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Livro Gestão de Custos - UniCesumar

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GESTÃO DE 
CUSTOS 
Professora Me. Juliana Moraes da Silva
GRADUAÇÃO
Unicesumar
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; SILVA, Juliana Moraes da. 
 
 Gestão de Custos. Juliana Moraes da Silva. 
 Maringá-Pr.: Unicesumar, 2018. 
 174 p.
“Graduação - EaD”.
 
 1. Gestão 2. Custos . 3. Contabeis 4. EaD. I. Título.
CDD - 22 ed. 658 ?
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por: 
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Direção Executiva de Ensino
Janes Fidélis Tomelin
Direção Operacional de Ensino
Kátia Coelho
Direção de Operações
Chrystiano Minco�
Direção de Polos Próprios
James Prestes
Direção de Desenvolvimento
Dayane Almeida 
Direção de Relacionamento
Alessandra Baron
Head de Produção de Conteúdos
Celso Luiz Braga de Souza Filho
Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais
Daniel Fuverki Hey
Supervisão do Núcleo de Produção 
de Materiais
Nádila Toledo
Supervisão Operacional de Ensino
Luiz Arthur Sanglard
Coordenador de Conteúdo
José Manoel da Costa
Designer Educacional
Lilian Vespa
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
Editoração
Fernando Henrique Mendes
Qualidade Textual
Cintia Prezoto Ferreira
Ilustração
Marta Kakitani
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um 
grande desafio para todos os cidadãos. A busca 
por tecnologia, informação, conhecimento de 
qualidade, novas habilidades para liderança e so-
lução de problemas com eficiência tornou-se uma 
questão de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilida-
de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos-
sos farão grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar 
assume o compromisso de democratizar o conhe-
cimento por meio de alta tecnologia e contribuir 
para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a 
educação de qualidade nas diferentes áreas do 
conhecimento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento de uma 
sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi-
tário Cesumar busca a integração do ensino-pes-
quisa-extensão com as demandas institucionais 
e sociais; a realização de uma prática acadêmica 
que contribua para o desenvolvimento da consci-
ência social e política e, por fim, a democratização 
do conhecimento acadêmico com a articulação e 
a integração com a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al-
meja ser reconhecido como uma instituição uni-
versitária de referência regional e nacional pela 
qualidade e compromisso do corpo docente; 
aquisição de competências institucionais para 
o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con-
solidação da extensão universitária; qualidade 
da oferta dos ensinos presencial e a distância; 
bem-estar e satisfação da comunidade interna; 
qualidade da gestão acadêmica e administrati-
va; compromisso social de inclusão; processos de 
cooperação e parceria com o mundo do trabalho, 
como também pelo compromisso e relaciona-
mento permanente com os egressos, incentivan-
do a educação continuada.
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
profissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu-
nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de 
alcançar um nível de desenvolvimento compatível com 
os desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica 
e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con-
tribuindo no processo educacional, complementando 
sua formação profissional, desenvolvendo competên-
cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em 
situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado 
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal 
objetivo “provocar uma aproximação entre você e o 
conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento 
da autonomia em busca dos conhecimentos necessá-
rios para a sua formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. 
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu 
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns 
e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das dis-
cussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe 
de professores e tutores que se encontra disponível para 
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de 
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
A
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Professora Me. Juliana Moraes da Silva
Mestre em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de Maringá (2016). 
Possui Bacharelado em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de 
Maringá (2006) e é Licenciada em Matemática pela Universidade Estadual 
de Maringá (2001). Atualmente, é Perita Contábil nas áreas Cívil e Trabalhista, 
é também Professora e Coordenadora do Curso de Ciências Contábeis da 
UNICESUMAR - Centro Universitário Cesumar. Possui experiência na área de 
Administração, com ênfase em Ciências Contábeis.
<http://lattes.cnpq.br/0551257296562180>
SEJA BEM-VINDO(A)!
O rápido progresso tecnológico das máquinas e dos equipamentos no ambiente macro, 
a maior capacidade de absorção das empresas brasileiras às mudanças e inovações exó-
genas, o aparecimento de blocos econômicos, transferências de riquezas, bem como o 
surgimento contínuo de novos produtos de ciclo de vida mais curtos que satisfaçam as 
exigências do crescente mercado consumidor, tudo isso têm contribuído consubstan-
cialmente para o crescimento da produtividade das empresas.
Como, nos últimos anos, várias entidades têm passado por grandes dificuldades finan-
ceiras provenientes da falta de incentivos governamentais, devido às taxas de juros ele-
vadas, ao alto percentual de impostos, aos custos de produção elevados e a outros fa-
tores, não necessitar de fontes de recursos de terceiros para financiar a produção é uma 
vantagem competitiva que a empresa possui.
Neste ambiente competitivo, os proprietários, gestores ou administradores dos empre-
endimentos passam a repensar em uma melhor forma de administrar os negócios. Para 
manter a vantagem competitiva e alcançar a missão da empresa, tornam-se essenciais, 
por exemplo, a exigência de qualidade dos produtos ofertados no mercado, a agilidade 
no ciclo produtivo, a redução de custos e o bom atendimento ao cliente.
Quanto aos custos de produção, estudos têm sido divulgados no sentido de que há 
possibilidade de promover a sua redução, nas devidas proporções, sem que implique, 
necessariamente, estagnar o crescimento do empreendimento, ou afetar a produtivi-
dade, ou reduzir a qualidade dos produtos oferecidos que satisfaçam as expectativas 
dos clientes mais exigentes. Neste contexto, a gestão de custos, enquanto geradora de 
informações, deve atender às necessidades atinentes das empresas. Com base no his-
tórico das sucessivas mudanças ocorridas nas organizações, o gerenciamento de custo, 
seguindo algumas ferramentas de Gestão de Custos, é aplicado. 
Neste material, você conhecerá algumas ferramentas de gestão de custo. Na Unidade I, 
você mergulhará na evolução da contabilidade da gestãode custos, e os diversos tipos 
de sistemas de custear será apresentado na Unidade II. As formas de acumular custos 
aos produtos será abordado na Unidade III. Além dos custeios tradicionais, a gestão de 
custos apresenta vários modelos contemporâneos utilizados para gerenciar os custos 
industriais. Os modelos de gestão são temas tratados na Unidade IV e para finalizar a 
obra, na Unidade V, você poderá conhecer e compreender uma importante ferramenta 
de gestão de custos, a Teoria das Restrições (Theory of Constraints - TOC), uma alterna-
tiva viável para solucionar os problemas de produtividade, identificando restrições que, 
a princípio, limitam a lucratividade.
Caro(a) aluno(a), espero contribuir muito para o seu conhecimento. Não deixe para de-
pois, comece agora a aprender tudo que elaborei especialmente para você.
APRESENTAÇÃO
GESTÃO DE CUSTOS 
SUMÁRIO
09
UNIDADE I
GESTÃO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS
15 Introdução
16 A Contabilidade de Custos no Contexto Atual 
26 Elementos que Compõem os Custos 
31 A Importância da Gestão de Custos 
36 Considerações Finais 
43 Referências 
44 Gabarito 
UNIDADE II
SISTEMAS DE CUSTEIO
49 Introdução
50 Sistemas de Custeio 
51 Custeio por Absorção 
59 Custeio Variável 
66 ABC - Custeio Baseado em Atividade 
70 Custeio-Padrão 
75 Considerações Finais 
82 Referências 
83 Gabarito 
SUMÁRIO
10
UNIDADE III
SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS
89 Introdução
90 Sistemas de Acumulação de Custos 
91 Sistema de Acumulação de Custos por Processo 
101 Sistema de Acumulação de Custos Por Ordem de Produção 
110 Considerações Finais 
117 Referências 
118 Gabarito 
UNIDADE IV
GERENCIAMENTO DOS CUSTOS
123 Introdução
124 Modelos de Gestão 
126 Custo Total de Propriedade 
140 Considerações Finais 
146 Referências 
148 Gabarito 
SUMÁRIO
11
UNIDADE V
TEORIA DAS RESTRIÇÕES
151 Introdução
152 Teoria das Restrições 
164 Proposta para Implantação Da TOC 
167 Considerações Finais 
172 Referências 
173 Gabarito 
174 CONCLUSÃO 
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Professora Me. Juliana Moraes da Silva 
GESTÃO DA 
CONTABILIDADE DE 
CUSTOS
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Compreender a evolução da Contabilidade de Custos e a suas 
terminologias.
 ■ Identificar e mensurar os elementos de custos nos produtos e 
serviços.
 ■ Reconhecer e refletir sobre a importância da gestão de custos.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ A Contabilidade de Custos no contexto atual
 ■ Elementos que compõem os custos
 ■ A importância da Gestão de Custos
Introdução
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INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à primeira unidade do nosso livro. 
Iniciaremos o nosso estudo sobre a Gestão de Custos, mas, afinal, você ainda se 
lembra o que são custos? E para que estudar Gestão de Custos?
Nas últimas décadas, a complexidade de funcionamento das organizações 
cresceu. Por outro lado, os sistemas tradicionais de custos não conseguem acom-
panhar esta evolução das empresas. A evolução deu-se a partir da década de 90, 
com a abertura do mercado brasileiro à globalização. Nesta mesma época, a ges-
tão de custos passou por grandes transformações, já que a inserção do país no 
mercado globalizado permitia que empresas estrangeiras, antes impossibilitadas 
de comercializarem seus produtos no Brasil, oferecessem ao consumidor brasi-
leiro produtos fabricados, muitas vezes, com tecnologia e qualidade superiores 
aos nacionais. Dessa forma, provocaram, nas empresas brasileiras, a necessidade 
- independentemente do seu porte ou do mercado de atuação - de aprimo-
rar técnicas de análise de resultados e de custeio dos seus produtos e serviços. 
