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Processo de Ensino

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 Processo de ensino: Apredizagem, leitura e escrita 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Processo de ensino: Apredizagem, leitura e escrita 
SUMÁRIO 
 
PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM LEITURA E ESCRITAErro! Indicador não 
definido. 
AQUISIÇÃO DA LEITURA E ESCRITA...................................................................... 4 
OS ALUNOS COM ESCRITA ALFABETICA ............................................................ 39 
SEMÂNTICA GERAL E SINTAXE DISCURSIVA ..................................................... 49 
Predicado verbal ...................................................................................................... 51 
Predicado nominal ................................................................................................... 51 
Predicado verbo-nominal ......................................................................................... 52 
Adjunto adnominal ................................................................................................... 52 
Predicativo ............................................................................................................... 52 
Aposto...................................................................................................................... 52 
Vocativo ................................................................................................................... 52 
Adjunto adverbial ..................................................................................................... 53 
Agente da passiva 61 ....................................................................................... 53 
Período composto por coordenação ........................................................................ 53 
Período composto subordinado ............................................................................... 54 
CONCORDÂNCIA.................................................................................................... 54 
TÉCNICA DE COMUNICAÇÃO E REDAÇÃO .......................................................... 59 
Características do Texto Dissertativo ....................................................................... 65 
Estrutura do texto Dissertativo ................................................................................. 65 
Recursos de Argumentação ..................................................................................... 66 
TÉCNICA DE ELABORAÇÃO DE TEXTOS TÉCNICOS .......................................... 67 
Revisão e Edição ..................................................................................................... 71 
Tradução .................................................................................................................. 71 
ESTUDOS LITERÁRIOS.......................................................................................... 79 
ESTUDO DA COMUNICAÇÃO E MÍDIA .................................................................. 86 
O PAPEL EDUCATIVO NA RECEPÇÃO ................................................................. 88 
PROGRAMAÇÃO EDUCATIVA NA TV? .................................................................. 89 
AMPLIAÇÃO DA CONCEPÇÃO DE EDUCATIVO E MEDIAÇÕES PEDAGÓGICAS
................................................................................................................................. 91 
ATIVIDADE COMPLEMENTAR “DISCIPLINA E INDISCIPLINA EM SALA DE AULA
................................................................................................................................. 94 
 
 
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 Processo de ensino: Apredizagem, leitura e escrita 
DISCIPLINA NA ESCOLA – RELACIONAMENTO – ESCOLA X COMUNIDADE .... 96 
A PRIMEIRA HIPÓTESE EXPLICATIVA: O ALUNO “DESRESPEITADOR” ............ 99 
O ALUNO “SEM LIMITES” ..................................................................................... 102 
O ALUNO “DESINTERESSADO” ........................................................................... 107 
UMA LEITURA DA INDISCIPLINA ESCOLAR ....................................................... 111 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 115 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Processo de ensino: Apredizagem, leitura e escrita 
 
AQUISIÇÃO DA LEITURA E ESCRITA 
 
Para levar ao homem o fenômeno da Aquisição da Escrita e Leitura é preciso 
que se investigue o trabalho. Quando observamos o ponto de vista das 
relações/valores não mudamos nada no fenômeno, apenas procuramos ajustar a lente 
no foco para obter uma compreensão adequada, por isso mais vigorosa e ampla. As 
ações e reflexões que tem desenvolvido são experiências sucedidas das lições 
retiradas em situações e orientações apresentadas. 
Mostrando que as habilidades desenvolvidas dependem dos métodos 
utilizados em relação à 5criança desde pequena com a cultura escrita. 
A prática social individualista não ajuda na formação de um desenvolvimento 
satisfatório. A responsabilidade é de todo sistema. A escola acredita nas etapas dos 
processos que favorecem condições sobre o ensino da escrita. As metodologias vêm 
mudando a atuação e ao ver o que escreve no quadro negro diferencia da linguagem 
falada, selecionando as melhores palavras e expressões na organização da escrita 
em linhas, a separação dos vocábulos, uso de símbolos, e a criança vai vendo sua 
escrita se concretizando. 
Certamente, além dessas diferenças e semelhanças parecerem ter a ver com 
a distinção de como a linguagem é produzida e recebida, há muitas outras que se 
poderiam observar: o contexto de uso da linguagem, o sentido do que se diz ou se 
escreve, do objetivo do falante ou do escritor ao produzir seu texto e de outros fatores, 
a participação e acompanhamento da família ou responsável, que faz muita diferença, 
seja ela direta ou indireta, vem formar a produção da linguagem. 
Considerando tais fatores de produção de cada uma das modalidades da 
língua, podemos avaliar a influência de uma sobre a outra e constatar que inicialmente 
é a oralidade que inicia o ciclo de influências mútuas. O objetivo do presente trabalho 
é tentar mostrar a influência que a oralidade exerce sobre a escrita, o que faz com que 
os produtos orais e escritos sejam muito semelhantes, principalmente nesse primeiro 
momento. As transformações vêm avançando muito o objetivo da escola em 
responder às exigências da sociedade e, em segundo lugar, a transformar do perfil 
social e cultural do educando. A significativa ampliação da presença na escola vem 
superando o analfabetismo com novas tecnologias. 
 
 
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 Processo de ensino: Apredizagem, leitura e escrita 
Atualmente a educação alcançou um novo patamar em termos de pesquisa. 
Sabemos que o desenvolvimento humano não é apenas natural, mas histórico-social, 
e que algumas aprendizagens, principalmente 6as mais complexas, precisam de uma 
estrutura organizada. Especificamente em relação às linguagens escritas podemos 
pensar, portanto, que a criança – mesmo antes de ler e escrever as primeiras letras – 
já participa ativamente dos processos que analisa e formula uma escrita simbólica. 
Desse modo a escrita, que no sistema egípcio caracterizava totalmente a língua 
falada e refletia realidades abstratas e concretas, era formada por dois tipos de signos: 
pictograma (desenho/coisas) e fonograma (desenho/sons), explicando a disposição 
intuitiva do ser humano. Isso corresponde aos movimentos informativos que 
introduzem um aprendizado através dos símbolos, que aos poucos vem adquirindo 
conhecimento representativo. 
Quando se fala em ensinar e escrever nas perspectivasde gêneros surgem 
perguntas que levam à reflexão: se o que vai ser trabalhado pode ser desenvolvido 
por eles dentro de sua cultura social, como ensiná-los na escola de modo que eles 
não fujam de suas origens? Ou seja, como não escolarizar os gêneros que pertencem 
a outros domínios discursivos que não o da escola? Seria, então, até inadequado 
imaginar que uma criança não tenha competência e condições de aprender as 
diversas características da comunicação gráfica. 
A língua materna usa variedade de sons que aos poucos vai formando uma 
estrutura materna adquirida. Segundo Contine (1988), uma criança exposta a um 
ambiente propício, ou seja, material escrito e pessoas que manuseiam, incluindo ela 
própria, já estaria aprendendo seus usos e funções como forma de comunicação. O 
problema é que essas variedades são trabalhadas muitas vezes, são lidas e não são 
exploradas as escritas. Bem pequena a criança acredita que os desenhos 
representam as palavras. Assim, ela associa o objeto ao nome embora o mesmo não 
corresponda ao que é visto. Analise este fato, ocorrido em sala de aula, em que o 
professor levou um carrinho e na representação dos objetos no referido carro estava 
a letra G e no gato estava a letra C. 
A criança olhou-o e disse que a letra que correspondia à figura do carro era C 
– de carro. Leva a acreditar que a leitura do que se vê é tão importante quanto a 
prática escrita. A característica básica é compartilhada com a coletividade. Quando 
uma criança esta nos rabiscos ela está no nível pré-silábico e depois passa para o 
 
 
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 Processo de ensino: Apredizagem, leitura e escrita 
silábico, quando já usa as letras empregando uma letra para cada sílaba e 
fundamentalmente chega ao entendimento da fala com a escrita. 
As etapas do conhecimento são o primeiro passo para produzir avanços na 
escola. 7 
Para trabalhar a leitura da escrita em sua formação social, com conceitos 
estruturados, é essencial utilizar os sons das palavras (ler para escrever), ouvir 
músicas, ver TV, enfim, perceber desenhos, formular a palavra. Acredita-se 
efetivamente no que é decifrado e escrito. O significado real desse método ajuda o 
aprendiz a entender para que serve aquilo que está aprendendo. A fala constrói 
conhecimentos no processo da escrita, trabalhando a prática em função social. 
As histórias infantis são utilizadas geralmente pelos adultos interlocutores 
(sejam professores ou terapeutas) como forma de entretenimento ou distração, já que, 
pelo senso comum, frequentemente a criança sempre demonstra um interesse 
especial por elas, seja qual for a classe a que pertença. Quanto mais o aluno observa 
os desenhos narrados nas estórias lidas mais ele aprende a usar a escrita e alcançar 
a eficácia na atuação social e o alargamento da integração social na praxe social. 
Imbuída nessa ideia é mister refletir-mos – como educadores que somos – que 
a forma da linguagem escrita lança tentativas que descrevem as etapas do processo 
evolutivo gradativamente, sobre um processo de ensino-aprendizagem da escrita, na 
perspectiva de formar escritores no sistema educacional segmentando palavras 
alinhadas e escritas corretas, contribuindo no sistema cognitivo na estruturação do 
conceito de que a escrita é uma representação de fala. 
Na pré-história o homem passou a se comunicar através de desenhos feitos 
nas paredes das cavernas. Através deste tipo de representação (pintura rupestre) 
trocavam mensagens, passavam ideias e transmitiam desejos e necessidades. 
Porém, ainda não era um tipo de escrita, pois não havia organização nem mesmo 
padronização das representações gráficas. Foi somente na antiga Mesopotâmia que 
a escrita foi elaborada e criada. 
Por volta de 4.000 a.C., os Sumérios desenvolveram a escrita cuneiforme. 
Usavam placas de barro, onde cunhavam esta escrita. A maior parte dos documentos 
registrados encontrados na Mesopotâmia refere-se a registros contábeis: números de 
cabeça de gado, sacas de grãos, livros de registros receitas e despesas. Criaram-se, 
também, cartas de crédito, por meio das quais se tornou possível expandir o comércio 
 
