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LOAS para concursos 2 0 2 0 Questões comentadas A apostila contém: Esquemas Comentários (86) 9 9983-9453 (24) 9 8805-0215 concurseirosdeservicosocial@gmail.com 2 CARTA AO LEITOR Concurseiros, elaboramos esse material sobre a Lei Orgânica da Assistência Social (Lei 8.742/1993). Esse conteúdo é muito cobrado nos concursos de serviço social. O material possui esquemas e questões comentadas, de modo a auxiliar no seu aprendizado acerca desse tema. Pedimos que não compartilhe esse material, nem COM FINS LUCRATIVOS, nem SEM FINS LUCRATIVOS. Esse material é protegido pela lei de direitos autorais, dessa forma a reprodução dele a terceiros sem a devida autorização do grupo Concurseiros de Serviço Social, constitui-se crime e quem o pratica está sujeito as penalidades legais. Esperamos que esse material ajude na sua aprovação. Conheça também os nossos outros materiais, temos certeza que vários deles poderão de ajudar. Concurseiro, caso necessite tirar alguma dúvida, ou fazer alguma recomendação, sugestão etc. entre em contato conosco, teremos o prazer em auxiliá-lo. LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 Competências do Conselho Nacional de Assistência Social: aprovar a Política Nacional de Assistência Social; normatizar as ações e regular a prestação de serviços de natureza pública e privada no campo da assistência social; acompanhar e fiscalizar o processo de certificação das entidades e organizações de assistência social no Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; apreciar relatório anual que conterá a relação de entidades e organizações de assistência social certificadas como beneficentes e encaminhá-lo para conhecimento dos Conselhos de Assistência Social dos Estados, Municípios e do Distrito Federal; - zelar pela efetivação do sistema descentralizado e participativo de assistência social; a partir da realização da II Conferência Nacional de Assistência Social em 1997, convocar ordinariamente a cada quatro anos a Conferência Nacional de Assistência Social, que terá a atribuição de avaliar a situação da assistência social e propor diretrizes para o aperfeiçoamento do sistema; apreciar e aprovar a proposta orçamentária da Assistência Social a ser encaminhada pelo órgão da Administração Pública Federal responsável pela coordenação da Política Nacional de Assistência Social; aprovar critérios de transferência de recursos para os Estados, Municípios e Distrito Federal, considerando, para tanto, indicadores que informem sua regionalização mais equitativa, tais como: população, renda per capita, mortalidade infantil e concentração de renda, além de disciplinar os procedimentos de repasse de recursos para as entidades e organizações de assistência social, sem prejuízo das disposições da Lei de Diretrizes Orçamentárias; acompanhar e avaliar a gestão dos recursos, bem como os ganhos sociais e o desempenho dos programas e projetos aprovados; estabelecer diretrizes, apreciar e aprovar os programas anuais e plurianuais do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS); indicar o representante do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) junto ao Conselho Nacional da Seguridade Social; elaborar e aprovar seu regimento interno; divulgar, no Diário Oficial da União, todas as suas decisões, bem como as contas do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS) e os respectivos pareceres emitidos. Competências do órgão da Administração Pública Federal responsável pela coordenação da Política Nacional de Assistência Social: coordenar e articular as ações no campo da assistência social; propor ao Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) a Política Nacional de 18 Assistência Social, suas normas gerais, bem como os critérios de prioridade e de elegibilidade, além de padrões de qualidade na prestação de benefícios, serviços, programas e projetos; prover recursos para o pagamento dos benefícios de prestação continuada definidos nesta lei; elaborar e encaminhar a proposta orçamentária da assistência social, em conjunto com as demais da Seguridade Social; propor os critérios de transferência dos recursos de que trata esta lei; proceder à transferência dos recursos destinados à assistência social, na forma prevista nesta lei; relatórios trimestrais e anuais de atividades e de realização financeira dos recursos; prestar assessoramento técnico aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios e às entidades e organizações de assistência social; formular política para a qualificação sistemática e continuada de recursos humanos no campo da assistência social; desenvolver estudos e pesquisas para fundamentar as análises de necessidades e formulação de proposições para a área; coordenar e manter atualizado o sistema de cadastro de entidades e organizações de assistência social, em articulação com os Estados, os Municípios e o Distrito Federal; articular-se com os órgãos responsáveis pelas políticas de saúde e previdência social, bem como com os demais responsáveis pelas políticas sócio-econômicas setoriais, visando à elevação do patamar mínimo de atendimento às necessidades básicas; expedir os atos normativos necessários à gestão do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS), de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS); elaborar e submeter ao Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) os programas anuais e plurianuais de aplicação dos recursos do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS). OBS: A atenção integral à saúde, inclusive a dispensação de medicamentos e produtos de interesse para a saúde, às famílias e indivíduos em situações de vulnerabilidade ou risco social e pessoal, nos termos desta Lei, dar-se-á independentemente da apresentação de documentos que comprovem domicílio ou inscrição no cadastro no Sistema Único de Saúde (SUS), em consonância com a diretriz de articulação das ações de assistência social e de saúde a que se refere o inciso XII deste artigo. 19 20 21 22 23 OBSERVAÇÔES A concessão e o valor dos benefícios de que trata este artigo serão definidos pelos Estados, Distrito Federal e Municípios e previstos nas respectivas leis orçamentárias anuais, com base em critérios e prazos definidos pelos respectivos Conselhos de Assistência Social. CNAS, ouvidas as respectivas representações de Estados e Municípios dele participantes, poderá propor, na medida das disponibilidades orçamentárias das 3 (três) esferas de governo, a instituição de benefícios subsidiários no valor de até 25% (vinte e cinco por cento) do salário-mínimo para cada criança de até 6 (seis) anos de idade. Os benefícios eventuais subsidiários não poderão ser cumulados com aquelesinstituídos pelas Leis no 10.954, de 29 de setembro de 2004, e no 10.458, de 14 de maio de 2002. 24 25 26 27 28 29 30 LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL CAPÍTULO I Das Definições e dos Objetivos Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas. O primeiro artigo é um dos mais cobrado em concursos, nele é importante que você saiba que: 1) A assistência social é um Direito (muitas bancas mudam essa parte da lei para tentar induzir o candidato ao erro); 2) O dever é do Estado, ou seja, é dele a primazia e a obrigação na execução da política de assistência social; 3) A assistência Social está inserida na Política se Seguridade Social, que é composta pelo tripé: Assistência Social, Saúde e Previdência. 4) A assistência social é não contributiva, ou seja, não necessita uma contribuição por parte do usuário para ter direito a ela. A contribuição na Política de Seguridade Social ocorre apenas na Previdência Social, mas a Saúde e a Assistência Social não exigem contribuição prévia para receber a prestação de serviço ou benefícios; 5) Quando se menciona os mínimos sociais é importante que você saiba que: Os mínimos sociais foram introduzidos na agenda política brasileira na década de 1990; O Benefício de Prestação Continuada (BPC) foi o primeiro mínimo social não contributivo garantido pela Constituição Federal; Os mínimos sociais no Brasil significam que o cidadão deve ter direito a um mínimo para sua subsistência, é uma resposta aos efeitos da pobreza absoluta. 