Atualmente, há um grande número de publicações sobre custos e seus critérios, 
sistemas e métodos.
Nestas próximas páginas, nós retomamos alguns conceitos importantes estu-
dados em Contabilidade de Custos. Você conhecerá a evolução da Contabilidade 
de Custos, desde a era mercantilista até as ferramentas contemporâneas de Gestão 
dos Custos. A compreensão plena dos elementos que compõem o custo dos pro-
dutos corresponde ao requisito básico para seguir na sua trajetória acadêmica.
Por fim, no último tópico da unidade, explanaremos de uma maneira bem 
simplista sobre a importância de estudar a Gestão de Custos das organizações. 
Por isso, caro(a) aluno(a), sugiro que você não espere mais nenhum minuto, inicie 
agora mesmo mais uma disciplina que contribuirá para geração de conhecimento.
GESTÃO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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A CONTABILIDADE DE CUSTOS NO CONTEXTO 
ATUAL
Caro(a) aluno(a), compreenderemos, aqui, como evolui a Contabilidade de 
Custos, desde seu surgimento até como ela é utilizada atualmente. Ela foi desen-
volvida a partir da necessidade de aprimorar o método de avaliação dos estoques 
das empresas comerciais para as industriais. Com o advento de novas tecnolo-
gias e de novos processos produtivos, o gerenciamento e as análises dos custos 
foram tornando-se cada vez mais exigíveis e indispensáveis.
Nas primeiras indústrias pós-Revolução, não era exigida da Contabilidade 
de Custos a função de geradora de informações para a tomada de decisão. Tendo 
em vista a pouca concorrência, ainda, o mercado da época absorvia os preços ele-
vados e os problemas de ineficiência das empresas. No entanto, por uma questão 
de sobrevivência nesta nova economia, as empresas necessitam de conhecimen-
tos mais profundos sobre os custos. Uma vez que não se sabe nem mesmo de 
onde vêm seus concorrentes. 
Outros fatores, além dos avanços tecnológicos e da competição dos mer-
cados, como a escassez de algumas matérias-primas, o surgimento dos blocos 
econômicos e o aumento da qualidade e da produtividade também cooperaram 
para que os sistemas de custos adquirissem maior importância para as indústrias. 
A Contabilidade de Custos no Contexto Atual
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Neste contexto, a Contabilidade de Custos passou a ser solicitada para prestar 
informações referentes aos aspectos administrativos, econômicos e financeiros, 
bem como controlar as operações e determinar o lucro.
Quanto a estas novas funções atribuídas à Contabilidade de Custos, pode-
-se assim descrevê-las:
a) Determinação do lucro – empregando dados originários dos regis-
tros convencionais contábeis, ou processando-os de maneira diferente, 
tornando-os mais úteis à administração;
b) Controle das operações – e demais recursos produtivos, como os 
estoques, com a manutenção de padrões e orçamentos, comparações 
entre previsto e realizado;
c) Tomada de decisões – o que envolve produção (o que, quanto, como 
e quando fabricar), formações de preços, escolha entre fabricação pró-
pria ou terceirizada (BRUNI; FAMÁ, 2011, p. 25).
Pela própria evolução empresarial, nos primórdios, eram apenas trocas, pos-
teriormente, houve a intensificação do comércio e, finalmente, o avanço da 
industrialização, e a Contabilidade de Custos foi aperfeiçoando-se para atender 
aos novos interesses dos administradores ou proprietários do negócio.
Segundo Martins: 
Devido ao crescimento das empresas, com o consequente aumento da dis-
tância entre administrador e ativos e pessoas administradas, passou a Con-
tabilidade de Custos a ser encarada como uma eficiente forma de auxílio 
no desempenho dessa nova missão, a gerencial (MARTINS, 2010, p. 21).
Neste contexto de sucessivas mudanças e adaptações, observa-se também uma 
alteração quanto aos custos ocorridos no âmbito das empresas, nas últimas déca-
das. O perfil do custo fabril tem se deslocado, e estudos evidenciam o fato de que 
no início das primeiras indústrias,o custo com mão de obra direta era extrema-
mente elevado. No entanto, com o avanço tecnológico substituindo o trabalho 
braçal, o aperfeiçoamento cada vez maior em especializar-se em determinada 
área e outros mais têm forçado uma redução no custo da mão de obra em rela-
ção ao custo total do produto. Por outro lado, outros custos, como investimentos 
tecnológicos em máquinas e equipamentos, projetos de melhoria de produção 
de qualidade são fatores que têm encarecido os custos indiretos de produção.
GESTÃO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E18
Ante o exposto, a contabilidade de custo não pode ser utilizada apenas para 
controlar estoques, deve estar atenta às novas necessidades da sociedade e 
expectativas do mercado consumidor, que estão cada vez mais exigentes com 
relação a qualidade dos produtos, prazos de entregas e oferecimento de um 
trabalho diferenciado.
Ainda, a contabilidade de custos pode auxiliar no gerenciamento dos cus-
tos, como identificação de gargalos de produção, correspondente aos recursos 
que limitam a aumento dos lucros da empresa, pode também propiciar análises 
para maior agilidade no ciclo produtivo e outros segmentos mais encontrados 
em toda sociedade que pretende crescer no mercado.
TERMINOLOGIA ATUAL DE CUSTOS
Alguns termos técnicos que são utilizados na contabilidade não podem ser con-
fundidos com as palavras e expressões de profissionais de outras áreas. A seguir, 
caro(a) aluno(a), estudaremos a unificação de alguns destes termos, a fim de evi-
tar o não entendimento ou a dupla interpretação:
a) receita;
b) despesas;
c) custos;
d) perda.
CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS
Caro(a) aluno(a), os sistemas de contabilidade de custo tradicionais classificam os 
custos, baseados em suas funções, em custos de produção e de de não-produção.
A Contabilidade de Custos no Contexto Atual
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Custos de Produção
Consideram-se custos de produção todos os gastos relacionados, direta ou indi-
retamente, a um determinado produto acabado. Consistem nos materiais, mão 
de obra, seguro da fábrica e outros elementos de custos que estão associados 
com os produtos fabricados.
Os Custos de Produção, para Atkinson et al. (2000, p. 126), são “Todos aque-
les gastos em transformar matéria-prima em produto acabado, por exemplo, 
custos diretos (materiais direto e mão de obra direta) e custos indiretos (apoio à 
produção)”. É importante ressaltar que a classificação dos custos de produção em 
direto e indireto não é, necessariamente, uniforme em todas as empresas, como 
a energia elétrica. Este elemento de custo normalmente é considerado como 
custo indireto. No entanto, em determinados ramos de atividade, devido ao seu 
valor significativo e a medidores específicos, é considerado como custo direto.
Portanto, os custos diretos e indiretos dizem respeito ao relacionamento 
entre custos e os produtos acabados; os custos de produção integram o valor 
dos produtos pelo fato de ocorrerem durante o processo produtivo destes. São 
classificados em direto e indireto a depender da forma como são identificados 
e alocados ao produto.
a) Custos diretos
Os custos diretos são objetivos, estão diretamente apropriados aos produtos aca-
bados, podem ser identificados como pertencentes a cada unidade produzida.
Para Horngren et al. (2000, p. 20), “Custos diretos de um objeto de custo são 
os custos que estão relacionados a um determinado objeto de custo e que podem 
ser identificados com este de maneira economicamente viável (custo efetivo)”. 
Desta forma, classificam-se como custos diretos aqueles gastos apropriados aos 
produtos, facilmente alocado direto no cálculo do custo total do produto, não 
gera dúvida alguma quanto ao fato de fazerem referência a este ou àquela unidade.
Alguns autores entendem que os custos diretos são compostos por mate-
riais e mão de obra, conforme publicado por Oliveira e Perez Junior (2000, p. 
72), “Os custos diretos, na grande maioria das indústrias, compõem-se de mate-
riais e mão de obra”. Por outro lado, há outros custos além dos materiais e mão 
GESTÃO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E20
de obra que, por serem passíveis de serem alocados por unidades produzidas, 
podem ser considerados como custos diretos, como:
 ■ matéria-prima;
 ■ material secundário;
 ■ mão de obra direta; 
 ■ energia elétrica.
b) Custos indiretos
Os custos indiretos não são objetivos, são incorridos dentro de um processo 
produtivo, não têm relação direta com os produtos acabados, não podendo ser 
identificados como pertencentes a esta ou àquela unidade.
Segundo Horngren et al. (2000, p. 20), “Custos indiretos de um objeto de 
custo são os custos que estão relacionados a um determinado objeto de custo, 
mas não podem ser identificados com este de maneira economicamente viável 
(custo efetivo)”.
Alguns exemplos de custos indiretos são os gastos com:
 ■ mão de obra da supervisão;
 ■ aluguel da fábrica; 
 ■ seguro do setor produtivo.
Consideram-se custos indiretos de produção aqueles gastos que não são passí-
veis de serem identificados diretamente com cada uma das unidades produzidas, 
precisam ser apropriados aos produtos acabados por algum critério de rateio ou 
estimativa, artifícios utilizados para distribuir os custos dentre os itens a que se 
referem.
