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Análise de Custos 1ª e di çã o Análise de custos Leonardo Soares Francisco de Almeida Análise de Custos DIREÇÃO SUPERIOR Chanceler Joaquim de Oliveira Reitora Marlene Salgado de Oliveira Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva FICHA TÉCNICA Texto: Leonardo Soares Francisco Almeida Revisão Ortográfica: Rafael Dias de Carvalho Moraes Projeto Gráfico e Editoração: Antonia Machado, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos e Victor Narciso Supervisão de Materiais Instrucionais: Antonia Machado Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos COORDENAÇÃO GERAL: Departamento de Ensino a Distância Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo – Campus Niterói A447a Almeida, Leonardo Soares Francisco de Análise de custos / Leonardo Soares Francisco de Almeida ; revisão de Rafael Dias de Carvalho Moraes e Christina Corrêa da Fonseca. – 1. ed. Niterói, RJ: EAD/UNIVERSO, 2014. 180 p. : il. 1. Contabilidade de custo. 2. Custo. 3. Controle de custo. 4. Contabilidade gerencial. 5. Administração financeira. 6. Ensino à distância. I. Moraes, Rafael Dias de Carvalho. II. Fonseca, Christina Corrêa. III. Título. CDD 657.42 Bibliotecária: ELIZABETH FRANCO MARTINS – CRB 7/4990 Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se r esponsabilizando a ASOEC pelo conteúdo do texto formulado. © Departamento de Ensi no a Dist ância - Universidade Salgado de Oliveira Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedor a da Univer sidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). Análise de Custos Palavra da Reitora Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSOEAD, que reúne os diferentes segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero bem-sucedidas mundialmente. São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio dessa modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço presentes nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio tempo e gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se responsável pela própria aprendizagem. O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo o momento, ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de nossa plataforma. Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos. A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem- sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização, graduação ou pós-graduação. Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. Seja bem-vindo à UNIVERSOEAD! Professora Marlene Salgado de Oliveira Reitora. Análise de Custos 4 Análise de Custos 5 Sumário Apresentação da disciplina ................................................................................................ 07 Plano da disciplina .............................................................................................................. 09 Unidade 1 – Terminologia básica aplicada a custos....................................................... 13 Unidade 2 – Princípios contábeis e formação do custo de produção ......................... 35 Unidade 3 – Custeio por absorção e métodos de controle de estoques .................... 57 Unidade 4 – Mão de obra do processo fabril e encargos sociais aplicados em sua mensuração................................................................................................................... 77 Unidade 5 – Método de custeio direto (variável) e absorção, critérios de alocação de custos indiretos ao produto e departamento............................................................ 95 Unidade 6 – Método de custeio abc e custo padrão do produto (real e orçado) ...... 117 Unidade 7 – Margem de contribuição, fator limitante, ponto de equilíbrio, Markup, RKW e margem de segurança............................................................................................ 137 Considerações finais ........................................................................................................... 165 Conhecendo o autor ........................................................................................................... 166 Referências ........................................................................................................................... 167 Anexos .................................................................................................................................. 169 Análise de Custos 6 Análise de Custos 7 Apresentação da disciplina Ao apresentar a disciplina Análise de Custos houve a preocupação em colocar em evidência as principais informações pertinentes a custos, como a Terminologia Básica; os sistemas de Custeio, como Absorção, Direto (Variável), ABC, RKW. Outros temas e assuntos foram abordados aprofundamento de forma sistemática os assuntos, com cálculo, dentre estes, o Custo Padrão, Encargos Sociais sobre mão de obra, Margem de Contribuição, Ponto de Equilíbrio, Markup, RKW, Margem de Segurança, Fator Limitante de produção etc. O propósito que se julga meritório é aprofundar ainda mais os estudos em área interessante tendo como campo de atuação e representatividade a própria contabilidade de custos em sua visão sistémica, gerencial e estratégica, objetivando seu entendimento macro. Será possível entender mediante a utilização dos seus cálculos qual o comportamento dos custos diretos, indiretos fixos e variáveis, a composição de cada metodologia de custeio bem como os cálculos das ferramentas gerenciais e estratégicas concernentes a custos. Vários conhecimentos anteriormente abordados na disciplina de custos são de importância mater para compreensão desta disciplina. Desta forma busca-se com a utilização deste livro aplicar o conhecimento adquirido para suporte e apoio a gestão de custos e estratégia de sua utilização para tomada de decisão por parte dos gestores de custos. O estudo sistemático, prático e teórico da disciplina possibilitará viabilizar três importantes processos afetos ao processo de ensino, a saber: Apresentar e adquirir as habilidades inerentes ao processo de reflexão dos aspectos financeiros, econômicos, contábeis, tanto tático, quanto operacional, visando emúltimo grau atender a estratégia da gestão do negócio. Contamos com o seu entusiasmo para aceitar o desafio de desvendar esses novos conhecimentos e agradecemos por poder partilhar do seu sucesso. Análise de Custos 8 Análise de Custos 9 Plano da disciplina A disciplina Análise de Custos tem por objetivo identificar os fundamentos teóricos concernentes a custos, bem como suas partes constituintes e conceitos a ele afeto. Entender o os sistemas de custeio e seus modelos e toda a terminologia que se faz necessária para a compreensão prévia desta disciplina. Dividimos a disciplina em sete unidades, que estão subdivididos em tópicos, com objetivo de facilitar o processo de ensino e aprendizagem. Desta forma, apresentaremos a estrutura da disciplina para que você possa ter uma visão geral do conteúdo a ser estudado: Unidade 1 - Terminologia básica aplicada a custos Nesta unidade você conhecerá as principais Terminologias da Contabilidade de Custos. Objetivos da unidade Compreender a importância da utilização da Terminologia de Custos para compreensão da análise de custos. Unidade 2 - Princípios contábeis e formação do custo de produção Nesta unidade você conhecerá os princípios contábeis aplicados a custos e o custo de produção do produto. Objetivos da unidade Compreender a importância da contabilidade de custos os princípios contábeis aplicados a custos, bem como os seis passos necessários para realizar a correta contabilização dos custos do processo fabril; Compreender o entendimento das fórmulas relativas a custos e a demonstração de Resultado concernente a Custos. Análise de Custos 10 Unidade 3 - Custeio por absorção e métodos de controle de estoques Nesta unidade você saberá do método de custeio por ABSORÇÃO e do Controle de Estoques para a Análise Estratégica de Custos. Objetivos da unidade Compreender a importância do método de custeio por Absorção e o controle de estoques para realizar a correta contabilização dos custos do processo fabril, considerando nestes a incidência de impostos; o entendimento das fórmulas relativas a custos e a demonstração de Resultado concernente a Custos. Unidade 4 – Mão de obra do processo fabril e encargos sociais aplicados em sua mensuração Nesta unidade você conhecerá os principais itens relativos à mão de obra e seus encargos, como custo operacional no processo fabril. Objetivos da unidade Compreender a importância da mão de obra para o processo fabril e quais encargos sociais incidem sobre esta para realização do seu cálculo. Unidade 5 - Método de custeio direto (variável) e absorção, critérios de alocação de custos indiretos ao produto e departamento. Nesta unidade você conhecerá os principais itens relativos à mão de obra e seus encargos, como custo operacional no processo fabril. Objetivos da unidade Compreender a importância método de custeio direto (variável), e Absorção, critérios de alocação de custos indiretos ao produto e departamentos dentro da visão gerencial e estratégica de custos. Análise de Custos 11 Unidade 6 - Método