31 Art. 2o A assistência social tem por objetivos: Lembre-se que a Assistência Social tem TRÊS objetivos, memorize eles, pois são bastante cobrados em concursos, ele são: Proteção Social Defesa dos Direitos; e Vigilância Socioassistêncial; I - a proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de danos e à prevenção da incidência de riscos, especialmente: a) a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; Quando a lei menciona Proteção Social, ela menciona cinco aspectos, que essa proteção social deve abranger, é importante ressaltar que essa “proteção” só ficou melhor definida após 2004 com a nova política de Assistência Social e com as NOBs/SUAS em 2005, que significaram um ganho na definição do que era a proteção social, dessa forma é necessário entender que: A família depois da CF/88 passa a ser segundo Fontenele a base de tudo na sociedade brasileira, dessa forma a família ganha novo conteúdo, passa a ser entendida por vários conceitos, principalmente no tocante ao reconhecimento dos direitos da mulher, das crianças/adolescentes e dos diversos formatos de famílias, não mais exclusivamente aquelas constituídas sob a legitimidade do casamento legal. Ao se mencionar a maternidade a lei não mencionar a proteção gestação e o parto. Essa proteção a maternidade deve ser entendida também como a defesa do direito da mulher de exercer seu papel de mãe. Quando é mencionada a proteção à infância e adolescência na lei, é importante frisar que essa deve ser vista visando a convivência familiar e comunitária. A defesa da velhice deve também deve ser vista como a defesa a vida, sendo esses sujeitos de direitos, e com direito a convivência familiar e comunitária. b) o amparo às crianças e aos adolescentes carentes; 32 Mencionar o amparo é assumir e prover a proteção social que a família, em determinado momento, não está conseguindo garantir. É importante fazer uma ponte entre a LOAS e o ECA, onde segundo o artigo 23 do ECA, a falta de recursos financeiros não se constitui como motivo para a destituição do poder familiar. Caso a família não esteja em condições de dar a criança ou ao adolescente meios para o seu pleno desenvolvimento, essa família deve ser empoderada, para recuperar sua capacidade protetiva. c) a promoção da integração ao mercado de trabalho; Ao se falar em promoção da integração ao mercado de trabalho, se menciona que o sujeito possa chegar as mesmas condições de “competição” no mercado de trabalho que os outros sujeitos que tiveram acesso a meios de pleno desenvolvimento através do capital cultural, dessa forma o indivíduo deve ter acesso a um aparato que o coloque em igual condição de competição no mercado de trabalho. d) a habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; e O BPC significou um grande avanço no auxílio da integração à vida comunitária da pessoa com deficiência, entretanto ele sozinho não é suficiente, dessa forma essa promoção de sua integração à vida comunitária deve abranger um sistema educacional inclusivo, com escolas plurais, inclusivas, e participação em atividades de esporte, lazer e cultura. A vida comunitária é a expressão da vida inclusiva. e) a garantia de 1 (um) salário-mínimo de benefício mensal à pessoa com deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê- la provida por sua família; É importante mencionar que os critérios para se conseguir tal benefício são: Não ter renda própria, o usuário não pode receber nenhum benefício previdenciário. A família do idoso ou do deficiente também não deve ter meios de prover sua manutenção; 33 A renda familiar do idoso ou do deficiente não deve ser superior a ¼ do salário- mínimo per capita. O idoso deve ter no mínimo 65 anos de idade; O deficiente deve ter uma deficiência de longa permanência (superior a 2 anos) e deve ser impeditiva de sua plena participação na sociedade. II - a vigilância socioassistencial, que visa a analisar territorialmente a capacidade protetiva das famílias e nela a ocorrência de vulnerabilidades, de ameaças, de vitimizações e danos; A vigilância ganhou força com a Política Nacional de Assistência Social, dessa forma ela deve ser vista como uma forma de se conhecer a realidade social, esse conhecimento subsidiará a formulação e a implantação de políticas públicas. III - a defesa de direitos, que visa a garantir o pleno acesso aos direitos no conjunto das provisões socioassistenciais. Esse objetivo frisa a defesa dos direitos, ou seja, contrariando a perspectiva anterior da assistência social vista como benemerência. Parágrafo único: Para o enfrentamento da pobreza, a assistência social realiza-se de forma integrada às políticas setoriais, garantindo mínimos sociais e provimento de condições para atender contingências sociais e promovendo a universalização dos direitos sociais. É fundamental saber que a assistência social não pode estar desarticulada das demais políticas setoriais. A assistência social não se basta. Ela precisa estar integrada às outras políticas setoriais para que a pobreza seja enfrentada e os mínimos sociais sejam garantidos. Art. 3o Consideram-se entidades e organizações de assistência social aquelas sem fins lucrativos que, isolada ou cumulativamente, prestam atendimento e assessoramento aos beneficiários abrangidos por esta Lei, bem como as que atuam na defesa e garantia de direitos. 34 A definição do que são Organizações de assistência social foi estabelecida com a lei 12.101 de 2009, onde segundo essa lei as entidades que a lei menciona devem trabalhar nas áreas da: Saúde, Educação e Assistência Social, desde queatendam todos os critérios que a lei menciona. Dessa forma tanto as entidades de atendimentos, assessoramento ou garantia de direito, deve seguir o que está estabelecido na referida lei e trabalhar nas áreas por ela mencionada. § 1o São de atendimento aquelas entidades que, de forma continuada, permanente e planejada, prestam serviços, executam programas ou projetos e concedem benefícios de prestação social básica ou especial, dirigidos às famílias e indivíduos em situações de vulnerabilidade ou risco social e pessoal, nos termos desta Lei, e respeitadas as deliberações do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), de que tratam os incisos I e II do art. 18. § 2o São de assessoramento aquelas que, de forma continuada, permanente e planejada, prestam serviços e executam programas ou projetos voltados prioritariamente para o fortalecimento dos movimentos sociais e das organizações de usuários, formação e capacitação de lideranças, dirigidos ao público da política de assistência social, nos termos desta Lei, e respeitadas as deliberações do CNAS, de que tratam os incisos I e II do art. 18. § 3o São de defesa e garantia de direitos aquelas que, de forma continuada, permanente e planejada, prestam serviços e executam programas e projetos voltados prioritariamente para a defesa e efetivação dos direitos socioassistenciais, construção de novos direitos, promoção da cidadania, enfrentamento das desigualdades sociais, articulação com órgãos públicos de defesa de direitos, dirigidos ao público da política de assistência social, nos termos desta Lei, e respeitadas as deliberações do CNAS, de que tratam os incisos I e II do art. 18. CAPÍTULO II Dos Princípios e das Diretrizes 35 SEÇÃO I Dos Princípios Art. 4º A assistência social rege-se pelos seguintes princípios: I - supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências de rentabilidade econômica; Esse inciso deixa claro que são as necessidades sociais que determinam a lógica da política da assistência, e não a questão econômica (tome cuidado pois muitas questões de concurso tentam confundir o candidato nesse ponto). Esse é um princípio forte na LOAS e ele é um modo de superar a forma que a assistência social era prestada desde do início da década de 1930 no Brasil, onde “só pode participar do programa se estiver trabalhando”. II - universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação assistencial alcançável pelas demais políticas públicas; Esse inciso deixa claro a intenção de se universalizar os direitos sociais e também que exista uma integração das políticas públicas, para que o sujeito seja atendido por todas, ou seja, reconhece-se aqui que a assistência social não pode substituir as outras políticas, de forma que o usuário dessa deve ser alcançado por todas. III - respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bem como à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade; Nesse inciso percebe-se alguns pontos muito importantes, e são eles: 1) A assistência social deve respeitar a dignidade do cidadão, ele deve ser visto como sujeito de direitos, deve ter sua opinião respeitada e não pode ter sua vida “invadida” em uma perspectiva fiscalizadora. 2) Ele tem direito a uma prestação de serviço de qualidade, ou seja, o serviço prestado a eles não pode ser executado de qualquer forma. 36 3) Não se pode exigir uma comprovação vexatória de necessidade, ou seja, o sujeito não pode ser colocado em situação de discriminação por sua condição de falta de recursos materiais. 4) O cidadão, independente de seus recursos econômicos, deve ter direito a convivência familiar comunitária, a falta de recurso não é motivo para o afastar da convivência em sociedade e para tirar dele esse direito. IV - igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de qualquer natureza, garantindo-se equivalência às populações urbanas e rurais; Esse inciso confirma o que está no posto na Constituição Federal de 1988, onde se afirma que todos são iguais perante a lei, dessa forma não são permitidas descriminações de nenhum tipo. V - divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua concessão. A população tem direito a conhecer quais serviços e benefícios ela pode usufruir, dessa forma deve haver uma ampla divulgação desses e deve se divulgar também os critérios para se ter acesso a esses benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais. SEÇÃO II Das Diretrizes Art. 5º A organização da assistência social tem como base as seguintes diretrizes: I- descentralização político-administrativa para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e comando único das ações em cada esfera de governo; Antes da promulgação da Constituição de 1988, a assistência social não era dever do Estado e tinha na caridade e na filantropia sua forma de atuar. Dessa forma o atual Artigo 5º da LOAS veio para definir e confirmar o papel e o dever do Estado na política 37 de assistência social, dessa