociais. O Positivismo Corrente teórica trabalhada por Émile Durkheim (origem no Positivismo): realidade social comparada a um organismo biológico. Sociedade é um “todo orgânico”, cada parte que a compõe tem sua função específica e deve funcionar para a manutenção da ordem. Organismo biológico: coração, pulmões, rins. Organismo social: instituições sociais, família, estado, escola, igrejas, clubes, sindicatos etc. *Com funções específicas, cada instituição possui objetivos próprios diferentes, contudo, uma depende da outra para funcionar bem. O Funcionalismo Serviço Social tradicional neotomista, positivista e funcionalista colaborou com a expansão do sistema capitalista, legitimando-o. Atuação assistencialista, de correção dos indivíduos – classe trabalhadora. Coibição das iniciativas de reivindicação por parte dos trabalhadores explorados pelo capital – auxílio na manutenção da ordem. Reafirmação da ideia liberal – todos são livres, o sucesso e o fracasso dos indivíduos são de responsabilidade exclusiva destes. Culpabilização dos indivíduos que não estavam em conformidade para trabalhar. Metodologia: caso, grupo e comunidade, sendo a formação social, moral e intelectual das famílias a célula básica do trabalho dos assistentes sociais. O Serviço Social tradicional e a atuação pautada no Positivismo e Funcionalismo A respeito do Positivismo, podemos afirmar: a) É uma corrente de pensamento iniciada antes da sociedade capitalista. b) Naturaliza os problemas sociais advindos da expansão do sistema capitalista. c) Não reforça o ideário liberal. d) Considera a sociedade como um organismo social. e) Propõe a igualdade social no sistema capitalista. Interatividade A respeito do Positivismo, podemos afirmar: a) É uma corrente de pensamento iniciada antes da sociedade capitalista. b) Naturaliza os problemas sociais advindos da expansão do sistema capitalista. c) Não reforça o ideário liberal. d) Considera a sociedade como um organismo social. e) Propõe a igualdade social no sistema capitalista. Resposta Relação capital x trabalho No modo de produção capitalista: relação capital x trabalho é definida como um modo de produção cujos meios de produção estão nas mãos de uma minoria (donos do capital). Trabalhador vende a sua força de trabalho. Troca seu esforço físico, na produção, pela remuneração necessária ao atendimento de suas necessidades elementares. Relação capital X trabalho – surgem inúmeras demandas sociais (necessidades dos trabalhadores) não atendidas ou atendidas de maneira precária pelo capitalismo: atenção à saúde do trabalhador, à assistência social extensiva à família, à alimentação, à seguridade social e ao acesso aos serviços públicos de educação, entre outros. Capitalismo e Serviço Social: dialogando com Karl Marx Revolução Indutrial na Inglaterra (segunda metade do século XVIII): profundas e duradouras mudanças na sociedade, tais como: substituição de ferramentas por máquinas; substituição do sistema de trabalho artesanal e doméstico pelo sistema fabril; novas alternativas energéticas, como o uso do vapor para movimentar o trabalho das máquinas para a produção de bens e transporte; consolida duas classes antagônicas: o empresariado (dono do capital); e os operários, que vendem sua força de trabalho aos empresários sem a justa remuneração. A Revolução Industrial e a maior precarização da relação capital x trabalho Aumento da população nas cidades, concentrando os trabalhadores nas fábricas. Com o aumento da produção, a divisão técnica do trabalho torna-se cada vez mais específica, com as linhas de montagem no início do século XX. Consolidação dos problemas básicos nas cidades: miséria, fome, desemprego, falta de habitação... Trabalhador submete-se ao controle do empregador, sob péssimas condições de trabalho e de salário – trabalho transforma-se em mercadoria. Falta de cuidados especiais com a mulher, o trabalho infantil, precariedade das instalações fabris (má iluminação ecirculação de ar) e jornadas de trabalho que ultrapassavam 15 horas diárias. Revolução Industrial Após a Revolução Industrial os homens, detentores do capital, cuidam dos negócios e suas mulheres cuidam da casa, dos filhos e participam dos