Neste sentido, Martins (2010, p. 49) considera custos indiretos aqueles que 
“não oferecem condição de uma medida objetiva e qualquer tentativa de alo-
cação tem de ser feita de maneira estimada e muitas vezes atribuída”. Os custos 
indiretos, de difícil alocação de valores às unidades produzidas, também são 
tratados por alguns autores como custos de apoio à produção, pelo fato de eles 
sugerirem custos importantíssimos que acrescem valores aos produtos como, o 
A Contabilidade de Custos no Contexto Atual
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setup de máquinas, peças de manutenção e serviços gerais que mantêm o setor 
produtivo em funcionamento.
Quanto à atribuição destes custos aos produtos, para Atkinson et al. (2000, 
p. 129): 
Devido a essas atividades não serem executadas para a fabricação de 
uma unidade específica de um produto, geralmente, é difícil encontrar 
uma medida de quantidade direta para atribuir seus custos às unidades 
do produto individual.
Cabe ressaltar que os critérios de alocação dos custos indiretos aos produtos 
devem ser efetuados com segurança, sob pena de valorar um produto a maior 
ou a menor do realmente devido. Assim, nos produtos de empresas do ramo de 
componentes eletrônicos, por exemplo, os materiais diretos representam uma 
pequena proporção do custo total do produto. Desta forma, utilizar o critério 
de rateio com base na matéria-prima pode provocar uma distribuição distorcida 
dos custos indiretos, estes correspondem a maior parte no custo total.
Custos de Não Produção
Analisando o ciclo produtivo da aquisição de matérias-primas à entrega do 
produto ao cliente, constata-se que há valores agregados ao produto que não 
representam os custos de produção, como os de pesquisa e desenvolvimento 
e de distribuição. Estes são apenas alguns exemplos de custos de não-produ-
ção. Além da classificação dos custos em diretos e indiretos, há outras formas 
de classificá-los. Os proprietários ou administradores do negócio estão sempre 
interessados em informações quanto ao comportamento dos custos quando da 
ocorrência de alguma alteração no volume de produção.
Para atender às necessidades destes usuários, a contabilidade passou a clas-
sificar os custos quanto ao volume de produção em custos fixos e variáveis. 
Segundo Atkinson et al.(2000, p. 183), “Para suprir essa informação para admi-
nistradores, tradicionalmente, as empresas classificam os custos entre custos 
fixos e variáveis, baseados em seu comportamento em resposta às mudanças no 
volume de produção”. A contabilidade registra as aquisições dos elementos que 
são ativados. Apenas, futuramente, no momento da produção, é que os ativos vão 
GESTÃO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS
Reprodução proibida. A
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acompanhar e incorporar ao produto fabricado. O acompanhamento dos custos 
pode ter comportamento de fixos ou variáveis. Para melhor classificá-los é pre-
ciso identificar o objetivo a que serão prestados, conforme exposto por Oliveira 
e Perez Junior (2000, p. 76), “A classificação dos gastos não depende apenas de 
sua natureza, mas principalmente do objetivo de sua utilização”. Portanto, os 
custos fixos e variáveis dizem respeito ao relacionamento entre o total do custo 
num dado período e o volume de produção.
a. Custos fixos
Consideram-se custos fixos aqueles gastos que não mudam em função da quan-
tidade produzida em curto período de tempo, independentemente do volume 
de produção. Mesmo que não haja produção em determinado período de tempo 
por falta de materiais, falta de energia elétrica, greves ou outras ocorrências de 
praxe, custos fixos sempre ocorrerão. Para Bruni e Famá (2011, p. 32), os fixos 
“São custos que, em determinado período de tempo e em certa capacidade ins-
talada, não variam, qualquer que seja o volume de atividade da empresa”.
Alguns exemplos de custos fixos podem ser:
 ■ salários dos supervisores dos setores produtivos;
 ■ seguro da fábrica;
 ■ aluguel da instalação; 
 ■ aluguel das máquinas.
Como consequência do exposto anteriormente, tem-se que os custos fixos não 
estão relacionados à produção do período, porque eles não se relacionam ou se 
alteram em função da quantidade produzida em um período de tempo, mas sim 
pelo período de tempo decorrido para produção. Assim, na hipótese da produção 
de milhares de itens, cada unidade produzida vai alocar parte dos custos fixos. Por 
outro lado, na ocorrência da produção de uma única unidade, os custos fixos vão 
manter-se os mesmos e deverão ser totalmente alocados a esta unidade solitária.
Neste sentido, segundo Horngren et al. (2000, p. 21), “Um custo fixo é um 
custo que não se altera em montante apesar de alterações num direcionador 
de custo”. Assim, pode-se constatar que uma mudança de volume de unidades 
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produzidas em um determinado período de tempo, em uma dada capacidade 
instalada, não altera o valor dos custos fixos para mais ou para menos. Também 
para Atkinson et al. (2000, p. 183), “Custos Fixos não mudam com as mudanças 
do nível de produção (ou vendas) durante curtos períodos de tempo”.
Ainda, o custo de uma unidade não se altera em valor monetário na mesma 
proporção em que ocorrem as alterações na quantidade física de produto indus-
trializado. O custo fixo atribuído a cada unidade varia, normalmente é reduzido 
na proporção em que se eleva a quantidade produzida em um dado período de 
tempo, pelo fato de ele ser um valor fixo alocado por uma quantidade crescente 
de unidades produzidas.
Um exemplo de custos fixos totais recebidos por unidades produzidas é apre-
sentado na tabela a seguir:
 
Tabela 1 - Custos fixos totais e unitários
CUSTOS FIXOS DE UM 
PERÍODO - TOTAL
VOLUME HIPOTÉTICO DE PRODUÇÃO CUSTOS FIXOS 
POR UNIDADE
$ 120.000 12.000 unidades $ 10
$ 120.000 15.000 unidades $ 8
$ 120.000 20.000 unidades $ 6
Fonte: Oliveira e Perez Jr. (2000). 
Do exemplo apresentado, podemos destacar como característica dos custos fixos 
a mencionada por Oliveira e Perez Junior (2000, p. 67), “Sua alocação para os 
departamentos ou centro de custos necessita, na maioria das vezes, de critérios 
de rateios determinados pela administração”.
Portanto, pode-se verificar que os custos fixos normalmente mantêm seu 
valor total fixo em determinado período, independentemente do volume de pro-
dução, bem como a sua alocação aos produtos deve ser por forma de rateio ou 
estimativa. Quanto maior a produção, menor serão os custos fixos suportado 
por unidade, uma vez que o custo fixo permanente é diluído para uma maior 
quantidade de unidades produzidas.
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IU N I D A D E24
b) Custos variáveis
Custos variáveis são os gastos que oscilam em relação à proporção da quanti-
dade de unidades produzidas na empresa. Segundo Bruni e Famá (2011, p. 32), 
custos “variáveis - seu valor total altera-se diretamente em função das ativida-
des da empresa. Quanto maior a produção, maiores serão os custos variáveis”. 
Alguns exemplos de custos variáveis são:
 ■ matéria-prima; 
 ■ material de embalagem.
Para Atkinson et al. (2000, p. 184), “Custos variáveis mudam em proporção às 
mudanças no nível da produção (ou vendas)”. Deste modo, a quantidade de 
matéria-prima a ser consumida é proporcional ao volume de produção. Isto é, 
quanto maior for a quantidade de unidades produzidas, maiores deverão ser as 
aquisições de matéria-prima.
Ainda para Horngren et al. (2000, p. 21), “Um custo variável é um custo 
que se altera em montante em proporção às alterações num direcionador de 
custo”. Para o exemplo da matéria-prima, o custo altera-se em valor monetário 
na mesma proporção em que ocorrem as alterações na quantidade física de pro-
duto industrializado. O custo variável de cada unidade não é influenciado pelo 
número de unidades produzidas.
Para Oliveira e Perez Junior (2000, p. 70), “São aqueles custos que mantêm 
uma relação direta com o volume de produção ou serviço e, consequentemente, 
podem ser identificados com os produtos”.
Deste modo, percebe-se que os custos variáveis alteram para mais ou para 
menos na proporção em que as quantidades produzidas elevam-se ou se retraem, 
salvo exceções, como o de obtenção de descontos comerciais de valores consi-
deráveis na aquisição dos custos considerados como variáveis.
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Tabela 2 - Consumo de materiais diretos
PRODUÇÃO DO PERÍODO
CONSUMO DE COURO POR 
UNIDADE
CONSUMO TOTAL DE 
COURO
1.000 pares 1 metro 1.000 metros
1.200 pares 1 metro 1.200 metros
1.500 pares 1 metro 1.500 metros
Fonte: Oliveira e Perez Jr. (2000).
Ante o exposto, pode-se verificar que os custos variáveis normalmente mantêm 
seu valor constante em cada unidade produzida, independentemente do volume 
de produção, bem como a sua alocação aos produtos pode ser feita de forma 
direta, dispensando qualquer forma de rateio ou estimativa.
De acordo com a tabela anterior, enquanto os custos fixos permanecem cons-
tantes mesmo aumentando determinada quantia de produtos, os custos variáveis 
aumentam proporcionalmente com a quantidade das unidades produzidas.
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IU N I D A D E26
ELEMENTOS QUE COMPÕEM OS CUSTOS
O resultado de qualquer empresa é representado pelas receitas auferidas dedu-
zidas dos custos e despesas ocorridas. No entanto, para obtenção de resultados 
satisfatórios almejados, as empresas empenham-se na produção de bens e ser-
viços para serem comercializados de 
modo a propiciar lucro com as 
vendas.