de custeio abc e custo padrão do produto (real e orçado) Nesta unidade você conhecerá o método de Custeio ABC e o Custo padrão. Objetivos da unidade Compreender a importância dos sistemas de custeio para correta alocação e apropriação de custos ao produto, em particular sobre o modelo de custeio Abc e o cálculo do Custo Padrão (Real e Orçado). Unidade 7 – Margem de contribuição, fator limitante, ponto de equilíbrio, Markup, RKW e margem de segurança. Nesta unidade você conhecerá os conceitos e cálculo concernentes a Margem de Contribuição, Fator Limitante, Ponto de Equilíbrio, Markup, RKW e Margem de Segurança. Objetivos da unidade Compreender a importância da Margem de Contribuição, Fator Limitante, Ponto de Equilíbrio, Markup, RKW e Margem de Segurança. Análise de Custos 12 Análise de Custos 13 1 Terminologia básica aplicada a custos Análise de Custos 14 Nesta unidade você conhecerá as principais Terminologias da Contabilidade de Custos. Objetivos da unidade Compreender a importância da utilização da Terminologia de Custos para compreensão da análise de custos. Após esta Unidade de ensino o aluno estará apto para: Entender os principais conceitos aplicados à Terminologia aplicada a Custos. Compreender a importância destes conceitos para os administradores financeiros e demais interessados nas informações para apoio nas decisões por parte dos responsáveis pela condução e direção do capital, compreendendo o verdadeiro valor de custos para tomada de decisão; Aplicar estes conceitos e fundamentos compreendendo-os possibilitando desta forma o entendimento prévio e aprofundado do assunto, visando solução de exercícios para vivência prática do conteúdo da disciplina; Utilizar estes conceitos, seja na vivência acadêmica seja na profissional, visando em último grau aplicá-los para promoção do conhecimento, seja na elaboração de artigos, Trabalhos Acadêmicos e Produção Científica; Desenvolver o entendimento e a compreensibilidade deste assunto possibilitando ao aluno uma visão ampla destes fundamentos; Definir, analisar e interpretar estes conceitos para correta utilização na vida profissional, acadêmica e científica. Plano da unidade Terminologia básica de Custos. Bem-vindo à primeira unidade de Estudo. Análise de Custos 15 Terminologia em custos industriais. Segundo Martins (2010), existem alguns questionamentos importantes a serem feitos para compreensibilidade da contabilidade de custos, abaixo se descrevem estes: “Despesas com Matéria-prima” ou “Custos de Matéria-prima”? “Gastos” ou “Despesas de Fabricação”? “Gastos” ou “Custos de Materiais Diretos”? “Despesas” ou “Gastos com Imobilização”? “Custos” ou “Despesas de Depreciação”? “Custos Diretos”, “Custos Indiretos”? “Custos Fixos”, “Custos Variáveis”? Ainda segundo ele, é pertinente o seguinte questionamento: “Gastos, Custos e Despesas são três palavras sinônimas ou dizem respeito a conceitos diferentes? Confundem-se com Desembolso? E Investimento tem alguma similaridade com elas? Perda se confunde com algum desses grupos?” Contudo, pode-se inferir que diante deste emaranhado de nomes e ideias, é normal e aceitável o principiante não dominar de forma plena e segura estes conceitos. Desta forma, para entendimento prévio e objetivo será abordado cada um destes pelos seus conceitos: Análise de Custos 16 Gasto — Compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifício financeiro para a entidade (desembolso), sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro). Este conceito se aplica indistintamente a investimento, custo, despesa e perda (MARTINS, 2010; CREPALDI, 2010). Ainda para estes autores, neste Conceito extremamente amplo e que se aplica a todos os bens e serviços adquiridos; assim, temos Gastos com a compra de matérias-primas, Gastos com mão de obra, tanto na produção como na distribuição, Gastos com honorários da diretoria, Gastos na compra de um imobilizado etc. Só existe gasto no ato da passagem para a propriedade da empresa do bem ou serviço, ou seja, no momento em que existe o reconhecimento contábil da dívida assumida ou da redução do ativo dado em pagamento. Não estão aqui inclusos todos os sacrifícios com que as empresas acabam arcando, já que não são incluídos o custo de oportunidade ou os juros sobre o capital próprio, uma vez que estes não implicam a entrega de ativos. Note que o gasto implica desembolso, mas estes são conceitos totalmente distintos quanto a sua natureza. Desembolso — Pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço. Pode ocorrer antes, durante ou após a entrada da utilidade comprada, portantodefasada ou não do momento do gasto (MARTINS, 2010; CREPALDI, 2010). Pagamento dos gastos de qualquer natureza. O desembolso ocorre quando o pagamento do gasto é realizado (MARTINS, 2010; CREPALDI, 2010). Investimento — Gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuro(s) período(s) (MARTINS, 2010; CREPALDI, 2010). Todos os sacrifícios havidos pela aquisição de bens ou serviços (gastos) que são “estocados” nos Ativos da empresa para baixa ou amortização quando de sua venda, de seu consumo, de seu desaparecimento ou de sua desvalorização são especificamente chamados de investimentos (MARTINS, 2010; CREPALDI, 2010). Análise de Custos 17 Podem ser de diversas naturezas e de períodos de ativação variados: a matéria-prima é um gasto contabilizado temporariamente como investimento circulante; a máquina é um gasto que se transforma num investimento permanente; as ações adquiridas de outras empresas são gastos classificados como investimentos circulantes ou permanentes, dependendo da intenção que levou a sociedade à aquisição (MARTINS, 2010; CREPALDI, 2010). Custo — Gasto relativo à bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços (MARTINS, 2010; CREPALDI, 2010). O Custo é também um gasto, só que reconhecido como tal, isto é, como custo, no momento da utilização dos fatores de produção (bens e serviços), para a fabricação de um produto ou execução de um serviço (MARTINS, 2010; CREPALDI, 2010). Representam ainda, os gastos efetuados para obtenção de bens e serviços que são aplicados na produção de outros bens, ou seja, gastos realizados em bens e serviços utilizados no processo produtivo ou fabril, gasto para obtenção de produtos ou serviços capazes de suprir as necessidades do mercado consumidor. O custo implica no consumo de um bem ou serviço utilizado na produção de outros bens e serviços (MARTINS, 2010; CREPALDI, 2010). Exemplos: a matéria-prima foi um gasto em sua aquisição que imediatamente se tornou investimento, e assim ficou durante o tempo de sua Estocagem; no momento de sua utilização na fabricação de um bem, surge o Custo da matéria- prima como parte integrante do bem elaborado. Este, por sua vez, é de novo um investimento, já que fica ativado até sua venda. Análise de Custos 18 A energia elétrica é um gasto, no ato da aquisição, que passa imediatamente para custo (por sua utilização) sem transitar pela fase de investimento. A máquina provocou um gasto em sua entrada, tornado investimento (ativo) e parceladamente transformado em custo, via Depreciação, à medida que é utilizada no processo de produção de utilidades, (MARTINS, 2010; CREPALDI, 2010). Despesa — Bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de receitas de forma imediata. A comissão do vendedor, por exemplo, é um gasto que se torna imediatamente uma despesa. Estas podem ser classificadas em: Administrativas, Comerciais, Financeiras e Tributárias, (MARTINS, 2010; CREPALDI, 2010). O equipamento usado na fábrica, que fora gasto transformado em investimento e posteriormente considerado parcialmente como custo, torna-se, na venda do produto feito, uma despesa. O microcomputador da secretária do diretor financeiro, que fora transformado em investimento, tem uma parcela reconhecida como despesa (depreciação), sem transitar por custo, (MARTINS, 2010; CREPALDI, 2010). As despesas são itens que reduzem o Patrimônio Líquido e que têm essa característica de representar sacrifícios no processo de obtenção de receitas. Todo produto vendido e todo serviço ou utilidade transferidos provocam despesa. Costumamos chamá-lo Custo do Produto Vendido e assim fazemo-lo aparecer na Demonstração de Resultados; o significado mais correto seria: Despesa que é o somatório dos itens que compuseram o custo de fabricação do produto ora vendido. Cada componente que fora custo no processo de produção agora, na baixa, torna-se despesa. (No Resultado existem Receitas e Despesas — às vezes Ganhos e Perdas — mas não Custos.) A mercadoria adquirida pela loja comercial provoca um gasto (genericamente), um investimento (especificamente), que se transforma numa despesa no momento do reconhecimento da receita trazida pela venda, sem passar pela fase de custo. Logo, o nome Custo das Mercadorias Vendidas não é, em termos técnicos, rigorosamente corretos, (MARTINS, 2010; CREPALDI, 2010). Análise de Custos 19 Logo, todas as despesas são ou foram gastas. Porém, alguns gastos muitas vezes não se transformam em despesas (por exemplo, terrenos, que não são depreciados) ou só se transformam quando de sua venda. Todos os custos que são ou foram gastos se transformam em despesas