grupos e trabalhos da Igreja – as chamadas Damas de Caridade. Damas de Caridade: voluntárias que realizavam doações aos mais pobres, suprindo as necessidades elementares, como alimentos, roupas e medicamentos. não havia organização ou sistematização na assistência social prestada. As “damas de caridade” ou as pessoas que tinham tempo disponível para a ajuda aos necessitados realizavam: identificação das necessidades de cada pessoa e de sua família; A organização da assistência social e o importante estudo de Mary Richmond análise dos pedidos de ajuda das pessoas e famílias; estudo da melhor aplicação dos recursos disponíveis (racionalização dos gastos, priorizando as necessidades principais); visitas aos pobres para levar ajuda material e realizar aconselhamentos; busca de vagas de trabalho para os desempregados. A partir desse trabalho sem sistematização, em 1869 foi criada a Sociedade de Organização da Caridade, em Londres. Ela tinha como princípios a prática da assistência social. A organização da assistência social e o importante estudo de Mary Richmond 1897 (Toronto) Escola de Filantropia Aplicada, proposta por Mary Richmond, da Sociedade de Organização da Caridade de Baltimore. Para Richmond, a prática do Serviço Social não era prover os necessitados com ajuda material, e sim o correto exercício da profissão, isto é, iniciar minuciosa investigação sobre a pessoa em seu meio social (escola, família, trabalho, comunidade). Compreensão do meio social. Estudos de Mary Richmond atribuem um caráter científico à ação social filantrópica. A assistência social contribui para o surgimento do Serviço Social como profissão, e antes de terminar o século XIX (ainda no ano de 1899) foi fundada a primeira escola de Serviço Social do mundo, em Amsterdã, na Holanda. A organização da assistência social e o importante estudo de Mary Richmond A prática profissional do assistente social está no contexto das relações sociais estabelecidas – das correlações de forças existentes em um dado momento histórico e social. Contexto histórico do desenvolvimentismo: 1960 – ONU considera a década como a do desenvolvimento, focando o capital humano, o potencial do homem como condição básica para tal. Investimentos e mecanismos de ação voltados para o Desenvolvimento de Comunidade – DC. No Brasil: governo JK visa ao crescimento econômico acelerado, com metas de prosperidade aliada à paz e à ordem social. Os efeitos da miséria vistos como perigo à ordem social (auxílio internacional). O Serviço Social e o desenvolvimentismo Serviço Social: Engajamento dos assistentes sociais brasileiros na proposta norte-americana de desenvolvimento de comunidade como técnica e como campo de intervenção profissional. Matriz desenvolvimentista – proposta funcionalista, perspectiva de mudança não questiona as estruturas socioeconômicas. Serviço Social assume uma postura modernizadora e reformista e busca respostas para os problemas estruturais de cunho meramente técnicos. O assistente social: intermedeia as ações entre governo e povo, considerando seu domínio do método de lidar com as pessoas, bem como o manejo de técnicas. O Serviço Social e o desenvolvimentismo No modo de produção capitalista podemos afirmar que há duas classes antagônicas. Quais são? a) Capital e trabalho. b) Mulheres e homens. c) Donos dos meios de produção e trabalhadores. d) Senhor feudal e servos. e) Classe média e classe alta. Interatividade No modo de produção capitalista podemos afirmar que há duas classes antagônicas. Quais são? a) Capital e trabalho. b) Mulheres e homens. c) Donos dos meios de produção e trabalhadores. d) Senhor feudal e servos. e) Classe média e classe alta. Resposta Década de 1960, o Serviço Social – profissão liberal inscrita na divisão social e técnica do trabalho. 