forma ele deixa claro o rompimento com qualquer possibilidade de comando que não seja do Estado. O Inciso I do artigo vai definir a descentralização da política de assistência social. Estados, Distrito Federal e municípios passam a fazer a gestão da assistência social a partir do que definiu a LOAS. Em 1996, inicia-se a chamada estadualização da assistência social, e somente a partir do fim de 1998 é que se efetiva o início da municipalização. I- Em relação ao comando único a LOAS qualificou a descentralização político- administrativa com a diretriz do Comando Único, que significa, de forma geral, a unidade de comando na gestão da política pública de assistência social, que deve ser feita em sua totalidade sob responsabilidade de um único órgão gestor, na respectiva esfera de governo, abrangendo a gestão dos serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais, a gestão financeira de todos os recursos destinados à assistência social e coordenação dos trabalhadores que atuam na política de assistência social. A previsão de comando único em cada esfera de governo contribui para extinguir práticas fragmentadas, desarticuladas e sobrepostas realizadas por várias áreas ou órgãos gestores. Visa também possibilitar a identificação da política de assistência social como política setorial, de garantia do direito constitucional à assistência social. Para isso, torna-se fundamental que um único órgão da administração pública em cada esfera de governo realize a gestão das ações relacionadas à política de assistência social, ou seja, a implantação do SUAS, coordenando suas ações, financiamento e seus trabalhadores. II - participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis; Esse inciso prega que a população participe efetivamente da política de assistência social e que possa contribuir na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis, é importante ressaltar que essa participação se dar por meio das organizações representativas como os sindicatos, associação de moradores etc. 38 III - primazia da responsabilidade do Estado na condução da política de assistência social em cada esfera de governo. Esse é um inciso que mais uma vez reafirma que o Estado é o responsável pela condução da política de assistência social. CAPÍTULO III Da Organização e da Gestão Art. 6o A gestão das ações na área de assistência social fica organizada sob a forma de sistema descentralizado e participativo, denominado Sistema Único de Assistência Social (Suas), com os seguintes objetivos: I - consolidar a gestão compartilhada, ocofinanciamento e a cooperação técnica entre os entes federativos que, de modo articulado, operam a proteção social não contributiva; O inciso reafirma que a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal devem de forma integrada consolidar uma gestão compartilhada, devem todos contribuir no financiamento e na cooperação técnica da proteção social não contributiva, tudo isso de forma articulada. II - integrar a rede pública e privada de serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social, na forma do art. 6o-C; O SUAS deve conhecer a rede pública e privada de serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social e fazer uma articulação com elas. III - estabelecer as responsabilidades dos entes federativos na organização, regulação, manutenção e expansão das ações de assistência social; 39 Cada ente federativo (União, Estados, Municípios e Distrito Federal) deve ter suas responsabilidades estabelecidas no que diz respeito a organização, regulação, manutenção e expansão das ações sociais, dessa forma o sistema ficará mais organizado. IV - definir os níveis de gestão, respeitadas as diversidades regionais e municipais; Os níveis de gestão do SUAS devem ser definidos e não se pode deixar de mencionar que devem ser respeitadas as diversidades regionais e municipais, ou seja, cada local tem suas particularidades e essas devem ser levadas em contas, não se pode olhar por uma única perspectiva, sem considerar as características de cada região. V - implementar a gestão do trabalho e a educação permanente na assistência social; A gestão do trabalho se configura como área de abrangência do SUAS que trata do trabalho e dos trabalhadores, produzindo e disseminando conhecimentos direcionados ao desenvolvimento de competências técnicas, aprimorando a gestão e a qualidade da oferta dos serviços. A educação permanente diz respeito a formação de pessoas, visando dotá-las de ferramentas cognitivas e operativas que as tornem capazes de construir suas próprias identidades. VI - estabelecer a gestão integrada de serviços e benefícios; e Como o próprio inciso cita, os benefícios e serviços devem ser integrados pelo SUAS. VII - afiançar a vigilância socioassistencial e a garantia de direitos. § 1o As ações ofertadas no âmbito do Suas têm por objetivo a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice e, como base de organização, o território. 40 O parágrafo é importante, pois avança em direção à proteção à família, e não apenas a segmentos da família. Houve também um avanço que foi a organização da ação com base no território, deixando para trás a prática das ações dispersas e desorganizadas. § 2o O Suas é integrado pelos entes federativos, pelos respectivos conselhos de assistência social e pelas entidades e organizações de assistência social abrangidas por esta Lei. Sempre são cobradas em concurso as partes que integram o SUAS, então aprenda e nunca mais esqueça, pois elas são: 1) Entes Federativos: União, Estados, Municípios e Distrito Federal; 2) Conselhos de Assistência Social; 3) Organizações de assistência social abrangidas pela lei. § 3o A instância coordenadora da Política Nacional de Assistência Social é o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome é o responsável pela coordenação da Política Nacional de Assistência Social, prestem atenção pois esse parágrafo já foi cobrado em inúmeros concursos de serviço social e não confundam coordenação com gestão. § 4º Cabe à instância coordenadora da Política Nacional de Assistência Social normatizar e padronizar o emprego e a divulgação da identidade visual do Suas. § 5º A identidade visual do Suas deverá prevalecer na identificação de unidades públicas estatais, entidades e organizações de assistência social, serviços, programas, projetos e benefícios vinculados ao Suas. Art. 6o-A.A assistência social organiza-se pelos seguintes tipos de proteção: 41 I - proteção social básica: conjunto de serviços, programas, projetos e benefícios da assistência social que visa a prevenir situações de vulnerabilidade e risco social por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições e do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários; O CRAS é o principal equipamento de desenvolvimento dos serviços socioassistenciais da Proteção Social Básica. Constitui espaço de concretização dos direitos socioassistenciais nos territórios, materializando a política de assistência social. A proteção social básica visa: 1) Prevenir situações de vulnerabilidade e risco social por meio do desenvolvimento de potencialidades; 2) Fortalecer os vínculos familiares e comunitários. II - proteção social especial: conjunto de serviços, programas e projetos que tem por objetivo contribuir para a reconstrução de vínculos familiares e comunitários, a defesa de direito, o fortalecimento das potencialidades e aquisições e a proteção de famílias e indivíduos para o enfrentamento das situações de violação de direitos. A proteção social especial é a modalidade de atendimento assistencial destinada a famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal e social por ocorrência de abandono, maus tratos físicos e/ou psíquicos, abuso sexual, uso de substâncias psicoativas, cumprimento de medidas sócio-educativas, situação de rua, situação trabalho infantil, entre outras. São situações que requerem acompanhamento individual e maior flexibilidade nas soluções protetivas, comportam encaminhamentos monitorados, apoios e processos que assegurem qualidade na atenção protetiva e efetividade na reinserção almejada. Os serviços de proteção especial têm estreita interface com o sistema de garantia de direitos, exigindo muitas vezes uma gestão mais complexa e compartilhada com o Poder Judiciário, Ministério Público e outros órgãos e ações do Executivo. Parágrafo único. A vigilância socioassistencial é um dos instrumentos das proteções da assistência social que identifica e previne as situações de risco e vulnerabilidade social e seus agravos no território. 