quando da entrega dos bens ou serviços a que se referem. Muitos gastos são automaticamente transformados em despesas, outros passam primeiro pela fase de custos e outros ainda fazem a via- sacra completa, passando por investimento, custo e despesa. Perda — Bem ou serviço consumidos de forma anormal e involuntária. Não se confunde com a despesa (muito menos com o custo), exatamente por sua característica de anormalidade e involuntariedade; não é um sacrifício feito com intenção de obtenção de receita. Exemplos comuns: perdas com incêndios, obsoletismo de estoques etc, (MARTINS, 2010; CREPALDI, 2010). São itens que vão diretamente à conta de Resultado, assim como as despesas, mas não representam sacrifícios normais ou derivados de forma voluntária das atividades destinadas à obtenção da receita. E muito comum o uso da expressão Perdas de material na produção de inúmeros bens e serviços; entretanto, a quase totalidade dessas “perdas” é, na realidade, um custo, já que são valores sacrificados de maneira normal no processo de produção, fazendo parte de um sacrifício já conhecido até por antecipação para a obtenção do produto ou serviço e da receita almejada, (MARTINS, 2010; CREPALDI, 2010). Para Eliseu Martins (2010), Perda representa em um bem ou serviço consumido de forma anormal e involuntária. Neste sentido, Viceconti (2008), Perda é gasto não intencional oriundo de razões e de agentes externos fortuitos (isto não depende diretamente do processo produtivo) ou perdas da produção normal (dependendo diretamente do processo de produtivo) da empresa. Análise de Custos 20 Então, temos que segundo Martins, (2010) e Crepaldi, (2010): Perdas Fortuitas: são consideradas igualmente as Despesas quanto a sua natureza e lançadas para o resultado do período. Perdas Normais: Onde as perdas normais tais como de matérias-primas na produção industrial rebarbas de tecido, integram o Custo de Produção do Período. O gasto com mão de obra durante um período de greve, por exemplo, é uma perda, não um custo de produção. O material deteriorado por um defeito anormal e raro de um equipamento provoca uma perda, e não um custo; aliás, não haveria mesmo lógica em se apropriar como custo essas anormalidades e, portanto, acabar por ativar um valor dessa natureza. Cabe aqui ressaltar que inúmeras perdas de pequeníssimo valor são, na prática, comumente consideradas dentro dos custos ou das despesas, sem sua separação; e isso é permitido devido à irrelevância do valor envolvido. No caso de montantes apreciáveis, esse tratamento não é correto. Custo e Despesa não são sinônimos; têm sentido próprio, assim como Investimento, Gasto e Perda. A utilização de uma terminologia homogênea simplifica o entendimento e a comunicação. Custo só se refere a sacrifício na produção, salvo quando expressamente alertada a modificação da terminologia utilizada. Análise de Custos 21 Principal diferença entre custo e despesa: Custos: Representam os gastos realizados para obtenção de bens e serviços aplicados na produção de outros bens, e no processo produtivo ou fabril. Despesas: Representam os gastos realizados para obtençãode bens ou serviços destinados na área administrativa, comercial ou financeira, visando direta ou indiretamente à obtenção de receitas. Consumo de bem ou serviço de forma anormal, involuntária, ou extraordinária. As perdas podem ser classificadas como: Perda técnica – quando o consumo do bem ou serviço é previsto, estimado ou esperado. Perda eventual – quando o consumo do bem ou serviço não é previsto nem esperado, logo não é estimado. Logo, temos Custos de Produção e Despesas de Administração, de Vendas e Financeiras. Receita – Ingresso de recursos para o patrimônio sob a forma de bens ou direitos advindos da venda de bens ou serviços. Custeio – Acumulação e distribuição de gastos para bem atender à produção de um bem ou realização de serviço. Análise de Custos 22 Departamento – Unidade representativa do conjunto de recursos humanos e de capital, de características semelhantes, para a realização de tarefas homogêneas, dentro dessa mesma unidade. Departamento produtivo – (na indústria) – Quando está diretamente ligado à fabricação do produto, onde são realizadas as modificações necessárias à transformação de bens e serviços em um novo produto. Fabricação ou produção – É o processo pelo qual as matérias-primas são transformadas em novos produtos acabados. Matérias-primas – São os bens ou substâncias ainda brutas ou “in natura”, que se transformam em parte integral de um novo produto após o processo de transformação. Mão de obra – Direta – Esforço humano despendido na produção de um Produto, diretamente identificado com o mesmo; Indireta – Esforço humano despendido na produção de um Produto, que não tem identificação direta com ele. Insumos – Combinação de fatores de produção (matéria-prima, mão de obra e custos indiretos), utilizados para fabricar o produto. Análise de Custos 23 A contabilidade deve ser orientada por sua doutrina neste sentido cita-se o que orienta a Resolução CFC 750/93, sobre os Princípios de Contabilidade quanto à aplicabilidade do regime de competência: Art. 9º O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento. Parágrafo único. O Princípio da Competência representa a confrontação de receitas e de despesas que tenham correlação direta. Ou seja, para cada despesa existirá uma receita atrelada a esta. (grifo nosso) Outros conceitos importantes: Custo Industrial: representa a soma dos gastos com bens e serviços investidos ou consumidos na produção de outros bens. Desta forma, gastos que sejam destinados à aquisição de bens e serviços de uso da empresa (computadores, máquinas e equipamentos, veículos), ou aplicações de caráter permanente (compra de ações em outras empresas), consideram-se investimento ainda bens destinados à troca (mercadorias). Custo de Aquisição: Valor de aquisição e entrada ou produção de bens e serviços (ex.: Valor da nota fiscal de compra de matéria-prima). Análise de Custos 24 Quanto a sua apropriação os custos são: Diretos – aqueles que podem ser diretamente (sem rateio) apropriados aos produtos mediante uma unidade de consumo (kg, hr, mod) associam-se aos produtos e variam proporcionalmente a quantidade produzida. Indiretos – aqueles que para serem incorporados aos produtos precisam da utilização de um critério de rateio. Quanto ao nível de atividade: Custos Fixos – São os que não variam de forma proporcional ao volume produzido. Custos Variáveis – São aqueles que variam proporcionalmente ao volume produzido. Custo Semifixo e Semivariável – varia em função do volume de venda, mas não exatamente em mesmas proporções. Custos de Transformação – Esforço da empresa na fabricação de um determinado item. Custo Primário – Soma simples de matéria-prima e mão de obra direta (não incluem os CIF, nem os materiais auxiliares, tais como embalagens) Custo de Marginal – É o acréscimo de custo que a empresa incorre para produzir uma unidade adicional do produto. Custo de Oportunidades – Valor associado a melhor alternativa não escolhida. Material Direto – São materiais que se incorporam diretamente aos produtos. Mão de obra direta – Custo associado ao pessoal que trabalha diretamente na elaboração dos produtos. Rateio – Alocação de custos indiretos aos produtos em fabricação, segundo critério racional. Análise de Custos 25 Leitura complementar! CREPALDI, Sílvio Aparecido. Curso Básico de Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 5a ed. 2010, 4a reimp. 384 pg; LEONE, George Sebastião Guerra. Curso de Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 4a ed. 2010, 3a reimp. 480 pg; MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 10a ed. 2010, 4a reimp. 376 pg; ATKINSON, Antony A.; BANKER, Raddij D.; KAPLAN, Robert S.; YOUNG, S. Mark. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Atlas, 3a ed. 2011, 3a reimp. 816 pg; MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos: Livro de exercícios. São Paulo: Atlas, São Paulo: Atlas, 10a ed. 2010, 5a reimp. 168 pg; NAKAGAWA, Masayuki. ABC: Custeio Baseado em Atividades. São Paulo: Atlas, 2a ed. 2011 9a reimp. 96 pg; OLIVEIRA, Luís M. de; PEREZ JUNIOR, José H. Contabilidade de custos para não contadores. São Paulo: Atlas, São Paulo: Atlas, 5a ed. 2012, 488 pg; SANTOS, Joel J. Contabilidade e Análise de Custos. São Paulo: Atlas, 6a ed. 3a reimp. 272 pg; Maher, Michael. Contabilidade de Custos: Criando Valor para a Administração. São Paulo: Atlas, 1a ed. 2001 3a reimp. 912 pg; FERREIRA, Ricardo J. Contabilidade de Custos: Livro de exercícios. São Paulo: Atlas, São Paulo: Ferreira, 7a ed. 2011, 272 pg; É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Análise de Custos 26 Exercícios – unidade 1 Com base nos conceitos desta unidade, vamos responder ao exercício abaixo: 1.Classifique os eventos descritos a seguir em Investimento (I), Custo (C), Despesa (D) ou Perda (P): Classifique os eventos descritos a seguir em Investimento (I), Custo (C), Despesa (D) ou Perda (P): I. ( ) Compra de matéria-prima; II. ( ) Consumo de energia elétrica; III. ( ) Utilização de mão de obra; IV. ( ) Consumo de combustível; V. ( ) Gastos com pessoal do faturamento (salário); VI. ( ) Aquisição de máquinas; VII. ( ) Depreciação das máquinas; VIII. ( ) Remuneração do pessoal da contabilidade geral (salário); IX. ( ) Pagamento de honorários da administração; X. ( ) Depreciação do prédio da empresa; XI. ( ) Utilização de matéria-prima (transformação); XII. ( ) Aquisição de embalagens; XIII. ( ) Deterioração do estoque de matéria-prima por enchente; XIV.