1965 – emerge o Movimento de Reconceituação: marco de questionamento dos referenciais teóricos e da prática profissional. Processo de crítica e ruptura inserido em um cenário sociopolítico da América Latina. Contexto brasileiro: Golpe Militar – proposta não encontrou espaço para se desenvolver. Movimento de Reconceituação perdeu impulso e muitos de seus precursores foram perseguidos e exilados do país, aliança da burguesia industrial nacional ao capital estrangeiro e forte caráter conservador e autoritário junto ao Estado. Serviço Social e a “Geração 1965” A partir de 1968, inaugura-se nova conjuntura e novo momento para o Serviço Social, instituído com o Ato Institucional n. 5 (AI-5). Forte repressão à luz da ideologia da integração e do desenvolvimento. Cultura da tortura e do medo, fortalecendo a imposição do silêncio. Modelo econômico, aliado ao poder político, constitui-se momento de favorecimento da expansão do capital – “milagre econômico”. Diante desse panorama social, político, cultural e econômico, como se desenhava a política social? Desmobilização dos movimentos organizados, política de arrocho salarial, a substituição do sistema de estabilidade no emprego pelo FGTS. A política social serve como parâmetro ou medida de impacto para legitimar o regime da Ditadura-controle. Panorama do Serviço Social no contexto da Ditadura Militar a partir de 1968 Serviço Social: necessidade de modernização para atender aos objetivos do Estado, tecnologia social como parte integrante do aparato técnico-burocrático. Racionalização da intervenção nas sequelas das expressões da questão social geradas pelo modelo econômico. Momento de redefinições e discussões envolvendo segmentos da categoria, necessidade de sistematizar teoria e prática profissional. Panorama do Serviço Social no contexto da Ditadura Militar a partir de 1968 O CBCISS (Centro Brasileiro de Cooperação e Intercâmbio de Serviços Sociais) promoveu encontro em 1967 para discussão de teorização do Serviço Social. O Encontro de Araxá ocorreu em Minas Gerais no ano de 1967. Reuniu 38 Assistentes Sociais de diversas partes do Brasil. Objetivo: repensar, de modo mais profundo, a teoria básica e a metodologia do Serviço Social. Nessa ocasião produziu-se o Documento de Araxá, que teve expressiva ressonância dentro e fora do Brasil. Teorização do Serviço Social: o Documento de Araxá Seminário de Araxá – início do processo de reconceituação (relação teórico-prática). Modernização: seu foco concentra-se na melhoria e adequação da tecnologia profissional às demandas institucionais, bem como na busca por uma racionalidade científica. Se coloca em função do aperfeiçoamento da ordem, passa a orientar as discussões teóricas, a investigação científica, a prática profissional e a formação profissional Estrutural-Funcionalista. Teorização do Serviço Social: o Documento de Araxá O Documento de Teresópolis – processo de renovação do Serviço Social na perspectiva de reatualização do conservadorismo. Operacionalidade do sentido sociotécnico do Serviço Social, privilegiando, assim, seu aspecto instrumental. O assistente social – funções meramente executivas – técnicas de intervenção de cunho prático-imediatista. Serviço Social passou a ser questionado do ponto de vista de sua cientificidade, de seus métodos e teorias, porém, sem questionar seu papel político neste cenário. Apesar dos esforços empreendidos no processo de renovação do Serviço Social rumo à modernização, os Documentos de Araxá e Teresópolis não romperam com o tradicionalismo no seio da profissão. Documento de Teresópolis A partir do final dos anos de 1970, no contexto da América Latina e do Brasil,a profissão inicia um processo de reflexão crítica de seus posicionamentos políticos-ideológicos e interventivos. Nova corrente teórica, capaz de explicar a realidade do ponto de vista dialético e de provocar uma revolução na atuação do Serviço Social voltada para a perspectiva de transformação da realidade social brasileira: materialismo histórico dialético. Serviço Social e o Marxismo Método do materialismo histórico dialético (Karl Marx) – corrente revolucionária do pensamento social, nas consequências teóricas e na prática social que propõe. Mudanças radicais na forma de explicar e entender as relações sociais e econômicas das sociedades modernas. Desmistificação da relação capital/trabalho, focando os aspectos do materialismo dialético, do materialismo histórico e da economia política. Perspectiva de visão de mundo cujos princípios se fundamentam na dialética, na matéria e na prática social. O método dialético: compreende e explica