42 Atente-se as duas características que o parágrafo cita: 1) Identificação de risco e vulnerabilidade; 2) Prevenção de riscos e vulnerabilidade social. Essas características são muito cobradas em concursos de serviço social! Art. 6o-B.As proteções sociais básica e especial serão ofertadas pela rede socioassistencial, de forma integrada, diretamente pelos entes públicos e/ou pelas entidades e organizações de assistência social vinculadas ao Suas, respeitadas as especificidades de cada ação. § 1o A vinculação ao Suas é o reconhecimento pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome de que a entidade de assistência social integra a rede socioassistencial. § 2o Para o reconhecimento referido no § 1o, a entidade deverá cumprir os seguintes requisitos: I - constituir-se em conformidade com o disposto no art. 3o; II - inscrever-se em Conselho Municipal ou do Distrito Federal, na forma do art. 9o; III - integrar o sistema de cadastro de entidades de que trata o inciso XI do art. 19. Concurseiro de serviço fiquem atentos a esses três requisitos mencionados no§ 2o que são necessário para que uma entidade seja reconhecida como de assistência social que integra a rede sócioassistencial. § 3o As entidades e organizações de assistência social vinculadas ao Suas celebrarão convênios, contratos, acordos ou ajustes com o poder público para a execução, 43 garantido financiamento integral, pelo Estado, de serviços, programas, projetos e ações de assistência social, nos limites da capacidade instalada, aos beneficiários abrangidos por esta Lei, observando-se as disponibilidades orçamentárias. É importante ressaltar que esses convênios, contratos, acordosserão periodicamente revisados e que o financiamento leva em consideração a capacidade de atendimento dos serviços, programas, projetos e ações de assistência social. § 4o O cumprimento do disposto no § 3o será informado ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome pelo órgão gestor local da assistência social. Art. 6°-C. As proteções sociais, básica e especial, serão ofertadas precipuamente no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), respectivamente, e pelas entidades sem fins lucrativos de assistência social de que trata o art. 3o desta Lei. § 1o O Cras é a unidade pública municipal, de base territorial, localizada em áreas com maiores índices de vulnerabilidade e risco social, destinada à articulação dos serviços socioassistenciais no seu território de abrangência e à prestação de serviços, programas e projetos socioassistenciais de proteção social básica às famílias. O CRAS é o lugar que possibilita, em geral, o primeiro acesso das famílias aos direitos socioassistenciais e, portanto, à proteção social. Estrutura-se, assim, como porta de entrada dos usuários da política de assistência social para a rede de Proteção Básica e referência para encaminhamentos à Proteção Especial. Desempenha papel central no território onde se localiza ao constituir a principal estrutura física local, cujo espaço físico deve ser compatível com o trabalho social com famílias que vivem no seu território de abrangência e conta com uma equipe profissional de referência. As principais atuações dos CRAS são: Presta serviços continuados de Proteção Social Básica de Assistência Social para famílias, seus membros e indivíduos em situação de vulnerabilidade social, por meio do PAIF tais como: acolhimento, acompanhamento em serviços 44 socioeducativos e de convivência ou por ações socioassistenciais, encaminhamentos para a rede de proteção social existente no lugar onde vivem e para os demais serviços das outras políticas sociais, orientação e apoio na garantia dos seus direitos de cidadania e de convivência familiar e comunitária; Articula e fortalece a rede de Proteção Social Básica local; Previne as situações de risco no território onde vivem famílias em situação de vulnerabilidade social apoiando famílias e indivíduos em suas demandas sociais, inserindo-os na rede de proteção social e promover os meios necessários para que fortaleçam seus vínculos familiares e comunitários e acessem seus direitos de cidadania. § 2o O Creas é a unidade pública de abrangência e gestão municipal, estadual ou regional, destinada à prestação de serviços a indivíduos e famílias que se encontram em situação de risco pessoal ou social, por violação de direitos ou contingência, que demandam intervenções especializadas da proteção social especial. CREAS é o Centro Especializado de Assistência Social. É uma unidade pública estatal responsável pela oferta de orientação e apoio especializados e continuados a indivíduos e famílias com seus direitos violados. Para isso, envolve um conjunto de profissionais e processos de trabalho que devem ofertar apoio e acompanhamento especializado. O principal objetivo é o resgate da família, e dos direitos violados, potencializando sua capacidade de proteção aos seus membros. O principal objetivo é o resgate da família, potencializando sua capacidade de proteção aos seus membros. Fortalecer a autoestima dos indivíduos usuários, e seus familiares, para que haja fortalecimento entre os membros da família dos usuários, e reinserção dos mesmos na sociedade. § 3o Os Cras e os Creas são unidades públicas estatais instituídas no âmbito do Suas, que possuem interface com as demais políticas públicas e articulam, coordenam e ofertam os serviços, programas, projetos e benefícios da assistência social. 45 Atente-se para o fato de que o Cras e os Creas são UNIDADES PÚBLICAS ESTATAIS, ou seja, o Estado é o responsável por sua manutenção e os Cras e Creas não trabalham só, eles objetivam uma articulação com as demais políticas, dessa forma os serviços prestados serão de mais qualidade. ATENÇÃO PARA AS DIFERENÇAS ENTRE CRAS E CREAS CREAS deve ter supervisão técnica; CREAS deve fazer atendimento temporário; CREAS deve ter relação com os CRAS das famílias atendidas; Se ele é especializado, precisa ser temático e sua equipe deve ter espaço continuado para capacitação e estudo de casos; Não pode haver CREAS generalista; Sempre que citarem um CREAS, vale perguntar: especializado em quê?; Pode ter um CREAS especializado em várias desproteções/privações/vulnerabilidades. Art. 6o-D.As instalações dos Cras e dos Creas devem ser compatíveis com os serviços neles ofertados, com espaços para trabalhos em grupo e ambientes específicos para recepção e atendimento reservado das famílias e indivíduos, assegurada a acessibilidade às pessoas idosas e com deficiência. Os Cras e Creas como instituições públicas estatais que trabalham com os direitos sociais, devem ter condições físicas adequadas que propicie tanto um atendimento qualificado dos usuários, onde os mesmos se sintam respeitado, assim como um ambiente adequado para que os recursos humanos dos Cras e Creas tenham condições dignas de trabalho. É importante também que eles sejam modelos de integração social, dessa forma os idosos e os deficientes devem ter condições de acessar livremente essas instituições, não sendo a estrutura física impeditiva de suas participações. 46 Art. 6°-E. Os recursos do cofinanciamento do Suas, destinados à execução das ações continuadas de assistência social, poderão ser aplicados no pagamento dos profissionais que integrarem as equipes de referência, responsáveis pela organização e oferta daquelas ações, conforme percentual apresentado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e aprovado pelo CNAS. Parágrafo único. A formação das equipes de referência deverá considerar o número de famílias e indivíduos referenciados, os tipos e modalidades de atendimento e as aquisições que devem ser garantidas aos usuários, conforme deliberações do CNAS. Essa tabela é muito importante, ela vem sendo cada vez mais recorrente em concursos de Serviço Social Porte do município Nº. Habitantes Nº. mínimo de CRAS Famílias referenciadas Capacidade de Atendimento Anual Pequeno Porte I Até 20 mil habitantes 1 CRAS 2.500 500 famílias Pequeno Porte II De 20 a 50 mil habitantes 1 CRAS 3.500 750 famílias Médio Porte De 50 a 100 mil habitantes 2 CRAS 5.000 1.000 famílias Grande Porte De 100 a 900 mil habitantes 4 CRAS 5.000 1.000 famílias Metrópole Mais de 900 mil habitantes 8 CRAS 5.000 1.000 famílias Tabela retirada de: http://www.datacras.com/sobre-nos2/ Art. 7º As ações de assistência social, no âmbito das entidades e organizações de assistência social, observarão as normas expedidas pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), de que trata o art. 17 desta lei. 47 Art. 8º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, observados os princípios e diretrizes estabelecidos nesta lei, fixarão suas respectivas Políticas de Assistência Social. Esse artigo reafirma a descentralização que ganhou grande força com a Constituição Federal de 1988, dessa forma os entes passaram a poder fixar suas respectivas Políticas de Assistência Social, entretanto sem desconsiderar as diretrizes da política nacional. Art. 9º O funcionamento das entidades e organizações de assistência social depende de prévia inscrição no respectivo Conselho Municipal de Assistência Social, ou no Conselho de Assistência Social do Distrito Federal, conforme o caso. § 1º A regulamentação desta lei definirá os critérios de inscrição e funcionamento das entidades com atuação em mais de um municípiono mesmo Estado, ou em mais de um Estado ou Distrito Federal. § 2º Cabe ao Conselho Municipal de Assistência Social e ao Conselho de Assistência Social do Distrito Federal a fiscalização das entidades referidas no caput na forma prevista em lei ou regulamento. § 4º As entidades e organizações de assistência social podem, para defesa de seus direitos referentes à inscrição e ao funcionamento, recorrer aos Conselhos Nacional, Estaduais, Municipais e do Distrito Federal. É importante ressaltar quais os pontos do artigo 9° são os mais cobrados em concursos: 1) As entidades e organizações de assistência social fazem suas inscrições e os Conselhos Municipais de Assistência social decidem de acordo com critérios previamente estabelecido se a inscrição foi Deferida ou Indeferida. 2) Caso as entidades e organizações assistenciais tenham suas inscrições INDEFERIDAS elas podem recorrer da decisão. 