Em uma empresa 
industrial, os custos dos 
produtos fabricados são 
extremamente mais com-
plexos que nas comerciais; 
enquanto nestas, os custos são 
representados, basicamente, pelos custos de aquisição acrescidos dos gastos 
necessários para colocá-losem condição de uso ou de venda; naquelas, os cus-
tos são compreendidos pelo dispêndio com materiais diretos, mão de obra direta 
e custos indiretos.
O produto industrial, para Franco (1996, p. 75), “é o resultado da transfor-
mação de matérias-primas, da aplicação de mão de obra (energia humana) e do 
consumo de outros materiais (gastos gerais de fabricação)”. 
Assim, nos itens a seguir, há uma explanação individualizada acerca dos 
principais elementos que compõem o custo dos produtos fabricados.
MATERIAL DIRETO
Dentre os elementos que incorporam o custo industrial, o material direto é o que, 
normalmente, constitui a maior proporção nos produtos fabricados. Considera-se 
como material direto as matérias-primas, material secundário e, às vezes, o mate-
rial de embalagem. Ainda, o perfeito controle desses materiais possibilita melhor 
apuração de resultado, devido à sua grande influência no custo dos produtos.
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Para Franco (1996, p. 153): 
Matéria-prima é o material que entra em maior porção no fabrico do 
produto [...] Matéria secundária é aquela que, embora diretamente 
aplicada no produto, não entra em grande proporção, representando 
apenas pequena parte do custo.
Assim, o material direto representa os gastos que, ao serem consumidos, se 
tornarão custos dos produtos fabricados, correspondem a todos os materiais 
aplicados nos produtos passíveis de serem diretamente identificados em cada 
uma das unidades produzidas.
Também para Bruni e Famá (2011, p. 36), “material direto (MD): todo mate-
rial que pode ser identificado como uma unidade do produto: (i) que está sendo 
fabricado; e (ii) que sai da fábrica incorporado ao produto ou utilizado como 
embalagem”. Determinado material somente poderá ser considerado como 
custo de material direto do produto desde que ele possa ser passível de identi-
ficação monetária com esta ou com aquela unidade produzida, caso contrário, 
não poderá receber a classificação de direto.
Para Horngren et al. (2000, p. 29):
Custos de materiais diretos são os custos de aquisição de todos os ma-
teriais que posteriormente se tornam parte do objeto de custo (ou seja, 
unidades acabadas ou em processo) e que podem ser identificadas com 
o objeto de custos de maneira economicamente viável.
Exemplificando os materiais diretos, pode-se dizer que a madeira é a maté-
ria-prima mais utilizada na fabricação de móveis, considerada, por isso, material 
direto. Por outro lado, o verniz também é um material direto, mas, pela menor 
proporção incorporada ao produto, considera-se como material secundário direto, 
e, por fim, tem-se a caixa de papelão, utilizada para embalar os móveis, que são 
consideradas como material direto e classificadas como material de embalagem.
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IU N I D A D E28
MÃO DE OBRA DIRETA
A mão de obra desenvolvida, particularmente, nas atividades industriais, pode ser 
classificada como mão de obra direta e mão de obra indireta. Primeiro, caro(a) 
aluno(a), estudaremos, neste tópico, apenas a mão de obra direta e, posterior-
mente, seguirá uma explanação da mão de obra indireta. Para Franco (1996, p. 
162), “Consideramos mão-de-obra todo serviço prestado à empresa, por empre-
gado administrativo, técnicos ou operários”.
A mão de obra direta pode ser considerada como sendo os serviços prestados 
pelas pessoas físicas para às jurídicas por meio do seu desempenho em ativida-
des produtivas, administrativas, especialista, analista, assistência técnica e outras 
semelhantes relacionadas à produção. Todas essas atividades são desenvolvidas 
de modo a propiciar que as empresas alcancem, da melhor maneira possível, o 
objetivo de sua existência, obtenção de lucros por meio de vendas de mercado-
rias, produtos ou serviços.
De forma simplista, para VanDerbeck e Nagy (2001, p. 108) “A mão-de-obra 
direta representa custos da folha de pagamento identificados diretamente com 
o produto”. No entanto, depreende-se da literatura existente que, para ser con-
siderada mão de obra direta, não basta apenas referir-se a um serviço prestado 
na transformação de materiais diretos em produtos acabados, faz-se necessá-
rio ser identificada diretamente com o produto e também conhecer a pessoa e 
o tempo demarcado na execução da atividade. Assim, considerar como mão de 
obra direta o salário integral de um empregado, simplesmente pelo fato deste 
desenvolver atividade produtiva é uma bobagem, pois outros fatores relevantes 
estão intrínsecos no conceito de mão de obra direta.
Uma definição bastante completa de mão de obra direta é a apresentada por 
Martins (2010, p.133): 
Mão-de-obra Direta é aquela relativa ao pessoal que trabalha direta-
mente sobre o produto em elaboração, desde que seja possível a men-
suração do tempo despendido e a identificação de quem executou o 
trabalho, sem necessidade de qualquer apropriação indireta ou rateio. 
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Do conceito apresentado, pode-se constatar que uma atividade industrial somente 
poderá ser considerada como mão de obra direta aquela em que os serviços pres-
tados estão intimamente relacionados com o processo produtivo, ainda, passíveis 
de identificação de quem executou a tarefa, de mensuração do período de tempo 
despendido no desempenho da atividade na área produtiva em cada uma das 
unidades produzidas e, também, a atribuição de um valor monetário para todo 
o período de elaboração do produto, sendo desnecessário qualquer forma de 
rateio ou estimativa para sua alocação.
CUSTOS INDIRETOS DE PRODUÇÃO
Os custos indiretos são um dos itens de maior importância para apuração dos 
custos de muitas organizações na atualidade. Os avanços tecnológicos das máqui-
nas indústrias têm contribuído significativamente para a redução dos custos com 
mão de obra. A competitividade acirrada entre empresas favorece uma estag-
nação dos custos com matérias-primas. Desta forma, os custos indiretos têm se 
tornado o elemento de maior controle e planejamento.
Custos indiretos, para Oliveira e Perez Junior (2000, p. 74), “São aqueles cus-
tos que, por não serem perfeitamente identificados nos produtos ou nos serviços, 
não podem ser apropriados de forma direta para as unidades específicas, ordens 
de serviço ou produto, serviços executados etc”. Todos os gastos identificados no 
processo produtivo, indispensáveis para a produção dos bens ou serviços pres-
tados, impossibilitados de serem alocados diretamente à produção, pelo fato 
de não serem mensurados monetariamente em cada uma das unidades produ-
zidas, recebem o nome de custos indiretos. Como o próprio nome sugere, eles 
estão relacionados ao produto de forma indireta, assim, faz-se necessário alguma 
forma indireta para alocá-los a cada unidade produzida.
Também para Horngren et al. (2000, p. 20) “Custos indiretos de um objeto 
de custos são os custos que estão relacionados a um determinado objeto de 
custo, mas não podem ser identificados com este de maneira economicamente 
viável (custo efetivo)”.
Resumidamente, os custos indiretos de produção são aqueles gastos que estão 
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IU N I D A D E30
vinculados a um processo produtivo, mas que não podem ser identificados dire-
tamente em cada uma das unidades produzidas, sendo necessário alocá-los aos 
produtos por meio de algum critério de rateio ou por estimativa.
O que compõe os custos indiretos de produção
O conjunto de todos os custos indiretos é chamado de custos indiretos de produção 
(CIP), custo alocado ao produto por rateio ouestimativa por não ser possível iden-
tificá-los diretamente em cada uma das unidades produzidas. Alguns elementos 
que compõem os custos indiretos são: mão de obra indireta; materiais indiretos; 
depreciação das máquinas; seguro do setor fabril; energia elétrica e outros cus-
tos relacionados aos departamentos produtivos e serviços auxiliares da produção.
Para VanDerbeck e Nagy (2001, p. 154):
Geralmente, contas de custos indiretos de fabricação incluem (1) ma-
teriais indiretos consumidos na fábrica, como materiais de limpeza e 
lubrificantes que são necessários para a produção; (2) mão-de-obra 
indireta da fábrica, como os salários de zeladores, operadores de em-
pilhadeiras e supervisores; e prêmios por horas extras pagos a todos os 
trabalhadores da fábrica; e (3) outras despesas indiretas de fabricação, 
como aluguel, seguro, impostos prediais, depreciação, aquecimentos, 
iluminação e energia.
A mão de obra indireta é aquela realizada nos departamentos de serviços e auxilia-
res de produção não passíveis de serem mensuradas quanto à efetiva contribuição 
para a fabricação do produto, como os responsáveis pela manutenção das máqui-
nas e supervisão de produção. Compõem a mão de obra indireta não apenas os 
salários pagos, mas também todos os benefícios espontâneos ou obrigatórios 
bem como os encargos sociais incidentes sobre o total da folha de pagamento. 
Também temos custos indiretos nos departamentos produtivos.
Os materiais indiretos são aquelas matérias-primas utilizadas nas ativida-
des auxiliares da fabricação do produto com uma participação menor nos custos 
deste produto, por exemplo, o verniz para a fabricação de móveis e a linha para a 
empresa de confecções. Os custos dos materiais indiretos devem seguir a mesma 
forma de cálculo dos materiais diretos, ou seja, os impostos recuperáveis devem 
ser excluídos do custo do produto.