 
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 Processo de ensino: Apredizagem, leitura e escrita 
entre as diversas cidades. 
A escrita era fundamental, ainda, para registrar as terras, dificultando a acesso 
por parte daqueles que não as possuíam. Também os documentos de Estado eram 
armazenados por meio da escrita, a qual se tornou um instrumento importante na 
transmissão de mensagens oficiais de caráter local e mesmo internacional. No Egito 
Antigo, o sistema hieroglífico era uma das formas de escrita mais utilizadas. Para essa 
civilização, o ato de escrever tinha um sentido profundamente religioso, mágico e 
também artístico. 8 
Escrever significava para os Egípcios fazer com que as coisas viessem para 
sempre, ou seja, tornavam-se eternas. Por ser um processo complexo e sofisticado, 
a escrita era dominada por estudiosos muito prestigiados, os escribas. Além de 
gravarem sua escrita em pedras e pedaços de cerâmica, os egípcios desenvolveram 
uma espécie de folha de papel, preparada a partir das fibras do papiro, planta típica 
da região. Existiam duas formas de escritas no antigo Egito: demótica (mais 
simplificada) e a hieroglífica (mais complexa e formada por desenhos e símbolos). As 
paredes internas das pirâmides eram repletas de textos que falavam sobre a vida do 
faraó, rezas e mensagens para espantar possíveis saqueadores. 
Nem todas as sociedades criaram um sistema de escrita. Exemplo disso são 
os incas, que viviam na América antes da chegada dos Europeus. Esse povo 
desenvolveu, entretanto, uma forma de registrar alguns dados por meio de nós em 
pequenas cordinhas – chamados quipus. Outros povos indígenas, tais como os 
Yanomamis, que vivem hoje no Norte do Brasil, também não têm um sistema de 
escrita. O mesmo ocorre em diversas civilizações africanas ou da Oceania. Nessas 
sociedades sem escrita a história é encontrada e os fatos são registrados de forma 
oral, ou seja, as ideias, as informações e os costumes são transmitidos pela fala, de 
geração para geração. 
Já na Roma Antiga, no alfabeto havia somente letras minúsculas. Contudo, na 
época em que estas começaram a ser escritas nos pergaminhos com auxílio de hastes 
de bambu ou penas de patos e outras aves ocorreu a modificação em sua forma 
original e, posteriormente, criou-se um novo estilo de escrita denominado inicial. O 
novo estilo resistiu até o século VIII e foi utilizado nas escrituras bíblicas lindamente 
escritas. 
Na Idade Média no século VIII Alcuino, um monge inglês, elaborou outro estilo 
 
 
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 Processo de ensino: Apredizagem, leitura e escrita 
de alfabeto, atendendo ao pedido do Imperador Carlos Magno. Contudo, este novo 
estilo possuía letras maiúsculas e minúsculas. Com o passar do tempo, esta forma de 
escrita também passou por modificações, tornando-se complexa para a leitura. No 
século XV, alguns eruditos italianos – incomodados com este estilo complexo – 
criaram um novo. 
Em 1522, outro italiano chamado Ludovico Arrighi foi responsável pela 
publicação do primeiro caderno de caligrafia. Foi quem deu origem ao estilo que hoje 
denominamos itálico. Com o passar do tempo outros cadernos também foram 
impressos, tendo seu tipo gravado em chapas de cofres (calcografia). Foi deste 
processo que se originou a designação de escrita calcográfica. 
A língua portuguesa tem uma representação gráfica alfabética com memória 
etimológica. Dizem que a representação gráfica e alfabética significa dizer que as 
unidades gráficas (letras) representam basicamente unidades sonoras (consoantes e 
vogais) e não 9palavras como pode ocorrer na escrita chinesa ou sílabas (como na 
escrita japonesa). Além disso, a escrita alfabética tem como princípio geral a ideia de 
que cada unidade sonora serárepresentada por uma determinada letra e de que cada 
letra representara uma unidade sonora. 
Dizer, por outro lado, que o sistema gráfico admite também o princípio da 
memória etimológica significa dizer que ele toma como critério para fixar a forma 
gráfica de certas palavras não apenas as unidades sonoras que a compõem mais 
também sua origem. Assim, escrevemos monge com G e não com J, por ser uma 
palavra de origem grega, e pajé com J e não com G por ser uma palavra de origem 
tupi. Redigimos homem com H não porque haja uma unidade sonora antes do O em 
português, mas porque em latim se grafava homo com H (resquício de um tempo na 
história do latim em que havia uma consoante antes do O). 
Ao operar também com a memória etimológica, o sistema gráfico relativiza o 
princípio geral da escrita (a relação da unidade sonora letra não será 100% regular), 
introduzindo para o usuário. A escrita não foi progredindo, os sinais gráficos 
desenhados foram aos poucos se simplificando e serviam para transcrever sílabas 
independentes do sentido vocabulário – os considerados grupos fônicos. A partir do 
século IX apareceu o alfabeto grego, com 24 letras, incluindo as vogais. Cada povo 
exerce sua capacidade de expressão por meio de códigos linguísticos e 
representativos, aos quais chamamos língua. 
 
 
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 Processo de ensino: Apredizagem, leitura e escrita 
Quanto mais dominamos nossa própria língua e nos comunicamos 
corretamente maiores são as oportunidades de adquirir cultura trabalhando e 
interagindo no mundo em que vivemos. As atividades voltadas para a construção da 
escrita têm como objetivo formar escritores competentes, capazes de produzir com 
eficácia. 
Em uma cultura ágrafa essas preocupações não teriam tanto sentido, mas 
nossas crianças, especialmente as oriundas de classes mais baixas, estão inseridas 
em uma sociedade letrada que, além das desigualdades e injustiças a que são 
submetidas, descrimina quem não é alfabetizado, considerando-o inferior. Portanto, 
apropria-se da linguagem escrita, podendo oferecer futuramente a essas crianças 
maiores possibilidades de isenção social. Se considerarmos que os alunos não 
alfabetizados podem escrever de acordo com suas palavras hipóteses, isso significa 
que supostamente poderiam registrar qualquer tipo de texto, desde que não seja 
esperado que o faça convencionalmente. 
Tratando dessa dimensão, segundo Winnicott (apud Postic, 1993:18), todos 
nós necessitamos de uma área de ilusão paralela ao mundo real (ou das trocas 
sociais) – esse espaço interno e responsável pela transição entre o consciente e o 
inconsciente, movimento que garante o equilíbrio do indivíduo. Por suas atividades, a 
criança tem contato com o real com os outros. Ao mesmo tempo, sua imaginação se 
desenvolve, pois ela toma consciência de seus limites, vive conflitos, experimenta 
informações contraditórias e tem muitas dúvidas que não consegue esclarecer. Para 
tentar resolvê-las e dominar suas angústias, impulsionada por sua curiosidade, ela 
procura sonhar, imaginar. E se conseguir canalizar esse mundo imaginário em ações 
no mundo real ela desenvolve a capacidade de criação. 
Os desenhos, as narrativas, enfim, são maneiras de agir para dominar as 
emoções; as explosões de sonhos e imagens são dirigidas então para a criação. 
Portanto, a criança deve conseguir alimentar seu imaginário e expressá-lo. 
Desenvolver a função simbólica por meio de texto, imagens e sons é uma forma de 
sustentá-lo. De qualquer forma, não é apropriado, por exemplo, solicitar a escrita de 
um texto logo que ofereça grandes dificuldades, sendo que se obterá uma escrita 
convencional. São mais adequados trechos de histórias conhecidas, bilhetes, cartas 
curtas, regras de jogos, além dos demais textos; como frases, quadrinhas cantigas de 
roda conhecidas. 
 
 
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 Processo de ensino: Apredizagem, leitura e escrita 
Assim, para que realmente uma história prenda a atenção da criança, deve 
entretê-la e despertar sua curiosidade. Mas, para enriquecer sua vida, deve estimular 
sua imaginação, ajudando em seu desenvolvimento intelectual, propiciando-lhe mais 
clareza em seu universo afetivo, auxiliando a reconhecer, mesmo de forma 
inconsciente, alguns de seus problemas e oferecendo-lhe perspectiva de soluções, 
mesmo provisórias. 
A prática pedagógica tem demonstrado que quando se pretende trabalhar com 
a diversidade textual nas classes de alfabetização, nas situações em que se ler para 
os alunos praticamente todo gênero é adequado, desde que o conteúdo possa 
interessar, o professor atua como mediador entre eles no texto. Mas se o texto se 
destinar a leitura pelos próprios alunos é preciso considerar suas reais possibilidades 
de realizar a tarefa, para que o desafio não seja muito difícil. 
Se a situação for produzir um texto oralmente há que se considerar que em 
princípio os alunos não alfabetizados podem criar quaisquer gêneros, desde que 
tenham bastante familiaridade com eles, seja por meio da leitura feita pelo professor 
ou por outros leitores. E quando se trata de produzir texto por escrito as possibilidades 
se restringem, pois a tarefa requer a coordenação de vários procedimentos complexos 
relacionados tanto com o planejamento do que se pretende expressar quanto com a 
própria escrita. É preciso, portanto, saber o que se pode propor aos alunos em cada 
caso; quando o professor lê para eles, quando eles próprios é que tem de ler, quando 
produzem o texto sem precisar escrever e quando precisam escrever eles próprios. 
As possibilidades relacionadas aos objetivos característicos das atividades 
indicam a metodologia aplicada, tornando útil e adequada aos alunos. Uma atividade 
se torna outra, feita com ajuda de rascunho, cadernos, lápis, papel especial para expor 
em um mural, letras móveis, cartões na lousa, no computador ou escrito a lápis. 
Esclarece as diferentes funções, certifica-se das atividades, garantindo a circulação 
de informação, promovendo a socialização de produzir e ver o texto pronto. 
Escrever não depende de dom, mas de empenho, dedicação, compromisso, 
seriedade, desejo e crença na possibilidade de ter algo a dizer que vale a pena 
escrever. Escrever é um procedimento e, como tal, depende de exercitação: o talento 
da escrita nasce da frequência com que ela é experimentada. A descoberta de que a 
escrita representa a fala leva a criança a formular hipóteses, ao mesmo tempo falsas 
e necessárias à hipótese silábica. 
 