48 3) Os conselhos são responsáveis pela FISCALIZAÇÃO. Art. 10. A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal podem celebrar convênios com entidades e organizações de assistência social, em conformidade com os Planos aprovados pelos respectivos Conselhos. Esse artigo mais uma vez reafirma uma certa liberdade que União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal possuem, uma vez que os mesmos podem celebrar os convênios com entidades e organizações de assistência social, essas entidades podem ser privadas. Art. 11. As ações das três esferas de governo na área de assistência social realizam-se de forma articulada, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera federal e a coordenação e execução dos programas, em suas respectivas esferas, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios. Esse artigo é muito cobrado em concursos, desse artigo é importante ressaltar que: 1) As ações se dão de forma ARTICULADA; 2) A esfera FEDERAL é a responsável pela COORDENAÇÃO e pelas NORMAS GERAIS; 3) A esfera ESTADUAL, DISTRITAL E MUNICIPAL é responsável pela COORDENAÇÃO E EXECUÇÃO DOS PROGRAMAS. Art. 12. Compete à União: I - responder pela concessão e manutenção dos benefícios de prestação continuada definidos no art. 203 da Constituição Federal; II - cofinanciar, por meio de transferência automática, o aprimoramento da gestão, os serviços, os programas e os projetos de assistência social em âmbito nacional; III - atender, em conjunto com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, às ações assistenciais de caráter de emergência. 49 IV - realizar o monitoramento e a avaliação da política de assistência social e assessorar Estados, Distrito Federal e Municípios para seu desenvolvimento. É importante destacar nesse parágrafo quê: A união é que é RESPONSÁVEL por CONCEDER e MANTER o BPC; A união cofinancia, o aprimoramento da gestão, os serviços, os programas e os projetos de assistência social em âmbito nacional, isso significa que a União, os Estados, Municípios e Distrito Federal devem também colaborar nesse financiamento. Quando os Estados e Municípios estiverem passando por situações de emergência, a União tem o dever de ajudá-los em relações as ações emergenciais de assistência social; Em relação a política de assistência social a União deve realizar o monitoramento, ou seja, o acompanhamento dessa política e também deve realizar a avaliação dessa política. Art. 12-A. A União apoiará financeiramente o aprimoramento à gestão descentralizada dos serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social, por meio do Índice de Gestão Descentralizada (IGD) do Sistema Único de Assistência Social (Suas), para a utilização no âmbito dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, destinado, sem prejuízo de outras ações a serem definidas em regulamento, a: I - medir os resultados da gestão descentralizada do Suas, com base na atuação do gestor estadual, municipal e do Distrito Federal na implementação, execução e monitoramento dos serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social, bem como na articulação intersetorial; II - incentivar a obtenção de resultados qualitativos na gestão estadual, municipal e do Distrito Federal do Suas; e 50 Atente-se para o fato de que os resultados devem buscar ser QUALITATIVOS, muitas bancas de concursos tentam confundir o candidato afirmando que apenas os resultados QUANTITATIVOS devem ser estimulados. III - calcular o montante de recursos a serem repassados aos entes federados a título de apoio financeiro à gestão do Suas. Os recursos públicos devem ser trabalhados com responsabilidade, dessa forma é necessário que haja um cálculo do montante necessário de recursos a serem repassados aos entes federados a título de apoio financeiro à gestão do Suas, dessa forma os entes federados receberão a quantidade necessária de recursos para a execução de suas atividades. § 1o Os resultados alcançados pelo ente federado na gestão do Suas, aferidos na forma de regulamento, serão considerados como prestação de contas dos recursos a serem transferidos a título de apoio financeiro. § 2o As transferências para apoio à gestão descentralizada do Suas adotarão a sistemática do Índice de Gestão Descentralizada do Programa Bolsa Família, previsto no art. 8° da Lei n° 10.836, de 9 de janeiro de 2004, e serão efetivadas por meio de procedimento integrado àquele índice. § 4o Para fins de fortalecimento dos Conselhos de Assistência Social dos Estados, Municípios e Distrito Federal, percentual dos recursos transferidos deverá ser gasto com atividades de apoio técnico e operacional àqueles colegiados, na forma fixada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, sendo vedada a utilização dos recursos para pagamento de pessoal efetivo e de gratificações de qualquer natureza a servidor público estadual, municipal ou do Distrito Federal. As questões de concursos tentam confundir o candidato afirmando que se pode usar o percentual dos recursos transferidos com pagamento de pessoal efetivo e com gratificações de qualquer natureza e servidor público estadual, municipal e ou do 51 Distrito Federal, mas fique atento pois é VEDADO, PROIBIDO o uso desses recursos para esse fim. Art. 13. Compete aos Estados: I - destinar recursos financeiros aos Municípios, a título de participação no custeio do pagamento dos benefícios eventuais de que trata o art. 22, mediante critérios estabelecidos pelos Conselhos Estaduais de Assistência Social; II - cofinanciar, por meio de transferência automática, o aprimoramento da gestão, os serviços, os programas e os projetos de assistência social em âmbito regional ou local; III - atender, em conjunto com os Municípios, às ações assistenciais de caráter de emergência; IV - estimular e apoiar técnica e financeiramente as associações e consórcios municipais na prestação de serviços de assistência social; V - prestar os serviços assistenciais cujos custos ou ausência de demanda municipal justifiquem uma rede regional de serviços, desconcentrada, no âmbito do respectivo Estado. VI - realizar o monitoramento e a avaliação da política de assistência social e assessorar os Municípios para seu desenvolvimento. Aprender sobre a competência dos Estados é simples, pois se você analisar todos os incisos verá que cinco deles referem-se a uma prestação de serviço ou auxílio ao município, então quando as questões de concursos se referirem a competência dos Estados, lembre-se que eles devem prestar ajuda aos municípios. Art. 14. Compete ao Distrito Federal: I - destinar recursos financeiros para custeio do pagamento dos benefícios eventuais de que trata o art. 22, mediante critérios estabelecidos pelos Conselhos de Assistência Social do Distrito Federal; 52 II - efetuar o pagamento dos auxílios natalidade e funeral; III - executar os projetos de enfrentamento da pobreza, incluindo a parceria comorganizações da sociedade civil; IV - atender às ações assistenciais de caráter de emergência; V - prestar os serviços assistenciais de que trata o art. 23 desta lei. VI - cofinanciar o aprimoramento da gestão, os serviços, os programas e os projetos de assistência social em âmbito local; VII - realizar o monitoramento e a avaliação da política de assistência social em seu âmbito. Atente-se ao fato de que a competência do Distrito Federal possuí características das competências dos Estados e dos Municípios. Art. 15. Compete aos Municípios: I - destinar recursos financeiros para custeio do pagamento dos benefícios eventuais de que trata o art. 22, mediante critérios estabelecidos pelos Conselhos Municipais de Assistência Social; É importante conhecer o que são os benefícios eventuais e eles são: São benefícios de caráter suplementar e provisório prestados aos cidadãos e às famílias em virtude de nascimento, morte e outras situações de vulnerabilidade temporária e de calamidade pública, conforme estabelece a Lei nº 8.742, de 07/12/1993 – Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) em seu art. 22, a Resolução CNAS nº 212, de 19/10/2006 e o Decreto nº 6.307, de 14/12/2007. Atente-se que não são considerados benefícios eventuais: 53 As provisões relativas a programas, projetos, serviços e benefícios diretamente vinculados ao campo da saúde, educação, integração nacional e das demais políticas setoriais. (Art. 9º do Decreto nº 6.307). II - efetuar o pagamento dos auxílios natalidade e funeral; III - executar os projetos de enfrentamento da pobreza, incluindo a parceria com organizações da sociedade civil; Esse inciso vem para reafirmar o que está posto na Constituição Federal nos seguintes artigos: Art. 3 (CF/88): Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais Art. 23 (CF/88): é competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: X- combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos; IV - atender às ações assistenciais de caráter de emergência; Os municípios não podem eximir-se da responsabilidade de atender às ações assistenciais de caráter emergencial, quando essas ocorrerem o município deve prontamente atender a essas ações de caráter emergencial e posteriormente os Estados e a União devem o auxiliar também. V - prestar os serviços assistenciais de que trata o art. 23 desta lei. Os serviços que o artigo 23 menciona entende-se por: serviços