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A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE CUSTOS
O impacto da concorrência provocou uma reflexão na estrutura e no geren-
ciamento dos custos, considerando que contabilidade de custos das empresas 
empregava técnicas que forneciam ao gestor somente as informações básicas dos 
custos que, de posse delas, tomavam as decisões de investimentos e comercia-
lização, técnicas estas cujo critério centrava no rateio dos custos fixos pela mão 
de obra direta ou horas/máquina, por exemplo, ignorando fatores, como contri-
buição, variedade, complexidade e mudança (FERREIRA, 2007).
O controle eficiente dos custos corresponde a uma manutenção da saúde 
organizacional de uma empresa. Como a gestão estratégica de custos pode 
ser auxiliar na gestão de micro e pequenas empresas? 
(Dalci Mendes Almeida)
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IU N I D A D E32
O sistema de formação de preços das empresas tinha como foco a pretensão de 
lucro estabelecida pelo empresário, que, adicionada ao custo obtido na trans-
formação do produto, determinava seu preço de venda. Esta ótica de gestão, 
subordinada ao ambiente inflacionário endêmico vigente no Brasil, impossi-
bilitava ao consumidor estabelecer qualquer referencial de preços. O poder de 
definir o preço estava nas mãos da empresa.
Segundo Ferreira (2007), o preço de venda era definido pela seguinte equação: 
Custo + Lucro = Preço de venda
Custo: obtido pelo empresário
Lucro: estabelecido pelo empresário
Preço: resultante
A falta de concorrência e a inflação sempre crescente tornavam dispensável imple-
mentação de um sistema de custeio mais eficiente, uma vez que a variação diária 
da inflação embutida nos preços mascarava e encobria toda e qualquer perda.
A concorrência, consequente da abertura de mercado, provocou uma 
mudança substancial na concepção tradicional de custos. A empresa percebe, 
então, que seu poder de determinar o preço de seus produtos e serviços migram 
para as mãos do cliente quando este passa a ser definido pelo mercado. O lucro 
de determinante passa a determinado nesta nova equação, fazendo com que o 
gerenciamento eficaz dos custos torne-se uma meta estratégica da organização, 
tendo como premissa o conhecimento, a análise e a otimização de seus custos, 
na necessidade de competir, neste mercado globalizado, com produtos e servi-
ços cada vez mais competitivos. Essa nova realidade, segundo Ferreira (2007) 
pode ser representada na seguinte equação:
Preço – Custo = Lucro
 
Preço: definido pelo mercado
Custo: gerenciado pelo empresário
Lucro: resultado 
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Os problemas causados pelo desperdício, pela falta de qualidade, pela baixa pro-
dutividade, refletidos nos produtos e serviços, foram rapidamente sentidos pelo 
consumidor, fazendo com que optasse pelos produtos importados com quali-
dade superior e preços menores que os praticados pelas empresas brasileiras. 
Problemas, como custos não identificados ou classificados de forma incorreta, 
métodos inadequados de apropriação dos custos indiretos aos produtos mos-
tram que, apesar das grandes mudanças ocorridas na forma de gestão dos custos, 
ainda ocorrem com frequência nas empresas.
Sabemos, porém, que os processos de uma organização sofrem constantes 
pressões das forças competitivas, como: novos concorrentes, produtos substitutos, 
o poder de imposição de alguns clientes, a forma de negociação dos fornecedo-
res e a rentabilidade exigida pelos acionistas. Diante dessas forças, a importância 
do preço tem um forte peso no processo decisório do cliente, o que provoca nas 
organizações uma busca no domínio e controle sobre seus custos.
 Para fazer frente a estas pressões, as organizações, segundo Ferreira (2007), 
devem buscar o equilíbrio entre concorrência, lucratividade e rentabilidade, que 
pode ser representado em uma nova equação: 
Preço - Lucro = Custo alvo
Preço = fixado pelo mercado
Lucro = necessário para garantir a rentabilidade do capital investido
Custo Alvo = meta a ser perseguida pela organização
Este estágio de gestão de custos permite à empresa o domínio do seu custo-
-alvo, determina sua meta de lucro, garantindo, assim, a rentabilidade do capital 
investido pelos acionistas ou sócios. Hoje, a empresa reconhece que os mode-
los de apropriação de custos e formação de preços contábeis tradicionais podem 
distorcer as informações gerenciais sobre o custo dos produtos e serviços, preju-
dicando as decisões gerenciais. Sendo assim, um gerenciamento de custo mais 
eficaz fornece meios para que a empresa possa estabelecer custos mais acurados 
e garantir meios para o controle desses custos. 
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IU N I D A D E34
CONSEQUÊNCIAS DA AUSÊNCIA DE INFORMAÇÕES DE CUSTOS
Graves são as consequências, para a empresa, da ausência de informações sobre 
os seus custos. Dentro delas, podemos enumerar (FERREIRA, 2007): 
 ■ desconhecimento do lucro por produto fabricado;
 ■ venda de produtos que podem não estar gerando o lucro necessário;
 ■ aplicação do Capital de Giro por meio da fabricação para estoques de 
produto pouco rentável;
 ■ um esforço de venda orientado para produtos menos lucrativos;
 ■ desconhecimento dos custos das atividades da empresa;
 ■ falta de informação necessária para incentivar ou fixar ações para redu-
ção de custo;
 ■ menor lucro e menor rentabilidade;
 ■ ameaças a estabilidade econômica, financeira e consequente crescimento 
da empresa.
“A importância atribuída, atualmente, pelas entidades empresariais aos 
custos quando da manutenção da competitividade e, principalmente, em 
relação à sobrevivência no atual contexto econômico, deixa em evidênciao questionamento sobre a forma que estas empresas têm utilizado os siste-
mas de gerenciamento de custos preconizados na literatura, destacando se 
estes são utilizados sob um enfoque mais voltado ao simples controle (cor-
rente tradicional) ou ao gerenciamento estratégico (corrente estratégica)” 
(POMPERMAYER; TEODORO, 2016, p. 70). 
 Desta forma, várias pesquisas publicadas em periódicos tratam de uma ob-
servação sobre a forma que as empresas do ramo de comércio, indústrias e 
serviços têm gerenciado seus custos, destacando se estes foram utilizados 
sob um aspecto mais tradicional ou estratégico. 
Para saber mais, acesse o link disponível em: <https://revistafae.fae.edu/re-
vistafae/article/view/327/223>.
Fonte: a autora. 
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A competitividade provocada pela concorrência advinda da abertura de mer-
cado, em 1990, e a busca do crescimento sustentado provocaram, nas empresas, 
a corrida para o desenvolvimento e o gerenciamento dos custos dos seus itens. 
Acentuou, assim, cada vez mais, a importância do acompanhamento de sua evo-
lução, de seus respectivos preços de vendas e serviu como orientação nas decisões 
de permanência, ou não, dos itens, no rol dos produtos comercializados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a) aluno(a), chegamos ao fim da primeira unidade do nosso livro. Aqui, 
vimos que existem diversos conceitos de custos. Gestores que compreendem estes 
conceitos e termos são capazes de utilizar, da melhor maneira, as informações 
e de evitar informações equivocadas de custos. O custo variável altera em rela-
ção ao volume e às atividades; o custo fixo total permanece inalterado por um 
período de tempo, podendo se alterar de acordo com o volume ou atividade, e 
os custos variáveis variam no total e os custos fixos permanecem fixos no total.
O custo unitário de um objeto de custo deve ser interpretado com cautela, 
quando ele incluir componentes de custo fixo, pois o variável altera de acordo 
com o volume, porém permanece constante em relação à unidade. Já o custo fixo 
permanece constante em relação ao volume, mas altera em relação à unidade. 
O custo direto é todo custo que pode ser apropriado diretamente a um objeto 
de custo e pode ser levantado de uma forma economicamente viável (relação 
custo-benefício). 
O custo de um produto pode ser apropriado diretamente ao produto, desde 
que seja possível quantificar (mensurar) o custo em cada uma das unidades produ-
zidas, desde que o benefício gerado pelo seu levantamento seja economicamente 
viável. Por outro lado, caso não seja possível quantificar o valor, ou seja economi-
camente inviável o seu levantamento, o custo deve ser classificado como indireto. 
Os custos indiretos são alocados aos produtos, utilizando um critério de rateio.
O principal objetivo de conhecer e dominar o custo é aumentar a compe-
titividade da empresa. O gerenciamento de custos é uma poderosa ferramenta 
gerencial, já que oferece às empresas um fantástico diferencial competitivo, pois 
possibilita o controle sobre cada item comercializado.
Caro(a) aluno(a), na próxima unidade, aprenderemos a aplicar os custos 
diretos e indiretos aos produtos, utilizando, para tanto, os sistemas de custeios 
tradicionais aplicados pelas organizações. Bons estudos! 
37 
1. Uma indústria de brinquedos listou os gastos de um determinado período:
$ 2.000 - salários dos supervisores de produção
$ 5.000 - pró-labores dos sócios
$ 8.000 - salários mensais de operários da fábrica
$ 6.000 - matérias-primas consumidas
$ 2.000 - aluguel da fábrica
$ 1.000 - aluguel da administração
a) Qual(is) custo(s) podem ser(em) considerado(s) direto(s)?
b) Qual(is) custo(s) podem ser(em) considerado(s) indireto(s)?
c) Qual(is) custo(s) podem ser(em) considerado(s) fixo(s)?
d) Qual(is) custo(s) podem ser(em) considerado(s) variável(eis)?
e) Qual(is) gasto(s) corresponde(m) à(s) despesa(s)?