 
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 Processo de ensino: Apredizagem, leitura e escrita 
A hipótese silábica é um salto qualitativo, com reestruturações globais. 
Vejamos o caso da oralidade escrita. Os aspectos parecem relevantes em relação às 
manifestações da fala. Essa fala egocêntrica, tomada como objeto de lugar de 
investigação relacionada ao trabalho de escrever e observada na dinâmica, permite 
traçar diversas formas de linguagem em interação. 
Falar e escrever é organizar pensamentos pela fala, operar sobre a oralidade 
para redigir e aprender objetivos, ideias, reorganizando e transformando em um 
trabalho simbólico. Analisando os aspectos linguísticos podemos destacar os 
grafemas feitos pelas crianças, nos quais existe uma variação desordenada da 
representação da oralidade. A criança marca “umv” a primeira vez e “auv”; vemos que 
todas as palavras são marcadas no texto. 
Ao considerarmos o momento de produção da escrita e da fala como episódio 
interativo, podemos perceber indício da complexa situação que a criança experimenta 
ao escrever. A fala egocêntrica emerge diante de uma tarefa, de uma dificuldade de 
aprendizagem, da forma escrita de linguagem/produção na escola, com 
características particulares. As práticas pedagógicas convencionais, ao enfocarem o 
trabalho com a escrita, preconizam o bom desempenho em linguagem oral como um 
dos itens necessáriospara se escrever bem: habilidade fundamental para o 
desenvolvimento satisfatório na aprendizagem escrita. Analisando os fatos 
observamos que uma linguagem verbal adequada precisa de condições de 
comunicação e afixação de conceitos. Esses estímulos favorecem a oralidade da 
criança na aprendizagem da escrita. 
A noção de linguagem escrita é inicialmente um simbolismo de segunda ordem 
porque tende a representar o som da fala. Lentamente desaparece a linguagem oral 
e passa a ser representada a linguagem escrita como de primeira ordem. Esse método 
alcança na criança o processo psicológico que organiza as palavras, o raciocínio e a 
prática da linguagem escrita. 
Para Vygotsky, o desenvolvimento da linguagem escrita “é constituído tanto de 
involuções como evoluções” (1984, p.120). 
Muitas vezes observamos o desenvolvimento de uma criança que alcança 
novos conhecimentos e transforma as formas anteriores do processo de linguagem 
oral e escrita. O funcionamento da escrita pode ou não alcançar uma qualidade de 
experiência de uma produção de análise de textos criados pelas crianças, valorizando 
 
 
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 Processo de ensino: Apredizagem, leitura e escrita 
sua oralidade. Esse processo requer do escritor a consideração de caráter dialógico 
do ato de escrever, tomando, ao mesmo tempo, o dizer do texto como objeto de 
atenção e o leitor como um sujeito que constrói sentidos a partir de pistas dos textos. 
Supomos que dentre outras condições para essa possibilidade esteja a interação com 
um interlocutor imediato, que aponte para o sujeito as exigências de compreensão, 
que conduza os escritores iniciantes a desenvolver ações reflexivas na escrita. 
De fato, há um movimento de diferenciação de perspectiva, mas que é derivado 
de uma capacidade dialógica tácita e pouco reflexiva, sendo que as perspectivas do 
eu (escritos) e do outro (leitor) se configuram em um processo de escritura – um 
processo que dependendo das condições sociais de sua realização pode trazer para 
a criança a demanda ou oportunidade de uma tomada do seu dizer como objeto de 
atenção e análise. Concluindo, quero sugerir que a direção produtiva para o estudo 
da constituição dos escritos está na busca de compreensão sobre os diversos planos 
de dialógica implicados na produção escrita, os quais abrangem a relação da criança 
com vários outros: para quem a criança diz seus leitores; de quem toma as palavras 
para dizer seus modelos; sobre quem diz suas personagens; o outro que é participante 
do processo de produção do texto (professores que atuam como comentadores, 
coautores ou correvisores, etc). A essas dialógicas articula-se a relação da criança 
consigo mesma, como escritora e leitora do seu texto. 
No âmbito da pesquisa parece que esses vários aspectos do processo de 
produção escrita não têm sido suficientemente tematizados, dada a tendência a se 
restringir a discussão à relação escrita e ao leitor. Muito se tem pesquisado e discutido 
em diversas áreas do conhecimento sobre o que acontece durante a aquisição e o 
desenvolvimento da linguagem no ser humano. 
Os processos envolvidos nesse percurso têm sido observados de diversos 
pontos de vista e as discussões a respeito. Como sabemos, as crianças constroem 
hipóteses sobre como se escreve e muitos professores já ouviram falar disso. No 
entanto, parte importante e pouco conhecida das investigações sobre a aquisição da 
escrita se refere ao que poderíamos chamar “hipótese de leitura”, isto é, são as ideias 
que as crianças constroem sobre o que está ou não grafado em um texto escrito e o 
que se pode ler ou não nele. 13 
Vygotsky, entre outros estudiosos do assunto, buscando compreender a origem 
e o desenvolvimento dos processos psicológicos do indivíduo, postula um enfoque 
 
 
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 Processo de ensino: Apredizagem, leitura e escrita 
sociointeracionista para a questão, no qual um organismo não se desenvolve 
plenamente sem o suporte de outros de sua espécie, o que afirma que todo 
conhecimento se constrói socialmente. Durante todo o percurso do desenvolvimento 
das funções psicológicas, culturalmente organizadas, é justamente esse aspecto 
cultural/social de interação com o outro que desperta processos internos desse 
desenvolvimento. É o contato ativo do indivíduo com o meio, intermediado sempre 
pelos que o cercam, que faz com que o conhecimento se construa. 
Especialmente em se tratando da linguagem e escrita, o indivíduo tem o papel 
constitutivo nesse processo (ele não é passivo: percebe, assimila, formula hipóteses, 
experimentado-as, e em seguida as reelabora, interagindo com o meio). O que lhe 
proporciona, portanto, modos de perceber e organizar o real é justamente o grupo 
social (a interação que ele faz com esse grupo). É este que determina um sistema 
simbólico-linguístico da representação real de escrita. O pensamento e a linguagem 
estão intimamente relacionados à medida que constrói significados que a criança vai 
desenvolvendo na fala socializada e na escrita praticada. 
As crianças, antes de aprenderem a ler e a escrever, constroem ideias e 
distinções que parecem estranhas aos nossos olhos alfabetizados. Em uma frase 
muito inicial, raramente observada em grupos, encontram-se crianças para quem as 
letras ainda não são objetos substitutos (isto é, objetos cuja função é representar 
outros objetos) Emília Ferreira comenta: “graças aos sujeitos menores podemos 
afirmar a realidade desse nível”. 
Depois que as letras se tornam objeto substituto, os alunos costumam pensar 
que qualquer coisa que esteja escrita perto de uma figura deve ser o nome da figura. 
Elas imaginam também que se em uma caixa de remédio há algo escrito, deve ser 
“remédio”, ou quem sabe “pílulas”. A hipótese de que o que está escrito junto de uma 
imagem deve ser seu nome fica evidente quando perguntamos às crianças que não 
sabem ler o que se vê em uma figura e elas respondem: “uma bola” (ou uma boneca...) 
e quando perguntamos o que está escrito junto da bola ela sabe dizer, omitindo o 
artigo indefinido. 
Essa distinção sutil e sistemática é que caracteriza o que Emília Ferreira 
chamou a “hipótese do nome”. Isto é, que no início as crianças pensam que o que se 
escrevem são apenas os nomes. Uma das primeiras ideias que os alunos elaboram 
em relação ao significado de uma sequência de letras é a seguinte: as letras 
 