socioassistenciais as atividades continuadas que visem à melhoria de vida da população e cujas ações, voltadas para as necessidades básicas, observem os objetivos, princípios e diretrizes estabelecidos nesta Lei. VI - cofinanciar o aprimoramento da gestão, os serviços, os programas e os projetos de assistência social em âmbito local; 54 Esse cofinanciamento mencionado no inciso VI deve ocorrer de forma conjunta entre: União, Estados, Distrito Federal e Município. VII - realizar o monitoramento e a avaliação da política de assistência social em seu âmbito. É importante que você conheça os conceitos de Monitoramento e Avaliação, para que quando uma prova de concurso citar um exemplo do que é um monitoramento e uma avaliação na política de assistência social você não erre. Monitoramento: Segundo Jannuzzi (2009) tem o propósito de subsidiar os gestores com informações mais simples e tempestivas sobre a operação e os efeitos do programa, resumidas em painéis ou sistemas de indicadores de monitoramento. Avaliação: tem o propósito de subsidiar os gestores com informações mais aprofundadas e detalhadas sobre o funcionamento e os efeitos do programa, levantadas nas pesquisas de avaliação. Art. 16. As instâncias deliberativas do Suas, de caráter permanente e composição paritária entre governo e sociedade civil, são: I - o Conselho Nacional de Assistência Social; II - os Conselhos Estaduais de Assistência Social; III - o Conselho de Assistência Social do Distrito Federal; IV - os Conselhos Municipais de Assistência Social. O Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) foi instituído pela Lei no 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social (Loas). Possui composição paritária entre governo e sociedade civil e está vinculado à estrutura do Ministério de Desenvolvimento Social. A Loas foi instituída para reconhecer os direitos sociais no país, ao estabelecer um conjunto de garantias fundamentais (benefícios e serviços socioassistenciais). Atua 55 com a Política Nacional da Assistência Social (PNAS), que tem entre as funções convocar a Conferência Nacional de Assistência Social, que já completou nove edições. A assistência social, compreendida como política pública, direito do cidadão e dever do Estado, se consolida com a regulamentação da Loas. No artigo 16, a lei determina a criação dos conselhos de assistência social nas três esferas governamentais, que devem funcionar dentro de um sistema descentralizado e participativo, de caráter permanente e composição paritária entre governo e sociedade civil. São eles: o CNAS; os Conselhos Estaduais de Assistência Social; o Conselho de Assistência Social do Distrito Federal; e os Conselhos Municipais de Assistência Social. Segundo seu regimento interno, o CNAS deve exercer o controle social, no âmbito público e privado, além de atuar na formulação e no controle da política nacional de assistência social. Entre as competências do CNAS, estão: formular estratégias e atuar no controle da política pública de assistência social; controlar a atuação do setor privado na área da assistência social; elaborar cronograma de transferências de recursos financeiros da União para os demais entes federativos. O conselho possui um colegiado composto por 18 membros titulares e respectivos suplentes, nomeados pelo presidente da República, cujos nomes são indicados ao MDS. Metade dos conselheiros representa o poder público. A outra parte representa, igualmente, representantes de usuários ou de organizações de usuários da assistência social; entidades e organizações da assistência social; e trabalhadores do setor da assistência social. O CNAS reúne-se, ordinariamente, uma vez por mês. Então lembre-se: São 18 membros titulares e seus respectivos suplentes; As reuniões ocorrem uma vez por mês. Parágrafo único. Os Conselhos de Assistência Social estão vinculados ao órgão gestor de assistência social, que deve prover a infraestrutura necessária ao seu funcionamento, garantindo recursos materiais, humanos e financeiros, inclusive com 56 despesas referentes a passagens e diárias de conselheiros representantes do governo ou da sociedade civil, quando estiverem no exercício de suas atribuições. Em síntese o parágrafo afirma que os conselhos devem ter condições de se mater. Art. 17. Fica instituído o Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), órgão superior de deliberação colegiada, vinculado à estrutura do órgão da Administração Pública Federal responsável pela coordenação da Política Nacional de Assistência Social, cujos membros, nomeados pelo Presidente da República, têm mandato de 2 (dois) anos, permitida uma única recondução por igual período. § 1º O Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) é composto por 18 (dezoito) membros e respectivos suplentes, cujos nomes são indicados ao órgão da Administração Pública Federal responsável pela coordenação da Política Nacional de Assistência Social, de acordo com os critérios seguintes: I - 9 (nove) representantes governamentais, incluindo 1 (um) representante dos Estados e 1 (um) dos Municípios; II - 9 (nove) representantes da sociedade civil, dentre representantes dos usuários ou de organizações de usuários, das entidades eorganizações de assistência social e dos trabalhadores do setor, escolhidos em foro próprio sob fiscalização do Ministério Público Federal. § 2º O Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) é presidido por um de seus integrantes, eleito dentre seus membros, para mandato de 1 (um) ano, permitida uma única recondução por igual período. § 3º O Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) contará com uma Secretaria- Executiva, a qual terá sua estrutura disciplinada em ato do Poder Executivo. § 4o Os Conselhos de que tratam os incisos II, III e IV do art. 16, com competência para acompanhar a execução da política de assistência social, apreciar e aprovar a proposta orçamentária, em consonância com as diretrizes das conferências nacionais, estaduais, 57 distrital e municipais, de acordo com seu âmbito de atuação, deverão ser instituídos, respectivamente, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, mediante lei específica. O artigo 17 é muito cobrado em concursos de serviço social, em relação a esse artigo deve-se aprender que: Os 18 membros do CNAS são nomeados pelo Presidente da República, têm mandato de 2 (dois) anos, permitida uma única recondução, ou seja, podem ficar por até 4 anos no máximo. Os 18 membros são: 9 do governo e 9 da sociedade civil; Ao todo são 36 participantes, pois são 18 titulares e 18 suplentes. O CNAS deve ter uma secretária executiva; O presidente do conselho fica na direção por 1 anos e é eleito por todos os membros. Art. 18. Compete ao Conselho Nacional de Assistência Social: I - aprovar a Política Nacional de Assistência Social; A Política Nacional de Assistência Social é a responsável por, apresenta as diretrizes para efetivação da assistência social como direito de cidadania e responsabilidade do Estado, dessa forma é o CNAS que aprova essa política. II - normatizar as ações e regular a prestação de serviços de natureza pública e privada no campo da assistência social; Os serviços assistenciais devem ser prestados de forma responsável, não se tratam filantropia e sim de Direitos, sendo assim eles seguem normas, dessa forma o CNAS é o responsável por normatizar as ações e regular a prestação de serviços de natureza pública e privada no campo da assistência social. 58 III - acompanhar e fiscalizar o processo de certificação das entidades e organizações de assistência social no Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; O CNAS deve também acompanhar o processo de certificação das entidades e organizações de assistência social para averiguar se essas entidades cumprem todos os requisitos necessários para serem consideradas entidades de assistencial social e a fiscalização também se dá para saber se os serviços por elas prestados estão de acordo com os critérios do CNAS e com os pressupostos defendidos pelo PNAS. IV - apreciar relatório anual que conterá a relação de entidades e organizações de assistência social certificadas como beneficentes e encaminhá-lo para conhecimento dos Conselhos de Assistência Social dos Estados, Municípios e do Distrito Federal; O relatório anual é de fundamental importância para que: Se tenha conhecimento de forma geral e de forma local, quais as entidades e organizações são consideradas como beneficentes e esse conhecimento propiciará uma rede de serviços mais articulada e forte. V - zelar pela efetivação do sistema descentralizado e participativo de assistência social; Esse sistema descentralizado é um dos pressupostos postos na Constituição Federal, esse propicia uma prestação de serviço mais local, respeitando as particularidades de cada local, e um sistema participativo visa uma gestão mais democrática, onde a população esteja inserida nesse processo. VI - a partir da realização da II Conferência Nacional de Assistência Social em 1997, convocar ordinariamente a cada quatro anos a Conferência Nacional de Assistência Social, que terá a atribuição de avaliar a situação da assistência social e propor diretrizes para o aperfeiçoamento do sistema; Um dos pontos mais cobrados em concurso é sobre os objetivos da Conferência Nacional de Assistência Social que é: avaliar a situação da assistência social