2. Diferencie custos semifixos de custos semivariáveis.
3. Uma empresa classifica o gasto com energia elétrica como sendo custo fixo. Exis-
te alguma possibilidade de esse gasto ter outra classificação? Justifique.
4. A Fábrica de Sorvetes Bom Ltda vende caixas de sorvetes por R$ 30,00. Os custos 
fixos anuais totalizam R$ 40.000,00 e seus custos variáveis são iguais a R$15,00 
por caixa. Supondo que o volume de produção anual seja de 15.000 e 20.000 
caixas, calcule:
a) As receitas totais.
b) O custo variável total anual.
c) O custo total anual e unitário.
d) O lucro bruto total anual e unitário.
5. Classifique as contas em:
a) (P) para conta Patrimonial ou (R) para conta de Resultado.
b) (A) Ativo, (P) Passivo, (D) Despesa, (C) Custo ou (R) Receita.
c) (D) Devedora ou (C) Credora.
38 
 Conta a) b) c)
Aluguéis a Apropriar 
Banco conta Movimento 
Caixa Geral 
CIP Aplicado 
COFINS sobre Vendas 
Depreciação Acumulada de Compu-
tadores
 
Depreciação de Computadores 
Depreciação de Máquinas Indus-
triais
 
Duplicatas a Pagar 
Duplicatas a Receber 
Empréstimos Bancários a Pagar 
Energia Elétrica a Pagar 
Energia Elétrica da Administração 
Energia Elétrica da Fábrica 
Férias – Pessoal da Produção 
FGTS 
FGTS a Recolher 
Frete sobre vendas 
ICMS a Recolher 
ICMS a Recuperar 
ICMS sobre Vendas 
INSS 
INSS a Recolher 
IPI a Recolher 
IRRF a Recolher 
Juros a Apropriar 
Juros de Empréstimos a Pagar 
39 
Juros Passivos 
Marcas e Patentes 
Materiais Diretos Consumidos 
Material Direto de Embalagem 
MOD Aplicada 
Perdas Estimadas nos Estoques 
PIS a Recuperar 
Salários da Administração 
Salários dos Operários da Fábrica 
Salários dos Supervisores de Produ-
ção
 
Vendas a Vista 
40 
O Ensino da Contabilidade aliado ao Processo Decisório 
De acordo com as disposições contidas no “A Statement of Basic Accounting Theory” 
(ASOBAT) da American Accouting Association, a Contabilidade tem como objetivo reali-
zar “o processo de identificação, mensuração e comunicação de informações econômi-
cas a fim de permitir julgamentos e decisões fundamentadas por parte dos usuários da 
informação” (GAFFIKIN, 2005, p. 14). 
Baldvinsdottir, Mitchel e Norreklit (2010) relatam que a essência da Contabilidade está 
no seu papel decisório, e que este, nos últimos tempos, vem aprimorando-se de forma 
significativa para acompanhar o desenvolvimento econômico. No campo formativo, es-
tes reflexos traduzem-se cada vez mais na necessidade de preparação do indivíduo de 
forma interdisciplinar, visando, sobretudo, possibilitar que este adquira conhecimentos 
condizentes com as perspectivas do mercado (ERFURTH; DOMINGUES, 2008; OTT; PIRES, 
2010). 
A área contábil voltada ao processo decisório constitui um campo de abordagens mul-
tivariadas, tendo em vista, que não se resume apenas o seu conteúdo a uma única dis-
ciplina e versa, principalmente, sobre: Métodos de Custeio, Sistemas de Acumulação de 
Custos, Análise de Custos, Descentralização (Preço de Transferência e Centro de Resul-
tado), Planejamento, Execução e Controle, Avaliação de Desempenho e Accountability. 
Dentro desse campo, é possível, portanto perceber elencadas perspectivas relacionadas 
à área de Custos, Planejamento Tributário, Contabilidade Gerencial, Controladoria e Fi-
nanças (PEREIRA et al., 2005; SOUZA et al., 2012). Os estudos que trazem abordagens 
sobre as perspectivas do ensino nessa área abrangem diversos ângulos e versam, princi-
palmente, sobre metodologias, currículos e processos de ensino.
Itoz e Mineiro (2009) realizaram um estudo bibliográfico sobre o ensino aprendizagem 
de Custos, no Curso de Ciências Contábeis, e na opinião dos autores,o principal obje-
tivo da Contabilidade de Custos e de seus sistemas de apuração é fornecer ao usuário 
informações que suportem as decisões de controle e planejamento do processo decisó-
rio. Tais resultados, corroboram com as ideias de Martins (2010) que expõe os atributos 
da área de custos como sendo: controle, planejamento e decisão. Nesse sentido, uma 
questão imprescindível para o adequado aprendizado dos alunos está na compreensão 
correta dos sistemas de produção e custeamento, e para que tal medida possa ser aten-
dida, o processo de ensino-aprendizagem deve contemplar perspectivas teórico-práti-
cas robustas e alinhadas ao contexto atual.
Esta abordagem contábil voltada à gestão tem sido reportada em diversos estudos como 
uma linha de pesquisa vinculada à Contabilidade Gerencial e vista sobre uma caracterís-
tica multidisciplinar. Assim, abordagens correlacionadas, tais como vinculadas a custos, 
à controladoria e às decisões, às formas de custeios, aos sistemas e medidas de custo se-
riam considerados artefatos que, por sua vez, representam conhecimentos necessários ao 
currículo discente para atender às perspectivas do mercado atual. Tais aspectos podem 
41 
ser visualizados nos estudos de Miranda, Riccio e Miranda (2011) e Pereira et al. (2005). 
Embora a preocupação com uma preparação mais adaptada ao processo decisório deva 
ser encorajada pelas IES, isso não quer dizer, necessariamente, que o processo forma-
tivo do Contador venha ser alinhado apenas nessas ferramentas, desprezando-se, por 
exemplo, o papel social da Contabilidade. Mas sob a lógica da sobrevivência econômica 
das nações não se pode deixar despercebido o poder preditivo da informação contábil, 
o que reporta aos currículos discentes a necessidade de incluir conhecimentos que pos-
sam dar condições de os futuros profissionais contábeis interpretar, analisar e preparar 
relatórios e informações capazes de auxiliar os usuários contábeis, eas suas decisões 
(SCARPENS; BROWSNWICH, 2010; SOUZA et al., 2008; RICHARTZ, 2012). 
Fonte: Cruz et al. (2013).
MATERIAL COMPLEMENTAR
Gestão de custos e formação de preços
Adriano Bruni e Rubens Famá
Editora: Atlas
Sinopse: enfatiza de forma simples e didática o 
processo de gestão de custos e preços, discutindo 
a importância do correto registro e controle e 
destacando os aspectos relativos à tomada de 
decisão em uma abordagem multidisciplinar, que 
associa Contabilidade, Finanças e Estratégia. Em 
linguagem clara e enriquecida com muitos exemplos 
práticos e mais de 150 exercícios resolvidos, discute 
ao longo de vinte capítulos os principais aspectos associados a custos, tributos, preços e lucros. 
Contextualiza as contabilidades fi nanceira e gerencial, enfatizando pontos relevantes de registro 
e de tomada de decisões. Nesta quinta edição, o CD que acompanha o livro apresenta recursos 
complementares de todos os textos do autor publicados pela Editora Atlas. Planilhas, slides, 
listas de exercícios e casos para sala de aula estão incluídos no CD, abordando, além de tópicos 
de Gestão de Custos, Formação de Preços, Matemática Financeira, Avaliação de Investimentos e 
Estatísticas.
Práticas de gestão de custos em pequenas empresas industriais: um estudo com 
indústrias do setor de transformação
O estudo objetiva analisar as práticas de Gestão de Custos em pequenas empresas industriais 
do segmento de transformação. Leia mais no link disponível em: <http://www.rbcdigital.org.br/
index.php/rbc/article/view/1396>.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, D. M.; PEREIRA, I. M.; LIMA, I. J. Instrumentos de controle de gestão utiliza-
dos por micro e pequenas empresas sul catarinenses. Revista da Micro e Pequena 
Empresa, Campo Limpo Paulista, v. 10, n. 3, p. 69-92, 2016. Disponível em:<http://
faccamp.br/ojs-2.4.8-2/index.php/RMPE/article/view/889/ pdf>. Acesso em: 12 dez. 
2017.
ATKINSON, A. A. et al. Contabilidade gerencial. São Paulo: Atlas, 2000.
BRUNI, A. L.; FAMÁ, R. Gestão de custos e formação de preços: com aplicações na 
calculadora HP 12 C e excel. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
CRUZ, N. V. S. et al. O Ensino da Contabilidade vinculada à área de Custos e Gestão 
no Curso de Ciências Contábeis no Nordeste Brasileiro: uma análise da adequação 
da proposta de conteúdos abordados pelas IES às diretrizes do CFC (2009) e do 
ISAR/UNCTAD/ONU. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CUSTOS-CBC, 23, 2013, Porto 
de Galinhas. Anais… Porto de Galinhas: CBC, 2013. p. 1-16. Disponível em: <https://
anaiscbc.emnuvens.com.br/anais/article/view/133/133>. Acesso em: 12 dez. 2017.
FERREIRA, J. A. Custos Industriais. São Paulo: Editora STS, 2007.
FRANCO, H. Contabilidade industrial. 9. ed. São Paulo: Atlas, 1996.
HORNGREN, C. T.; FOSTER, G. DATAR; S. M. Contabilidade de custos. 9. ed. Rio de 
Janeiro: LTC, 2000.