 
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 Processo de ensino: Apredizagem, leitura e escrita 
representam os nomes das pessoas e objetos. A criança é o elemento atuante do 
processo de ensino-aprendizagem, é o sujeito ativo que põe em jogo toda a sua 
capacidade intelectual nesse processo. 
A criança, quando entra para a escola, já possui conhecimentos sobre a leitura 
e escrita que precisam ser considerados como ponto de partida para a sistematização 
nos saberes embutidos no ato da leitura e escrita. A aprendizagem da língua oral e 
escrita se constitui em um dos principais espaços de ampliação das capacidades de 
se comunicar e de se expressar que a criança pode desenvolver. 
Esta ampliação não só está relacionada ao desenvolvimento gradativo das 
capacidades associadas às competências linguísticas básicas: falar, escutar, ler e 
escrever, mas também ao desenvolvimento de seu pensamento e de sua relação com 
o mundo. Segundo Lemos: “É através da linguagem enquanto ação sobre o outro (ou 
procedimento comunicativo) e sobre o mundo (procedimento cognitivo) que a criança 
constrói a linguagem enquanto objeto sobre o qual vai pode operar” (LEMOS, 1977, 
p. 120). 
Na construção da leitura e da escrita tem-se claro que a criança se alfabetiza: 
ninguém alfabetiza ninguém. Ela se alfabetiza quando decodifica símbolos, letras, 
sílabas e palavras que conhece, pois construindo significados próprios o aluno só 
aprende o que é significativo para ele e compreendido como capaz de satisfazersuas 
necessidades. A língua oral e escrita percorre por todas as situações escolares e 
também é a partir dela que os alunos podem ter acesso a diferentes campos de 
conhecimento, isso parece muito natural porque já faz parte do cotidiano escolar. 
Os professores devem trabalhar com vários tipos de leitura. É necessário que 
tenham consciência de seu caráter instrumental e que conheçam seu funcionamento. 
Foucambert (1994) traz uma grande contribuição para a compreensão do ensino da 
leitura: 
Na fase de aprendizado, o meio deve proporcionar à criança toda a ajuda para 
utilizar textos “verdadeiros” e simplificá-los para adaptá-los às possibilidades atuais do 
aprendiz. Não se aprende primeiro a ler palavras, depois frases, mais adiante textos 
e, finalmente, textos dos quais se precisa. (FOUCAMBERT, 1994, p. 12). 
Muitas são as possibilidades de leitura e escrita que se pode oferecer à criança, 
tendo como destaque a língua textual, preocupando-se com uma interação da criança 
com o mundo da leitura, proporcionando uma vivência muito rica, com multiplicidade 
 
 
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 Processo de ensino: Apredizagem, leitura e escrita 
de textos a serem vivenciados: o oral, o escrito, informativos (jornais, revistas, histórias 
infantis, poesias, etc): 
Quanto mais diversificada a experiência de leitura dos alunos, quanto mais 
familiaridade eles tiverem com textos narrativos, expositivos, descritivos, mais 
conhecida será a estrutura desse texto e mais fácil a percepção das relações entre a 
informação veiculada no texto e a estrutura do mesmo. (KLEIMAN, 1993, p. 87). 
 
Trabalhar com jornal é muito importante, pois ele é uma espécie de janela para 
o mundo, integrando a sala de aula e o mundo real. O professor que compreende a 
utilidade desse tipo de leitura saberá encontrar formas agradáveis e produtivas de 
trabalhar com o texto em classe, sendo um instrumento para o desenvolvimento das 
habilidades de clareza e prontidão na escrita. 
Quanto às revistas, elas propiciam o trabalho com propagandas. Os alunos 
podem ler textos (escritos e visuais), perceber os mecanismos de persuasão e os 
recursos gráficos utilizados. Podem criar produtos e propagandas ou transformá-los 
nos que ele já conhecem. 
Criação de poesias é uma oportunidade para trabalhar com as características 
estruturais e temáticas desse tipo de texto. As atividades com poesias propiciam tarefa 
como elaborar rimas, aproximar o poema da música, observar seu ritmo e sua 
musicalidade, além de desenvolver o senso estético e a criatividade do aluno. 
O cordel também é muito importante para aprimorar a linguagem falada e rica, 
mas a escrita deve seguir a norma culta. Aprimorando a escrita – ao permitir reflexões 
sobre a diferença entre língua falada e escrita – aproxima-se os alunos da cultura 
popular, incentiva-se o gosto pela leitura e escrita. Os alunos vão se adaptando à 
leitura de cordel e, conhecendo as características do gênero, incluindo as rimas e 
métricas: os versos são escritos em forma de sextilha, estrofe de seis linhas, cada 
uma com sete sílabas poéticas, e rimas iguais nos versos pares. 
A criança passa então a conviver com estes tipos de correspondência entre a 
grafia e o som, adentrando assim no nível silábico alfabético. E começa também a 
experimentar um conflito, já que é capaz agora de perceber que existe uma 
representação gráfica correspondente a cada som (percebe a relação entre grafema 
e fonema). As dramatizações de textos são excelentes atividades para promover, além 
da leitura e produção escrita, a expressão plástica e corporal. Elas priorizam situações 
 
 
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 Processo de ensino: Apredizagem, leitura e escrita 
que valorizam o jogo dramático, jogos que trabalham e sensibilização em encenações 
de pequenas peças baseadas no imaginário, no folclore e em fatos de personagem 
da vida real da criança. 16 
As histórias infantis são essenciais no trabalho de linguagem oral, que servirá 
de base para que as crianças evoluam e lhes facilitará a entrada no mundo da língua 
escrita, já que o fato de poder antecipar o texto lhes dará mais fluência na hora de 
escrever. A riqueza de experiências vivenciadas pelo conhecimento do meio físico e 
social tem consequência prática no processo da leitura e da escrita. Caberá ao 
professor aproveitar a oportunidade para as crianças escreverem frases, ordenarem 
ideias, fazerem diálogos e criarem histórias sobre os temas que surgirem. A leitura 
igualmente será implementada de forma espontânea e interessante. 
O trabalho das professoras atinge as práticas de escrita de modo a chamar 
atenção dos alunos e colocá-los em constante processo de aperfeiçoamento dessa 
atividade que depende da criatividade e abertura de diálogo com a criança. Toma-se 
como base o seguinte: quais as práticas mais adotadas visando à aquisição e 
desenvolvimento da escrita em sua sala de aula? A execução de treinos ortográficos, 
produção e reescrita de pequenos textos, ditado de palavras e análise de erros. 
Ao citar essas práticas como as mais vivenciadas na sala, nos faz lembrar 
sobre a importância do próprio aluno fazer a correção de sua escrita, assimilando 
melhor o correto e memorizando melhor a palavra já com grafia correta. Direcionamos 
a mesma questão a realidades diferentes e como resultado chegou-se à seguinte 
conclusão: “Uma prática constante é a reescrita de estórias orais e músicas 
conhecidas ou até mesmo complementação de pequenos textos lacunados”. 
Essas práticas simples, além de dar abertura à leitura de estórias e contos da 
literatura infantil, servem também como incentivo à atenção dos alunos para que 
depois eles escrevam com coesão as partes que compõem a estória e com isso 
adquiram noção do que seja introdução, desenvolvimento e conclusão de um texto. 
As propriedades quantitativas dos alunos antes de serem capazes de ler 
convencionalmente podem começar a considerar também as propriedades 
qualitativas do texto, tanto para ajudar a antecipar o significado do que está escrito, 
quanto para verificar a adequação de suas antecipações. 
Se o professor não reconhece as hipóteses sobre o sistema de escrita não tem 
como interpretar. Compreender a evolução das ideias dos alunos sobre a escrita é 
 
 
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 Processo de ensino: Apredizagem, leitura e escrita 
muito importante. São essas informações que só a investigação propícia permite 
ultrapassar as limitações do nosso olhar alfabetizado e considerar o ponto de vista do 
aluno. Uma das ideias surpreendentes construídas pelos alunos no início do seu 
contato com o mundo da escrita é a distinção entre “o que está sendo escrito” e o “que 
se pode ler”. A ideia do que se escreve e tudo o que se fala não 17é prévio à 
alfabetização, pelo contrário, descobrir que é necessário escrever tudo, sem omitir 
nada, requer bastante experiência com a língua escrita. 
 
LINGUAGEM QUE SE APRENDE 
 
Quando nos referimos à situação de aprendizagem, ao conteúdo e à linguagem 
que se escreve, estamos falando em situações nos quais os alunos possam não só 
perceber que o texto escrito tem características particulares, que o diferenciam do 
texto oral, como também produzir textos usando a linguagem escrita. Mesmo os 
alunos que ainda não sabem ler nem escrever. 
Portanto, o nosso desafio é pensar em quais seriam as melhores situações 
para que isso ocorra, favorecer o conhecimento dentro da realidade da criança, 
permitindo a ela consultar, interrogar, aprimorar seus próprios conhecimentos. 
 