( ) Remuneração do tempo do pessoal em greve; XV. ( ) Geração de sucata no processo produtivo; XVI.( ) Estrago acidental e imprevisível de lote de material; XVII. ( ) Gastos com desenvolvimento de novos produtos e processos; XVIII. ( ) Comissões proporcionais às vendas. Análise de Custos 27 2.Assinale como Falso (F) ou Verdadeiro (V), à luz da terminologia contábil: ( ) Ao comprar matéria-prima, há uma despesa. ( ) Gasto é o sacrifício financeiro com que uma entidade arca para a obtenção de bens e serviços. ( ) Custo é incorrido em função da vida útil ou de benefícios atribuídos a futuros períodos aos bens e aos serviços produzidos. ( ) O custo é incorrido no momento da utilização, consumo ou transformação dos fatores de produção. ( ) Perdas são bens e serviços consumidos de forma anormal e involuntária. 3.Assinale Falso (F) ou Verdadeiro (V) à luz da terminologia contábil: ( ) Cada componente do processo de produção éuma despesa que, no momento da venda, transforma-se em perda; ( ) Só existem custos em empresas industriais de manufatura, nas demais só há perdas; ( ) Gastos com folha de salários de mão de obra, durante um período de greve prolongada, são custos de produção do período contábil em questão; ( )Não se confunde perda com despesa, uma vez que a primeira envolve os conceitos de imprevisibilidade e involuntariedade; ( ) Perdas são itens debitados diretamente ao resultado do período contábil em que ocorrem. Análise de Custos 28 4..A indústria Rei dos custos Ltda, apresentou a seguinte relação de gastos, classifique em Gastos, investimento, custo e despesa: Contas Valor Gastos Investimento Custo Despesa Comissões sobre vendas 25.000 Conservação / Manutenção fábrica 175.000 Depreciação fábrica 150.000 Despesas com telefone – vendas 12.500 Energia elétrica / fábrica 212.500 Estoques de produtos acabados 250.000 Estoques de produtos em elaboração 85.000 Estoques dos materiais diretos 120.000 Folha de pagamento / fábrica 300.000 Juros e despesas bancárias 125.000 Material de consumo da fábrica 37.500 Material de escritório / Administração 12.500 Matéria prima consumida 875.000 Ordenados e Administração 225.000 Retirada dos sócios 50.000 Seguros do parque fabril 25.000 Transporte entrega do produto 112.500 Total de Gastos 2.792.500 5.Classifique os eventos descritos a seguir, relativos a um banco comercial, em Investimento (I), Custo (C), Despesa (D) ou perda (P), seguindo a terminologia contábil. ( ) Compra de impressos e material de escritório; ( ) Gastos com salários do pessoal operacional de agência; ( ) Consumo de energia elétrica; ( ) Gastos com transporte de numerário (carro-forte); ( ) Telefone ou Celular (conta mensal); ( ) Manutenção do sistema de processamento de dados; Análise de Custos 29 ( ) Utilização de impressos para acolher depósitos; ( ) Gastos com envio de talões de cheques aos clientes; ( ) Depreciação de equipamentos (computadores, ATM etc.); ( ) Remuneração de tempo ocioso; ( ) Consumo de material de escritório na administração; ( ) Remuneração do pessoal da contabilidade geral; ( ) Remuneração de gerentes; ( ) Depreciação de prédios de agências; ( ) Gastos com treinamento e desenvolvimento de funcionários; ( ) Depreciação da sede administrativa do banco; ( ) Desfalque de valores por fralde; ( ) Desfalque de valores por assalto. 6.Dados os seguintes eventos ocorridos em determinada empresa no mês de abril: a) Compra de material no valor de $ 10.000, a pagar no mês seguinte; b) Pagamento, em cheque, dos salários relativos ao mês de março: $ 5.000; c) Utilização de mão de obra, a pagar em maio, sendo: pessoal da produção $ 8.000, e da administração $ 3.000; d) Contabilização da depreciação do mês, sendo: dos equipamentos de produção $ 7.500, dos veículos de uso da diretoria $ 2.500; e) Consumo de parte do material adquirido no item 1, sendo: na produção, $ 3.800, e na administração $ 1.000. f) Perda normal de material na produção: $ 200. g) Energia elétrica adquirida e consumida no mês, a pagar no mês seguinte, $ 8.000. Uma quarta parte desse total cabe às áreas administrativa e comercial da empresa e o restante à produção; Análise de Custos 30 h) Compra de uma máquina para a área de produção, por $ 50.000, a pagar em duas parcelas iguais, sem juros, tendo sido a primeira paga no ato da compra. Entrará em operação no mês seguinte. i) Uma enchente inesperada destruiu parte do estoque de materiais $ 2.000 j) Baixa pela venda de produtos cujo custo é composto pelos recursos consumidos, utilizados ou transformados em abril no processo produtivo. Utilizando a terminologia normalmente empregada no meio contábil, pede-se: a) Classificar os eventos do mês de abril. b) Calcular o valor total dos gastos, desembolsos, investimentos, custos, despesas e perdas que ocorreram no mês de abril. Análise de Custos 31 7AFC/Esaf) Entre as afirmativas seguintes, apenas uma está incorreta, assinale- a. a) A contabilidade gerencial tem por objetivo adaptar os procedimentos de apuração do resultado das empresas comerciais para as empresas industriais. b) A contabilidade de custos presta duas funções dentro da contabilidade gerencial, fornecendo os dados de custos para auxílio ao controle e para a tomada de decisões. c) Os custos de produção reúnem o custo do material direto, o custo da mão de obra e os demais custos indiretos de fabricação. d) O objetivo básico da contabilidade gerencial é o de fornecer à administração instrumentos que a auxiliem em suas funções gerenciais. e) O custo pode ser entendido como o gasto relativo à bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. 8 Assinale a(s) alternativa(s) incorreta(s): a) O processo de industrialização compreende a transformação de matérias- primas em produtos acabados com a utilização de outros fatores de produção, tais como mão de obra, máquinas, equipamentos etc. b) Nas empresas industriais, os estoques constituem-se, geralmente, de matérias-primas, materiais de embalagens, materiais auxiliares, produtos em processo e produtos acabados. c) Entende-se por custo de produção a soma dos fatores produtivos utilizados, como matérias-primas, mão de obra e outros custos, tais como depreciação, aluguel do prédio da fábrica, alimentação dos operários etc. d) Custo é um gasto que utiliza bens e serviços para produzir outros bens e serviços. e) Produtos em processo ou produção em andamento são os produtos terminados no mês e que estão totalmente prontos para vendas aos diversos clientes. Análise de Custos 32 9.Uma empresa produziu, no mesmo período, 100 unidades de um produto A, 200 unidades de um produto B e 300 unidades de um produto C. Considerando $ 176,25 de custos indiretos e que os custos diretos unitários de matérias-primas foram, respectivamente, $ 1,50, $ 0,90 e $ 0,60 e os custos unitários de mão de obra direta, $ 0,60, $ 0,30 e $ 0,25, o custo final indireto unitário de cada produto, considerando como critério de rateio o custo direto total é respectivamente: a) $ 88,13; $ 52,88 e $ 35,25. b) $ 91,96; $ 45,98 e $ 38,32. c) $ 29,38; $ 58,75 e $ 88,13. d) $ 52,50; $ 60,00 e $ 63,75. e) $ 89,30; $ 47,00 e $ 39,95. Produtos Quant. Produzida Mat Mod Custo Primário Custo Indireto % Custo Indireto Rateado Custo Indireto a ser rateado pelo Custo Direto Total = 176,25 A 100 1,50 0,60 2,10 210,00 0,29787 52,50 B 200 0,90 0,30 1,20 240,00 0,34043 60,00 C 300 0,60 0,25 0,85 255,00 0,36170 63,75 TOTAL 600 3,00 1,15 4,15 705,00 1,00 176,25 10.Uma empresa, para fabricar 1.000 unidades mensais de determinado produto, realiza os seguintes gastos: Gastos do Período $ Matéria Prima 400.000 Mão de Obra Direta 300.000 Mão de Obra Indireta 100.000 Custos Diversos 200.000 Análise de Custos 33 Se a empresa produzir 1.200 unidades desse produto, por mês, com as mesmas instalações e com a mesma mão de obra, ou seja, com exceção da matéria-prima, todos os demais custos permaneceriam inalterados em seu total, o custo por unidade produzida corresponderá a: a) $ 833,33 b) $ 900,00 c) $ 1.000,00 d) $ 966,00 e) $ 950,00 11.Em relação a custos, é correto afirmar: a) O custo industrial unitário, pela diluição dos custos fixos, tende a afastar- se do custo variável unitário, à medida que o volume da produção aumenta. b) Os custos variáveis da produção crescem proporcionalmente à quantidade produzida, em razão inversa. c) Os custos fixos unitários decrescem na razão direta da quantidade produzida. d) Os custos fixos totais mantêm-se estáveis, independentementedo volume da atividade fabril. e) Os custos variáveis unitários crescem ou decrescem, de conformidade com a quantidade produzida. Análise de Custos 34 Análise de Custos 35 2 Princípios contábeis e formação do custo de produção Análise de Custos 36 Nesta unidade, você conhecerá as principais Terminologias da Contabilidade de Custos. Objetivos da