as mudanças que ocorrem na matéria, nas relações de produção existentes no mundo moderno. Historicidade central para o pensamento dialético, os homens como capazes de força que conduz mudanças. Materialismo histórico dialético Segunda metade da década de 1970: mobilização da categoria dos assistentes sociais que teve impacto nas três dimensões que constituem a profissão: A dimensão política organizativa das entidades como: Associação Brasileira de Ensino e Serviço Social; Conselho Federal de Assistentes Sociais. Dimensão acadêmica, com a criação de cursos de pós-graduação para especialização dos profissionais assistentes sociais; iniciação da pesquisa no campo do Serviço Social. Dimensão da intervenção profissional, tanto inserida nas instituições de políticas sociais implantadas e implementadas pelo Estado quanto nas organizações não governamentais, que ganharam expressividade a partir da segunda metade da década de 1970. O Serviço Social e a aproximação com a teoria marxista Possibilita à profissão a compreensão dos conflitos existentes nas relações capital trabalho e a divisão do trabalho no sistema capitalista. Os profissionais, de posse do conhecimento da corrente materialista histórica dialética, desmistificam a ideia positivista de naturalização dos acontecimentos sociais e da exploração da classe trabalhadora. Processo de ruptura: homogêneo X hegemônico. O projeto ético político da profissão é hegemônico, mas não é homogêneo. A teoria marxista aponta uma compreensão da sociedade em sua totalidade. O Serviço Social busca a mudança não apenas das relações econômicas mas, acima de tudo, a implementação de mudanças nas ideias políticas difundidas pelo capital. O Serviço Social e a aproximação com a teoria marxista No processo de elaboração teórica do Serviço Social há dois documentos importantes a serem destacados: a) Documentos de Araxá e Teresópolis. b) Documentos de Araxá e Petrópolis. c) Documentos de Teresópolis e Belo Horizonte. d) Documentos de Belo Horizonte e Minas. e) Encíclica Papal e Documento de Araxá. Interatividade No processo de elaboração teórica do Serviço Social há dois documentos importantes a serem destacados: a) Documentos de Araxá e Teresópolis. b) Documentos de Araxá e Petrópolis. c) Documentos de Teresópolis e Belo Horizonte. d) Documentos de Belo Horizonte e Minas. e) Encíclica Papal e Documento de Araxá. Resposta Força de trabalho, no modo de produção capitalista, foi mercantilizada (compra e venda). Classe trabalhadora se organiza contra as formas de exploração impostas pelo capitalismo – por meio de movimentos sindicais reivindicatórios (condições de trabalho, redução de carga horária). Expressões da questão social: crescente pobreza, fome, doenças, moradias precárias, entre outras. Afloramento da questão social + mobilização da classe trabalhadora → necessidade da burguesia de conter as reivindicações dos trabalhadores. O capitalismo e a exploração da força de trabalho O campo de prática do Serviço Social é objeto de bastante discussão e de conflitos, necessidade de estratégias e ações diversas. O Estado utiliza-se do Serviço Social para minimizar os conflitos sociais provocados pelo capitalismo moderno e liberal. Na atualidade, o Serviço Social convive com o dilema de duas práticas sociais bastante distintas: o assistencialismo e práticas conservadoras; uma maior aproximação às necessidades dos trabalhadores, na perspectiva da totalidade. Particularização dos campos de práticas do Serviço Social: correlação de forças e superação Considera o contexto institucional, situação conjuntural global em que está inserido, que compreende o embate entre classes sociais e suas relações com o Estado. Demandas apresentadas ao Serviço Social: resultado das relações entre o Estado e a sociedade, que adquirem particularidades distintas dentro do contexto histórico em que se localizam. As mudanças que ocorrem no mundo do trabalho, que alteram, dimensionam e redimensionam a demanda das políticas sociais. O Serviço Social implementa nas instituições prestadoras dos serviços sociais ações de enfrentamento à questão social (desemprego, empobrecimento, violência urbana e no campo...). Demandas sociais Serviço