LEITURA, DESENVOLVIMENTO E CAPACIDADE DE PRODUZIR TEXTOS 
 
A leitura tem um papel fundamental no desenvolvimento da capacidade de 
produzir textos escritos, pois por meio dela os alunos entram em contato com toda a 
riqueza e a complexidade da linguagem escrita. É também a leitura que contribui 
para a visão do mundo, estimula o desejo de outrasleituras, exercita a fantasia e a 
imaginação, compreende o funcionamento comunicativo da escrita, a relação entre a 
fala e a escrita, desenvolve estratégias de leitura, amplia a familiaridade com os textos, 
o repertório textual e de conteúdo para a produção dos próprios textos, conhece as 
especialidades dos diferentes tipos de textos e favorece a aprendizagem das 
convenções da escrita. 
É ouvindo contos que os alunos desde muito cedo apropriam a estrutura da 
narrativa, as regras que organizam esse tipo particular de discurso. E é esse 
conhecimento que lhes possibilita compreender outras narrativas, recontá-las e 
 
 
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 Processo de ensino: Apredizagem, leitura e escrita 
reescrevê-las. A reescrita é uma atividade de produção textual com apoio, é a escrita 
de uma estória cujo enredo é conhecido e cuja referência é um texto escrito. Quando 
os alunos aprendem o enredo, junto vem também a forma, a linguagem que se usa 
para escrever diferente do que se usa para falar. 
A outra questão a ser tratada diz respeito à frequência das atividades. A leitura 
de história tem maior eficácia conforme sua recorrência em escrever. A criança nessa 
faixa etária costuma até mesmo solicitar a repetição, a proposta é que ela se incorpore 
à rotina diária da escola, o que necessariamente implica textos sempre diferentes. As 
crianças que executam a escrita de acordo como interpretam os contos desenvolvem 
naturalmente um interesse em aprender, reproduzem oralmente como se estivessem 
lendo. 
Para o desenvolvimento de atividades que propiciem à criança incentivo à 
escrita, um estudo sobre similares de sons, contos que estimulem a percepção e 
descriminação auditiva, e que no decorrer do tempo se transforme em associação com 
a escrita. Esse incentivo prepara a criança para um mundo de contos e recontos 
imaginários e reais, que criam a prática do exercício pela escrita diante do que ela 
está ouvindo e observando textos e gravuras associadas. 
 As inquietações voltadas ao estudo da escrita não foram poucas e aparecem 
dúvidas que levam à reflexão. Se tomarmos isoladamente a grafia de cada palavra, 
não faz muito sentido falar em grafias fáceis ou difíceis. Podemos, nessa perspectiva, 
concordar e estudar o grau apesar de apresentada como língua e escrita. É necessário 
que se faça compreender que leitura e escrita são práticas complementares, 
fortemente relacionadas, que se modificam mutuamente no processo do letramento. 
A escrita transforma a fala e a fala influencia a escrita. São práticas que permitem ao 
aluno construir conhecimento de diversos gêneros e procedimentos adequados para 
tê-los e escrevê-los e sobre as circunstâncias de uso da escrita. 
A relação que se estabelece entre a leitura e a escrita, entre o papel do leitor e 
do escritor, no entanto, não é mecânica: alguém que lê muito não é, automaticamente, 
alguém que escreve bem. Nesse contexto, considerando que o ensino deve ter como 
meta formar leitores que sejam também capazes de produzir textos coerentes, coesos, 
adequados e ortograficamente escritos é que a relação entre duas atividades deve ser 
compreendida. 
Espera-se que o aluno, tanto quando produz textos quando termina sua escrita, 
 
 
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 Processo de ensino: Apredizagem, leitura e escrita 
volte a ela procurando aprimorá-la e dar-lhe uma melhor qualidade. A expectativa é 
que o aluno desenvolva procedimentos que levem em conta as restrições que se 
colocam para os escritos pelo fato de o leitor de seu texto não estar presente 
fisicamente no momento de sua produção, que seja esse leitor determinado ou não. 
O aluno pode escrever ou aprender a escrever qualquer palavra, desde que 
queira fazer isto, uma vez que não faz sentido dizer que há letras mais difíceis do que 
outras para se aprender a escrever. Contudo, aprender a grafar palavra por palavra, 
embora possa ser visto como estratégia didática plausível, seria uma tarefa 
excessivamente onerosa, considerando que podemos simplificar o processo 
aproveitando as muitas regularidades do sistema gráfico em suas relações com o 
sistema fonológico da língua. Assim, o aluno deverá relativizar essa hipótese, 
percebendo aos poucos que o domínio deve ser memorizado. 
Em qualquer situação, o que o professor não deve esquecer é que ele é um 
construtor de andaimes que criam condições para que os alunos internalizem o novo 
saber. Entre as variáveis existentes, que garantem as condições ideais para a 
produção escrita, uma delas é fazer o aluno entender realmente as inúmeras 
possibilidades expressas no seu conhecimento. 
Deve-se notar: 
✓ Se os alunos escrevem para leitores reais (colegas, professor ou mural 
da escola) e não apenas fazem atividades para obtenção de notas; 
✓ Se o aluno trabalha a exploração escrita; 
✓ Se esta produção apresenta aprendizagem; 21 
✓ Se o aluno projeta seu mundo imaginário; 
✓ Se o aluno escreve não corretamente, mas expressivamente; 
✓ Se a formação das palavras são coerentes para a formação do texto 
coeso; 
✓ Se as ideias são agradáveis ao leitor; 
✓ Se o aluno transfere para seus leitores o conhecimento adquirido. 
 
Aconselha-se que para as atividades não se tornarem apenas um 
preenchimento de tempo ou uma avaliação o professor deva dar um bom destino às 
produções escritas, de forma que o aluno saiba seu destino, como por exemplo, expor 
o material no mural; organizá-los para confeccionar um livro, etc. Há, por sua vez, a 
 
 
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 Processo de ensino: Apredizagem, leitura e escrita 
criatividade do professor. Quando o aluno sabe que está sendo valorizado ele mesmo 
procura se integrar cada vez mais na perfeição em tudo que faz. 
Sabemos que o processo de ensinar e escrever formula estranhas hipóteses, 
muito curiosas e muito lógicas. Progridem de ideias bastante primitivas que 
desvendam o mistério do funcionamento que a escrita representa. Vejamos outras 
situações em que as representações interferem nas relações educativas. Uma escola 
orientada para trabalhar a resolução do problema do aluno deve realizar atividades 
propostas, errar, justificar, interagir, circular pelo espaço e expressar suas opiniões. 
Isso, no entanto, não significa que não deva esforçar-se para dar o melhor de 
si, tratar por igual, impor suas vontades e trazer o aluno para encarar a necessidade 
com esforço. Acredita-se firmemente que o professor devolve sua metodologia 
centrado na qualidade do aprender a ensinar. Agindo dessa forma o aluno tornar-se-
á mais capaz. A compreensão da natureza da relação que se conquista, que pode 
levar o professor a desenvolver sensibilidade e capacidade de analisar a própria 
conduta, identificar quando ela incida na dos alunos, assim como quando as atividades 
dos alunos são determinantes da sua. 
É preciso, portanto, trabalhar com elementos verbais plenos de significado para 
o aluno na concepção da leitura e da escrita. A ideia subjacente a esse modo de 
relacionar é ainda muito defendido. O processo de aprendizagem controla e cria 
expectativas que despertam interesse no aluno. A instituição social criada para 
controlar o processo de aprendizagem é a escola. Logo, a aprendizagem deve 
realizar-se na escola. A construção de um objeto de conhecimento e as maneiras 
pelas quais fragmentos de informações fornecidas ao sujeito são 2incorporados ou 
não como conhecimentos, embora estreitamente relacionados, trata-se de processos 
diferentes. 
A construção de um objeto de conhecimento implica muito mais que mera 
coleção de informações. Provoca a construção de um esquema conceitual que 
permite interpretar dados prévios e novos (isto é, que possa receber informações e 
transformá-las em conhecimento): um esquema conceitual que permita processos de 
interferência acerca de propriedades não observadas de um determinado objeto e a 
construção de novos observáveis,na base do que se antecipar e do que foi verificado. 
Frequentemente se aceita que o desenvolvimento da lectoescritura comece 
antes da escola. Todavia, considera-se apenas como a aprendizagem de diferentes 
 
 
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 Processo de ensino: Apredizagem, leitura e escrita 
informações não relacionadas entre si, que logo serão reunidas por algum tipo de 
mecanismo não especificado. Porém, a aprendizagem de leitura e escrita é muito mais 
que aprender a conduzir-se de modo apropriado com este tipo de objeto cultural. E, 
muito mais do que isto, exatamente porque envolve a construção de um novo 
conhecimento que, como tal, não pode ser diretamente observado de fora. 
No caso do desenvolvimento da escrita, a dificuldade para adotar o ponto de 
vista do aluno foi tão grande que ignoramos completamente as manifestações mais 
evidentes das tentativas de compreender o sistema de produção escrita do aluno. 
Analisando todas as dificuldades e falta de interesse do aluno, percebi que precisa ser 
resgatado seu interesse em se tornar escritor e isso me fez trabalhar mais o interesse 
centrado nesses estudantes que sempre tiveram possibilidades limitadas, filhos de 
pais analfabetos ou semianalfabetos, já que suas oportunidades são mínimas. 
O professor deverá oportunizar situações de ensino-aprendizagem que 
envolvam a escrita como objeto social do conhecimento. Deverá ser aproveitada toda 
rica bagagem que a criança já tenha adquirido anteriormente como: experiências 
folclóricas, conceitos matemáticos, a linguagem e vivências do seu cotidiano. 
A criança, desde que entra na escola, deverá participar de atos de ler e 
escrever na produção de textos coletivos e individuais, vivenciar momentos de leitura 
realizados pelo professor, poder perguntar, explorar e confrontar suas hipóteses com 
os outros, tendo oportunidade de registrar sua própria escrita. O professor deverá 
sempre colocar na sala de aula 23 
tudo que possa motivar a criança a ler e escrever: os nomes dos alunos, o 
nome do professor, atividades do primeiro nome, nome dos colegas, nomes 
significativos para a criança (mamãe, papai, vovó, vovô, titio, casa, carro), painéis, 
cartazes, murais com mensagens, aniversariantes, horário das atividades, calendário, 
comemorações de acontecimentos reais, desenhar ou pintar cenas e escrever sobre 
elas. Enfim, aumentar na criança sua autoestima, valorizando tudo o que faz de sua 
vida. Seus gostos, suas brincadeiras, suas características, sua família, etc. 
 