MARTINS, E. Contabilidade de custos. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
OLIVEIRA, L. M.; PEREZ JR., J. H. Contabilidade de custos para não contadores. São 
Paulo: Atlas, 2000.
POMPERMAYER, C. B.; TEODORO, J. D. Gestão de custos nas empresas da Região Me-
tropolitana de Curitiba. Revista da FAE, v. 11, n. 2, p. 70, 2016.
VANDERBECK, E. J.; NAGY, C. F. Contabilidade de custos. 11. ed. São Paulo: Pioneira 
Thomson Learding, 2001.
43
GABARITO
1. 
a) Salário mensal de operários da fábrica; matérias-primas consumidas.
b) Salários dos supervisores de produção; aluguel da fábrica.
c) Salário mensal de operários da fábrica; salários dos supervisores de produção; 
aluguel da fábrica.
d) Matérias-primas consumidas.
e) Pró-labore dos sócios; aluguel da administração.
2. Os custos semifixos correspondem aos custos que são fixos até um determina-
do limite de produção, mas que se alteram em razão da mudança da capacida-
de instalada. Por outro lado, os custos semivariáveis correspondem aos custos 
variáveis que não acompanham proporcionalmente a variação do volume de 
produção. São gastos que se mantêm fixos até um determinado limite de pro-
dução, mas que passam a ser variáveis a partir de uma alteração no volume de 
produção.
3. Caso a empresa conseguir medir o consumo de energia nas unidades produzi-
das, a energia poderá ser considerada como custo direto.
4. 
QDD DE 15.000 UNID QDD 20.000 UNID
Total (R$) Unitário (R$) Total (R$) Unitário (R$)
Receitas Totais 450.000 30,00 600.000 30,00
(-) Custos fixos (40.000) (2,66666) (40.000) (2,00)
(-) Custos variáveis (225.000) (15,00) (300.000) (15,00)
(-) Custos totais (175.000) (17,66666) (340.000) (17,00)
(=) Lucro bruto 185.000 12,333333 260.000 13,00
5. 
Conta a) b) c)
Aluguéis a Apropriar P A D
Banco conta Movimento P A D
Caixa Geral P A D
CIP Aplicado - C C
COFINS sobre Vendas R - D
GABARITO
GABARITO
45
Depreciação Acumulada de Computadores P A C
Depreciação de Computadores R D D
Depreciação de Máquinas Industriais R C D
Duplicatas a Pagar P P C
Duplicatas a Receber P A D
Empréstimos Bancários a Pagar P P C
Energia Elétrica a Pagar P P C
Energia Elétrica da Administração R D D
Energia Elétrica da Fábrica - C D
Férias – Pessoal da Produção - C D
FGTS R D-C D
FGTS a Recolher P P C
Frete sobre vendas R D D
ICMS a Recolher P P C
ICMS a Recuperar P A D
ICMS sobre Vendas R - D
INSS R D-C D
INSS a Recolher P P C
IPI a Recolher P P C
IRRF a Recolher P P C
Juros a Apropriar P A D
Juros de Empréstimos a Pagar P P C
Juros Passivos R D D
Marcas e Patentes P A D
Materiais Diretos Consumidos - C D
Material Direto de Embalagem P A D
MOD Aplicada - C C
Perdas Estimadas nos Estoques R D D
PIS a Recuperar P A D
Salários da Administração R D D
GABARITO
Salários dos Operários da Fábrica - C D
Salários dos Supervisores de Produção - C D
Vendas a Vista R R C
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E II
Professora Me. Juliana Moraes da Silva 
SISTEMAS DE CUSTEIO
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Conhecer quais são os tipos de sistema de custeio.
 ■ Entender o custeio por absorção.
 ■ Compreender o custeio variável.
 ■ Analisar as diferenças dos custeios por absorção e variável.
 ■ Estudar o custeio padrão para fins gerenciais.
Planode Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Sistemas de custeio
 ■ Custeio por absorção
 ■ Custeio variável
 ■ ABC - Custeio Baseado em Atividade
 ■ Custeio-padrão
Introdução
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49
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) aos nossos estudos. Para gerenciar os 
custos, é preciso conhecer muito mais do que terminologias e conceitos, é pre-
ciso compreender o processo de junção de todos os elementos que compõem o 
custo do produto. Há diferentes formas de analisá-los. Aos diferentes procedi-
mentos que podem ser adotados para compor o custo dos produtos fabricados, 
dá-se o nome de Sistemas de Custeios.
Nesta unidade, você conhecerá diversos sistemas de custeio, entenderá em 
que situação cada um deles pode ser melhor indicado e como se apura cada um. A 
escolha do sistema de custeio depende do tipo de controle que a empresa pretende 
manter e das informações que serão geradas aos usuários internos ou externos. 
Os diferentes métodos de custeio são apresentados à luz de duas correntes: 
uma delas é representada pelos sistemas de custeio tradicionais, que se originaram 
da necessidade de se avaliar os estoques na indústria, no período pós Revolução 
Industrial cujos principais sistemas de custeio utilizados são: o Custeio por 
Absorção, aceito pela legislação fiscal, e Custeio Variável, indicado para usuários 
internos. A segunda corrente de custeio consiste no gerenciamento dos custos 
empresariais voltados para informações baseadas na análise dos processos ope-
racionais, na melhoria contínua e na otimização dos custos: custeio baseado em 
atividades - ABC (Activity-Based Costing) e outras formas de gerenciamento, como 
custo-padrão. As formas de custeios podem ser utilizadas tanto no Sistema de 
Acumulação de Custos por Processo como no Sistema de Acumulação de Custo 
por Encomenda, mas isso já é conteúdo para a próxima unidade.
SISTEMAS DE CUSTEIO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E50
SISTEMAS DE CUSTEIO
Os sistemas de custeios correspondem aos procedimentos que podem ser ado-
tados para compor o custo dos produtos fabricados. A escolha da opção do 
sistema de custeio a ser adotado pela empresa depende do tipo de controle que 
ela pretende manter, bem como da informação que será gerada. Os mais utiliza-
dos correspondem a: Custeio por Absorção, Custeio Variável e ABC – Custeio 
Baseado em Atividades. Nesta unidade, definiremos, exemplificaremos e anali-
saremos cada um deles.
Custeio por Absorção
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CUSTEIO POR ABSORÇÃO
Um dos maiores problemas da gestão da empresa consiste em controlar e dis-
tribuir os custos aos produtos transferidos para estoques. Em uma tentativa de 
amenizar tais dificuldades, a contabilidade de custo se vale de determinados 
procedimentos que podem ser utilizados para mensurar o valor dos estoques. O 
custeio por absorção é um método adotado tanto pela legislação comercial como 
pela legislação fiscal, no Brasil, sendo utilizado para elaboração das demonstra-
ções contábeis e aceito para cálculo do imposto de renda e contribuição social 
sobre o resultado da empresa. 
Uma das explicações para a aceitação deste critério de custeamento refere-
-se ao fato de que o método de custeio por absorção decorre da aplicação dos 
princípios contábeis, geralmente aceitos, e ainda acumula os três elementos de 
custos: materiais diretos, mão de obra direta e custos indiretos de produção aos 
produtos. O custeio por absorção tem por princípio básico que todos os cus-
tos decorrentes do processo produtivo do período devem ser apropriados aos 
produtos, independentemente de sua classificação em custos diretos, indiretos, 
fixos e variáveis. 
SISTEMAS DE CUSTEIO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E52
A atribuição pode ser de forma direta quando há possibilidade de identificar 
o custo diretamente, ou quando os custos não forem passíveis de identificação 
direta no produto, no decorrer do processo produtivo. Estes são atribuídos de 
forma indireta, tomando por base algum critério de rateio que mais aproxima a 
relação entre os custos e a produção.
Como o próprio nome sugere, no custeio por absorção, todos os custos de 
produção são absorvidos pelos produtos. Para ele, as despesas não compõem o 
custo dos produtos e devem ser analisadas separadamente. Elas são apropria-
das ao resultado do exercício sem transitar pelo ativo. Segue uma representação 
gráfica do custeio por absorção para a alocação dos custos e despesas aos pro-
dutos ou serviços na Figura 1:
Custos Diretos, 
Indireto, Fixos e 
Variáveis
- Estoque (Ativo)
Produtos em processo
Produtos acabados
DRE
Receitas
( - ) CPV
( = ) Lucro bruto
( - ) Despesas
( = ) Resultado Líquido
Despesas Gerais
Despesas de Vendas
Despesas Administrativas
Custo da venda
Despresas do período
Figura 1 - Custeio por Absorção
Fonte: adaptado de Martins (2010).
CUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOS NO CUSTEIO POR 
ABSORÇÃO
No custeio por absorção, os custos com materiais diretos, mão de obra direta e 
custos indiretos de produção são absorvidos para compor o custo do produto 
fabricado. Assim, o Custo dos Produtos Vendidos (CPV) corresponde àqueles 
Custeio por Absorção
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53
incorridos na produção dos produtos que foram vendidos no período, é conside-
rado o custo realizado e evidenciado na Demonstração do Resultado de Exercício 
e é constituído de Materiais Diretos (MD), Mão de obra direta (MOD) e Custos 
Indiretos de Produção (CIP) dos produtos vendidos.