e propor diretrizes para o aperfeiçoamento do sistema; 59 Tem sido também recorrente cobrar em concurso o histórico das conferências nacionais de assistência social que já houve, e desde sua criação, o CNAS já realizou Conferências Nacionais com os seguintes temas: I Conferência Nacional de Assistência Social, realizada no período de 20 a 23 de novembro de 1995, com o tema geral: “A Assistência Social como um direito do cidadão e dever do Estado”; II Conferência Nacional de Assistência Social, realizada no período de 9 a 12 de dezembro de 1997, com o tema geral: “O Sistema Descentralizado e Participativo da Assistência Social – Construindo a Inclusão – Universalizando Direitos”; III Conferência Nacional de Assistência Social, realizada no período de 4 a 7 de dezembro de 2001, com o tema geral: “Política de Assistência Social: Uma trajetória de Avanços e Desafios”; IV Conferência Nacional de Assistência Social, realizada no período de 7 a 10 de dezembro de 2003, como o tema geral: “Assistência Social como Política de Inclusão: uma Nova Agenda para a Cidadania – LOAS 10 anos”; V Conferência Nacional de Assistência Social, realizada no período de 5 a 8 de dezembro de 2005, com o tema geral “SUAS – PLANO 10: Estratégias e Metas para Implementação da Política Nacional de Assistência Social”; VI Conferência Nacional de Assistência Social, realizada no período de 14 a 17 de dezembro de 2007, com o tema geral: “Compromissos e Responsabilidades para Assegurar Proteção Social pelo Sistema Único da Assistência Social -SUAS”; VII Conferência Nacional de Assistência Social, realizada no período de 30 de novembro a 3 de dezembro de 2009, com o tema geral: “Participação e Controle Social no SUAS”; VIII Conferência Nacional de Assistência Social, realizada no período de 07 a 10 de dezembro de 2011, com o tema geral: “Avançando na consolidação do Sistema Único da Assistência Social – SUAS com a valorização dos trabalhadores e a qualificação da gestão, dos serviços, programas, projetos e benefícios”. A IX Conferência Nacional de Assistência Social terá como tema “A Gestão e o Financiamento na efetivação do SUAS” 60 A X Conferência Nacional de Assistência Social teve como tema “Consolidar o SUAS de vez rumo a 2026”. VIII - apreciar e aprovar a proposta orçamentária da Assistência Social a ser encaminhada pelo órgão da Administração Pública Federal responsável pela coordenação da Política Nacional de Assistência Social; A proposta orçamentaria da Assistência Social está mencionada nas Normas Operacionais Básicas do SUAS no artigo 46, o qual menciona que os requisitos para elaboração a proposta orçamentária da Assistência Social, são: I – a definição de diretrizes, objetivos e metas; II – a previsão da organização das ações; III – a provisão de recursos; IV – a definição da forma de acompanhamento das ações; e V – a revisão crítica das propostas, dos processos e dos resultados. IX - aprovar critérios de transferência de recursos para os Estados, Municípios e Distrito Federal, considerando, para tanto, indicadores que informem sua regionalização mais equitativa, tais como: população, renda per capita, mortalidade infantil e concentração de renda, além de disciplinar os procedimentos de repasse de recursos para as entidades e organizações de assistência social, sem prejuízo das disposições da Lei de Diretrizes Orçamentárias; O processo de transferência de renda para os Estados e Municípios é muito importante, e eles devem ser justo, levando em consideração os indicadores sociais de cada local, em síntese, quanto maior for a necessidade de um Estado e/ou Municípiomais prioridade esse tem no recebimento e no montante e recursos. X - acompanhar e avaliar a gestão dos recursos, bem como os ganhos sociais e o desempenho dos programas e projetos aprovados; O acompanhamento e a avaliação permitem ver se o uso dos recursos está sendo eficaz, se está sendo usado para os propósitos certos. 61 XI - estabelecer diretrizes, apreciar e aprovar os programas anuais e plurianuais do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS); XII - indicar o representante do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) junto ao Conselho Nacional da Seguridade Social; O Conselho Nacional de Seguridade Social é composto por membro da: Saúde, Previdência e Assistência Social. O representante da Assistência Social na seguridade social é indicado pelo Conselho Nacional de Assistência Social. XIII - elaborar e aprovar seu regimento interno; É importante saber que o próprio conselho é responsável pela elaboração de seu regimento e seus membros também deve aprovar esse regimento. XIV - divulgar, no Diário Oficial da União, todas as suas decisões, bem como as contas do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS) e os respectivos pareceres emitidos. Essa divulgação no Diário Oficial da União visa obedecer a princípio da publicidade do ato administrativo, dando-o transparência. Art. 19. Compete ao órgão da Administração Pública Federal responsável pela coordenação da Política Nacional de Assistência Social: I - coordenar e articular as ações no campo da assistência social; O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome é o órgão da Administração Pública Federal responsável pela coordenação da Política Nacional de Assistência Social e ele deve coordenar e articular as ações no campo da assistência social; II - propor ao Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) a Política Nacional de Assistência Social, suas normas gerais, bem como os critérios de prioridade e de elegibilidade, além de padrões de qualidade na prestação de benefícios, serviços, programas e projetos; 62 É importante destacar duas competências que são muito cobradas em concursos que o MDS tem, que são: Propor ao CNAS a Política Nacional de Assistência Social; Eleger os critérios de prioridade. III - prover recursos para o pagamento dos benefícios de prestação continuada definidos nesta lei; Esse é um dos pontos sem dúvidas mais cobrado em concurso, dessa forma é importante saber que o MDS é que deve prover os recursos para o pagamento do BPC. IV - elaborar e encaminhar a proposta orçamentária da assistência social, em conjunto com as demais da Seguridade Social; O MDS também é o responsável por elaborar e encaminhar a proposta orçamentária da assistência social, em conjunto com as demais da Seguridade Social. V - propor os critérios de transferência dos recursos de que trata esta lei; Por se tratar de recursos público o MDS propõe os critérios de transferência dos recursos, pois esses devem ser usados com responsabilidade. VI - proceder à transferência dos recursos destinados à assistência social, na forma prevista nesta lei; VII - encaminhar à apreciação do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) relatórios trimestrais e anuais de atividades e de realização financeira dos recursos; O MDS deve encaminhar ao CNAS os relatórios trimestrais e anuais de atividades e de realização financeira dos recursos. VIII - prestar assessoramento técnico aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios e às entidades e organizações de assistência social; O MDS deve sempre auxiliar tecnicamente os Estados, DF e Municípios. 63 IX - formular política para a qualificação sistemática e continuada de recursos humanos no campo da assistência social; Os recursos humanos no campo da assistência social são muito importantes, pois eles trabalharão diretamente com a prestação dos direitos sociais, sendo assim eles devem ser continuamente qualificados. X - desenvolver estudos e pesquisas para fundamentar as análises de necessidades e formulação de proposições para a área; Os estudos e pesquisas são fundamentais para se perceber os avanços que houve e para ver quais pontos ainda precisam melhorado, dessa forma os estudos e pesquisas devem ser desenvolvidos de forma a fundamentar as análises de necessidade e formulação de proposições na área assistencial. XI - coordenar e manter atualizado o sistema de cadastro de entidades e organizações de assistência social, em articulação com os Estados, os Municípios e o Distrito Federal; Mais uma vez afirma-se a necessidade de se manter atualizado o sistema de cadastro de entidades e organizações de assistência social, esse subsidiará uma rede socioassistencial mais articulada. XII - articular-se com os órgãos responsáveis pelas políticas de saúde e previdência social, bem como com os demais responsáveis pelas políticas sócio-econômicas setoriais, visando à elevação do patamar mínimo de atendimento às necessidades básicas; As políticas públicas de forma geral devem estar articuladas, e dentre elas está a política de assistência social, a articulação com as demais políticas participantes da seguridade social é fundamental para a consecução dos objetivos da política, garantido ao acesso aos direitos. 