PRÁTICA DA ESCRITA 
 
Nesse sentido, indagamos as professoras com relação aos objetivos que 
desejam alcançar com a prática da escrita em sala de aula. De início nos referimos à 
 
 
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 Processo de ensino: Apredizagem, leitura e escrita 
professora da 4ª série, que assim revelou: “Trabalho a leitura que incentiva meus 
alunos a produzirem textos e escreverem a interpretação do que foi lido”. Sabemos 
que a produção de textos é uma atividade que envolve o aluno em uma série de 
desafios, como o conhecimento sobre o que vai produzir, organização de ideias, senso 
crítico individual, uso da coerência e, ainda, a leitura convencional, considerada um 
saber indispensável para essa realização. 
Por outro lado, a leitura citada empobrece a vasta dimensão que ela abrange 
dentro da aprendizagem escrita do aluno. Nesse caso, a professora em resumo deixou 
transparecer a preocupação com o fator teórico da leitura, muito mais do que com sua 
importância para a vida cotidiana do aluno, já que a mesma pode e deve ser 
considerada uma busca de informação para o indivíduo se tornar escritor. 
A leitura em sala faz com que os alunos conheçam um mundo diferente, que 
expressa através da escrita os significativos que favorecem o aprendizado. A 
necessidade que o aluno tem em saber ler e escrever atua de diversas formas, todas 
elas representam a relação de deficiência na educação. Contudo, as professoras 
procuram superá-la utilizando várias metodologias que despertem o interesse e 
facilitem a aprendizagem da clientela. 
A seleção de materiais acessíveis aos alunos, para que os mesmos não se 
intimidem a fazer uso deles ou, ainda, possam produzir com a ajuda do professor o 
seu próprio material. Isso favorece o trabalho da autoestima, colocando-os mais 
próximos da escrita, já que esse é o maior desafio. Saber como os textos se 
organizam, as características do desenvolvimento que admitem compreender uma 
mensagem escrita, importante para a leitura como conteúdo tratado e entendido. É ter 
como subsídio uma existência ideal na flexibilidade que favoreceu a criança ou o 
adulto a aprender a ler e compreender o texto exposto. 
 
A ESCOLA: COMUNICAÇÃO, EXPRESSÃO E LÍNGUA PORTUGUESA 
 
A escola é o fruto do meio, assim como o meio é consequência dela. A relação 
entre a Escola e Sociedade é alvo de uma transformação contínua, que influencia os 
modelos vigentes de educação. Trabalhar a escola é inserir a comunicação da 
expressão aos seus alunos. O professor deve começar por uma avaliação para levar 
seus alunos a conhecerem os diversos tipos de textos. 
 
 
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 Processo de ensino: Apredizagem, leitura e escrita 
A formação da consciência será determinada pelas seleções textuais 
informativas entendidas como: 
• A construção do conhecimento ao aluno; 
• Mudança de comportamento e organização de estímulos; 
• A importância da realidade produzida com criatividade. 
 
A instituição escolar deixou de ser apenas um espaço onde se ensina para 
assumir um papel de agência educadora. A mudança conceitual das tarefas não está 
mais centrada apenas em de aula, mas na informação além do que o livro didático 
procura transmitir. Hoje trabalhamos a comunicação em sala de aula como meio de 
se resgatar o interesse do aluno, para um desenvolvimento da aprendizagem 
centrada. 
O aluno enfrenta atualmente uma mudança muito grande. Os meios de 
comunicação buscam favorecer informações centradas no cotidiano, porém se a base 
da estrutura educacional não estiver acompanhando, toda essa comunicação fugirá 
das perspectivas do interesse na sala de aula. O professor busca inovar, trazer temas 
interessantes que despertem no aluno a vontade de se integrar com a disciplina 
trabalhada. 
Vygotsky, pensador russo, contemporâneo de Piaget, se dedicou, entre outros 
temas, ao estudo da origem cultural das funções do ser humano. Sua teoria não é 
pedagógica, mas traz um estudo de uma nova pedagogia. A função psicológica 
especificamente humana se origina nas relações do indivíduo e no seu contexto 
cultural e social, que internaliza os modos historicamente destinados e culturalmente 
organizados de operar com a informação por meio de mediação simbólica, isto é, 
sistema de representação da realidade, destacando em especial a linguagem. 
O pensador considera, portanto, a cultura como parte constituída da natureza 
humana e propõe que se estudem as mudanças que ocorrem no desenvolvimento 
mental a partir da inserção do sujeito em um determinado contexto cultural, na sua 
interação com os membros de seu grupo e suas práticas sociais. Analisando a teoria 
supracitada leva-se a entender que as situações opostas comportamentais em alunos 
dispersos são fatos próprios de cultura de cada um. 
As análises de mundo simbólico e o eixo básico dos estudos começam a 
deslocar-se dos indivíduos para os grupos sociais nas quais estão integrados. A 
 
 
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 Processo de ensino: Apredizagem, leitura e escrita 
escola – ao pretender ensinar – deve levar em conta o que o aluno traz consigo, a sua 
experiência pessoal adquirida no seu grupo social. A experiência do saber procura 
retratar objetos trabalhados dentro dos textos comunicativos para uma expressão de 
ideias claras e inovadoras. 
A conversa, no entanto, não basta para o educador determinar a relaçãoentre 
a leitura e a escrita, mas para informar. Os textos específicos precisam seguir alguns 
critérios como: 
• Trabalhar dentro da realidade dos seus alunos, com as perspectivas de 
informação do mundo em que ele está inserido; 
• Despertar no aluno o interesse pelo raciocínio lógico a partir do que se lê; 
• Criar hábitos de comunicar-se e expressar-se; 
• Formar a criticidade e confiança; 
• Conhecer as possibilidades do grupo; 
• Buscar para o meio dos letrados a qualificação pelo conhecimento 
compreendido pela leitura dos textos escritos. 
O professor precisa analisar com sinceridade as causas pelas quais seus 
alunos não aprendem. Efetivamente, cada um de nós sempre busca conhecer com 
maior ou menor profundidade o mundo que nos cerca e normalmente de forma oral 
os nossos conhecimentos e experiências; contudo, muitas vezes, o fazemos por 
escrito ou por meio dos mais variados sinais e códigos que temos a nossa disposição. 
De uma maneira ou de outra o conhecimento e a riqueza histórica constroem 
fundamental comunicação e expressão da língua portuguesa. 
Assim, surge uma questão fundamental que devemos considerar: se escola é 
transmissora do saber sistematizado e cumulado historicamente e ela deve ser fonte 
de apropriação da herança social por àqueles que estão em seu interior. Entretanto, 
o que constatamos na escola é que de um lado grande parte da população está 
excluída do processo educativo formal e, de outro, que a maioria que frequenta a 
escola não tem oferecido condições para aquela apropriação. A relação escola-
sociedade deve ser analisada com cuidado, pois está se falando de experiências 
vividas. 
Constata-se que existe uma distância infinita entre a comunicação e a 
expressão. Encontramos uma clientela muita alheia ao compromisso vinculado nas 
obrigações estudantis. O educador muitas vezes sente-se desestimulado por deparar-
 
 
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 Processo de ensino: Apredizagem, leitura e escrita 
se com várias situações por falta de interesse e compromisso do ouvinte. Diante disso, 
é preciso reativar a postura da comunicação e expressão da Língua Portuguesa, 
quando o aluno é trabalhado de fora para dentro, como já se tinha falado 
anteriormente. 
De um lado acredita-se que a escola seja alavancada de maneira social. Deem-
nos uma boa escola e teremos a sociedade desejada: 
Então não é apenas a concepção dominante em um momento particular da 
história da educação, mas permanece entre nós e pode ser identificada no discurso 
dos que julgam que a escola seria o melhor dos remédios contra os males da 
sociedade. (CASALI, 1994, p. 2). 
A tendência expressa uma visão da intuição escolar que chamaríamos de 
otimistas ingênuas. Ela a vê como algo fora da dinâmica social, como impulsionadora 
desta dinâmica e acredita que, sendo espaço privilegiado de transmissão de cultura, 
a escola “dá o tom”, a sociedade. Encontramos limitações da escola diante da 
sociedade, que vivencia muitas mudanças, sendo que uma parte dela tem uma 
relação dialética. Além disso, verifica-se que a escola tem uma função contraditória 
ao mesmo tempo em que é fator de manutenção; ela transforma a cultura. 
A observação precisa encarar que tais mudanças favorecem a informação 
conjunta em uma sociedade de princípios básicos e conscientes de suas verdades e 
características quando se trata de educação. Segundo Vygotsky o desenvolvimento 
do aprendizado e as relações humanas entre o desenvolvimento e aprendizado são 
temas centrais dos trabalhos comunicativos próprios do ser humano. Sua 
preocupação com o desenvolvimento do homem está presente em sua obra. Vygotsky 
busca compreender a origem e o desenvolvimento dos processos psicológicos ao 
longo da historia da espécie humana. As teorias de Piaget e Henri Wallon são as mais 
completas e articuladas; são teorias genéticas dos desenvolvimentos psicológicos de 
que dispomos. 
Quanto à “expressão e comunicação”, eles referem-se às transmissões 
hereditárias e o processo de formação do desenvolvimento humano social. A escola 
está inserida na comunicabilidade de seus alunos. Existe uma preocupação a mais a 
ser cuidada, refletindo na capacidade psicológica dos seus ouvintes, trabalhando o 
conhecimento humano e social. Fornece subsídios de superação das barreiras 
encontradas, visto que hoje nossa realidade precisa ser trabalhada de fora para 
 