unidade Compreender a importância da contabilidade de custos, os princípios contábeis aplicados a custos, bem como, os seis passos necessários para realizar a correta contabilização dos custos do processo fabril. O entendimento das fórmulas relativas a custos e a demonstração de Resultado concernente a Custos. Após esta Unidade de ensino o aluno estará apto para: Entender os principais conceitos aplicados a custos para entendimento das fórmulas relativas a custo em elaboração e acabados. Compreender a importância dos princípios contábeis relativos a custos; Aplicar estes em atividades disciplinares para entendimento de como utilizar os princípios de contabilidade; Desenvolver o entendimento e a compreensibilidade deste assunto possibilitando ao aluno uma visão ampla sobre como realizar os passos relativos à separação entre custos e despesas e sua correta contabilização; Definir, analisar e interpretar estes conceitos para correta utilização na vida profissional, acadêmica e científica. Plano da unidade Princípios aplicados a contabilidade de custos Formação do custo de produção Esquema básico da contabilidade de custos Bem-vindo à Segunda Unidade de Estudo. Sucesso! Análise de Custos 37 Princípios aplicados a contabilidade de custos A contabilidade de custos é uma ramificação da contabilidade geral, também classificada como contabilidade Financeira. Esta também utiliza dos princípios de contabilidade como métrica para sua aplicação. Conselho Federal de Contabilidade Ibracon, CVM, e USP Princípio: Princípios efetivos: Da Competência. Realização da receita e confrontação da despesa Do Registro pelo valor original. Custo histórico como base de valor Convenções Prudência Conservadorismo Oportunidade Materialidade Figura 01 – Princípios de Contabilidade. Fonte: Elaborado pelo próprio Autor. Como não é objeto desta unidade abordar de forma complexa os princípios de Contabilidade, iremos comentá-los para prévio conhecimento destes. As resoluções 750 e 774 do CFC normatizam seu entendimento. Para Araújo (2005), postulados, princípios e convenções contábeis tem a seguinte definição: Postulados: São dogmas, premissas e assertiva que não precisam ser demonstrados, comprovados e evidenciados, pois existe entre a acadêmica e o mercado (ambiente profissional) uma aceitação geral e basilar, sem questionamento entre estes. Análise de Custos 38 Entidade: No campo contábil, parte-se do pressuposto de que sempre terá uma pessoa, seja ela física ou jurídica, para fazer a contabilidade e a essa pessoa, classifica-se em entidade contábil. Continuidade: Parte-se do pressuposto de que essa entidade tem uma vida estabelecida por prazo indeterminado, ou seja, que representa um empreendimento em andamento, em continuidade. Princípios: Conjunto de regras necessárias para a execução do sistema contábil, sem estes não existirá a possibilidade de fazer uma Demonstração Financeira, análise ou qualquer outra atividade concernente a Contabilidade. Custo histórico como base de valor: Os registros contábeis são realizados por seu custo de aquisição ou de fabricação, ou seja, pelos gastos realizados para comprar ou fabricar determinado bem. Isto é o valor contábil é o valor que está expresso na nota fiscal de compra, seja isto para bens ou serviços. Denominador comum monetário: A avaliação monetária torna homogêneo e igual, itens relativos a valores financeiros, e agrega diferentes itens em um denominador comum monetário, num único relatório, ou seja, padroniza a unidade monetária a ser utilizada para avaliação e compreensão das Demonstrações analisadas. Realização das receitas: Evidencia o momento em que se deve reconhecer a receita, contabilizando-a a partir deste. De maneira geral, é o momento da transferência do bem ou serviço para o cliente, ou seja, no instante da entrega de ativo, bem ou direito. Confrontação das despesas: após a identificação exata da receita, faz-se um esforço de associar (ou confrontar) toda a despesa sacrificada para a obtenção daquela receita. Essência econômica sobre a forma jurídica: A forma jurídica pode deixar de retratar a essência econômica; nesse caso prevalecerá a essência econômica. Convenções: estabelecem limites no procedimento de atuação do profissional contábil. Análise de Custos 39 Objetividade: os registros contábeis deverão ter suporte em documentação gerada nas transações ou evidências que possibilitem a avaliação. Materialidade: considera que toda informação contábil tem um custo e só seria válido executar tal informação se o benefício representasse um valor maior que o custo da informação preparada pela contabilidade. Consistência: uma vez adotado certo critério contábil, dentro dos vários igualmente aceitos e relevantes, não deverá ser mudado sem um motivo de força maior e em períodos apropriados para tal alteração. Conservadorismo: uma boa conduta contábil será sempre a de se resguardar, para não criar expectativas futuras com alto grau de risco. Formação do custo de produção O custo de produção é constituído por todos os gastos necessários na transformação da matéria-prima em produtos acabados, sejam estes consumidos de forma direta, atrelados ao bem produzido (classificados como custos diretos) ou de forma indireta, logo, estabelecidos por rateio, (custos indiretos), abaixo no Quadro 01 demonstra-se este entendimento: Quadro 01 – Formação do Custo de Produção. Fonte: Elaborado pelo próprio Autor. Análise de Custos 40 Assim, existem algumas fórmulas que precisam ser estudadas relativas ao custo de produção (MARTINS, 2010: CREPALDI, 2010; DUBOIS, 2009; FERREIRA, 2011; MEGLIORINI, 2007), abaixo observamos estas: Custo Primário = Representa o somatório da matéria-prima consumida e mão-de-obra direta. FÓRMULA = CP = MAT + MOD; Onde: CP = Custo Primário; MAT = Matéria-Prima; MOD = Mão-de-Obra-Direta. Custo de Transformação = Representa a soma dos custos de produção, ou seja, a produção da empresa em seu processo fabril, retirando-se deste a matéria- prima consumida e os materiais diversos (aquisição de insumos já concluídos e prontos). FÓRMULA = CT = MOD + CIF Onde: CT = Custo de Transformação; MOD = Mão-de-Obra-Direta; CIF = Custos indiretos de fabricação Análise de Custos 41 Custo de Produção = Representa a produção da empresa em seu processo fabril, considerando materiais e esforços empreendidos para obter a execução de seu produto, realizados dentro de um período de produção. Desta forma, este fica representado pelo consumo de todos os itens que foram utilizados na produção, independente de sua conclusão ou não, ou seja, por terem sido acabados ou não. FÓRMULA = CP/F = MAT + MOD + CIF Onde: CP/F = Custo de Produção ou custo de Fabricação; MAT = Matéria-Prima; MOD = Mão-de-Obra-Direta; CIF = Custos indiretos de fabricação Custo dos produtos acabados também classificados como custo dos produtos fabricados = Representa o custo dos produtos já concluídos dentro de um período estabelecido no processo produtivo, na produção fabril. O custo dos produtos acabados são constituídos pelos custos consumidos plenamente nos produtos acabados (fabricados), num determinado período do processo fabril. Cabe aqui ressaltar que existe uma diferença basilar entre os custos de produção e os custos e os custos dosprodutos acabados, sendo esta: O custo de produção é representado por todos os custos utilizados e que incorreram no processo fabril num determinado período de tempo. Já o custo dos produtos acabados são relativos aos custos utilizados na elaboração dos produtos, sendo influenciados pelos custos em elaboração, que ainda não concluíram o processo produtivo. Vale ressaltar que este entendimento se estende para os produtos que não foram elaborados no período anterior e daqueles que estão Análise de Custos 42 sendo elaborados e que estão em processo de produção fabril no período da produção vigente (atual). FÓRMULA = CPA/CPF = CP + EI - EF Onde: CPA/CPF = Custo dos produtos acabados ou Custo dos produtos fabricados; CP = Custo da Produção do Período; EI = Estoque Inicial (produtos em elaboração); EF = Estoque Final (produtos em elaboração). Custo dos produtos vendidos (CPV) = Representa o custo dos produtos que foram negociados ou vendidos num determinado período (processo fabril), que tenham sido ou não produzidos (elaborados em sua totalidade) nesse mesmo período. Cabe a título de conhecimento informar que caso não ocorra nenhum produto sendo comercializado (VENDA) o custo dos produtos vendidos será zero (nulo). Desta forma os produtos que formam o estoque de produtos acabados estarão seguros e guardados neste estoque até que sejam devidamente negociados e vendidos pela empresa. FÓRMULA = CPV = CPA + EI - EF Onde: CPV = Custo dos Produtos Vendidos; CPA = Custo dos Produtos Acabados; EI = Estoque Inicial (produtos acabados); EF = Estoque Final (produtos acabados) Análise de Custos 43 DRE relativos aos custos dos produtos vendidos Conforme comentado nas fórmulas existe também a necessidade de elaboração de um demonstrativo denominado DRE (MARTINS, 2010: CREPALDI, 2010; DUBOIS, 2009; FERREIRA, 2011; MEGLIORINI, 2007; GARCIA, 2010). DEMONSTRAÇÃO DO CUSTO DO PRODUTO VENDIDO (CPV) EIMP Estoque Inicial de Matéria-Prima (+) CMP Compra de Matéria-Prima (-) EFMP Estoque Final de Matéria-Prima (=) MPC Matéria-Prima consumida (+) MOD Mão de obra direta (=) CD Custo direto (+) CIF Custos Indiretos de Fabricação (=) CP Custo de Produção (Mat+Mod+Cif) (+) EIPE Estoque Inicial de Produtos em Elaboração (-) EFPE Estoque Final de Produtos em Elaboração (=) CPA ou CPF Custo dos Produtos Acabados ou Fabricados (+) EIPA Estoque Inicial de Produtos Acabados (-) EFPA Estoque Final de Produtos Acabados (=) CPV Custo dos Produtos Vendidos Tabela 01 – DRE relativos aos custos dos produtos vendidos. Fonte: Adaptado de Garcia (2009). Análise de Custos 44 Esquema básico da contabilidade de custos Conforme os diversos autores, existe um esquema básico para apuração de custos e um procedimento para realiza-lo, dividido em 6 etapas e passos. São estes (MARTINS, 2010: CREPALDI, 2010; DUBOIS, 2009; FERREIRA, 2011; MEGLIORINI, 2007; GARCIA, 2010): 1o Passo = Realizar a separação dos custos e das despesas; 2o Passo = Realizar a subdivisão entre custos diretos e custos indiretos; 3o Passo = Realizar a alocação dos custos diretos aos produtos; 4o Passo = Realizar a alocação dos custos indiretos aos produtos, utilizando como métrica uma base de critério para rateio (ou seja, os custos indiretos são alocados levando-se em consideração um critério de rateio que são estabelecidos pelos custos diretos); 5o Passo = Realizar a determinação do custo total e do custo unitário; 6o Passo = Realizar a contabilização de todas as etapas do processo produtivo, ou processo fabril (relativos a custos). Exemplo: A Indústria Lava Jato Ltda, a apresentou a seguinte relação de gastos ocorridos no período de 11/2014 Análise de Custos 45 Gasto do Período Produtivo Comissões de vendedores 80.000 Materiais utilizados na fábrica 15.000 Salários de fábrica 120.000 Energia consumida na fábrica 85.000 Matéria-prima consumida 350.000 Manutenção de fábrica 70.000 Salários da administração 90.000 Despesas de entrega 45.000 Depreciações na fábrica 60.000 Correios e telefonia 5.000 Seguros na fábrica 10.000 Material de escritório 5.000 Despesas financeiras 50.000 Honorários da diretoria 40.000 TOTAL 1.025.000 Tabela 02 – Gastos do Período produtivo. Fonte: Adaptado de Martins (2010). Dados da Produção - Produtos Consumidos Itens Produto A Produto B Produto C Total Matéria-prima 75.000 135.000 140.000 350.000 MOD 22.000 47.000 21.000 90.000 MOI - - - 30.000 Energia elétrica direta 18.000 20.000 7.000 45.000 Energia elétrica indireta - - - 40.000 TOTAL 115.000 202.000 168.000 555.000 Tabela 03 – Gastos do Período produtivo. Fonte: Adaptado de Martins (2010). Análise de Custos 46 1o Passo = Realizar a separação dos custos e das despesas Custos Despesas Salários de fábrica 120.000 Comissões de vendedores 80.000 Matéria-prima consumida 350.000 Salários da administração 90.000 Depreciações na fábrica 60.000 Despesas financeiras 50.000 Seguros na fábrica 10.000 Honorários da diretoria 40.000 Materiais utilizados na fábrica 15.000 Despesas de entrega 45.000 Energia consumida na fábrica 85.000 Correios e telefonia 5.000 Manutenção de fábrica 70.000 Material de escritório 5.000 TOTAL 710.000 TOTAL 315.000 Tabela 04 – Separação entre Custos e Despesas. Fonte: Adaptado de Martins (2010). 2o Passo = Realizar a subdivisão entre custos diretos e custos indiretos Custos Diretos Indiretos Matéria-prima 350.000 MOI 300.000 MOD 90.000 Depreciações na fábrica 60.000 Energia elétrica 45.000 Seguros na fábrica 10.000 Materiais utilizados na fábrica 15.000 Energia elétrica 40.000 Manutenção de fábrica 70.000 TOTAL 485.000 TOTAL 225.000 Tabela 05 – Subdivisão entre classificação de Custos Diretos e Custos Indiretos. Fonte: Adaptado de Martins (2010). Análise de Custos 47 3o Passo = Realizar a alocação dos custos diretos aos produtos Itens Produto A Produto B Produto C Total Matéria-prima 75.000 135.000 140.000 350.000 MOD 22.000 47.000 21.000 90.000 Energia elétrica direta 18.000 20.000 7.000 45.000 TOTAL 115.000 202.000 168.000 485.000 Tabela 05 – Alocação dos custos diretos aos produtos. Fonte: Adaptado de Martins (2010). 4o Passo = Realizar a alocação dos custos indiretos aos produtos, utilizando como métrica uma base de critério para rateio (ou seja, os custos indiretos são alocados levando-se em consideração um critério de rateio que são estabelecidos pelos custos diretos). Tendo como base de critério de rateio a Mão-de-Obra Produtos MOD % Rateio Custo Indireto Custo Direto Custos Totais A 22.000 0,24 55.000,00 115.000 170.000,00 B 47.000 0,52 117.500,00 202.000 319.500,00 C 21.000 0,23 52.500,00 168.000 220.500,00 TOTAL 90.000 1,00 225.000 485.000 710.000 Tabela 06 – Alocação dos custos diretos aos produtos - MOD. Fonte: Adaptado de Martins (2010). Análise de Custos 48 Tendo como base de critério de rateio Custos Diretos Produtos MOD % Rateio Custo Indireto Custo Direto Custos Totais A 22.000 0,24 55.000,00 115.000 170.000,00 B 47.000 0,52 117.500,00 202.000 319.500,00 C 21.000 0,23 52.500,00 168.000 220.500,00 TOTAL 90.000 1,00 225.000 485.000 710.000 Tabela 07 – Alocação dos custos diretos aos produtos - CD. Fonte: Adaptado de Martins (2010). 5o Passo = Realizar a determinação do custo total e do custo unitário Produtos Custo Direto Rateio Custo Indireto Custo Totais A 115.000 53.351 168.351 B 202.000 93.711 295.711 C 168.000 77.938 245.938 TOTAL 485.000 225.000 710.000 Tabela 08 – Determinação do custo total e do custo unitário. Fonte: Adaptado de Martins (2010). Análise de Custos 49 6o Passo = Realizar a contabilização de todas as etapas do processo produtivo, ou processo fabril (relativos a custos). Matéria-Prima Saláriosde Fábrica Depreciação de Fábrica 350.000,00 c) 350.000 120.000,00 a) 120.000 60.000,00 f) 60.000 Seguro de Fábrica Materiais Diversos Energia Elétrica 10.000,00 f) 10.000 15.000,00 f) 15.000 85.000,00 b) 85.000 Manutenção MOD MOI 70.000,00 f) 70.000 a)90.000 d) 90.000 a) 30.000 f) 30.000 Energia Elétrica Direta Energia Elétrica Indireta Estoque Produtos Processo b) 45.000 e) 45.000 b) 40.000 f) 40.000 c) 350.0000 d) 90.000 e) 45.000 f) 225.000 SD 710.000 Análise de Custos 50 Leitura complementar: ARAÚJO, Adriana Maria Procópio de. NETO, Alexandre Assaf. Introdução à Contabilidade. Editora Atlas, 2005. CREPALDI, Sílvio Aparecido. Curso Básico de Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 5a ed. 2010, 4a reimp. 384 pg; LEONE, George Sebastião Guerra. Curso de Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 4a ed. 2010, 3a reimp. 480 pg; MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 10a ed. 2010, 4a reimp. 376 pg; ATKINSON, Antony A.; BANKER, Raddij D.; KAPLAN, Robert S.; YOUNG, S. Mark. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Atlas, 3a ed. 2011, 3a reimp. 816 pg; MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos: Livro de exercícios. São Paulo: Atlas, São Paulo: Atlas, 10a ed. 2010, 5a reimp. 168 pg; NAKAGAWA, Masayuki. ABC: Custeio Baseado em Atividades. São Paulo: Atlas, 2a ed. 2011 9a reimp. 96 pg; OLIVEIRA, Luís M. de; PEREZ JUNIOR, José H. Contabilidade de custos para não contadores. São Paulo: Atlas, São Paulo: Atlas, 5a ed. 2012, 488 pg; SANTOS, Joel J. Contabilidade e Análise de Custos. São Paulo: Atlas, 6a ed. 3a reimp. 272 pg; Maher, Michael. Contabilidade de Custos: Criando Valor para a Administração. São Paulo: Atlas, 1a ed. 2001 3a reimp. 912 pg; FERREIRA, Ricardo J. Contabilidade de Custos: Livro de exercícios. São Paulo: Atlas, São Paulo: Ferreira, 7a ed. 2011, 272 pg; GARCIA, Francisco Aristides Neves. Apostila de Análise de Custos. Rio de Janeiro 78 pg. 2009. É hora de se avaliar! Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Análise de Custos 51 Exercícios – unidade2 1.Para Araújo (2005), postulados contábeis tem a seguinte definição: a) Estabelecem limites no procedimento de atuação do profissional contábil. b) Conjunto de regras necessárias para a execução do sistema contábil, sem estes não existirá a possibilidade de fazer uma Demonstração Financeira, análise ou qualquer outra atividade concernente a Contabilidade. c) São dogmas, premissas e assertiva que precisam ser demonstrados, comprovados e evidenciados, pois existe entre a academia e o mercado (ambiente profissional) uma aceitação geral e basilar, com questionamento entre estes. d) Conjunto de regras não necessárias para a execução do sistema contábil, sem estes existirá a possibilidade de fazer uma Demonstração Financeira, análise ou qualquer outra atividade concernente a Contabilidade. e) São dogmas, premissas e assertiva que não precisam ser demonstrados, comprovados e evidenciados, pois existe entre a acadêmica e o mercado (ambiente profissional) uma aceitação geral e basilar, sem questionamento entre estes. 2.Com relação ao princípio da Entidade este representa: a) Parte-se do pressuposto de que essa entidade tem uma vida estabelecida por prazo indeterminado, ou seja, que representa um empreendimento em andamento. b) Os registros contábeis são realizados por seu custo de aquisição ou de fabricação, ou seja, pelos gastos realizados para comprar ou fabricar determinado bem. Análise de Custos 52 c) A avaliação monetária torna homogênea e igual a itens relativos a valores financeiros e agrega diferentes itens em um denominador comum monetário, num único relatório. d) No campo contábil, parte-se do pressuposto de que sempre terá uma pessoa seja ela física ou jurídica para fazer a contabilidade e a essa pessoa classifica-se em entidade contábil. e) A forma jurídica pode deixar de retratar a essência econômica; nesse caso prevalecerá a essência econômica. 