64 XIII - expedir os atos normativos necessários à gestão do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS), de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS); XIV - elaborar e submeter ao Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) os programas anuais e plurianuais de aplicação dos recursos do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS). Parágrafo único. A atenção integral à saúde, inclusive a dispensação de medicamentos e produtos de interesse para a saúde, às famílias e indivíduos em situações de vulnerabilidade ou risco social e pessoal, nos termos desta Lei, dar-se-á independentemente da apresentação de documentos que comprovem domicílio ou inscrição no cadastro no Sistema Único de Saúde (SUS), em consonância com a diretriz de articulação das ações de assistência social e de saúde a que se refere o inciso XII deste artigo. CAPÍTULO IV Dos Benefícios, dos Serviços, dos Programas e dos Projetos de Assistência Social SEÇÃO I Do Benefício de Prestação Continuada Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de um salário-mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua família. § 1o Para os efeitos do disposto no caput, a família é composta pelo requerente, o cônjuge ou companheiro, os pais e, na ausência de um deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e enteados solteiros e os menores tutelados, desde que vivam sob o mesmo teto. 65 § 2oPara efeito de concessão do benefício de prestação continuada, considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. § 3º Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa com deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/2 (meio) salário-mínimo. Concurseiro, com a lei 13.981/2020 a renda per capita para recebimento do BPC foi alterada. Antes a renda per capita era de ¼. ATENÇÃO: Em 02 de Abril, devido ao COVID a LOAS teve mais alterações, todavia, essas alterações são por tempo DETERMINADO, serão válidas apenas até 31/12/2020, posteriormente uma nova avaliação será feita para que se veja como ficará a situação. Nesse momento em que o país está passando a renda per capita continua a mesma anterior a lei n°13.981/2020 VEJA COMOESTÁ ATUALMENTE!!! § 3º Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa com deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja: I - igual ou inferior a 1/4 (um quarto) do salário-mínimo, até 31 de dezembro de 2020. § 4o O benefício de que trata este artigo não pode ser acumulado pelo beneficiário com qualquer outro no âmbito da seguridade social ou de outro regime, salvo os da assistência médica e da pensão especial de natureza indenizatória. § 5o A condição de acolhimento em instituições de longa permanência não prejudica o direito do idoso ou da pessoa com deficiência ao benefício de prestação continuada. 66 § 6º A concessão do benefício ficará sujeita à avaliação da deficiência e do grau de impedimento de que trata o § 2o, composta por avaliação médica e avaliação social realizadas por médicos peritos e por assistentes sociais do Instituto Nacional de Seguro Social – INSS. §7oNa hipótese de não existirem serviços no município de residência do beneficiário, fica assegurado, na forma prevista em regulamento, o seu encaminhamento ao município mais próximo que contar com tal estrutura. §8oA renda familiar mensal a que se refere o § 3o deverá ser declarada pelo requerente ou seu representante legal, sujeitando-se aos demais procedimentos previstos no regulamento para o deferimento do pedido. § 9o Os rendimentos decorrentes de estágio supervisionado e de aprendizagem não serão computados para os fins de cálculo da renda familiar per capita a que se refere o § 3o deste artigo. § 10. Considera-se impedimento de longo prazo, para os fins do § 2o deste artigo, aquele que produza efeitos pelo prazo mínimo de 2 (dois) anos. § 11. Para concessão do benefício de que trata o caput deste artigo, poderão ser utilizados outros elementos probatórios da condição de miserabilidade do grupo familiar e da situação de vulnerabilidade, conforme regulamento. § 12. São requisitos para a concessão, a manutenção e a revisão do benefício as inscrições no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) e no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal - Cadastro Único, conforme previsto em regulamento. § 14. O benefício de prestação continuada ou o benefício previdenciário no valor de até 1 (um) salário-mínimo concedido a idoso acima de 65 (sessenta e cinco) anos de idade ou pessoa com deficiência não será computado, para fins de concessão do benefício de prestação continuada a outro idoso ou pessoa com deficiência da mesma família, no cálculo da renda a que se refere o § 3º deste artigo. 67 § 15. O benefício de prestação continuada será devido a mais de um membro da mesma família enquanto atendidos os requisitos exigidos nesta Lei. O artigo 20 é sem dúvidas o mais cobrado em concursos de serviço social no que se refere a LOAS, pois esse artigo aborda sobre o Benefício de Prestação Continuada- BPC, sobre esse benefício é importante que você aprenda as seguintes informações: Qual critério base para idosos e deficientes receberem o BPC? Não poderem se sustentar e nem ter o seu sustento provido por sua família. Qual a Idade do idoso para receber o benefício? No mínimo 65 anos Qual critério para deficiente? Ter deficiência de longo prazo, ou seja, que já perdure por mais de 2 anos e que essa impossibilite sua total participação na sociedade. Quem é considerado da família? Requerente +cônjuge ou companheiro +os pais e, na ausência de um deles, a madrasta ou o padrasto + os irmãos solteiros +os filhos+ enteados solteiros + os menores tutelados – TODO DEVEM RESIDIR NA MESMA CASA! Não pode acumular com? Nenhum benefício previdenciário (ex.: aposentadoria por morte, idade ou invalidez; pensão por morte, auxílio doença, auxílio maternidade, auxílio reclusão, salário-família). Pode acumular com? Assistência médica e da pensão especial de natureza indenizatória. Não impede o recebimento a situação de? Acolhimento em instituição própria no caso do idoso e a situação de estagiário do deficiente mesmos que remunerado; Que tipo de avaliação o INSS faz para a concessão desse benefício? Avaliação Pericial- Realizada pelo Médico do INSS e Avaliação Social- Realizada por Assistente Social; Concurseiro, olha as alterações que a situação do COVID trouxe: Art. 20-A. Em razão do estado de calamidade pública reconhecido pelo Decreto Legislativo n° 6 de 20 de março de 2020, e da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus (Covid-19), o critério de aferição 68 da renda familiar mensal per capita previsto no inciso I do § 3º do art. 20 poderá ser ampliado para até 1/2 (meio) salário-mínimo. § 1º A ampliação de que trata o caput ocorrerá na forma de escalas graduais, definidas em regulamento, de acordo com os seguintes fatores, combinados entre si ou isoladamente: I - o grau da deficiência; II - a dependência de terceiros para o desempenho de atividades básicas da vida diária; III - as circunstâncias pessoais e ambientais e os fatores socioeconômicos e familiares que podem reduzir a funcionalidade e a plena participação social da pessoa com deficiência candidata ou do idoso; IV - o comprometimento do orçamento do núcleo familiar de que trata o § 3º do art. 20 exclusivamente com gastos com tratamentos de saúde, médicos, fraldas, alimentos especiais e medicamentos do idoso ou da pessoa com deficiência não disponibilizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ou com serviços não prestados pelo Serviço Único de Assistência Social (Suas), desde que comprovadamente necessários à preservação da saúde e da vida. § 2º O grau da deficiência e o nível de perda de autonomia, representado pela dependência de terceiros para o desempenho de atividades básicas da vida diária, de que tratam, respectivamente, os incisos I e II do § 1º deste artigo, serão aferidos, para a pessoa com deficiência, por meio de índices e instrumentos de avaliação funcional a serem desenvolvidos e adaptados para a realidade brasileira, observados os termos dos §§1° e 2° do art. 2° da Lei n° 13.146, de 6 de julho de 2015. § 3º As circunstâncias pessoais e ambientais e os fatores socioeconômicos de que trata o inciso III do § 1º deste artigo levarão em consideração, observado o disposto nos §§1° e 2° do art. 2° da Lei n° 13.146, de 2015, entre outros aspectos: I - o grau de instrução e o nível educacional e cultural do candidato ao benefício; 69 II - a acessibilidade e a adequação do local de residência à limitação funcional, as condições de moradia e habitabilidade, o saneamento básico e o entorno familiar e domiciliar; III - a existência e a disponibilidade de transporte público e de serviços públicos de saúde e de assistência social no local de residência do candidato ao benefício; IV - a dependência do candidato ao benefício em relação ao uso de tecnologias assistivas; e V - o número de pessoas que convivem com o candidato ao benefício e a coabitação com outro idoso ou pessoa com deficiência dependente de terceiros para o desempenho de atividades básicas da vida diária. § 4º O valor referente ao comprometimento do orçamento do núcleo familiar com gastos com tratamentos de saúde, médicos, fraldas, alimentos especiais e medicamentos do idoso ou da pessoa com deficiência, de que trata o inciso IV do § 1º deste artigo, será definido pelo Instituto Nacional do Seguro Social, a partir de valores médios dos gastos realizados pelas famílias exclusivamente com essas finalidades, conforme critérios definidos em regulamento, facultada ao interessado a possibilidade de comprovação, nos termos do referido regulamento, de que os gastos efetivos ultrapassam os valores médios. Art. 21. O benefício de prestação continuada deve ser revisto a cada 2 (dois) anos para avaliação da continuidade das condições que lhe deram origem.