 
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 Processo de ensino: Apredizagem, leitura e escrita 
dentro. 
Conhecendo suas histórias, seus limites e seus critérios cria-se um trabalho 
mais sólido, com perspectivas de engrandecer a formação dos seus alunos. Pensando 
em uma suposição mais extrema, uma criança normal que cresce num ambiente 
formado por surdos- mudos não desenvolveria a linguagem oral, mesmo que tivesse 
todos os requisitos inatos necessários para isso. Fenômenos semelhantes ocorrem 
com vários casos em que crianças isoladas, sem contato com outro grupo, 
normalmente têm sua comunicação e seu desenvolvimento impedido de ocorrer em 
situações propícias ao aprendizado. 
A escola tem uma responsabilidade a mais diante do quadro apresentado, em 
trabalhar a comunicação e expressão fazendo a socialização desses alunos. Quando 
em contato com a comunidade escolar, esses são inseridos para uma convivência que 
busque superar sua timidez, trabalhando a inclusão, trazendo-os para conviver e 
fazendo-os crescer diante das perspectivas que o grupo oferece. 
O quadro apresenta comportamentos que dificultam a comunicação e a 
aprendizagem. A preferência nesses casos é trabalhar a conduta em comunicação de 
fora para dentro, para depois do conhecimento do quadro se repensar no andamento 
dos processos intencionais e situações particulares. Geralmente esse quadro, nos 
primeiros estudos da função da escola, pode ser resumido nos seguintes termos: 
espera-se que o aluno aprenda e que o professor oriente a aprendizagem na 
comunicação da expressão da Língua Portuguesa. 
A comunicação e expressão é uma central na atividade do professor. Pode-se 
dizer que todo trabalho do professor se resume na questão da comunicação. Segundo 
Dewey: “se o aluno não aprendeu o professor não ensinou; se o aluno não aprendeu 
o esforço do professor foi uma tentativa de ensinar, mas não ensinou”. Não é que 
qualquer mudança comportamental será considerada uma aprendizagem. É 
importante observar os seguintes casos: 
 
1- A comunicação entre as crianças seja de troca objetos ou de brincadeiras; 
2- O stress impossibilita a concentração da comunicação e expressão; 
3- Dificuldade de se adaptarem aos grupos (timidez e isolamento); 
4- Dificuldade em comunicar-se com o grupo e isolamento, preferindo ficar 
sozinhos. 
 
 
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 Processo de ensino: Apredizagem, leitura e escrita 
 
A caracterização da comunicação e expressão da Língua Portuguesa é definida 
em termos. Digamos que a senhora Fátima é especialista em insetos. Estudou e 
aprendeu muita coisa sobre animais. Nem por isso sua filha Ana vai nascer sabendo 
identificar. Tudo vai depender da comunicação com o mundo, do repasse de 
informações. Às vezes a clareza dos fatos impossibilita a qualidade que se espera 
atingir. 
A clareza das informações forma conhecimento, a dificuldade de comunicação 
deixa-o confuso e não se encontra dentro do trabalho realizado. A comunicação com 
crianças ou adultos é um primeiro contato da observação do texto. A expressão da 
fala leva a criança a aprender o texto entendendo. 
Essa vida passada com a comunicação da expressão lida com as formas e 
cores que atingem a atenção para aprender. A infância é, sem dúvida, a idade em que 
mais se aprende. Mas aprendizagem pode dar-se em qualquer idade. Quantos 
inventores surgiram em idades bastante avançadas? É, portanto, um processo 
contínuo da comunicação. Comunicar-se é expressar-se diante da vida! Portanto, 
assume umaatitude séria e curiosa diante de vários fatores. 
Quando encontramos problemas procuramos refletir e decidir quais as 
melhores alternativas de ação possíveis para alcançar determinados objetivos a partir 
do contato com a realidade. No início do ano letivo os alunos apresentam dificuldade 
de conhecimento do meio, contato com os colegas, regras da escola e o livro didático 
trabalhado pelo professor, o emprego do G ou Gu, o que leva a professora a investir 
na comunicação da expressão lida e escrita para superar as dificuldades dos alunos. 
Como estratégia, o trabalho sistemático é realizado a princípio com um ditado 
interativo com base em um texto que havia sido previamente trabalhado na área de 
estudos sociais. A0comunicação com o texto deve ser por inteiro, já que o interesse 
era desencadear uma reflexão com a turma sobre a disputa entre G e GU. 
O parágrafo ditado e discutido apresenta os seguintes conteúdos: “Os 
portugueses trouxeram os negros para o Brasil. / Os escravos trabalhavam nos 
canaviais / e guardavam os engenhos. / Os capatazes guiavam os negros às 
plantações / e os vigiavam / fazendo o trabalho. 
/ Quem não obedecesse era castigado”. As barras (/) que coloquei ao longo do 
parágrafo indicam as frases ditadas e marcam os momentos em que se fizeram 
 
 
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 Processo de ensino: Apredizagem, leitura e escrita 
interrupções para discutir com os alunos o que eles tinham acabado de escrever. A 
observação seria nas palavras “portugueses, negros, guardavam, guiavam, 
castigado”. Como na maioria das situações didáticas surgiram novidades e foi preciso 
fazer ajustes, ampliar o universo de experiências iniciais. 
A percepção do trabalho desenvolvido leva a criança à observação da grafia e 
leitura do texto. Quando ela ouve o som das palavras automaticamente será associado 
à escrita, mesmo que escute e escreva diferente. Com essa comunicação com o 
ditado de palavras a criança tem seu primeiro contato com um mundo favorecido à 
comunicação visual e sonora. 
Na prática da escrita ela começa a interpretar o que viu e ouviu. Durante esse 
momento de debate as crianças escrevem GUE, de portugueses, mas, mesmo assim, 
não houve resistência para discutir o que está aprendendo a escrever. Poderia se 
enganar na notação dessa palavra. Verbalizaram que som era “gue”, que o novato 
poderia usar um só, mas que ficava com som de Ge. Já no caso de guiavam, uma 
palavra menos familiar que “português”, alguns alunos vão achar difícil. Os possíveis 
erros não são a substituição do GU pelo G, mas a substituição pelo QU e, novamente, 
justificam que a palavra não podia ser escrita de forma diferente porque “senão o som 
ficava diferente”. 
Em outros momentos as crianças puderam indicar o que, no trecho escrito, lhe 
parecia difícil e surgiram então discussões sobre outras questões ortográficas com o 
emprego de G ou GU. Por exemplo, a palavra “engenho” era uma palavra difícil, onde 
o G e J são confundidos, “porque ficava com o mesmo som”. A comunicação, nesse 
instante, passa a ser mais intensa, visto que desperta a dúvida quanto da colocação 
das letras pelos mesmos sons. A diferença é apresentada nas letras G ou J e leva o 
interesse do aluno de propor consultar o dicionário e descobrir que para escrever 
corretamente precisa conhecer as regras básicas de cada uma. 
Caso os alunos ainda não possuam uma escrita ortograficamente correta, o 
trabalho do professor deve ser mais intenso e exigente com a comunicação para que 
as suas atividades possam ser favoráveis ao seu aprendizado. 
A prática pedagógica mais vivenciada e o desenvolvimento da comunicação e 
expressão trabalhada com ditado de palavras, frases, músicas conhecidas ou textos 
curtos procuram identificar no aluno a busca pelas palavras do ditado dentro do texto 
desenvolvido. Outro método utilizado para facilitar a comunicação e expressão é a 
 
 
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 Processo de ensino: Apredizagem, leitura e escrita 
formação de palavras ou textos com as letras móveis, em seguida a comparação do 
que foi escrito por eles e a escrita correta das palavras. 
O aluno produz tudo o que lhe é repassado e as atividades retiradas do quadro 
despertam a atenção do professor, especialmente nas atividades que exigem 
respostas individuais, pois são nelas que as crianças se envolvem mais. Ensinar de 
acordo com as condições dos alunos, dentro do processo da comunicação e 
expressão da aquisição da escrita, procura desenvolver textos com possibilidades de 
descobertas especialmente se trabalhadas em duplas. 
As práticas analíticas, feitas na sala de aula, deixam em segundo plano os 
métodos globais quando cita o ditado de palavras como uma de suas práticas. Elas 
deixam subentendido que esse ditado não é vinculado a um texto mais completo, com 
sentido mais amplo. Desta forma, o ditado fica solto, sem que haja um referencial para 
aquelas palavras e para a compreensão e aprendizagem dos alunos. 
Voltando a observar o que já foi falado, da importância que se tem em trabalhar 
a grafia corretamente das palavras trabalhadas. Por outro lado, a segunda prática de 
recorte de sílabas e formação de textos é um ato progressor para o aluno, pois ele 
deve buscar sílabas para formar palavras, ao mesmo tempo em que vai escrevendo-
as no caderno. Essa atividade exige dele também o desenvolvimento das ideias para 
a produção de pequenos textos. E o entrosamento com o grupo, visto que a 
socialização do aluno favorecerá muito para uma boa aprendizagem. 
Para se trabalhar a linguagem precisamos observar os traços ilustrados, o 
cenário, as cores, as falas, os tipos de letras, a transmissão e o ritmo. Após esse 
trabalho fica fácil descobrir a narração, fruto da imaginação privilegiada. As histórias 
em quadrinhos, a expressão, o rosto dos personagens também são lidos. 
 
EUFORIA OU ADMIRAÇÃO? ESPANTO OU MEDO? TRISTEZA OU 
DESÂNIMO? SURPRESA OU ESPANTO? 
 
Nas histórias em quadrinhos podemos registrar a fala dos personagens, 
reproduzido, muitas vezes, o modo como as pessoas normalmente falam: reduzindo, 
comprimindo alguns sons da palavra, usando frases curtas, inacabadas, empregando 
repetições, hesitações, 
exclamações, etc. Essas histórias nos transportam ao mundo da fantasia e do 
 
 
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 Processo de ensino: Apredizagem, leitura e escrita 
encantamento. As 33 
narrações elaboradas a partir de imagem e textos curtos fazem a receita que 
nos leva a provar o delicioso sabor da magia do faz de conta. A expressão musical 
trabalhada em sala é muito importante, porque o aluno é trabalhado de forma 
prazerosa. Ele se sente à vontade para aprender dentro da melodia trabalhada. 
 