3.Com relação ao princípio da Continuidade este representa: a) Os registros contábeis são realizados por seu custo de aquisição ou de fabricação, ou seja, pelos gastos realizados para comprar ou fabricar determinado bem. b) A avaliação monetária torna homogênea e igual a itens relativos a valores financeiros e agrega diferentes itens em um denominador comum monetário, em um único relatório. c) A forma jurídica pode deixar de retratar a essência econômica; nesse caso prevalecerá a essência econômica. d) No campo contábil, parte-se do pressuposto de que sempre terá uma pessoa seja ela física ou jurídica para fazer a contabilidade e a essa pessoa classifica-se em entidade contábil. e) Parte-se do pressuposto de que essa entidade tem uma vida estabelecida por prazo indeterminado, ou seja, que representa um empreendimento em andamento. Análise de Custos 53 4.Essência econômica sobre a forma jurídica a) Estabelecem limites no procedimento de atuação do profissional contábil. b) Conjunto de regras necessárias para a execução do sistema contábil, sem estes não existirá a possibilidade de fazer uma Demonstração Financeira, análise ou qualquer outra atividade concernente a Contabilidade. c) A forma jurídica pode deixar de retratar a essência econômica; nesse caso prevalecerá a essência econômica. d) São dogmas, premissas e assertiva que precisam ser demonstrados, comprovados e evidenciados, pois existe entre a academia e o mercado (ambiente profissional) uma aceitação geral e basilar, com questionamento entre estes. e) Conjunto de regras não necessárias para a execução do sistema contábil, sem estes existirá a possibilidade de fazer uma Demonstração Financeira, análise ou qualquer outra atividade concernente a Contabilidade. 5.Com relação ao custo de produção este é formado: a) Não é constituído por todos os gastos necessários na transformação da matéria-prima em produtos acabados, sejam estes consumidos de forma direta, atrelados ao bem produzido (classificados como custos diretos) ou de forma indireta, logo, estabelecidos por rateio, (custos indiretos). b) É constituído apenas por gastos consumidos de forma direta, atrelados ao bem produzido (classificados como custos diretos) ou de forma indireta, não havendo a necessidade de rateio, (custos indiretos). Análise de Custos 54 c) É constituído apenas por gastos consumidos de forma indireta, atrelados ao bem produzido (classificados como custos indiretos) ou de forma direta, não havendo a necessidade de rateio, (custos diretos). d) É constituído por todos os gastos necessários na transformação da matéria-prima em produtos acabados, sejam estes consumidos de forma direta, atrelados ao bem produzido (classificados como custos diretos) ou de forma indireta, logo, estabelecidos por rateio, (custos indiretos). e) É constituído apenas por gastos consumidos de forma variável, atrelados ao bem produzido ou em acabamento (classificados como custos fixos) ou de forma indireta, havendo a necessidade de rateio, (custos indiretos). 6.São gastos gerais de fabricação, com exceção de: a) Matéria prima-direta b) Mão de obra indireta. c) Material indireto. d) Supervisor da fábrica. e) Seguro da fábrica. 7.São custos de Produção com exceção de: a) Matéria-prima direta. b) Depreciação c) Mão de obra direta. d) Mão de obra indireta. e) Material indireto. Análise de Custos 55 8.Custo Primário representa: a) A diferença entre a matéria-prima consumida e mão de obra direta. b) O somatório dos custos de produção. c) A diferença entre os custos diretos e os indiretos. d) O Somatóriodos custos fixos e variáveis e) O somatório da matéria-prima consumida e mão de obra direta. 9.O esquema básico de contabilidade de custos esta tem os seguintes passos: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Análise de Custos 56 10.A Indústria Lava Jato Ltda, apresentou a seguinte relação de gastos ocorridos no período de 12/2014: Gasto do Período Produtivo Comissões de vendedores 92.000 Materiais utilizados na fábrica 17.250 Salários de fábrica 138.000 Energia consumida na fábrica 97.750 Matéria-prima consumida 402.500 Manutenção de fábrica 80.500 Salários da administração 103.500 Despesas de entrega 51.750 Depreciações na fábrica 69.000 Correios e telefonia 5.750 Seguros na fábrica 11.500 Material de escritório 5.750 Despesas financeiras 57.500 Honorários da diretoria 46.000 TOTAL 1.178.750 Dados da Produção - Produtos Consumidos Itens Produto A Produto B Produto C Total Matéria-prima 86.250 155.250 161.000 402.500 MOD 25.300 54.050 24.150 103.500 MOI - - - 34.500 Energia elétrica direta 20.700 23.000 8.050 51.750 Energia elétrica indireta - - - 46.000 TOTAL 132.250 232.300 193.200 638.250 Determine o valor dos custos diretos, indiretos e das despesas do período produtivo: Análise de Custos 57 2 3 Custeio por absorção e métodos de controle de estoques Análise de Custos 58 Nesta unidade, você conhecerá as principais Terminologias da Contabilidade de Custos. Objetivos da unidade Compreender a importância da contabilidade de custos, os princípios contábeis aplicados a custos, bem como, os seis passos necessários para realizar a correta contabilização dos custos do processo fabril. O entendimento das fórmulas relativas a custos e a demonstração de Resultado concernente a Custos. Após esta unidade de ensino o aluno estará apto para: Entender os principais conceitos aplicados a custos para entendimento das fórmulas relativas ao processo fabril e a forma de estoque de matéria prima e produtos industrializados. Compreender a importância dos métodos de estoque PEPS, UEPS, Custo Médio Ponderado, fixo e móvel; Aplicar estes em atividades disciplinares para entendimento de como utilizar os princípios de contabilidade; Desenvolver o entendimento e a compreensibilidade deste assunto possibilitando ao aluno uma visão ampla sobre como realizar os passos relativos à separação entre custos e despesas e sua correta contabilização; Definir, analisar e interpretar estes conceitos para correta utilização na vida profissional, acadêmica e científica. Plano da unidade Terminologia básica de Custos. Bem-vindo à Terceira Unidade de Estudo. Sucesso! Análise de Custos 59 Custeio por absorção Para entender-se o método de custeio por absorção é preciso realizar uma abordagem de revisão de dois assuntos importantes aplicados a custos em sua apuração, independente do método de custeio utilizado no processo fabril ou na produção, para fazer a apuração dos custos do período. Estes dois assuntos são: a forma de controle do custo e estoque das matérias primas e a utilização da mão- de-obra direta, preponderantes para o entendimento de custos e do processo fabril da empresa. Neste sentido, será realizada uma revisão dos sistemas utilizados para avaliação de estoques de matérias primas, com extensão aos produtos acabados, sendo mais relativos aos produtos que ainda se encontram em fase de produção fabril. Ainda de acordo com este entendimento, é primordial a existência de um sistema de controle permanente, que possibilite apurar o custo dos materiais consumidos na produção fabril. Este controle é feito de forma objetiva e direta, excluindo a necessidade de realização de cálculos complementares e adicionais. Métodos de Controle de Estoques: As empresas, em seu processo fabril, utilizam dois métodos de controle de estoques, que são denominados de método temporário e o permanente. Isto se faz necessário para se apurar corretamente o valor do estoque e do custo do produto no processo fabril da empresa. (MARTINS, 2010: CREPALDI, 2010; DUBOIS, 2009; FERREIRA, 2011; MEGLIORINI, 2007). EXEMPLO: A Cia Lava Jato Ltda, apresentou em sua ficha de controle de matéria-prima, referente ao mês de Novembro de 2014, o seguinte movimento: Análise de Custos 60 Data Histórico Volume (kg) Preço (R$ / kg ) Valor Total 02.11 Saldo Anterior 2.000 2,50 5.000,00 05.11 Compra 5.000 2,50 12.500,00 Frete s/ compra - - - 07.11 Compra 3.000 2,40 7.200,00 12.11 Requisição 8.000 - - 15.11 Compra 4.000 2,55 10.200,00 20.11 Compra 3.000 2,60 7.800,00 25.11 Requisição material 7.000 - Tabela 01 – Ficha de controle de matéria-prima. Fonte: Adaptado de Garcia (2009). SOLUÇÃO DO PROBLEMA: Preço Médio Ponderado (Ou Custo Médio Móvel): Data Entrada Saída Saldo Quant Pu PT Quant Pu PT Quant Pu PT 02 - - 2.000 2,50 5.000,00 2,50 12.500,00 - - 05 5.000 0,10 500,00 - 7.000 2,57 18.000,00 07 3.000 2,40 7.200,00 - 10.000 2,52 25.200,00 12 - 8.000 20.160,00 2.000 2,52 5.040,00 15 4.000 2,55 10.200,00 - 6.000 2,54 15.240,00 20 3.000 2,60 7.800,00 - 9.000 2,56 23.040,00 25 - 7.000 17.920,00 2.000 2,56 5.120,00 C 15.000 38.200,00 - - SI 2.000 5.000,00 - - TOTAL 17.000 43.200,00 15.000 38.080,00 2.000 5.120,00 ( - ) ( = ) Tabela 02 – Ficha de controle de matéria-prima (Entrada, Saída e Saldo). Fonte: Adaptado de Garcia (2009). Análise de Custos 61 Onde: Quant = Quantidade; C = Compras; Pu = Preço Unitário; SI = Saldo Inicial; PT = Preço Total. Instrução para o preenchimento da Ficha de Controle de Estoque: Todo o controle de saldo e da saída é realizado na coluna concernente ao Saldo. Na coluna Saldo (relativo a compras): Quant = Quantidade anterior + Quantidade adquirida; PT = Valor Anterior + valor da Compra realizada; Pu = PT / Quant Na coluna Saldo (relativo ao registro de Requisições): Quant = Quantidade anterior + Quantidade requisitada; PT = Quant x preço médio anterior; Pu = PT / Quant ou preço médio anterior Análise de Custos 62 Na coluna Saída (relativo da matéria-prima utilizada no processo produtivo): Quant = Quantidade requisitada Pu = não se utiliza; PT = Feito sua apuração na coluna Saldo (Saldo anterior – saldo após a requisição). SOLUÇÃO DO PROBLEMA: Preço Médio Ponderado Fixo (Ou Custo Médio Fixo): Data Entrada Saída Saldo Quant Pu PT Quant Pu PT Quant Pu PT 02 - - 2.000 2,50 5.000,00 2,50 12.500,00 - - 05 5.000 0,10 500,00 - 7.000 18.000,00 07 3.000 2,40 7.200,00 - 10.000 25.200,00 15 4.000 2,55 10.200,00 - 14.000 35. 