Na Tabela 1 a seguir, caro(a) aluno(a), consideraremos a empresa Moraes & 
Moraes Ltda., fabricante de um único produto com os seguintes gastos ocorri-
dos em determinado período:
Tabela 1 - Gastos do período da empresa Moraes & Moraes Ltda
GASTOS VALOR EM $
Comissão dos vendedores 60.000
Depreciação das máquinas industriais 50.000
Depreciação dos equipamentos da administração 12.000
Energia elétrica da administração 1.000
Energia elétrica da fábrica 7.400
Honorários da diretoria administrativa 40.000
Materiais indiretos utilizados na indústria 2.600
Matéria-prima consumida na produção 350.000
Salários e encargos sociais do pessoal da administração 70.000
Salários e encargos sociais da produção 520.000
Tributos sobre vendas de produtos 77.000
Total 1.190.000
Fonte: adaptado de Oliveira e Perez Jr. (2000).
Além dos gastos relacionados na tabela anterior, a empresa disponibiliza outras 
informações, sendo a primeira a de que no período em análise não havia saldo 
inicial em estoque e que foram produzidas 2.000 unidades. No entanto, foram 
vendidas 1.500 unidades por um preço unitário de R$ 900.
Para apuração do custo de produção pelo custeio por absorção, sugere-se 
seguir três passos:
1º Classificar os gastos em custos e despesas: primeiramente, elabora-se uma 
tabela dos custos de produção, conforme segue:
SISTEMAS DE CUSTEIO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E54
Tabela 2 - Custos de produção do período
CUSTOS DE PRODUÇÃO VALOR EM $
Custos variáveis
Salários e encargos sociais do pessoal de produção 520.000
Matéria-prima consumida na produção 350.000
Energia elétrica da fábrica 7.400
Materiais indiretos utilizados na produção 2.600
Total dos custos variáveis 880.000
Custos fixos
Depreciação das máquinas industriais 50.000
Total dos custos fixos 50.000
Total dos custos de produção 930.000
Fonte: adaptado de Oliveira e Perez Jr. (2000).
Posteriormente, elabora-seuma tabela das despesas do período, conforme segue:
Tabela 3 - Despesas do período
DESPESAS VALOR EM $
Despesas administrativas
Honorários da diretoria administrativa 40.000
Salários e encargos sociais do pessoal da administração 70.000
Depreciação dos equipamentos da administração 12.000
Energia elétrica da administração 1.000
Total das despesas administrativas 123.000
Despesas com vendas
Comissões de vendedores 60.000
Total das despesas com vendas 60.000
Deduções das vendas brutas
Tributos sobre vendas de produtos 77.000
Total das despesas 260.000
Fonte: adaptado de Oliveira e Perez Jr. (2000).
2º Apurar o custo unitário de produção: para apuração do custo unitário de 
produção, deve-se levar em consideração os valores gastos na produção das 2.000 
unidades produzidas, conforme a Tabela 4 a seguir:
Custeio por Absorção
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Tabela 4 - Apuração do custo da produção
TOTAL DO CUSTO DA PRODUÇÃO DO PERÍODO VALOR
Custos variáveis $ 880.000
Custos fixos $ 50.000
Custo total do período $ 930.000
Produção do período 2.000 unidades
Custo unitário $ 465
Fonte: adaptado de Oliveira e Perez Jr. (2000).
3º Apurar o custo dos produtos vendidos: uma vez valorado o custo uni-
tário de produção, a apuração do custo dos produtos vendidos corresponde ao 
custo unitário de produção e à quantidade de unidades vendidas no período, R$ 
465/unid x 1.500 unidades = R$ 697.500.
4º Elaboração da Demonstração do Resultado do Exercício do período 
de acordo com o custeamento por absorção: uma vez conhecida a receita, bem 
como a segregação dos custos dos produtos vendidos e as despesas do período, 
é possível apurar o resultado das vendas do exercício por meio das informações 
evidenciadas no demonstrativo, na Tabela 5:
Tabela 5 - Demonstração do resultado do exercício - custeio por absorção
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO VALOR EM $
Receitas operacionais brutas (1.500 unidades x R$ 900) 1.350.000
( - ) Deduções das vendas brutas (77.000)
Tributos sobre vendas de produtos................... (77.000) 
Receitas operacionais líquidas 1.273.000
( - ) Custo dos produtos vendidos (697.500)
Lucro bruto 575.500
( - ) Despesas operacionais (183.000)
Despesas administrativas............................... (123.000) 
Despesas com vendas...................................... (60.000) 
( = ) Resultado operacional líquido 392.500
( = ) Resultado líquido do exercício 395.500
Fonte: adaptado de Oliveira e Perez Jr. (2000).
SISTEMAS DE CUSTEIO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E56
Portanto, o resultado do período apurado, segundo o custeio por absorção, alo-
cação dos custos fixos e variáveis ao custo unitário do produto, proporcionou à 
empresa Moraes & Moraes um lucro de $ 395.500.
Na modalidade de custeio por absorção são atribuídos aos produtos os cus-
tos variáveis e também os custos fixos cuja atribuição se dá com a utilização de 
rateios. Assim, uma das falhas do custeio por absorção, como instrumento de 
controle e decisão reside nesta necessidade de rateio. Por mais objetivos que 
pretendam ser os critérios de rateio, sempre apresentarão um componente arbi-
trário que distorce os resultados apurados por produto e dificulta as decisões da 
gerência com relação a assuntos de vital importância para a empresa, como a 
determinação de preços de venda para manter a competitividade.
O método de custeio por absorção, aceito pelo fisco, serve para avaliar os esto-
ques das empresas, porém, para auxiliar na tomada de decisão em nível gerencial, 
a empresa necessita de informações complementares que podem ser fornecidas 
pelos métodos de custeio variável ou pelo custo-padrão, apresentados mais à frente.
A seguir, caro(a) aluno(a), veremos um exercício para contextualização do 
conteúdo:
EXERCÍCIO RESOLVIDO 1 
A indústria de sofás Jequitibá Ltda. iniciou suas atividades no dia 02/01/20XX, 
produzindo um único modelo de sofá. Em 31/01/20XX, os sócios solicitaram ao 
contador uma apuração de resultado. A mão de obra foi considerada custo fixo. 
Seguem os dados do período:
• Comissão dos vendedores 2% sobre venda
• Depreciação das máquinas industriais R$ 2.500
• Energia elétrica da administração R$ 350
• Honorários da diretoria administrativa R$ 8.000
• Matéria-prima consumida na produção R$ 50/unid
• Salários e encargos sociais do pessoal da administração R$ 2.000
• Salários e encargos sociais da produção R$ 5.000
• Tributos sobre vendas de produtos 12% sobre venda
• Volume de produção 200 unidades
• Preço de venda R$ 220/unid
• Volume de vendas 180 unidades
Custeio por Absorção
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Com base no custeio por absorção, pede-se:
a) Custo dos Produtos Acabados.
b) Custo dos Produtos Vendidos.
c) Saldo final do Estoque de Produtos Acabados.
d) Lucro Líquido do Período.
Resolução: 
a) Custo dos Produtos Acabados
Depreciação das máquinas industriais .............. R$ 2.500
Matéria-prima consumida na produção ($ 50 x 200) R$ 10.000
Salários e encargos sociais da produção.................... R$ 5.000
Custo de Produção do Período................................... R$ 17.500
b) Custo dos Produtos Vendidos
O custo fixo unitário ($ 7.500 : 200 unid) R$ 37,50
O custo variável unitário R$ 50,00
Custo Unitário R$ 87,50
Custo dos produtos vendidos = $ 87,50/unid x 180 unid = $ 15.750
c) Saldo final do estoque dos Produtos Acabados
Custo unitário R$ 87,50
Saldo final do Estoque de Produtos acabados (R$ 87,50 x 20 unid) R$ 1.750
 
SISTEMAS DE CUSTEIO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E58
d) Lucro líquido do período
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO VALOR EM $
Receitas operacionais brutas ............. (180 unidades x $ 220) 39.600
( - ) Deduções das vendas brutas (4.752)
Tributos sobre vendas de produtos..............($ 39.600 x 12%) 
Receitas operacionais líquidas 34.848
( - ) Custo dos produtos vendidos (15.750)
Lucro bruto 19.098
( - ) Despesas operacionais (11.142)
Despesas administrativas...................................... ($10.350) 
Despesas com vendas..................... ($ 39.600 x 2% = $ 792) 
( = ) Resultado operacional líquido 7.956
( = ) Resultado líquido do exercício 7.9 56
Obs.: para apuração do custo unitário, não foi necessário realizar rateio porque 
a empresa produz um único modelo de produto, e todos os custos correspon-
dem a ele.
Custeio Variável
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CUSTEIO VARIÁVEL
Objetivando promover uma importante análise das decisões relativas aos custos 
e preços dos produtos ou serviços ofertados, o sistema de custeio vari-
ável, também chamado de custeio direto, é considerado como 
uma alternativa de custeamento, adota a apuração dos custos 
das unidades por meio da não realização de rateios 
dos custos fixos, como aluguel, depre-
ciação, salários, gastos que ocorrem 
independentemente da venda dos pro-
dutos; assim, para fins gerenciais, não 
faz sentido deixá-los ativados. Neste 
entendimento, os custos fixos corres-
pondem aos gastos necessários para 
o processo de fabricação, e não como 
um componente específico dos produtos.
De acordo com o custeio variável, apenas os custos variáveis são alocados aos 
produtos ou serviços, enquanto os custos fixos são tratados como as despesas, 
diretamente transferidos para resultado como despesas do período, eliminando 
a subjetividade do procedimento de alocação por rateio ou estimativa. Assim, 
os custos variáveis do período oscilam proporcionalmente ao volume da pro-
dução do período e se mantém o mesmo por unidade, independentemente

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