Meu Lanchinho Meu Lanchinho 
Meu Lanchinho, Meu Lanchinho Vou comer, vou comer 
Prá ficar fortinho, prá ficar fortinho E crescer! E crescer! 
 
Papagaio loiro do bico dourado, Mande essa cartinha para o meu namorado. 
Se estiver dormindo bata na porta, 
Se estiver acordado deixa recado. 
Se estiver dormindo bata na porta, Se estiver acordado deixa recado. 
 
Trabalhar melodias com palavras repetidas e que incentivem a disciplinar o 
aluno. Observando a melodia e escrita pode-se analisar que o aluno tem uma 
infinidade de ideias para serem trabalhadas, desde a grafia / a rima / e o encanto pelos 
sonhos que despertam tanto na aprendizagem. Essa comunicação cresce formando 
conceitos não decorados, mas aprendidos. Aprender com uma comunicação que 
expresse entusiasmo, prazer, vontade para saber sempre o que tem por trás das 
próximas frases. O aluno precisa sentir-se conquistado pela didática todos os dias 
para superar as deficiências surgidas no seu dia a dia. 
 
TOPICOS PARA DISCUSÃO 
 
1) Até que ponto é válido o trabalho do professor na comunicação de fora 
para dentro? 
2) Analisando as questões socioculturais que bloqueiam a comunicação e a 
expressão da Língua Portuguesa,o que você, professor, aprendeu na prática dos 
problemas discutidos? 
3) O isolamento do aluno significa que a comunicação foi deficiente? 
4) Um professor que goste muito de matemática vê a matéria com tanta 
 
 
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 Processo de ensino: Apredizagem, leitura e escrita 
facilidade que acha difícil compreender como Pedro bom aluno em outras matérias, tem 
dificuldade em matemática. Que característica esta sendo esquecida, nesse momento pelo 
professor? 
 
PESQUISA 
 
1) Faça uma pesquisa entre três (ou mais) professores, com o objetivo de 
saber os problemas de comunicação e expressão dos alunos. 
Eles: 
• Valem-se dos estudos trabalhados em grupo? 
• Preferem adaptar-se no que der certo? 
• Procuram educar como foram educados? 35 
• Observam as mudanças dos alunos e não comentam? 
• O que valorizam mais: seus estudos ou sua prática? 
 
 
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 
Os pressupostos teóricos e metodológicos deste curso são uma proposta de 
trabalho e de contribuição para efetiva renovação das práticas educacionais na sala 
de aula. Isso é de grande importância coletiva, seja na oralidade, com objeto de ensino 
aprendizagem, quanto no trabalho da Leitura e Escrita, considerando os novos 
estudos sobre letramento e gêneros textuais. 36 
As dificuldades e deficiências dos alunos na escrita se dão devido à falta de 
interesse de saber ouvir. O fascínio que a linguagem sempre exerceu sobre o homem 
vem desse poder que permite não só nomear/criar/transformar o universo real, mas 
também possibilita a troca de experiências, falar sobre o que a linguagem verbal é. 
Então, o pensamento é o vínculo da comunicação social. 
O texto produzido pelos alunos e as atividades retiradas do quadro despertam 
a atenção do professor, especialmente nas atividades que exigem respostas 
individuais, pois são nelas que as crianças escrevem da maneira como acham que as 
palavras são ou até mesmo através de pequenas produções realizadas por elas. 
Ensinar de acordo com as condições dos alunos, dentro do processo de 
Aquisição da Leitura e Escrita, procura desenvolver formas amplas através de textos, 
 
 
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 Processo de ensino: Apredizagem, leitura e escrita 
com possibilidade de grandes descobertas, especialmente se trabalhadas em duplas. 
As práticas analíticas, feitas na sala de aula pela professora, deixam em segundo 
plano os métodos globais quando citam o ditado de palavras como uma de suas 
práticas. Desta forma, o ditado fica solto, sem que haja um referencial para àquelas 
palavras e para a compreensão e aprendizagem dos alunos. Por outro lado, a segunda 
prática de recorte de sílabas e formação de textos é um ato que o aluno deve buscar 
para formar palavras, ao mesmo tempo em que vai escrevendo-as no caderno. 
Como tema de Leitura e Interpretação de Textos iniciamos o nosso trabalho 
com as questões relativas à leitura e sua pratica efetiva. Por isso, aqui manifestamos 
uma passagem entre as questões do conhecimento da leitura. Ensinar a ler vai muito 
além de ensinar a decodificar palavras em um texto. Ensinar a ler significa ensinar os 
alunos a usar estratégias de leitura, como diz Isabel Solé, “na busca da construção e 
re(construção) dos significados de um texto, que são naturalmente empregados pelos 
educandos ao fazer a leitura do mundo, observando, antecipando, interpretando os 
que o rodeiam”. 
O processo de leitura deve garantir que leitor compreenda o texto e que possa 
ir construindo ideias sobre o conteúdo, extraindo dele o que lhe interessa, em função 
dos seus objetivos. Isso só pode ser feito mediante uma leitura individual, precisa, que 
permita o avanço e o retrocesso, que permita parar, pensar, recapitular, relacionar a 
informação com o conhecimento prévio, formular perguntas, decidir o que é importante 
e o que é secundário. É um processo interno, mas deve ser ensinado. O texto a seguir 
mostra a importância de uma boa leitura para se obter uma interpretação desejada. 
 
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QUANDO EU COMECEI A CRESCER 
 
Ruth Rocha 
 
“Então eu escutei um barulhinho que eu conhecia muito bem. 
Era uma campainha! De minha bicicleta! Minha bicicleta! 
Mas como é que podia? Se meu pai e minha mãe ainda estavam acordados! 
Como é que Papai Noel podia estar chegando? 
E naquele momento a verdade me apareceu inteira, com força! O que tantas 
 
 
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 Processo de ensino: Apredizagem, leitura e escrita 
vezes as crianças cochichavam umas para as outras era verdade! 
Eram nossos pais que nos davam presentes! 
Agora estava tudo claro para mim. 
Tive vontade de acordar minha mãe e contar para ela. Mas eu sabia que ela 
ia caçoar de mim, ia dizer: ‘agora que você descobriu?’ 
Então eu fiquei sozinha, pensando naquela coisa incrível que tinha 
acontecido. 
E chorei baixinho, no escuro, pensando em todas as coisas em que 
acreditava e que, vai ver, era tudo mentira! 
São Jorge na Lua... O Coelhinho da Páscoa... Até a cegonha, meu Deus, está 
claro que não existe cegonha nenhuma voando por aí, trazendo bebezinhos. 
Bem que a Juju me falou uma vez. 
Mas depois minha mãe chegou e perguntou o que é que a gente estava 
conversando e a Juju ficou sem jeito e saiu correndo e nunca mais me contou 
aquelas histórias... 
E daí a pouco, sem tomar café, sem escovar os dentes, sem pentear os 
cabelos, nem nada, daí a pouco eu já estava na rua, montando minha bicicleta nova, 
louca para que os outros meninos aparecessem para me ver”. 
Analisando o trabalho realizado com textos que fazem a criança pensar em 
contos de fada, idealização de seus sonhos, e a participação dos pais, cria-se uma 
interpretação inovada, participativa. Seja ela no estudo do vocabulário, na 
interpretação ou estudando a gramática. A criança viaja por um mundo de uma leitura 
construtiva, de idealizações favorecidas no desenvolvimento do seu aprendizado. A 
Leitura e Interpretação precisa ser trabalhada com o objetivo de despertar a 
curiosidade pelo que vem depois. É como se tivesse uma página sempre a ser virada 
e é esse objetivo que desperta o interesse. 
A função do professor é encorpá-las à prática da cultura e a valorização em 
sala de aula, por meio de um trabalho sistemático de ensino de variadas estratégias. 
Despertar no aluno o gosto pela leitura é um trabalho contínuo. Além das 
possibilidades de leitura silenciosa e em voz alta, bastante praticadas em sala de aula, 
sugerimos: 
• Dramatizar a leitura - a expressão verbal e não-verbal na construção de 
texto; 
 
 
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 Processo de ensino: Apredizagem, leitura e escrita 
• Leitura dirigida - destacar o que não gostou do trecho lido pelo educador, 
a emoção e determinação de ideias; 
• Leitura interrompida - quando se faz o questionamento a respeito das 
ideias e das características do que se está lendo. 
Além disso, os alunos precisam de bons modelos de leitores. Ao contrário, a 
leitura é um ato simples, inteligente, reflexivo e característico do ser humano, porque 
ela nada mais é que um ato de compreensão do mundo. Leitura é o exercício 
constante, reflexivo e crítico da capacidade que nos é inerente de ouvir e entender o 
que nos diz a realidade. 
Encontramos na prática da leitura uma forma coerente de entender os 
caminhos do conhecimento em viver a narrativa das histórias escritas. Ler é integrar-
se com o mundo, conhecer suas origens viver seus personagens, idealizar e dar asas 
aos seus sonhos. Como quando se lê uma fábula, por exemplo. 
 
NEM CIGARRA NEM FORMIGA 
 
 
 
 
39 
 
 
 
 
 
Marta, eu vou contar-te 
Uma história muito antiga, 
Que se fala em toda parte, 
Da Cigarra e da Formiga. 
 
Vivia uma vidinha tranquila 
No seu cantarejo eterno, 
Viu-se um dia apertada 
 
 
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 Processo de ensino: Apredizagem, leitura e escrita 
Quando chegou

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