400,00 20 3.000 2,60 7.800,00 - 17.000 2,54 43.200,00 8.000 25 - 7.000 38.117,65 2.000 2,54 5.082,35 C 15.000 38.200,00 - - SI 2.000 5.000,00 - - TOTAL 17.000 43.200,00 15.000 38.117,65 2.000 5.082,35 Tabela 03 – Ficha de controle de matéria-prima (Entrada, Saída e Saldo). Fonte: Adaptado de Garcia (2009). Análise de Custos 63 Instruções para compreensão do preenchimento As compras antes dassaídas, mesmo que tenham ocorrido em data anterior à da compra, são consideradas; Após o lançamento das compras é apurado o preço médio do período PT / Quant; I. É apurado um único saldo médio do período analisado; II. As saídas são realizadas por valor idêntico ao do saldo médio, seja qual for a sua data, no mês analisado; III. O custo da requisição se apura utilizando a diferença entre o saldo antes da saída e depois da saída. SOLUÇÃO DO PROBLEMA: Primeiro a Entrar Primeiro a Sair – (PEPS ou FIFO): Data Entrada Saída Saldo Quant Pu PT Quant Pu PT Quant Pu PT 02 - - 2.000 2,50 5.000,00 05 5.000 2,60 13.000,00 - 5.000 2,60 13.000,00 07 3.000 2,40 7.200,00 - 3.000 2,40 7.200,00 12 2.000 2,50 5.000,00 5.000 2,60 13.000,00 1.000 2,40 2.400,00 2.000 2,40 4.800,00 15 4.000 2,55 10.200,00 4.000 2,55 10.200,00 20 3.000 2,60 7.800,00 - 3.000 2,60 7.800,00 25 2.000 2,40 4.800,00 - - 4.000 2,55 10.200,00 - - - 1.000 2,60 2.600,00 - - C 15.000 38.200,00 - - SI 2.000 5.000,00 - - TOTAL 17.000 43.200,00 15.000 38.000,00 2.000 5.200,00 Tabela 04 – Ficha de controle de matéria-prima (Entrada, Saída e Saldo). Fonte: Adaptado de Garcia (2009). Análise de Custos 64 SOLUÇÃO DO PROBLEMA: Última a Entrar Primeiro a Sair – (UEPS ou LIFO): Data Entrada Saída Saldo Quant Pu PT Quant Pu PT Quant Pu PT 02 - - 2.000 2,50 5.000,00 05 5.000 2,60 13.000,00 - 5.000 2,60 13.000,00 07 3.000 2,40 7.200,00 - 3.000 2,40 7.200,00 12 2.000 2,50 5.000,00 5.000 2,60 13.000,00 3.000 2,40 7.200,00 15 4.000 2,55 10.200,00 4.000 2,55 10.200,00 20 3.000 2,60 7.800,00 - 3.000 2,60 7.800,00 25 2.000 2,50 5.000,00 4.000 2,55 10.200,00 - - - 13.000 2,60 7.800,00 - - C 15.000 38.200,00 - - SI 2.000 5.000,00 - - TOTAL 17.000 43.200,00 15.000 38.200,00 2.000 5.000,00 Tabela 05 – Ficha de controle de matéria-prima (Entrada, Saída e Saldo). Fonte: Adaptado de Garcia (2009). Assim, ainda para o entendimento de primeiro item e último item que entra no estoque (PEPS ou UEPS), basta seguir o critério de entrada de matéria-prima dentro do estoque da empresa (CREPALDI, 2010). Desta maneira, fica assim a forma de compreensão e detalhamento dos referidos conceitos: PEPS – Os primeiros itens a sair (Venda e baixa no Estoque CMV) do estoque de matéria-prima, irão receber como valor de custo daqueles referentes das primeiras entradas (Compra), (MARTINS, 2010; CREPALDI, 2010). UEPS - Os primeiros itens a sair (Venda e baixa no Estoque CMV) do estoque de matéria-prima, irão receber como valor de custo aqueles referentes aos das últimas entradas (Compra), (MARTINS, 2010; CREPALDI, 2010). Análise de Custos 65 Exemplificando este entendimento: Para o PEPS: Dia 2 entrada 50 unidades com valor de $ 10,00 cada; Dia 5 entrada de 50 unidades com valor de $ 20,00 cada; Se tivermos uma saída no dia 10, de 50 unidades, o custo a ser utilizado como parâmetro será o da primeira entrada, ficando assim: 50 x 10,00 = 500,00 Para o UEPS: Para o PEPS: Dia 2 entrada 50 unidades com valor de $ 10,00 cada; Dia 5 entrada de 50 unidades com valor de $ 20,00 cada; Se tivermos uma saída no dia 10, de 50 unidades, o custo a ser utilizado como parâmetro será o da primeira entrada, ficando assim: 50 x 20,00 = 1.000,00 Direto ao ponto: A Cia Lava Jato Ltda, tem como método de avaliação de seu estoque, uma variação do preço específico. As mercadorias que a empresa adquire, recebem etiquetas com o preço de venda, formado a partir do custo unitário, com acréscimo de percentual fixo, como margem de lucro a ser obtido. No período estudado Nov/14, o movimento físico constou de estoque inicial com 2.000 unidades, suas compras totalizando 3.000 e vendas representando 4.000 unidades. Sua receita Bruta (FATURAMENTO), ou receita de vendas, atingiu o valor de $ 400.000,00. Não ocorreram devoluções, abatimentos ou vendas canceladas. Com base nestas informações, calcule o estoque final, no período de Nov/14. Materiais diretos (matéria-prima): tratamento dos impostos na aquisição de mercadorias e serviços Análise de Custos 66 Adquiridos de fornecedores industriais IPI: Imposto sobre produtos industrializados – sua base de cálculo é representada pelo custo dos produtos utilizados no processo fabril. O valor do imposto apurado sobre essa base é adicionado ao valor do custo, para então formar o valor da Nota Fiscal. O IPI é um imposto recuperável pelas indústrias, logo, não integra o custo, também denominado para efeito de entendimento um imposto por dentro (do valor da Nota Fiscal), (Martins, 2010; CREPALDI, 2010; GARCIA, 2009; FERREIRA, 2011; FERRARI, 2014). ICMS - Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços. Sua base de cálculo é a mesma do IPI. O valor do imposto está incluso no valor final da Nota fiscal. O ICMS é um imposto recuperável, logo, não integra o custo dos materiais, sendo também denominado como um imposto por fora (do valor da Nota Fiscal), (Martins, 2010; CREPALDI, 2010; GARCIA, 2009; FERREIRA, 2011; FERRARI, 2014). Adquiridos de fornecedores comerciais ICMS – Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços. Sua base de cálculo é o valor da própria nota fiscal, no qual está embutido. Como é recuperável, logo, não integra o custo dos materiais, sendo também denominado como um imposto por fora (do valor da Nota Fiscal), (Martins, 2010; CREPALDI, 2010; GARCIA, 2009; FERREIRA, 2011; FERRARI, 2014). Análise de Custos 67 Tratamento contábil Imposto recuperável = Quando o imposto é recuperável, não integra o custo do produto. Será contabilizado como imposto a recuperar e utilizado para efeito de compensação do imposto a ser recolhido, incide sobre as vendas, determinando o valor total do imposto a ser efetivamente pago, (Martins, 2010; CREPALDI, 2010; GARCIA, 2009; FERREIRA, 2011; FERRARI, 2014). Exemplos com maior ocorrência e relevância dentro do processo fabril (Produção): IPI - Nas operações entre empresas industriais ICMS - Nas empresas comerciais, com exceção quando forem os consumidores do produto final. O Imposto não recuperável é representado quando este não tem recuperação por parte do ente fabril, passando a compor o valor do produto. Este será contabilizado como custo (Martins, 2010; CREPALDI, 2010; GARCIA, 2009; FERREIRA, 2011; FERRARI, 2014). Exemplos Diversos IPI - Nas compras de empresas comerciais nas empresas industriais, (Martins, 2010; CREPALDI, 2010; GARCIA, 2009; FERREIRA, 2011; FERRARI, 2014). ISS Imposto sobre Serviços - Incide sobre os serviços prestados por pessoas que não pertencem à empresa nem ao processo fabril. Seu valor está incluído no valor do serviço ou a ele se incorpora quando for apresentado, na nota fiscal de Serviço, (Martins, 2010; CREPALDI, 2010; GARCIA, 2009; FERREIRA, 2011; FERRARI, 2014). Imposto de Importação - incidente sobre os produtos importados, quando da liberação aduaneira, seu valor se incorpora ao custo do produto do processo fabril, para todos os usuários e efeitos a ele afetos, (Martins, 2010; CREPALDI, 2010; GARCIA, 2009; FERREIRA, 2011; FERRARI, 2014). Análise de Custos 68 Direto ao Ponto A Cia Lava Jato Ltda, adquiriu da Indústria Rainha dos Custos Ltda, a prazo 20.000 kg de material a $ 1,00 o Kg. O material comprado foi utilizado na produção de outros bens e serviços dentro do processo fabril. Foram utilizados também $ 22.500,00 de MOD e $ 16.500,00 de CIF’s diversos. Materiais e produtos finais sujeitos a IPI, de 10% e ICMS de 15%. O produto final foi vendido para uma empresa comercial, a prazo, por $ 110.000,00, conforme nota fiscal de venda. SOLUÇÃO: Da compra dos materiais pela Cia Lava Jato Ltda: Custo do Produto = Quant. x Preço
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