Social como componente da organização da sociedade deve encarar a realidade, considerando que a atuação profissional é polarizada pelos interesses de classes sociais. Reproduz interesses contraditórios e participa tanto dos mecanismos de dominação como dando respostas às necessidades de sobrevivência da classe trabalhadora. Estratégias profissionais e políticas: viabilizam a possibilidade de o profissional se posicionar a favor dos interesses das classes trabalhadoras. O profissional de Serviço Social exerce função mediadora entre os sujeitos sociais e suas particulares; entendida como expressão de sua vida em sociedade. O Serviço Social no processo de reprodução das relações sociais O assistente social se insere no mercado como profissional que vende sua força de trabalho, sendo portanto essencialmente assalariado (classe trabalhadora). Serviço Social – resposta do Estado às expressões da questão social – eficácia do Serviço Social é medida a partir das mudanças realizadas na vida de seus usuários e de sua capacidade de integrá-los à lógica do capital. Caráter contraditório da profissão: se insere na divisão social do trabalho a partir da existência da demanda por reproduzir as desigualdades sociais e as explorações entre as classes e historicamente construiu um projeto ético-político que se propõe ao rompimento destas relações. A realidade também é contraditória, portanto, os serviços sociais possibilitam ampliação de acessos e qualidade de vida, caminhos para busca de ampliação de direitos, participação política e transformações sociais. O Serviço Social no processo de reprodução das relações sociais O Serviço Social no Brasil se afirma integrado ao setor público, conforme o Estado amplia sua ação no controle das expressões da questão social. A vinculação da profissão ocorre também junto a organizações patronais privadas e empresariais às quais se dedicam, além das atividades produtivas na prestação de serviços sociais à população. O Serviço Social no Brasil foi regulamentado como profissão liberal em 1949. Característica básica para uma prática liberal é a questão de seu Código de Ética, que viabiliza aos profissionais especializados certa liberdade no exercício de suas funções institucionais. O Serviço Social no processo de reprodução das relações sociais Os profissionais de Serviço Social anulam o conteúdo social de suas ações e incorporam sem criticidade o conteúdo funcional, quando: relegam as discussões sobre o significado social e político da profissão a segundo plano; concebem as relações sociais entre sujeitosenvolvidos nesse processo como neutras. Cuidados nas ações profissionais do Serviço Social Contempla as ações pelas quais o profissional é requisitado e reconhecido socialmente e atribui um estrato peculiar à profissão. A prática pode ser entendida como uma ação racional do profissional e o conhecimento como resultado do confronto entre as experiências. Análise das práticas do Serviço Social se estabelece em um processo que envolve teoria e prática: a teoria se efetiva nas análises das atividades cotidianas, nas quais impera a repetição, a padronização, as continuidades que constituem sua matéria-prima. Materialidade às suas ações – na prática o assistente social utiliza conhecimentos, técnicas, habilidades que vão se modernizando no processo do fazer profissional. Instrumentalidade no Serviço Social Quando se fala em instrumentos de trabalho, tem-se a visão de um arcabouço de técnicas: entrevistas, reuniões, orientações, encaminhamentos etc. Conhecimento: é um meio de trabalho sem o qual o trabalhador especializado não consegue realizar sua atividade profissional. Pode-se pensar o conhecimento como instrumento de trabalho do assistente social? Na divisão social e técnica do trabalho no capitalismo, podemos considerar que o assistente social é um profissional: a) Dono dos meios de produção. b) Voluntário. c) Assalariado. d) Assistencialista. e) Estatal. Interatividade Na divisão social e técnica do trabalho no capitalismo, podemos considerar que o assistente social é um profissional: a) Dono dos meios de produção. b) Voluntário. c) Assalariado. d) Assistencialista. e) Estatal. Resposta ATÉ A PRÓXIMA!